J. Bras. Nefrol. 2004;26(3 suppl. 2):104-46.

POSTERES – Diálise

Diálise

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A IMPORTANCIA DA FAMILIA NA QUALIDADE DE VIDA DO PACIENTE EM HEMODIALISE

PINTO, L. V.; MARQUES, R.; COSTA, R.; PATRICIO, P. J. M.; MACIEL, S. R.

CLINEF/RJ.

Tradicionalmente, o conceito de qualidade de vida é delegado aos filósofos e poe – tas no entanto, o assunto vem ganhando interesse científico principalmente na evoluçao das doenças crônicas e degenerativas. A equipe objetiva neste estudo verificar a importância dos que covivem com os pacientes (pts) em hemodiálise crônica (HD) no seu tratamento e na sua qualidade de vida assim como a relaçao do paciente com seu contexto social. SF36 (Medical Outcomes Study 36), questionário dividido em dominios que variam de 0 a 100%, sendo este o melhor estado foi aplicado em 247 pts em programa regular de HD; a fim de evitar a interferência do local de tratamento o teste foi respondido em outro ambiente da vida dos pts. Utilizamos como método comparativo os domínios aspecto emocional e social, correlacionando com a situaçao familiar. 162 (66%) dos questionários retornaram para análise que foram distribuidos em 7 grupos de pacienes que convivem com: Grupo A:companheiros e filhos (61) tem aspecto social (64%) e social (41%) equilibrados: Grupo B: companheiro (10) temo pior aspecto social (50%) e o melhor emocional (43%); Grupo C: companheiro, filhos e/ou familiares (27) bom aspecto social (63%) e emocional (41%); Grupo D: familiar sem companheiro (42) bom aspecto social (67%) e regular emocional (38%); Grupo E: amigos (11) tem o melhor aspecto social (68%) e o pior emocional (37%); Grupo F: residem sozinhos (11) apresentam bom aspecto social (60%) e o melhor emocional (45%). Acreditava-se ao inicio da investigaçao que o grupo F teria o pior aspecto emocional e social, mas os resultados demonstram que residir sozinho é uma opçao de vida e independências desses pa-cientes. Considerando que os grupos D e E convivem com familiares e/ou amigos mas, nao tem a presença de um companheiro, demonstram um agravamento no aspecto emocional porém, suprem essa falta nas relaçoes sociais. Já o grupo B em que o paciente tem a proteçao e o carinho do companheiro, consegue nessa relaçao o melhor controle emocional mas, como consequência se isola do convívio social dentro desta relaçao fechada. Este estudo mostra a importancia do ambiente na capacidade de convivio do paciente em HD e estudos com maior número de pacientes e de diferentes regioes devam ser realizados no sentido de individualizar o tratamento de cada pts.


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A LIBERAÇAO DA AUTORIZAÇAO DE PROCEDIMENTO DE ALTO CUSTO (APAC): UM DIREITO DO PACIENTE E UM DEVER DO ESTADO O TEMPO MÉDIO DE ESPERA: UMA OBRIGAÇAO DAS CLINICAS DE HEMODIALISE?

FRAXINO, P. H.; FRAXINO, C. M.; DAVEBIDA, D. C.

CLINICA RENAL IRATY.

Introduçao: As Clínicas de Hemodiálise, no Brasil, em geral passam por um problema que afeta de certa maneira a programaçao estimada pelas mesmas, tanto estrutural quanto financeiramente: O tempo levado para se conseguir a cota de um paciente, ou seja a liberaçao de uma APAC que dá direito à Clínica perante o Ministério da Saúde cobrar os procedimentos realizados. O dilema é muito grande pois pela coerência as Clínicas nao podem decidir nao dialisar determinado paciente, visto que em alguns casos disso depende a sua vida. O tempo é curto e a única soluçao é a diálise. Nestas situaçoes a Clínica que prestou atendimento, e que certamente passará a prestá-lo ininterruptamente, fica a mercê da burocracia que envolve a entrada de um novo paciente à diálise. Tao importante quanto prestar o atendimento é receber a sua cota e tê-lo como um paciente autorizado pelo Ministério da Saúde. Objetivos: Identificar, através de uma análise retrospectiva o tempo médio desde a solicitaçao até a liberaçao de uma APAC em nossa Clínica, desde o início de seu funcionamento. Estabelecer, baseados nos repasses obtidos pelo SUS e na tabela da FIPE, o prejuízo que esta espera pode trazer a uma Clínica de Hemodiálise. Material e Métodos: A Clínica Renal Iraty teve a liberaçao do SUS para iniciar suas atividades e prestar atendimento ao portadores de Insuficiência Renal Crônica no dia 15 de Setembro de 2003 e teve liberado 33 cotas para pacientes de Irati e mais 8 municípios da Regiao. Após isso pode-se avaliar que com o trânsito e entrada de novos pacientes tornou-se necessário a solicitaçao de novas cotas como procede: Processo enviado em 14 de Novembro de 2003 solicitando 5 novas cotas – Recebidas em 08 de Dezembro de 2003. Processo enviado em 15 de Dezembro de 2003 solicitando 3 novas cotas – Recebidas em 01 de Fevereiro de 2004. Processo enviado em 12 de Janeiro de 2004 solicitando 3 novas cotas – Recebido em 19 de Março de 2004. Processo enviado em 14 de Abril de 2004 solicitando 2 novas cotas – Aguardando resposta. Processo enviado em 17 de maio de 2004 solicitando 3 novas cotas – Aguardando resposta. Resultados:

Conclusao: O tempo médio para liberaçao de uma APAC tem aumentado progressivamente. Sendo que, nesta situaçao particular, os Processos referentes aos meses de abril e maio de 2004 ainda estao em andamento. O prejuízo financeiro ocasionado pelo tempo de espera é significativo e uma projeçao de prazos nao pode ser feita. A programaçao financeira da unidade de diálise fica absolutamente comprometida. Resta-nos a indagaçao: A liberaçao da autorizaçao de procedimento de alto custo (APAC) nao é um direito inalienável daquele que necessita de um tratamento de TRS? Tal liberaçao nao é uma obrigaçao do Estado? Cabe as Clínicas de TRS a obrigatoriedade de esperar pela liberaçao de uma APAC arcando com todos os custos inerentes ao tratamento de seu pacientes novos?


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A PRESENÇA DE CALCIFICAÇAO VALVAR EM HEMODIALISE ASSOCIOU-SE MAIS INTENSAMENTE A IDADE DO PACIENTE QUE AO PRODUTO CALCIO X FOSFORO

MARTIN, L. C.; BANIN, V. B.; KOCHI, A. C. ; BALBI, A. L.; MATSUBARA, B. B.; OKOSHI, K.; CARAMORI, J. C. T.; MARINHO, L.; BARRETTI, P.

HC – FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU – UNESP.

Introduçao: o hiperparatireoidismo secundário participa na gênese da calcificaçao valvar em hemodiálise. O envelhecimento também é fator patogênico dessa valvopatia. Este trabalho objetiva identificar variáveis clínicas associadas a calcificaçao valvar em pacientes em hemodiálise. Métodos: Estudo retrospectivo de 54 pacientes em hemodiálise que realizaram ecocardiografia no período de 2000 a 2003. Anotadas as variáveis: idade, sexo, peso, altura, tabagismo, doença de base, cálcio, fósforo, produto cálcioXfósforo (CaXP), paratormônio, calcificaçao mitral e aórtica. A casuística foi dividida em dois grupos de acordo com a ausência (G1) ou presença (G2) de calcificaçao valvar, sendo que, do grupo G2, destacamos os pacientes com idade inferior a 60 anos (G3) de modo a constituir grupo com calcificaçao valvar e idade semelhante aos pacientes sem calcificaçao valvar. Resultados: Somente a idade diferenciou os grupos com e sem calcificaçao. Apenas quando se comparou pacientes com calcificaçao e idade semelhante á do grupo sem calcificaçao observou-se cálcio e CaXP superiores entre os pacientes com calcificaçao (tabela). CaXP = produto cálcio x fósforo; *p<0,05

Conclusao: Os dados do presente trabalho devem alertar os nefrologistas e cardiologistas que assistam renais crônicos que a calcificaçao valvar nestes pacientes pode associar-se à idade, independentemente do produto cálcio x fósforo. Porém, entre pacientes jovens, o fator prognóstico principal continua sendo o elevado produto cálcio x fósforo.


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PRESSAO DE PULSO EM 44 H DE MONITORIZAÇAO AMBULATORIAL DE PRESSAO ARTERIAL COMO DETERMINANTE DA EVOLUÇAO DA HIPERTROFIA VENTRICULAR ESQUERDA EM PACIENTES EM HEMODIALISE

KOCHI, A. C.; MARTIN, L. C.; MATSUBARA, B.; CARAMORI, J.; BARSANTE, R. C.; BALBI, A. L.; FRANCO, R.; BARRETI, P.

UNESP- UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA.

Introduçao: o objetivo do presente trabalho foi avaliar os fatores associados com regressao ou progressao da hipertrofia ventricular esquerda (HVE) de pacientes em hemodiálise. Métodos: pacientes em hemodiálise (n=22) foram avaliados clinicamente, laboratorialmente, além de realizarem ecocardiografia (ECO) e monitorizaçao ambulatorial de pressao arterial (MAPA) de 44 h sob condiçao basal (inicial) e depois de 8 a 16 meses (final). Os pacientes foram divididos em dois grupos, de acordo com a evoluçao do índice de massa ventricular esquerdo (IMVE): os que apresentaram aumento de IMVE maior que 10 g/m2 (G1; n=12) e os que diminuíram o IMVE no mesmo valor (G2; n=10). Os resultados foram comparados por teste “t” de Student (entre grupos) e teste “t” pareado (entre momentos). Resultados: Os grupos foram semelhantes quanto à idade, sexo, dados clínicos e laboratoriais. Os resultados de ECO e MAPA estao expressos na tabela (média ± DP): AE: átrio esquerdo; E/A: pico precoce de enchimento ventricular/sístole atrial;

SIV: espessura do septo de interventricular; PP: pressao de pulso de 44 h. * p < 0,05 vs. basal; €: p < 0,05 vs. G1 Conclusao: Em pacientes de hemodiálise, a progressao da HVE foi associada ao aumento da pressao de pulso na MAPA, independentemente de outras variáveis.


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A TERAPIA RENAL SUBSTITUTIVA NO BRASIL – ABRIL DE 1997 A JULHO DE 2000

BATISTA, P. B. P.; SANTOS, E. S. C.; AVILA, M. O. N.; CRUZ, J. G.; COSTA, F. A.

HOSPITAL SAO RAFAEL.

Introduçao: Após o acidente de Caruaru houve, no ano de 1996, uma mudança nas exigências para funcionamento de centros de diálise. Este estudo objetivou descrever alguns aspectos relevantes da assistência pública ao paciente portador de insuficiência renal crônica no Brasil, de abril de 1997 a julho de 2000. Métodos: Foram avaliadas as 1.600.000 Autorizaçoes para procedimentos de alta complexidade (APAC) de 88.881 pacientes em Terapia Renal Substitutiva e transplante renal da base de dados do DATASUS. O software SPSS para Windows versao 10.0 foi o programa estatístico utilizado. Resultados: Os pacientes tinham idade média de 49,7±17,5 anos, 56,8% eram homens. A causa atribuída de DRT foi de diabetes mellitus em 13,8% e foi causa indeterminada. em 28% dos pacientes. Houve diferenças regionais marcantes de incidência e prevalência. A prevalência estandardizada para idade apresentou variaçoes de 17 crianças de 10-14 anos em hemodiálise por milhao de habitantes da respectiva faixa etária no Amapá (pmhf ) a 1.772 idosos com mais de 80 anos (pmhf) no Distrito Federal. A mortalidade foi de 16,6 óbitos/100 pacientes-ano. Conclusao: No período estudado a mortalidade de pacientes em TRS encontra-se em níveis aceitáveis. A prevalência foi muito diferente entre estados e regioes brasileiras e variou muito quando padronizada por faixa etária.


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ABCESSO ESPINHAL EPIDURAL EM PACIENTES SUBMETIDOS A HEMODIALISE

ROCHA, P. T.; RUZANY, F.; GOMES, C. L.; FILGUEIRAS, R.; ANDRADE, J.; ESPINDOLA, F.; FINNI, P.; BAZHUNI, D.; CERVANTE, V.; LEMOS, M. M.

SERV. DE NEFROLOGIA DO HOSP. UNIVERSITARIO PEDRO ERNESTO.

Introduçao: A utilizaçao de cateteres temporários de dupla-luz para hemodiálise (CDL) é cada vez mais frequente em pacientes com insuficiência renal crônica (IRC). Seu uso está relacionado a complicaçoes infecciosas, hemorrágicas e mecânicas. De todas estas, as complicaçoes infecciosas sao as que acarretam maior morbidade e mortalidade. O Abcesso Espinhal Epidural (AEE) é uma complicaçao infecciosa metastática rara do uso de CDL’s, com poucos casos descritos na literatura mundial. Relatamos dois casos de AEE em pacientes submetidos a hemodiálise e revisamos a literatura. Caso 1: Paciente feminina, 59 anos, diabética evoluindo com IRC terminal iniciando hemodiálise em caráter de urgência após instalaçao de CDL. Após 23 dias de instalaçao, iniciou quadro de febre e secreçao no CDL, sendo esse retirado, colhidas culturas e iniciado Vancomicina. Seis dias após a retirada do CDL, mantinha-se febril e apresentou quadro de dor abdominal em cólica em fossa ilíaca esquerda, bexigoma e posteriormente evoluindo com lombalgia e paresias de membros inferiores. Ressonância Nuclear Magnética evidenciou AEE em topografia de L2-L4, sendo a paciente submetida à drenagem cirúrgica e laminectomia. Culturas demonstraram crescimento de Staphilococus aureus resistente à meticilina, sendo associado rifampicina, porém a paciente evoluiu com disfunçao de múltiplos orgaos, e óbito no 69º dia de internaçao hospitalar Caso 2: Paciente feminina, 43 anos, diabética com IRC terminal em regime regular de hemodiálise há quatro anos. Após trombose de Fístula arterio-venosa foi instalado CDL. Após 32 dias de instalaçao, iniciou quadro de febre e lombalgia, sem déficits motores. Cintigrafia óssea e RNM compatíveis com o diagnóstico de AEE em topografia de L3. CDL foi retirado, e culturas demonstraram crescimento de Enterococcus faecium, sendo iniciado tratamento com ampicilina e gentamicina. Paciente mantinha-se sem déficits neurológicos, e foi entao optado pelo tratamento clínico isolado. Após 10 dias de internaçao, paciente evoluiu com insuficiência cardíaca de difícil controle, febre e sopro cardíaco em foco aórtico. Ecocardiograma transtorácico e transesofágico compatíveis com endocardite bacteriana aórtica. Paciente recusou intervençao cirúrgica, e foi mantida com antibioticoterapia, evoluindo com óbito dois meses após. Conclusao: Abcesso Espinhal Epidural é uma complicaçao infecciosa rara do uso de CDL’s, mas deve ser lembrado no diagnóstico diferencial de febre e lombalgia no paciente com IRC. Devido a escassez de casos na literatura mundial, fatores contribuintes e terapêutica específica nao sao bem estabelecidos, porém o diabetes mellitus parece ser um fator de risco importante, e a abordagem cirúrgica precoce influi na evoluçao.


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ACESSO DE HEMODIALISE COM CATÉTER DE DUPLO LUMEN: TÉCNICAS UTILIZADAS NA FMTM-UBERABA

IWAMOTO, S.; SANTOS, M. J. F.; VASCONCELOS, V. S.; IWAMOTO, H. H.; REIS, M. A.

UNIDADE TRANSPLANTE RENAL-FACULDADE MEDICINA TRIANGULO MINEIRO (UTR-FMTM) -UBERABA-MG.

Objetivos: Analisar as principais técnicas de acesso venoso central para hemodiálise utilizadas na UTR-FMTM em 2003, na tentativa de evitar complicaçoes da punçao da subclávia, que inviabilizam a confecçao da Fístula Artério-Venosa (FAV) homolateral. As técnicas sao as clássicas vias: subclávia; femural; jugular interna e uma variante técnica da veia jugular, interna ou externa, direita ou esquerda com túnel oblíquo subcutâneo (TOS). Métodos: Revisou-se prontuários de pacientes e livros de registros de hemodiálises da UTR e quantificou-se 4034 sessoes de hemodiálises em 92 pacientes portadores de Insuficiência Renal Aguda (IRA) ou Insuficiência Renal Crônica (IRC). Foram selecionados 37 pacientes que utilizaram 36 catéter de polietileno duplo lúmen sem cuff e um Permeacath perfazendo 797(19,8%) sessoes de hemodiálises. As técnicas foram avaliadas quanto: (a) tempo de uso nas diferentes situaçoes (IRA/IRC), (b) finalidade da sua permanência (IRA, maturaçao de FAV, catéter de Tenckhoff, perda de acesso venoso ou FAV, etc), (c) eficiência dialítica (KT/V), (d) índice de infecçao bacteriana (do túnel/ luminar/ ponta do catéter/ hemocultura) e (e) aceitaçao/manejo (paciente/ enfermagem). Resultados: As vias de acesso utilizadas foram: veias subclávia 10(27%); femural 3(8%); jugular interna direita com TOS 21(56%); jugular interna esquerda com TOS 2(5%) e nao houve jugular externa com TOS. A vida média do catéter na jugular interna com TOS foi de 32 dias na IRA e 77 dias na IRC, já o catéter na subclávia, 8 dias na IRA e 44 dias na IRC. Quanto à adequaçao do tempo verificou-se média de dias: Maturaçao de FAV-118 e 44 dias (jugular e subclávia, respectivamente); IRA curada-50 e 25 dias; Obito – 11 e 8 dias; TRS – 146 dias (jugular) e Plasmaferese-9 dias (jugular). As análises do KT/V revelaram que os índices médios de adequaçao dialítica se mantiveram em 1,2 em 19 pacientes, avaliados no período em que cada paciente dependeu do catéter. Os índices de infecçao foram de 10 episódios/1873 dias equivalendo a uma taxa de 1,87 episódios/100dias catéter, computando culturas positivas de swab do óstio de saída do catéter, hemocultura e ponta do catéter retirado. Quanto à aceitaçao do catéter pelo paciente e manejo pela enfermagem, foram observadas uma melhor aprovaçao da via jugular com TOS e da subclávia em relaçao aos demais acessos. Conclusao: Dentre as várias técnicas de acesso venoso central para hemodiálise, o catéter de polietileno de duplo lúmen sem cuff na veia jugular, interna ou externa, direita ou esquerda, implementada com TOS, pode ser boa opçao de acesso temporário com mais benefícios e por permitir maior tempo de uso para intercurrências ou maturaçao de FAV primitivas, próteses vasculares ou peritoniais, IRA, intoxicaçoes agudas, plasmafereses, entre outras.


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ACESSO VASCULAR PARA HEMODIALISE – EXPERIENCIA COM IMPLANTE DE CATETER DE LONGA PERMANENCIA EM VEIA CAVA INFERIOR

SEELIG, D. C.; BRISOLARA, E.; MESSIAS, A. A.; LOSEKAN, A.; BRUNO, R. M.; D’ALMEIDA, P. B.; GARCIA, V. D.; GOLDANI, J. C.; TARRASCONI, P.; KLAUS, F.; DIDONÉ, E. C.; PIRES, F.; D`AVILA, A. R.; VITOLA, S. P.

COMPLEXO HOSPITALAR DA SANTA CASA DE PORTO ALEGRE.

Atualmente, um dos grandes problemas dos pacientes em programa de diálise crônica é um acesso vascular que garanta a manutençao de seu tratamento. O nosso objetivo é mostrar a nossa experiência com cateteres de longa permanência em veia cava inferior implantados por via translombar por punçao guiada por fluoroscopia. A indicaçao para este procedimento é pacientes com estenose de veias centrais, impossibilitando confecçao de outro tipo de acesso vascular (fístula arteriovenosa, próteses e até mesmo cateteres de longa permanência em veias jugulares e subclávias) e também com alguma contra indicaçao a entrada em programa de diálise peritoneal. Dez pacientes foram submetidos a este procedimento. Destes 22,2% (n=2) eram diabéticos, 44,4% (n=4) com nefroesclerose hipertensiva e 11,1% (n=1) com glomerulonefrite crônica. O tempo médio em diálise crônica foi de 12,4 (DP 11,14) anos. A idade média dos pacientes foi de 49,57 (DP 5,2) anos. A média de dias com cateter funcionante foi de 108,86 (DP 107,9). Durante este período apenas 22,2% dos pacientes nao necessitaram reintervençao para troca do cateter, seja por complicaçao infecciosa ou fluxo inadequado para diálise, e 11,1% trocaram o cateter por mais de uma vez. Todos os pacientes retiraram seu cateter, sendo que o principal motivo foi infecçao em 33,3% (n=3), seguido de baixo fluxo para diálise 22,2% (n=2) e transplante renal em 22,2% (n=2). Quatro pacientes evoluiram para óbito, sendo todos por sepse. Por fim, temos que o implante de cateter de longa permanência em veia cava inferior, em casos selecionados, permite estender a possibilidade de tratamento do paciente, inclusive para aguardar um transplante renal.


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ACIDOSE MATABOLICA EM PACIENTES HEMODIALISADOS

MAFRA, D.; LOBO, J. C.; LUGON, J. R.

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE, PROPP-UFF, FAPERJ.

A perda de massa magra é frequentemente relatada em pacientes hemodialisados. A ingestao inadequada de nutrientes, a própria doença, desordens endócrinas e acidose, sao algumas das causas da degradaçao protéica em pacientes renais crônicos dialisados. Estudos mostram que a perda de massa magra resulta do aumento do catabolismo protéico, principalmente associado à ativaçao da via ubiquitina-proteossoma dependente de ATP, pela acidose. O objetivo deste estudo foi verificar a presença de acidose em pacientes hemodialisados. Foram estudados 30 pacientes (idade média de 56,6 anos) do Hospital Santa Mônica, Niterói-RJ. Amostras de sangue foram coletadas da linha arterial em seringas heparinizadas, para determinaçao da concentraçao de HCO3, pH e PCO2. Também foram avaliadas as medidas da composiçao corporal e ingestao de nutrientes, utilizando-se a técnica do registro alimentar e avaliada através do software Virtual Nutri da FSP-USP. A média da concentraçao de HCO3 foi de 18 mmol/L, sendo que 90% dos pacientes apresentaram valores abaixo de 22mmol/L. A média de PCO2 foi de 34mmHg e o pH foi de 7,33. O valor médio do índice de massa corporal foi de 25 Kg/m2, sendo que apenas um paciente estava desnutrido. A ingestao de proteínas foi de 1,11g/Kg/d e a distribuiçao percentual mostrou que 58,6% pacientes estavam ingerindo abaixo do recomendado (1,2g/Kg/d). A média da ingestao calórica foi de 29,5Kcal/Kg/d. Com relaçao aos exames bioquímicos, 56% dos pacientes apresentaram valores de albumina abaixo de 3,5g/dL (média de 3,3g/dL), todos pacientes estavam hipercalêmicos e 40% apresentavam fósforo sérico > 5,5mg/dL. Com este trabalho, observamos que havia um elevado percentual de pacientes hemodialisados acidóticos. Os pacientes com HCO3 abaixo de 22mmol/L deveriam ser avaliados para determinar a causa desses baixos valores, e o tratamento deveria ser instituído para estes pacientes. Pois, apesar de estarem com parâmetros antropométricos adequados, estes pacientes apresentam acidose, baixa ingestao calórica e protéica e, hipoalbuminemia, o que representam fatores de risco para morbi-mortalidade em hemodialisados.


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ALTERACOES ECOCARDIOGRAFICAS E LABORATORIAIS EM APCEINTE EM HEMODIALISE CRONICA E O DESFECHO NA MORTALIDADE POR CAUSA CARDIACA

MOSCOSO, G. S.; RAMIREZ, J.; VELASCO, I.

UNIVERSIDADE ESTATAL DE GUAYAQUIL.

Introduçao: A doença cardiovascular (DCV) é a principal causa de morte em pacientes em Hemodiálise (HD), o que se deve à presença de fatores de risco relevantes nesta populaçao. Objetivos: Avaliar as alteraçoes ecocardiográficas e bioquímicas de doença cardiovascular em pacientes em hemodiálise. Avaliar as principais causas de morte nos diferentes grupos de pacientes. Materiais e Métodos: Estudo prospectivo, longitudinal, realizado no Hospital Teodoro Maldono Carbo – Guayaquil (Equador), durante os anos de 2000 a 2003. Foram avaliados oitenta e quatro pacientes em programa de Hemodiálise crônica. Critérios de inclusao: Tempo em HD superior a 6 meses e seguimento mínimo de um ano. Foram divididos de acordo a causa de insuficiência renal crônica em Grupo 1 (n=30)Hipertensao arterial; Grupo2 (n=35) Diabetes Mellitus nao-insulino- dependente (DMnid); Grupo3 (n=19) Outras causas. Resultados: Os grupos foram pareados de acordo com idade e sexo. Nao se observou significância estatística em relaçao aos valores de colesterol, triglicérides, Ktv (1,0-1,2) e albumina, entre os grupos. O grupo 2 mostrou uma tendência estatísti – ca a apresentar valores mais baixos de albumina(3,0±0,5g/dl), e teve maior mortalidade, sendo a principal causa de morte a infecciosa, seguida da cardíaca. Dos pacientes que morreram por causa cardíaca nos diferentes grupos, 90% apresentaram HVE, calcificaçao de alguma válvula cardíaca e hipocinesia e alteraçoes na concentraçao do fósforo sérico. Conclusoes: Este estudo demonstra que HVE, calcificaçao da válvula cardíaca e hipocinesia estao presentes em mais de 50% dos pacientes em HD, e em 90% dos pacientes que morreram foi por causa cardíaca.


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ALTERAÇOES IONICAS EM PACIENTES SUBMETIDOS A HEMODIALISE CRONICA

PRESIDIO, S. P.; COLOSSI, K.; PASCHOALIN, E. L.; RODRIGUES, L. E. A.

ESCOLA BAHIANA DE MEDICINA E SAUDE PUBLICA.
CLINICA SENHOR DO BONFIM.

Introduçao: avaliar o comportamento das dosagens séricas iônicas, antes e depois da HD, correlacionando-as ao Kt/V e reuso dos hemodialisadores. Métodos: amostra: 66 pacientes em programa crônico de HD (três sessoes de quatro horas por semana) com idades superiores a 17 anos e tempo mínimo de tratamento de quatro meses, tendo fístula artério-venosa com acesso vascular. As amostras de sangue foram colhidas na primeira sessao de HD da semana, amostra pré-diálise colhida na linha de sangue venosa antes de iniciar a sessao e a segunda na linha de sangue arterial, antes do término da sessao, com fluxo de sangue reduzido para 50mL/min. Constituiçao do banho de HD, após diluiçao: sódio(Na)=138 mEq/L, potássio(K)=2,0 mEq/L, cálcio(Ca)=3,5 mEq/L, magnésio(Mg)=1,0 mEq/L, bicarbonato= 32 mEq/L, acetato=3,0 mEq/L e cloreto=109,5 mEq/L. Em todos os pacientes foram dosados os níveis séricos de Ca, P, Mg, Na e K antes e após a HD. Resultados: 66 pacientes: 35 (53%) do sexo masculino e 31 (47%) do sexo feminino, com média de idade de 46±15 anos (17 a 86 anos), apresentando tempo médio em tratamento dialítico de 48±37 meses (4 a 172 meses), Kt/V médio de 1,45±0,28, média de creatinina sérica de 9,67±2,5 mg/dL e reuso dos hemodialisadores variando de 1 a 20 vezes. A média do Ca sérico antes da HD foi de 8,89±1,72 mg/dL e 11,3±2,7 mg/dL após a sessao (p< 0,001; IC95: -3,1 a 1,72). A média do P sérico antes da HD foi de 5,63±0,91 mg/dL e 2,84±0,57 mg/dL após a sessao (p<0,001; IC95: 2,52 a 3,04). A média do Mg sérico antes da sessao foi de 1,83±0,37 mg/dL e 1,91±0,38 mg/dL após a HD (p = 0,254; IC95: -0,21 a 0,6). A média do Na sérico antes da HD foi igual a 128,88±8,67 mEq/L e 137,52±6,37 mEq/L após a sessao (p< 0,001; IC95: -10,97 a -6,3). A média do K sérico antes da sessao foi de 4,83±0,67 mEq/L e 3,27±0,44 mEq/L após a sessao (p< 0,001; IC95: 1,46 a 1,76). Dos 66 pacientes, apenas 11 (16,6%) obtiveram Kt/V inferior a 1,2, e 55 (83,7%) apresentaram Kt/V igual ou superior a 1,2 , sendo esta diferença significativa (p<0,001). Contudo as médias dos níveis séricos do Ca, P, Mg, Na e K nao foram estatisticamente diferentes entre os grupos de pacientes com Kt/V inferior a 1,2 e Kt/V igual ou maior a 1,2. Também o reuso dos dialisadores nao interferiu no comportamento dos íons estudados ao se dicotomizar em reuso inferior a 10 e superior ou igual a 10. Conclusao: a HD elevou de forma significativa o nível sérico do Ca acima de parâmetros normais, bem como também elevou o Na a níveis de normalidade. O nível sérico do P foi reduzido a níveis normais e o nível sérico do K foi reduzido abaixo da normalidade. O Mg sérico elevou-se porém sem significância estatística. O Kt/V e o reuso dos dialisadores nao interferiram nas alteraçoes iônicas ocorridas durante a HD.


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AN ATTEMPT TO DIFFERENTIATE IRON BLOCKADE FROM FUNCTIONAL IRON DEFICIENCY ON DIALYSIS BY USING SOLUBLE TRANSFERRIN CELL RECEPTOR

SANTOS, C. A. L.; ANTONELLO, I. C. F.; FIGUEIREDO, C. E. P.

PROGRAMA DE POS-GRADUAÇAO EM MEDICINA E CIENCIAS DA SAUDE (NEFROLOGIA) FAMED/ IPB/HSL DA PUCRS.

The aim of this study was to observe the ability of some laboratory tests, particularly soluble serum transferrin cell receptor (STf), in distinguishing the two varieties of inflammatory pattern seen in patients submitted to chronic dialysis on a tertiary- care, university hospital- based dialysis unit. The inflammatory pattern, e.g., the finding of a serum iron< 60 µg/dL, of a total iron binding capacity (TIBC)< 250 and of a serum ferritin> 100 ng/mL has long been recognized as a paradigm of inflammation, occurring frequently associated with the anaemia of chronic diseases. However, this inflammatory pattern may basically correspond to 2 distinct entities in patients on dialysis:1) inflammatory iron blockade (IIB), frequently associated with infection and inflammation and 2) functional iron deficiency (FID), frequently seen with erythropoietin use and rarely associated with inflammation- infection. Differential diagnosis is sometimes difficult. Ninety-five individuals- 60 on HD and 35 in CAPD- were examined: 37 had a pattern compatible with inflammation (serum iron <60 µg/dL, TIBC<250 and Ferritin >100). Of these, 23 had a C-Reactive Protein (CRP) >1.0 mg/dL and were considered to have IIB while 14 had a CRP<1.0 mg/dL, being considered with FID. Anemia (Haemoglobin, Hgb<10) occurred in 16/23 (70%) individuals in IIB and in 8/14 (57%) with FID. In IIB 8/23 had a detected infection; in FID only 2. Three in IIB had a well identified inflammation, none in FID. Positive HCV occurred in 1 patient with IIB and in 2 with FID. Reagent HBsAg and Anti- HIV did not occur. Measured values for body mass index, haematocrit- haemoglobin (HGB), ferritin, total iron binding capacity (TIBC), % transferrin saturation, plasma albumin and serum erythropoietin determinations were not significantly different when the groups were compared. Serum iron was lower in patients with IIB (39+10 vs 50+11, p=0.01). The number of blood transfusions was significantly increased in IIB (0.58 vs 0,11 blood units/pt/3 months, p=0.007), with an odds-ratio (95%CI) of 7.1 (1.31-42.57), p=0.007. In patients on dialysis presenting with the inflammatory pattern the only laboratory test able to distinguish IIB from FID was serum iron. The need for blood transfusions was significantly increased in IIB when compared to FID. The percentage of soluble transferrin saturation wasn’t able to make the difference between both entities.


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ANALISE DA SOBREVIDA DE CATÉTER ATÉ O PRIMEIRO EPISODIO DE PERITONITE E DE PACIENTES EM SERVIÇO DE DIALISE PERITONEAL NO ESTADO DA BAHIA

SENTO-SÉ, I. C. M. S.; BESSA, M. C.; SILVA, C. V.; CABRAL, S. O.; PASCHOALIN, R. P.; PASCHOALIN, E. L.; ANDRADE JUNIOR, J. M.

CLINICA SENHOR DO BONFIM.

Introduçao: A diálise peritoneal é uma alternativa segura e efetiva no tratamento de pacientes com Insuficiência Renal Crônica Terminal. Nosso estudo foi realizado em serviço localizado no interior da Bahia abrangendo populaçao de baixo nível socioeconômico com infra-estrutura hospitalar precária. Nosso objetivo foi avaliar a sobrevida dos pacientes admitidos para programa de diálise peritoneal e analisar a curva de sobrevida dos catéteres até o primeiro episódio de peritonite. Métodos: Foi realizada a análise retrospectiva dos prontuários de 92 pacientes admitidos para diálise peritoneal na Clínica Senhor do Bonfim-Feira de Santana/ BA, no período de maio de 1999 a maio de 2004. Para análise de sobrevida do catéter, o primeiro episódio de peritonite foi o evento considerado, nao se levando em conta tratamento ou retirada do catéter. As curvas de sobrevida dos pacientes e a avaliaçao da sobrevida do catéter até o primeiro episódio de peritonite foram estabelecidos pelo método de Kaplan-Meier. A sobrevida do paciente foi analisada, considerando-se somente a data do óbito como desfecho final. Resultados: Dos 92 pacientes admitidos no estudo 42 (45,6%) eram do sexo masculino e 50 (54,4%) do sexo feminino. O tempo médio até o primeiro episódio de peritonite foi de 33,03+2,89 meses (IC 27,37-38,69). Durante o primeiro ano de tratamento 28 pacientes haviam apresentado peritonite. A análise atuarial considerando a evoluçao ao término do primeiro ano, evidenciou que 67,63% dos pacientes nao apresentaram peritonite, 54,68% ao término do segundo ano, 48,25% ao término do terceiro ano e 40,53% ao término do quarto e quinto ano. Dos 92 pacientes admitidos, 12 (13,04%) evoluíram para o óbito. A curva atuarial de sobrevida de pacientes em 1 ano foi de 90,64%, em 2 anos de 86,39% e no 3º, 4º e 5º ano foi de 84,47%. A média de sobrevida foi de 52,36+1,95 (IC 48,53 – 56,19). Conclusao: Observamos que 50 pacientes (41,25%) nao apresentaram peritonite até o final do 5º ano. Dos pacientes que evoluiram com peritonite, 28/42 (66,6%) apresentaram o evento no primeiro ano de programa. Neste estudo houve uma incidência maior de óbitos 8/13 (61,5%) nos dois primeiros anos de permanência em programa, com uma taxa de sobrevida atuarial de 84,47% no final do terceiro ano, permanecendo a mesma taxa até o final do quinto ano.


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ANALISE DAS ALTERAÇOES MORFOFUNCIONAIS NO CORAÇAO DAS CRIANÇAS EM DIALISE

SCAVARDA, V. T.; ANDRADE, Z.; SILVA, W. T.; VIANA, R. M.; MOISES, V. A.; CARVALHO, A. C.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO – ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA.

Introduçao: O comprometimento cardiovascular é uma das principais causas de mortalidade de crianças em estágio terminal de doença renal. O objetivo deste estudo é avaliar as principais alteraçoes morfológicas e funcionais do coraçao das crianças em estágio terminal de insuficiência renal submetidas a hemodiálise (HD) e diálise peritoneal (DP). Metodologia: Foram incluídas 70 crianças, das quais 25 em HD e 15 em DP no período de outubro de 2003 a junho de 2004. Trinta crianças saudáveis formaram o grupo controle (GC). Todas realizaram ecocardiograma (ECO), eletrocardiograma de alta resoluçao (ECGAR) e clássico (ECG) e avaliaçao laboratorial. Foram avaliados ao ecocardiograma o índice de massa (IM, g/m2), a espessura miocárdica, os diâmetros do ventrículo esquerdo, além da fraçao de ejeçao (FE) e parâmetros da funçao diastólica. A influência de variáveis antropométricas, ecocardiográficas e laboratoriais no IM foi analizada através de regressao linear uni e multivariada. As variáveis entre os grupos foram comparadas através do teste t e Mann-Whitney. Foram considerados significativos os valores de p<0,05. Resultados: Hipertensao arterial sistêmica (HAS) foi diagnosticada em 69,6% do grupo em HD, 50% em DP e em nenhuma do GC (p=0,04). O ECGAR nao demonstrou pós-potenciais tardios em ambos os grupos. O ECG evidenciou HVE em 60,8% das crianças em diálise (61,1% em HD e 60% em DP) e distúrbios de conduçao em 10% das crianças em HD. O grupo em DP teve valores maiores de espessura miocárdica, diâmetros e IM que o grupo em HD (respectivamente 9,4×5,6mm, 36x21mm e 140x127g/m2; p<0,02). O GC apresentou respectivamente 5,4mm, 26mm e 56g/m2; p=0,000. O grupo em HD apresentou maior TRIV e maior velocidade da onda A do fluxo venoso pulmonar (Ap) – (TRIV=85ms em HD, 75ms em DP e 50ms no GC; p=0,001; Ap em HD=42cm/s, em DP=28,8cm/s e GC=24cm/s; p=0,002). O IM foi associado positivamente com HAS, tipo de diálise e TRIV (R2 do modelo =0,4389 e p<0,03). Variáveis antropométricas e laboratoriais nao apresentaram influência no IM. O ECO evidenciou HVE em 62,5% do grupo em DP, 42,5% em HD e nenhuma no GC (p=0,000). A fraçao de ejeçao (FE) nao apresentou diferênça entre os grupo (HD=70,6%, DP=70,1% e GC=70,6%). Conclusao: Alteraçoes morfológicas e da funçao diastólica, avaliadas por métodos nao invasivos sao frequêntes em crianças em estágio terminal de doença renal submetidas a diálise. Os diferentes comportamentos entre os grupos em diálise sugerem que o tipo de diálise pode se correlacionar com as alteraçoes cardiovasculares destas crianças, como o IM e funçao diastólica.


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ANALISE DE ACHADOS ESPIROMÉTRICOS EM PACIENTES RENAIS CRONICOS SUBMETIDOS A DIALISE

BRANDAO, J. A. G.; ALVISI, T. C.; REIS, A. A.; VILAS BOAS, V. F.; BERTOZI, M. M. R.; FERNANDES, F. M. O.; BERNARDIN, A. I.

SANTA CASA DE POÇOS DE CALDAS.

Introduçao: Alteraçoes da funçao respiratória sao freqüentes em pacientes com Insuficiência Renal Crônica (IRC). Estas alteraçoes constatadas através de espirometrias , associadas à analise das características de idade, sexo, tempo de hemodiálise (HD), podem oferecer subsídios para criaçao de um protocolo fisioterapêutico para pacientes com IRC visando melhora da qualidade de vida. Métodos: Foi realizado espirometria de 37 pacientes com IRC da unidade de HD, com finalidade de caracterizar a funçao respiratória, estabelecendo-se entao, relaçoes com as variáveis: sexo, faixa etária, tempo de diálise. Resultados: Apresentados nas tabelas a seguir,

Tempo de diálise:

Conclusao: Nospacientes avaliados nao houve predominância entre os sexos. As alteraçoes espirométricas de Obstruçao e Restriçao sao mais comuns em pacientes mais velhos e com mais tempo de diálise (acima de 4 anos de diálise com 57%). Há necessidade de identificar alteraçoes respiratórias mais precocemente, possibilitando assim a intervençao no tratamento do paciente com IRC por abordagens fisioterapêuticas.


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ANALISE DE PARECERES A UM SERVIÇO DE NEFROLOGIA: AVALIAÇAO DE PREDITORES DE MORTALIDADE DE PACIENTES COM INSUFICIENCIA RENAL

ANTUNES, N.; CARDOSO, L. R.; MOREIRA, R. M. P.; VIEIRA, L. M. S. F.

RIEN-NEFROLOGIA.

Introduçao: A insuficiência renal continua sendo um fator de alta morbilidade e mortalidade. Para medir estes parâmetros resolvemos avaliar o perfil epidemiológico dos pareceres fornecidos por um serviço de Nefrologia que oferece assistência a vários hospitais públicos e particulares. Objetivo: Analisar o perfil clínico-laboratorial dos pacientes atendidos pela RIEN- Nefrologia, a fim de avaliar possíveis marcadores do risco de mortalidade em pacientes com insuficiência renal. Casuística: Foram analisados todos prontuários de de pacientes adultos (N=80) no período de 11/2003 a 02/2004. Variáveis: local da internaçao (quarto/CTI), idade < ou > 60 anos, causa da internaçao (CI), tipo de insuficiência renal (IRA, IRC, IRC agudizada), sepse, uso de vasopressores, oligúria, níveis séricos de uréia, creatinina, potássio; contagem de neutrófilos e de linfócitos; necessidade de diálise e evoluçao dos pacientes (recuperaçao total ou parcial, diálise crônica ou óbito). Resultados: Internaçao em CTI (53,7%); idade > 60 anos (68,7%); principais CI: doenças cardiovasculares (27%) e infecciosas (17%); IRC (40%), IRA (33,7%) e IRC agudizada (26,3%); sepse (23,7%); vasopressores (20%); olig˙ria (42,5%). As mEdias ± desvios padrıes (X±DP) de urEia, creatinina e pot·ssio foram, respectivamente: 131,4± 67,5mg%, 4,7± 2,9mg%, 4,5± 1,0mEq/L, a neutrofilia (58,7%) e linfopenia (48,7%) tiveram X±DP respectivamente de 10.731± 6062 e 1.389± 842; necessidade de di·lise (80%). A incidIncia de Ubito foi de 52,5%, evoluA”o para di·lise crônica (23,7%), recuperaçao parcial (11,2%) e total (8,7%). Os fatores preditores de mortalidade foram em ordem crescente, a saber: oligúria (p<0,002), internaçao em CTI (p<0,004), uso de vasopressores (p<0,008) e linfopenia (p<0,013). Conclusoes: A insuficiência renal mostrou-se em nossa amostra um fator de alta morbilidade e mortalidade. Os fatores que foram preditores de mortalidade foram oligúria e internaçao em CTI. A contagem de linfócitos mostrou-se, também, um preditor independente do risco de mortalidade em pacientes com insuficiência renal.


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ANALISE DE SOBREVIDA DE CATÉTERES DE TENCKHOFF E SWAN NECK

BASTOS, K. A.; SANTOS NETO, P.; ANDRADE JUNIOR, M. P.; ALVES JUNIOR, A.; RODRIGUES, P. S.; DUARTE NETO, S. X.

CLINICA DE NEFROLOGIA DE SERGIPE – CLINESE.

Introduçao: Com o objetivo de analisar comparativamente catéteres de Swan Neck e de Tenckhoff com relaçao a sobrevida e disfunçao foram avaliados 183 catéteres peritoneais (94 Swan Neck e 89 Tenckhoff) implantados em pacientes renais crônicos na Clínica de Nefrologia de Sergipe (CLINESE). Métodos: Fez-se a revisao dos prontuários de 167 pacientes renais crônicos pertencentes ao programa de diálise peritoneal da CLINESE e que tiveram seus catéteres peritoneais implantados no período de dezembro de 2000 a abril de 2004. Resultados: A idade média dos pacientes foi de 54,13 anos e 84 deles (50,3%) eram homens. Houve 62 saídas de pacientes do programa (38,4%) por causas nao relacionadas ao catéter, dentre elas 55 óbitos. Dos 121 catéteres restantes, 84 (69,42%) continuam em uso. Dos 37 retirados (30,58%), 16 (13,22%) o foram por disfunçao e 21 (17,35%), por infecçao. Dez catéteres de Tenckhoff foram retirados devido a infecçao (em média 8,7 meses pós-implante) e 9 devido a disfunçao (em média 3,1 meses pós-implante). Onze catéteres de Swan Neck foram retirados por infecçao (em média 14,1 meses pós-implante) e 7 por disfunçao (em média 3,3 meses pós-implante). Nao houve diferença estatisticamente significante entre os tipos de catéter no tocante a sobrevida, índice de retirada por infecçao e índice de retirada por disfunçao. Conclusao: A casuística apresentada nos permite concluir que nao há diferença entre os tipos de catéter no tocante aos parâmetros analisados e, levando-se em consideraçao a maior praticidade quanto ao implante do catéter de Tenckhoff, já que na grande maioria das vezes nao se necessitou de microlaparotomia, e o seu menor custo, a sua utilizaçao deverá continuar sendo estimulada.


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ANALISE DO CUSTO REAL DE UMA SESSAO DE HEMODIALISE EM UM HOSPITAL ESCOLA DO ESTADO DE SAO PAULO

CRUZ, A. P.; JULIANI, C. M. C. M.; LORENÇON, M.; PEREIRA, E. R. P. C.; CARAMORI, J. C. T.; BARRETTI, P.; BALBI, A. L.

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA – UNESP.

Introduçao: O tratamento hemodialítico é um procedimento de alto custo e seu financiamento é feito através do Sistema Unico de Saúde (SUS). Porém, há divergências no custo real de uma sessao de hemodiálise (HD). Objetivo: Analisar o custo real de uma sessao de hemodiálise realizada em um Hospital Escola, no Estado de Sao Paulo. Metodologia: Foi realizado um estudo descritivo, cuja fonte de informaçoes foram os arquivos de controle de custos da Unidade de Hemodiálise (materiais específicos de consumo), do laboratório de Análises Clínicas, Setor de Recursos Humanos (honorários profissionais), relatórios de custos das Seçoes de Farmácia e material médico hospitalar, manutençao de equipamentos, energia elétrica, consumo e coleta/ análise de água de um Hospital Escola do interior de Sao Paulo, no período compreendido entre os meses de abril de 2002 a março de 2003. A Unidade de Hemodiálise atendeu 93 pacientes/mês, totalizando 13.306 sessoes de hemodiálise no referido período. Nao haviam pacientes portadores de HIV e os dialisadores eram reprocessados por 12 vezes ou descartados quando o volume de preenchimento era abaixo de 20% do volume inicial. Resultados: O custo anual foi de R$ 2.443.143,90. Cada sessao de HD tem um custo de R$183,61. O estudo demonstrou que 62% do custo anual refere-se aos honorários profissionais, 13% materiais de consumo, 7% exames laboratoriais, 9% consumo de água e energia elétrica, 8% famácia e material médico, 2% manutençao preventiva de equipamentos e coleta e análise de água. Conclusao: O custo de cada sessao de hemodiálise foi de R$ 183,61, enquanto que o montante repassado pelo SUS é de R$ 108,09. Portanto, há uma defasagem em relaçao ao custo real e o valor repassado à Unidade pesquisada, havendo, em consequência, a necessidade de reavaliaçao dos valores em questao e de um gerenciamento que permita uma racionalizaçao dos gastos envolvidos no tratamento hemodialítico.


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ANALISE DO CUSTO-EFETIVIDADE DE DOIS PROTOCOLOS DE IMUNIZAÇAO CONTRA HEPATITE B EM PACIENTES RENAIS CRONICOS

BESSA, M. C.; BESSA JUNIOR, J.; PASCHOALIN, V. P.; PASCHOALIN, R. P.; PASCHOALIN, E. L.; MOURA JUNIOR, J. A.

CLINICA SENHOR DO BOMFIM-FEIRA DE SANTANA-BA.

Introduçao: A análise da relaçao custo-efetividade tem assumido importância crescente em saúde pública, especialmente em países com recursos limitados como o Brasil, pois permite maior racionalidade e maximizaçao dos recursos disponíveis. Pacientes em tratamento hemodialítico sao submetidos sistematicamente a vacinaçao contra Hepatite B. Dois esquemas de imunizaçao, um com 3 doses de 40µg da vacina recombinante e outro com 4 doses, sao empregados na imunizaçao dos renais crônicos em nosso país. Este trabalho tem por objetivo avaliar a relaçao custo-efetividade destes dois protocolos de vacinaçao contra hepatite B . Métodos: Para cálculos dos custos foram utilizados os valores médios, segundo o Brasíndice, praticados no Brasil em junho de 2004. Para análise de efetividade foram consideradas as taxas de imunizaçao obtidas em estudo comparativo realizado em dois Centros de Diálise numa mesma regiao do País. Razao custo/efetividade foi definida como o custo para imunizar efetivamente um paciente.Para fins de cálculo foi utilizada uma populaçao hipotética de 100 pessoas. Apesar dos valores absolutos dos custos dependerem do montante de procedimentos a serem realizados as relaçoes aqui encontradas podem ser extrapolados para outras realidades. Resultados: Os resultados sao descritos na tabela abaixo:

Conclusoes: O protocolo de 4 doses mostrou-se vantajoso sob aspecto da custoefetividade. O benefício clínico obtido com este esquema, apesar de um custo absoluto superior, porém com custo relativo menor dado a maior efetividade é um bom exemplo da racionalizaçao de recursos (maior número de pacientes beneficiados por unidade de recurso empregada) e deveria ser recomendado sistematicamente para utilizaçao em todos os centros de diálise.


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ANALISE DOS RESULTADOS DO TRATAMENTO DA DISLIPIDEMIA EM PACIENTES EM HEMODIALISE

VANNUCCHI, M. T. I.; GELEILETE, T. J. M.; MENEZES, K. U.; CHIARELLI, P. G.; MEIRELLES, M,; PEREIRA, F. D.

SERVIÇO DE NEFROLOGIA DE RIBEIRAO PRETO E CURSO DE NUTRIÇAO FMRP-USP.

Introduçao: A enfermidade cardiovascular é a causa mais comum de óbito na IRC. O risco é maior se houver dislipidemia. É discutível o benefício do tratamento medicamentoso apesar destes pacientes serem considerados de alto risco e a dislipidemia estar presente em 90% dos pacientes em hemodiálise(HD). Neste trabalho objetivamos analisar alteraçoes no perfil lipídico de pacientes em HD, após tratamento. Métodos: Analisou-se os níveis de colesterol total (CT) e fraçoes e triglicérides (TG), no 4º trimestre de 2003 de 27 pacientes em HD e após 5 meses de tratamento que incluía orientaçao dietética específica, exercícios físicos para todos dislipidêmicos; sinvastatina 10mg para TG>150, LDL>130 e/ou HDL<30; 20mg se TG>200; 30mg seTG >300 e fibrato se TG>400. Na segunda coleta dosou-se CPK. Resultados: O uso de estatina foi indicado em 44% dos casos. Nao se observou efeito adverso com o uso da droga. A tabela abaixo expressa as medianas e os percentis 25 e 75 observados:

O valor de CPK após tratamento foi: 54 UI/L (P25:35; P75:91); máximo 239. Nao houve necessidade do uso de fibratos, segundo o protocolo estabelecido. Conclusoes: o tratamento foi efetivo levando a melhora dos níveis séricos do LDL, a diminuiçao significativa do CT. Verificou-se um aumento do HDL, dos TG e VLDL. Constata-se, neste estudo, que a resposta terapêutica da populaçao em HD diverge da populaçao geral. Sugere-se controle bioquímico com intervalos mais curtos para a avaliaçao precoce da necessidade do uso de fibratos ou aumento da dose de estatina. Questiona-se se o tempo em HD esteja relacionado com a diminuiçao do HDL e/ou o aumento dos TG.


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ANALISE EPIDEMIOLOGICA DE UM SERVIÇO DE TRS NO OESTE DE MINAS GERAIS O ANO DE 2003

WATANABE, YJAW.; LUZ, LN.; TAVARES, TAO.; BRANT, FFC

DEP. DE NEFROLOGIA DO HOSP. SAO JOAO DE DEUS. DIVINOPOLIS, MG.

Introduçao: O Serviço de Nefrologia do Hospital Sao Joao de Deus de Divinópolis – Minas Gerais está situado na regiao Oeste de MG e é referência para a assistência nefrológica para uma populaçao estimada de mais de um milhao de habitantes. Métodos: Utilizamos o estudo dos registros realizados e encaminhados para a Se-cretaria de Saúde do Estado e também os dados integralizados no período de janeiro a dezembro de 2003 cadastrados em um banco de dados (usando o sistema Automaçao em Centros de Diálise). Resultados: Foram estudados durante 12 meses 412 pacientes registrados em TRS (275 em HD, 4 em DPI, 42 em CAPD, 24 em DPA e 67 Transplantados), sendo 240 (58%) do sexo masculino, 2 pacientes tinham menos de 15 anos, 119 (28,8%) tinham mais de 60 anos. A maioria dos pacientes: 100 (24,3%) encontrava-se com idade entre 50 e 60 anos e 132 (32,03%) tinham mais de 60 anos, 199 (47,61%) eram de Divinópolis. Foram registrados 9 transplantes. Quanto a permanência em TRS observamos 112 (26,79%) pacientes entre 2 e 4 anos de procedimento. DM (24,5%) é a etiologia principal, seguida de Nefroesclerose Hipertensiva (22,7%). A prevalência sorológica para HIV, HBsAg e HCV foi respectivamente: 0,57%, 1,15% e 4,92% . Foram implantados 74 cateteres de duplo-lumem e confeccionadas 64 FAV. Dos pacientes em TRS analisados, 25 sofreram internaçoes, sendo que 3 internaram por 2 vezes. Uso de Eritropoietina Recombinante Humana foi constatada em 150 indivíduos. Foram transfundidos 58 (16,81%) bolsas de concentrado de hemácias, sendo 13,91% das transfusoes feitas em pacientes de Hemodiálise. A Hemoglobina média foi de 10,4 g/dl +/- 2,15; Albumina 4,04 g/dl +/- 0,54; a relaçao Ca x P foi de 44,72 g/dl +/- 17,99. Iniciaram a TRS, no ano de 2003, 59 novos pacientes, sendo 16 readmitidos de outras unidades. Obituaram 40 (mortalidade de 11,3% sendo 7,54% em HD) e o fluxo foi positivo de + 25. A principal causa de óbito foi por motivo infeccioso 12 (30% dos óbitos). Conclusao: O Serviço de Nefrologia tem (em 2003) a maior parte dos seus pacientes em HD; O número de pessoas com mais de 60 anos tem aumentado e o número de crianças é baixo; O número de transplante é pequeno; DM é a principal etiologia; O ingresso de pacientes no programa de TRS é maior que o número de pacientes que saem; As taxas sorológicas para Hepatites e HIV é baixa. O índice de mortalidade da TRS é aceitável.


