J. Bras. Nefrol. 2007;29(3 suppl. 2):85-100.

Transplante de Órgãos

TX 001

TRANSPLANTE RENAL E GESTAÇAO: UMA EXPERIENCIA COM 06 PACIENTES

CASSIANO AUGUSTO BRAGA SILVA; RAPHAEL PEREIRA PASCHOALIN, MIGUEL MOYSES NETO, MARIA ESTELA NARDIM, BEATRIZ NAKAGAWA, SUSANA ZANARDO CHIOZI

SERVIÇO DE NEFROLOGIA DE RIBEIRAO PRETO (SENERP)

Introduçao: mulheres portadoras de insuficiência renal crônica terminal que estejam em idade fértil conseguem, através do transplante renal, uma possibilidade real de gravidez. Objetivo: descrever a evoluçao das gestaçoes em pacientes transplantadas renais, avaliando o impacto na funçao renal, bem como a evoluçao dos recém nascidos. Métodos: estudo retrospectivo através da revisao dos prontuários médicos de mulheres transplantadas que ficaram grávidas. Entre janeiro de 1992 a dezembro de 2000 foram realizados 151 transplantes renais, 79 em homens e 72 em mulheres, das quais 38 em idade fértil (14 a 40 anos). Dentre essa populaçao ocorreram 07 gestaçoes em 06 mulheres. Foram obtidas informaçoes a respeito da evoluçao e das intercorrências durante a gestaçao; da funçao renal, medida através da creatinina sérica, antes e um ano após o parto; e também das condiçoes de nascimento e crescimento das crianças até um ano de idade. Resultados: A idade média das pacientes à época da gestaçao foi de 24 anos (17-32 anos); com um tempo médio de transplante de 27 meses (04-77 meses). No início da gestaçao todas as pacientes apresentavam funçao renal normal (creatinina sérica menor ou igual a 1,3mg%). A imunossupressao incluiu prednisona, azatioprina e ciclosporina em 03 gestaçoes, e associaçao de prednisona com azatioprina em 04 gestaçoes. Houve 01 aborto terapêutico com 04 semanas; e 01 feto natimorto com 07 meses de gestaçao. Nao houve aborto espontâneo. Ocorreram 05 gestaçoes com sucesso em 04 mulheres, com um total de 04 partos prematuros (menos de 37 semanas completas). Uma destas pacientes ficou grávida por duas vezes, e sua funçao renal nao se alterou em ambas as gestaçoes, apesar de que evoluiu com perda do enxerto renal após o segundo parto devido interrupçao dos imunossupressores sem ordem médica. Duas das mulheres estudadas apresentaram piora da funçao renal durante a gestaçao, sendo que a creatinina atingiu o máximo de 2,5 mg% nos dois casos, e apenas uma destas pacientes evoluiu com perda do enxerto renal no período de um ano, e a outra normalizou sua funçao renal um mês após o parto. A paciente restante nao apresentou intercorrências durante a gestaçao e no período de um ano pós parto. O peso ao nascimento foi menor que 2500g em dois recém nascidos. Nao evidenciamos mal formaçoes, e todos os nascidos vivos eram saudáveis e continuaram nessa mesma condiçao até completarem um ano de idade. Conclusao: As gestaçoes nas mulheres transplantadas renais, nessa casuística, mostraram uma taxa de sucesso de 71 %. Houve piora da funçao renal durante a gestaçao em 33 % dos casos. A sobrevida do enxerto um ano após o parto parece ter sido afetada pela gravidez em 01 dos 07 casos estudados (14%).


TX 002

IMPACTO DO TIPO DE DRENAGEM EXOCRINA DO PANCREAS SOBRE A FUNÇAO DO ENXERTO RENAL EM TRANSPLANTE DE RIM-PANCREAS

RAQUEL C. SIQUEIRA; MARIA R. T. ARAUJO, JOAO EGIDIO ROMAO JR, H. ABENSUR, IRENE L. NORONHA

HOSPITAL BENEFICENCIA PORTUGUESA, SAO PAULO, BRASIL

Introduçao: O declínio da funçao renal após o transplante (Tx) simultâneo de rimpâncreas (TSRP) pode ser atribuído à desidrataçao crônica provocada pela drenagem vesical da secreçao exócrina do pâncreas. Objetivo: Analisar a funçao do enxerto renal após o TSRP com drenagem vesical (TSRP-Ves) ou entérica (TSRP-Ent), comparando os resultados com Tx de rim isolado com doador vivo (TRim-DV) ou cadáver (TRim-DC). Materiais e métodos: Foram incluídos 97 pacientes diabéticos tipo 1 com doença renal crônica, submetidos a diferentes modalidades de Tx: TSRP-Ves (n=18), TSRP-Ent (n=18), Tx simultâneo de rim-pâncreas com rim de doador vivo (TSRPV; n=23), TRim-DV (n=24) e TRim-DC (n=14). A funçao do enxerto renal foi avaliada pela medida rotineira da creatinina (cr) sérica e pela estimativa do Clcr (Cockroft-Gault) com 1, 3, 6, 12, 24 e 36 meses pós-Tx. Calculamos as áreas sob as curvas (AUC) das médias de cr e Clcr, e a regressao linear da média das cr em relaçao ao tempo pós-Tx. Resultados: A média da cr sérica foi maior e do Clcr foi menor para os receptores de TSRP-Ves. No grupo TSRP-Ves, a AUC da média da cr foi maior, e a AUC do Clcr foi menor, quando comparadas ao grupo TSRP-Ent (p<0,01), refletindo pior funçao renal. O coeficiente de regressao linear das médias da cr foi maior para os receptores de TSRP-Ves (r2=0,88; p<0,01), confirmando o aumento da cr neste grupo. Conclusao: A drenagem vesical da secreçao exócrina do pâncreas associa-se com piora de funçao do enxerto renal após o TSRP, provavelmente devido à desidrataçao crônica conseqüente à perda urinária de sódio.


TX 003 (TL 001)

ANALISE DA PARTICIPAÇAO DE LINFOCITOS B NA REJEIÇAO AO ALOENXERTO RENAL

HUGO LUDOVICO MARTINS1,2; C SILVA1, H ABENSUR2, D MARTINI2, IRENE L. NORONHA1,2

1. LABORATORIO DE NEFROLOGIA CELULAR E MOLECULAR – LIM 29, FACULDADE DE MEDICINA USP; 2. HOSPITAL BENEFICENCIA PORTUGUESA DE SP.

Introduçao: O papel dos linfócitos b na rejeiçao ao enxerto renal, ao contrário dos linfócitos t, ainda é pouco conhecido. Objetivo: Analisar a expressao de linfócitos b, através da expressao de cd20 em biópsias de enxerto renal. Métodos. foram analisadas 100 biópsias de 65 pacientes submetidos a transplante renal. as biópsias foram classificadas em: rim normal (n=5); sem rejeiçao (n=5); borderline (n=5); ra (rejeiçao aguda; n=39); nce (nefropatia crônica do enxerto; n=36) e nta (n=10). Resultados: Nos grupos rim normal e sem rejeiçao nenhuma célula cd20+ foi detectada. nos grupos ra e nce foi detectado infiltrado de células cd20+ em 2 padroes distintos: nodular e células isoladas. no grupo ra em 27/39 biópsias (69%) foram detectadas células cd20+ (62,8±18,6cels/mm2; p<0,01 vs grupos rim normal e sem rejeiçao). No grupo nce em 26/36 biópsias (72,2%) foram detectadas células cd20+ (46,0±17,0 cels/mm2; p<0,05 vs grupos rim normal e sem rejeiçao). A sobrevida do enxerto renal em 5 anos foi menor nos casos com células cd20+ do que nos casos negativos (70% vs 75%, respectivamente). no grupo nce, a sobrevida do enxerto renal em 5 anos foi menor nos casos com padrao nodular (90% vs 95%, respectivamente). Conclusao: linfócitos b foram detectados em biópsias de rejeiçao aguda e nefropatia crônica do enxerto. a presença de linfócitos b correlaciona-se com uma menor sobrevida do enxerto renal. na nefropatia crônica do enxerto, o padrao nodular do infiltrado de linfócitos b associou-se a uma menor sobrevida do enxerto renal quando comparado ao infiltrado de células isoladas.


TX 004

A INDUÇAO DA EXPRESSAO DA MOLÉCULA INDOLEAMINE 2,3- DIOXYGENASE (IDO) EM ILHOTAS PANCREATICAS PROLONGA A SOBREVIDA DAS ILHOTAS EM TRANSPLANTE EXPERIMENTAL ALOGENICO

HUMBERTO DELL & IRENE L. NORONHA

LABORATORIO DE NEFROLOGIA CELULAR, GENÉTICA E MOLECULAR, FACULDADE DE MEDICINA, USP, BRASIL.

O bloqueio da rejeiçao ao enxerto é fundamental para o sucesso do transplante (Tx) de ilhotas pancreáticas (IP). Uma atraente alternativa surge do paradoxo imunológico durante a gravidez onde a mae nao rejeita o feto. Esta proteçao pode ser devido à produçao placentária de IDO. Objetivos: construir um vetor para induzir a expressao de IDO em IP e analisar se a produçao de IDO protege as IP em Tx alogênico experimental. Métodos: O gene da IDO foi isolado de placenta de rata, ligado no vetor pcDNA 3,1 e inserido em IP com lipofectamina. As IP foram isoladas de ratos Lewis e Sprague-Dawley (SD). Vinte e seis ratos Lewis diabéticos induzidos por ETZ (glicemia > 300mg/dL) receberam 2.500 IP sob a cápsula renal e foram divididos em 3 grupos: ISO (isogênico), ratos Tx com IP de ratos Lewis; ALO (alogênico), Tx com IP de ratos SD; e ALO+IDO, Tx com IP de ratos SD transfectadas com vetor-IDO. Os animais foram acompanhados por 45 dias, analisando-se a glicemia e a insulina sérica. Resultados: O grupo ISO permaneceu normoglicêmico pós-Tx, enquanto que o grupo ALO voltou a apresentar hiperglicemia (>300mg/dL) logo após o Tx (11±1 dias). Já o grupo ALO+IDO, manteve-se com glicemia < 300mg/dL. No PO-45, o grupo ISO apresentou níveis normais de insulina (0,55±0,13ng/mL), enquanto que o ALO apresentou diminuiçao significativa (0,14±0,02ng/mL; p<0,05). Já o grupo ALO+IDO apresentou níveis significativamente maiores comparado ao ALO (0,33±0,04ng/mL; p<0,05).
Conclusao: A induçao da expressao de IDO em IP confere proteçao às IP, aumenta a sobrevida e mantém um melhor controle metabólico.


TX 005

PROTEINURIA ASSOCIADA AO SIROLIMUS EM PACIENTES TRANSPLANTADOS

AFV FRANCO1, D MARTINI2, H ABENSUR2, DMAC MALHEIROS1, IL NORONHA1,2

1. LABORATORIO DE NEFROLOGIA CELULAR, GENÉTICA E MOLECULAR-LIM 29 FACULDADE DE MEDICINA-USP – BRASIL; 2. HOSPITAL BENEFICENCIA PORTUGUESA, SP-BRASIL

Introduçao: O sirolimus (SRL) é um potente imunossupressor utilizado em transplante. Relatos recentes relacionam o aparecimento de proteinúria ao uso de SRL. Objetivo: Analisar a prevalência de pacientes que desenvolveram proteinúria pós-transplante em uso de SRL. Casuística: Foram estudados 84 pacientes transplantados que receberam terapia baseada em SRL. A terapia baseou-se em 2 protocolos: de novo (n=15) e conversao (n=69). Os parâmetros analisados foram: tempo de aparecimento da proteinúria e proteinúria de 24h. As biópsias renais realizadas antes da conversao para SRL e após o aparecimento da proteinúria foram analisadas através da microscopia óptica e eletrônica. Resultados: A proteinúria foi encontrada em 19 pacientes (23%) em uso de SRL, sendo 2(13%) do protocolo de novo e 17 (25%) do protocolo conversao. A proteinúria foi detectada 11±2 meses pós-SRL, sendo que em 7 pacientes (37%) apareceu nos primeiros 6 meses. A média da proteinúria no diagnóstico foi de 3,2±1g/24hs alcançando níveis nefróticos em 32% dos pacientes. As biópsias pós-proteinúria nao revelaram alteraçoes nos glomérulos. No entanto, a análise ultraestrutural realizada em 6 pacientes, revelou fusao segmentar de podócitos. Conclusao: A freqüência da proteinúria em pacientes transplantados em uso de SRL ocorreu em 23% dos casos. Embora a análise histológica nao tenha detectado alteraçao específica, a microscopia eletrônica revelou fusao segmentar dos podócitos. Estudos adicionais estao sendo realizados para esclarecer os mecanismos envolvidos no desenvolvimento da proteinúria associado ao uso de SRL.


TX 006

HISTORIA DO TRANSPLANTE RENAL NA FACULDADE DE MEDICINA DO ABC

THIAGO GOMES ROMANO; R.R.BERGAMO, D.R.SANTOS, J.B.DOUVERNY, R.BURDELIS,L.A.MOREIRA,C.U.REIS,L.F.F.LONGUINO, L.H.BRITO

FACULDADE DE MEDICINA DO ABC

O primeiro transplante renal realizado pela Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), ocorreu em 25/11/1995, desde entao foram feitos 38 transplantes até a atual data (13/06/2007). A taxa de mortalidade no nosso serviço é de 10,5% (4 pacientes), sobrevida renal de 94% (32 pacientes). Dentre as etiologias mais freqüentes de doença renal terminal nos pacientes submetidos a transplante temos: Glomerulonefrite crônica (34,21%), Nefrosclerose hipertensiva (23,68%), Glomerulosclerose diabética (13,15%), Doença policistica do adulto (10,52%) e sem causa definida (18,42%). A média de idade dos pacientes está em torno de 36,2 anos e a incidência de doadores vivos é de 89,5% enquanto que doadores cadáver de 10,5%. Este levantamento é o primeiro realizado em nosso serviço evidenciando uma tendência ao aumento de volume de pacientes transplantados ao longo dos anos e possibilitando a comparaçao dos dados obtidos com a literatura médica disponível.


TX 007

DOAÇAO DE ORGAOS E TECIDOS: A INFLUENCIA DO LUTO NESTE PROCESSO.

KIOROGLO, PAULA SILVA; TRINDADE, ROSANA SANTOS RODRIGUES; BRUSCATO, WILZE LAURA; SENS, YVOTY A. S.; MIORIM, LUIS A.; JABUR, PEDRO; MASSAROLLO, PAULO C.

IRMANDADE DA SANTA CASA DE MISERICORDIA DE SAO PAULO

Introduçao: A doaçao de órgaos e o transplante envolvem tanto a morte como o prolongamento da vida. A necessidade do consentimento familiar para a doaçao em um momento delicado coloca o luto como um dos fatores intervenientes deste processo. Objetivo: Descrever sobre a influência da vivência de luto na decisao familiar pela doaçao de órgaos e tecidos. Método: Levantamento Bibliográfico sobre os temas: doaçao de órgaos, luto, família. Resultados: A doaçao pode assumir diversos significados para os familiares: conforto, satisfaçao, honra, dor, entre outros e está, inevitavelmente, associada ao luto. Desta forma, pode representar um aumento de estresse para os familiares, mas também significar conforto. Segundo a literatura, familiares de doadores apresentam uma compreensao inadequada sobre a definiçao de morte encefálica sendo necessário apoio da instituiçao em todo o processo, informaçoes e oportunidades de visitas ao doador, antes e após a doaçao. Acompanhar os familiares oferecendo um suporte emocional desde o momento do diagnóstico e após, quando há o consentimento para a doaçao, possibilita que o processo de luto nao influencie negativamente na doaçao e, posteriormente, na experiência de doar como negativa. Conclusao: Percebe-se que o aumento de doadores depende de um olhar que extrapole as questoes técnicas do processo de doaçao de órgaos, incorporando a abordagem social, a perspectiva ética e a compreensao psicológica do momento de luto em que é falado sobre a doaçao e, principalmente, no respeito ao direito de autonomia dos potenciais doadores e seus familiares.


TX 008

AVALIAÇAO PSICOLOGICA DE DOADORES RENAIS AO LONGO DE DUAS DÉCADAS.

KIOROGLO, PAULA SILVA.; BRUSCATO, WILZE L.; SENS, YVOTY A. S.; MIORIM, LUIS A.; JABUR, PEDRO.

