J. Bras. Nefrol. 2004;26(3 suppl. 2):12-4.

ORAL – Fisiologia e Fisiopatologia

Fisiologia e Fisiopatologia

AO-028

CONDUTIVIDADE URINARIA: UM MÉTODO SIMPLES E RAPIDO PARA AVALIAR A CONCENTRAÇAO IONICA E A OSMOLALIDADE

GORDAN, P. A.; GONÇALVES, J.; BRUM, J.; SEKO, L.; OLIVEIRA, J. A.; FAVERO, M. E.

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA.

Introduçao: a medida da osmolalidade (mOsmol/kg) e da concentraçao de urinária de eletrólitos, principalmente , sódio ( Na+U ) é um método útil para avaliar o balanço hidro-eletrolítico. Estas medidas, porém, necessitam de equipamentos que se encontam longe das áreas de internaçao, portanto, nao fornecendo as informaçoes imediatas. Condutivímetros sao instrumentos de uso corrente nas unidades de diálise e familiares aos nefrologistas. Objetivos: Demonstrar a correlaçao das medidas da condutividade com as medidas da osmolalidade e da concentraçao de eletrólitos urinários. Métodos: Foram analisadas 179 amostras urinárias aleatórias colhidas para exame parcial de urina de pacientes ambulatoriais ou internados no Hospital Universitário da UEL, além da condutividade em mili Siemens/cm ( Phoenix, Mesa Labs , USA), Osmolalidade ( LK 1000-Laktron , LD- Pr), densidade por refractometria, foram medidas as concentraçoes do eletrólitos mmol/L (Na+U, K+U, Cl-U) por método automatizado com eletrodo íon especifico (Dimension,Dade-Behring). Resultados:

Conclusoes: A simples medida da condutividade urinária fornece informaçoes valiosas e confiáveis e se correlaciona muito significativamente com as medidas da osmolalidade urinária e as dosagens da concentraçao de sódio urinário e da soma do sódio e do potássio urinários (Na+U + K+U) . O que permite o cálculo do clearance iônico e do clearance de água livre de íons


AO-029

EFEITO DO MEIO HIPERGLICEMICO SOBRE OS TRANSPORTADORES DE GLICOSE EM CÉLULAS MESANGIAIS

ARNONI, C. P.; VIDOTTI, D. B.; CRISTOVAM, P. BOIM, M. A.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO.

Introduçao: O diabetes induz alteraçoes funcionais na célula mesangial (CM), incluindo a síntese aumentada de fatores de crescimento e aumento na produçao de matriz mesangial culminando com a esclerose glomerular, uma característica típica da nefropatia diabética. Sabe-se que a captaçao de glicose pela CM está aumentada no diabetes, porém os mecanismos envolvidos no transporte de glicose por essas células nao estao totalmente esclarecidos. Este trabalho tem por objetivo avaliar o efeito do meio rico em glicose sobre a expressao dos RNAs mensageiros dos transportadores de glicose, GLUT1 e GLUT4, independente e dependente de insulina respectivamente, bem como de um dos componentes de matriz mesangial, a fibronectina. Métodos: CM de rato foram incubadas em meio de cultura contendo concentraçoes normal (11mM), ou elevada de glicose (30mM) em diferentes períodos: 1, 4, 12 e 24 horas. Foram avaliados os níveis de expressao dos mRNAs dos transportadores de glicose GLUT1 e GLUT4, e de fibronectina através de RT-PCR. Como controle endógeno foi utilizado o GAPDH. Resultados: Houve um aumento na expressao do RNAm para GLUT1 (234%) já na primeira hora de incubaçao, o que persistiu em todos os períodos estudados. A expressao de GLUT4 apresentou-se significantemente reduzida em todos os períodos com alta glicose. Houve aumento na expressao de fibronectina sendo significante apenas no período de 1 hora, retornando aos níveis normais nos períodos subsequentes. Conclusao: O meio hiperglicêmico induziu um aumento na expressao de GLUT1, sugerindo que a captaçao de glicose ocorreu às custas de elevaçao no transportador constitutivo e independente de insulina. A reduçao no GLUT4 talvez indique um possível mecanismo compensatório para a elevaçao no GLUT1. O aumento na captaçao de glicose favoreceu o aumento na expressao de fibronectina, importante marcador de expansao de matriz mesangial, principalmente em períodos precoces de incubaçao com alta glicose.


