J. Bras. Nefrol. 2014;36(3 suppl. 1):11-52.

Temas Livres Pôsters – Diálise

TLP: 001

Concentração de bicarbonato venoso em pacientes em Diálise Peritoneal Automatizada (DPA)

Autor(es): Eduardo Corrêa; Felipe Nonato; Rodolfo Lira; Kelly Leal

Hospital Universitário de Brasília

FUNDAMENTOS: Estudo prospectivo publicado em dezembro de 2013 mostra concentração venosa de bicarbonato (HCO3V) inferior a 24 mEq/L como sendo associada a maior mortalidade em relação a HCO3V maior do que 24 mEq/L em pacientes em diálise peritoneal. O presente trabalho tem o objetivo de avaliar HCO3V em todos os nossos 20 pacientes em DPA.
MÉTODOS: Mensuramos HCO3V por gasometria venosa em nossos 20 pacientes em DPAno período matutino. O tempo entre a coleta do material e a mensuração foi inferior a 30 minutos.
RESULTADOS: Média e desvio-padrão de HCO3V no conjunto de pacientes foi 22,565 mEq/L +/- 3,82805. Dezesseis pacientes tiveram HCO3V inferior a 24 mEq/L: 21,06875 mEq/L +/- 1,45864. Quatro pacientes tiveram HCO3V igual ou superior a 24 mEq/L: 28,5 mEq/L+/- 4,74025.
CONCLUSÕES: Oitenta por cento de nossos pacientes em DPA tiveram HCO3V inferior a 24 mEq/L. Isto demonstra a conveniência de suplementação com bicarbonato de sódio via oral na maioria de nossos pacientes em DPA.


TLP: 002

Nefropatia Hipertensiva: a principal etiologia de insuficiência renal crônica em pacientes submetidos a terapia dialítica na macrorregião de sobral – Ceará, Brasil

Autor(es): José Renan Miranda Cavalcante Filho; Paulo Roberto Santos; Stênio da Silva Oliveira

Universidade Federal do Ceará – Campus Sobral

INTRODUÇÃO: As doenças cardiovasculares são as principais causas de morbidade e mortalidade em pacientes com insuficiência renal crônica (IRC). Segundo as publicações anuais do Censo Brasileiro de Diálise realizado pelo Jornal Brasileiro de Nefrologia (JBN) dos anos de 2009 até 2013, por volta de 32% dos pacientes dialíticos apresentam hipertensão arterial sistêmica (HAS). Além da alta prevalência já conhecida, observou-se na última década uma tendência de elevação significativa também da incidência de IRC estágio 5 (terminal) secundária à HAS quando comparada a outras etiologias. Análises pormenorizadas dessa ascendente prevalência de nefropatia hipertensiva nos indivíduos em hemodiálise são de extrema importância para o planejamento e organização de medidas preventivas em saúde pública e comunitária, pois tal grupo de pacientes carece de um aparato mais complexo, que envolve um maior custo, não obstante apresente índices mais elevados de morbidade e mortalidade do que o de não portadores de doenças cardiovasculares na mesma condição.
OBJETIVOS: Quantificar a prevalência de nefropatia hipertensiva nos pacientes em terapia dialítica na Macrorregião de Sobral – Ceará, Brasil.
METODOLOGIA: O presente estudo se constituiu de uma abordagem analítica, quantitativa, transversal e descritiva, realizado no Centro de Hemodiálise da Santa Casa de Misericórdia de Sobral, no período de novembro de 2013 a fevereiro de 2014. Foram entrevistados 203 pacientes, obedecendo o critério de inclusão: idade maior ou igual a 18 anos, de ambos os sexos, com diagnóstico médico de IRC.
RESULTADOS: Da amostra de 203 entrevistados, os principais resultados em relação ao perfil populacional analisado: 78 pacientes (38,42%) hipertensos, destes 55 (70,6%) do sexo masculino e 23 (29,4%) do sexo feminino, com a faixa etária variando entre 26 e 81 anos.
CONCLUSÃO: A prevalência de nefropatia hipertensiva entre os pacientes renais crônicos em idade adulta submetidos a terapia dialítica na Macrorregião de Sobral aproxima-se de 39%. Tal prevalência é superior àquela que tem sido relacionada como causa da IRC entre os pacientes em hemodiálise no país pelos Censos Brasileiros de Diálise realizado pelo JBN. Fato que sugere possivelmente a subestimação dessa etiologia de insuficiência renal crônica, o que é muito preocupante dada a alta morbidade e mortalidade associada a esses pacientes. Evidenciando a necessidade


TLP: 003

Prevalência de Diabetes Mellitus em pacientes submetidos a terapia dialítica na macrorregião de Sobral – Ceará, Brasil

Autor(es): José Renan Miranda Cavalcante Filho; Paulo Roberto Santos; Stênio da Silva Oliveira

Universidade Federal do Ceará – Campus Sobral

INTRODUÇÃO: É de conhecimento da comunidade científica que o diabetes mellitus (DM) é a etiologia em maior ascensão entre os novos doentes que iniciam terapia dialítica nos Estados Unidos. De modo que tal doença é responsável por aproximadamente 45% dos novos casos que evoluem para hemodiálise (HD) nesse país. No Brasil, segundo as publicações anuais do Censo Brasileiro de Diálise realizado pelo Jornal Brasileiro de Nefrologia (JBN) a nefropatia diabética é a segunda etiologia mais prevalente e a de maior incidência entre os pacientes em diálise, sendo a nefropatia hipertensiva a primeira. Acredita- se que essa progressão é devido ao aumento da prevalência de DM na população mundial, evidenciando a necessidade de uma atenção especial dos profissionais atuantes na área e dos gestores em saúde pública nesse grupo de pacientes.
OBJETIVOS: Quantificar a prevalência de DM nos pacientes em terapia dialítica na Macrorregião de Sobral – Ceará, Brasil.
METODOLOGIA: O presente estudo se constituiu de uma abordagem analítica, quantitativa, transversal e descritiva, realizado no Centro de Hemodiálise da Santa Casa de Misericórdia de Sobral, no período de novembro de 2013 a fevereiro de 2014. Foram entrevistados 203 pacientes, obedecendo o critério de inclusão: idade maior ou igual a 18 anos, de ambos os sexos, com diagnóstico médico de IRC.
RESULTADOS: Da amostra de 203 entrevistados, os principais resultados em relação ao perfil populacional analisado: 42 pacientes (20,69%) com nefropatia diabética, destes 22 (52,2%) do sexo masculino e 20 (47,8%) do sexo feminino, com a faixa etária variando entre 31 e 88 anos.
CONCLUSÃO: Dentre os 203 pacientes submetidos a terapia dialítica na Macrorregião de Sobral analisados no estudo 42 (20,69%) deles apresentam o DM como causa da IRC. Esse conhecimento é de fundamental importância para direcionar as ações em saúde pública e melhorar a prevenção e o acompanhamento desses pacientes que representam a etiologia mais incidente e a segunda mais prevalente nos centros em hemodiálise do Brasil.


TLP: 004

Avaliação das complicações não infecciosas da passagem de cateter de curta permanência para hemodiálise em veias jugulares internas com ultrassom em tempo real entre pacientes com e sem cateter de curta permanência anterior

Autor(es): Thais Marques Sanches Gentil; Fernanda de Carvalho Lima; Michelle Camelo de Albuquerque; Larissa Santos de Assis; Adriana Amaral Pereira da Silva; Ana Paula Alves Paste; Taiana Alves Paste; Marcelo Costa Batista; Sandra Maria Rodrigues Laranja; Mauro Sergio Martins Marroc

Serviço de Nefrologia – Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo, Divisão de Nefrologia – Universidade Federal de São Paulo

INTRODUÇÃO: Ultrassom em tempo real (USGTR) reduz complicações de cateter venoso central de curta permanência para hemodiálise (CCVVPHD) em veias jugulares internas (VJI).
OBJETIVO: Avaliar complicações não infecciosas da passagem de CVCCPHD em VJI com USGTR com e sem CVCCPHD anterior.
MÉTODO: Coorte prospectiva. Estatística pelo IBM SPSS 20. 0.
RESULTADOS: Avaliadas 150 passagens em 92 pacientes: idade de 65,21 ± 10,88 anos; 73 (48,7%) eram homens. Hipertensão em 121 (80,7%), Diabetes em 107 (71,3%), Doença Cardiovascular em 25 (16,7%), Dislipemia em 46 (30,7%). Uso anterior de CVCCPHD em 102 (68,0%) passagens: 1 topografia venosa em 55 (36,7%), 2 topografias em 27 (18%), 3 topografias em 11 (7,3%), 4 topografias em 9 (6%). Em 68 passagens, as medidas ântero-posterior (MAP) pareadas das VJI foram 1,18 ± 0,32 cm e 1. 02 ± 0,33 cm (p = . 000, t amostras pareadas); mediana da diferença entre as MAP da maior e menor veia foi 0,21 cm (CI: 0,115 – 0,455). Em 11 (16,2%) das 68, USGTR determinou escolha da veia; em 7 (10. 3%) pela diferença da MAP e em 4 (5. 9%) por trombose venosa (TV). Complicações em 7 (14,6%) das 48 sem CVCCPHD anterior e em 40 (39,2%) das 102 com (p= . 001, Qui quadrado). Associação mantida após regressão logística binária (OR 2. 9, CI: 0. 11 -0. 73, p =. 009). Ocorreram 15 (27,3%) complicações nas 55 passagens que apresentavam CVCCPHD anterior em 1 topografia; 14 (51,9%) nas 27 com 2 topografias; 5 (45,5%) nas 11com 3 topografias; 6 (66,7%) nas 9 com 4 topografias (p = . 001, Qui quadrado; p < 0,05 entre 2 topografias e sem CVCCPHD anterior, post hoc de Tamhane). Complicações: Guia que não progride em 18 (12%); TV em 10 (6,7%); mau posicionamento em 7 (4,7%); punção arterial em 5 (3,3%); hematoma em 3 (6,38%); hemiparesia em 1 (2,12%); óbito em 1 (2,12%). Guia que não progride ocorreu em 2 (4,2%) das 48 com CVCCPHD anterior e em 16 (15,7%) das 102 sem (p = . 043, Qui quadrado). A associação se perdeu após regressão logística binária (OR 2. 3, CI: 0. 50 – 1. 09, p =. 065). Sem significância entre as MAP de casos com ou sem da progressão do guia. Todas as TVs ocorreram em CVCCPHD retirados por infecção. CONCLUSÃO: CVCCPHD anterior aumenta complicações não infecciosas em 2. 9 vezes para novo CVCCPHD com USGTR; a contar de CVCCPHD em 2 topografias se observa diferença significativa. Devido à variabilidade das MAP, o USGTR auxilia escolha da veia. TV é comum e relacionada a infecção. Não há corre


TLP: 005

A confecção do acesso vascular (Fístula Artério-Venosa) pelo nefrologista: Uma realidade positiva.

Autor(es): Flávio Menezes de Paula; Monique Coutinho da Silva Menezes de Paula; Indalécio Magalhães

Instituto do Rim de Itaberaba

INTRODUÇÃO: A realização da FAV pelo nefrologista é possível e permitido pela legislação brasileira. A dependência do serviço de nefrologia por um cirurgião vascular acarreta em muitas vezes um tempo de permanência do catéter duplo lúmen (CDL) alto, um custo elevado e inúmeras consequências negativas ao paciente, principalmente nos serviços no interior do país. Após um período de treinamento de 240 h, o nefrologista assumiu a responsabilidade pela realização das FAVs em centros de hemodiálise no interior da Bahia e Rio de Janeiro.
OBJETIVO: Análise descritiva das confecções das FAVs realizada por um nefrologista no período de 10/2009 a 05/2014.
METODOLOGIA: Os procedimentos foram executados pelo mesmo nefrologista auxiliado por enfermeira graduada ou técnico de enfermagem. As anestesias locais foram realizadas pelo nefrologista sendo outros procedimentos pelo anestesista. A presença de frêmito foi avaliada pelo exame clínico.
RESULTADOS: Foram realizados 474 acessos, sendo 42 FAVs nos pacientes em tratamento conservador, distribuídos da seguinte forma: rádio-cefálica=225 (47,47%), bráquio-cefálica=183 (38,60%), bráquio-basílica com superficialização da veia=56 (11,81%), implante de prótese de PTFE=08 (1,69%), alça de safena=02 (0,42%). Tivemos 461 (97,34%) acessos com frêmito presente no pós-operatório imediato e 13 (2,66%) acessos sem frêmito, considerados como falha primária. Após 30 dias, 424 (89,35%) apresentavam frêmito e 50 (10,65%) sem frêmito. Um total de 27 pacientes chegou ao serviço com trombose aguda em seus acessos e foram submetidos à nova confecção da FAV com aproveitamento da veia já arterializada sem a necessidade de implante de CDL. O tempo de espera do paciente para confecção da FAV que antes poderia chegar a 90 dias foi reduzido para menos de 7 dias.
CONCLUSÃO: Os acessos vasculares realizados por nefrologista apresentaram um índice de sucesso satisfatório, diminuindo o tempo de permanência do acesso provisório. Além disso, um número maior de FAVs foram feitas em pacientes em tratamento conservador. Houve a possibilidade de resgate de FAVs agudamente trombosadas, sem a necessidade de implante de CDL. Apresença do nefrologista capacitado nestes procedimentos nos centros de diálise proporciona aos pacientes a possibilidade de um acesso vascular funcional para realização de uma diálise de qualidade, de forma rápida e segura.


TLP: 006

Índice de adaptabilidade social entre pacientes com doença renal crônica em hemodiálise

Autor(es): Ana Cláudia de Oliveira Portela; Ana Mayara Barros Campos; Carlos Wellington Machado de Melo; Catarine Cavalcante Ary; Gicelma Braga Ferreira; Halane Maria Rocha Pinto; Paulo Roberto Santos; Priscila Garcia Câmara Cabral Tavares; Yandra Maria Gomes Ponte; Yara Maria Vieira dos Santos

Santa Casa de Misericórdia de Sobral

INTRODUÇÃO: O conhecimento da condição social dos pacientes em hemodiálise é necessário para a implementação do cuidado à saúde. O estudo teve por objetivo caracterizar o grau de adaptação social de pacientes com doença renal crônica em hemodiálise.
MÉTODOS: Foram estudados 161 pacientes com doença renal crônica mantidos em esquema regular de hemodiálise em duas unidades de diálise localizadas em cidade do interior da região nordeste. Foram coletados dados demográficos e aplicado o instrumento Índice de Adaptabilidade Social, como idealizado por Goldfarb-Rumyantzev, que avalia o grau de adaptação social gerando pontuações de 0 (=pior adaptação) a 14 (=melhor adaptação). O instrumento considera as seguintes variáveis: empregabilidade, nível educacional, estado marital, abuso de substâncias e salário mensal.
RESULTADOS: A amostra era formada por 105 (65,3%) homens e 56 (34,7%) mulheres com idade média de 50,3 ± 17,0 anos. A mediana da pontuação de adaptabilidade social foi 7 (3-11). A frequência das pontuações de acordo com os cortes do percentil 25, mediana e percentil-75 foram: 56 (34,8%) com pontuações entre 3 e 6; 83 (51,5%) com pontuações entre 6 e 8; e 22 (13,7%) com pontuações entre 8-11.
CONCLUSÕES: Mais de 80% dos pacientes apresentam baixo índice de adaptabilidade social. A adaptação social dos pacientes deve ser considerada pelas equipes das unidades de diálise quando da implantação dos cuidados de saúde.


TLP: 007

Acidose metabólica em hemodialisados: tempo de reavaliação?

Autor(es): Giselly Rosa Modesto Pereira; Jorge Paulo Strogoff de Matos; Carlos Perez Gomes; Maurilo Leite Jr. ; Jocemir Ronaldo Lugon

Faculdades de Medicina da UFF e UFRJ

INTRODUÇÃO. A mortalidade em hemodiálise (HD) permanece muito elevada sendo a doença cardiovascular, responsável por cerca de 50% dos óbitos. A acidose metabólica, já implicada na gênese da aterosclerose, esteve associada a maior mortalidade quando os valores do HCO3- sérico eram <17mEq/L ao início de uma sessão de diálise do meio-de-semana. No Brasil, a frequência de acidose metabólica ao início da sessão de HD não é bem conhecida, especialmente a partir da decisão que tornou sua avaliação opcional (a determinação do HCO3-deixou de ser obrigatória pelas portarias que regulamentam o procedimento). Avaliamos a frequência de acidose metabólica ao início da sessão de HD em pacientes tratados com solução de diálise convencional.
MÉTODOS. Pacientes do turno da manhã, em regime de 3 sessões por semana, com acesso vascular por fístula artério-venosa (FAV), foram avaliados através de gasometria do sangue da FAV. Apenas os pacientes em HD há > 3m foram incluídos. Aqueles com idade <20a, com doença pulmonar crônica ou sorologia positiva para hepatites B/C ou HIV foram excluídos. Amostras foram obtidas antes da primeira e segunda sessões da semana. A composição do banho de diálise, após diluição, era (em mEq/L): Na 138, K 2, Ca 3, Cl 104,56, acetato 4 e HCO3- 35,44 (Fresenius Medical Care Ltda, SP, Brasil).
RESULTADOS. Nesse estudo preliminar, 17 pacientes foram incluídos (57,8±5,7a, 8F:9M). Ao início da primeira sessão da semana, a média do HCO3- era 18,26±1,98 mEq/L. Os percentuais de casos com HCO3- <22, <20 e <17 mEq/L eram 94, 71 e 35%, respectivamente. Antes da segunda sessão da semana, a média do HCO3- era 19,71±1,84 mEq/L. Os percentuais correspondentes eram: 88, 53 e 12%, respectivamente.
CONCLUSÃO. A frequência de hemodialisados com HCO3- abaixo dos valores recomendados pelas diretrizes atuais é elevada. Uma fração não desprezível apresenta valores que já foram associados a maior mortalidade

Palavras-chave. Acidose metabólica, bicarbonato sérico, hemodiálise


TLP: 008

Prevalência da Doença de Fabry nos pacientess emhemodiálise crônica no Estado do Rio de Janeiro

Autor(es): Rosa M. M. Picanço; Katia G. Santos; Tania D. Sobral; Nelson P. Coutinho; Ivan Matiolli Filho; Marcos Sandro F Vasconcelos; Ana Beatriz L Barra; Eufronio J. D’Almeida Filho; Inah MD Pecly

Clínica de Doenças Renais

INTRODUÇÃO: A Doença de Fabry (DF) é uma doença rara, subdiagnosticada, causada pela deficiência da atividade da enzima _-galactosidase A (_ -Gal A), resultando em acúmulo de glicolipídios em células de vários tecidos. O quadro clínico é muito variável e inclui um grupo de pacientes com insuficiência renal crônica (IRC) que na sua maior parte evolui para IRC terminal, sem que o diagnóstico etiológico tenha sido corretamente estabelecido, permanecendo sem tratamento adequado.
OBJETIVO: Determinar a prevalência da DF em um grupo de pacientes portadores de IRC em hemodiálise (HD) no Estado do Rio de Janeiro.
MÉTODOS: Foram avaliados 948 pacientes do sexo masculino, portadores de IRC em HD. A triagem para atividade da _ -Gal A foi realizada, inicialmente, através da análise de amostra de sangue em papel filtro. Resultados sugestivos foram confirmados através de dosagem enzimática de leucócitos em nova amostra de sangue.
RESULTADOS: Neste grupo, quatro pacientes foram diagnosticados para DF (prevalência de 0,42%). Os quadros clínicos eram distintos. As idades no momento do diagnóstico eram 45, 39, 47 e 58 anos, com diagnóstico presuntivo ao iniciar HD de Hipertensão arterial, Indeterminado, Doença renal policística e Diabetes melitus respectivamente. O paciente diabético apresenta a mutação D313 Y. O mesmo havia iniciado HD há 22 meses, mas encontrava-se em acompanhamento em serviço especializado de nefrologia há 7 anos, quando recebeu o diagnóstico de nefropatia diabética.
CONCLUSÕES: Apesar de rara, a DF merece investigação nos pacientes em IRC em HD, independentemente do diagnóstico presuntivo ao iniciar o tratamento dialítico. Após o diagnóstico correto, estes pacientes poderão se beneficiar de tratamento específico e familiares portadores da DF poderão ser diagnosticados precocemente, evitando e evolução da doença, através de tratamento específico.


TLP: 009

Prevalência de afecções bucais nos pacientes em hemodiálise crônica

Autor(es): Catharine B. Cunha; Christiny A. Guimarães; Rosa M. M. Picanço; Jorge Strogoff; Inah M. D. Pecly

Clínica de Doenças Renais; Universidade Federal Fluminense; Unigranrio

INTRODUÇÃO: Pacientes com doença renal crônica em hemodiálise (HD) são suscetíveis a uma série de patologias bucais e tais condições podem ter impacto na morbi-mortalidade por suas consequências sistêmicas, tais como estado de inflamação crônica com aumento de risco cardiovascular, perda calóricoprotéica, infecções e risco de complicações no pós-transplante renal.
OBJETIVO: Avaliar a frequência de afecções bucais em um grupo de pacientes prevalentes em HD em uma unidade de diálise e identificar a associação destas complicações com as características demográficas e clínicas destes pacientes.
MÉTODOS: Estudo transversal no qual todos os pacientes foram convidados a participar. Os participantes foram avaliados através de um questionário-entrevista, exame da cavidade bucal por especialista e análise de exames laboratoriais de rotina.
RESULTADOS: Foram estudados 104 pacientes (53% homens, 58±14 anos, 31% diabéticos, 103 [4 a 267] meses em diálise, 54% com renda familiar entre 3 e 4 salários mínimos, 37% tabagistas). Alterações periodontais estavam presentes em 77% dos pacientes, bruxismo em 31%, gengivite em 82%, candidíase em 19% e cárie em 51%. Bruxismo foi mais frequente entre os homens (43% vs. 18% nas mulheres; p= 0,011) e candidíase mais frequente entre os diabéticos (33% vs. 15% entre os não diabéticos, p= 0,034). No modelo de regressão logística, o tabagismo associou-se a um importante aumento no risco de gengivite (odds ratio de 5,3 [1,2 a 23,1]; P= 0,023).
CONCLUSÃO: Na população em HD estudada, observamos uma condição precária da saúde bucal, independentemente da renda familiar. A gengivite associada ao tabagismo foi um fator de risco modificável encontrado neste estudo. Ressaltamos a importância do diagnóstico e tratamento específico das afecções bucais nesta população, principalmente nos pacientes em fila de espera para transplante renal.


TLP: 010

Avaliação do estado de hidratação por bioimpedância espectroscópica (BIE) nos pacientes em hemodiálise (HD): um possível viés do índice de massa corporal (IMC)

Autor(es): Amanda Bedran; Jocemir R. Lugon; Jorge Paulo Strogoff-de-Matos

Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ

INTRODUÇÃO A análise da composição corporal avaliada por BIE foi previamente validada por métodos de diluição com deutério e brometo, porém, um pequeno número de obesos e de pacientes em HD foi incluído nesses estudos. Nosso objetivo é identificar possíveis vieses na análise da composição corporal por BIE na população em HD.
MÉTODOS Pacientes prevalentes em HD de 31 clínicas foram estudados quando submetidos à BIE (BCM®, Fresenius Medical Care) pela primeira vez. Variáveis demográficas e antropométricas foram analisadas em busca de erros sistemáticos na avaliação do estado de hidratação. O excesso de líquido foi determinado pela sobrecarga hídrica média (timed-average fluid overload [TAFO]) que se define pela média do peso pré e pós dialise – peso em normohidratação, sendo este último estimado pelo aparelho de BIE.
MÉTODOS Um total de 3358 pacientes foi incluído neste estudo (59,7% homens; 22,7% diabéticos; 54±15 anos de idade; 45[3-472] meses em HD; IMC 24,9±5,1 kg/m2). TAFO (mediana, interquartis), em litros, foi maior nos homens do que nas mulheres (0,7 [-0,5 a 2,2] e 0,0 [-1,1 a 1,1], respectivamente; P<0,001). Não houve correlação significativa entre TAFO e idade, porém, observou-se uma correlação inversa com IMC (r= -0,184; p<0,0001). Esta sobrecarga (ou TAFO) variou significativamente por faixa de IMC: 1,1 [0,1 a 2,4]; 0,6 [-0,4 a 2,0]; 0,1 [-1,0 a 1,5]; -0,3 [-1,6 a 1,0] e -0,9 [-2,0 a 0,4] nos pacientes com IMC <18,5, 18,5-24,9, 25-29,9, 30-35 e >35 kg/m2, respectivamente; Fig. 1. Apesar das variações nos valores de TAFO, alterações da pressão arterial no período intradialítico e número de drogas hipotensoras não tiveram diferenças entre as faixas de IMC.
CONCLUSÃO A inesperada correlação inversa entre IMC e estado de hidratação poderia ser atribuída a um viés na estimativa do estado de normohidratação pelo aparelho de BIE. Estudos adicionais serão desejáveis a fim de melhorar a utilização da BIE nos pacientes em HD com valores extremos de IMC.


TLP: 011

Sobrevida de pacientes com mais de 75 anos de idade em um programa crônico de hemodiálise

Autor(es): Adriano Luiz Ammirati; Maria Claudia Cruz Andeoli; Nadia Karina Guimaraes; Thais Neamoto; Fabiana Dias Carneiro; Ana Claudia Mallet; Bruna Gomes Barbeiro; Rosana Maria Cardoso; Christiane Hegedus Karam6; Bento Fortunato C. dos Santos

Unidade de dialise Hospital Israelita Albert Einstein

INTRODUÇÃO: A intensidade dos cuidados médicos para pessoas com mais 75 anos de idade tem aumentado na última década. Neste contexo é crescente o numero de individuos com este perfil que tem indicação clinica de iniciar terapia renal substitutiva. Dados da literatura tem indicado uma sobrevida variada destes pacientes após o inicio de hemodialise (HD) de acordo com a presença de comorbidades. O objetivo deste estudo foi avaliar a sobrevida de pacientes idosos com doença renal crônica em HD regular.
MÉTODOS: A partir de analises de prontuários foi avaliado a taxa de sobrevida de pacientes incidentes em um programa crônico de HD no período de 2000 até 2010. Dados demográficos e clínicos também foram coletados. Foi feito uma comparação, baseada nestes dados, entre os grupos idosos e não idosos que faleceram.
RESULTADOS: No período 158 pacientes iniciaram programa de HD, sendo 69% do sexo masculino e 46% apresentavam idade maior que 75 anos. As taxas mortalidade geral em 6 e 12 meses foram respectivamente: 7,5 % e 17%. Considerando apenas os pacientes idosos as taxas mortalidade em 6 e 12 meses foram respectivamente: 14 e 27%. A média de sobrevida destes pacientes foi de 33 meses. Considerando apenas os pacientes com menos de 75 anos as taxas mortalidade em 6 e 12 meses foram respectivamente: 2 e 8%. Comparando os pacientes idosos com os não idosos que faleceram, observamos que no primeiro grupo havia maior proporção de diabéticos, não havendo diferenças na proporção de hipertensão, doença cardiovascular previa e neoplasias.
CONCLUSÃO: Pacientes com mais de 75 anos tem uma taxa de mortalidade três vezes maior que pacientes mais jovens e a presença de diabetes pode ser um fator adjuvante a idade que explique esta diferença.


TLP: 012

Citocinas inflamatórias e resistência à eritropoetina em pacientes submetidos à diálise peritoneal

Autor(es): Wander Valadares de Oliveira Júnior; Adriano de Paula Sabino; Roberta Carvalho Figueiredo; Melina de Barros Pinheiro; Mariana Souza Silva Velloso; Kariana Braga Gomes Borges; Sergio Wynton Lima Pinto; Danyelle Romana Alves Rios

Universidade Federal de São João del Rei – Campus Centro Oeste Dona Lindu

INTRODUÇÃO: A diálise peritoneal (DP) é uma das alternativas de terapia renal substitutiva. A deficiência de eritropoetina (EPO) é uma das principais causas de anemia na doença renal crônica (DRC). Citocinas pró-inflamatórias, como a interleucina-6 (IL-6) e o fator de necrose tumoral-_ (TNF-_), atuam nas células progenitoras eritropoéticas, de maneira oposta à EPO, estimulando a apoptose. O estado inflamatório da DRC provoca uma situação de resistência à ação medular da EPO. Sendo assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar os níveis plasmáticos de citocinas inflamatórias em pacientes submetidos à DP e investigar a associação desses com a resistência à EPO.
MÉTODOS: Foram avaliados 33 pacientes submetidos à DP, dos quais 10 apresentaram resistência ao uso de eritropoetina recombinante humana (rHUEPO) (grupo I) e 23 não apresentaram essa resistência (grupo II). Foram investigados os níveis plasmáticos das citocinas inflamatórias IL-2, IL-4, IL-6, IL-10, IL-17, TNF-_ e IFN-_ por citometria de fluxo (BD LSR Fortessa), utilizando-se kit Cytometric Bead ArrayTM – CBA (BD).
RESULTADOS: Não houve diferença significativa entre as variáveis clínicas e laboratoriais quando comparados os dois grupos, com exceção dos parâmetros número de hemácias, hemoglobina, hematócrito e número de plaquetas que apresentaram uma redução significativa no grupo I quando comparado ao grupo II (p < 0,001, p< 0,001, p = 0,002 e p=0,004, respectivamente). Da mesma forma, não houve diferença entre os grupos no que se refere aos níveis plasmáticos de IL-2, IL-4, IL-6, IL-10, IL-17A e TNF-_. No entanto, foi observado que os níveis da citocina IFN-_ foram maiores no grupo I, 4,7 (4,4-5,4) comparado ao grupo II 4,1 (3,6-4,6), com uma significância limítrofe (p=0,052).
CONCLUSÃO: O estudo revelou que não houve associação entre os marcadores inflamatórios e a resistência ao uso de eritropoetina, com exceção do IFN-_ que foi maior no grupo I quando comparado ao grupo II. O IFN-_ promove a morte prematura das CFU-E na medula óssea, antagonizando assim a ação anti-apoptótica da EPO. O que poderia explicar o motivo pelo qual os integrantes do grupo I apresentam níveis menores dos parâmetros do eritrograma e respondem menos ao uso de EPO em relação aos integrantes do grupo II. Cumpre ressaltar que este constitui o primeiro estudo conduzido na população brasileira visando elucidar as causas da ocorrência de resistência à EPO em pacientes em DP

Apoio financeiro: FAPEMIG; CNPq e UFSJ.


TLP: 013

Avaliação dos polimorfismos nos genes de citocinas inflamatórias e da enzima conversora de angiotensina na resistência à eritropoetina em pacientes submetidos à diálise peritoneal

Autor(es): Wander Valadares de Oliveira Júnior, Sylvia Aparecida Dias Turani; Adriano de Paula Sabino; Roberta Carvalho Figueiredo; Sergio Wyton Lima Pinto; Kathryna Fontana Rodrigues; Karina Braga Gomes; Danyelle Romana Alves Rios

Universidade Federal de São João del Rei – Campus Centro Oeste Dona Lindu

INTRODUÇÃO: A diálise peritoneal (DP) é uma forma de terapia renal substitutiva utilizada em pacientes em fase final da doença renal, que utiliza o peritônio para a filtração do sangue. A anemia é uma das complicações da doença renal crônica (DRC) e a deficiência relativa de eritropoetina é uma de suas principais causas. Os polimorfismos nos genes de citocinas inflamatórias podem influenciar na prevalência e na gravidade da anemia na DRC, causando resistência ao uso de eritropoetina. O polimorfismo inserção/deleção (I/D) no gene da enzima conversora de angiotensina (ECA) é responsável por metade da variabilidade fenotípica e está associado a uma diferença na quantidade de eritropoetina recombinante humana (rHUEPO) necessária para se atingir e manter níveis adequados de hemoglobina em pacientes em DP.
MÉTODOS: Foram avaliados 33 pacientes submetidos à DP, dos quais 10 apresentaram resistência ao uso de rHUEPO (grupo I) e 23 não apresentaram essa resistência (grupo II). Foram investigados os polimorfismos -308A/G do TNF-_, 10T/C e 25C/G do TGF-_1, -1082A/G e -819T/C da IL-10, -174C/G da IL-6 e o +874T/A do IFN- _, e o polimorfismo I/D no gene da ECA.
RESULTADOS: A análise dos polimorfismos de citocinas foi realizada de acordo com a frequência avaliando o genótipo e o fenótipo. Não foi observada associação significativa entre os polimorfismos nos genes das citocinas e da ECA e a resistência à EPO.
CONCLUSÃO: O fato de não ter sido observada associação dos polimorfismos nos genes das citocinas e da ECAcom a resistência ao uso de EPO no presente estudo, pode ser explicado pelo número pequeno de participantes no estudo, principalmente no grupo que apresenta hiporresponsividade ao uso de EPO. Cumpre ressaltar que este constitui o primeiro estudo conduzido na população brasileira visando elucidar o papel dos polimorfismos estudados na ocorrência de resistência à EPO em pacientes em DP.

Apoio financeiro: FAPEMIG; CNPq e UFSJ.


TLP: 014

Avaliação dos polimorfismos nos genes de citocinas inflamatórias em pacientes submetidos à diálise peritoneal

Autor(es): Sylvia Aparecida Dias Turani; Wander Valadares de Oliveira Júnior; Adriano de Paula Sabino; Kathryna Fontana Rodrigues; Karina Braga Gomes; Sérgio Wyton Lima Pinto; Danyelle Romana Alves Rios

Universidade Federal de São João del Rei – Campus Centro Oeste Dona Lindu

INTRODUÇÃO: A diálise peritoneal (DP) é uma forma de terapia renal substitutiva utilizada em pacientes em fase final da doença renal, que utiliza o peritônio para a filtração do sangue. A inflamação é uma das complicações a longo prazo, a qual torna essa terapia ineficaz para a remoção adequada de solutos. Sendo assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar polimorfismos em genes de citocinas inflamatórias em pacientes sob DP e investigar a associação desses com a presença de disfunção do peritônio.
METODOLOGIA: Foram selecionados 45 pacientes em programa de diálise peritoneal do Centro de Nefrologia do Hospital São João de Deus, dos quais 12 eram baixo, 25 médio-baixo e 8 médio-alto transportadores, classificados pelo Teste de Equilíbrio Peritoneal (PET). A extração de DNA das amostras de sangue periférico foi feita utilizando o kit Biopur Mini Spin® (Biometrix) e a pesquisa dos polimorfismos -308A/G do TNF-_, 10T/C e 25C/G do TGF-_1, 1082A/G e -819T/C da IL-10, -174C/G da IL-6 e o +874T/A do IFN-_ foi realizada por reação em cadeia da polimerase (PCR) seguida de digestão enzimática com a enzima de restrição (RFLP) utilizando o kit Cytokine Genotyping Tray. Segundo o genótipo apresentado, os pacientes foram classificados de acordo com as instruções do kit nos fenótipos low, intermediate ou high produtores de citocinas.
RESULTADOS: Observou-se uma frequência maior do genótipo GG do polimorfismo TNF-_ (-308 A/G) no grupo médio-baixo transportador comparado aos outros dois grupos (p=0,032). Foi observada uma frequência significativamente maior do fenótipo low no grupo baixo transportador (p=0,003). Os outros polimorfismos investigados não obtiveram resultados significativos.
CONCLUSÕES: O TNF-_ é uma potente citocina pro-inflamatória e está associada como um mediador da disfunção endotelial e promove in vitro a calcificação de células vasculares, o que nos leva a acreditar que os pacientes do grupo médio-baixo transportador possam apresentar falhas na ultrafiltração, diálise inadequada, suscetibilidade aumentada a infecções e tendência a se tornar alto transportadores levando consequentemente à falência da membrana peritoneal, podendo desencadear também doenças cardiovasculares seguido de maiores taxas de mortalidade.