IRMANDADE DA SANTA CASA DE MISERICORDIA DE SAO PAULO

Introduçao: A avaliaçao psicológica de potenciais doadores tem por objetivo observar a dinâmica emocional, o funcionamento psíquico e os motivos manifestos e latentes para a doaçao. Objetivo: Rastrear dados obtidos do protocolo de avaliaçao psicológica prétransplante renal de potenciais doadores. Método: Foram analisados 34 protocolos de potenciais doadores (1990-2007). Resultados: O grupo de potenciais doadores compreendeu 62% do sexo feminino e 38% do sexo masculino. Destes, 76% nao possuía antecedentes psicopatológicos. A qualidade de vida para 53% era satisfatória. O vínculo com o receptor foi avaliado como satisfatório em 88% dos casos e regular em 12% e as implicaçoes emocionais observadas para a situaçao de transplante foram consideradas sem expectativas irreais para 85%. As informaçoes sobre o transplante eram adequadas em 38%. Com relaçao às expectativas sobre o transplante, 79% eram predominantemente positivas. Os temores frente ao transplante estavam ausentes em 41% dos doadores e eram específicos para 59%. O estado emocional relativo ao transplante foi considerado sem evidência de quadro emocional desadaptativo para 47%, reaçao de ajustamento contextualizada ao transplante para 32% e reaçao de ajustamento nao contextualizada ao transplante para 21% dos doadores. Assim, os recursos emocionais apresentados pelos doadores foram satisfatórios para 71% levando ao parecer psicológico favorável à doaçao 70% dos doadores, 12% foram considerados aptos, porém com recomendaçao de manejo no período cirúrgico e 18% foram contra-indicados. Conclusao: Os dados mostram que a maioria dos potenciais doadores apresentaram bons recursos intelectuais e emocionais possibilitando aos potenciais doadores tornarem-se doadores efetivos.


TX 009

NEFROPATAS E HEPATOPATAS CANDIDATOS AO TRANSPLANTE: ESTRATÉGIAS DE ENFRETAMENTO

KIOROGLO, PAULA SILVA; TRINDADE, ROSANA S. R.; PINTO, LIA A.; LISBOA, ROSELI G.; POZZANI, ALESSANDRA F.; OLIVEIRA, JACQUELINE S.; ALCANTARA, KAREN R.; BRUSCATO, WILZE L.; SENS, YVOTY A. S.; MASSAROLLO, PAULO C.

IRMANDADE DA SANTA CASA DE MISERICORDIA DE SAO PAULO

Introduçao: Nefropatas e hepatopatas candidatos a transplante necessitam de mecanismos de enfrentamento que garantam o sucesso do tratamento e reduçao do desgaste emocional. Objetivo: Descrever as estratégias de enfretamento utilizadas pelos pacientes nefropatas e hepatopatas em avaliaçao para transplante. Método: Uma amostra de 18 pacientes. A Escala Modos de Enfretamento de Problemas (EMEP) tem como objetivo analisar respostas específicas diante da enfermidade. Resultados: As estratégias de enfretamento focalizadas no problema foram utilizadas por 22% dos nefropatas e 44,5% dos hepatopatas que utilizam comportamentos direcionados ao manejo e soluçao relacionados ao tratamento bem como a resignificaçao da enfermidade. As estratégias focalizadas na emoçao nao foram utilizadas por nenhum dos dois grupos e relacionam-se à expressao de auto-regras negativas com o tratamento e à culpabilizaçao. As estratégias focalizadas na busca de práticas religiosas/pensamentos fantasiosos foram utilizadas por 45% dos nefropatas e 44,5% dos hepatopatas estando relacionadas à busca de práticas religiosas ou pensamentos fantasiosos. Por fim, as estratégias focalizadas na busca de suporte social caracterizam-se pela busca de uma rede social e familiar para lidar com a enfermidade e tratamento, foi utilizada por 33% dos nefropatas e 11% dos hepatopatas. Conclusao: A busca por práticas religiosas e pensamentos fantasiosos está presente consideravelmente nos dois grupos, porém, os pacientes hepatopatas em igual porcentagem utilizam as estratégias focalizadas no problema enquanto os nefropatas têm uma dependência social e familiar maior para lidarem com a enfermidade.


TX 010

PACIENTES EM PROCESSO DE AVALIAÇAO PRÉ-TRANSPLANTE RENAL E QUALIDADE DE VIDA.

KIOROGLO, PAULA SILVA; BRUSCATO, WILZE L.; SENS, YVOTY A. S.; MIORIM, LUIS A.; JABUR, PEDRO.

IRMANDADE DA SANTA CASA DE MISERICORDIA DE SAO PAULO

Introduçao: A qualidade de vida dos pacientes com insuficiência renal crônica tem um considerável prejuízo interferindo psicosocialmente na rotina destes desgastando-os emocionalmente e, consequentemente interferindo em suas relaçoes familiares, sociais e com a equipe de saúde. Objetivo: Rastrear dados relacionados à qualidade de vida do protocolo de avaliaçao psicológica pré-transplante renal de receptores. Método: Foram analisados 100 protocolos psicológicos de receptores (1990-2007). Resultados: A qualidade de vida foi considerada satisfatória por 26% dos pacientes, regular por 66% e insatisfatória por 8%. Com relaçao aos recursos adaptativos, 50% buscava soluçoes frente a dificuldades predominantemente, 44% parcialmente e em 6% foi constatado prejuízo contínuo na busca de soluçoes adaptativas. A família de origem do paciente foi considerada satisfatória em 64% dos pacientes e o núcleo familiar atual foi considerado satisfatório em 68%. Com relaçao ao estado emocional do paciente relativo ao transplante, 64% passava por uma reaçao de ajustamento contextualizada ao transplante, enquanto, no que se refere a outras circunstâncias de vida, 60% apresentava uma problemática emocional específica: 58% relativa ao paciente, 17% relativa à família de origem, 13% relativa ao grupo familiar atual e 12% relativa ao meio social. Os recursos emocionais foram, desta forma, considerados satisfatórios em 50%, regulares em 44% e insatisfatórios em 6%. Conclusao: A presença de uma doença crônica, a necessidade de tratamento contínuo por um longo período, assim como a presença de comorbidades sao fatores que podem interferir na qualidade de vida dessa populaçao. Considerar dificuldades emocionais que nao estao relacionadas à situaçao de doença torna-se um importante fator para ter uma visao do paciente que vai além do “doente” físico e que tem dificuldades pessoais, sociais, familiares em decorrência da situaçao de doença ou nao necessariamente.


TX 011

AVALIAÇAO PSICOLOGICA PRÉ-TRANSPLANTE RENAL AO LONGO DE DUAS DÉCADAS: CONTRIBUIÇAO PARA PACIENTE, FAMILIARES E EQUIPE DE SAUDE.

KIOROGLO, PAULA SILVA.; BRUSCATO, WILZE L.; SENS, YVOTY A. S.; MIORIM, LUIS A.; JABUR, PEDRO.

IRMANDADE DA SANTA CASA DE MISERICORDIA DE SAO PAULO

Introduçao: A equipe de transplante renal adulto tem um caráter interdisciplinar e a avaliaçao psicológica tem como objetivo constatar as condiçoes emocionais para o enfrentamento, adaptaçao à nova condiçao de vida e adesao ao tratamento. Objetivo: Rastrear dados obtidos através do protocolo de avaliaçao psicológica pré-transplante renal de receptores. Método: Foram analisados 100 protocolos psicológicos de receptores (1990-2007). Resultados: O grupo de receptores compreendeu 54% de pacientes do sexo feminino e 46% do sexo masculino. Destes, 65% nao tinham antecedentes psicopatológicos prévio à patologia renal, entretanto, concomitante à patologia renal 79% apresentou algum quadro. O tratamento dialítico era realizado por 93% e a adesao a este total em 86%. A adesao à dieta alimentar ocorria em 59%, era parcial em 39% e nao era seguida em 2%. Considerando a diminuiçao na ingesta de líquidos, 72% aderiam, 24% parcialmente e 4% nao aderiam. Por fim, o uso de medicamentos era realizado por 92% enquanto 8% aderiam parcialmente. Os pacientes com um doador vivo em potencial configuravam 32% da amostra. O doador de órgao cadáver foi considerado por 68% dos pacientes nao havendo expectativas irreais em 97%. As expectativas eram predominantemente positivas em 82%. Os temores frente ao transplante eram ausentes em 35%, difusos em 2% e específicos em 63%. Considerando o estado emocional do paciente relativo ao transplante, 64% passavam por uma reaçao de ajustamento contextualizada ao transplante. No parecer psicológico 10% dos pacientes nao foram considerados aptos para a realizaçao do transplante, 52% aptos e 38% aptos, porém com recomendaçao de manejo no período cirúrgico. Conclusao: Dados relacionados à saúde mental sao importantes preditores sobre como os pacientes lidam com o tratamento proposto e, consequentemente como aderem a este.


TX 012 (TL 002)

EXPRESSAO DE FOXP3 EM PACIENTES TRANSPLANTADOS RENAIS COM SEPSE GRAVE OU CHOQUE SÉPTICO.

E. SOUSA1, E. L. NAKA2, M. CENEDEZE2, M. G. PEREIRA2, F.G. SORIANO3, R. LAROCCA1, MONTEIRO R.M.M.1, N.O. S. CAMARA1

1. LABORATORIO DE IMUNOBIOLOGIA DE TRANSPLANTES, USP; 2. DEPARTAMENTO DE NEFROLOGIA, UNIFESP E 3. HOSPITAL UNIVERSITARIO DA USP.

Introduçao: Sepse grave e choque séptico sao considerados umas das principais causas de admissao nas UTI’s. Transplantados renais perfazem uma populaçao mais diferenciada, visto uso de imunossupressores e infecçoes virais oportunístas. Atualmente, as células T CD4+CD25+Foxp3+ (Tregs) demonstram ser uma importante peça no controle da resposta imune à infecçao, além de promoverem mecanismos de tolerância periférica. Aqui, nós correlacionamos a expressao de Foxp3 com a infecçao em transplantados renais. Métodos: Foram realizadas coletas de sangue em pacientes com sepse grave (N=1), choque séptico(n=4) e controle (indivíduos sadios,N=10). Realizamos o PCR em tempo real para amplificaçao do mRNA de Foxp3 no sangue periférico, usando como gene housekeeping a ciclofilina. Os resultados foram submetidos ao teste de análise de variância (ANOVA). O nível de significância foi estabelecido em p < 0,05. Resultados: A média de idade de 50,6 anos, 75 % dos pacientes eram do sexo masculino. Analisando o grupo saudável e pacientes sépticos, houve diferença estatística entre as medianas do 2-DDCT do Foxp3 com os resultados respectivos de 3,465 e 0,535, (P=0.009). Neste grupo, 2 pacientes evoluíram para óbito durante a internaçao na UTI , sendo observado os valores baixos de 0.07 e 0.34 de 2DDCT de mRNA de Foxp3. Conclusao: A baixa expressao de mRNA do Foxp3 no paciente séptico transplantado renal parece estar correlacionada com o prognóstico desfavorável. FAPESP 06/01444-6, 04/08226-9.


TX 013

INDUÇAO DA HEME OXIGENASE-1 EM CÉLULA TUBULAR RENAL HUMANA SUBMETIDA A TRANSDIFERENCIAÇAO EPITELIALMESENQUIMAL POR TGF-β.

GEORGIA D.M.MARQUES; NOGUEIRA E.1; SOUSA E. A.; CENEDEZE, M.A.1; PACHECO-SILVA A.1; CAMARA N.O.S.1,2.

1. DISCIPLINA DE NEFROLOGIA. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO DE PAULO, BRASIL. 2. DEPARTAMENTO DE IMUNOLOGIA, UNIVERSIDADE DE SAO PAULO.

Introduçao: A nefropatia crônica do enxerto (NCE) é um grande obstáculo no estabelecimento de longa sobrevida do transplante. A característica que mais se associa ao declínio da funçao renal, nesta patologia, é a fibrose túbulo-intersticial (FTI). Estudos recentes sugerem que alguns miofibroblastos intersticiais derivam de células tubulares renais que passaram pelo processo de transdiferenciaçao epitelial-mesenquimal (TEM). É incerto ainda o efeito das drogas imunossupressoras na evoluçao da TEM em receptores de transplante renal. A expressao do gene da heme-oxigenase-1 (HO-1), com atividades antiproliferativas, pode suprimir a transformaçao fibroblástica e limitar a NCE in vitro e in vivo, em rins de roedores. Objetivos: Determinar o papel da expressao de HO-1 na TEM em células do epitélio tubular proximal renal. Métodos: Células imortalizadas humanas do epitélio tubular renal foram tratadas com indutor de HO-1(COPPIX), antes que a TEM fosse induzida pelo TGF-β1. TEM foi constatada por microscopia e ensaio de motilidade celular e a expressao protéica de a-SMA, E-cadherin and HO-1 por western blot. Avaliaçao da expressao dos transcritos gênicos da HO-1, a-SMA caderina-E foi feita por PCR em tempo real. Resultados: TGF-β direcionou TEM nas células HK-2. O tratamento com CoPPIX diminuiu expressao de a-SMA com aumento de HO-1. Neste momento, os resultados sujerem que a induçao de HO-1 pode estar associada com a dediferenciaçao dos miofibroblastos em células epiteliais.


TX 014

ANALISE DA EXPRESSAO DO RECEPTOR TLR-4 EM PACIENTES TRANSPLANTADOS RENAIS COM POLIMORFISMO.

ELIANA NOGUEIRA; MILENA K. C. BRUNIALTI2, REINALDO SALOMAO2, KIKUMI S. OZAKI1, NIELS OLSEN SARAIVA CAMARA1,3, ALVARO PACHECO-SILVA FILHO1.

1. LAB. DE IMUNOLOGIA CLINICA E EXPERIMENTAL (L.I.C.E.) DA DISCIPLINA DE NEFROLOGIA; 2. LAB. DE IMUNOLOGIA I DA DIPA-UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO (UNIFESP); 3. LAB. DE IMUNOLOGIA E TRANSPLANTE (L.I.T.) DA DISCIPLINA DE IMUNOLOGIA DA UNIVERSIDADE DE SAO PAULO (USP).

Introduçao: Alguns estudos têm demonstrado que receptores Toll-like atuam na resposta imune inata e na sinalizaçao da resposta imune. Polimorfismo em TLR 4 tem sido associado com menor ativaçao da resposta imune no pós-transplante. Objetivo: analisar a expressao dos receptores Toll-like 4 em pacientes transplantados renais com e sem polimorfismo. Métodos: Foram estudados pacientes transplantados renais com e sem polimorfismo e voluntários sadios com e sem polimorfismo. A análise do polimorfismo TLR4 nos codons Asp299Gly e Thr399Ile foram realizadas utilizando enzimao (RFLP). A análise dos receptores foi realizada pela técnica de citometria de fluxo utilizando células (monócitos e neutrófilos), marcadas com os seguintes anticorpos: mIgG2a, CD66b, CD14 , TLR2 e TLR4. Resultados: A expressao de TLR4 em monócitos foi 6,7 versus 8,6 (p=0,455) para o grupo de pacientes com e sem polimorfismo respectivamente. Expressao de TLR2 em monócitos foi 34,3 versus 38,7. Em neutrofilos, a expressao de TLR4 foi de 3,0 e 4,8 e para TLR2 foi 8,8 versus 10,6 . A expressao de TLR4 and 2 em monócitos foi mais alta que em neutrófilos em ambos os grupos estudados (com e sem polimorfismo). Conclusao: Na análise da expressao do receptor TLR4 entre os pacientes estáveis com rim transplantado com em sem polimorfismo nao foi encontrada diferença estatística, assim como entre os voluntários sadios. A expressao de TLR4 foi significantemente maior em monócitos do que em neutrófilos.


TX 015

MACROARRAY DA VIA DE SINALIZAÇAO DOS RECEPTORES TOLL-LIKE EM AMOSTRAS DE TECIDO RENAL

ELIANA NOGUEIRA1; VIVIANE C. PONCIANO1, ERIKA L. NAKA1, GEORGIA D. M. MARQUES1, NIELS OLSEN SARAIVA CAMARA1,3, ALVARO PACHECO SILVA FILHO1.

1. LAB. DE IMUNOLOGIA CLINICA E EXPERIMENTAL (L.I.C.E.) DA DISCIPLINA DE NEFROLOGIA,; 2. LAB. DE IMUNOLOGIA I DA DIPA-UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO (UNIFESP); 3. LAB.DE IMUNOLOGIA E TRANSPLANTE (L.I.T.) DA DISCIPLINA DE IMUNOLOGIA DA UNIVERSIDADE DE SAO PAULO (USP).

Introduçao: A ocorrência de rejeiçao aguda (RA) é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de nefropatia crônica e perda do enxerto. A RA é um processo complexo, envolvendo diversos tipos celulares e liberaçao de variados mediadores inflamatórios que desencadeiam a lesao tecidual. Alguns estudos têm demonstrado que receptores Toll-like atuam na resposta imune inata e na sinalizaçao da resposta inflamatória. Os receptores Toll-like 2 e 4 tem sido identificados como receptores para endotoxinas, as quais estao aumentadas no pós transplante. Objetivo: O objetivo deste estudo foi analisar o padrao de expressao gênica em amostras de tecidos renais com RA vascular e compará-los com os padroes de rins com RA túbulo-intersticial. Métodos: Foi utilizada a tecnologia de oligo-macroarray para estudo de padrao de expressao gênica nas amostras de tecidos com rejeiçao aguda vascular e túbulo-intersticial. As membranas utilizadas foram comerciais (GEArray OHS-018.2 series) com 128 genes para via de sinalizaçao dos receptores Toll-Like. Resultados: Embora tenha sido encontrada expressao dos receptores TLR1, TLR2, TLR4, assim como todos genes da via de sinalizaçao destes receptores, apenas um grupo de 14 genes foi estatisticamente significante (p< 0,05) dentro os genes estudados entre os grupos. Conclusao: Como a análise destes tecidos demonstrou ativaçao da via TLR, sugere que a ativaçao desta via é necessária no processo de rejeiçao.