AO-030

HIPEROSMOLARIDADE DETERMINA RESISTENCIA A CÉLULAS DA MEDULA INTERNA RENAL

SILVA, R. G.; SANTOS, B. F. C. ; ROMANATO, R.

UNIFESP.

Justificativa: O mecanismo de concentraçao urinária é dependente da formaçao do gradiente córtico-medular de osmolaridade renal, o que proporciona uma medula interna hiperosmótica. Esta regiao é menos acometida por estresses que levam à insuficiência renal, como a nefrotoxicidade por drogas e o estresse oxidativo (isquemia-reperfusao). Além disso, demonstramos anteriormente que células representativas de diferentes porçoes do néfron cronicamente adaptadas a hiperosmolaridade com NaCl e uréia respondem diferentemente a estresses adicionais como aqueles induzidos por drogas. Objetivo: Avaliar os mecanismos de morte induzidos por diferentes estresses inibidos pela complexa resposta celular a hiperosmolaridade. Materiais e Métodos: Células mIMCD3 (mouse Inner Medulary Collected Duct), oriundas da medula interna renal, foram expostas a diferentes solutos hiperomolares (NaCl, uréia, glicerol, manitol,…) acrescidos ao meio de cultura e submetidas a tratamentos com drogas conhecidamente nefrotóxicas (cisplatina, ciclosporina A, gentamicina, anfotericina B) e H2O2. Após o tratamento, as células foram submetidas a testes de viabilidade por cristal violeta, Western Blot e RT-PCR para a avaliaçao da expressao de proteínas e mRNA envolvidos na resposta a hiperosmolaridade e sinalizaçao de morte celular (apoptose ou necrose). Resultados: A utilizaçao de solutos hipertônicos (NaCl e manitol) a 100mM pro – porcionou significativa citoproteçao (20%, n=16, p<0,05, teste t) contra cisplati – na(15mg/mL), efeito nao obtido com a utilizaçao de solutos apenas hiperosmo – lares (glicerol e uréia). Utilizando manitol agudamente, obtivemos citoproteçao (máxima com 100mM) contra cisplatina (15mg/mL) na ordem de 40% (n=16, p<0,05, teste t), porém nao contra a ciclosporina A (300mg/mL), gentamicina (1,5mg/mL) ou anfotericina B (75mg/mL) e a citoproteçao proporcionada croni – camente pelo NaCl+uréia contra ciclosporina A (60%, n=16, p<0,05, teste t) nao foi observada com o mesmo tratamento de forma aguda. Além disso, a aquisiçao de resistência pelas células foi proporcional à expressao de proteínas rela – cionadas à sobrevida celular, como HSP70 (92% quando exposta ao NaCl+uréia, média de 5 experimentos independentes). Conclusao: Nossos resultados sugerem que a proteçao determinada por agentes hiperosmolares (NaCl e manitol) é resultado da interaçao dos processos adapta – tivos de resposta ao estresse de perda água (e/ou variaçao de volume celular) e os mecanismos de morte induzidos pelas diferentes drogas nefrotóxicas (estresse oxidativo, ativaçao de apoptose, alteraçao na permeabilidade da membrana, etc).


AO-031

A ASSOCIAÇAO TERAPEUTICA DE DROGA ANTI-FIBROTICA, TAMOXIFENO, COM LOSARTAN E MMF PROMOVE A MELHOR PROTEÇAO RENAL EM MODELO DE NEFROPATIA CRONICA PROGRESSIVA

DELLE, H.; FANELLI, C.; ROCHA, J. R. C.; MALHEIROS, D. M. A. C.; NORONHA, I. L.