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ANALISE EPIDEMIOLOGICA E MORBIMORTALIDADE EM UM GRANDE CENTRO DE HEMODIALISE

GIORDANO, L. F. C.; LASMAR, M. F.; LASMAR, L. F.; LASMAR, E. P.

CENTRO FELICIO ROCHO DE NEFROLOGIA.

Objetivo: Descrever e analisar a dinâmica de um serviço de hemodiálise em Belo Horizonte ao longo do ano de 2003. Material e Método: Foram obtidos dados de pacientes portadores de insuficiência renal crônica estágio 5 do K-DOQI, em programa de hemodiálise no Centro Felício Rocho de Nefrologia, por pelo menos três meses, acompanhados durante o ano de 2003. O serviço dispoe de máquinas de proporçao e tratamento de água feito por meio de osmose reversa. As seguintes variáveis foram avaliadas: taxa de mortalidade, taxa de crescimento líquido da populaçao em estudo, prevalência mensal e taxa de soroconversao para vírus B, C e HIV, adequaçao da diálise por meio da cinética de uréia, valores médios mensais de fósforo e produto cálcio X fósforo. Albumina e estado nutricional (determinado pela avaliaçao subjetiva global) foram estudados trimestralmente. Resultados: Em 01/01/2003 havia 135 pacientes em terapia hemodialítica, dos quais 64% eram homens, 36% mulheres, sendo a idade média de 54,3 +- 21 anos. Ao longo do ano, 10 pacientes foram transferidos para outro centro, 6 encaminhados para outra modalidade de diálise e 11 transplantados. O serviço recebeu 5 pacientes transferidos de outra modalidade dialítica, 30 pacientes procedentes de outros centros e 17 novos pacientes que iniciaram o tratamento durante o período do estudo. A taxa de mortalidade anual foi de 11%. Ao final de 2003, havia 147 pacientes, refletindo um crescimento líquido de 8,8%. As principais causas de morte foram cardiovasculares (69%) e infecciosas (23%). Nao houve soroconversao para vírus B, C e HIV. O percentual anual médio de pacientes com Kt/V > ou = 1,2, fósforo < 5,5mg/dl e produto cálcio X fósforo < 55 mg 2/ dl2 foi de 72,2%, 75,3% e 77,4% respectivamente. Nao houve diferença estatisticamente significativa (p < 0,05) nos valores médios de albumina entre o primeiro e último trimestre. Conclusao: Os resultados sao comparáveis “as principais publicaçoes nacionais e internacionais, refletindo a boa qualidade do tratamento hemodialítico oferecido no serviço estudado.


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ANALISE RETROSPECTIVA DE 92 EPISODIOS DE PERITONITE EM PACIENTES TRATADOS POR DIALISE PERITONEAL

PEREIRA, E. R. P. C.; GABRIEL, D. P.; LORENÇON, M.; CRUZ, A. P.

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA – UNESP.

Introduçao: Desde a introduçao da diálise peritoneal (DP), a peritonite tem sido principal causa de falência dessa técnica e complicaçao mais grave devido ao impacto sobre a morbidade e mortalidade dos pacientes (P). Objetivo: Analisar aspectos clínicos, microbiológicos e evoluçao dos episódios de peritonites apresentados pelos P em DP. Metodologia: Estudo retrospectivo de 01/02 a 12/03, que avaliou 92 episódios de peritonites em 64 P tratados por DP. Avaliadas as variáveis sexo, idade, tempo de diálise, doença de base, modalidade de DP, agente etiológico da peritonite e sua evoluçao. Casos seguidos até sua resoluçao (cura, perda do método ou óbito). Estatísticas: média e desvio padrao. Resultados: Em 24 meses de seguimento houve 92 episódios de peritonites em 64 P (48P com 1, 07 com 2 e 09 com 3 ou mais episódios de peritonite).A média de idades foi de 53,25 + – 16,7anos, com 57,3% de homens.O Diabetes Mellitus (DM) foi a doença de base mais frequente (39,9%), seguida de HAS (27,1%), Glomerulopatias (14,5%) e outras (21,5%).A média do tempo em diálise foi de 19,1 + – 12,6 meses.A modalidade manual prevaleceu entre os episódios de peritonites (66,3%).Quanto a etiologia, os gram + foram o agente causador em 42,6%, G – em 41,1%, culturas negativas em 7,6%, polimicrobianos em 6,5% e anaeróbios em 2,2%. Staphilococcus Coagulase Negativa foram os agentes causais mais frequentes (20,8%), seguidos pelos S.aureus (17,4%) . Foram curados 79,4% dos casos, 60,1% no primeiro tratamento, 15,2% no segundo e 4,1% no terceiro tratamento. Em 10,9% dos casos houve a retirada do cateter e transferência para hemodiálise, e 9,7% dos pacientes evoluiram a óbito. Conclusao: A peritonite permanece sendo complicaçao grave e frequente dos P em DP, principalmente naqueles com DM e em manual.A maioria dos P (75%) apresentou 01 episódio em 24 meses.Os agentes mais frequente foram os Staphilococcus Coagulase Negativa .Semelhante ao descrito na literatura, cura foi obtida em 79,4% dos casos, com sucesso de 60,1% no primeiro tratamento, a perda do método e óbito ocorreram em 10,9 e 9,7% dos P respectivamente. A frequência de culturas negativas nos pacientes com peritonite foi consideravelmente menor à relatada na literatura.


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ANTICOAGULAÇAO REGIONAL COM CITRATO (ARC) NOS PROCEDIMENTOS CONTINUOS DE SUPORTE RENAL (PCSR)

NOGUEIRA, L. A. E.; COMPAGNON, M.; VALENTE, C.; VALENÇA, R.; SERPA, L.; MACHADO, J. E. S.; BONOMO JR, H.; SOARES, M.; ROCHA, E.; MACCARIELLO, E.

REDE D’OR DE HOSPITAIS, CLINICA SAO VICENTE E NEPHRO CONSULTORIA – RIO DE JANEIRO – RJ.

Introduçao: PCSR têm sido empregados em pacientes críticos com disfunçao renal e instabilidade hemodinâmica. ARC parece ser uma alternativa eficaz na prevençao da coagulaçao do sistema e na reduçao das perdas sanguíneas observadas com freqüência em pacientes submetidos a procedimentos de suporte renal na terapia intensiva. Objetivos: Comparar as sobrevidas de membrana nos PCSR em funçao dos regimes de anticoagulaçao e avaliar a praticabilidade da utilizaçao da ARC pela equipe de nefrologia. Pacientes e Métodos: Estudamos prospectivamente uma coorte de pacientes internados em unidades de terapia intensiva que foram submetidos a PCSR. Avaliamos as sobrevidas de membrana (PAN 650SF) com os seguintes regimes de anticoagulaçao: lavagem com soro fisiológico (SF), enoxaparina e anticoagulaçao regional com citrato a 4% (ARC). A vida útil da membrana foi avaliada a cada 24 horas pela taxa de depuraçao de uréia (uréia ultrafiltrado/uréia pré-filtro), determinando a sua troca caso<0,6. As membranas submetidas a mais de um regime de anticoagulaçao ou aquelas substituídas por interrupçao do suporte renal foram excluídas da análise. Os pacientes podem ter utilizado diferentes regimes de anticoagulaçao. As variáveis foram expressas em mediana (intervalo interquartil). Resultados: Estudamos 72 pacientes com 73 (61-82) anos e 263 membranas. O APACHE II foi 18 (14-23) pontos. Havia 26, 10 e 55 pacientes e 61, 23 e 179 membranas nos grupos ARC, enoxaparina e SF, respectivamente. A sobrevida de membrana (horas) foi maior com ARC [48(27-78)] do que com enoxaparina [33(21-61)] ou com SF [30(21-61)] (p=0,014). Conclusoes: A ARC é eficaz em prolongar a vida útil da membrana quando comparada com outras modalidades de anticoagulaçao. Esse efeito pode significar uma menor perda sanguínea assim como uma menor necessidade de hemotransfusoes para os pacientes criticamente enfermos dependentes de suporte renal. Nao observamos dificuldade técnica na execuçao da ARC.


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ASPECTOS CLINICOS E EPIDEMIOLOGICOS DAS COMPLICAÇOES INTRADIALITICAS EM UNIDADE DE HEMODIALISE NA CIDADE DE BELÉM-PA

CUNHA FLA; CABEÇA ALLCR; MARTINS CRLVFMP; NETO SAHJ

DISCIPLINA DE NEFROLOGIA-CCS,UFPA E INSTITUTO DO RIM, BELÉM-PA.

Objetivo: conhecer a prevalência das complicaçoes agudas intradialíticas mais freqüentes em serviço de hemodiálise na cidade de Belém. Metodologia: foi realizado um estudo transversal, analítico, retrospectivo, em 74 pacientes em programa de hemodiálise em unidade satélite durante o ano de 2002 em 901 sessoes em máquinas Fresenius 4008 B, dialisador F6, substituídos após 12 sesoes, fluxo do dialisato de 500 ml/min, temperatura de 37º C, base do dialisato sol. Bicarbonatada a 8.4%. Resultados: idade dos pacientes dialisados 12,16% < 29 anos, 17,57% entre 30 a 44 anos, 40,54% entre 45 a 59 anos e 29,73% >de 60 anos; 55,41 % (41/74) pacientes eram do sexo masculino; 28.38% (21/74) brancos, 31,08% (23/74) negros e 40,54% (30/74) pardos.Em relaçao ao tempo de diálise 52,70 % dos pacientes dialisavam entre 7 a 12 meses, 27,03 % < 6 meses, 10,81 % entre 13 a 18 meses, 6,76% entre 19 a 24% e 2,7 % > de 24 meses.As doenças de base mais freqüentes foram a HAS cm 58,11% e a Diabetes mellitus em 45,95%.As complicaçoes agudas mais freqüentes com significância estatística (p < 0.05) foram a hipertensao arterial (97,56% em 879 sessoes ) , a hipotensao arterial (86,68% em 781 sessoes ) e cefaléia (67,48% em 608 sessoes); outras complicaçoes encontradas foram calafrios (38,07% em 343 sessoes), vômitos (26,42% em 238 sessoes), caimbra (25,19% em 227 sessoes), dor lombar (16,76% em 151 sessoes), febre (14,54% em 131 sessoes), dor torácica (7,77% em 70 sessoes) e prurido (5,55% em 50 sessoes). Conclusoes: Os episódios de hipotensao predominaram nas primeiras duas horas e os episódios de hipertensao ocorreram com distribuiçao semelhante durante as quatro horas de diálise.Nao houve ocorrência de óbito..Apesar dos avanços ocorridos nos últimos anos, a prevalência das complicaçoes intradialíticas ainda é alta e de difícil prevençao.


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ASSOCIAÇAO INDEPENDENTE ENTRE GANHO DE PESO INTERDIALITICO E FOSFORO SÉRICO DE PACIENTES EM HEMODIALISE CRONICA

RAMOS, D. M.; MARTIN, L. C.; ANTUNES, A. A.; BATISTAO, S. M.; TOMAZ, L. H.; BALBI, A. L.; CARAMORI, J. T.; KOCCHI, A. C.; LORENÇON, M.; BARRETTI, P.

FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU – UNESP.

Introduçao: a hiperfosfatemia em pacientes com insuficiência renal crônica terminal em hemodiálise contribui para perpetuaçao do hiperparatiroidismo e calcificaçao de tecidos moles, particularmente de estruturas cardiovasculares. A restriçao de fósforo dietético faz parte do tratamento da hiperfosfatemia, porém tal restriçao pode apresentar risco nutricional devido à baixa ingestao protéica que é concomitante a restriçao de fósforo dietético. Por outro lado, a absorçao do fósforo intestinal varia de paciente para paciente e há evidências experimentais e epidemiológicas de que essa absorçao possa ser modulada pela ingestao de sódio. O objetivo do presente trabalho foi avaliar a influência da ingestao de sódio sobre a fósforo sérico sérica de portadores de insuficiência renal crônica em hemodiálise. Métodos: foram avaliados 31 pacientes em hemodiálise crônica que nao faziam uso de calcitriol, idade entre 29 e 82 anos, mediana de 54,3 anos; 22 homens. O ganho médio interdialítico foi utilizado como marcador da ingestao de sódio. Os prontuários foram revistos e anotados as seguintes variáveis: peso seco, altura, ingestao de fósforo, fósforo sérico, quociente entre ingestao de fósforo e fósforo sérico, PTH, ingestao de proteína, cálcio sérico, quelantes, funçao renal e ganho médio interdialítico. Foram calculados os coeficiente de correlaçao entre fósforo sérico e as diferentes variáveis clínicas. Resultados: nao houve correlaçao entre montante de ingestao de fósforo e fósforo sérico, bem como de fósforo sérico e as outras variáveis clínicas estudadas. Observou- se correlaçao estatisticamente significativa entre ganho médio interdialítico e quociente entre ingestao de fósforo e fósforo sérico (r= -0,41,; p < 0,05). Conclusao: os dados do presente trabalho sugerem que a ingestao de sódio possa modular a absorçao de fósforo em renais crônicos o que pode ser relevante na prática clínica.


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ASSOCIATION BETWEEN ATTRIBUTED CAUSE OF END-STAGE RENAL DISEASE AND RISK OF DEATH IN BRAZILIAN PATIENTS RECEIVING RENAL REPLACEMENT THERAPY

BATISTA, P. B. P.; LOPES, A. A.; COSTA, F. A.

HOSPITAL SAO RAFAEL.

Background: Studies in several countries have indicated that the survival of patients undergoing Renal Replacement Therapy (RRT) depends on the attributed cause of End-stage Renal Disease (ESRD). This study was conducted to evaluate the association between attributed cause of ESRD and mortality risk in RRT patients in Brazil. Methods: We analyzed 88,881 Brazilian patients who were undergoing RRT between 1997 and 2000. Cox proportional hazards models were used to estimate the relative risk (RR) of death in patients with ESRD secondary to defined attributed causes compared to a reference group. Results: Compared with the reference group, the mortality risk was 28% lower in patients with PKD, 31% lower in patients with GN and 96% greater in DM patients. These relative risks remained statistically significant after adjustment for age, sex and length of time in RRT before inclusion in the registry. Conclusions: Our data indicate that compared with the chosen reference group, patients undergoing RRT in Brazil with idiopathic glomerulopathy and polycystic kidney disease have a lower risk of mortality, and patients with diabetes mellitus have a greater risk of mortality.


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AVALIAÇAO ANTROPOMÉTRICA X ALBUMINA SÉRICA

PRESIDIO, S. P.; SILVA, L. F.; MOURA JUNIOR, J. A.; PASCHOALIN, E. L.; JESUS, N. M. T.; BRAUNA, I. L.; DIAS, L. K.

CLINICA SENHOR DO BONFIM.

Introduçao: avaliar o estado nutricional de pacientes com insuficiência renal crônica em hemodiálise, através de quatro parâmetros antropométricos, observar o nível de concordância entre os mesmos e associa-los ao nível de albumina sérica. Métodos: uma amostra aleatória de 43 pacientes com insuficiência renal crônica em hemodiálise, fazendo três sessoes por semana com duraçao de quatro horas, com tempo de tratamento dialítico variados, tendo idade mínima de 16 anos, sendo excluídos pacientes portadores de doença neoplásica ou deficiência física. Para a avaliaçao nutricional (AV) foram utilizados quatro parâmetros antropométricos: o índice de massa corporal (AV1), a circunferência muscular de braço (AV2), a área muscular do braço corrigida (AV3) e a prega cutânea triciptal (AV4). Foi observado o nível de concordância entre os quatro parâmetros e feito a correlaçao entre eles e o nível de albumina sérica. A albumina foi estratificada em nível inferior a 3,5g/dl, entre 3,5g/dl e 4,0g/dl e superior a 4,0g/dl. Resultados: dos 43 pacientes 17(40%) eram sexo masculino e 26(60%) do sexo feminino, com médias de idade = 48±12 anos, peso = 57±12 Kg e altura = 1,58±0,08m. Quanto às doenças de base, diabetes melitus correspondeu a 14%, HAS 37%, GNC 40% e outros diagnósticos a 9%. Na avaliaçao nutricional, pacientes eutróficos apresentaram a maior freqüência com 55,8% dos pacientes nas avaliaçoes AV1, AV3 e AV4. Contudo na AV2 a desnutriçao grave obteve a maior freqüência com 40% dos casos. A média de albumina foi de 3,96±0,36g%; o Kt/V médio = 1,52±0,26, a creatinina média = 9,8±2,02mg% e a média de hemoglobina = 10,4±2,32g%. O tempo médio em tratamento foi de 45,1±38,8 meses. O grau de concordância entre as avaliaçoes nutricionais foi medido pelo teste de Kendall: W, onde foi observado significativo grau de concordância entre as AV1 e AV2, AV1 e AV3 e AV1 e AV4 com p<0,0001; entre AV2 e AV3 com p=0,002 e entre AV3 e AV4 com p<0,0001. Porém nao houve concordância significativa entre AV2 e AV4 com p=0,106. O Teste do Qui-Quadrado foi aplicado para a relaçao ou dependência entre as avaliaçoes nutricionais e a albumina, nao tendo sido observado associaçao significativa em nenhum dos casos: AV1 x Alb (p=0,943), AV2 x Alb (p=0,762), AV3 x Alb (p=0,589) e AV4 x Alb (p=0,639). A análise de variância (ANOVA), observou diferença significativa na média de creatinina sérica entre os sexos (p<0,0001), contudo nao se observou diferença estatística entre a média de albumina e as doenças de base (p=0,967), e entre a albumina e o sexo dos pacientes (p=0,158). Conclusao: existe concordância entre os quatro parâmetros antropométricos utilizados, contudo nao parece haver associaçao entre os níveis de albumina e o grau do estado nutricional.


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AVALIAÇAO DA ATIVIDADE INFLAMATORIA E DO ESTRESSE OXIDATIVO EM PACIENTES UREMICOS DIALISADOS COM DOIS SISTEMAS DIFERENTES DE PURIFICAÇAO DE AGUA

THOMÉ, F. S.; BIANCHI, P.; MANFRO, R. C.; BELLOKLEIN, A.; SENGER, M.

PPGNEFROLOGIA, SERV.NEFROLOGIA H.DE CLINICAS DE PORTO ALEGRE, INSTITUTO DE BIOCIENCIAS / UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL.

Introduçao: A mortalidade cardiovascular em urêmicos se deve também a fatores nao tradicionais. A contaminaçao bacteriana da água usada em hemodiálise pode induzir inflamaçao, que é aterogênica. Avaliamos a atividade inflamatória e o estresse oxidativo em pacientes em tratamento por hemodiálise (HD), antes e após uma sessao, em dois contextos: dialisato produzido com água deionizada (DI) e dialisato produzido com água tratada por osmose reversa (OR). Métodos: Duas amostras nao selecionadas de pacientes em HD há mais de 3 meses foram estudadas, uma com DI (n=17) e outra com OR (n=15). Coletou-se, antes e após uma sessao de HD: soro para determinaçao de interleucina-6(IL6), proteína C-reativa(PCR), plasma para determinaçao da capacidade antioxidante total (TRAP) e de carbonilas (CARB) e eritrócitos lavados para medida da lipoperoxidaçao por quimiluminescência(QL). A água foi analisada por métodos bacteriológicos e pelo teste de Limulus semi-quantitativo. Resultados: Os dois tratamentos de água tiveram níveis aceitáveis de endotoxina e contagem bacteriana, mas a OR foi mais eficiente. Os dois grupos de pacientes tinham perfis clínicos e de atividade inflamatória diferentes, e o grupo OR tinha TRAP menor, mas ambos tipos de tratamento provocaram elevaçoes proporcionalmente semelhantes da atividade inflamatória. O resultado combinado mostrou elevaçao da interleucina-6 (mediana de 5,42 para 6,24 pg/ml, p<0,05) e da proteína C reativa (mediana de 4,81 para 5,82, NS). A TRAP caiu de 301,4±91,0 para 124,5±33,13 mM de Trolox (p<0,0001) no grupo DI, e de 1413,4±547,3 para 618,5±373,8 mM de Trolox (p<0,0001) no grupo OR. A QL e as CARB nao variaram em ambos os tratamentos. Nao houve correlaçao entre a atividade inflamatória e o estresse oxidativo. Conclusao: Os níveis de interleucina-6 elevaram-se e a capacidade anti-oxidante total caiu após uma sessao de hemodiálise, mas a proporçao dessa variaçao foi semelhante em contextos que tinham níveis de atividade inflamatória e estresse oxidativo diferentes.


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AVALIAÇAO DA DEPRESSAO EM PACIENTES HEMODIALISADOS

SANTOS, F. R.; SANTOS, F. R.; OLIVEIRA, A. A.; MENDONÇA, R. R.; ANDRADE, L. C. F.; BASTOS, M. G.

NUCLEO INTERDISCIPLINAR DE ESTUDOS E PESQUISAS EM NEFROLOGIA.

Introduçao: A doença renal, por sua característica de cronicidade, pode trazer para o indivíduo uma série de dificuldades em sua relaçao com o processo de adoecer e conseqüentemente com o tratamento. Os sintomas depressivos sao comuns em pacientes em tratamento dialítico, sendo importante detectar os graus de depressao encontrados nos mesmos para uma melhor intervençao dos profissionais de saúde mental. Métodos: Foram avaliados 35 pacientes em Hemodiálise, que constitui aproximadamente 64% do número de pacientes em tratamento hemodiálitico na instituiçao, através do Inventário Beck de Depressao, o qual estabelece quatro graus de depressao: mínimo, leve, moderado e grave. As entrevistas foram realizadas durante as sessoes de hemodiálise. Procurou-se observar as principais variáveis passíveis de interferência no surgimento da depressao, como idade, sexo, tempo de diálise e ocupaçao. Resultados: Entre os pacientes avaliados, 54,3% possuem grau mínimo de depressao, 28,6% possuem grau leve, 14,3% grau moderado e apenas 2,9% estao no nível grave de depressao. Nao houve relaçao significante entre sexo e depressao e entre idade e depressao. Houve uma relaçao significante entre a ocupaçao e a depressao (p=0,011) e uma relaçao quase significante (p=0,058) e positiva entre o tempo de diálise e depressao, ou seja, quanto maior o tempo em diálise maior a tendência à depressao. Conclusao: A maior parte dos pacientes analisados encontra-se em menores graus de depressao (mínimo e leve), onde os pacientes que nao trabalham mostraram maiores tendências ao surgimento de sintomas depressivos.


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AVALIAÇAO DA FUNÇAO ENDOTELIAL ATRAVÉS DA DILATAÇAO MEDIADA POR FLUXO DA ARTÉRIA BRAQUIAL EM PACIENTES SUBMETIDOS A DIALISE PERITONEAL

FIGUEIREDO, A. E. P. L.; POITEVIN, A.; CONTI, A.; COSTA, B. E. P.; D, D. O.; ALMEIDA, P. B.; TORRES, E.; ACAUAN FILHO, B.; FIGUEIREDO, C. E. P.

CURSO DE POS-GRADUAÇAO EM MEDICINA E CIENCIAS DA SAUDE (NEFROLOGIA), IPB/HSL/FAMED/FAENFI PUCRS.

Introduçao: Insuficiência Renal Crônica está associada à disfunçao endotelial. As características da membrana peritoneal podem se dependentes da funçao vascular ou da via L-Arginina /Oxido Nitrico. Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar funçao endotelial através da dilataçao mediada por fluxo da artéria braquial em pacientes em diálise peritoneal. Método: Pacientes em diálise peritoneal sem peritonite há pelo menos 1 mês, sem manifestaçoes clínicas de inflamaçao ou complicaçoes infecciosas, e que nao estivessem usando drogas doadoras de óxido nítrico foram incluídos neste estudo transversal. A dilataçao mediada por fluxo foi avaliada baseada nas diretrizes para avaliaçao ultrassonográfica da vasodilataçao endotélio- dependente mediada por fluxo da artéria braquial da International Brachial Artery Reactivity Task Force, usando um sistema Acuson XP10 com um transdutor de 7.5 MHz. Disfunçao endothelial foi diagnosticada naqueles pacientes como menos de 10% de dilataçao mediada por fluxo. O teste do equilíbrio peritoneal, Kt/V e ultrafiltraçao de 4-h foram avaliados em todos os pacientes. Resultados: A amostra foi de 31 pacientes com idade média de 49+18 anos, sendo três diabéticos e 15 homens. O aumento médio mediado por fluxo da artéria braquial mediada foi de 0,45+0,27 mm (12,1+7,7%). Disfunçao endotelial esteve presente em 11 (36%) pacientes. A dilataçao mediada por fluxo nao apresentou correlaçao significativa com Kt/V, ultrafiltraçao de 4-h, razao de D/P creatinina ou pressao arterial. Houve moderada correlaçao positiva entre a dilataçao mediada por fluxo e D/D0 glicose (r: 0,351, p=0,05 Correlaçao de Pearson). Conclusao: Disfunçao endotelial é frequente em pacientes de diálise peritoneal. Os resultados sugerem uma associaçao entre funçao endotelial e transporte de glicose, e pode influenciar aspectos seletivos das funçoes da membrana peritoneal.


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AVALIAÇAO DA INGESTA CALORICO-PROTEICA E QUALIDADE ALIMENTAR DE PACIENTES E FUNCIONARIOS DE UMA CLINICA DE HEMODIALISE DE CURITIBA-PR

CASSI, H. V.; RIBEIRO, M.; JUGEND, R.; MACIEL, M. A. M.; HALLVASS, A. C.; BUENO, J. F. L.; HOKAZONO, S. R.; MARKS, S. G.; CARVALHO, J. R. M. M.

SERVIÇO DE NEFROLOGIA DA SANTA CASA DE CURITIBA / INSTITUTO DO RIM DO PARANA.

Introduçao: A ingesta calórico-proteica é importante indicador de qualidade em diálise o qual pode ser aferido laboratorialmente e calculado através de registro alimentar. Tal avaliaçao pode ser útil na identificaçao de déficits qualitativos e quantitativos na dieta dos pacientes em hemodiálise. Assim sendo, objetivou-se identificar a ingesta calórico proteica de pacientes em hemodiálise e compará-la aos va – lores médios de uma populaçao considerada saudável. Métodos: Foi realizado estudo da ingesta calórico-proteica aferida (pacientes em hemodiálise) e calculada através de inquérito alimentar de 72 horas em pacientes (40) e funcionários(40) do Serviço de Nefrologia da Santa Casa de Curitiba. Os dados obtidos foram submetidos a análise estatística descritiva e expressos em valores médios e em porcentagens. Resultados: O valor médio de ingesta proteica aferida em pacientes em hemodiálise foi de 0,93 g/kg/dia e aferido através de inquérito alimentar de 1,07g/kg/dia. A grande maioria ( 66,6%) nao conseguiu atingir a meta estabelecida como ideal de 1,2 g/kg/dia. O valor médio de ingesta energética foi de 24,03 kcal/kg/dia. Os funcionários apresentaram valor médio de ingesta proteica de 1,09 g/kg/dia e energética de 25,6 Kcal/kg/dia. Conclusao: Pacientes e funcionários do Serviço de Nefrologia da Santa Casa de Curitiba / Instituto do Rim do Paraná apresentaram valores médios semelhantes de ingesta calórico-proteica, entretanto, o estado catabólico e inflamatório crônico da insuficiência renal crônica requer ingestas maiores. Assim sendo, a orientaçao nutricional é fundamental para correçao dos hábitos alimentares e adaptaçao para a atual condiçao clínica.


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AVALIAÇAO DA QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES COM INSUFICIENCIA RENAL CRONICA EM HEMODIALISE

CUSTODIO, M. R.; RODRIGUES, D. D. M.; OLIVEIRA, A. P. B.; TEIXEIRA, H.; MICHELOTTO, J. B.; OLIVEIRA, P. C.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLANDIA.

Introduçao: Qualidade de vida é um conceito novo na área de saúde. A utilizaçao de instrumentos para avaliar a qualidade de vida é de extrema importância tanto para a prevençao como na intervençao destes pacientes. Porém existem controvérsias na aplicaçao da prática clínica. Para tanto, foi realizado uma análise da qualidade de vida dos pacientes com diferentes tempos de hemodiálise. Métodos: Foram avaliados 84 renais crônicos em HD com o teste de qualidade de vida SF-36 (Medical Outcomes Study 36 – Item Short-Form Health Survey) composto de 36 itens, agrupados em 8 dimensoes mostrados abaixo. Para cada paciente e para cada uma das oito dimensoes obteve-se um escore ao se aplicar uma escala de medida com valores de 0 (mais comprometido) a 100 (nenhum comprometimento) em quartis (0-25; 26-50; 51-75; 76-100), comparando o grupo diabéticos e nao diabéticos (X±DPM) analisados pelo teste t pareado (*p<0,05). Resultados:

Conclusoes: Alteraçao significativa da idade e do Kt/V no grupo diabético. O SF- 36 foi um bom instrumento para avaliar qualidade de vida dos renais crônicos em HD. Portanto, a presença de doença crônica, a necessidade de tratamento contínuo, idade avançada, sao fatores que podem interferir na qualidade de vida.


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AVALIAÇAO DA SAUDE MENTAL DE PACIENTES EM HEMODIALISE E ASPECTOS CORRELACIONADOS, PARA ADEQUAÇAO DO SERVIÇO DE PSICOLOGIA AS SUAS NECESSIDADES

SOUZA, J. R.

CLINICA DE DOENÇAS RENAIS DE TAGUATINGA.

Introduçao: A Insuficiência Renal Crônica Terminal – IRCT, por ser uma doença crônico-degenerativa e impor uma rotina rígida de tratamento, dificulta um funcionmento normal do paciente, em funçao do seu estado físiológico e psicológico. O conhecimento destes estados e seus efeitos na saúde mental (SM) do paciente em hemodiálise (HD), facilita um atendimento psicológico adequado à realidade deste.Objetivo: Adequar o serviço de psicologia na CDRT às necessidades dos portadores de IRCT. Metodologia: Avaliou-se a ausência de saúde mental (ASM), bem como sua severidade, através do Questionário de Saúde Geral de Goldberg (QSG), e a correlaçao desta com: idade (I); sexo (S); tempo de hemodiálise (TH); atividade laborativa (AL); renda mensal individual em salário mínimo (RM) e percepçao do paciente quanto a presença de apoio familiar (AF). O QSG foi aplicado aleatoriamente a 78 pacientes em HD na CDRT/ DF, dos quais coletou-se dados em prontuário e entrevista diretiva. Resultados: ASM presente em 47% dos pacientes e severa em 24%. Perfil sintomático: stress psíquico (50%); desejo de morte (59%); desconfiança na capacidade de desempenho (77%); problemas com o sono (69%) e distúrbios psicossomáticos (72%). Correlaçao de ASM e: I – 21 a 40 anos (63%), 41 a 60 anos (78%), 61 a 80 anos (67%). S – homens (74%) e mulheres (66%). TH – até 1 ano (100%); 1 a 3 anos (66%); 3 a 5 anos (74%); 5 a 7 anos (71%) e acima de 7 anos (71%). AL – ativo (69%) e inativo (71%). RM – 1 a 2 (85%), 3 a 5 (67%), >5 (50%). AF – presente (62%) e ausente ou inadequado (100%). Conclusao: O serviço de psicologia deve atuar sobre a desconfiança na capacidade de desempenho, utilizar técnicas de relaxamento, favorecer mecanismos de enfrentamento, facilitar a aceitaçao e adaptaçao a IRCT e HD (principalmente no 1º ano de HD onde a ASM é de 100%), e estender o atendimento aos cuidadores, na busca de um AF adequado. Outro aspecto importante é estabelecer um trabalho conjunto com o serviço social, visando minimizar os efeitos do baixo poder aquisitivo no tratamento.


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AVALIAÇAO DAS PRESSOES INTRA-ACESSO ESTATICA E DINAMICA DE FISTULA ARTERIO-VENOSA EM HEMODIALISE

VANNUCCHI, M. T. I.; GELEILETE, T. J. M.

SERVIÇO DE NEFROLOGIA DE RIBEIRAO PRETO.

Introduçao: A FAV para acesso em hemodiálise (HD) é muitas vezes fator determinante na qualidade de vida e na sobrevida do paciente portador de IRC. A avaliaçao do acesso é por vezes subjetiva. Medidas corretivas raramente sao efetuadas precocemente. Objetivamos verificar a prevalência de FAV com alta pressao, potencialmente mais suscetíveis a fenômenos trombóticos. Métodos: Foram avaliados 39 pacientes de um único turno de HD. Após 30 a 60 min de HD, o fluxo de sangue foi reduzido para 200 ml/min, para minimizar a resistência da agulha venosa(16G), e a Pressao Venosa (PV), denominada medida dinâmica, foi aferida pelo equipamento de HD. Na seqüência, o ramo de saída do cata-bolhas venoso foi clampado e após 40 segundos a PV foi novamente medida (PIA), assim como a distância vertical (H) entre a punçao e o cata-bolhas. A PA foi aferida por monitores automáticos, concomitantemente à medida da PV, e a PAM calculada. Foi utilizada a equaçao para pressao intra-acesso estática corrigida (EQPIA), conforme sugerido no DOQI. EQPIA = 3,6+0,35xH(cm). Considerou-se anormais valores de PV maiores que 150 mmHg para a medida com fluxo de sangue. A razao EQPIA/MAP > 0,35 foi avaliada como sugestiva de estenose no seguimento venoso da punçao. Resultados: Apenas 3 (9,4%) pacientes, à medida dinâmica, apresentaram PV alta. Apresentaram EQPIA/MAP elevada 6 (18,8%) pacientes. A mediana dos valores encontrados estao representados na tabela abaixo:

Foram feitas análises comparativas entre os valores obtidos para os pacientes diabéticos e nao diabéticos, hipertensos e normotensos, e portadores ou nao de dislipidemia, porém os valores nao foram estatisticamente diferentes. Conclusoes: A monitorizaçao, conforme descrito, é procedimento simples. Sugerem- se, visando a manutençao do acesso, medidas consecutivas para a detecçao de variaçoes o que se avalia como mais importantes no diagnóstico de lesao precoce de FAV.


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AVALIAÇAO DE IMUNIZAÇAO PARA HEPATITE B DE PACIENTES EM PROGRAMA DE HEMODIALISE NO RECIFE

BLACK, A. M. J.; LOPES, E. P. A.; KOSMINSKY, L. B.; MANGUEIRA, A. P. A.

DEPARTAMENTO DE MEDICINA CLINICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO.

Introduçao: a eficácia da vacina contra o vírus da hepatite B está reduzida nos pacientes com insuficiência renal crônica (IRC) em hemodiálise (HD), por razoes ainda nao totalmente esclarecidas. O objetivo deste estudo foi avaliar a eficácia desta vacinaçao nestes pacientes. Pacientes e Método: entre janeiro e abril de 2004, avaliaram-se 311 pacientes com IRC em HD. Analisou-se o sexo, a idade, o tempo da HD, o consumo passado ou atual de etanol e de fumo, e coletara-se 10ml de sangue para: pesquisa do HBsAg, anti-HBS e anti-HCV (ELISA). Na admissao na unidade, os suscetíveis sao vacinados com 40 mcg de Engerix B, IM, aos 0, 30 e 180 dias. Após 3 meses da última dose, é feita pesquisa quantitativa do anti-HBs e nos casos menores que 100 UI/ml é realizado novo esquema ou reforços. Resultados: dos 311 pacientes, foram excluídos 100 em virtude de: óbito (3 casos); positividade para o HBsAg (8 casos); positividade para o anti-HBs (46 casos); nao se obteve a sorologia (5 casos); tempo de HD menor que 10 meses (38 casos). Dentre os 211 incluídos, 122 eram masculinos (58%), com idade média de 51 anos (17 a 93 anos). O tempo médio de HD foi 41 meses (10 a 114 meses). O anti-HCV foi positivo em 24 (9,3%). Conforme a titulaçao do anti-HBs, os pacientes foram distribuídos em 3 grupos: Grupo-1 menor ou igual a 10 UI/ml (11 pacientes=5%); Grupo-2 de 11 a 99 UI/ml (47 pacientes = 22%); Grupo-3 maior ou igual a 100 UI/ml (153 pacientes =73%). Nao foram observadas as diferenças significativas em relaçao à distribuiçao por sexo, etilismo ou tabagismo nos 3 Grupos. Verificou-se que a idade média foi 60, 55 e 50 anos, respectivamente nos Grupos 1, 2 e 3, com p=0,33 entre o Grupo 1 x 2; p=0,03 entre o Grupo 1 x 3; p=0,05 entre o Grupo 2 x 3. Observou-se que o tempo de HD foi 15, 32 e 45 meses, respectivamente nos Grupos 1, 2 e 3, com p=0,014 entre o Grupo 1 x 2; p=0,001 entre o Grupo 1 x 3; p=0,002 entre o grupo 2 x 3. Conclusao: neste estudo, a vacina induziu soroconversao para o anti-HBS (maior ou igual a 100 UI/ml) em 73% dos casos, observando-se que este Grupo apresentava idade inferior e tempo de HD maior do que os que apresentaram baixos títulos.


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AVALIAÇAO DE PROTOCOLO FISIOTERAPEUTICO PARA IDENTIFICAÇAO DE DISTURBIOS RESPIRATORIOS EM PACIENTES RENAIS CRONICOS SUBMETIDOS A DIALISE

BRANDAO, J. A. G.; ALVISI, T. C.; REIS, A. A.; VILAS BOAS, V. F.; BERTOZI, M. M. R.; FERNANDES, F. M. O.; BERNARDINI, A. I.

SANTA CASA DE POÇOS DE CALDAS.

Introduçao: É sabido que o paciente com insuficiência renal crônica (IRC) tem alteraçoes da funçao respiratória e muscular, com severas restriçoes às atividades diárias, piorando a qualidade de vida. O Objetivo deste trabalho foi identificar nos pacientes submetidos a hemodiálise, tais alteraçoes através de um protocolo fisioterapêutico de avaliaçao. Métodos: Foram avaliados 37 pacientes em tratamento dialítico,16 do sexo masculino e 21 do sexo feminino, submetidos a avaliaçao do fisioterapeuta da unidade que utilizou como protocolo inicial a realizaçao de espirometria, 02 testes de funçao pulmonar, sendo a avaliaçao do pico do fluxo expiratório (peak flow) e a medida da Pressao inspiratória máxima com o uso do manovacômetro, e 01 teste de funçao muscular analisando os membros superiores e inferiores de forma subjetiva graduando o resultado na escala de Lowett. Resultados: Analisando as espirometrias foram observados distúrbios ventilatórios em 17 pacientes (45,9%) e distúrbios neuro-musculares em 04 pacientes (10,8%).

Quanto ao Peak flow, que avalia a funçao expiratória, apenas 04 pacientes apresentaram valores normais (10,8 %). Na avaliaçao da pressao inspiratória máxima revelou 31 pacientes (83%) com valores abaixo de 70cmH2O que identifica fraqueza muscular diafragmática. No teste de funçao muscular observamos cerca de 32 pacientes (86,4%) com grau 2 e 3 na escala de Lowett denotando moderada a acentuada fraqueza apenas em membros inferiores. Conclusao: Na amostra analisada os pacientes com IRC em regime dialítico apresentaram déficit importante da funçao respiratória e muscular, sugerindo a elaboraçao de um protocolo fisioterapêutico de avaliaçao e reabilitaçao adicionado ao tratamento dialítico.


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AVALIACAO DO COMPORTAMENTO PRESSORICO DE PACIENTES RENAIS CRONICOS SUBMETIDOS A DIALISE PERITONEAL (DP) – CORRELACAO COM AGUA CORPORAL

TEIXEIRA, G.; MAGALHAES, S. S.; FERNANDES, N.; ANDRADE, L. C. F.; PAULA, R. B.

NIEPEN-NUCLEO INTERDISCIPLINAR DE ESTUDOS E PESQUISAS EM NEFROLOGIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA.

Introduçao: Diversos sao os mecanismos envolvidos na fisiopatologia da hipertensao arterial sistêmica (HAS) no paciente portador de doença renal crônica. A hipervolemia constitui um dos principais fatores causais de HAS neste grupo. Objetivos: Avaliar o comportamento pressórico de pacientes renais crônicos em diálise peritoneal (DP) pela monitorizaçao ambulatorial da pressao arterial (MAPA), e correlacionar os níveis pressóricos com a volemia avaliada pela bioimpedância (BIE). Métodos: Foram estudados 22 pacientes portadores de IRC e hipertensos em regime de DP, sendo 11 do sexo masculino e 11 do sexo feminino. Dos 22 pacientes, 7 pacientes eram portadores de Nefropatia Diabética, 3 de Glomerulonefrite Crônica, 7 de Nefropatia Hipertensiva, 1 de Doença Renal Policística do Adulto, 1 de amiloidose e 3 de etiologia indeterminada. Todos os pacientes foram submetidos a MAPA por 24 hs consecutivas, e à BIE utilizando-se o aparelho Biodinamics. Foram analisadas: água corporal total (ACT), as médias da pressao sistólica (PAS), diastólica (PAD) e da pressao arterial média (PAM) nos períodos de vigília, sono e de 24 hs. Resultados: A média de idade do grupo estudado foi igual a 56,4 ± 14,4 anos, e a média de duraçao do tratamento dialítico foi igual a 27,2 ± 12,2 meses. O KT/V semanal médio foi igual a 2,1±0,6 . Do total de 22 pacientes hipertensos estudados, 11 (50%) apresentavam PA<140 x 90 mmHg, enquanto 11 pacientes apresentavam- se hipertensos (PA > 140 x 90 mmHg). Dentre os pacientes estudados, apenas 3 pacientes (14 %) apresentaram água corporal total elevada (> 60% do peso corporal), e destes, todos estavam hipertensos. Dentre os 18 pacientes com ACT normal (< 60% do peso corporal), 11 estavam normotensos enquanto 8 estavam hipertensos. Nestes, tanto os hipertensos quanto os normotensos apresentaram correlaçao positiva entre ACT e níveis pressóricos sistólicos e diastólicos (tabela 1).

Conclusao: Pacientes portadores de DRC em programa de diálise peritoneal apresentam correlaçao positiva entre água corporal total e níveis pressóricos mesmo na ausência de hipervolemia detectável pela BIE.


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AVALIAÇAO DO DÉFCIT NUTRICIONAL EM CRIANÇAS EN TRATAMENTO DIALITICO

CILLO, A. C. P.; SANTOS, C. C.; PELLICIONI, D. A.; AGUIAR, L.

PUC-CAMPINAS.

Introduçao: O déficit nutricional é uma das principais complicaçoes da IRC em crianças inseridas em programa dialítico. Seu impacto envolve alteraçoes dos aspectos psicológicos, aderência ao tratamento e reintegraçao social. Método: O objetivo deste trabalho é utilizar o método de Waterlow como triagem nutricional das crianças em hemodiálise e diálise peritoneal. Resultados: Foram avaliados 06 crianças com idade entre 02 e 13 anos, sendo três do sexo masculino e três do sexo feminino, sendo quatro em CAPD e duas em programa hemodialítico. Entre as causas da IRC encontramos 03 crianças (50%) com má formaçao congênita do trato urinário, 01 criança com glomérulo esclerose segmentar e focal, 01 com nefrite lúpica e 01 criança com nefropatia hipertensiva. O tempo de início de tratamento dialítico variou de 03 meses a 02 anos. O défcit nutricional foi encontrado em 03 crianças (50%). As crianças que apresentaram maior déficit nutricional foram aquelas com o acometimento renal secundário à doença congênita. Conclusao: Observamos ao comparar esses dados com a literatura que o fator nutricional está intimamente ligado a IRC quando relacionada à doença congênita. Necessita, portanto, o acompanhamento precoce e avaliaçao pondero-estatural rigoroso em crianças em tratamento dialítico.


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AVALIAÇAO DO RISCO CARDIOVASCULAR PELO ESCORE DE FRAMINGHAM EM PACIENTES PORTADORES DE INSUFICIENCIA RENAL CRONICA (IRC) EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

SILVA, J. R.; CORREA NETO, I. J. F.; CORREA, H. A.; OLIVEIRA, C. M.; SANTOS, E. B. A.

FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBA – MG.

Introduçao: A IRC tratada com hemodiálise é associada a uma alta incidência de dislipidemia e doença cardiovascular. Estudos recentes demonstram que desordens nos níveis séricos de lipídios sao importantes fatores promotores e aceleradores do processo aterogênico e que a aterosclerose prematura e a Doença Arteial Coronariana ( DAC) sao as principais causas de morbi-mortalidade em IRC terminal. Devido à propensao destes pacientes à aterosclerose e à DAC, torna-se importante reconhecer e monitorizar cuidadosa e precocemente os principais fatores de risco cardiovascular. Uma abordagem global, baseada nos estudos de Framingham, levando em consideraçao o conjunto desses fatroes pôde ser estabelecida a partir da formulaçao de um escore, a fim de estimar o risco de eventos coronarianos em 10 (dez) anos. Objetivo: Avaliar o risco absoluto para DAC pelo Escore de Framingham (ESF) em pacientes com IRC em tratamento hemodialítico. Métodos: Foram avaliados 63 pacientes portadores de IRC em tratamento hemodialítico em uma clínica de hemodiálise na cidade de Itajubá – MG no período de novembro a dezembro de 2003. No Escore de Framingham sao analisados a idade, a pressao arterial sistólica e diastólica, colesterol total, HDLc, tabagismo e a presença ou nao de Diabetes Me – llitus. Obtem-se assim, uma pontuaçao e os pacientes sao estratificados quanto ao risco de DAC em (1) Baixo risco: < 10% em 10 anos; (2) Médio risco: 10-20% em 10 anos; e (3) Alto risco: > 20% em 10 anos. Resultados: Do total de pacientes, 50% encontram-se com baixo risco de DAC (<10%), 37,5% com médio risco (10-20%) e 12,5% em alto risco de DAC (>20%), com idade média aproximada de 42, 61, 60 anos respectivamente em cada grupo. Quando se compara o sexo com o risco de DAC, verificou-se que 59,5% dos pacientes com baixo risco sao homens, 62,5% dos pacientes de médio risco sao mulheres e 87,5% dos casos com altos risco sao do sexo masculino. Conclusao: Verificou-se uma correlaçao significativa entre o risco de DAC em 10 anos e o sexo dos pacientes com IRC em tratamento hemodialítico com base no Escore de Framingham. O que nao esta definido é se esse fator de risco predirá, confiavelmente, eventos cardiovasculares futuros nos estudos prospectivos.


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AVALIAÇAO DOS NIVEIS DE TRANSAMINASES (ALT), PRECEDENDO A SOROCONVERSAO ANTI-HCV, EM UNIDADE DE TERAPIA RENAL SUBSTITUTIVA, NO SUDOESTE DO PARANA (PATO BRANCO)

ENGEL, M.; RAMOS, J. L. Z.; CARRILHO, F. J.; MEDEIROS FILHO, J. E.

UNIDADE DE TERAPIA RENAL DE PATO BRANCO LTDA.

Objetivo: Avaliaçao do monitoramento dos níveis de Transaminases (ALT), présoroconversao anti-HCV, para utilizaçao como possível marcador de contaminaçao aguda pelo vírus da Hepatite C, em unidades de Hemodiálise. Metodologia: Estudo retrospectivo, de janeiro de 2002 à abril de 2004, avaliando 85 pacientes com IRC, em hemodiálise. a dosagem de ALT (Alanina amino Transferase), e anti-HCV (Elisa 3ª Geraçao) foi realizada mensalmente. Os pacientes que apresentavam elevaçoes (mesmo que discretas) dos níveis de ALT, foram monitorados como possíveis casos de Hepatite Aguda C. dos 21 (24,70%) pacientes que soroconverteram neste período, apenas 2 nao apresentaram elevaçoes significativas de ALT (acima do limite superior da normalidade- 40 U/I). Observou-se que a soroconversao anti-HCV pode ocorrer em até 4 meses após a primeira elevaçao dos níveis de ALT. Conclusao: Pacientes em Hemodiálise podem apresentar elevaçoes discretas dos níveis de ALT por ocasiao do contato com o vírus da Hepatite C. O aparecimento do anti-HCV pode ocorrer meses após esta elevaçao inicial. O valor preditivo de ALT como marcador de contaminaçao aguda pelo vírus C deve ser bem avaliada, assim como a determinaçao de ponto de corte nos níveis de ALT, em estudos futuros.


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AVALIAÇAO DOS NIVEIS SÉRICOS DE ALANINA AMINOTRANSFERASE ANTES E APOS SESSAO DE HEMODIALISE EM PACIENTES COM INSUFICIENCIA RENAL CRONICA

SETTE, L. H. B. C.; LOPES, E. P. A.; SETTE, P. C. A.; ANDRADE, A.; CAVALCANTI, R. L.; CONCEIÇAO, S.; MENEZES, R.; MORAES, M.

NEFROCLINICA, RECIFE-PE & DPTO. MEDICINA CLINICA-UFPE.

Introduçao: sabe-se que os níveis séricos das aminotransferases estao reduzidos nos pacientes com insuficiência renal crônica (IRC) em hemodiálise (HD). Suspeita- se, no entanto, que estes níveis possam aumentar após a sessao de HD. Este estudo teve como objetivo avaliar os níveis séricos de alanina amino-transferase (ALT) antes e após sessao de HD. Pacientes e Método: foram avaliados, aleatoriamente, 100 pacientes com IRC em HD, dos quais foram registrados dados demográficos (idade e sexo), a perda de peso durante a sessao de HD e a sorologia para vírus B (HBsAg) e C (anti-HCV), por ensaio imuno-enzimático. Também foram coletados 5 mL de sangue através da fístula, antes e após a sessao, para dosagem de ALT por método cinético automatizado. Resultados: dos 100 pacientes, 55 (55%) eram do sexo masculino, com idade média de 55 anos (19 a 96 anos). Todos apresentavam HBsAg negativo e 12 (12%) o anti-HCV positivo. O peso médio dos pacientes antes da HD foi 63,9 Kg (variando de 30 a 110 Kg) e a média da perda de peso foi de 2,7 Kg, o que corresponde à média de 4,4% de perda ponderal na sessao (variando de 0,3 a 13,9%). Observou- se média de ALT antes da HD de 17,1 UI/mL e de 22,0 UI/mL após a sessao, correspondendo a aumento de 4,9 UI/mL em média, o que equivale a 25,8% de aumento. Entre os 100 casos, 77% apresentaram elevaçao da ALT após a sessao de HD, 14% permaneceram com os mesmos níveis séricos e 9% apresentaram reduçao dos níveis desta enzima. Verificou-se correlaçao (r = 0,4) entre a perda de peso e a elevaçao dos níveis séricos da ALT após a sessao de HD (p < 0,001). Conclusao: neste estudo, observou-se que aproximadamente 3/4 dos pacientes em HD apresentaram aumento dos níveis séricos de ALT após a sessao de HD e que esta elevaçao foi em média de 26%. O aumento de ALT apresentou correlaçao com a perda de peso dos pacientes durante o procedimento dialítico.


P-261

AVALIAÇAO FISICA E RESPIRATORIA DE PACIENTES COM INSUFICIENCIA RENAL CRONICA TERMINAL (IRCT) EM DIALISE. PROPOSTA DE PROTOCOLO

CERQUEIRA, C. G.; ROCHA, J. R. C; WAISSMAN, TERZELLA, C.

HOSPITAL BENEFICENCIA PORTUGUESA DO RIO DE JANEIRO.

Avaliaçao Física e Respiratória de Pacientes com Insuficiência Renal Crônica Terminal (IRCT) em diálise. Proposta de Protocolo – Cerqueira CG, Rocha JRC, Waissman F, Terzella C – Serviço de Nefrologia RenalRio e Serviço de Fisiotera – pia Fisio’s – Hospital Beneficência Portuguesa-RJ Introduçao: Os pacientes com IRCT apresentam intolerância aos exercícios físicos, fraqueza e fadiga musculares e volume máximo de O2 (VO2) diminuído. Têm atrofia muscular significante e diminuiçao da contratilidade muscular, comparados a pessoas saudáveis e sedentárias da mesma faixa etária. Têm sido demonstrado, após a aplicaçao de atividades aeróbicas, um aumento da área das fibras musculares( tipo I, tipo IIa, tipo IIx) e do contato capilar por fibra , além de permitir a reduçao de medicaçoes antihipertensivas e eritropoetina. Material e Métodos: 23 pacientes, 87% em Hemodiálise (HD) e 19% em diálise peritoneal automática (DPA) foram submetidos à avaliaçao das funçoes motora e respiratória; 13 homens (57%) e 10 mulheres (43%) com idade média de 59 ± 13 anos, tempo médio de tratamento 49 ± 40 meses, Doença de Base: Glomerulonefrite Crônica (30%), Rim Policístico tipo adulto (20%), Nefroslclerose Hipertensiva (35%), Diabetes (10%) e falência ou rejeiçao de transplantes (5%). Os sintomas mais encontrados foram fraqueza muscular em MMII (67%), artralgias (20%) e câimbras (13%). A prova de funçao respiratória foi normal em 30%, mostrou distúrbio ventilatório restritivo em 40% e obstrutivo em 30%.. Protocolo de tratamento: Com base no perfil encontrado, elaboramos o programa utilizando mecanoterapia e eletrotermoterapia, durante 30 minutos antes de cada sessao de HD, 2 a 3x/semana. O ritmo de cada paciente é estabelecido com base na freqüência cardiorespiratória basal, pressao arterial, temperatura axilar, saturaçao de O2 e Escala de Borg. As respostas à Escala serao utilizadas como guia para monitorar e modificar a intensidade do exercício. A medida em que seu valor for > ou = 1, a intensidade é aumentada em 5%, após um período de adaptaçao de duas semanas. Critérios de exclusao: dor torácica, dispnéia, febre, ganho interdialítico > 5% do peso seco estimado, dor muscular, hipoglicemia, PA>180X110mmHg, arritmia descontrolada e acesso venoso temporário.