TX 016

LEISHMANIOSE VISCERAL NO POS-TRANSPLANTE RENAL: MENOR INDICE DE CURA COM TRATAMENTO

SILVIA QUEIROZ SANTOS.; MARIA LUIZA DE M.B. OLIVEIRA; CLAUDIA MARIA C. OLIVEIRA; CARLOS NELTON DA PONTE; FERNANDO JOSÉ VILAR NOGUEIRA PAES; RONALDO DE MATOS ESMERALDO; SILVANA DAHER; ELIZABETH DE FRANCESCO DAHER.

DEPARTAMENTO DE NEFROLGIA, TRANSPLANTE RENAL, HOSPITAL GERAL DE FORTALEZA-FORTALEZA-CEARA.

Objetivo: Analisar a dificuldade de se erradicar a Leishmania no imunossupremido com o tratamento convencional com Anfotericina B em 4 casos clínicos. Metodologia: Foram avaliados 4 pacientes com calazar no pós-transplante renal. Os dados foram obtidos através de informaçoes contidas no prontuário médico. Resultados: O tempo do início dos sintomas da Leishmaniose Visceral após o transplante renal variou numa média de 5 (+/-4) anos. As manifestaçoes clínicas marcantes foram febre prolongada associada a sintomas inespecíficos como mialgia, cefaléia, anorexia e perda de peso. Os 4 casos tiveram esplenomegalia. Os achados laboratoriais demonstraram uma pancitopenia cujas variaçoes dos valores entre si foram: Hemoglobina=5,5-7,8; Plaquetas=16.000-87.900; Leucócitos totais=1.130-1.850. O diagnóstico foi confirmado por mielograma, imunofluorescência e antígeno K39. O tratamento em 2 casos foi feito com Anfotericina B lipossomal cuja dose total (DT) foi de 1400mg em um caso e de 1050 mg no outro, havendo nos dois casos cura ao final do tratamento. O terceiro caso usou a Anfotericina B convencional com DT=500mg, que nao erradicou a Leishmania. Necessitou de outro cilclo de Anfotericina B convencional agora com DT=1g ,dessa vez com resoluçao do quadro. O quarto caso inicou tratamento com Anfotericina B convencional(DT=1,5g) distribuídos em dois ciclos, com mielograma ainda positivo ao final. Decidiu-se entao iniciar Anfotericina B lipossomal com DT=1050g no primeiro ciclo, sem sucesso. Foi repetido o ciclo com a mesma dose total do ciclo anterior , entretanto nao houve cura. O paciente ainda apresenta Leishmania no mielograma. A insuficiência renal aguda observada nos casos acima deveu-se mais a nefrotoxicidade transitória da droga. Após interrupçao do uso houve melhora da creatinina. Conclusao: A anfotericina B lipossomal é mais efetiva. O tratamento do Calazar em imunossuprimidos parece necessitar de dose e duraçao maiores que a preconizada pelo Ministério da Saúde. A disfunçao renal geralmente ocorre devido nefrotoxicidade transitória da droga.


TX 017

NOCARDIOSE TEGUMENTAR EM TRANSPLANTADO RENAL

RENATO M. SIMOES; FERNANDO C. SIEMANN, GUSTAVO S.OLIVEIRA, SAMANTHA H.B.PIMENTA, JOSÉ C. GUILHEN, VITOR L.ALASMAR, LUIS C. PAVANETTI, MAURICIO B.ZANOLLI, ROBERTO GUZZARDI E IVAN M.ARAUJO.

Paciente masculino, 49 anos, lavrador, transplantado renal (Tx) há 2 anos, portador crônico do vírus C, recebeu rim de doador cadáver, sendo mantido sob imunossupressao com prednisona, tacrolimus e azatioprina. Evoluiu inicialmente sem intercorrências exceto diabetes esteróide controlado com insulinoterapia. A funçao renal estabilizou-se com creatininemia: 1,4mg%. Após 2 anos do Tx desenvolveu adenomegalia axilar direita e edema quente de coxa esquerda. Estando afebril, foi medicado sintomaticamente. Trinta dias após, ainda afebril, evoluiu com tumoraçao flutuante na coxa esquerda associada a inflamaçao em regiao axilar e mamária direitas. O abscesso da coxa foi drenado com saída de volumosa supuraçao amarelo-esverdeada, com cultura positiva para Nocardia sp. Foi instituída terapia por 3 semanas com Amicacina e Sulfametoxazol/Trimetroprim (SXT), seguida de orientaçao para seguir com SXT por 6 meses. Houve regressao completa do quadro infeccioso, apresentando-se na última avaliaçao com creatininemia: 1,6mg%, uréia: 88mg%, K+: 4,2mEq/l, glicemia jejum: 146mg%, TGP: 286UI, TGO :135, Hemoglobina: 16,5g%, Hematócrito: 42,5%, plaquetas: 79.000/mm3. Urina: pH:6, densidade 1016, leucócitos: 36000/ml, hemácias: 12000/ml, proteinúria de 24 horas negativa. Discussao: a Nocardiose é uma infecçao oportunista dos imunodeprimidos causada por diferentes espécies de Nocardia. O agente é transportado por via inalatória, podendo se manifestar de forma localizada ou disseminada, tendo bom prognóstico se diagnostica – do e tratado precoce e adequadamente. A apresentaçao contida nesse relato é de ocorrência relativamente rara e, neste caso o paciente teve boa evoluçao com o esquema terapêutico adotado.


TX 018

NEFROPATIA CRONICA DO ENXERTO: ASSOCIAÇAO CLINICOMORFOLOGICA

FABIANO BICHUETTE CUSTODIO; MARLENE ANTONIA DOS REIS.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIANGULO MINEIRO – UBERABA

Introduçao: A Insuficiência Renal Crônica é doença de alta morbi-mortalidade e custo médico-social. O Transplante Renal (TR) é o tratamento mais eficaz para os renais terminais. Com os avanços na tipagem imunológica e em drogas imunossupressoras, a rejeiçao aguda deixou de ser a maior complicaçao do TR, sendo hoje a Nefropatia Crônica do Enxerto (NCE) a principal causa de perda do órgao transplantado. Nosso objetivo foi estudar casos de NCE, mediante associaçoes clínico-morfológicas. Materiais e Métodos: Casos de NCE-Disciplina de Patologia Geral (1996 a 2006); informaçoes clínico-epidemiológicas foram obtidas pelo laudo de solicitaçao da biópsia; estudo morfológico através da Classificaçao de Banff. Resultados: 25 casos analisados; a idade média foi 39±10,6 anos. Predominou sexo masculino e a cor branca. O tempo médio entre o TR e a biópsia foi variado (45,3±36 meses). 56% dos transplantes realizados com doador cadáver; em relaçao à terapia imunossupressora, 91,3% usavam corticóides e 60,8% inibidores da calcineurina. Em todos houve elevaçao progressiva da creatinina (4,6±1,8mg/dl); história de rejeiçao aguda prévia (RAP) em 36%. Na análise histológica, predominaram a NCE moderada (15 casos) e NCE acentuada (05 casos). 68% apresentavam graus variados de esclerose glomerular global, com associaçao significativa entre essa variável e a intensidade da fibrose (p=0,02); 78,6% dos que usam ciclosporina tinham lesao vascular; os que nao usavam, 55%. Só pacientes com lesao vascular tinham NCE acentuada. Dos 09 casos com RAP, 8 tinham NCE moderada/acentuada; o tempo de evoluçao superior à 12 meses está relacionado a maior intensidade da lesao. Em 06 casos havia glomeruloesclerose segmentar e focal (GESF); coincidentemente eram os únicos casos de proteinúria à apresentaçao clinica. Conclusao: A maioria dos casos de NCE (80%) já apresentava fibrose moderada ou intensa, o que interfere diretamente no prognóstico. Os principais fatores de risco para lesoes renais intensas foram tempo de evoluçao, RAP e uso de ciclosporina. A escelrose glomerular global mostrou associaçao com a fibrose, podendo também ser usada com marcador de gravidade na NCE; presença de proteinúria sugere fortemente a presença de GESF.


TX 019 (TL 003)

RETINOPATIA DIABÉTICA: ANALISE DOS FATORES DE RISCO PARA PIORA APOS O TRANSPLANTE SIMULTANEO DE PANCREAS-RIM

ÉRIKA BEVILAQUA RANGEL; LUCIANO COUTINHO, MARINA BAITELLO, CLAUDIO S MELARAGNO, JOAO R DE SA, MARCELO M LINHARES, ADRIANO M GONZALEZ, JOSÉ O MEDINA-PESTANA

UNIFESP-EPM

Introduçao: Após o transplante simultâneo de pâncreas-rim (TSPR) ocorre estabilizaçao da retinopatia diabética em até 80% dos pacientes. Métodos: Análise dos fatores de risco para ocorrência de piora da retinopatia após o TSPR (n=165), incluindo os tradicionais e os nao-tradicionais (clearance de creatinina calculado pelo MDRD nos meses 1, 3, 6 e 12 e HbA1c nos meses 3,6 e 12 após o transplante; insulina na alta, perda do enxerto pancreático, pulso com Metilprednisolona, dislipidemia, hipertensao arterial e síndrome metabólica). P<0,05 considerado significante. Resultados: As médias de idade, tempo de diálise e de tempo de diabetes foram 34,9±8,2 anos (17-55), 27,3±18,3 meses e 21,9±16,2 anos (10-37). Antes do transplante, a presença de amaurose bilateral foi 16,4% e a unilateral, em 17%. Foram incluídos 116 pacientes na análise univariada, sendo realizados no primeiro ano do transplante 22 procedimentos de fotocoagulaçao em 11 pacientes, 7 vitrectomias em 5 pacientes e 3 facectomias em 2 pacientes. Após o primeiro ano, foram realizadas 10 fotocoagulaçoes em 8pacientes, 5 vitrectomias em 3 pacientes e 8 facectomias em 7 pacientes. A análise univariada mostrou que os principais fatores de risco para a piora da retinopatia no primeiro ano incluíram a perda do enxerto pancreático (10,9% vs 36,4%; p=0,03, RR 4,68, IC 95% 1,16-18,86), a raça negra (25,8% vs 8,3%; p=0,023, RR 3,82, IC 95% 1,19-12,2) e o clearance de creatinina no final do primeiro ano (p=0,039, RR 1,037, IC 95% 1,002-1,073). Nao foram identificados fatores de risco para piora da retinopatia diabética após o primeiro ano. Discussao: A piora da retinopatia diabética ocorre em 15% dos pacientes no primeiro ano do TSPR, sendo os principais fatores de risco a perda do enxerto pancreático, a raça negra e a funçao renal no primeiro ano do transplante.


TX 020

SINDROME METABOLICA APOS O TRANSPLANTE SIMULTANEO DE PANCREAS-RIM

ÉRIKA BEVILAQUA RANGEL; MARIA DEOLINDA NEVES, CLAUDIO S MELARAGNO, ADRIANO M GONZALEZ, MARCELO M LINHARES, JOAO R DE SA

UNIFESP-EPM

Introduçao: A síndrome metabólica é uma complicaçao freqüente após o transplante, havendo poucos dados na literatura após o transplante simultâneo de pâncreas-rim (TSPR). Objetivo: Determinar a incidência de síndrome metabólica após o TSPR e as diferenças entre os critérios, além de correlacionar com os índices HOMA (Homeostasis Model Assessment) referentes à resistência insulínica (HOMA-IR) e à secreçao insulínica (HOMA-beta). Métodos: Avaliados 89 pacientes submetidos ao TSPR em relaçao à síndrome metabólica pelos critérios do NCEP-ATPIII (National Cholesterol Eduaction Program-Adult Treatment Panel). Resultados: A incidência de síndrome metabólica após o TSPR foi 11%. A presença de síndrome metabólica teve uma tendência a se associar a valores menores do HOMA-beta (p=0,066, coeficiente β padronizado -0,18, IC 95% -105,3 a 6,92), nao havendo correlaçao com o HOMA-IR. Houve diferença estatística entre os pacientes que nao preenchiam os critérios e os que os preenchiam em relaçao aos valores da pressao arterial sistólica (128,3±21,2mmHg vs 160±17mmHg, p<0,0001) e diastólica (81,2±13,2mmHg vs 93,3±10mmHg, p=0,009) aos triglicerídeos (101,4±37,6mg/dl vs 131,2±61,03mg/dl, p=0,04) e à circunferência abdominal (sexo masculino: 86,6±7,42 cm vs 94,4±6,5 cm, p=0,035; sexo feminino: 80,3±9,2cm vs 92,3±5,8cm, p=0,033), exceto os valores da glicemia (81,6±13,7mg/dl vs 88,3±12,1mg/dl , p=0,22) e do HDL-colesterol (sexo masculino: 54,3±17,4mg/dl vs 51,2±6,3mg/dl, p=0,56; sexo feminino: 63,6±15,5mg/dl vs 58,7±18,3mg/dl, p=0,7). Discussao: A síndrome metabólica após o TSPR se correlaciona com valores mais elevados da pressao arterial, dos triglicerídeos e da circunferência abdominal em relaçao aos indivíduos sem síndrome metabólica, nao sendo o índice HOMA adequado para seu diagnóstico.


TX 021

RESISTENCIA E SECREÇAO INSULINICAS APOS O TRANSPLANTE SIMULTANEO DE PANCREAS-RIM E TRANSPLANTE RENAL

ÉRIKA BEVILAQUA RANGEL; CLAUDIO S MELARAGNO, MARIA DEOLINDA NEVES, ADRIANO M GONZALEZ, MARCELO M LINHARES, ALVARO PACHECO-SILVA, JOAO R DE SA

UNIFESP-EPM

Introduçao: A resistência e a secreçao insulínicas sao afetadas por vários fatores após o transplante simultâneo de pâncreas-rim (TSPR) e o transplante renal (TR). Métodos: Cálculo do HOMA (Homeostasis Model Assessment), que incluiu o HOMA-beta (secreçao insulínica), o HOMA-IR (resistência insulínica) e HOMA-IS (sensibilidade insulínica) em pacientes submetidos ao TSPR (n=89) e ao TR (n=68) em uso de Tacrolimus e Prednisona, além de indivíduos saudáveis (n=49). Regressao logística (fatores de risco tradicionais e nao-tradicionais, p<0,05, significante). Resultados: Os valores do HOMA-beta foram similares após o TSPR e TR (200,4±9,02% e 193,2±8,8%) e maiores do que os indivíduos saudáveis (137,2±8,02%, p<0,0001). Os valores do HOMA-IR e do HOMA-IS foram intermediários após o TSPR (p<0,0001). O HOMA-IR teve correlaçao com a dose da Prednisona após o TSPR e o TR (p=0,007, β=0,33 e p=0,021, β=0,56), enquanto o HOMA-IS teve correlaçao com o nível do Tacrolimus após o TSPR (p=0,001, β=-0,38) e a dose de Prednisona após o TR (p=0,001, β=-0,41). O HOMA-beta teve correlaçao positiva com a dose da Prednisona em ambos os grupos e com o nível do Tacrolimus somente após o TSPR. No TR, o IMC teve correlaçao com o três índices HOMA e nenhuma correlaçao após o TSPR, enquanto o IMC dos indivíduos saudáveis teve correlaçao apenas com o HOMA-IR e o HOMAIS. O sexo masculino se associou a maiores valores do HOMA-IR (p=0,035, β=0,23) no TR. Após o TSPR, a história familiar positiva para diabetes teve correlaçao com o HOMA-beta (p=0,044, β=0,22) e o HOMA-IS (p=0,023, β=-0,24). Discussao: Os imunossupressores estao associados à resistência insulínica após o transplante. O índice de massa corpórea e o sexo masculino aumentam a resistência insulínica após o TR, enquanto a história familiar positiva para diabetes esteve associada a menor sensibilidade insulínica após o TSPR.