FACULDADE DE MEDICINA DA USP.

Terapias com bloqueadores do SRA e drogas antiinflamatórias têm mostrado efeito renoprotetor no tratamento das nefropatias crônicas progressivas, diminuindo a lesao renal. No entanto, estes tratamentos nao bloqueiam completamente a progressao da fibrose renal. O objetivo do presente estudo foi analisar o efeito da associaçao de tamoxifeno (TAM), uma droga anti-fibrótica, com losartan e micofenolato mofetil (MMF), em modelo experimental de nefropatia crônica progressiva. A doença renal progressiva foi induzida pela inibiçao crônica do óxido nítrico através da administraçao de L-NAME. Ratos Wistar machos foram distribuídos em 4 diferentes grupos: CONTROLE, ratos recebendo dieta hipersódica (HS, 3,2% Na); NAME, ratos recebendo L-NAME (200 mg/L) e HS durante 30 dias; TAM, ratos NAME recebendo TAM (10 mg/Kg/dia); e TRIPLICE, ratos NAME recebendo losartan (50mg/Kg/dia), MMF (10mg/Kg/dia) e TAM. Após 30 dias, os parâmetros analizados foram: pressao arterial caudal (PC), albuminúria, glomeruloesclerose (GS), isquemia glomerular (GI) e fibrose intersticial (INT). Resultados: (média ± EP; a p< 0,05 vs Controle; b p< 0,05 vs NAME; c p<0,05 vs TAM; d p<0,05).

O tratamento com TAM diminuiu significativamente a ALB, a GI e a INT, apesar da manutençao de hipertensao arterial. Entretanto, o tratamento tríplice diminuiu significativamente todos os parâmetros analisados, mantendo os valores nos padroes normais. Estes resultados demonstram que a associaçao de losartan, MMF e TAM foi responsável pela melhor renoproteçao neste modelo experimental, apontando a necessidade do uso combinado de drogas para bloquear simultaneamente diferentes vias e assim obter o melhor tratamento para as nefropatias crônicas progressivas.


AO-032

MECANISMO ANTI-FIBROTICO DO TAMOXIFENO ANALISADO EM CULTURA DE FIBROBLASTOS RENAIS

CAVAGLIERI, R. C.; NORONHA, I. L.; DELLE, H.; ROCHA, J. R. C.; DOMINGUEZ, W. V.

LABORATORIO DE FISIOPATOLOGIA RENAL DA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SAO PAULO.

Introduçao: A doença renal crônica progressiva é caracterizada pela deposiçao excessiva de matriz extracelular levando à formaçao de fibrose. Neste contexto, o uso de drogas potencialmente anti-fibróticas pode ser considerado uma estratégia promissora para o tratamento das doenças renais. Tamoxifeno é uma droga modu – ladora de receptores para estrógeno e tem mostrado efeito anti-fibrótico em modelo de nefropatia crônica progressiva. No entanto, o mecanismo resposável por este efeito continua desconhecido. Devido a importante participaçao do TGF-β como mediador da fibrose renal, o objetivo do presente estudo foi analisar o efeito do tamoxifeno na produçao de TGF-β por fibroblastos. Método: Fibroblastos renais foram cultivados como cultura primária e, após atingirem confluência, foram estimulados com LPS (5 µg/ml) e em seguida foi adicionado o tamoxifeno (0,5 µM) no meio de cultura. Como controle, foram feitos experimentos apenas com LPS (controle positivo), apenas com o meio de cultura (controle negativo) e apenas com tamoxifeno (controle da droga). Após 24 horas, foi retirado o sobrenadante para quantificaçao da produçao de TGF-b, através de ELISA. Resultados: Os fibroblastos renais tratados apenas com meio de cultura apresentaram uma produçao basal de TGF-β (44±9 pg/mL), enquanto que os fibroblastos estimulados com LPS apresentaram uma produçao de TGF-β significativamente maior (167±4; p<0,05). O tratamento com tamoxifeno inibiu significativamente a produçao de TGF-b (61±11 pg/mL; p<0,05), demonstrando que o tamoxifeno inibiu a produçao de TGF-β em fibroblastos renais após estímulo inflamatório. Conclusao: O efeito anti-fibrótico do tamoxifeno em nefropatia crônica progressiva está associado com a diminuiçao da produçao de TGF-β.


