J. Bras. Nefrol. 2004;26(3 suppl. 2):161-74.

POSTERES – Insuficiência Renal Aguda

Insuficiência Renal Aguda

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ANTICOAGULAÇAO REGIONAL COM CITRATO (CIT) NA HEMODIAFILTRAÇAO VENO-VENOSA CONTINUA (CVVHDF): 4 ANOS DE EXPERIENCIA

DURAO JUNIOR, M. S.; GLORIA, P.; OLIVEIRA, M.; IZUKA, I.; FARIA, D.; LASELVA, C.; MONTE, J. C. M.; BATISTA, M. C.; PEREIRA JUNIOR, V. G.; SANTOS, B. F.; CENDOROGLO NETO, M.; SANTOS, O. F. P.; KNOBEL, E.

CENTRO DE TERAPIA INTENSIVA ADULTO DO HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN, SAO PAULO, SP, BRASIL.

Introduçao: Um dos principais inconvenientes da CRRT é a anticoagulaçao. Se por um lado predispoe a fenômenos hemorrágicos, por outro, a sua ineficiência promove coagulaçao do sistema, compromete a dose de diálise e aumenta a necessidade de transfusao. A anticoagulaçao regional com Cit é uma alternativa nesta situaçao. Pacientes e Métodos: Indivíduos com insuficiência renal e necessidade de CRRT foram submetidos a CVVHDF com infusao Cit trissódico a 4% na linha arterial (manter [Ca+2] pós-filtro entre 0,25 e 0,30 mmol/L) e reposiçao de CaCl2 a 0,75% em linha venosa central (manter [Ca+2] sistêmico entre 1,12 e 1,20 mmol/L). A [Na+] e [Ca+2] no dialisato foi de 110 e zero mEq/L respectivamente. NaCl a 0,9% foi utilizada como reposiçao. A soma dos clearances convectivo e difusivo foi de pelo menos 35 ml/kg de peso/h com fluxo de sangue de 100 ml/min e fraçao de filtraçao < 25%. Controle metabólico foi realizado a cada 6 hs. O objetivo foi manter a patência do filtro por 72 hs. Resultados: Desde o ano de 2000 quando instituímos a anticoagulaçao regional com citrato em nosso serviço, 134 pacientes foram submetidos a CVVHDF, segundo o protocolo acima, computando mais de 10.000 hs de tratamento. A vida útil média do filtro foi de 57 horas (0,8 a 102,8 hs). 55% dos pacientes completaram as 72 hs de tratamento mantendo boa performance do filtro (relaçao UD/UP > 85%). As principais causas de perda do filtro foram: falha na anticoagulaçao (11,7%), realizaçao de procedimentos fora do CTI (10,5%), instabilidade hemodinâmica (9,3%), falha técnica (6,2%), óbito (4,3%), recuperaçao da IRA (1,8%) e nao informado (1,2%). Pacientes com insuficiência hepática grave (AP < 20%) e acidose lática importante nao toleraram a utilizaçao de citrato. Nao houve nenhum fenômeno hemorrágico relacionado ao tratamento. Conclusao: a anticoagulaçao regional com citrato é uma alternativa a heparinizaçao sistêmica. Nao predispoe a fenômenos hemorrágicos, porém demanda controle metabólico freqüente. Hipo/hipercalcemia, hipofosfatemia, hipernatremia, hipercloremia, alcalose metabólica e intoxicaçao por citrato sao alteraçoes passíveis de ocorrência com esta modalidade de tratamento.


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APRESENTAÇAO ATIPICA DE LUPUS ERITEMATOSO SISTEMICO (LES). RELATO DE UM CASO

HERDOIZA, G.; POLI, M. R.; MENEGHELLI, A.; NOBRE, M. J. B.; BARBOSA, V. C.; FERREIRA, F. M.

UTI DO HOSP. 9 DE JULHO / NEFFRON NEFROLOGIA DE RONDONIA.

LES é uma doença de etiologia desconhecida onde às células e tecidos sofrem injúria de auto-anticorpos e complexos imunes. Doença inflamatória multisistêmica muitas vezes de dificil diagnóstico, para estabelecer-o’precisa quatro dos onze critérios clinicos e de laboratório. Caso Clínico: TVA.,Paciente feminina 15 anos de idade, mora em zona endêmica para febre amarela, dengue e malaria. Internada por apresentar febre de até 39.5o C, intensa cefaléia, crise hipertensiva e oligúria. Exame físico: PA: 190/120 FC: 96 FO: hemorragias recentes, ascite e edema dos membros inferiores. Exames de laboratório evidenciaram Hb. 10 gr, uréia: 156 mg/dl, Cr: 7,6 mg/dl, Na+ 130 mEq/l, K+ 4,8 mEq/l, iniciado hemodiálise. A evoluçao clinica da paciente é com crise hipertensivas estando prescrito nitrovasodilatador. Após crise convulsiva e diminuiçao do nível de consciência a TAC demonstra: lesao hemorrágica parenquimatosa, edema, envolvendo lobos temporo-parieto-occipital a esquerda, efeito massa e desvio do septo, nao foi submetida a neurocirurgia por melhora do nível de consciência; elevaçao da temperatura até 42oC, achados da investigaçao laboratorial: hemoculturas (08) negativas, FAN 1:2560, anti DNA 1:320, células LE (+), ANA (+), C1q: 35 mcg/l (N:125 mcg/l) Paciente tomando dose máximas de vasodilatador (hidralazina) beta bloqueador, IECA e bloqueador do canal do cálcio, apresenta crises hipertensivas severas que evoluem com alteraçoes neurológicas graves confirmadas por TAC: lesao hemorrágica parenquimatosa em lobo temporo- parieto-occipital a esquerda, lesao hemorrágica parenquimatosa envolvendo lobo fronto-parietal a esquerda. Atualmente Glasgow 8, respiraçao assistida, em hemodiálise, tomando prednisona e micofenolato de mofetil. Conclusao: Na literatura esta descrita associaçao de níveis séricos diminuído de C1q com nefrite lúpica, lesoes na pele e vasculite cerebral grave.


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AVALIAÇAO DOS EFEITOS NEFROTOXICOS DA ASSOCIAÇAO DE TACROLIMUS (FK) E ANTI-INFLAMATORIOS NAO HORMONAIS (AINH)

SOUHBIA, R. M. C.; MENDES, G. E.; MENDONÇA, F.; CIPULLO, J. P.; BAPTISTA, M. A.; BURDMANN, E. A.

FACULDADE DE MEDICINA DE SAO JOSÉ DO RIO PRETO.

Introduçao: O número crescente de pacientes recebendo FK para doenças autoimunes aumenta a chance de tomada simultânea de FK e AINH, porém existem poucos dados sobre os efeitos renais desta combinaçao. Métodos: Para comparar o efeito sobre a funçao renal do uso simultâneo de FK com um inibidor nao especifico da ciclooxigenase (COX) (diclofenaco, D) e com um inibidor específico da COX-2 (rofecoxib, RO), grupos de ratos (n=10 a 13) mantidos em dieta pobre em sódio receberam diariamente por gavagem FK 2 mg/kg, D 10 mg/kg, RO 3 mg/kg, FK+D, FK+RO ou veículo (V). Após 7 dias de tratamento estudou-se a filtraçao glomerular (FG, depuraçao de inulina, ml/min/100g), o fluxo sanguíneo renal (FSR, ultrasom Doppler, ml/min), a pressao arterial média (PA intracarotídea, mHg), a resistência vascular renal (RVR, mmHg/ml/min), o hematócrito (Ht), os níveis sanguíneos de FK (FKS, ng/ml) e a histologia renal. Os dados sao expressos como média ±EP. Resultados: A FG foi 0,98±0,03 nos ratos D, 1,06±0,04 em RO e 0,99±0,06 em FK, semelhantes ao V (1,10±0,05). Ocorreu queda significativa na FG com FK+RO (0,86±0,06; p<0,05 vs RO e VH e p>0,05 vs FK) e com FK+D (0,63±0,06; p<0,001 vs VH, FK e D e p<0,01 vs FK+RO). Os FSRs de D (5,8±0,3), RO (6,4±0,4), FK (5,4±0,3), FK+D (6,1±0,3) e FK+RO (6,4±0,5) foram similares ao V (6,5±0,4). PA, RVR e Ht foram semelhantes em todos os grupos. FKS foi 1,7±0,3 com FK+D, 1,8±0,4 com FK+RO e 3,2±0,4 com FK sozinho (p<0,05; FK vs. FK+D e FK+RO). Os animais tratados com FK e AINHs apresentaram vacuolizaçao tubular e alteraçoes degenerativas epiteliais agudas leves. Um animal do grupo FK+DS apresentou NTA. Conclusoes: O uso simultâneo de FK e AINH causou queda significativa da FG, que foi menos intensa com o inibidor específico da COX-2. As alteraçoes na FG ocorreram na presença de FSR e RVR preservados, sugerindo mecanismo relacionado à queda de Kf. Os níveis sanguíneos de FK foram significantemente alterados pelos dois AINHs. Estes resultados indicam que o uso simultâneo de FK e AINH deve ser evitado pela possibilidade de lesao renal e interferência no metabolismo de FK.


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COMPARAÇAO DE INSUFICIENCIA RENAL AGUDA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA (UTI) E FORA DA UTI

DANDE, C. V.; GABRIEL, I. C. S.; RIKEN JUNIOR, C.; GUILHEM, M.; ARAUJO, E. S.; BARRETO, F. C.; RODRIGUES, C. J. O.; DIZ, M. C. E.; GASPAR, L.; RANGEL, E.; LARANJA, S. M. R.

HOSPITAL DO SERVIDOR PUBLICO ESTADUAL DE SAO PAULO.

Introduçao: Foram avaliados 560 pacientes no período de janeiro de 2000 a dezembro de 2001, com quadro de IRA, sendo que, 372 foram classificados como IRA (creatinina < ou = 1,6 mg/dl) e 188 classificados como IRC agudizada (creatinina > 1,6 mg/dl). Dos 372 pacientes 36% (135/372) se encontravam em UTI e 64% (237/372) fora do ambiente de UTI (ñ UTI). O objetivo foi comparar as características e evoluçao dos quadros de IRA em UTI e fora da UTI (ñ UTI). Métodos: Análise retrospectiva dos 372 pacientes com IRA. Resultados: Sexo UTI= 38,5% F, 61,5% M; ñ UTI= 41% F e 59% M.Média de idade:UTI 68 anos, ñ UTI 66 anos. Etiologia: isquêmica 31% UTI e 45% ñ UTI, nefrotóxica isolada 3,7% UTI e 15% ñ UTI, obstrutiva 4,5% UTI e 10,5% ñ UTI, indeterminada 0% UTI e 3,4% ñ UTI. Sepsis isolada foi encontrada em 7,5% UTI e 2% ñ UTI, multifatorial 53,3% UTI e 23,3% ñ UTI. Como etiologia multifatorial na UTI, sepsis + nefrotoxicidade correspondeu a 8,8% dos pacientes e sepsis + isquemia 7,5%. Fora da UTI, sepsis + nefrotoxicidade foi responsável por 1,3% dos pacientes e sepsis + isquemia 0,8%. Vinte e dois porcento dos pacientes usaram drogas vasoativas, sendo 50% em UTI e 7% ñ UTI. Dos pacientes que necessitaram de algum tipo de diálise (19% – 72/372), encontravam-se na UTI 35% (47/135) e ñ UTI 10,5% (25/237). Quarenta e quatro porcento dos pacientes sépticos (14/32) necessitaram de diálise. Houve recuperaçao da funçao renal em 55,5% dos pacientes de UTI e 83,5% ñ UTI, sendo a creatinina média de recuperaçao 1,5 mg/dl, igual em ambos os grupos. O tempo médio de acompanhamento foi 10,5 dias em UTI e 12 dias ñ UTI. A mortalidade foi de 22%, sendo 43% em UTI e 10,5% ñ UTI. Conclusoes: O sexo masculino foi predominante em UTI e ñ UTI. A etiologia multifatorial predominou na UTI, sendo sepsis o seu componente mais freqüentemente associado. A menor associaçao com nefrotoxicidade no ambiente de terapia intensiva sugere uma maior atençao no uso de drogas nefrotóxicas com correçao para a funçao renal. Em UTI sao usados um maior número de drogas vasoativas e estes pacientes necessitam mais freqüentemente de procedimentos dialíticos, especialmente na sepsis. O período de acompanhamento foi igual para UTI e ñ UTI e a mortalidade foi significantemente maior na UTI, porém, quando ocorre recuperaçao a creatinina de recuperaçao é igual para os dois grupos.


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EFEITO DA FRUTOSE-1,6-BIFOSFATO SOBRE A NEFROTOXICIDADE INDUZIDA POR CISPLATINA EM RATOS

FIGUEIREDO, C. E. P.; AZAMBUJA, A. A.; GASPARETTO, P.; OLIVEIRA, J. R.

PROGRAMA DE POS-GRADUAÇAO EM MEDICINA E CIENCIAS DA SAUDE (NEFROLOGIA), IPB/HSL/FAMED E LABORATORIO DE BIOFISICA DA FACULDADE DE BIOCIENCIAS DA PUCRS.

Introduçao: A cisplatina é um dos mais ativos agentes citotóxicos no tratamento do câncer, mas seu uso clínico é freqüentemente limitado pela nefrotoxicidade. A frutose-1,6-bifosfato é uma droga que apresenta açao protetora celular. Objetivo: avaliar o efeito protetor da frutose-1,6-bisfosfato sobre a nefrotoxicidade induzida por cisplatina em ratos. Material e Métodos: ratos Wistar, machos, dividido em quatro diferentes grupos, de acordo com as drogas que receberam, via intraperitoneal e em dose única (dia 0): cloreto de sódio 0,9% (n=24), cisplatina (6 mg/kg; n=24), frutose-1,6-bisfosfato (500 mg/kg; n=24) e cisplatina+frutose-1,6-bisfosfato (6 mg/kg e 500 mg/kg; n=24). Os grupos foram analisados a partir do primeiro dia das respectivas administraçoes, nos dias 1, 4, 8 e 12. As variáveis analisadas foram: peso corporal, creatinina, uréia e histologia renal. A análise estatística com análise de variância (ANOVA), e diferenças identificadas pelo teste Post hoc de Duncan. Resultados: o uso de cisplatina resultou em elevaçao significativa da creatinina sérica nos dias 4, 8 e 12. Nao ocorreu modificaçao da funçao renal nos grupos que receberam cloreto de sódio e frutose-1,6-bisfosfato. No dia 8, o grupo que recebeu cisplatina+frutose-1,6-bisfosfato apresentou creatinina significativamente mais alta do que no gruopos cloreto de sódio e frutose-1,6-bisfosfato, e menor do que no grupo cisplatina. No grupo cisplatina+frutose-1,6-bisfosfato houve elevaçao significativa da uréia sérica nos dias 4, 8 e 12, de menor magnitude do que no grupo cisplatina. Ocorreu necrose tubular aguda nos animais que receberam cisplatina e cisplatina mais frutose-1,6-bisfosfato, sendo neste menos severa. Nao ocorreu alteraçao histológica nos grupos cloreto de sódio e frutose-1,6-bisfosfato. Conclusao: Em modelo experimental de nefrotoxicidade induzida por cisplatina, em ratos: a frutose-1,6-bisfosfato possui efeito protetor sobre a funçao renal e, sobre o parênquima renal.


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EFEITO DO RADIOCONTRASTE HYPAQUE M76® NO TRANSPORTE DE MEMBRANA DE L-ARGININA E COLINA

COSTA, B. E. P.; FIGUEIREDO, C. E. P.; OLIVEIRA, R. M.; FERVENZA, F.

PROGRAMA DE POS-GRADUAÇAO EM MEDICINA E CIENCIAS DA SAUDE (NEFROLOGIA) IPB/HSL/ FAMED/ PUCRS.

Introduçao: Perda de funçao renal é reconhecidamente uma das complicaçoes secundárias ao uso intravascular de radiocontrastes. A membrana celular e os sistemas de transporte sao possíveis alvos para a toxicidade destas substâncias. Objetivo: examinar o efeito do composto de diatrizoatos Hypaque-M 76® sobre sistemas específicos de transporte de membrana celular, usando o eritrócito como modelo. Método: O transporte celular de L-arginina e colina foi avaliado em eritrócitos obtidos de indivíduos saudáveis expostos à concentraçoes (0, 3,5; 7; 14; 21; 28; 70 e 112 micromol/L) e períodos de incubaçao (0; 5; 15; 30 minutos) crescentes de Hypaque-M 76®Resultados: O transporte de membrana de L-arginina e colina permaneceu inalterado quando os eritrócitos estavam expostos ao radiocontraste em qualquer período de tempo e concentraçao de 14 micromol/L (dose estimada equivalente à 70 mL do radiocontraste injetado em paciente submetido à cateterismo cardíaco). Alterou-se em presença de elevadas concentraçoes extracelulares de Hypaque-M 76® (70 e 112 micromol/L). Conclusao: Estes resultados sugerem que efeitos seletivos sobre a funçao dos sistemas de transporte de membrana analisados parecem participar do quadro de citotoxicidade que acompanha a insuficiência renal aguda induzida pelos radiocontrastes.
Fomento: FAPERGS, CNPq e PUCRS


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EFEITOS DA GRAVIDEZ NA LESAO RENAL CAUSADA PELA CICLOSPORINA A (CSA)

MENDES, G. E.; BAPTISTA, M. A.; MENDONÇA, F.; CASTRO, I.; YU, L.; COIMBRA, T. M.; BURDMANN, E. A.

