J. Bras. Nefrol. 2013;35(3):200-5.

Tratamento com imunossupressores em crianças com síndrome nefrótica resistente a corticosteróide: experiência de um único centro

Catalina Velez Echeverri, Gustavo Adolfo Zuluaga Valencia, Lina Maria Serna Higuita, Ana Katherina Serrano Gayubo, Carolina Lucia Ochoa, Luisa Fernanda Rojas Rosas, Laura Carolina Muñoz, Javier Sierra, Jhon Jairo Zuleta, Juan José Vanegas Ruiz

DOI: 10.5935/0101-2800.20130032

INTRODUÇÃO: A síndrome nefrótica é uma das mais frequentes doenças glomerulares em crianças e o tratamento com corticosteróides ainda é o tratamento de escolha. Apesar disso, 10 a 15% dos pacientes são resistentes a corticosteróides, e o melhor tratamento para tais casos ainda não foi definido. O ácido micofenólico (AM) é um dos tratamentos usados em tais situações. OBJETIVO: Descrever o comportamento clínico de crianças diagnosticadas com síndrome nefrótica resistente a corticosteróide (SNRC) e avaliar a resposta terapêutica ao AM. MÉTODOS: Esse foi um estudo retrospectivo e descritivo. RESULTADOS: 26 registros de pacientes com SNRC; 70% homens e 30% mulheres. Todos os pacientes foram submetidos a biópsias renais, o que mostrou predominância de glomeruloesclerose segmentar focal (GESF). Os medicamentos imunossupressores utilizados foram: Mofetil Micofenolato (MMF) 100%; Ciclosporina 69,2%; Ciclosfosfamida 23,1%; e Rituximabe 23%. Um mês após início do tratamento com MMF, 61,5% tiveram remissão. A mediana das recidivas por ano para os pacientes foi de 3 (p25: 2,75 – p75: 4). Essa mediana se tornou 1 (p25: 1 – p75: 3,25) após o uso da medicação (p = 0,08). Além disso, antes do início do tratamento com MMF, a mediana da dose de corticosteróide foi de 1 (p25: 0.5 – p75: 1.62) mg/k/ dia. Após a utilização do MMF, essa mediana se tornou 0,07 (p25: 0 – p75: 0,55) mg/k/dia (p < 0,001), em 8 pacientes a prednisolona foi interrompida. CONCLUSÃO: em nossa casuística, o tratamento com MMF mostrou resultados positivos, tais como a redução na frequência de recidivas, menos proteinúria, e redução da dose de corticosteróide administrada sem deterioração nas taxas de filtração glomerular. Entretanto, mais estudos são necessários para se avaliar a eficácia, segurança e otimização da dosagem.

Tratamento com imunossupressores em crianças com síndrome nefrótica resistente a corticosteróide: experiência de um único centro

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