AO-033

ANALISE DA EVOLUÇAO DA NEFROPATIA CRONICA PROGRESSIVA EXPERIMENTAL DE ACORDO COM O SEXO

FANELLI, C.; NORONHA, I. L.; DELLE, H.

LABORATORIO DE FISIOPATOLOGIA RENAL DA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SAO PAULO.

Introduçao: O estabelecimento de modelos experimentais de doenças renais é de fundamental importância para o estudo dos mecanismos patogenéticos envolvidos e para a avaliaçao de estratégias terapêuticas. Neste contexto, destacam-se modelos experimentais de nefropatia crônica progressiva, tais como ablaçao 5/6, inibiçao crônica da síntese do óxido nítrico (NAME) e obstruçao unilateral de ureter. Como em humanos estas patologias acometem tanto indivíduos do sexo masculino como feminino, o objetivo deste estudo foi analisar o desenvolvimento da nefropatia crônica progressiva em ratos machos e fêmeas. Métodos: Utilizou-se o modelo experimental de inibiçao crônica da síntese de óxido nítrico (NAME). Ratos Wistar machos (M) e fêmeas (F) foram distribuídos em 4 grupos: NAME M(n=10) e NAME F (n=10), incluindo ratos machos (M) e fêmeas (F) tratados com NAME e dieta hipersódica a fim de induzir a doença renal progressiva. Como controle, foram incluídos os grupos Controle M(n=10) e Controle F (n=10), com animais de ambos os sexos tratados apenas com dieta HS. Os tratamentos tiveram duraçao de 30 dias e os parâmetros analisados foram: pressao caudal (PC), albuminúria (ALB), glomeruloesclerose (GS), isquemia glomerular (GI), fibrose intersticial (INT), infiltrado de macrófagos (MO) e presença de a-actina de músculo liso no interstício renal para identificaçao de miofibroblastos (MIO). Resultados: Os resultados foram apresentados como média ± erro padrao.

Conclusao: Os resultados demonstraram que os animais machos apresentaram lesao renal mais importante do que as fêmeas: maior albuminúria, maior glomeruloesclerose e maior número de miofibroblastos. Este fato está provavelmente relacionado às baixas concentraçoes de estrógeno (hormônio com efeito renoprotetor) no organismo dos machos aliado à presença da testosterona (um hormônio potencialmente pró-fibrótico). Estes dados apóiam o uso preferencial de animais machos para o estudo da doença renal experimental.


AO-034

ASPECTOS TERAPEUTICOS DA ASSOCIAÇAO DE MICOFENOLATO MOFETIL E LISINOPRIL NA OBSTRUÇAO URETERAL UNILATERAL EM RATOS

LEITE JUNIOR, M.; GONÇALVES, R. G.; TAKYIA, C. M.; FARIAS, E.; BIATO, M. A.; MARTINUSSO, C. A.; PECLY, I. M. D.; PASCARELLI, B. O.; CARDOSO, L. R.; ORNELLAS, J. F. R.

SERVIÇO DE NEFROLOGIA, DEPARTAMENTO DE HISTOLOGIA E EMBRIOLOGIA E LABORATORIO DE TECIDO CONJUNTIVO. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, RJ.