FACULDADE DE MEDICINA DE SAO JOSÉ DO RIO PRETO E FACULDADE DE MEDICINA DA USP.

Objetivos: Avaliar os efeitos da gravidez na nefrotoxicidade causada por CSA. Métodos: Ratas grávidas (G) e virgens (V) em dieta hipossódica receberam CSA 15mg/kg/dia sc (GCSA, VCSA) ou veículo (GC, VC) por 10 e 20 dias. Avaliouse a filtraçao glomerular (FG, depuraçao de inulina, ml/min/100g), pressao arterial (PA intra-arterial, mmHg), fluxo sanguíneo renal (FSR, ultrasom Doppler, ml/min), resistência vascular renal (RVR, mmHg/ml/min), níveis séricos de CSA (CS RIE monoclonal, ng/ml), óxido nítrico urinário (UNO, Griess), fibrose intersticial (FI, 0 a 3+) e realizou-se imunohistoquímica com anticorpos anti- Angiotensina II (AII) e anti-ED1 (células/campo). Os dados sao média ± EP. Resultados: Na metade da gravidez a FG foi 0,94±0,05 em VC vs 1,19±0,04 em GC (+27%, p<0,05) e 0,79±0,07 em VCSA vs. 0,95±0,07 em GCSA (+20%, NS). A PA foi 129±5 em VC vs 112±4 em GC (-13%, p<0,05) e 118±4 em VCSA vs 110±3 em GCSA (-7%, NS). O FSR foi 3,6±0.1 em VC vs 4.9±0.2 em GC (+38%, p<0,001) e 2,4±0.1 em VCSA vs 3.3±0.2 em GCSA (+36%, p<0.01). RVR foi 34±2 em VC vs 24±1 em GC (-29%, p<0.05) e 50±3 em VCSA vs 38±3 em GCSA (-24%, p<0.01). CS foi 807±71 em V vs 544±58 em G (p<0,01). Nao houve diferenças entre os grupos em relaçao ao UNO. A expressao de ED1 (macrófagos) foi 0,6±0,1 em GCSA vs 3,3±0,8 em VCSA (p<0,01) e 0,9±0,4 em GC vs 1,4±0,4 em VC (NS). A expressao de AII foi 2,8±0,6 em GCSA vs 1,2±0,4 em VCSA (NS) e 3,6±0,8 em GC vs 0,9±0,3 em VC (p<0,01). No final da gravidez VCSA e GCSA apresentaram quedas similares no RFG, na PA, no FSR e aumento similar na RVR. Os níveis de CS no dia 20 foram 1916±201 em V vs 1070±142 em G (p<0,05). Apenas o grupo VCSA apresentou FI no dia 20 (0,2±0,1). Conclusoes: CSA alterou a hemodinâmica renal, prejudicando o aumento da FG e queda da PA observados na gravidez normal, apesar das ratas grávidas apresentarem níveis sanguíneos da CSA menores do que os das ratas virgens. O sistema do UNO nao parece estar envolvido neste fenômeno. A gravidez nao piorou a fibrose intersticial e inibiu o infiltrado de macrófagos causados por CsA.


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EFEITOS DAS ONDAS DE CHOQUE EM CÉLULAS MESANGIAIS HUMANAS IMORTALIZADAS EM CULTURA

OLIVEIRA, A. S.; MATOS, C. E. C.; RAZVICKAS, C. V.; RIBAS, O.; TEIXEIRA, V. P. C.; LARANJA, S. M. R.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO – UNIFESP – ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA.

Introduçao: O tratamento de cálculos renais com litotripsia extracorpórea (LECO) por ondas de choque é hoje amplamente utilizado e uma das primeiras medidas terapêuticas adotadas, porém poucos aspectos dos efeitos dessas ondas sobre diferentes tipos de células renais tem sido avaliados. Objetivos: Avaliar efeitos das ondas de choque sobre células mesangiais humanas imortalizadas (CMHI). Métodos: Células mesangiais humanas imortalizadas (CMHI) foram submetidas a LECO com 1000 e 4000 ondas choques com freqüência de 15 Kv, foram analisados: cálcio intracelular por espectrofluorimetria (Grynkiewcz, 1985), viabilidade celular pelo método de acridine orange e brometo de etídio e apoptose pelo método de Hoescht 33342. Resultados: nossos resultados preliminares apresentam cálcio em valores de razao, viabilidade e apoptose em porcentagem. Nas células controle (C) [Ca+2]i: basal 1,81±0,06, após estímulo com AII 2,18±0,08. No grupo LECO 1000 ondas de choque: basal 2,30±0,39, após AII 2,74±0,41. No grupo LECO 4000 ondas de choque: 1,66±0,21 e após AII 2,00±0,32. Viabilidade: (C) 72,2±4,7% sao viáveis. No grupo LECO 1000 ondas de choque: 76,3±1,3% viáveis. Apoptose: (C) 12±0,6% sao apoptóticas. No grupo LECO 1000 ondas de choque: 31,1±1,4% sao apoptóticas. Conclusao: Nao houve diferenças significantes na viabilidade celular e apoptose entre as CMHI submetidas a 1000 ondas de choque e as células controle (C). Quanto ao cálcio intracelular ocorreu um aumento significativo ?% = 27 das células tratadas com 1000 ondas de choque (acima de 20% sao considerados significativos) e também uma resposta mais exacerbada à elevaçao de Ca+2 na administraçao de AII, fato nao ocorrido com 4000 ondas, que embora necessite de um aumento na amostra pode sugerir uma desregulaçao (“down regulation”) na resposta intracelular de cálcio sugerindo dessa forma que lesoes subletais possam acontecer.


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ESTRUTURA MULTIDIMENSIONAL PARA CLASSIFICAÇAO DA INSUFICIENCIA RENAL AGUDA – ESTUDO DE VALIDAÇAO

BOHLKE, M.; NUNES, D.; RODRIGUES, D.; TUBONE, T.; BRUNET, T.; GOMES, R. H.; JAEGER, G.; ROTTA, L.

UNIVERSIDADE CATOLICA DE PELOTAS, HOSPITAL UNIVERSITARIO SAO FRANCISCO DE PAULA E SANTA CASA DE PELOTAS.

Introduçao: A ocorrência de insuficiência renal aguda (IRA) em pacientes criticamente enfermos está associada a elevadas taxas de mortalidade. Apesar dos avanços científicos e tecnológicos em terapia intensiva, as taxas de sobrevida da IRA permanecem inalteradas nas três últimas décadas. Um dos principais obstáculos ao progresso no manejo desta condiçao é a falta de um sistema de classificaçao especifico para IRA. O presente estudo foi delineado com o objetivo de testar em nosso meio um índice especifico recentemente proposto para classificaçao de IRA. Material e Métodos: estudo prospectivo conduzido em duas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) do município de Pelotas, Rio Grande do Sul. Foram avaliados pacientes com diagnóstico de IRA através da aplicaçao do índice genérico de severidade APACHE II e do índice de severidade especifico para IRA proposto por Metha. A capacidade preditiva dos índices foi avaliada através de confecçao de curva ROC para os desfechos principais, óbito e diálise. A analise estatística empregou o pacote estatístico STATA 6.0, com uso do teste t. Foi considerado significativo erro alfa inferior a 5%. Resultados: foram avaliados 50 pacientes, com idade média de 62,57 (±14) anos, escore APACHE de 22,22 (±9,1) e escore Metha 10,63 (±2,68). Do total de pacientes avaliados 9 (17,3%) necessitaram de terapia dialítica, com 29 (55,8%) óbitos. Os escores APACHE dos pacientes sobreviventes e nao sobreviventes foram de 18,14 (±9,4) e 25,7 (±7,7)(p=0,003), com escores Metha de 9,33 (±2,3) e 11,45 (±2,6) (p=0,005), respectivamente. Os escores APACHE dos pacientes submetidos à terapia dialítica e daqueles em tratamento conservador foram de 23,75 (±8) e 21,93 (±9,3) (p=0,6), com escores Metha de 13,33 (±2,6) e 10 (±2,3) (p=0,001), respectivamente. A área sob a curva ROC foi similar para os dois índices. Conclusoes: os índices Metha e APACHE apresentaram desempenhos similares na prediçao da mortalidade, enquanto Metha foi melhor preditor de necessidade de diálise. Portanto, o índice específico Metha mostrou-se adequado para avaliaçao prognostica e classificaçao da IRA em UTI na amostra estudada.


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ESTUDO DE CASOS DE INSUFICIENCIA RENAL AGUDA

GARCIA, W. E.; DUARTE, C. E.; MATSUO, T.; VIANNA, A. C. A.; BOTELHO, F. N.; MANÇO, D.; ALMEIDA, D.; CARVALHO, S.; SANTOS, A. L.; GORDAN, P. A.

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA.

Introduçao: conhecer dados epidemiologicos da Insuficiência Renal Aguda (IRA), no Hospital Universitário da Universidade Estadual de Londrina (HUUEL), com o objetivo de identificar fatores e procedimentos de risco nesta populaçao e de permitir o planejamento de medidas preventivas baseados nestas evidências. Métodos: estudo de casos, desenvolvido a partir dos pedidos de consulta à disciplina de Nefrologia, com o seguimento diário, clínico e laboratorial, segundo protocolo de estudo pré-determinado, dos casos de IRA no HU-UEL, durante 12 meses. Resultados: Foram acompanhados 99 casos, internados nas enfermarias e na UTI do Hospital, com média de idade de 61±18 anos (13 a 97); sendo 57% do sexo masculino. As doenças de base foram subdivididas em: Clínicas (83 %), Cirúrgicas (15 %), Obstétricas (1 %). Em relaçao à distribuiçao topográfica da IRA foram identificados 18 casos Pré-Renais, 77 casos de lesoes intrínsecas Renais e 4 casos Pós-Renais. Em apenas 66 pacientes foi possível observar o efeito do uso precoce de diuréticos. Observou-se uma mortalidade global de 38 %, com a seguinte distribuiçao em funçao das doenças de base: Clínicas = 37%, Cirúrgicas = 46 %, nao tendo sido observandos óbitos nos demais grupos. Necessitaram de tratamento dialítico 28 pacientes, com mortalidade de 50 %. Conclusoes: o perfil da IRA em nosso meio é semelhante ao mostrado pela literatura da área, com alta mortalidade, especialmente nos casos cirúrgicos e que necessitam de tratamento dialítico.


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ESTUDO DE FATORES ENVOLVIDOS NA RECUPERAÇAO DA FUNÇAO RENAL POS-DESOBSTRUÇAO EM PACIENTES COM NEFROPATIA OBSTRUTIVA

PEREIRA, B. J.; GAWRYSZWSKI, V. P.; GODOI, A. B. O.; NASTRI, A. A.; ABDULKADER, R. C. M.

HOSPITAL BRIGADEIRO.

Introduçao: estudar os parâmetros mais comumente envolvidos na litogênese urinária na populaçao referenciada para o Ambulatório do Hospital das Clínicas da Universidade Estadual de Londrina – PR e em controles pareados para sexo, idade e condiçoes sócio-econômicas. Métodos: estudo caso-controle de 100 primeiros casos e 100 controles, submetidos a consulta médica, onde se detalhava a história ligada à calculose renal, inquérito alimentar, protocolo de exames laboratoriais (sangue, urina em amostra isolada e 2 amostras de urina de 24 h.) e ultrassonografia de rins e vias urinárias. Resultados: principais de controles x pacientes: 66 ♀ e 34 ♂ em ambos os grupos; Vol. Urin. = 22,0 x 26,3 ml/Kg/dia (*); Excreçao diária de Creatinina = 17,9 x 16,5 mg/Kg/dia (**); Cálcio Uri.= 2,5 x 2,9 mg/Kg/dia; Ac.Urico Uri. 478,4 ♀ e 540,7 ♂ x 408,3 ♀ e 436,6 ♂ mg/dia (*); Citrato Uri. 594,1 x 448,8 mg/dia (*); Magnésio Uri. 92,6 x 74,4 mg/dia (*); Sódio Uri. 183,3 x 200,3 mEq/dia (NS). (*) – p<0,05; (**) – parâmetro de adequaçao da coleta de urina de 24 h. Conclusoes: nossa populaçao litiásica mostrou uma maior ingesta hídrica e menor excreçao de ácido úrico, mas apresentou menor excreçao de inibidores inorgânicos da litogênese. Nossos dados sugerem que esta patologia parece ser mesmo multifatorial pois inclusive a populaçao “normal” apresenta vários parâmetros com valores considerados potencialmente litogênicos, embora estes indivíduos nao tenham formado cálculo renal até o momento do estudo e estao sendo seguidos.


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EVOLUÇAO DE PACIENTES COM INSUFICIENCIA RENAL AGUDA SUBMETIDOS A TRATAMENTO DIALITICO E NAO DIALITICO EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

BARBOSA, D. A.; BERNARDINA, L. D.; DICCINI, S.; BETTENCOURT, A. R. C.; BELASCO, A.; GALVAO, P. C. A.; CONISHI, R. M. Y.

UNIFESP.

Introduçao: Apesar dos avanços tecnológicos, a taxa de mortalidade em pacientes com insuficiência renal aguda (IRA), internados em unidades de terapia intensiva (UTI) se mantém elevada. Objetivo: Avaliar a evoluçao clínica de pacientes com IRA submetidos a tratamento dialítico e nao-dialítico em UTI. Método: Estudo prospectivo, de coorte controlado, realizado de agosto de 2001 a março de 2002. Foram incluídos 70 pacientes adultos (idade > 18 anos) com elevaçao da creatinina sérica > 1,5 mg/dl, admitidos na UTI de um hospital privado do Município de Sao Paulo. Os pacientes foram divididos de acordo com o tipo de tratamento a que foram submetidos (dialítico e nao-dialítico) e identificadas as comorbidades, os eventos clínicos e ou cirúrgicos, tipo de terapia de substituiçao renal, tempo de permanência no estudo, avaliaçao laboratorial, destino do paciente (alta ou óbito) e causa de óbito. Resultados: Dos 70 pacientes incluídos neste estudo, 51 (72,9%) foram submetidos a tratamento nao-dialítico e 19 (27,1%) ao dialítico. Em ambos os grupos, predominaram a co-morbidade cardiovascular (60,0%). A maioria (88,2%) dos pacientes com IRA foi tratada nas primeiras 48 horas de internaçao na UTI. No início do tratamento a creatinina sérica foi significantemente maior no grupo dialítico (p=0,001), porém nao se verificou diferença deste valor na alta ou óbito em ambos os grupos. O risco relativo de morte foi 26% maior no grupo dialítico. Nos pacientes submetidos a hemodiafiltraçao, a mortalidade foi maior do que nos tratados com hemodiálise intermitente (p=0,01). Conclusoes: Os eventos mais freqüentes associados a IRA foram os cardiovasculares e infecciosos nos grupos estudados, sendo que os eventos pulmonares e metabólicos foram significantemente maior no grupo nao-dialítico. A principal causa de morte no grupo dialítico foi à insuficiência de múltiplos órgaos e insuficiência respiratória no grupo nao-dialítico.


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FATORES DE RISCO E INCIDENCIA DA NEFROPATIA DO CONTRASTE

DAHER, E. F.; SILVA JUNIOR, G. B.; PONTES, L. B.; SOBRAL, J. B.; SALES, M. V. R.; ANDRADE, P. J. N.; ADRIANZÉN, O. A. G.

HOSPITAL UNIVERSITARIO WALTER CANTIDIO, DEPARTAMENTO DE MEDICINA CLINICA, FACULDADE DE MEDICINA, UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARA. FORTALEZA, CEARA, BRASIL.

