J. Bras. Nefrol. 2007;29(3 suppl. 2):39-44.

Hipertensão Arterial

HA 001 (TL 001)

HOMOCISTEINA E OXIDO NITRICO ESTAO RELACIONADOS COM A PRESSAO ARTERIAL E A FUNÇAO VASCULAR DE CRIANÇAS COM HISTORICO DE BAIXO PESO AO NASCIMENTO

MARIA DO CARMO PINHO FRANCO; ELISA MIEKO SUEMITSU HIGA; VANIA D’ALMEIDA; ANA LYDIA SAWAYA, RICARDO SESSO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO (UNIFESP/EPM)

Introduçao: Estudos epidemiológicos têm demonstrado que crianças com histórico de baixo peso ao nascimento sao mais propensas a desenvolver hipertensao arterial e também apresentam maior mortalidade por doenças cardíacas quando atingem a maturidade. Contudo, pouco se sabe a respeito dos mecanismos exatos envolvidos nessas alteraçoes promovidas pelo retardamento do crescimento fetal. Objetivo: A proposta desse estudo foi investigar o papel da leptina, proteína C-reativa, homocisteína e óxido nítrico (NO) em crianças de 8 a 13 anos de idade e avaliar a possível correlaçao existente entre esses biomarcadores com o peso ao nascimento, pressao arterial e a funçao vascular. Métodos: A concentraçao de leptina (plasma – método: Radioimunoensaio), hs-CRP (plasma – método: Nefelometria) e homocisteína (plasma – método: HPLC) e NO (urina – método: Quimioluminescência) foram avaliadas em 69 crianças (36 meninos e 33 meninas – faixa etária: 8-13 anos). Resultados: Os níveis plasmáticos de leptina (diferença das médias: 1,4 ng/mL; intervalo de confiança (IC) 95%: 0,4 to 2,4) e homocisteína (diferença das médias: 0,9 µmol/L; IC 95%: 0,3 to 1,5) foram significantemente elevados em crianças com baixo peso ao nascer (BPN) quando comparadas as crianças com peso apropriado ao nascer (PAN). Por outro lado, a concentraçao urinária de NO (diferença das médias: 342,9 µmol; IC 95%: 124,2 to 561,6) foi significantemente reduzida em crianças do grupo BPN e os níveis da hs-CRP permaneceram inalterados. Além disso, nós observamos significante correlaçao entre os níveis circulantes de NO e homocisteína tanto com a funçao vascular e peso ao nascer quanto com os níveis pressóricos. Conclusao: Como a homocisteína e o NO sao considerados fatores de risco para doenças cardiovasculares, é possível que a associaçao entre baixo peso ao nascimento e o desenvolvimento tardio de doenças vasculares e metabólicas seja, pelo menos em parte, devido alteraçoes existentes na via desses biomarcadores.


HA 003 (TL 001)

HIPERTENSAO REFRATARIA – PREVALENCIA E AVALIAÇAO DO IMPACTO DA INTERNAÇAO HOSPITALAR SOBRE A ADERENCIA AO TRATAMENTO.

CARVALHO EMF; ARROYO D; GELEILETE TJM; NOBRE F; COELHO EB.