TX 022

FATORES DE RISCO QUE INFLUENCIAM A SOBREVIDA EM 1 ANO APOS O TRANSPLANTE SIMULTANEO DE PANCREAS-RIM

ÉRIKA BEVILQUA RANGEL; CLAUDIO S MELARAGNO, MARCELO M LINHARES, ADRIANO M GONZALEZ, JOAO R DE SA, JOSÉ O MEDINAPESTANA

UNIFESP-EPM

Introduçao: O transplante simultâneo de pâncreas-rim (TSPR) é uma das opçoes de tratamento para o paciente diabético com insuficiência renal crônica. Métodos: A sobrevida de 1 ano de 150 pacientes submetidos ao TSPR (Dez/00 a Agosto/06) foi avaliada pela regressao de COX e Kaplan-Meier. A análise multivariada foi realizada com os fatores de risco tradicionais dos doadores e dos receptores e com os relacionados ao transplante (p<0,05, significante). Resultados: As sobrevidas em 1 ano do paciente, dos enxertos renal e pancreático foram 82%, 80% e 76,7%, respectivamente. A funçao retardada do enxerto renal (P=0,001, HR 5,41), a rejeiçao aguda renal (P=0,016, HR 3,36) e a infecçao intra-abdominal (P<0,0001, HR 4,15) foram os principais fatores relacionados a sobrevida do paciente em 1 ano. A principal causa de perda dos enxertos renal e pancreático foi o óbito com enxerto funcionante (83,4% e 54,3%, respectivamente). A sobrevida em 1 ano do enxerto renal teve correlaçao com a funçao retardada do enxerto renal (P=0,013, OR 3,39), rejeiçao aguda renal (P=0,001, OR 4,74) e infecçao intra-abdominal (P=0,003, OR 6,29). A sobrevida em 1 ano do pâncreas teve correlaçao com infecçao intra-abdominal (P<0,0001, OR 12,83), trombose vascular (P=0,002, OR 40,55), rejeiçao aguda renal (P=0,027, OR 3,06), sódio do doador maior do que 155 mEq/L (P=0,02, OR 3,27) e dopamina > 7,6 ?cg/kg/min (P=0,046, OR 2,85). O principal fator de risco para infecçao intraabdominal foi funçao retardada do enxerto renal (P=0,027, OR 3,56). A funçao retardada do enxerto renal teve correlaçao com o tempo de diálise, tempo de isquemia fria, idade do doador e sódio sérico. Discussao: A ocorrência de disfunçao do enxerto renal, como funçao retardada e rejeiçao aguda, e a infecçao intra-abdominal têm importante impacto na sobrevida de 1 ano do paciente e dos enxertos renal e pancreático após TSPR.


TX 023

DETECÇAO DO C4D APOS O TRANSPLANTE DE PANCREAS E PANCREAS RIM

ÉRIKA BEVILAQUA RANGEL; IRINA ANTUNES, DENISE MALHEIROS, FABIO CRESCENTINI, TÉRCIO GENZINI, MARCELO PEROSA

HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN-INSTITUTO DE ENSINO E PESQUISA

Introduçao: A detecçao do C4d é uma das características da rejeiçao mediada por anticorpos, sendo pouco conhecida sua distribuiçao em aloenxertos pancreáticos. Métodos: Análise da distribuiçao do C4d após o transplante simultâneo de pâncreas-rim (TSPR), transplante de pâncreas pós-rim (TPAR) ou transplante de pâncreas isolado (TPI) e correlaçao com exames laboratoriais. Resultados: Análise de 10 biópsias renais e 14 biópsias pancreáticas em 10 pacientes (5M, 5F) com suspeita cínica de rejeiçao aguda, sendo 7 TSPR, 1 TPAR e 2 TPI. Médias de idade, tempo de diabetes e diálise foram 31,9±12,5 anos (14-57), 21±5 anos (14-25) e 31,2±24,4 meses (0-53), respectivamente. Rejeiçao aguda confirmada em 6 biópsias renais (IA: 2; NTA + neutrófilos peri-tubulares: 4) e em 11 biópsias pancreáticas (II: 5; III: 4; IV: 2). Na rejeiçao aguda renal: C4d negativo em 2 casos, focal em 1 caso e difuso em 3 casos. Na rejeiçao aguda pancreática: C4d negativo em 3 casos, focal em 2 casos e difuso em 6 casos. Os valores da amilase e lipase séricas foram maiores pré-tratamento (153,5±67,8U/l vs 81,1±46,9U/l, p=0,04, IC 95% 27,9-117; 1103,6±655U/l vs 343±255,2U/l, p<0,0001, IC 95% 495,3-1026, respectivamente), mas sem diferença na amilasúria (1421,8±2354U/h vs 1484,5±1974,9U/h, p=0,77, IC 95%-553,4-428). No entanto, valores menores da amilasúria estiveram associados à rejeiçao pancreática (p=0,005, t=-4,72) e à detecçao do C4d no pâncreas (p=0,023, t=-2,89). A detecçao do C4d e seu padrao de distribuiçao nao se associaram à perda do enxerto pancreático (p=0,15 e p=0,061, respectivamente). Discussao: Houve associaçao entre os menores valores da amilasúria e à ocorrência de rejeiçao aguda e detecçao do C4d no parênquima pancreático, embora sem impacto na sobrevida do enxerto pancreático


TX 024 (TL 004)

DIABETES MELITUS POS TRANSPLANTE: INCIDENCIA E FATORES DE RISCO.

FERNANDA CRISTINA MAZALI; CRISTINA ALBA LALLI, GENTIL ALVES FILHO E MARILDA MAZZALI.

HC/UNICAMP-DISCIPLINA DE NEFROLOGIA/DCM/FCM.

Diabetes(DM) pós-Tx renal(PTDM) é uma complicaçao da IS(imunossupressao) baseada em FK506(FK) e corticóide(CT). Objetivos: avaliar a incidência PTDM e os possíveis fatores de risco. Método: Transplantados renais(Tx) adultos em uso de IS baseada em FK, MMF e CT, com pelo menos 12 meses(m) de acompanhamento. Foram excluídos com história prévia de DM, receptores de Tx Pâncreas/rim e que utilizaram CyA e sirolimus. Resultados: Dos 67 pacientes incluídos, PTDM ocorreu em 26,8% (n=18), em média 2m após Tx. Comparado ao grupo com glicemia normal (n=49), o grupo PTDM tinha idade superior (50±10 vs. 40±11 anos, p<0.05), predomínio do sexo masculino (72,2% vs. 51,0%, p<0,05) e receptores de doador falecido (77,7% vs. 22,3%, p<0.05), além de apresentar glicemia maior pré-operatório (97±16 vs. 87 ± 16mg%, p<0.05). Dose diária de FK, CT, e níveis séricos de creatinina(Cr) nao foram diferentes. Porém, o nível sérico de FK no primeiro mês foi maior no grupo PTDM (12,6±3,8 vs. 9,8±5,5ng/ml, p<0.05), apesar da dose FK corrigida por peso ser menor nestes pacientes (0,14±0,05 vs. 0,18±0,07mg/kg, p<0.05). Dos 18 pacientes com PTDM, 10 necessitaram de insulinoterapia, 4 foram tratados com metformina e 4 com dieta. Reversao do PTDM ocorreu em 3/18 pacientes, em média após o 6º mês pós-Tx, sendo 2 pacientes insulinodependentes. Ao final do 1º ano, nao houve diferença significativa nos níveis de Cr entre os grupos. O ganho ponderal foi menor no grupo PTDM (1,5±5 vs. 5±5 kg, p<0.05), assim como a dose diária de FK (0,06±0,03 vs. 0,09±0,06mg/kg, p<0,05). O grupo PTDM apresentava maior freqüência de infecçao pelo vírus da hepatite C (27 vs. 6%, p<0,05) e HLA DR13 (p<0,05). Conclusao: A incidência de PTDM foi de 26,8%, 2º mês pós-Tx. Foram fatores de risco para PTDM: receptores mais velhos, sexo masculino, rim de doador falecido, infecçao pelo vírus C e maior glicemia pré-Tx. Nesse grupo níveis sanguíneos mais elevados de FK nos primeiros meses pós-Tx, mesmo com menores doses/kg foram observados.


TX 025 (TL 005)

NEOPLASIAS EM RECEPTORES DE TRANSPLANTE RENAL: REGISTRO DE UM CENTRO.

PRISCILA MINA FALSARELLA; GENTIL ALVES FILHO E MARILDA MAZZALI

HC/UNICAMP- DISCIPLINA DE NEFROLOGIA/DCM/FCM

Introduçao: Receptores de transplantes de órgaos tem maior risco para desenvolvimento de neoplasias que a populaçao geral. Registros internacionais demonstram que as neoplasias mais freqüentes sao tumores de pele nao melanomas e neoplasias associadas às infecçoes virais. Existem poucos relatos nacionais sobre a incidência de tumores pós-Tx. Objetivos: Avaliar a incidência de neoplasias, em 20 anos de acompanhamento de um serviço de transplante renal. Metodologia: Análise retrospectiva de prontuários de transplantados renais com neoplasia diagnosticada por biopsia(s) durante o acompanhamento pós-Tx. Resultados: De 1300 transplantados renais no período de janeiro/1984 a dezembro/2006, 60(4,6%) desenvolveram neoplasias após o Tx , e 4 apresentavam história prévia de neoplasia (0,3%). A maioria era do sexo masculino (66,1%), com idade média de 45±13 anos. O tempo médio pós-Tx para diagnóstico de neoplasia foi de 70±57 meses, sendo a maioria (55,7%) diagnosticada nos primeiros cinco anos de acompanhamento, 23,1% entre 5 e 10 anos e 21,2% após o 10º. ano de acompanhamento. Dos tumores pós-Tx, a maioria foi de neoplasias de pele (n=33; 51,9%), seguida de tumores de trato urinário (n=8, 15,3%), aparelho reprodutor (n=6, 11,5%), sarcoma de Kaposi (n=4, 7,7%), aparelho digestivo (n=2, 3,9%), tireóide (n=2, 3,9%), e aparelho respiratório (n=1, 1,9%). Dois pacientes apresentaram tumores de 2 sítios distintos, em tempos diferentes (pele + linfomas). Entre os pacientes com história de neoplasia tratada pré-Tx, 2 eram tumores de pele e 2 neoplasias de aparelho digestivo. Conclusao: A incidência de neoplasias pós-Tx nesta série foi de 4,6 %, sendo que neoplasias de pele nao melanoma foram os tumores mais freqüentes. A maioria (55,77%) dos tumores foi diagnosticado nos primeiros 5 anos de acompanhamento pós-Tx..


TX 026

IMPACTO DO COMPLEMENTO SÉRICO NA EVOLUÇAO DE PACIENTES COM LUPUS ERITROMATOSO SITEMICO SUBMETIDO A TRANSPLANTE RENAL

ANDRÉ LUIS SIGNORI BARACAT; MARIA ALMERINDA V F RIBEIRO ALVES, GENTIL ALVES FILHO E MARILDA MAZZALI

HC/UMICAMP-DISCIPLINA DE NEFROLOGIA/DCM/FCM

O transplante renal é considerado um procedimento seguro em pacientes com IRC por nefrite lúpica. Entretanto, a real ocorrência de recidiva da doença e seu impacto na sobrevida de enxerto ainda é controversa. Com o objetivo de avaliar a presença de atividade sorológica do LES durante o tratamento dialítico e seu impacto na recorrência do LES pós transplante, avaliamos de forma retrospectiva 23 pacientes com diagnóstico de LES submetidos a 26 transplantes renais. Resultados: Vinte e três pacientes receberam 26 transplantes num período de 19 anos. Doze pacientes apresentavam atividade lúpica pré-Tx (consumo de complemento e/ou FAN > 1/40), sem correlaçao com o tempo de tratamento dialítico, mas associado com diagnóstico pré transplante de glomerulonefrite proliferativa (classe IV, com ou sem crescentes). Dos 26 enxertos, 6 foram perdidos nos primeiros 6 meses pós transplante. Nos 20 transplantes que permaneceram funcionantes, consumo de complemento foi observado em 8, sendo que em 3 casos havia recorrência de depósitos imunes na biopsia renal. Análise da atividade lúpica mostrou que apenas 1 paciente/12 com complemento normal após o transplante apresentava SLEDAI > 4, associado com proteinúria persistente e biopsia sem presença de depósitos à microscopia eletrônica e de imunofluorescência. Sobrevida de enxerto foi menor no grupo com consumo de complemento (87.5% perda de enxerto no grupo com consumo de complemento vs 16.6% perda no grupo com complemento normal). Nao houve diferença entre os grupos no tratamento imunossupressor utilizado. Conclusao: Consumo de complemento após o transplante, em associaçao com proteinúria, pode ser considerado como um fator de risco para recorrência de depósitos imunes, com impacto negativo na sobrevida do enxerto.


TX 027

PREVALENCIA DE ANEMIA APOS O TRANSPLANTE RENAL EM PACIENTES QUE UTILIZAVAM MICOFENOLATO OU AZATIOPRINA.

NUNES, M.A.M.D; SOUZA, J.F.; LIMA, E.M.A.; PEGAS, J.C.R; CARDOSO, M.F.; MELLO, T.M.; CALTABIANO, R.H.; MIORIN, L.A; JABUR, P.; SENS, Y.A.S.

CLINICA DE NEFROLOGIA DO DEPTO DE MEDICINA DA SANTA CASA DE SAO PAULO

Objetivo: Avaliar e comparar a prevalência de anemia após o transplante renal (Tx) em pacientes que utilizam azatioprina ou micofenolato. Metodologia: Foram avaliados receptores de Tx com enxerto funcionante que utilizavam azatioprina ou micofenolato no esquema imunossupressor. Os critérios de exclusao foram: tempo < 12 meses de acompanhamento após o Tx, infecçao, hemorragia, rejeiçao, utilizaçao de IECA ou BRA II, suplementaçao de ferro ou eritropoetina no período de estudo. Foram analisados dados demográficos, hemoglobina (Hg) e creatinina sérica nos períodos: pré-Tx, 1º, 6º e 12º mês após o Tx. Resultados: Foram avaliados 67 pacientes, 37 utilizando azatioprina e 30 micofenolato. No grupo azatioprina (sexo feminino n=18, idade 32±9 anos e sexo masculino n=19, idade 38±14 anos) a prevalência de anemia foi de 72,9%, 27,0% e 32,4%, respectivamente no 1º, 6º e 12º mês após o Tx. No grupo micofenolato (sexo feminino n=15, idade 39±13 anos e sexo masculino n=15, idade 34±13 anos) a prevalência de anemia foi de 90%, 36,6% e 43,3 %, nos mesmos períodos. Nao houve diferença significante na prevalência de anemia entre os dois grupos nos períodos de estudo. Considerando os sexos separadamente, os valores médios de Hg foram significativamente menores no sexo feminino, no 1º mês após o Tx no grupo micofenolato. A comparaçao dos valores de Hg pós-Tx versus pré-Tx, foram significativamente maiores no 6º mês após o Tx, em ambos os sexos e grupos de imunossupressores. Houve correlaçao negativa e significante entre os valores de Hg e creatinina no 1º mês pós-Tx no grupo micofenolato (r=-0,612, p<0,001) e no 6º mês pós-Tx no grupo azatioprina (r=-0,440, p=0,006). Conclusoes: A prevalência de anemia após o transplante renal foi semelhante entre os pacientes que utilizavam azatioprina ou micofenolato. Observou-se que os valores de Hg se elevaram significativamente no 6º mês após o transplante.


TX 028

ESTENOSE DE ARTÉRIA RENAL POS-TRANSPLANTE: 30 ANOS DE EXPERIENCIA DE HOSPITAL UNIVERSITARIO

RENATA CUNHA; EDISON SOUZA, SUZIMAR RIOJA, CARLOS ALBERTO RIBEIRO, JOSÉ GENILSON RIBEIRO, MARCELO FERREIRA

HOSPITAL UNIVERSITARIO PEDRO ERNESTO/UERJ

Introduçao: Apesar de bem padronizado, o transplante renal pode evoluir com complicaçoes clínicas e cirúrgicas. Entre as últimas, incluem-se as de natureza vascular, destacando-se a estenose de artéria renal cuja incidência, segundo a literatura, varia de 1.6 a 12.4%. Objetivo: Verificar a incidência de estenose de artéria renal em pacientes submetidos a transplante de rim em nosso serviço, no período de setembro/1975 ao início de 2007 e descrever a evoluçao dos casos. Método: Revisao dos prontuários com levantamento dos casos que receberam o diagnóstico de estenose distal de artéria renal pós-transplante. Resultados: Foram identificados 4 casos (0,41%) de 965 pacientes, 2 do sexo masculino e 2 do sexo feminino, cuja idade variou entre 34 e 52 anos, sendo 3 de doadores vivos e 1 cadáver. A clínica sugestiva da estenose se instalou entre o 1º e o 7º mês de evoluçao. No primeiro caso, detectou-se piora da funçao renal a partir da introduçao de inibidor da ECA; em 2 outros houve elevaçao súbita dos níveis pressóricos acompanhada de disfunçao do enxerto. Em uma paciente, observou-se alteraçao na perfusao do enxerto em cintigrafia realizada no pós-operatório. Em 3 pacientes, o diagnóstico foi sugerido por ultra-som com Doppler. A confirmaçao nos 4 casos foi obtida em angiografia do enxerto. Após angioplastia percutânea acompanhada de colocaçao de endoprótese, 3 dos pacientes evoluíram com reduçao dos níveis tensionais (∆PAM=118,5 +/- 11mmHg → 88,5 +/- 8mmHg) e reduçao da creatinina sérica (∆Cr=1,93 +/- 0,4mg/dL → 1,43 +/- 0,2mg/dL). Recentemente os pacientes foram convertidos para sirolimo. Nao se evidenciou, até o momento, recidiva do quadro. Conclusoes: 1) A incidência de estenose de artéria renal foi reduzida em nossa casuística, o que atribuímos a um maior número de transplantes realizados com doadores vivos e à estabilidade da equipe cirúrgica; 2) a estenose distal à anastomose arterial parece se configurar em indicaçao ímpar para a cirurgia endovascular.