P-262

AVALIAÇAO NUTRICIONAL DE PACIENTES DIABÉTICOS EM HEMODIALISE

PEREIRA, C. P.; ANTUNES, S. A.; LOPES, A. K. C. D.; ROCHA, D. A. M. R.; CAMPOS, A. F.; CARREIRA, P. C. C.; SECCHIS, G. M. L.; VAZ, J. D. F.

INSTITUTO DE NEFROLOGIA RIBAMAR VAZ.

A nefropatia diabética vem adquirindo cada vez mais importância como causa de insuficiência renal no mundo.E sabido que a maioria dos pacientes renais crônicos em HD apresentam graus variados de desnutriçao. Com o objetivo de avaliar o estado nutricional dos pacientes diabéticos em programa de HD, 20 pacientes (100 % da amostra) foram submetidos à Avaliaçao Subjetiva Global (SGAM), Avaliaçao antropométrica e bioquímica. Os resultados antropométricos mostram adequaçao ponderal de 85% com media de índice de massa corporal 22,48+3,51kg/m? , valores de prega cutânea do tríceps de 11,50 + 6,20mm, circunferência do braço de 25,27 + 2,99mm e circunferência muscular do braço 21,54 + 2,65mm. Os resultados bioquímicos mostraram albumina media de 4,02+ 0,23, Transferrina media de 241,0+ 35,47, linfócitos 25,35 + 7,02. A albumina nao teve correlaçao significante com nenhum parâmetro antropométricos.A proteína C reativa, analisada pelo método de aglutinaçao, esteve elevada em 100% dos pacientes porem sem correlaçao significativa com nenhum grau de desnutriçao. A SGAM mostrou desnutriçao leve e nao teve correlaçao com IMC e tempo de diálise. Diante dos dados encontrados evidencia-se a desnutriçao calórico protéico com diminuiçao de reserva de gordura corporal e massa muscular nos pacientes diabéticos renal crônico em HD. Os resultados encontrados de albumina nao enfatizam desnutriçao visceral quando correlacionada com os resultados antropométricos nao se tornando um marcador de desnutriçao neste estudo. Concluímos que o diagnóstico de desnutriçao deve ser baseado em múltiplos parâmetros e que um suporte nutricional se impoem em pacientes diabéticos em hemodiálise.


P-263

AVALIAÇAO SUBJETIVA GLOBAL, UMA FORMA PRATICA PARA AVALIAÇAO NUTRICIONAL DE PACIENTES EM PROGRAMA DE DIALISE

YAMADA, S. S.; SILVA, S. P. E.; HIRTH, C. G.; ALMEIDA, L. C. M.; CASTELO, D. N. ; CARVALHO, I. Z.; OYAMA, R.; OBREGON, J. M. V.

DEPARTAMENTO DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGA.

Introduçao: Desnutriçao protéico-calórica está relacionada a mortalidade e morbidade de pacientes em dialise. O peso ou avaliaçao de pregas cutâneas podem ser aplicados para a avaliaçao nutricional, porém sofrem limitaçoes nesse grupo de pacientes. A avaliaçao subjetiva global (ASG) modificada por Kalantar-Zadeh, é uma forma rápida e de fácil realizaçao e permite uma avaliaçao semi-quantitativa do grau de desnutriçao dos pacientes. Objetivo: Avaliamos o estado nutricional utilizando a ASG, índices antropométricos e laboratoriais dos pacientes em diálise. Métodos: Após o consentimento livre e esclarecido, os pacientes entrevistados e examinados para a realizaçao da ASG. Dados referentes a doença de base, as patologias associadas e exames complementares foram obtidos dos prontuários, sendo que foram utilizados exames dos últimos 3 meses. Correlacionamos os achados laboratoriais com o escore da ASG. Resultados: Num total de 86 pacientes, 68 estavam hemodiálise e 18 em diálise peritoneal. Destes 52,3% eram do sexo masculino. A faixa etária variou de 16 a 81 anos, sendo em média (±desvio padrao) 50,7 ± 18,7 anos. 32,6% eram diabéticos. A doença de base mais freqüente foi a Glomerulonefrite crônica (45%). Conforme o índice de massa corporal 23% eram sobrepeso ou obesos; 42% normais e 12 %desnutridos. A média do escore da ASG foi de 14,6 ± 4,7, houve correlaçao desse parâmetro com a albumina sérica e o IMC . Os diabéticos tiveram pior escore do que os nao diabéticos (16,6±5,5 vs 13,6±4,1 respectivamente). Conclusao: A ASG é um método simples para quantificar o grau de desnutriçao dos pacientes em diálise, que tem correlaçao com outros índices da avaliaçao nutricional.


P-264

CAPTAÇAO ERITROCITARIA DE L-ARGININA EM PACIENTES QUE REALIZAM CAPD

COSTA, B. E. P.; FIGUEIREDO, C. E. P.; ALMEIDA, P. B.; CONTI, A.; FIGUEIREDO, A. E.

PROGRAMA DE POS-GRADUAÇAO EM MEDICINA E CIENCIAS DA SAUDE (NEFROLOGIA) IPB/HSL/ FAMED/ PUCRS.

Introduçao: A L-arginina é um aminoácido precursor de óxido nítrico, que tem o y+ e o y+L como sistemas de transporte. Ao entrar na célula, a L-arginina transforma- se em óxido nítrico, promovendo relaxamento vascular. O uso de doadores de óxido nítrico diminui a ultrafiltraçao por aumentar a superfície vascular peritoneal. Objetivo: avaliar o transporte de membrana em eritrócitos humanos do precursor de óxido nítrico (L-arginina) nas diferentes categorias de funçao peritoneal. Métodos: Foram incluídos pacientes em diálise peritoneal, sem peritonite por pelo menos um mês e sem uso de drogas doadoras de óxido nítrico. PET, Kt/V e ultrafiltraçao de 4 horas foram avaliados em todos os pacientes. O transporte de L-arginina foi realizado em eritrócitos à 37ºC utilizando 14C-L-arginina. Resultados: A capacidade máxima de transporte total (micromol/L de céls/h) nao foi diferente quando comparada entre as classes de funçao peritoneal: Alto 1188+1110; Alto-médio 1076+412; Baixo-médio 846+263 e baixo transportador 954+391. Houve correlaçoes entre a capacidade máxima de transporte total e pelo sistema y+ e o Kt/V (r= – 0,391 p=0,012) e o D/P de óxido nítrico (r=0,479 p= 0,012). Conclusoes: O transporte de membrana nao se altera conforme a classificaçao da funçao peritoneal, mas a capacidade máxima de transporte é maior nos pacientes com menor Kt/V. O sistema de transporte mais relevante foi o y+.
Apoio: CNPq, FAPERGS, PUCRS


P-265

CARACTERISTICAS ASSOCIADAS A INCIDENCIA DE PACIENTES EM TERAPIA RENAL SUBSTITUTIVA NOS ESTADOS BRASILEIROS

BATISTA, P. B. P.; SANTOS, E. S. C.; AVILA, M. O.; FERNANDES, A. L.; COSTA, F. A.

HOSPITAL SAO RAFAEL.

Introduçao: A incidência de pacientes em TRS está associado a variáveis demográficas, econômicas e sociais. Este estudo objetivou analisar a associaçao entre incidência de pacientes em TRS nos estados brasileiros e algumas variáveis. Métodos: As associaçoes entre incidência de pacientes em TRS em 1999 nos estados brasileiros e várias características destes estados foram analisadas através de regressao linear simples e múltipla, realizada com a utilizaçao do SPSS® para Windows® versao 10.0. Resultados: As equaçoes de regressao linear mostraram que a incidência de pacientes em TRS nos estados brasileiros associou-se significantemente (p<0,05) a um grande número de variáveis tais como: Número de Centros de Diálise pmh (β1=17,1, r=0,84); Percentual da populaçao com mais de 30 anos; número de nefrologistas; gastos do SUS, Produto Interno Bruto entre outras. Nao foram demonstradas associaçoes significantes entre incidência e razao de renda ou escolaridade. A análise por regressao linear múltipla mostrou que apenas número de centros de diálise se associou independentemente à incidência nos estados brasileiros. (R = 0,840, R2 = 0,705, p<0,000001). Conclusao: Este estudo mostra que o número de centros de diálise em 1999 se associou independentemente ao número de casos incidentes de pacientes em TRS.


P-266

CARACTERISTICAS CLINICAS E INDICADORES DE QUALIDADE EM HEMODIALISE EM HOSPITAL PRIVADO

LUTZKY, M.; KALIL, M. A. S.; RÖHSIG, V.; THOMAS, M. L.; SAITOVITCH, D.; EICK, R. G.

CENTRO DE DIALISE DO HOSPITAL MOINHOS DE VENTO.

Objetivo: Avaliar as características dos pacientes em tratamento substitutivo da funçao renal bem como os indicadores de qualidade no período de julho de 2002 a abril de 2004. Métodos: As variáveis estudadas foram etiologia da insuficiência renal, faixa etária, sexo, número de sessoes de hemodiálise por semana, Kt/V, hematócrito, óbitos, patologias associadas, número total de pacientes portadores de diabete mellitus (DM). As sessoes de hemodiálise foram realizadas durante 4 a 5 horas, de duas a três vezes por semana, com punçao única em casos selecionados. O capilar utilizado era com membrana de poliamida, esterilizada a vapor, com área de 1,7 a 2,1 m2 conforme a superfície corporal do paciente, sem reuso. Resultados: Neste período foram tratados 75 pacientes portadores de insuficiência renal crônica (IRC) em programa de hemodiálise ambulatorial. Destes, 37 permanecem em tratamento ambulatorial, 2 foram transplantados, 23 foram transferidos para outro serviço, 11 foram a óbitos e 4 saíram do programa de hemodiálise. A média da faixa etária foi de 67,98 anos, sexo masculino em 54,66 %, a etiologia da IRC mais freqüente foi DM e hipertensao arterial, a patologia associada mais freqüente foi DM, 54,56% dos pacientes apresentaram hematócrito acima de 33g/dl,88,89% apresentaram albumina>= a3,5g/dL e 88% com Kt/V acima de 1,2. Conclusao: Apesar da faixa etária aumentada e da alta prevalência de pacientes diabéticos, é possível realizar diálise com qualidade e proporcionar sobrevida prolongada aos pacientes com IRC em programa de hemodiálise crônica.


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CARACTERISTICAS MICROBIOLOGICAS DE BACTÉRIAS GRAMNEGATIVAS ISOLADAS DE PACIENTES COM PERITONITE EM DIALISE PERITONEAL DOMICILIAR

MONTELLI, A. C.; BARRETTI, P.; BATALHA, J. E. N.; CUNHA, M. L. R.; MARTIN, L. C.; GABRIEL, D. P.; CARAMORI, J. C. T.

FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU, UNESP E INSTITUTO DE BIOCIENCIAS, BOTUCATU – UNESP.

Introduçao: As peritonites permanecem com importante impacto na morbimortalidade dos pacientes em diálise peritoneal. A freqüência de aparecimento das bactérias Gram negativas na etiologia das peritonites tem aumentado na última década. Métodos: Estudamos “in vitro” a sensibilidade de 80 agentes bacterianos gramnegativos isolados de 1998 a 2003 do efluente peritoneal de pacientes com peritonite em diálise peritoneal. As amostras foram identificadas por métodos atuais recomendados por Edwards & Ewing (enterobácterias) e Lennette e col (bastonetes gram-negativos nao-fermentadores-BGN). Pesquisou-se pelo E-test a concentraçao inibitória mínima (CIM) das bactérias às drogas – ofloxocina, gatifloxacina, gentamicina, cefepima, ceftazidima e imipinem – com o que pode-se definir as faixas de variaçao das CIM, a CI50%, a CI90% e a % de amostras sensíveis, de acordo com critérios do NCCLS. Resultados: Foram identificadas 52 amostras de enterobactérias- Enterobacter sp. (16 amostras), E.coli (13), Serratia (12) e Klebsiella (11) e 28 cepas de BGNPseudomonas sp.(15), Acinetobacter sp. (9) e Stenotrophomonas maltophilia (4). A proporçao de amostras sensíveis a cada antimicrobiano para o total de germes, bem como a sua CI90% foram, respectivamente, as seguintes- imipenem 96% e 1.25 mcg/ml, cefepima 90% e 8.0 mcg/ml, gatifloxacina 90% e 2.0 mcg/ml, gentamicina 88,7% e 5.0 mcg/ml, ceftazidima 88,7% e 16 mcg/ml, ofloxacina 83,7% e 12 mcg/ml. Apresentaram-se como sensíveis 64 (80%) bactérias; com resistência simples – 3 (4%) e com multirresistência – 13 (16%). Os bastonetes gram-negativos nao fermentadores apresentaram maior proporçao de germes resistentes (46%), notadamente os Acinetobacter baumannii (5 amostras, todas com resistência múltipla), enquanto as Enterobactérias comportaram-se como as mais sensíveis, notadamente Klebsiella e Serratia (com sensibilidade a todas as drogas). Enfatizamos a importância dos resultados como contribuiçao efetiva para tomada de conduta racional na antibioticoterapia inicial dos pacientes com peritonite decorrente de CAPD em nosso meio, sobretudo quando nao se tenha ainda disponível o desejável antibiograma.


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CATETERES PERMANENTES PARA HEMODIALISE: ANALISE DE 162 CASOS

DEBONI, L. M.; MOSNA, M.; MACIEL, R. F.; GUTERRES, J. C.; SAMERDACK, J.; LEONHARD, A. M.; STAUTD, C.; ROST, C. A.; CICOGNA, P. E.; LUZ FILHO, H. A.; VIEIRA, M. A.; VIEIRA, J. A.

FUNDAÇAO PRO RIM DE SANTA CATARINA E HOSPITAL REGIONAL HANS DIETER SCHMITD, JOINVILLE – SC.

Introduçao: O cateter permanente (CP) de duplo lúmem foi introduzido em nosso serviço em 1997, como uma alternativa para pacientes sem condiçoes de acesso vascular periférico por FAV. Objetivo: Relatar a experiência do nosso serviço no uso deste tipo de acesso. Material e Método: Foram analisados todos os CP implantados em nosso serviço, no período de outubro de 1997 a maio de 2004. Foram analisadas as seguintes variáveis: nº de cateteres a cada ano, tempo de sobrevida do cateter, taxa de infecçao, locais de punçao e causas de retirada Resultados. Neste período, 162 CP foram implantados em 102 pacientes, 57(56,7- %) mulheres, e com média de idade de 42,6 (±15,8) anos. Quanto ao local, 81 (51,9%) dos cateteres foram inseridos na Jugular Interna (JI), 53 (34,0%) em subclávias (SC) e 22 (14,1%) em femural (F). A média de cateteres por ano foi de 30,8 (±4). Quatro pacientes foram transferidos, com perda de seguimento. A média do tempo de permanência dos cateteres foi 113,9 (±143), com mínimo de 0 e máximo de 843 dias, sendo 9 retirados em menos de 24 horas por obstruçao ou sangramento. Em relaçao aos locais de implante, a média de permanência dos CP em JI foi 112 (± 149) dias, em SC foi 131 (±133) dias e em F foi 87(±149) dias (p>0,05). Atualmente, 7 cateteres estao em uso. Do total, 75 cateteres foram retirados de forma eletiva (FAV funcionante, transplante, CAPD, óbito) e 76 por problemas relacionados ao cateter (infecçao, obstruçao), nao havendo diferença significativa na média de dias de permanência entre os dois grupos (t=0,53; p=0,598). Infecçao e obstruçao foram causa de retirada em 37,5% e 12,5%, respectivamente, nao havendo diferença significativa entre os sítios de inserçao e as causas de retirada. Conclusao: Nao houve diferença no tempo de permanência, taxas de infecçao ou obstruçao em relaçao aos diferentes locais de implante


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CATETERES VENOSOS CENTRAIS TEMPORARIOS EM HEMODIALISE: ESTUDO PROSPECTIVO EM PACIENTES DIABÉTICOS E NAO-DIABÉTICOS

BURMEISTER, J. E.; BENCHAYA, S.; MILTERSTEINER, D. R.; COSTA, M. G.; CAMPOS, B. T. M.

UNIDADE DE MEDICINA RENAL – CURSO DE MEDICINA, UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL – CANOAS, RS.

Introduçao: Cateteres venosos centrais sao comuns como acesso temporário à circulaçao em pacientes em hemodiálise crônica, principalmente naqueles que iniciam diálise sem atendimento nefrológico prévio com realizaçao de fístula arterio- venosa adequada; ou ainda como acesso temporário quando da ocorrência de complicaçoes com a fístula AV pré-existente. Nosso trabalho teve o objetivo de avaliar a frequência de uso de cateteres temporários, locais de inserçao, tempo de duraçao, motivo de retirada, e a possível correlaçao com complicaçoes infecciosas, entre pacientes diabéticos e nao-diabéticos em hemodiálise por insuficiência renal crônica. Métodos: Foram utilizados 95 CVC (33 em DM e 61 em NDM), em 52 pacientes durante um período de 12 meses, sendo analisados os seguintes parâmetros: número de cateteres por paciente, local de colocaçao, tempo de duraçao, motivo de retirada e a relaçao do local de colocaçao com a incidência de infecçoes entre DM e NDM. A análise estatística foi realizada pelos testes t de Student e chi-quadrado. Resultados: A incidência de CVC foi de 95,0 %0 pacientes/ano, sendo 107,140/00 para DM, e 88,150/00 para NDM. O local de colocaçao mais utilizado foi a veia subclávia direita (36,84% em NDM e 37,03% em DM). O tempo médio de duraçao de um CVC foi de 39,65 ± 30,72 dias para NDM e 29,73 ± 18,626 dias para DM. As complicaçoes mais comuns que determinaram a retirada do CVC foram infecçao local (28,57% dos casos em NDM e 20 % em DM), seguido por distúrbios relacionados ao fluxo (8% em DM e 11,11% em NDM). O local de colocaçao mais freqüentemente relacionado a infecçao foi a veia subclávia direita tanto em DM (42,85%) quanto em NDM (27,77%). Nenhuma das comparaçoes apresentou diferença estatisticamente significativa (P > 0,05). Conclusao: Pacientes DM e NDM apresentaram características equivalentes quanto ao uso e complicaçoes de CVC como acesso temporário para hemodiálise crônica.


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CAUSAS DE DOENÇA RENAL TERMINAL NO BRASIL

BATISTA, P. B. P.; SANTOS, E. S. C. ; COSTA, F. A.; CRUZ, J. G.

HOSPITAL SAO RAFAEL.

Introduçao: A freqüência das causas de doença renal terminal sao bastante conhecidas. Este estudo tem o objetivo descrever os diagnósticos de causa de Insuficiência Renal Crônica atribuídos a pacientes em TRS e transplante renal no Brasil. Métodos: Foram avaliados os CIDs atribuído a cada paciente na APAC inicial e analisados idade, sexo, tempo prévio em TRS em cada grupo de pacientes. Resultados: Mais de 500 CID (codificaçoes da 9ª e 10ª ediçoes) foram avaliados e reunidos em 13 grupos de diagnósticos. Vinte e oito porcento dos pacientes nao tinham causa conhecida de perda de funçao renal, 23,6% tinham diagnostico de hipertensao arterial, 18,9% de glomerulonefrite (dos quais apenas 21% com diagnóstico histológico) e 13,8% tinham diagnostico de diabetes mellitus. A idade média variou de 57,3±13,9 anos nos diabéticos, 42,0±17,1 anos nos glomerulopatas a 35,4±13,7 nos portadores de colagenoses. Dentre os diabéticos apenas 8% estavam em TRS há mais de 2 anos, enquanto esta proporçao era de 26,6% para os glomerulopatas e 24% para os portadores de colagenoses. A mortalidade de diabéticos, glomerulopatas e portadores de colagenoses foi respectivamente 30,8; 10,5 e 12,9 óbitos/100 pacientes-ano. Conclusao: A descriçao da série de pacientes em TRS no Brasil mostra que existem problemas na atribuiçao do diagnóstico e sugere que existem diferenças clínicas, demográficas e de mortalidade marcantes entre pacientes com diferentes diagnóstico de causa de doença renal.


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CHOQUE REFRATARIO POR DEFICIENCIA DE TIAMINA EM PACIENTE EM HEMODIALISE – RELATO DE CASO

BURMEISTER, J. E.; CAMPOS, B. T. M.; BOLDO, R.; SCAPINI, A.; COSTA, M. G.

UNIDADE DE MEDICINA RENAL – CURSO DE MEDICINA, UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL – CANOAS, RS.

Introduçao: Deficiência de tiamina é comum em alcoolistas crônicos, além de poder ser uma complicaçao de renais crônicos em hemodiálise. As principais manifestaçoes envolvem os sistemas cardiovascular (shoshin beri-beri) e nervoso (neuropatia e síndrome Wernicke-Korsakoff). Descriçao do caso: Relatamos o caso de um paciente masculino, negro, 53 anos, em hemodiálise há 30 meses, com insuficiência renal crônica (IRC) por nefropatia hipertensiva. Tabagista e etilista de longa data, hipertenso, em uso de captopril, digoxina, complexo B e carbonato de cálcio. Durante hemodiálise, apresentou vômitos, dispnéia, precordialgia, dor abdominal e embotamento do sensório. Apresentava desorientaçao, PA=100/60 mmHg, FC=98 bpm, FR=35 mpm e t.ax. de 35,4ºC. Ausculta cardíaca com ritmo regular, 2 tempos, bulhas hipofonéticas, sem sopros; ausculta pulmonar com murmúrios vesiculares diminuídos e crepitantes em bases bilaterais. Extremidades frias, com pulsos diminuídos. Diante do quadro, foi suspensa a hemodiálise e iniciada infusao de volume e de drogas vasoativas (dopamina e dobutamina), sem sucesso. Encaminhado à UTI, enzimas cardíacas nao evidenciaram lesao miocárdica aguda. Gasometria arterial com acidose metabólica (EB de -10,3). Como a terapêutica instituída nao proporcionou o efeito esperado, administraram-se 100mg de tiamina I.V., baseado essencialmente na história pregressa do paciente, ocorrendo melhora do quadro geral. As medidas foram mantidas e a dose de tiamina passou para 300mg VO/dia, permitindo alta de UTI três dias após. Um ecocardiograma realizado na UTI foi comparado com outro realizado após, com melhora significativa da funçao cardíaca. Discussao: Com o quadro sugestivo de deficiência aguda de tiamina evoluindo para insuficiência cardíaca de baixo débito e choque, foi diagnosticado shoshin beri-beri. Nao foi realizada dosagem sérica de tiamina, mas pode-se definir o diagnóstico pela reversao do quadro a partir da sua infusao. Esta conduta precoce proporciona resposta rapidamente, com correçao da acidose metabólica, reduçao da pressao capilar pulmonar e mudança no padrao hemodinâmico. Conclusao: Com os achados de acidose láctica e alteraçao hemodinâmica, sem a presença de outra etiologia aparente, pacientes com possível deficiência de vitamina B1 devem ter este diagnóstico considerado. Como os sintomas da deficiência aguda de tiamina nao sao exclusivos dessa patologia, o conhecimento de uma história detalhada pode sinalizá-la e, mesmo na ausência da dosagem sérica de tiamina, pode-se estabelecer o diagnóstico através da simples infusao de tiamina IV com conseqüente reversao do quadro.


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COMPARAÇAO DA PRESSAO ARTERIAL (PA), DO GANHO DE PESO INTERDIALITICO (BID) E DO USO DE FARMACOS ANTI-HIPERTENSIVOS ENTRE OS PACIENTES (PC) EM HEMODIALISE CRONICA (HDC) ADERENTES E OS NAO-ADERENTES A DIETA HIPOSSODICA

SANTOS, M. C. G.; VASCONCELOS, M. S. F.; MORAIS, P. G. F.; ANJOS, S. C.; RUZANY, F.; HOETTE, M.; COUTINHO, E. A.; COGNAC, M. S. L.; MOREIRA, R. M. P.; GONÇALVES, L. C. A.

CDR-CLINICA DE DOENÇAS RENAIS – RIO DE JANEIRO.

Introduçao: A HAS e a hipervolemia sao fatores claros no desenvolvimento das sobrecargas de pressao e de volume, acarretando hipertrofia concêntrica de VE e miocardiopatia dilatada. O controle volêmico dos pc em HDC tem sido muitas vezes focado, geralmente sem resultados, na restriçao da ingestao hídrica, relegando erroneamente o papel do sódio a um plano secundário e subutilizando a restriçao dietética rigorosa de sal. Avaliamos os efeitos da dieta hipossódica na PA, no BID e no uso de hipotensores nestes pc. Métodos: Realizamos um estudo prospectivo, entre jan/01 e mar/02, com 111pc com alta ingestao de sal (9,6±2,5g/dia). Foi prescrita uma dieta de 6g/dia de sal total, sem restriçao hídrica adicional. Os pc foram acompanhados através de inquéritos alimentares semanais. As variáveis foram comparadas pelo teste “t” de Student, bi-caudal, pareado ou nao, ou pelo teste do qui-quadrado com correçao de Yates. Resultados: Os 111pc tinham 48±13anos, 59,5% homens, 73,9% nao brancos e, no início, tinham PA média de 111,7±10,5 mmHg, BID de 4,2±1,4% dos pesos secos e 82,9% usavam hipotensores. Na fase final, 68pc mantinham consumo alto de sal, mas 43pc (38,7%) haviam aderido à dieta:

Nao houve diferença em relaçao à idade, sexo, raça e HAS como doença básica entre os grupos. Conclusao: A ingestao de no máximo 6g/dia de sal total foi eficiente no controle da PA, na diminuiçao do BID e na reduçao do uso de fármacos anti-hipertensivos, sem a restriçao hídrica dietética adicional.


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COMPARAÇAO ENTRE A PERCEPÇAO DA QUALIDADE DE VIDA (QV) DOS ACOMPANHANTES;X PACIENTES EM PROGRAMA DE DIALISE NUM HOSPITAL PARTICULAR

KARAM, C. H.; LACERDA, S. S.; OSHIRO, C. M.; MATOS, A. C. C.; SARDENBERG, C.; RANGEL, É. B.; ANDREOLI, M. C. C.; OLIVEIRA, M.; CARDOSO, R. M.; ANDREOLI, P. B. A.; CENDOROGLO NETO, M.; SANTOS, B. F. C.

HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN.

Introduçao: O advento da doença inaugura uma fase de crises e adaptaçoes aos quais, tanto paciente quanto família, terao que fazer frente. Este fenômeno pressupoem reaçoes emocionais que impactam tanto na adesao, quanto no prognóstico e qualidade de vida (QV) dessas pessoas. Atualmente vem-se observando e constatando também a influência desfavorável e sobrecarga desta patologia e tratamento dialítico, na qualidade de vida dos acompanhantes (Ac) destes pacientes (Pac). Objetivos:1) Avaliar a percepçao da QV dos Pac em diálise e seus Ac, através Medical Outcome Survey-Short-Form 36 (SF36); 2) Comparar resultados médios de cada domínio do SF36, obtidos entre os grupos. Método: Amostra – 25 Pac (44% fem., média de idade 62 anos, 44% escolaridade superior, tempo médio de diagnóstico 36 meses, tempo médio diálise 18 meses, 84% hemodiálise) e respectivos Ac (77,3% fem., média de idade 50 anos,77,3% profissionalmente ativos, 86,4% casados, 54,5% escolaridade superior). Relaçoes entre Pac e Ac: 64% conjugues, 20% filhos, 8% pais e 8% outros. O SF36 foi respondido independentemente pelo Pac e seu Ac, auxiliados na leitura do instrumento por um pesquisador. Os dados demográficos foram retirados do prontuário do Pac. A análise estatística utilizada para comparaçao dos resultados foi o teste de Mann-WhitneyResultados: Considerando 0 o pior estado e 100 o melhor estado obtido, identificamos um prejuízo na percepçao da QV dos pacientes. Na comparaçao entre os grupos, chama atençao para a igualdade entre os resultados obtidos nos domínios influenciados por aspectos psicológicos: Saúde Mental (Pac=64/ Ac=66; p=0,356) e Vitalidade (Pac=47,5/ Ac=47,5; p=0,644). Os domínios Capacidade Funcional (Pac=50/Ac=85; p=0,008); Aspecto Físico (Pac=37,5/Ac=100; p=0,008) e Estado Geral Saúde (Pac=41/Ac=80; p=0,001) esperadamente apresentaram diferença significativa. Conclusao: Há necessidade de oferecer suporte psicológico aos Pac em diálise e seus Ac, necessidade já apontada por Sesso & Belasco, 2002.


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COMPARAÇAO ENTRE DOIS ESQUEMAS DE VACINAÇAO CONTRA O VIRUS DA HEPATITE B EM HEMODIALISADOS

BESSA, M. C.; BESSA JUNIOR, J.; SILVA, C. V.; MOURA JUNIOR, J. A.; PASCHOALIN, E. L.; MATTOSO, R. J. C.; PRESIDIO, S. P.

CLINICA SENHOR DO BONFIM.

Introduçao: Pacientes submetidos a hemodiálise sao de alto risco para aquisiçao de hepatite por vírus B. Neste grupo a evoluçao para a forma crônica da doença é mais freqüente, com elevadas taxas de morbi-mortalidade por cirrose e carcinoma hepato-celular, mesmo após transplante renal.A imunosupressao relacionada a falência renal está associada a baixas taxas de soroconversao após vacinaçao contra hepatite B. O esquema de imunizaçao ainda utilizado em muitas unidades de diálise preconiza 3 doses de 40 mcg de vacina recombinante (0, 1 e 6 meses). Protocolo alternativo com 4 doses (0, 1, 2 e 6 meses) resulta em maiores taxas de soroconversao. Sao poucos os estudos que avaliaram a imunogenicidade da vacina r e c o mbinante em nossa populaçao de hemodialisados. Nosso obetivo foi determinar se o protocolo alternativo com 4 doses da vacina recombinante está associado a maiores taxas de soroconversao quando comparadas ao esquema tradicional de 3 doses. Métodos: Foi realizada a análise retrospectiva das taxas de soroconversao após vacinaçao contra hepetite B em duas unidades de diálise do estado da Bahia, na unidade I, 136 pacientes foram submetidos ao protocolo padrao de 3 doses e na unidade II 70 pacientes foram submetidos ao protocolo alternativo de 4 doses. Foram incluídos os pacientes HBsAg e Anti-HBsAg negativos por ocasiao de sua admissao ao programa de diálise, que completaram esquema proposto e que realizaram sorologia nos primeiros 3 meses após a última dose da vacina. Soroconversao foi definida como título do anticorpo Anti-HBsAg > 10U/L. Para análise das variáveis categóricas foi empregado o teste t e para variáveis contínuas o teste de Fisher com um nível de significância em 0,05. Resultados: As características demográficas nao diferiram entre os dois grupos. A idade média no grupo de 3 doses (grupo1) foi de 50,63 (+17,25) e no de 4 doses (grupo2) foi de 52,91 (+15,42) p=0,36. O grupo1 era composto de 76 homens e 60 mulheres e o grupo2 com 29 homens de 31 mulheres (p=0,35). A prevalência de Diabetes Mellitus nao diferiu entre os dois grupos (grupo1 35/136; grupo2 17/70; p=0,87). As taxas de soroconversao foram significativamente superiores no grupo2 onde 53 dos 70 pacientes (75,7%) soroconverteram em comparaçao aos 78 dos 136 (54,3%) do grupo1, p=0,001; OR=2,32 (IC 1,22-4,41). Conclusao: Nosso estudo evidenciou que o protocolo alternativo com 4 doses de 40 mcg da vacina recombinante foi mais eficaz em obter resposta imune em pacientes renais crônicos em programa de hemodiálise do que o esquema tradicional de 3 doses.


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CONSTRUÇAO DE MODELO DE PREDIÇAO DE MORTALIDADE DE UM ANO EM PACIENTES EM TRS NO BRASIL

BATISTA, P. B. P.; AVILA, M. O. N.; SANTOS, E. S. C.; CRUZ, J. G.; MARTINS, M. T.

HOSPITAL SAO RAFAEL.

Introduçao: Freqüentemente é necessário avaliar o risco de óbito de pacientes em TRS. Este estudo objetivou construir um modelo capaz de predizer o risco de óbito de pacientes em TRS. Métodos: Foram randomizados 88.881 pacientes e selecionado um grupo para construçao do modelo. O desfecho estudado status vital (óbito) ao fim de um ano. As variáveis independentes estudadas foram: diagnóstico atribuível de causa de ESRD, tempo prévio em TRS, idade em anos e gênero. Utilizou-se o método de regressao logística multipla backward, tendo como critério de aceitaçao no modelo p<0,05 e de rejeiçao p>0,10. Para a execuçao da análise utilizou-se o SPSS versao 10 para Windows. Resultados: Um grupo de 29.391 foi utilizado para a construçao do modelo logístico. O modelo criado foi o que se segue: Z=-4,0385+0,0353x Idade (anos) +0,2950 x (1 se diabetes e 0 se nao) -0,8053x (1 se PKD e 0 se nao) -0,1752x (1 se GN e 0 se nao)+ 0,0678x (1 se feminino e 0 se nao) + 0,9698X (1 se novo em TRS e 0 se nao) + 0,6012x (1 se nao é novo e tem <1ano em TRS e 0 se nao). Calculo de probabilidade de morrer em 1 ano é P=1/(1+e-z). Onde e=2,718282. Conclusao: Foi construído um modelo de prediçao de mortalidade de um ano de pacientes em TRS, levando em conta variáveis facilmente tabuláveis em qualquer grupo de pacientes. Este modelo pode ser validado mediante teste em outros grupos de pacientes.


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CONTRIBUIÇAO DE UM PROGRAMA EDUCACIONAL NA ADERENCIADO PACIENTE RENAL CRONICO NO SEU PLANO DE CUIDADO – RELATO DE EXPERIENCIA

KARAM, C. H.; CARDOSO, R. M.; LACERDA, S. S.; OLIVEIRA, M.; FERRAZ, C. A.; IIZUKA, I. J.; COSTA, M. F.; SARDENBERG, C.; ANDREOLI, M. C. C.; RANGEL, É. B.; MATOS, A. C. C.; OSHIRO, C. M.; ANDREOLI, P. B. A.; SANTOS, B. F. C.

HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN.

Introduçao: O Centro de Diálise Einstein (CDE) utiliza-se anualmente da Pesquisa de Satisfaçao do Cliente (PSC), paciente (Pac), acompanhante(Ac) e médico titular(MT), usando a análise dos seus resultados como um dos indicadores da qualidade do Serviço. Um dos itens avaliados, participaçao no plano de cuidado, foi selecionado como medida de aderência ao tratamento. Uma das intervençoes adotadas foi implantaçao de um Programa Educacional (PE) utilizando grupos informativos, direcionado aos Pac e Ac. Objetivo: Investigar a influência deste programa na aderência do tratamento. Método: Foi organizado um cronograma com temas relacionados ao tratamento: Aderência ao Tratamento Dialítico; Cuidados acesso vascular; Potássio (2vezes); Fósforo; Colesterol; Reabilitaçao Física para Pac com IRC; Alteraçoes cognitivas no Pac com IRC e possibilidades de reabilitaçao. Mensalmente, durante as sessoes de diálise, um profissional do CDE ou especialista convidado, desenvolve com os grupos de Pac e Ac, os temas pré-estabelecidos. Psicólogo e musicoterapeuta, sempre presentes, objetivam elucidar os conteúdos psíquicos que emergem dessas conversas. A descriçao dos benefícios foi analisada por meio de três fontes: 1.Comparaçao dos resultados do item “Participaçao no plano de cuidado”(PSC- 2002 / 2003); 2. Avaliaçao de rotina dos níveis de K; 3. Relato dos Pac e Ac. Resultados: 1. Numa escala de valor máximo 5, identificou-se um aumento na avaliaçao da satisfaçao relacionada ao item “Participaçao no plano de cuidado”, porém este aumento foi significativo somente para o grupo de acompanhantes Ac=3,94/4,93(p=0,002) e Pac= 4,41/4,72 (p=0,096). 2. Em relaçao aos níveis de K os resultados mostraram-se mais favoráveis e menos oscilantes entre as avaliaçoes de rotina. 3. O relato dos Pac e Ac trazem uma impressao favorável em relaçao ao PE. Conclusao: Os resultados sugerem que o PE caracteriza uma intervençao de influência positiva na aderência do Pac renal crônico e seu Ac ao plano de cuidado.


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CORRELAÇAO ENTRE FATORES SOCIOECONOMICOS E TAXA DE PERITONITE EM PROGRAMA DE DIALISES PERIOTONEAL NO INTERIOR DA BAHIA

SENTO-SÉ, I. C. M. S.; BESSA, M. C.; BESSA JUNIOR, J.; SILVA, C. V.; CABRAL, S. O.; PASCHOALIN, E. L.; MOURA JUNIOR, J. A.

CLINICA SENHOR DO BONFIM.

Introduçao: Aproximadamente 15% de todos os pacientes portadores de Insuficiência Renal Crônica Terminal encontram-se em programa de diálise peritoneal no mundo. A peritonite é a principal complicaçao deste método e a maior causa de interrupçao da técnica. Nosso objetivo foi avaliar a possível influência destes fatores nas taxas de peritonite em serviço de diálise no interior da Bahia. Métodos: Realizamos a análise retrospectiva dos prontuários de 92 pacientes admitidos no serviço de diálise peritonial da Clínica Senhor do Bonfim-Feira de Santana/ BA, no período de 04/05/1999 a 04/05/2004. Foi realizada a análise da freqüência de peritonite em relaçao às seguintes variáveis: idade, sexo, raça, estado civil, localizaçao do domicílio na área rural ou urbana, grau de escolaridade, renda familiar e tempo de permanência em diálise peritoneal. Empregamos o teste t na análise das variáveis contínuas e o teste de Fisher para as variáveis categóricas, com nível de significância de 0,05. Resultados: Dos 92 pacientes 43 (46,7%) evoluíram com pelo menos um episódio de peritonite (grupo1), sendo este grupo comparado aos 49 (53,3%) restantes que evoluíram sem peritonite durante todo o período (grupo2). A idade média nao diferiu entre os grupos: 45,4(+17,4) no grupo1 e 49,4(+16,5) no grupo2, p=0,26. No grupo1, 19 eram homens e 24 mulheres, nao diferindo estatisticamente do grupo2 com 23 homens e 26 mulheres, p=0,70. O tempo de permanência do cateter foi semenhante entre os dois grupos, sendo 672,9 dias (+494,7) no grupo1 e 634,5(+451,4) no grupo2 (p=0,70), bem como a prevalência de DM (13/43 no grupo1 e 14/49 no grupo2, p=0,99). O grau de escolaridade foi semelhante entre os dois grupos (< 8 anos em 29/43 pacientes do grupo1 e 36/49 no grupo2; >8 anos em 14/43 no grupo1 e 13/49 no grupo2, p=0,56). A renda familiar foi similar entre os dois grupos sendo inferior ou igual a dois salários mínimos em 10/43 dos pacientes do grupo1 e 16/49 do grupo2 e > 2 salários entre os restantes, sendo que apenas 7 pacientes, 3 no grupo1 e 4 no grupo2 ganhavam mais que 5 salários, p=0,36. Raça, estado civil, localizaçao do domicílio nao foram significativamente associados à ocorrência de peritonite. A incidência global de peritonite foi de 0,54 episódios/paciente-ano. Conclusao: Em nossa casuística os fatores socioeconômicos nao exerceram influência nas taxas de peritonite que foram similares a dos países desenvolvidos. Acredita – mos que o treinamento de pacientes realizado por uma equipe de enfermagem experiente, adesao à técnica e avaliaçao clínica mensal sao fatores preponderantes para o sucesso do tratamento.


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CUIDADO HUMANIZADO EM CENTROS DE DIALISE: PERSPECTIVAS DA ASSISTENCIA INTEGRAL

FRAXINO, P. H.; FRAXINO, C. M.; LUCAS, N. T.

CLINICA RENAL IRATY.

Introduçao: A enfermagem como profissao aliada a uma equipe multiprofissional está diretamente relacionada à saúde e a prática do cuidado, devendo minimizar os efeitos ocasionados pela instalaçao do processo doença. Partindo-se do ponto de vista em que os pacientes alvo de nosso estudo sao indivíduos dependentes dos centros de diálise, ressalta-se a importância de inserir a humanizaçao no cotidiano dos profissionais que atuam na área assistencial. A estrutura de um ambiente propício para a prática do cuidado humanizado se faz necessária, sendo que o cliente deve estar inserido a um ambiente terapêutico que promova recuperaçao, e a enfermagem como agente direto do cuidado além de conhecimento técnico-científico, excelente competência interpessoal de relacionar-se, atrelada a uma motivaçao humana, principalmente o cuidado integral e humanizado, sem nunca descuidar das importantes técnicas prestadas no serviços dos centros de diálise. Objetivos: • Ressaltar a importância do cuidado humanizado nos centros de diálise • Refletir sobre a visao de humanizaçao dos funcionários que atuam em centro de diálise na cidade de Irati-Paraná. Materiais e Métodos: Executado vasto estudo bibliográfico sobre humanizaçao em saúde, aliado a coleta de dados institucional. O instrumento para a coleta foi estruturado em 5 questoes descritivas onde abordou-se assuntos inerentes a prática do cuidado humanizado. Fizeram parte da pesquisa 10 funcionários de enfermagem da CRI- Clínica Renal Iraty, esta executada no mês de maio de 2004. Sendo que após a análise dos resultados que segue abaixo, executado e em andamento um plano de açao para promover tal qualificaçao. Resultados: No que se refere ao conceito do cuidado humanizado unânime foi a resposta de que o mesmo está relacionado a prestaçao de atendimento integral, o paciente é um todo, devendo observar nao somente a doença mas sim seu lado bio-psico-social espiritual. A questao relacionada a utilizaçao do processo de comunicaçao na prestaçao adequada de assistência , 100% dos entrevistados referiram a importância e necessidade da mesma , sendo que destes, 80% acreditam ser de vital relevância o envolvimento com o histórico de vida do paciente para suprir a integralidade no atendimento. As reaçoes dos pacientes perante a instalaçao do processo do doença segundo os entrevistados é em 100% citado da seguinte forma: Revolta, negaçao, depressao, carência, incapacidade, dependência,… o que reforça o propósito de execuçao deste trabalho, pois a equipe em saúde deve humanizar , dar valor ao ser humano. Quando questionados com relaçao a necessidade de colocar em prática a assistência humanizada, a totalidade foi coerente em afirmar que em nosso serviço isto já é fato, mas que devemos sempre estar promovendo melhora no atendimento. E com relaçao a importância do cuidado x técnica, observei que 100% dos funcionários, concordam que ambos sao de extrema importância, e devem ser colocados legitimamente em prática. Conclusao: Conscientes dos benefícios oportunizados do cuidado humanizado , tanto para a equipe de saúde ( realcionamento interpessoal ), quanto para o paciente, deve-se preconizar aos profissionais a estimulaçao a prática de humanizar o serviço, aliado ao aperfeiçoamento técnico-científico ( educaçao continuada ). Deve-se traçar como perfil nos centros de diálise a assistência integral, aquela baseada em princípios éticos, onde considera-se a dualidade: saúde e enfermidade.


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DETERMINANTES ALIMENTARES DO GANHO DE PESO INTERDIALITICO DE PACIENTES EM TRATAMENTO POR HEMODIALISE D

ANTUNES, A. A.; MARTIN, L. C.; BATISTAO, S. M.; TOMAZ, L. H.; RAMOS, D. M.; CARAMORI, J. T.; BARRETTI, P.

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA – UNESP.

Introduçao: O ganho médio de peso no interdialítico é associado a mau prognóstico em hemodiálise. Considera-se o ganho interdialítico como secundário a ingestao de sódio, entretanto nao há trabalhos que validem esta premissa. O objetivo do presente trabalho foi verificar a relaçao entre ingestao protéica e de sódio e o ganho médio de peso interdialítico. Métodos: Foram estudados 28 pacientes em hemodiálise por pelo menos três meses, anúricos e nao diabéticos (idade: 52,7 ± 14,8 anos, 12 mulheres, 8 negros). Os registros alimentares de 3 dias foram coletados, calculados e transcritas para folha padronizada as seguintes variáveis: ingestao de sódio, proteínas e calorias. Os prontuários foram revistos e as seguintes variáveis registradas: peso seco, ganho médio interdialítico, altura, hematócrito, albumina e Kt/v. Os pacientes foram divididos em dois grupos de acordo com a mediana de ingestao de proteínas. Cada um desses grupos foi subdividido de acordo com a ingestao de sódio, constituindo 4 grupos: G1: < proteína e sódio; G2: < proteína e > sódio; G3: > proteína e < sódio e G4: > proteína e sódio. Resultados: Os dados estao expressos na tabela:

*p<0,05 vs G1; ** p<0,05 vs G3; # p<0,05 vs G1 e G2. As demais variáveis nao apresentaram diferença estatística entre os grupos. Conclusao: A divisao da casuística em grupos evidenciou um efeito independente de cada uma dessas variáveis: ingestao protéica e de sódio. Verificou-se que é possível haver adequada ingestao protéica mantendo-se reduzida ingestao de sódio, o que está associado ao menorganho de peso interdialítico.


P-280

DISLIPIDEMIA EM DIALISE PERITONEAL: UM ESTUDO DE PREVALENCIA

FERNANDES, N.; HENRIQUES, V. T.; ANDRADE, L. C. F.; BASTOS, M. G.

NIEPEN-NUCLEO INTERDISCIPLINAR DE ESTUDOS E PESQUISAS EM NEFROLOGIA- UFJF.

Introduçao: O K/DOQI de 2003 recomenda para pacientes portadores de DRC sem outros fatores de risco cardiovascular que a avaliaçao da dislipidemia seja feita no momento do diagnóstico da DRC e anualmente. Segundo a Portaria número 82 do Ministério da Saúde de 03 de janeiro de 2000 a dosagem dos lipídios nao é obrigatória para pacientes em hemodiálise e diálise peritoneal. Objetivos: Avaliar a prevalência de dislipidemia em pacientes portadores de doença renal crônica em diálise peritoneal. Métodos: Realizamos um estudo transversal em 38 pacientes em diálise peritoneal (90,4% do total) no ano de 2003. Analisamos idade, gênero, etiologia da DRC, comorbidades, tempo em diálise e tipo de diálise (diálise peritoneal ambulatorial contínua (DPAC), diálise peritoneal automática (DPA) e diálise peritoneal intermitente (DPI)), nível de colesterol total, colesterol LDL, Colesterol HDL, triglicérides e albumina sérica do mesmo período. Foram considerados os níveis de lipídeos colhidos após jejum de 12 horas e antes de qualquer intervençao terapêutica. Resultados: A idade variou entre 2 e 86 anos, com média de 52,4±18,4 anos, 55,3% eram homens. O tipo de diálise mais prevalente foi DPA (62%). O tempo médio em diálise peritoneal variou entre 5 a 87 meses, com média de 34,34±20,6.Trinta e sete por cento eram diabéticos, 89,5% hipertensos. A etiologia mais freqüente da doença renal crônica foi nefropatia diabética (31,6%). A prevalência de dislipidemia global foi de 79%. Nao foi possível determinar o grupo de pacientes nos quais foi maior a prevalência de dislipidemia, já que nao observamos correlaçao dos níveis de colesterol total, LDL, triglicérides e baixo HDL com diabetes mellitus, hipertensao, tempo de diálise ou tipo de diálise. Na tabela abaixo vemos os níveis de lipídeos nos 38 pacientes. Conclusao: A prevalência de dislipidemia é elevada. Seguindo as orientaçoes do

K/DOQI de 2003, 63% dos pacientes estudados necessitam de abordagem terapêutica baseado nos níveis de colesterol total, 5% dos pacientes baseados no nível isolado de triglicérides e 55% com base em triglicérides maior do que 200mg/dl associado ao nível de colesterol nao HDL > 130mg/dl.


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DISTRIBUIÇAO DOS STAPHYLOCOCCUS NA PELE E MUCOSA DOS PACIENTES TRATADOS COM DIALISE PERITONEAL DOMICILIAR

BATALHA, J. E. N.; CARAMORI, J. C. T.; CUNHA, M. L. S.; MONTELLI, A. C.; GABRIEL, D. P.; CARAMORI, C. A.; BARRETTI, P.

FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU UNESP.

O homem é o principal reservatório natural de Staphylococcus – S, sendo a fossa nasal o nicho ecológico mais freqüente acarretando disseminaçao para maos e outras partes do corpo, convertendo de microorganismos carreados para responsáveis por graves infecçoes. Em renais crônicos tratados com diálise peritoneal-DP os Staphylococcus sao patógenos de extrema importância, assim o estado de carreador merece ser estudado. A atual fase da pesquisa teve como objetivo identificar as espécies de Staphylococcus isoladas das narinas anteriores e pele da regiao próxima ao sítio de inserçao do cateter em pacientes tratados por DP domiciliar. Métodos: Estudo prospectivo de 02/2003 a 05/2004, coletadas amostras de 32 pacientes, em três momentos distintos: a 1a no início do estudo, a 2a após dois meses e a 3a após 8-12 meses. Avaliaçao visando categorizar pacientes em carreadores permanentes, ocasionais ou nao carreadores, quanto a S. aureus e S. coagulase- negativa. Resultados: Pacientes com idade média de 54,6 anos, 20 homens, predominantemente brancos (84%), nao diabéticos (59%) e realizando DP manual (75%). Quanto à pesquisa de S. aureus, na mucosa nasal: 25% foram permanentes, 19% ocasionais e 56% nao carreadores, e na pele: 19% foram permanentes, 18,5% ocasionais e 62,5% nao carreadores; enquanto à pesquisa de S. coagulase-negativa nasal: 94% foram permanentes e 6% ocasionais e na pele: 69% foram permanentes, 28% ocasionais e 3% nao carreadores. Durante o período a incidência de peritonites por S. aureus e S. coagulase-negativa foi respectivamente de 0,12 e 0,21 episódio/paciente-ano. Conclusao: A taxa de colonizaçao na mucosa e pele por S coagulase-negativa superou a presença de S.aureus, sugere-se que isso influenciou na incidência de peritonites. Haverá continuidade dessa pesquisa para investigar fatores de riscos no estado de carreador, sensibilidade bacteriana in vitro e fatores de patogenicidade dessas bactérias.


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DROP OUT EM DIALISE PERITONEAL. CINCO ANOS DE EXPERIENCIA

PRESIDIO, S. P.; CARNEIRO, D. A. ; DANTAS, L. G. G.; MOURA JUNIOR, J.A.; PASCHOALIN, E. L.; BORBA, M. M. C.; PASCHOALIN, R. P.; SILVA, C. V.

CLINICA SENHOR DO BONFIM.

Introduçao: avaliar causas clínicas e sócio-demográficas de drop out em diálise peritoneal em clínica de diálise em Salvador-Ba. Métodos: um total de 101 pacientes foram admitidos em programa de diálise peritoneal no período de 04-1999 a 04-2004, sendo que 44 (43,5%) dos pacientes foram tratados exclusivamente com CAPD, 32 (31,7%) pacientes só com APD e 25 (24,8%) pacientes utilizaram ambas as modalidades. Os pacientes foram treinados e acompanhados por enfermeira especializada e as revisoes médicas bem como as realizaçoes dos exames laboratoriais eram mensais. Os pacientes de CAPD faziam mínimo de quatro trocas de bolsas por dia e os pacientes em APD dializavam mínimo de 10 horas no período da noite e pelo menos uma troca de bolsa ao dia. Foram analisadas variáveis clínicas e sócio-demográficas relacionadas ao drop out. Resultados: dos 101 pacientes 56 (55,4%) eram do sexo feminino, a média de idade foi de 56,38 ± 16,86 anos. Diabetes melitus como doença de base correspondeu a 32,6% dos pacientes, HAS a 38,6%, GNC a 22,7% e outros diagnósticos 5,9%. A maior causa de drop out foi o óbito com 52,3%, seguido de peritonite com 10,7% dos casos. O Teste do Qui-quadrado apresentou significância estatística para o drop out com as seguintes variáveis: idade superior a 50 anos (p=0,002), ter iniciado o tratamento dialítico na diálise peritoneal (p=0,043), ter apresentado peritonite (p=0,001), estar em esquema de CAPD (p<0,001). Nao foi observado significância estatística em relaçao ao sexo, doença de base, renda familiar, moradia própria, cedida ou alugada, residência na capital, interior ou zona rural e número de internamentos. Na análise de regressao logística em modelo multivariado, observamos, significância estatística para o drop out ao associarmos as variáveis idade superior a 50 anos, início do tratamento dialítico em diálise peritoneal, ter apresentado peritonite, esquema de diálise em CAPD (p< 0,0001), bem como ao associarmos a idade maior que 50 anos, diálise peritoneal como tratamento dialítico inicial, peritonite e renda inferior a 1 salário mínimo mensal (p< 0,0001). Conclusao: o óbito foi a maior causa de drop out com percentual bastante elevado. O número elevado de pacientes diabéticos e com idade mais avançada, indica um viés de seleçao para esta modalidade terapêutica. Isto provavelmente explica a maior associaçao do drop out à idade superior a 50 anos e ter iniciado o tratamento dialítico em diálise peritoneal. A peritonite continua sendo causa importante de drop out especialmente quando associada a baixa renda familiar. Chama atençao o fato de o CAPD ter estatisticamente maior drop out quando relacionado ao APD, o que abre perspectivas de estudo nesta área.