UNIDADE CLINICA DE HIPERTENSAO – DEPARTAMENTO DE CLINICA MÉDICA-FMRP-USP

Introduçao: Hipertensao arterial refratária é definida como a presença de valores de pressao arterial maiores que 140 x 90mmHg na vigência de uso regular de ao menos 3 agentes hipotensores sendo um deles um diurético. A aderência ao tratamento crônico da hipertensao arterial é pequena, sendo difícil caracterizar o diagnóstico de HAR no ambiente ambulatorial. Assim, o presente trabalho tem por objetivo estabelecer a prevalência de pacientes nao aderentes dentro da amostra de pacientes internados por “hipertensao refratária” ou de difícil controle na enfermaria de nefrologia do HCFMRPUSP. Métodos: Foram analisados prontuários de 10 pacientes com diagnóstico ambulatorial de HAR em seguimento na Unidade Clínica de Hipertensao do HCFMRPUSP e que foram internados na enfermaria de nefrologia para controle da pressao arterial. Os valores de PA sistólica e diastólica da consulta prévia a internaçao (PAS e PAD Pré, respectivamente), assim como os valores no primeiro, segundo e último dia de internaçao (PA alta) foram comparados. Após a alta, comparou-se os valores de PAS e PAD após o 1, 3 e 6 mês de seguimento ambulatorial com os valores de pressao arterial prévios a internaçao. Os dados foram expressos como média ± EPM e comparados através de ANOVA nao paramétrica para medidas repetidas (teste de Friedman) seguida de posteste de Dunn, com nível de significância de P<0,05 e poder de 0.8. Resultados: A idade dos pacientes foi de 56±2 anos, sendo 70% da amostra composta por mulheres. A PA pré internaçao foi de 202±7 x 113±5 (PAS e PAD, respectivamente) e o número de medicamentos hipotensores foi de 5.3±0,2. Durante a internaçao houve reduçao significativa da PA, com medidas na alta de 133±5 x 86±2 (P<0,0001 e P=0,007, PAS e PAD, respectivamente). Apenas 1 paciente nao obteve controle da pressao arterial para valores menores que 140 x 90 mmHg (prevalência real de HAR=10%). Durante o seguimento, houve uma tendência de retorno dos valores de pressao arterial para os valores pré-internaçao (171±9 x 98±6; 190±11 x 105±6 e 180±13 x 100±5, PA 1, 3 e 6 meses após internaçao; P=0,24 e P=0,13, PAS e PAD vs PA pré, respectivamente). Conclusao: A maioria dos pacientes com HAR diagnosticados no ambulatório sao na realidade nao aderentes. O controle da PA obtido durante a internaçao nao é mantido no seguimento ambulatorial após a alta.


HA 004 (TL 003)

RATOS TRATADOS COM UM INIBIDOR DO NF-kB DURANTE A NEFROGENESE SAO PROGRAMADOS PARA DESENVOLVER HIPERTENSAO NA VIDA ADULTA

CANALE D, MACHADO FG, FERREIRA DN, MALHEIROS DMAC, FUJIHARA CK, ZATZ R

DEPARTAMENTO DE CLINICA MÉDICA – NEFROLOGIA. FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SAO PAULO

O tratamento com Losartan (L) durante a nefrogênese (< 2 semanas pós-nascimento) causa dano renal e hipertensao na vida adulta. As vias celulares mediando os efeitos da Angiotensina II na nefrogênese sao desconhecidas. Investigamos se o sistema NF-kB, que influencia a embriogênese de outros tecidos, é uma dessas vias. Ratas Munich- Wistar, cada uma com 6 filhotes machos, receberam água pura (C) ou o inibidor do NFkB pirrolidina ditiocarbamato (PDTC), 280mg/kg/dia na água durante a lactaçao (< 3 semanas pós-nascimento). Após desmame, os grupos C e PDTC (prole) nao receberam qualquer tratamento. O nº de néfrons/rim (NN) foi medido em 5 ratos/grupo aos 3 meses. Os demais (7 C e 6 PDTC) foram seguidos até 10 meses. Determinamos pressao caudal (PC, mmHg) e albuminúria (UAlbV, mg/dia) aos 3 e 10 meses, bem como % de glomerulosclerose (GS%), massa renal E (MRE, g), massa cardíaca (MC, g) e % de fibrose ventricular E (FVE%) aos 10 meses (MédiaEP* p<0.05 vs C, p<0.05 vs 3m):

Diferente do L, PDTC durante a lactaçao nao reduziu NN e aumentou apenas levemente a UalbV aos 10 meses, sugerindo que o NF-kB nao influencia decisivamente a nefrogênese. Porém, esses ratos apresentaram discreta limitaçao na MRE e, notavelmente, hipertensao persistente, associada a hipertrofia e fibrose cardíacas. A hipertensao nao pode ser atribuída a queda no NN e deve relacionar-se a disfunçao tubular sutil, a ser investigada.


HA 005

HIPERTENSAO DE DIFICIL CONTROLE ASSOCIADA A TERATOMA DE OVARIO.

MELO, NCV; COSTALONGA, EC; PEDREIRA, AB; FONTES, MS; SANTELO, JL; PRAXEDES, JN.