Introduçao: A nefropatia associada ao uso de contrastes radiológicos é caracterizada por uma reduçao da funçao renal após a sua administraçao endovenosa. A incidência desta condiçao é estimada entre 1 a 3% nos indivíduos sem co-morbidades. Métodos: Foi realizado estudo retrospectivo com os pacientes que haviam sido submetidos a exames de imagem com uso de contraste endovenoso no período de julho de 2003 a março de 2004, no Hospital Universitário Walter Cantídio. A amostra foi dividida em duas: grupo I (pacientes com fatores de risco para o desenvolvimento de nefropatia do contraste) e grupo II (pacientes sem fatores de risco). A nefropatia do contraste foi definida como um aumento de 0,5mg/dL sobre a creatinina basal após a realizaçao do exame. Resultados: Neste período foram atendidos 240 pacientes, dos quais 58 tinham feito exames para avaliaçao da funçao renal, antes e depois do procedimento. Destes, 32 (55%) eram do grupo I e 26 do grupo II (45%). A idade variou de 22 a 84 anos (média: 58 ± 14), sendo 32 (55%) do sexo masculino. A média de uréia e creatinina antes do exame foi de, respectivamente, 45 ± 34mg/dL e 1,1 ± 0,7mg/dL (grupo I), 33 ± 15mg/dL e 0,8 ± 0,2mg/dL (grupo II). A média de uréia e creatinina depois do exame foi de, respectivamente, 52 ± 39mg/dL e 1,3 ± 0,7mg/dL (grupo I), 34 ± 19mg/dL e 0,9 ± 0,2mg/dL (grupo II). A nefropatia do contraste ocorreu em 4 casos (6,8%), dos quais todos haviam feito hidrataçao com 1000mL de soluçao salina 0,9%. Destes, todos eram do sexo masculino, 3 eram do grupo I (5,4%) e 1 era do grupo II (3,8%). A média de idade foi de 62 ± 13 anos. O contraste utilizado nestes casos foi o Amidotrizoato Sódico. A diferença na incidência entre os 2 grupos nao foi estatisticamente significante (p=0,85). Conclusao: A nefropatia do contraste é uma importante complicaçao do uso de contrastes endovenosos, tendo ocorrido em uma parcela significativa dos pacientes. Os principais fatores de risco parecem ser: sexo masculino, idade avançada e uso de contraste de alto peso molecular.
Apoio: CNPq


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FATORES DE RISCO PARA INSUFICIENCIA RENAL AGUDA (IRA) APOS CIRURGIA CARDIACA PEDIATRICA (CCP)

LIMA, E. Q.; GONÇALVES, B. C.; SILVA, C. A. E.; HECKLER, P. S.; SIPRIANI JR, L. V.; CROTI, U. A.; YU, L.; CASTRO, I.; BURDMANN, E. A.

DISCIPLINA DE NEFROLOGIA E DEPARTAMENTO DE CIRURGIA CARDIACA, FACULDADE DE MEDICINA DE SAO JOSE DO RIO PRETO; DISCIPLINA DE NEFROLOGIA, FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SAO PAULO.

Introduçao: A incidência e os fatores de risco para IRA após CCP sao pouco conhecidos. Métodos: Para avaliar os efeitos da CCP na funçao renal (até 7 dias após CCP), 84 crianças (idade < 16 anos) submetidas a CCP entre Abril e Novembro/2003 foram estudadas. Variáveis pré-operatórias (PrO), intra-operatórias (IO) e pós-operatórias (PO) foram analisadas. IRA foi definida como aumento em 50% na creatinina basal. Os dados foram analisados pelo testes t-Student, Qui-quadrado e Mann-Whitney. Significância estatística foi considerada quando P<0.05. Resultados: A prevalência de IRA foi de 43% e ocorreu nos primeiros dois dias PO em 32 (89%) pacientes (pc). O grupo IRA apresentava menor idade (23 vs 56 meses, P=0.001) e baixo peso (9.2 ±8.6 vs 15.9 ±11.9 kg, P=0.004). Nao houve diferença quanto ao sexo e creatinina PrO entre o grupo IRA e nao-IRA. Os pc com IRA apresentaram maior necessidade de dopamina (78% vs 33%, P<0.0001), noradrenalina (69% vs 35%, P=0.002) e tempo de circulaçao extracorpórea prolongado (90 ±77 vs 56 ±49 min) no IO. No primeiro dia PO, os pc com IRA apresentaram mais episódios de hipotensao (28% vs 6%, P=0.007), maior necessidade de dopamina (61% vs 31 %, P=0.006), noradrenalina (8% vs 0%, P=0.04), adrenalina (28% vs 6%, P=0.007) e ventilaçao mecânica (28% vs 2%, P=0.001) e menor volume de diurese (677 ± 584 vs 1050 ±476 ml/dia, P=0.003). A duraçao da internaçao na UTI (10 ±13 vs 5 ±8 dias, P=0.04) e no hospital (22 ±20 vs 11.5 ± 11.8 dias, P=0.008) foi mais prolongada no grupo IRA. Diálise peritoneal foi realizada em 3 (3.6%) pc e a taxa de mortalidade foi de 4.8% (todos os pc no grupo IRA). Conclusoes: IRA após CCP apresenta elevada prevalência, prolonga o tempo de internaçao hospitalar e está associada à idade, baixo peso e instabilidade hemodinâmica no IO e PO.


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FUNÇAO RENAL DE PACIENTES DE TERAPIA INTENSIVA: VALOR DISCRIMINATORIO DA PROETINA CARREADORA DO RETINOL URINARIA (RBPU) DO RETINOL URINARIO (RBPU)

VATTIMO, M. F. F.; HOKAMA, C. M.; SANTOS, O. F. P.

UNIVERSIDADE DE SAO PAULO (ESCOLA DE ENFERMAGEM)- HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN.

Introduçao: A avaliaçao precoce da disfunçao renal pelos meios usuais nao tem determinado impacto na reduçao da incidência da IRA nos pacientes de unidade terapia intensiva (UTI) que persiste com números alarmantes. Estudos mostram a análise da enzimúria como uma alternativa. A proteína carreadora do retinol urinária (RBPu) é uma enzima de baixo peso molecular e sua análise oferece vantagens em relaçao a outras proteínas. Objetivo: Este estudo tem como objetivo caracterizar a funçao renal dos pacientes de uma unidade de terapia intensiva por meio da avaliaçao de variáveis clínicolaboratoriais incluindo a enzima RBPu. Métodos: Estudo clínico, descritivo-exploratório, de abordagem quantitativa, transversal, nao controlado. Resultados: A amostra de 100 pacientes caracterizou-se como geriátrica (63,4±15,6 anos), masculino (68%), 47% clínicos e 53% cirúrgicos. A análise estatística mostrou associaçao entre a creatinina e as variáveis: gênero; idade; uso de droga vasoativa; proteinúria; APACHEII; uréia; potássio e clearence de creatinina estimado (p<0,05). A RBPu mostrou associaçao peso (IMC), uso de ventilaçao; temperatura >37,5ºC; uso de antiinflamatório nao hormonal; droga vasoativa; proteinúria e bilirrubinúria; fluxo urinário, pressao arterial; APACHEII; creatinina; uréia e clearence de creatinina. A curva ROC mostrou que pacientes com RBPu >1,47 mg/l tem 4,63 chances de apresentar creatinina >1,2 mg/dl (IC-95%, EP-0,072). Conclusao: A RBPu mostrou ser um marcador com poder discriminatório para IRA com disfunçao tubular.


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DE WEGENER E INSUFICIENCIA RENAL AGUDA – RELATO DE CASO

BARROS, F. A. S.; SILVA JUNIOR, G. B.; FERNANDES, P. F. C. B. C.; MARQUES, L. C. B. F.; DAHER, E. F.

HOSPITAL UNIVERSITARIO WALTER CANTIDIO, DEPARTAMENTO DE MEDICINA CLINICA, FACULDADE DE MEDICINA, UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARA. FORTALEZA, CEARA, BRASIL.

Introduçao: Granulomatose de Wegener é uma doença sistêmica idiopática rara, imunologicamente mediada, com acometimento de pequenas artérias do trato respiratório e dos rins. Títulos elevados de c-ANCA reforçam seu diagnóstico. Relato de Caso: Paciente do sexo masculino, 42 anos, admitido com quadro de disúria, hematúria e febre vespertina sem calafrios, com uma semana de evoluçao. Ao exame físico apresentava-se com bom estado geral, hipocorado, hidratado, afebril, hemodinamicamente estável. A ausculta cardíaca e pulmonar eram fisiológicas. Nao possuía outras alteraçoes relevantes ao exame. Evoluiu com picos febris, hemoptóicos, síndrome nefrótica e insuficiência renal aguda (IRA), tendo sido iniciado tratamento hemodialítico. Os exames laboratoriais evidenciaram anemia microcítica, normocrômica, com anisocitose, leucograma normal, potássio sérico de 4,4mmol/L, creatinina sérica de 9,2mg/dL, uréia de 181mg/dL, clearence de creatinina de 13mL/min, proteinúria de 24 horas de 3500mg/24h. A radiografia de tórax apresentava opacidade em lobo superior direito, delimitada pela cisura horizontal, sugestiva de pneumonia lobar. Durante a investigaçao da etiologia IRA, foi realizada biopsia renal que evidenciou uma glomerulonefrite crescêntrica, clinicamente compatível com glomerulonefrite rapidamente progressiva. A titulaçao do c-ANCA teve resultado positivo (1/40). Inicialmente o paciente foi tratado com pulsoterapia de metilprednisolona e prednisona de manutençao, chegando a fazer hemodiálise. Fez uso de Ceftazidima, Ciprofloxacina e Vancomicina, obtendo êxito no tratamento da pneumonia. Firmado o diagnóstico de granulomatose de Wegener institui-se a tratamento com Ciclofosfamida EV, com recuperaçao completa da funçao renal após pulsoterapia. Ficou em tratamento ambulatorial com ciclofosfamida EV mensal. Resultados: O diagnóstico foi baseado nos achados da biópsia renal e na positividade do c-ANCA. O paciente beneficiou-se com o tratamento instituído, apresentando normalizaçao da funçao renal (creatinina sérica de 0,9mg/dL) e remissao da proteinúria nefrótica para níveis de 400mg/24hs três meses após início do tratamento. Conclusao: Houve excelente resposta à ciclofosfamida EV + corticoterapia.


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HIPERHIDRATAÇAO OU N-ACETILCISTEINA (NAC) NA PREVENÇAO DA INSUFICIENCIA RENAL AGUDA INDUZIDA POR CONTRASTE IODADO EM RATOS?

VATTIMO, M. F. F.; PINTO, C. F.; WATANABE, M.; DEZOTI, C.; SHIBUYA, C. A.; NEIVA, L.

UNIVERSIDADE DE SAO PAULO-ESCOLA DE ENFERMAGEM.

Introduçao: A hiperhidrataçao e uso de antioxidantes têm sido citados como estratégias para a prevençao da IRA por contraste iodado. Entre os antioxidantes de impacto na clínica destaca-se a N-acetilscisteína (NAc). O objetivo do presente trabalho é verificar o efeito da hiperhidrataçao e da NAC na IRA por contraste em ratos. Metodologia: Ratos Wistar machos, adultos foram divididos em 4 grupos: Controle( ratos que receberam soro fisiológico intraperitoneal, i.p., veículo do contraste, 3ml/kg,1x, 5 dias); Conts (animais que receberam contraste iodado (Conts), i.p., 3ml/kg, 1x, 5 dias); Conts+água (animais que receberam Conts como o grupo Constrate e foram suplementados com 12ml de água, v.o, 1x, 5 dias); Conts+água+NAC (animais Conts+água que receberam NAC, 150 mg/kg/ 1 hora antes do contraste,1x, 5dias). A funçao renal foi avaliada pelo clearance de creatinina (Cl cr). Os resultados estao apresentados na tabela abaixo como média± desvio padrao.

Sendo U=fluxo urinário e *p<0,05 vs Controle e ** vs Conts. Conclusoes: A administraçao de Conts desencadeou IRA nao oligúrica. A hidrataçao adicional estabelecida nos animais tratados com Conts protegeu parcialmente a FR dos animais da nefrotoxicidade daquele agente. A associaçao hiperhidrataçao e NAC demonstrou ser ainda mais eficiente do a estratégias instituídas isoladamente. Os dados sugerem que essa associaçao seja uma terapêutica promissora na prevençao a IRA por Conts em pacientes de risco para lesao renal.


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IMPACTO DA CINTIGRAFIA RENAL EM PACIENTES GRAVES COM INSUFICIENCIA RENAL AGUDA

FERREIRA, J. F. COSTA, J. L. F; DESSEN, M. MESQUITA, A. M. F. M.; DOMINGUEZ, A. C. C.; GARCEZ, M. F. C.; TINOCO, C.

HOSPITAL PROCARDIACO.

Introduçao: Insuficiência renal aguda (IRA) é freqüente em pacientes graves, piorando morbimortalidade face múltiplos insultos determinando respostas renais diversas conforme susceptibilidade individual. Objetivos: Avaliar impacto da cintigrafia renal (CR) no manejo clínico de pacientes com IRA. Material e Métodos: Pacientes com IRA, internados em unidades intensivas de um hospital geral, privado, submetidos à CR no período de janeiro de 2003 a janeiro de 2004. Resultados: 34 pacientes, 16 mulheres e 18 homens, idade 79, 56 +/-16,26 e 72,55 +/- 7,74, respectivamente, APACHE II 16,94+/- 6,34 / mortalidade esperada 25%; mortalidade observada 29,41%, anúricos 73,52%, em média por 55,36 +/- 13,43 dias. Fizeram diálise 85,29% e o exame sempre realizado após 30 dias. O transporte intra-hospitalar sem intercorrências, com 74,41% dos pacientes em ventilaçao mecânica. O exame determinou mudanças na prescriçao nefrológica, suspensao do método ou confecçao de acesso definitivo. O radiotraçador mais usado foi o Tc-EC em 64,70% dos pacientes. Continuaram em diálise crônica 20,58% e tinham clearance (cl) EC 23,16 +/-4,94ml/min e 17,64% recuperaram a funçao com cl EC 44,6 +/- 11,31ml/min. Conclusao: A CR, mormente com Tc-EC, influenciou e alterou a conduta e impressao médica, com realizaçao simples, boa relaçao custo-benefício, informando com acurácia o estado da filtraçao glomerular e funçao tubular, sobretudo nos pacientes anúricos.


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IMPACTO DA INSUFICIENCIA RENAL AGUDA EM CENTRO UNIVERSITARIO DE CAMPINAS

CILLO, A. C. P.; SANTOS, C. C.; MOTTA, A. C.; TAVARES, C. M. L.; UEJO, D.; BLUMER, J.; PELLICIONE, D.

PUC-CAMPINAS.

Introduçao: As patologias em UTI pediátrica, principalmente em Hospitais Universitários, vêm apresentando um aumento na complexidade dos casos. O envolvimento renal agudo é de grande importância devido a alta taxa de mortalidade, cerca de 50 %. O objetivo deste estudo é avaliar perfil de patologias renais, principalmente a insuficiência renal aguda e seu impacto nas internaçoes em UTI Pediátrica. Método: Foram analisados 1412 internaçoes retrospectivamente de Abril de 1996 a Abril de 2002e avaliados quanto seu perfil diagnóstico , numa avaliaçao descrita Resultados: 104 casos (7,3%) apresentaram envolvimento renal: IRC 57 (54,8%), IRA 34 (32,6%), LES 3 (2,9%), HAS 4 (3,8%), Síndrome Nefrótica 3 (2,9%), Acidose Tubular Renal 2 (1,9%) e Pielonefrite 1 (0,9%). Dos 34 casos de IRA, 16 (47%) eram secundários a sepse, 8 (23,5%) por síndrome hemolítico urêmica, 3 (8,8%) por nefrite tubulointersticial, 1 (2,9%) por insuficiência hepática, 1 (2,9%) por Sd. nefrótica congênita, e 3 (8,8%) por quadro diarréico. Dos 34 casos de IRA, 27 (80%) necessitaram de método dialítico como tratamento, sendo 25 diálise peritoneal, 2 hemodiálise e 7 como tratamento conservador. A taxa de mortalidade foi de 26,4% (9 casos). 8 (90%) foram secundários à sepse. A faixa etária prevalente foi menor de dois anos, nao havendo significância quanto ao sexo. Conclusao: Concluímos que apesar de menor incidência quando comparados com literatura ( 26,4% vs .50%) os índices de mortalidade mantêm-se elevados quando associados a envolvimento renal agudo em UTI justificando os esforços de seu tratamento precoce.


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INFARTO RENAL – RELATO DE CASO

BURMEISTER, J. E.; CAMPOS, B. T. M.; COSTA, M. G.; DIAS, F. K.

UNIDADE DE MEDICINA RENAL – CURSO DE MEDICINA, UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL – CANOAS, RS.