Apoio financeiro: FAPEMIG; CNPq e UFSJ.


TLP: 015

Frequência e intensidade de isquemia miocárdica silenciosa durante a sessão de hemodiálise em pacientes com doença renal crônica terminal: Estudo PROHEMO

Autor(es): Jean Michell C. Monteiro; Marcia Tereza S. Martins; Lucas Hollanda Oliveira; Luís Cláudio Correia; Antonio Alberto Lopes

Universidade Federal da Bahia

FUNDAMENTOS: Isquemia miocárdica silenciosa (IMS) é frequente em pacientes com doença cardiovascular, principalmente em diabéticos e portadores de doença arterial coronariana (DAC). Sendo a doença cardiovascular a principal causa de morte em pacientes em hemodiálise de manutenção, essa população deve ser vista como de alto risco para IMS. O objetivo do trabalho foi descrever a presença de IMS durante uma sessão de hemodiálise (HD) e identificar características associadas.
MÉTODOS: Corte transversal do Estudo Prospectivo do Prognóstico de Pacientes em Hemodiálise de Manutenção (PROHEMO). A avaliação eletrocardiográfica pelo Holter foi usada para diagnóstico de IMS. Resultados são descritos usando média±desvio padrão, mediana [intervalo interquartil] ou proporção. Diferenças entre os grupos foram avaliadas pelo teste de qui-quadrado para variáveis qualitativas e Mann Whitney para quantitativas e a força da associação pelo coeficiente de correlação de Spearman (CCS).
RESULTADOS: Foram avaliados 77 pacientes (idade 50,5±12,1 anos e 75,3% do sexo masculino), com IMS sendo encontrada em 59,7% (46/77) dos mesmos, tendo mediana do número de episódios isquêmicos de um [0-2] e carga isquêmica total de 67 [0-713]. Os grupos avaliados quanto a presença ou ausência de IMS foram similares para idade (50,5±12,9 vs 50,0±10,8 anos, p=0,578), concentrações de hemoglobina (10,5±2,1 vs 10,8±2,2, p=0,588), frequência cardíaca média (74,3±13,9 vs 76,9±13,3, p=0,400), volume de ultrafiltração em litros (3,15; [2,17 – 3,80] vs 2,70; [2,20-3,5], p=0,509), dose hemodialítica (1,57; [1,40-1,77] vs 1,64; [1,28-1,83] p=0,936) e média aritmética dos valores de pressão sistólica durante HD (147,5 ± 29,3 vs 137,9 ± 23,5, p=0,256). Não foi observado diferença quanto aos grupos para a prevalência de DAC (14,3% vs 14,3%, p= 0,270) ou insuficiência cardíaca classes I-IV (18,2% vs 15,6%, p= 0,451), mas sim para diabetes melito (16,9% vs 3,9 %, p=0,049). Não houve correlação entre a média dos valores da pressão arterial média durante HD e a carga isquêmica (CCS: -0,052, p=0,683) assim como entre a variabilidade e a carga isquêmica (CCS: -0,059, p=0,641).
CONCLUSÕES: Nos pacientes em hemodiálise de manutenção a frequência de IMS durante a HD é alta, e seu desenvolvimento não foi explicado por alterações hemodinâmicas mediadas pela variação da pressão arterial intradialítica ou pela presença de DAC. Novos estudos são necessários para investigar os preditores de IMS nessa população.


TLP: 016

Qualidade do sono, sonolência diurna e sua relação com o apetite e parâmetros nutricionais em pacientes em hemodiálise

Autor(es): Fabiana B. Nerbass; Jyana G. Morais; Dyane Corrêa; Patricia Osowsky; Rafaela G. dos Santos; Tatiana S. Kruger; Andrea Sczip; Marcos A. Vieira; Hercilio A. da Luz Filho

Fundação Pró-rim

INTRODUÇÃO: Os distúrbios do sono são comuns em pacientes em hemodiálise (HD). Embora a relação entre a qualidade do sono e o estado nutricional esteja bem estabelecida em outras populações, há poucos dados sobre esta questão em pacientes submetidos à HD.
OBJETIVO: Avaliar a qualidade do sono e queixas de sonolência excessiva diurna, bem como sua relação com parâmetros antropométricos, apetite e estado nutricional dos pacientes em HD.
MÉTODOS: Estudo transversal realizado em 6 centros de diálise. A presença de distúrbios do sono foi avaliada pelo Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh ( PSQI ) e a sonolência diurna pela Escala de Sonolência Epworth (ESS ); apetite foi obtido pelo Appetite e Assessment Tool Diet ( ADAT ); estado nutricional pela Avaliação Subjetiva Global (ASG) e pelo Índice de Massa Corporal (IMC – pontos de corte 23 kg/m2 para desnutrição e 30 kg/m2 para a obesidade). Acircunferência da cintura (CC) também foi obtida a fim de avaliar a obesidade central.
RESULTADOS: Foram avaliados 158 pacientes em HD ( 57% do sexo masculino ; idade: 50,2±15,7 anos; tempo em HD: 50,7±47,5 meses). A média de pontuação PSQI foi de 6,0±3,9 e 57% dos pacientes apresentavam algum distúrbio de sono ( PSQI > 5 ). A pontuação média da ESS foi de 7,61± 5,3, sendo que 33% apresentavam queixa de sonolência excessiva diurna (ESS _ 10). PSQI se correlacionou fracamente com a idade (r=0,16; p<0,05), mas não foram encontradas correlações entre PSQI e ESS com as variáveis nutricionais. A prevalência de desnutrição, obesidade e obesidade central foi semelhante entre os pacientes com ou sem distúrbios do sono. No entanto, a prevalência de pacientes que relataram apetite regular, ruim ou muito ruim foi significativamente maior entre os participantes com distúrbios do sono (22 versus 9%; p=0,02).
CONCLUSÃO: A prevalência de distúrbios do sono foi elevada nesta população HD e não esteve relacionada com parâmetros antropométricos nem ao estado nutricional. No entanto, os pacientes que apresentaram distúrbios do sono eram mais propensos a relatarem apetite prejudicado.


TLP: 017

Benefício da Suplementação de Zinco em Pacientes emHemodiálise: Revisão Sistemática

Autor(es): Livia Cilurzo dos Santos Neto; Marcelo Rodrigues Bacci; Mariana Gaya da Costa; Livia Silva Svrzutt Cabral; Fernando Luiz Affonso Fonseca

Faculdade de Medicina do ABC

INTRODUÇÃO: O manejo da doença renal crônica (DRC) constitui um grande desafio. Relacionada a doenças de alta prevalência como hipertensão e diabetes , a deficiência na capacidade de filtração dos rins leva cerca de 49000 pessoas por ano no Brasil para hemodiálise (HD). Dada à patogenia da doença e o tratamento instituído, esses pacientes apresentam perfil inflamatório acentuado. Ainda, influências na resposta imunológica são frequentes. O desenvolvimento de comorbidades – como doenças cardiovasculares – configura um fator complicador, elevando a morbimortalidade dos pacientes renais crônicos. Entretanto, o zinco-oligoelemento com funções antioxidante, imunológicas e anti-inflamatórias- vem ganhando destaque pela possível ação no manejo da doença.
OBJETIVO: Esclarecer o que se sabe da relação entre zinco e pacientes em HD.
MÉTODO: Pesquisa de jan. à mai. de 2014 através de LILACS e MEDLINE, com descritores: zinco, doença renal crônica e hemodiálise. Dos 214 artigos, foram incluídos artigos em inglês/português, baseados em humanos maiores de 19 anos(117 artigos). Foram critérios de exclusão: trabalhos publicados há mais de 20 anos (52), aqueles cujos pacientes não tinham diagnóstico específico de DRC ou não estavam em tratamento com HD(5), estudos que consideravam a HD realizada por curto período de tempo(1), sobre indivíduos transplantados/tratados com diálise peritoneal (5) e aqueles que não envolviam o zinco nos resultados(9), artigo de comentário sobre outra publicação e artigo que considerava adolescentes entre 15-21 anos.
RESULTADOS: Chegou-se ao total de 49 artigos (nenhuma revisão de literatura/capítulo de livro). A deficiência de zinco é muito prevalente nos pacientes renais crônicos em HD. O zinco mostrou influência nos processos inflamatórios, imunológicos, além de interferir no metabolismo, sistema hematopoiético e outros. Quanto à suplementação de zinco, não existe um consenso na literatura para quais pacientes/quais dosagens utilizar. Averiguou-se necessidade de ensaios randomizados para avaliar os aspectos onde a suplementação de zinco interfere na qualidade de vida desses indivíduos.
DISCUSSÃO: O zinco estabelece uma relação direta com a DRC e com a HD. Embora a literatura não tenha chegado à conclusão sobre qual dose de suplementação teria impacto benéfico, essa intervenção se apresenta promissora.


TLP: 018

Comparação do consumo de sal de pacientes em diferentes tratamentos dialíticos

Autor(es): Dyane Corrêa; Andrea Sczip; Jyana G Morais; Tatiana S Kruger; Rafaela G dos Santos; Marcos A Vieira; Hercilio A da Luz Filho; Fabiana B Nerbass

Fundação Pró Rim

INTRODUÇÃO: Pacientes em hemodiálise (HD) e em diálise peritoneal (DP) são orientados a restringir o consumo de sal por este estar relacionado a fatores de risco cardiovasculares como a hipertensão.
OBJETIVO: Avaliar e comparar o consumo de sal entre pacientes em HD e DP, bem como a relação da ingestão com parâmetros demográficos.
METODOLOGIA: Foram incluídos 92 pacientes em HD (66% mulheres; idade=52,0_11,0 anos) e 19 pacientes em DP (63% mulheres; idade=57,2_12,1 anos) de 4 centros de diálise de Santa Catarina. Para análise do consumo de sal total foi utilizado um questionário de freqüência alimentar (QFA) validado e a estimativa do uso do sal de adição.
RESULTADOS: A média do consumo de sal total foi elevada e semelhante nos dois grupos de pacientes (8,7_3,0 g/dia em HD e 8,7_5,5 g/dia em DP; p=0. 99), mas ficou abaixo da estimativa do consumo médio da população brasileira de 11,7 g/dia. O consumo do sal de adição (6,3_4,2 g/dia em HD e 6,9_2,8 g/dia em DP; p=0,53) e do sal dos itens do QFA (2,3_3,8 g/dia em HD e 1,7_2,0 g/dia em DP; p=0,49) também não diferiu entre os grupos. Ingestão superior à recomendação máxima de 6 g/dia foi observada 62% dos pacientes em HD e em 79% em DP (p=0,15). Nos pacientes em HD, foi encontrada relação inversa entre o consumo de sal total e a idade (r=-0,36; p<0,001) e entre o sal dos itens do QFA e a escolaridade (r=-0,22; p<0,05). Pacientes com ingestão acima da recomendação (6 g/dia) tinham menor escolaridade comparados aos demais (6,4_3,6 versus 8,1_3,4 anos; p<0,05). No grupo em DP, foi encontrada relação direta entre o o sal dos itens do QFA e o peso (r=0. 51; p<0,05).
CONCLUSÃO: A média de consumo de sal foi maior que a recomendação e não diferiu entre pacientes em HD e DP. Porém, as variáveis relacionadas ao consumo variaram entre os dois grupos.


TLP: 019

Comparação da mortalidade de pacientes em hemodiálise de acordo com a distância entre moradia e unidade de diálise: seguimento de 12 meses

Autor(es): Matheus Silva de Moraes; Paulo Roberto Santos; Diego Levi Silveira Monteiro; Ana Cláudia de Oliveira Portela; Ana Mayara Barros Campos; Halane Maria Rocha Pinto; Yandra Maria Gomes Ponte; João Laerte Alves de Freitas; Catarine Cavalcante Ary; Klênio Clécio Lopes Melo

UFC

INTRODUÇÃO: A distância entre a moradia do paciente e a unidade de diálise pode influenciar desfechos clínicos. O estudo teve por objetivo comparar a taxa de mortalidade dos pacientes com doença renal crônica em hemodiálise de acordo com a distância entre moradia e unidade de diálise durante acompanhamento de 12 meses.
MÉTODO: Foram estudados 161 pacientes com doença renal crônica mantidos em esquema regular de hemodiálise em uma única unidade de diálise. Foram coletados dados sociodemográficos. O grau de comorbidade foi classificado em baixo, médio e alto risco pelo índice de Khan. A amostra foi estratificada em três grupos. Grupo I=pacientes residentes na cidade onde a unidade de diálise está localizada; Grupo II=pacientes residentes em cidades distantes até 100 quilômetros da unidade de diálise; e Grupo III=pacientes residentes em cidades distantes mais de 100 quilômetros da unidade de diálise. Foram comparadas as frequências do grau de comorbidade e óbito entre os três grupos pelo teste do qui-quadrado.
RESULTADOS: A amostra foi composta por 98 (60,9%) homens e 63 (39,1%) mulheres com idade média de 44,5 ± 15,6 anos. Havia 47 (29,2%) pacientes residentes na cidade da unidade de diálise; 46 (28,6%) residentes em cidades até 100 quilômetros e 68 (42,2%) em cidades distantes mais de 100 quilômetros. A frequência do grau de comorbidade classificado como de alto risco não diferiu entre os três grupos: 4,3% no grupo I, 6,5% no grupo II e 2,9% no grupo III (p=0,549) A frequência de óbitos não diferiu entres o grupos: 10,6% no grupo I, 15,2% no grupo II e 13,2% no grupo III (p=0,762).
CONCLUSÕES: A frequência de mortalidade não diferiu de acordo com a distância entre moradia e unidade de diálise. Provavelmente variáveis locais relacionadas à eficiência de transporte dos pacientes expliquem o resultado. Resultados diferentes podem ser esperados em outras localidades que devem rotineiramente checar a mortalidade de acordo com o local e distância da moradia de seus pacientes.


TLP: 020

Perfil de risco cardiovascular em pacientes submetidos à hemodiálise

Autor(es): Carlos Felipe Delmondes Vieira; Karen Maria Alves Diniz; João Paulo Lemos Guião; Emílio Henrique Barroso Maciel; Frederico Lopes Alves; Vanessa Gomes Brandão; Pedro Henrique Scheidt Figueiredo; Cláudio Heitor Bathazar; Márcia Maria Oliveira Lima

Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri

INTRODUÇÃO: Fatores de risco tradicionais para doenças cardiovasculares (DCV) são altamente preditivos de eventos cardiovasculares em pacientes renais crônicos submetidos à hemodiálise (HD). Adicionalmente, o comprometimento da capacidade funcional (CF) cardiovascular tem importante valor prognóstico na evolução das DCV. Considerando que as DCV representam a principal causa de óbito nessa população, a identificação desses fatores contribui para um melhor manejo terapêutico dos pacientes em HD. Entretanto, existe uma carência de estudos avaliando este perfil em centros de hemodiálise brasileiros.
OBJETIVO: avaliar os pacientes renais crônicos submetidos à hemodiálise em relação ao perfil de risco cardiovascular.
MÉTODOS: em um estudo transversal, pacientes de ambos os gêneros, idade acima de 18 anos, em HD, foram avaliados para a detecção de possíveis fatores de risco para DCV e análise do comprometimento da CF. Por meio de exame clinico, físico e laboratorial foram avaliados quanto à presença de diabete mellitus (DM) tipo II, obesidade, dislipidemia, tabagismo e hipertensão arterial (HA). Além disso, a CF cardiovascular foi analisada pela medida da distância caminhada durante o Shuttle Walk Teste (DCSWT). Dados foram analisados por testes estatísticos específicos na caracterização da amostra pelo programa SPSS (17. 0) e são expressos em porcentagem ou média e desvio padrão, conforme apropriado.
RESULTADOS: foram avaliados 56 pacientes (idade 50,0±16,0 anos, 75% homens), eutróficos (Indice de massa corporal 24,2±5,4 kg/m2) com tempo de HD de 5,0±4,1 anos. Observou-se na amostra que 92,9% eram hipertensos, dislipidemia presente em 85,7%, 21,4% portadores de DM e 8,9% tabagistas. O comprometimento da CF foi notado pelo alcance de apenas 63,9±26,1% da DCSWT predita para estes pacientes.
CONCLUSÃO: Nesta amostra de pacientes renais crônicos em hemodiálise observou-se a presença de fatores de risco para DCV tais como, HA , dislipidemia e DM em elevadas proporções, além de comprometimento importante da CF. Dessa forma, intervenções para o controle dos fatores de risco e melhora da CF devem ser implementadas.

Financiamento: CNPq e FAPEMIG.


TLP: 021

Avaliação da relação entre concentração do hormônio paratireoideano e função autonômica de pacientes em hemodiálise

Autor(es): Carlos Felipe Delmondes Vieira; Karen Maria Alves Diniz; João Paulo Lemos Guião; Emílio Henrique Barroso Maciel; Frederico Lopes Alves; Vanessa Gomes Brandão; Cláudio Heitor Balthazar; Márcia Maria Oliveira Lima; Pedro Henrique Scheidt Figueiredo

Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri

INTRODUÇÃO: A redução da Variabilidade da Frequência Cardíaca (VFC) é um fator de risco independente para óbito em pacientes com doença renal crônica dialítica (DRCD). Nessa população, a hipersecreção do hormônio paratireoideano (PTH) e seus efeitos na concentração de cálcio (Ca) e fósforo (P) no sangue, também têm sido associados à maior risco de eventos fatais. Entretanto, poucos estudos avaliaram a relação entre PTH e VFC nesses pacientes. Assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar a associação entre VFC e concentração sanguínea de PTH, bem como de Ca e P, em indivíduos com DRCD.
MÉTODOS: Em um estudo transversal, pacientes em hemodálise (HD) foram avaliados quanto à função autonômica cardíaca e concentração sanguínea de PTH, Ca e P. A função autonômica cardíaca foi avaliada pela análise da VFC, obtida do registro do holter de 24hs. Os índices de VFC no domínio da frequência analisados foram: raiz quadrada da média do quadrado das diferenças entre intervalos RR normais adjacentes (rMSSD) e porcentagem de intervalos RR adjacentes com diferença de duração superior a 50ms (pNN50). No domínio da freqüência, foram analisados os componentes de baixa e alta freqüência (LF e HF, respectivamente), assim como a relação entre estes (LF/HF). As concentrações plasmáticas de PTH, Ca e P foram obtidas por meio dos exames mensais de rotina da unidade de HD. A análise de correlação foi realizada pelo coeficiente de correlação de Pearson ou Spearman, conforme apropriado.
RESULTADOS: Foram avaliados 42 pacientes (13 mulheres) em HD há 56 (6-208) meses, com média de idade de 52,5±15,3 anos e Índice de Massa Corporal de 23,1 (17,0-40,5) kg/m2. Na correlação entre índices de VFC com PTH, Ca e P, observou-se associação significativa e positiva entre a concentração do PTH e os índices LF e LF/HF (r=40,4%, p=0,008; r=41,8%, p=0,006, respectivamente), bem como associação negativa com HF (r=-40,4%, p=0,008); e da concentração de Ca negativamente com os índices rMSSD e pNN50 (r=39,4%, p=0,01; r=-36,5%, p=0,018, respectivamente). Os demais índices não apresentaram correlações significativas.
CONCLUSÃO: A hipersecreção de PTH e o conseqüente aumento da concentração de Ca sanguíneo são mecanismos relacionados à disfunção autonômica cardíaca de pacientes com DRC dialítica. Financiamento: CNPq e FAPEMIG


TLP: 022

Avaliação do conhecimento sobre hiperfosfatemia e quelante de fósforo em nefropatas dialíticos em um hospital universitário

Autor(es): Antonia Caroline Diniz Brito; Ana Karina Teixeira da Cunha França; Raimunda Sheyla Carneiro Dias; Elane Viana Hortegal; Jéssica Vasconcelos Oliveira Jorge Pereira; Laís Ferreira de Sousa; Gilvan Campos Sampaio; Renata Gomes de Sousa

Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão

INTRODUÇÃO: A orientação dietética e o uso adequado de quelantes de fósforo são a base do tratamento da hiperfosfatemia. Assim, seu sucesso depende essencialmente da habilidade do paciente em entender e aderir ao plano dietético e ao uso dos quelantes. Essa pesquisa teve como objetivo avaliar o conhecimento sobre hiperfosfatemia e uso de quelantes de fósforo em nefropatas em tratamento hemodialítico em um Hospital Universitário.
METODOLOGIA: Estudo de delineamento transversal, descritivo, incluindo 74 pacientes adultos. Foi aplicado um questionário de avaliação de conhecimentos que incluía questões fechadas sobre consequências da hiperfosfatemia, alimentos ricos em fósforo, uso adequado dos quelantes e motivos da não adesão ao tratamento.
RESULTADOS: Aprevalência foi maior do sexo masculino (50,9%) com média de idade de 43,9 ± 16,3 anos. Foram medidas as concentrações séricas de fósforo. 40,0% dos pacientes faziam uso de quelantes de fósforo. Com relação as consequências da hiperfosfatemia, foi verificado que 62% dos pacientes as conhecia, no entanto, 48,0% deles não sabiam que elevadas concentrações de fósforo poderia causar calcificações vasculares. Dentre as razões citadas pelos pacientes sobre o insucesso do tratamento da hiperfosfatemia, 70,9% assinalaram a resposta “porque eu como mais fósforo do que eu deveria”. A manutenção de níveis adequados de fósforo é um processo difícil de ser alcançado pelos pacientes. Neste estudo, foi baixa a prevalência da utilização de quelante de fósforo apesar de um número considerável (36%) de pacientes terem apresentado níveis médios acima do recomendado.
CONCLUSÃO: Os resultados demonstraram que os pacientes estudados apresentaram um bom nível de conhecimento sobre o uso adequado do quelante de fósforo e as consequências da hiperfosfatemia, porém a maioria apresentou uma baixa adesão às recomendações com relação à dieta. Vale ressaltar que a orientação nutricional é uma ferramenta importante para a prevenção da hiperfosfatemia.


TLP: 023

A redução da força muscular inspiratória está associada à redução da capacidade funcional e da qualidade de vida de pacientes em hemodiálise

Autor(es): Pedro Henrique Scheidt Figueiredo; Karen Marina Alves Diniz; João Paulo Lemos Guião; Carlos Felipe Delmondes Vieira; Frederico Lopes Alves; Vanessa Gomes Brandão; Emílio Henrique Barroso Maciel; Márcia Maria Oliveira Lima; Cláudio Heitor Balthazar

Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri

INTRODUÇÃO: Pacientes com Doença Renal Crônica (DRC) em hemodiálise (HD) apresentam redução da força muscular respiratória (FMR), o que pode afetar a realização de atividades laborais, sociais e de lazer, com consequente degradação da capacidade funcional (CF) e qualidade de vida. Porém, a influência da redução da FMR em parâmetros da CF e da qualidade de vida relacionada á saúde (QVRS) desse grupo de pacientes tem sido pouco estudada. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a relação entre FMR com QVRS e CF de pacientes em HD.
MÉTODOS: Em um estudo transversal, pacientes em HD há mais de 6 meses foram avaliados quanto a FMR, QVRS e CF. A FMR foi avaliada pela manovacuometria, por meio do registro da pressão inspiratória e expiratória máxima (PImáx e PEmáx, respectivamente). A QVRS foi avaliada pelo questionário específico para DRC KDQOL-SF e a CF pelo Shuttle Walk test (SWT). As variáveis do SWT analisadas foram: distância caminhada e consumo de O2 (VO2). Todas as avaliações ocorreram imediatamente antes da sessão de HD. A análise de correlação foi realizada pelo coeficiente de correlação de Pearson ou Spearman, conforme apropriado.
RESULTADOS: Aamostra foi composta por 31 pacientes (25 homens) com média de idade de 48,9±15,8 anos e Índice de Massa Corporal de 22,5 (17,8 a 40,5) kg/m2. Observou-se redução da PImáx (89,8±21,0cmH2O; equivalente a 78,9 ± 16,7% do previsto), da distância caminhada {357 (188,5 a 779,3)m; 56,4±19,8% do valor previsto} e do VO2 no SWT {(15,9 (10,3 a 32,7) mL/kg/min}. Os domínios da QVRS mais afetados foram: “Função Física” {50,0 (0,0 a 100,0) %}, “Estado Geral de Saúde” {52,5 (10,0 a 95,0) %}, “Carga da DRC” (46,9±25,5%) e “Atividade Profissional” {0,0 (0,0 a 100,0) %}. Foi encontrada correlação significativa entre PImáx com a distância e VO2 no SWT (r=40,6%; p=0,02 e r=40,6%; p=0,02, respectivamente), assim como entre PImáx e os domínios da QVRS “Capacidade Funcional” (r=63,0%; p < 0,001) e “Suporte Social” (r = 41,7%, p = 0,2). Não foi observada associação entre PEmáx e as demais variáveis analisadas.
CONCLUSÃO: Em pacientes com DRC dialítica a redução da FMR é decorrente, principalmente, do comprometimento da musculatura inspiratória. Este comprometimento está associado à redução da CF e à degradação de aspectos físicos e sociais relacionados à QVRS.

Financiamento: CNPq e FAPEMIG


TLP: 024

Avaliação da diferença na escolha da modalidade de terapia renal substitutiva pelos pacientes quando inidicada dialisepelo ambulatório de saúde renal da Prefeitura de Belo Horizonte, Unidade de Referencia em Saude Sagrada Família (URSSF)

Autor(es): Juliana Gazzi Macedo; Ana Luiza de Souza Matos; Bruno Duarte Foscarini; Simone Costa Oliveira Nascimento; Helen Cristina Pimentel

URSSF Sagrada Família

O objetivo do trabalho é apresentar a estatística de escolha da modalidade de diálise pelos pacientes indicados para terapia renal substitutiva (TRS) no ambulatório de saúde renal URSSF durante primeiro semestre de 2013.
Este é um trabalho retrospectivo, transversal, descritivo, que usamos como fonte de pesquisa o prontuário eletrônico e nosso caderno de anotações de fax enviados à comissão de nefrologia de Belo Horizonte para autorização do início da terapia dialítica solicitada pelos nefrologistas do nosso ambulatório. Em 2012 em nosso ambulatório, foi criado um grupo operativo para pacientes em estagio 4 e 5 de insuficiência renal, no intuito de apresentar as modalidades de diálise e transplante disponíveis quando fosse para ele indicada terapia renal substitutiva. Isto porque assistimos no Brasil uma preferência pelo usuário à hemodiálise muitas vezes por falta de informação. Além do grupo operativo, o paciente é encaminhado em momento oportuno para conhecer as terapias dialíticas existentes facilitando contato com outros pacientes que utilizam destas terapias, objetivando a melhora da aceitação e entendimento da doença a longo prazo, ao invés de no momento do encaminhamento para diálise, ser um susto ou surpresa para o paciente e familiares. A nossa estatística mostrou que tivemos no primeiro semestre de 2013: 125 encaminhamentos para confecção de fístula arterio venosa (FAV), 40 encaminhamentos para hemodiálise (HD), 7 para diálise peritoneal (PD)
O nosso ambulatório teve aumento de oferta de consultas no segundo semestre de 2012, portanto, no período estudado, fazia 1 ano que a primeira consulta não demorava mais que 3 meses entre solicitação e atendimento. Acreditamos que o número de solictações para confecção de FAV mostre a gravidade com que os pacientes chegam para o acompanhamento especializado. Apesar dos esforços para ajudar o paciente na escolha da modalidade de terapia renal substitutiva, vimos ainda uma grande preferência pela hemodiálise. Talvez até por não terem tempo para preparo e inicio do PD quando chegam ao ambulatório já em urgência dialítica. .
Esperamos a longo prazo poder entender melhor e até mesmo estudar o motivo pelo qual a escolha do brasileiro tende para a hemodiálise.
Como atendemos 70% da demanda da cidade, acreditamos que possamos mudar a história de como se dá a entrada para TRS dos pacientes de Belo Horizonte; com pacientes conscientes, preparados psicologicamente, socialmente e fisicamente.


TLP: 025

Experiência com uso da técnica de buttonhole para punçãode fístula arterio venosa para hemodiálise

Autor(es): Juliana Gazzi Macedo; Wanderson de Souza Carvalho

Nefron

Este é um estudo retrospectivo longitudinal com intuito de avaliar o desempenho do acesso vascular com o uso da técnica de buttonhole em uma Clínica de Hemodiálise de Contagem-MG, Nefron.
Em 2007 a técnica buttonhole para canulação de fístula arteriovenosa para hemodiálise foi descrita pela primeira vez pelo Dr. Twardowski em uma paciente que não tinha área segura para rotação de punção sendo usado e descrito o buttonhole com sucesso. Desde então temos alguns artigos em literatura, com no máximo 25 pacientes, todos descrevendo a técnica ou colocando benefícios do seu uso. Apenas um estudo retrospectivo com 83 paciente usou grupo controle para comparar dor e infecção obtendo bons resultados em redução da dor e sem notificação de infecção com uso da técnica.
Desde 2010 a técnica de buttonhole foi escolhida como modalidade de punção para alguns pacientes da Nefron que tinham dificuldade para uso da técnica rotativa como múltiplos aneurismas, poucas áreas íntegras para uso da rotação de punção adequada. De 2012 a 2014 esta punção foi utilizada para outros pacientes, como oferta de punção, principalmente para aqueles que resistiam em rotação de punção por dor. Sempre contra indicada para pacientes em uso de próteses vascular como acesso para hemodiálise.
Foi avaliado para os 19 paciente em uso da técnica de button hole na clínica Nefron, 4 KtVs: logo antes do inicio da técnica era de 1,45 a média, logo após a formação do túnel era de 1,51, 3 meses após a formação do túnel de 1,55 e 6 meses após uso deste de 1,57, mostrando ganho de eficiência em diálise nestes pacientes.
CONCLUSÃO: A técnica de punção buttonhole, já descrita como opção à técnica de punção rotativa, em nosso estudo retrospectivo, mostrou melhora do KtV imediatamente e progressivamente após uso da técnica.
Projetamos portanto um trabalho prospectivo para avaliar a eficácia, benefícios e possíveis complicações do uso mais amplo da técnica de buttonhole para punção de fístula arterio venosa.


TLP: 026

Perfil de pacientes com doença renal crônica que iniciam hemodiálise: um estudo prospectivo

Autor(es): Klênio Clécio Lopes Melo; Paulo Roberto Santos; Paulo Henrique Alexandre de Paula; Priscila Garcia Câmara Cabral Tavares; Yandra Maria Gomes Ponte; Carlos Wellington Machado Melo; Ana Cláudia de Oliveira Portela; Ana Mayara Barros Campos; Halane Maria Rocha Pinto; Tarcizio Brito Santos

Santa Casa de Misericórdia de Sobral

INTRODUÇÃO: A qualidade da assistência aos estágios iniciais da doença renal crônica pode ser estimada pelo perfil dos pacientes com doença renal crônica avançada que iniciam diálise. O estudo teve por objetivo descrever o perfil dos pacientes com doença renal crônica que iniciaram hemodiálise durante um período de 12 meses.
MÉTODOS: Foram incluídos os pacientes com doença renal crônica que iniciaram hemodiálise entre julho de 2012 e junho de 2013 nas duas únicas unidades de diálise localizadas em cidade do interior do nordeste. Foram coletados os seguintes dados: gênero; idade; classe social de acordo com os critérios da Associação Brasileira de Institutos de Pesquisa e Mercado; etiologia da doença renal crônica; tipo de acesso vascular ao iniciar hemodiálise; grau de comorbidade pelo índice de Khan; e as dosagens laboratoriais de creatinina, hemoglobina, produto cálcio-fósforo e proteína C reativa.
RESULTADOS: Havia 19 (54,3%) mulheres e 16 (45,7%) homens com idade média de 58,8 ± 17,7 anos distribuídos segundo a classe social da seguinte maneira: nenhum da classe A, 1 (2,9%) da classe B, 14 (40,0%) da classe C, 16 (45,7%) da classe D e 4 (11,4%) da classe E. A principal etiologia da doença renal crônica foi hipertensão em 17 (48,5%) dos casos, seguida de diabetes em 8 (22,9%), glomerulonefrite em 3 (8,6%), uropatia obstrutiva em 1 (2,8) e 6 (17,2%) casos de etiologia indeterminada. Trinta e dois (91,4%) pacientes iniciaram hemodiálise por acesso provisório (cateter) e 3 (8,6%) por fístula. Segundo o grau de comorbidades, 11 (31,4%) apresentavam baixo risco, 13 (37,2%) médio risco e 11 (31,4%) alto risco. Os valores de creatinina, hemoglobina, produto cálcio-fósforo e proteína C reativa foram, respectivamente: 7,9 ± 3,7 mg/dl, 6,9 ± 1,2 g/dl, 47,6 ± 14,2 mg2/dl2 e 16,0 ± 18,0 mg/l.
CONCLUSÕES: A falta de fístula ao iniciar hemodiálise, o nível importante de anemia e o alto-risco cardiovascular estimado pela proteína C reativa indicam que deve haver melhora da assistência aos estádios iniciais da doença renal crônica nesta região do país.


TLP: 027

Efeitos da suplementação de ácidos graxos ômega-3 sobre o estresse oxidativo e a inflamação presentes nospacientes em hemodiálise

Autor(es): Larissa Rodrigues Neto Angéloco; Andresa Marques de Mattos; Alceu Afonso Jordão Júnior; José Abrão C. da Costa; Paula Garcia Chiarello

Faculdade de Medicina de São Paulo – Universidade de São Paulo

INTRODUÇÃO. A presença de estresse oxidativo (EO) associada à inflamação crônica nos pacientes em hemodiálise contribui para um risco cardiovascular elevado nesse grupo. Por meio da modulação de função e estrutura das membranas celulares, bem como a síntese de mediadores lipídicos, os ácidos graxos ômega-3 parecem ter função cardioprotetora. Recomenda-se o consumo diário de 1g de ômega-3 para pacientes com alto risco de doença coronariana.
MÉTODOS. Estudo experimental randomizado duplo-cego no qual pacientes em HD há pelos menos 6 meses, com idade _ 18 anos e sem doenças inflamatórias participaram. Destes, 44 foram suplementados com 1,2g/dia de ômega-3 (42% EPAe 22% DHA) e 46 receberam cápsulas placebo contendo óleo de soja, por doze semanas. Foram analisadas as concentrações séricas de produtos protéicos de oxidação avançada (AOPP), isoprostanos (Cayman Chemicals, Michigan, USA), proteína C reativa (PCR) PCR (IMMULITE, DPC, UK), fator de necrose tumoral (TNF-_) (IMMULITE, DPC, UK) e a capacidade antioxidante total (CAT) pré e após a suplementação.
RESULTADOS. Não houve diferença entre os grupos para as mudanças nas concentrações séricas de AOPP (_placebo:-9,2±11,6; _ômega: -9,7±13,2), isoprostanos (_placebo:-3,9±6,5; _ômega: -3,4±4,8), CAT (_placebo:0,3±0,6; _ômega: 0,2±0,7), PCR (_placebo:0,1±1,3; _ômega:0,1±1,8) e TNF-_ (_placebo:3,4±23,0; _ômega: -2,2±19,2).
CONCLUSÃO. A suplementação de ácidos graxos ômega-3 em doses fisiológicas nos pacientes em HD parece não ser capaz de melhorar a defesa antioxidante e/ou reduzir os marcadores de EO e inflamação sérica. Isso sugere que doses maiores podem ser necessárias para alcançar um efeito cardioprotetor nesse grupo.