DEPARTAMENTO DE NEFROLOGIA DO HC-FMUSP

Introduçao: Hidronefrose unilateral é uma causa rara de hipertensao arterial sistêmica (HAS), geralmente responsiva à nefrectomia ou nefrostomia descompressiva. Massas anexiais, especialmente as benignas, nao costumam causar obstruçao ureteral ou hidronefrose. Objetivo: Descrever um caso raro de teratoma de ovário benigno como causa de hidronefrose gigante unilateral e conseqüentes hipertensao de difícil controle e exclusao renal ipslateral. Relato de caso: Mulher de 42 anos, portadora de HAS há 14 anos, foi submetida à angioplastia por balao de artéria renal direita há 4 anos, devido à estenose do óstio da mesma. Na ocasiao, apresentava rim esquerdo de dimensoes reduzidas(7,8cm) com artéria difusamente estreitada e funçao renal relativa de 19%. Após a angioplastia, evoluiu com reduçao dos níveis pressóricos, porém ainda com necessidade de uso de anti-hipertensivos. Há um ano começou a apresentar piora progressiva do controle pressórico, apesar de uso regular dos medicamentos. Tomografia computadorizada mostrou rim direito de dimensoes preservadas e com artéria renal pérvia e rim esquerdo de 13cm com acentuado afilamento do parênquima decorrente de severa uretero-hidronefrose, até a regiao anexial ipsilateral, onde notava-se massa medindo 5,0cm, compatível com teratoma. A artéria renal esquerda encontrava-se difusamente afilada, mas sem sinais de estenose. A cintilografia renal revelou rim excluso à esquerda. A paciente foi submetida à nefrectomia esquerda e exérese da massa em ovário ipsilateral, evoluindo com melhora significativa do controle pressórico no pósoperatório. O exame anatomopatológico de cisto anexial foi compatível com teratoma benigno. Conclusao: Apesar de raramente descrito, massas anexiais benignas, em particular o teratoma, podem determinar obstruçao ureteral e subseqüente hidronefrose, que por sua vez pode gerar ou agravar hipertensao arterial sistêmica.


HA 006

HIPERTENSAO ARTERIAL SISTEMICA ASSOCIADA A FISTULA ARTERIOVENOSA RENAL: RELATO DE DOIS CASOS.

MELO, NCV; MUNDIM, JS; COSTALONGA EC; PEDREIRA, AB; IKEJIRI, DS; EBAD, GX; LUCON, AM; PRAXEDES, JN; SANTELO, JL.

DEPARTAMENTO DE NEFROLOGIA DO HC-FMUSP

Introduçao: Fístula arteriovenosa (FAV) de rim primitivo é causa rara e potencialmente reversível de hipertensao arterial sistêmica (HAS), insuficiências renal e cardíaca.Objetivo: Relatar dois casos de FAV nao traumática de rim primitivo e a conduta terapêutica adotada em cada caso. Relatos de caso: Caso 1: Adolescente, 18 anos, sexo masculino, branco, que apresentou em exame clínico de rotina surgimento de sopro abdominal de forte intensidade em flanco direito associado à HAS leve e alteraçao de funçao renal com creatinina de 1,45mg/dl. Ultrassonografia (USG) com doppler de artérias renais evidenciou FAV renal direita, que foi confirmada por angiotomografia computadorizada. Arteriografia renal mostrou FAV hilar renal de alto fluxo com preenchimento irregular do parênquima renal por contraste. Optou-se pela correçao cirúrgica da FAV através de ligadura do ramo da artéria renal responsável pela mesma. O Paciente evolui com desaparecimento do sopro abdominal. Caso 2: Mulher, 38 anos, branca, admitida com quadro de insuficiência cardíaca congestiva (ICC) descompensada associada à hipertensao de difícil controle e presença de sopro abdominal em flanco esquerdo. Há 3 anos apresentara quadro semelhante no vigésimo dia pós-parto cesariano, tendo recebido o diagnóstico de miocardiopatia pós parto. USG com doppler de abdômen evidenciou rim esquerdo único e fístula arterio-venosa intrarenal, confirmados por tomografia computadorizada. Optou-se por abordagem e correçao da fístula através de radiologia intervencionista após compensaçao clínica, devido aos riscos inerentes ao procedimento cirúrgico em paciente com rim único. Atualmente paciente encontra-se em tratamento conservador aguardando abordagem terapêutica. Conclusao: FAV é causa rara de HAS e perda de funçao renal secundárias à ativaçao do sistema reninaangiotensina e ao “roubo” de fluxo sanguíneo pela FAV, respectivamente. Encontra-se ainda associada à ICC de alto débito devido ao aumento do retorno venoso decorrente da FAV. Todas essas condiçoes podem ser evitadas ou revertidas com a correçao da FAV, que, portanto, deve ser sempre cogitada.


HA 007

HIPERTENSAO E INFORMAÇAO.

RUBENS AZEVEDO DO AMARAL E AFRANIO LUIZ BASTOS

SOLUÇAO SAUDE – CLINICA DE HIPERTENSAO – SANTOS – SP.