Introduçao: Os rins sao locais favoráveis para o desenvolvimento de infartos, já que 1/4 do débito cardíaco passa através deles. A maioria dos infartos renais tem origem embólica, vários sendo clinicamente silenciosos. Oclusoes arteriais completas levam a infarto segmentar ou renal total e sao acompanhadas de quadro clínico típico de dor lombar ou abdominal aguda, náuseas, vômitos e febre; hematúria micro ou macroscópica ocorre em 1/3 dos casos. Creatinina elevada é característica de comprometimento parenquimatoso amplo e, principalmente, bilateral. LDH plasmática elevada (em geral, mais de 5 vezes acima do normal) sem alteraçoes importantes das transaminases é altamente sugestiva do diagnóstico. LDH urinária, quando presente, representa origem renal e é diagnóstica nesses casos, já que é uma enzima nao filtrável no rim (por seu tamanho molecular) – só é encontrada na urina em casos de infarto renal ou em rejeiçao aguda de transplante renal. Descriçao do Caso: Relatamos o caso de um paciente masculino, branco, de 62 anos, hipertenso há 4 anos em tratamento com diurético, internado 30 dias antes em outro serviço por febre e dor abdominal difusa e incaracterística, com funçao renal normal (creatinina de 0,9mg/dL), tendo sido diagnosticado e tratado como portador de pancreatite aguda. Após 3 semanas, interna novamente com quadro clínico semelhante e creatinina de 1,7mg/dL. Evolui por 5 dias com piora do quadro da dor, mantém diurese, a creatinina eleva-se, apresenta acidose metabólica importante e progressiva. Tomografia computadorizada revela rim E excluído e rim D com perfusao parcial, localizada, segmentar e com áreas bem delimitadas. LDH plasmática de 1.931, TGO de 90 e TGP de 31; LDH urinária de 32 UI/L. O paciente evoluiu para infarto miocárdico agudo, choque cardiogênico e óbito no 5º dia de internaçao. Conclusoes: Embora infrequente, infarto renal deve ser considerado no diagnóstico diferencial de dor abdominal aguda com dificuldade de esclarecimento. O diagnóstico precoce é fundamental para o manejo terapêutico, sendo a cintilografia renal o procedimento preferencial. O tratamento de escolha é conservador: anticoagulaçao e uso de trombolítico (este, no máximo em 90 a 180 minutos do início do quadro e, preferencialmente, com infusao intra-arterial local).


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INSTALAÇAO DA INSUFICIENCIA RENAL AGUDA NO MIELOMA MULTIPLO: DOIS PROGNOSTICOS DISTINTOS

LIBORIO, A. B.; ABDULKADER, R. C. R. M.; YU, L.

HOSPITAL DAS CLINICAS – FACULDADE DE MEDICINA DA USP.

Introduçao: Avaliar as características e a evoluçao de pacientes com Insuficiência Renal Aguda(IRA) no momento do diagnóstico do Mieloma Múltiplo(MM)-grupo sem tratamento-e dos pacientes que desenvolvem IRA durante o tratamento do MM-grupo tratado. Metodologia: Estudo retrospectivo com 26 pacientes com MM e IRA (Cr>1.5mg/dL), de 1998 a 2003. Avaliados 15 pacientes sem tratamento e 11 tratados. Aspectos analisados:características clínicas, severidade do MM[anemia, proteinúria de Bence-Jones(BJ), pico monoclonal,etc], características da IRA (oligúria, necessidade de diálise)e sobrevida.Análise foi realizada com teste t naopareado, teste c2Resultados: O grupo sem tratamento foi mais idoso (67.8±2.9vs58.5±3.3anos, p=0.04). Necessidade de UTI, ventilaçao mecânica,drogas vasoativas, presença de oligúria,acidose e infecçao severa foi similar.O grupo sem tratamento teve uma maior presença de proteinúria BJ(11/11vs6/9,p=0.04) e maior B2-microglobulina (25.4±4.1vs8.7±3.4mg/mL,p=0.01).IRA estava presente na admissao hospitalar em 13/15 dos pacientes sem tratamento e em 4/11 dos pacientes tratados (p£0.01).O grupo sem tratamento teve maior necessidade dialítica (9/14vs2/11, p=0.02).A sobrevida,entretanto, foi melhor no grupo sem tratamento, pela curva de K-M(p=0.01) ou sobrevida após 30 dias (67%vs18%, p=0.01). Conclusao: Apesar da IRA durante o tratamento do MM ser menos severa, acometer pacientes mais jovens e com características similares,acarretou em pior prognóstico quando comparada com a presença da IRA nos pacientes sem tratamento.


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INSUFICIENCIA ADRENAL COMO CAUSA DE SEVERA HIPONATREMIA E/OU HIPERCALEMIA EM PACIENTES DIALITICOS EM TERAPIA INTENSIVA

BEZERRA, R.; PINTO, S. S.; ANRADE, L.; SEGURO, A. C.

DISCIPLINA DE NEFROLOGIA DO HOSP. DAS CLINICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SAO PAULO-SAO PAULO.

Aumento da produçao de cortisol é proporcional a severidade do insulto (trauma, pós-operatório e sepse, normalmente cortisol>35µg/dl), entretanto, esta elevaçao pode estar inadequada, principalmente na sepse. O objetivo deste trabalho é relatar 3 casos de pacientes, que na vigência de insuficiência renal em tratamento dialítico desenvolveram graves distúrbios hidroeletrolíticos causados pela insuficiência adrenal. Caso 1: Paciente internada para transplantectomia.Em hemodiálise, em uso de prednisona 5 mg/dia. Evoluiu no 6ºPO com PCR por hipercalemia a despeito da realizaçao de hemodiálise 3 vezes por semana.

2: Paciente renal crônico admitido em choque séptico evoluiu com dificuldade de desmame de drogas vasoativas e hipercalemia. Em hemodiálise estendida diária.

3: Paciente submetida a auto-transplante renal. Evoluiu em sepse. Hiponatremia persistente a despeito do controle hídrico adequado e da hemodiálise regular

Os 3 pacientes na vigência de adequado tratamento dialítico, devido à insuficiência adrenal desenvolveram hiponatremia e hipercalemia severas. Estes resultados demonstram que a aldosterona é um importante hormônio no controle hidroeletrolítico, mesmo na presença de oligo-anúria, uma vez que age em todas as células do organismo ativando a Na-K-ATPase promovendo a entrada de K para o intracelular, além de aumentar a secreçao de potássio no cólon.


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INSUFICIENCIA RENAL AGUDA (I.R.A) POR HEMOLISE POS PLASTIA DE&NBSP;VALVA MITRAL: RELATO DE CASO

ENGEL, M.; RAMOS, J. L. Z.; WOLKER, R. L.; GUIUBILIN, P. R.

UNIDADE DE TERAPIA RENAL DE PATO BRANCO.

Introduçao: A plastia da valva mitral é o tratamento de escolha para a maioria dos pacientes com insuficiência mitral, sendo a hemólise mecânica uma complicaçao pouco comum, ainda mais levando a I.R.A. Objetivo: Relato caso de hemólise intravascular pós plastia de valva mitral que evoluiu com I.R.A, discorrendo sobre a etiologia e a evoluçao. Relato: G. A, masculino, 70 anos, branco, internado para troca de valva aórtica e plastia da valva mitral. No PO imediato apresentou sinais de hemólise (anemia, LDH: 1009, BT: 8,4 BD: 14, BI: 7,0 SGTP: 130) e anúria, sendo necessário hemodiálise por um período de 35 dias. Na ocasiao nao foi definida a causa da hemólise. Reinternado em diversas ocasioes para transfusao sanguínea, persistindo com sinais de hemólise. Após 9 meses de plastia mitral foi reoperado para troca de valva mitral, normalizando os sinais de hemólise no pós operatório. Conclusao: Mesmo sendo pouco comum a hemólise mecânica pós plastia de valva mitral, esta deve ser considerada na etiologia da insuficiência renal aguda.


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INSUFICIENCIA RENAL AGUDA (IRA) NA POPULAÇAO DE PACIENTES INTERNADOS EM HOSPITAL UNIVERSITARIO DO RIO DE JANEIRO

CARDOSO, L. R.; FONTES, A. C. P. F.; GODINHO, M. R.; ORNELLAS, J. F. R.; SANTOS, S. R.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO.

Estudar o perfil clínico-epidemiológico dos pacientes com diagnóstico de IRA internados nas enfermarias do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro (HUCFF-UFRJ) no período de 01/09/2001 a 31/08/2002. Trata-se de um estudo descritivo retrospectivo, a partir da revisao de prontuários. Os pacientes foram acompanhados até dois meses após a alta.O projeto foi aprovado pelo CEP do HUCFF/Faculdade de Medicina. IRA foi definida como aumento de pelo menos 50% no valor basal da creatinina sérica ou quando houve recuperaçao da funçao renal durante o peíodo de acompanhamento. Foram encontrados 314 casos de IRA renal. A idade dos pacientes foi de 53,5+/-17,0 anos e a maioria (53,4%) desenvolveu IRA durante a internaçao. As causas mais frequentes de IRA foram isquemia (27,7%), sepse (19,7%) e agentes nefrotóxicos (19,4%). Oligúria estava presente em 27,1% dos casos; 16,2% dos pacientes necessitaram de diálise (80,4% hemodiálise convencional). A mortalidade foi de 39,2% tendo como principais causas as infecçoes (19,1%) e as doenças cardiovasculares (6,4%). Recuperaçao total da funçao renal ocorreu em 37,9% dos casos; 14% tiveram recuperaçao parcial e 4,8% evoluíram para IRC. De forma exploratória observou-se que idade acima de 59 anos (risco relativo – RR=2,53[1,85-3,46]) e a presença de sepse (RR=3,95[2,55-6,10]) se associaram com maior mortalidade(p<0,0001). A IRA é geradora de altas taxas de morbidade e mortalidade, sendo portanto necessárias açoes preventivas eficazes e tratamento precoce neste grupo de pacientes


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INSUFICIENCIA RENAL AGUDA (IRA) SEM UREMIA: QUAL O NIVEL IDEAL DE URÉIA PARA INICIAR A DIALISE?

NASCIMENTO, G. V. R.; BALBI, A. L.; RODRIGUES JUNIOR, A. G.; ANDRADE, L. G. M.; GABRIEL, D. P.; BARSANTE, R. C.; MARTIN, L. C.; CARAMORI, J. T.; BARRETTI, P.

HC-UNESP-BOTUCATU.

Apesar dos avanços recentes na terapêutica da IRA, ainda permanece controverso o momento ideal da indicaçao de diálise em pacientes sem sintomas urêmicos (P), mas com elevaçao dos níveis séricos de uréia (azotemia). Objetivo: comparar o impacto de diferentes níveis de azotemia no momento da indicaçao de diálise na evoluçao de P com IRA. Material e Métodos: foram avaliados prospectivamente 53 P com IRA dialítica sem uremia (hemodiálise diária e/ou diálise peritoneal contínua) seguidos de agosto/ 2000 a março/2004 em hospital universitário, divididos em 3 grupos conforme valores de uréia sérica no momento da indicaçao da diálise: I: < 150 mg/dl (n=11), II: 151 – 250 mg/dl (n=24), III: >251 mg/dl (n=18). Critérios de inclusao: aumento de creatinina (Cr) >30% do valor basal, idade > 12 anos, em diálise por mais de 24 horas e ATN-ISS (índice de severidade da necrose tubular aguda) < 0,9. Os pacientes foram acompanhados até a resoluçao do caso (óbito ou recuperaçao da funçao renal). Foram aplicados diferentes métodos estatísticos, com nível de significância de 5% (p<0,05). Resultados: Nao houve diferença estatística entre os grupos em relaçao ao sexo masculino (GI=72%, GII=58%, GIII=72%), idade (60+/-11, 54+/-13 e 60+/-18 anos), ATN-ISS (0,54+/-0,18; 0,57+/-0,17 e 0,62+/-0,18), Cr inicial (4,1+/-2,9; 3,7+/-1,2 e 4,6+/-2,4 mg/dl), IRA isqêmica (45, 41 e 44%) e tempo de diálise (mediana 10, 5 e 4 dias). Os grupos diferiram (p<0,05) em relaçao a uréia sérica no momento da realizaçao da primeira diálise (110+/-26, 208+/-27 e 282+/-36 mg/dl – GIxGIIxGIII:p<0,05), P com indicaçao de diálise por hipervolemia (91, 54 e 33% – GIxGIII: p<0,05) e uréia média durante o tratamento dialítico (120+/-56, 146+/-28 e 181+/-55 mg/dl – GIxGIII: p<0,05). A mortalidade observada foi de 45% no GI, 71% no GII e 72% no GIII – GIxGIIxGIII: p>0,05). Conclusao: Em grupos semelhantes de P com IRA parece haver uma reduçao da mortalidade naqueles que iniciam diálise com menores níveis de uréia. Novos estudos com maior número de pacientes devem ser realizados.


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INSUFICIENCIA RENAL AGUDA APOS ESFORÇO FISICO

AYELLO, A. M.; FERNANDES, S. C.; DOUVERNY, J. B.; SANTOS, D. R.

FACULDADE DE MEDICINA DO ABC.

Introduçao: Mioglobinúria consiste na presença de um pigmento de origem muscular (mioglobina) na urina, o qual torna a urina avermelhada. Este pigmento é liberado quando há grande destruiçao de massa muscular, por necrose induzida por isquemia, infecçao, queimaduras extensas ou mesmo após esforço físico extenuante. Mioglubinúria é causa de insuficiência renal aguda (IRA). Métodos: Ralato de Caso – MDS, 35 anos, branco, casado, ajudante geral, natural de Itabuna – BA e procedente de Sao Paulo – SP. O paciente apresentou vômitos e urina escura algumas horas após esforço físico intenso, nao acompanhado da ingestao de líquidos. Os exames complementares evidenciaram déficit de funçao renal (creatinina 3,1 mg/dl) e aumento de marcadores de lesao muscular (CPK 137.400 U/l, CK – MB 4.800 U/l). Urina I com Hb +++, sem hematúria (5.000/ml), leucocitúria (5.000/ml) ou proteinúria (ausente). Ultrassonografia de abdome total demonstrou rins de tamanhos normais, com alteraçao da relaçao cortico-medular bilateralmente e com discreta acentuaçao da ecogenicidade cortical renal bilateral. Resultados: Evoluiu com piora da funçao renal (creatinina 22,3 mg/dl; uréia 284 mg/dl), necessitando, por uremia, de 5 sessoes de hemodiálise. Em 1 mês após o início dos sintomas, evoluiu com recuperaçao da funçao renal (creatinina 1,2 mg/dl), que se mantém estável após 7 meses de acompanhamento. Conclusao: A mioglobinúria é um diagnóstico etiológico a se considerar nos casos de IRA com história compatível com lesao muscular. Essa possibilidade é reforçada quando a urina é escura e na urinálise se observa positividade para hemoglobiona, sem hematúria. O tratamento é de suporte, incluindo hidrataçao adequada para manter euvolemia, alcalinizaçao da urina ou mesmo terapia renal substitutiva. O volume urinário deve ser mantido em 1,5 – 2,0 ml/kg/h.


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INSUFICIENCIA RENAL AGUDA DEVIDO INTOXICAÇAO EXOGENA POR PARAQUAT

POLI, M. R. C.; HERDOIZA, G.; MENEGHELLI, A. R.; NOBRE, M. J. B.; BARBOSA, V. C.; FERREIRA, F. M. M.

NEFRON NEFROLOGIA E UNIDADE DE HEMODIALISE. PORTO VELHO, RONDONIA.

Intoduçao: O paraquat é um herbicida de contato que pelo seu baixo preço comercial e sua grande eficácia, tem largo uso entre agropecuaristas sendo muito utilizado no estado de Rondônia, e dessa maneira apresentando um grande número de vítimas fatais sejam essas por uso acidental ou voluntárias.Na literatura doses ingeridas de cerca de 15 a 20ml de soluçao a 20% sao consideradas fatais, com casos de mesmo 1ml com vítimas a óbitos. Objetivos: Relato de um caso de exposiçao inalatória e dérmica de um agricultor, o qual evolui com insuficiência renal aguda. Relato do Caso: LRS.Paciente de 23anos, masculino, agricultor, procurou serviço médico com sintomas de cefaleia, fraqueza generalizada, naúseas, vômito e oligúria, após 72 horas de exposiçao inalatório e dérmica ao herbicida paraquat, sem nenhuma regra de segurança . Durante atendimento inicial foram iniciadas medidas clínicas de suporte e procedido exames laboratoriais, nesses foram evidenciados aumento considerável de escórias nitrogenadas com creatinina sérica: 10,5 mg/dl e uréia: 329,0 mg/dl., nao apresentava sinais clínicos nem laboratoriais de processo infeccioso. Após cerca de 90 horas paciente deu entrada no nosso serviço sendo submetido a processo hemodiálitico, permaneceu com esse tratamento durante aproximadamente 60 dias , nesse período apresentou infecçao de cateter duplo lúmen porém sem repercussoes clínicas relevantes, evolui após com aumento do volume urinário e melhora progressiva de escórias nitrogenadas, estando atualmente com creatinina sérica de 0,7 mg/dl e uréia de 24,0 mg/dl. Durante todo o tratamento paciente nao apresentou patologias pulmonares as quais sao comuns em pacientes que ingerem o paraquat. Conclusao: Apesar de doses citadas na introduçao serem letais, médicos que estao em contato com um grande número de pacientes agropecuaristas, devem sempre se alertarem para os potenciais riscos desses agrotóxicos, e tentarem o início rápido para o diagnóstico e tratamento de suas repercussoes em prol do bem estar e da vida


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INSUFICIENCIA RENAL AGUDA E OUTRAS MANIFESTAÇOES CLINICAS NA RAIVA

SILVA JUNIOR, G. B.; DAHER, E. F.; BARROS, F. A. S.; FERREIRA, M. T.; PATROCINIO, R. M. S. V.; ADRIANZÉN, O. A. G.