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EFEITO DA SERTRALINA SOBRE A HIPOTENSAO ARTERIAL DE PACIENTES EM HEMODIALISE

EYE, O. S. P. V.; FIGUEIREDO, C. E. P.; SANDRI, A.; GOMES, A.

PROGRAMA DE POS. GRAD. EM MEDICINA E CIENCIAS DA SAUDE (NEFROLOGIA) PUCRS E SERVIÇO DE NEFROLOGIA HOSPITAL NOSSA SENHORA DE POMPÉIA DE CAXIAS DO SUL.

Hipotensao sintomática durante hemodiálise é causa de morbidade e mortalidade. Sua prevalência varia entre 15 e 50% das sessoes. Em diabéticos, em idosos, naqueles com disfunçao autonômica ou com doenças cardiovasculares pode ocorrer em mais de 50% das sessoes. Declínios súbitos e severos da pressao arterial com insta – bilidade hemodinâmica podem levar a insuficiência cerebrovascular, arritmias ou infarto do miocárdio. O mecanismo da hipotensao é multifatorial, mas disfunçao autonômica é de particular interesse, pois atinge quase 50% dos pacientes renais crônicos submetidos a hemodiálise. Pesquisadores divergem sobre a causa desta disfunçao entre sensibilidade anormal dos barorreceptores e falência da resposta autonômica. Existem similaridades patogênicas entre hipotensao induzida por diálise e síncope neurocardiogênica ou hipotensao ortostática idiopática, cuja característica é a falência súbita do tônus simpatico mediado pelo surgimento de serotonina me tronco e medula ventral. Os bloqueadores da recaptaçao da serotonina melhoraram a resposta hemodinâmica destes pacientes em estudos nao controlados. Para avaliar este efeito selecionamos e pareamos dois grupos de pacientes em hemodiálise, ao uso de placebo ou sertralina, de forma duplo cega, por oito semanas, seguidas de cross over de mais oito semanas. Avaliamos o status depressívo, níveis pressóricos, variaçoes de peso, incidência de eventos hipotensivos e intervençoes de enfermagem. Os grupos pareados nao foram diferentes no que se refere a presença de diabete melito, uso de antihipertensivos, fraçao de ejeçao, sexo, idade ou parâmetros laboratoriais. As variaçoes de peso pré e pós-diálise, o ganho de volume interdialítico e o volume de ultrafiltraçao nao foram diferentes nos dos grupos. Análise das pressoes pré, pós e nadir diastólico também foram similares e nao houve a confirmaçao de um nadir diastólico mais elevado no grupo em uso de sertralina. A incidência de eventos hipotensivos e as intervençoes relacionadas também foram semelhantes. Entretanto a avaliaçao do status depressivo medido pela escala de Beck nao mostrou diferença estatística apesar de haver uma melhora no grupo de pacientes em uso de sertralina. Este estudo mostra ausência de efeito do cloridrato de sertralina sobre a incidência de eventos hipotensivos ou sobre o número de intervençoes relacionadas, apesar de haver sugestao de melhora dos níveis depressivos medidos pela escala de Beck. A diferença dos resultados entre este estudo e de out – ros pesquisadores pode estar relacionada ao fato de nao termos excluido pacientes diabéticos ou com baixa fraçao de ejeçao e ao fato de que em estudos anteriores o período de uso nao foi controlado ou a dose de sertraina foi maior.


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EFEITO DE ALTAS DOSES DE TIAMINA E DE PIRIDOXINA NOS NIVEIS PLASMATICOS DE PENTOSIDINA E DE OUTROS MARCADORES DO ESTRESSE OXIDATIVO EM PACIENTES EM HEMODIALISE

NASCIMENTO, M. M.; SULIMAN, M.; MURAYAMA, Y.; NIHI, M.; MANFRO, R. C.; HAYASHI, S. Y.; RIELLA, M. C.; LINDHOLM, B.

HOSPITAL UNIVERSITARIO EVANGÉLICO DE CURITIBA: POS GRADUACAO EM NEFROLOGIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL: BAXTER NOVUM AND RENAL MEDICINE KAROLINSKA INSTITUTET.

Introduçao: a tiamina diminui a produçao de lactato e de produtos finais da glicaçao avançada (PFGA) em cultura de células endoteliais submetidas a altas concentraçoes de glicose (La Selva et al. Diabetologia 39: 1263-1268, 1996). Objetivo: verificar os efeitos da suplementaçao oral de altas dose de tiamina (250mg/diariamente) e piridoxina (200mg /diariamente) nos níveis plasmáticos dos PFGA e de outros marcadores de estresse oxidativo (EO). Métodos: um estudo randomizado controlado com grupo placebo foi realizado durante 8 semanas em 50 pacientes em hemodiálise (HD) (53 % do sexo masculino com média de idade de 51.9±11.1 anos). Os pacientes foram divididos em 2 grupos com 25 pacientes em cada braço e pareados em relaçao idade, sexo, perfil inflamatório (avaliado pela dosagem de proteína C reativa (PCR) e de interleucina 6(IL-6)). O estado nutricional foi avaliado por meio da avaliaçao subjetiva global e pelo cálculo do aparecimento do nitrogênio total (PNA). Resultados: dos 50 pacientes que iniciaram o estudo 40 foram até o final (19 pacientes no grupo utilizando vitaminas e 21 no grupo placebo). Ao final das oito semanas de observaçao nenhuma diferença significativa foi encontrada em relaçao à albumina sérica, PCR, IL-6, PAOP (produtos avançados da oxidaçao das proteinas), pentosidina e de 8OHdG (8-hidroxideoxiguanosina) e em relaçao aos marcadores do estado nutricional, em ambos os grupos, tanto no pré como no pós-tratamento. Além disto, uma significativa e positiva correlaçao foi encontrada entre idade e pentosidina sérica (Rho=0,33, p<0,05), IL-6 e PCR(Rho=0, 68, p<0.001) e entre PCR e tempo em HD (Rho=0,35, p<0.01) nos dois grupos estudados. Conclusao: conclui-se do presente estudo que altas doses de tiamina e de piridoxina nao parecem exercer efeito na diminuiçao do EO nos pacientes em hemodiálise.


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EFEITOS DA DIETA HIPOSSODICA NA PRESSAO ARTERIAL (PA) SISTOLICA, NA DIASTOLICA, NA PRESSAO DE PULSO, NO GANHO DE PESO INTERDIALITICO (BID) E NO USO DE FARMACOS ANTIHIPERTENSIVOS EM PACIENTES (PC) EM HEMODIALISE CRONICA (HDC)

VASCONCELOS, M. S. F.; SANTOS, M. C. G.; MORAIS, P. G. F.; ANJOS, S. C.; RUZANY, F.; HOETTE, M.; CORREA, M. B. B.; ALLAO, R. L. E.; REIS, G. G.; WERNECK, P. R.

CDR-CLINICA DE DOENÇAS RENAIS – RIO DE JANEIRO.

Introduçao: A correçao da HAS, com reduçao da PA sistólica e da pressao de pulso, e com normalizaçao da volemia, sem uso de drogas hipotensoras, tem sido considerada uma terapia indicada para ajudar a reduzir a incidência de óbitos por causas cardiovasculares nos pc em HDC. Avaliamos o efeito da restriçao dietética de sal na correçao destes parâmetros. Métodos: Acompanhamos, entre jan/01 e mar/02, um grupo de 43pc que inicialmente consumiam 9,55±2,1g/dia de sal total e, aderindo à dieta hipossódica prescrita, passaram a ingerir 4,7±1,0g/dia de sal total. Inquéritos alimentares eram feitos semanalmente e os parâmetros em estudo registrados regularmente. As variáveis foram comparadas pelo teste “t” de Student, bi-caudal, pareado ou nao, ou pelo teste do qui-quadrado com correçao de Yates. Resultados: Os 43pc tinham uma idade média de 50±13anos, 48,8% eram do sexo masculino e 74,4% eram negros ou pardos.

As albuminas séricas iniciais e finais (3,9±0,2 x 4,0±0,2g%, p=0,15) e os Indices de Massa Corporal iniciais e finais (21,7±3,7 x 22,0±3,7, p=0,12) destes pacientes mostraram que o estado nutricional foi mantido com a dieta. Conclusao: A restriçao rigorosa do consumo de sal total foi fator decisivo na reduçao da PA sistólica e PA diastólica, da pressao de pulso, do BID e do uso de hipotensores em pacientes em HDC.


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EFEITOS DA FLUOXETINA NA HIPOTENSAO INTRA-DIALITICA

GARCIA, R.; SIQUEIRA, R. C.; CONTENTE, V. A. N.; ALMEIDA, L. G. C.; PEREIRA, E. E.; ARAUJO, M. R. T.; NORONHA, I. L.; ROMAO JUNIOR, J. E.; ABENSUR, H.

CLINICA DE NEFROLOGIA DO HOSPITAL BENEFICENCIA PORTUGUESA DE SAO PAULO.

Introduçao: A hipotensao é a complicaçao mais comum durante as sessoes de hemodiálise (HD), tendo como uma das causas a disfunçao autonômica, que acomete mais de 50% dos renais crônicos terminais. Existem evidências de que a hipotensao melhora com a atuaçao no sistema serotoninérgico. Objetivo: O presente estudo tem por finalidade avaliar a eficácia da Fluoxetina (Daforin®), em evitar a ocorrência de hipotensao intra-dialítica. Métodos: Trata-se de um estudo prospectivo em que analisamos a freqüência de episódios de hipotensao e o consumo de soro por sessao de HD e o ganho de peso inter-dialítico de cinco pacientes propensos à hipotensao, durante 40 dias antes do uso da droga até 50 dias após o emprego de 20 mg de Fluoxetina (Daforin®) por dia. Foi considerada hipotensao a queda sintomática da pressao arterial média (PAM) em 25% da PAM inicial. Resultados: O percentual de sessoes de HD em que ocorreu hipotensao caiu de 48,5% para 9,9% (P=0,00001). A média de consumo de soro por sessao de HD foi de 52 ± 32 ml para 18 ± 15 ml (P=0,06). O ganho de peso inter-dialítico passou de 3268 ± 843 ml para 2259 ± 843 ml (P= 3,98 E -14). Conclusao: O presente estudo demonstrou que a Fluoxetina (Daforin®) é eficaz em evitar a ocorrência de hipotensao na HD. A droga teve um efeito significante na reduçao do ganho de peso inter-dialítico, o que pode ser explicado por um pos – sível efeito hemodinâmico direto, que precisa ser melhor estudado.


 

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EFEITOS DA HEMODIALISE CLASSICA E ESTENDIDA SOBRE A MECANICA RESPIRATORIA DE PACIENTES SOB VENTILACAO MECANICA INVASIVA

STEINHORST, R. C.; ABDULKADER, R. C.; CASTRO, I.

DISCIPLINA DE NEFROLOGIA, HOSPITAL DAS CLINICAS, FMUSP.

Introduçao: Pouco se tem estudado sobre o efeito dos métodos hemodialíticos sobre a mecânica respiratória (MR) em pacientes sob ventilaçao mecânica invasiva (VMI): A retirada de volume pode melhorar a MR, no entanto, a reaçao inflamatória provocada pela membrana pode levar à piora. Também o tipo de hemodiálise pode interferir de maneira diferente na MR. Assim sendo comparamos as alteraçoes na MR induzidas pela hemodiálise clássica (HC) e pela hemodiálise estendida (HE) em pacientes sob VMI, com insuficiência renal aguda ou crônica. Materiais e Métodos: Critérios de inclusao: pacientes internados na UTI da Nefrologia, idade 18-75 anos, em VMI, com intubaçao orotraqueal, em hemodiálise. A HC foi realizada com máquina Fresenius, com: fluxo de sangue (Qb) 200- 300mL/min; fluxo de dialisato (Qd) 300-500mL/min; duraçao 4 h. Para HE utilizou- se a mesma máquina com: Qs 150-300 mL/min; Qd 200-500 mL/min; duraçao 6 h. Parâmetros analisados- gerais: peso, gasometria arterial, lactato, uréia. MR: (com PEEP= 5 e 10 cm H2O) freqüência respiratória (FR), complacência (Cest), resistência (Rsr); FIO2, volume corrente (Vt), PEEP do respirador (PEEP), modo de ventilaçao (SIMV ou pressao). Os parâmetros foram avaliados no início do procedimento (pré) e após 4 horas do início (pós) e calculados os deltas (D). Resultados: (média ± DP, parâmetros com p<0,05): Foram estudados 24 pacientes (17 homens e 7 mulheres, idade 50±16 anos) e 34 hemodiálises: 17 HC e 17 HE. O grupo HC era menos grave: Ramsey 5±0 vs 6±0; Glasgow 8±1 vs 3±0; maior pressao sistólica pré (17±2 vs 14±2 cmHg). O Dpeso foi maior em HC (2,3±1,6 vs 0,93±1,08 kg), bem como o balanço negativo (2,6±1,3 vs 1,4±0,7 L) e URR (51±17 vs 33±20 %). O grupo HC apresentou menor Vt pré (401±124 vs 498±138 mL/min) e pós (397±95 vs 488±112 mL/min); menor FR do respirador (6±5 vs 11±4 ipm). No grupo HC 53% estavam em modo SIMV e no grupo HE 47% em modo pressao controlada. Conclusao: Embora o grupo HE fosse mais grave e houvesse menor retirada de volume os seus parâmetros de MR foram semelhantes aos do grupo HC tanto pré quanto pós.

 


 

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EFEITOS DA HEMODIALISE NO CONTROLE DO PESO CORPORAL E DA PRESSAO ARTERIAL EM RENAIS CRONICOS

RODRIGUES, D. D. M.; OLIVEIRA, A. P. B.; CUSTODIO, M. R.; TEIXEIRA, H.; MICHELOTTO, J. B.; OLIVEIRA, P. C.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLANDIA.

Introduçao: É fato corrente que em torno de 80-85% dos pacientes com Doença Renal Crônica em Estágio Final (IRC) sao portadores da Hipertensao Arterial (HA) no início do tratamento dialítico [kidney Int 34 (suppl 25): S110-S114, 1988]. A HA é uma alteraçao hemodinâmica provocada pela hipervolemia sistêmica, que pode ser detectada na populaçao em hemodiálise (HD) através da Sensibilidade de Volume (diferença percentual da Pressao Arterial (PA) imediatamente após a diálise [Artif. Organs. 21 (5): 402, 1997]. Para tanto, foi realizada uma investigaçao da Sensibilidade de Volume e do peso corporal em pacientes em HD. Métodos: O controle da PA era definido como uma Pressao Arterial Média (PAM) <114mmHg obtidas da média de três medidas da PAM e do Peso Corporal (P) em 102 pacientes nos períodos: pré, diálise e pós, em cinco sessoes de HD consecutivas, durante duas semanas. PAM (PAS+1/3(PAD-PAD)mmHg. A sensibilidade de volume (ΔPAM)% e do Peso (ΔP)% (PAMpós-PAMpréΠ PAMpré)x100 e (Ppós- PpréΠPpré)x100. Os dados em (X±DPM) e analisados pelo teste t de Student. p<0,05% º(N vs H); *(Pré vs Pós). Resultados: G=Global; N=Normotenso; H=Hipertenso; Pre=Prevalência

Conclusao: As alteraçoes significativas da PAM nao foram acompanhada pelas reduçoes irrestritas do P, no grupo estudado. Em contraste, a Sensibilidade de Volume revelou uma remoçao eficiente da sobrecarga volêmica, porém, a mesma nao foi acompanhada pelo controle da Pressao Arterial na maioria dos pacientes.


 

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ENCEFALOPATIA HIPERAMONEMICA : O PAPEL DO NEFROLOGISTA – RELATO DE CASO

ALEXANDRE, C. S.; SOUZA, A. C. C. P.; ELIAS, R. M.

HOSPITAL DAS CLINICAS DA FACULADE DE MEDICINA DA USP.

Introduçao: A amônia é uma neurotoxina de efeitos diretos; através de interferência com os mecanismos de neurotransmissao excitatórios e inibitórios e com o metabolismo energético cerebral, e efeitos indiretos; através do acúmulo de glutamina nos astrócitos e edema cerebral resultante. As manifestaçoes clínicas da hiperamonemia variam desde quadros confusionais até coma e dependem da causa adjacente, que inclui o vasto grupo das desordens do ciclo da uréia herdadas ou adquiridas, e do tempo de instalaçao. Uma vez que a conversao final da amônia em uréia ocorre no fígado, as disfunçoes hepáticas podem associar-se em maior ou menor grau com a hiperamonemia. Relato do caso: G.J.P, 14 anos, paciente com diagnóstico de Doença Renal Policística Recessiva com achados histológicos de fibrose portal hepática há 10 anos em tratamento hemodialítico 3 vezes por semana no HC da Faculdade de Medicina da USP chega ao serviço de diálise, após faltar uma sessao, com quadro confusional instalado nas últimas 24 horas. Exame físico: desorientada no tempo e no espaço, contactuante, sem flapping; normocárdica, FC = 90, PA= 140*80 mmHg; sem alteraçoes respiratórias, abdômen: flácido, indolor, baço palpável a 2 cm do RCE. Exames laboratoriais : Ur 120 mg/dl, Cr 3,8 mg/dl , Na 130 mEq/l, K 5,4 mEq/l , Amônia: 180 µg/dl (VR=50) . Foi admitida para sessao de hemodiálise: duraçao 4 horas, Qb : 300 ml/min, Qd 800 ml/min , capilar F80. Após a sessao, encontrava-se com melhora importante do nível de consciência permanecendo internada por 24 horas para observaçao, recebendo alta em seguida. Exames pós HD : Ur 27 mg/dl, Amônia 80 µg/d. Depuraçao amônia 208 ml/min , reduçao de amônia 53,14 % . Conclusao: O uso de procedimento dialítico em hiperamonemia data de meados da década de 70, mas o tema ainda continua sendo pouco abordado na literatura com poucos trabalhos avaliando a eficácia do procedimento ou comparando métodos dialíticos. Ainda nao estao firmadas diretrizes de indicaçao dialítica baseada em amonemia para esse importante grupo de pacientes portadores de desordens do ciclo da uréia, abrindo margem para um vasto campo de pesquisa e discussao.



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ENDOCARDITE INFECCIOSA EM PACIENTES EM HEMODIALISE

LAURINDO, A. F.; MOYSES NETO, M.; VANNUCCHI, M. T.; NARDIM, M. E.; VIEIRA NETO, O. M.; RASPANTI, E.; PEREIRA, F. D.; ROSSINI, L. A. C.

SERVIÇO DE NEFROLOGIA DE RIBEIRAO PRETO.

Introduçao: A endocardite infecciosa é uma complicaçao freqüente em pacientes submetidos a hemodiálise, especialmente naqueles em que cateteres sao utilizados para prover o acesso vascular. O objetivo do trabalho é avaliar os casos de endocardite e sua evoluçao em pacientes submetidos a programa de hemodiálise. Métodos: Foram avaliados todos os pacientes que apresentaram quadro de endocardite bacteriana em um serviço de hemodiálise por um período de 7 anos (1997 a 2003). A análise dos pacientes foi realizada de maneira retrospectiva pela revisao dos prontuários. O diagnóstico de endocardite foi confirmado através dos achados ecocardiográficos e clínico-laboratorias. Resultados: Foram avaliados 16 pacientes durante os 7 anos, sendo a idade média de 47 anos (20 a 77 anos), 56% do sexo masculino. A provável etiologia da insuficiência renal foi desconhecida em 6 casos, hipertensao em 6, nefropatia diabética e glomerulonefrite em 2 casos cada. Dos 16 pacientes, 13 utilizavam cateteres de duplo lúmen temporários como acesso a hemodiálise na ocasiao do diagnóstico. Dois pacientes tinham como acesso fístula artério-venosa e outro havia utilizado cateter de duplo lúmen 4 meses antes do episódio. Concomitante ao diagnóstico de endocardite um paciente apresentou discite. Apenas um paciente havia tido um outro episódio de endocardite 4 anos antes. A apresentaçao clínica mais freqüente foi febre, incidindo em 93% dos casos. As válvulas mais acometidas foram a tricúspide (43%), aórtica (31%) e mitral (25%). Foram isolados pela hemocultura microorganismos em 10 pacientes. Os microorganismos encontrados foram S.aureus (3), Streptococccus do grupo D (2), S.saprophiticcus (1), Enterococccus sp (1), E.faecalis (1), S.epidermidis (1) e E.cloacae associado a S.epidermidis (1). Seis pacientes evoluíram para óbito em conseqüência das complicaçoes da própria endocardite. A mortalidade foi maior quando a válvula acometida era a tricúspide (3/7). Conclusao: A endocardite foi complicaçao grave e incidiu mais nos pacientes com acesso vascular por cateter (mortalidade de 37,5%). A válvula mais acometida foi a tricúspide e as bactérias mais freqüentes foram os gram positivos (80%) sendo encontrado em50% dos casos Staphylococcus sp.


 

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ESTADO INFLAMATORIO DE PACIENTES COM INSUFICIENCIA RENAL CRONICA EM HEMODIALISE

OLIVEIRA, J. F. P.; LIMA, E. Q.; MURAI, N. M.; CAMELO, F. C.; CASASSANTA, D. M.; BURDMANN, E. A.

DISCIPLINA DE NEFROLOGIA, FACULDADE DE MEDICINA DE SAO JOSÉ DO RIO PRETO, SAO PAULO.

Introduçao: Pacientes com insuficiência renal crônica (IRC) apresentam níveis elevados de citoquinas inflamatórias que podem contribuir para o desenvolvimen – to de aterosclerose, desnutriçao e anemia. A prevalência de inflamaçao em pacientes em hemodiálise poderia sofrer influência de características locais e estudos em diversas regioes sao necessários. Objetivos: Avaliar o estado inflamatório de pacientes com IRC em hemodiálise. Métodos: Estudo transversal da prevalência de inflamaçao em 145 pacientes em hemodiálise. Foram avaliadas características demográficas e laboratoriais e considerados inflamados os pacientes com proteína C reativa (PCR) maior que 0,5 mg/dL. Os testes de qui-quadrado, t-Student e Mann-Whitney fforam utilizados para análise estatística. Resultados: A maioria dos pacientes era do sexo masculino (63%), da raça branca (61%), com idade média de 54 ± 14,7 anos, tempo em diálise de 80 ± 62 meses e 43 (30%) pacientes eram diabéticos. O percentual de reduçao de uréia (PRU) foi de 68 ± 9%, hematócrito 31,1 ± 4,5 %, hemoglobina 10,1 ± 1,5g/dL, albumina 3,9 ±0,6 g/dl, colesterol total de 165 ± 47 mg/dL, produto cálcio x fósforo de 41 ± 13 e PTH de 232 ±217 pg/ml. Hipertrofia ventricular esquerda esteve presente em 94 pacientes (65%) e insuficiência cardíaca em 18 pacientes (12%). A PCR variou de 0,10 a 13,36 mg/dL e 65 pacientes (45%) foram considerados inflamados. Os pacientes inflamados apresentavam menores níveis séricos de albumina (3,8 ± 0,8 vs 4,1 ± 0,5 g/dL), hematócrito (30,1 ± 4,9 vs 31,9 ± 4,9 %) e hemoglobina (9,8 ± 1,7 vs 10,5 ± 1,4 g/dL) que os pacientes nao inflamados. Conclusoes: A prevalência de inflamaçao em pacientes em hemodiálise foi comparável à descrita na literatura e esteve associada à desnutriçao e anemia. Ainda sao necessários estudos para avaliar o efeito de terapêuticas antiinflamatórias no estado nutricional e na atenuaçao da anemia nesta populaçao de pacientes.


 

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ESTUDO CLINICO E EPIDEMIOLOGICO DA HEPATITE C EM PORTADORES DE INSUFICIENCIA RENAL CRONICA DE BELO HORIZONTE, MG

FARAH, K. P.; CARMO, R. A.; ANTUNES, C. M. F.; SERUFO, J. C.; CASTRO, L. P. F.; LEITE, V. H. R.; OLIVEIRA, G. C.; BUSEK, S. C. U.; SILVA, R. A. P.; ALVARES, M. C. B.; LAMBERTUCCI, J. R.

CURSO DE POS-GRADUAÇAO EM MEDICINA TROPICAL DA UFMG/CTR ORESTES DINIZ/PBH.

Introduçao: O interesse em conhecer o comportamento da infecçao pelo vírus da hepatite C (VHC) em portadores de insuficiência renal crônica (IRC) é recente.. Há poucos estudos no Brasil. Métodos: Realizou-se estudo de corte transversal comparando-se 76 portadores de IRC em hemodiálise, com 77 candidatos à doaçao de sangue (CDS) de serviço de infectologia de Belo Horizonte, todos com anti-VHC-EIA-3.0 reativo. Investigouse variáveis sócio-demográficas, epidemiológicas e clínicas, com análise univariada. Resultados: As idades médias foram de 43,1 anos (IRC) e 39,9 anos (CDS). Sexo masculino (55,3%-IRC; 61,0%-CDS) e cor nao-branca (85,6%-IRC; 72,7%-CDS) foram predominantes nos dois grupos. Escolaridade inferior a oito anos foi maior no grupo IRC (86,8%-IRC; 61,0%-CDS; p<0,001). Soroconversao para VHC predominou no grupo IRC (39,5%-IRC; 9,1%-CDS; p<0,001). Sexo entre homens (0%-IRC; 10,4%-CDS; p=0,005), múltipla parceria sexual (5,4%-IRC; 15,6%- CDS; p=0,042), tatuagem (2,6%-IRC; 11,7%-CDS; p=0,030) e uso de drogas ilícitas (7,9%-IRC; 27,3%-CDS; p=0,002) foram predominantes no grupo CDS, enquanto passado de hemotransfusao foi maior no grupo IRC (89,5%-IRC; 28,6%- CDS; p<0,001). Glomerulonefrite crônica (50,0%), hipertensao arterial sistêmica (31,6%), e diabetes mellitus (6,6%) foram as etiologias da IRC mais observadas. A maioria dos pacientes nao apresentou história de hepatite e/ou icterícia (96,1%- IRC; 89,6%-CDS). Contato prévio com VHB (21,1%-IRC; 10,4%-CDS; p=0,005) e uso de drogas hepatotóxicas (17,1%-IRC; 3,9%-CDS; p=0,008) foram mais prevalentes no grupo IRC, e alcoolismo (1,3%-IRC; 22,1%-CDS) predominou no grupo CDS (p<0,001). Apenas um paciente em cada grupo apresentou manifestaçoes clínicas de disfunçao hepática. ALT sérica mostrou-se mais freqüentemente aumentada (p=0,019) no grupo CDS (63,6%-CDS; 44,7%-IRC). Conclusao: Hemotransfusao foi o principal fator de risco para VHC nos portadores de IRC em nosso meio e elevaçao de ALT nao se mostrou como marcador da infecçao.

 


 

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ESTUDO COMPARATIVO DA QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES RENAIS CRONICOS

BOHLKE, M.; NUNES, D. L.; KITAMURA, C.; GYSEL, M. P. V.; ANDRADE, M.; MARINI, S. S.

UNIVERSIDADE CATOLICA DE PELOTAS E SANTA CASA DE PELOTAS.

Introduçao: O aperfeiçoamento das técnicas dialíticas desloca a atençao para a qualidade de vida (QoL) dos pacientes com insuficiência renal crônica (IRC) em fase terminal. Este estudo tem como objetivo comparar a QoL entre os pacientes tratados por hemodiálise (HD) ou diálise peritoneal (DP) e identificar seus determinantes. Materiais e Métodos: trata-se de estudo piloto com desenho transversal e análise de variáveis clinicas, demográficas e medida da QoL através do questionário SF- 36 aplicado a pacientes renais crônicos em tratamento dialítico. Resultados: Foram avaliados 20 pacientes, 50% em HD, 35% do sexo masculino, 70% brancos, idade média 53(±13) anos, tempo em diálise médio de 40(±34) meses. Nao foi detectada diferença estatisticamente significativa nos escores do SF-36 entre HD e DP. O escore no domínio saúde foi de 52 e 74 para pacientes com idade >60 e <60 anos, respectivamente (p=0,02); indivíduos de cor branca alcançaram valor de 76 no quesito dor, os nao brancos obtiveram 100 (p=0,03); quando renda familiar >2,5 salários mínimos (SM), a média do escore para os aspectos físicos foi 95,8 e se <2,5 SM, 75 (p=0,02); em pacientes com ensino médio completo, a capacidade funcional atingiu 96, enquanto em analfabetos foi de 55 (p=0,004). Conclusao: Os determinantes da QoL do renal crônico em fase terminal da doença parecem ser idade, cor, e sobretudo, renda familiar e escolaridade., sem influência detectável do método dialítico.


 

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ESTUDO COMPARATIVO DA SOBREVIDA (4 ANOS) DE PACIENTES DIALISADOS NAO DIABÉTICOS COM E SEM PLACAS DE CAROTIDAS

D’AVILA, R.; HUEI, C. Y.; GUERRA, E. M. M.; AMARAL FILHO, M. L. L.; TEIXEIRA, P. M. N.; TAVARES, L. T.; TAVARES, A.

FACULDADE DE MEDICINA DE SOROCABA- PUC/SP E UNIFESP/EPM.

Introduçao: Doenças cardiovasculares sao causas freqüentes de morte em renais crônicos e, por isso, é importante o diagnóstico precoce de aterosclerose. Objetivo: investigar a presença de placas de carótidas ao ultra-som (US) em renais crônicos nao diabéticos em diálise, avaliando fatores desencadeantes e a sobrevida dos pacientes com e sem placas. Métodos: Entre Fev a Julho de 2000, 93 pacientes em hemodiálise ou CAPD foram submetidos a US de carótidas, dosagens sanguíneas de homocisteina, colesterol e triglicérides e à pesquisa da mutaçao C677T do gene da MTHFR. A sobrevida foi acompanhada até 28/05/2004 (seguimento:1292±64dias). Resultados: Dos 93 pacientes, 47(50,5%) apresentavam placas ao US. Estes pacientes eram mais velhos(51±10vs 37±10 anos,P<0,0001), tenderam a estar há mais tempo em diálise(1315±1180vs 928±956 dias;P=0,08) e apresentavam maiores níveis de colesterol(192±47vs 165±36 mg/dL; P<0,004) que os pacientes sem placas. A homocisteinemia (40±29vs 40±36 mmol/L; P=0,9), os triglicérides( 205±161vs 156±95mg/dL; P=0,08) e a prevalência da mutaçao C677T foram semelhantes entre os pacientes com e sem placas. A mortalidade entre os pacientes com placas foi 49% e entre os sem placas, 20%(P=0,004). Causas vas – culares de óbito foram responsabilizadas em 23% no grupo com placas e em 4% entre os sem placas; P=0,005. Foram transplantados 5 (10,1%) pacientes com placas e 16 sem placas (34,8%; P=0,006). Em resumo, a presença de placas foi associada à idade mais elevada e níveis mais altos de colesterol. Os pacientes com placas de carótidas apresentaram maior mortalidade (geral e cardiovascular) e menor possibilidade de transplante renal. Conclusao: O pior prognóstico apresentado pelos pacientes com placas de carótidas indica a necessidade da tomada de medidas mais agressivas, nesse grupo, para a prevençao de complicaçoes cardiovasculares.

 


 

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ESTUDO DA FORMAÇAO DE BIOFILMES EM CATETERES UTILIZADOS& NBSP; NA DIALISE PERITONEAL

SILVA, A. G.; TAKYIA, C.; LIMA, M. G. M. S.; BARREIRA, R. C. L.; D`AMOEDO, G. F.; SIMAS, P.; ANDRADE, L. R.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO (UFRJ), GRUPO DE ASSISTENCIA MÉDICA NEFROLOGICA (GAMEN) E CENTRO INTEGRADO DE NEFROLOGIA (CIN).

Introduçao: Biofilmes sao estruturas multicelulares envolvidas por matriz própria, capazes de colonizar diversas superfícies, dentre as quais destacam-se os dispositivos artificiais usados na prática clínica. Um detalhado estudo da sua formaçao é necessário, principalmente no contexto da diálise peritoneal, para testar novas estratégias terapêuticas visando a maior permanência do cateter na cavidade, evitando-se novos procedimentos de manipulaçao que possam lesar estruturas de interesse da terapia, no caso, a membrana peritoneal. Métodos: Cateteres de silicone (Tenckhoff e Swan-neck) foram retirados cirurgicamente de pacientes sob diálise peritoneal devido a falência do tratamento, peritonite grave ou refratária e retençao de fluidos por obstruçao ao fluxo. Este foram imediatamente imersos em soluçao fixadora (glutaraldeído 2,5 % em tampao cacodilato de sódio 0,1 M). Fragmentos dos cateteres (5 mm) contendo biofilmes foram desidratados em etanol, secos em aparelho de ponto-crítico, depositados sobre fita de carbono, metalizados com ouro e observados no MEV Jeol 5310, operado em 20 kV. Resultados: Imagens de cateteres controles mostraram uma superfície luminal rugosa e externa lisa. Biofilmes de diferentes aspectos morfológicos foram observados nos cateteres dos pacientes. Os retirados de pacientes sem peritonite apresentaram- se delgados (< 1 mm), de aspecto granular e sem microorganismos evidentes. Os retirados de pacientes com infecçao eram espessos (cerca de 20 mm), com superfície luminal fibrilar e células sepultadas no interior da matriz. A face do biofilme voltada para a parede do cateter mostrou ondulaçoes semelhantes às rugosidades superficiais. Conclusoes: Rugosidades no lúmen dos cateteres facilitam a formaçao dos biofilmes que possuem dois estágios de formaçao distintos: um inicial, delgado e nao associado a infecçao, mas essencial para a deposiçao de um posterior, associado a colonizaçao de microorganismos, espesso e perpetuador das peritonites. O controle deste estágio inicial pode favorecer terapias mais conservadoras.

 


 

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ESTUDO DA PREVALENCIA DE INFECÇOES EM PACIENTES RENAIS CRONICOS SUBMETIDOS A DIALISE PERITONEAL

VANNUCCHI, M. T. I.; CHIOZI, S. Z.; GELEILETE, T. J. M.

SERVIÇO DE NEFROLOGIA DE RIBEIRAO PRETO.

Introduçao: As infecçoes se constituem na segunda maior causa de morte em renais crônicos. O objetivo deste estudo é analisar a prevalência de infecçoes em pacientes em PD, suas complicaçoes, relacionar com fatores de risco quanto à etiologia e evoluçao. Métodos: Estudou-se retrospectivamente, no período de 13 meses (abril de 2003 a abril se 2004), a ocorrência de infecçoes em 105 pacientes submetidos à diálise peritoneal (PD), 63,8% -CAPD e 36,2% -APD; 62 do sexo masculino e 43 do feminino. Utilizou-se o teste de Fisher para análise estatística. Resultados: Apresentaram infecçoes 62 pacientes (59%), 34 masculino e 28 feminino, idade média 61,2 (16 a 90 anos). Foram analisados 139 episódios de infecçao, (média de 2,24 episódios/paciente), sendo que 33 pacientes apresentaram 2 ou mais episódios no período. Necessitaram internaçao 36 dos episódios infecciosos (25,9%), sendo que 22 (61%) foram ocasionadas por peritonites. Mortalidade: 24,2 % (15 pacientes), sendo 5 (33,3%) por sepsis. A modalidade de PD e o DM nao foram importantes para o desenvolvimento de infecçoes.

Conclusoes: 1- A causa mais freqüente de infecçoes em PD se deve a complicaçoes relativas ao método (peritonite e infecçao do local de saída), resultando em internaçoes e alta mortalidade, portanto sao necessários cuidados intensivos com a técnica. 2- As pneumonias se constituíram no principal tipo de infecçao nao relacionado ao método, sugerindo a importância de prevençao. 3- Embora o diabetes mellitus seja um fator de risco para infecçoes, neste estudo nao se verificou relaçao entre esta patologia e o desenvolvimento de infecçoes. 4- A modalidade de DP nao se constituiu em fator de risco.


 

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EXPERIENCIA COM CIPROFLOXACINA E CEFAZOLINA COMO TRATAMENTO EMPIRICO DE PERITONITE EM PACIENTES EM CAPD

BARREIRA, R. C. L.; BARREIRA, A. L.; CARDOSO, F. L. L.; LIMA, M. H. S.; SOUZA, F. G.; CARDOSO, L. R.; ORNELLAS, J. F. R.; LEITE JUNIOR, M.

SERVIÇO DE NEFROLOGIA, UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, RJ.

Introduçao: A peritonite continua sendo a principal complicaçao nos pacientes em CADP. Desde 1993 a sociedade internacional de DP tem sugerido protocolos para tratamento de peritonite. O protocolo atual emprega cefazolina e ceftazidime. As cefalosporinas de 3ª geraçao sao indutoras de resistência aos beta-lactâmicos, por isso, em alguns hospitais sua utilizaçao só é liberada após o resultado do perfil de sensibilidade do agente infeccioso. Assim, em nosso hospital desenvolvemos, junto à Comissao de Infecçao Hospitalar, um novo protocolo para tratamento empírico inicial das peritonites, onde usamos cefazolina 15 mg/Kg/dia IP em 1 bolsa/dia e ciprofloxacin 500 mg VO, 2 vezes ao dia, durante 14 dias. Neste trabalho analisamos nossa populaçao em CAPD e os resultados deste novo protocolo. Métodos: Durante 24 meses, acompanhamos 37 pacientes em CAPD, onde descrevemos o perfil desta populaçao (idade, pacientes diabéticos, tempo médio em CAPD); os episódios de peritonites (número total, incidência, percentual de culturas positivas, principal agente infeccioso) e os resultados do tratamento com este novo protocolo. Resultados: Estudados 37 pacientes (15 diabéticos e 22 nao diabéticos), num período de observaçao de 24 meses (tempo médio de acompanhamento de 15,2 ± 7,6 meses), com média de idade de 62,1±16,7 anos. Foram diagnosticadas 9 peritonites no período estudado, com incidência de 0,1 peritonites/paciente/ano. O tempo médio do início da diálise até o aparecimento da peritonite foi de 7,63 ± 3,9 meses. 44% das culturas foram positivas. O estafilococos aureus foi o agente prevalente. Dos 9 casos de peritonite, apenas 1 nao foi tratado empiricamente, pois já apresentava infecçao do orifício com cultura de swab positiva para estafilococos MRSA, que foi tratado com vancomicina. Os 8 casos restantes foram tratados com o protocolo em estudo, apresentando sucesso terapêutico em 100% dos casos. Conclusao: O protocolo com cefazolina na bolsa de diálise e ciprofloxacim oral foi eficaz como tratamento empírico inicial da peritonite de pacientes em CAPD.


 

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EXPERIENCIA COM IMPLANTE PERCUTANEO TRANSLOMBAR DE CATETER DE LONGA PERMANENCIA PARA HEMODIALISE EM VEIA CAVA INFERIOR

SEELIG, D. C.; BRISOLARA, E. B.; MESSIAS, A. A.; BRUNO, R. M.; LOSEKAN, A.; D`ALMEIDA, P. B.; GOLDANI, J. C.; GARCIA, V. D.; TARRASCONI, P.; DIDONE, E. C.; PIRES, F.; GUERRA, E.; DAVILA, A.

COMPLEXO HOSPITALAR SANTA CASA DE PORTO ALEGRE.

Introduçao: Atualmente o acesso vascular para hemodiálise se tornou um dos grandes problemas dos nefrologistas. Queremos mostrar a nossa experiência com implante percutâneo translombar de cateter de longa permanência em veia cava inferior. Métodos: Coorte histórica. A indicaçao para o procedimento eram pacientes com estenose de veias centrais, sem outras possibilidades de acesso vascular e com alguma contra indicaçao a entrada em programa de diálise peritoneal. Resultados: Foram analisados 10 pacientes entre dezembro de 1997 e fevereiro de 2004. A média de idade destes pacientes foi de 49,57 anos. O tempo médio em diálise foi de 12,4 anos. 22,2% (n=2) dos pacientes eram diabéticos. Durante o período do estudo, apenas 22,2% (n=2) dos pacientes nao necessitaram reintervençao para troca do cateter, seja por baixo fluxo ou complicaçoes infecciosas. O tempo médio de permanência com cateter funcionante foi de 108,86 dias. Atualmente todos os pacientes já retiraram seu cateter, sendo os motivos principais infeçao em 33,3%(n=3), seguido de baixo fluxo para diálise 22,2% (n=2) e transplante renal funcionante 22,2% (n=2). Quatro pacientes evoluíram para óbito, todos por sepse. Um destes uma complicaçao, relacionada a punçao da veia cava inferior, com perfuraçao de cólon. Conclusao: O implante de cateter de longa permanência em veia cava inferior nos permite dialisar os pacientes por mais um período, especialmente, aqueles que estao aguardando um transplante renal.



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EXPERIENCIA DE 20 ANOS EM DIALISE PERITONEAL NA FUNDAÇAO PRO RIM DE SANTA CATARINA

VIEIRA, M. A.; DEBONI, L. M.; LUZ FILHO, H. A.; STAUTD, C.; LEONHARD, A. M.; MOSNA, M.; MACIEL, R. F.; GUTERRES, J. C.; VIEIRA, J. A.

FUNDAÇAO PRO RIM DE SANTA CATARINA, HOSPITAL REGIONAL HANS DIETER SCHMITD, JOINVILLE – SC.

Introduçao: A diálise peritoneal (DP) é uma opçao terapêutica no Brasil desde 1980. Em Santa Catarina a Fundaçao Pró-Rim foi pioneira na introduçao deste método dialítico, iniciando DP em 1984. Objetivo: Analisar a experiência de 20 anos de terapêutica por DP no Serviço da Fundaçao Pró-Rim de Santa Catarina. Métodos: Foram analisados retrospectivamente todos os pacientes que realizaram ou realizam DP no nosso serviço. Os dados foram coletados através de protocolo informativo, contendo nome, data de entrada, indicaçao, tempo de permanência em diálise, doença de base, causas de saída. Resultados: No período de 20 anos, 1984 a 2004, foram analisados 200 pacientes que realizaram DP na Fundaçao Pró-Rim. Destes, 45% (90/200) eram do sexo masculino e 55%(110/200) do sexo feminino.A doença de base mais comum foi nefropatia diabética em 85 (42,5%) pacientes, sendo 62 (31%) com DM tipo 1 e 23 (11,5%) com DM tipo 2. Outra indicacao comum foi a falta de acesso vascular encontrada em 44 (22%). A funçao renal residual estava presente em 45 (22,5%) do total de pacientes. O método cirúrgico foi a principal forma de implante de cateter peritoneal. A saída de DP por óbito aconteceu em 84 (42%) pacientes e a transferência para hemodiálise em 49 pacientes (24,5%). Outra causa de saída do método foi infecçao em 49(24,5%), sendo 47 por peritonite e 2 por infecçao de túnel. A média de permanência em diálise peritoneal foi de 6,9 anos. Conclusao: Podemos concluir que a diálise peritoneal é um método implantado na Fundaçao Pró-Rim com sucesso, sendo que as principais indicaçoes foram clássicas, porém com predomínio no início do programa de indicaçao por falta de acesso vascular. A principal causa de saída do método foi óbito e infecçoes relacionadas ao método dialítico. Hoje temos na Fundaçao Pró-Rim de Santa Catarina um programa de DP consolidado e com indicaçao dos métodos de diálise conforme o perfil do paciente.


 

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EXPERIENCIA DE DEZ ANOS EM HEMODIALISE: A IMPORTANCIA DO DIAGNOSTICO PRECOCE DA IRC

VIEIRA, M. A.; DEBONI, L. M.; STAUTD, C.; SAMERDACK, J.; LEONHARD, A. M.; GUTERRES, D. B.; LUZ FILHO, H. A.; CICOGNA, P. E.; COSTA, T. F.; VIEIRA, J. A.

FUNDAÇAO PRO RIM DE SANTA CATARINA E HOSPITAL REGIONAL HANS DIETER SCHMITD, JOINVILLE – SC.

Introduçao: A IRC é uma doença de diagnóstico tardio, com múltiplas co-morbidades, alto custo e alta taxa de mortalidade. Objetivo: Avaliar a experiência de 10 anos no tratamento do paciente renal crônico em HD, através de análise das causas de óbito e co-morbidades associadas, demonstrando a importância do diagnóstico precoce. Métodos: Foram analisados todos os pacientes submetidos a HD na Fundaçao Pró Rim no período de 1993 a 2002, com diagnóstico de IRCT. Foram estudadas as seguintes variáveis: taxa de mortalidade, idade, tempo em diálise, comorbidades, última albumina e principais causas de óbito. Resultados: Entre 1993 e 2002 foram realizados 1831 diagnósticos de IRCT, com um total de 363 óbitos (19,8%). Realizaram HD por mais de 90 dias, 1716 pacientes, destes 248 (14,5%) foram a óbito. A análise dos óbitos mostrou que 50% dos pacientes tinham entre 50 e 70 anos de idade. Os óbitos ocorreram nos três primeiros meses de HD em 115 (6,7%), correspondendo a 31% do total de óbitos (115/363), sendo que 73% ocorreram no primeiro mês, 12% no segundo e 15% no terceiro mês. Destes óbitos nos primeiros 90 dias de HD, 45(18%) pacientes morreram na primeira semana. A principal causa de óbito geral foi doença cardiovascular (DCV) em 42% e infecciosas em 25% dos pacientes. Após noventa dias de terapia, 36% morreram por DCV e 23% por doenças infecciosas. Dos casos de DCV, 32% morreram de AVC e 32% de ICC. Observamos que 37% dos óbitos após 90 dias ocorreram em diabéticos e que estes morreram mais precocemente nos dois primeiros anos de hemodiálise (64,3% DM x 42,9% nao diabéticos). Nos pacientes que foram a óbito após 90 dias, 71% tinham PAS maior que 140mmHg e 62% tinham ganhado peso maior que 3%. A análise da albumina demonstrou que 34% tinham albumina menor que 3,5g/dl. Conclusao: Após o diagnóstico de IRCT, 30% dos pacientes morrem nos primeiros 3 meses de HD, sugerindo que o diagnóstico é tardio e que os pacientes chegam extremamente doentes. Possivelmente, medidas de prevençao e diagnóstico precoce possam reduzir a mortalidade dos três primeiros meses dos pacientes em HD.

 


 

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FATORES ASSOCIADOS COM QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES HEMODIALISADOS EM UMA UNIDADE SATÉLITE DA CIDADE DE SALVADOR

MATOS, C. M.; SANTOS, E. L. G.; BRITO, K. Q.; OLIVEIRA, J.; LOPES, A. A.

INSTITUTO DE NEFROLOGIA E DIALISE E NUCLEO DE EPIDEMIOLOGIA CLINICA DO HOSPITAL UNIVERSITARIO PROF. EDGAR SANTOS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA.

Objetivo: Identificar variáveis clínicas e demográficas associadas com a qualidade de vida de pacientes em programa de hemodiálise em uma clínica satélite da cidade de Salvador. Métodos: Durante o mês de novembro de 2003, 138 pacientes, idade ? 18 anos, com mais de 03 meses de diálise foram avaliados através da versao para a língua portuguesa do Medical Outcomes Study 36-Item Short-Form Health Survey (SF- 36), sendo este instrumento aplicado por uma psicóloga. Foram comparados os escores do Sumário do Componente Mental (Mental Component Summary ou MCS) e do Sumário do Componente Físico (Physical Component Summary ou PCS) entre homens e mulheres, grupos etários, classes sociais e pacientes com. Resultados: A média de idade foi 48,8± 15,6 anos; 62,6% do sexo masculino; 82,6% das classes sociais C,D e E (classificaçao ABIPEME), 84,8% negros e mulatos; 54,3% hemodialisados por pelo menos 3 anos; 18,1% diabéticos. As médias dos escores do PCS foram significantemente (p<0,05) menores em pacientes com idade ? 60 (PCS=53,1 vs 61,7) anos e diabéticos (PCS=50,3 vs 61,6). As mulheres e pacientes de classes sociais mais baixas apresentaram escores mais baixos de PCS, mas as diferenças foram moderadamente significantes (0,1>p>0,05). As médias dos escores de PCS nao variaram significantemente entre os grupos. Tempo em diálise nao se associou significantemente com os escores do PCS e MCS. Conclusao: De acordo com o observado em outros locais, os pacientes mais idosos e os diabéticos apresentaram menores escores no PCS. Observou-se também menores escores no PCS em mulheres e pacientes de classes sociais mais baixas. Nao se observou diferença significante entre os grupos nos escores do MCS.


 

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FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR E ANTECEDENTES FAMILIARES DE PACIENTES EM DIALISE

PEREIRA, F. D.; CHIOZI, S. Z.; VANNUCCHI, M. T. I.; GELEILETE, T. J. M.

SERVIÇO DE NEFROLOGIA DE RIBEIRAO PRETO

Introduçao: A IRC pode ser considerada um importante fator de risco cardiovascular (FRC), mas o reconhecimento de outros fatores é fundamental para correta orientaçao e avaliaçao prognóstica dos pacientes em diálise.O objetivo deste trabalho é descrever a populaçao em diálise quanto a fatores de risco e antecedentes familiares. Métodos: foram analisados os prontuários de 149 em hemodiálise(HD), 94 masculinos e 55 femininos e 49 em Diálise Peritoneal (DP), 28 masculinos e 21 femininos. A idade média dos pacientes em HD variou de 20 a 89 anos, com mediana de 65a. e dos pacientes de PD variou de 18 a 81a., com mediana de 49a. A média de tempo de tratamento em HD foi de 41,27 meses (variando de 2 a 180 me) e de PD 31,97 meses (variando de 1 a 83 me). Abaixo estao as tabelas com as porcentagens de pacientes que apresentam FRC e antecedentes familiares positivos para doença cardiovascular e diabetes melitos.

O tabagismo foi verificado em 42 % (41) dos pacientes em hemodiálise e 23% (7) dos pacientes em PD. Com relaçao ao etilismo, foi presente em 27% (34) dos pacientes em HD e 9,7% (3) em PD. Conclusao: a prevalência de comorbidades e FRC é elevada nos pacientes em diálise, o que demanda atençao extra no controle clínico dos pacientes, tanto medicamentoso quanto em relaçao às condutas para modificaçao do estilo de vida.

 


 

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FATORES DE RISCO PARA ANEMIA EM PACIENTES SUBMETIDOS A HEMODIALISE COM ESTOQUES DE FERRO ADEQUADOS

BARRETO, D. V.; CANZIANI, M. E. F.; BARRETO, F. C.; MOYSES, R. M. A.; JORGETTI, V.; CARVALHO, A. B.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE S. PAULO; UNIVERSIDADE DE S. PAULO.

Introduçao: A anemia associada à insuficiência renal crônica é um fator independente de morbidade e mortalidade nos indivíduos submetidos à hemodiálise. A reduçao na síntese de eritropoetina (EPO) e a deficiência de ferro sao as principais causas de anemia nesta populaçao. Objetivos: avaliar fatores de risco para anemia em pacientes em programa de hemodiálise, clinicamente estáveis, em uso regular de eritropoetina e com estoques de ferro adequados. Métodos: Foram analisados 100 pacientes (48 ± 13 anos; 66 homens, 34 mulheres) em programa de hemodiálise por 36,7 ± 25 meses. Foi avaliada a contribuiçao dos índices de ferro (ferritina e saturaçao de transferrina), PTH intacto, proteína C reativa (PCR), albumina, adequaçao de diálise (Kt/V) e estado nutricional para a presença de anemia. Resultados: As características bioquímicas dos pacientes foram as seguintes: hemoglobina 11,3 ± 1,7 g/L, hematócrito 34,2 ± 5 %, ferritina 607,65 ± 304,22 ng/mL, saturaçao de transferrina 32,5 ± 22,33 %, PTH intacto 353,92 ± 310,56 pg/mL, PCR 0,98 ± 1,64 mg/dL, albumina 3,78 ± 0,23 g/dL. De acordo com a avaliaçao global subjetiva, 74% dos pacientes estavam bem nutridos. Apesar de a maioria dos pacientes apresentarem estoques de ferro adequados (ferritina > 100 ng/mL e saturaçao de transferrina > 20% em 99% e 78% dos pacientes, respectivamente), foi observada anemia (Hb < 11 g/dL) em 40% deles. Em 60 % dos pacientes pôde-se notar ativaçao de resposta inflamatória (PCR > 0,5 mg/dL). Nao foi observada correlaçao entre os índices de ferro e níveis séricos de hemoglobina. Houve uma correlaçao positiva entre ferritina e PCR (r = 0,25; p = 0,01). Correlaçoes com hemoglobina – análise multivariada

Conclusao: Em pacientes submetidos à hemodiálise com estoques de ferro adequados, marcadores de resposta inflamatória de fase aguda (PCR e albumina) e níveis mais elevados de PTH intacto foram preditores independentes de anemia. Nesta populaçao, níveis elevados de ferritina podem indicar ativaçao inflamatória, e nao refletir os estoques de ferro.