Fundamento: Doença crônica e de alta prevalência com baixos índices de conhecimento, adesao aos tratamentos e controle, houvemos estudar o nível básico de informaçao/conhecimento sobre hipertensao arterial em três comunidades diferentes. Objetivo: Avaliar o nível de informaçao/conhecimento sobre hipertensao em três comunidades: adolescentes, técnicos de enfermagem e terceira idade. Material e Métodos: Através de um questionário com dez questoes de múltipla escolha, com somente uma única resposta correta, sendo, 5 questoes com três alternativas e 5 questoes com duas alternativas, aplicado pessoalmente pelo observador em 56 Adolescentes entre 14 e 17 anos de um colégio particular em Santos; 42 Técnicos de Enfermagem entre 21 e 55 anos do Guarujá e 66 alunos da Universidade Pública da Terceira Idade de Sao Caetano do Sul entre 50 e 76 anos, num total de 164 pessoas avaliadas. Questoes: 1-O que é hipertensao; 2-Podemos dizer que uma pessoa tem hipertensao quando:; 3-Em relaçao à hipertensao, podemos afirmar:; 4-A hipertensao ocorre com mais freqüência nas pessoas:; 5- A hipertensao ocorre com mais freqüência nas pessoas:; 6-Se nao apresento sintomas nao tenho hipertensao.; 7-Quem tem hipertensao nao deve fazer exercícios físicos:; 😯 tratamento da hipertensao é para toda a vida:; 9-Todo medicamento para a hipertensao deve ser tomado com leite:; 10-Os medicamentos para a hipertensao sempre causam impotência sexual. Procedemos a uma análise estatística simples e apresentamos os resultados. Resultados: Das 164 pessoas avaliadas observamos que: 95,1% sabem que hipertensao é aumento da pressao arterial, porém somente 78% conhecem os níveis que determinam o diagnóstico; 82,9% sabem que é uma doença do sistema circulatório; 84%% que ocorre com mais freqüência em obesos e acima de 60 anos; 89,6% sabem que a hipertensao nao tem sintomas; 73,7% sabem que os exercícios físicos devem ser praticados por hipertensos; 90,8% sabem que o tratamento é para toda a vida; 78,6% sabem que os medicamentos nao precisam ser tomados com leite e 85,9% afirmam que, nem sempre, os medicamentos para a hipertensao causam impotência sexual. Comparando as diferentes comunidades pudemos constatar que há um melhor nível de informaçao entre os Técnicos de Enfermagem: 91,3% de acertos, contra 85,5% na terceira idade e 77,4% nos adolescentes. Conclusoes: Observamos um bom nível básico de informaçao/conhecimento em hipertensao arterial nas três comunidades analisadas, porém, como já é senso comum, existe a necessidade de se melhorar, ainda mais, a informaçao e o conhecimento. Sugerimos açoes nas escolas de ensino fundamental e médio, onde o nível poderia ser melhor, tornando-as, verdadeiras Escolas Promotoras da Saúde.


HA 008 (TL 002)

A SUPLEMENTAÇAO ORAL CRONICA DE L-ARGINIA E ACIDO FOLICO REDUZ A PRESSAO ARTERIAL E ATENUA A HIPERTROFIA CARDIACA EM RATOS ESPONTANEAMENTE HIPERTENSOS

FABIANO BICHUETTE CUSTODIO, ROGER DAGLIUS DIAS, MARLENE A. REIS, VALDO J. D. SILVA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIANGULO MINEIRO