HOSPITAL UNIVERSITARIO WALTER CANTIDIO, DEPARTAMENTO DE MEDICINA CLINICA, FACULDADE DE MEDICINA, UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARA. FORTALEZA, CEARA, BRASIL.

Introduçao: A Raiva é uma encefalite viral que ocorre de maneira endêmica em algumas regioes do Brasil. O acometimento renal na Raiva nao foi descrito anteriormente em nenhum estudo científico. Métodos: Foram estudados os casos de 9 pacientes com Raiva internados no Hospital Sao José de Doenças Infecciosas, no período de janeiro de 2000 a dezembro de 2003. Analisaram-se as manifestaçoes clínicas e as alteraçoes laboratoriais apresentadas pelos pacientes durante a internaçao. Resultados: A idade dos pacientes variou de 3 a 81 anos (média: 31±26), sendo 6 do sexo masculino e 3 do sexo feminino. O tempo entre o acidente e a assistência médica variou de 20 a 120 dias (média: 45±34). O tempo de internaçao variou de 1 a 9 dias (média: 5±3). Os sinais e sintomas apresentados foram: febre, hidrofobia e agitaçao (8 casos), aerofobia, desorientaçao e dispnéia (5 casos), sialorréia (4 casos), vômitos, dor de garganta e oligúria (3 casos), dor e hipoestesia no local da mordida (2 casos), hematêmese, constipaçao e priapismo (1 caso). Os exames laboratoriais mostraram: hemoglobina = 12±2,9mg/dL, hematócrito = 35±7%, leucócitos = 10171±2917/mm3, uréia = 75±7mg/dL, creatinina = 1,25±0,5mg/dL, sódio = 137±8,6mEq/L e potássio = 3,85±0,5mEq/L. Insuficiência Renal Aguda, definida como creatinina sérica acima de 1,4mg/dL, foi encontrada em 3 casos, ocorrendo oligúria em 2 pacientes. O tratamento consistiu em medicamentos sintomáticos, reposiçao volêmica e correçao de distúrbios hidroeletrolíticos. Tratamento dialítico nao foi instituído, porque os pacientes foram a óbito logo após o desenvolvimento de IRA. Conclusao: As manifestaçoes clínicas da Raiva Humana sao extremamente variáveis, nao havendo nenhum padrao característico para a doença. Insuficiência Renal Aguda nao é um achado comum, sendo este o primeiro relato do acometimento renal nesta doença. A fisiopatologia da IRA na Raiva é desconhecida, podendo ser decorrente apenas da desidrataçao, que é freqüente nestes pacientes, ou ser causada por um outro mecanismo. Estudos histopatológicos sao necessários para o esclarecimento da etiologia deste tipo de IRA.


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INSUFICIENCIA RENAL AGUDA EM MALARIA POR PLASMODIUM VIVAX

BULBOL, W. S.; VALENZUELA, R.; SANTOS, V.; SILVA, E. B.; BULBOL, M. R.; DUARTE, A. C.; ALECRIM, M. G.; ALECRIM, W. D.

HOSPITAL UNIVERSITARIO GETULIO VARGAS.

Introduçao: A Malária permanece sendo um dos maiores problemas de Saúde Pública, principalmente na Africa, Asia e América Latina, locais onde é endemica. O comprometimento renal na Malária ocorre principalmente na causada por Plasmodium falciparum, com Insuficiência Renal Aguda(IRA). A partir de 1998, de maneira inusitada, iniciamos observaçao de IRA na Malária por Plasmodium vivax, fato muito pouco relatado na Literatura Médica. Métodos: Foram avaliados retrospectivamente prontuários médicos de 10 pacientes que apresentaram IRA na Malária Vivax. O critério de inclusao foi dosagem de creatinina sérica superior a 3mg/% em algum momento da internaçao hospitalar. Resultados: A idade média dos pacientes foi de 31,6+21,7anos(13-85). Apenas três pacientes eram primoinfectados e oito eram do sexo masculino. Icterícia esteve presente em seis pacientes e oligúria em sete, sendo que todos os sete necessitaram de Diálise. Todos os pacientes fizeram uso de drogas antimaláricas anteriora sua internaçao hospitalar e nove já internaram com IRA. O tempo de doença foi de 13,1+3,2 dias e foi estatisticamente significativo quando comparado com o Grupo Controle. Biópsia Renal foi realizada em um paciente e evidenciou Necrose Tubular Aguda. Três pacientes desenvolveram quadros infecciosos intercorrentes graves. O óbito ocorreu em um paciente por Choque Séptico. Conclusao: A presença de IRA e, Malária Vivax é fato inusitado e perigoso, visto ser a Malária mais prevalente no Brasil. A feitura tardia do diagnóstico, a maior patogenicidade do P. vivax e a açao nefrotóxica das drogas antimaláricas sao os prováveis fatores etiopatogênicos envolvidos no desenvolvimento da IRA.


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INSUFICIENCIA RENAL AGUDA EM PACIENTES GERIATRICOS INTERNADOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

SELISTRE, L. S.; POZZA, R.; FREITAG, C.; BOFF, T.

UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL.

Introduçao: Atualmente, cada vez mais sao admitidos pacientes idosos nas Unidades de Terapia Intensiva. Pacientes com idade acima dos 60 anos apresentam risco três a quatro vezes maior de desenvolver insuficiência renal aguda (IRA) do que pacientes jovens. Vários estudos retrospectivos demonstram persistência de elevada taxa de mortalidade nos pacientes com IRA (~50%), apesar de tantos avanços no suporte dialítico e na terapia intensiva. Objetivo: O presente trabalho tem o objetivo de avaliar o perfil dos idosos que internaram no CTI do Hospital Geral de Caxias do Sul. Material e Métodos: No período de janeiro de 2001 a dezembro de 2002, bem como relacionar o índice preditivo APACHE II com a mortalidade nesta populaçao. Foi realizado pesquisa observacional, descritiva, retrospectiva, em 490 prontuários de idosos com 60 anos ou mais, com creatinina igual ou maior que 2,0mg/dl, para o preenchimento de formulário padrao. Resultados: Os idosos perfizeram 50% das internaçoes do período, 26% desenvolveram IRA (n=127), eram predominantemente do sexo masculino (65%), idosos-jovens (62%), com idade média 73 anos (60 a 88anos). As mais freqüentes doenças que motivaram a internaçao no CTI foram as cardiovasculares (30%). O uso de antibióticos (57%) e inotrópicos (61%) foi bastante freqüente. O índice APACHE II (P= 0,0000; OR=0,05) mostrou-se sensível, porém impreciso visto que subestimou a taxa real de mortalidade (72%). Conclusao: A insuficiência renal aguda foi um preditor positivo para mortalidade nos idosos em tratamento intensivo na nossa instituiçao.


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INSUFICIENCIA RENAL AGUDA EM RATOS E ANTIOXIDANTES: MELHORA FUNCIONAL É TEMPO DEPENDETE

VATTIMO, M. F. F.; DEZOTI, C.; PINTO, C. F.; WATANABE, M.; SHIBUYA, C.

UNIVERSIDADE DE SAO PAULO-ESCOLA DE ENFERMAGEM.

Objetivo: Avaliar a funçao renal (FR) de ratos com insuficiência renal aguda isquêmica e tratados com alopurinol em diferentes momentos após a lesao. Métodos e Resultados: Foram utilizados ratos Wistar, machos, pesando entre 250 e 300g. Os ratos foram distribuídos nos grupos: SHAM (pseudo-isquemia); Isq (isquemia renal por 30′); SHAM+Alo (Sham+ Alo 50 mg/kg, via oral-v.o., 5 e 1h antes da cirurgia); Isq+Alo (isquemia que recebeu Alo como descrito); Isq 48 (isquemia renal por 30′, e avaliaçao da FR após 48 horas); Isq 72 (isquemia renal por 30′, FR após 72 horas); Isq 48 + Alo (isquemia que recebeu Alo como descrito e FR após 48 horas); Isq 72 + Alo (isquemia que recebeu Alo como descrito e FR após 72 horas). A FR foi avaliada por meio de clearance de creatinina (Clcr). Parâmetros corporais (peso corporal=P; fluxo urinário=U) e de FR dos grupos estao apresentados na tabela abaixo como média± desvio padrao (X±DP). Sendo *p<0,05 vs SHAM e ** vs Isq.

Conclusoes: Os resultados pressupoem que o alopurinol tenha mostrado efeito protetor da FR dos ratos isquêmicos apenas nas primeiras 24 horas após o insulto. Sugere-se que a melhora funcional observada nos períodos posteriores seja tempo dependente e nao relacionada ao tratamento antioxidante.


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INSUFICIENCIA RENAL AGUDA EM TERAPIA INTENSIVA NO HOSPITAL GERAL – CAXIAS DO SUL

SELISTRE, L. S.; FREITAG, C.; POZZA, R.; SOUZA, V. C.

UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL.

Objetivo: Este trabalho prospectivo tipo coorte avalia as causas, o índice de mortalidade e a incidência de insuficiência renal aguda (IRA) na UTI adulta no hospital geral. Material e Métodos: Foram analisados 55 casos de IRA no período de janeiro de 2001 à dezembro de 2001. Resultados: Dos 205 pacientes internados na UTI, 55 (26%) apresentavam insuficiência renal aguda. A idade média dos pacientes foi de 57(+16,22) anos, com 51,% dos pacientes eram do sexo masculino. O tempo médio de internaçao foi de 20,22 (+16) dias. A etiologia mais comum para IRA foi septicemia com 34 casos (62%), seguindo de choque cardiogênico em 10 casos (18%), nefrotoxicidade por aminoglicosídeos em 5 casos (9%), e outras causas 6 casos (11%). A diabete apresento- se em 16 casos (29%). O tratamento clínico correspondeu à 33 casos (60%) e o tratamento dialítico à 21 casos (38%). Quanto ao desfecho, ocorre o óbito em 34 casos (62%), acompanhamento clinico ambulatorial com ou sem tratamento dialítico em 9 casos (17%), alta nefrológica em 12 casos (22%). Conclusao: A presença de insuficiência renal aguda no terapia intensiva é um fator importante para mortalidade nesse grupo de pacientes.


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INSUFICIENCIA RENAL AGUDA EM UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA

CASSI, H. V.; BUENO, J. F. L.; GORDON, G. E. M.; HOKAZONO, S. R.; CARVALHO, J. R. M. M.; MARKS, S. G.

INSTITUTO DO RIM DO PARANA.

Introduçao: Os índices de mortalidade variam de 25-35% em portadores de insu – ficiência renal aguda (IRA), podendo se elevar para 46-88% naqueles em que o suporte dialítico se faz necessário. Objetivou-se entao, avaliar incidências, etiologias e resultados clínicos de portadores de IRA atendidos pela equipe médica do Instituto do Rim do Paraná. Métodos: Foi realizada revisao retrospectiva dos prontuários de portadores de IRA avaliados entre setembro de 2001 a setembro de 2003 de sete unidades de terapia intensiva de hospitais gerais de Curitiba. Definiu-se como critério de inclusao, portadores de creatinina sérica maior ou igual a 2,0mg/dl. Os dados foram avaliados por estatística descritiva e expressos em valores médios e porcentagens. Resultados: Em 24 meses, identificaram-se 85 portadores de IRA com semelhante distribuiçao quanto ao sexo e com idade média de 61,4 anos (17-96). O valor médio de creatinina sérica foi de 4,2 mg/dl decorrentes de: septicemia (30,7%), baixo débito (27,4%0, depleçao de volume (15,2%) e outras causas (10,8%). A avaliaçao nefrológica foi solicitada em decorrência de uremia (44%), sobrecarga de volume(41,8%) e hiperpotassemia(14,2%). Foi realizado tratamento conservador em 29,4% e dialítico em 70,6% através de cateter temporário de dupla luz. Houve recuperaçao da funçao renal em 20% dos pacientes, mas taxa de mortalidade bastante alta (77%). Conclusao: Apesar dos avnços tecnológicos em suporte de pacientes criticamente enfermos, a IRA cursa com altas taxas de mortalidade. Estratificar populaçoes, definir critérios prognósticos de fácil aplicaçao e revisar nossas estratégias de abordagem terapêtica representam nossas oportunidades de melhoria.


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INSUFICIENCIA RENAL AGUDA GRAVE – ESTUDO EPIDEMIOLO- GICO DO HOSPITAL UNIVERSITARIO DA UFJF

SANDERS, H.; CARMO, P. V.; AMARAL, C. F.; PAIVA, A. R. B.; RIBEIRO, C. C. O. S.; RAMALHO, G. T.; ANDRADE, L. C. F.; BASTOS, M. G.

NIEPEN DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA.

Introduçao: A insuficiência renal aguda (IRA) persiste como complicaçao comum entre os pacientes hospitalizados, incidindo em até 25% dos pacientes em unidades de terapia intensiva (UTI) e está associada a elevada mortalidade. Objetivo: definir a incidência, características clínicas e evoluçao da populaçao com IRA dialítica na UTI do HU-UFJF. Métodos: Foram estudados, retrospectivamente, todos os pacientes internados na UTI de março de 2001 a fevereiro de 2002, que desenvolveram IRA com necessidade de diálise. Quarenta e nove pacientes preencheram os critérios adotados. Ca – racterísticas clínicas, albumina sérica, desfecho e recuperaçao renal foram avaliados. Resultados: A idade média foi de 53,3±18,5 anos, 17 pacientes (34,6%) com idade igual ou superior a 65 anos e 59,2% eram do sexo masculino. Dentre as doenças de base mais freqüentes estavam as infecciosas (26,5%) e nefropatias (22,4%). Fatores de risco para IRA estiveram presentes em 83,7% da amostra, sendo os mais freqüentes a idade > 65 anos (34,6%) e a presença de doença renal crônica, 32,6%. A IRA predominante foi a isquêmica, 40,8% dos casos, seguida pela tóxica (30,6%) e por sepse (26,5%). 75,5% dos pacientes eram oligúricos e estes apresentaram mortalidade mais elevada (75.6% vs. 41,6%; p<0,05). Falência de múltiplos órgaos (FMO) acometeu 53,1% dos pacientes e 32,7% nao apresentaram complicaçoes (sepse e/ou FMO). 67,3% evoluíram para óbito, e estes apresentavam um maior número de órgaos em falência (2 vs. 0, p<0,01), menores valores de albumina (2,1 ± 0,6 vs. 2,7 ± 0,8, p<0,05) e maior número de sessoes de diálise (1,9 ± 1,5 vs. 3,3 ± 2,1, p<0,05). Dos sobreviventes (16), 56,2% persistiram em diálise; apenas 31,2% tiveram recuperaçao total da funçao renal e 12,5% se tornaram renais crônicos em tratamento conservador. Conclusoes: Nossos dados sao concordantes com a literatura, exceto pela nossa populaçao ser mais jovem e, mesmo assim, apresentar reduzidas taxas de recuperaçao da funçao renal.


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INSUFICIENCIA RENAL AGUDA NA SEPSE

CUNHA, F. L. A.; MACCHI NETO, J.; NASCIMENTO, M. S.; NASCIMENTO, J. P.

HOSPITAL UNIVERSITARIO JOAO DE BARROS BARRETO E DISCIPLINA DE NEFROLOGIA – UFPA, BELÉM-PA.

Objetivo: conhecer os principais aspectos da IRA na sepse em2 nosso meio. Metodologia: análise retrospectiva de 132 prontuários de pacientes (pc) com sepse internados na HUJBB entre Jan/1999 a Dez/2002. Resultados: as infecçoes mais freqüentes foram a pneumonia com 28,03% (37/132) e a ITU com 16,67 % ( 22/132); 38 pc ( 29%) evoluíram com IRA, sendo 52,63% (20/38) do sexo feminino. A IRA predominou entre as mulheres a partir dos 40 anos e nos homens a partir dos 60.A mortalidade geral foi de 65,79% (25/38).Maior frequência da sepse na 1ª e 2ª segunda décadas de vida (56,06% – 74/132) e maior incidência de IRA ocorreu na 4ª década com 63,16% dos casos (24/38).Os principais sinais e sintomas ocorridos na Sepse com IRA :febre 81,57% (31/38), desidrataçao 55,26% (21/38), icterícia 52,63% (20/38) e hipotensao arterial 44,73% (17/38).As comorbidades mais freqüentes foram a HAS 23,68% (9/38), diabetes mellitus 13,13% (5/38), anemia em 65,78% (25/38), trombocitopenia 36,84% (14/38), hiponatremia 42,1% (16/38), hipocalcemia 42,1% (16/38) e acidose metabólica 36,84% (14/38). IRA nao oligúrica em 39,47% e oligúrica em 31,58%; anúria em 10,52% (4/38).A uréia plasmática foi de 134,77 ± 71,42 mg/dl e de creatinina 4,09 ± 3,05.A mortalidade foi de 68,75 % (11/16) nas formas oligo-anúricas e de 46,66 % (7/15) nas formas nao oligúricas.Em relaçao ao sexo a mortalidade foi de 61,11 % (11/18) no sexo masculino e 70 % (14/20) no sexo feminino. Conclusao: a elevada morbi-mortalidade da IRA na sepse exige cuidados redobrados com os fatores agravantes, com as comorbidades e com o diagnóstico precoce da IRA.