TLP: 028

Prevalência dos agentes etiológicos nas infecções de acessos para terapia renal substitutiva e avaliação da sensibilidade aos antimicrobianos

Autor(es): Santa Catharina W; Moreira Filho CNF; Moussa APC; Santa Catharina GP; Sckayer RCSS; Almeida SV; Monteiro EBR

Instituto de Doenças Renais – São João da Boa Vista (SP)

INTRODUÇÃO: Complicações de via de acesso para Terapia Renal Substitutiva (TRS) são frequentes, sendo as infecções a segunda causa de óbito em diálise. Com o uso indiscriminado de antibióticos torna-se necessário conhecermos a flora bacteriana dos nossos serviços no momento da escolha dos antimicrobianos.
OBJETIVO: Identificar os agentes infecciosos em nosso serviço e sua sensibilidade para o uso racional de antimicrobianos.
CASUÍSTICA E MÉTODOS: Entre 2012 e 2013 foram colhidas 181 culturas, realizadas por método automatizado de avaliação da sensibilidade por concentração inibitória mínima, sendo 135 hemoculturas e 46 swabs de secreções de via de acesso. As hemoculturas foram realizadas em pacientes que apresentaram febre e/ou tremor durante sessão de TRS. As amostras de hemocultura foram pareadas, colhidas do cateter e em veia periférica. Foram considerados resultados positivos nos cateteres, quando positivos nas amostras pareadas com o mesmo microrganismo e sem outro sítio de infecção conhecido. Os swabs foram colhidos em pacientes que apresentaram secreção no local de acesso.
RESULTADOS: 56 culturas positivas (43 hemoculturas e 13 swabs), sendo 26 Staphylococcus aureus(46,4%) -19 sensíveis à Oxacilina(73%), 25 sensíveis à Sultametoxazol + Trimetoprim(SMX+TMP)(96,1%), 26 sensíveis à Vancomicina(100%). 14 Staphylococcus epidermidis(25%) -2 sensíveis à Oxacilina(14,3%), 2 sensíveis à SMX+TMP(14,3%), 14 sensíveis à Vancomicina(100%). 2 Pseudomonas aeruginosa(3,6%) -2 sensíveis à Carbapenêmicos(100%), 1 sensível à Cefotaxima(50%), 1 sensível à SMX+TMP(50%), 1 sensível à Cefepime(50%), 1 sensível à Ceftazidima(50%). Outros agentes foram encontrados com prevalência inferior à 2%.
CONCLUSÃO: Foi encontrada maior prevalência de infecção da corrente sanguínea quando comparado a infecções de sítios específicos, sendo o Staphylococcus aureus o agente mais prevalente. Staphylococcus epidermidis apresentou elevada resistência à Oxacilina, porém todos os casos foram sensíveis à Vancomicina. SMX+TMP se mostrou uma importante alternativa contra o Staphylococcus aureus. Bactérias Gram Negativas são responsáveis por menor parcela das infecções e apesar de todas serem sensíveis aos Carbapenêmicos, houve 1 caso de Pseudomonas aeruginosa resistente ao antibiótico antipseudomonas, a Ceftazidima. Assim concluímos que em nossa unidade de TRS possui flora bacteriana com alta resistência à antibioticoterapia, reforçando a importância do uso racional de antimicrobianos.


TLP: 029

Hemodiálise domiciliar no Brasil: a experiêcia da CDR – Clínica de Doenças Renais no Rio de Janeiro

Autor(es): Alan Castro Azevedo e Silva; Bianca Gouvêa Bastos; Monicar Nardi

CDR Serviços Hospitalares

A hemodiálise (HD) começou a ser aceita como modalidade de tratamento para a insuficiência renal em 1946, quando o Dr. Willem Kolff (1911-2009) publicou na Holanda sua tese de doutorado. A partir daí os equipamentos foram aperfeiçoados e industrializados. Em 1960, Quinton, Dillard e Scribner desenvolveram o “shunt” de politetrafluoretileno (teflon), que permitiu a reutilização do acesso vascular para HD. Essa inovação possibilitou a criação do primeiro programa de HD ambulatorial do mundo em Seatle. AHD passou a prolongar a vida dos pacientes renais. Logo a demanda cresceu muito acima da capacidade instalada. No intuito de oferecer um tratamento mais barato para os pacientes, programas de hemodiálise domiciliar (HDD) foram abertos a partir de 1963 em vários países. Apesar das vantagens e conforto preconizados com a HDD, essa modalidade de TRS foi reduzida na década de 70 em todo mundo por diversas razões. Atualmente, o interesse pela HDD está retornando. Diferente da HDD tradicional, onde o paciente prepara seu próprio equipamento e punção, a CDR – Clínica de Doenças Renais (um prestador de TRS ambulatorial fundada no Rio de Janeiro em 1977), vem desde 1984, atendendo pacientes à beira do leito em hospitais e em regime de internação domiciliar. Essa terapia visa a desospitalização precoce e a possibilidade de tratar em casa, aqueles pacientes temporariamente impedidos de se locomoverem até as clínicas de HD. Desse modo, o objetivo desse trabalho, é demonstrar os critérios de elegibilidade dos pacientes, das residências e os procedimentos operacionais. Também iremos apresentar os resultados, de um estudo observacional transversal, realizado nos 29 pacientes, que estão, no momento, em HDD. A média de sessões por semana é de 4,1. A média da idade é 71,8 anos, 25 % dos acessos vasculares são temporários tunelizados e a média de internação domiciliar de 18 meses. Os parâmetros laboratoriais são:
Hematócrito Hemoglobina Creatinina Reserva alcalina Albumina Fósforo K+ PTH 36±3,9 11±1,6 5,72±1,5 24,7±2,9 3,78±0,4 4,95±1,43 5,09±0,75 258,35±311 A nosso ver, a manutenção e expansão desse programa se justificam, apesar dos desafios logísticos e custos; pelos benefícios apresentados de desospitalização precoce e satisfação de reabilitar os pacientes renais crônicos no conforto do lar. Entretanto, melhores estudos devem ser realizados para avaliar a qualidade de vida e sobrevida desses pacientes.


TLP: 030

Hemodiálise frequente: 4 vezes por semana x 3 vezes por semana. Melhor adequação dialítica?

Autor(es): Túlio Coelho Carvalho; Alexandra; Cassiano Augusto Braga Silva; Raphael Pereira Paschoalin; Jose Andrade Moura Junior; Isabel Cristina de Moraes Santos Sento-Sé; Nathália Pereira Paschoalin

Clínica Senhor do Bonfim

INTRODUÇÃO: A Doença Renal Crônica (DRC) constitui-se num problema de saúde pública de grande magnitude por sua elevada prevalência e por associar-se a alta morbidade e mortalidade. O tratamento convencional de hemodiálise (HD) realizado três vezes por semana, pode manter vidas por muitos anos, mas frequentemente está associado com resultados clínicos abaixo do ideal e reduzida qualidade de vida. Nos últimos anos o aumento da frequência das sessões de HD tem demonstrado redução de hipertrofia do ventrículo esquerdo, da pressão arterial sistêmica , melhora do metabolismo mineral ósseo e da qualidade de vida dos pacientes.
OBJETIVO: Identificar melhor controle de Cálcio (Ca), Fósforo (PO4) e PTH com menor número de anti hipertensivos em pacientes realizando HD frequente.
METODOLOGIA: Oferecido aos pacientes em uma clinica de HD no interior do estado da Bahia o aumento da frequência das sessões dialíticas para 4 sessões semanais com o tempo prescrito conforme KTV semanal maior que 3,9. Após um período de 6 meses de acompanhamento foi comparado o perfil de Ca, PO4, PTH e número de anti-hipertensivos dos pacientes com 4 sessões de HD com pacientes com 3 sessões semanais de HD e CAPD. Foi comparado também o perfil do Ca, PO4 e PTH dos paciente com 4 sessões de HD no período pré e pós o aumento da frequência dialítica.
RESULTADOS: Observou-se um maior número de pacientes dentro do faixa terapêutica conforme o KDIGO de PO4 e PTH nos pacientes realizando 4 sessões de HD por semana (70% x 42%, 83% x 40%) e com um menor número de anti-hipertensivo (1,7 x 1. 9) em relação a 3 sessões semanais. Foi identificado um melhor controle de Ca, PO4 e PTH após a introdução da quarta sessão de HD e acompanhamento por 6 meses. Não houve diferença no perfil de Ca, PO4 e PTH nos pacientes realizando 4 sessões de HD e CAPD.
CONCLUSÕES: O aumento da frequência das sessões dialíticas, realizando a adequação com KTV semanal vem apresentando melhores resultados no controle do metabolismo mineral ósseo com um possível impacto na mortalidade dos pacientes em terapia renal substitutiva.


TLP: 031

Expressão dos receptores TLR-2 e TLR-4 em leucócitos depacientes em tratamento de Hemodialise

Autor(es): Caren Cristina Grabulosa; Jose Tarcisio Giffoni de Carvalho; Silvia Regina Manfredi; Maria Eugenia Canziani; Beata Marie Redublo Quinto; Aline Trevisan Peres; Marcelo Costa Batista; Miguel Cendoroglo; Maria Aparecida Dalboni

Universidade Federal de São Paulo

INTRODUÇÃO: Os Receptores Toll like (TLRs) são receptores importantes envolvidos nos mecanismos de inicialização da resposta inflamatória e imunológica frente a insultos infeciosos. Consequentemente, alterações na expressão e/ou função destes receptores podem contribuir para aumento da susceptibilidade à infecções e inflamação. Entretanto, poucos estudos têm sido conduzidos para avaliação da expressão destes receptores em pacientes em tratamento de hemodialise. O objetivo do estudo foi avaliar a expressão do Toll like 2 e 4 em neutrófilo, monócito e linfócito de pacientes em hemodialise e sua associação com episódios de infecção.
MÉTODOS: Foram incluídos neste estudo 44 indivíduos saudáveis e 36 pacientes em tratamento de hemodialise. Após a coleta de sangue, foram analisadas as expressões de TLR 2 e 4 em neutrófilos, monócitos e linfócitos por citometria de fluxo.
RESULTADOS: Observamos uma expressão significativamente maior dos TLR2 e 4 em neutrófilos, monocitos e linfocitos de pacientes em HD comparado ao grupo controle com exceção da expressão do TLR4 em monócitos, no qual foi menor comparado ao grupo controle (Neutrofilos – TLR-2: 351±168 vs. 251±79; p < 0. 01; TLR-4: 319±266 vs. 202±42; p <0. 01); (Monocitos – TLR-2: 430±223 vs. 303±122; p <0. 01; TLR-4: 194±153 vs. 296±131; p=0. 03 (Linfocitos – TLR-2: 453±602 vs. 171±52; p <0. 01; TLR-4: 398±524 vs. 304±98; p=0. 2). Durante 1 (um) ano de seguimento somente 7 (19. 4 %) pacientes em HD apresentaram episodio de infecção. Embora os pacientes que cursaram com infecção apresentaram menor expressão de TLR2 e 4 em neutrófilos e monócitos comparado ao grupo controle,essa diferença não foi significativa.
CONCLUSÃO: Pacientes em HD apresentaram maior expressão de TLR2 e TLR4 em neutrófilos, maior expressão de TLR2 em monócitos e linfócitos e menor expressão de TLR4 em monócitos. É possível que a uremia “per se” tenha efeito modulatório sobre estes receptores e que a desregulação destes pode ser um dos mecanismos envolvidos na inflamação e também em pior resposta a insultos infecciosos comumente observados em pacientes em HD.


TLP: 032

Análise de uma coorte de idosos incidentes em DP: características epidemiológicas e influência da modalidade na sobrevida ao longo do tempo

Autor(es): Marcia Regina Gianotti Franco; Abdula Rashid Qureshi; Neimar da Silva Fernandes; Jose Carolino Divino-Filho; Natalia Maria da Silva Fernandes

Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina, NIEPEN (Núcleo Interdisciplinar de Ensino e Pesquisa em Nefrologia) da Universidade Federal de Juiz de Fora e Fundação IMEPEN; CLINTEC, Karolinska Institutet – Stockholm – Sweden

INTRODUÇÃO: Com o aumento do número de pacientes idosos em terapia renal substitutiva é essencial que conheçamos suas características clínicas assim como a melhor modalidade dialítica para este grupo.
OBJETIVOS: Descrever uma coorte de idosos incidentes em DP e avaliar a influência da modalidade na sobrevida ao longo do tempo.
MÉTODOS: Coorte prospectiva multicentrica (Dez/2004-Out/2007) com 2144 pacientes elegíveis; 762 com idade _ 65 anos. Pacientes foram acompanhados até morte, transferência para hemodiálise, recuperação da função renal, transplante renal ou perda de seguimento. Os dados demográficos e clínicos foram avaliados à admissão do paciente no estudo e descritos como média±desvio padrão, mediana ou percentagem. Foi realizada uma análise de Cox tempo dependente, pois o RR não é proporcional ao longo do tempo, tendo como variável dependente a modalidade dialítica DPA vs DPAC.
RESULTADOS: Amédia de idade foi 74.6 ±6.7 anos, 52.5% eram mulheres, 68.9 eram brancos. Considerando acompanhamento nefrológico pré dialítico, 55.6% o tiveram e 53.7% receberam orientação sobre modalidades dialíticas. Apenas 23. 4% dos pacientes estão em DP por opção. Considerando-se a renda familiar, 30.9% recebia até 2 salários mínimos. Em relação à instrução, 58.1% apresentavam ensino fundamental. A comorbidade mais frequente foi hipertensão arterial (78%) e diabetes (49.9%) e 47% apresentavam escore de Davies >=2. Evolução para óbito ocorreu em 31.1% dos pacientes. Tabela 1- Avaliação do risco de morte de acordo com a modalidade de diálise, aós ajustes para confundidores (Cox time dependent) Tempo de seguimento (Referência DPA vs DPAC) HR CI < 18 meses 1.11 0.45-1. 46 >18 meses 0.25 0.73-0. 86
CONCLUSÃO:O risco de morte se altera com o tempo em idosos em DP, de acordo com o tipo de terapia. Até 18 meses não houve diferença, porém após esse período de tempo, fazer DPA é fator protetor.


TLP: 033

Impacto do índice de massa corpórea e da variação do peso na sobrevida de pacientes idosos incidentes em diálise peritoneal: análise de uma coorte

Autor(es): Marcia Regina Gianotti Franco; Abdul Rashid Qureshi; Neimar da Silva Fernandes; Jose Carolino Divino-Filho; Natalia Maria da Silva Fernandes

Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina, NIEPEN (Núcleo Interdisciplinar de Ensino e Pesquisa em Nefrologia) da Universidade Federal de Juiz de Fora e Fundação IMEPEN; CLINTEC, Karolinska Institutet – Stockholm – Sweden

INTRODUÇÃO: O impacto do índice de massa corporal (IMC) e da variação de peso na sobrevida de pacientes idosos em diálise peritoneal (DP) é controverso.
OBJETIVO: Avaliar o impacto do IMC e variação do peso na sobrevida de pacientes idosos em DP.
MÉTODOS: Coorte multicêntrica prospectiva (dez/2004-out/2007), 762 _ 65 anos, 733 com pelo menos duas medidas de IMC. Pacientes acompanhados até óbito, transferência para hemodiálise (HD), recuperação da função renal, perda de acompanhamento ou transplante. Divididos em dois grupos: DP como primeira terapia (primeiro DP: 333) e aqueles transferidos da HD (primeiro HD: 400). Realizada comparação entre os dois grupos (primeiro DP e HD) e, dados sóciodemográficos e clínicos comparados entre pacientes classificados de acordo com o IMC pelo ANOVA, Kruskal Wallis ou qui-quadrado. Sobrevida analisada pela curva de Kaplan Meier e regressão de Cox ajustada para variáveis confundidoras, além da evolução do peso corporal durante o acompanhamento.
RESULTADOS: Pacientes com IMC mais elevado eram mais velhos, tinham mais comorbidades, maiores níveis de pressão arterial e glicemia. Tabela 1- Análise do impacto do IMC na sobrevida (regressão de Cox ajustada e não ajustada) Primeiro HD Primeiro DP RR IC RR IC Não Ajustado Desnutrido 1.74 0.99-3.07 1.88 1.00-3.55 Sobrepeso 0.64 0.42-0.98 0.89 0.55-1.43 Obeso 0.67 0.37 -1.19 0.72 0.34-1.53 Ajustado Desnutrido 1.24 0.66-2.33 2.09 1.06-4.1 Sobrepeso 0.70 0.45-1.10 1.02 0.60-1.72 Obeso 0.71 0.33-1 .14 0.76 0.35-1 .68
CONCLUSÕES: Desnutridos apresentaram maior mortalidade no grupo primeiro DP. Nos dois grupos, aqueles que ganharam peso no primeiro ano tiveram menor mortalidade.


TLP: 034

Prevalência de uso de medicamentos para DMO-DRC em pacientes em hemodiálise e diálise peritoneal na microrregião de Juiz de Fora – MG: um estudo transversal em 454 pacientes

Autor(es): Rodrigo Reis Abrita; Beatriz dos Santos Pereira; Natalia Maria da Silva Fernandes

Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina, NIEPEN (Núcleo Interdisciplinar de Ensino e Pesquisa em Nefrologia) da Universidade Federal de Juiz de Fora e Fundação IMEPEN.

INTRODUÇÃO: O distúrbio mineral ósseo relacionado à doença renal crônica (DMO-DRC) apresenta uma alta prevalência e está associado à morbimortalidade, principalmente cardiovascular nesta população. Dados sobre abordagem medicamentosa são escassos em nosso meio.
OBJETIVO: Avaliar a abordagem medicamentosa em pacientes renais crônicos submetidos à terapia renal substitutiva (hemodiálise e diálise peritoneal).
MATERIAL E MÉTODOS: Estudo transversal em 454 pacientes submetidos a hemodiálise e diálise peritoneal em três centros da cidade de Juiz de Fora MG, com mais de 3 meses em terapia, maiores de 18 anos. Foram avaliadas variáveis sociodemográficas e medicamentos utilizados para DMO-DRC (através de análise de prontuários com base nos dados de julho de 2013). Realizado análise descritiva dos dados que são apresentados como média (+desvio padrão), mediana ou percentagem.
RESULTADOS: Foram analisados 454 pacientes, sendo 55,1% homens, 55% brancos, com média de idade de 58,3 (+14,4) anos. A mediana do tempo em diálise foi de 44 meses (5-258). As principais etiologias da DRC foram nefropatia hipertensiva (31,6%) e doença renal diabética (24,6%). A comorbidade mais prevalente foi hipertensão arterial (47,6%) e diabetes mellitus (26,7%). Com relação ao uso de medicamentos relacionados: carbonato de cálcio (67%), acetato de cálcio (6,6%), sevelamer (14,5%), alfacalcidol (16,3%), calcitriol oral (5,9%), calcitriol venoso (28,2%), paricalcitol (0,4%) e cinacalcete (4%).
CONCLUSÃO: Há uma baixa utilização de quelante de fósforo não cálcico, calcimimético e ativador seletivo do receptor de vitamina D na população estudada, quando comparada aos dados da literatura internacional.


TLP: 035

Espondilodiscite infecciosa associada a cateter duplo lúmen em portador de IRC e vasculite: relato de caso

Autor(es): Víctor Mendes Ferreira; Sergio Fabiano Vieira Ferreira; Giselle Mayara Messias Dias; Alexia Carvalho Freire; Eduardo Tássio Oliveira Fróes

Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros

INTRODUÇÃO: A espondilodiscite infecciosa (EI) é infecção do disco intervertebral e das vértebras contíguas, sendo causa rara de lombalgia no adulto. Afeta mais o sexo masculino (até 5:1) e predomina entre os 50 e 60 anos (1). É complicação grave e cada vez mais frequente, embora rara, das infecções do cateter venoso na hemodiálise (2,3,4). Relato do caso: J. S. A., 63 anos, masculino, admitido na hemodiálise de Brasília de Minas (MG) com hipertensão arterial e azotemia, em 03/04/2012. Ao exame: hipocorado, com edema maleolar bilateral e PA de 130x90mmHg. Fossa ilíaca direita dolorosa à palpação. Procedeu-se a internação e hemodiálise (acesso com cateter duplo lúmen Biomedical®). Exames laboratoriais relevantes: Hb 5,7; Ht 17,9%; VCM 95,7; HCM 30,5; RDW 14,7%; leucócitos 5.700/mm3; reticulócitos 0,5%; plaquetas 133.000/mm3; ureia 153mg/dl; creatinina 8,6mg/dl; LDH 244U/L; proteína C reativa 12mg/dl; FAN (nuclear): reagente até 1/80. Urinálise: proteínas (+/4+), Hb (++/4+), hemácias e muco (+/4+). Ao ultrassom, rins tinham ecogenicidade aumentada. Evoluiu com piora da função renal, hemoptoicos e fraqueza em MMII. P-ANCA reagente até 1/320 e biópsia renal firmaram diagnóstico de poliangeíte microscópica (PM), sendo iniciadas Metilprednisolona e Ciclofosfamida, com melhora do quadro pulmonar. Surgiu lombalgia incapacitante irradiada para abdome e MMII. Ressonância magnética (RM) sugeria EI toracolombar piogênica. Culturas de cateter e sangue não puderam ser realizadas. A terapia imunossupressora foi suspensa, sendo adicionados Vancomicina e Ceftazidima, com perda progressiva da função renal e mínima resposta clínica. Eletroneuromiografia revelou polineuropatia sensitivo-motora em MMII, associada a radiculopatia bilateral em L5. Realizada laminectomia em T11/12 e L4/5 com drenagem de muita secreção purulenta, em 26/11, com grande diminuição da dor. Meses depois, retornou lombalgia intensa e progressiva. Nova RM revelou EI difusa. Reiniciou-se antibioticoterapia com melhora transitória. Porém, faleceu por reativação da PM somada a choque séptico associado a pneumonia.
DISCUSSÃO: O uso de acesso vascular central na hemodiálise traz risco para infecções como a EI, sendo difícil evitar a recidiva (1). No caso acima, a imunossupressão causada pela vasculite e seu tratamento favoreceram a EI, além de terem contribuído para o desfecho fatal. Atenção deve ser dada, então, à confecção precoce de acesso permanente e ao cuidado com o uso de cateteres duplo lúmen.


TLP: 036

Valor Prognóstico da Presença de Calcificação Vascular Diagnosticada por Radiografias Convencionais em Pacientes em Hemodiálise de manutenção: Estudo PROHEMO

Autor(es): Maria Tereza Silveira Martins; Cácia Matos

Ubiversidade Federal da Bahia

INTRODUÇÃO: Calcificação vascular (CV) é comum em pacientes no estágio 5D da doença renal crônica e está associada a alto risco de morte. Existem evidências que avaliação semi-quantitativa da CV baseada em radiografia da aorta abdominal se correlaciona bem com CV avaliada por tomografia computadorizada. Os objetivos deste estudo foram estimar a prevalência de CV em pacientes em hemodiálise de manutenção (HDM) em Salvador e avaliar se CV em radiografias convencionais está associada a risco de morte.
MÉTODOS: Este trabalho integra o Estudo Prospectivo de Prognóstico de Pacientes em Hemodiálise Crônica (PROHEMO), iniciado em 2005 em quatro clínicas satélites de hemodiálise em Salvador, Bahia, Brasil. Todos os pacientes com idade maior ou igual a 18 anos, em HDM há ao menos 30 dias no período de janeiro de 2010 a janeiro de 2011, nas clínicas participantes, foram convidados a participar. O seguimento dos participantes foi realizado até 31 de dezembro de 2012. CV foi avaliada em radiografias de mãos, abdômen, quadril e tórax (PA e perfil). Para avaliar a força da associação entre CV e o risco de morte, os pacientes foram categorizados em sem CV (escore=0), um sítio com CV (escore=1), dois sítios com CV (escore=2), e três ou mais sítios com CV (escore=3), baseado no número de sítios vasculares calcificados identificados nas radiografias convencionais. Amagnitude da associação entre o escore de CV e risco de morte foi estimada usando regressão de Cox com três níveis de ajuste para covariáveis. Para as comparações, P<0,05 foi considerado estatisticamente significante.
RESULTADOS: A prevalência media de CV na população estudada (N=211) foi de 54%. CV em aorta abdominal foi independentemente associada com risco de morte no modelo extensivamente ajustado [Hazard ratio (HR), 2,84; 95% Intervalo de Confiança (IC), 1,50-5,39]. Escores 1 e 2 de CV comparados com o grupo de referência (escore 0) foram associados com risco de morte quase três vezes superior, e o escore 3, a mais de três vezes e meia de risco de morte comparado ao escore 0.
CONCLUSÃO: A prevalência de CV está de acordo com a literatura. Maiores escores de CV foram associados com maior risco de morte, embora um só sítio de CV diagnosticado já esteja associado a elevado risco de morte. Estes achados sugerem que a identificação de CV em radiografias convencionais ajuda a predizer risco de morte em pacientes em HDM.

Palavras chave: calcificação vascular, mortalidade, hemodiálise


TLP: 037

Prevalência de obstipação intestinal entre pacientes em hemodiálise e diálise peritoneal contínua: estudo comparativo

Autor(es): Georgia Alcantara Alencar Melo; Joselany Áfio Caetano; Natasha Marques Frota; Diogo Gomes de Melo; Wellington Lins de Alencar Filho; Juliana Gomes Ramalho de Oliveira; Manuela Gomes Melo; Lívia Moreira Barros

Clínica de Nefrologia de Cajazeiras

FUNDAMENTOS: A obstipação intestinal é queixa comum de pacientes em diálise e pode estar relacionado a diversos fatores, como alimentação, estado emocional, patológico, físico ou medicamentoso. Pacientes renais crônicos, geralmente fazem uso de carbonato de cálcio para a prevenção e tratamento da hiperfosfatemia, estando este diretamente relacionado à obstipação. Assim, objetivamos verificar a prevalência da obstipação intestinal em pacientes em Hemodiálise (HD) e em Diálise Peritoneal (DP), fazendo um comparativo entre eles; e relacioná-la ao sexo, idade, uso de quelante de fósforo, laxantes, atividade física, presença de diabetes e ingesta de líquidos e fibras.
MÉTODOS: através de prontuário e entrevista com 137 pacientes, sendo coletados dados sobre a obstipação e seus fatores relacionados. Foram comparados grupos de HD e DP e grupos com e sem constipação. Foi realizada análise de prevalência nos grupos como um todo e nos subgrupos. A análise estatística baseou-se em média, desvio padrão e percentis. As variáveis foram expressas em frequências e percentuais.
RESULTADOS: Dos 98 pacientes avaliados em HD, 48% apresentam obstipação crônica. Dos 39 pacientes em DP, 22% apresentaram obstipação. O grupo obstipado em HD era, na grande maioria do sexo feminino, sedentário, com dieta pobre em fibras e com maior prevalência de diabetes. Em DP, não houve diferença entre os grupos. Em relação ao carbonato de cálcio, não houve diferença entre os grupos obstipados e não obstipados, tanto na HD quanto na DP.
CONCLUSÕES: entre os pacientes renais crônicos dialiticos, a obstipação é o terceiro sintoma mais frequente, perdendo apenas para fadiga e prurido. Observamos que a obstipação tem alta prevalência em pacientes submetidos a HD e pouca nos pacientes submetidos a DP, sendo em numero mais aumentado em mulheres, na presença do diabetes, no sedentário e naqueles com baixa ingestão de fibras.


TLP: 038

Educação nutricional em pacientes renais crônicos em programa de hemodiálise

Autor(es): Juliane Casas; Ronaldo D’Avila; Cibele I S Rodrigues; Vinicius Paulon da Costa; Rafael Yuri Sano

INTRODUÇÃO: A Educação Nutricional é importante para pacientes em hemodiálise, uma vez que pode provocar mudanças comportamentais, melhorar o estado nutricional e diminuir os riscos de dietas inadequadas.
OBJETIVOS: Criação de um programa educacional para pacientes em hemodiálise e avaliação dos seus efeitos: grau de conhecimento prévio e após o programa, avaliação do programa pelo paciente e das mudanças induzidas pelo curso.
METODOLOGIA: Os efeitos do curso educacional foram estudados em 27 pacientes em hemodiálise. Antes e após o curso, os pacientes foram submetidos a inquéritos alimentares e à entrevistas de avaliações de conhecimento relacionados à nutrição, que continham 10 questões abertas, sobre aspectos rotineiros da dieta de pacientes em hemodiálise. Exames laboratoriais, ganho de peso interdialitico e índice de massa corporal também foram comparados antes e após o curso. O programa educacional foi avaliado de maneira qualitativa através de questionário sobre as impressões dos pacientes e a importância que eles atribuíram às aulas.
RESULTADOS: Os pacientes demonstraram baixo nível de conhecimento sobre aspectos básicos de nutrição antes do programa e significativa melhora de compreensão após o programa (24% de acerto antes vs 60% após o programa; p< 0,001). Os aspectos mais conhecidos previamente eram relativos ao aporte de líquidos e ganho de peso interdialítico e o pior desempenho avaliativo inicial foi nas questões nutricionais referentes ao potássio, proteínas, cálcio e fósforo. Os inquéritos alimentares mostraram-se similares nos dois momentos assim como os exames laboratoriais e o ganho de peso interdialitico. A avaliação qualitativa demonstrou satisfação dos pacientes com o curso.

CONCLUSÕES: O curso melhorou de forma significativa o nível de compreensão dos pacientes sobre os aspectos nutricionais, foi bem avaliado por eles, mas não induziu a mudanças significativas no comportamento alimentar e nos exames laboratoriais. É possível que alterações nos hábitos alimentares e alterações laboratoriais demandem maior tempo de observação.


TLP: 039

Água corporal pré-hemodiálise e depressão

Autor(es): Graziele Cristina Palancio Morais; Patrícia de Oliveira Castro; Fernando Basílio Marcelo; Luciana Neiva Miranda; Renata de Cássia Zen; Luiz Gustavo Coelho Catelani; Maria Helena Caetano Frano; Luiz Antonio Miorin

Santa Casa de Misericórdia de São Paulo

INTRODUÇÃO: O ganho de peso interdialítico tem importante papel na morbidade e mortalidade cardiovascular dos pacientes em hemodiálise. É fundamental a adesão à dieta restrita em sal e líquidos, a fim de controlar o ganho excessivo de peso. A não adesão pode estar relacionada à depressão, um transtorno comum nesses pacientes que estão sujeitos a conhecidos fatores limitantes de uma qualidade de vida normal.
OBJETIVO: Estudar a água corporal total de pacientes em programa de hemodiálise antes do tratamento e correlacionar esse parâmetro com quadro depressivo.
MÉTODOS: Trinta e dois pacientes foram estudados, após consentimento informado e aprovação do comitê de ética em pesquisa da Instituição, através da medida da água corporal total pré-hemodiálise por bioimpedância. Esses valores foram correlacionados com o resultado de questionário de escore depressivo, utilizando-se do inventário de Beck como medida.
RESULTADOS: Dezessete (53%) dos pacientes eram do sexo feminino e 15 (47%) do sexo masculino. A idade foi 48,3 + 15,8 anos, e as etiologias da doença renal crônica estágio dialítico foram: 46% Glomerulonefrite Crônica, 25% Hipertensão Arterial, 18% Diabetes e 11% outros diagnósticos. O resultado do Inventário de Beck foi em média 11,87 + 7,9, e a água corporal total pré-hemodiálise foi de 35,44 + 7,2 litros. Esses parâmetros se correlacionaram com r = 0,389, p = 0,028.

Figura 1. Inventário de Beck vs. Água corporal pré-HD Conclusão: O ganho de peso interdialítico tem relação com quadro depressivo e esse fato deve ser levado em conta na orientação e abordagem desses pacientes.


TLP: 040

Pacientes renais crônicos em hemodiálise: intercorrências intradialíticas

Autor(es): Kathia Liliane da Cunha Ribeiro Zuntini; Renata Pereira de Melo Araújo; Juliany Kelly Moreno; Wedisleyk Pontes Pereira da Silva; Glenda Maria Furtado Uchoa; Oswaldo Augusto Gutierrez Adrianzen; Aline Lopes de Pontes; Francy Mercez Pinto

Instituto do Rim

INTRODUÇÃO: A Hemodiálise é uma das Terapias Renais Rubstitutivas indicada para Insuficiência Renal Crônica ou Aguda. Segundo Daurgirdas as complicações mais comuns durante a hemodiálise são, em ordem decrescente de frequência, hipotensão (20-30% das diálises), cãibras (5-20%), náuseas e vômitos (5-15%), cefaleia (5%). Tendo em vista as inúmeras intercorrências que podem vir a acometer o paciente neste tipo de tratamento torna-se relevante a busca pela identificação das principais intercorrências que acontecem no período intradialítico, com objetivo de melhor planejar a assistencia a esses pacientes.
METÓDOS: Estudo do tipo descritivo, prospectivo com abordagem quantitativa. Realizado em uma clínica de hemodiálise localizada em Fortaleza-CE no período de Janeiro á Dezembro de 2013. A coleta de dados foi executada através de um instrumento construído identificando as intercorrências e em seguida anexado a folha de sala dos pacientes em tratamento de hemodiálise durante todos os meses de 2013 para preenchimento das intercorrências por sessão de diálise. A análise dos dados ocorreu pela contabilização em percentual das principais intercorrências, verificadas mensalmente e utilizando como critério de exclusão a falta de identificação.
RESULTADOS: A relação percentual da amostra em todo o ano de 2013, obtida através das intercorrências registradas em 1.428 instrumentos com o total de 23.202 sessões de diálise demostrou ausência em todo o ano de ocorrências como embolia gasosa, e a maior incidência nas seguintes em ordem decrescente de frequência: cefaleia 4,18%, crise hipertensiva 3,37%, mal estar indefinido 3,26%, cãibras 2,4%, hipotensão sintomática 1,87%, dor 1,65% e vômito 0,51%.
CONCLUSÕES: Comparando os dados obtidos com os evidenciados por Daugirdas que mostra a hipotensão como a complicação de maior incidência. Concluímos que há diferenças entre os dados coletados com os citados na literatura. Nosso estudo mostra que a intercorrência de maior incidência é a cefaleia em concordância com Moraes (2011), seguida de crise hipertensiva e mal estar indefinido. Tornando-se necessário através de estudos detalhados, uma maior atenção á cefaleia e ao mal estar indefinido buscando diagnosticar as causas, assim como a necessidade de um trabalho interdisciplinar com o enfoque na adesão dos pacientes ao tratamento anti-hipertensivo, reduzindo dessa forma os riscos de comorbidades. Visando uma melhor assistência multiprofissional, individualizado e humanizado.