Introduçao: A disfunçao endotelial está envolvida na fisiopatogenia da hipertensao arterial sistêmica por promover uma diminuiçao na disponibilidade do óxido nítrico (NO) liberado pelo endotélio. O NO desempenha importante papel na regulaçao do tônus vascular e na inibiçao da proliferaçao celular; Nosso objetivo foi Investigar os efeitos da suplementaçao oral crônica de l-arginina (precursor endógeno do NO) e ácido fólico (favorece o acoplamento da NO sintase endotelial-NOSe) na pressao arterial sistêmica e na hipertrofia cardíaca de ratos espontaneamente hipertensos (SHR). Materiais e Métodos: 37 SHR, idade inicial de 16 semanas- sessoes semanais de medida indireta da pressao arterial sistólica (PAS) por 8 semanas Grupos: SHR-CON (n=9) ingeriu água de beber ; SHR-ARG (n=8) suplementaçao oral de l-arginina (0.5g/dia); SHR-FOL ácido fólico (1,5mg/dia) e SHR-ARG+FOL (n=10) ingeriu l-arginina (0.5g/dia) e ácido fólico (1,5mg/dia). Ao fim do tratamento foram retirados os coraçoes e calculada a relaçao peso cardíaco/peso corporal; Resultados: Houve uma diminuiçao significativa na PAS dos grupos SHR-ARG (190,4±10,1mmHg para 179,7±7,7mmHg, p<0,05) e SHRARG+ FOL (187,6±10,5mmHg para 173,1±8,6mmHg, p<0,05) quando comparados com o grupo SHR-CON (183,8±8,1mmHg para 197,7±14,9mmHg) no período de 8 semanas de tratamento. Nao houve diferença significativa na PAS entre o grupo SHR-FOL e o grupo SHR-CON. A hipertrofia cardíaca foi significantemente menor no grupo SHRARG+ FOL (3,99±0,3mg/g) em comparaçao com o grupo SHR-CON (4,5±0,45mg/g, p<0,05). Conclusao: Houve diminuiçao da PAS com uso da l-arginina isoladamente ou com o ácido fólico, provavelmente pelo aumento da biodisponibilidade do NO. A reduçao da hipertrofia cardíaca poderia ser explicada apenas pela queda da pressao, contudo o grupo SHR-L-ARG, mesmo com queda pressórica semelhante, nao obteve queda do peso cardíaco. O ácido fólico parece agir atenuando a hipertrofia, sinergicamente com a l-arginina, por efeitos anti-proliferativos independentes da pressao arterial.


HA 009

PREVALENCIA DOS ESTAGIOS DE HIPERTENSAO ARTERIAL PELA MEDIDA DE PA EM CONSULTORIO E PELA MAPA

CAROLINA GONZAGA, ANTONIO CORDEIRO, MARCIO SOUSA, NEUSA PORTELA, JOSÉ SILVA, LEDA LOTAIF, FLAVIO BORELLI, OSWALDO PASSARELLI JR, LEOPOLDO PIEGAS, CELSO AMODEO

INSTITUTO DANTE PAZZANESE DE CARDIOLOGIA-SP

Introduçao: O controle adequado da hipertensao arterial sistêmica (HAS) parece ser subestimado quando da avaliaçao dos níveis pressóricos em consultório médico. Objetivo: Determinar a prevalência do controle adequado da pressao arterial (PA) e dos diferentes estágios de HAS, através da medida da PA em consultório, comparando-se à monitorizaçao ambulatorial de pressao arterial (MAPA). Material e Métodos: Avaliamos restrospectivamente 689 pacientes (56,17±13 anos; 423 mulheres) submetidos à MAPA (SpaceLabs 90207) entre agosto de 2005 e janeiro de 2007. A PA de consultório foi estabelecida pela média de duas medidas (Omron HEM 711) realizadas imediatamente antes da instalaçao da MAPA. A classificaçao de HAS na PA de consultório e MAPA foi realizada de acordo com as recomendaçoes das V Diretrizes Brasileiras de Hipertensao e da IV Diretriz Brasileira para uso da MAPA, respectivamente. Resultados: Houve significativa diferença na prevalência de pacientes com controle adequado da PA, bem como nos estágios II e III de HAS quando da comparaçao entre a PA de consultório e a MAPA (vigília), conforme demonstrado na tabela abaixo. (* χ2 Teste: p<0,0001). Conclusoes: A PA de consultório superestima os níveis pressóricos de tal forma que a prevalência de indivíduos sem controle adequado da PA é significativamente maior quando da avaliaçao pela PA de consultório em comparaçao com a MAPA.

 


HA 010 (TL 003)

“REAÇAO DE ALARME” NA MEDIDA DA PRESSAO ARTERIAL: PREVALENCIA EM AMBULATORIO DE HIPERTENSAO ARTERIAL

CAROLINA GONZAGA, ANTONIO CORDEIRO, MARCIO SOUSA, NEUSA PORTELA, JOSÉ SILVA, LEDA LOTAIF, FLAVIO BORELLI, OSWALDO PASSARELLI JR, LEOPOLDO PIEGAS, CELSO AMODEO