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INSUFICIENCIA RENAL AGUDA NA SINDROME NEUROLÉPTICA MALIGNA – RELATO DE CASO

DAHER, E. F.; SILVA JUNIOR, G. B.; PONTES, L. B.; BARROS, F. A. S.; ADRIANZÉN, O. A. G.

HOSPITAL GERAL DE FORTALEZA E HOSPITAL UNIVERSITARIO WALTER CANTIDIO, DEPARTAMENTO DE MEDICINA CLINICA, FACULDADE DE MEDICINA, UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARA. FORTALEZA, CEARA, BRASIL.

Introduçao: A síndrome neuroléptica maligna é uma complicaçao relativamente rara do uso de neurolépticos, sendo caracterizada por rigidez, tremores, febre, alteraçao da consciência, disfunçao autonômica, rabdomiólise e insuficiência respiratória. Insuficiência renal aguda pode ocorrer devido à rabdomiólise, nao se conhecendo a sua incidência nesta síndrome. Relato de Caso: Paciente do sexo masculino, 48 anos, deu entrada na emergência do Hospital Geral de Fortaleza com quadro de tremores, obnubilaçao, dispnéia, febre e instabilidade hemodinâmica, tendendo à hipotensao (PA = 104 x 64mmHg). O paciente apresentava ainda oligúria, tendo sido feita sondagem vesical, que evidenciou urina concentrada, e Glasgow 6. O paciente foi entubado e internado na UTI. Os exames laboratoriais da admissao mostraram: Uréia: 88 mg/dL, Creatinina: 2,7 mg/dL, Potássio: 2,4 mg/dL, CPK: 101.440 UI/L. Através da história clínica descobriu-se que o paciente fazia uso de Haloperidol há 20 anos (1cp/dia), tendo apresentado há 20 dias piora do quadro psiquiátrico, com agitaçao, alucinaçoes e agressividade. A dose do medicamento foi aumentada pelos familiares, que passaram a administrar 6 comprimidos por dia. Constatou-se também que o paciente era portador de Hanseníase e fazia uso de Dapsona e Clofazimina há 6 meses. O tratamento consistiu em suspensao do Haloperidol, reposiçao volêmica e administraçao de bromocriptina, furosemida e sintomáticos. Os níveis séricos de uréia e creatinina foram-se elevando progressivamente, chegando ao máximo de 7,9mg/dL e 235mg/dL, respectivamente. Foi instituído tratamento dialítico, tendo sido realizadas 12 sessoes de hemodiálise. O paciente evoluiu com infecçao urinária e respiratória, sendo feita antibioticoterapia. Após 40 dias de internaçao, o paciente apresentou melhora da consciência e foi transferido para a unidade semi-intensiva. No 71º D.I.H., foi dada alta hospitalar, com a funçao renal apresentando melhora significativa (uréia:54mg/dL, creatinina: 1,2mg/dL). Conclusao: A insuficiência renal aguda é uma complicaçao da síndrome neuroléptica maligna, sendo decorrente do estado de hipovolemia e da rabdomiólise. O tratamento dialítico foi eficaz para recuperar a funçao renal.


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INSUFICIENCIA RESPIRATORIA NA LEPTOSPIROSE: ALTERAÇOES NO TRANSPORTE DE SODIO E FLUIDO NO EPITÉLIO PULMONAR

RODRIGUES JUNIOR, A. C.; SEGURO, A. C.; ANDRADE, L.

DISCIPLINA DE NEFROLOGIA, FACULDADE DE MEDICINA USP

O acometimento pulmonar (edema e hemorragia pulmonar) é a principal causa de óbito na insuficiência renal aguda (IRA) da leptospirose. O edema pulmonar nas diversas doenças ocorre devido a uma diminuiçao do clearance alveolar (fluxo de água da luz alvéolar para o capilar pulmonar). Esse clearance depende basicamente da Na-K-ATPase situada na membrana pericapilar que transporta Na para o capilar pulmonar, do transporte passivo de Na da membrana luminal pelos canais de Na amiloride sensível (ENaC) e do co-transportador Na-K-2Cl situado na membrana pericapilar que transporta Na em sentido contrário. Desse modo, mantem-se um gradiente favorável a remoçao de fluido da luz alveolar que é feito preponderantemente por via paracelular, apesar da presença de aquaporinas nesse epitélio (AQP-5 principalmente). O objetivo deste trabalho foi avaliar o papel desses transportadores no edema pulmonar da leptospirose no hamster. No 4º dia após a inoculaçao da leptospira (sorogrupo Pomona, sorovar Pomona) intraperitoneal nos animais, os pulmoes foram retirados, após medida de clearance de creatinina (Ccreat). A extraçao de proteína foi feita para estudos de Western Blot.

Estes resultados sugerem que nesses animais:1-a célula alveolar encontra-se íntegra (Na-K-ATPase normal);2- a menor expressao do ?-ENaC faz com que menos Na seja retirado do lúmen diminuindo o clearance alveolar.3- O aumento do Na- K-2Cl cuja funçao é tentar manter o Na e o volume da célula normais, transportando NaCl para dentro da célula, contribui para a diminuiçao do clearance alveolar.4- a manutençao da aquaporin-5 indica que esta proteína nao participa da gênese do edema, ao contrário do observado em modelos de IRA isquêmica. Estas alteraçoes moleculares poderao gerar novas terapêuticas para o acometimento pulmonar da leptospirose.


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ISOFLAVONA E HEME-OXIGENASE NA ISUFICIENCIA RENAL AGUDA ISQUEMICA EM RATOS

VATTIMO, M. F. F.; WATANABE, M.; PINTO, C. F.; DEZOTI, C.

UNIVERSIDADE DE SAO PAULO-ESCOLA DE ENFERMAGEM.

Introduçao: A IRAi é caracterizada por lesao celular predominantemente inflamatória derivada, entre outros, do estresse oxidativo. A Isoflavona, um fitoterápico com açao estrogênica, tem sido também descrita por seu efeito antioxidante, porém o mecanismo desse efeito protetor sobre a funçao renal ainda nao está esclarecido. A heme oxigenase (HO), que participa da degradaçao do grupo heme gerando os sub-produtos monóxido de carbono, biliverdina e ferro, exerce açao antioxidante e antiinflamatória. A sua isoforma, a HO-1, é induzida na lesao oxidativa e inflamatória e tem sido relacionada como mediadora de alguns eventos inflamatórios. Objetivo: Avaliar o papel da isoflavona sobre a funçao renal (FR) de ratos e verificar a associaçao desta com a HO-1. Método: Foram utilizados ratos Wistar, adultos e machos. Grupos: SHAM (controle); Isq (clapeamento do pedículo renal por 30 min); Isq+Hemin (animais do grupo Isq tratados com o indutos da HO-1, 1mg/100g peso; 24 horas antes da isquemia); Isq+PTZ (animais Isq tratados com protoporfirina de zinco-PTZ, inibidor da HO-1, 75?mol/Kg, 60minutos antes da isquemia); Isq+ISF (Isq tratados com isoflavona, 8mg/Kg/dia, por 5 dias antes da isquemia); Isq+ISF+Hemin (Isq tratados com ISF por 5dias e Hemin 24 horas antes da isquemia). A funçao renal foi avaliada através do clearance de creatinina (Clcreat). Os resultados estao apresentados como média± DP. Sendo *p<0,05 vs SHAM e ** vs Isq.

Conclusoes: O clampeamento renal ocasionou IRAi nao oligúrica. A ISF apresentou efeito protetor sobre a funçao renal dos ratos isquêmicos. A associaçao de Hemin e ISF nao determinou melhora adicional na funçao renal dos animais, pressupondo que o efeito observado para a ISF esteja relacionado à cascata hememonóxido de carbono. A PTZ nao mostrou efeito sobre a FR dos animais do estudo.


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MANIFESTAÇOES CLINICAS E ASSOCIAÇOES ENTRE IRA E HISTOPLASMOSE EM PACIENTES HIV POSITIVOS

FERREIRA, M. T.; DAHER, E. F.; SILVA JUNIOR, G. B.; OLIVEIRA, S. A.; BARROS, F. A. S. MARTINS, J. C.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARA.

Introduçao: A histoplasmose é uma infecçao causada pelo Histoplasma capsulatum nos seres humanos com ampla distribuiçao na América e apresentando um número significativo de casos. Esta infecçao é de considerável importância nos pacientes imunocompromentidos, especialmente naqueles com AIDS, podendo leva-los ä morte em poucos meses, principalmente nas formas disseminadas, com manifestaçoes gerais de um processo infeccioso grave. Objetivos: verificar as manifestaçoes clínicas e associaçoes entre histoplasmose e insuficiência renal aguda em pacientes HIV positivos. Material e Métodos: Estudo retrospectivo de pacientes internados no Hospital Sao José do Estado do Ceará, entre os anos de 1994 a 2003, com sorologia positiva para o vírus HIV e com diagnóstico de Histoplasmose através de cultura ou pesquisa do histoplasma no creme leucocitário. Foram analisados : idade, sexo, tempo de internamento, principais sinais e sintomas , e dados laboratoriais na admissao e durante o internamento, bem como a evoluçao final destes. Insuficiência renal aguda (IRA) foi definida como creatinina > 1,5mg/dl. Resultados: Idade (35±9 anos), sexo 75% masculino, o tempo de internamento foi de 20±18 dias, 78,3% desses pacientes apresentaram perda de peso. Os principais sinais e sintomas foram febre (98,3%), astenia (70%), tosse (65%), diarréia (61,6%), monilíase oral (61,6%), dispnéia (43,3%), vômitos (38,3%) e lesoes cutâneas (22%). A média da pressao arterial (PA) sistólica na admissao por ocasiao do exame físico foi de 98±18, a média da PA diastólica foi de 64±15 e a média da temperatura axilar foi de 37,8±1,3ºC. Em 46,6% dos pacientes verificou- se desidrataçao e 43% destes eram hipocorados. Na admissao, antes do uso de anfotericina B, 27% dos pacientes apresentaram creatinina > 1,5mg/dl e durante o internamento, 70% apresentaram creatinina > a este valor. Durante o internamento, 21,66% tiveram dosagem de uréia no sangue acima de 150mg/dl. Em 78,33% dos casos da admissao, verificou-se plaquetopenia (plaquetas < 150.000/mm3), e durante o internamento 90% apresentaram plaquetopenia, sendo a média de todos os pacientes durante esse período de 78.800±47.200/mm3. A média do hematócrito na admissao foi de 24±7% e durante o internamento foi de 18±5%. Na admissao a média de hemoglobina foi de 8,2±2,4g/dl, no período do internamento a média de hemoglobina foi de 6,4±2,3 g/dl. A média da dosagem de LDH, durante o internamento foi de 5.238±6.282UI. no período da admissao 83,3% dos pacientes apresentaram hiponatremia, enquanto 21,6% apresentaram hipercalemia e 11,3% apresentaram hipocalemia. Apenas 25% dos pacientes foram admitidos fazendo uso prévio e regular de anti-retrovirais. Foram realizados sumários de urina de 24 pacientes por ocasiao da admissao, desses 92% apresentaram proteinúria, 42% apresentaram hematúria e 54% apresentaram mais de 5 leucócitos por campo. Em relaçao a evoluçao clínica dos pacientes, sabe-se que 47% foram a óbito e 5% foram transferidos do referido hospital para fazer hemodiálise e nao retornaram ao mesmo. Conclusao: Os resultados encontrados referentes às manifestaçoes clínicas de um processo infeccioso grave, causado pela histoplasmose em pacientes HIV positivos, estao de acordo com os dados da literatura. Observou-se elevada prevalência de IRA nestes, que pode estar relacionada a vários fatores de risco, como a desidrataçao, hipotensao, uso de drogas nefrotóxicas, o próprio HIV e, inclusive a própria histoplasmose como fator direto da lesao renal. O nível de LDH elevado é uma importante pista para o diagnóstico de histoplasmose disseminada. Maior importância deve ser dada ao diagnóstico precoce da histoplasmose pela a sua elevada letalidade em pacientes imunocomprometidos. Observou-se também alto índice de plaquetopenianos pacientes estudados e se questiona se esse dado devese ao quadro do HIV ou pelas alteraçoes imunológicas desencadeadas pelo próprio histoplasma


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NECROSE TUBULAR AGUDA (NTA) ISQUEMICA, NEFROTOXICA E MISTA NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA (UTI): UMA ENTIDADE UNICA?

SANTOS, W. J. Q. ;ZANNETTA, D. M. T.; LOBO, S.; LIMA, E. Q.; BURDMANN, E. A.

FACULDADE DE MEDICINA DE SAO JOSÉ DO RIO PRETO.

Introduçao: NTA é usualmente estudada como entidade única, sem distinçao entre as sua etiologias: isquêmica (I), nefrotóxica (N) ou mista (M). Métodos: Para comparar o quadro clínico e a mortalidade dos 3 tipos de NTA, todos os pacientes (pts) admitidos nas UTIs de um Hospital Universitário entre 97 e 00 foram estudados. De 593 pacientes com insuficiência renal aguda (IRA) 524 (88%) foram identificados como NTA. Eles tinham a idade média de 58 anos, 68% eram homens, 52% eram cirúrgicos, o APACHE II médio foi 21, a média de estadia na UTI foi 12 dias e a mortalidade 62%. Resultados: 265 pts (51%) tinham NTAI, 201 (38%) NTAM e 58 (11%) NTAN. Os grupos foram similares em relaçao à idade, sexo, APACHE II e motivo de admissao na UTI. Havia mais pts clínicos no grupo com NTAI (54%) do que em NTAM (41%, p=0,006) e NTAN (48%, p>0,05). NTAM apresentou menos pacientes com pelo menos uma doença de base (45%) do que NTAI (58%, p=0,008) ou NTAN (65%, p=0,04). A prevalência de falência de múltiplos órgaos (FMO) foi maior em NTAI (46%, p=0,0000) e NTAM (55%, p=0,0000) do que em NTAN (7%). Ocorreu mais oliguria em NTAI (49%, p=0,07) e NTAM (58%, p=0,009) do que em NTAN (38%). Houve mais acidose in NTAI (73%, p=0,2) e NTAM (81%, p=0,01) do que em NTAN (64%). Hipercalemia (HK) foi similar nos três 3 grupos. A mortalidade foi maior na NTAI (66%, p=0,001) e NTAM (63%, p=0,0001) vs NTAN (38%). Construiu-se um modelo de regressao logística para análise dos fatores de risco para morte nos 3 grupos. A única variável universalmente relacionada à morte nos 3 grupos foi oliguria: OR 3, IC 1,64-5,49; p=0,0003 para NTAI; OR 1,96, IC 1,04-3,68, p=0,036 para NTAM e OR 5,71, IC 1,19-27,5; p=0,023 para NTAN). Outros fatores de risco significativamente associados à morte foram acidose (OR 2,14; p=0,026), HK (OR 2,64; p=0,015) e FMO (OR 2,67; p=0,005) em NTAI e pelo menos uma doença de base (OR 2,04; p= 0,024) e choque (OR 4,23; p=0,003) em NTAM. Conclusoes: A prevalência de NTA nefrotóxica isolada foi baixa, com NTA isquêmica ou mista correspondendo a aproximadamente 90% dos casos estudados. A mortalidade foi extraordinariamente elevada em NTA isquêmica ou mista quando comparada a NTA nefrotóxica. Os fatores de risco associados à mortalidade foram diferentes, dependendo da etiologiA da NTA. O único fator universalmente relacionado à mortalidade nos 3 tipos de NTA foi oliguria.


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NEFRITE TUBULO-INTERSTICIAL AGUDA PELO USO DE RIFAMPICINA

AMORIM, S. P.; NAKA, E. L.; ARAUJO, M. S.; COUTINHO, I. H. I. L. S.; BARRETO, F. C.; BARRETO, D. V.; RANGEL, E.; GUILHEM, M.; ABREU, P. F.; ARAUJO, E. S.; MOREIRA, M. E. M.; SANTOS, D. R.; LARANJA, S. M. R.

HOSPITAL DO SERVIDOR PUBLICO ESTADUAL DE SAO PAULO.