TLP: 041

Tratamento Endovascular de Acessos para Hemodiálise

Autor(es): Ana Elisa Souza Jorge; Gerson Marques Pereira Junior; Antonio Carlos Mansur Bedeti; André de Sousa Alvarenga; Carlos Rafael de Almeida Felipe; Isabela Medeiros Heringer Pereira; Rafaelle Cristine Batista de Oliveira; Vinicius Gonçalves Loureiro; Marcelo Viana dos Santos; Soraia Cristina Cantini

Santa Casa de Belo Horizonte

INTRODUÇÃO: A disfunção de acessos vasculares é uma das principais causas de morbimortalidade em pacientes dialíticos. A abordagem endovascular é o tratamento de escolha em muitos casos, proporcionando maior longevidade dos acessos vasculares definitivos, reduzindo a necessidade de cateteres de hemodiálise e de intervenções cirúrgicas mais complexas.
MÉTODOS: Trata-se de série de casos em que se descrevem os resultados de 20 pacientes submetidos a procedimento endovascular diagnóstico e terapêutico, devido à disfunção de fístula arteriovenosa para hemodiálise, no período de outubro de 2013 a maio de 2014.
RESULTADOS: A média de idade dos pacientes tratados foi de 57,2 anos, com tempo médio de diálise de 8,1 anos, sendo 45% do sexo feminino, 45% diabéticos e 85% hipertensos. O índice de massa corpóreo médio foi de 25,9 kg/m2. Até a data da realização do procedimento, cada paciente havia perdido em média 2,4 acessos vasculares.
Foram realizadas 23 angioplastias: 03 em decorrência de trombose de corpo da fístula; 12 por estenose (sendo 06 estenoses de anastomose e 06 com estenose de corpo da fístula); 05 pacientes com estenose de veia subclávia com edema do membro superior ipsilateral. Houve necessidade de reintervenção em 03 pacientes em decorrência de reestenose. Sucesso foi obtido em 85% dos casos, com utilização da fistula para realização de hemodiálise, sem necessidade de implante de cateter. Sangramento de maior monta ocorreu em apenas um paciente, submetido à trombólise com alteplase. Durante o seguimento médio de 100 dias, a patência foi de 80% (um paciente faleceu de causa não relacionada à intervenção).
CONCLUSÃO: Neste estudo, o tratamento endovascular mostrou-se seguro, eficaz e de grande importância no reestabelecimento da funcionalidade de fístulas arterio-venosas, apresentado bons resultados a curto e médio prazo.


TLP: 042

Peritonite pelo fusarium em pacientes em dialise peitoneal

Autor(es): José Carvalho de Oliveira; Dandara Almeida Reis da Silva; Oriana Maria Mattos e Silva Brandão; Luiz José Cardoso Pereira; Reinaldo Martinelli

Universidade Federal da Bahia

INTRODUÇÃO: A Diálise Peritoneal é uma opção importante no tratamento da doença renal crônica, estágio 5 d. Entretanto, peritonite é uma importante causa de hospitalização nos pacientes em CAPD. A maioria dos episódios de peritonite é de origem bacteriana. Os fungos são responsáveis por 2 a 10% dos casos de peritonite, porém a sua incidência tem aumentado, e está associada à descontinuação do procedimento e a alta morbimortalidade. Cândida albicans responsável pela maioria dos episódios de peritonites fúngicas, porém, nos últimos anos, as espécies não-albicans têm se tornado frequente. Peritonite por fungo do gênero Fusarium é incomum e está associada à elevada mortalidade. Fusarium sp. são encontrados no solo e na água e, eventualmente, infectam vegetais e o homem. Em adição a sua patogenicidade, o fungo invade o tecido circunvizinho e é relativamente resistente aos agentes antifúngicos.
OBJETIVO: Relato de caso e Revisão da Literatura. Relato do Caso: paciente do sexo feminino, 26 anos de idade, com o diagnóstico de Lúpus Eritematoso Sistêmico e nefrite lúpica classe IV, em atividade, com perda rápida da função renal. Foi iniciada a pulsoterapia com metilprednisolona e ciclofosfamida, porém a paciente necessitou de tratamento dialítico (peritoneal), tendo desenvolvido peritonite pelo Fusarium. A resposta terapêutica ao voriconazol, seguido por anfotericina B lipossomal, e a retirada do cateter peritoneal foi muito boa. Durante esse período foi mantida em hemodiálise. A paciente evoluiu com melhora da função renal, não mais requerendo tratamento dialítico. Desde então está em acompanhamento ambulatorial e em tratamento conservador.
CONCLUSÃO: Ainda que incomum e relacionada à alta mortalidade, a identificação precoce e tratamento antifúngico apropriado (voriconazol e/ou anfotericina B) se associa a considerável melhora do prognóstico dos pacientes infectados pelo Funsarium sp.


TLP: 043

Avaliação da procedência dos pacientes em diálise peritoneal em uma unidade renal em Joinville-SC

Autor(es): Claudete gasparin; Flora Braga Vaz; Jacemir Samerdak; Silvane Sebben; Paulo Cicogna; Marcos Alexandre Vieira; Hercilio Luz Filho

Fundação Pro Rim

INTRODUÇÃO: A diálise peritoneal (DP) é uma opção de tratamento para pacientes diagnosticados no estádio 5 de doença renal crônica segundo classificação do KDIGO1. Essa alternativa de tratamento vem tendo aumento crescente nos últimos anos no Brasil, além de proporcionar vantagens ao paciente como mobilidade, maior independência e menor restrição dietética quando comparado à hemodiálise. O objetivo do trabalho foi analisar o número de pacientes que iniciaram diálise peritoneal entre 2011 e 2013. Além disso, foi avaliada a indicação de diálise peritoneal como terapia dialítica primária, ou seja, para paciente sem histórico de tratamento dialítico prévio ou proveniente de hemodiálise ou transplante renal.
MÉTODOS: Foram coletados dados do prontuário eletrônico entre os anos de 2011 e 2013 e analisada procedência do paciente seja por tratamento prévio como transplante renal (TX RENAL), falta de acesso vascular para hemodiálise ou escolha como forma inicial de terapia para o paciente em tratamento conservador.
RESULTADOS: A análise dos dados demonstrou um incremento de 50% de pacientes em 2013 quando comparado ao ano de 2011 quando se tinha 24 pacientes e 2012 com 35 pacientes. Além disso, foi observado que a principal indicação de DP foi falta de acesso vascular para hemodiálise com 40% do total de pacientes indicados nesse período pra esta modalidade de tratamento quando comparado às demais indicações. Pode- se notar que ao longo dos anos houve um aumento de pacientes em tratamento conservador que iniciaram diálise peritoneal como opção primária onde do total de 116 pacientes, 08 iniciaram tratamento em 2011, 10 iniciaram em 2012 e 11 pacientes iniciaram em 2013. Avaliamos ainda que o número de pacientes provenientes do transplante foi o menor no grupo tendo entrada de 08 pacientes nos últimos 03 anos.
CONCLUSÃO: O ano de 2013 teve um maior número de pacientes em diálise peritoneal quando comparado a 2011 e 2012, bem como a procedência de pacientes foi maior por dificuldade de acesso vascular para hemodiálise ao longo dos anos. Além disso, houve maior indicação de DP para pacientes em tratamento conservador. Ao longo dos anos foi reestruturada a unidade de diálise peritoneal , com equipe multidisciplinar dedicada aos pacientes nesta modalidade de tratamento e treinamento em educação continuada e implante de cateter peritoneal. Isto sugere que uma equipe voltada para diálise peritoneal promove o crescimento do serviço, além de aumentar a indicaç


TLP: 044

Influência da função renal residual, perfil de transporte peritoneal e modalidade de início de terapia na sobrevida em diálise peritoneal

Autor(es): Cláudia Ribeiro; Pedro Augusto Macedo de Souza; Priscilla Rossi de Lima; Mariana Regina Pinto Pereira; Alessandra Marie Braga

Santa Casa de Belo Horizonte

INTRODUÇÃO Estudos enfatizam a importância da função renal residual (FRR) na diálise peritoneal (DP) e na hemodiálise (HD). Frequentemente os pacientes transitam entre as terapias podendo ter evolução diferente dos que permanecem na mesma modalidade.
OBJETIVOS Verificar a associação do perfil de transporte peritoneal (PET) e da FRR com a mortalidade de pacientes em DP bem como a sobrevida da técnica, comparando pacientes de acordo com a modalidade inicial de terapia renal substitutiva (TRS): se iniciou por DP ou egresso da HD.
MATERIAL E MÉTODOS Estudo de coorte de pacientes em DP de Maio de 2008 a Janeiro de 2014. Foram analisados: sexo, idade, tempo em diálise, origem – DP ou HD – Diabetes Mellitus (DM), óbito e drop out censurado por óbito, transplante e recuperação da função renal, Teste de Equilíbrio Peritoneal (PET) e FRR. Usou-se o teste t para variáveis de distribuição normal, Mann-Whitney para não normal e quiquadrado para categoricas. Técnica de Kaplan-Meier e log-rank foram utilizados para sobrevida.
RESULTADOS Foram avaliados 155 pacientes sendo que 95 tiveram como primeiro tratamento a DP (grupo DP) e 60 vieram da HD (grupo HD). O tempo médio em TRS foi de 38 meses e em DP foi de 25 meses. A principal causa de DRC foi Nefropatia Diabética (DM) (61) seguida de doença cardiovascular (24) sem diferença entre os grupos. No grupo HD o tempo de TRS foi significativamente maior (p<0,001). Não houve diferença entre entre os grupos quanto ao sexo, idade, presença de DM, drop out por peritonite ou óbito. A sobrevida em 1 e 2 anos, do grupo DP foi de 91 % e 81% e no grupo HD foi de 84% e 69 % . (p=0,028) mas a sobrevida da técnica não foi diferente. A sobrevida dos pacientes com e sem FRR foi a mesma e a sobrevida da técnica foi maior nos pacientes com FRR (88% e 77% versus 73% e 59% com 1 e 2 anos, respectivamente, p=0,01). Mais pacientes no grupo DP tinham FRR (p < 0,001). A sobrevida dos pacientes e da técnica de acordo com o PET alto x baixo foi igual nos dois grupos. O KtV peritoneal foi maior no grupo HD mas o grupo DP teve maior KtV total (p<0,05).
CONCLUSÃO Neste estudo a sobrevida da técnica correlacionou diretamente com a FRR, sem diferença na sobrevida dos pacientes. Iniciar a TRS em DP teve correlação positiva com a sobrevida dos pacientes mas não com a sobrevida da técnica. Não houve correlação do perfil de transporte peritoneal com a sobrevida.


TLP: 045

Impacto de um programa intensivo de retreinamentos na incidência de peritonites em pacientes em diálise peritoneal

Autor(es): Priscilla Rossi de Lima; Mariana Regina Pinto Pereira; Alessandra Marie Braga; Pedro Augusto Macedo de Souza; Cláudia Ribeiro

Santa Casa de Belo Horizonte

INTRODUÇÃO: O número de pacientes que necessitam de terapia renal substitutiva) tem aumentado. A Diálise Peritoneal (DP) pode oferecer ao paciente melhor qualidade de vida e sobrevida. O sucesso da terapia depende da eficácia do treinamento ministrado pela enfermagem proporcionando segurança ao paciente e evitando complicações como a peritonite, principal causa de drop out.
MÉTODOS: Estudo retrospectivo de 2008 a 2014, comparando a incidência de peritonite em um grupo tradicional que realizou retreinamento da técnica anualmente e outro que realizou um programa de reciclagem intensivo com 1, 3, 6 meses e 1 ano de DP. Neste estudo, os dados foram coletados em um período de 6 anos. Os retreinamentos anuais eram realizados até 2012 e a partir de 2013 foi instituído o programa de intensificação nos novos admitidos. Para variaveis de distribuição não normal usou-se o teste Mann-Whitney e o teste de qui-quadrado para categoricas.
RESULTADOS: Comparando-se o grupo submetido ao programa intensivo com o grupo tradicional não verificamos diferença quanto ao sexo ou idade dos pacientes. O tempo em TRS e em DP foi maior no grupo tradicional, o que é de se esperar já que o novo programa foi adotado recentemente. Quando se avalia a quantidade de pacientes que têm seu tratamento realizado por cuidadores, não houve diferença significativa (p=0,89) entre os grupos. O grupo que participou do programa intensivo teve quatro óbitos (7,8%) e o grupo tradicional 40 óbitos (34%), sendo esta diferença estatisticamente significativa (p=0,01). O número de episódios de peritonite também foi significativamente menor no grupo do programa intensivo (p=0,005), sendo a média de episódios por paciente no período de 0,43 e, no grupo tradicional, 1,02. Porém o tempo livre de peritonite foi maior no grupo tradicional (10,4 meses x 4,9 meses, p=0,02).
CONCLUSÕES: A intensificação dos retreinamentos tem sido uma estratégia para reduzir o número e aumentar o tempo livre de peritonite. A equipe da enfermagem é protagonista em proporcionar a segurança do tratamento e consequentemente melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Para alcançarmos uma terapia bem sucedida é necessário manter o paciente livre de infecção o maior tempo possível. Não foi encontrado na literatura estudos demonstrando resultados após intensificação de retreinamentos. Piraino et al (2011) sugeriu a realização de estudos controlados para retreinamento e reavaliação da técnica


TLP: 046

Impacto da Assistência Nutricional em Hemodiálise

Autor(es): Adriana Bergamini Quieregatto do Espirito Santo; Nestor Schor; Sandra Maria Rodrigues Laranja

Universidade Federal de São Paulo / Hospital Beneficente de Senhoras Sírio-Libanês

INTRODUÇÃO: A intervenção nutricional precoce e a adequada assistência clínica são fundamentais para redução da morbidade e melhoria da qualidade de vida em hemodiálise.
OBJETIVO: Avaliar o impacto do acompanhamento nutricional em hemodiálise.
MÉTODOS: Trata-se de uma Coorte Prospectiva aplicada em três Centros de Diálise: um deles em um Hospital Privado e os outros representados por duas Clínicas de Nefrologia e Diálise conveniadas com o Sistema Único de Saúde e com planos privados de saúde. Um total de 56 pacientes (19 mulheres e 37 homens) foi acompanhado por 12 meses. A amostra dividiu-se em grupo 01 (31 pacientes em assistência nutricional integral: com presença do nutricionista durante a sessão de hemodiálise) e grupo 02 (25 pacientes em assistência nutricional parcial: com necessidade de agendamento para o atendimento). Os pacientes foram avaliados no 3º e no 15º mês de hemodiálise. Instrumentos: exames bioquímicos, SF-36, escore de inflamação e desnutrição, critério de classificação econômica da Associação Nacional de Empresas e Pesquisa.
ESTATÍSTICA: utilizou-se media ± desvio padrão, mediana, Qui-quadrado ou teste exato de Fisher, Mann-Whitney, teste t-Student, correlação de Pearson, ANOVA e comparações múltiplas de Tukey. Nível de significância: p < 0,05.
RESULTADOS: Concluíram o estudo 41 pacientes devido a: 04 óbitos, 04 transplantes renais, 06 transferências e 01 saída voluntária. O grupo 1 apresentou maior idade mediana (p: 0,014). O grupo 2, embora mais jovem, teve um maior número de comorbidades associadas (68%). O grupo 2 e os portadores de cateter permanente tiveram maior mediana de internações anuais (5 e 6 dias: p: 0,028 e 0,035, respectivamente). No grupo 2 predominaram as classes sociais C, D e E (60%), e no grupo 1 as classes A e B (58%). O escore de inflamação e desnutrição correlacionou-se negativamente com a albumina (r= -0,632, p: 0,000) e com os domínios do SF-36: capacidade funcional (r= -0,433, p: 0,001), aspectos físicos (r= -0,393, p: 0,003), estado geral de saúde (r= -0,412, p: 0,002), vitalidade (r= -0,338, p: 0,011), aspectos sociais (r= -0,361, p: 0,006), aspectos emocionais (r= -,278, p: 0,038), saúde mental (r= -0,313, p: 0,019), e positivamente com a proteína C-reativa (r= 0,479, p: 0,000).
CONCLUSÃO: A assistência nutricional integral pode influenciar positivamente, reduzindo a morbidade, controlando desvios nutricionais e melhorando a qualidade de vida em hemodiálise.


TLP: 047

Material Lúdico para educação nutricional de pacientessubmetidos à hemodiálise

Autor(es): Marcia Oliva Alves; Natália Lucena dos Santos; Gladys de Jesus Matta

ART – Assistência Renal Total

INTRODUÇÃO: O controle alimentar é extremamente importante no tratamento dialítico. O sucesso do tratamento depende da compreensão, motivação e determinação dos pacientes às modificações dietéticas e ao tratamento medicamentoso. A utilização de materiais lúdicos e atividades em grupos é uma estratégia atraente e descontraída de orientar, reforçar e, principalmente, motivar os pacientes a compreenderem o tratamento e melhorarem a adesão ao mesmo. Pensando na melhoria do tratamento dialítico dos pacientes, a equipe multiprofissional da Clínica de Hemodiálise ART Renal localizada no Estado do Rio de Janeiro, elaborou o projeto denominado “Bingo Saúde”.
OBJETIVO: observar o impacto de um programa de educação nutricional sobre os conhecimentos a respeito da alimentação de pacientes submetidos à hemodiálise (HD).
MÉTODOS: O estudo incluiu 72 pacientes que estavam em programa crônico de HD, três vezes na semana e cinco pacientes que estavam em HD diária, durante o período de fevereiro a março de 2014 . Para o “Bingo Saúde” foram elaboradas, por uma nutricionista, cartelas com alimentos ou itens importantes para a dieta e o auto cuidado, no lugar de números. Para cada item sorteado foi elaborada uma breve explicação sobre os benefícios ou limitações, do mesmo, na alimentação e no auto cuidado. Após 7 dias foi realizado um questionário de avaliação de reação, por uma psicóloga treinada.
RESULTADOS: Os resultados do presente estudo indicam que o programa educacional aplicado teve um impacto importante no conhecimento dos pacientes a respeito dos vários aspectos relacionados às informações nutricionais relevantes ao tratamento e a adesão medicamentosa e dietoterápica.
CONCLUSÃO: Segundo informações colhidas com os participantes, conclui-se que este trabalho tem ajudado muito no enfrentamento das dificuldades com a doença renal crônica e tem proporcionado momentos de alegria e descontração durante o período do tratamento. Essa experiência demonstra a importância do desenvolvimento do vínculo com o paciente, da humanização como articuladora no processo de cuidar.


TLP: 048

Efeito da suplementação com colecalciferolsobre a expressão intracelular de IL-6, IFN-Y , TLR-7 E TLR-9 em linfócitos B e T em pacientes em hemodiálise (HD)

Autor(es): Carvalho, JT; Meireles, M. S; Cuppari, L; Grabulosa, CC; Canziani, ME; Quinto, BMR; Batista, MC; Cendoroglo, M; Dalboni, MA

Universidade Federal de São Paulo

INTRODUÇÃO: Nos últimos anos, estudos epidemiológicos observaram associação entre hipovitaminose D com maior prevalência em infecções, inflamação, doenças cardiovasculares (DCV) e mortalidade em pacientes com doença renal crônica (DRC). Recentemente descobriu-se que, células do sistema imune expressam receptores de vitamina D (VDR) e enzimas envolvidas no seu metabolismo. Há relatos na literatura demonstrando efeito da vitamina D sobre monócitos, inibindo a síntese de citocinas pró-inflamatórias estimuladas por Toll-Like receptors, porém pouco se sabe sobre o papel da vitamina D em linfócitos B na uremia. O objetivo do presente estudo foi avaliar o efeito da suplementação com colecalciferol sobre a detecção intracelular de VDR, CYP27, CYP24, TLR-7, TLR-9, IL-6 e IFN-y em linfócitos B e T em pacientes em Hemodiálise (HD).
MÉTODOS: Este é um estudo de seguimento (3 meses), randomizado e controlado por placebo. Foram incluídos 24 pacientes em Hemodiálise (HD) que apresentaram hipovitaminose D (_20ng/mL), desses pacientes, 12 receberam a suplementação com colecalciferol e 12 receberam solução placebo. Pacientes que apresentaram processos infecciosos ou inflamatórios crônicos, ou em uso de análogos da vitamina D foram excluídos. Níveis séricos de 25(OH)D foram determinados por quimioluminescência. Foi avaliada a detecção intracelular do receptor de vitamina D, das enzimas 1_-hidroxilase (CYP27) e CYP 24 hidroxilase, interleucina-6 (IL-6), interferon gamma (IFN-y), TLR 7, TLR 9 em linfócitos B e T através de citometria de fluxo.
RESULTADOS: Observamos que a concentração sérica de 25(OH)D aumentou de 12,62 ± 3,62 para 38,00 ± 7,40 ng/mL no grupo colecalciferol e não se modificou no grupo placebo (14,43 ± 3,32 para 14,50 ± 5,80 ng/mL). Foi observada redução na expressão de IFN-y, TLR-9 e TLR-7 no grupo colecalciferol quando comparado ao grupo placebo, em linfócitos B e linfócitos T. Não observamos diferenças na expressão de IL-6 e VDR.
CONCLUSÕES: Nossos resultados mostraram que o colecalciferol inibiu a expressão de TLR-7 e TLR-9 em linfócitos B e T e reduziu a síntese de IFN-y em pacientes com DRC em HD. Entretanto, o desenho e o tamanho amostral deste estudo não permite concluir


TLP: 049

Implementação do Processo de Acesso Vascular em um Centro de Hemodiálise

Autor(es): Rodrigo Enokibara Beltrame; Marcos Rodrigues Alves; Lia Conrado; Leandro Junior Lucca; Cesar Augusto Favero

IBENE Instituto Bebedouro de Nefrologia

As principais formas de acesso vascular para hemodiálise (HD) são as Fístulas Arteriovenosas nativas (FAV), as próteses vasculares e os Cateteres de Duplo Lúmem de curta permanencia (CCP) e de longa permanencia (CLP). As FAV são preferidas como acessos permanentes devido maior patência, menor morbidade e mortalidade. A National Kidney Foundation Kidney Disease Quality Outcomes (NKF-NDOQI) sugere uma meta de prevalência de 65% de FAV.
OBJETIVOS: Este estudo tem como objetivo demonstrar a importância da implantação de um processo de desenvolvimento de acesso vascular definitivo para pacientes com IRC atendidos no IBENE no período de 2005 a 2013.
MATERIAIS E MÉTODOS: Após definido o protocolo de acesso vascular para HD abrangendo a participação integrada da equipe de Enfermagem Especializada em Nefrologia, Médico Nefrologista e Cirurgião Vascular, iniciou-se um estudo prospectivo observacional, tipo coorte, cujos critérios de inclusão foram pacientes atendidos e diagnosticados com IRC estágio 4 e 5 que necessitavam de implante de acesso vascular para HD. O procedimento cirúrgico foi realizado com o Nefrologista como auxiliar.
RESULTADOS: Foram avaliados 1204 pacientes, sendo realizados 323 implantes de CCP (27.64%), 310 implantes de CLP (26,31%) e confeccionadas 571 FAV (46,05%). Após a implementação do protocolo de acesso vascular a prevalência de FAV foi de 92,7% em pacientes com IRC estagio 5D; houve um aumento significativo no implante de CLP e FAV em relação ao número de CCP (p<0,01).
CONCLUSÃO: É primordial a implementação de um protocolo multidisciplinar integrado e do nefrologista participativo na confecção do acesso definitivo para hemodiálise, promovendo assim, consequente diminuição do número de complicações e melhoria continua do serviço de terapia renal substitutiva.


TLP: 050

Comparação dos resultados de peritonite com culturanegativa em liquido peritoneal antes e depois daimplementação da técnica automatizada de hemocultura

Autor(es): Roberta Monteiro Katzap; Vany Elisa Pagnussatti; Ana Elizabeth Prado Lima Figueiredo; Adriana Conti; Jaqueline Antonio Pacheco; Carlos Eduardo Poli de Figueiredo; Bartira Ercília Pinheiro da Costa

Programa de Pós-Graduação em Medicina e Ciências da Saúde (Nefrologia), FAMED e Hospital São Lucas. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, RS.

INTRODUÇÃO As peritonites, assim como as infecções relacionadas com o cateter, ainda mantêm-se como ponto fraco, constituindo a causa mais frequente de morbidade e de falência do método. Todavia, a incidência de infecções peritoneais por germes Gram-negativos permanece estável, enquanto sua proporção tem aumentado em relação aos Gram-positivos (GP). A característica do agente causal é importante determinante do tratamento e da evolução clínica. A diretriz International Society for Peritoneal Dialysis de 2010 preconiza que a cultura de líquido peritoneal seja inoculada em frasco de hemocultura, com o intuito de diminuir os casos de negatividade. O objetivo deste estudo é comparar os resultados de cultura negativa em liquido peritoneal antes e depois da utilização da metodologia automatizada de hemocultura.
MÉTODOS Estudo Transversal retrospectivo. Esta pesquisa foi realizada no Serviço de Hemodiálise, e as culturas foram realizadas ño Setor de Microbiologia de um Hospital Terciário. De 1984 a 1997, a metodologia utilizada para análise de líquido peritoneal eram meios de ágar saboraud, ágar sangue, tioglicolato e Trypticase Soy Broth. A partir de 1998, o aparelho automatizado de hemoculturas foi implantado no laboratório, e desde então ambas metodologias passaram a ser realizadas. Os dados foram obtidos no banco de dados de diálise peritoneal baseado na folha de controle de peritonites do serviço, referente ao período 1984-1988 e 1993-2012, foi utilizada estatística descritiva e qui-quadrado para a comparação entre os períodos.
RESULTADOS No período 1984 a 1997 ocorreram 154 casos de peritonites, oriundos de 113 pacientes com uma idade média de 44 anos, sendo 10,4% (n=16) culturas negativas. Das 89,6% culturas positivas, 63,8% foram GP, sendo 29,7% Staphylococcus epidermidis. Dos 383 casos de peritonites no período 1993 a 2012, 19% (n=73) foram culturas negativas (p=0,015), correspondente de 312 pacientes com idade média de 50 anos. Neste grupo, foram 64,2% GP, sendo 32,9% de Sta. epidermidis.
CONCLUSÃO Com este estudo, nós observamos que não houve diminuição das culturas negativas após introdução do equipamento automatizado de hemoculturas para análise de líquido peritoneal. Este dado necessita ser explorado propectivamente para questionar a automação nas peritonites relacionadas à diálise peritoneal.


TLP: 051

Tratamento Dialítico: Escala de Coping aplicada aos acompanhantes e Inventário de Rede de Suporte Socialaplicado a pacientes

Autor(es): Natália Bianchi Vearick; Carlos Eduardo Poli de Figueiredo; Ana Elizabeth Prado Lima Figueiredo; Bartira Ercília Pinheiro da Costa

Pontifíci Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Programade Pós-Graduação em Medicina e Ciências da Saúde, Área de Concentração Nefrologia.

INTRODUÇÃO: A doença renal crônica, como uma condição que impõem tratamento permanente, impacta a vida dos pacientes e familiares. O papel da família no enfrentamento dessa situação é fundamental, não só para o tratamento clínico, mas também, para a promoção do bem-estar e conforto de todos os envolvidos. A abordagem pela Escala de Coping classifica a estratégia de enfrentamento do problema, ou seja, a mudança constante do indivíduo em situações adversas de forma cognitiva e comportamental. O Inventário de Rede de Suporte Social (IRSS) identifica quanto apoio o sujeito percebe receber em situações adversas. Nosso objetivo é estudar o perfil de enfrentamento, segundo a Escala de Coping-Jalowiec (ECJ), dos acompanhantes/familiares de pacientes em tratamento dialítico e associar com o IRSS aplicado aos pacientes.
MÉTODOS: Estudo transversal contemporâneo, que se aplica um questionário sócio-demográfico e a ECJ nos acompanhantes/familiares de pacientes em tratamento dialítico, bem como, o IRSS nos pacientes. AECJ é composta por 60 itens afirmativos, que podem ser assinalados conforme a opinão do respondente em relação ao problema, assim como o IRSS, porém aplicado aos pacientes, que é composto por dez questões objetivas, com respostas em escala de Likert.
RESULTADOS: Até o momento foram incluídos 65 acompanhantes/familiares e 47 pacientes. Como resultados dos acompanhantes: 64% eram de pacientes em Hemodiálise (HD), 68% mulheres, 77% casados, o parentesco predominante foi de companheiro(a): 50%, seguido de 25% de filho(a) e idade média de 51+15 anos. Amaioria dos acompanhantes estavam Focado no Problema (69,8%), distribuídos nas subcategorias: Confrontiva (63,1%) e a Sustentativa (72,3%). Como resultados dos pacientes: 58% eram homens, 65% realizavam HD, e no IRSS, 83% referem receber muito apoio de seu acompanhante/familiar.
CONCLUSÃO: Os resultados mostram que os acompanhantes/familiares de pacientes em tratamento dialítico utilizam estratégias de Coping Focados no Problema, já os pacientes referem receber apoio social, sugerindo que os pacientes sentem-se atendidos nas necessidades que o tratamento demanda em relação ao que cabe aos acompanhantes desepenharem, porque os mesmos estão direcionado para os problemas que o tratamento impõem.


TLP: 052

Avaliação da metodologia diagnóstica e prevalência da doença de fabry em pacientes em terapia renal substitutiva

Autor(es): Santa Catharina W; Moreira Filho CNF; Moussa APC; Santa Catharina GP; Sckayer RCSS; Almeida SV; Monteiro EBR

Instituto de Doenças Renais – São João da Boa Vista (SP)

INTRODUÇÃO: A Doença de Fabry (DF) é uma doença genética ligada ao cromossomo X, causada pela deficiência ou ausência da enzima lisossomal alfa-galactosidase A (alfa-Gal A), ocasionando acúmulo progressivo de glicoesfingolipídios, como a globotriaosilceramida 3 (Gb3), em diversos órgãos e tecidos, principalmente Renal, Cardíaco e Neurológico. Atualmente é descrita na literatura uma incidência de 1 caso em 117.000 indivíduos na população, representando a segunda alteração por acúmulo lisossômico mais comum nos humanos. Devido ao caráter progressivo da DF, o diagnóstico precoce se torna fundamental a fim de evitar complicações graves como Doença Renal Terminal, Isquemia Miocárdica, Acidente Vascular Cerebral além da redução da Qualidade de Vida.
OBJETIVO: Demonstrar a ocorrência de casos em nossa região e a eficácia da metodologia empregada para o diagnóstico em nosso serviço.
CASUÍSTICA E MÉTODOS: Foi realizada triagem clínica e epidemiológica em 225 pacientes adultos (140 homens e 85 mulheres) em Terapia Renal Substitutiva (TRS) através da aplicação de questionário sobre sinais, sintomas e história familiar compatíveis com DF. Em conjunto foi realizada mensuração da atividade enzimática através de papel de filtro. Pacientes com questionário sugestivo e/ou diminuição da atividade enzimática foram submetidos ao estudo genético.
RESULTADO: Permaneceram no estudo 23 pacientes renai crônicos (10,2%), 10 homens e 13 mulheres, sendo que em 2 pacientes (0,89%) foram detectadas mutações no gene GLA (Xq22): P. P. S, feminino, branca, 19 anos, heterozigota para mutação no Exon 6 (c. 870G>C P. M290I) com globotriaosilceramida plasmática (lyso-Gb3)=1,0ng/mL (referência _ 0,8ng/mL) e L. C. P. U. , feminino, branca, 48 anos, heterozigota para a mutação no Exon 3 (c. 376A>G p. S126G) com lyso-Gb3=1,4ng/mL. Após confirmação dos casos, foi realizado heredograma nas famílias das pacientes com posterior triagem genética, resultando em 13 novos casos diagnosticados até o momento, 9 mulheres e 4 homens.
CONCLUSÃO: A triagem para Doença de Fabry através da aplicação de questionário direcionado em ambos os sexos associada a mensuração da atividade enzimática e com posterior encaminhamento dos casos mais propensos para pesquisa de mutação no gene GLA se mostrou eficaz no diagnóstico da doença. Destacamos a maior prevalência de pacientes do sexo feminino no estudo, mostrando a importância da inclusão de mulheres na triagem para DF.


TLP: 053

Avaliação da incidência de infecção da corrente sanguínea e prevalência dos agentes etiológicos em fístula artério-venosa, cateter duplo lúmen e cateter de longa permanência em pacientes em terapia renal substitutiva

Autor(es): Santa Catharina W; Moreira Filho CNF; Moussa APC; Santa Catharina GP; Sckayer RCSS; Almeida SV; Monteiro EBR

Instituto de Doenças Renais – São João da Boa Vista (SP)

INTRODUÇÃO: A via de acesso para Terapia Renal Substitutiva (TRS) é um dos principais fatores para um efetivo tratamento dialítico. Uma das complicações mais comuns é a Infecção da Corrente Sanguínea (ICS) pela via de acesso com risco de perda da mesma e ocasionando grandes transtornos.
OBJETIVO: Avaliar a incidência de ICS em Fistula Artério – Venosa (FAV), Cateter Duplo Lúmen (CDL) e Cateter de Longa Permanência (CLP) em pacientes em TRS em nosso serviço e seus respectivos agentes etiológicos.
CASUÍSTICA E MÉTODOS: Foram avaliados 370 pacientes adultos em TRS, sendo 234 pacientes com FAV, 52 CDL e 84 CLP em um período de 2 anos (2012-2013). Foram colhidas 135 hemoculturas de todos os pacientes que apresentaram febre e/ou tremor durante a sessão de TRS. Quando as amostras de hemocultura foram colhidas do cateter, também foram realizadas culturas pareadas em veia periférica. Foram considerados resultados positivos nos cateteres, quando positivos nas amostras pareadas e com o mesmo microrganismo.
RESULTADO: Foram encontradas 4 hemoculturas positivas em FAV, 23 em CLP e 16 em CDL, representando uma incidência de 1,71%, 27,38% e 30,77% respectivamente. Os seguintes agentes etiológicos foram encontrados: 21 Staphylococcus aureus – 1 em FAV, 9 em CDL e 11 em CLP; 12 Staphylococcus epidermidis – 1 em FAV, 6 em CDLe 5 em CLP; 2 Enterococcus faecalis -1 em FAV e 1 em CLP; 1 Burkhoderia cepacia em CDL, 1 Staphylococcus haemolyticus em CLP; 1 Staphylococcus hominis em FAV; 1 Sphingomonas paucimobilis em CLP; 1 Pseudomonas aeruginosa em CLP; 1 Enterobacter cloacae em CLP; 1 Citrobacter koseri em CLP e 1 Klebsiella pneumoniae em CLP.
CONCLUSÃO: Pacientes com Cateter de Longa Permanência foram os que mais apresentaram Infecção da Corrente Sanguínea no período, entretanto, a incidência da ICS se mostra superior em pacientes com Cateter Duplo Lúmen. Dentre os agentes etiológicos encontrados destacam-se as Bactérias Gram Positivas, sendo o Staphylococcus aureus e o Staphylococcus epidermidis como os mais prevalentes, em acordo com a literatura.