TX 029

IMPACTO DA ORIENTAÇAO ALIMENTAR NA PREVENÇAO DAS COMPLICAÇOES METABOLICAS POS-TX RENAL

MARIA CAROLINE DE AZEVEDO SOUZA NETTO; GENTIL ALVES FILHO E MARILDA MAZZALI

HC/UNICAMP-DISCIPLINA DE NEFROLOGIA/DCM/FCM

O período pós-Tx é freqüentemente marcado por problemas nutricionais. Os imunossupressores utilizados estao associados a efeitos colaterais: obesidade, dislipidemia, intolerância à glicose, hiperuricemia, aumento de apetite e hipertensao arterial. Objetivo: Analisar o impacto da orientaçao nutricional numa populaçao de transplantados renais estáveis, analisando os prontuários médicos de 104 pacientes (64homens, 40 mulheres), idade média de 42±9 anos, em acompanhamento regular pós-Tx renal. Todos os pacientes tiveram um mínimo de 3 avaliaçoes com nutricionista, num intervalo médio de 12 meses. Resultados: Na avaliaçao inicial a ingestao calórica diária era de 3.900 cal. (♂) e 2.400 cal (♀). Foi feita uma reduçao do aporte calórico e readequaçao qualitativa. Nao houve mudança na faixa de IMC, diferença estatística na reduçao de peso, porém, houve um aumento significativo no número de pacientes com sobrepeso em relaçao aos obesos (grupo2) após 6o mês (20,6 vs. 34,48%, p<0.001). A avaliaçao dos parâmetros metabólicos mostrou diferença estatística na reduçao dos valores de uréia, colesterol total, triglicérides, ácido úrico e recuperaçao do clearance de creatinina (MDRD) quando comparamos os valores da avaliaçao basal e ao final de 12 meses de acompanhamento (tabela).

Comparaçao de dados metabólicos da avaliaçao inicial e após 12 meses de acompanhamento.

Conclusao: a reeducaçao alimentar após o transplante mostrou ser eficaz, para o auxílio do controle metabólico dos pacientes.


TX 030

FATORES DE RISCO PARA ANEMIA APOS SEIS MESES DE TRANSPLANTE RENAL.

NADIA KARINA GUIMARAES-SOUZA; NIELS OLSEN CAMARA, ALVARO PACHECO-SILVA, JOSÉ OSMAR MEDINA PESTANA, MIGUEL CENDOROGLO NETO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO, DISCIPLINA DE NEFROLOGIA.

Introduçao: Anemia após o transplante renal é uma complicaçao freqüente. Em pacientes com IRC tal doença é um preditor de doença cardiovascular e morte. Recentemente o DOKI considerou os pacientes no pós-transplante como pacientes com IRC. Metodologia: Avaliamos pacientes maiores de 18 anos que receberam transplante renal com doador falecido de 1/10/1988 a 30/11/2004 em nossa instituiçao. Classificamos os pacientes de acordo com sua funçao renal inicial em funçao imediata (FI), descenso lento (DL) e atraso de funçao (AF). Consideramos anemia Hb < 12mg/dL para mulheres e Hb < 13mg/dL para homens. Avaliamos os fatores de risco para desenvolver anemia dentro de cada um dos grupos. Resultados: 111 pacientes foram classificados como FI, 134 como DL e 304 como AF. Após seis meses do transplante os grupos eram diferentes quanto à porcentagem de pacientes anêmicos (FI 21%, DL 23.9% e AF 57.6%; p=0.019). Avaliamos os fatores de risco dentro de cada um dos grupos para desenvolver anemia. Para o grupo de FI: receptor do sexo masculino (p=0,009), infecçao bacteriana (p=0,016) e infecçao viral (p=0,026) associaram-se com a anemia. Para o grupo de DL: peso do receptor (p=0,027) e idade do doador (p=0,002) associaram-se à anemia. No grupo de atraso de funçao, a idade do receptor (p=0,047), infecçao bacteriana (p=0,04), ClCr < 30mL/min (p=0,003) e uso de OKT3 (p=0,003) foram associados com a anemia. Os ClCr nao eram diferentes entre os grupos (p=0,055) com medianas de 57,18 para o grupo FI, 56,12 DL e 51,98 para AF. Conclusao: Os fatores determinantes de anemia no transplante com doador falecido sao específicos para cada tipo de funçao inicial. O ClCr nao é o único determinante de anemia após seis meses de transplante renal.


TX 031

ANEMIA APOS SEIS MESES DE TRANSPLANTE: INFLUENCIA DA FUNÇAO RENAL INICIAL.

NADIA KARINA GUIMARAES-SOUZA; NIELS OLSEN CAMARA, ALVARO PACHECO-SILVA, JOSÉ OSMAR MEDINA PESTANA, MIGUEL CENDOROGLO NETO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO, DISCIPLINA DE NEFROLOGIA.

Introduçao: A anemia é uma complicaçao freqüente no transplante renal. Algumas séries demonstraram 10-40% de pacientes anêmicos um ano após o transplante. O nível de hemoglobina para seu diagnóstico é controverso na literatura. O impacto do tipo de funçao renal inicial ainda nao foi demonstrado. Metodologia: Avaliamos retrospectivamente 700 pacientes que receberam transplante com doador falecido em nossa instituiçao de 1/10/1988 a 30/11/2004, excluímos aquele que foram tratados para anemia. 549 pacientes foram avaliados num período de dois anos. Definimos anemia de acordo com os critérios WHO. Sendo anemia considerada Hb < 13mg/dL para homens e Hb < 12mg/dL para mulheres. Os pacientes foram classificados de acordo com a funçao renal inicial em funçao imediata (FI), descenso lento (DL) e atraso de funçao (AF). Resultados: 111 pacientes foram classificados como FI, 134 DL e 304 como AF. No dia do transplante 55% dos pacientes eram anêmicos sem diferença entre os grupos. Depois de seis meses do transplante o grupo AF apresentava maior porcentagem de pacientes anêmicos (FI 21%, DL 23.9% e AF 57.6%; p=0.019). Depois de um ano os grupo eram similares, porém o grupo FI ainda permanecia com menor porcentagem de anêmicos (FI 18%, DL 20%, AF 22% p=0,675). Aos 18 meses após transplante, o grupo FI mantinha mesma porcentagem de anêmicos e o grupo DL apresentou aumento de pacientes anêmicos (FI 18%, DL 28%, AF 23% p=0,277). Depois de dois anos do transplante, o grupo com funçao imediata manteve-se com menor número de pacientes anêmicos sem significância estatística (FI 23%, DL 23% e AF 29% p=0,58). Todos os grupos apresentaram aumento de Hb no período (p<0,001). Conclusao: A funçao renal inicial determina anemia aos seis meses, o grupo FI apresenta significativamente menos pacientes anêmicos.


TX 032

IMPACTO DA FUNÇAO RENAL INICIAL POS-TRANSPLANTE NO RITMO DE FILTRAÇAO GLOMERULAR.

NADIA KARINA GUIMARAES-SOUZA; NIELS OLSEN CAMARA, ALVARO PACHECO-SILVA, JOSÉ OSMAR MEDINA PESTANA, MIGUEL CENDOROGLO NETO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO, DISCIPLINA DE NEFROLOGIA.

Introduçao: O transplante renal é a melhor opçao terapêutica para a IRC. Dentro deste cenário o uso de doadores com critério expandido se destaca, porém o uso de tais doadores implica em maior incidência de atraso de funçao. Metodologia: Foram avaliados 549 pacientes maiores de 18 anos receptores de transplante renal com doador falecido. Classificamos a funçao renal inicial em funçao imediata (FI) aqueles com queda da Cr >30% do 1º para o 2º PO, descenso lento (DL) pacientes com queda < que 30% na Cr mas que nao necessitaram de diálise e atraso de funçao (AF) os que precisaram de diálise após Tx . Avaliamos o peso e creatinina em diferentes períodos: 6, 12, 18 e 24 meses após transplante, para cálculo de funçao renal, através da fórmula de Cockroft- Gault. Avaliamos a incidência de rejeiçao aguda (RA) e as sobrevidas dos enxertos e dos pacientes em dois anos. Resultados: 111 pacientes foram classificados como FI, 134 DL e 304 AF. Os ClCr estimados foram diferentes para o grupo de atraso de funçao. Houve diferença entre FI e AF aos 12 meses (FI 57,18; DL 56,12 e AF 51,98; p=0,007), aos 18 meses (FI 58,07; DL 54,12 e AF 50,66; p=0,004) e aos 24 meses (FI59,12; DL 55,09 e AF 50,9; p=0,002). A rejeiçao aguda foi mais freqüente nos grupos DL e AF em relaçao ao FI ( FI 13,6; DL 27,6 e AF 30,6; p=0,03). A sobrevida do enxerto nao foi diferente entre os grupos. A sobrevida dos pacientes também nao apresentou diferença estatística (FI 92,8%; DL 93,3% e AF 92,7%). Conclusao: Pacientes com FI após transplante apresentaram menor taxa de rejeiçao aguda. Os pacientes com atraso de funçao após um ano do transplante mantêm ClCr menores que os pacientes dos demais grupos. Porém, as sobrevidas do enxerto e dos pacientes nao sao diferentes.


TX 033

IMPACTO DA FUNÇAO RENAL INICIALENA INCID NCIA DE INFECÇOES NO POS-TRANSPLANTE.

NADIA KARINA GUIMARAES-SOUZA, NIELS OLSEN CAMARA, ALVARO PACHECO-SILVA, JOSÉ OSMAR MEDINA PESTANA, MIGUEL CENDOROGLO NETO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO, DISCIPLINA DE NEFROLOGIA.

Introduçao: Embora o transplante renal seja hoje a melhor opçao terapêutica para tratamento da IRC, as infecçoes pós-transplante alteram os desfechos renal e do paciente, sendo responsáveis pela mortalidade nos primeiros meses após o transplante. Metodologia: Foram avaliados retrospectivamente 549 pacientes, maiores de 18 anos que receberam transplante com doador falecido 10/1/1988 a 11/30/2004 em nossa instituiçao. O seguimento dos pacientes foi de dois anos. Os pacientes foram classificados de acordo com sua funçao renal inicial após o transplante, em Funçao Imediata (FI), Descenso lento (DL) e Atraso de funçao (AF). A definiçao das infecçoes foi feita de acordo com os critérios do CDC. As infecçoes virais foram definidas por critérios clínicos e sorológicos ou com biópsia. As infecçoes bacterianas e fúngicas através de culturas ou biópsias. Resultados: 111 pacientes foram classificados como FI, 134 como DL e 304 como AF. 65% dos pacientes apresentaram pelo menos uma infecçao bacteriana, sendo os grupos semelhantes (FI 65%; DL 70%; AF 70%; p=0.853). A incidência de infecçao fúngica foi baixa e similar entre os grupos (FI 6%; DL 5% e AF 10%; p=0.241). Entretanto, pacientes com FI apresentaram significativamente menor número de infecçoes virais (FI 29% DL 40% e AF 44% p=0.023). Conclusao: A funçao renal inicial é um importante determinante de infecçao viral em pacientes receptores de transplante com doador falecido. Portanto, pacientes com atraso de funçao renal inicial podem se beneficiar da profilaxia para infecçoes virais.


TX 034

ATIVIDADE DA γ-GLUTAMILTRANSFERASE EM RECEPTORES DE TRANSPLANTE RENAL E EM PACIENTES DIALITICOS COM INFECÇAO PELO VIRUS DA HEPATITE C.

SOUZA JF1; NUNES MAMD1, PEGAS JCR1, MALAFRONTE P1, MIORIN LA1, LEMOS MF2, LONGUI CA1, JABUR P1, SENS YAS1.

1. FACULDADE DE CIENCIAS MÉDICAS DA SANTA CASA DE MISERICORDIA DE SAO PAULO E 2. INSTITUTO ADOLFO LUTZ.

A prevalência de infecçao crônica pelo vírus da hepatite C (VHC) e seus genótipos diferem nos diversos países e grupos étnicos. Nos pacientes com insuficiência renal crônica (IRC) em diálise e nos receptores de transplantes renais, a apresentaçao clínica e a evoluçao da doença hepática é atípica e nao esta esclarecida. O presente estudo se propôs a comparar pacientes com IRC em diálise e receptores de transplante renal quanto à prevalência e a distribuiçao genotípica do VHC, e o comportamento dos marcadores bioquímicos de atividade hepática da infecçao pelo VHC. Foram avaliados 87 pacientes com IRC em diálise e 105 receptores de transplante renal. Coletaram-se amostras de sangue, para realizaçao do RNA-VHC qualitativo (RT-PCR), genotipagem e dosagens séricas periódicas de aminotransferases (ALT e AST), gama glutamiltransferase (GGT), alfa fetoproteína (AFP) e albumina. A prevalência do VHC em pacientes com IRC em diálise foi similar a dos receptores de transplante renal (19.5% vs.25.7%, p=NS) e o genótipo mais freqüente foi 1 a. Nos pacientes com infecçao pelo VHC, nao houve diferença entre os valores médios de ALT, GGT, AFP e albumina sérica entre os grupos. Os valores médios das aminotransferases foram pouco elevados em relaçao aos valores normais de referência e a freqüência de pacientes que evoluíram com estes parâmetros persistentemente normais foi ao redor de 50%. Por outro lado, os valores médios da GGT foram 3 a 4 vezes acima do limite superior de referência e foi alta a freqüência de pacientes que evoluíram com este parâmetro alterado nos dois grupos. Conclusoes: a prevalência da infecçao pelo VHC foi elevada e semelhante entre os dois grupos de estudo, e em ambos o genótipo mais freqüente foi 1 a. Entre os parâmetros bioquímicos de atividade de doença hepática, a GGT foi o marcador mais sensível da doença em ambos os grupos.


TX 035

EXCELENTE SOBREVIDA DO ENXERTO RENAL: 06 ANOS DE EXPERIENCIA DE UM CENTRO UNICO DE TRANSPLANTE

CAMPOS EF; MELARAGNO CS, SILVA WT, CONDE AF, LUCONI PS

HOSPITAL BANDEIRANTES

Introduçao: O transplante (Tx), quando adequadamente indicado, é o tratamento de escolha para a insuficiência renal crônica (IRC), proporcionando sobrevida com melhor qualidade com custo comparável ao tratamento dialítico. Objetivo: Revisar os resultados obtidos em um único centro de Tx com 06 anos de experiência. Método: Entre 2001 e 2007 foram realizados 193 Tx, dos quais foram obtidos os dados clínicos, posteriormente analisados quanto à ocorrência de rejeiçao aguda celular (RAC), valores de creatinina (Cr) sérica (mg/dl) aos 06 e 12 meses pós-tx e sobrevida do enxerto. A análise estatística foi realizada com teste exato de Fisher e teste T de Student. A curva de sobrevida foi construída pelo método de Kaplan-Meier. Resultados: De 193 Tx, 82.4% foi de doador vivo HLA nao-idêntico e 64.6% recebeu como terapia imunossupressora inicial tacrolimus, prednisona e micofenolato mofetil. RAC ocorreu em 19.2%, sendo mais freqüente entre indivíduos nao-brancos (31.8% vs 15.4% em brancos, p=0.03). A média da Cr foi de 1.51 aos 06, e 1.47 aos 12 meses pós-tx. Menores valores (p=0.02) aos 12 meses foram observados com o uso de tacrolimus (1.41) em relaçao aos valores obtidos com uso de ciclosporina (1.67). A sobrevida ao final do primeiro ano foi de 92.7%, e de 88.6% ao final de todo o período de observaçao (média de 28 meses). Conclusao: Os dados obtidos em nosso centro sao comparáveis aos dados da literatura e confirmam a eficácia do Tx como tratamento para pacientes portadores de IRC.


TX 036

EFEITOS DO GENERO NA NEFROTOXICIDADE DA CICLOSPORINA A.

CLEUZENIR .T. GOMES; GLORIA.E.F. MENDES, MARIA A.S. BAPTISTA, EMMANUEL A. BURDMANN

DISCIPLINA DE NEFROLOGIA, FACULDADE DE MEDICINA DE SAO JOSÉ DO RIO PRETO, SP

Introduçao: Existem evidências sugerindo açao dos hormônios sexuais na progressao da doença renal. Objetivo: Investigar efeitos dos esteróides sexuais sobre a lesao renal induzida pela CsA. Métodos: Ratos machos (M) e fêmeas (F)(200-250g) em dieta hipossódica, foram divididos em oito grupos: M e F intactos + veículo (V); M e F intactos+ CsA (15mg/kg/dia, sc); M e F castrados + CsA (Ctr/CsA); F castradas + CsA e PT (propionato de testosterona -300 ?g/kg) e M castrados + CsA e E2 (estradiol – 500µg/kg). Após 21 dias de tratamento analisou-se filtraçao glomerular (RFG, depuraçao de inulina, ml/min/100g), pressao arterial (PA, mmHg) e histologia renal (observador cego, escore de 0 a 4).Resultados (média±EP): CsA causou queda do RFG em F (0,22±0,1 F/CsA; 0,16±0,1 Ctr/CsA; 0,16±0,1 Ctr/CsA/PT vs 1,2±0,2 V; p<0,05), e em M (0,21±0,1 M/CsA; 0,19±0,1 Ctr/CsA; 0,19 Ctr/CsA/E2±0,1 vs 1,29±0,2 V; p<0,05).M tratados com CsA apresentaram queda da PA (97,9±22,7 M/CsA; 98,6±18,3 Ctr/CsA; 105,4±13,1 Ctr/CsA/E2) em relaçao ao controle (127±15; p<0,05), enquanto nas fêmeas nao houve diferença significativa entre os grupos. A avaliaçao histológica mostrou fibrose intersticial nas F (2,1±0,8 F/CsA; 2,2±0,7 Ctr/CsA; 2,0±0,5 Ctr/CsA/PT) e nos M (2,1±0,6 M/CsA; 2,5±0,5 Ctr/CsA; 2,5±0,5 Ctr/CsA/E2), atrofia tubular nas F (2,1±0,8 F/CsA; 2,5±0,5 Ctr/CsA; 2,2±0,5 Ctr/CsA/PT) e nos M (2,2±0,7 M/CsA; 2,5±0,8 Ctr/CsA; 2,5±0,8 Ctr/CsA/E2), dilataçao tubular nas F (1,2±1,0 F/CsA; 1,5±0,5 Ctr/CsA; 1,2±0,5 Ctr/CsA/PT) e nos machos (1,6±0,7 M/CsA; 1,5±0,9 Ctr/CsA; 1,4±0,9 Ctr/CsA/E2). Conclusoes: Os hormônios sexuais nao influenciaram as alteraçoes de funçao e estrutura renal causadas pela CsA. Apoio financeiro: CNPq.