A rifampicina é uma droga amplamente utilizada para o tratamento de tuberculose e hanseníase e o seu uso pode ser causa de insuficiência renal aguda. Neste relato apresentamos uma paciente do sexo feminino, 56 anos, com quadro de hanseníase dimorfa sendo iniciado o uso de rifampicina, dapsona e clofazimina. A paciente já havia feito tratamento para hanseníase há trinta anos. Após trinta minutos da ingestao apresentou sintomatologia de hipersensibilidade com calafrios, cianose labial, dor lombar e fraqueza de membros inferiores. Dois dias depois, ocorreram oligúria, hipertensao arterial, plaquetopenia, elevaçao de escórias renais evoluindo com piora progressiva da funçao renal sendo entao iniciado procedimento dialítico e corticoterapia com 80 mg de prednisona ao dia. A biópsia renal foi compatível com nefrite túbulointersticial à microscopia ótica, a imunofluorescência foi negativa. A paciente evoluiu com melhora da funçao renal após dez dias de tratamento, com suspensao da hemodiálise e reduçao gradativa dose de prednisona. A rifampicina neste caso é a droga implicada na etiologia da nefrite túbulointersticial. Sabe-se que a reexposiçao a droga apresenta maior chance para essa evoluçao, mesmo após vários anos da exposiçao.


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NEFROTOXICIDADE AGUDA DO SIROLIMUS: ESTUDOS IN VIVO E IN VITRO

PEREIRA, B. J.; CASTRO, I.; BURDMANN, E. A. YU, L.; MALHEIROS, D.

LABORATORIO DE PESQUISA BASICA EM NEFROLOGIA (LIM 12) DA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SAO PAULO.

Introduçao: O sirolimus (SIRO) é um imunossupressor com menor nefrotoxicidade e impacto na necrose tubular aguda (NTA) pós-transplante. Objetivos: avaliar efeitos diretos do SIRO isoladamente e associado a Ciclosporina A (CsA) em túbulos renais proximais isolados (TP) e os efeitos sobre a recuperaçao da lesao renal isquêmica. Métodos: em ratos machos Wistar, foram administradas doses crescentes de SIRO em TP oxigenados (60 e 90 min), submetidos a 15 min de hipóxia (H-15) e 45 min de reoxigenaçao (R-45) e em associaçao com CsA em doses nao-tóxica (50 mg/ml) e tóxica (100 mg/ml). Lesao celular foi medida pela liberaçao de desidrogenase láctica (DHL%). Nos estudos in vivo os ratos foram submetidos à nefrectomia esquerda (Nx) e clampeamento da artéria renal direita por 30 min. Ratos shamoperados foram submetidos apenas à Nx esquerda. CsA (3 mg/kg/dia SC) e Siro (3 mg/kg/dia VO) foram administrados 2 dias antes da isquemia e mantidos por 7 dias. Estudos funcionais foram realizados 24 h e 7 dias após a isquemia (I) renal e os rins foram removidos para análise histológica e imunohistoquímica para macrófagos (ED1), linfócitos (CD3) e proliferaçao celular (PCNA). Resultados: SIRO nao causou lesao celular em TP oxigenados até 90 min, nao teve efeito sobre TP a H-15 e R-45 e nao potencializou o efeito tóxico da CsA em TP. Estas drogas nao afetaram a filtraçao glomerular (FG), em 24 h após isquemia, e em 7 dias, somente a CsA causou diminuiçao da FG . Houve maior infiltraçao de macrófagos e linfócitos no grupo I+SIRO+CsA no 7º dia. Após 24 h, houve maior proliferaçao celular nos grupos submetidos à isquemia e em 7 dias foi igual em todos os grupos. Conclusoes: SIRO nao foi tóxico em TP e nao potencializou a lesao da hipóxia/reoxigenaçao nem a toxicidade da CsA. Nao afetou a recuperaçao da filtraçao glomerular após isquemia renal e foi capaz de prevenir a diminuiçao da FG induzida pela CsA, apesar da reduçao do FSR e independente do efeito destas drogas sobre a proliferaçao celular e infiltrado inflamatório.


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NEFROTOXICIDADE DA POLIMIXINA B NA TERAPIA INTENSIVA

ALBUQUERQUE, A. G. N. ;JAPIASSU, A. M.

HOSPITAL QUINTA D’OR.

Introduçao: O tratamento de infecçoes nosocomiais vem se tornando um desafio cada vez mais difícil. Através da seleçao de cepas multirresistentes vários antibióticos na prática comum se mostraram ineficazes. Alternativas antigas, por vezes até abondonadas, voltaram a ser cogitadas na absoluta falta de opçoes para o tratamento de algumas bactérias resistentes a quase todos os antibióticos, como a polimixina B. Porém a eficácia e os efeitos colaterais (como nefrotoxicidade) nao foram estudados adequadamente. Métodos: Série de casos retrospectiva através da análise de prontuários no período de dezembro de 2002 a agosto de 2003. Definimos com nefrotoxicidade um aumento da creatinina sérica em 25% ao valor no primeiro dia de polimixina B. Foram excluídos os pacientes já em algum método de depuraçao extra-renal. Resultados: Foram estudados 33 pacientes com idade média de 69 anos e APACHE II 18. O tempo médio de tratamento foi de 16,5 dias. A letalidade no CTI foi de 63%, o tempo médio de internaçao foi 97,6 dias e o de internaçao no hospital até o início da droga foi de 30,8 dias. O sítio de infecçao mais comum foi pulmonar – Pseudomonas aeruginosa (15) e Acinetobacter baumanii (11) – foram as bactérias que motivaram o uso da droga. Houve isolamento de Serratia sp, Proteus sp, Providencia sp e Flaviobacterium sp em 11 pacientes (33%) após o uso da droga. Ocorreu nefrotoxicidade em 21 pacientes (63,6%) e houve recorrência da infecçao em 20 pacientes (61%) Conclusao: O uso de polimixina B ocorre tardiamente na internaçao e está associado com nefrotoxicidade frequente e recorrência da infecçao. Observamos a seleçao de bactérias intrinsicamente resistentes a polimixina B em 33% dos pacientes.


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O EFEITO DA CICLOSPORINA A (CSA) NA EXPRESSAO DA INOS E O PAPEL DA N ACETILCISTEINA (NAC) NA PRODUÇAO DO OXIDO NITRICO (NO) EM CULTURA DE CÉLULAS DA ARTÉRIA RENAL DE RATOS (RVSMC)

LESSIO, C.; SILVA, F. A.; MOURO, M. G.; TOMMASO, A. B. G. D.; GLORIA, M. A.; SCHOR, N.; HIGA, E. M. S.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO/ ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA.

Objetivo: O objetivo deste estudo é avaliar o efeito da CsA (imunossupressor cuja utilizaçao é limitada pela nefrotoxicidade) na expressao do RNAm da óxido nítrico sintase induzível (iNOS) e o papel do antioxidante NAC na produçao de NO em cultura de rVSMC. Materiais e Métodos: As células foram tratadas durante 72 hs com CsA (10 µg/ml; n=6) e o veículo (CTL, 10 µg/ml de óleo de oliva; n=6); Lipopolissacáride de E.coli (LPS, 100 µg/ml; n= 6), CsA+LPS (n=6), NAC (6,13 mM; n=7) e CsA+NAC (n=7). Avaliou-se a produçao de NO pelos métodos de Griess e quimioluminescência (nmoles/mg proteína) e elaborou-se uma curva tempo-resposta, onde as rVSMC foram incubadas com CsA (10 µg/ml) ou NAC (6,13 mM) durante 24, 48 ou 72 horas. O RNA total foi extraído das células tratadas, a expressao da óxido nítrico sintase induzível (iNOS) foi avaliada pela técnica de RT-PCR e a viabilidade celular (%) foi avaliada pelo método de acridina orange. Resultados: Pelo método de Griess o grupo LPS apresentou aumento do NO comparativamente ao CTL (410 ± 62,06 vs 18 ± 0,4; n=6; p<0,05); a CsA causou reduçao do NO em relaçao ao CTL (7,2 ± 1,2; n=6; p<0,05); CsA+LPS apresentou diminuiçao do NO em relaçao ao LPS (78,4 ± 11,6; n=6; p< 0,05). Pelo método de quimioluminescência o resultado foi semelhante: CTL (207,90 ± 23); LPS (2250,10 ± 157,30); CsA (78,50 ± 9,2); CsA+LPS (660 ± 78,9). A viabilidade celular dos grupos CsA (78 ± 2) e CsA+LPS (79 ± 1) estava reduzida quando comparada aos grupos CTL (95 ± 1) e LPS (94 ± 1). No grupo NAC observamos um aumento significante na produçao de NO (326,8 ± 22,54) quando comparados ao CTL e à CsA; também observamos um aumento no grupo CsA+NAC (365,4 ± 28,61) quando comparadas à CsA. A CsA causou reduçao progressiva da síntese de NO, conforme o maior tempo de incubaçao: 24 hs (86,03 ± 27,34), 48 hs (95 ± 89,1), 72 hs (78,5 ± 9,2). A NAC, por sua vez , provocou aumento na produçao de NO, conforme o maior tempo de incubaçao: 24 hs (128 ± 7,3), 48 hs (191,7 + 13), 72 hs (326,8 ± 22,54). Conclusao: Nas rVSMC a CsA reduz a produçao de NO através da inibiçao da iNOS, sendo este efeito, pelo menos em parte, devido a reduçao da viabilidade celular causada por esta droga. A síntese reduzida de NO causada pela CsA poderia explicar a vasoconstriçao e, portanto, a nefrotoxicidade causada por este imunossupressor. Esta inibiçao do NO foi revertida pela NAC, sugerindo que este antioxidante poderia ser útil na prevençao da insuficiência renal aguda causada pela CsA.


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O PAPEL DA HEME-OXIGENASE-1 (HO-1) NA LESAO CELULAR INDUZIDA PELA POLIMIXINA B (PMB) EM CÉLULAS LLC-PK1

VATTIMO, M. F. F.; NEIVA, L.; SANTOS, O. F. P.

UNIVERSIDADE DE SAO PAULO-ESCOLA DE ENFERMAGEM/UNIVERSIDADEE FEDERAL DE SAO PAULO-UNIFESP.

A HO-1 é uma enzima induzível envolvida na degradaçao do grupo prostético heme, produzindo compostos com funçoes anti-oxidante, anti-inflamatória, anti-apoptótica e modulatória do sistema imune no rim. A induçao da HO-1 está associada com estresse oxidativo e a inflamaçao desenvolvidos na insuficiência renal aguda. Polimixina B é um antibiótico usado no tratamento de infecçoes Gram-negativas e que apresenta um efeito nefrotóxico que nao está completamente elucidado. O objetivo deste estudo foi verificar a apoptose e viabilidade de células LLC-PK1 após tratamento com hemin (indutor de heme oxigenase – Hm) ou protoporfirina de zinco (inibidor de heme oxigenase – ZnPP) associados a Pm-B durante 24, 48 e 72 horas. Células renais de porco LLC-PK1 foram cultivadas com Pm-B durante 24, 48 e 72 horas. A apoptose e viabilidade foram avaliadas usando as seguintes doses: Controle (CTL, 0mM); G1 (12,5mM); G2 (75mM) e G3 (375mM). O hemin (25mM) e ZnPP (10mM) foram administrados uma hora antes da Pm-B. Foram utilizados os métodos Hoescht 33342 (apoptose) and Acridin orange/ brometo de etídio (viabilidade). Os resultados de apoptose e viabilidade celular sao demonstrados na tabela abaixo como média ± desvio-padrao:

Os resultados demonstraram aumento linear de apoptose induzida por Pm-B quando a dose e o tempo de exposiçao foi aumentado, isto foi confirmado pela variaçao inversa de viabilidade celular (ANOVA, p<0.05). O hemin reduziu a apoptose e aumentou a viabilidade na presença de polimixina B, sugerindo efeito protetor da HO-1 neste modelo de (p<0.05). Nao foi observado qualquer efeito conclusivo sobre a injúria celular quando a ZnPP foi adicionado no meio com células LLC-PK1.


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O PAPEL DA LEPTINA NA LESAO RENAL INDUZIDA PELA ISQUEMIA E REPERFUSAO EM CAMUNDONGOS

PEREIRA, M. G.; PINHEIRO, H. S.; GONÇALVES, G. M.; PESQUERO, J. B.; KO, G. M.; REIS, M. A.; SILVA FILHO, A. P.; CAMARA, N. O. S.

UNIFESP DISCIPLINA DE NEFROLOGIA.

Introduçao: A insuficiência renal aguda (IRA) ocorre com relativa freqüência em pacientes internados, principalmente no ambiente de terapia intensiva. Apesar dos avanços no conhecimento de sua fisiopatologia e na terapia substitutiva renal nas últimas décadas, sua mortalidade permanece elevada. A leptina é um hormônio produzido no tecido adiposo, tradicionalmente descrito como regulador do apetite e do metabolismo energético. Apresenta duas isoformas de receptor, com distribuiçao sistêmica variada: isoformas longas (sistema nervoso central) e isoformas curtas (rim, pulmao, fígado e macrófago). Têm-se demonstrado uma interaçao estreita da leptina com o sistema imune e inflamaçao. Ademais, as isoformas curtas do receptor de leptina parecem oferecer uma proteçao contra a IRA. Objetivo: Avaliar o efeito da deficiência da leptina na lesao renal induzida pela isquemia e reperfusao. Material e Métodos: Utilizamos camundongos nocautes para leptina (ob/ob) e o seu controle. Os animais foram submetidos a 45 minutos de isquemia, através do clampeamento dos pedículos renais e reperfundidos. Após 24 horas da reperfusao, foram coletados sangue para a dosagem de uréia e creatinina, além de tecido renal para análises histopatológica e para biologia molecular. Resultados – Os animais nocautes para leptina apresentaram uma maior lesao renal do que o grupo controle, representada por níveis mais elevados de creatinina (mediana = 2,04 mg/dl vs. 0,9 mg/dl) e uréia (mediana = 243 mg/dl vs. 186,5 mg/dl) séricas. As análises histológicas revelaram um maior grau de necrose tubular e um menor grau de regeneraçao celular no grupo nocaute comparado com o controle, em sincronia com a elevaçao das escórias renais. Conclusao: A leptina, através de um mecanismo ainda pouco compreendido, provavelmente envolvendo uma interaçao estreita com a regulaçao do sistema imune, tem um efeito protetor na lesao renal induzida pela isquemia e reperfusao.


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PAPEL DA HEME-OXIGENASE NA PROTEÇAO PELAS ESTATINAS NA INSUFICIENCIA RENAL AGUDA ISQUEMICA EM RATOS

VATTIMO, M. F. F.; SHIBUYA, C.; WATANABE, M.; DEZOTI, C.; NEIVA, L.

UNIVERSIDADE DE SAO PAULO-ESCOLA DE ENFERMAGEM.

O aumento adesividade de leucócitos e ativaçao de célula endotelial para a produçao de citoquinas pró-inflamatórias conseqüentes ao desiquilíbrio hemodinâmico descrito na insuficiência renal aguda isquêmica (IRAi) estimula a geraçao de espécies reativas de oxigênio (EROs) que potencializam e perpetuam a resposta imflamatória. As estatinas (Hidroxil-3-metilglutaril coenzima A) inibidor de redutase, drogas indicadas para o tratamento de hipercolesterolemia, tem se destacado com açao anti-inflamatória. A Heme oxigenase (HO), enzima que degrada heme, gerando monóxido de carbono, bilirrubina e ferro, tem revelado importante papel na patogênese da IRA. O objetivo desse estudo é verificar a açao da estatina (Est)sobre a funçao renal de ratos com IRAi e se esse efeito é mediado pela HO. Foram utilizados ratos machos, adultos, Wistar distribuídos em: Grupo SHAM (animais em que se procedeu simulaçao do clampeamento renal); Isq (animais submetidos ao clampeamento renal bilateral por 30 minutos); Isq+Hemin (animais Isq que receberam Hemin (indutor de HO-1) 1mg/100g de peso, 15 minutos antes da isq); Isq+Est (animais semelhantes ao grupo Isq que receberam Est 0,5mg/kg 15 minutos antes da isquemia); Isq+Est+Hemin ( animais Isq que receberam Est e Hemin com intervalo de 15 minutos entre as drogas). O clearance de creatinina foi utilizado como marcador de funçao renal (FR). Os resultados estao apresentados como média± desvio padrao (X± DP). Sendo FU=fluxo urinário (ml/min); CU=clearance urinário (mg/dl); CP=clearance

plasmático (mg/dl); CL/cr/100g=clearance de creatinina/100g de peso corpóreo (mg/dl/100g). Sendo *p<0,05 vs SHAM. Os resultados demonstram IRAi após o clampeamento renal. A Est foi capaz de proteger a FR dos animais Isq, enquanto que o mesmo efeito, porém menos expressivo, foi observado para o Hemin,. A associaçao Hemin+Est nao potencializou o efeito protetor observado isoladamente. Os dados pressupoem que o uso de Est é relevante para proteçao renal na isquemia e que o efeito provavelmente está relacionado à citoproteçao propiciada pela Heme.