TLP: 054

Prevalência de conformidades dos alvos consensuais dos distúrbios minerais em uma população dialítica

Autor(es): José Ayrton Macedo Guimarães de Oliveira; Erika Thaynara Pereira Martins; Nathalie Macedo Cruz de Oliveira; Thalyta de Souza Rodrigues; Maria Carolina Santos Malafaia Ferreira; André Falcão Pedrosa Costa

Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas

INTRODUÇÃO. A progressiva deterioração na homeostase dos níveis séricos de cálcio (Ca), fósforo (P), e dos hormônios paratormônio (PTH) e vitamina D, que ocorrem nos pacientes com doença renal crônica (DRC), tem papel fundamental no desenvolvimento do Distúrbio Mineral e Ósseo (DMO) da DRC. Recentemente, diversas estratégias foram padronizadas para abordagem de tais distúrbios, sendo disponibilizados diversos fármacos e medidas que visam controlar tais distúrbios. O objetivo desse estudo foi analisar a prevalência dos principais distúrbios minerais em uma população submetida a terapia renal substitutiva após a emergência de inúmeros fármacos disponíveis e diversos consensos internacionais e nacional.
MÉTODO. Desenhou-se um estudo transversal que incluiu 300 pacientes em hemodiálise, de um grande centro de nefrologia. Foram coletados dos prontuários dos pacientes, dados demográficos; dados bioquímicos como Ca, P e fosfatase alcalina; e PTH, para analise clínica. Sendo os parâmetros avaliados segundo os consensos KDOQI, KDIGO e Diretriz Brasileira DMO. Os dados foram analisados no programa Bioestat 5.0.
RESULTADOS. Dentre os indivíduos estudados, 184 eram do sexo masculino e 116 do sexo feminino. De acordo com a diretriz brasileira e KDOQI, 28.42% dos pacientes obtiveram valores de Ca abaixo dos limites da normalidade, 41.13% dentro da normalidade e 30.43% acima dos valores de referência; fósforo: 13.71% abaixo da normalidade, 40.80% apresentaram valores normais e 45.48% acima da normalidade; produto CaxP: 35.45% acima dos valores ideais; PTH: 53% apresentaram o diagnóstico laboratorial de hiperparatireoidismo secundário, 19% encontraram-se dentro dos limites da normalidade e 28% obtiveram o diagnóstico presuntivo de doença óssea adinâmica. Conforme KDIGO, 51.83% dos pacientes apresentaram valores de Ca abaixo da normalidade, 31.77% valores normais e 16.38% acima da normalidade; fósforo: 3.34% abaixo dos valores de referência, 30.10% no limite da normalidade e 66.55% acima da normalidade; PTH: 28% tinham padrão de baixo remanejamento ósseo, 33.33% dentro da normalidade e 38.67% apresentaram critério de hiperparatireoidismo secundário. Fosfatase alcalina mostrou-se elevada em 41% da amostra. Não houve diferença significativa entre os sexos..
CONCLUSÕES. A hiperfosfatemia é o parâmetro que percentualmente menos atinge as metas preconizadas apesar da disponibilização crescente de estratégias para seu controle.


TLP: 055

Inflamação e Qualidade de Vida em Pacientes em Hemodiálise: Estudo Transversal

Autor(es): Marcelo Rodrigues Bacci; Fernando Luiz Affonso Fonseca; Fernando Adami; Renato Bertagna; Andson Jesus dos Santos; Daniela Gimenes Grilli; Winter Figueiredo; Felipe Moreira Ferreira; Felipe Ribeiro Bruniera; Livia Yadoya Vasconcelos

FACULDADE DE MEDICINA DO ABC

INTRODUÇÃO:A doença renal crônica(DRC)é afecção altamente prevalente em todo o mundo. Pacientes com DRC em terapia de substituição renal estão mais propensos a apresentarem alterações comportamentais e de qualidade de vida em decorrência da rotina inerente ao tratamento e suas complicações. Apresentam também maiores níveis séricos de citocinas inflamatórias.
OBJETIVO: Avaliar o impacto do perfil inflamatório em relação à qualidade de vida mensurada pelo questionário validado para o português KDOQL-SF36 em pacientes em hemodiálise.
MÉTODO: Foram incluídos pacientes em tratamento por hemodiálise por pelo menos 6 meses,com idade superior a 21 anos e em tratamento regular com 3 sessões por semana. Excluiram-se pacientes com diagnóstico de depressão,portadores de neoplasia,em uso de antibiótico no momento da inclusão e com internação hospitalar nos 30 dias anteriores à inclusão. Foram avaliados parâmetros antropométricos e colhidos marcadores inflamatórios séricos antes do início da primeira sessão do mês: interleucina6, proteínaC-reativa ultrassensível, fator de necrose tumoral alfa e homocisteína. As variáveis foram apresentadas em suas frequências absolutas quando contínuas e em proporção quando dicotômicas. A análise de normalidade dos dados foi feita pelo teste de Shapiro-Wilk. O nível de significância usado foi de 5% e o teste de correlação de Pearson para analisar a relação entre os parâmetros inflamatórios e a qualidade de vida.
RESULTADOS: No total 30 pacientes consentiram em participar do estudo. Houve 46,6% de homens/53,4% de mulheres. A média de idade foi de 41,03 anos±11,33 e 23,3% eram diabéticos e o tempo médio em hemodiálise foi de 52,5 meses±43,18. Observou-se correlação positiva dos níveis de homocisteína com a pior taxa de filtração glomerular representada pelo MDRD e maior valor de creatinina(p=0,003 e p=0,002respectivamente). A interleucina6 não apresentou correlação com pior estado nutricional levando-se em conta o IMC(p=0,83)em contrapartida o TNF-_ mostrou-se positivamente correlacionado com o valor sérico da albumina(p=0,008) estado nutricional pelo IMC(p=0,04) e estado nutricional levando-se em conta a circunferência do braço(p=0,04).
CONCLUSÃO: Maiores níveis de homocisteína estão relacionados com pior função renal. TNF apresentou relação com o estado nutricional e a maioria das seções do KDOQL-SF36 não apresentou relação com o nível das citocinas.


TLP: 056

Estado nutricional de pacientes em hemodiálise obtido por um método de avaliação subjetiva global e sua associação com variáveis clínico demográficas

Autor(es): Laís Ferreira de Sousa; Jéssica Vasconcelos Oliveira Jorge Pereira; Elane Viana Hortegal; Raimunda Sheyla Carneiro Dias; Antonia Caroline Diniz Brito; Gilvan Campos Sampaio; Aline Oliveira Diniz; Lilian Fernanda Pereira Cavalcante

Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão

INTRODUÇÃO: Complicações nutricionais são frequentes em pacientes renais crônicos em hemodiálise (HD). A prevalência de desnutrição energético-protéica nesses pacientes é elevada e apresenta impacto negativo sobre a morbimortalidade. Fatores tais como sexo, idade e tempo de diálise podem estar associados com maior prevalência de desnutrição. Acaracterização correta do estado nutricional desses indivíduos é fundamental no planejamento de intervenções, de modo a minimizar os distúrbios nutricionais. A avaliação nutricional subjetiva (ASG) é um método simples, de baixo custo e que pode ser realizada em poucos minutos. Assim, o objetivo deste estudo foi verificar a associação entre o estado nutricional dos pacientes em HD obtido da ASG-Sete Escalas com sexo, idade e tempo de diálise.
MÉDOTOS: Tratou-se de um estudo transversal, realizado com 86 pacientes em HD de um Hospital Universitário. A avaliação do estado nutricional foi realizada após a sessão de hemodiálise, utilizando-se a ASG-Sete Escalas. Os dados foram analisados no Programa STATA 11. 0. Para verificação da associação entre o estado nutricional obtido da ASG-Sete Escalas com sexo, idade e tempo de hemodiálise utilizou-se o Teste Qui-quadrado. O nível de significância adotado foi de 5%.
RESULTADOS: O grupo apresentou-se, em média, com tempo de tratamento hemodialítico de 44,8±31,2 meses (mediana de 36 meses). Amédia de idade dos pacientes foi de 48,9±16,6 anos, variando entre 19 e 94 anos. Mais da metade era do sexo masculino (52,3%), e possuía escolaridade de menos de oito anos de estudo (53,5%). Quase dois terços dos pacientes (72,1%) pertenciam às classes socioeconômicas D e E. Não foi encontrada diferença estatisticamente significante entre o estado nutricional de homens e mulheres (p=0,685). Foi demonstrada menor prevalência de desnutrição tanto para adultos quanto para idosos (33,9%; 25,9%; p=0,460). Encontrou-se maior prevalência de eutrofia em pacientes com tempo de HD maior que 36 meses quando comparados com pacientes com tempo de HD igual ou menor que 36 meses (74,4% vs 63,8%, p=0,295).
CONCLUSÕES: Os resultados encontrados podem subsidiar um diagnóstico e intervenção nutricional de pacientes em tratamento hemodialítico. No entanto, mais estudos são necessários para detalhamento dessa associação.


TLP: 057

Análise da eficácia do uso da alteplase na prevenção da disfunção dos cateteres de duplo lúmen de longa permanência para Hemodiálise

Autor(es): Adriana Rodrigues Chaves; Vanuza Maria da Silva Ferreira; André Sousa Alvarenga; Lucas Lopes Barbosa; Soraia Cristina Cantini; Raquel Oliveira Rocha de Freitas Hatem; Gerson Marques Pereira Junior

Centro de Nefrologia da Santa Casa de Belo Horizonte

INTRODUÇÃO: O aumento da incidência da Doença Renal Crônica tem assumido números alarmantes nos últimos anos em todo mundo. O percentual de uso de Cateter duplo lúmen de longa permanência (CDL-LP) como acesso vascular ainda é muito alto. A prevenção e o tratamento precoce da disfunção de fluxo são cruciais para reduzir a morbi-mortalidade desses pacientes. A heparina não fracionada tem sido utilizada como selo dos CDL-LP por sua propriedade anticoagulante, entretanto, a experiência com o preenchimento do lúmen com novos agentes tais como, citrato de sódio, ácido etilenodiamino tetra-acético (EDTA) e o trombolítico alteplase têm sido satisfatória. O estudo em questão tem como objetivo analisar a eficiência da alteplase, na prevenção e tratamento da disfunção de CDL-LP em pacientes em terapia hemodialítica.
METODOLOGIA: Durante o período de 12 meses, de maio de 2013 a maio de 2014, usamos o trombolítico alteplase na dose de 1mg/ml para preenchimento dos lúmens de CDL-LP como selo no período interdialítico. A medicação foi utilizada de forma quinzenal em 37 pacientes que apresentaram fluxo sanguíneo menor que 250ml/min nas sessões de hemodiálise e com histórico de necessidade de trocas de CDL-LP por baixo fluxo sanguíneo.
RESULTADO: Após a utilização da alteplase observou-se melhora no desempenho do CDL-LP, conseguindo manter o fluxo sanguíneo em 63,6% dos pacientes, aumentando o fluxo sanguíneo em 27,12% e apenas 9,32% dos pacientes não apresentaram melhora do fluxo. Após início do protocolo observou-se uma redução importante da necessidade de troca de CDL-LP. Do total de pacientes que foram submetidos pelo menos uma troca de cateter antes do uso da alteplase, 89% não necessitou de novas trocas de CDL-LP.
CONCLUSÃO: Detectamos precocemente uma eficácia na utilização do medicamento alteplase na prevenção da disfunção dos CDL-LP. A adoção de medidas profiláticas se mostrou eficiente na manutenção do fluxo sanguíneo e na redução das trocas dos CDLLP dos pacientes que foram inseridos no protocolo.


TLP: 058

Síndrome nefrótica relacionada a sífilis: relato de caso

Autor(es): Saulo José da Costa Feitosa; Pedro Andrade Feitosa; Mário de Barros e Silva; Letícia Barros Kosminsky; Marluce Pinheiro Cruz

PRONTORIM

INTRODUÇÃO: O acometimento renal na sífilis adquirida (secundária/latente/terciária), ocorre em 0,3% dos casos. Os pacientes apresentam, mais comumente, proteinúria subnefrótica, podendo ocorrer síndrome nefrótica ou mais raramente, um quadro nefrítico. Histologicamente apresenta-se mais frequentemente como glomerulopatia membranosa, embora glomerulonefrite proliferativa difusa (com ou sem crescentes), glomerulonefrite membranoproliferativa e glomerulonefrite mesangioproliferativa também possam ser encontrados.
DESCRIÇÃO DO CASO: Paciente feminina, 40 anos, previamente hígida, encaminhada da emergência para a nefrologia por edema de membros inferiores (3+/4+), alteração de função renal (Cr: 1,8 mg/dl) e proteinúria no sumário de urina(2+/4+). Relação proteína/creatinina urinária (RP/C) 3,82. Havia a presença de rash macular em todo o corpo. C3, C4 e CH50 normais. Eletroforese de proteínas com hipoalbuminemia. Pesquisa de auto anticorpos, sorologias para hepatities virais e HIV, assim como urocultura foram negativos. Apresentava dislipidemia mista e alteração de enzimas canalicurlares (fosfatase alcalina(FA): 2. 182U/L; gamaGT(gGT): 856U/L). A pesquisa para sífilis foi positiva, com VDRL 1:32 e o FTA-ABS positivo. Ultrassonogarfia de rins e vias urinárias normais. A paciente foi tratada com penicilina G benzatina, evoluindo com regressão das lesões de pele, melhora da função renal (Cr: 0,7mg/dl), regressão da proteinúria (16mg/24h) e normalização das transaminases (FA: 88 U/L; gGT: 60U/L).
DISCUSSÃO: Relato de um caso de sífilis secundária manifestando-se com lesões de pele, síndrome nefrótica com disfunção renal e hepatite (que comumente apresenta-se com elevação de fosfatase alcalina com transaminases normais ou discretamente elevadas) evoluindo com resolução completa do quadro após tratamento com penicilina benzatina.


TLP: 059

Mortalidade de pacientes com doença renal crônica em hemodiálise: perfil epidemiológico de um centro de hemodiálise em Recife/PE

Autor(es): Saulo José da Costa Feitosa; Pedro Andrade Feitosa; Mário de Barros e Silva; Letícia Barros Kosminsky; Marluce Pinheiro Cruz

PRONTORIM

INTRODUÇÃO: No Brasil, as causas mais comuns de doença renal crônica (DRC) terminal são a hipertensão arterial (HAS) e o diabetes (DM). Sabese que a DRC está associada a um elevado risco cardiovascular e que, uma vez iniciada a terapia renal substitutiva, estes indivíduos apresentam cerca de 20 vezes mais risco de óbito por doença cardiovascular. Dados do censo 2012 da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) apontam para uma taxa bruta de mortalidade de 18,8% ao ano. O objetivo deste trabalho foi avaliar o perfil epidemiológico dos óbitos em uma unidade de diálise, traçando comparativos com a literatura disponível.
METODOLOGIA: Foram avaliados 405 pacientes em hemodiálise entre o período de janeiro de 2013 a dezembro de 2013. As características clínicas e demográficas foram analisadas e avaliamos os seguintes parâmetros laboratoriais: hemoglobina, paratormônio (PTH) e albumina sérica.
RESULTADOS: A taxa bruta de mortalidade encontrada foi de 12,35%. Homens eram maioria (55%). A média de idade foi de 64,54 anos, possuindo os homens, maior média de idade 66,6 anos, contra 62,05 anos nas mulheres. 83% dos óbitos, tinham como causa base da DRC hipertensão arterial ou diabetes. 40% tinham entre 1 e 5 anos de hemodiálise, enquanto 17% tinham menos de 3 meses. Patologias infecciosas (33%) e cardiovasculares (33%) foram as principais causas de óbito. 70% dos que foram a óbito tinham anemia (hemoglobina média 9,6 g/dl). 48% possuíam albumina abaixo de 3,5g/dl.
CONCLUSÕES: O índice de mortalidade anual encontrado está abaixo do observado pelo último censo da SBN (12,35% x 18,8%). Observamos que morrem mais homens e que estes têm maior média de idade. HAS e DM representam 83% das causas de DRC, o que está corroborado pela literatura. 69% faleceram após o primeiro ano de hemodiálise enquanto que 17% faleceram antes dos primeiros 3 meses. Mortes por causa cardiovascular se igualaram as ocasionadas por processos infecciosos como as mais prevalentes. Anemia estava presente em 70% daqueles que faleceram, bem como hipoalbuminemia ocorreu em 48% dos casos. PTH não foi um marcador esclarecedor. Concluímos, a partir do exposto, que o perfil de maior risco de mortalidade são homens, com mais de 65 anos, hipertensos ou diabéticos, em hemodiálise há mais de uma ano, com anemia e hipoalbuminemia.


TLP: 060

Evolução da permeabilidade da membrana peritoneal de pacientes renais crônicos terminais em diálise peritoneal

Autor(es): Sérgio Wyton Lima Pinto; Ana Cecília Souza Silva; Marciel Carvalho Naves; Ravena Rieelly Araújo Moura; Thalles Trindade de Abreu; Maria Aparecida Silva Marinho; Danyelle Romana Alves Rios; Alba Otoni

Universidade Federal de São João del-Rey/ Hospital São João de Deus – Divinópolis MG

INTRODUÇÃO: o uso de diálise peritoneal (DP) como tratamento para pacientes com Doença Renal Crônica Terminal (DRCT) estimula alterações não estáticas e gradativas na membrana peritoneal (MP) com o passar dos anos em DP. Dessa maneira, torna-se imprescindível reconhecer o comportamento da MP ao longo dos anos para uma melhor adequação e ajuste da prescrição de diálise.
OBJETIVO: identificar a funcionalidade da MP por meio dos resultados dos Testes do Equilíbrio Peritoneal (TEP) dos pacientes renais crônicos terminais em DP acompanhados ambulatorialmente no setor de nefrologia de um hospital filantrópico de Divinópolis
METODOLOGIA: trata-se de estudo retrospectivo e descritivo dos resultados dos testes de equilibro peritoneal de 34 pacientes em DP por um período mínimo de seis meses de terapia renal substitutiva. Os dados foram colhidos dos prontuários e de impressos próprios anexados ao prontuário desses pacientes no período de março de 2013 a março de 2014. Todas as informações foram compiladas em um banco de dados e analisadas pelo programa software SPSS versão 15. Realizou-se o teste Qui-quadrado de Pearson ou teste exato de Fisher apropriados para comparação de variáveis categórica considerando-se um nível de 5% de significância.
RESULTADOS: nos primeiros seis meses após o início da DP percebeu-se uma maior prevalência de classificação da membrana peritoneal de médio alta (72,7%). Entretanto, verificou-se uma tendência na direção de um maior número de pacientes com a capacidade médio baixa transportadora conforme aumentou o tempo de permanência em DP. Após quatro anos em DP, apenas três pacientes (8,32%) passaram de médio baixa para alto e médio alto transportador. Surpreendentemente 10 dos 34 pacientes tiveram suas alterações de médio alto e alto para médios baixos e baixo transportadores.
CONCLUSÃO: a MP dos pacientes em DP estudados sofreu alterações ao longo dos anos e a maior prevalência na classificação de MP foi de baixa e média baixa transportadora.


TLP: 061

Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC) refratária tratada com diálise peritoneal em paciente com doença renal crônica não dialítica

Autor(es): Sérgio Wyton Lima Pinto; Arlindo R. de Oliveira; Thalles Trindade de Abreu; Núbia Chouchounova Silva Neves; Isabela Rosiany Lourdes; Maria Aparecida Silva Marinho; Danyelle Romana Alves Rios; Alba Otoni

Universidade Federal de São João del-Rey/ Hospital São João de Deus – Divinópolis MG

INTRODUÇÃO: a insuficiência cardíaca congestiva (ICC) é uma doença crônica e progressiva de alta morbimortalidade. O excesso de volume é uma complicação prevalente, presente em 80% dos pacientes atendidos com o diagnóstico de ICC. Estratégias farmacológicas e não farmacológicas no manejo terapêutico da ICC visam ao melhor manejo do volume. A ultrafiltração extracorpórea tem evidenciado melhor controle de peso, redução nos dias de hospitalização e re-hospitalização dos pacientes com ICC. A diálise peritoneal (DP) vem sendo utilizada para tratar a ICC refratária, mesmo sem grave disfunção da função renal.
DESCRIÇÃO DO CASO: paciente 55 anos, sexo masculino, portador de ICC refratária e doença renal crônica (DRC) não dialítica em acompanhamento no ambulatório de nefrologia de um hospital do interior de Minas Gerais. Em 2010, hospitalizado 114 dias por complicações cardíacas devido à hipervolemia; ECO 50% Fração de ejeção (FE); dispnéia de repouso, em uso de O2 contínuo, presença de crepitações, ascite volumosa, edema de MMII 4+/4+; totalmente dependente para desenvolvimento de atividades de vida diária (AVD). Após um ano em diálise peritoneal automatizada não houve internações, ECO 55% FE; eupneico, independente para AVD, ausência de ascite, mantém O2 continuo por orientação médica, edemas em MMII +/4.
DISCUSSÃO: diante do quadro de hipervolemia não controlada pelos métodos conservadores, em especial, uso de diuréticos, optou-se por iniciar a diálise peritoneal automatizada mesmo sem indicação da terapia renal substitutiva pelo comprometimento da função renal, mas com o objetivo de reduzir a hipervolemia e consequentemente seus efeitos deletérios na ICC. Os resultados encontrados corroboram os achados da literatura de um possível benefício da diálise peritoneal no manejo dos pacientes com ICC refratária ao tratamento clínico.


TLP: 062

Depressão, ansiedade e morbidade psiquiátrica em pacientes com doenças renais

Autor(es): Maria Fernanda Zamarian; Camila Gomes dos Santos Barros; Simone Godoy; Maíra Eloá Pereira Simonetti; Denise Helena Madureira Pará Diniz

Unifesp

INTRODUÇÃO: Frequentemente transtornos de humor são associados às doenças clínicas, levando a pior evolução tanto do quadro psiquiátrico como da patologia (TENG, et al, 2005).
OBJETIVO GERAL: Avaliar sintomas de depressão, ansiedade e morbidade psiquiátrica em pacientes internados nas enfermarias de Hemodiálise e Nefrologia.
MÉTODO: Desenho do Estudo: Prospectivo de corte transversal. Local: Enfermarias de Nefrologia e Hemodiálise do Hospital São Paulo(HSP/Unifesp). Sujeitos:46 pacientes foram selecionados aleatoriamente. Critérios de inclusão: pessoas com doenças renais(crônica ou outras doenças nefrológicas) internados nessas unidades; com mais de 18 anos; com condições clínicas e cognitivas adequadas para participar do protocolo. Critérios de Exclusão: Amaurose; deficiência auditiva; transtornos psiquiátricos; medicações psiquiátricas; gestantes. Instrumentos: Questionário sociodemográfico e clínico do setor de Psiconefrologia; Beck Depression Inventory (BDI); Beck Anxiety Inventory(BAI); Self Report Questionnaire(SRQ-20).
RESULTADOS: Foram avaliados 46 pacientes, 25(54%) sexo masculino;com de idade 47,5 anos, 23(50%) casados; 22(48%) aposentados; 22(48%) católicos; 21(46%) brancos; 13(28%) hipertensos; 32(70%) diabéticos. Amostra geral: Depressão:13(28%) nível mínimo; 17(37%) leve; 12(26%) moderado e 4(9%)grave. Ansiedade: 21(46%) nível mínimo; 13(28%) leve; 8(17%) moderado e 4(9%) grave. Morbidade psiquiátrica: 20(43%) são prováveis casos. Amostra Hemodiálise: 31(67%) pacientes; 16(52%) homens, com de idade 48 anos. – Depressão: 10(32%) mínima; 11(35%) leve; 7(23%) moderada; 3(10%) grave. Ansiedade: 14(45%) mínima; 6(19%) leve; 7(23%) moderada. 4(13%) grave. Morbidade psiquiátrica: 13(42%) são prováveis casos. Amostra Enfermaria Nefrologia:15(33%) pacientes; 9(60%) homens; com idade 47 anos. Depressão: 4(27%) mínima;7(47%) leve; 3(20%) moderada;1(7%) grave. Ansiedade: 7(47%) mínima;6(40%) leve;2(13%)grave. Morbidade psiquiátrica: 7(47%) são prováveis casos.
CONCLUSÕES: Os resultados parciais indicam: Amostra geral: cerca de um terço apresentou sintomas de depressão moderada e grave. Elevada incidência de prováveis casos com morbidade psiquiátrica. Hemodiálise: Apresentou maior número de sintomas de depressão e ansiedade em níveis moderado e grave, comparado ao outro grupo. Prováveis casos com morbidade psiquiátrica foram elevados. Enfermaria da Nefrologia: Número elevado de prováveis casos com morbidade psiquiátrica.


TLP: 063

Intercorrências clínicas em portadores de doença renal crônica em diálise: evento sentinela para monitoramento da qualidade assistencial prestada pelos serviços de diálise credenciados ao SUS-BH

Autor(es): Paula Verçosa Martins Pinto; Fernanda Martins Ribeiro; Márcia Dayrell; Willians Vinícius Dutra Rodrigues ; Roberto Sydney de Melo e Domingos Pinto Júnior

Comissão Municipal de Nefrologia da prefeitura de Belo Horizonte

INTRODUÇÃO: A Comissão Municipal de Nefrologia e Transplantes (CMNT) tem aprimorado o seu processo de trabalho, até então, centrado na fiscalização dos serviços de diálise. Em Belo Horizonte, são os hospitais Risoleta Tolentino Neves (HRTN) e Municipal Odilon Behrens (HMOB), ambos públicos, importantes portas de entrada para atendimento de urgência no município, definidos aqui, enquanto unidades sentinelas.
OBJETIVO: Investigar quais foram os determinantes para ocorrência do evento e, se previsível, quais ações foram desencadeadas pelos serviços, no sentido de evitar a sua ocorrência.
METODOLOGIA: Notificação de casos atendidos a partir de 1º de março de 2014, nos Hospitais Municipal Odilon Behrens e Risoleta Tolentino Neves. Todos os casos serão investigados pelas nefrologistas da CMNT, utilizando formulário padrão. Para obtenção dos dados, será realizada consulta aos respectivos prontuários das unidades de diálise e entrevista com os próprios usuários e/ou familiares. Os critérios para inclusão de notificação serão os portadores de doença renal crônica em Terapia Renal Substitutiva, nas modalidades de hemodiálise e diálise peritoneal, atendidos no HMOB e Risoleta Neves, com as seguintes características: 1-Estar em acompanhamento ambulatorial em um dos 11 serviços de diálise credenciados pelo SUS-BH, 2- Apresentar as seguintes intercorrências clínicas notificadas: Infecção de acesso vascular, hipervolemia, hiperpotassemia, peritonite, ausência de acesso vascular definitivo por período _ 90 dias, independentemente do motivo de admissão hospitalar.
CONCLUSÃO: As intercorrências clínicas relacionadas ao tratamento dialítico estão relacionadas à qualidade da assistência prestada pelos serviços de diálise; monitorar esse evento possibilita identificar os fatores determinantes e elaborar formas de intervenção.


TLP: 064

Avaliação da qualidade assistencial na atenção ao acesso vascular em pacientes acompanhados nos serviços de hemodiálise em Belo Horizonte (2013)

Autor(es): Paula Verçosa Martins Pinto; Fernanda Martins Ribeiro; Márcia Dayrell

Comissão Municipal de Nefrologia da Prefeitura de Belo Horizonte

INTRODUÇÃO: Dentre os acessos disponíveis para a hemodiálise, as fístulas arteriovenosas (FAV) são as que mais se aproximam do acesso ideal. Apesar de ser considerada uma pequena cirurgia e de ser realizada de forma ambulatorial, ela requer maior habilidade do cirurgião, principalmente se considerada sua relevância para a sobrevida do paciente. A falta de acesso/qualidade na confecção de FAV foi um dos problemas mencionados pelos serviços de diálise credenciados pela SMSA-BH.
OBJETIVO: Avaliar o desempenho dos serviços de diálise, no ano de 2013, quanto à qualidade prestada na assistência ao acesso vascular dos pacientes em acompanhamento.
METODOLOGIA: Foram selecionados todos os pacientes em hemodiálise, em Belo Horizonte, com mais de uma FAV confeccionada, tendo sido a última em 2013, conforme registro no sistema de informação sobre procedimentos ambulatoriais do Ministério da Saúde. Foram pesquisados nos prontuários destes pacientes dados sobre tempo de tratamento, número de FAV confeccionadas, tempo entre o início da diálise e primeira fistula realizada e realização de duplex scan prévio.
RESULTADO: Participaram deste estudo 146 pacientes, sendo 50,6% do sexo feminino, com média de idade de 52 anos. 50% iniciaram tratamento de hemodiálise recentemente, em 2012 ou 2013. Os prontuários de 45% dos pacientes não constavam registro de duplex scan. Em 22% dos pacientes a confecção de FAV foi anterior ao início da hemodiálise e 50% dos pacientes realizaram o procedimento em período inferior a 90 dias da data de início do tratamento.
CONCLUSÃO: A maioria dos pacientes deste estudo ingressou em diálise sem confecção de FAV. Os serviços de diálise em Belo Horizonte vêm se aprimorando no sentido de fornecer em tempo hábil a confecção de acesso vascular definitivo. O duplex scan não tem sido solicitado rotineiramente pelos serviços e a adoção desta prática poderia reduzir a alta taxa de falência deste procedimento.


TLP: 065

Peritonite eosinofílica em início de diálise peritoneal: Relato de caso

Autor(es): Eduardo Jorge Duque de Sá Carneiro Filho; Lilian Cordeiro; Gilsemar E. C. Boavida; Mariana Pin de Andrade; Jóice Manes; Rosilene Motta Elias; Benedito Jorge Pereira; Manuel Carlos Martins de Castro; Hugo Abensur

Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

INTRODUÇÃO: Peritonite eosinofílica (PE) é um dos diagnósticos diferenciais de líquido turvo em diálise peritoneal (DP). Pode ser idiopática, associada a hipersensibilidade ao material da DP ou infecciosa. Apresentamos um caso de PE em paciente com culturas de líquido ascítico negativas.
RELATO: Mulher, 52 anos, com diagnóstico de glomerulonefrite crônica em tratamento conservador de doença renal há oito anos, colocação de cateter Tenckhoff há 21 dias e início de diálise peritoneal ambulatorial contínua há 6 dias com 3 bolsas a 1,5% e 1 bolsa a 2,5%. Queixava-se de dor abdominal difusa dificultando drenagem de cavidade abdominal e líquido turvo desde início da diálise. Coletados exames e iniciada terapia empírica com antibióticos (Vancomicina e Amicacina) para tratamento de provável peritonite. Citologia de líquido ascítico resultou em 1800 células com 270 eosinófilos e culturas do líquido foram negativas para bactérias, micobactérias e fungos. Uma semana após início de antibióticos, evoluía com persistência de desconforto, dosagem de IgE 128 UI/mL (normal até 100), nova citologia com 2350 células e 940 eosinófilos (40%), PCR para tuberculose no líquido negativo. Iniciada terapia com corticóide via oral (prednisona 20 mg ao dia), e paciente apresentou clareamento de líquido ascítico, melhora da dor e redução de celularidade do líquido peritoneal após cerca de 1 semana do uso. No momento, tratamento vem sendo mantido ambulatorialmente com perspectiva de completar 4 semanas.
DISCUSSÃO: APE é definida pela presença de 10% de eosinófilos na celularidade do líquido ascítico ou mais que 100 eosinófilos/mm3 na contagem total. Ocorre em média duas a quatro semanas após a inserção do cateter e não tem etiologia determinada. Pode ser atribuída a uma reação alérgica aos componentes do próprio cateter, a rápida alteração osmótica do fluido intraperitoneal ou alguma peritonite infecciosa subjacente. Os pacientes classicamente tem dor abdominal e líquido peritoneal turvo à apresentação. Geralmente há eosinofilia no hemograma e aumento dos níveis séricos de IgE. O tratamento é feito com corticóides e anti-histamínicos por via oral nos casos idiopáticos.
CONCLUSÃO: Apesar de sua incidência ter diminuído com o avanço de técnicas de DP, a PE é uma condição a ser sempre considerada principalmente naqueles pacientes que iniciam DP e apresentam peritonites de surgimento precoce.


TLP: 066

Prevalência da doença de Fabry em serviços de TRS no Brasil: revisão de literatura

Autor(es): Cassiano Augusto Braga Silva; Tulio Coelho Carvalho; Nathalia Pereira Paschoalin; Raphael Pereira Paschoalin; Livia Queiroz Leão Souto; José Andrade Moura Junior; Alexandra Pereira Garrido; Andréa Callou; Fabrício Santos da Fonseca

Clinica Senhor do Bonfim

INTRODUÇÃO: A doença de Fabry (DF) é uma doença genética caracterizada pela ausência ou diminuição da atividade da enzima Alfa galactosidase A, que acarreta a deposição lisossomal de globotriaosilceramida (GL-3). Esse acúmulo progressivo pode levar a doença renal crônica terminal (DRCt), com necessidade de terapia renal substitutiva (TRS). Devido à disponibilidade do tratamento de reposição enzimática que visa impedir a progressão da DF, e frente ao grande número de pacientes que iniciam TRS sem etiologia definida da DRCt, o objetivo do estudo foi realizar uma revisão da literatura em busca de artigos relacionados à prevalência da DF entre a população em diálise no Brasil.
MÉTODOS: Revisão de literatura nas bases de dados MEDLINE, EMBASE e LILACS até Maio de 2014, sem data inicial estabelecida, buscando artigos sobre prevalência da DF entre a população em diálise no Brasil.
RESULTADOS: Foram encontrados apenas 04 artigos. Nestes trabalhos, foram avaliados no total 1.111 pacientes, todos homens e em hemodiálise. Em relação aos métodos de screening inicial, em três dos estudos utilizou-se a pesquisa através do DBS (dried blood spot), e no outro a atividade enzimática no plasma. Quanto aos métodos confirmatórios, em dois estudos foi utilizada a dosagem da atividade enzimática em leucócitos, em um a atividade plasmática, e no outro não foi especificado visto que não foram achados suspeitos da DF no screening inicial. A prevalência da DF nas populações estudadas variou de 0 a 0,57%. Quando avaliados em conjunto, foram achados um total de 5 portadores da DF, com prevalência de 0,45%.
CONCLUSÕES: A presente revisão atesta a necessidade de novos e frequentes estudos sobre a prevalência da DF entre os pacientes em TRS no Brasil, visto a escassez de artigos encontrados em literatura. Difundir o conhecimento da patologia, propiciar aos portadores a possibilidade de tratamento visando retardar ou impedir o acometimento de outros órgãos, e realizar o screening familiar em busca do diagnóstico precoce são alguns dos benefícios que justificam a realização de estudos de prevalência da DF nessa população.


TLP: 067

Programa educacional voltado para a prática de atividade física em pacientes em hemodiálise crônica. Funciona?

Autor(es): Raquel de Fátima Cavalheiro Hashimoto; Ronaldo D’Avila; Carlos Aparecido Zamai; Rafael Sano; Cibele Isaac Saad Rodrigues; Enio Márcio Maia Guerra

INTRODUÇÃO: Os pacientes renais crônicos em programa dialítico são em geral sedentários. As causas para isto são várias, mas, entre elas, devemos destacar a falta de informação e de estímulo para o aumento da atividade física. Esta inatividade provavelmente relaciona-se a piora da qualidade de vida.
OBJETIVO: Verificar o grau de atividade física e analisar a resposta dos pacientes com insuficiência renal crônica em hemodiálise à tentativa de educação e orientação voltadas à prática de atividade física.
METODOLOGIA: Foi estudada a influência de programa educacional teórico-prático de incentivo a prática de atividades físicas em 14 pacientes em programa crônico de hemodiálise. As atividades educacionais constituíram-se de curta introdução teórica e a seguir, realização conjunta de exercícios. O programa educacional foi realizado durante quatro meses, em 2013. Para avaliar o programa em si e a participação dos pacientes, utilizou-se um questionário de atividades físicas executadas durante o trabalho profissional e em casa (versão longa do IPAQ, 2012), Questionário caminhada e ginástica, para analisar a média diária em minutos de caminhada e ginástica e perguntas específicas sobre a validade do curso. A qualidade de vida, pré e pós o curso, foi avaliada através do Questionário KDQOL-SFTM13.
RESULTADOS: os pacientes cumpriram todas as etapas coletivas preconizadas e aumentaram de maneira significativa a prática de caminhadas quando fora das sessões de hemodiálise (8,3; 6,0; 23,8 e 24,8 min/dia, respectivamente, do primeiro ao último mês do programa educacional: p< 0,001, entre os dois últimos meses versus os dois primeiros meses). Dez pacientes melhoraram o nível da sua classificação quanto à atividade física, segundo o questionário IPAC e todos os pacientes avaliaram de maneira positiva o programa. Houve significativa melhora na qualidade de vida em vários domínios. O aumento das atividades físicas não foi associado à nenhuma intercorrência clínica.
CONCLUSÕES: O programa mostrou-se seguro e satisfatório para melhora da atividade física dos pacientes em hemodiálise e foi bem avaliado pelos pacientes. Amelhora da qualidade de vida e da classificação do status de atividade física devem servir como sugestão para a implantação de programas como este nas unidades de diálise.