Introduçao: Vários estudos têm demonstrado o efeito de drogas anti-fibróticas e anti-inflamatórias na atenuaçao da fibrose intersticial decorrente da obstruçao ureteral unilateral (OUU). Neste estudo, avaliamos o efeito do micofenolato mofetil (MMF), lisinopril (L) e a associaçao de ambos (MMF+L) sobre a lesao renal da OUU. Métodos: Ratos Wistar foram submetidos a OUU por ligadura do ureter esquerdo, seguindo os protocolos: 1)MMF(30mg/kg/dia); 2)L (200mg/l); 3)MMF + L; 4)OUU s/ tratamento; 5)Sham; 6)Controle s/ tratamento. Os ratos foram sacrificados após 14 dias, e os rins preparados para coloraçao pelo HE, Picro Sirius (PS), e análise bioquímica (hidroxiprolina (HP), mg/mg tecido). A quantificaçao de macrófagos (céls./campo) e densidade de miofibroblastos (%/campo) foi feita através de imunohistoquímica (ED-1 e a-actina, respectivamente). Resultados: Ao HE observou-se menos inflamaçao e menor dilataçao tubular nos grupos 1, 2 e 3. O estudo com PS mostrou maior densidade no grupo 4 (3069.0 [6419.2-1128.9]µm2) em comparaçao a 1 (1390.8[4362.9-503.6]µm2), P<0.01, 2 (1975.1[3784.1-183.8]µm2), P<0.0001, e 3 (1287.7[3615.3-302.6]µm2), P<0.0001. A quantidade de HP foi maior no grupo 4 (7.781.29), em comparaçao a 1 (3.10.49, P<0.01), 2 (3.911.2, P<0.05), e 3 (2.90.51, P<0.01). Observou-se maior quantidade de células ED-1- positivas no grupo 4 (23,5 [69,0-3,0], bem como maior densidade de marcaçao para a-actina (20,1 [100-2,08]) em relaçao a 1 (5,0 [13,0-0] e 7,79 [100-0,32]), 2 (4,0 [14,0-4,0] e 8,37 [52,2-0,02]) e 3 (4,0 [27,0-6,0] e 10,1 [105, 0-0]), respectivamente (P<0,05). Nao houve diferença significante entre os grupos 1 e 3, 1 e 2, 2 e 3, 5 e 6 em qualquer dos parâmetros observados. Conclusao: O tratamento com MMF, L ou a associaçao de ambos diminuiu a infiltraçao de macrófagos e miofibroblastos, o edema e o depósito de colágeno no interstício renal de ratos com OUU, de uma forma equivalente. Nao foi observado efeito aditivo entre as drogas usadas.


AO-035

EFEITO DO TRATAMENTO COM ENALAPRIL NA EXPRESSAO DO FATOR NUCLEAR-KB E DE MAP QUINASES (MITOGENIC ACTIVACTED PROTEIN) NO CORTEX RENAL DE RATOS COM NEFRECTOMIA SUBTOTAL

COSTA, J. C. S. R.; COSTA, R. S.; COIMBRA, T. M.

FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRAO PRETO DA UNIVERSIDADE DE SAO PAULO.