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PAPEL DA HEMEOXIGENASE-1 NA MELHORA DA LESAO RENAL ISQUEMICA APOS O BLOQUEIO DAS CICLOXIGENSES 1 E/OU 2

FEITOZA, C. Q.; PINHEIRO, H. S.; CENEDEZE, M. A.; GONÇALVES, G. M.; SILVA, A. P.; SANTOS, O. F. P.; CAMARA, N. O. S.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO.

Introduçao: As Cicloxigenases (COX) 1 e 2 podem ser detectadas no tecido pós isquemia e reperfusao (IR), e pode ser um fator importante na funçao do órgao transplantado. A expressao aumentada de hemeoxigenase-1 (HO-1) pode conferir proteçao ao órgao lesado. Objetivo: Avaliar o papel da HO-1 no efeito protetor induzido pelo bloqueio das COX na IR. Material e Métodos: Os animais foram submetidos a 45 minutos de isquemia do pedículo renal e reperfundidos por 24, 48, 72 e 120 horas. A Indometacina (IMT) ou o Rofecoxib (ROFE) foram administrados 1 dia e imediatamente antes da cirurgia. mRNA de HO-1 foi quantificado por PCR em tempo real. Resultados: Os animais tratados com o IMT tiveram a funçao renal significativamente melhor do que os controles (IR) com 24, 48 e 72 horas (219 vs. 337 mg/dL; 103 vs. 326 mg/dL; 93 vs. 138 mg/dL, respectivamente). Os animais previamente tratados com ROFE tiveram uma queda significante nos níveis de uréia com 24 h, quando comparados com animais tratados com IMT (128 vs. 219 mg/dL).O bloqueio de COX-1 e de 2 resultou numa diminuiçao da expressao de mRNA de COX-2 e na diminuiçao da NTA causada pela IR. Nos animais que foram submetidos à segunda IR os valores de uréia foram ainda menores comparados com IR (172 vs. 337). Também houve diminuiçao do grau de NT e expressao de COX-2. A expressao de HO-1 foi maior no grupo IR+IMT do que os valores encontrados nos animais somente isquemiados. Conclusao: COX-1/2 participam da resposta inflamatória no tecido e seu bloqueio é associado com uma funçao renal melhor. O aumento da expressao de HO-1 melhora a lesao de IR pode em parte explicar o efeito benéfico observado com este tratamento.


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RABDOMIOLISE E INSUFICIENCIA RENAL AGUDA CAUSADAS POR EXERCICIO INTENSO E ABUSO DE ALCOOL – RELATO DE CASO

SILVA JUNIOR, G. B.; DAHER, E. F.; PONTES, L. B.; BRUNETTA, D. M.; BARROS, F. A. S.; ADRIANZÉN, O. A. G.

HOSPITAL GERAL DE FORTALEZA E HOSPITAL UNIVERSITARIO WALTER CANTIDIO, DEPARTAMENTO DE MEDICINA CLINICA, FACULDADE DE MEDICINA, UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARA. FORTALEZA, CEARA, BRASIL.

Introduçao: A Rabdomiólise é um evento ameaçador à vida em que ocorre destruiçao de músculos esqueléticos. Pode haver Insuficiência Renal Aguda (IRA) por rabdomiólise devido à vasoconstriçao renal, formaçao de depósitos intratubulares e toxicidade direta da mioglobina. Relato de Caso: Paciente do sexo masculino, 39 anos, havia iniciado uma prática de exercícios há 20 dias com o uso de pesos amarrados em cada perna. Ele corria 4Km, 3 vezes por semana. Após a última dessas corridas, o paciente ingeriu uma grande quantidade de vinho tinto, brigou com seu irmao de 80Kg, que caiu sobre seu corpo, e ficou inconsciente por mais de 10 horas. Quando acordou, apresentava cefaléia, dores intensas e paresia em membros inferiores, que o impedia de deambular. Deu entrada na emergência algumas horas depois, apresentando pernas edemaciadas, tensas e dolorosas à palpaçao (síndrome compartimental), além de oligúria e colúria. Os exames laboratoriais evidenciaram creatinina de 8,1mg/dL e uréia de 195mg/dL. O exame de urina com o dipstick mostrou hematúria, leucocitúria e proteinúria (+++). Foi instituída reposiçao volêmica vigorosa e administraçao de diuréticos (furosemida). O diagnóstico de rabdomiólise foi confirmado pelo achado de creatinoquinase de 26320UI/L. Durante a anamnese verificou-se ainda que o paciente era usuário de cocaína, tendo interrompido seu uso 8 meses antes da admissao. Devido à retençao nitrogenada e oligúria persistentes, instituiuse tratamento dialítico. Sessoes de fisioterapia foram realizadas para a recuperaçao dos movimentos dos membros inferiores. Após 10 sessoes de hemodiálise, os níveis séricos de uréia e creatinina voltaram ao normal e a diurese foi recuperada. O paciente recebeu alta hospitalar após 45 dias, ainda apresentando dificuldade para deambular. Durante a consulta de seguimento, 2 meses depois, a funçao renal estava normal. Conclusao: O paciente em questao apresentou rabdomiólise decorrente de diferentes fatores, incluindo trauma pelo exercício intenso, uso de uma grande quantidade de álcool e, provavelmente, uso de cocaína, tendo desenvolvido insuficiência renal aguda. O tratamento principal consistiu em hemodiálise.


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RABDOMIOLISE SECUNDARIA AO USO DE COLCHICINA

GUILHEM, M.; NAKA, E. L.; AMORIM, S. P.; RANGEL, E.; BARRETO, F. C.; BARRETO, D. V.; ARAUJO, E. S.; COUTINHO, I. H. I. L. S.; ARAUJO, M. S.; RODRIGUES, C. J. O.; LARANJA, S. M. R.

HOSPITAL DO SERVIDOR PUBLICO ESTADUAL DE SAO PAULO.

Colchicina é uma droga amplamente utilizada para o tratamento das crises de artrite gotosa. Neste relato apresentamos um paciente, masculino, 69 anos que há 20 dias iniciou quadro de diarréia, náuseas e vômitos e há 4 dias evoluiu com fraqueza muscular progressiva em membros inferiores, posteriormente atingindo membros superiores. Tinha antecedentes de arritmia cardíaca com utilizaçao de marcapasso cardíaco e amiodarona 200 mg/dia, artrite gotosa com uso crônico de diclofenaco sódico, colchicina e alopurinol e hipertensao arterial sistêmica em uso de hidroclorotiazida 25 mg/dia. A admissao encontrava-se desidratado e com exame neurológico que evidenciava força muscular grau IV em membros inferiores e superiores com reflexos profundos abolidos. Os exames mostravam escórias nitrogenadas em ascensao e níveis elevados de creatinofosfoquinase (CPK) de 9914U/L (VN: 26 a 174U/L), ultrassom com rins normais. Apresentou rebaixamento do nível de consciência e necessidade de intubaçao orotraqueal, além de quadro de insuficiência renal aguda nao oligúrica sendo submetido a hemodiálise intermitente. A eletroneuromiografia foi observada polineuromiopatia desmielinizante de evoluçao crônica associada a uma miopatia moderada. A biópsia muscular revelou miopatia vacuolar grave característica relacionada ao uso de colchicina. A colchicina está relacionada a mioaptia tóxica que pode evoluir para quadro de rabdomiólise e insuficiência renal aguda.


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SINDROME-HEPATO-RENAL COM RECUPERAÇAO DE FUNÇAO RENAL APOS INFUSAO DE VASOCONSTRITOR – RELATO DE CASO

BURMEISTER, J. E.; CAMPOS, B. T. M.; SCAPINI, A.; BOLDO, R.; COSTA, M. G.

UNIDADE DE MEDICINA RENAL – CURSO DE MEDICINA, UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL – CANOAS, RS.

Introduçao: Pacientes hepatopatas crônicos, com cirrose e ascite, desenvolvem freqüentemente síndrome hepato-renal (SHR). Em virtude de nao existirem anormalidades estruturais renais, a SHR tem sido considerada teoricamente reversível. Contudo, todos os métodos farmacológicos e nao farmacológicos utilizados para reverter essa síndrome nao têm sido resolutivos, sendo o transplante hepático a única terapêutica efetiva. Este cenário tem mudado recentemente com a adoçao de novos procedimentos no manejo da SHR, especialmente a administraçao de drogas vasoconstritoras. Descriçao do Caso: Relatamos o caso de um paciente masculino, branco, 53 anos, hepatopata terminal por viremia C – com cirrose avançada e classificaçao de Child-Pugh 3 – que apresentou piora funcional renal progressiva rápida sem relaçao com fatores hemodinâmicos, volumétricos, infecciosos ou medicamentosos detectáveis, com oligúria nao responsiva a diurético contínuo. Iniciou-se infusao de somatostatina contínua (6 mg/dia) associada à albumina humana (20mg por dia) com melhora progressiva da funçao renal e da hiponatremia. A utilizaçao do esquema por 10 dias levou à recuperaçao efetiva da funçao renal, a qual se manteve após a suspensao das drogas. A hiponatremia retornou aos níveis iniciais prétratamento 10 dias após a suspensao da droga. O paciente, 4 meses após o ocorrido, mantém funçao renal estável, aguardando transplante hepático. Discussao: Vasoconstritores representam o enfoque farmacológico mais promissor no tratamento da SHR. A base racional para o seu uso é a melhora da funçao renal pelo aumento da resistência vascular sistêmica e reduçao da atividade dos vasoconstritores endógenos. O grupo farmacológico com melhores características é o dos agonistas dos receptores V1 da vasopressina (análogos da vasopressina com açao predominante sobre os receptores V1 e menor efeito sobre os receptores V2), que proporcionam vasoconstriçao prioritariamente na circulaçao esplâncnica. Conclusao: A melhora dos comportamentos hemodinâmico e laboratorial observadas no caso descrito tem relaçao direta com o início do uso da droga, reforçando a adoçao de tal conduta como terapêutica efetiva em tais pacientes e servindo como uma nova opçao terapêutica efetiva exceto o transplante hepático.


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TERAPIA DIALITICA EM PACIENTES COM SEPSIS EM USO DE DROTRECOGINA ALFA ATIVADA (DROTAA)

LUTZKY, M.; KALIL, M. A. S.; TONIETTO, T. F.; CREMONESE, R. V.; SAITOVITCH, D.; EICK, R.

CENTRO DE DIALISE DO HOSPITAL MOINHOS DE VENTO.

Introduçao: Septicemia e insuficiência renal aguda (IRA) sao patologias comuns em unidade de terapia intensiva e ambas contribuem significantemente para a mortalidade. Com o surgimento da DrotAA a taxa de mortalidade reduziu. Objetivo: Avaliar o comportamento da diálise em vigência de DrotAA. Pacientes e Métodos: Analisamos retrospectivamente 4 casos de sepsis e IRA com necessidade de diálise em uso do DrotAA segundo o protocolo do estudo PROWESS. Resultados: A media de idade foi de 52,25 anos,a média do Apache 2 foi de 26,75, a duraçao média da oligúria ( menor que 400ml/dia ) foi de 12,25 dias , a duraçao média da necessidade de vasopressor foi de 5,5 dias(um paciente nao necessitou). Três pacientes apresentaram melhora clínica e alta da UTI, e um óbito. Foram realizadas 20 sessoes de diálise,em vigência do uso de DrotAA, 6 destas foram hemodiálise lenta continua -Prisma-( 4 com uso de citrato de sódio e 2 sem anticoagulaçao). Das 14 sessoes de hemodiálise convencional, 8 foram realizadas com rinse com soro fisiológico e 6 sessoes sem nenhum sistema de anticoagulaçao. A média de sessoes de hemodiálise necessárias foi de 8,6 sessoes. Conclusao: Embora a presente série de casos tenha um n reduzido, pode-se pensar que a reduçao do uso de vasopressores , o que representa uma estabilizaçao hemodinâmica, estaria relacionado com a reduçao dos dias de oligúria e o reduzido número de sessoes de hemodiálise. Além disto os resultados sugerem nao haver necessidade de anticoagulaçao nem mesmo rinse com soro fisiológico durante a sessao de diálise quando em vigência da DrotAA.


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UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA (UTI) E INSUFICIENCIA RENAL AGUDA (IRA): EXPERIENCIA DE HOSPITAL UNIVERSITARIO DO RIO DE JANEIRO

CARDOSO, L. R.; GODINHO, M. R.; ORNELLAS, J. F. R.; FONTES, A. C. P. F.; MAIA, M. N.; SANTOS, S. R.

HOSPITAL UNIVERSITARIO CLEMENTINO FRAGA FILHO-UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO.

Introduçao: O objetivo deste trabalho foi descrever a prevalência da IRA e seus tipos em pacientes internados na UTI do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro (HUCFF-UFRJ) no período de 01/09/2001 a 31/08/2002 e caracterizar o perfil clínico-epidemiológico e evoluçao dos pacientes com IRA parenquimatosa. Método: Trata-se de um estudo descritivo retrospectivo, a partir da revisao de prontuários. Os pacientes foram acompanhados até a alta da UTI. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo CEP do HUCFF/ Faculdade de Meidcina. Foram selecionados todos os pacientes com creatinina acima de 1,5 mg/dl e IRA foi definida como aumento de pelo o menos 50% no valor basal da creatinina sérica ou quando houve recuperaçao da funçao renal durante o acompanhamento. Resultados: Foram internados 489 pacientes na UTI. A prevalência de IRA foi de 18,6% (N=91), sendo 22 de IRA pré-renal (24,2%), 68 renal (74,7%) e 1 pós-renal (1,1%). A idade dos pacientes com IRA renal foi 56,7 +/- 16,1 anos e a maioria (64,7%) desenvolveu IRA durante a internaçao na UTI. Dentre as causas de IRA renal, a sepse esteve presente em 49 casos (72,1%) , isquemia em 17 (25%) e nefrotoxicidade em 10 (14,7%), nao excludentes. Oligúria estava presente em 66,2% dos casos; 36,8% dos pacientes fizeram diálise (75% diálise convencional). A mortalidade foi de 70,1%, sendo infecçao e doenças cardiovasculares as principais causas de óbito. Houve recuperaçao total da funçao renal em 26,9% dos casos ( 85,7% dos sobreviventes), recuperaçao parcial em 1,5% e 1,5% evoluiram para IRC. De forma exploratória, observou-se que a idade acima de 59 anos ( risco relativo – RR= 1,66 [1,19-2,32] ) e presença de oligúria (RR= 1,67 [1,07 – 2,63] ) se associaram com maior mortalidade (p<0,01). Conclusao: Em corcondância com a literatura, a IRA em nossa UTI apresentou alta mortalidade. Identificar grupos de maior risco, intervir precoce e eficazmente, através de um melhor entendimento da fisiopatologia e das alternativas para a prevençao e tratamento da IRA, sao medidas que se fazem necessárias.


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USO DO RH-GH EM PACIENTES GRAVES

COSTA, J. L. F.; FERREIRA, J. F.; DESSER, M.; MESQUITA, A. M. F.; DOMINGUEZ, A. C. C.; SILVA, C. S.; GARCEZ, M. F. C.

HOSPITAL PROCARDIACO.

Introduçao: O hormônio do crescimento (GH) é usado em pacientes graves pelo seu efeito anabólico mediado pelo IGF-1, que tem biodisponibilidade e nível sérico comprometido nos estados inflamatórios hipercatabólicos. Objetivo: Avaliar o impacto do GH em diversas indicaçoes clínicas nos pacientes graves com insuficiência renal aguda (IRA). Material e Métodos: Estudo observacional em pacientes com IRA, admitidos em unidades intensivas no período de janeiro de 2003 a janeiro de 2004. Foram utilizados 30-50 mcg/Kg/dia de GH subcutâneo. Resultados: 34 pacientes, 16 mulheres e 18 homens, idade 79, 56 +/-16,26 e 72,55 +/- 7,74, respectivamente, APACHE II 16,94+/- 6,34 / mortalidade esperada 25% e mortalidade observada 29,41%. Cerca de 76,47% com IRA e 20,58% com insuficiência renal crônica agudizada; 73,52% anúricos, em média por 55,36 +/- 13,43 dias. Estavam em ventilaçao mecânica 74,41%. Usaram GH 63,64%. O tempo de anúria foi maior nos pacientes que usaram GH, entretanto, dos 8 pacientes que recuperaram a funçao renal apenas um nao usou GH e dos 10 óbitos 6 pacientes nao usaram GH. Conclusao: É necessário elucidar melhor o impacto clínico do uso do GH em pacientes graves, sobretudo naqueles com IRA, podendo melhorar a resposta renal aos múltiplos insultos agudos.

POSTERES – Insuficiência Renal Aguda

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