TLP: 068

Avaliação Multidimensional dor em Homens e Mulheres em hemodiálise de Manutenção

Autor(es): Angiolina Campos Kraychete; Cácia Mendes Matos; Gildete Barreto Lopes; Antonio Alberto Lopes

UFBA

INTRODUÇÃO: Dor é uma experiência subjetiva muito frequente e angustiante nos pacientes em hemodiálise de manutenção. No entanto há uma carência de estudos voltados para avaliar a carga da dor crônica nesta população. Foi realizada uma avaliação abrangente e multidimencioanl da dor e investigado se havia diferenças de gênero na prevalência, na experiencia subjetiva e emocional e na extensão da interferência da dor crônica na vida dos pacientes em hemodiálise de manutenção.
MÉTODOS: Este trabalho integra o Estudo Prospectivo de Prognóstico de Pacientes em Hemodiálise Crônica (PROHEMO), iniciado em 2005 em quatro clínicas satélites de hemodiálise em Salvador, Bahia, Brasil. É um estudo de corte-transversal envolvendo 740 dos 837 pacientes maiores de 18 anos participantes do PROHEMO. A Dor foi avaliada a partir do Questionário de Dor de McGill e Inventário Breve de Dor, em versões brasileiras, e da Escala Analógica Visual. Dor crônica foi definida como de duração superior a três meses. A escala do Centro de Estudos Epidemiológicos de Depressão foi utilizada para avaliar a taxa de sintomas depressivos.
RESULTADOS: A prevalência global da dor crônica foi 41,5%, as mulheres foram mais afetadas (52% versus 34. 7% ; P < 0,001). Diversos aspectos subjetivos da dor crônica foram diferentes entre gêneros (P < 0,05). Muitos pacientes referiram moderada a intensa interferência da dor nas atividades gerais (48,9%), no humor (47,2%), no sono (44,2%) e no prazer de viver (33,0%). Em um modelo de regressão logistica, com ajustes para diversas covariáveis (incluindo sintomas depressivos), quando comparadas aos homens, as mulheres tiveram chances significantemente maiores de apresentar interferências da dor nas atividades gerais (razão de chances (OR) = 2,09, 95% intervalo de confiança (IC) = 1,06-4,15), no humor (OR = 3,38, 95%, IC= 1,65-6,94), no sono (OR = 2,50, 95% IC = 1,22-5,12) e no prazer de viver (OR = 3,58, 95% IC= 1,66-7,12).
CONCLUSÃO: O estudo mostrou a alta prevalência e o impacto negativo da dor crônica em vários aspectos do bem -estar dos pacientes em hemodiálise, principalmente nas mulheres. Os resultados chamam atenção da equipe de diálise quanto da necessidade de reduzir a carga da dor dos pacientes em hemodiálise.

Palavras chave: Hemodiálise; dor; gênero; aspectos multidimensionais


TLP: 069

Apresentação de peritonite fúngica secundáriaà endocardite, em

Autor(es): Magda M Santos; Renata Lima; Flávia Sabóia; Henrique Moreira Rebello; Ana Claúdia Fontes; Alinie Pichone; Cláudio Querido; Beatriz P. Leite; Maurilo Leite Jr.

Hospital Universitário Clementino Fraga Filho/UFRJ

O caso descrito trata de um episódio de peritonite fúngica (PF) que levou ao diagnóstico de uma endocardite fúngica (EF), em paciente transferida recentemente para diálise peritoneal (DP). Paciente de 27 anos, portadora de doença renal crônica terminal por nefropatia diabética, é internada para tratamento de peritonite. Na microscopia do liquido peritoneal é identificada etiologia fúngica, porém durante a internação a paciente evolui com sintomas sistêmicos e êmbolos micóticos, gerando novos desdobramentos sobre a gravidade da doença, seu foco primário e possíveis causas. Em outubro de 2013, poucas semanas após o início de DP, ainda com acesso venoso profundo (AVP), a paciente é internada em outro hospital com o quadro súbito de hemiparesia braquio-crural esquerda, sendo diagnosticado acidente vascular encefálico isquêmico (AVEi). Passado um mês, é internada por dor abdominal e febre, levando a tona a suspeita de peritonite, confirmada pela citometria do líquido peritoneal. Iniciado antibioticoterapia empírica. Cultura do material evidenciou a presença de hifas. Suspensos os antibacterianos e iniciado antifúngico (fluconazol). Após 3 dias, paciente apresenta melhora dos sintomas abdominais, mas mantinha febre diária. Hemoculturas eram sequencialmente positivas para Candida parapsilosis. Investiga-se candidemia, e com ajuda de exames complementares, chega-se ao diagnóstico de EF subaguda, com diversos focos embólicos: AVEi por êmbolo fúngico, PF secundária, infarto esplênico por êmbolo fúngico, e necrose distal em pododáctilo. Durante a internação foi tratada com anfotericina B. Submetida a esplenectomia, e cirurgia cardíaca com troca de valva aótica. Nesses 5 meses, apresentou 2 quadros sépticos bacterianos, com necessidade de terapia intensiva. Evoluiu com um desfecho favorável, tendo alta hospitalar após término de 8 semanas de antifúngico sistêmicos, contados a partir da troca valvar. Segue em programa de hemodiálise.
DISCUSSÃO: A literatura atual não faz referencia a endocardite como consequência de PF, visto que essa dificilmente evolui com sistemização, porém comprova que EF têm como fatores de risco a presença de AVP, e doenças imunossupressoras como o diabetes méllitus. Portanto, conclui-se que a apresentação de EF por AVP pode ter um comportamento subagudo, e que a peritonite, que motivou a internação da paciente, foi secundária a um quadro de mútiplas embolizações fúngicas.


TLP: 070

Associação de ciprofloxacino oral e cefazolina intraperitoneal como tratamento empírico de peritonites na diálise peritoneal: 14 anos de seguimento

Autor(es): Renata Lima; Michele Karla Damascena da Silva; Marcia Nunes Valle; Fernando L. Cardoso; Henrique Moreira Rebello; Magda M Santos; Beatriz Penedo Leite; Maurilo Leite Jr.

Hospital Universitário Clementino Fraga Filho/UFRJ

OBJETIVOS: Avaliar os resultados de 14 anos do tratamento empírico para peritonites em pacientes em diálise peritoneal, que consiste em ciprofloxacin oral e cefazolina intraperitoneal, com a intenção de evitar o uso das cefalosporinas de 3ª geração, como o ceftazidime, e vancomicina, que tem sido associados ao aparecimento de Enterobactérias ESBL e Enterococos vancomicina-resistente, respectivamente.
MÉTODOS: Foram avaliados 223 episódios de peritonites em 162 pacientes, 39 em DPAC e 15 em DPA, no período de março de 2000 até março de 2014. Todas as peritonites foram tratadas com ciprofloxacin 500 mg via oral 2 vezes ao dia e cefazolina 15 mg/Kg intraperitoneal 1 vez ao dia com permanência de 6 horas. Os testes laboratoriais consistiram em cultura, contagem de células e coloração de Gram do líquido peritoneal.
RESULTADOS: As culturas do líquido peritoneal foram positivas em 62,4% dos episódios, com a seguinte distribuição: S. coagulase negativo 37,4%, S. aureus 12,2%, Enterobactérias 19,4%, P. aeruginosa 9,3%, Enterococos 4,4%, Estreptococos 7,9%, Candida 2,8%, Acinetobacter 5,0%, Sphingomonas 0,7% e Neisseria 0,7%. Os testes de sensibilidade realizados nas culturas positivas (n=139), mostraram que 52,3% dos agentes eram sensíveis a combinação ciprofloxacin e cefazolina; 24. 4% sensível somente a ciprofloxacin e 22,3% sensível somente a cefazolina. Entre os episódios de falência terapêutica, 16 tipos de bactérias foram resistentes a terapia (11,6% do total), 2,8% (n=4) episódios de peritonite fúngica, e 9,3% (n=13) evoluíram com colonização do cateter acarretando na retirada do cateter. De todos os episódios, 20,1% foram relacionados a infecção no orifício de saída.
CONCLUSÕES: O presente estudo mostrou que a associação de ciprofloxacin oral e cefazolina intraperitoneal no tratamento das peritonites nos pacientes em DP, mostrou-se segura e eficaz. Nós sugerimos este regime como uma alternativa ao uso de ceftazidime e vancomicina, evitando assim a possível indução de resistência bacteriana observada com estes antibióticos.


TLP: 071

Seguimento de um paciente com Retocolite Ulcerativa emdiálise peritoneal: Um ano de experiência

Autor(es): Henrique Moreira Rebello; Renata Lima; Magda M Santos; Barbara L Peralva; Michele Karla Damascena da Silva; Marcia Nunes Valle; Beatriz Penedo Leite; Egivaldo Fontes RIbamar; Maurilo Leite Jr.

Hospital Universitário Clementino Fraga Filho/HUCFF

INTRODUÇÃO: De acordo com a diretriz KDOQI, a presença de qualquer doença intestinal inflamatória (DII) em atividade torna a dialise peritoneal (DP) contra indicada, entretanto caso a doença esteja em remissão, é possível a aplicação do método com contra indicação relativa. No caso descrito, apesar do paciente possuir DII foi optado por inicio de DP por conta da coronariopatia do paciente e a não adequação ao método hemodialítico.
DESCRIÇÃO DO CASO: F. J. B. , masculino, 76 anos, hipertenso, coronariopata grave, com necessidade de revascularização miocárdica em 1991 e 2000, angioplastia em 2003 e portador de Retocolite Ulcerativa (RCU) desde 1997. Submetido a nefrectomia em 2013 em decorrência a ITU de repetição e nefrolitíase, evoluiu com progressão da doença renal iniciando a terapia renal substitutiva através de hemodiálise. Devido a sua cardiopatia não tolerou o método. Foi transferido para nossa unidade a fim de iniciar o programa de DP. Fazia uso de sulfassalazina oral e estava em período de remissão da DII. Atualmente, encontra-se em APD (NIPD) há 1 ano, bem adaptado ao método. Não houve mudança no hábito intestinal ou piora da doença inflamatória intestinal. Alcançou UF média 700 ml e permanece com diurese residual média em 800 ml, KT/V total médio 2,42 e nPCR médio 0,91. Não foi observado nenhum episódio de peritonite durante o seguimento.
DISCUSSÃO: É comum que, pacientes coronariopatas graves, como neste caso, não tolerem a hemodialise como método dialítico. Entretanto, quando seguem em DP há uma boa tolerância ao método. De acordo com a diretriz KDOQI, a presença de DII representa contra indicação relativa à DP, o que depende da fase da doença (remissão ou agudização). A razão para esta contra indicação seria a possibilidade de translocação bacteriana devido à atividade da RCU. Neste caso, como a doença intestinal estava em remissão e a DP se tornou uma opção viável. Em 1 ano de acompanhamento, não houve nenhuma complicação infecciosa/peritonite. Além disso, obtivemos uma boa adequação ao método com KT/V e UF médios satisfatórios e não houve agudização da RCU.
RESULTADOS E CONCLUSÕES: Apesar de a RCU representar uma contra indicação relativa à DP, notamos que, caso a doença intestinal esteja em remissão, a DP torna-se uma opção segura nos casos em que hemodialise não seja bem tolerada.


TLP: 072

Estudo do polimorfismo do gene G894T da óxido nítricosintase endotelial (eNOS), avaliação eletrocardiográfica eníveis de óxido nítrico em pacientes dialíticos

Autor(es): Andrade, JLF; Bellini, MH; Nascimento, MA; Nogueira, GB; Mancuso, F; Kleine, JP; Silva, IDCG; Caetano, SH; Higa, EMS

(Autor) Medicina Translacional -UNIFESP/EPM ; 1,3,8 Nefrologia; 2 Medicina Translacional; 4 Cardiologia; 5,6 Ginecologia- UNIFESP/EPM; 7 Instituto de Nefrologia de Mogi das Cruzes

A doença renal crônica (DRC) caracteriza-se por apresentar risco de complicações cardiovasculares, que por muitas vezes ultrapassam os fatores de risco tradicionais, incluindo o prolongamento do intervalo QT e os fatores herdados geneticamente. A óxido nítrico sintase endotelial (eNOS) é uma enzima de grande importância para a homeostase do sistema cardiovascular, sendo uma das responsáveis pela produção do óxido nítrico (NO), um importante vasodilatador. A eNOS possui três polimorfismos, dentre eles destaca-se o polimorfismo (G894T) que resulta da substituição da base nitrogenada guanina por timina, na posição 894 localizada no éxon 7, que apresenta correlações com problemas cardiovasculares e morbimortalidade nessa população. O objetivo deste estudo foi correlacionar a distribuição alélica do polimorfismo TT, GT e GG para o gene da eNOS com a duração do intervalo QT e os níveis de NO em pacientes dialíticos. Estudamos 100 pacientes em hemodiálise do Instituto de Nefrologia de Mogi das Cruzes/SP (74 homens e 26 mulheres) com idade entre 51,2±14,8 anos e tempo médio de tratamento dialítico de 3,1±3 anos. No período pré-dialítico, foram realizadas coletas de sangue para análise genética e mensuração do NO; foi realizado também ECG de 12 derivações. O perfil do polimorfismo G894T da eNOS foi analisado por meio da técnica convencional da reação em cadeia da polimerase (PCR-RFLP), seguida de digestão pela enzima de restrição Ban II. O NO foi determinado através do equipamento NO Analyzer, que se baseia na técnica de quimioluminescência, padrão ouro na detecção desta molécula. O estudo demonstrou que o genótipo GG foi o mais presente, ocorrendo em 53% dos pacientes, seguidos por GT 40% e TT 7%. A distribuição genotípica não apresentou associação com níveis de NO, nem com o prolongamento do intervalo QT, o qual manteve o padrão de normalidade (434,1 ± 36,7 ms; p> 0,05). Concluímos que os genótipos da eNOS não apresentaram correlação com a duração do intervalo QT, que se manteve normal nestes pacientes, nem com os níveis de NO.


TLP: 073

Análise da Função Renal Residual de acordo com o perfil metabólico de pacientes em Diálise Peritoneal

Autor(es): Gabriel de Almeida Ferreira; Eduardo de Paiva Luciano; Gilson Fernandes Ruivo

Centro Estadual de Tratamento de Doenças Renais do Vale do Paraíba. Universidade de Taubaté – São Paulo

INTRODUÇÃO: A Doença Renal Crônica consiste em perda progressiva e irreversível da função renal. Uma forma de mantê-la é através da Diálise Peritoneal (DP). A solução com glicose utilizada na DP pode predispor e descompensar a Diabetes Mellitus e aumentar o depósito de gordura. É conhecida a elevada mortalidade nesta população, sendo que a Função Renal Residual (FFR) é um bom parâmetro para estimar o Risco Cardiovascular destes pacientes.
OBJETIVO: Avaliar a relação entre Marcadores de Inflamação, Metabólicos e a Função Renal Residual em Pacientes em Diálise Peritoneal.
CASUÍSTICA E MÉTODOS: Estudou-se 100 pacientes em DP, sendo avaliados marcadores inflamatórios (PCR, Fibrinogênio, Albumina e Ácido Úrico) e metabólicos (Glicemia, HbA1c, Insulina, HOMA-IR, QUICKI e Colesterol Total e Frações), além da Função Renal Residual e da presença de Síndrome Metabólica (SM) pelo critério da NCEP-modificado.
RESULTADOS: Analisou-se 100 pacientes em DP com idade média de 57,3±9,3 anos, 53,0% do gênero masculino e 57,0% apresentavam SM. A Função Renal Residual foi 2,86±1,92 ml/min/1,73m2, sem diferença entre o grupo com e sem SM (p>0,05).
Sua mediana foi de 2,48 mL/min/1,73m2, valor utilizado para estratificar os pacientes em dois grupos. O grupo com maior FRR possuíram menores valores de glicemia (p=0,013), HbA1c (p=0,014), HOMA-IR (p=0,000), PCR (p=0,027), Fibrinogênio (p=0,004), Ácido Úrico (p=0,005) e maiores índices de Albumina (p=0,021) e QUICKI (p=0,000), além de um menor Escore de Framingham (p=0,045).
A FRR também foi correlacionada com as variáveis estudadas, apresentando uma correlação positiva com o Índice de QUICKI (r=0,262 p=0,009) e Albumina (r=0,235 p=0,018) e negativa com Glicemia (r=-0,271 p=0,006), HOMA-IR (r=-0,22 p=0,009), Ácido Úrico (r=-0,308 p=0,002), Creatinina (r=-0,237 p=0,018) e “Número de Fatores para SM” (r=-0,200 p=0,046).
CONCLUSÕES: Apesar das limitações de um estudo transversal, verificamos que os pacientes com maior FFR possuíam melhor perfil metabólico e menores marcadores inflamatórios do que o grupo com menor FFR.


TLP: 074

Associação entre Síndrome Metabólica e Marcadores Inflamatórios em Pacientes em Diálise Peritoneal

Autor(es): Gabriel de Almeida Ferreira; Eduardo de Paiva Luciano; Gilson Fernandes Ruivo

Centro Estadual de Tratamento de Doenças Renais do Vale do Paraíba. Universidade de Taubaté – São Paulo

INTRODUÇÃO: A Doença Renal Crônica consiste em perda progressiva e irreversível da função renal. Uma forma de mantê-la é através da Diálise Peritoneal (DP). A solução com glicose utilizada na DP pode predispor e descompensar a Diabetes Mellitus e aumentar o depósito de gordura, resultando em uma Síndrome Metabólica (SM).
OBJETIVO: Avaliar a relação entre Marcadores de Inflamação e Síndrome Metabólica em Pacientes em Diálise Peritoneal.
CASUÍSTICA E MÉTODOS: Estudou-se 100 pacientes em DP, sendo avaliados marcadores inflamatórios (PCR, Fibrinogênio, Albumina e Ácido Úrico) e metabólicos (Glicemia, HbA1c, Insulina, HOMAIR, QUICKI e Colesterol Total e Frações), além da presença de SM pelos critérios da NCEP-modificado.
RESULTADOS: Analisou-se 100 pacientes em DP com idade média de 57,3±9,3 anos, 53,0% do gênero masculino e 57,0% apresentavam SM, sendo esta mais prevalente nas mulheres (p=0,044).
Quanto aos marcadores metabólicos, foi encontrado um valor de insulina de 11,2±6,3 mU/L e de HbA1c de 6,2±2,5 %, sendo ambos maior no grupo com SM (p=0,000 para ambos). Na análise do perfil lipídico, o Colesterol total foi de 210,5±41,6 mg/dL, o HDL de 43,6±6,7 mg/dL, o LDL de 128,8±35,0 mg/dL e o Triglicérides de 157±74,5 mg/dL, sendo o HDL menor no grupo com SM (p=0,006) e o Triglicérides maior neste mesmo grupo (p=0,000). Por fim, ao verificar os marcadores inflamatórios, foi encontrado um PCR de 34,6±30,4 mg/L, um Fibrinogênio de 343,6±115,6 mg/dL e um Ácido Úrico de 6,7±1,8 mg/dL, sendo todos maiores na população com SM (p=0,007, p=0,006 e p=0,000, respectivamente). Posteriormente foi realizada a estratificação da população em estudo de acordo com o número de critérios preenchidos para diagnóstico da SM pela NCEP-modificado e comparado com as diversas variáveis estudadas. Encontrou-se que os marcadores inflamatórios (PCR, fibrinogênio e ácido úrico) são maiores quanto maior o número de critérios, assim como a pressão arterial é maior, há maior glicemia e maior resistência à insulina (HOMA-IR e QUICKI) e um pior perfil lipídico com o aumento dos critérios preenchidos, todos com correlação significativamente estatística (p<0,05).
CONCLUSÕES: Verificamos que os pacientes em DP possuem uma elevada prevalência de SM, além de marcadores inflamatórios e metabólicos piores neste grupo.


TLP: 075

Utilização do índice de massa corporal modificado pela albumina na avaliação do estado nutricional de pacientes em hemodiálise

Autor(es): Nélia Antunes; Roberta de Lemos Santos; Tatiana Pereira de Paula; Elizabete Goes da Silva; Maurilo Leite Jr.

Serviços de Nefrologia e Nutrição, Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, Universidade Federal do Rio de Janeiro

INTRODUÇÃO: O estado nutricional é um importante fator associado ao prognóstico e evolução clínica de pacientes em hemodiálise (HD). Atualmente, diferentes métodos objetivos e subjetivos têm sido empregados na avaliação do estado nutricional, tendo em vista a limitação do uso de um parâmetro isolado. O índice de massa corporal convencional (IMCc) pode não ser um bom parâmetro devido a provável presença de edema nesses pacientes. O índice de massa corporal modificado (IMCm) consiste no produto do IMC (kg/m2) pela albumina sérica (g/L) e pode ser utilizado para compensar o edema em determinados grupos de pacientes. O objetivo do estudo foi avaliar parâmetros nutricionais em pacientes em HD e comparar com o IMCm.
MÉTODOS: Foram estudados 26 pacientes em HD, com avaliação dos níveis séricos de albumina (g/dL), colesterol total (mg/dL), contagem total de linfócitos (CTL/mm3), equivalente protéico do aparecimento de nitrogênio (PNA, g ptn/kg/dia), IMCc (kg/m2) e IMCm (kg/m2*g/L). Os pacientes foram classificados em 3 grupos de acordo com o IMC modificado (Eutrofia – IMCm>750; Baixo peso – IMCm<750 e Desnutrição grave – IMCm<600) e de acordo com PNA (PNA>1,2; PNA 1,0-1,2; PNA<1,0). Valores de IMCc < 23kg/m2, albumina < 4,0 g/dL, CTL < 1500/mm3 e colesterol total <150mg/dL foram considerados pontos de corte para desnutrição, segundo Fouque et al, 2008.
RESULTADOS: Os pacientes apresentaram os seguintes valores: IMCc = 20,6 ± 4,98 kg/m2, albumina = 3,4 ±0,41g/dL, CTL = 1386,3 ± 557,77 /mm3, colesterol total = 147,1 ± 31,89, PNA = 1,02 ± 0,27 g/kg/dia e o IMCm 737,7 ± 184,16 kg/m2*g/L. Dos 26 pacientes estudados, 30,8% (n=8) apresentaram algum grau de desnutrição quando avaliados pelo IMCc e 57,7% (n=15) apresentaram déficit nutricional quando avaliados pelo IMCm. Em pacientes com desnutrição grave, o IMCm identificou os que apresentavam ingestão protéica <1,2 g/kg/dia (p<0,01). Ao considerar todo o grupo estudado, o IMCm apresentou correlação fraca com PNA (r=0,29, p<0,001), CTL (r=0,37, p<0,001) e colesterol total (r=0,19, p<0,005).
CONCLUSÃO: O IMCm foi capaz de detectar um maior percentual de pacientes com desnutrição que o IMCc. O IMCm pode ser mais um parâmetro para avaliação do estado nutricional de pacientes em HD. Mais estudos são necessários para confirmar esses achados.


TLP: 076

Prevalência de pacientes em tratamento em Hemodiálise, na rede SUS-BH

Autor(es): Fernanda Martins Ribeiro; Márcia Dayrell; Lenice Harumi Ishitani; Fernando Márcio Freire

Comissão Municipal de Nefrologia e Transplantes Secretaria Municipal de Saúde Belo Horizonte

INTRODUÇÃO: De acordo com o censo de diálise publicado em 2012, o número de pacientes em Doença Renal Crônica (DRC) estádio V no Brasil, praticamente duplicou na última década. Até o momento, não existe estudo nacional sobre prevalência da DRC nos estágios não dialíticos. Em Belo Horizonte, são 11 serviços credenciados pelo SUS para atendimento em diálise. São em média 2200 pacientes/mês, sendo cerca de 60% residentes em Belo Horizonte.
OBJETIVO: Conhecer a prevalência de pacientes em Terapia Renal Substitutiva (TRS) na modalidade hemodiálise no município de Belo Horizonte (BH), tendo como fonte o subsistema de autorização de Procedimento de Alta Complexidade (APAC).
METODOLOGIA: Foi calculada a Taxa de prevalência, considerando numerador, o número de pacientes residentes em BH submetidos a tratamento dialítico pelo SUS no mês de julho de 2013 e como denominador, a estimativa da população residente no município em 2013 (estimativa IBGE). Residentes em BH, tiveram os endereços de residência georeferenciados para cálculo das taxas de prevalência, por distrito sanitário. Optou-se por utilizar uma base mensal do subsistema APAC, devido à dificuldade de se obter o número fidedigno de pacientes na consolidação anual.
RESULTADOS: No mês de julho de 2013, 2153 pacientes estavam registrados no subsistema APAC, sendo 1379 residentes em Belo Horizonte (64,1%). A taxa de prevalência do município foi de 57,6/100. 000 habitantes, maior que o encontrado para a Grande São Paulo (45,48/100. 000 habitantes). As taxas aumentaram com a faixa etária. As faixas etárias de 60 a 69 e de 70 a 79 anos, tiveram taxas pelo menos 2,3 vezes maior que o da faixa etária de 40 a 49 anos. Em relação ao Distrito Sanitário de residência, Centro-Sul mostrou taxa significativamente menor que os demais distritos sanitários.
CONCLUSÃO: Essa é uma primeira análise realizada no âmbito da Secretaria Municipal de Saúde. Ressalta-se que as taxas de prevalência encontradas referem-se aos registros de pacientes cadastrados no subsistema de Autorização de Procedimento de Alta Complexidade (APAC), rede-SUS-BH. Em que pese a limitação de ainda não se obter a taxa de prevalência do município, essa primeira análise representa um importante avanço na vigilância de Doenças crônicas não-transmissíveis, pois permitirá o monitoramento desse importante agravo.


TLP: 077

Impacto Positivo da Atenção Farmacêutica na Qualidade de Vida de Pacientes Tratados por Hemodiálise – Análise Preliminar de Ensaio Clínico Randomizado

Autor(es): Valeria Pirez Gornatti; Nathalia do Nascimento Vontobel; Maurice Neto de Souza; Kellen Pereira Maciel; Miriam Moreira Mussi; Maristela Böhlke; João Pedro Mussi Laydner; Jonas Peter; Cynara Silva Silveira; Marysabel Pinto Telis Silveira

Universidade Católica de Pelotas

INTRODUÇÃO: A prevalência de doença renal crônica (DRC) tem aumentado no mundo todo, com incremento na necessidade de terapia renal substitutiva. A DRC tem impacto negativo na sobrevida e na qualidade de vida relacionada a saúde (HRQoL), em função dos sintomas e limitações associados a doença e ao seu tratamento. O presente estudo tem como objetivo analisar o impacto da atenção farmacêutica em variáveis clínicas e laboratoriais e na HRQoL de pacientes portadores de DRC tratados por hemodiálise (HD).
PACIENTES E MÉTODOS: Ensaio clínico randomizado com inclusão de pacientes adultos tratados por HD há 3 meses ou mais em hospital universitário. Os pacientes foram alocados para o grupo intervenção (GI), com atenção farmacêutica uma vez ao mês, e grupo controle (GC), com cuidado clínico habitual, durante 1 ano. Os desfechos são parâmetros clínicos, laboratoriais e medida da HRQoL por instrumento específico (KDQoL-SF), a cada 6 meses. O tamanho de amostra foi calculado em 70 pacientes. O presente relato preliminar descreve os resultados em termos de HRQoL para os primeiros 37 pacientes que concluíram a avaliação de 6 meses.
RESULTADOS: Foram avaliados 21 pacientes no GC e 16 no GI. As características de base dos dois grupos foram similares, com exceção da idade, que foi maior no grupo controle (59,0 anos, IC 95% 55,0-63,7 vs. 51,0, IC 95% 42,2-60,8, p=0,04) e o domínio Lista de Sintomas e Problemas (LSP) do KDQoL-SF, que foi melhor no GI (81,86 IC 95% 75,59 vs. 74,20 IC 95% 67,67-80,73, p=0,04). Quando ajustada para idade, a diferença no LSP deixou de ser significativa. Na avaliação após 6 meses de estudo, foram detectadas diferenças estatisticamente significativas nos domínios LSP (GI 89,71 IC 95% 86,14-93,28 vs. GC 79,57 IC 95% 71,47-87,66, p=0,01), Função Cognitiva (GI 95,00 IC 95% 90,41-99,58 vs. GC 80,95 IC 95% 71,58-90,31, p=0,007) e Componente Sumário Mental (GI 54,31 IC 95% 49,95-58,68, vs. 45,94 IC 95% 40,07-51,81, p=0,01) do KDQoL-SF. As diferenças se mantiveram após o ajuste para idade.
CONCLUSÕES: Em análise preliminar, seis meses de atenção farmacêutica resultaram em melhora significativa da qualidade de vida relacionada a saúde em pacientes portadores de DRC tratados por hemodiálise.


TLP: 078

Atenção farmacêutica ao paciente em hemodiálise: resultados parciais de ensaio clínico randomizado

Autor(es): Valeria Pirez Gornatti; Nathalia do Nascimento Vontobel; Maurice Neto de Souza; Kellen Pereira Maciel; Miriam Moreira Mussi; Maristela Böhlke; João Pedro Mussi Laydner; Jonas Peter; Cynara Silva Silveira; Marysabel Pinto Telis Silveira

Universidade Católica de Pelotas

INTRODUÇÃO: Devido ao importante papel na morbimortalidade, as doenças crônicas, entre elas a Doença Renal Crônica (DRC), têm recebido maior atenção dos profissionais de saúde nas últimas décadas. O controle rigoroso da pressão arterial, assim como o ganho de peso interdialítico, são da maior importância para diminuir o risco da doença cardiovascular frequentemente associada. A Atenção Farmacêutica (AF) envolve o acompanhamento do paciente, com o objetivo, entre outros, de responsabilizar-se junto a ele para alcançar os objetivos terapêuticos desejados.
MÉTODO: Ensaio clínico randomizado, os pacientes foram divididos em grupo controle (GC) (atendimento habitual) e grupo intervenção (GI) (foi prestada AF). Foram medidos parâmetros clínicos e laboratoriais, entre eles, pressão arterial e ganho de peso interdialítico. A AF foi prestada durante seis meses por acadêmicos de farmácia, devidamente treinados, com frequência mínima mensal, sendo que no início as entrevistas foram mais frequentes. O tempo total do estudo será de um ano.
RESULTADOS: Foram acompanhados 29 pacientes no GC e 21 no GI, apenas a idade mostrou-se estatisticamente diferente entre os grupos na linha de base, sendo maior nos pacientes do grupo controle (GC: Média 59 anos, IC95% 55-63,7; GI: Média 51 anos; IC95% 42,2-60,8), demais variáveis sóciodemográficas e clínicas distribuíram-se homogeneamente. Ao final dos seis meses de acompanhamento não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos na pressão arterial nem no ganho de peso interdialítico. Pressão arterial sistólica: GC: Média 138 mmHg, IC95% 133-144; GI: Média 137, IC95% 130-145. Pressão arterial diastólica: GC: Média 84,7, IC95% 80,7-88,7; GI: Média 84, IC95% 79,7-88,4). Ganho de peso interdialítico: GC: 2,494g IC95% 2100-2886); GI: 2387g IC95% 1940-2833).
CONCLUSÃO: a intervenção AF não se mostrou efetiva para controle da PA ou ganho de peso interdialítico nos pacientes em hemodiálise estudados, porém, estes são dados parciais, o tempo de acompanhamento total será de um ano, e o número de pacientes pode também ter contribuído para não termos encontrado diferenças significativas ente os grupos.


TLP: 079

Avaliação do estado nutricional e do estresse oxidativo de pacientes em hemodiálise

Autor(es): Roberta de Lemos Santos; Tatiana Pereira de Paula; Maurilo Leite Jr.

Serviços de Nefrologia e Nutrição, Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, Universidade Federal do Rio de Janeiro

INTRODUÇÃO: O estresse oxidativo (EO) tem sido descrito como um fator de risco não tradicional para doença cardiovascular, principal causa de morte entre pacientes em hemodiálise (HD). O estado nutricional (EN) bem como a ingestão de antioxidantes parece ter relação com o EO. O objetivo do estudo foi avaliar o EN, a ingestão de micronutrientes antioxidantes e os níveis de marcadores de EO em pacientes em HD.
MÉTODOS: Foram avaliados 25 pacientes em HD. O EN foi determinado pelo resultado de dois ou mais parâmetros (índice de massa corporal, dobra cutânea triciptal, circunferência muscular do braço e % de adequação do peso atual em relação ao ideal), sendo os pacientes divididos em 3 grupos (eutróficos, n=13; desnutridos, n=7 e com sobrepeso/obesos, n=5). Também foram avaliados os níveis séricos de albumina, triglicerídeos, colesterol total e frações. A ingestão alimentar foi avaliada por meio de registro alimentar de 3 dias. Níveis plasmáticos do grupamento tiol, carbonil e da atividade enzimática da catalase foram quantificados e comparados aos níveis em 9 indivíduos saudáveis.
RESULTADOS: A média de idade entre foi de 46,7±14,7 anos, sendo 32% do sexo masculino e 68% do sexo feminino. A albumina sérica foi maior em pacientes eutróficos quando comparados aos desnutridos (p=0,03) e os pacientes com sobrepeso/obesos apresentaram maiores níveis de triglicerídeos (p=0,01). Um total de 71% dos pacientes apresentaram ingestão de zinco, vitamina E e vitamina C abaixo da recomendação e 36% apresentaram baixa ingestão de selênio. A ingestão energética, proteica e de micronutrientes foi semelhante entre os grupos. Os marcadores de EO (tiol, carbonil e atividade de catalase) não apresentaram diferença significativa quando comparados aos indivíduos saudáveis (2,71±0,21 vs 2,95±0,37 nmol de DTNB reduzido/mg; 0,19±0,04 vs 0,14±0,03 nmol/mg; 168,4±5,9 vs 171,8±7,1 U), nem entre os pacientes eutróficos, desnutridos e com sobrepeso/obesos (2,8±0,9 vs 2,9±1,2 vs 2,9±0,9 nmol de DTNB reduzido/mg; 0,16±0,1 vs 0,15±0,14 vs 0,16±0,09 nmol/mg; 167,0±24,7 vs 170,3±28,8 vs 157,5±44,1 U).
CONCLUSÕES: Os pacientes apresentaram baixa ingestão de micronutrientes antioxidantes, porém não foi encontrado aumento dos marcadores de EO nos pacientes em HD e o EN não influenciou os níveis desses marcadores. Sugere-se que outras defesas antioxidantes, possivelmente enzimáticas, parecem compensar a baixa ingestão de antioxidantes e manter o equilíbrio oxidativo nesta população.