 

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GANHO DE FUNÇAO PULMONAR ATRAVES DE AÇOES FISIOTERAPEUTICAS EM PACIENTE COM INSUFICIENCIA RENAL CRONICA

BRANDAO, J. A. G.; ALVISI, T. C.; REIS, A. A.; VILAS BOAS, V. F.; BERTOZI, M. M. R.; FERNANDES, F. M. O.; BERNARDINI, A. I.

SANTA CASA DE POÇOS DE CALDAS.

Introduçao: O paciente com Insuficiência Renal Crônica (IRC) submetido à Hemodiálise (HD) apresenta diversas alteraçoes sobre o aparelho respiratório. A grande inatividade característica desse tipo de paciente e os longos períodos na realizaçao do tratamento (próximo de 12 horas semanais) podem agravar ainda mais tais alteraçoes como, piora na mecânica muscular respiratória , na troca gasosa e na capacidade funcional pulmonar. Analisar um protocolo de açoes fisioterapêuticas para tratar o comprometimento da funçao pulmonar no paciente com IRC submetido a HD foi o objetivo do trabalho. Métodos: O trabalho foi realizado através da avaliaçao de 1 paciente pelo fisioterapeuta da unidade, que orientou exercícios para o fortalecimento da musculatura respiratória, aplicados em 15 sessoes seguidas de hemodiálise na duraçao de 1 hora por sessao. Os resultados foram obtidos confrontando as avaliaçoes pré e pós-tratamento constituída de espirometria e análise do pico do fluxo expiratório (Peak Flow). Resultados: Espirometria: Antes do tratamento apresentava pico de fluxo inspiratório e expiratório baixos sugerindo distúrbio neuro-muscular. Após o tratamento o resultado da espirometria revelou valores dentro da normalidade. Espirometria: valores obtidos antes e após protocolo de tratamento. Conclusoes: Pacientes com IRC submetidos a HD com comprometimento da

funçao pulmonar podem se beneficiar ao receber uma maior atençao por parte dos nefrologistas atráves da indicaçao de condutas fisioterapêuticas que visam promover melhora da capacidade pulmonar, da mecânica respiratória refletindo uma melhor qualidade de vida.


 

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GANHOS E PERDAS: INTERPRETAÇAO DE PARAMETROS NUTRICIONAIS NA FASE ANABOLICA DE PACIENTES HEMODIALISADOS

TOMAZ, L. H.; CARAMORI, J. C. T.; MARTIN, L. C.; ANTUNES, A. A.; RAMOS, D. M.; BATISTAO, S. M.; BALBI, A. L.; BARRETTI, P.

FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU UNESP.

Introduçao: Um objetivo do tratamento hemodialítico é corrigir a hipervolemia e as complicaçoes da uremia, devido a evidente interferência desses fatores no prognóstico do renal crônico. Conhecimento da distribuiçao da água corporal (AC) nos diferentes compartimentos contribui para entendimento dos métodos usados na avaliaçao da evoluçao nutricional. O interesse desta pesquisa é observar parâmetros nutricionais no primeiro ano de hemodiálise. Métodos: estudo retrospectivo de 21 pacientes em hemodiálise crônica que iniciaram tratamento de janeiro/2002 a maio/2004 avaliados nutricionalmente no pósdiálise com medidas antropométricas e da bioimpedância, e com albumina sérica, no início do tratamento e a cada seis meses. A volemia foi calculada pela fórmula de Hume. Comparaçoes estatísticas foram feitas aplicando análise de variância para mensuraçoes repetidas e Student-Newman-Keuls para comparaçoes múltiplas. Resultados: dos 21 pacientes estudados (idade 60 ± 13 anos, 11 homens, cinco diabéticos) a avaliaçao nutricional seqüencial nao mostrou aumento no peso e na volemia calculada apesar do aumento da diferença entre AC total aferida pela bioimpedância e a volemia calculada (de 1± 4 para 2,4± 3,4 litros, P=0,04) enquanto que as medidas de distribuiçao da AC: AC total e AC intracelular nao variaram e AC extracelular diminuiu (P<0,05). Houve aumento da albumina de 3.3±0,5 para 3.8±0,4mg% (P=0,003). Analisando-se separadamente pacientes com diagnóstico nutricional de nao obesos no início do seguimento (n=11) observou-se o ganho médio de 2,8 na massa gorda (P=0,04). Conclusao: com tratamento hemodialítico apareceram efeitos nas medidas de avaliaçao nutricional, particularmente sobre a distribuiçao da AC nos diferentes compartimentos ressaltando que a diminuiçao da AC extracelular, o aumento da albumina e o ganho de massa gorda, sao achados que enriquecem os conhecimentos sugeridos, por outros autores, sobre fase anabólica dos pacientes no primeiro ano de hemodiálise.



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HEMODIALISE PROLONGADA (HDP) EM PACIENTES COM INSUFICIENCIA RENAL AGUDA (IRA) NA TERAPIA INTENSIVA

CARVALHO, E. R. F.; L. M. V.; REIS, S. M. S.; MOREIRA, R. M. P.; BARBERS, L.; LOPES, A. C.

RIEN NEFROLOGIA.

Introduçao: A Hemodiálise Prolongada (HDP) é uma nova modalidade de tratamento da IRA. Sua eficiência, as possíveis complicaçoes e a forma mais adequada de prescrevê-la necessitam melhor observaçao. Objetivos e Métodos: Analisar a remoçao da uréia e o comportamento do fósforo, em 28 HDP (n=28) e avaliar o possível potencial inflamatório deste procedimento, através da dosagem da PCRt antes e após a HDP.Os procedimentos foram realizados em pacientes com IRA, internados em duas UTI, no Rio de Janeiro, no período de março a novembro de 2003, utilizando-se fluxos baixos e membrana de acetato de celulose. As amostras de sangue foram obtidas imediatamente antes da diálise, com 6 h e com 12 h de procedimento, para dosagem de uréia, fósforo e PCRt, respeitando- se as recomendaçoes da literatura para as técnicas de colheita. Posteriormente foi calculado o índice de remoçao de uréia (PRU = (1- Upós/Upré) x 100). Resultados: A média de uréia pré HDP foi de 120,39 ± 57,24 mg/dl. Com 6 h de HDP, a média foi de 58,36 ± 27,14 mg/dl e com 12 h foi de 40,43 ± 16,93 mg/dl (p < 0,05). Em 19 das 28 HDP, obteve-se PRU > 60% (média 72,26% ± 6,17%). A média total foi de 62,75% ± 17,19%, com 12 horas de HDP (p < 0,05).Os valores médios do fósforo foram: pré HDP, 6,10 ± 2,95 mg/dl; com 6 horas de HDP, 4,0 ± 1,96 mg/dl (p < 0,05) e com 12 horas, 3,65 ±1,58 mg/dl, o que indica 31,75% ± 14,05 de remoçao nas primeiras 6 horas e 42,89% ± 15,73 com 12 horas de HDP. Os valores da PCRt alteraram-se de maneira nao uniforme quando dosados antes e após a HDP. Em 16 dos 28 procedimentos (57,14%), houve aumento e nas 12 diálises restantes (42,85%), houve queda (p > 0,05). Conclusao: A HDP é um procedimento eficiente e nao leva a distúrbio grave do fósforo. A reposiçao deste eletrólito nao se faz necessária de rotina, devendo-se observar os níveis pré HDP. As observaçoes sobre a PCRt nao foram estatisticamente significativas.


 

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HEMODIALISE X DIALISE PERITONEAL: AVALIACAO CLINICA, LABORATORIAL E MORTALIDADE

FERNANDES, N.; ABRITA, R. R.; SUASSUNA, P. G. A.; HENRIQUES, V. T.; ANDRADE, L. C. F.; BASTOS, M. G.

NIEPEN-NUCLEO INTERDISCIPLINAR DE ESTUDOS E PESQUISAS EM NEFROLOGIA – UFJF.

Introduçao: O efeito da modalidade de diálise na mortalidade dos pacientes portadores de doença renal crônica estágio terminal é controverso. Diferenças nos desenhos dos estudos, na seleçao da populaçao, nas práticas padrao, na dose de diálise, na aderência do paciente, na coleta de dados sao responsáveis, em parte, pelos diferentes resultados. Objetivo: Avaliar o perfil clínico, laboratorial e a mortalidade dos pacientes em DP e HD em nosso serviço. Métodos: Realizamos um estudo de coorte retrospectivo em 62 pacientes em HD e 41 pacientes em DP no período de janeiro a dezembro de 2003. Resultados: A média de idade (51,49 x 50,62, p=0,18) e o gênero (masculino/feminino: 22/19 x 33/28, p=0,87) foram semelhantes entre os grupos DP e HD respectivamente. Houve um maior número de pacientes portadores de nefropatia diabética entre os pacientes que realizaram DP (14 x 6, p= 0,0048). O número de pacientes com hepatite B foi pequeno (DP-1), assim como de hepatite C (DP-2, HD- 4) e HIV (DP-1). Avaliando as comorbidades houve uma maior prevalência de hipertensos (35 x 31, p=0,0005), diabéticos (14 x 6, p=0,005) e cardiopatas (8 x 4, p=0,08) em DP. Os pacientes em HD possuíam maior tempo na modalidade (61,4 x 29,5 meses, p=) porém 35% dos pacientes em DP realizaram HD previamente e este tempo nao foi computado na análise. O controle da anemia foi significantemente melhor entre os pacientes que realizaram DP (18 x 46 pacientes com hemoglobina menor do que 11g/dl, p= 0,003), com menor necessidade de Eritropoetina (13 x 52, p<000001). Nao houve diferença no controle do Cálcio (10 x 16 pacientes com nível de Cálcio sérico<8,8mgdl, p=0,97), Fósforo (18 x 22 pacientes com níveis acima de 5,5mg/dl, p=0,51) e do número de pacientes em uso de Vitamina D (13 x 21, p=0,93). Os níveis de PTHi foram maiores nos pacientes em DP (PTHi>300: DP-15 e HD- 4, p=0,0003). O número de pacientes com nível de albumina menor do que 3,5g/dl foi menor nos pacientes em HD (13 x 21, p=0,51). O número de óbitos nao foi diferente entre os dois grupos (DP- 2 e HD- 7, p=0,44) e a principal causa de óbito foi cardiovascular. Conclusao: As populaçoes analisadas apresentam diferenças clínicas relevantes, onde um maior número de diabéticos e de pacientes portadores de comorbidades sao vistos em DP. Laboratorialmente pacientes em DP apresentam um melhor controle da anemia. Pacientes em HD possuem um melhor nível de albumina sérica. Nao houve diferença na taxa de mortalidade no período. Concluímos que estudos prospectivos que avaliem a mortalidade dos pacientes em DP e HD, avaliando os subgrupos dos pacientes (diabéticos) e as comorbidades devem ser realizados em nosso meio.


 

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HEMODIALISE: MARCADORES DE MORTALIDADE

FERNANDES, N.; ABRITA, R. R.; SUASSUNA, P. G. A.; HENRIQUES, V. T.; OLIVEIRA, L. A.; ANDRADE, L. C. F.; BASTOS, M. G.

NIEPEN – NUCLEO INTERDISCIPLINAR DE ESTUDOS E PESQUISAS EM NEFROLOGIA- UFJF.

Introduçao: Os pacientes em terapia renal substitutiva apresentam mortalidade maior que na populaçao geral. Vários sao os fatores relacionados a esta maior mortalidade. Este estudo tem como Objetivo: avaliar o perfil clínico, laboratorial e os marcadores de mortalidade dos pacientes em hemodiálise em nosso serviço. Métodos: Estudo de coorte retrospectivo em 62 pacientes em hemodiálise (HD) em nosso serviço. Resultados: Foram analisados 5 pacientes incidentes e 57 pacientes prevalentes. A média de idade foi de 50,68±13,2, 53,2% eram do sexo masculino e 30,6% eram brancos. A principal etiologia da doença renal crônica foi Glomerulonefrite Crônica (24%) seguido por nefroesclerose hipertensiva (16%). Metade dos pacientes (50%) é hipertensa. O tempo médio em HD foi de 61,4±46,96. Quanto aos antihipertensivos 77,4% usaram IECA, 16% BAT1, 48,3% bloqueadores de canal de Cálcio, 32,2% beta bloqueadores e 25,8% diuréticos. Quanto ao acesso vascular 90% realizaram HD por fístula arterio-venosa e 10% por cateter de duplo lúmen. Foram passados 22 cateteres em 6 pacientes no período. O principal sítio de inserçao dos cateteres foi a veia jugular interna (63,6%). As principais complicaçoes dos cateteres foram obstruçao (50%) e infecçao(22,7%). Quatro pacientes (6,4%) apresentaram hepatite C e 4,8% nao estavam imunes para hepatite B. Comparado aos parâmetros de adequaçao do K/DOQI (os dados a seguir sao mostrados como média) 18% apresentaram KTV£1,2, 3,2% apresentaram potássio elevado, 3,2% hipercalcemia, 25,8% hipocalcemia, 35,4% hiperfosfatemia, 19,3% elevaçao do produto Ca x P, 6,4%, PTHi > 300pcg/ml e 33,8% usaram Vitamina D. A anemia esteve presente em 74%, 83,8% usaram Eritropoetina e Noripurum. Seis pacientes (8%) receberam transfusao sabguínea. Apenas 6% apresentaram níveis diminuídos de albumina sérica. A mortalidade foi de 11,2%, 6,4% foram transplantados e 1,6% foram transferidos. Os pacientes que evoluíram para o óbito apresentaram um menor KTV (1,17 x 1,46, p=0,008), menor nível hemoglobina (8,2 x 9,5, p=0,03), menor nível de albumina (3,3 x 4,0, p=0,000). Conclusao: A principal causa de doença renal crônica foi GNC e a taxa de mortalidade foi de 11,2%, semelhantes ao registro brasileiro de diálise (RBD). A prevalência de hepatite B (0) e hepatite C (6,8%) foi mais baixa que as do RBD. Quanto aos marcadores de mortalidade observamos que estes foram semelhantes á literatura.


 

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HIPERHOMOCISTEINEMIA, ESTADO NUTRICIONAL E DOENÇA CARDIOVASCULAR EM PACIENTES EM DIALISE

DELGADO, A. G.; RODRIGUES, A. G. S. ; BARREIRA, R. C. L.; RIBAMAR, E. F.; SANTO, M. X. E.; SOUZA, H. H. B.; CRUZ, D. O. A.; SILVA, A. M. D.; ELIAS, P. R.; BRAULIO, V. B.; ORNELLAS, J. F. R.

SERVIÇO DE NEFROLOGIA E SERVIÇO DE NUTROLOGIA, HOSPITAL UNIVERSITARIO CLEMENTINO FRAGA FILHO, FACULDADE DE MEDICINA, UFRJ.

Introduçao: A hiperhomocisteinemia é considerado um fator de risco independente de doença cardiovascular (DCV) e a sua relaçao com DCV, desnutriçao e marcadores de doença inflamatória crônica em pacientes submetidos a tratamento dialítico é complexa e atualmente objeto de numerosos estudos. O objetivo desse trabalho foi o de analisar os níveis séricos de homocisteína (Homocys), o estado nutricional, a presença de DCV e a concentraçao de proteína-c reativa (PCR) em pacientes submetidos a HD e diálise peritoneal ambulatorial crônica (CAPD). Métodos: Foram estudados 21 pacientes em HD (grupo 1) e 19 pacientes em CAPD (grupo 2), em corte transversal. O estado nutricional foi obtido através de medidas antropométricas (expressas como percentual de adequaçao da circunferência muscular do braço (CMB) e da prega cutânea tricipital (PCT)) e da concentraçao de albumina sérica. A presença de DCV foi estabelecida através da história de evento cardiovascular isquêmico anterior ou presente. Doença inflamatória crônica foi estimada pela concentraçao de PCR. Níveis séricos de Homocys foram determinados por HPLC. Resultados: A tabela abaixo sumariza os principais resultados (* P<0,05):

Conclusao: Pacientes em HD e CAPD apresentam, ambos, altos índices de DCV, tendência a desnutriçao moderada e um estado inflamatório crônico equivalente. A hiperhomocisteinemia, entretanto, é muito mais pronunciada em pacientes em HD, o que pode indicar maior risco de aterosclerose nesses pacientes.


 

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HIPERTRIGLICERIDEMIA TRATADA COM OLEO DE PEIXE EM PACIENTES PORTADORES DE DOENCA RENAL CRONICA EM DIALISE PERITONIAL – RELATO DE CASO

HENRIQUES, V. T.; FERNANDES, N.; ANDRADE, L. C. F.; BASTOS, M. G.

NIEPEN- NUCLEO INTERDISCIPLINAR DE ESTUDOS E PESQUISAS EM NEFROLOGIA.

Introduçao: A prevalência de dislipidemias em pacientes tratados por diálise peritoneal é elevada. Usando as definiçoes do DOQI para abordagem das dislipidemias em portadores de doença renal crônica (DRC), 78,6% dos pacientes em diálise peritoneal necessitariam de tratamento. O tratamento da hipertrigliceridemia em pacientes com DRC deve ser realizado quando o nível de triglicérides de jejum for >500mg/dl ou triglicérides >200mg/dl associada a níveis de colesterol nao HDL >130mg/dl. O racional para tratarmos hipertrigliceridemia é , inicialmente, prevenir a pancreatite aguda. A abordagem inicial deve ser realizada com modificaçoes no estilo de vida (TLC) que incluem dieta, reduçao do peso, aumento da atividade física, abstinência de álcool e interrupçao do tabagismo. Se os níveis de triglicérides forem >1000mg/dl o ATP III recomenda incluir uma dieta com diminuiçao do teor de gordura e óleo de peixe. Se TLC nao for suficiente devem ser introduzidos fibratos ou ácido nicotínico e, caso haja triglicérides >200mg/dl com colesterol nao HDL >130mg/dl, introduzir vastatinas. O nível sanguíneo do bezafibrato, clofibrato e fenofibrato estao aumentados em pacientes com DRC e nao estao indicados em pacientes em estágio V, apenas gemfibrozila nao apresenta alteraçoes nos seus níveis. Objetivo: Relatamos 5 casos de hipertrigliceridemia nao responsiva a TLC em duas crianças, um paciente portador de hepatopatia e dois pacientes em uso de vastatinas. Métodos: Baseados em estudos realizados na populaçao geral e 4 estudos realizados em pacientes com DRC, com grau de recomendaçao B e C, iniciamos OLEO DE PEIXE (com 44% de omega 3) na dose de 3g a 6g com boa tolerância gastrointestinal e excelente resposta clínica após 45 dias. Resultados: vistos na tabela 1. Concluímos: que o uso do OLEO DE PEIXE possui boa tolerância e eficácia, sendo uma alternativa para tratamento da hipertrigliceridemia em pacientes portadores de DRC em diálise peritoneal.

 



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HIPOGLICEMIA DURANTE HEMODIALISE EM PACIENTES RENAIS CRONICOS DIABÉTICOS E NAO-DIABÉTICOS

BURMEISTER, J. E.; SCAPINI, A.; MILTERSTEINER, D. R.; CAMPOS, B. T. M.; COSTA, M. G.

UNIDADE DE MEDICINA RENAL – CURSO DE MEDICINA, UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL – CANOAS, RS.

Introduçao: Episódios de hipoglicemia, muitas vezes assintomáticos, tem sido relatados durante hemodiálise com soluçao de diálise sem glicose, o que pode determinar riscos especialmente entre pacientes diabéticos. Nosso objetivo foi determinar a freqüência de episódios de hipoglicemia (<70mg/dL) durante hemodiálise em pacientes renais crônicos (IRC) diabéticos (DM) e nao-diabéticos (NDM) utilizando soluçao de diálise sem e com glicose. Métodos: 42 pacientes com IRC (21 DM, 21 NDM) foram randomizados dentre aqueles em hemodiálise em nosso serviço. O estudo constou de duas fases: com soluçao de diálise sem glicose (Sem Gli) e, após uma semana, com soluçao de diálise com glicose a 90mg/dL (Com Gli). Os pacientes mantiveram seus hábitos alimentares durante a diálise. Glicemias foram determinadas em 4 momentos de cada sessao: aos 30, 60, 150 e 240 minutos – 168 dosagens na primeira fase e 160 na segunda (2 pacientes ausentes na fase Com Gli). Todos foram observados atentamente para qualquer manifestaçao clínica de hipoglicemia. Resultados: Na fase Sem Gli, 8 pacientes apresentaram hipoglicemia (5 DM/10 dosagens – média: 49,1±16,23mg/dL; 3 NDM/8 dosagens – média: 64,75±3,7mg/dL); na fase Com Gli, 1 paciente (DM) apresentou hipoglicemia (2 dosagens, média: 65±1,41mg/dL). A média das glicemias de cada grupo (DM e NDM) em cada horário de coleta nao apresentou diferença significativa entre as fases de estudo (Sem Gli X Com Gli). Em nenhum momento foi observado qualquer sinal ou sintoma clínico atribuível a hipoglicemia. O número de pacientes que apresentou hipoglicemia foi significativamente maior na fase Sem Gli do que na fase Com Gli (P=0,0148); também os episódios de hipoglicemia foram mais freqüentes na fase Sem Gli do que na Com Gli(P<0,05), tanto em pacientes DM (P=0,032) como em NDM (P=0,013). A frequência de episódios de hipoglicemia nao apresentou diferença significativa entre pacientes DM e NDM, tanto na fase Sem Gli como na fase Com Gli. As glicemias médias dos pacientes DM que apresentaram hipoglicemia na fase Sem Gli foram significativamente mais baixas do que as desses pacientes quando na fase Com Gli (p<0,0001). Os níveis de hipoglicemia tendem a ser mais intensos em pacientes DM do que em NDM (P = 0,0202). Conclusao: Episódios de hipoglicemia ocorrem com freqüência razoável (18 dosagens de um total de 168 – 10,7%) em pacientes IRC durante hemodiálise com soluçao sem glicose. Essas taxas de glicemia tendem a ser mais reduzidas em pacientes DM. Os episódios costumam ser assintomáticos, o que aumenta o risco para os pacientes. O uso de soluçao com glicose a 90mg/dL apresenta efeito protetor contra essas hipoglicemias, tendo reduzido a incidência de episódios para 1,25%.

 


 

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HISTORICO DE CATETERES DE DUPLO-LUMEN NAO TUNELIZADOS IMPLANTADOS NA CLINICA RENAL IRATY ENTRE OUTUBRO DE 2003 E MAIO DE 2004 – ESTUDO PROSPECTIVO

FRAXINO, P. H.; FRAXINO, C. M.; BISCHOF, R.

CLINICA RENAL IRATY.

Introduçao: Os cateteres de duplo-lúmen nao tunelizados sao amplamente utilizados em clínicas de hemodiálise no intuito de proporcionar um acesso vascular temporário para pacientes portadores de insuficiência renal crônica ou aguda. Como fatores limitantes na sobrevida deste tipo de acesso vascular temos as complicaçoes relacionadas ao seu funcionamento e às infecçoes. Objetivo: Avaliar prospectivamente o histórico de todos os cateteres implantados na Clínica Renal Iraty entre outubro de 2003 e maio de 2004. Identificar complicaçoes relacionadas ao eu implante, cuidados no seu manuseio e utilizaçao. Pacientes e Métodos: Nós estudamos prospectivamente um total de 17 cateteres de duplo-lúmen, nao tunelizados, implantados na Clínica Renal Iraty, no período de outubro de 2003 a maio de 2004. Destes, 13 foram implantados em veia jugular interna direita, 03 em veia subclávia direita e 01 em veia subclávia esquerda. Classificamos as complicaçoes como sendo: mau funcionamento dos cateteres (frente a impossibilidade de se manter um fluxo de sangue maior que 250 ml/min); as infecçoes foram interpretadas como sendo locais com ausência de sinais sistêmicos ou como bacteremia relacionada ao cateter com ou sem sinais sistêmicos; acidentes de punçao, hematoma ou trombose do acesso vascular.Todos os cateteres foram implantados sob técnica de Seldinger. Utilizou-se PVPI tópico na assepsia pré-punçao. O manuseio dos cateteres sempre foi feito pela enfermeira responsável pela unidade, ou sob sua supervisao direta. Os curativos sao feitos somente na unidade de diálise, ao término da sessao, promovendo-se a limpeza do local com soluçao fisiológica, utilizando-se campos, pinças e gases estéreis. Resultados: Analisando individualmente por sítio de punçao temos: das punçoes feitas em VJID (13), em todos os cateteres obtivemos fluxo maior que 300 ml/min, nao observamos acidentes de punçao, em 03 casos detectamos sinais locais de infecçao, em 01 nao se obteve êxito na punçao e em 01 outro foi observado infecçao sistêmica atribuída ao acesso vascular que resultou na retirada do mesmo; para VSD (3) todos os cateteres apresentaram fluxo também adequado, em 01 deles sinais locais de infecçao foram evidenciados, e em 01 caso foi detectado hematoma secundário a punçao. A VSE foi puncionada em apenas um paciente e nenhuma intercorrência foi observada. Nos dezessete cateteres acompanhados durante o período de estudo nao se observou em nenhum caso trombose do acesso vascular. O tempo médio de permanência do acesso vascular foi de 54 dias.

Conclusao: Durante os meses analisados observamos que como sugere a literatura, o local de punçao de primeira escolha foi a VJID. Porém o tempo médio de permanência destes cateteres nao tunelizados excede ao preconizado pelo NFK-DOQI. Contudo além do sucesso em sua punçao e os índices de complicaçoes serem mínimos, em apenas um caso houve necessidade de retirada do acesso vascular motivado por infecçao. Desta forma concluímos que técnica asséptica durante a inserçao, técnica aprimorada no manuseio do catéter e orientaçoes aos pacientes feitos pela equipe da CRI foram eficientes e refletiram em bons resultados.


 

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HOMOCISTEINEMIA(HCY) DE PACIENTES EM HEMODIALISE(HD) E CORRELAÇAO COM A DOENÇA BASICA

LEMOS, V. M.; GOMES. C. L. S.; TERRA, R. P.; SANTIAGO NETO, R. M.

FACULDADE DE MEDICINA DE CAMPOS; PRO-RIM CLINICA DE DOENÇAS RENAIS.

Introduçao: Hcy é um aminoácido sulfurado derivado da metionina cujo metabolismo envolve várias metiltransferases e forma adenosilhomocisteina(AdoHcy), que inibe as metiltransferases e é precursora da Hcy e Adenosina. Hiperhomocisteinemia( HHcy) é considerada fator de risco isolado para doenças cardiovasculares( DCV) na populaçao geral. HHcy tem sido relatada nos renais crônicos, podendo influenciar nos eventos cardiovasculares e óbitos desse grupo de pacientes. Objetivo: Verificar a existência de HHcy em pacientes com insuficiência renal crônica em HD regular, 3 vezes por semana, com um período mínimo de tratamento de 3,9 meses. Pacientes e Métodos: A Hcy foi dosada pelo método FPIA(Fluorescense Polarized Immune Assay) com o “kit” do Laboratório Abbott, em 84 pacientes; sendo 42 do sexo feminino(SF) e 42 do sexo masculino(SM), com idade média de 53+/- 11 anos no SM e idade média de 46,59+/-14,8 no SF. Foram excluídos das dosagens todos os pacientes com infecçoes, aqueles na fase aguda ou em recuperaçao de eventos cardiovasculares e os faltosos. Foi considerada HHcy níveis de Hcy maiores que 20micromol/L no SF e maiores que 16 micromol/L no SM. Resultados: Os pacientes em HD apresentaram níveis de Hcy média de 18,37+/- 6,3 micromol/L no SF e média de 22,12+/-11,6 micromol/L no SM. A porcentagem de pacientes com HHcy foi de 42,86%(média de 24.43+/-4,6 micromol/L) no SF e de 66.67%(média de 27,11+/-11,3 micromol/L)no SM.A distribuiçao dos 84 pacientes por doença básica foi de 48 pacientes com hipertensao arterial sistêmica(HAS), 19 com diabetes mellitus(DM), 10 com glomerulonefrite crônica(GNC), 4 com rins policísticos(PKD), 1 com lupus eritematoso sistêmico(LES), 1 com uropatia obstrutiva(UO) e 1 com síndrome hemolítico-urêmica(SHU). Dos 46 pacientes com HHcy a distribuiçao por doença básica foi de 30 com HAS, 9 com DM, 5 com GNC, 1 com PKD e 1 com SHU, sendo que aqueles com LES e UO nao apresentaram HHcy. Conclusao: Concluímos que houve prevalência de HHcy nos pacientes em HD, sendo esta significativa(p<0,05), mais evidente no sexo masculino dessa amostra, podendo este achado servir de marcador/preditor de DCV e que entre as doenças básicas a HHcy foi mais freqüente nos pacientes com HAS e DM.


 

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IMPACTO CLINICO DA ECOGRAFIA COM DOPPLER NO TRATAMENTO DA DISFUNÇAO DO ACESSO VASCULAR DE HEMODIALISE

VICARI, A. R.; KAROHL, C.; ROMAN, F. R.; TESSARI, A.; PROENÇA, M. C.; MORSCH, C.; VERONESE, F. J.

PROGRAMA DE POS-GRADUAÇAO EM CIENCIAS MÉDICAS: NEFROLOGIA, UFRGS. SERVIÇO DE NEFROLOGIA DO HOSPITAL DE CLINICAS DE PORTO ALEGRE, RS.

Objetivo: Avaliar a utilidade da ecografia com Doppler para o manejo diagnóstico e terapêutico da disfunçao do acesso vascular permanente de hemodiálise (HD) em pacientes renais crônicos em programa hemodialítico. Métodos: Foram avaliados 23 pacientes com fístulas arteriovenosas (FAV) nativas em HD, no período de junho de 2002 a junho de 2004. O eco Doppler (Dop) mensurou o fluxo sangüíneo do acesso (adequado: > 600 ml/min) e verificou a presença de trombose e estenose nos segmentos arterial e venoso. Foi realizado tratamento com angioplastia ou revascularizaçao com base nos resultados do Dop, que foi indicado por alteraçao clínica (baixo fluxo na HD, sangramento excessivo da FAV ou outros como reduçao do Kt/V mensal). Dados demográficos e a evoluçao clínica foram correlacionados com os achados do Doppler. Resultados: A média de idade foi 48±15 anos, a mediana do tempo de FAV foi 37 meses e de HD 50 meses. A indicaçao do Dop foi baixo fluxo na HD em 10(43,5%) casos e sangramento em 4(17,4%). A mediana do fluxo de sangue no Dop foi 600 ml/min (P25: 400; P75: 1300). Pacientes com fluxo < 600 ml (n=12) eram mais idosos (55±12 x 40±15 anos, P=0,017). Trombo, estenose arterial e venosa na FAV foram detectados em 4(17,4%), 3(13%) e 14(60,9%) casos, respectivamente. Houve associaçao entre baixo fluxo na diálise e no Doppler (P=0,04). Em 3(13%) pacientes foi necessária flebografia da FAV para planejamento cirúrgico. Dois (8,7%) pacientes foram submetidos a angioplastia e em 11(47,8%) a correçao da estenose foi feita por revascularizaçao. Houve associaçao entre baixo fluxo no Dop e necessidade de revascularizaçao (P=0,012). Dos pacientes com Dop alterado, em apenas 2(8,7%) houve trombose completa da FAV antes de intervençao cirúrgica ou angioplastia. Conclusoes: O Doppler foi útil na abordagem diagnóstica e terapêutica da disfunçao da FAV, correlacionando-se com a disfunçao clínica do acesso e com a necessidade de revascularizaçao para prevençao de trombose e perda da FAV.


 

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IMPACTO DA ORIGEM DE PACIENTES RENAIS CRONICOS INICIANDO DIALISE NA SUA SOBREVIDA

SILVA, P. R. T.; SANTOS, C. V.; BESSA, M. C.; PASCHOALIN, V. P.; PASCHOALIN, E. L.; MOURA JUNIOR, J. A.

CLINICA SENHOR DO BONFIM.

Introduçao: Pacientes iniciam programa de diálise, muitas vezes sem serem assistidos por um nefrologista. Muitos deles ignoram a própria condiçao clínica anterior a falência renal. Diversos trabalhos científicos e a própria experiência clínica diária , nos mostra quao importante seria a presença do nefrologista no seguimento dos pacientes, favorecendo o seu prognótico quando iniciassem o programa de diálise. O objetivo deste trabalho foi demonstrar a importância de um ambulatório especializado na conduçao e orientaçao de pacientes renais crônicos. Material e Método: Estudo retrospectivo do periodo de 01/10/2000 à 30/04/2004, quando foi observado o fluxo de admissao de pacientes vindos do ambulatório e dos hospitais, e que iniciaram programa de diálise. Foram acompanhados pelo período mínimo de um ano e máximo de três anos e meio. Estudados o numero de óbitos, além do número e frequência de hospitalizaçoes.A análise estatística utilizou a curva de Kaplan Meier para avaliar a sobrevida e o Log-Rank na comparaçao destas curvas. O qui-quadrado foi utilizado para avaliar o nº de hospitalizaçoes. Resultados: Foram admitidos no programa de diálise 291 pacientes e destes, 134 preencheram os critérios de inclusao, que seriam: iniciar o primeiro tratamento de diálise no serviço, serem acompanhados por um período mínimo de 1ano e nao serem transferidos ou transplantados durante o período do estudo.Dos 134 pacientes, 90 vieram do ambulátorio e 44 dos hospitais .Daqueles provenientes de ambulatório, 27 faleceram durante o período do estudo.Dos provenientes de hospital, faleceram 18. A mediana em meses de sobrevida no grupo ambulatorial foi de 32,99 + 1,67[29,72 – 36,26]IC 95%;enquanto que no grupo hospitalar foi de 28,59+2,68[23,34-33,85]IC 95%. A sobrevida atuarial no primeiro ano, no grupo ambulatorial foi de 88,02% e no terceiro ano foi de 72,95%;enquanto no grupo hospitalar, no primeiro ano foi de 74,71% e no terceiro ano foi 54,04%.A comparaçao entre as duas curvas foi significante com Log-Rank de 5,48, p=0,019. Dos pacientes vindos de ambulatório, 59 (65,6%) tiveram de ser internados, com uma média de duas hospitalizaçoes por paciente.Daqueles oriundos dos hospitais, 26(59,1%) tiveram necessidade de novas internaçoes, com média de duas e meia hospitalizaçoes por paciente, diferença nao significante, p=0,42. Outras variáveis como doença de base, hipertensao, diabete, idade e sexo nao foram signicantes na morbi-mortalidade. Conclusao: O estudo demonstrou a melhor sobrevida daqueles pacientes oriundos de ambulatório, presumivelmente melhor acompanhados e orientados, o que vem a reforçar a necessidade de todos os serviços , privilegiarem ambulatórios de nefrologia verdadeiramente atuantes.


 

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IMPACTO DA REALIZAÇAO DO PET NA PRESCRIÇAO DE DIALISE PERITONEAL

CUSTODIO, M.; NAVES, M. M.; VILELA, L. P. A.; SANT`ANNA, M. A. ; PEDROSA, R. C. M. P.; OLIVEIRA, H. B.; CUSTODIO, M. R.; PECOITS FILHO, R. ; FERREIRA FILHO, S. R.

DEPARTAMENTO DE NEFROLOGIA 1, ENFERMAGEM 2, UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLANDIA.

Introduçao: A Diálise Peritoneal (DP) é um método dialítico que beneficia em torno de 13% dos pacientes em diálise. A avaliaçao do transporte peritoneal pode ser feita na prática clínica usando o Teste de Equilíbrio Peritoneal (PET). Apesar disto, a maioria das clínicas de Diálise Peritoneal (DP) nao utiliza este recurso, fundamental na orientaçao da prescriçao médica. Objetivo: Determinar o impacto da realizaçao do PET na mudança da prescriçao médica realizada empiricamente. Materiais e Métodos: Estudamos um grupo de 23 pacientes do serviço de DP da UFU, no período de novembro de 2003 a junho de 2004, constituído de 12 mulheres (52 %) e 10 homens (48%), com média de idade de 61,26 ± 14,94, tempo de diálise de 22,57 meses 26 ± 19,33. Doze pacientes eram tratados com CAPD e 11 com Diálise Peritoneal automatizada (DPA). Dez pacientes (44%) eram portadores de Diabete Melito, 5 ( 22%) GNC, 6 (26%) HAS e 2 (8%)LES. Os pacientes realizaram o “Fast” Pet e o D/P de creatinina classificou os pacientes em 4 tipos de transporte de membrana peritoneal: Transportador baixo (B), Transportador médio-baixo (MB), Transportador médio-alto (MA) e Transportador alto (A). Resultados: Os nossos pacientes apresentaram a seguinte classificaçao: 3 B (13%), 11 MB ( 48%), 4 MA (17%) e 5 A (22%). Analisando os resultados, vimos que a prescriçao anterior, baseada apenas em dados clínicos e laboratoriais, nao estava adequada em 9 pacientes (39%). Destes, 5 eram alto transportadores e estavam em DPAC (com falha de ultrafiltraçao e freqüentemente apresentando sinais de sobrecarga de volume) e 4 pacientes apresentavam transporte lento e estavam em DPA. A estratégia resultou em transfência de 2 pacientes oligúricos com alto transporte para DPA e 3 pacientes foram orientados para fazer uma quinta troca durante o dia. Os 2 pacientes com transporte lento que mostravam sinais de má diálise em DPA foram transferidos para CAPD e os outros 2 orientados para manter um dia úmido. Conclusao: Concluímos que o PET representa uma ferramenta útil e prática para direcionar a prescriçao de DP otimizando o clearance de solutos e a ultrafiltraçao.


 

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IMPACTO DO CLEARENCE FRACIONAL DE URÉIA (KT/V) NA SOBREVIDA EM HEMODIALISE COM RELAÇAO AO GENERO

ANDRADE, L. G. M.; MARTINS, L. C.; RODRIGUES JUNIOR, A. G.; NASCIMENTO, G. V. R.; BARSANTE, R. C.; SILVA, V. S.; GABRIEL, D. P.; TEIXEIRA, J. C.; BALBI, A. L.; KOCHI, A. C.; MARINHO, L. C. R.; BARRETTI, P.

HC UNESP BOTUCATU.

Introduçao: Os resultados do Hemo study sugerem que uma dose de diálise superior a um Kt/V de 1,2 pode ser necessária no sexo feminino. Métodos: Estudo retrospectivo realizado no HC Unesp Botucatu com 142 pacientes consecutivos de hemodiálise, sendo 83 homens, no período de 1998 a 2003. Foram estudados os seguintes fatores: idade, creatinina, albumina, hematócrito, Kt/V e doença de base. Os valores de cada variável foram obtidos com o cálculo da média dos 3 primeiros meses. A casuística foi dividida em dois grupos de acordo com o gênero e cada um destes foi subdividido em 3 subgrupos segundo a faixa de Kt/V: <1,2; entre 1,2 e 1,4 e >1,4. Os métodos estatísticos empregados foram: Anova, tábua de sobrevida e regressao de Cox. Resultados: No grupo dos homens o Kt/V médio foi de 1,22 sendo que Kt/V, albumina e idade (0,07) se correlacionaram com a sobrevida. Nas mulheres o Kt/V médio foi de 1,42 e nesse grupo Kt/V, creatinina e albumina mostraram correlaçao com a sobrevida. Sobrevida dos diferentes subgrupos de Kt/V no dois gêneros: P<0,05 vs grupo de Kt/V imediatamente inferior

As variáveis: creatinina, albumina, Ht, idade e doença de base foram semelhantes nos diferentes subgrupos, exceto o grupo de Kt/V < 1,2 nas mulheres onde houve maior percentagem de diabetes. Conclusao: O clearence fracional de uréia influenciou de maneira mais contundente a sobrevida em hemodiálise nos indivíduos do sexo feminino.



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IMPACTO DO USO DE TADALAFILA NA DISFUNÇAO ERÉTIL DE PACIENTES RENAIS CRONICOS EM HEMODIALISE

GUTERRES, D. T. B.; GUTERRES, J. C.; DEBONI, L. M.; LUZ FILHO, H. A.; VIEIRA, M. A.; VIEIRA, J. A.

FUNDAÇAO PRO RIM DE SANTA CATARINA, JOINVILLE – SC.

Introduçao: A disfunçao erétil (DE) é um problema comum, que aflige os pacientes portadores de Insuficiência Renal Crônica em hemodiálise (HD), comprometendo sua qualidade de vida. Objetivo: Verificar o impacto do uso de um inibidor de 5 fosfodiesterase (Tadalafila) no tratamento da DE dos pacientes em HD. Métodos: Foram entrevistados todos os pacientes do sexo masculino em programa hemodialítico na unidade Vida Center da Fundaçao Pró-Rim de SC. A entrevista foi realizada através do questionário Sexual Health Inventory for Man (SHIM), que classifica os pacientes, pela somatória das notas, em graus de DE: leve(17-21), moderada(8-16) e grave(1-7). Os pacientes com somatória acima de 22 foram considerados dentro da normalidade e nao fizeram uso da medicaçao. Cada paciente recebeu 4 cp de Tadalafila 20mg sob orientaçao médica, sendo avaliadas possíveis contra-indicaçoes. Foi utilizado o teste de Qui-quadrado para comparaçao de variáveis dicotômicas. Resultados: Na unidade, havia 30 pacientes do sexo masculino, dos quais, 7 nao tinham vida sexual ativa por falta de parceira. Dos 23 pacientes incluídos, a prevalência de DE foi 65% (15/23). Neste grupo, havia 13% (2/15) com DE grave, 40%(6/15) com DE moderada e 46,6% (7/15) com DE leve. Todos os pacientes com DE receberam tratamento com Tadalafila, sendo o questionário repetido. Após o uso da medicaçao, 17% (4/23) apresentavam DE (3 leve, 1 grave) e 82% foram considerados normais, havendo uma reduçao estatisticamente significativa da DE após o uso da Tadalafila (x2=8,9; p=0,002). Dos 15 pacientes com DE que usaram a Tadalafila, 93% (14/15) apresentaram algum grau de melhora da funçao sexual. O único paciente com DE grave que nao apresentou melhora era portador de DM, HAS, depressao e tabagista. Conclusao: Observamos que após o uso da Tadalafila, 93,33% dos pacientes apresentaram melhora da funçao erétil no grupo estudado. Portanto, estes dados sugerem que o uso de Tadalafila determina uma melhora significativa na disfunçao erétil e, em conseqüência, melhora a qualidade de vida desses pacientes. Nao foi observado nenhum efeito colateral no uso desta medicaçao.


 

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IMPLANTE DE CATETER DE TENCKHOFF: EXPERIENCIA DO HOSPITAL GERAL DE GOIANIA

VIEIRA JUNIOR, A. E.; OLIVEIRA, V. S.; BARRETO, J. C. S.; RAMOS FILHO, R.

HOSPITAL GERAL DE GOIANIA.

Introduçao: O cateter de Tenckhoff de cuff duplo é a prótese utilizada no Hospital Geral de Goiânia (HGG) para realizaçao de diálise peritonial. Sua implantaçao pode ser por via cirúrgica, laparotomia ou laparoscopia, e por punçao com trocater.

  • Devido às dificuldades de implantaçao cirúrgica em nosso Serviço e pela facilidade e simplicidade do método por punçao, adotamos este como rotina em nossa unidade a partir de outubro de 2002.
  • O objetivo deste trabalho é analisar os implantes de cateter de Tenckhoff realizados no Serviço de Nefrologia do HGG de outubro/02 a maio/04.

Métodos: Revisao de prontuário de 40 pacientes submetidos a implante de cateter de Tenckhoff de outubro de 2002 a abril de 2004. Analisamos as características idade, sexo, indicaçao do implante, forma de implante, presença de diabetes e as seguintes complicaçoes precoces: vazamento pericateter, complicaçoes mecânicas (dificuldades de drenagem), infecçao e sangramento. Resultados: a) idade média – 53,7 anos; b) sexo – M: 17 (43%) F: 23 (57%); c) indicaçao do implante – escolha do paciente: 27 (67%) ausência de acesso: 13 (33%); d) forma de implante: punçao – 33 (88%) cirúrgica: 7 (18%); e) diabetes – 10 (25%); f) vazamento pericateter: 6 (15%); g) complicaçoes mecânicas (dificuldades de drenagem) – 6 (15%) h) infecçao – 6 (15%) i) hemorragia – 2 (5%). Conclusao: A partir de outubro/02 o implante de cateter para diálise peritonial no HGG tem sido feito preferencialmente por punçao com trocater de Tenckhoff. Devido ao pequeno número de procedimentos por via cirúrgica no período e às suas indicaçoes envolverem pacientes com dificuldade técnica para punçao nao foi possível a comparaçao entre os dois métodos. No entanto o implante de cateter de Tenckhoff por punçao tem se mostrado eficaz e seguro.



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INCIDENCIA DE PERITONITE EM PACIENTES SUBMETIDOS A DIALISE PERITONEAL

ADRIANZÉN, O. A. G.; CHAGAS NETO, F. A.; MENDONÇA, P. R.; RAMALHO, J. A. M.; SILVA JUNIOR, G. B.; BARROS, F. A. S.; DAHER, E. F.; GARCIA, R. C. F. G.; ZUNTINI, K. L. C. R.

INSTITUTO DO RIM E HOSPITAL UNIVERSITARIO WALTER CANTIDIO, DEPARTAMENTO DE MEDICINA CLINICA, FACULDADE DE MEDICINA, UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARA. FORTALEZA, CEARA, BRASIL.

Introduçao: Nos últimos anos houve um grande avanço no tratamento da insuficiência renal pela técnica de diálise peritoneal (DP), que é aceita atualmente como uma terapia equivalente à hemodiálise. No momento existem mais de 130.000 pacientes em regime de DP no mundo. A principal dificuldade desta técnica é a alta incidência de peritonite, principalmente por Pseudomonas, S. aureus e fungos. É de fundamental importância o estudo desta complicaçao, para que se tomem medidas adequadas de prevençao e tratamento. Métodos: Foram analisados retrospectivamente os prontuários de 52 pacientes submetidos à diálise peritoneal no Instituto do Rim – Fortaleza, Ceará, no período de janeiro de 1999 a junho de 2004. Esses pacientes foram pareados segundo dados clínicos, epidemiológicos e quanto à incidência de peritonite. Em seguida foi con – struído um banco de dados com os resultados da pesquisa e feita análise estatística pelo programa Epi-Info, vs.6.04b, 2001. Resultados: A idade dos pacientes variou de 3 a 89 anos, sendo a média de 45 ± 25 anos. Quanto ao sexo, eram 28 (54%) do sexo masculino e 24 (46%) do sexo feminino, sendo 26 (50%) da raça branca. A etiologia da IRC estava relacionada em 50% dos casos a nefropatia diabética, em 33% dos casos a nefroesclerose hipertensiva e 17% secundária a glomerulopatias. Peritonite ocorreu em 15 pacientes (28%), estando o líquido peritoneal turvo em todos os casos. As principais manifestaçoes clínicas foram dor abdominal, observada em 14 casos (93,3%), e febre, presente em 2 casos (13%). A cultura do líquido peritoneal foi positiva em 2 casos (13%) e a do local de saída do catéter em 4 casos (26%). O tratamento foi feito com amicacina (86%), cefalotina (73%), vancomicina (33%) e/ou ceftazidima (13%). A evoluçao foi favorável em todos os casos. Conclusao: A principal etiologia da IRC em nossa amostra foi a nefropatia diabética. Uma importante parcela dos pacientes analisados apresentou peritonite, sendo o sintoma mais freqüente a dor abdominal. A positividade das culturas foi baixa, e a antibioticoterapia mostrou-se eficaz para a reversao do quadro.


 

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INDICE DE INTERCORRENCIAS TRANS-DIALITICAS EM PACIENTES EM PROGRAMA DE HEMODIALISE CRONICA

MORSCH, C. M. F., BETTI, C. F. B.; VICARI, A.; KAROHL, C.; VERONESE, F. J.

PROGRAMA DE POS-GRADUAÇAO EM CIENCIAS MÉDICAS: NEFROLOGIA, UFRGS. SERVIÇO DE NEFROLOGIA DO HOSPITAL DE CLINICAS DE PORTO ALEGRE, RS.

Introduçao: Embora os avanços tecnológicos tenham aumentado a segurança do tratamento hemodialítico, este nao é isento de riscos, contribuindo para uma maior morbimortalidade dos pacientes com insuficiência renal crônica (IRC). Objetivos: Avaliar a freqüência das intercorrências trans-dialíticas e associar a características sócio-demográficas e mortalidade. Métodos: Foi realizado um estudo retrospectivo com 80 pacientes com IRC em programa de hemodiálise no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, de 01 abril de 2002 a 30 de abril de 2004. As hemodiálises (HD) foram realizadas em máquinas de proporçao com controle de ultrafiltraçao, soluçao de bicarbonato com sódio 140 mEq/l ou sódio variável. Os dialisadores eram de acetato de celulose ou polissulfona e a água tratada por osmose reversa. Resultados: Em 25 meses foram realizadas 15.546 HD. O número total de uma intercorrência específica foi dividido pelo número total de sessoes de cada paciente. A intercorrência mais prevalente foi hipotensao (4%), que ocorreu mais em diabéticos (P= 0,019) e idosos (P= 0,03). Câimbra ocorreu em 1,8% das sessoes; hipertensao em 0,9% e foi mais prevalente em jovens (P= 0,005), com uma tendência a ocorrer mais em homens (P= 0,066). A prevalência de cefaléia foi 0,9% e de pirogenia 0,34%, sendo que houve uma tendência a ocorrer mais em pacientes que foram a óbito (P=0,081). As complicaçoes menos prevalentes foram vômitos (0,16%, com tendência a ocorrer mais em mulheres – P= 0,09), arritmia (0,05%), reaçao ao dialisador (0,04%) e hemólise (0,02%). Nao ocorreram casos de reaçao ao esterilizante, embolia gasosa e síndrome do desequilíbrio com quadro clássico grave. Entre os pacientes estudados, 13,75% foram a óbito. Conclusoes: A prevalência de intercorrências na unidade é baixa quando comparada à literatura e a taxa de mortalidade aproxima-se dos melhores referenciais comparativos internacionais, sugerindo boa qualidade assistencial.


 

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INFLAMAÇAO CRONICA EM PACIENTES HEMODIALISADOS

CONCEIÇAO, P. N. M.

CLINICA NEPHRON, BA.

Introduçao: Tem sido recentemente estudada a presença de fatores inflamatórios em pacientes submetidos a hemodiálise. Vêm surgindo evidências cada vez mais consistentes da relaçao destes com fatores de risco e prognóstico nesta populaçao. Esta inflamaçao tem causas multifatoriais, entre as quais o contato das membranas dialisadoras e produtos de desinfecçao do sistema com o sangue do paciente, o stress metabólico inerente ao tratamento, o próprio trauma físico da circulaçao sanguínea com a extra corpórea, entre outras. Objetivos: Com o intuito de elaborar um perfil do estado inflamatório em nossa unidade, dentre uma vasta gama de marcadores, analisamos o comportamento da velocidade de hemossedimentaçao (VHS) e dosamos a proteína C reativa (PCR) numa amostra selecionada de pacientes hemodialisados. Métodos: Num universo de 254 pacientes, no intuito de excluir eventuais falso positivos, foram excluídos do estudo aqueles com menos de um ano de tratamento, pacientes com infecçao vigente, portadores de neoplasia, desnutridos (de acordo com a avaliaçao subjetiva global – ASG – modificada para IRC), e portadores de cateter de duplo lúmen. Obtivemos assim 148 pacientes estáveis. Resultados: A distribuiçao dos pacientes ocorreu da seguinte forma: do grupo de 148, 97 pacientes eram do sexo masculino (65,5%), com idades compreendidas entre 20 e 79 anos (média 48,6 anos) e 51 do sexo feminino (34,5%) com idades entre 15 e 79 anos (média 46,5 anos). Para uma VHS de referência de 15 mm (Westergreen) verificamos que apenas 6 pacientes (4%) apresentaram valores inferiores à mesma, 108 (72,9%) VHS entre 15 e 50 mm, e 23 (15,5%) valor superior a 50 mm; todos estes dados foram repetidos e confirmados, tendo um valor máximo de 90 mm. Para uma PCR (método de aglutinaçao em gel) igual ou superior à referência (6 mg/dl), apenas 11 pacientes (7,4%), sendo que 2 deles com VHS inferior a 15 mm. Conclusao: Pela disparidade dos resultados, somos levados a deduzir que talvez a VHS nao seja um bom parâmetro para avaliar a presença ou o grau de inflamaçao nesta populaçao. A PCR parece ser um marcador fidedigno, e apesar de nao ter sido o objetivo deste trabalho, têm sido publicados recentemente trabalhos que correlacionam fortemente a inflamaçao e o stress oxidativo, com risco de doença cardio- vascular (DCV), e ainda a PCR como sendo um preditor de risco de DCV mais fiel que o LDL-Colesterol. Outro achado ocasional deste estudo, contraria a opiniao atual de que a inflamaçao oculta, e os níveis de PCR elevados seriam fatores que se relacionam à hiporresponsividade de alguns pacientes à Eritropoetina; nao foi verificada esta relaçao no presente trabalho.


 

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INFLUENCIA DE TRES ANOS DE HEMODIALISE NAS RESERVAS PROTEICO CALORICAS

GONÇALES, J. P.; SILVA, A. C.; SOUZA, A. A.; NEVES, F. A. R.; KRONIT, H. S.; ALMEIDA, M. A.

SOCIEDADE DE CLINICA MÉDICA.