INSTITUTO DANTE PAZZANESE DE CARDIOLOGIA-SP

Fundamento: A reaçao de alarme (RA), definida como diferença entre pressao arterial (PA) no consultório e média da vigília na monitorizaçao ambulatorial de pressao arterial (MAPA) > 20mmHg na PA sistólica e/ou 10mmHg na diastólica pode ser utilizada para inferir presença de efeito ou hipertensao do “jaleco branco”. Objetivo: Avaliar prevalência de RA e sua capacidade de discriminar grupos de pacientes com comportamentos pressóricos distintos. Material e Métodos: Avaliamos retrospectivamente 1517 pacientes (57,5±13,2 anos; 60% mulheres) submetidos à MAPA (SpaceLabs 90207), entre ago/2005 e jun/2007. Tomando-se a diferença entre PA medida em consultório com aparelho digital (OMRON HEM711) antes da instalaçao da MAPA e a média da PA na vigília, os pacientes foram divididos em 2 grupos (A e B) de acordo com presença ou ausência de RA, respectivamente. Após a divisao, os grupos foram comparados quanto a idade, sexo, níveis tensionais e nº medicaçoes anti-hipertensivas. Resultados: Dos pacientes estudados, 1037 (68,4%) apresentaram RA. Houve diferença entre os grupos quanto a idade, sexo, níveis tensionais e nº medicaçoes anti-hipertensivas em uso. (vide tabela abaixo)

Conclusoes: A prevalência da RA foi elevada em nossa amostra. Os pacientes que apresentaram RA eram mais idosos, predominantemente do sexo feminino, e estavam em uso de maior número de medicaçoes.


HA 011

PREVALENCIA DA DIFERENÇA DE PRESSAO ARTERIAL NOS MEMBROS SUPERIORES DURANTE INSTALAÇAO DA MAPA

CAROLINA GONZAGA, ANTONIO CORDEIRO, MARCIO SOUSA, NEUSA PORTELA, JOSÉ SILVA, LEDA LOTAIF, FLAVIO BORELLI, OSWALDO PASSARELLI JR, LEOPOLDO PIEGAS, CELSO AMODEO

INSTITUTO DANTE PAZZANESE DE CARDIOLOGIA-SP

Introduçao: A diferença de pressao arterial (PA) entre os membros superiores tem sido relatada há mais de um século, porém, tanto sua prevalência quanto valores exatos dessa diferença continuam indefinidos. Objetivo: Avaliar a diferença de PA entre os braços durante a instalaçao da monitorizaçao ambulatorial de pressao arterial (MAPA) em ambulatório terciário de hipertensao arterial (HA). Material e Métodos: Analisamos retrospectivamente os dados de pacientes que se submeteram a MAPA (SpaceLabs 90207) entre agosto de 2005 e junho de 2007, em nossa instituiçao. Os pacientes tinham a PA medida imediatamente antes da instalaçao da MAPA, em ambos os braços, de forma consecutiva, em aparelho digital (OMRON HEM711), após 5 minutos de repouso. Resultados: Avaliou-se 1681 pacientes (60,2% mulheres) com 57±13anos. A média pressórica encontrada foi 158 x 92mmHg em ambos os membros superiores. 21,2% dos pacientes apresentaram diferença entre os braços ≥20mmHg na PA sistólica e/ou ≥10mmHg na PA diastólica, sendo 7,6% na PAS e 16,1% na PAD. Nao houve diferença estatisticamente significativa quanto a sexo e idade quando avaliou-se separadamente os grupos com e sem a diferença pressórica entre os membros. Conclusoes: Existe prevalência significativa de pacientes com diferença de PA entre os membros superiores na nossa populaçao. Tal fato demonstra a importância da verificaçao da PA nos dois braços quando da instalaçao da MAPA e na primeira consulta ambulatorial.


HA 012 (TL 006)

DIA NACIONAL DE PREVENÇAO E COMBATE A HIPERTENSAO 2007 – PREVALENCIA DE PERCENTIS DE PRESSAO E DE IMC ENTRE 144 CRIANÇAS E ADOLESCENTES DO MUNICIPIO DE GUARUJA-SP

ALBERTO BORGA MEDEIROS, RUBENS AMARAL.

LIGA DE HIPERTENSAO DA DIRETORIA DE SAUDE DO MUNICIPIO DE GUARUJA-SAO PAULO.