Introduçao: O modelo da nefrectomia subtotal ou 5/6 se caracteriza pela perda progressiva da funçao renal, proteinúria e modificaçoes da estrutura renal. Essas alteraçoes estao associadas com aumento dos níveis renais de angiotensina II e hipertensao glomerular. As ativaçoes das vias do fator nuclear-kB (NF-kB) e MAP quinases podem estar contribuindo para o processo inflamatório e proliferaçao celular observados no córtex renal desses animais. Esse estudo visa avaliar o efeito do enalapril sobre a expressao de NF-kB e da MAP quinase ERK (extracellular signal regulatory protein kinase) no córtex renal de ratos submetidos à nefrectomia subtotal e verificar se a proteçao conferida por essa droga está relacionada com uma possível inibiçao dessas vias. Métodos: Trinta e uma ratas Wistar foram submetidas à nefrectomia subtotal (N) ou à manipulaçao do pedículo renal (sham, controles). Oito animais nefrectomizados e 8 controles foram tratados com enalapril, adicionado a água (50 mg/l). Noventa dias após a cirurgia foram coletadas amostras de 24 horas de urina para determinaçao da albuminúria e realizadas avaliaçoes da pressao arterial sistólica e da funçao renal. Os rins foram removidos para análise histológica e imunohistoquímica. Os resultados dos estudos histológicos e de imunohistoquímica foram avaliados por escores que refletem a extensao da lesao ou da marcaçao, respectivamente. Resultados:Os animais com nefrectomia subtotal desenvolveram hipertensao e alteraçoes da estrutura e funçao renal. Esses distúrbios foram atenuados ou prevenidos pelo tratamento com enalapril. Os estudos de imunohistoquímica evidenciaram aumento da imunorreaçao para NF-kB no córtex (X=2,57±0.16) e nos glomérulos (X=2.99±0.10) renais dos animais nefrectomizados em relaçao aos controles: (córtex=0.89±0,18 e glomérulos=0,09±0,03) (p<0,001). Esses animais apresentaram também aumento da expressao do ERK no córtex (X=1,23±0,26) e nos glomérulos renais (X=0,78±0,12) em relaçao aos controles (córtex=0,30±0,08 e glomérulos=0,02±0,01) (p<0,01). O tratamento com enalapril preveniu os aumentos das expressoes do NF-kB e do ERK observados nos compartimentos tubulointersticiais e glomerulares do córtex renal desses animais. Conclusao: Esses resultados sugerem que o efeito protetor do enalapril na evoluçao da lesao renal nos animais com nefrectomia subtotal pode estar relacionado com a inibiçao das vias do NF-kB e MAP quinases.


AO-036

EFEITO DO BLOQUEIO DA CICLOXIGENASE 1 E 2 NA LESAO ENDOTELIAL APOS HIPOXIA GASOSA

CAMARA, N. O. S.; GLORIA, M. A.; CENEDEZE, M. A.; SILVA, A. P.

LABORATORIO DE IMUNLOGIA CLINICA E EXPERIMENTAL, DISCIPLINA DE NEFROLOGIA, UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO.

Introduçao: A hipóxia induz uma cascata de eventos que culminam na ativaçao e conseqüente morte celular. As espécies reativas de oxigênio sao os principais mediadores, gerados em parte pela presença das cicloxigenases (COX). O endotélio é o alvo primário das espécies reativas de oxigênio e, uma vez ativado, uma fonte de proteínas pró-inflamatórias e pró-coagulantes, agravando ainda mais a lesao tecidual. Objetivo: Estudar o efeito do bloqueio nao seletivo das COX na resposta da célu – la endotelial à hipóxia. Material e Métodos: Células endoteliais imortalizadas de camundongos foram submetidas a 30 de hipóxia gasosa. Células foram prétratadas ou nao com indometacina, em duas concentraçoes 100 e 300 µM. Viabilidade celular foi aferida com o uso dos corantes brometo de etídeo e acridina orange, e pelas medidas de DHL (relaçao de DHL intracelular/meio de cultura). Semi-quantificaçao de transcritos gênicos para COX-1, -2, RANTES e hemeoxigenase- 1 (HO-1) foram realizados. Resultados: A hipóxia gasosa induziu um decréscimo substancial na PaO2 (45%) e conseqüentemente, na viabilidade celular (73.1 ± 2.7 vs. 91.2 ± 0.9%) e uma elevaçao dos níveis de DHL (36 ± 11 vs. 22 ± 9.6%) em relaçao ao controle, respectivamente. A expressao dos mRNA de COX-1, -2 e HO-1 foram aumentadas após a hipóxia. O tratamento com indometacina na concentraçao de 300 mM acarretou uma melhor viabilidade celular e diminuiçao significativa nos níveis destes transcritos gênicos. DE forma interessante, o tratamento com inibidor nao seletivo da COX, diminuiu a expressao da quimiocina RANTES de forma significativa. Conclusao: O bloqueio das COX ocasiona uma melhora nos danos endoteliais secundários à hipóxia, e este efeito revelou-se HO-1-independente com açao negativa na produçao de RANTES.

ORAL – Fisiologia e Fisiopatologia

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