Introduçao: A intervençao nutricional nem sempre é capaz de melhorar os depósitos de gordura subcutânea e da massa muscular de pacientes com insuficiência renal crônica (IRC) em hemodiálise (HD). Objetivo: Analisar o efeito do tempo do tratamento da HD, no estado nutricional de pacientes com IRC. Método: Estudo realizado com 36 pacientes com IRC em HD, nos anos de 2001 a 2003. A avaliaçao nutricional foi realizada utilizando-se o índice de massa corporal (IMC), reserva calórica, (medida da prega cutânea triciptal – PCT), e reserva protéica, medida pela circunferência muscular do braço – CMB de acordo com a fórmula: CMB=CB- (0,314xPCT), onde CB é a circunferência do braço. Resultados: O IMC foi normal (>que 18,5 e < que 25 Kg/m2) em 61,1%, 57,1% e 55,6% durante os anos 2001, 2002 e 2003, respectivamente. Já neste mesmo período, 2,8%, 2,8% e 5,6% respectivamente estavam abaixo da normalidade (IMC < 18,5 Kg/m2) e 36,1% (2001), 40% (2002) e 38,9% (2003) encontram-se acima da normalidade (IMC> 25 Kg/m2). No que se refere a PCT, 66,7% (2001), 67,6% (2002) e 62,9% (2003), apresentavam-se abaixo de 90% de adequaçao em relaçao ao percentil 50, ou seja, durante os três anos, somente 6,9% destes pacientes melhoraram a PCT. Já o número de pacientes com o PCT normal, aumentou durante os três anos, 2001 (8,3%), 2002 (11,8%) e 2003 (28,6%). Entretanto, este aumento foi secundário a diminuiçao da PCT dos pacientes com IMC acima de 25 Kg/m2, pois o número de pacientes com o PCT elevado diminuiu de 25% em 2001 para 20,6% em 2002 e 8,6% em 2003. O número de pacientes com CMB baixo diminuiu significantemente durante o estudo, conseqüentemente o percentual de pacientes com CMB normal aumentou de 58,3% em 2001 para 61,8% em 2002 e 65,7% em 2003. Os que apresentavam excesso de reserva muscular nao sofreram alteraçao entre os anos de 2001 a 2003. Conclusao: A melhora do perfil nutricional de alguns pacientes nesse período, pode estar relacionada as freqüentes informaçoes sobre a doença (IRC) o seu tratamento e a liberdade da alimentaçao enfocando cuidados com os micronutrientes (fósforo e potássio), sal, ganho de peso interdialítico e o incentivo a ingesta calórica.


 

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INFLUENCIA DO KT/V, PET E DA CLASSIFICAÇAO DO LOCAL DE SAIDA (LS) NA INFLAMAÇAO EM PACIENTES EM DIALISE PERITONEAL

ANDREOLI, M. C. C.; NADALETTO, M. A.; SILVA, C. B.; MANFREDI, S. R.; DALBONI, M. A.; SARDENBERG, C.; ZANOCCO, J.; CUPPARI, L.; CANZIANI, M. E. F.; CENDOROGLO, M.; DRAIBE, S. A.

UNIDADE DE DIALISE DO HOSPITAL DO RIM E HIPERTENSAO – FUNDAÇAO OSWALDO RAMOS – UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO (UNIFESP), SAO PAULO, SP.

Introduçao: Trinta a 50% dos pacientes com insuficiência renal crônica terminal apresentam evidências sorológicas de inflamaçao. Dentre os marcadores inflamatórios, a proteína C reativa (PCR) é um preditor independente de sobrevida na DP. O objetivo deste estudo foi avaliar os fatores associados à elevaçao dos níveis de PCR (PCR >0,3mg/dL) em pacientes em programa crônico de DP. Métodos: Os níveis de PCR ultra-sensível (determinados por nefelometria), medidos em 74 pacientes prevalentes em DP e sem evidências de infecçao e/ou inflamaçao nos últimos 2 meses, foram correlacionados com clearance de creatinina (ClCr) e Kt/V semanais (renal, peritoneal e total), características de transporte peritoneal (avaliadas pelo teste de equilíbrio peritoneal – PET) e classificaçao do LS do catéter sugerida por Twardowski (caracterizado como: perfeito, bom, duvidoso, com infecçao aguda ou crônica).Foram utilizados os testes Qui-quadrado de Pearson, Teste Exato de Fisher, Teste t de Student, Mann-Whitney e análise multivariada. Resultados: Dos 74 pacientes estudados (idade: 52±15 anos; 54% masculino; 28% diabéticos; 31±32 meses em diálise; 42% em DP automática; 5% alto-transportadores e 8% baixo-transportadores; albumina sérica = 3,63±0,51g/dL; Kt/V total = 2,49±0,69 e ClCr total = 62,95±22,30L/semana; 25% com local de saída duvidoso ou com infecçao aguda ou crônica), 57 (77%) tinham PCR>0,3mg/dL Na análise univariada, associaram-se a PCR>0,3mg/dL: sexo feminino (OR=3,82; p=0,02), Kt/V renal (p=0,006), Kt/V total (p=0,001), ClCr renal (p=0,039) e ClCr total (p=0,035). Na multivariada, menor Kt/V total (OR 0,29; p=0,009) foi preditor independente de níveis maiores de PCR. Nao houve correlaçao entre PCR e as características do LS ou com o PET. Conclusao: Numa populaçao prevalente em DP, a presença de inflamaçao/ infecçao no LS do catéter nao parece representar estímulo para resposta inflamatória sistêmica. Entretanto, o fato de uma menor dose de diálise correlacionarse com maiores níveis de PCR corrobora a hipótese do envolvimento de menor clearance de mediadores inflamatórios na gênese da inflamaçao nesta populaçao.

 


 

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INTERVENÇAO NUTRICIONAL EM PACIENTES COM GANHO DE PESO INTERDIALITICO MAIOR OU IGUAL A 5% DO PESO SECO

CASSI, H. V.; MENDONÇA, L.; YFA, H. M.; MACIEL, M. A. M.; HALLVASS, A. C.; BUENO, J. F. L.; HOKAZONO, S. R.; CARVALHO, J. R. M. M.; MARKS, S. G.

SERVIÇO DE NEFROLOGIA DA SANTA CASA DE CURITIBA / INSTITUTO DO RIM DO PARANA.

Introduçao: O ganho de peso interdialítico (GPID) é importante fator de morbidade e mortalidade de pacientes em hemodiálise, entretanto, metas de 3-5% sao bastante difíceis de serem alcançadas. Há necessidade de intensa orientaçao quan – to a ingesta de sal e fluidos a fim de se prevenirem complicaçoes cardiovasculares em diálise. Assim sendo, objetivou-se identificar a eficácia da intervençao nutricional como fator determinante da aderência ao controle do GPID. Métodos: Utilizando delineamento transversal, foram identificados pacientes com GPID maior ou igual a 5% através de revisao dos prontuários médicos. Sequencialmente, a populaçao identificada foi submetida a realizaçao de inquérito allimentar e recordatório de 24 horas, os quais serviram de base para a re-orientaçao dietética. Após a intervençao, foi calculado o GPID destes pacientes. Resultados: O delineamento transversal identificou 31( 38,7%) pacientes em uma populaçao de 93 pacientes com GPID maior ou igual a 5%. O inquérito alimentar e recordatório de 24 horas identificaram como principais determinates de GPID excessivo: ingesta média de líquidos de 2 litros ao dia e consumo inadvertido de sal, temperos prontos, conservas, embutidos e defumados. A intervençao dietética evidenciou: manutençao de GPID maior ou igual a 5% em 16,13%, aumento do GPID em 45,16% e reduçao do GPID em 38,71% dos pacientes. Conclusao: A meta de GPID inferior a 5% é difícil de ser alcançada na populaçao em hemodiálise. Embora a intervençao dietética seja fundamental na orientaçao dos pacientes portadores de Insuficiência Renal Crônica, a aderência para controle do GPID depende possivelmente de múltiplos fatores.



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INVESTIGAÇAO DAS ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO DIANTE DO ADOECIMENTO E TRATAMENTO DE PACIENTES EM HEMODIALISE CONVENCIONAL COMPARADA A HEMODIALISE DIARIA

DUARTE, R. C.; NASCIMENTO, R. A.; CASTRO, M. C. M.

DISCIPLINA/ SERVIÇO DE NEFROLOGIA DO INSTITUTO CENTRAL DO HOSPITAL DAS CLINICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SAO PAULO.

Introduçao: O início do tratamento hemodialítico representa para muitos pacientes um momento de extrema angústia, observando mudanças significativas em sua condiçao física, social e psicológica, provocando alteraçoes no comportamento. Diante disto, o paciente terá que encontrar recursos psíquicos que proporcione criar estratégias de enfrentamento para adaptar-se as restriçoes alimentares, a nova rotina, as limitaçoes físicas e perdas pessoais. No serviço de Hemodiálise do ICHC- FMUSP encontramos duas modalidades de tratamento hemodialítico: a convencional e a diária. Objetivo: Investigar e comparar as estratégias de enfrentamento da doença e tratamento de pacientes em hemodiálise convencional e diária. Material e Método: O estudo envolveu 10 pacientes em cada modalidade de tratamento, submetidos a uma entrevista semi-dirigida realizada em duas etapas, objetivando investigar a relaçao do paciente com sua doença. Os dados foram analisados de forma quantitativa, apenas em seu aspecto descritivo, com ênfase na análise qualitativa, baseada no referencial psicanalítico. Resultado: Em 60% de ambas as amostras, os pacientes apresentaram num primeiro estágio do tratamento, sentimentos como desespero, angustia e medo da morte. Entretanto, 60% dos pacientes em HDC sentem que a qualidade de vida diminuiu significativamente, apresentando maior dificuldade em lidar com o tratamento, reponsabilizando-o pelas impossibilidades físicas, sociais e psíquicas, paralisando suas atividades. Por outro lado, 80% da amostra de pacientes em HDD referiram que a houve uma melhora na qualidade de vida após seu início, possibilitando preservar ou mesmo resgatar investimentos pessoais em diversas áreas de suas vidas como: aspecto profissional, relaçoes amorosas e sociais. Justificaram tal melhora pelo tempo dispensado em HD, o aumento do bem estar físico, e o resgate da auto-estima. Conclusao: Diante da constataçao da perda da funçao renal e da necessidade de um tratamento substitutivo que garanta sua sobrevivência, o paciente terá que dispor de um reposicionamento de seus recursos psíquicos para criar estratégias que solucionem ainda que parcialmente a angústia, a fantasia de morte, a negaçao da perda e a resistência ao tratamento. O estudo concluiu que a diferença significativa entre as duas amostras está na forma de utilizaçao de tais recursos, onde na amostra de pacientes em HDC os dados demonstraram que a maioria teve grandes dificuldades em reconstruir a vida, tornando a doença sua única possibilidade de investimento. Enquanto que os pacientes em HDD conseguiram relativizar as perdas acarretadas pela doença e encontraram meios que os permitissem viver para além desta.


 

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MANEJO DA HIPOFOSFATEMIA NA DIALISE: RELATO DE 1 CASO

RANGEL, É. B.; CARDOSO, R. M.; MATOS, A. C. C.; SARDENBERG, C.; ANDREOLI, M. C.; MOCELIN, C. O.; OLIVEIRA, M.; IIZUKA, I. J.; COSTA, M. F.; SANTOS, B. F. C.

HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN.

As recomendaçoes do NFK K/DOQI para doença óssea de baixo turnover incluem a nao utilizaçao de medicaçoes contendo alumínio, a reposiçao de vitamina D e/ou o fosfato. A hipofosfatemia se associa à disfunçao eritrocitária, à rabdomiólise, à cardiomiopatia congestiva, a arritmias cardíacas, à fraqueza muscular e à doença óssea de baixo turnover em pacientes em diálise ou pré-diálise. Relato do caso: Paciente do sexo masculino, 79 anos, em hemodiálise desde 08/2001, com etiologia da IRC de diabetes mellitus. Prescriçao atual da hemodiálise: Fluxo de sangue 350 ml/min por fístula artériovenosa, duraçao de 4 horas, fluxo do dialisato 500 ml/im com soluçao de bicarbonato e cálcio 3,5 mEq/l. Sem uso de quelantes de fósforo, mas usando carbonato de cálcio 1g 2x/dia como suplemento. Evolutivo dos exames: Primeiro ano do tratamento – valores médios do fósforo 3,57±0,72 mg/dL (2,9-4,4), cálcio iônico 1,13±0,06 mmol/L (1,01-1,23), Ca x P 32,11±6,04 mg2/dL2 (21,4-40,4), FAL 72,5±14,3 U/L e PTH 52±11,3 pg/mL; Segundo ano de tratamento: valores médios do fósforo 3,37±1,18 mg/dL (1,8-6,5), cálcio iônico 1,11±0,11 mmol/L (0,76-1,22), Ca x P 30,15±11,6 mg2/dL2 (16,8- 59,8), FAL 97±13,4 U/L e PTH 44±21,1 pg/mL, ASG (avaliaçao subjetiva global) score 6; Terceiro ano: valores médios do fósforo 3,23±0,97 mg/dL (1,9-4,1), cálcio iônico 1,1±0,07 mmol/L (0,97-1,24), Ca x P 28,7±9,4 mg2/dL2 (16,9-43,9), FAL 85,7±17,4 U/L e PTH 104,7±51,6 pg/mL, ASG score 5. Foi utilizada fórmula contendo bifosfato de sódio 0,24g/mL, fosfato de sódio 0,09 g/mL e veículo qsp 200 ml na soluçao básica do dialisato 3x/semana no período de set/03 a maio/03 (fósforo dosado no dialisato de 4,8 mg/dL). Houve um aumento no valor médio do PTH de 52 para 104 pg/dL, bem como do fósforo de 1,9-2,7 mg/dL para 4,1-5,3 mg/dL, nao ocorrendo aumento dos valores do produto de cálcio e fósforo. Concluímos que a reposiçao de fósforo no dialisato é seguro e permite atingir os valores de PTH preconizados pelo NFK K/DOQI.


 

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MARCADORES DE INFLAMAÇAO E DE OXIDAÇAO EM PACIENTES RENAIS CRONICOS SOB HEMODIALISE – EFEITO DO TIPO DE MEMBRANA E DA TÉCNICA DE REUSO

BURMEISTER, J. E.; MILTERSTEINER, D. R.; CAMPOS, B. T. M.; COSTA, M. G.

UNIDADE DE MEDICINA RENAL – CURSO DE MEDICINA, UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL – CANOAS, RS.

Introduçao: Inflamaçao e estresse oxidativo têm sido descritos entre os novos fatores de risco cardiovascular para pacientes com insuficiência renal crônica em hemodiálise, estando envolvidos no processo de aterogênese acelerada. Vários fatores influem na intensidade do estado inflamatório e oxidativo, entre eles a biocompatibilidade da membrana dialisadora. Nosso objetivo foi comparar marcadores de inflamaçao e estresse oxidativo em pacientes em hemodiálise com dialisadores com ou sem reuso e com diferentes composiçoes de membrana dialisadora. Métodos: 32 pacientes em hemodiálise foram divididos em dois grupos: I – com reuso (n=16), utilizando membrana de polisulfona; e II – sem reuso (n=16), utilizando membrana de acetato de celulose. Após um mínimo de 60 dias, em amostra de sangue pré-diálise foram medidos proteína C-reativa (PCR) – marcador inflamatório – e malondialdeído sérico (MDA-s), um indicador de peroxidaçao lipídica – marcador de estresse oxidativo. A análise estatística foi realizada pelo teste t de Student corrigido por Welch, e a correçao linear pelo coeficiente de Pearson, sendo considerado significativo p < 0,05. Resultados: Os pacientes do grupo I apresentaram níveis de PCR e MDA-s significativamente mais baixos do que os pacientes do grupo II (p = 0,0233 e 0,0201, respectivamente), havendo correçao linear entre as duas variáveis (r = 0,414 e p = 0,0038). Conclusao: Apesar dos benefícios óbvios do nao reuso de dialisadores, como a manutençao da permeabilidade, integridade estrutural e esterilidade da membrana, pacientes em hemodiálise com acetato de celulose e sem reuso do dialisador apresentaram uma tendência maior à inflamaçao e oxidaçao (caracterizada por níveis mais elevados de PCR e MDA-s, respectivamente) do que aqueles com membrana de polisulfona e com reuso do dialisador. Novos estudos, com delineamento mais adequado (polisulfona: com X sem reuso; e polisulfona: com X sem reuso), sao necessários para avaliar esses achados e definir o papel individual tanto do tipo de membrana como do reuso em relaçao à inflamaçao e oxidaçao.


 

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MEDIDA DE GORDURA CORPORAL POR BIOIMPEDANCIA EM PACIENTED EM HEMODIALISE

PINTO, L. V.; ORNELLAS, J. F. R.

HUCFF/UFRJ – CLINEF/RJ – ESC NUTRIÇAO UNIRIO.

Introduçao: O estado nutricional do paciente em renal crônico é fator de sobrevida, e a avaliaçao nutricional é um instrumento de aferiçao do estado nutricional, mas, no paciente em hemodiálise (HD) está sujeita a erros decorrentes do estado de hidrataçao. As medidas antropométricas por pregas cutâneas variam significativamente antes e após a diálise. Estudamos as variaçoes na medida da gordura corporal (vGC%) em pacientes antes e após a hemodiálise, correlacionando as diferenças com variaçao percentual de peso (vPC%), de volume extracelular (vVEC%), de volume intracelular (v%VIC), de IMC (vIMC%), e a percentagem de gordura corporal pós HD (GC%). Pacientes e Métodos: Foram estudados 50 pacientes (p) (24H, 26M) antes e após a diálise. Mediram-se o VEC, o VIC e a GC% por bioimpedância de monofreqüência (RJR Quantum Q-101), a altura e o peso pré e pós diálise. Calculou-se o IMC e definiram-se as correlaçoes entre as variaçoes % nas medidas de gordura com as outras variáveis. Resultados: As variaçoes para H, M e todo o grupo sao apresentados na tabela 1. Nao houve variaçao significativa de VIC. Houve variaçao significativa de todos os outros parâmetros (p< 0,005). Nao houve correlaçao entre a vGC e vPC% (r=-0,30; p>0,05), vVIC% (r=-0,21; N.S.), v%IMC (r= -0,06, N.S). A vGC% correlacionouse com a vVEC% (r = -0,48; p <0,0005) .), e GC% (r=-0,54; p<0,001).

Discussao e Conclusoes: A BIA mostrou-se instrumento pouco confiável na medida de GC em pacientes em HD. A variaçao da medida de GC sofre influência do estado de hidrataçao do paciente e esta influência é proporcional ao estado de hidrataçao do paciente; houve correlaçao significativa entre vGC e vVEC% e entre vGC e GC%. É possível que o edema do tecido celular subcutâneo permita passagem de corrente elétrica pelo tecido adiposo. Novos estudos sao necessários para estabelecer a causa destas alteraçoes e definir o momento ideal para medir a gordura corporal por bioimpedância.


 

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METABOLITOS DO OXIDO NITRICO NO SORO E LIQUIDO PERITONEAL EM PACIENTES EM DIALISE PERITONEAL

FIGUEIREDO, A. E. P. L.; COSTA, B. E. P.; CONTI, A.; POITEVIN, A.; D’AVILA, D. O.; ALMEIDA, P. B.; FIGUEIREDO, C. E. P.

CURSO DE POS-GRADUAÇAO EM MEDICINA E CIENCIAS DA SAUDE (NEFROLOGIA), IPB/HSL/FAMED/FAENFI DA PUCRS.

Introduçao: Pacientes em diálise peritoneal (DP) tem diferentes características de transporte peritoneal com relaçao ao transporte de solutos e ultrafiltraçao. A exposiçao da membrana peritoneal ao líquido de diálise e suas complicaçoes podem alterar as funçoes da membrana peritoneal. Oxido Nítrico (NO) é uma molécula pequena que regula a vasodilataçao sistêmica e afeta a permeabilidade vascular. Tem sido sugerido que o NO possa ser um fator crítico na vasodilataçao nas peritonites, podendo estar envolvido na regulaçao da permeabilidade peritoneal. Objetivo: A finalidade deste estudo foi de avaliar os níveis de NO intraperitoneal e sérico, através dos seus metabólitos nitritos e nitratos em pacientes em diálise peritoneal (DP). Método: Estudo transversal. Pacientes em DP e livres de peritonites por pelo menos 1 mês, sem sinais clinicos de inflamaçao ou complicaçoes infecciosas, sem usar drogas doadoras de óxido nítrico foram incluídos. PET, Kt/V e Ultrafiltraçao (UF) de 4-h foram avaliados em todos os pacientes. Metabólitos do óxido nítrico (NOx) foram medidos por quimioluminescência usando o Nitric Oxide Analyzer (280/Sievers). Os resultados sao expressos pela media (desvio padrao) e mediana. A análise estatística usou os testes de ANOVA, t de Student, Mann-Whitney e o coeficiente de correlaçao de Pearson. Resultados: A amostra consistiu de 39 pacientes, com idade média de 50+17 anos, incluindo cinco diabéticos e 22(56%) homens. A média dos NOx séricos foi de 58,4+40,73 mM (mediana 46,7), e a média dos NOx no dialisado de 24h foi de 41,0+25,6 mM (mediana 39,3). Houve forte correlaçao entre os NOx do dialisado e do soro (r=0.683, p<0.001). A razao de NOx do soro/dialisado (S/D) teve correlaçao direta com a UF (r=0.426, p=0.008), D/Do glicose (r=0.542, p<0.001) e correlaçao inversa com D/P de creatinina (r=-0.359, p=0.027). Nao houve associaçao NOx no S/D NOx com Kt/V. Conclusao: Oxido nítrico pode estar envolvido na permeabilidade peritoneal em pacientes livres de peritonite.

 


 

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MIONECROSE DIABÉTICA EM PACIENTE EM HEMODIALISE

COSTA, M. G.; CAMPOS, B. T. M.; KARNOPP, T.; BURMEISTER, J. E.

UNIDADE DE MEDICINA RENAL – CURSO DE MEDICINA – UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL – ULBRA – CANOAS – RS.

Introduçao: A mionecrose é uma complicaçao rara em diabéticos caracterizada por dor severa em uma das pernas. Nao requer tratamento além de analgesia, repouso e controle glicêmico. Tem importância pelo diagnóstico diferencial, especialmente em renais crônicos. Apresentamos um caso de mionecrose diabética em paciente em programa de hemodiálise. Métodos: Paciente L.N.M. feminina, 50 anos, obesa, com HAS e diabete mélito tipo II há 10 anos, em programa de hemodiálise há 2 meses. Uma semana antes da internaçao sentiu dor na coxa esquerda, na regiao anterior, irradiada para o quadril. A dor agravou-se, tornando-se muito intensa mesmo em repouso, pior aos movimentos, impossibilitando a marcha. A paciente negava febre no período, tendo utilizado analgésicos opióides. Ao exame, aumento de volume na face antero-medial da coxa esquerda, palpando-se uma massa elástica, dolorosa, sem mobilidade, fixa a planos profundos. Pele sem alteraçoes. Os movimentos do quadril estavam livres, havendo dor à extensao da perna, especialmente contra resistência. Leucograma sem alteraçoes; glicemia =115mg/dl. RX do quadril e fêmur esquerdo sem alteraçoes ósteo-articulares, evidenciando extensas calcificaçoes vasculares em pelve e coxa. Ecodoppler arterial mostrou importante espessamento médio-intimal e calcificaçoes arteriais em ambos os membros inferiores, sem obstruçoes significativas. A ecografia evidenciou aumento volumétrico da musculatura da face interna da coxa esquerda, principalmente do vasto medial, com reduçao difusa da ecogenicidade e indefiniçao das fibras musculares; aumento da espessura e da ecogenicidade do tecido subcutâneo adjacente; musculatura anterior e lateral da coxa preservada; sugestivo de mionecrose diabética. A RMN mostrou aumento difuso da intensidade do sinal na musculatura anterior da coxa esquerda e do tecido subcutâneo adjacente, alteraçoes consideradas inespecíficas, sugerindo processo infeccioso. Resultados: A paciente permaneceu hospitalizada por uma semana, recebendo analgésicos e anti-inflamatórios (além de sua medicaçao habitual). Teve apenas 1 episódio de febre após transfusao de hemácias durante uma sessao de diálise. Nao apresentou crepitaçao ou flogose na pele da coxa. A dor reduziu progressivamente, e a paciente teve alta deambulando. Os HGT ficaram entre 120 e 160, com um pico isolado de 300 mg/dl. O diagnóstico final foi de mionecrose diabética. Discussao: Devido à evoluçao satisfatória do caso, optou-se pela nao realizaçao de biópsia do músculo acometido. A RMN sugeriu processo infeccioso. O germe mais comum na mionecrose infecciosa é o Clostridium, que provoca infecçao supurativa, freqüentemente com gangrena gasosa. Evidentemente, nao tratou-se deste caso, como demonstraram a ausência de sinais clínicos e laboratoriais de infecçao e a evoluçao satisfatória sem antibióticos. O outro diagnóstico possível é a miopatia associada a hiperparatireoidismo. Porém, nas três últimas dosagens mensais, o cálcio ficou entre 6,8 e 7,7mg/dl , o fósforo máximo foi de 5,5 mg/dl e o maior produto CaXP foi de 37,7; o PTH (intacto) foi 54pg/ml Conclusao: O diagnóstico final foi de mionecrose diabética. A ecografia foi eficaz para o diagnóstico.



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MONITORAMENTO DE CUSTO DE MANUTENÇAO DE MAQUINAS DE HEMODIALISE (HD)

FARIA, P. G. S.; PECOITS FILHO, R.; RIELLA, M. C.

CLINICA DE DOENÇAS RENAIS – CURITIBA.

Informaçoes sobre o custo de manutençao de máquinas de HD sao inexistentes na literatura brasileira e inclusive latino-americana.O objetivo do presente estudo foi avaliar o impacto do custo de manutençao corretiva, preventiva e preditiva em máquinas de HD num centro satélite atendendo 220 pacientes.Foram avaliadas 48 máquinas de HD instaladas em diferentes períodos desde 1997 e monitoradas até Dezembro de 2003. Foram avaliados apenas os custos de materiais, nao sendo incluídos os custos de mao de obra técnica. Além dos custos de manutençao, avaliou-se a quantidade de horas de funcionamento de cada máquina e o tempo médio entre falhas (MTBF – Mean Time Between Failure). Os custos sao apresentados em dólares americanos pelo câmbio de R$ 2,89 de Dezembro de 2003. Resultados: o tempo médio de funcionamento mensal por máquina foi de 270 horas, sendo que naturalmente as máquinas instaladas há mais tempo tiveram um tempo cumulativo de funcionamento maior (21149 horas para as máquinas instaladas em 1997; 9414 horas, para as instaladas em 2000; e 5600 horas, para as instaladas em 2002). O custo mensal por máquina instalada em 1997 foi de US$ 71,91; para as instaladas em 2000 foi de US$ 44,98 e as instaladas em 2002 foi de US$ 20,02. O custo de manutençao por sessao de hemodiálise foi de US$ 1,14; US$ 0,58 e US$ 0,20 para as máquinas instaladas em 1997, 2000 e 2002, respectivamente. Da avaliaçao do MTBF obteve-se os períodos de 2,1; 2,6 e 4,0 meses entre falhas para as máquinas instaladas em 1997, 2000 e 2002, respectivamente. Conclui-se que os custos de manutençao aumentam progressivamente com o tempo de instalaçao e funcionamento das máquinas de HD e estes fatores devem ser levados em consideraçao na composiçao do custo final de uma sessao de hemodiálise.

 


 

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NEFROLOGIA INTERVENCIONISTA E IMPLANTE DE CATETER PERITONEAL:UMA NOVA PERSPECTIVA PARA O NEFROLOGISTA

VIEIRA, M. A.; VIEIRA, C.; ROST, C. A.; COSTA, T. F.; LUZ FILHO, H. A.; STAUTD, C.; DEBONI, L. M.

FUNDAÇAO PRO RIM DE SANTA CATARINA, JOINVILLE – SC.

Introduçao: Nefrologia intervencionista (NI) é uma sub-especialidade que ganha destaque cada vez maior nos Estados Unidos. No Brasil, esta sub especialidade tem sido pioneiramente introduzida na Fundaçao Pró-Rim nos últimos meses. Desejamos relatar nossa experiência no implante de cateter para diálise peritoneal (DP) por peritoneoscopia realizado no nosso serviço. Relato do Caso: EJS, 70 anos, masculino, hipertensao arterial sistêmica tratada irregularmente e história de coronariopatia. Após o diagnóstico de IRC, o paciente optou por DP. Foi programado implante de cateter para DP via peritoneoscopia. O procedimento foi orientado pelo médico Cristóvao Francisco Vieira, professor da Universidade de Miami, e membro da equipe de NI do Jackson Memorial Hospital. O paciente foi colocado em decúbito dorsal. Realizada anestesia local, 2 a 3 cm lateral e abaixo da cicatriz umbilical. Incisao cirúrgica, discecçao até a fáscia do músculo reto abdominal, passado trocater através da fáscia até a cavidade peritoneal. Introduzido o peritoneoscópio, para nos certificamos que estavamos na cavidade peritoneal. Realizado pneumoperitôneo com 700ml de ar. Introduzido o peritonioscópio, avaliando a cavidade peritoneal, observando bridas, omentum, certificando-se da posiçao para introduçao do cateter. Implantado cateter, levando “cuff” interno” até músculo reto abdominal, com o cuidado para que o “cuff” ficasse localizado na intimidade do músculo com auxilio do “implantador” de “cuff”. Feito teste da permeabilidade do cateter. O sítio de saída foi confeccionado com uma lâmina de bisturi n 11, três cm abaixo e a esquerda da ferida operatória. Um tunelizador foi utilizado para confeccionar um local de saída justo.Tecido subcutâneo e pele foram suturados. O paciente evoluiu sem complicaçoes, iniciando DP após a abertura do sistema , com “break in” de quinze dias. Conclusoes: O implante de cateter peritoneal sempre trouxe dificuldades para o nefrologista, pois necessita de sala cirúrgica e horário disponível do cirurgiao. Independência, novas perspectivas ao nefrologista e aumento do número de pacientes em diálise peritoneal sao vantagens deste método.

 


 

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NIVEL DE QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES EM PROGRAMA DE HEMODIALISE EM UMA UNIDADE DA CIDADE DE SALVADOR

DUTRA, M. M. D.; STOCK, R.; BRITO, K. Q.; LOPES, A. A.

UNIDADE DE HEMODIALISE DO HOSPITAL PORTUGUES, SALVADOR, BA – NUCLEO DE EPIDEMIOLOGIA CLINICA E MEDICINA BASEADA EM EVIDENCIAS DO HOSPITAL UNIVERSITARIO PROFESSOR EDGARD SANTOS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA.

Objetivo: Estudar uma amostra de pacientes em programa de hemodiálise para avaliar o nível de qualidade de vida (QDV) e verificar se a QDV varia de acordo com a idade, o sexo e o número de anos que o paciente encontra-se sob hemodiálise. Métodos: Foram estudados pacientes do programa de Hemodiálise do Hospital Portuguêsque assinaram o termo de consentimento informado e foram capazes de entender as questoes da versao para a língua portuguesa do Medical Outcomes Study 36-Item Short-Form Health Survey (SF-36). O SF-36 foi aplicado anonimamente aos pacientes do programa de hemodiálise pela psicóloga da Unidade. Um escore mais elevado no SF-36 significa um melhor nível de qualidade de vida. Resultados: Foram incluídos na avaliaçao 44 dos 75 pacientes em programa de hemodiálise na unidade. Entre os 44 participantes, 28 (63,6%) eram do sexo masculino; os percentuais de pacientes com <1, 1-5 e >5 anos em tratamento hemodialítico foram 27,3%, 45,5% e 27,3%, respectivamente. Pacientes das faixas etárias <40, 40-59 e >60 anos corresponderam a 25%, 47,7% e 27,3%, respectivamente. Sessenta e um por cento avaliaram sua saúde como boa, 22,7% como ruim e 2,3% como muito ruim, sendo que 38,6% consideraram similar ao ano anterior; 70% referiram limitaçoes no trabalho e atividades diárias devido à doença. As médias dos escores do Sumário do Componente Físico (Physical Component Summary ou PCS) e do Sumário do Componente Mental (Mental Component Summary ou MCS) de acordo com a idade, sexo e anos em hemodiálise sao mostradas abaixo:

Conclusao: De acordo com os dados mostrados os nossos pacientes tratados por hemodiálise crônica apresentam importante comprometimento da qualidade de vida. Embora as comparaçoes entre os grupos nao tenham alcançado significância estatística os dados chamam atençao que, similarmente ao observado em outros locais, a variaçao entre as faixas etárias é maior no MCS (menores escores nos mais velhos) do que no PCS. Os resultados também apontam para um menor nível no componente mental de qualidade de vida em pacientes com menos de 1 ano de tratamento hemodialítico.


 

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NOVA FERRAMENTA NO COMBATE A HIPERTENSAO ARTERIAL DOS PACIENTES EM HD: EDUCAÇAO DO PACIENTE COMO BASE DO TRATAMENTO

VIEIRA, M. A.; DEBONI, L. M.; ROST, C. A.; CICOGNA, P. E.; SAKAGUSHI, H.; SAMERDACK, J.; LEONHARD, A. M.; STAUTD, C.; OKUDA, M.; GUTERRES, D. B.; FILIHO, H. A. L.; VIEIRA, J. A.

FUNDAÇAO PRO RIM DE SANTA CATARINA, HOSPITAL REGIOINAL HANS DIETER SCHMITD DE JOINVILLE – SC.

Introduçao: As doenças cardiovasculares sao as causas mais freqüentes de óbito dos pacientes (ptes) em HD, sendo a HAS o seu principal fator. O controle da HAS é inadequado devido ao consumo excessivo de sal, excesso de ganho de peso interdialítico (GPID) e falta de aderência ao tratamento. Objetivo: Mostrar a experiência com uma nova ferramenta no controle da HAS dos ptes em HD, baseada na educaçao do pte, buscando maior motivaçao deste para participaçao no seu tratamento. Métodos: Em agosto de 2003, foi implantado o projeto 6 MINUTOS na Fundaçao Pró Rim, em todos os 150 ptes da unidade de Joinville. Cada sessao de HD passou a durar 4h e 6 min e no final do mês, os ptes saiam 1h mais cedo e participavam das aulas. O projeto é um programa de educaçao do pte, associado a monitorizaçao e divulgaçao da PA e GPID antes de cada sessao de HD. A educaçao do pte foi feita com aulas mensais com a equipe (médicos, enfermeiras, psicólogo, nutricionista, terapeuta ocupacional), seguindo um programa de esclarecimento sobre HAS, conseqüências, manejo nutricional, medicamentos, importância da participaçao familiar e do pte. O GPID e a PA de cada pte, sao anotados em um cartaz, exposto na sala de diálise. A anotaçao é feita em verde(normal), quando a PA pré HD<140/90mmHg e GPID < 5%, e em vermelho quando acima destes valores. Em maio de 2004, foi criada uma gincana, com dois times em cada sessao de HD, com pontos quando a PA e/ou GPID estivessem normais. As equipes com maior pontuaçao de cada turno receberam cestas básicas e brindes elaborados pela TO. Resultados: Após 10 meses do programa podemos observar uma reduçao do número de ptes hipertensos e com GPID inadequado ao longo dos meses. Em agosto de 2003 existiam x ptes com x% de PA controlada e x% GPID adequado. Em maio de 2004 observamos X% de PA controlada e X% de GPID adequado. Conclusoes: Este estudo mostra que a educaçao do pte através de equipe multidisciplinar é fundamental no controle da HAS. Através de medidas simples e criativas, que estimulam a aderência, possíveis de serem realizadas em qualquer unidade de hemodiálise, observamos uma maior motivaçao dos ptes, resultando em melhor controle da PA e menor GPID nesta populaçao.


 

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NOVA FORMULA PREDITIVA DE PESO SECO EM HEMODIALISE

PATRICIO FILHO, P. J. M.; PINTO, L. V.; CARDOSO, L. R.

CLINEF/RJ – HUCFF/UFRJ.

Introduçao: O peso seco (PS) dos pacientes (p) em hemodiálise (HD) é difícil de ser estimada com precisao, depende da experiência do médico e só pode ser confirmada após a diálise. A remoçao excessiva de líquidos pode causar caibras e hipotensao arterial; o excesso de água corporal está associado à hipertensao arterial, insuficiência cardíaca e diminuiçao de sobrevida. Propoe-se uma nova fórmula preditiva de peso seco, derivada na medida dos volumes intracelular (VIC) e extracelular (VEC) de voluntários normais, medidos por bioimpedância de monofrequência (BIA). Pacientes e Métodos: Mediram-se VIC e VEC de 60 voluntários (V) (23H, 37M) e de 54 p (HD) (27H, 27M) pré e pós-HD. O VEC e o VIC foram medidos por BIA (RJR Quantum Q-101). Definiram-se as fórmulas de previsao de VEC como funçao de VIC dos V, para cada gênero, e estas fórmulas foram usadas como preditoras do VEC ideal para os p em HD. As diferenças positivas entre o VEC ideal e o VEC medido por BIA nos p em HD foram consideradas como excesso de VEC (VEC+). Correlacionaram-se os VEC+ com as pressoes arteriais sistólicas (PAS) e diastólicas (PAD) aferidas no momento da BIA nos p em HD. Resultados: Os grupos foram comparáveis quanto à idade, peso e altura; VEC pós-HD e gordura. A hemodiálise reduziu o VEC (p<0,001) e nao alterou o VIC. O VEC ideal é previsto em H como: VEC = 0,77VIC-0,68 (r= 0,72; p<0,01) e em M por VEC = 0,49VIC+6,98 (r= 0,48; p<0,05); a análise de covariância (ANCOVA) nao mostrou diferenças estatisticamente significativas entre as fórmulas; as PAS correlacionaram-se significativamente com VEC+ (r= 0,4; p<0,0005), mas nao as PAD (r= 0,01 p=n.s.); os valores de VEC calculados nao tiveram diferenças estatisticamente significativas dos VEC medidos nos p com PAS menor ou igual a 140 mm Hg, independente da medida ter sido pré ou pós-HD. Conclusoes: A BIA mostrou-se instrumento prático e útil na avaliaçao dos volumes corporais de p em HD; a correlaçao entre VIC e VEC mostrou-se útil na previsao de PS e na estimativa do excesso de VEC dos p em HD utilizando-se a fórmula aqui proposta.


 

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O PESO CORPORAL TEM BAIXA CORRELAÇAO COM EXCESSO DE VOLUME EXTRACELULAR E COM A HIPERTENSAO ARTERIAL EM PACIENTES SOB HEMODIALISE

PATRICIO FILHO, P. J. M.; PINTO, L. V.; CARDOSO, L. R.; ORNELAS, J. F. R.

CLINEF/RJ – HUCFF/UFRJ.

Introduçao: O excesso de água corporal (EAC) no paciente em hemodiálise (HD) é a principal causa de hipertensao arterial (HA) neste grupo de pacientes, associando- se a insuficiência cardíaca e a diminuiçao de sobrevida. A estimativa do EAC no paciente em HD baseada no peso corporal (PC) depende da experiência do médico, e o grau de acerto desta estimativa só pode ser confirmado após a diálise; o erro nesta estimativa pode causar caibras e hipotensoes, mesmo em paciente edemaciados, na dependência da funçao cardíaca, perfusao periférica, tipo e duraçao da diálise. Estudou-se a correlaçao entre PC e volume extracelular (VEC) medido por bioimpedância (BIA) em voluntários sadios (V) e em pacientes em HD. Pacientes e Métodos: Mediram-se PC e VEC de 60 voluntários (V) (23H, 37M) e de 54 pacientes (HD) (27H, 27M) pré e pós a HD. O VEC e o VIC foram medidos por BIA (RJR Quantum Q-101). Definiram-se as fórmulas de previsao de VEC como funçao de PC dos V, para cada gênero, e estas fórmulas foram usadas como preditoras do VEC ideal para os pacientes HD. As diferenças positivas entre o VEC ideal e o VEC medido por BIA nos pacientes em HD foram consideradas como excesso de VEC (VEC+). Correlacionaram-se os VEC+ com as pressoes arteriais sistólicas (PAS) aferidas no momento da BIA nos pacientes em HD. Resultados: Os grupos foram comparáveis quanto à idade, peso e altura; VEC pós-HD e gordura. A hemodiálise reduziu significativamente o VEC e o PC. Houve correlaçao entre VEC e PC (r= 0,829; r2 =0,67; p<0,001) O VEC ideal é previsto em H por: VEC = 0,22PC + 0,66 (p<0,001, r=0,95) e em M por: VEC = 0,16PC + 4,52 (p<0,001 r =0,89); a análise de covariância (ANCOVA) mostrou diferenças estatisticamente significativas entre as fórmulas, mas os valores de VEC+ nao se correlacionaram com as PAS: r 2 = 0,0614; r = 0,2477; p <0,05. Conclusoes: A BIA mostrou-se instrumento prático e útil na avaliaçao dos volumes corporais de pacientes em HD; houve correlaçao significativa entre VEC e PC. Nao houve correlaçao entre VEC+ calculado pelas fórmulas e PAS. O PC nao se mostrou útil na previsao de peso seco nem na quantificaçao do excesso de VEC dos pacientes em HD.


 

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O RELACIONAMENTO DO ENFERMEIRO COM O CLIENTE PORTADOR DE INSUFICIENCIA RENAL CRONICA

LEAL, F. L. O. F.; OLIVEIRA, M. S.

GRUPO DE ASSISTENCIA MEDICA NEFROLOGICA.

Reumo; este estudo refere-se ao preparo emocional adquirido pelos enfermeiros para atuarem junto ao cliente portador de insuficiência renal cônica(irc)e teve como objetivos a descriçao das vivencias dos mesmos assistirem a essa clientela e discussao das estratégias utilizadas para prestarem assistência. trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa, na qual os dados foram analisados com base nos conceitos de pitta e viscott. em seu estudo pitta estabelese associaçoes entre as caracteristicas do processo de trabalho e sofrimento psiquico vivenciado por funcionários que trabalham em instituiçoes hospitalares. viscott trata da comprensao dos sentimentos, sua naturesa o que siguinificam, como entende-los e usá-los. os procedimentos adotados foram a entrevista semi-estruturada e a observaçao sistemática, enfocando o cotidiano dos enfermeiros e a sua reaçoes frente à assistência prestada.na análise dos depoimentos, contatei as estratégias e reaçoes do enfermeiro frente A assistência ao cliente com irc, bem como a ansiedade gerada pelo convívio com a cronicidade e morte. conclui que os sentimentos expressos demontram a importância da discussao dos temas, como compreender e lidar com os clientes e o preparo para lidar com a cronicidade.


 

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‘PACIENTE NOTA 10’ – UMA EXPERIENCIA DE TRABALHO CONJUNTO ENTRE NUTRIÇAO E PSICOLOGIA

SOUZA, J. R.; FREITAS, T. B. M.

CLINICA DE DOENÇAS RENAIS DE TAGUATINGA.

Introduçao: A baixa adesao dos pacientes em hemodiálise (HD) ao controle dietético interfere na qualidade de vida e prognóstico dos mesmos. A reeducaçao nutricional visa o aprendizado de padroes de comportamento mais apropriados facilitando a adesao ao tratamento, mas num contexto de doença crônica faz-se necessário o implemento de técnicas para aumentar da eficácia desta. Técnicas como modelaçao e reforçamento. Objetivo: Diminuir os níveis séricos de fósforo (P), potássio (K) e o ganho de peso interdialítico (PI) de pacientes em HD. Métodos: Por um período de 10 meses, 114 pacientes em HD foram acompanhados, tendo 6 meses de orientaçao nutricional em conjunto a modelaçao (apresentaçao de pacientes/modelo) e reforçamento (fornecimento de recompensa social). O paciente que é modelo mantém PI £ 2,1 kg, P sérico £ 5,5 mg/dl e K sérico £ 5,5 mg/dl), e é classificado como “Paciente Nota 10”. Dentro do período de reeducaçao foi englobado o conhecimento sobre líquidos, alimentos fontes de P e K, sua açao orgânica, fracionamento de refeiçoes, medidas caseiras, cocçao dos alimentos e reduçao de sal, entre outros. Concomitantemente foram batidas fotos de todos os pacientes, trabalhados textos motivacionais, entrevistados os pacientes modelo, colocando suas fotos em mural, expondo seus depoimentos e mensalmente colocando- os em evidência. Resultados: Observou-se que houve um aumento médio de 12% no total de pacientes/modelos (que era de 33%) com a execuçao do programa, e um reduçao em 16% com a interrupçao deste. Notou-se também que houve diminuiçao geral da média de ganho de peso de 2,23 kg até 1,96 kg. Em relaçao ao P sérico houve aumento médio de 0,50 mg/dl após o final do programa. O perfil sérico de K nao mostrou diferenças significativas. Conclusao: O consumo inadequando de líquidos e de P surte efeito a longo prazo, tornando difícil a conscietizaçao dos pacientes e facilitando a negaçao dos riscos. Faz-se necessário entao um trabalho de reeducaçao informativo, lúdico, esclarecedor, capacitador e reforçador, para manutençao da adesao ao tratamento.


 

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PACIENTES DIABÉTICOS EM TRATAMENTO DIALITICO: PARA- METROS DO CONTROLE GLICEMICO

ALMEIDA, F. A.; PAVAN, M. V.; RODRIGUES, C. I. S.; GUERRA, E. M. M.; CADAVAL, R. A. M.; D’AVILA, R.

DISCIPLINA DE NEFROLOGIA – FACULDADE DE CIENCIAS MÉDICAS DE SOROCABA – PUC/SP.

Diabetes mellitus (DM) é uma das principais causas de insuficiência renal crônica terminal (35% dos pacientes em nosso centro). Objetivo: Avaliar em pacientes com DM em hemodiálise (HD) e diálise peritoneal (CAPD) se a glicemia aleatória mensal, recomendada pela Portaria GM/MS Nº 82 de 3 de janeiro de 2000, é um bom parâmetro do controle glicêmico. Métodos: Em 14 pacientes com DM e funçao renal normal (FRN), 14 em HD e 13 em CAPD a glicemia aleatória (GA) foi comparada à média de 10 glicemias capilares (m10GC) determinadas com o glicosímetro Advantage (Roche) em 4 dias consecutivos (4 em jejum, 2 pré-prandiais e 4 pós-prandiais) e à hemoglobina glicosilada (HbA1) colhida no último dia do protocolo. Consideramos a m10GC como referência dos níveis glicêmicos. Resultados: Nos pacientes em HD e com FRN a glicemia aleatória tem baixo índice de correlaçao com a m10GC e a HbA1. Nestes, a melhor correlaçao foi encontrada entre a m10GC e HbA1, respectivamente r=0,84 e r=0,81 (p<0,001). Nos pacientes em CAPD a melhor correlaçao foi encontrada entre m10GC e GA (r=0,95; p<0,001). A regressao linear da m10GC vs HbA1 difere nos 3 grupos. Pacientes em CAPD [G=21.5(HbA1)+18,3] tiveram declividade da linha de regressao semelhante aos com FRN [G=21.2(HbA1)-15.6], mas desviada para a esquerda. Já os pacientes em HD [G=32.2(HbA1)-159] apresentaram declividade da linha de regressao mais acentuada. Em conseqüência, os valores superiores de HbA1 representam glicemias semelhantes nos 3 grupos, entretanto, a linha de corte de valores normais de HbA1 (8%) pode representar média de valores glicêmicos que variam de 100 mg/dL (HD) a 150 mg/dL (FRN) ou 190 mg/dL (CAPD). Conclusoes: A glicemia aleatória é um bom parâmetro do controle glicêmico apenas em CAPD, provavelmente pela oferta contínua de glicose no líquido de diálise. Em pacientes submetidos à HD a HbA1 tem boa correlaçao com as glicemias capilares e devem ser usadas em conjunto como parâmetros do controle glicêmico e para o ajuste das doses de insulina.


 

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PACIENTES IDOSOS EM HEMODIALISE

AZEVEDO, M; FARAGE, N; PEREIRA, H; ROCHA, A.

UNIDADE DE DIALISE – RJ).

Introduçao: A concentraçao sérica de albumina além do seu declínio estar relacionada com a idade avançada é também um marcador de taxa de sobrevivência nos pacientes com insuficiencia renal crônica. Objetivo: Este estudo piloto foi conduzido para avaliar fatores de alarme no estado nutricional de pacientes idosos submetidos a hemodiálise (HD). Métodos: Avaliamos 50 pacientes em programa regular de HD (Renalcor- RJ) .Estes pac. foram estudados de 03/ 2003 a 03/ina-pectoris instável). Entraram no estudo todos pac. com idade > a 60 anos, anemia controlada, Hto > 30 %mg/dl e Hb > a 10mg/dl e tempo em programa de hemodiálise igual ou maior que 6 meses.Estes pac. foram submetidos a Avaliaçao nutricional Subjetiva(ASG), antropometria (IMC) e laboratorial.Os pac. que tiveram perda de peso significativa (>5%peso seco em 3m)e média de albumina sérica menor que 3,4 mg/dl receberam com 2004.Foram excluídos : Pac. anemia, infecçoes ,acesso temporário( CDL e prótese de longa permanência) e portadores de comorbidades sérias( doença maligna ativa-radio e quimio,ICC grauIV, SIDA, BK, cirrose avançada, Angplemento nutricional hipercalórico , específico para IRC por via oral.Acompanhados por 12 meses,receberam 2 avaliaçoes e foram dosados: albumina trimestral; uréia pré e pós; Hb e Hto mensais. Resultados: Dos 50 pacientes, 42 (82%) completaram o estudo(GI); 52%masc. e 48% fem. 23,5%(60-65); 25,5%(66-70anos); 51%(>70 anos).Ganho de peso seco em percentual,2,3%(2-5%);e 2,3%(>7%).Perda de peso seco, 7%(2-5%);2,3%(5- 7%),e 4,7%(>7%) 81,4% nao alteraram seu peso.A média de KTV médio período de 12 meses manteve-se em 1,3 .Dos 8( 16%) óbitos GII, nao houve ganho de peso

 

 


 

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PACIENTES SUBMETIDOS A HEMODIALISE NA TERAPIA INTENSIVA: AVALIAÇAO DESCRITIVA E DO DESFECHO

CARVALHO, E. R. F.; REIS, S. M. S.; VIEIRA, L. M. S. F.; MOREIRA, R. M. P.; BARBERES, L.; GONÇALVES, L. C. A.

NEFROLOGIA.

Introduçao: A insuficiência renal é uma complicaçao freqüente em pacientes internados em UTI. A heterogeneidade das doenças de base e sua gravidade dificultam o manuseio destes pacientes. Apesar das várias modalidades de tratamento dialítico propostas, nao há relato de diminuiçao da mortalidade ou consenso sobre os fatores que interferem no prognóstico. Objetivos e Métodos: Avaliar o perfil de 69 pc internados em UTI e submetidos a HDP, no período de outubro de 2002 a abril de 2004, assim como analisar os fatores que influenciaram o desfecho (alta da nefrologia, alta para HD ambulatorial e óbito). Para isso, foram obtidos dados referentes à doença atual, doenças prévias, uréia, creatinina, potássio e bicarbonato na internaçao e antes da primeira diálise. O APACHE II foi calculado no dia da indicaçao da diálise. Os dados obtidos foram submetidos a análise descritiva e a análise multivariada. Resultados: Dos 69 pc analisados, 37 eram homens (53,6%) e 32 eram mulheres (46,4%). A média de idade foi de 72,64 ± 26,87 anos. A freqüência de IRA foi de 43,5% (30 pc) e de IRC agudizada foi de 56,5% (39 pc). A principal causa de deteriorizaçao da funçao renal foi a sepsis 53,6% (37 pc). Trinta e um pacientes (44,9%) estavam anúricos quando avaliados. 40,6% (28 pc) oligúricos e 14,5% (10 pacientes) tinham diurese normal. Estavam em uso de noradrenalina 82,6% dos pc (57). Como doença prévia, 46 pc (66,7%) tinham HAS e 26 pc (37,7%) tinham DM. Tiveram alta da nefrologia 10,1% (7 pc), outros 7 (10,1%) foram encaminhados para HD ambulatorial e 53 (78,3%) foram a óbito. Exames pré-diálise: uréia: 161,59 ± 66,98 mg/dl; creatinina: 4,2 ± 2,8 mg/dl; potássio: 5,08 ± 1,13 mEq/l e bicarbonato:16,67 ± 5,58 mEq/l. O APACHE II teve correlaçao com o óbito (0,53) que aumentou com o uso de noradrenalina e dobutamina (0,57). Conclusao: A mortalidade ainda continua elevada. A HAS foi fator de co-morbidade importante e o APACHE II, junto com o uso de duas aminas, teve relaçao com a mortalidade.


 

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PADRONIZAÇAO DE ROTINAS DE DIALISE:UM CASO DE ELABORAÇAO DE PADROES DE SERVIÇOS COM FOCO NAS NECESSIDADES DO CLIENTE-PACIENTE

DANTAS, A. X. A.; NOBREGA, K. C.; BRITO, F. I. A.; ALMEIDA, J.

NEFRON CLINICA S/A.

Nos ultimos quatro anos a Nefron Clínica vem passando por um amplo processo de melhoria da qualidade dos serviços prestados através da sistematizaçao da assistência ao paciente em programa de hemodiálise, buscando sempre a melhoria da padronizaçao existente, a reduçao dos custos e a qualificaçao do trabalho desenvolvido. Para isso foi necessária a utilizaçao de métodos específicos de gestao de serviços como: a identificaçao dos momentos da verdade, delimitaçao do ciclo de serviço, identificaçao dos atributos, desenho do diagrama dos processos do serviço e elaboraçao de fluxogramas, sendo entao treinadas todas as equipes envolvidas e monitoradas em sequida através de auditorias. A metodologia utilizada, originada da gestao de serviços, mostrou-se muito adequada para serviços de nefrologia, sobretudo pelo enfoque da padronizaçao com foco no cliente. Notamos que neste último processo que envolve a rotina do paciente em programa de hemodiálise podemos através métodos dos utilizados, ter um resultado em termos de quantificaçao de material economizado, reduçao do tempo gasto nos procedimentos realizados pela enfermagem, aumento da satisfaçao do cliente, reduçao de horas extras pagas pela clínica e consequentemente a qualificaçao da assistência prestada. Com isso concluímos que o ciclo de serviço é um método eficaz para se incluir qualidade e padronizaçao em um centro de diálise, porém requer tempo, perseverança e comprometimento de toda a equipe.