TX 037

INFECÇAO PELO CRYPTOSPORIDIUM PARVUM APOS TRANSPLANTE RENAL

JOAQUIM ANSELMO SABOIA ANDRADE FILHO; LUCIO R REQUIAO MOURA, FERNANDO GATTI DE MENEZES, MAURICIO P. GALVAO, ÉRIKA F. DE ARRUDA, EDUARDO J. TONATO, MARCELINO DE S. FILHO, ALVARO PACHECO-SILVA

HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN

Introduçao: A infecçao pelo Cryptosporidium parvum pode ser encontrada em estados de profunda imunodepressao, como o que ocorre em pacientes com SIDA, por outro lado tem sido pouco descrita em transplantados de órgaos sólidos. Objetivo: Descrever dois casos de infecçao pelo Cryptosporidium parvum após Transpalnte renal (TxR). Caso 1: Paciente feminina, 51 anos, recebeu TxR com doador falecido, imunossupressao incial com Thymoglobulina, Tacrolimo (FK 0,03mg/kg/dia), prednisona e Micofenolato Sódico (MPA 720mg/x2). Creatinina (Cr) basal=1,5mg/dl. Após dois meses infecçao assintomática pelo CMV, tratada com Ganciclovir por 21 dias. Com 6 meses apresentou quadro de diarréia, com resposta inicial à reduçao na dose do MPA em 50%. Após 10 dias apresentou recidiva da diarréia, associada a febre. Nessa época: Cr=1,7, Leucograma 3.800, nível Fk 28,3, U1 normal e AgCMV negativa. Parasitológico de fezes, coprocultura e pesquisa de Isospora beli negativos e pesquisa de Crytosporidium parvum positiva (imunofluoresncencia direta). Reduzida a dose do FK e do MPA em 50% e introduzido Annitar (Nitazoxanida) 500mgx2 por 7 dias. No terceiro dia havia remissao completa da diarréia. Após ajuste do nível de FK, a dose do MPA ficou em metade da dose inicial. Controle de Cryptosporidium negativo. Caso 2: Paciente feminina, 48 anos, TxR com doador falecido, imunossupressao incial com Thymoglobulina, FK, prednisona e Micofenolato Mofetil (MMF 1,0g/x2). Cr basal=1,3. Após 45 dias apresentou infecçao pelo CMV, tratada com Ganciclovir 14 dias e recidiva aos 3 meses, novamente tratada. Evoluiu bem. Após 3 anos interna com febre, náuseas, vômitos, diarréia aquosa, volumosa e disfunçao do enxerto (Cr=8,1). Diagnosticado pielonefrite aguda na biópsia do enxerto, iniciado Maxcef, necessitou de hemodiálise por 1 semana, com melhora progressiva da funçao até Cr=2,8. Manteve diarréia: AgCMV negativa, Coprocultura negativa, Colonoscopia com colite que à biópsia foi inespecífica, pesquisa de Isospora beli negativa e Cryptosporidum positiva (imunofluorescência direta). Recebeu Annitar 500mgx2 por 7 dias, ajuste do Tacrolimo pelo nível e reduçao da dose do MMF pela metade, com melhora da diarréia após 4 dias. Pesquisa de Cryptosporidium de controle negativa.


TX 038

INFECÇAO PELO CITOMEGALOVIRUS TEM IMPACTO NEGATIVO NA FUNÇAO DO ENXERTO RENAL EM LONGO PRAZO.

LUCIO ROBERTO REQUIAO-MOURA; MAURICIO P. GALVAO, ÉRIKA F. DE ARRUDA, EDUARDO J. TONATO, KIKUMI S. OZAKI, ÉRICK R. WROCLAWSKI, MARCELINO DE S. FILHO, NIELS O. CAMARA, ALVARO PACHECO-SILVA

HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN E LICE-UNIFESP

Introduçao: A infecçao pelo CMV é uma complicaçao frequente no Tx Renal, mas o seu impacto na funçao do enxerto em longo prazo ainda nao foi determinado. Objetivo: avaliar o impacto da infecçao pelo CMV no Tx renal em longo prazo. Metodologia: avaliou-se 208 pacientes submetidos Tx renal com doador cadáver, sendo 96 (46,1%) induzidos com Thymoglobulina (Timo). Profilaxia para CMV nao foi utilizada. Infecçao pelo CMV ocorreu em 76 pacientes (36,3%), com um tempo mediano de 52 dias (24-822) e 18 céluas na antigenemia (0-1213). Clearence de creatinina (ClCr) foi estimado por Kockroft-Gault. Resultados: O uso de induçao foi mais frequente nos pacientes com CMV: 71,0% vs. 31,8%, p=0,002. Nao houve diferenças quanto ao restante da imunossupressao inicial e nas demais carcaterísticas demográficas: idade e sexo do receptor, idade doador, tempo em HD, TIF e NTA. A frequência de rejeiçao foi semelhante: 19,7% vs 18,9%, p=NS. A funçao do enxerto foi significativamente melhor nos pacientes que nao tiveram infecçao pelo CMV: em 1 ano o ClCr foi de 50,9±14,8 e 57,8±17,4ml/min naqueles com e sem CMV, respectivamente (p=0,008). Em 2 anos o ClCr foi de 50,2±14,8ml/min e 56,7±17,1ml/min naqueles com e sem CMV, respectivamente (p=0,18). Quando divididos de acordo com a induçao com Timo, os pacientes que apresentaram melhor funçao em longo prazo foram os induzidos que nao tiveram CMV: 63,5±19,6ml/min e 62,2±19,9ml/min em 1 e 2 anos, respetivamente. Esses valores foram significativamente melhores quando comparados com os pacientes que nao utilizaram Timo, independente de ter ou nao CMV. A pior funçao foi a dos pacientes que tiveram CMV, mas nao foram induzidos: 43,0±13,7ml/min e 42,9±15,5ml/min em 1 e 2 anos respectivamente. Conclusao: Infecçao pelo CMV conferiu impacto negativo na funçao do enxerto renal em até 2 anos de acompanhamento.


TX 039

TIMOGLOBULINA REDUZ O IMPACTO DA NECROSE TUBULAR AGUDA (NTA) NA FUNÇAO DO ENXERTO RENAL EM LONGO PRAZO.

LUCIO ROBERTO REQUIAO MOURA; MAURICIO P. GALVAO, ÉRIKA F. DE ARRUDA, EDUARDO J. TONATO, KIKUMI S. OZAKI, ÉRICK R. WROCLAWSKI, MARCELINO DE S. FILHO, NIELS O. CAMARA, ALVARO PACHECO-SILVA

HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN E LICE-DISCIPLINA DE NEFROLOGIA-EPM-UNIFESP

Introduçao: A NTA após o transplante com doador falecido tem impacto negativo na evoluçao clínica. Estratégias para minimizar os efeitos iniciais têm sido descritas, mas sem impacto em longo prazo. Objetivo: Avaliar se o uso de Thymoglobulina (Timo) reduz o impacto da NTA na funçao do enxerto em longo prazo, sem aumentar complicaçoes infecciosas. Metodologia: 209 pacientes (98 Timo e 112 Controle) foram avaliados. Nao houve diferenças quanto aos dados demográficos em ambos os grupos. Funçao do enxerto foi estimada por Kockroft-Gault. Resultados: Rejeiçao aguda foi significantemente menor no grupo Timo (8,2% vs. 28,5%, p<0,001). Apesar de a NTA ter sido mais frequente com Timo (63,9% vs. 55,3%, p=0,36), o tempo de resoluçao foi menor (11,6±8,3 vs. 20,0±39,2 dias, p=0,18). A infecçao pelo CMV mais frequente com Timo (55,6% vs. 19,6%, p< 0,001), mas o número de infecçoes totais nao foi diferente, quando considerado infecçao por paciente ano: 0,91±1,2 vs. 1,01±1,3, p=0,57. Necessidade de internamento no primeiro ano foi menor com Timo: 1,05±1,0 vs. 1,42±1,5, p=0,06. Após 1 e 2 anos o ClCr com Timo foi 57,8±17,1 e 57,4±17,1, respectivamente e no controle 52,8±16,1 (p=0,04) e 52,7±16,1ml/min (p=0,13), respectivamente. Essa diferença foi observada quando censurada para rejeiçao: ClCr 1 e 2 anos com Timo foi 58,2±17,4 e 58,0±17,3ml/min e no controle 54,6±15,3 (p=0,048) e 54,1±15,5 (p=0,24), respectivamente. As variaçoes do ClCr entre 1 e 2 anos também foram significantemente melhores com Timo: +0,24±15,5% vs. -7,64±14,2% (p=0,015). Essa diferença persistiu quando censurado para rejeiçao: -0,01±15,6% vs. -5,69±23,4, p=0,050). Análise multivariada para perda do enxerto, nao censurada para o óbito, demonstrou RR=2,03 para idade > 45 anos (IC95% 1,13-3,63, p=0,008) 3 RR-2,25 para rejeiçao (IC95% 1,36-3,71, p=0,003). Conclusao: O uso de Timo reduziu rejeiçao e conferiu melhor funçao do enxerto em até 2 anos de evoluçao, além de previnir perda da funçao após 1 ano. Rejeiçao aguda e idade do paciente estiveram relacionadas com o risco de perda do enxerto.


TX 040 (TL 006)

ANALISE DE MARCADORES CELULARES E IMUNOLOGICOS EM BIOPSIAS SIMULTANEAS DE ALOENXERTO DE RIM E PANCREAS

TS TAVARES, S H ABENSUR2, JE ROMAO JR2, MRT ARAUJO1, D MARTINI2, IL NORONHA1,2

1. LABORATORIO DE NEFROLOGIA CELULAR, GENÉTICA E MOLECULAR-LIM 29, FACULDADE DE MEDICINA, UNIVERSIDADE DE SAO PAULO, SP, BRASIL. 2. HOSPITAL BENEFICENCIA PORTUGUESA, SP, BRASIL.

Introduçao: Em transplante simultâneo de rim-pâncreas (TRPS) apesar da rejeiçao acometer frequentemente ambos enxertos, já foi descrita a ocorrência de rejeiçao isolada de apenas um dos enxertos. Objetivo: O objetivo do presente estudo foi o de analisar em biópsias de enxerto renal e pancreático realizadas simultaneamente em TRPS a concordância ou discordância dos eventos, assim como os mecanismos celulares e imunológicos envolvidos. Casuística: Foram analisados 32 pares de biópsias de enxerto de rim e pâncreas realizados simultaneamente em 26 pacientes submetidos a 27 transplantes de TRPS. De acordo com o resultado da análise histológica, foi avaliado se houve concordância ou nao do diagnóstico nos dois enxertos. Além disso, através de técnicas de imuno-histoquímica, as amostras foram avaliadas quanto à expressao de macrófagos, linfócitos, miofibroblastos, mastócitos (triptase e quimase), granzima B (mediador citótoxico) e molécula HLA-DR (classe II). Resultados: Dos 32 pares de biópsias simultâneas do enxerto renal e pancreático houve concordância em 22 casos (69%), sendo 6 casos de rejeiçao aguda, 3 casos rejeiçao crônica e 12 casos sem evidência de rejeiçao. Dentre os 10 casos discordantes (31%) , em 3 casos (9%) foi diagnosticado rejeiçao aguda no pâncreas sem evidência de rejeiçao aguda no rim e, em 7 casos (22%) rejeiçao crônica no pâncreas sem rejeiçao crônica no rim. A análise da expressao dos marcadores celulares e imunológicos nao revelou diferença estatisticamente significante entre os grupos. Conclusao: Em 31% dos casos de biópsias simultâneas em TRPS nao houve concordância no diagnóstico histológico, confirmando a ocorrência de eventos isolados em um dos enxertos e a importância da indicaçao de biópsia em ambos enxertos em casos selecionados.


TX 041

IMPACTO DA NECROSE TUBULAR AGUDA (NTA) NA FUNÇAO DO ENXERTO RENAL EM 2 ANOS APOS TRANSPLANTE COM DOADOR FALECIDO.

LUCIO R. REQUIAO MOURA; MAURICIO P. GALVAO, ÉRIKA F. DE ARRUDA, EDUARDO J. TONATO, KIKUMI S. OZAKI, ÉRICK R. WROCLAWSKI, MARCELINO DE S. FILHO, NIELS O. CAMARA, ALVARO PACHECO-SILVA

HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN, HOSPITAL DO RIM E HIPERTENSAO-LICE DISCIPLINA DE NEFROLOGIA-UNIFESP.

Introduçao: A NTA após transplante renal (TxR) está relacionada com piores desfechos em curto prazo. Objetivo: Avaliar o impaco da NTA em longo prazo na funçao do enxerto renal. Metodologia: Avaliamos 628 pacientes que foram submetidos a TxR com doador falecido entre 1999 a 2005. Avaliamos as diferenças entre pacientes que apresentaram ou nao NTA após o TxR e a evoluçao da funçao do enxerto, estimada por Kockroft-Gault (ml/min), em até 2 anos de evoluçao. Resultados: 357 pacientes (56,8%) apresentaram NTA. Entre esses pacientes a idade do doador foi significantemente maior (37,0±13,9 vs. 34,3±14,7 anos, p=0,02), bem como tempo em diálise (69,3±42,1 vs. 58,9±37,9 meses, p=0,001) e o TIF (22,1±7,7 vs. 19,8±7,5 horas, p=0,001). Tacrolimo foi utilizado mais frequentemente nos pacientes que nao tiveram NTA (58,6% vs. 42,5%, p=0,025). Houve mais rejeiçao entre os com NTA (29,1% vs. 19,9%, p=0,06), mas nao houve diferença quanto a perdas do enxerto (13,4% vs. 8,8%, p=0,14). Variáveis relacionadas com o risco de desenvolver NTA foram tempo em diálise (>50 meses, RR=1,16, IC95% 1,01-1,33, p=0,02) e TIF (>24 horas, RR=1,20, IC95% 1,05-1,37, p=0,01) e com o risco de perda do enxerto foram idade do doador (RR=1,87, IC95% 1,04-3,36, p=0,02), NTA (RR=1,59, IC95% 1,02-2,77, p=0,04) e RA (RR=3,00, IC95% 1,95-4,63, p< 0,001). A funçao renal ao fim de 1 ano (54,6±20,3 vs. 59,6±19,4, p=0,005) e 2 anos (52,9±20,1 vs. 57,9±20,3, p=0,008) foi melhor nos pacientes sem NTA. Eesse resultado foi independente da RA: 1 ano – 55,5±19,2 vs. 60,7±19,2, p=0,009, e 2 anos – 53,4±19,3 vs. 59,5±20,4, p=0,001. Conclusao: NTA esteve relacionada com doadores mais velhos, maior tempo em diálise antes do TxR, maior TIF e maior incidência de rejeiçao. NTA aumentou também o risco de perda do enxerto. A funçao do enxerto foi significantemente melhor nos pacientes sem NTA inicial, e este perfil foi independente da menor frequência de rejeiçao.


TX 042

AVALIAÇAO ODONTOLOGICA EM PACIENTES CANDIDATOS A TRANSPLANTE RENAL

FLAVIA DE FARIA MANTOVANI; GENTIL ALVES FILHO, ADRIANO FREGONESI

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS (UNICAMP)

Introduçao: A doença bucal é prevalente em pacientes dializados à espera de um transplante renal, que necessitam de cuidados odontológicos especiais, curativos e preventivos, para erradicaçao de focos infecciosos e manutençao da saúde bucal.
Objetivo: Avaliar as condiçoes de saúde oral dos candidatos a transplante renal, sendo a prevençao e tratamento, fatores para o êxito do transplante de rim. Método: Foram estudados 40 doentes, 23 mulheres e 17 homens, com idade entre 20 e 70 anos, candidatos a transplante renal, mediante Protocolo do Serviço de Odontologia do Hospital das Clínicas da UNICAMP, aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa/FCM/UNICAMP (nº547/2005), sendo avaliadas as prevalências das principais doenças odontológicas (doença periodontal, cárie, problema endodôntico e necessidade de extraçao dentária). Resultados: Todos os 40 pacientes examinados apresentavam doença periodontal; em 25 deles diagnosticou-se cárie; em 7 outros, problema endodôntico; e, em 19, necessidade de extraçao dentária. A pesquisa revelou doença periodontal com Indice de Diagnóstico e Resposta Periodontal (PSR), variando de 1 à 4, sendo Código 1 em 4 pacientes (10%), Código 2 em 21(52,5%), Código 3 em 12(30%) e Código 4 nos outros 3(7,5%). O Indice de Sangramento Gengival variou de 20 à 100%, com maioria, acima de 60% (57% dos pacientes). O Indice de Placa Bacteriana variou de 20 à 100%, sendo a maioria 80 à 100% (75% dos pacientes). O CPO-D variou de 6 à 32, sendo a maioria de 18 à 32 (85% dos pacientes). Conclusao: Todos os doentes foram tratados com remoçao dos focos infecciosos. Assim, o diagnóstico e indicaçao do tratamento destas doenças, concorrem para a diminuiçao do risco e aumento do sucesso do transplante, evidenciando a importância do tratamento odontológico em todos os pacientes candidatos a transplante renal.