Fundamento: História familiar, percentis de PA, IMC, atividade física, colesterol da criança e/ou da família e proteinúria sao fatores de risco cardiovascular e nefropatia de crianças. Considera-se hipertensa a criança ou adolescente que apresentar PA iguail ou superior ao percentil 95 para idade, sexo e estatura, após três medidas pelo mesmo examinador, em visitas diferentes, utilizando equipamento e técnica adequados. As medidas da PA, durante a campanha, servem de alerta para vigilância e seguimento em ambulatório dos casos suspeitos. Objetivo: Analisar a prevalência de percentis de pressao arterial e IMC em 144 crianças e adolescentes do Município de Guarujá obtidos na Campanha. “É cedo que se previne” do Dia Nacional de Prevençao e Combate à Hipertensao 2007. Material e Métodos: Medida da pressao arterial com manguito adequado, após 05 minutos de repouso com braço apoiado e posicionado no nível do précordio, em uma única aferiçao. Medida de altura e peso. As aferiçoes foram realizadas em 02 Unidades Básicas de Pediatria do município e dois Centros de Procedimentos e Apoio da Unimed Guarujá. Considera-se Normotensao: PA inferior ao percentil 90; Pré-hipertensao arterial: PA entre os percentis 90 e 95; Hipertensao arterial estagio 1: PA entre os percentis 95 a 99 + 5mmHg; Hipertensao arterial grau 2: PA acima do percentil 99+5mmHg. Considera-se IMC < 85 normal, IMC entre 85 e 95 sobrepeso, IMC > 95 obeso. Resultados: Constatamos 52% das crianças do sexo feminino e 48% do sexo masculino.Em relaçao a idade, 67% entre 03 e 07 anos; 27% entre 8 e 12 anos e 6% entre 13 e 17 anos. O percentil de pressao < 90 foi de 64%; entre o percentil 90 a 95-13%; no Percentil 95 a 99-17% e, no Percentil > 99%-6%. Quanto ao IMC, os valores foram de 71% para Percentil < 85; 15% para o Percentil entre 85 e 95 e 14% para Percentil > 95. Conclusao: Observamos 14% de crianças obesas, 15% de crianças com sobrepeso e 71% das crianças com peso normal. Em relaçao à hipertensao, 64% com pressao arterial normal, 13% com pressao arterial limítrofe, 17% com hipertensao grau I e 6% com hipertensao grau II. Campanhas de prevençao primária devem ser implementadas para detecçao e informaçao precoces para pais, professores e responsáveis, na tentativa de diminuiçao dos riscos cardiovasculares desde a infância e adolescência, promovendo hábitos e estilo de vida saudáveis.


HA 013

PREVALENCIA HIPERTENSAO EM EVENTOS NAS COMUNIDADES ADILSON TEIXEIRA TEODORO

IDALINA D. R. CAROLINO, BRUNO D. SARRAO, DANILO M. PEREGO, EDUARDO QUIRINO DOS SANTOS, THOMAZ V. BATTAGLIA, JANAINA PADULA, RICARDO OYAMA, SERGIO SEIJI YAMADA.

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGA-UEM

Introduçao: A Hipertensao Arterial constitui um dos maiores problemas de saúde pública do Brasil e de outros países. A sua detecçao e tratamento deve ser prioridade par reduzir a morbi-mortalidade por doenças cardiovasculares incluindo as doenças renais crônicas. Objetivo Primário: Avaliar a prevalência de elevaçao de níveis pressóricos em evento multidisciplinar realizado em comunidades de nosso município. Objetivo secundário: a) Identificar indivíduos possivelmente hipertensos nao diagnosticados; b) estimar a efetividade do tratamento anti-hipertensivo. Métodos: O estudo foi realizado em eventos multidisciplinares promovidos por uma universidade do interior do Paraná, realizados no ano de 2007. Após o consentimento os indivíduos responderam um questionário que detectava os indivíduos hipertensos, o grau de conhecimento sobre a hipertensao arterial e o seu controle. Foram realizados medidas de pressao arterial para avaliar o seu controle, assim como para possibilitar a detecçao de indivíduos possivelmente hipertensos que ainda nao tinham sido diagnosticados. Foram avaliados ainda alguns fatores de risco associados. Resultados: Foram entrevistados 285 indivíduos em três comunidades, sendo verificado pressao arterial maior que 139×89 mmhg em 96(33%) indivíduos. Dos 285 entrevistados, 109(38%) se diziam hipertensos e 76(26%) referiam ser controlada, sendo que destes 38(50%) tinham níveis superiores à 139x89mmhg. Dos 173 que diziam nao ter hipertensao, 33(19%) tinham níveis superiores a 139x89mmhg, sendo que 11(6,3%) destes usavam anti-hipertensivos e apenas 9(5,2%) fazem acompanhamento da pressao arterial. Tabagismo foi visto em 39(13,6%) indivíduos. Conclusao: Observamos 33% de indivíduos com níveis elevados de PA no grupo avaliado, 22(12,7%) dos indivíduos desconheciam ter níveis pressóricos elevados; tais eventos sao importantes para divulgaçao do problema e detecçao de novos hipertensos.