 

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PAPEL DA ALANINA AMINOTRANSFERASE NA INFECÇAO PELO VIRUS DA HEPATITE C EM PACIENTES EM HEMODIALISE CRONICA

SLOBODA, S. S.; CARDOSO, F. L.; PINTO, S. M. M.; SLOBODA, A. F. G.; MONTEIRO, C. C. G.

RENALDUC.

Introduçao: A infecçao pelo vírus da Hepatite C (HCV) permanece um desafio em unidades de diálise. Treinamento do profissional de saúde, normas de biossegurança e vigilância constante da Comissao de Controle de Infecçao Hospitalar (CCIH) reduziram em muito a incidência do HCV. O diagnóstico é particularmente difícil nos pacientes submetidos a hemodiálise crônica (HDC). A elevaçao dos níveis séricos de Alanina Aminotransferase (ALT) é considerado um marcador da infecçao. O objetivo deste trabalho é analisar os níveis da ALT em pacientes anti-HCV positivo e negativo, em HDC. Métodos: Estudamos 151 pacientes em programa de hemodiálise, 91 do sexo masculino (60,3%) e 60 feminino (39,7%). Vinte e seis (17,2%) eram anti-HCV positivo e 125 (82,8%) anti-HCV negativo e todos eram HBsAg negativos. O período de estudo variou de 12 a 58 meses no grupo anti-HCV positivo, e 12 a 59 meses no grupo anti-HCV negativo. A determinaçao mensal da ALT foi realizada pelo método U. V. cinético (normal de 3 a 50 U/l). Os resultados sao expressos em média ±SD, e analisados pelo teste t. Resultados: A distribuiçao por faixa etária (51±10 anos anti-HCV positivo e 51±15 anos anti-HCV negativo) e gênero foi similar nos dois grupos. Nos pacientes anti-HCV positivo o valor da ALT foi 31,39±6,85, superior aos encontrados nos anti-HCV negativo 19,52±5,7 (p<0,001) Conclusoes: As médias dos níveis de ALT ficaram dentro dos valores normais nos dois grupos, porém significativamente mais elevadas nos pacientes anti-HCV positivo. Assim propomos como evento sentinela para suspeita de infecçao pelo HCV, nos pacientes em HDC, a elevaçao de 100% da sua média de ALT, e nao do padrao de normalidade laboratorial. Considerando-se que nesse grupo o período de soroconversao possa ser muito superior a 6 meses, a realizaçao do RT-PCR para o HCV RNA estaria indicada.



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PERDA DE GLICOSE NO DIALISADO EFLUENTE DURANTE HEMODIALISE COM SOLUÇAO DE DIALISE COM E SEM GLICOSE EM PACIENTES RENAIS CRONICOS DIABÉTICOS E NAO-DIABÉTICOS

BURMEISTER, J. E.; SCAPINI, A.; MILTERSTEINER, D. R.; CAMPOS, B. T. M.; COSTA, M. G.

UNIDADE DE MEDICINA RENAL – CURSO DE MEDICINA, UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL – CANOAS, RS.

Introduçao: Episódios de hipoglicemia durante hemodiálise foram encontrados com maior freqüência quando se utilizou soluçao de diálise sem glicose do que com soluçao de diálise com glicose. Nosso estudo visou determinar a perda de glicose no dialisado efluente do dialisador durante hemodiálise em pacientes renais crônicos (IRC) diabéticos (DM) e nao-diabéticos (NDM) submetidos a procedimento dialítico com uso de soluçao de diálise com e sem glicose. Métodos: 21 pacientes DM e 21 NDM foram randomizados dentre todos os pacientes IRC em hemodiálise no Serviço de Nefrologia da ULBRA, Hospital Independência, Porto Alegre, para um estudo sobre hipoglicemia em hemodiálise. Em cada grupo, 4 foram escolhidos, também por randomizaçao, para medidas de perda de glicose no dialisado efluente (na saída do dialisador capilar) aos 30, 60 e 120 min de uma sessao de diálise do meio da semana utilizando-se soluçao de diálise sem glicose. Após uma semana, os mesmos pacientes repetiram o estudo, agora com dialisado contendo glicose a 90mg/dL. Resultados: Quando utilizou-se soluçao sem glicose, a perda média de glicose no dialisado efluente foi de 16,875±11,00g/hora (15,5±13,0g/hora para os NDM e 18,2±10,3g/hora para os DM). Com soluçao de diálise contendo glicose, as perdas foram de 7,124±14,30g/hora (2,22±3,77g/hora para os NDM e de 12,02±19,98g/hora para os DM) – já deduzida a eliminaçao esperada de glicose da própria soluçao (27g/hora para um fluxo de dialisado de 500mL/min), uma diferença estatisticamente significativa (P=0,0104). Conclusao: A presença de glicose a 90mg/dL na soluçao de hemodiálise proporciona perdas significativamente menores de glicose no dialisado efluente, o que pode explicar, ao menos parcialmente, a menor incidência de episódios de hipoglicemia quando se utiliza esta soluçao tanto em diabéticos como em nao-diabéticos.


 

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PERFIL CLINICO E SOCIAL EM DIALISE PERITONEAL

PRESIDIO, S. P.; PEREIRA, G. M. O.; LEMOS, M. A. R.; AZEVEDO, L. G.; BESSA, M. C.; PASCHOALIN, V. P.; MOURA JUNIOR, J. A.; PASCHOALIN, E. L.

CLINICA SENHOR DO BONFIM.

Introduçao: no Brasilapenas cerca de 10% dos pacientes em terapia renal substitutiva encontram-se em diálise peritoneal. Este trabalho objetivou avaliar o perfil clínico e social de um grupo de pacientes nesta modalidade terapêutica, em um serviço privado de diálise em Salvador-Ba. Métodos: 101 pacientes foram admitidos em programa de diálise peritoneal (DP) no período de 04-1999 a 04-2004, 64(63,36%) pacientes iniciaram o tratamento dialítico em diálise peritoneal e 37 pacientes foram transferidos da hemodiálise, na maioria das vezes por falta de acesso vascular ou por indicaçao médica. Dos 64 pacientes que iniciaram em DP, 44 (43,5%) foram tratados exclusivamente com CAPD, 32 (31,7%) somente com APD e 25 (24,8%) pacientes utilizaram ambas as modalidades. A equipe se constituía de uma enfermeira, uma técnica em enfermagem e uma médica. Os cateteres foram implantados por nefrologista através de trocater. Os pacientes compareciam mensalmente para as revisoes médicas, bem como para a realizaçao dos exames laboratriais de rotina. Os pacientes eram encaminhados dos vários centros de diálise da cidade, assim como o próprio centro de diálise e seu ambulatório. Resultados: 55,4% dos pacientes eram do sexo feminino, a média de idade foi de 56,38 ± 16,86 anos. 32,6% dos pacientes tinham como doença de base diabetes melitus, , 38,6% HAS , 22,7% GNC e 5,9% outros diagnósticos. Renda menor que um salário mínimo correspondeu a 26,6%, entre um e cinco salários 60,7%, de cinco a dez salário 8,9% e maior que dez salários 3,8% dos pacientes. Tinham moradia própria 89,9% dos pacientes, alugada 5,6% e cedida 4,5%. Residência localizada na capital 67,3%, no interior 29,7% e na zona rural 3,0%. Com relaçao aos internamentos 33,6% foram por peritonite, outras infecçoes 10%, HAS descompensada 7%, diabetes descompensado correspondeu a 2%, outras causas 20,7% e nao se internaram 26,7%. As complicaçoes inerentes à diálise peritoneal foram: peritonite com 50,5%, infecçao de túnel 1%, infecçao de orifício 15%, extrusao de cuf 1%, nao apresentaram complicaçoes 32,5% dos pacientes. As maiores causas de drop out foram o óbito com 52,3% e peritonite com 10,7% dos casos. A sobrevida média da técnica foi de 626,14 dias e a taxa de mortalidade em cinco anos foi de 48%. Conclusao: na amostra analisada encontramos um perfil de pacientes com faixa etária elevada, com uma proporçao de diabéticos também superior, em sua grande maioria com salário entre um e cinco salários mínimos e uma elevada taxa de penetraçao como primeiro tratamento dialítico. A sobrevida da técnica foi superior a média dos trabalhos publicados na literatura.


 

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PERFIL LIPIDICO DE PACIENTES COM INSUFICIENCIA RENAL CRONICA EM HEMODIALISE

BURMEISTER, J. E.; MILTERSTEINER, D. R.; CAMPOS, B. T. M.; COSTA, M. G.

UNIDADE DE MEDICINA RENAL – CURSO DE MEDICINA, UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL – CANOAS, RS.

Introduçao: Estudamos características e prevalência de alteraçoes dos lipídios plasmáticos em um grupo de pacientes com insuficiência renal crônica em hemodiálise e procuramos estabelecer a correlaçao destas alteraçoes com alguns parâmetros clínicos. Métodos: Revisamos dados de prontuário de 113 pacientes com IRC em hemodiálise entre setembro e novembro de 2002 referentes a colesterol total, HDL, LDL, e triglicerídios plasmáticos. Essas taxas foram distribuídas em faixas e em valores médios, sendo analisadas em sub-grupos: diabéticos/nao-diabéticos; tabagistas/nao-tabagistas; com/sem doença coronariana prévia (DCP) prévia; sexo; faixa etária; tempo em diálise. Resultados:: em 70 homens e 43 mulheres, encontramos (média±DP, mg/dL): colesterol (166,2±45,26); HDL (39,93±16,22); LDL (90,41±40,41); triglicerídios (176,4±123,4). 7,07% dos pacientes apresentavam colesterol > 240mg/dL e 29,20% <140mg/dL; 61,94% com HDL<40mg/dL e 24,78%>60mg/dL; 9,73% com LDL >130mg/dL, sendo 30,97%>100mg/dL; e 24,78% com triglicerídios>200mg/dL. A correlaçao com os parâmetros estudados demonstrou que: colesterol total apresentou média mais elevada (mas ainda em valores normais) em mulheres do que em homens (P<0,0001); e foram mais freqüentes em homens valores >240mg/dL (P=0,05) e <141mg/dL (P=0,0002); média do HDL mais alta em mulheres (P=0,0047), sendo mais freqüentes em homens valores <40mg/dL(P=0,0099) e em mulheres os valores >60mg/dL (P=0,0067); triglicerídios com média mais alta em mulheres (P=0,0038), estando mais freqüentemente >200mg/dL também nas mulheres (P=0,0067); pacientes >50 anos de idade com médias de HDL mais elevadas do que aqueles <50 anos (P=0,0028); HDL<40mg/dL mais frequente nos pacientes em diálise há menos de 1 ano quando comparados com aqueles em diálise entre 1 e 3 anos (P=0,0125); LDL>100mg/dL mais freqüente em diabéticos do que em nao-diabéticos (P=0,0002); LDL>100mg/dL mais freqüente em tabagistas do que em nao-tabagistas (P=0,0028); colesterol total com médias mais elevadas em pacientes com DCP x nao-DCP (P=0,05). Conclusoes: alteraçoes lipídicas de risco foram mais freqüentes em homens X mulheres, em diabéticos X nao-diabéticos, e em tabagistas X nao-tabagistas. Colesterol total <141mg/dL (indicativo de desnutriçao) foi mais freqüente em homens. HDL<40mg/dL, mais freqüente nos pacientes há menos tempo em tratamento dialítico, pode indicar uma menor sobrevida em diálise para este grupo (HDL<40mg/dL).

 


 

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PERFIL NUTRICIONAL DE PACIENTES EM HEMODIALISE CRONICA NUMA CLINICA PRIVADA DE SALVADOR – BA

SILVA, L. F.; CORDEIRO, D. M.; GENZ, A. P. G. M.; KRAYCHETE, A.; SILVA, H. F.; LOPES, A. A.

INSTITUTO DE NEFROLOGIA E DIALISE, UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA E NUCLEO DE EPIDEMIOLOGIA CLINICA DO HOSPITAL UNIVERSITARIO PROF. EDGAR SANTOS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA.

Objetivo: Avaliar o estado nutricional de pacientes em hemodiálise crônica de uma clínica privada de acordo com dados objetivos. Métodos: Foram avaliados 80 pacientes, idade ? 18 anos, com mais de 06 meses de diálise, através da Avaliaçao Objetiva Global (AOG) e medidas antropométricas (prega cutânea triciptal (PCT) e circunferência muscular do braço (CMB)). Resultados: A média de idade foi 48,8± 15,6 anos sendo 61,2% do sexo masculino. Com base na AOG, 26,3% dos pacientes tinham estado nutricional adequado e 73,8% desnutriçao leve, nao sendo observada diferenças em relaçao ao status de diabetes, sexo e idade. As médias, para homens e mulheres, das principais variáveis avaliadas na AOG foram, respectivamente: PNAn (2,12± 0,25; 2,23± 0,26 g/Kg/dia); Albumina (3,81± 0,29; 3,71± 0,27 g/dl) e o IMC (23,5± 4,3; 22± 3,5 Kg/m2). O IMC estava adequado (20 a 27 Kg/m2) para 66,3% dos pacientes; abaixo do normal para 17,5% e acima do normal para 16,25%. Observou-se a seguinte distribuiçao do estado nutricional (EN) de acordo com a CMB: 8,75% excesso de peso, 35% EN adequado; 56,3% desnutridos (38,3% – leve, 16,3% – moderada, 1,3 % – grave). Baseado na PCT, observamos a seguinte distribuiçao: 12,5% com obesidade, 2,5% excesso de peso, 16,25% com EN adequado e 68,8% com desnutriçao (6,3% leve; 13,8% moderado, 48,8% grave). Conclusao: Tomando por base a AOG, a PCT e a CMB mais da metade dos pacientes apresenta algum grau de desnutriçao. Observou-se, no entanto, variaçao nos percentuais de pacientes classificados como desnutridos e na gravidade da desnutriçao entre as diferentes medidas. Um menos percentual de pacientes foi classificado como desnutrido pelo IMC.

 


 

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PERITONITE FUNGICA – POR QUE PREVENIR?

MENESES, R. P.; SYLVESTRE, L. C.; RIBEIRO, D.; CARMES, E. R.

SERVIÇO DE NEFROLOGIA DO HOSPITAL PEQUENO PRINCIPE, CURITIBA, PARANA.

Introduçao: Em recém-natos, crianças e adolescentes com indicaçao de terapia renal substitutiva a diálise peritoneal (DP) é a modalidade de escolha e tem nas peritonites o seu “calcanhar de Aquiles”. A PF embora nao tao freqüente quanto à bacteriana está associada com elevada morbimortalidade e com perda da técnica. O objetivo deste estudo foi descrever os episódios de peritonite fúngica (PF) ocorridos em crianças em diálise peritoneal (DP) em serviço de nefrologia pediátrica, entre janeiro de 1998 e dezembro de 2003. Método: foram revisados os prontuários de todos os pacientes em DP, por mais de 30 dias, que apresentaram peritonite e selecionados todos os com PF. Analisaramse variáveis demográficas e clínicas, fatores de risco e tipo de desfecho. Resultados: 50 (62,5%) dos 80 pacientes em DP no período em estudo apresentaram pelo menos um episódio de peritonite. Oito pacientes (16%) tiveram PF, que representaram 6,2% das peritonites (128 episódios de peritonite). A idade no diagnóstico foi 11,2±5,5 (média±desvio padrao), mediana em 12,5 (min. 7 meses; máx. 18 anos), 5 do sexo masculino, tempo em diálise de 13,3±7,6 meses, mediana em 13,0 (min. 1,4; máx. 25,8),. Todos, exceto um, fizeram uso prévio de antibiótico e 6 (75%) tinham antecedentes de peritonite bacteriana. Candida foi o agente isolado em todos os episódios. Cinco pacientes (62,5%) foram tratados com fluconazol e 3 (37,5%) anfotericina B; por 19±6,9 dias, mediana em 20 (min. 8; máx. 30). O cateter foi removido e os pacientes transferidos para hemodiálise, todos, exceto um. Cinco pacientes foram transplantados, 2 continuam em hemodiálise. Houve um óbito nao relacionado à PF. Conclusao: A etiologia fúngica em 6,2% dos casos de peritonites observados no Serviço no período em estudo é comparável com os 3 a 15% relatados na literatura. Nesta série, como em muitos dos estudos publicados, as peritonites foram causadas por Candida, precedidas por outros episódios de peritonite e por uso de antibiótico e, a maioria dos pacientes foi transferida para hemodiálise. A morbidade associada à falência da membrana peritoneal, em especial a peritonite esclerosante, e mortalidade, direta e geral, fazem da prevençao um exercício diário.


 

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PERITONITE POR PENICILLIUM E ENTEROBACTER EM PACIENTE TRATADO POR DIALISE PERITONIAL

BOHLKE, M.; SOUZA, P. A.; MENEZES, A. M. D.; ROTH, J. M.; COSTA, L. R. K.

UNIVERSIDADE CATOLICA DE PELOTAS, UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS E SANTA CASA DE PELOTAS.

Introduçao: A peritonite constitui a principal complicaçao da diálise peritonial. Os fungos do gênero Penicillium estao amplamente distribuídos no meio ambiente e nao costumam causar doenças em humanos. Os raros casos descritos de infecçao invasiva por Penicillium envolvem indivíduos imunossuprimidos ou portadores de material implantado. O presente relato descreve o nono caso de peritonite por Penicillium sp. em paciente tratado por diálise peritonial, sendo o primeiro em que a peritonite é polimicrobiana. Relato do Caso: M.C.P., feminina, negra, 46 anos, renal crônica tratada por diálise peritonial. Apresentou quadro de dor abdominal, náuseas e vômitos, com 900 leucócitos/mL de dialisato, sendo admitida ao hospital. Na cultura do líquido peritoneal cresceram várias colônias de uma hifa septada e de Enterobacter aerogenes. O exame micológico direto do líquido peritonial confirmou a presença de hifas e a cultura para fungos revelou numerosas colônias de Penicillium sp. A paciente foi tratada com imipenem e fluconazol. Houve melhora do quadro, porém com recaída 72 horas após a alta hospitalar. A paciente foi entao tratada com anfotericina e imipenem, além da remoçao do cateter peritoneal. Desenvolveu-se quadro de sepse com desfecho fatal. Discussao: Embora incomum, o Penicillium poderá ser considerado um patógeno na peritonite do CAPD. O diagnóstico e a precoce remoçao do cateter peritoneal, associados ao tratamento antifúngico, sao fundamentais no manejo efetivo desta infecçao rara e potencialmente fatal.



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PERITONITE RECIDIVANTE POR CORYNEBACTERIUM SP EM PACIENTE EM DIALISE PERITONEAL AUTOMATICA (DPA): RELATO DE CASO

ANDREOLI, M. C. C.; SARDENBERG, C.; MATOS, A. C. C.; RANGEL, E. B.; OLIVEIRA, M.; IIZUKA, I. J.; COSTA, M. F.; MARTINO, M. D. V.; CARDOSO, R. M.; KARAM, C. H.; KNOBEL, E.; CENDOROGLO, M.; SANTOS, B. C.

CENTRO DE DIALISE EINSTEIN – HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN, SAO PAULO, SP.

Peritonites em diálise peritoneal podem recidivar em 10 a 20% dos casos. Paciente 50 anos, masculino, portador de nefropatia diabética em programa de DPA há 6 meses, apresentou peritonite, sendo instituída terapêutica empírica inicial com Cefalotina (CFL) 1g e Ceftazidima (CTZ) 1g intraperitoneal (IP), na permanência longa do dia, conforme orientaçao da International Society for Peritoneal Dialysis, com melhora em 48 horas. A cultura do efluente evidenciou Corynebacterium sp, sendo suspenso CTZ e mantido CFL por 14 dias(d). Após 15d da suspensao do antibiótico, houve novo turvamento do líquido, com introduçao de CFL e CTZ nas doses acima descritas, com rápido clareamento do mesmo. A cultura do efluente evidenciou Corynebacterium sp. Mantido CFL por 14d mas, 3d após o término do tratamento, houve novo turvamento do banho (cultura: Corynebacterium sp). Reintroduzido CFL, com melhora clínica em 24 horas. Após 1 semana de tratamento, realizada troca do catéter de Tenckhoff, com re-implante simultâneo de outro catéter (cultura da ponta do catéter negativa) e manutençao da antibioticoterapia por 21d. Cultura pós-tratamento negativa. Entretanto, após 30d, frente a novo episódio de peritonite, optou-se pela retirada do catéter e trasferência para hemodiálise. Sao raros os relatos de peritonite por Corynebacterium na literatura, em geral descritos como refratários ao tratamento com antibioticoterapia IP, com recidivas freqüentes, ou ainda com evoluçao para óbito. Desta forma, frente a peritonites por este agente, sugerimos considerar a mudança de modalidade como opçao terapêutica. Como sua identificaçao pelos exames de cultura nem sempre é fácil, é possível que ele seja responsável por algumas das peritonites com culturas negativas e desfechos desfavoráveis observadas na prática clínica.


 

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PERITONITE TUBERCULOSA EM DIALISE PERITONEAL AMBULATORIAL CONTINUA (DPAC): PAPEL DA LAPAROSCOPIA

GUEIROS, A. P. S.; MENDONÇA, A. S.; FREITAS, F. M. V.; SOUZA, I. L. M.; GUEIROS, J. E. B.; LOPES, L. M. V.; COELHO, S. T. S. N.

SERVIÇO DE NEFROLOGIA DO HOSPITAL DAS CLINICAS DA UFPE.

A peritonite tuberculosa é uma complicaçao rara da diálise peritoneal. Este trabalho descreve o caso de um paciente de 51 anos, renal crônico devido à doença renal policística do adulto, em programa de DPAC há 10 meses. Paciente apresentou episódio de peritonite em janeiro/04 (8 meses de DPAC), com cultura de líquido peritoneal negativa, mas com resposta ao uso de cefalotina e gentamicina. Após um mês do fim do tratamento, paciente retorna ao serviço apresentando novamente dor abdominal e líquido turvo, sendo reiniciado o esquema inicial. Visto que o paciente nao apresentava melhora, foi trocada cefalotina por vancomicina, porém nao se obteve sucesso e as culturas do dialisato persistiam negativas. Optou-se entao por tratamento empírico com anfotericina. Após 4 dias de anti-fúngico, sem resposta clínica, foi retirado cateter de tenckhoff e transferido paciente para hemodiálise. Cerca de dez dias após a alta, paciente retorna ao serviço com quadro de distensao e dor abdominal difusa, diminuiçao na eliminaçao de gases e fezes, ascite, febre persistente, além de emagrecimento e desnutriçao. O estudo do líquido ascítico revelou um exsudato, cuja celularidade aumentada foi às custas de linfócitos. Os resultados das culturas para piogênicos, fungos e micobactérias foram negativas. A ultrassonografia mostrou múltiplos cistos hepáticos, ascite septada, status pós-nefrectomia bilateral e esplenectomia. Diante do quadro foi realizada laparoscopia com biópsia do peritôneo. A macroscopia foram observados os seguintes achados: peritonite capsulada com bloqueio inter-alças, que se encontravam cobertas por fibrina; ascite multi-septada; peritônio parietal espessado coberto por fibrina e micronodulaçoes. O exame histopatológico revelou peritonite crônica granulomatosa tuberculóide, com focos de necrose caseosa. A coloraçao com Ziell- Nielsen foi negativa. Paciente iniciou tratamento com esquema RIP encontrando-se afebril e em recuperaçao nutricional. Concluímos que a suspeita diagnóstica de peritonite tuberculosa deve sempre ser considerada, mormente quando culturas para piogênicos sao negativas, e a confirmaçao feita por laparoscopia com biópsia do peritôneo.


 

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PERITONITES EM PACIENTES EM DIALISE PERITONEAL INTERMITENTE EM ENFERMARIA DE PEDIATRIA

CILLO, A. C. P.; SANTOS, C. C.; RIZZO, D.; GOTUZZO, L. V.; PELLICIONE, D. A.

PUC-CAMPINAS.

Introduçao: Para avaliarmos a viabilidade técnica e operacional da diálise peritoneal intermitente (DPI) em enfermaria geral, é necessário a determinaçao do índice e do perfil infectológico como complicaçao deste procedimento. Objetivo: Avaliar o índice infectológico e perfil dos agentes infecciosos para determinar a viabilidade da manutençao de DPI em enfermaria geral de pediatria. Método: Foram avaliadas retrospectivamente todas as crianças (n=8) submetidas a DPI em enfermaria geral de pediatria, no período de Maio de 2001 a Maio de 2004, (36 meses) determinado o índice de Peritonites/ Pacientes.Ano, assim como o perfil dos agentes infecciosos e sua resistência antibiótica. Resultados: Foram estudados 8 pacientes, 4 masculinos (50%) e 4 femininos (50%), com idade média de 4 anos e 11 meses (3 meses – 13 anos e 7 meses), tendo sido submetidos a diálise peritoneal intermitente , todos com esquema de trata – mento de 20 a 25 banhos por sessao em média, 2 vezes por semana, continuamente. Observou-se no total 19 peritonites, dando um índice de 0,29 Peritonites/Pacientes. Ano. Em relaçao aos agentes infecciosos, (21%) E.epidermidis multisenssível, que foram encontrados em sua maioria, o resto sendo distribuído por diversas outras bactérias. Em relaçao a resistência antibiótica, apenas (10,5%) foram encontrados como S. epidermidis oxacilino-resistente, nao sendo observado nenhum outro germe com espectro resistente. Conclusao: Pudemos concluir que há um baixo índice de infecçao para este procedimento técnico em nossa enfermaria geral de pediatria. Nao se observou, em sua maioria, qualquer discrepância em relaçao ao espectro de resistência dos germes encontrados, mostrando-se como um método dialítico seguro.


 

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PREFERENCIAS ALIMENTARES DE PACIENTES EM HEMODIALISE DE MANUTENÇAO: ANTES E APOS O INICIO DA INSUFICIENCIA RENAL CRONICA

FERRAZ, L. M. ;RODRIGUES, E. C.; FARAGE, N.; CARVALHOSA, F.; COELHO, S.; ALVES, R. L.

CIN; CLINEF; RENALCOR; RENALVIDA; GAMEN.

Introduçao: Alguns estudos realizados com pacientes em hemodiálise de manutençao (HDM) indicam uma reduçao da sensibilidade gustativa, o que poderia contribuir para a inapetência, e, conseqüentemente, para o comprometimento do estado nutricional. Objetivo: Investigar as preferências alimentares dos pacientes renais crônicos em HDM, bem como comparar tais preferências antes e após o início da insuficiência renal crônica (IRC). Pacientes e Métodos: Aplicaçao de questionário em 125 pacientes, em HDM por mais de 6 meses, com idade entre 18 e 60 anos, de ambos os sexos, em 5 Centros de Diálise do Rio de Janeiro. O questionário contemplou 13 tipos de alimentos, os quais foram classificados pelos pacientes como ruim, regular, bom e muito bom, antes e após a instalaçao da IRC. As preferências foram analisadas criando-se apenas dois grupos (ruim e regular; bom e muito bom), para melhor visualizaçao dos resultados. Resultados: Os dados sugerem uma importante reduçao do consumo de alimentos protéicos, principalmente das carnes, após o início da IRC. Já o consumo de alimentos fontes de carboidratos, assim como o de frutas e hortaliças, mostrou-se similar nos dois momentos de observaçao. Conclusao: Os resultados desta populaçao de renais crônicos em HDM sugerem a ocorrência de alteraçao no paladar, principalmente em relaçao aos alimentos fontes de proteínas. Entretanto, a orientaçao dietoterápica da fase pré-diálise poderia influenciar esta reduçao no consumo protéico, que permaneceria baixa mesmo após o início da terapia renal substitutiva.

 


 

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PREVALENCIA DE DISLIPIDEMIA EM PACIENTES RENAIS CRONICOS SUBMETIDOS A DIALISE PERITONEAL

VANNUCCHI, M. T. I.; GELEILETE, T. J. M.; NAKAGAWA, B.; RAMOS, C. F. C.

SERVIÇO DE NEFROLOGIA DE RIBEIRAO PRETO.

Introduçao: A enfermidade cardiovascular é a causa mais comum de óbito na IRC. Estudos comprovam que a freqüência de dislipidemia é mais alta que na populaçao geral e varia com o estado nutricional. Neste trabalho objetivamos definir o perfil lipídico de pacientes em diálise peritoneal (PD). Métodos: Analisou-se os níveis de colesterol total (CT) e fraçoes e triglicérides (TG), no 4º. trim de 2003 de 49 pacientes em PD (71,42% em CAPD E 28,57% em APD),com tempo em diálise de 1 a 83 meses, (31,9± 21,8 me), sendo 21(42,8%) do sexo feminino e 28(57,1%) masculino, com idade de 20 a 89 anos, mediana 65a (P25:50-P75:74). As doenças de base mais freqüentes foram: desconhecida (34,7%), DM (32,6%), HAS (22,4%) e outras agrupadas em 10,2%.Os valores foram comparados a creatinina, albumina, Ca x PO4 e PTH. Foram analisados tabagismo, etilismo, HAS, e correlaçoes do perfil lipídico entre DM e nao-DM. Resultados: Constatou-se 42 (85,7%) pacientes dislipidêmicos. A distribuiçao está expressa na tabela:

Entre os dislipidêmicos, 5 pacientes estavam em tratamento medicamentoso, todos faziam CAPD, apresentavam A.F. de DM, HA, AVC, ou IAM.

No grupo normolipidêmico nenhum estava em tratamento, nao apresentavam A.F. e todos apresentavam hipoalbuminemia. Conclusoes: Verificou-se distribuiçao da dislipidemia em PD similar a dados de literatura. Confirmam-se as correlaçoes diretas do estado nutricional com a lipidemia, o que sugere a possibilidade de existir epidemiologia reversa, sendo a normolipemia um fator de mau prognóstico na IRC por estar associada à desnutriçao.


 

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PREVALENCIA DE DISLIPIDEMIA EM PACIENTES RENAIS CRONICOS SUBMETIDOS A HEMODIALISE

VANNUCCHI, M. T. I.; NAKAO, R.; VITORINO, L.; GOMES, L.; GATTO, G.; LOUZADA, R. A.

SERVIÇO DE NEFROLOGIA DE RIBEIRAO PRETO – SP.

Introduçao: A enfermidade cardiovascular é a causa mais comum de óbito na IRC, ocasionando expressivo número de hospitalizaçoes. O risco é maior se houver dislipidemia. Segundo dados de literatura a dislipidemia está presente em 90% dos pacientes em hemodiálise(HD). Neste trabalho objetivamos definir o perfil lipídico de pacientes em HD. Métodos: Analisou-se os níveis de colesterol total (CT) e fraçoes e triglicérides (TG), no 4º. trimestre de 2003 de 149 pacientes em HD ,com tempo em diálise de 2 a 180 meses, (41,3± 39,9 me), sendo 36,9% do sexo feminino e 63,1% masculino, com idade de 18 a 81 anos, mediana 49a (P25:38; P75:63). A distribuiçao das doenças de base foi: 40,3% desconhecida, 23,5% HAS, 10,7% DM, 16,8% glomerulopatias e 8,7% de outras. Os valores foram comparados a Kt/V, albumina, Ca x PO4 e PTH. Foram analisados tabagismo, etilismo, HAS e outros eventos cardiocirculatórios. Resultados: Constatou-se 77,2% de pacientes dislipidêmicos. A tabela abaixo expressao número de pacientes com alteraçoes do perfil por fraçao:

Estao expressos abaixo a comparaçao dos valores de Kt/V nos dois grupos:

No grupo normolipidêmico 3 (8,8%) estavam em tratamento e nos dislipidêmicos 17 (14,8%). Conclusoes: Verificou-se distribuiçao da dislipidemia em HD similar a dados de literatura. Nao se confirma a correlaçao direta do estado nutricional com a lipidemia, porém a associaçao direta com o Kt/V pode indicar que o paciente bem dialisado apresenta maior ingesta, nao necessariamente adequada às suas necessidades metabólicas.


 

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PREVALENCIA E DISTRIBUIÇAO GENOTIPICA DO VIRUS DA HEPATITE C EM UMA UNIDADE DE DIALISE DE RECIFE/PE

ALBUQUERQUE, A. C. C.; LOPES, E. P. A.; SETTE, L. H. B. C.; MELLO, L. A.; GOUVEIA, E. C.; MOREIRA, R. C.; COELHO, M. R. C. D.

SETOR DE VIROLOGIA DO LABORATORIO DE IMUNOPATOLOGIA KEIZO ASAMI(LIKA), DEPARTAMENTO DE MEDICINA CLINICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO(UFPE), DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA E FARMACOLOGIA/UFPE, NEFROCLINICA/RECIFE-PE, INSTITUTO ADOLFO LUTZ-SAO PAULO.

Introduçao: a doença hepática pelo vírus da hepatite C (HCV) constitui importante fator de morbi/mortalidade nos pacientes com insuficiência renal crônica (IRC) em hemodiálise (HD). O objetivo deste estudo foi estabelecer a prevalência e a distribuiçao dos genótipos do HCV nestes pacientes, em nosso meio. Pacientes e Método: entre mar/02 e jun/02, foram avaliados o sexo, a idade, o tempo de HD e o número de transfusoes, e coletados 5 mL de sangue para pesquisa dos marcadores do HCV em 250 pacientes com IRC sob HD. O anti-HCV foi pesquisado por EIE-3 e o HCV-RNA por nested-PCR. Nos casos com RNA positivo, foi pesquisado o genótipo por seqüenciamento da regiao 5’NCR. Resultados: a idade média dos 250 pacientes foi 51,2 anos (17 a 92 anos), sendo 147 (59%) do sexo masculino. Cerca de 63% (157 pacientes) faziam HD há menos de 5 anos e 65% (161 pacientes) já haviam recebido transfusao de sangue.O resultado do anti-HCV foi positivo em 21 pacientes (8,4%) e em 19 destes o HCV-RNA (7,6%) também foi positivo. Em 2 pacientes o anti-HCV foi positivo e o HCVRNA negativo; nestes 2 casos foi feita a pesquisa do anticorpo por immuno-blot que também resultou positiva. Em 1 paciente o anti-HCV foi considerado “indeterminado” pelo EIE-3, o immuno-blot também foi “indeterminado” e o HCVRNA resultou negativo. Três dos 21 pacientes com o anti-HCV positivo faziam HD na sala amarela (HBsAg positivo). A distribuiçao dos genótipos dos 19 casos foi: 1a = 8 casos (42%); 1b = 4 casos (21%) e 3a = 7 casos (37%). Nao se encontrou diferença significativa em relaçao ao sexo, à idade e ao antecedente de transfusao entre os casos positivos e negativos. A ocorrência de casos com anti-HCV positivo foi menor no grupo (8 casos) com menos de 5 anos de HD em relaçao ao grupo (13 casos) com maior tempo (p = 0,03). Conclusao: a prevalência do HCV nesta unidade foi de 8,4% para o anti-HCV e de 7,6% para o HCV-RNA, observando-se predominância dos genótipos do tipo 1 (63%), seguidos pelo tipo 3 (37%). A ocorrência de pacientes infectados pelo HCV foi maior no grupo com mais de 5 anos de HD.


 

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PREVALENCIA E GENOTIPAGEM DO VIRUS C DA HEPATITE EM PACIENTES HEMODIALISADOS E SEUS CONJUGES

BESSA, M. C.; MOURA JUNIOR, J. A.; AZEVEDO, T. M.; RODART, I.; MOURA JUNIOR, J. A.; SOUZA, C. M.; REIS, M. G.

INSTITUIÇAO: FUNDAÇAO OSVALDO CRUZ.

Introduçao: A prevalência de hepatite C entre pacientes hemodialisados varia de país para país e de um centro de hemodiálise para outro, de menos de 1% a mais de 50%. A relevância da infecçao pelo vírus C em renais crônicos está relacionada ao desenvolvimento de hepatopatia crônica avançada particularmente após transpalante renal. Baseado na seqüência do genoma viral foram observados 6 genotipos de variada distribuiçao geográfica e com virulência e resposta ao tratamento antiviral diferentes. A influência da transmissao sexual na epidemiologia da hepatite C permanece controversa. Nosso objetivo foi traçar o perfil epidemiológico do vírus C em nosso serviço de diálise e avaliar a prevalência da infecçao nos cônjuges dos pacientes portadores do vírus. Métodos: Dentre os 355 pacientes em hemodiálise em nosso serviço os 54 (15,21%) anti-VHC positivos em junho de 2003, foram submetidos a coleta de sangue para determinaçao do RNA viral pela Reaçao em Cadeia Polimerase (RTPCR). As amostras positivas foram genotipadas por RFLP (Restriction Fragment Lenght Polimorfism). Dos 32 pacientes casados 26 trouxeram seus cônjuges para a coleta de sangue e detecçao do RNA viral. Resultados: Nossa amostra foi constituída por 27 pacientes do sexo masculino e 27 do sexo feminino, com idade média de 43,82+12,44 anos, tempo médio em diálise de 104,2+43,23 meses, mediana da renda familiar de R$437,00 [(344,00- 545,00) IC 95%]. Quarenta e nove (90,74%) haviam recebido sangue ou derivados e destes 15 (30,61%) foram transfundidos antes de 1993 quando foi regulamentada a triagem sorológica obrigatória dos doadores para hepatite C. Viremia foi detectada em 42(77,78%) pacientes e a genotipagem foi possível em 40 destes. O genótipo 1 foi o mais freqüente sendo 22 do subtipo 1a, 10 do subtipo 1b e dois 1 a/b. O genotipo 3 foi detectado em 6 pacientes. Nenhum dos cônjuges exibiu viremia positiva exceto o casal em que ambos sao hemodialisados. Conclusao: A prevalência de hepatite C nos centros de diálise vem diminuindo. O genotipo mais freqüente foi o 1, da mesma forma que em outras regioes do país que, entretanto, apresenta menores taxas de resposta viral sustentada após tratamento. Em nossa casuística os cônjuges de pacientes portadores do VHC tem baixo risco de aquisiçao do vírus.


 

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PRIMEIRO ANO DE FUNCIONAMENTO DE UMA CLINICA DE HEMODIALISE NO INTERIOR DO PARANA: RESULTADOS CLINICOS OBTIDOS X MARCADORES CLINICOS DE QUALIDADE

FRAXINO, P. H.; FRAXINO, C. M.

CLINICA RENAL IRATY.

Introduçao: A instalaçao de um Centro de TRS é um procedimento complexo e requer obviamente, que todos as exigências da Portaria do MS e normas da VISA sejam cumpridas. Além disso, é fundamental que uma equipe seja estruturada e adequada a realidade deste tipo de serviço especializado. Frente a isto, resolvemos apresentar os dados estatísticos de nossa clínica de hemodiálise, referente aos seus primeiros 8 meses de funcionamento avaliando alguns marcadores de qualidade propostos. Objetivo: Avaliar os resultados obtidos durante o primeiro mês de funcionamento da Clínica Renal Iraty (CRI) comparados com marcadores clínicos de qualidade no últimos mês de estudo. Avaliar se Marcadores Clínicos de Qualidade podem ser melhorados com o tempo de funcionamento de uma clínica de TRS. Pacientes e Métodos: Antes mesmo do início de seu funcionamento a Clínica Renal Iraty estabeleceu um protocolo de rotinas, baseado em literatura especializada, e traçaram-se metas a serem atingidas com relaçao a resultados clínicos a que denominamos Marcadores de Qualidade, a se saber: Albumina sérica maior ou igual a 3,5g/dl, Hematócrito .> ou igual a 30%, Hemoglobina > ou igual 10g/dL, Indice percentual de hipertensos nao controlados < 30%, Taxa de Hospitalizaçao, PRU maior ou igual a 65%, Indice de mortalidade < 10% (anual) e taxa de transfusoes. Observamos tais marcadores de qualidade no mês inicial do estudo (outubro de 2003) e no mês final do estudo (maio de 2004). Tais marcadores de qualidade sao aplicados mensalmente em nossa clínica, de forma indistinta, e a todos os pacientes dialisados no período, nao considerando as patologias de origem, tempo de diálise, idade, sexo ou co-morbidades. Os resultados sao apresentados a equipe e um plano de metas é traçado na tentativa de melhorá-los Resultados: Com relaçao aos nosso Marcadores de Qualidade, em seu primeiro mês de funcionamento obtivemos os seguintes resultados: Albumina > a 3,5 g/dL = 100% dos pacientes; Hematócrito > 30% = 43.24%, Hemoglobina > 10g/dl = 40,54%, Pacientes Hipertensos nao Controlados = 67,92%, Taxa de hospitalizaçao = 7,55% PRU > 65% = 50%, e Taxa de Mortalidade = 2,50%. No último mês analisado os resultados foram os seguintes: Albumina Sérica > 100%, Hematócrito > 57,78%, Hemoglobina > 60%, Pacientes Hipertensos nao Controlados 18,87%, Taxa de Hospitalizaçao = 7,55%, PRU > 69,05% e Taxa de Mortalidade = 1,16%.

 

Conclusoes: Concluímos que o estabelecimento de metas a serem atingidas e Marcadores de Qualidade determinados antes mesmo do início do funcionamento de uma clínica de hemodiálise, é benéfico e coloca a equipe assistencial empenhada em alcança-los. Na comparaçao das médias atingidas no primeiro mês de funcionamento e no último mês analisado, todos os resultados esperados foram melhorados.

 


 

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PROJETO TRATANDO DE APRENDER’ AVALIAÇAO DOS EFEITOS DA ALFABETIZAÇAO DE PACIENTES ADULTOS DURANTE A HEMODIALISE SOBRE ASPECTOS CLINICOS E PSICOLOGICOS

SOUZA, J. R.; FREITAS, T. B. M.; MAMEDE, C. F.

CLINICA DE DOENÇAS RENAIS DE TAGUATINGA/ DF.

Introduçao: Devido a elevada taxa de pacientes do Sistema Unico de Saúde com baixa escolaridade na CDRT, e a necessidade de proporcionar alguma atividade aos pacientes durante a hemodiálise (HD), iniciou-se um trabalho entre sua equipe interdisciplinar e professores voluntários da Universidade Católica de Brasília, implantando-se um projeto de alfabetizaçao para adultos. As aulas foram ministradas em dois turnos, durante as sessoes de HD, tendo ± 2 horas de duraçao e começando 1 hora após o início dessas. Ocorrem aulas expositivas e atividades manuais, como desenho, pintura, e colagem. No decorrer das aulas foram verificadas mudanças comportamentais nos pacientes (alunos), e percebemos que além do aprendizado da leitura e da escrita, a HD vinha tornando-se menos aversiva a estes. Objetivo: Verificar se houve mudança na percepçao do paciente/aluno quanto a HD, e a influência desta nas reaçoes clínicas (RC) e psicológicas (RP) no momento do tratamento. Metodologia: Avaliaçao dos 17 alunos com coleta e tabulaçao de dados das folhas de prescriçao, referentes a hipertensao (H) e cefaléia (C), e aplicaçao de questionário semidirigido para avaliaçao de mudanças na percepçao sobre HD. O questionário foi respondido apenas por 16 alunos. Para avaliar hipertensao utilizou- se o III Consenso Brasileiro de Hipertensao Arterial de 1998. Resultados: RC: No período de aula aumentou a freqüência (freq.) de Pressao Artérial (PA) normal em 13% no período trans HD e 17% no Pós HD; diminuiu a freq. de H leve em 5% trans HD e 7% pós; diminuiu a freq. de H moderada em 5% trans HD e 3% pós; diminuiu a freq. H grave em 4% trans HD e 7% pós HD. Quanto à cefaléia nao houve alteraçao na freq. RP: Reduçao em 75% da aversao à HD, em 87% da ansiedade para sair da HD, em 72% da sensaçao de mal-estar durante HD e em 100% da irritaçao neste período. Ainda relataram maior aproximaçao dos colegas, esquecimento de problemas e aumento da auto-estima. Conclusao: Com as aulas o tratamento ficou menos aversivo, havendo uma reduçao na PA, e nas reaçoes emocionais negativas dos pacientes.

 


 

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PROTEINA C-REATIVA(PCR) COMO PREDITOR DE MORBIDADE E MORTALIDADE DE PACIENTES RENAIS EM HEMODIALISE

LEMOS, V. M.; VIAL, A. S.; LEMOS, H. M.; MANTOVANELLI, H.; PINTO, T. M.

FACULDADE DE MEDICINA DE CAMPOS; PRO-RIM CLINICA DE DOENÇAS RENAIS.

Introduçao: A elevaçao dos níveis de PCR tem sido associada ao aumento da morbidade e mortalidade de pacientes portadores de Insuficiência Renal Crônica (IRC) em programa de hemodiálise. Além de marcador de inflamaçao e desnutriçao, a PCR é preditora de doenças cardiovasculares. Objetivo: Avaliar o nível sérico de PCR em hemodialisados e sua possível correlaçao com futuras complicaçoes e óbitos. Pacientes e Método: Foram coletadas amostras de sangue de 88 pacientes que se encontravam em hemodiálise regular há pelo menos 3 meses, sendo 43 do sexo masculino e 45 do sexo feminino com idade entre 26 e 86 anos, média de 50,89 +/- 13,7, cujas doenças básicas mais freqüentes foram diabetes mellitus e hipertensao arterial sistêmica. As dosagens de PCR foram feitas pelo método de quimioluminescência utilizando o Immulite (DPC Med Lab). Resultados: Do total de pacientes avaliados 28 (31,8%) apresentaram PCR maior que 1,1mg/Dl. Desses, 6 (21,4%) foram a óbito, tendo como causas: Desnutriçao e doença cardíaca isquêmica; neoplasia ginecológica; desnutriçao e AVE isquêmico; sepse; desnutriçao isolada; morte súbita. Além destes, 8 pacientes (28,6%) apresentaram complicaçoes nao-fatais, sendo observado: Angina de peito (02); AVE isquêmico (01); infecçao urinária e pneumopatia (01); Fibrilaçao atrial (01); Tuberculose pulmonar (01); Edema pulmonar agudo (01); eritema nodoso sem etiologia esclarecida (01). Conclusoes: A elevaçao de PCR foi preditor de complicaçoes e eventos fatais na metade da populaçao estudada, sendo este achado significativo (p<0,05). Além dos eventos cardiovasculares, desnutriçao e infecçao também estiveram associadas ao aumento dos níveis séricos de PCR. O número de óbitos, embora considerável, nao foi significativo estatisticamente (p>0,05), podendo dever-se ao período relativamente curto (18 meses) de seguimento.


 

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PROTEINA-C REATIVA E ADEQUAÇAO EM DIALISE

DELGADO, A. G.; RODRIGUES, A. G. S.; BARREIRA, R. C. L.; RIBAMAR, E. F.; SANTO, M. X. E.; SOUZA, H. H. B.; CRUZ, D. O. A.; SILVA, A. M. D.; ELIAS, P. R.; BRAULIO, V. B.; ORNELLAS, J. F. R.

SERVIÇO DE NEFROLOGIA E SERVIÇO DE NUTROLOGIA, HOSPITAL UNIVERSITARIO CLEMENTINO FRAGA FILHO, FACULDADE DE MEDICINA, UFRJ.

Introduçao. Desnutriçao, doença cardiovascular (DCV) e inflamaçao crônica sao muito prevalentes em pacientes em diálise. Além disso, tem sido demonstrado que a homocisteina (Homocys) está elevada em pacientes em diálise crônica e isso parece ser um marcador de risco para doença aterosclerótica. A exata associaçao entre esses fatores nao tem sido esclarecida. O objetivo desse estudo foi o de verificar a inter-relaçao dessas variáveis com a de adequaçao dialítica em pacientes em hemodiálise (HD) e em diálise peritoneal ambulatorial crônica (CAPD). Métodos: Foram estudados 39 pacientes, 20 em HD e 19 pacientes em CAPD. Pacientes com índice de Kt/V superior a 1,2 em HD e a 2,0 em CAPD foram considerados como adequados (Grupo 1, N=28), enquanto valores inferiores indicaram inadequaçao (Grupo 2, N=11). O estado nutricional foi obtido através de medidas antropométricas (percentual de adequaçao da circunferência muscular do braço (CMB) e da prega cutânea tricipital (PCT) e bioquímicas. A presença de DCV foi estabelecida através da história de evento cardiovascular isquêmico anterior ou presente. Doença inflamatória crônica foi estimada pela concentraçao de PCR. Níveis séricos de Homocys foram determinados por HPLC. Resultados: A tabela abaixo sumariza os principais resultados (* P<0,05):

Conclusao: Pacientes em HD ou CAPD apresentam sinais de importante estado inflamatório crônico, muito mais pronunciado naqueles com menor índice de ade – quaçao dialítica, sugerindo que maior dose de diálise pode reduzir os riscos de morbidade e mortalidade associados com esse fator.


 

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QUALIDADE NA VIDA DO PACIENTE EM DIALISE CRONICA

PINTO, L. V.; MARQUES, R.; COSTA, R.; PATRICIO, P.; MACIEL, S. R.

CLINEF/RJ.

A percepçao do estado de saúde e da qualidade de vida dos pacientes, bem como o impacto da doença no tratamento, sao reconhecidos desde muito tempo. Nosso interesse direcionou-se ao cohecimento das limitaçoes do paciente em hemodiálise( HD), na sua vida diária, compromissados com um tratamento de qualidade, objetivando sua cidadania. SF36 (Medical Outcomes Study 36), questionário com 36 itens e 8 domínios, em que utilizamos 3 (dor, estado geral de saúde e aspecto emocional) foram administrados a 247 pacientes em HD, com 3 sessoes semanais. Receberam o teste para responder em ambiente familiar, a fim de evitar influência do local de tratamento. Foram avaliados os considerados aptos independente do tempo de tratamento. Houve retorno de 162 questionários – 83 homens(H) e 79 mulheres(M). Por comprometimento emocional 50% H e 70%M diminuiram a intensidade e o tempo de suas tarefas; 30%M e 10%H consideraram na atualidade melhora do estado físico em relaçao há 1 ano. 85% H informam dor ausente ou moderada porém em 25% deles é causa de limitaçao nas tarefas. 78%M referen dor ausente ou moderada e em 16% é fator de comprometimento do cotidiano. Foi positivo o retorno de 66% dos questionários levando-se em consideraçao o perfil de nossa populaçao que em sua maior parte tem o primeiro grau incompleto. Acreditavamos que o homem por perder seu papel de chefe da familia teria o aspecto emocional mais abalado porém, as respostas mostram a mulher mais deprimida. Percebe-se que a paciente mulher tem menos apoio do companheiro e perde sua auto-estima com as mudanças do seu corpo. Outro fator interessante é a nao interferencia da dor na vida diária da mulher o que nao ocorre com o homem que por contar com o apoio maior da companheira se fragiliza mais ao sentimento da dor. Os dados mostram que além da qualidade do tratameto médico há necessidade de se investir no individuo que é o renal crôncio em diálise como parte de um programa pleno de reabilitaçao do indivíduo


 

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QUIESCENCIA DO LUPUS ERITEMATOSO SISTEMICO (LES) EM PACIENTES DIALISADOS: MITO OU REALIDADE?

LUGON, J. R.; RIBEIRO, F. M.; SANTOS, R. C.; FABRIS, C. L.; LEITE, M. A. P.

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE / UFF.

Introduçao. Atividade lúpica tem sido demonstrada em dialisados. Estudamos a prevalência de LES como causa de insuficiência renal crônica terminal (IRCt) no Grande Rio identificando doença ativa. Métodos: Entre 3535 pacientes em 20 centros, 63 tinham nefrite lúpica (prevalência de 1,8%). Após exclusoes, 57 entraram no estudo (54F:3M, 38±10 anos), um em CAPD. O programa de HD consistia de três sessoes semanais de 3,5-4,5 h de duraçao com dialisadores de acetato de celulose e polissulfona. Pontuaçao positiva no SLEDAI nao renal (SLEDAInr) e/ou uso de de prednisona (>20mg/d) e/ou qualquer dose de imunomoduladores (IM) indicava, inicialmente, atividade. Como controles, 57 pacientes sem LES, diabetes, infecçao por HIV ou outra doença autoimune foram pareados por gênero, idade, raça, tempo de diálise e prevalência de infecçao por HCV (54F:3M, 39±10 anos). Resultados:

Os 37% positivos nos controles tornaram-se 4% quando escore >4 foi usado como critério de atividade. Adicionando os 7 casos com SLEDAInr <4 sob IM, chegouse a 28 pacientes (49%) em atividade. Eles eram mais jovens (35±9 vs. 41±10 a, p=0.013) e tinham menor tempo em diálise (40±39 vs. 68±55 m, p=0.032). A prevalência de atividade permaneceu relativamente alta entre os pacientes com mais de cinco anos em diálise (7/18, 39%). A taxa de reduçao de uréia dos ativos (74±10) e quiescentes (76±7) era similar (P=0.98). A infecçao pelo HCV nao influenciou a pontuaçao do SLEDAInr. Conclusao: Quase metade dos pacientes com LES encontrava-se ativa. Idade e tempo de diálise foram importantes determinantes de atividade que, entretanto, ainda estava presente nos pacientes com mais de 5 anos em diálise.