TLP: 080

Associação entre escore de desnutrição-inflamação e tempo de hemodiálise emnefropatas em um hospital universitário

Autor(es): Gilvan Campos Sampaio; Laís Ferreira de Sousa; Jéssica Vasconcelos Oliveira Jorge Pereira; Antonia Caroline Diniz Brito; Elane Viana Hortegal; Raimunda Sheyla Carneiro Dias

Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão

INTRODUÇÃO: A desnutrição é um dos principais fatores que afetam adversamente o prognóstico do paciente renal crônico em diálise e tem sido associada ao aumento da morbidade e mortalidade nessa população. Vários métodos de avaliação nutricional têm sido propostos nos últimos anos. Os métodos de avaliação nutricional subjetivos tem se mostrado como boa opção na avaliação nutricional de pacientes renais crônicos submetidos à hemodiálise, os quais são comumente acometidos por complicações nutricionais. Este estudo teve como objetivo avaliar a associação entre o escore de desnutrição-inflamação (Malnutrition Inflammation Score -MIS) e o tempo de hemodiálise em nefropatas de um Hospital Universitário.
METODOLOGIA: Estudo de delineamento transversal com 82 pacientes com idade superior a 18 anos. Como parte da rotina hospitalar, foi realizada avaliação do estado nutricional baseada em parâmetrosantropométricos (peso, altura, Índice de Massa Corporal-IMC) e métodos subjetivos (Malnutrition Inflammation Score -MIS). Utilizou-se o teste Shapiro Wilk para avaliar a normalidade das variáveis. As variáveis quantitativas foram apresentadas por média e desvio padrão. Para comparação das variáveis qualitativas, foi utilizado o teste Qui-quadrado. O nível de significância adotado foi de 5%. Os dados foram analisados através do pacote estatístico STATA 10. 0.
RESULTADOS: Os pacientes apresentaram média de idade de 48,4 ± 16,4 anos, tempo médio de hemodiálise de 4,0 ± 2,9 anos, predomínio do sexo masculino (44,0%), ensino fundamental incompleto (41,0%) e mais da metade (54,0%) dos pacientes eram naturais do interior do estado. A avaliação do estado nutricional revelou maior prevalência de indivíduos normais/eutróficos tanto quando avaliados pelo IMC (52,4%) quanto segundo a MIS (81,7,0%). Com relação ao sexo, ambos apresentaram prevalência de estado nutricional normal segundo a MIS, com maioria do sexo masculino (86,4%) em relação ao sexo feminino (76,3%). Quanto à associação entre tempo de hemodiálise e estado nutricional, a maior parte dos pacientes apresentaram estado nutricional normal. No entanto, cerca de 22,0% dos pacientes com tempo de hemodiálise _ 5 anos demonstraram algum grau de desnutrição.
CONCLUSÃO: Apesar da baixa escolaridade, a maioria da população pesquisada apresentou estado nutricional adequado. Os pacientes com maior tempo de diálise apresentaram maior risco de desnutrição.


TLP: 081

Perfil Clínico de Pacientes submetidos à Hemodiálise em Unidade de Terapia Intensiva de um Hospital Universitário

Autor(es): Franklin Pablo Souza Vasconcelos; Carlos Eduardo Corsi do Amaral ; Samuel Pereira Alves; Izabella Mikaella Souza Campos D’Albuquerque; Isabela Cavalcante Salgado; Ithaan Barboza da Silva; Giselle Andrade dos Santos Silva; Maria de Fátima Costa; Dyego José de Araújo Brito; Natalino Salgado Filho

Universidade Federal do Maranhão

INTRODUÇÃO: A disfunção renal é umas das complicações patológicas mais frequentes entre os pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). As taxas de morbi-mortalidade desses pacientes são elevadas, mesmo com o avanço nas técnicas de hemodiálise.
MÉTODOS: Com o objetivo de traçar o perfil clinico dos pacientes que realizaram hemodiálise nas UTI’s Geral e Cardiológica do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (HU-UFMA), foi realizado um estudo clínico, observacional, descritivo, com delineamento transversal e coleta retrospectiva dos dados. Foram revisados os relatórios mensais de hemodiálise no período de abril a setembro de 2013, incluindo um total de 47 pacientes em tratamento. As informações coletadas foram repassadas para um banco de dados no Excel e analisados pelo Stata 10. 0.
RESULTADOS: Dentre os pacientes submetidos à hemodiálise, 42,55% (n=20) eram idosos e 51,06% (n=24) eram do sexo feminino. Segundo o local de internação, 76,60% (n=36) estavam na UTI Geral e 23,40% (n=11) na UTI Cardiológica. Em 51,6% (n=24) dos casos, o diagnostico funcional era de IRA e em 42,55% (n=20) de Doença Renal Crônica Terminal (DRCT). A principal etiologia da disfunção renal entre os pacientes com IRA foi sepse (54,17%) e dos pacientes com DRCT foi nefropatia diabética (54,54%). Em 26 (55,32%) casos, foi identificado o uso de drogas vasoativas. O número de procedimentos hemodialíticos realizados foi de 229, sendo 65,94% hemodiálise intermitente e 25,76% hemodiálise estendida; a média de sessões por paciente foi de 4,87. Durante os procedimentos foram registradas 72 intercorrências (31,44%), sendo hipotensão a mais frequente 75% (n=54). O número de óbitos registrados foi de 23 (48,94%), sendo 15 (65,22%) nos pacientes com IRA e 8 (33,33%) nos pacientes com DRC. O número de pacientes que deixaram a UTI em dialise foi 18 (38,30%).
CONCLUSÃO: Os resultados mostraram que a disfunção renal teve um elevado impacto no desfecho clínico dos pacientes internados nas UTI avaliadas. A mortalidade foi mais elevada entre os pacientes com diagnóstico funcional de IRA.


TLP: 082

Retreinamento do paciente em diálise peritoneal

Autor(es): Vanessa Burgugi Banin; Mayara Queiroz Thomé; Jacqueline C. Teixeira Caramori; Laudilene Cristina Rebello Marinho; Estela Regina Pacheco de Campos Pereira; Marcela Lara Mendes; Rogério Carvalho de Oliveira; Pasqual Barretti

Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP

Tendo em vista que a diálise peritoneal (DP) é terapia domiciliar, o papel educacional e de monitorização de adequação da técnica e do ambiente é fundamental para corrigir erros e prevenir infecções.
Com esse objetivo, o presente estudo, através da aplicação de questionários e da simulação da técnica de diálise peritoneal o presente estudo realizou um retreinamento (reciclagem) de todos os pacientes adultos em diálise peritoneal no HC- UNESP, com mais de 6 meses em terapia. O intuito foi identificar possíveis falhas de adequação do ambiente e de realização da técnica de diálise além de correlacionar esses achados com renda, escolaridade e número de eventos infecciosos (peritonites e infecções de orifício de saída).
Foram selecionados 22 pacientes, com média de seguimento em DP de 253 meses. Desses pacientes, 60% apresentaram simulação de técnica de diálise inadequada (com erros) e 34 % ambiente inadequado (armazenamento incorreto do material de diálise), sendo que entre esses últimos houve maior incidência de infecções de orifício de saída (p=0,04).
Há poucos estudos na literatura sobre retreinamento de técnica dos pacientes em diálise peritoneal, apesar de ser um assunto de grande importância visto que a principal causa de perda do método é decorrente de complicações infecciosas. Nosso estudo alerta sobre a importância da realização de reciclagens frequentes da técnica de diálise peritoneal (com todos os cuidados necessários para prevenir infecções) e orientações sobre a manutenção da adequação do ambiente em que essa diálise for realizada.
O prazo de seis meses do início da terapia já identifica erros corrigíveis e potencialmente graves ao paciente.


TLP: 083

Prevalência, controle e perfil da hipertensão arterial emhemodiálise no estudo CORDIAL

Autor(es): Jayme Eduardo Burmeister; Camila Borges Mosmann; Juliano Peixoto Bastos; Bruna Ortega Burmeister; Gisiane Munaro; Japão Drose Pereira; Deborah Wassaf Youssef; Guilherme Utz Melere; Guido Aranha Rosito

Curso de Medicina – Universidade Luterana do Brasil, Canoas

INTRODUÇÃO: Hipertensão arterial (HAS) é um fator de risco cardiovascular importante e com alta prevalência entre pacientes renais crônicos em hemodiálise (HD). Além disso, a maioria desses pacientes não apresenta níveis controlados da pressão arterial (PA). No Brasil, estes dados epidemiológicos são escassos.
MÉTODOS: Os 1215 pacientes adultos em HD em Porto Alegre em 2010-2011 foram incluídos no estudo CORDIAL. Dados de PA pré e pós-HD, assim como em dias sem HD, eram disponíveis para 1. 200 deles. Definiu-se HAS como PA sistólica e/ou diastólica pré-HD _140 e _90 mmHg respectivamente, ou o uso de qualquer medicação anti-hipertensiva. Controle da HAS foi definido como PA pré-HD <140/90mmHg e pós-HD <130/80mmHg. Foram utilizadas médias dos 3 últimos registros de PApré e pós-HD. Para PA fora da diálise, considerou-se a média de 3 ou mais valores recentes registrados em dias sem HD nos 2 meses prévios.
RESULTADOS: A média (DP) de idade dos pacientes era 52,7 (11,6) anos; 60,9% eram homens. A prevalência de HAS foi de 87,4% e apenas 20,3% destes tinham valores de PAcontrolados. Naqueles com não controle da PA pré-HD, 16% tinham PA pós-HD controlada. Apenas 18% mantinham PA <140/90mmHg fora da HD.
A prevalência de pressão de pulso _60mmHg foi maior nos não-controlados comparados aos controlados ou aos não-hipertensos, nas 3 situações (pré-, pós-, e fora da HD) – p<0,0001 (Quiquadrado) para todos.
Drogas anti-hipertensivas eram utilizadas por 96,1% dos hipertensos (95,6% dos não-controlados e 98,5% dos controlados), sem diferença na prevalência de uso de cada classe medicamentosa (iECA, BRA, betabloqueadores, antagonistas do canal do cálcio) entre os dois grupos.
Entre os controlados, a idade foi maior (p<0,0001 – teste-t) e havia mais idosos (_65 anos) -p<0,0001 – Qui-quadrado. Dentre os fatores de risco cardiovascular, diabetes e dislipidemia foram mais prevalentes entre os hipertensos do que entre os não-hipertensos (p<0,005 e <0,0001, respectivamente – Qui-quadrado) e havia mais idosos entre os não-hipertensos (p=0,02 – Qui-quadrado); tabagismo, sedentarismo e obesidade não apresentaram diferenças.
CONCLUSÕES: Aprevalência de HAS foi elevada, e a taxa de controle da PA foi baixa, sendo similares à outros estudos em diversos países. Em análise univariada, dislipidemia e diabetes foram os únicos fatores de risco cardiovascular que apresentaram associação significativa com o não controle da hipertensão.


TLP: 084

Prevalência de tabagismo em hemodialisados de umaclínica do estado do Rio de Janeiro

Autor(es): Valdebrando Mendonça Lemos; Laís Nani Rodrigues; Marinna B. Barros; Renata R. Justiniano; Rodrigo P. Azevedo

Faculdade de Medicina de Campos-RJ e Pró-Rim Clínica de Doenças Renais

INTRODUÇÃO: As doenças cardiovasculares (DCV) constituem principal causa de óbito em pacientes com doença renal crônica (DRC) em hemodiálise (HD). Nesses, a mortalidade por DCV é 10 a 20 vezes maior que na população geral, chegando a 44 vezes na presença de diabetes. A DCV ocorre em até 50% de assintomáticos em diálise, em razão dos muitos fatores de risco acumulados, dentre os quais o tabagismo. O objetivo do trabalho foi avaliar a incidência e características do tabagismo nessa população.
PACIENTES E MÉTODOS: Foram incluídos 215 pacientes, há pelo menos 3 meses em HD, com idade acima de 18 anos, em condições de informar quanto ao tabagismo. Os dados foram coletados mediante entrevista e revisão de prontuários. A análise estatística foi realizada com o software SPSS, com variáveis numéricas expressas como média e desvio padrão e mediana e extremos conforme a distribuição. As variáveis categóricas expressas em número absoluto e percentual. Significância estatística foi considerada quando p<0,05.
RESULTADOS: A média de idade foi 55±14 anos, sendo 132(61,4%) do sexo masculino, a maioria 131(60,9%) não branca. Amediana do tempo em HD foi de 54(3-263) meses. As etiologias de DRC mais frequentes foram hipertensão 141(65,6%) e diabetes 30(14,0%). Os fumantes ativos foram 15(7%), com média de 31±16 anos, na quantidade de 0,84±0,34 maços/dia, e carga tabágica de 28(2,8-61,5) maços-ano. Os que já haviam fumado foram 84(39,1%), com média de 21±14 anos, na quantidade de 1(0,1-3) maços/dia, e carga tabágica de 17(0,07-108) maços-ano. Daqueles 84 que pararam de fumar, 63(75%) pararam antes e 21(25%) após iniciar a HD. Os fumantes passivos foram 47(21,9%). Comparando o grupo de fumantes ativos e não fumantes, não houve diferença significativa quanto à idade, sexo, raça e etiologia. Quando comparado o grupo dos que já fumaram com os que nunca fumaram, os primeiros eram mais velhos [ 59±14 vs 53±13 (p=0,002)] e com maior prevalência do sexo masculino [70,2% vs 53,4% (p=0,017)]. Houve tendência a prevalecer a etiologia hipertensiva entre os que já fumaram [69% vs 61,2% (p=0,093)].
CONCLUSÕES: A prevalência de tabagismo ativo (7%) foi menor que a relatada na população não renal, o que possivelmente reflete uma preocupação maior com o risco cardiovascular ao iniciar o programa dialítico; enquanto a prevalência de expostos ao tabaco (46,1%) se aproximou do relatado na população renal.


TLP: 085

Avaliação do estado nutricional de pacientes em hemodiálise através do indice de massa corporal multiplicado pela albumina

Autor(es): Nélia Antunes; Adriana Moreira Franco; Angela Augusta Neri Barros

Clínica de Doenças Renais – CDR Unidade Anil, Rio de Janeiro

INTRODUÇÃO: O estado nutricional é um preditor de mortalidade em pacientes em hemodiálise (HD). A própria HD é um evento catabólico que pode levar à desnutrição. Como os pacientes em HD apresentam edema, o índice de massa corporal padrão (IMCp) não é um bom índice para avaliar o estado nutricional nestes pacientes. O índice de massa corporal modificado (IMC m) foi avaliado pelo IMCp (kg/m2) multiplicado pela albumina sérica (g/L) para compensar o edema. O objetivo do estudo foi avaliar se o IMCm pode ser mais um parâmetro para avaliação nutricional de pacientes em HD.
MÉTODOS: 215 pacientes em HD foram avaliados quanto aos níveis séricos de albumina (g/dL), ureia (mg/dL) pré HD, equivalente proteico do aparecimento de nitrogênio – PNA (g de proteína/kg/dia), IMCp (kg/m2) e IMCm (kg/m2xg/L). Os pacientes foram divididos em 3 grupos de acordo com o IMCm: Eutrofia – IMCm>750; Desnutrição leve – IMCm<750 e Desnutrição grave – IMCm<600) e de acordo com PNA (PNA>1,2; e PNA<1,2). . Os pontos de corte para desnutrição foram: albumina < 4,0 g/dL,ureia pré HD < 150 mg/dL, IMCp < 23kg/m2. . Os dados foram expressos como média ± desvio padrão. Para análise estatística foram utilizados os programas Sigma Stat e EpiInfo. Foram realizados os teste de ANOVA, Kruskal Wallis e Mann Whitney, qui-quadrado e regressão linear.
RESULTADOS: As médias foram: albumina: 3,9 ± 0,4 g/dL, ureia pré HD: 148,5 ± 40,9 mg/dL PNA: 1,67 ± 0,4 g/kg/dia, IMCp :23,9 ± 5,3 kg/m2, IMCm 928,3 ± 226,36 kg/m2xg/L. De acordo com IMCp, 77,7% dos pacientes eram eutróficos, 18,1% tinham desnutrição leve e 4,2% desnutrição grave (p < 0,001) e de acordo com PNA, 84,6% tinham PNA > 1,2 e 15,4% tinham PNA < 1,2 (p < 0,001). O IMCm apresentou correlação com PNA e ureia pré HD (r=0,20, p =0,04) em pacientes eutróficos e naqueles com desnutrição leve e desnutrição grave.
CONCLUSÃO: O IMCm pode ser um bom parâmetro nutricional para avaliação dos pacientes em HD, mas este é um trabalho inédito e sugere-se a realização de novas pesquisas a fim de verificar se o IMCm pode ser usado como método de avaliação nutricional nesses pacientes.


TLP: 086

Acidose metabólica em hemodiálise: prevalência e associação com o estado nutricional

Autor(es): Claudia Maria Costa de Oliveira; Caroline Lustosa da Costa Vidal; Eurinice Fontenele Cristino; Francisco Marto Leal Pinheiro Jr; Maria Helane Costa Gurgel; Marcos Kubrusky

Faculdade de Medicina UniChristus

INTRODUÇÃO: A acidose metabólica é um problema frequente em pacientes com doença renal crônica (DRC) e tem papel importante na patogênese da desnutrição energético-proteica na DRC.
OBJETIVOS: Avaliar a prevalência de acidose metabólica em hemodiálise e pesquisar sua associação com o estado nutricional.
MÉTODOS: Foi realizado um estudo transversal, sendo incluídos pacientes com idade superior a 18 anos, com tempo de diálise maior que 3 meses e sem contraindicação à realização de bioimpedância elétrica (BIE). O estado nutricional foi avaliado através de indicadores antropométricos (IMC), bioquímicos (albumina, creatinina, ureia, potássio, fósforo) e da BIE (massa magra, massa celular corporal e ângulo de fase). A BIE foi realizada antes do início da sessão de diálise, utilizando-se o BCM (Body Composition Monitor) da Fresenius Medical Care. A gasometria venosa foi colhida antes da diálise, sendo acidose metabólica definida como bicarbonato sérico (BIC) < 22 mEq/L. Os pacientes foram divididos em 3 grupos segundo BIC (< 15, 15-22 e > 22). A associação entre o BIC e as variáveis categóricas foi pesquisada usando o teste do qui-quadrado e para comparação de variáveis contínuas o teste de Kruskal Wallis. A correlação linear entre o BIC e as variáveis do estudo também foi testada. Um valor de p < 0,05 foi considerado estatisticamente significante.
RESULTADOS: Foram avaliados 95 pacientes, sendo 59% do sexo masculino, com idade média de 52,3 anos. A mediana do tempo em dialise foi 109,7 meses. A média do BIC foi 17,3 mEq/L (10,6-23,6) e do pH foi 7,29 (6,9-7,43). A prevalência de acidose metabólica foi 94%. O IMC, a creatinina e o ganho de peso interdialítico foram significativamente diferentes entre os 3 grupos de BIC (p=0,026, 0,05 e 0,016 respectivamente). O BIC apresentou correlação negativa significativa com ureia (r = -0,344; p = 0,001), fósforo (r= -0. 297; p= 0,003) e ganho de peso interdialítico (r= -0,319, p = 0,002). Não houve correlação significativa com albumina, ângulo de fase e índice de massa magra.
CONCLUSÃO: A prevalência de acidose metabólica foi elevada na população em estudo, e um BIC mais baixo correlacionou-se com valores maiores de ureia, creatinina, fósforo, ganho de peso interdialítico e menores de IMC. O estado metabólico não é avaliado de rotina nas clínicas de diálise, mas esta avaliação deveria ser implementada, considerando-se os efeitos negativos da acidose no estado nutricional e inflamatório e na doença óssea.


TLP: 087

Percepções de saúde e doença do paciente em tratamento hemodialítico

Autor(es): Jessica Poliana de Souza; Carlos Augusto da Silva; Dhebora Luiza Zöllner Sary; Dandara Novakowski Spigolon; Ana Paula Modesto

Pontifícia Universidade Católica do Paraná

INTRODUÇÃO: A hemodiálise é um tratamento renal substitutivo, indicado quando há deterioração irreversível da função dos rins. Para o seguimento adequado desta terapia, requer do paciente um compromisso sujeito a dificuldades e limitações cotidianas. Dentro deste contexto, saúde é definida como equilíbrio entre o bem estar biológico, social, mental e espiritual, e doença como sendo a alteração de um desses fatores ou a manifestação de sinais e sintomas, que pode refletir no dia a dia do paciente submetido à hemodiálise. Diante disto, para entender o que é saúde e doença na opinião desses indivíduos, objetivou-se com este estudo, avaliar a percepção de saúde e doença do paciente em tratamento hemodialítico.
MÉTODO: É uma pesquisa qualitativa, com entrevistas e uso do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC). Foi realizada numa clínica de hemodiálise em Curitiba-PR, na qual os pacientes respondiam a quatro perguntas abertas: O que é saúde?; Quando você se sente saudável?; O que é doença?; Quando você se sente doente?. As respostas foram gravadas e posteriormente transcritas e separadas por ideias centrais, dando origem ao DSC.
RESULTADOS: Foram entrevistados 63 pacientes, e a partir de suas respostas, obtivemos 9 discursos centrais: “Saúde é ausência de dor”; “Saúde é o bem estar físico e mental”; “Me sinto saudável quando posso fazer o que quero, poder realizar normalmente minhas atividades diárias e comer o que tenho vontade”; “Sempre estou saudável”; “A doença é algo que te deixa debilitado e lhe impede de viver normalmente”; “Doença é ter que fazer hemodiálise”; “Me sinto doente quando eu não posso fazer as coisas”; “Eu sempre me sinto um doente”; e “Eu nunca me sinto doente”.
CONCLUSÃO: Apesar da semelhança na situação dessas pessoas, no que diz respeito ao tratamento, a perspectiva de vida, as limitações e as dependências, ainda assim, a maneira como se posicionam frente à questão saúde e doença, são diferentes. Os discursos mostraram razões para mencionar que a suas percepções refletem na qualidade de vida, que pode ou não estar presente na vida do portador de DRC em tratamento hemodialítico, mas isto proverá do modo como este sujeito pondera os obstáculos determinados pela vida.


TLP: 088

A percepção dos pacientes em hemodiálise sobre adesão ao tratamento, dieta, exercícios físicos e ingesta hídrica

Autor(es): Ana Paula Modesto; Gabriela Senegaglia Biscaia; Patricia Netzel

PUCPR

INTRODUÇÃO: Quando os rins deixam de funcionar adequadamente a hemodiálise é uma opção de tratamento, que permite a remoção das toxinas e o excesso de água do organismo. Junto a isso o paciente deve se submeter a alterações no seu cotidiano, como: o controle de peso, atividades físicas, controle da ingesta hídrica e o comparecimento na clínica para as sessões de hemodiálise. É necessário o estudo sobre a adesão ao tratamento hemodialítico uma vez que observa-se o sofrimento e a resistência de alguns uma vez que ocorre alteração das funções orgânicas e no novo modelo de vida que o paciente deve-se adaptar, levado a uma rotina muitas vezes estressante. Neste contexto o objetivo deste trabalho é avaliar as percepções do paciente sobre a adesão ao modo de vida orientado aos pacientes em tratamento hemodialítico.
MÉTODOS: Trata-se de uma pesquisa qualitativa, com a realização de entrevistas e uso do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC) como técnica de análise dos discursos. Foi realizada numa clínica de hemodiálise em Curitiba-PR, na qual os pacientes respondiam a quatro perguntas abertas: Você considera importante aderir ao tratamento recomendado na hemodiálise? Como é a sua alimentação? Você pratica exercícios físicos? O que você faz para controlar o ganho de peso entre as sessões de hemodiálise? As respostas foram gravadas e posteriormente transcritas e separadas por ideias centrais, dando origem ao DSC.
RESULTADOS: Foram construídos 6 Discursos do Sujeito Coletivo com as seguintes ideias centrais: Em relação a adesão: “Sigo o tratamento é o único jeito para seguir com uma qualidade de vida melhor” Em relação a dieta: “Procuro fazer tudo que a nutricionista manda”, e “Não me importo com dieta!”. Em relação aos exercícios físicos: “Faço caminhadas diariamente” e “Não tenho condições de fazer exercícios”. E em relação à ingesta hídrica “Controlo em casa tomando pouco líquido”
CONCLUSÕES: A adesão ao tratamento hemodialítico pode ser influenciada por vários fatores que determinam a sua continuidade, no entanto, é realizada pela maioria dos pacientes do estudo.


TLP: 089

Correlação entre o índice de funcionalidade de Karnofskycom as variáveis clinicas, demográficas e de qualidade de vida do paciente em tratamento hemodialítico

Autor(es): Ana Paula Modesto; Audrey Kittel; Indira Balbino; Jessica Woehl; Kássia Higaki; Dandara Novakowski Spigolon

PUCPR

INTRODUÇÃO: A hemodiálise é um tratamento crônico que pode comprometer as funções fisiológicas, psicológicas, funcionais, sociais e as relações familiares, agravando-se naqueles que permanecem por longos períodos em tratamento. Dessa forma, os cuidados do paciente em tratamento hemodialítico envolvem aspectos além das questões técnicas e sintomáticas da doença renal, que visam ser avaliadas por uma equipe multidisciplinar. O índice de Karnofsky é um instrumento usado na avaliação da funcionalidade do paciente. Inicialmente, criado e utilizado na área da oncologia e atualmente vem ganhando espaço na avaliação de pacientes com doenças crônicas. Por não possuir custo, tem grande utilidade e praticidade na clínica. Nesso contexto, o objetivo desse trabalho é correlacionar o índice de funcionalidade de Karnofsky com variáveis clínicas, demográficas e de qualidade de vida do paciente em tratamento hemodialítico.
MÉTODOS: A amostra consistiu de 64 pacientes em tratamento hemodialítico em uma instituição especializada na cidade de Curitiba, PR. Os pacientes foram avaliados através de três instrumentos: um questionário sobre variáveis sócio-demográficas e clínicas; o índice de Karnofsky em relação o estado de funcionalidade; e o SF-36 quanto a qualidade de vida.
RESULTADOS: A pesquisa foi realizada com 64 pacientes maiores de 18 anos em tratamento hemodialítico. A média avaliada na pontuação do índice de Karnofsky foi 80,6, com a mediana de 80, pontuação máxima 100 e mínima de 40. Em relação ao sexo 39 eram homens e 25 eram mulheres. Não foram encontradas relações significativas entre os dados sócio-demográficos e clínicos com o índice de Karnofsky, porém foi visto uma correlação significativa entre este instrumento e o SF-36 no domínio de limitações por aspectos emocionais (p= 0,040).
CONCLUSÕES: O índice de Karnofsky possui correlação significativa com o índice de qualidade de vida no domínio de limitações por aspectos emocionais.


TLP: 090

Prevalência de obstipação intestinal em nefropatas dialíticos

Autor(es): Jéssica Vasconcelos Oliveira Jorge Pereira; Elane Viana Hortegal; Raimunda Sheyla Carneiro Dias; Laís Ferreira de Sousa; Gilvan Campos Sampaio; Antonia Caroline Diniz Brito; Aline Oliveira Diniz; Lilian Fernanda Pereira Cavalcante

Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão

INTRODUÇÃO: A obstipação intestinal é comumente observada em pacientes em hemodiálise. Promove grande desconforto, e leva à piora na qualidade de vida. Pode ser caracterizada pela exoneração de pequenas quantidades de fezes duras, de difícil passagem pelo ânus, sensação de evacuação incompleta ou necessidade de esforço durante a defecação, em frequência inferior a três vezes por semana, e ainda, pode estar associada a uma série de fatores. Este estudo teve como objetivo verificar a prevalência de obstipação intestinal em pacientes com doença renal crônica em tratamento de hemodiálise.
MÉTODOS: Estudo transversal, realizado com indivíduos submetidos à hemodiálise atendidos em um Hospital Universitário. O diagnóstico de obstipação intestinal foi definido com base no critério Roma III. As questões acerca dos fatores associados foram obtidas por meio de uma entrevista estruturada.
RESULTADOS: A amostra foi composta por 74 pacientes, sendo a maioria do sexo feminino (51,35%). A prevalência de obstipação intestinal foi de 52,7%. Prevaleceram pacientes com ingestão hídrica menor ou igual a um litro por dia (70,3%), que não praticavam atividade física (77%), não faziam uso de medicamentos laxantes (83,8%), e ainda, que não faziam uso do medicamento carbonato de cálcio (90,5%). Na análise por sexo, homens e mulheres apresentaram prevalências semelhantes de obstipação (52,8% vs 52,6%). Quando avaliados de acordo com a presença ou ausência de obstipação, foi observado que aqueles que eram obstipados tinham ingestão hídrica menor ou igual a 1 litro (71,8% vs 28,3%), não praticavam atividade física (79,5% vs 20,5%), não faziam uso de medicamentos laxantes (76,9% vs 23,1%) e não utilizavam o carbonato de cálcio (89,7% vs 10,3%).
CONCLUSÃO: A obstipação intestinal foi relativamente frequente na população estudada, com distribuição semelhante entre os sexos. O grupo obstipado era mais sedentário, com baixa ingestão hídrica e não fazia uso de medicamento laxante ou carbonato de cálcio.


TLP: 091

Efeito comparativo das modalidades de diálise peritoneal nos biomarcadores do metabolismo mineral

Autor(es): R. Weissheimer1; M. Olandoski1; TP. Moraes1; LA. Neto1; NM. Lopes1; P. Barretti2; AE. Figueiredo3; R. Pecoits-Filho1; F. Barreto1; DV. Barreto1

1. Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Curitiba, Brazil
2. Universidade Estadual do Estado de São Paulo – UNESP, Botucatu, Brazil
3. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Porto Alegre, Brazil

OBJETIVO: Avaliar o efeito das modalidades de diálise peritoneal, automatizada (DPA) vs. ambulatorial contínua (DPAC), nos níveis séricos de fosfato (P), cálcio (Ca) e fosfatase alcalina (FA) em pacientes adultos e incidents nessa terapia durante um ano.
MÉTODOS: Esta é uma subanálise de um estudo multicêntrico, observacional e prospective (BRAZPD). Foram incluídos na análise pacientes que tiveram, no mínimo, nos três primeiros e três últimos meses dosagens de Ca, P e FA e tratados exclusivamente com DPA ou DPAC, durante um ano. Teste T-student, Exato de Fisher’s ou Qui-quadrado foram usados na comparação. O modelo ANOVA foi usado para comparar os resultados entre as modalidades. E o modelo ANCOVA foi usado para comparar o início e o final do estudo para cada parâmetro. Foram ajustados para indíce de massa corporal, diabetes, creatinina sérica inicial e hemodiálise prévia.
RESULTADOS: Foram avaliados 237 em DPA vs. 228 em DPAC. Pacientes em DPA tinham idade mais elevada (61.5±15.6 vs. 57.8±149a, p=0.009), maior creatinina sérica basal (7.1±3.9 vs. 6.3±3.8mg_dL, p=0.027) e menor número de pacientes em hemodiálise prévia (38.8% vs. 50.4%, p=0.027). O fosfato inicial e final do estudo foi significativamente maior nos pacientes em DPA (5.10±1.28 vs. 4.86±1.20, p=0.04 and 5.10±1. 53 vs. 4.62±1.16mg_dL, p<0.001). Entretanto, o P reduziu-se significativamente nos pacientes em DPAC mas não nos pacientes em DPA (-0.238±1.205 vs. 0.004±1. 405, p=0. 01). O cálcio inicial e final do estudo foi significativamente maior nos pacientes em DPA (9.21±0.77 vs. 9.04±0.75 e 9.30±0,71 vs. 9.11±0.79mg_dL, p=0.003), porém não houve mudança ao longo do tempo (0.08±0.87 vs. 0.07±0.81, p=0.81). A fosfatase alcalina no início e no final do estudo não foi significativamente diferente entre as modalidades (140±105 vs. 124±89 e 138±106 vs. 128±103, p=0.123), e não houve mudança ao longo do tempo (-2.15±91.3 vs. 4.18±89.5, p=0.83).
CONCLUSÕES: As modalidades de diálise peritoneal parecem ter efeito direto nos níveis de fósforo em paciente incidentes nessa terapia. Sabendo-se que hiperfosfatemia tem sido associado com maior risco de mortalidade em pacientes com doença renal crônica, novos estudos são necessarios para melhor avaliar se o controle inadequado do fósforo está associado, em DPA, a piores desfechos.


TLP: 092

Impacto dos cuidados pré-dialise nos desfechos clinicos de pacientes em dialise peritoneal: somente uma boa DP não é o suficiente

Autor(es): Dandara N. Spigolon; Thyago P. Moraes; Ana Paula Modesto; Ana E. Figueiredo; Pasqual Barretti; Marcus Gomes Bastos; Roberto Pecoits-Filho

INTRODUÇÃO: A estruturação e implementação de cuidados pré-diálise estão relacionadas a um aumento da utilização da diálise peritoneal (DP), mas a associação entre os cuidados pré-diálise e melhores resultados nos desfechos clínicos dos pacientes na DP ainda estão a ser descritos. Por isso, este estudo teve como objetivo analisar o impacto do atendimento pré-diálise no paciente e a sobrevida da técnica em DP.
MÉTODOS: Obteve-se 7.007 pacientes com cuidados pré-diálise, com 90 dias de acompanhamento pela equipe de nefrologia no período pré-diálise; e aqueles sem cuidados pré-diálise com menos de 90 dias de acompanhamento por equipe de nefrologia ou ausente no período pré-diálise. Foram incluídos na análise somente aqueles que iniciaram em DP. As características clínicas foram comparadas entre os dois grupos e os parâmetros considerados foram mortalidade, falha da técnica e tempo para o primeiro episódio de peritonite. Foi utilizada análise de Cox ajustada para diversas variáveis.
RESULTADOS: Houve diferenças de raça (branca) (65,6% e 69,8%, p=0,005); sexo (feminino) (47,0% e 50,4%, p=0,033); alfabetização <4 anos (61,4% e 70,7%, p<0,001); experiência do centro (41,3 ± 24,8 e 48,3 ± 26,0 pacientes/ano, p<0,001); IMC (kg/m2) <18,5 (5,3% e 7,2%, p<0,001); escore de Davies 0 (33,4% e 39,1%, p<0,001) e escore 1-2 (41,3% e 41,9%, P<0,001), respectivamente para, >90 dias e <90 dias de atendimento pré-diálise. Anemia (hemoglobina <10g/dl) (26,2% e 30,8%, p=0,003); hipocalemia (<3,5 mEq / l) (7,3% e 9,0%, p<0,001) e hipercalemia (>5,5 mEq / l) (5,2% e 8,7%, p<0,001) foram mais comuns em pacientes com <90 dias de atendimento pré-dialítico. A sobrevida foi menor nos pacientes com <90 dias de atendimento pré-diálise (1,31, IC95%: 1,13-1,53). Além disso, sobrevivência da técnica era pior neste grupo de pacientes (1,22, IC95%: 1,01-1,48). Observouse que não há diferença no primeiro episódio de peritonite (0,97, IC95%: 0,84-1,11).
CONCLUSÕES: Piores condições socioeconômicas, maior comorbidade e pior controle bioquímico foram observados em pacientes sem atendimento pré-dialítico, afetando contundentemente resultados clínicos em DP. Uma assistência pré-diálise adequada deve ser priorizada, a fim de oferecer aos pacientes em DP melhores resultados.