TX 043

AVALIAÇAO ODONTOLOGICA EM PACIENTES DIABÉTICOS CANDIDATOS A TRANSPLANTE RENAL

FLAVIA DE FARIA MANTOVANI; GENTIL ALVES FILHO, ADRIANO FREGONESI

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS (UNICAMP)

Introduçao: Pacientes diabéticos, candidatos a transplante renal, apresentam alta prevalência de doença bucal, necessitando de cuidados odontológicos especiais, curativos e preventivos, para erradicaçao de focos infecciosos e manutençao da saúde bucal, que é um fator de êxito do transplante renal. Objetivo: Avaliar as condiçoes de saúde oral dos diabéticos candidatos a transplante renal, sendo a prevençao e tratamento, fatores para o êxito do transplante de rim. Método: Foram estudados 10 doentes, 04 mulheres e 06 homens, com idade entre 23 e 59 anos, diabéticos, candidatos a transplante renal, mediante Protocolo do Serviço de Odontologia do Hospital das Clínicas da UNICAMP, aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa/FCM/UNICAMP (nº547/2005), sendo avaliadas as prevalências das principais doenças odontológicas (doença periodontal, cárie, problema endodôntico e necessidade de extraçao dentária). Resultado: Todos os 10 pacientes examinados apresentavam doença periodontal, sendo que em 8 deles diagnosticou-se cárie e em 5, necessidade de extraçao dentária. A pesquisa revelou doença periodontal com Indice de Diagnóstico e Resposta Periodontal (PSR), variando de 1 à 4, sendo Código 1 em 1 paciente (10%), Código 2 em 4(40,0%), Código 3 em 2(20%) e Código 4 nos outros 3(30,0%). O Indice de Sangramento Gengival variou de 20 à 100%, com maioria, entre 21 e 40% (30% dos pacientes). O Indice de Placa Bacteriana variou de 64 à 100%, sendo 100% em 90% dos pacientes. O CPO-D variou de 11 à 32, sendo a maioria de 26 à 32 (50% dos pacientes). Conclusao: Todos os doentes foram tratados com remoçao dos focos infecciosos. Assim, o diagnóstico e indicaçao do tratamento destas doenças, concorrem para a diminuiçao do risco e aumento do sucesso do transplante, evidenciando a obrigatoriedade do tratamento odontológico em todos os pacientes diabéticos candidatos a transplante renal, por apresentarem alta incidência de focos de infecçao bucal.


TX 044

FATORES DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE DIABETES POSTRANSPLANTE.

ROSANA CARDOSO; LUCIO R. RERQUIAO-MOURA, BRUNA BETTE, SIMONE T. KIKUCHI, VANESSA PESSEL, MAURICIO P. GALVAO, ÉRIKA F. DE ARRUDA, EDUARDO J. TONATO, MARCELINO DE S. FILHO, ALVARO PACHECO-SILVA

HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN

Introduçao: DM é uma complicaçao freqüente após o transplante renal (DMpTX). Fatores de risco, como tipo de imunossupressor (IS), têm sido identificados, mas nao totalmente esclarecidos. Objetivo: Avaliar a freqüência de DMpTX em uma coorte de pacientes submetidos a Tx Renal. Metodologia: avaliamos 190 pacientes submetidos à Tx Renal no período entre Fev/01 a Dez/06. DMpTX foi diagnosticado de acordo com os parâmetros correntes. Resultados: Idade média foi 38,7±13,2 anos, 53,1% eram do sexo masculino, 54,7% da raça branca e 45,2% receberam rim de doador vivo. O IMC médio (no transplante), foi 22,9±4,1 kg/m2. Tacrolimo foi utilizado em 46,5% dos casos. Em 1 ano a creatinina foi 1,58±0,60 mg/dl. O diagnóstico de DMpTX ocorreu em 29 pacientes (15,2%). Esses pacientes tinham idade superior (44,5±10,7 vs. 37,7±13,4 anos, p=0,011) e predominância do sexo masculino (69,8% vs. 50,3%, p=0,41). Nao houve diferenças quanto à raça, tipo de doador e IMC entre ambos os grupos. Tacrolimo como IS inicial foi mais freqüente entre os que desenvolveram DMpTX (55,1% vs. 45,3%, p=0,68). Em análise univariada, as variáveis relacionadas com o risco de desenvolver DMpTX foram: sexo masculino (RR=1,89, IC95% 0,9-3,93, p=0,058) e idade superior à 38 anos (RR=5,9, IC95% 2,83-12,18, p<0,001). Em análise multivariada, apenas a idade foi identificada como risco (RR=4,75, IC95%1,5-15,0, p=0,008). Em 1 ano a Creatinina sérica foi melhor nos pacientes que nao desenvolveram DMpTX (1,55±0,55 vs. 1,75±0,93, p=0,19). Conclusao: A frequência de DMpTX foi de 15,2% na populaçao estudada, sendo mais freqüente entre os homens e pacientes com idade superior a 38 anos. O melhor marcador de risco para o desenvolvimento de DMpTX foi a idade à época do transplante. Pacientes que nao desenvolveram DMpTX tiveram uma tendência a apresentar melhor funçao do enxerto ao final de 1 ano.


TX 045

O USO DE INIBIDORES DA ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA EM PACIENTES COM NEFROPATIA CRONICA CONFERE UM EFEITO PROTETOR CONTRA PERDA DO ENXERTO

MOSCOSO-SOLORZANO G, MASTROIANNI- KIRSZTAJN G, FRANCO MF, ARAUJO S, PACHECO-SILVA A, CAMARA NOS

Introduçao: A nefropatía crônica do enxerto (NCE) é a principal causa de perda tardia do enxerto. Estudos experimentais e clínicos têm mostrado que a inibiçao da enzima conversora de Angiotensina (ECA) poderia lentificar a progressao da NCE. Objetivos: Avaliar o uso de inibidores da ECA na sobrevida do enxerto renal. Métodos: Neste estudo prospectivo histórico, foram selecionados 161 pacientes transplantados renais com diagnóstico de NCE confirmado por biópsia renal. Oitenta e um paientes fizeram uso do IECA no mínimo 16 semanas (grupo 1, G1) e os demais 80 pacientes nao fizeram uso do IECA (grupo 2, G2). Estes dois grupos foram subdivididos em: bons respondedores (G1a, n= 71; G2a, n=51) e maus respondedores (G1b, n=10; G1b, n=29), de acordo com a ocorrência de perda de funçao renal ao longo do seguimento (ser mau respondedor correspondia a apresentar um aumento nos níveis de creatinina sérica superior a 30%). Para a analise estatística se uso o programa SSPS versao 12. Resultados: Na análise univariada, tempo de diálise, idade do receptor, hepatite viral e Diabetes mellitus pós-transplante foram significantemente mais freqüentes em G1 (p=0,014; p=0,000; p=0,014; p=0,007, respectivamente). Os pacientes com NCE que usaram IECA diminuíram de forma acentuada a proteinúria, quando comparados a G2, a creatinina sérica manteve-se estável durante o tempo do estudo. A sobrevida do enxerto 5 anos pós-transplante foi maior no G1 (80% vs. 60%, p<0,05). A regressao de Cox mostrou que a terapia com IECA tem um efeito protetor contra perda do enxerto (OR: =0,263; 95% IC: 0,015-0,615; p=0,002); a presença de sorologia positiva para HCV associa-se com mau prognóstico para o enxerto renal (OR: =2,781; 95% IC: 1,268-6,497; p=0,011). Conclusao: Este estudo mostra que o uso de IECA em pacientes com NCE estabelecida é um fator de bom prognóstico para ao enxerto renal.


TX 046

A BIOPSIA RENAL COMO FERRAMENTA NO DIAGNOSTICO ETIOLOGICO DAS PATOLOGIAS QUE EVOLUEM COM PROTEINURIA NO TRANSPLANTE RENAL

MOSCOSO-SOLORZANO G1; FRANCO MF2, ARAUJO S2, PACHECO-SILVA A1, CAMARA N1, MASTROIANNI-KIRSZTAJN G1.

1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO. DISCIPLINA DE NEFROLOGIA; 2. DISCIPLINA DE PATOLOGIA-SP

Introduçao: A proteinúria é um marcador de lesao renal e um fator de risco para o deterioro progressivo da funçao renal na maioria das nefropatias. No transplante renal, a glomerulopatia crônica do transplante (GCT), as glomerulonefrite de novo ou recurrentes e a nefropatia crônica do enxerto (NCE) evoluem com diferentes graus de proteinúria. Objetivo: Avaliar biópsia renal (BR) com GCT, GN recidivantes (GNR) e NCE. Métodos: Foram selecionados retrospectivamente 123 casos com NCE, os quais foram distribuídos em 3 grupos: GCT (n=37), GNR (n=21; GNIgA n=7, GNmembrana proliferativa n=9, GN Difusa proliferativa n=5 ) e NCE (n=65) sem lesao glomerular. O diagnóstico de GCT baseou-se na presença generalizada de duplos contornos da membrana basal. Resultados: O tempo médio entre o transplante e a biópsia renal foi diferente entre os grupos (GCT 41±26, GNR 23±20 e NCE 26±24; p=0,003) assim como o nível de proteinúria no momento da biópsia (GCT 1.8±1.8, GNR 2.2±2.1 e NCE 0.2±0.3; p=0,000). O valor da creatinina sérica no foi estatisticamente diferente entre os grupos. O grau de NCI (Banff 97) foi diferente entre GCT e NCI (p=0,004),com maior grau de atrofia tubular, fibrose túbulo-intersticial e proliferaçao mesangial em GCT. A vasculopatia crônica e hialinose nao foram diferentes entre os grupos. A presencia de glomerulite aguda e infiltrado plasmocitario foi diferente (p=0,002). Nos casos na que a microscopia eletrônica (ME) esteve disponível, foram evidentes os depósitos naoeletrodensos na GCT. Conclusao: A biópsia renal permite esclarecer e distinguir a etiologia da disfunçao do enxerto que com algum grau de proteinúria, com ou sem alteraçao de creatinina sérica. Achados de MO, IF e ME podem ajudar neste sentido. Quando nao é rotina fazer-se biópsia protocolar no serviço, a presença de proteinúria de qualquer nível passar a ser uma indicaçao importante de biópsia do enxerto, visto que pode ela pode ser uma das manifestaçoes mais precoces de GCT, GPT e NCI, condiçoes que exigem condutas terapêuticas diferentes.


TX 047

SINTOMAS GASTROINTESTINAIS APOS O TRANSPLANTE DE PANCREASRIM: ANALISE DOS FATORES DE RISCO

ÉRIKA BEVILAQUA RANGEL; MARINA BAITELLO, LUCIANO COUTINHO, CLAUDIO S MELARAGNO, MARCELO M LINHARES, ADRIANO M GONZALEZ, JOAO R DE SA, JOSÉ O MEDINA-PESTANA

UNIFESP-EPM

Introduçao: Sintomas gastrointestinais sao freqüentes após o uso de derivados do ácido micofenólico. Objetivos: Relatar a incidência de diarréia aguda após o transplante simultâneo de pâncreas-rim (TSPR). Métodos: Inclusao de 165 pacientes submetidos ao TSPR no período de Dez/00 a Maio/07. Regressao logística binária (variável dependente: diarréia; variáveis independentes: idade, sexo, raça, tempo de diabetes e diálise, modalidade de diálise, ocorrência de funçao retardada do enxerto renal e uso do Micofenolato de Mofetil ou de Sódio); p<0,05 considerado significante. Resultados: As médias de idade, tempo de diálise e de tempo de diabetes foram 34,9±8,2 anos (17-55), 27,3±18,3 meses e 21,9±16,2 anos (10-37). Uso do Micofenolato de Mofetil (63%), Micofenolato de Sódio (36,4%) e Azatioprina (0,6%). Análise multivariada: tempo de diabetes (p=0,049, IC 95% 1,0-1,13) e uso de Micofenolato de Mofetil (p=0,013, IC 95% 0,2-0,82). Diferenças entre o uso do Micofenolato de Mofetil e o de Sódio: reduçao na dose (79,2% vs 62,3%, p=0,024) e hipotensao arterial requerendo soluçao salina (42,4% vs 15,1%, p=0,001). Sem diferença na ocorrência de infecçao por citomegalovírus (36,5% vs 32,8%, p=0,6) e de rejeiçao aguda após a reduçao da dose (30,8% vs 26,7%, p=0,53). Discussao: A diarréia aguda após o TSPR está relacionada ao tempo de diabetes e ao uso de Micofenolato de Mofetil. Sugere-se que o uso do Micofenolato de Sódio esteja associado a menor necessidade de reduçao da dose e a episódios menos severos de hipotensao arterial secundários à diarréia em comparaçao ao Micofenolato de Mofetil.


TX 048

FATORES PREDITORES DE INSUFICIENCIA RENAL AGUDA E FUNÇAO TARDIA DO ENXERTO APOS O TRANSPLANTE HEPATICO.

GALVAO-PEREIRA M.; OLIVEIRA BM, HIDALGO R, TONATO EJ, DURAO JR. MS, ARRUDA EF, MOURA LRR, FERRAZ NETO JBH, PACHECO-SILVA A.

HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN, SAO PAULO, BRASIL.

Introduçao: A insuficiência renal aguda (IRA) é um evento freqüente após o transplante hepático, estando associada a maior morbi-mortalidade precoce. A avaliaçao da funçao renal nas hepatopatias pré-transplante é dificultada pela baixa acurácia dos métodos diagnósticos convencionais. Materiais e Métodos: Realizado estudo retrospectivo de 84 transplantes hepáticos, sendo 9 retransplantes, realizados no Hospital Israelita Albert Einstein no período de junho/2005 a maio/2007, sendo analisados dados demográficos, funçao renal pré-transplante, doença de base e sua correlaçao com a prevalência de IRA, bem como a funçao renal tardia após o transplante hepático. Resultados: Cerca de metade dos fígados transplantados foram alocados pelo sistema de gravidade MELD. Neste grupo, como era esperado, a creatinina sérica (Cr) foi significantemente maior no pré-transplante imediato, comparada aos pacientes que receberam fígados alocados pelo critério de fila única de espera. Entretanto, após 7, 30 e 180 dias pós-transplante nao havia diferença significativa na funçao renal. Nao houve também diferença significativa na funçao renal pós-transplante de acordo com a doença de base, embora tenha existido uma tendência a creatinina sérica mais elevada nas cirroses criptogênicas. A análise da funçao renal prévia ao transplante(>30 dias pré-transplante) demonstrou que pacientes com creatinina sérica >1mg/dl apresentaram pior funçao renal no pós-operatório precoce e tardio, comparada aos pacientes com menor creatinina (Cr<1mg/dl=1,32±0,95(7ºPO), 1,15±0,52(30ºPO) e 1,11±0,29(180ºPO) vs. Cr>1mg/dl=2,97±1,61(7ºPO), 1,70±0,62(30ºPO) e 1,64±0,87(180ºPO), p<0.05). Por outro lado, quando analisada a funçao renal pré-transplante imediata, somente valores de creatinina sérica superiores a 1,5mg/dl é que predizeram pior funçao renal aos 6 meses pós-transplante. Conclusao: Os dados sugerem que a avaliaçao da funçao renal pré-transplante hepático apenas pelos valores de normalidade da creatinia sérica é pouco sensível para predizer a ocorrência de IRA e, principalmente, disfunçao renal tardia, podendo ser útil à utilizaçao de preditores clínicos e métodos laboratoriais mais sensíveis.


TX 049

O PAPEL DA ATIVAÇAO DO PPARy NA NEFROTOXICIDADE CRONICA PELA CICLOSPORINA JA ESTABELECIDA.

GALVAO-PEREIRA M1, CAMARA NOS1,3, CENEDEZE MA1, SEMEDO P1, CAMPANHOLLE G3, TEIXEIRA VPA2, REIS MA2, PACHECO-SILVA A1

1. DISCIPLINA DE NEFROLOGIA, UNIFESP, SAO PAULO; 2. DEPARTAMENTO DE PATOLOGIA, UFTM, MINAS GERAIS; 3. DEPARTAMENTO DE IMUNOLOGIA, USP, SAO PAULO.