 

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RECOMENDAÇOES DA SOCIEDADE INTERNACIONAL DE DIALISE PERITONEAL PARA O TRATAMENTO DA PERITONITE: UMA COMPARAÇAO HISTORICA DE UM UNICO CENTRO

SILVA, M. M.; NASCIMENTO, M. M.; PACHALY, M. A.; PECOITS FILHO, R.; CAMPOS, R. P.; ROCHA, C.; SAUTHIER, S.; FUERBRINGER, R.; RIELLA, M. C.

HOSPITAL UNIVERSITARIO EVANGÉLICO DE CURITIBA; CENTRO DE PESQUISA RENAL EM HIPERTENSAO E DIABETE DA FUNDAÇAO PRO-RENAL DE CURITIBA.

O atual tratamento antibiótico recomendado pela Sociedade Internacional de Diálise Peritoneal (SIDP) para peritonite consiste da combinaçao de uma cefalosporina de 1a e de 3a geraçao. O esquema anteriormente recomendado foi a combinaçao de uma cefalosporina de 1a geraçao e um aminoglicosídeo .Nenhum estudo comparativo entre os dois esquemas de tratamento para a peritonite foi realizado até o presente momento. Objetivo: Comparar a efetividade desses dois esquemas de tratamento para a peritonite em diálise peritoneal (DP). Métodos: De Janeiro de 1999 à Maio 2000, 107 pacientes (Grupo1) foram acompanhados em nossa clínica de DP (47% masculinos, 52±13 anos de idade, 32% diabéticos). Um número semelhante de pacientes (Grupo 2) (54% masculinos, 56±18 anos de idade,51% diabéticos) foram acompanhados de Janeiro de 2002 à Julho de 2003. O diagnóstico e tratamento de peritonite foram baseados nas recomendaçoes da SIDP para cada período como descrito acima. Resultados: As taxas de culturas negativas foram similares entre os Grupos 1 (32%) e 2 (30%). A bactéria mais freqüente causadora de peritonite foi o Staphylococcus epidermidis (41% no Grupo 1 e 39% no Grupo 2) e Staphylococcus aureus (27% no Grupo 1 e 18% noGrupo 2). Infecçoes por microorganismos Gram (+) ocorreram em 59% vs 57% e por microorganismos Gram (-) em 16% vs 18% nos Grupos 1 e 2 , respectivamente. Nao houve diferença significativa na taxa de cura entre os Grupos 1 (78%) e o Grupo 2 (83%) (qui-quadrado=0.98, p=0.3). Mudanças no esquema inicial de tratamento foram necessários em 4 pacientes do Grupo 1 e em 1 paciente do Grupo 2. A remoçao do catéter nao foi significativamente diferente entre os Grupos 1 (14%) e 2 (5%) (qui-quadrado = 2.5, p=0.11). Finalmente, a mortalidade também nao foi significativamente diferente entre os Grupos 1 (7%) e Grupo 2 (5%) durante o tratamento (qui-quadrado= 0.23, p=0.62). Conclusoes: Ambos os esquemas antibióticos foram igualmente efetivos para o tratamento da peritonite. O custo-efetividade, impacto da funçao renal residual e potencial desenvolvimento de resistência bacteriana devem ser considerados quando da seleçao da escolha antibiótica para o tratamento da peritonite relacionada á DP.


 

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REDUÇAO DA INCIDENCIA DE PERITONITES EM PACIENTES EM CAPD COM O USO DO SISTEMA ANDY. DISC: ESTUDO MULTICENTRICO

ALVES, F.R.; MEDEIROS M.F.C.; CANHADA, S.J.G.; TIBURCIO, J.; SILVA,D.M.B.; FROTA, M.S.; SOUZA, L.C.M.; MIGUEL, J.B.; MIGUEL, C.M.; FERNANDES, M.E.; BRITO, Z.M.; CAVALCANTI, M.A.G.; SILVA, J.O.; GRANJEIRO,F.S.; ROCHA, C.M.S.; COSTA, M.A.F.; KIUCHI, F.E.; CORDEIRO, P.; FONSECA, L.H.E.; FILHO, I.M.; FURTADO, A.M.; SOUZA, C.A.; TEIXEIRA, A.P.S.F.; MORAES, C.B.; GUSMAO,C.; MAIA, A.V.; MENESES, J.A.V.; MANAGET, C.S.; ALLAO, R.L.E.; SANTOS, S.R.; LEITE, M.A.P.; GRIBLER, E.G.; CAVALCANTI, V.A.; FRANCO, M.G.

CLINICA DE DOENÇAS RENAIS, RJ. UNIDADES: BOTAFOGO, SAO LOURENÇO, RIO BONITO, MACAÉ, PADUA, TRES RIOS, BARRA DO PIRAI, NOVA IGUAÇU E JACAREPAGUA. CETENE – SP, NEFROCLINICA – PE, CLINICA DO RIM – PE, PRONEFRON – CE, PRONTORIM – CE, CLINEFRO – PI.

Minimizar o risco de contaminaçao da cavidade peritoneal é fundamental para o tratamento por longo prazo de pacientes (Pac) em CAPD. Os autores avaliam em estudo multicêntrico e prospectivo, o impacto do uso do sistema de CAPD andy.disc (Fresenius Medical Care) sobre a incidência (incid) de Perit, em 163 Pac incidentes( Masc/68 e Fem/95) com idade média de 58,4+19 anos e tratados durante o período de Fev/2003 a Abr/2004, em 15 Unidades de DP (1128 Pac/mês) por um tempo mínimo 30 dias. O tempo médio de seguimento foi de 207±107 dias e as causas de IRCT foram: Nefroesclerose 36,8%, N. diabética 33,1%, GNC 13,5%, Urop. Obstrutiva 5,5%, Nao determinada 6,1% e outros 4,8%. Ocorreram 36 episódios (Epis) de Perit em 33 Pac (1 Epis/ 31,3 Pac/mês). Foram isolados germes Gram Pos em 56% (Staph coag neg 35%), Gram Neg 32% e fungos em 12%, nas culturas positivas. As causas prováveis de Perit foram associadas à: 1- Falha na execuçao da técnica, 52% 2- Origem intestinal, 19% 3- Infecçoes em outros órgaos, 16% 4- Infecçao /cateter, 6% e 5- Nao identificadas ,13%. “Drop out” por Perit: 10 Pac (6,1%) foram transferidos para HD e 01 paciente (0,61%) evoluiu para óbito. Os Pac diabéticos desenvolveram 09 Epis de Perit (1Epi / 53,3 Pac mês) e os nao diabéticos 27 Epis (1 Epis / 25,0 Pac /mês). Pac idosos (>65 anos) e < 65 anos apresentaram incid de Perit equivalentes, 1 epis /31,1 Pac mês e 1 Epis/ 31,6 Pac mês, respectivamente. Conclusao: 1-O andy.disc reduziu significantemente a incid geral de Perit em Pac em CAPD (65% menor que a média histórica de 1Epis/18,9 Pac.mês, com o uso do sistema Andy Plus nas mesmas Unidades) 2- Neste estudo, os Pac diabéticos apresentaram menor incid de Perit em relaçao aos nao diabéticos e os Pac idosos nao tiveram maior risco de Perit que o grupo <65 anos de idade. 3 – A simplicidade de manuseio do sistema, o reduzido número de etapas durante a troca das bolsas e a tecnologia empregada (PIN Technology-FMC), provavelmente estao associadas aos resultados positivos obtidos.


 

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RELAÇAO DO LOCAL DE IMPLANTE E CAUSAS DE RETIRADA DE 1464 CATETERES DE DUPLO LUMEM PARA HEMODIALISE

DEBONI, L. M.; MOSNA, M.; MACIEL, R. F.; GUTERRES, J. C.; SAMERDACK, J.; LEONHARD, A. M.; STAUTD, C.; ROST, C. A.; CICOGNA, P. E.; LUZ FILHO, H. A.; VIEIRA, M. A.; VIEIRA, J. A.

FUNDAÇAO PRO RIM DE SANTA CATARINA E HOSPITAL REGIONAL HANS DIETER SCHMITD, JOINVILLE – SC.

Introduçao: O cateter de duplo lúmem é amplamente utilizado como uma opçao de acesso para os pacientes com IRC, sem FAV. Objetivo: Relatar a experiência de 14 anos da Fundaçao Pró Rim no uso deste tipo de acesso para hemodiálise, analisando as causas de retirada dos cateteres nos diferentes locais de implante. Métodos: Foram analisados todos os cateteres implantados no período de fevereiro de 1991 a junho de 2004, no nosso serviço. Os dados foram coletados a partir de um livro de registro, onde todos os cateteres implantados no serviço sao anotados desde 1991. Foram estudadas as causas de retirada dos cateteres, conforme o local de implante. Resultados: Neste período, foram implantados 1446 cateteres simples em 726 pacientes (51% sexo masculino) com média de 2,09 cateter/paciente e 3 casos (0,002%) foram excluídos por perda do seguimento ou falta de informaçoes. Nos 1464 cateteres estudados, 696 (48%) foram implantados em veia jugular (SC), 608 (41%) em subclávia e 160 (11%) em femural (F). O tempo médio de permanência foi 33.9 (±44), variando entre 1 e 747 dias. As causas de retirada foram: eletiva (FAV funcionante/tx/CAPD) em 390 casos (26%), infecçao em 316(21%), obstruçao em 212 (14,6%), sangramento e mal posicionamento em 55(19%), óbito em 208(14%), acidental em 76(5,2%), recuperaçao da funçao renal em 79 (5%), 50 (4%) foram transferidos, 27 (1.5%) trocaram de local de punçao e 17 trocaram cateter simples por permanente. A principal causa de retirada foi eletiva, e do total de cateteres retirados por complicaçao, a infecçao foi a causa mais comum. Os cateteres implantados em SC e JI foram retirados mais freqüentemente por infecçao do que aqueles em F (p<0,05). Nao houve diferença entre os locais de punçao em relaçao a retirada por obstruçao. Conclusao: A infecçao nao foi a principal causa de retirada, havendo diferenças entre os locais de implante, sendo a punçao em SC e JI apresentaram maior incidência de infecçao do que em F, nao havendo diferença em relaçao a obstruçao.


 

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REPERCUSSAO DE UMA SESSAO DE HEMODIALISE NO ESTRESSE OXIDATIVO DE DOENTES RENAIS CRONICOS

THOMÉ, F. S.; BIANCHI, P.; KLEIN, A. B.; BARRETO, S. M.; THOMÉ, F. S.

SERVIÇOS DE NEFROLOGIA E PNEUMOLOGIA DO HOSPITAL DE CLINICAS DE PORTO ALEGRE E DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA/ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL.

Introduçao: Pacientes urêmicos em hemodiálise (HD) apresentam risco cardiovascular elevado em parte talvez porque estao expostos a estresse oxidativo. Nosso objetivo foi avaliar a repercussao da HD em antioxidantes enzimáticos e nao enzimáticos de doentes renais crônicos. Métodos: Foram avaliados pacientes em HD (n=17; 39,9 ± 13,5 anos) e controles saud·veis (n=18; 34,8 ± 10,1 anos). Nos doentes, o sangue foi coletado antes e após sessao de HD. As médias foram analisadas pelo teste t de Student (p<0,05). Nos eritrócitos, avaliou-se a atividade das enzimas antioxidantes superóxido dismutase (SOD) e catalase (CAT), e no plasma, o sistema antioxidante nao enzimático pela medida da capacidade antioxidante total (TRAP). O dano oxidativo a lipídios foi avaliado nos eritrócitos por quimiluminescência (QL). No plasma, avaliou-se o dano às proteínas através da medida das carbonilas. Resultados: N”o houve diferenAa significativa entre os valores de SOD prE HD e pUs HD (0,266 ± 0,01 X 0,267 ± 0,01 U/mg proteIna), que foram menores do que no grupo controle (7,17 ± 0,23). N”o houve diferenAa na atividade da CAT prE HD e pUs HD (5,07 ± 0,18 X 5,03 ± 0,13 pmoles/mg de proteIna), que foi menor do que nos controles (7,94 ± 0,26). O TRAP apresentou uma reduA”o significativa apUs sess”o de HD (1476,47 ± 119,36 X 648,47 ± 87,87 U Trolox/uL). A QL n”o variou com a HD (26777 ± 2993 X 25821 ± 3559 cps/mg de hemoglobina), mas foi maior do que no grupo controle (13140 ± 450). N”o houve diferenAa entre os nIveis de carbonilas prE e pUs HD (5,62 ± 0,46 X 5,93 ± 0,52 nmol/mg proteIna), que foram maiores do que no grupo controle (3,30 ± 0,25). Conclusoes: Há uma reduçao na atividade das enzimas antioxidantes SOD e CAT e nos antioxidantes nao enzimáticos avaliados pelo TRAP acompanhada de um aumento no dano oxidativo desses pacientes. As enzimas nao se alteram após uma única sessao de HD, mas a TRAP se reduz. Esses resultados indicam importante estresse oxidativo nestes pacientes, apontando para a possibilidade de intervençao terapêutica com antioxidantes.


 

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REPOSIÇAO E MANUTENÇAO DOS ESTOQUES FERRO EM RENAIS CRONICOS COM ANEMIA EM HEMODIALISE CRONICA

DIAS, G. N.; RODRIGUES, D. D. M.; OLIVEIRA. A. P. B.; CUSTODIO, M. R.; TEIXEIRA, H.; MICHELOTTO, J. B.; OLIVEIRA, P. C.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLANDIA.

Introduçao: A anemia na IRC pode ser causada principalmente pela produçao renal insuficiente de eritropoetina. Por outro lado, a deficiência absoluta ou funcional de ferro em pacientes em hemodiálise causada pelas perdas estimadas em 1a 4litros de sangue (0,5 a 2g de ferro) por ano, promovem a manutençao da anemia.. A reposiçao de ferro pela via oral é freqüentemente insuficiente, e portanto, a utilizaçao de ferro endovenoso em todos os pacientes possibilita o tratamento da anemia. Para tanto foi avaliado a resposta ao uso de ferro endovenoso na reposiçao e manutençao das reservas medulares de ferro otimizando o uso da EPO. Métodos: Foram avaliados 85 pacientes com IRC em hemodiálise crônica antes e após a reposiçao de ferro endovenoso, avaliados quanto à dosagem trimestral da ferritina sérica (FER) e do índice de saturaçao da transferrina (IST) para monitoramento do tratamento com Sacarato de Hidróxido de Ferro III endovenoso 1- Dose de ataque: FER<100ng/ml ou IST<20%. 1000 mg divididos em 10 sessoes de hemodiálises. 2-Manutençao: FER>100ng/mL ou IST>20% 100mg cada 15 dias ate a reposiçao dos estoques medulares de ferro. Os dados (X±DPM) e %. *p<0,05 Resultados: Conclusao: A reposiçao parenteral de ferro foi atingida demonstrada pela repleçao

dos depósitos medulares com a FER acima de 800ng/mL e a IST entre 20-50%, conseguindo atingir os níveis alvos de Hgb (11-12g/dL) e Hto (33-36%) para otimizar o efeito da EPO.

 


 

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RESPOSTA A VACINA CONTRA HEPATITE B EM PACIENTES HEMODIALISADOS: ANALISE DE POSSIVEIS FATORES DE RISCO QUE POSSAM INFLUENCIAR A SOROCONVERSAO

BESSA, M. C.; SILVA, C. V.; BESSA JUNIOR, J.; PASCHOALIN, V. P.; CABRAL, S. O.; PASCHOALIN, E. L.; MOURA JUNIOR, J. A.; OLIVEIRA, R. C. V.

CLINICA SENHOR DO BONFIM.

Introduçao: A hepatite B é um problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Pacientes submetidos a tratamento dialítico constituem um dos mais importante grupos de risco e a vacinaçao é a estratégia mais efetiva na prevençao da transmissao do HBV. No Brasil a prevalência de hepatite B nos centros de diálise é elevada e até o momento existem poucos estudos sobre a resposta à vacina contra hepatite B nesta populaçao. Nosso objetivo foi determinar a taxa de soroconversao após o esquema de vacinaçao contra hepatite B ainda utilizado em muitas unidades de diálise e avaliar possíveis fatores que influenciam na imunogenicidade da vacina nestes pacientes. Métodos: Foi realizada a análise dos prontuários e registros de vacinaçao dos pacientes admitidos para diálise na Clínica Senhor do Bonfim em Feira de Santana/ BA, de junho de 2001 à dezembro de 2003. Foram seleciondos 136 pacientes HBsAg e Anti-HBsAg negativos, que receberam 3 doses (0, 1 e 6 meses) de 40 microgramas da vacina recombinante contra hepatite B e que realizaram sorologia entre o 1º e 3º mês após a última dose. Foi utilizado o teste de Fisher na análise das variáveis categóricas e o teste t para as variáveis contínuas com nível de significância de 0,05. Resultados: A idade média dos pacientes foi de 50,63 +17,25 anos. Haviam 76 homens e 60 mulheres. A taxa global de soroconversao foi de 57,35%(78/136) e nao diferiu significativamente entre homens (40/76) e mulheres (38/60), p=0,85. O Kt/V médio e os níveis séricos de albumina foram semelhantes entre os dois grupos (1,38 +0,38 e 4,24 +0,43 nos soroconvertidos e 1,30 +0,32 e 4,21 +0,38 nos nao respondedores, p=0,12 e 0,68 respectivamente). A idade exerceu importante influência na resposta vacinal. A idade média entre os respondedores foi de 47,41+17,87 e de 54,97+15,49 entre os nao respondedores, p=0,01. Idade superior a 40 anos e diagnóstico de Diabetes Mellitus foram associados a maior probabilidade de nao resposta vacinal (OR=2,84[1,24-6,46] p=0,012 e OR=2,21[1,01-4,82] p=0,04, respectivamente). Conclusao: A proporçao de hemodialisados que soroconvertem ápós a vacinaçao contra hepatite B empregando o esquema de 3 doses foi baixa em nossa série. Outras estratégias utilizando maior número de doses e vias alternativas de administraçao necessitam ser consideradas e melhor avaliadas, especialmente nos diabéticos e pacientes com idade superior a 40 anos, subgrupos com menor responsividade à imunizaçao segundo este protocolo.

 


 

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RESPOSTA INADEQUADA DA ERITROPOIETINA INJETADA EM RENAIS CRONICOS REPLETOS DE FERRO COM MACROCITOSE

RODRIGUES, D. D. M.; CUSTODIO, M. R.; TEIXEIRA, H; OLIVEIRA, A. P. B.; MICHELOTTO, J. B.; OLIVEIRA, P. C.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLANDIA.

Introduçao: Os renais crônicos evoluem com anemia significativa que provocam um grande impacto na sua qualidade de vida, principalmente quando o hematócrito estiver inferior a 25%, necessitando de hemotransfusoes freqüentes. A reposiçao sistemática da eritropoietina recombinante humana (EPO) promovem a correçao da anemia com reduçao da hemoterapia, morbidade e mortalidade. Entretanto, uma resposta inadequada à EPO pode ser observada em pacientes com deficiência e repletos em ferro. Para tanto, foi avaliado a resposta inadequada ao tratamento com EPO em renais crônicos em hemodiálise crônica repletos de ferro. Métodos: A resposta inadequada da EPO foi avaliada através do monitoramento da funçao hematológica: 1-Manutençao das reservas de ferros dentro dos limites da normalidade, 2-Valores da Hgb~11-12g% e Hto~33-36%. Dados apresentados em média±dpm, avaliados estatisticamente pela ANOVA. Resultados:

n=Pac.; Hto=Hematócrito; Hgb=Hemoglobina; IST=Indice Saturaçao Transferrina Conclusao: A resposta inadequada da EPO pode ser devido a macrocitose observada em 40% dos renais crônicos anêmicos repletos de ferro avaliados em nosso estudo, sugerindo uma possível reduçao dos níveis dos depósitos medulares de folatos durante a hemodiálise (HD), podendo também estar associado a uma possível entrada de reticulócitos imaturos na circulaçao sangüínea, na ausência de outras alteraçoes observadas durante a HD.

 


 

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RESULTADOS CLINICOS OBTIDOS NUMA POPULAÇAO DE 37 PACIENTES QUE PASSARAM A DIALISAR EM SEU MUNICIPIO APOS INSTALAÇAO DE UM NOVO CENTRO DE HEMODIALISE – ACOMPANHAMENTO DE 6 MESES

FRAXINO, P. H.; FRAXINO, C. M.; FRANÇA, M.

CLINICA RENAL IRATY.

Introduçao: Muitos estudos demonstram atualmente que a desnutriçao energético- proteica é um dos principais problemas nutricionais associados a hemodiálise, onde as causas sao multifatoriais. A falência renal, per se, já altera o estado nutricional, isto associado ao aumento do catabolismo e balanço nitrogenado negativo podem levar o paciente a um maior comprometimento do estado geral. Objetivos: Avaliar o estado nutricional inicial de pacientes em tratamento dialítico na Clínica Renal Irati (CRI). Acompanhar durante seis meses e comparar resultados associando a mudanças no estilo de vida dos pacientes devido ao deslocamento anterior para a realizaçao de hemodiálise em outros centros. Avaliar se houveram resultados significativos na condiçao alimentar (melhora na qualidade dos alimentos ingeridos ou piora), verificando dados laboratoriais durante o período. Pacientes e Métodos: Participaram da pesquisa 37 pacientes, todos em terapia dialítica na CRI. Coletaram-se dados de admissao e ao longo desses seis meses de tratamento. Registraram-se: idade, sexo e etiologia da insuficiência renal. Como parâmetros de avaliaçao utilizou-se a ASG modificada para renal, onde os pacientes foram classificados em: estado nutricional normal, desnutrido leve a moderado e desnutrido grave. Os dados laboratoriais estudados foram: albumina, uréia pré e pós diálise, cálcio, fósforo, produto cálcio X fósforo, hemoglobina, hematócrito, URR e KT/V. Resultados: Dos 37 pacientes inicialmente avaliados, 02 foram a óbito. 72% sexo masculino e 27.02% feminino. Idade média de 47 anos (19 – 77). Causas principais da Insuficiência renal: 36.1% Glomerulonefrite Crônica, 5.5% Nefrite Túbulo Intersticial / Pielonefrite; 2.77% Vasculite / Lúpus; 19.4% Diabetes Mellitus, e 36.1% Nefroesclerose Hipertensiva. Os valores iniciais obtidos segundo a avaliaçao subjtiva global foram de 2,7% estado nutricional normal; 97,29% desnutriçao leve a moderada e nenhum desnutrido grave. Em relaçao a avaliaçao atual, obtevese 32,93% dos pacientes em estado nutricional normal; .67,56% em desnutriçao leve a moderada e nenhum em desnutriçao grave. Dados bioquímicos encontrados serao demonstrados pelas tabelas a seguir:

Conclusao: Após análise dos dados obtidos em nosso período de observaçao, concluímos que houve melhora em todos os itens analisados. Notadamente tivemos melhora nao somente no ASG modificado do grupo de pacientes mas também em todos os resultados das análises bioquímicas e de adequacidade de diálise. Em nossa opiniao tal fato se deve além do empenho dos profissionais da CRI em busca de resultados de qualidade, pela possibilidade destes paciente passarem a ser dialisados em sua cidade de origem, nao necessitando mais serem transportados a outros centros para submeterem-se a tratamento.


 

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RESULTADOS DA REVASCULARIZAÇAO MIOCARDICA EM RENAIS CRONICOS EM DIALISE NO HC DA FMB-UNESP

MARTIN, L. C.; GARCIA, P. D.; VIEIRA, P. F.; KOCHI, A. C.; BREGAGNOLO, E. A.; CARVALHO, F. C.; MARTINS, A. S.; CARAMORI, J. S. C. T.; BALBI, A. L.; BARRETTI, P.

HC – FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU – UNESP.

Introduçao: Este trabalho tem como objetivo avaliar os resultados da revascularizaçao miocárdica eletiva em renais crônicos em diálise portadores de doença arterial coronariana (DAC). Métodos: Estudaram-se, 20 pacientes em diálise com DAC. A casuística foi dividida em: G1 (revascularizados; n=17). Esse grupo foi subdividido quanto à presença de diabetes: G1d (diabéticos;n=10), G1nd (nao diabéticos;n=7). G2 (com indicaçao de cirurgia, porém nao realizada por recusa do paciente; n=3). As tábuas de sobrevida dos diferentes grupos foram comparadas entre si e cotejadas com a sobrevida histórica desse mesmo serviço. Resultados:

A sobrevida dos diabéticos e nao diabéticos sem DAC foi respectivamente 41 e 30% para 1 e 2 anos e 81; 70; 68; 62 e 62% para 1; 2; 3; 4 e 5 anos. Os grupos foram comparáveis quanto a outras características. No G2: 2 pacientes faleceram com menos de 1 ano e o terceiro se mantém vivo após 9 meses (20% de sobrevida em 1 ano). Os diabéticos submetidos a revascularizaçao miocárdica apresentaram sobrevida semelhante aos diabéticos em geral. Os nao diabéticos apresentaram sobrevida inferior aos nao diabéticos em geral, entretanto, os primeiros já estavam em diálise por mediana de 26 meses antes da intervençao, o que aproxima as curvas e permite conclusao semelhante à delineada para os diabéticos. Conclusao: A evoluçao semelhante de coronarianos em diálise submetidos a revascularizaçao e pacientes em diálise em geral corroboram a conduta das diretrizes de tratamento da DAC em diálise que preconizam as mesmas indicaçoes de tratamento intervencionista que entre a populaçao geral.


 

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SENSIBILIDADE DOS INDICADORES DE RESIDUOS DE OXIDANTES EM SISTEMAS DE HEMODIALISE – IMPLICAÇOES CLINICAS

FARACO, P. R. O.; IBRAHIM, M. Y.; CHAIN, R.; FARIA, M. V. C.

DISCIPLINA DE NEFROLOGIA – FCM – UERJ / RENALLE CONS. SERV. MED. LTDA.

Introduçao: O reuso de linhas e capilares implica na utilizaçao de agentes químicos esterelizantes altamente tóxicos, cuja remoçao imediatamente antes do início do tratamento exige rotinas técnicas que eliminem completamente o produto. Manifestaçoes clínicas de toxicidade por ácido peracético sao descritas com a utilizaçao de material reusado, cujo líquido de lavagem tenha resultado negativo para os testes de resíduos de oxidantes. O objetivo deste estudo foi verificar a sensibilidade dos testes baseados em sal de titânio e iodo. Métodos: Diluiçoes progressivas de ácido peracético foram testadas com a soluçao comercial Allper®, iodeto de potássio (IP-7%) e reagente experimental Renalle#1. As condiçoes de saturaçao da reaçao assim como o comprimento de onda de absorçao máxima de cada reagente foram determinados e as leituras realizadas em espectrofotômetro. Como referência foi utilizado um eletrodo de oxireduçao. O nível de detecçao visual da reaçao foi determinado por tres observadores independentes. Resultado: A figura mostra as curvas de cada reagente e respectivas sensibilidades

Conclusao: A soluçao de IP e o reagente Allper nao detectam menos de 2ppm de oxidante total. A insensibilidade dos dois testes justifica as reaçoes clínicas observadas com o uso de materiais reusados aceitos como livres de oxidantes.


 

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SINDROME DAS PERNAS INQUIETAS (SPI): AVALIAÇAO POR QUESTIONARIO E PELO NEFROLOGISTA EM 83 PACIENTES EM UNICO CENTRO DE HEMODIALISE

BEZERRA, R.; SOUZA, A. C. C. P.; CASTRO, M. C. M.; ABENSUR, H.; ROMAO JUNIOR, J. E.; ELIAS, R. M.

DISCIPLINA DE NEFROLOGIA DO HOSPITAL DAS CLINICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SAO PAULO – SAO PAULO.

Introduçao: A SPI é um distúrbio que se caracteriza por uma sensaçao desagradável em membros inferiores durante o repouso, um intenso prurido e uma necessidade quase irresistível de mover as pernas para interromper os sintomas. O diagnóstico da SPI é eminentemente clínico, podendo ser feito pelo nefrologista e a associaçao com movimentos periódicos de pernas (MPP) existe em 80% dos casos (vista em polissonografia). Além de ser um sintoma incômodo prejudicando o sono e a qualidade de vida dos pacientes, também foi recentemente relacionada com maior mortalidade em urêmicos. A freqüência da SPI e MPP é de 5% na populaçao geral e 20 a 57% em urêmicos. O diagnóstico diferencial é com mielopatias, neuropatias periféricas, diabetes. O uso de antidepressivos tricíclicos, anticonvulsivantes, barbitúricos e outros hipnóticos e a suspensao de benzodiazepínicos podem facilitar o aparecimento da síndrome. Métodos: Foram avaliados 83 pacientes em único centro de hemodiálise, através de questionário com 4 questoes e avaliaçao dos sintomas pelo nefrologista. 16 pacientes fazem hemodiálise curta diária – HDD (1:30 h 6 x/semana e 67 hemodiálise convencional – HDC 3x/semana). Foi considerado diagnóstico de SPI o paciente que respondeu sim nas 4 questoes e/ou na avaliaçao pelo nefrologista. Resultados: Dezesseis pacientes (19,27%) tiveram diagnóstico de SPI, sendo 12 somente pelo questionário (14,45%). Nao houve relaçao com idade, sexo, PTH, ferro, ferritina, saturaçao de transferrina, hematócrito, dose de eritropoetina e método de hemodiálise. Dos 4 pacientes com diagnóstico pelo nefrologista, 2 eram diabéticos e responderam sim em pelo menos 2 questoes, comparados com 73 pacientes nao diabéticos que nao responderam sim a estas mesmas questoes (p= 0,0132). Conclusao: A prevalência da SPI neste grupo de pacientes foi baixa em relaçao a literatura, possivelmente devido ao fato de apenas 6% dos pacientes estarem com déficit de ferro. A presença de diabetes foi o fator confundidor do diagnóstico pelo nefrologista. O questionário é válido e pode ser aplicado com segurança em pacientes nao diabéticos em hemodiálise.


 

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SONOLENCIA EXCESSIVA DIURNA ENTRE PACIENTES EM HEMODIALISE

DUTRA, F. R. D.; CASTRO, M. C. M.; ROMAO JUNIOR, J. E.; ELIAS, R. M.

SERVIÇO DE NEFROLOGIA DO HOSPITAL DAS CLINICAS DA UNIVERSIDADE DE SAO PAULO, SP

Introduçao: Os distúrbios de sono sao comuns entre os pacientes em hemodiálise. O sintoma sonolência excessiva diurna pode estar presente devido a distúrbios intrínsecos do sono como apnéia obstrutiva ou síndrome das pernas inquietas, ou pelo uso de medicaçoes sedativas. Pouco se sabe sobre a verdadeira incidência deste sintoma entre pacientes dialíticos, mas queixas como fadiga, cefaléia matinal e dificuldade de concentraçao podem ser decorrentes de um sono nao reparador e conseqüente sonolência excessiva diurna. Métodos: O questionário de Epworth, já validado e utilizado mundialmente, foi aplicado a um grupo de 68 pacientes de um único centro de hemodiálise. O questionário prediz sonolência excessiva diurna com uma pontuaçao maior ou igual a 8. Neste questionário, o paciente responde a chance que tem de cochilar em situaçoes como:sentado e descansando após o almoço, assistindo televisao, aguardando o sinal de trânsito, conversando com alguém, sentado e lendo ou em algum lugar público. As respostas sao graduadas de 0 a 3. Resultados: O questionário foi aplicado a 68 pacientes (41 homens e 27 mulheres), idade entre 13 e 83 anos (média: 36,7 anos), 10 pacientes estavam em hemodiálise curta diária (HDD)-1:30 H 6x/semana e 58 em hemodiálise convencional (HDC) 3:30 h a 4:00H 3x/semana. 31 pacientes (45,5%) apresentaram índices maiores ou iguais a 8, caracterizando sonolência excessiva diurna. Nao houve diferença quanto ao turno de diálise (17 da manha e 14 da tarde), quanto ao sexo (20 homens e 11 mulheres) e quanto ao método de diálise (5 da HDD e 26 da HDC). Conclusao: Sonolência excessiva diurna é freqüente entre pacientes em hemodiálise. O questionário de Epworth é de fácil aplicaçao e pode ser usado como medida inicial do diagnóstico de patologias do sono presentes entre pacientes em hemodiálise. Uma boa avaliaçao clínica dos pacientes com sonolência excessiva diurna se faz necessária após a aplicaçao do questionário.


 

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SUPLEMENTAÇAO ORAL DE BICARBONATO DE SODIO EM PACIENTES EM CAPD: UM MÉTODO PRATICO E ECONOMICO PARA MELHORA NUTRICIONAL

BARREIRA, R. C. L.; LEITE JUNIOR, M.; FERRAZ, L.; BARREIRA, A. L.; CARDOSO, L. R.; ORNELLAS, J. F. R.

SERVIÇO DE NEFROLOGIA, UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO E CENTRO INTEGRADO DE NEFROLOGIA, REALENGO, RJ.

Introduçao: Pacientes portadores de insuficiência renal crônica, embora em diálise, apresentam acidose metabólica que leva a um balanço nitrogenado negati – vo, catabolismo protéico, decréscimo da síntese de proteínas viscerais e aumento da resistência à insulina. Para avaliar o efeito da correçao da acidose sobre o estado nutricional, realizamos um estudo onde pacientes estáveis, em programa de CAPD com soluçao de lactato, foram submetidos a suplementaçao oral com bicarbonato de sódio (SOBS). Métodos: Dez pacientes em programa de CAPD foram avaliados por 180 dias. Os primeiros 90 dias serviram de período controle. No dia 91 iniciou-se a administraçao de SOBS na dose de 1 meq/Kg/dia, sendo reavaliados ao final dos 180 dias. As variáveis observadas nos dias 1, 90 e 180 foram: pH venoso, HCO3 sérico, anion gap (AG), pCO2, uréia, creatinina, Kt/V total da uréia, clearance de creatin – ina total (ClCr), taxa de catabolismo protéico normalizada (nPCR), albumina, transferrina, colesterol, contagem de linfócitos totais, proteína C reativa, índices antropométricos, SGA e ingestao calórico-protéica. Resultados: Amostras coletadas nos dias 1, 90 e 180 foram, respectivamente: pH sérico: 7.330.02, 7.340.03 e 7.420.03 (P<0.001); HCO3: 21.22.4, 23.73.9 e 27.31.2 (P<0.01); AG: 13.13.3, 12.83.7 e 6.75.5 (P<0.01); transferrina sérica: 172.425.7, 168.629.6 e 215.135.9 (P<0.01). Valores dos dias 1 e 90 nao mostraram diferença significante. Nao houve alteraçoes significativas nos níveis de pCO2, uréia, crea – tinina, Kt/V total da uréia, ClCr, nPCR, albumina, colesterol, linfócitos totais, proteína C reativa, índices antropométricos, SGA e ingestao calórico-protéica. Conclusao: O uso de bicarbonato oral foi efetivo para o aumento do pH, bicarbonato sérico e diminuiçao do AG. Neste período observou-se aumento da transferrina sérica, o que possívelmente reflete melhora do estado nutricional. Estes resultados sugerem que a suplementaçao com bicarbonato oral pode ser uma manobra prática e de baixo custo para melhora nutricional dos pacientes em CAPD.


 

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TERAPIA TROMBOLITICA REGIONAL EM PACIENTE COM SINDROME DA VEIA CAVA SUPERIOR EM TRATAMENTO HEMODIALITICO

LUTZKY, M.; SOUZA, G. G.; KALIL, M. B. S.; EICK, R.; SAITOVITCH, D.

CENTRO DE DIALISE DO HOSPITAL MOINHOS DE VENTO.

Paciente, masc, 60 anos, branco, com diabetes mellitus, HAS, cardiopatia isquêmica e IRC em hemodiálise há 1 ano, apresentou síndrome da veia cava superior, que evoluiu em 72 horas com edema de face, turgência jugular bilateral, circulaçao colateral em tórax, dispnéia e zumbido. Vinha em uso de cateter duplo-lumen com cuff em subclávia esquerda há 40 dias em substituiçao de cateter de duplo lúmen a direita devido trombose de fistula AV. Há 10 dias da apresentaçao da síndrome da veia cava, realizou cateterismo cardíaco com implante de ” stent” em coronária descendente anterior ficando em uso de acido acetil salicílico 200mg e clopidogrel 75 mg.Foi retirado o cateter duplo-lumen sem melhora espontânea da sintomatologia. Realizado angioressonância de tórax que excluiu massa e detectou trombose de veia cava. Método: Foi introduzido cateter na veia basílica do membro superior direito até a veia cava, realizando-se venocavografia que evidenciou oclusao total da cava superior. O cateter foi posicionado dentro do trombo e infundido soluçao trombolítica, r-TPA , 5mg em bolo e após 2mg por hora continuo, 72 horas após o início dos sintomas. Resultado: Foram realizadas venocavografias com 0 , 12 , 24 e 48 horas.Após 24 horas houve melhora clínica significativa e, em 48 horas, regressao da sintomatologia com reperfusao da cava. A terapia trombolítica foi mantida por 60 horas. Neste período foi realizado tratamento conservador para hipervolemia e hipercalemia. As complicaçoes foram sangramento no local do cateter subclávia direita e na punçao do cateter do membro superior direito bem como hematoma local,sendo todos controlados com medidas locais. Nao houve sangramento no local de punçao arterial do cateterismo. Após o tratamento o paciente foi anticoagulado a pleno.


 

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TERAPIAS DE SUBSTITUIÇAO RENAL (TSR) EM CRIANÇAS DE BAIXO PESO

ALMEIDA, M. N.; BANDEIRA, M. F.; ZAGURY, A.; GAMA, A. H.; MATULEVIC, L. C.; MARIZ, L. A. H.

CDR – CLINICA DE DOENÇAS RENAIS – SERVIÇOS HOSPITALARES.

Introduçao: As modalidades de TSR na Nefrologia Neonatal e Pediátrica em Unidades de Terapia Intensiva (UTIP/N) sao variadas e de crescente indicaçao. A Diálise Peritoneal (DP) em recém nascidos e lactentes de baixo peso é mais freqüente, se comparada aos procedimentos hemodialíticos, que sao realizados como terapias de exceçao. As causas mais comuns de indicaçao da Hemodiálise (HD) sao as cirurgias abdominais, a hipervolemia acentuada e o catabolismo de difícil manuseio mediante a Diálise Peritoneal. O trabalho apresentado tem como objetivo quantificar as modalidades de TSR (HD/DP) em crianças com peso < 10 Kg, ressaltar a possibilidade de se realizar a hemodiálise contínua (HDC) e demonstrar sua eficiência em lactentes de baixo peso, com a utilizaçao de equipamentos de HD com mistura proporcional e moduladores de sódio e bicarbonato. Métodos: Realizado levantamento num universo de 118 crianças com peso £ 10 Kg, portadoras de Insuficiência Renal Aguda (IRA), com média de idade de 101 dias e peso de 3,5 ± 2,6 Kg, atendidas em 33 Instituiçoes das redes pública e privada durante um período de 40 meses (janeiro/2001 a maio/2004). Do grupo estudado, 82 foram submetidas à DP (70%) e 36 à HD (30%), num total de 1032 sessoes de 12 horas de duraçao, conforme tabela a seguir:

Resultados: Do universo estudado, houve 90 óbitos (76 % de 118), tendo sido 30 de submetidos à HD (83% de 36) e 60 à DP (73% de 82). Das crianças que receberam alta, 06 foram submetidas à HD (17% de 36) e 22 à DP (27% de 82). Conclusao: Nao obstante a alta taxa de mortalidade em crianças, e que a principal modalidade de escolha da TSR é a DP, considerando os resultados obtidos, constatamos que a HD é uma possibilidade terapêutica bastante eficiente em crianças de baixo peso.

 


 

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TRATAMENTO DAS PERITONITES NA EVOLUÇAO DOS PACIENTES EM DIALISE PERITONEAL: CEFAZOLINA E AMINOGLICOSIDEO X CEFAZOLINA E CEFTAZIDIMA

GABRIEL, D. P.; SILVA, V. S.; BARSANTE, R. C.; MARTIM, L. C.; CARAMORI, J. T.; BALBI, A. L.; BARRETTI, P.; GONÇALVES JUNIOR, A.; ANDRADE, L. G. M.; NASCIMENTO, G. V. R.

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA – UNESP.

Introduçao: O tratamento das peritonites em diálise peritoneal (DP) é fundamental na abordagem clínica dos pacientes (P) tratados por esse método. Em 1996, a associaçao entre uma cefalosporina de 1ª geraçao e um aminoglicosídeo tornouse o esquema inicial recomendado. Em 2000, propôs a substituiçao do aminoglicosídeo pela ceftazidima, com a manutençao da cefalosporina de 1ª geraçao. Objetivo: Comparar a evoluçao dos P com peritonites em DP tratados pelo esquema inicial cefalosporina de 1 geraçaoª e aminoglicosídeo x cefalosporina de 1ª e ceftazidima, quanto à cura, perda do método, induçao de betalactamases e óbito. Metodologia: Estudo de 01/2002 a 12/2003, avaliando 33 episódios de peritonites em P em DP, divididos em grupo (G)1: tratamento inicial com cefazolina 1,5g e amicacina 2 mg/kg/dia em única dose intraperitoneal (IP) (n=19) e grupo 2: cefazolina 1,5 g e ceftazidima 1,0 g em dose única IP (n=14). Excluídos P cujo esquema de tratamento inicial nao foi um dos citados, peritonites secundárias ou polimicrobianas, e cujo agente etiológico era S aureus oxacilina resistente. P acompanhados até resoluçao do caso (cura, perda do método ou óbito). Estatística: teste t Student, Qui quadrado e Fisher. Resultados: G semelhantes quanto a idade (53,7 +-18/ 60,2 +-24 anos), sexo, doença de base predominante (DM), tempo em diálise (18,9 +- 11 / 23,4 +- 21 meses) e padrao de sensibilidade do agente etiológico ao antibiograma. Gram negativos (G-) foram os agentes etiológicos mais frequentes (73,6% no G1 e 71,5% no G2- ns). Cura em 73,6% dos episódios de peritonite no G1 (57,8% por G- e 15,9% G+) e 71,5% no G2 (57,1% G- e 14,4% G+) – ns. Obito em 5,3% no G1 e 7,1% no G2 -ns; perda do método em 15,9 % no G1 e 14,2 % no G2 – ns. Induçao de betalactamase: 10,6% no G1 e 14,2% no G2 – ns. Conclusao: P em DP com peritonites, tratados com cefalosporina de 1ª geraçao e um aminoglicosídeo apresentaram evoluçao semelhante aos P tratados inicialmente com ceftazidima, e cefalosporina de 1ª geraçao, quanto a cura, perda do método, induçao de lactamase e mortalidade.


 

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ULTRAFILTRAÇAO COMO ADJUVANTE NO TRATAMENTO DA HIPERTENSAO ARTERIAL

SOUZA, A. C. S.; RIOS, T. B.; BORGES, R. C.; CERQUEIRA, C. L. G.; ROCHA, J. R. C.

BENEFICENCIA PORTUGUESA DO RIO DE JANEIRO.

Introduçao: Estudos epidemiológicos mostram que a hipertensao arterial (HA) é a contribuinte mais potente e de maior prevalência para a morbidade cardiovascular da populaçao em geral, estando associada ao aumento do risco de hipertrofia do ventrículo esquerdo, de doença coronariana, de insuficiência cardíaca congestiva, de complicaçoes cérebro vasculares e de mortalidade.Este mesmo achado é verdadeiro para os pacientes com insuficiência renal crônica terminal ( IRCT ) principalmente devido à alta prevalência de comorbidades e de patologia vascular pré existente. Hipertensao arterial de graus variados é encontrada em torno de 50 a 60% dos pacientes em hemodiálise ( HD ) e 30% dos em diálise peritoneal nos dias atuais. A HA em HD é considerada multifatorial, mas sem dúvida um fator preponderante na sua gênese é o excesso de sal e água, acumulados devido à reduçao da capacidade de excreçao renal.O objetivo desse trabalho é demonstrar que a retirada de sal, com ultrafiltraçao com banho isolado, ajuda no tratamento da hipertensao arterial em um seleto grupo de pacientes com hipertensao refratária. Métodos: Foram feitas 19 ultrafiltraçoes com banho isolado (UFI) em 10 pacientes em hemodiálise crônica, no serviço de Nefrologia do Hospital da Beneficência Portuguesa do Rio de Janeiro, no período de Janeiro à Agosto de 2003.O estudo foi realizado com pacientes que apresentavam hipertensao arterial mesmo após ajuste do “peso seco” e utilizaçao de medicamentos antihipertensivos e naqueles que apresentavam hipertensao arterial na segunda hora de hemodiálise. A UF com banho isolado objetivou que o paciente apresentasse PA pré HD até 160/90 mmHg e que ao término do procedimento o paciente se apresentasse normotenso. Resultados: Foram realizadas dezenove sessoes de UFI em dez pacientes. Destes,7 necessitaram apenas de uma sessao, 3 de mais de 1 sessao e apenas 1 paciente exigiu mais de 2 sessoes Conclusao: A ultrafiltraçao com banho isolado se mostrou eficiente como adjuvante no controle da pressao arterial nos pacientes que já estavam no “peso seco” ou que apresentavam hipertensao na segunda hora de hemodiálise. A UFI nao substitui a hemodiálise, sendo importante que o paciente complete seu tempo de diálise, 4 ou 5 horas, sempre. A reduçao da pressao arterial parece estar associada, nesse caso, à retirada de sódio. Nenhum dos pacientes apresentou complicaçao durante o procedimento, que se mostrou assim um método seguro e que agrada à maioria dos pacientes.

 


 

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UTILIZAÇAO DA ANALISE DA SEQÜENCIA 16S DO RNA RIBOSSOMAL BACTERIANO PARA DEFINIÇAO TERAPEUTICA EM PERITONITE RECIDIVANTE: RELATO DE CASO

ANDREOLI, M. C. C.; SARDENBERG, C.; MATOS, A. C. C.; RANGEL, E. B.; CARVALHO, C. O. M.; OLIVEIRA, M.; IIZUKA, I. J.; COSTA, M. F.; MARTINO, M. D. V.; CARDOSO, R. M.; KARAM, C. H.; CENDOROGLO, M.; SANTOS, B. C.

CENTRO DE DIALISE EINSTEIN – HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN, SAO PAULO, SP.

Paciente 74 anos, masculino, portador de insuficiência renal crônica secundária a nefropatia diabética, em programa de diálise peritoneal automática há 11 meses, apresentou turvamento do líquido peritoneal e dor abdominal, sendo instituída terapêutica empírica inicial com Cefalotina (CFL) 1g e Ceftazidima (CTZ) 1g intraperitoneal (IP), na permanência longa do dia, conforme orientaçao da International Society for Peritoneal Dialysis. Após 48 horas, o líquido de diálise estava claro. O resultado da cultura do efluente identificou Pseudomonas aeruginosa, sendo suspenso Cefalotina, mantido Ceftazidima por 21 dias e asociado Ciprofloxacin 500mg VO de 12/12 horas por igual período. Após 20 dias do final do tratamento, paciente apresentou novo quadro de turvaçao do líquido. Foi reintroduzido Cefalotina e Ceftazidima IP, com melhora clínica em 48 horas. A cultura do efluente desta vez isolou Pseudomonas mendocina, o que gerou dúvidas quanto tratar-se ou nao do mesmo agente etiológico. Foi entao realizada a análise da seqüência 16S do RNA ribossomal, através da reaçao em cadeia da polimerase (PCR) de ambas bactérias, concluindo tratar-se de espécies diferentes (re-infecçao). Este método de diferenciaçao, suplementar à clássica identificaçao fenotípica, possibilitou a manutençao do catéter de diálise, já que a troca do mesmo era a estratégia terapêtica proposta no caso de comprovar-se a re-infecçao. Paciente recebeu Ceftazidima e Ciprofloxacin por mais 21 dias, com boa resposta.


 

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VALIDAÇAO DE UM MODELO DE PREDIÇAO DE MORTALIDADE DE UM ANO EM PACIENTES EM TRS NO BRASIL

BATISTA, P. B. P.; AVILA, M. O. N.; SANTOS, E. S. C.; CRUZ, J. G.; MARTINS, M. T.

HOSPITAL SAO RAFAEL.

Introduçao: Foi construído um modelo para estimar o risco de óbito em um ano de pacientes em TRS. Este estudo tem o objetivo de avaliar o desempenho deste modelo. Métodos: Cada paciente de um grupo obtido a partir de randomizaçao teve a sua probabilidade de óbito em um ano calculada utilizando o modelo previamente obtido: Z=-4,0385+0,0353x Idade (anos) +0,2950 x (1 se diabetes e 0 se nao) -0,8053x (1 se rins policísticos e 0 se nao) -0,1752x (1 se Glomerulonefrite e 0 se nao)+ 0,0678x (1 se feminino e 0 se nao) + 0,9698X (1 se novo em TRS e 0 se nao) + 0,6012x (1 se nao é novo e tem <1ano em TRS e 0 se nao). Para avaliar a discriminaçao, utilizou-se a análise da curva ROC. Para avaliar a calibraçao foi utilizada apenas a inspeçao visual do gráfico e avaliaçao da tabela que mostra a mortalidade esperada e a observada para cada decil crescente de risco. Para a execuçao da análise utilizou-se o SPSS versao 10 para Windows. Resultados: A área sob a curva foi de 0,703±0,004, p<0,001 significantemente diferente da curva de 0,50 (95% LC entre 0,695 e 0,710). A avaliaçao de calibraçao mostra que a mortalidade predita foi similar à observada para cada decil de risco calculado. Conclusao: O modelo estudado tem discriminaçao e calibraçao aceitáveis em um grupo de pacientes muito semelhantes àqueles usados na construçao do modelo. A sua utilidade em outros grupos de pacientes nao pode ser assegurada sem novos testes de validaçao nestes grupos.

 


 

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VARIAÇAO DA QUEDA NOTURNA DA PRESSAO ARTERIAL EM HIPERTENSOS EM USO DO IECA

OLIVEIRA, A. P. B.; COSTA, E. N.; GONÇALVES, F. G.; FERREIRA FILHO, S. R.; OLIVEIRA, R. B.; OLIVEIRA P. C.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLANDIA.

Introduçao: A ausência da queda noturna da Pressao Arterial (PA), verificada pela MAPA em pacientes hipertensos e nao hipertensos está relacionada com uma elevaçao percentual da lesao de órgaos-alvo (J. Hyp. 1996). A área sob a curva (AUC) da elevaçao da PA pode proporciona informaçoes suplementares em relaçao à magnitude da elevaçao na HAS. Para tanto foi realizada uma avaliaçao da variaçao da queda noturna da PA em AUC em hipertensos e normotensos. Métodos: Após um período de duas semanas de wash-out, 16 hipertensos receberam placebo (14 dias) e 2,5mg/dia de Ramipril (14 dias) com idade média de 54,1±3,2anos (X±EPM), sendo 7M e 9F e 16 receberam 10mg/dia de Benazepril (14 dias) com idade média de 53,2±2,4anos (X±EPM) sendo 9M e 7F, comparados 19 controles sendo 10M e 9F, com idade média de 42,3±4,5anos (X±EPM). A queda noturna da PA [variaçao percentual (D%) da média da PA da MAPA de 24h Pressao Arterial Sistólica (PAS) e Diastólica (PAD) em mmHg realizada nnos finais dos períodos washout, placebo e do uso de Ramipril (R) e Benazepril (B). Estimativa da queda noturna da PAS: ~8% e da PAD: ~10%. (*p<0,05 vs controle). Resultados:

Conclusao: Os valores elevados de PA no grupo sem o uso da medicaçao ou em uso de placebos revelam uma ausência da queda noturna da PA, enquanto que a queda da PA nos hipertensos em uso de iECA apresentaram elevaçao da queda noturna da PA.


 

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VENCENDO O PRÉ-CONCEITO: SINDROME DE DOWN E DIALISE

KALIL, C.N.; ALEXANDRINO, A.; MACEDO, J.O.; VINHATICO, N. P.; COSTA, R.; MATOS,T. M.; LOPES,L.

SERVIÇO DE NEFROLOGIA DA SANTA CASA DE MISERICORDIA DE ITABUNA-BA. CENTRO DE ASSISTENCIA AO PACIENTE RENAL ILHÉUS – BA. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ILHÉUS – BAHIA.

Introduçao: A Síndrome de Down é ainda motivo de discriminaçao e preconceito muito mais por conta da desinformaçao, do que pelos fatores limitantes da própria Síndrome, deixando-se às vezes de tomar medidas adequadas por conceitos errôneos, a exemplo da nao inclusao em programas de diálise. Objetivos: Disseminar novos paradigmas em torno da Síndrome de Down e do tratamento dialítco para estes pacientes acreditando que a oportunidade terapêutica deve ser oferecida a todos, independente das diferenças. Metodologia: Apresentamos dois casos de pacientes Down, acompanhados prospectivamente, um deles com 52anos, masculino em sepsis, com insuficiência respiratória e insuficiência renal aguda, sendo submetido a terapêutica dialitica (Hemodiálise) por duas semanas, em UTI. O segundo com 12 anos, feminina em uremia terminal, inicialmente em hemodiálise, através do cateter de Sorensen, transferida para CAPD. Resultados: O paciente com IRA normalizou os níveis de uréia e creatinina e recebeu alta dois meses após o internamento. A paciente em uremia terminal, realizou hemodiálise, por um mês, sem complicaçoes. Atualmente em CAPD, com 6 meses de evoluçao, completamente adaptada, em fase dos exames pré transplante (doadora mae ). Conclusoes: A Deficiência Mental e Síndrome de Down nao constituem barreiras para a realizaçao do tratamento dialítico e a oportunidade terapêutica nao pode ser negada a estes indivíduos. Os bons resultados estao ligados diretamente ao apoio familiar e a atuaçao firme e irrestrita da equipe de saúde.

POSTERES – Diálise

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