HA 014 (TL 004)

FREQÜENCIA DOS POLIMORFISMOS DO SISTEMA RENINA ANGIOTENSINA EM BRASILEIROS HIPERTENSOS AFRODESCENDENTES EM TRATAMENTO

ANDRADE TO, FRANCISCO YA, BRANDAO S, FISCHER SM, HARDT FCC, IZAR MCO, BROLLO L, FONSECA FAH, POVOA R, BOMBIG MTN

Introduçao: A hipertensao (HAS) é uma doença multifatorial e se constitui no principal risco para doenças cardiovasculares. Entretanto, sua fisiopatologia completa é desconhecida. Dados da literaturea mostram que a HAS é mais grave entre afrodescendentes. O estudo genético do sistema renina-angiotensina-aldosterona (RAA) mostra que polimorfismo de seus componentes estao envolvidos na HAS (enzima conversora da aldosterona-ECA, receptor 1 da angiotensina-AT1R e CYP. Objetivos: Análise da prevalência dos polimorfismos da ECA entre brasileiros hipertensos e afrodescendentes em comparaçao com hipertensos nao afrodescendentes em tratamento no ambulatório especializado de HAS. Metodo: Vinte e três pacientes que se autodenominavam afrodescendentes (grupo A)(idade 59,4 anos±9,8, 65,2% mulheres) avaliados clincamente e amostra de sangue para análise de polimorfismo por PCR . Estes dados foram comparados com os de 21 pacientes hipertensos porém nao afrodescendentes (grupo B)(58,1 anos±11,9). Resultados: Houve importante diferença na freqüência dos polimorfismos. O alelo D e I do gene da ECA foi 70% e 30% respectivamente e no grupo A vs as freqüências foram 39% and 61% no B (p=0,017); para o gene AT1R 100% AA grupo A vs 33% no B, AT 0% no A vs 22% no B , TT 0% no A vs 44% no B, p<0,0001. Em relaçao ao CYP o polimorfismos TT 56% no A a vs 33% no B, TC 21,7% no A vs 77,7% no B , CC 4,3% no A vs 5,5% no B (p=0,034). Conclusao: Estes resultados sugerem que há uma explicaçao genética para a diferença do curso da HAS entre as etnias descrito na literatura.


HA 015 (TL 005)

HIPERTENSAO ARTERIAL E DOENÇA RENAL CRONICA EM PACIENTES EM TRATAMENTO CONSERVADOR

MARCELO PEREIRA; UBIRACÉ ELHIMAS JR; LUCILA VALENTE; SANDRA NEIVA COELHO

DISCILINA E SERVIÇO DE NEFROLOGIA – HC – UFPE

A principal causa de Doença Renal Crônica (DRC) nos EUA é o Diabetes mellitus (DM), seguida por Hipertensao Arterial Sistêmica (HAS). HAS está associada a 81% da DRC estágio V. Objetivo: Avaliar a prevalência e características de HAS na DRC em tratamento conservador (TC). Material e Método: Avaliaçao, das fichas ambulatoriais sistematizadas do ambulatório de TC de DRC do HC-UFPE, quanto a HAS, de 01/2002 a 02/2007. Classificaçao da DRC e HAS segundo diretrizes da Sociedade Brasileira de Nefrologia. Resultados: Entre 635 pacientes, 583 retornaram com diagnóstico de DRC. Desses, 321(55%) eram do sexo masculino. A idade média foi 59±16 anos. O clearance de creatinina inicial foi 30±18 ml/min/1,73m2. Na primeira consulta, havia HAS em 74%(432/583) dos casos. A HAS isolada foi o diagnóstico de base presumido da DRC, em 99/432(23%). A HAS+DM ocorreu em 248/432(57%). Os demais 85 (20%) apresentavam outras patologias associadas. Entre os hipertensos, 228(53%) eram masculinos. Em relaçao à cor: 200(46%) parda; 121(28%) branca; 51(12%) negra e 60(14%) nao identificada. O clearance de creatinina foi 30±15 ml/min/m2. A média de idade 60±15 anos. A hemoglobina inicial foi 11,8±2,5g/dL e a albumina 3,9±0,72g/dL. Discussao: A freqüência de HAS em 74% dos pacientes ressalta a sua importância na DRC.Todos os pacientes com DM apresentavam HAS e 20% tinham outras patologias que poderiam ter causado a DRC. Os pacientes iniciaram o seguimento com anemia. A albumina sérica era adequada e pode sugerir bom estado nutricional. Conclusao: A HAS esteve presente na maioria dos pacientes com DRC em tratamento conservador, e nao foi a principal causa isolada de DRC. Como a HAS piora o prognóstico da DRC, o seu diagnóstico e o tratamento sao essenciais na prevençao e controle da DRC.

Hipertensão Arterial

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