Introduçao: A nefrotoxicidade crônica pela ciclosporina (CsA) é um importante fator na patogênese da nefropatia crônica do enxerto (NCE). Já foi demonstrado que a ativaçao do PPAR-y é capaz de prevenir a nefrotoxicidade pela CsA. Objetivo: Investigamos a capacidade da pioglitazona (PIO), agonista do PPARy, em melhorar a disfunçao renal já estabelecida pela nefrotoxicidade crônica pela CsA. Métodos: Ratos machos spraguedawley, divididos em 4 grupos: veículo (óleo de oliva 1ml/Kg/dia e metilcelulose 5mg/Kg/dia, durante 56 dias), CsA (CsA 10mg/Kg/dia, durante 35 dias), CsA e veículo (CsA 10mg/Kg/dia, durante 35 dias e entao, metilcelulose 5mg/Kg/dia até o dia 56) e CsA e PIO (CsA 10mg/Kg/dia, durante 35 dias e entao, PIO 5mg/Kg/dia até o dia 56). Foram analisados peso, pressao arterial sistólica (PAS) e funçao renal (clearance de creatinina (ClCr) e proteinúria 24h) nos dias 0, 35 e 56. Coletados os rins para análises morfométrica e da expressao gênica no sacrifício dos animais. Resultados: Nao houve diferença significativa no ganho de peso e PAS entre os grupos. No dia 35, todos os animais tratados com CsA apresentavam pior funçao renal, comparados aos controles, p<0.05. Após a suspensao da CsA, ocorreu um aumento do clearance de creatinina tanto no grupo PIO, como no grupo veículo, sem diferença significativa. Entretanto, a PIO reduziu significativamente a proteinúria 24h, comparada ao grupo veículo, p<0.05. Ao final do tratamento com CsA (dia 35) a expressao de TGF-β1, MCP-1 e fibronectina foi significantemente maior, comparada aos controles, p<0.05. A administraçao de PIO, após a suspensao de CsA, reduziu significativamente a expressao de TGF-β1 e MCP-1, comparada ao grupo CsA e veículo no dia 56 (TGF-B1=1,02±0,13 vs. 1,46±0,49 e MCP- 1=1,16±0,24 vs. 2,87±1,13, p<0.05). Conclusao: Esses dados sugerem que a pioglitazona, reduzindo a proteinúria e a expressao de citocinas pró-fibróticas, pode desempenhar um papel renoprotetor, mesmo quando a nefrotoxicidade crônica pela CsA já está estabelecida. Estudo realizado com o apoio da FAPESP: 04/04685-9 e 04/13826-5.


TX 050

TRANSPLANTE RENAL DURANTE O PRIMEIRO TRIMETRE DA GESTAÇAO

HELDER HARA TAKAOKA, FABIANA LOSS CARVALHO CONTIERRI, RICARDO BENVENUTTI, MIGUEL CARLOS RIELLA

FUNDAÇAO PRO-RENAL; HOSPITAL UNIVERSITARIO EVANGÉLICO DE CURITIBA

O transplante renal usualmente restitui a fertilidade e a concepçao passa ser mais freqüente em pacientes portadoras de doença renal crônica. Porém, o efeito das alteraçoes hemodinâmicas da gravidez para a funçao do enxerto e o uso de imunossupressores parecem ser os problemas mais relevantes na avaliaçao clínica dessas pacientes. O aconselhamento pré-concepcional quanto ao risco de morte materna, abortamento dentre outras complicaçoes sao fundamentais na doença renal crônica e no transplante renal. O presente artigo relata o primeiro caso no Brasil, de transplante renal bem sucedido em gestante.


TX 051

DERRAME PLEURAL POR USO DE SIROLIMO EM TRANSPLANTE RENAL

MENEZES. P.A.

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE. SETOR DE TRANSPLANTE RENAL. NITEROI – RIO DE JANEIRO

O uso de sirolimo tem sido reconhecido como potente imunosupressor usado primariamente em nefrotoxicidade relatada por inibidores da calcineurina. Tem sido também usado como terapia de nefropatia crônica do enxerto. Com seu uso mais amplo, diversos efeitos colaterais além dos amplamentes já divulgados, alguns poucos descritos tem surgidos. Apresentamos um caso de derrame pleural pós-transplante renal com sintomatologia expressiva como dôr pleurítica concomitante. Caso clínico: Transplantada de rim com 12 anos de evoluçao, haplo em uso inicialmente de corticóide micofenolato mofetil e ciclosporina. Sua funçao renal sempre manteve estável. Cêrca de 2 anos, aparecimento de neoplasia anal, com boa evoluçao após cirurgia e quimioterapia com histopatológico final de ausência de tumor. Devido seu efeito dito antitumoral, introduzimos sirolimos na tentativa de estabilizaçao da doença neoplásica. Sua posologia foi de 3 mg diário durante este período. Recentemente, apresentou dor torácica em hemitórax esquerdo de grande intensidade, acompanhado de importante derrame pleural bilateral. Feito avaliaçao exaustiva para a etiologia desta complicaçao, inclusive biopsia pleural sendo todos exames negativos: bacteriológicos, neoplásicos entre outros. Revisando o possível efeito adverso do sirolimo nesta complicaçao , optamos por retirada deste imunosupressor com aumento de corticóide. Apesar do curto período da eficácia desta medida, sua sintomatologia aliviou e aguardamos controle radiológicos tardios para ratificar tal conduta terapêutica.


TX 052

ESTENOSE DA ARTÉRIA DO ENXERTO RENAL NO POS-TRANSPLANTE

SILVIA QUEIROZ SANTOS; ROMERO ESMERALDO; MARIA LUIZA DE M.B. OLIVEIRA; CLAUDIA M.C. OLIVEIRA; CARLOS N. PONTE; FERNANDO J.V.N. PAES; RONALDO DE MATOS ESMERALDO; SILVANA DAHER; ELIZABETH DE FRANCESCO DAHER.

DEPARTAMENTO DE NEFROLOGIA, TRANSPLANTE RENAL, HOSPITAL GERAL DE FORTALEZA-FORTALEZA-CEARA.

Introduçao: A estenose da artéria do enxerto renal é uma complicaçao considerada tardia que pode ocorrer de 3 meses a 2 anos após o transplante renal, com uma prevalência que varia de 1 – 23% em diferentes séries. As principais causas sao: rejeiçao da artéria do doador, aterosclerose no vaso do receptor, problemas na técnica cirúrgica. O ultra-som com Doppler, bem como a angioressonância magnética podem ser utilizados na triagem inicial, mas o diagnóstico de certeza é dado pela arteriografia. O tratamento de escolha é a angioplastia com colocaçao de stent. Entretanto em alguns casos pode-se lançar mao do tratamento cirúrgico. As estenoses podem recorrer em até 20% dos casos. É uma situaçao que pode levar a perda do enxerto e aumentar a morbi-mortalidade do paciente devido a hipertensao arterial e insuficiência renal associados, por isso deve ser diagnosticada e tratada prontamente. Objetivo: Relatar os casos de estenose da artéria do enxerto renal ocorridos no serviço de Transplante Renal do Hospital Geral de Fortaleza, no período de janeiro de 1995 a abril de 2007, quando foram realizados 800 transplantes renais, com a prevalência de 1,9%(800/15) de estenoses arteriais no enxerto. Metodologia: Foram revisados os prontuários de 15 pacientes que tiveram estenose da artéria do enxerto renal atendidos no Hospital Geral de Fortaleza. Resultados: A idade média dos pacientes acometidos foi de 41(+/-22) anos. Os primeiros sinais e sintomas decorrentes da estenose começaram a surgir em 5,5 (+/-2,5) meses pós-transplante e em 90% dos casos houve aumento da pressao arterial (PA).Em um deles a apresentaçao inicial foi com edema agudo de pulmao. Em relaçao à funçao renal, houve nítida elevaçao da creatinina em 80% dos casos. O USG doppler foi sensível em 40% dos casos. Já a arteriografia foi diagnóstica em 100% deles. Em 90% dos casos foi feito angioplastia com colocaçao de stent. Em dois pacientes, o tratamento cirúrgico realizado foi revascularizaçao cirúrgica com ponte safena. Após o tratamento, 60% dos pacientes evoluíram com melhora tanto da PA quanto da funçao renal com creatinina média atual variando de 1,0-1,6mg/dl. Houve perda do enxerto em 3 pacientes, sendo dois deles por complicaçao do procedimento e um pela perda progressiva do enxerto. Houve um caso de recidiva, com re-estenose infra-stent, tratado com nova angioplastia. Conclusao: A prevalência de estenose da artéria do enxerto no nosso serviço é baixa, apenas 1,9%. Houve um caso de recidiva, e dois de complicaçao de procedimento, ambos com retirada do enxerto, e em um caso, nao houve resposta ao tratamento com angioplastia e stent.


TX 053

ESTUDO DE CASO: TRANSPLANTE: UMA CHANCE DE RECOMEÇO.

ROSELI MACEDO GIUSTI BUZO; DRA. DENISE H. M. P. DINIZ

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO-EPM-SETOR DE PSICONEFROLOGIA-DISCIPLINA DE NEFROLOGIA

Introduçao: A literatura tem demonstrado que as doenças crônicas, hospitalizaçoes e procedimentos cirúrgicos provocam uma ruptura na vida do paciente, que conseqüentemente deverá elaborar perdas, limitaçoes, medos e fantasias, inerentes ao processo de adoecimento (Bellkiss, 1994). No caso de portadores de Insuficiência Renal Crônica e candidatos a transplante, estes fatores podem aparecer intensificados exigindo dos mesmos a elaboraçao da perda de algo de si, bem como a recepçao de algo novo em si, no caso uma parte do corpo de outrem e a construçao de uma nova identidade (Diniz e Levensteinas, 2.006). Objetivo: Prestar assistência psicológica individual focal, com a finalidade de adaptaçao ao tratamento e resgate de recursos internos. Método: Sujeito: Sexo feminino, 66 anos, nissei, oito anos de estudo, sem antecedentes psiquiátricos, portadora de IRC, transplante com rim proveniente de doador cadáver, após 3 anos em diálise peritoneal. Procedimento: Assistência psicológica individual, com técnica de intervençao de psicoterapia breve e focal, de orientaçao psicanalítica. Realizaram-se cinco sessoes, assim distribuídas. 1a sessao: Psicodiagnóstico com entrevista para realizaçao de exame psíquico e observaçao da psicodinâmica da paciente. 2a, 3a e 4a sessoes: Psicoterapia breve focal, com elaboraçao da angústia básica, associada ao medo do futuro e a dificuldade de fazer planos e operacionalizá-los; 5a sessao: Otimizaçao da alta hospitalar. Resultados: Psicodiagnóstico: Constatou-se: humor hipotímico, angústia e ansiedade relacionadas ao futuro, estranheza de si, fantasias e culpa associadas à perda do cônjuge. A paciente apresentava-se muito angustiada nao somente em funçao do procedimento cirúrgico, mas também de história de luto por perda do cônjuge. As intervençoes psicoterápicas possibilitaram a expressao de suas angústias, medos e fantasias permitindo a elaboraçao e resignificaçao do transplante. Antes esse era percebido como ameaçador à sua identidade, gerando sensaçoes de estranheza de si. Posteriormente, passou a ter a representaçao da possibilidade de recomeço. Na sessao de alta a paciente verbaliza a retomada de sua capacidade de planejar açoes práticas e realistas, relatando desejos como: tomar banho de mar, fazer aulas de canto e mudar-se da casa “onde viveu tantas tristezas”. Demonstrando, assim, o resgate de seus recursos internos, tanto em relaçao ao seu processo de adaptaçao ao adoecimento e tratamento, como à sua vida pessoal. Para ilustrar seus sentimentos referentes ao “início de recomeço” e a coragem necessária para fazê-lo, utiliza uma parábola bíblica, colocando que “…é preciso avançar, deixar o passado sem olhar para traz sob pena de transformar-se em *estátua de sal, tornando-se imóvel e amarga”. Correlacionando, assim, a nao necessidade de restriçoes hídricas e, portanto, a liberdade que esse tratamento possibilita. Conclusao: A intervençao psicoterápica breve e focal no póstransplante permitiu a essa paciente, a elaboraçao de suas perdas pessoais (físicas, psíquicas e sociais), o resgate de capacidades para a realizaçao de novos projetos e a ampliaçao de suas possibilidades de adaptaçao.


TX 054

DIAGNOSTICO DE REJEIÇAO AGUDA MEDIADA POR ANTICORPOS EM TRANSPLANTE RENAL COM DOADOR FALECIDO: SUPERANDO A SENSIBILIDADE NA PROVA CRUZADA

EDUARDO J TONATO; MARCELINO DE SOUZA DURAO JR, LUCIO ROBERTO REQUIAO MOURA, MAURICIO GALVAO PEREIRA, ERIKA FERRAZ DE ARRUDA, MARGARETH AFONSO TORRES, ALVARO PACHECO E SILVA FILHO

HOSPITAL ISRAELITE ALBERT EINSTEIN.

Introduçao: O diagnóstico de rejeiçao aguda mediada por anticorpos (RAH) em pacientes com perda aguda de funçao renal requer a presença de três critérios, dentre os quais a presença de anticorpos circulantes anti-HLA. A técnica de citotoxicidade empregada pelos laboratórios de histocompatibilidade na realizaçao da prova cruzada (PC) apresenta limitaçao diagnóstica para baixos títulos de anticorpos pré-formados podendo gerar resultados falso-negativos. Esse mesmo procedimento quando realizado após o transplante com doador falecido (DF) esbarra na limitaçao ou impossibilidade de se obter células do doador. Métodos: Recentemente realizamos dois transplantes renais com doador falecido em receptores hipersensibilizados com reatividade contra painel (PRA) > 80%. Ambos apresentavam provas cruzadas por citotoxicidade negativas e foram induzidos com Timoglobulina conforme nosso protocolo. Os dois pacientes evoluíram com RAH após a primeira semana. As biópsias renais mostraram, além das alteraçoes histológicas compatíveis com o diagnóstico, depósitos difusos de C4d em CPT. Pela impossibilidade de obtermos linfócitos do doador para a realizaçao da PC realizamos a identificaçao dos anticorpos circulantes anti-HLA do receptor através do exame de Reatividade contra Painel de Linfócitos pela técnica LABScreen utilizando reagente LABScreenr Single Antigen HLA Class I e II, One Lambda, em plataforma Luminex, tanto naquele momento, como anteriormente ao transplante, através de soro estocado pelo nosso laboratório. Identificamos que antes mesmo do transplante já existiam anticorpos pré-formados anti-HLA específico do doador que nao foram identificados pela técnica habitual. Após o tratamento com plasmaferese houve reduçao dos títulos de anticorpos que se correlacionaram com a melhora histológica observada. Porém, um dos pacientes apresentou recrudescência histológica e perda do enxerto. A segunda paciente continua em seguimento com biópsia favorável, títulos de anticorpos negativos, mas anúrica até o momento. Conclusao: utilizamos uma técnica de alta sensibilidade e especificidade que auxiliou o diagnóstico de RAH. O método também serviu como adjuvante no acompanhamento durante e após o tratamento e pode contribuir na melhor seleçao de doadores reduzindo as complicaçoes imunológicas póstransplante.


TX 055

RECEPTORES HIPERSENSIBILIZADOS: SELEÇAO IMUNOLOGICA DE DOADORES RENAIS

EDUARDO J TONATO; MARCELINO DE SOUZA DURAO JR, LUCIO ROBERTO REQUIAO MOURA, MAURICIO GALVAO PEREIRA, ERIKA FERRAZ DE ARRUDA, MARGARETH AFONSO TORRES, ALVARO PACHECO E SILVA FILHO

HOSPITAL ISRAELITE ALBERT EINSTEIN.

Introduçao: Pacientes hipersensibilizados apresentam alto risco imunológico decorrente de anticorpos pré-formados anti-HLA. Frequentemente esses anticorpos encontram-se em títulos baixos conferindo prova cruzada (PC) falso-negativa pela técnica de citotoxicidade convencional realizada pelos laboratórios de histocompatibilidade. Métodos: A identificaçao da especificidade de anticorpos anti-HLA pelo reagente LABScreenr Single Antigen HLA Class I e II, One Lambda, utilizando a plataforma Luminex é uma ferramenta de alta sensibilidade e especificidade na detecçao de baixos títulos de anticorpos. Desde junho de 2007 começamos a caracterizar o painel de anticorpos anti-HLA classe I e II dos receptores hipersensibilizados, em especial aqueles priorizados por falta de acesso vascular, com a finalidade de seleçao do doador. Dessa forma ao conhecermos a composiçao HLA do doador, no momento da oferta do órgao, poderemos ratificar ou nao o resultado da prova cruzada realizada por citotoxicidade, confrontando com os antígenos permissíveis do receptor. Conclusoes: Através de técnicas de identificaçao de anticorpos anti-HLA mais sensíveis e específicas, como a descrita acima, podemos selecionar imunologicamente doadores para receptores hipersensibilizados, reduzindo os riscos imunológicos para rejeiçoes mediadas por anticorpos. A metodologia poderia ser aplicada no âmbito das Centrais de Transplante para essa populaçao específica de hipersensibilizados.

Transplante de Órgãos

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