TLP: 093

Estudo retrospectivo sobre infecção decateteres duplo lúmen em um centro de hemodiálise

Autor(es): Mariana Ribeiro y Ribeiro; Vanessa Ciccilini Guerra; Miguel Moyses Neto; Osvaldo Merege Vieira Neto; Juliana Ribeiro Queiroz

Serviço de Nefrologia de Ribeirão Preto

A utilização de cateter temporário duplo-lúmen (CDL), inseridos em veias de grande calibre, é cada vez mais utilizado em centros de hemodiálise, alcançando taxas superiores a 25%. A infecção associada ao CDL é de grande relevância, pois acarreta altas taxas de morbidade e mortalidade, tornando a hemocultura um exame de importante valor preditivo nessa infecção. O objetivo desse estudo foi traçar o perfil epidemiológico das infecções de CDL em um serviço de hemodiálise, bem como analisar a sensibilidade dos agentes mais prevalentes aos antibióticos e verificar complicações relacionadas, bem como a necessidade de internação hospitalar.
Foi realizado um estudo retrospectivo através dos prontuários em um período de 6 meses, sendo incluídos os pacientes que estavam em uso de CDL e apresentaram bacteremia. Seguindo protocolo do serviço, foram solicitados hemocultura em vigência desse quadro, retirado o CDL e iniciado antibioticoterapia para cobertura dos germes mais prevalentes, sendo afastados outros focos infecciosos.
Foram coletadas 47 amostras de 42 pacientes (5 pacientes tiveram duas amostras colhidas), devido a suspeita de bacteremia no período, com 33% das hemoculturas resultando positivas. Os agentes mais frequentes encontrados foram Staphylococcus aureus, Pseudomonas sp, Acinetobacter sp, Proteus, Klebsiella e uma pequena percentagem de leveduras. O tempo máximo de permanência desses cateteres foi aproximadamente de 30 dias, sendo todos retirados no episódio de bacteremia. Internação hospitalar foi necessária em 14% dos casos devido complicações, como choque séptico. Dentre esses, um paciente evoluiu com quadro de discite, apresentando lombalgia refratária ao uso de opióides associada à febre e hemocultura positiva, além de exames de imagem compatíveis com o quadro, evoluindo à óbito. A maioria dos agentes apresentava perfil com multisensibilidade, fazendo com que a resposta a antibioticoterapia fosse satisfatória na quase totalidade dos casos.
Embora tenha sido um estudo com número pequeno de pacientes e em um único centro, o grande número de colonização e bacteremia relatados, e a ocorrência de complicações infecciosas justificam a proposta de se realizar uma rotina com coleta de hemoculturas para monitorizar a colonização em pacientes de hemodiálise em uso de cateter de duplo lúmen.


TLP: 094

Morbi-mortalidade cardiovascular em diálise peritoneal: um estudo prospectivo

Autor(es): Vanessa Ciccilini Guerra; Mariana Ribeiro y Ribeiro; Susana Zanardo Chiozi; Miguel Moyses Neto; Osvaldo Merege Vieira Neto; Aline Santos de Sousa

Serviço de Nefrologia de Ribeirão Preto

Segundo relatos da literatura, pacientes com IRC em Diálise Peritoneal têm elevados índices de morbidade e mortalidade cardiovasculares.
Baseado nisso, buscamos verificar as causas de morbidade e mortalidade cardiovasculares entre pacientes portadores de insuficiência renal crônica (IRC) em programa regular de diálise peritoneal (DP).
Realizamos um estudo prospectivo no qual foram avaliados os pacientes que iniciaram tratamento em diálise peritoneal ambulatorial contínua (CAPD) ou diálise peritoneal automatizada (APD) neste serviço, no período de Julho de 2001 a Dezembro de 2013, totalizando 149 meses de observação. Registradas todas as internações, suas causas e a evolução dos pacientes. Nos 149 meses de observação foram admitidos 342 pacientes, sendo que 112 (32,75%) necessitaram de internação devido a problemas cardiovasculares. Dentre estes pacientes, a maioria era submetida a CAPD e a idade média foi de 62 anos, variando de 21-92 anos. Praticamente metade (49%) dos pacientes que internaram por problemas cardiovasculares eram diabéticos. O tempo em diálise variou de 1 a 122 meses, com média de 24,6 meses de tratamento. Foram computadas 864 internações no período, sendo 203 (23,5%) por causas cardiovasculares e dentre elas, as principais foram: Edema Agudo de Pulmão (28,6%), Crise Hipertensiva (16,2%), Insuficiência Cardíaca Congestiva (23,1%), Acidente Vascular Cerebral (9,9%), Infarto Agudo do Miocárdio (7,4%) e outras causas (14,8%). Dos 304 pacientes avaliados no período, 156 evoluíram a óbito, sendo 25,6% por eventos cardiovasculares: 35% por Infarto Agudo do Miocárdio, 32,5% por Insuficiência Cardíaca Congestiva,20% por Acidente Vascular Cerebral e 12,5% por outras causas. Vinte e um por cento dos pacientes foram a óbito por morte súbita no domicílio, o que também é sugestivo de problemas cardiovasculares. Dos 156 pacientes que foram a óbito no período, 46,2% eram diabéticos. Nessa casuística, foi evidenciado um alto índice de internação e mortalidade devido a problemas cardiovasculares entre os pacientes portadores de IRC em DP, dados estes que estão em concordância com a literatura. Em torno de 50% dos pacientes internados e que foram a óbito devido a etiologia cardiovascular eram portadores de DM.


TLP: 095

Morbidade e mortalidade em pacientes com insuficiência renal crônica (IRC), em programa de diálise peritoneal

Autor(es): Mariana Ribeiro y Ribeiro; Vanessa Ciccilini Guerra; Susana Zanardo Chiozi; Miguel Moyses Neto; Osvaldo Merege Vieira Neto

Serviço de Nefrologia de Ribeirão Preto

OBJETIVO: Verificar as causas de morbidade e mortalidade mais freqüentes em pacientes submetidos a Diálise Peritoneal.
PACIENTES E MÉTODOS: Foram avaliados todos os pacientes que iniciaram tratamento em CAPD (Diálise Peritoneal Ambulatorial Contínua) e APD (Diálise Peritoneal Automatizada) no período de julho de 2001 a junho de 2013, totalizando 12 anos de observação. Foram registradas todas as internações, suas causas e a evolução dos pacientes. Pacientes com peritonite são internados rotineiramente nesse Serviço para tratamento.
RESULTADOS: Nos 12 anos de observação, foram admitidos no Serviço 339 pacientes. O fator de risco da Insuficiência Renal Crônica (IRC) mais prevalente foi o diabetes em 41,3% dos pacientes, seguido por hipertensão em 30,7% dos pacientes, nefropatia de etiologia desconhecida em 8,8% e outras causas em 19,2% dos pacientes. Desse total, 53,7% foram submetidos a CAPD e 46,3% a APD; a idade média foi de 63. 3 anos, variando de 1-94 anos; 51% dos pacientes eram do sexo masculino e 84,4% eram brancos. O tempo em diálise variou de 1 a 134 meses, com média de 22,2 meses de tratamento. Foram computadas 953 internações em 279 pacientes. As principais causas de internação foram infecciosas (40%) e cardiovasculares (24,2%). Dos pacientes internados por problemas infecciosos, 61,6% foram internados por peritonite (incluindo recidivas de peritonites), 18,9% por pneumonia, 5,6% por ITU e 13,9% por outras causas. Das causas cardiovasculares, 26,1% foram internados por edema agudo de pulmão, 16,9% por crise hipertensiva, 16,0% por ICC, 10,8% por acidente vascular cerebral, 7,8% por IAM e 22,4% por outras causas. Do total dos pacientes avaliados no período, 53,1% foram a óbito, 17,6% mudaram de tratamento, 5,9% transplantaram, 2,0% foram transferidos de serviço e 1,5% apresentou recuperação da função renal. Dos 180 pacientes que foram a óbito, 35,5% foram por sepse, 47,8% por causa cardiovascular (43% por morte súbita no domicílio) e 16,7% por outras causas.
CONCLUSÕES: A maior causa de morbidade dos pacientes foi a de problemas infecciosos, seguida por eventos cardiovasculares. A maior causa de mortalidade dos pacientes foi a de eventos cardiovasculares seguidos das causas infecciosas no período estudado.


TLP: 096

Infecção como principal causa de mortalidade em uma população em diálise

Autor(es): Cláudia Ribeiro; Pedro Augusto Macedo de Souza

Santa Casa de Belo Horizonte

INTRODUÇÃO: A mortalidade na população em diálise é maior que na população geral sem doença renal crônica (DRC) e embora tenha reduzido neste século apenas 50% deles estarão vivos após o terceiro ano de diálise. Entre as principais causas de óbito estão as doenças cardiovasculares e infecção.
OBJETIVO: Analisar o perfil de mortalidade dos pacientes em tratamento dialítico em um Centro de Nefrologia, comparando-os quanto à modalidade de diálise.
MÉTODOS: Avaliamos o perfil dos pacientes que faleceram em um Centro de Nefrologia no período de Julho de 2009 a Maio de 2014 nos seguintes aspectos: idade, sexo, tempo em diálise, tipo de diálise – Hemodiálise (HD) ou diálise peritoneal (DP), etiologia da DRC, causa mortis. Foram excluídos da análise pacientes que estavam em diálise por menos de 3 meses.
RESULTADOS: Neste período faleceram 235 pacientes que estavam em diálise. Destes 41 estavam em DP e 194 em HD. O tempo médio em diálise foi de 44,5 meses nos pacientes em HD e 25 meses nos pacientes em DP, sem diferença estatística. Amediana de idade não foi diferente nos dois grupos porém mais pacientes do sexo feminino estavam em DP (p=0,04). A principal causa da DRC foi nefropatia diabética seguida de doença vascular renal em ambos os grupos. Não houve diferença na sobrevida destas duas populações nem quanto à mediana de internações/ano. A principal causa de óbito foi infecciosa e mais pacientes em DP tiveram infecção como causa de óbito quando comparados aos pacientes em HD, 48,8% versus 27,8%, p=0,009. Choque séptico foi o principal diagnóstico que estes pacientes em DP receberam (60%) sendo que 35% destes foram admitidos com quadro de peritonite. Não houve diferença quanto as causas cardiovascular, cerebrovascular, neoplasia e outras entre os grupos. Chama a atenção nesta análise a grande quantidade de pacientes falecidos por causa indeterminada sendo 29,4% no grupo em HD e 24. 4% no grupo em DP.
CONCLUSÃO: Embora dados mundiais ressaltem a contribuição da doença cardiovascular como principal causa de óbito em pacientes em diálise nosso estudo evidenciou infecção como maior causa de óbito nesta população, sobretudo em DP, ressaltando-se a contribuição da peritonite. Em torno de 1/4 dos óbitos a causa não pode ser determinada, talvez pela ocorrência de óbitos no domicílio.


TLP: 097

Impacto do tipo de acesso vascular no perfil de mortalidade de pacientes em hemodiálise

Autor(es): Pedro Augusto Macedo de Souza; Cláudia Ribeiro

Santa Casa de Belo Horizonte

INTRODUÇÃO: A mortalidade na população em diálise é maior que na população geral sem doença renal crônica (DRC) e embora tenha reduzido neste século apenas 50% deles estarão vivos após o terceiro ano de diálise. O tipo acesso vascular pode estar relacionado diretamente com a mortalidade.
OBJETIVO: Analisar o perfil de mortalidade dos pacientes em tratamento hemodialítico em um Centro de Nefrologia, comparando-os quanto ao tipo de acesso vascular.
MÉTODOS: Avaliamos o perfil dos pacientes que faleceram no Centro de Nefrologia da Santa Casa de Belo Horizonte no período de Julho de 2009 a Maio de 2014 nos seguintes aspectos: idade, sexo, tempo em hemodiálise (HD), etiologia da DRC, causa mortis, tipo de acesso vascular. Foram excluídos da análise pacientes que estavam em HD por menos de 3 meses.
RESULTADOS: Neste período faleceram 194 pacientes que estavam em HD por mais de 3 meses. Destes, 112 estavam em HD por fístula arteriovenosa (FAV) e 82 por cateter (CDL). O tempo médio em terapia renal substitutiva foi maior nos pacientes com FAV (p<0,01). A mediana de idade não foi diferente nos dois grupos porém mais pacientes do sexo feminino estavam em HD por CDL que por FAV (59,8% versus 34,8%,p=0,001). A idade não foi diferente entre os grupos com FAV e CDL. A principal etiologia da DRC foi nefropatia diabética seguida de doença vascular renal em ambos os grupos. Pacientes com CDL tiveram significativamente maior número de internações/ano e uma sobrevida de 25 meses e significativamente menor quando comparados aos pacientes com FAV (60 meses, p=0,002). A principal causa de óbito foi infecciosa em ambos os grupos, porém mais pacientes com CDL tiveram infecção como causa de óbito quando comparados aos pacientes com FAV, 37,8% versus 20,5%, p=0,008. Óbito por causa cardiovascular foi a segunda mais frequente sem diferença entre os grupos assim como cerebrovascular, neoplasia ou outras.
CONCLUSÃO: Embora dados mundiais ressaltem a contribuição da doença cardiovascular como principal causa de óbito em pacientes em HD este estudo evidenciou infecção como maior causa de óbito nesta população, sobretudo nos pacientes com acesso por CDL. É conhecida a morbimortalidade associada ao acesso vascular por CDL e esforços devem ser direcionados para programas de encaminhamento precoce para a confecção e vigilância de acesso vascular em diálise.


TLP: 098

Análise da distribuição compartimental de fósforo em pacientes com disfunção renal crônica em hemodiálise

Autor(es): Marina da Silva Telles Naegeli; Eliza Vardiero Morais; Mauro Velho de Castro-Faria; Mauricio Younes-Ibrahim

1. INTRODUÇÃO A redução da excreção renal de fósforo acompanha a progressão da doença renal crônica terminal (DRCT) e a cinética das concentrações compartimentais de fósforo intra e extracelular durante a hemodiálise ainda não é bem caracterizada na literatura. Apenas o fosfato sérico é rotineiramente dosado clinicamente, embora o fósforo seja um íon predominantemente intracelular. Assim sendo, propomos a avaliação da concentração de fósforo intracelular em eritrócitos, na expectativa de encontrar um parâmetro mais específico para caracterizar a cinética bicompartimental do íon.
3. MÉTODOS O estudo prospectivo observacional, com pacientes portadores de DRC que expressaram consentimento livre e esclarecido, em projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa. A técnica para dosagem intracelular de fósforo foi desenvolvida pelo nosso grupo utilizando amostras de sangue de 15 pacientes portadores de DRCT, avaliados pré e pós procedimento hemodialítico. O controle foi realizado contra 10 voluntários saudáveis.
4. RESULTADOS Valores médios absolutos intraeritrocitários foram naturalmente superiores aos plasmáticos. Pacientes com DRCT apresentaram fósforo intraeritrocitário (PiI) pré diálise de 8364 ± 1768 e fósforo sérico (PiS) de 1505 ± 506 mmol/l, com os valores pós diálise respectivamente 6473 ± 1295 e 979 ± 423 mmol/l. Os valores do grupo controle (PiI) 6642 ± 717 e (PiS) 976 ± 214 mmol/l. Após HD houve redução significante da hiperfosfatemia e os valores séricos do íon atingiram resultados semelhantes aos encontrados no grupo controle. Analisando os pacientes no momento pré dialítico e após término imediato do procedimento, constatamos uma diferença na mobilização do fósforo entre os dois compartimentos. Comparativamente, em nosso experimento, a média percentual de redução do fósforo nos resultados dos exames pós HD em relação ao pré HD, foi de 33 ± 21 % para os valores plasmáticos e 22 ± 12 % para os intraeritrocitários.
CONCLUSÃO: Os resultados preliminares mostram uma técnica laboratorial útil para a dosagem de fósforo intraeritrocitário, com a reprodução de valores iônicos previamente determinados na literatura. O monitoramento do conteúdo de fósforo intracelular pode ser um novo potencial marcador clínico para ser utilizado no controle da sobrecarga corporal de fósforo e na adequação das prescrições de hemodiálise.


TLP: 099

Hemodiálise diária: qualidade de vida para pacientes emTerapia Renal Substitutiva

Autor(es): Marcia Oliva; Gladys de Jesus Matta; Natália Lucena; Aline Moraes Teodoro; Cássia Saavedra; Adriana Freire Luis; Talita Cardoso Proença; Talita Mourão; Leticia dos Santos; Walter Gomes da Silva

ART-Assistência Renal Total

Pacientes com problemas cardiológicos e com intolerância a ultrafiltração durante a realização de hemodiálise convencional apresentavam dificuldades para atingir os indicadores de efetividade dialítica e do controle da volemia, devido à intercorrências que apresentavam durante o procedimento. A hemodiálise diária (Hdd) passou a ser o método dialítico indicado para melhorar os sintomas, os resultados de exames laboratoriais e a qualidade de vida.
O estudo foi realizado no período de Janeiro de 2013 a maio de 2014, foram incluídos os pacientes com cardiopatias e com dificuldades de manter a estabilidade hemodinâmica, que estavam realizando Hdd por mais de seis meses, por seis vezes na semana, com o tempo de diálise de 2 horas e 30 minutos. Os dados foram coletados através de pesquisa nos prontuários. A idade média foi de 35 a 82 anos, sendo 92 % do sexo masculino e 8% do feminino; 23% tinham nefroesclerose diabética, 85 % nefroesclerose hipertensiva como doenças de base.
RESULTADOS: 77% tinham o fósforo sérico até 5,5 mg/dl; 62% hematócrito maior ou igual a 35% e Hemoglobina acima de 12 mg/dl; 77% apresentaram o produto Cálcio X Fósforo abaixo de 55 mg/dl; 84% tinham o potássio sérico entre 3,5 a 5,5 meq/l; 84% tinham a pressão arterial controlada sem uso de anti-hipertensivos; 16% tiveram a fístula artério venosa trombosada, não houve óbito no período e nenhum paciente apresentou desejo de retornar a hemodiálise convencional.
Os autores concluíram que a hemodiálise diária foi um procedimento que mostrou resultados positivos para atingir os parâmetros de qualidade dialítica, favoreceu o controle da volemia, da pressão arterial, da anemia, melhorando a qualidade de vida e a sobrevida dos pacientes do grupo estudado.


TLP: 100

Importância dos fatores sociodemográficos e nutricionaisno desenvolvimento de peritonites em diálise peritoneal

Autor(es): Mariana Silva Camargo de Souza; Maria Cristina da Silva Brotero de Assis; Kátia de Barros Correia Gonzaga; José Adilson Camargo de Souza; Monise Nardi Avila; Magdaleni Xagoraris; Jerônimo Ruiz Centeno; Manuel Carlos Martins Castro; Aline de Araujo Antunes

Instituto de Nefrologia de Taubaté – Taubaté – São Paulo

INTRODUÇÃO: A peritonite é uma das principais complicações da diálise peritoneal (DP). Sua prevalência é muito variável entre as diversas unidades de diálise. No Brasil, poucos estudos têm avaliado o impacto dos fatores sociodemográficos e do estado nutricional sobre a ocorrência de peritonites em DP.
OBJETIVO: Avaliar se as variáveis sociodemográficas: sexo, idade, escolaridade (analfabeto ou 1º grau vs. 2º ou 3º grau), classificação econômica (classes A ou B vs. C,D ou E), tempo em DP, presença de Diabetes Mellitus (S ou N), origem do paciente (sem tratamento prévio ou transferência da HD), responsável pela DP (cuidador ou paciente) e o estado nutricional (desnutrido ou risco nutricional vs. eutrofia, sobrepeso ou obesidade) estão relacionados com o risco de desenvolver peritonite em DP.
MÉTODOS: As variáveis sociodemográficas de 81 pacientes com DRC estagio 5D tratados com DP (80 em DPA e 1 em DPAC) no período de 1º de janeiro de 2013 a 31 de março de 2014 foram avaliadas. A classificação econômica foi realizada através do questionário da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP) e a avaliação do estado nutricional foi feita de acordo com as normas da Sociedade Internacional de Nutrição e Metabolismo Renal (Kidney Int (2008) 73: 391-8). O diagnóstico de peritonite foi baseado nos critérios clínicos e laboratoriais usuais.
RESULTADOS: A idade média dos pacientes foi de 57,7±16,9 anos, 57% eram mulheres, 64% iniciaram o tratamento em DP e 36% foram transferidos da HD. 36% eram diabéticos, em 74% um cuidador era responsável pela DP e o tempo médio no programa de DP foi de 24,0±23,6 meses. 56,8% eram analfabetos ou tinham apenas o 1º grau, 68,7% eram das classes C,D ou E e 47% eram desnutridos ou em risco nutricional. 75% não apresentaram peritonite durante o período de seguimento, a taxa foi de 1 peritonite a cada 25,2 meses. Nenhuma das variáveis estudadas foi estatisticamente diferente entre os pacientes com ou sem peritonite. O mesmo ocorreu quando se comparou os pacientes com um vs. dois ou três episódios de peritonite. Apenas o tempo em DP foi maior nos pacientes com duas ou três peritonites (32,0±32,3 vs. 15,8±18,9 meses;p<0,05).
CONCLUSÕES: Nossos resultados mostram que, em nossa casuística, os índices sociodemográficos e o estado nutricional não foram determinantes para a ocorrência de peritonite em DP, bem como o número de episódios de peritonites por paciente.


TLP: 101

Relação entre a concentração do sódio plasmático medida por eletrodo iônico seletivo e a concentração estimada pelomódulo OCM®-Fresenius

Autor(es): Manuel Carlos Martins Castro; Celina de Fátima e Silva; Juliana Maria Fazenda; Kátia de Barros Correia Gonzaga; Magdaleni Xagoraris; Jerônimo Ruiz Centeno; José Adilson Camargo de Souza

Instituto de Nefrologia de Taubaté -Taubaté – São Paulo

INTRODUÇÃO: A diferença entre a concentração de sódio [Na] no plasma e no dialisato é fundamental para o balanço de Na na hemodiálise. Alguns estudos sugerem que a [Na] ideal no dialisato seja igual à [Na] no plasma. Isto evitaria a hipotensão intradialítica e a hipertensão interdialítica. Portanto, acesso online à [Na] plasmático poderia auxiliar na prescrição da [Na] no dialisato.
OBJETIVO: Avaliar se a estimativa da [Na] plasmático, realizada pelo módulo OCM®-Fresenius, se correlaciona com a [Na] plasmático medida por eletrodo iônico seletivo.
MÉTODOS: A [Na] plasmático pré-diálise foi medida em 243 pacientes dialisados com a hemodializadora Fresenius 4008S V10, equipada com o módulo OCM que estima o Kt/V online através da dialisância iônica do sódio. Paralelamente, a estimativa da [Na] plasmático durante a primeira leitura do Kt/V online foi registrada. Todos os pacientes foram dialisados contra uma [Na] fixa no dialisato de 137mEq/l.
RESULTADOS: A [Na] plasmático pré-diálise foi de 138,1±2,79 mEq/l e do NaOCM 135,5±2,13 mEq/l (p<0,0001). Houve uma boa correlação entre esses valores (r=0,63; p<0,0001). Entretanto, a diferença entre eles foi de 2,65±2,10 mEq/l, fazendo com que esses valores não sejam intercambiáveis. A [Na] plasmático pósdiálise foi de 137,0±1,37 mEq/l, significativamente menor que a [Na] pré-diálise e convergindo para a [Na] no dialisato.
CONCLUSÃO: Nossos resultados mostram que a estimativa da [Na] plasmático através do módulo OCM®-Fresenius subestima, significativamente, a [Na] plasmático medida através de eletrodo iônico seletivo, não permitindo que esses valores sejam utilizados para individualizar a [Na] no dialisato.


TLP: 102

Efeitos da correção da acidose no Distúrbio Mineral e Ósseo da Doença Renal Crônica em pacientes em hemodiálise

Autor(es): Alessandra Martins Bales; Rosa M. A. Moyses; Luciene dos Reis; Fabiana Graciolli; James Hung; Manuel Carlos Martins Castro; Rosilene Motta Elias

Universidade de São Paulo

INTRODUÇÃO: Acidose metabólica é uma complicação comum entre os pacientes com doença renal crônica e muitas vezes não é completamente corrigida pela hemodiálise. Acidose pode causar prejuízo no estado nutricional e piora da doença óssea. Entretanto, poucos estudos avaliaram o efeito da correção da acidose nos parâmetros do Distúrbio Mineral e Ósseo da Doença Renal Crônica (DMO-DRC).
OBJETIVOS: investigar o impacto da correção da acidose metabólica no DMO-DRC.
MÉTODOS: foram estudados prospectivamente 48 pacientes em hemodiálise com idade media de 43 ± 19 anos. Ajustes individualizados no bicarbonato do dialisato (dBic) foram feitos para manter o bicarbonato pré diálise >22mEq/LFoi realizada análise gasométrica mensalmente por 4 meses (M1 a M4), além de avaliação de variáveis bioquímicas nos meses M0 e M4.
RESULTADOS: Bicarbonato e pH aumentaram e mantiveram-se no alvo durante o estudo (p<0. 05). Apesar de ter ocorrido aumento do sódio sérico, não se observou aumento do ganho de peso interdialítico ou da necessidade de ajuste nas drogas hipotensoras. Comparando M0 com M4, houve aumento do PTH (paratormônio) [de 191 (85, 459) para 446pg/ml (212, 983), p<0. 0001], fósforo sérico (de 5. 4±1. 4 para 5. 8±1. 1mg/dl, p=0. 048), e redução do cálcio sérico ionizado (de 5. 0±0. 5 para 4. 7±0. 5mg/dl, p=0. 002). A albumina sérica aumentou (de 3. 5±0. 3 para 4. 0±0. 3g/L, p<0. 0001), enquanto a _-2-microglobulina reduziu (de 27. 6±8. 3 para 25. 8±6. 8µg/ml, p=0. 025). A leptina sérica diminuiu em 45pacientes (94%) (p<0. 0001). Trinta e um dos 48 pacientes (64. 6%) tinham PTH <300pg/ml antes da intervenção. Apesar da correção da acidose metabólica ter ocorrido de forma semelhante entre os pacientes (delta de bicarbonato e pH) e a redução do nível sérico de cálcio também, estes pacientes (PTH <300pg/ml) tiveram um maior aumento percentual no nível do PTH, quando comparados ao grupo PTH > 300pg/ml [250 (62, 330) vs. 75 (-2. 2, 145), p=0. 002]. Se considerarmos a recomendação do KDIGO (PTH 2 a 9 vezes maior que o limite do método), a porcentagem de aumento do PTH também foi maior nos pacientes com PTH mais baixo (p=0. 008).
CONCLUSÕES: a correção da acidose metabólica pelo aumento do dBic foi segura, além de ter sido associada a uma melhora no estado nutricional e diminuição de parâmetros inflamatórios. O benefício parece ser ainda maior nos pacientes com PTH baixo, mostrando um efeito no sentido de se estimular o turnover ósseo. Recomenda-se cautela nos pacientes com PTH alto. Premio Vanda Jorge


TLP: 103

Relação do local de implante e causas de retirada de 3943 cateteres de duplo lúmem para hemodiálise

Autor(es): Flora Braga Vaz; Luciane Mônica Deboni; Andreas Nogueira Salles; Barbara Ferrari; Silvane Sebben; Carlos Eduardo Sampaio de Castro Noleto; Marcos Alexandre Vieira; Hercilio Alexandre da Luz Filho; Claudete Gasparin; Astrid Margarete Leonhardt

PRÓ RIM

INTRODUÇÃO: O cateter simples (CS) de duplo lúmem é utilizado como acesso temporário para os pacientes com insuficiência renal crônica (IRC) sem acesso vascular permanente (fistula arterio venosa, FAV). Relatamos a experiência dos últimos 05 anos no nosso serviço com o uso deste tipo de acesso para hemodiálise, analisando as causas de retirada dos cateteres nos diferentes locais de implante.
MÉTODOS: Foram analisados todos os cateteres implantados no período de abril de 2008 a abril de 2014. Os dados foram coletados a partir do prontuário informatizado de cada paciente, analisados através do software SPSS13. 0. O teste de qui-quadrado foi usado para análise de variáveis dicotômicas e teste t para variáveis contínuas, sendo valores de p<0,05 considerados estatisticamente significativos. Foram estudadas as causas de retirada dos cateteres, conforme o local de implante.
RESULTADOS: Neste período, foram implantados 3. 943 CS em 2. 556 pacientes com média de 1,5 cateter/paciente. Quanto ao local de implante, 1759 (44,6%) foram implantados em veia jugular (J), 228 (5,7%) em subclávia (SC), 1956 (49,7%) em femural (F). O tempo médio de permanência foi 31,6 dias (+43,6), variando entre 1 e 278 dias. As causas de retirada foram: óbito 1179(29,6%), eletiva (FAV funcionante/tx/CAPD) em 777 casos (20,3%), recuperação da FR em 574 (15,7%) infecção em 499(13,8%), problemas funcionamento (obstrução, hematoma, sangramento, mal posicionamento) 639 (16,6%), outros (retirada acidental, transferência) 159 (4,0%). Os cateteres implantados em SC e JI foram retirados mais freqüentemente por infecção do que aqueles em F (p<0,05). Não houve diferença entre os locais de punção em relação a retirada por obstrução.
CONCLUSÃO: O grande número de CS implantados em F, refletem a prevalência de pacientes agudos, a maioria internados nas UTIs. A infecção foi a principal causa de retirada, no entanto não houve diferenças entre os locais de implante.


TLP: 104

Disfunções intestinais e sua relação com a ingestão de fibras, hidratação e medicamentos da rotina de pacientes em diálise peritonial

Autor(es): Jéssica Zielinski; Mariana Siqueira; Ernesto Josué Schmitt; Carla Cassi; Roberto Flávio Pecoits-Filho; Cyntia Leinig

Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Escola de Saúde e Biociências. Curso de Nutrição.

OBJETIVOS: Analisar a prevalência de distúrbios intestinais e correlacionar ao consumo de fibras, água e medicamentos em pacientes em diálise peritoneal.
MÉTODOS: Estudo transversal e observacional com pacientes com idade superior a 18 anos, há mais de 30 dias em diálise peritoneal de ambos os sexos. Os dados foram obtidos através de entrevista e pesquisa complementar em prontuários do serviço de nefrologia do Instituto do Rim, localizado em Curitiba, Paraná. A pesquisa faz parte de uma tese de doutorado que denomina-se “Hipervolemia e sua Correlação com Inflamação, Endotoxinas e Desnutrição de Pacientes em Diálise Peritoneal” envolvendo pacientes dos serviços de Nefrologia do Instituto do Rim de Londrina e de Curitiba. Este foi um estudo aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Estadual de Londrina, Paraná, Brasil sob parecer 357/2011. Para análise da prevalência de distúrbios intestinais foi aplicado o questionário Roma III1. A ingestão de fibras e água foi estimada pelo recordatório 24 horas, bem como uso de laxantes e os medicamentos foram pesquisados a partir de prontuários. Os dados foram apresentados em média e desvio padrão ou mediana e variações, além de distribuição de freqüências. Foi utilizado o teste qui-quadrado (Q2) para análises entre as variáveis e valores de p<0,05 foram considerados significativos.
RESULTADOS: Foram analisados 40 pacientes. Observou-se alta prevalência de hipertensão arterial (79,1%) e diabetes (48,8%) na população estudada, com 56,4% dos pacientes do sexo feminino e média de idade de 61,7±12,06 anos. Foi encontrada alta prevalência de constipação intestinal (63%). Além disso, 92,7% dos pacientes relataram baixo consumo de fibras, com uma mediana de 6,8 (0,5 – 32,4) gramas por dia. A quantidade de líquido consumido foi de 1,467±0,619 litros por dia. Uma associação entre baixa ingestão de fibras e prevalência de constipação (p=0,04) foi encontrada. O diagnóstico de constipação funcional em pacientes com sobrepeso e obesidade foi maior do que a encontrada em pacientes com peso normal (p=0,006). Verificou-se que 16,7% dos pacientes utilizam laxantes indiscriminadamente, sem prescrição e supervisão médica.
CONCLUSÕES: A aplicação dos critérios de Roma III na população em diálise peritoneal mostrou resultados significativos por meio da análise dos sintomas clínicos destes pacientes. Definir constipação como um problema deve ter relevância para o atendimento clínico e multidisciplinar dos pacientes.


TLP: 105

Fatores preditores de Insuficiência Cardíaca Congestiva Não Isquêmica em pacientes incidentes em hemodiálise – Resultados da Iniciativa Internacional MONDO

Autor(es): Viviane Calice-Silva1.2; Jochen G. Raimann2; Stephan Thijssen2; Aileen Grassmann3; Daniele Marcelli3; Len Usvyat2,3; Bernard Canaud3; Peter Kotanko2; Roberto Pecoits-Filho1

1. Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, PR, Brasil
2. Renal Research Institute, New York, NY, United States
3. Fresenius Medical Care

INTRODUÇÃO: Insuficiência cardíaca congestiva (ICC) tem alta prevalência em pacientes com doença renal crônica (DRC), principalmente naqueles em hemodiálise (HD) e possui alta morbimortalidade. Preditores de ICC não isquêmico (ICC-NI) não foram bem descritos em grandes grupos multicêntricos em HD. O objetivo deste estudo é explorar os fatores preditores de hospitalização e mortalidade por ICC-NI na iniciativa MOnitoring Dialysis Outcomes (MONDO).
MÉTODOS: MONDO consiste em um consórcio de provedores de diálise de vários países. {Usvyat, Purif Sangue 2013; von Gersdorff, Purif Sangue 2014}. Neste estudo foram identificados pacientes incidentes em HD no banco de dados da Fresenius Medical Care Europa (incluindo 17 países) que iniciaram o tratamento entre Janeiro/2006 e Dezembro/2012 que sobreviveram pelo menos um ano em HD. Internações e causa de morte foram classificadas como ICC-NI de acordo com o CID-10. As médias dos parâmetros clínicos e laboratoriais foram computados ao longo dos primeiros 12 meses (baseline), eventos clínicos relacionados com o ICC (morte e hospitalizações) foram observados nos 12 meses seguintes (período de seguimento). Regressões de Poisson foram construídas para explorar associações entre parâmetros basais e o número de eventos por ICC-NI durante o acompanhamento.
RESULTADOS: Foram estudados 11. 644 pacientes (60% homens, com média de idade [DP] 64,2 [14,7] anos, 25% diabéticos, índice de massa corporal (IMC) de 26,4 [5,5] kg/m2). Aidade avançada foi associada a maior risco de apresentar um evento. Por outro lado, tempo de tratamento prolongado e maiores níveis séricos de albumina foram associados com menor risco de eventos por ICCNI. Marcadores inflamatórios (proteína C-reativa (PCR), proporção de linfócitos/neutrófilos), hemoglobina (HB), ganho de peso interdialítico (GPID) e pressão arterial sistólica (PAS) não foram associados a estes eventos.
CONCLUSÕES: Nesta sub-coorte européia do MONDO, pacientes mais jovens, com maiores níveis séricos de albumina e tempo de tratamento HD prolongados foram associados a menor risco de hospitalização e morte por ICC-NI. Estes resultados podem ajudar a triar pacientes com alto risco de complicações relacionadas a ICC-NI e ajudar a definir metas para intervenções para pacientes em HD, como: níveis de albumina sérica e tempo de tratamento dialítico. Estes conceitos devem ser melhor abordados em estudos futuros com o desenho apropriado.


TLP: 106

Avaliação da taxa de infecção associada ao catéter venoso central em hemodialise comparação entre heparina e citrato trissódico como selo de catéter

Autor(es): Laudenice Medeiros Vieira-Enfermeira. Especialista em Enfermagem em nefrologia pela UECE, Viviane Peixoto dos Santos Pennafort-Enfermeira. Especialista em Enfermagem em Nefrologia pela Universidade Católica de Goiás. Doutoranda do programa de Pós-graduaçãoCuidados Clínicos em Saúde e Enfermagem pela UECE, Janaína Landim de Sousa-Enfermeira. Especialista em Enfermagem em UTI pela Atualiza Cursos. Especialista em Saúde da Família pela UFC. Especializanda em Enfermagem em Nefrologia pela UECE, Letícia Lima Aguiar-Enfermeira. Mestranda do Programa de Pós-graduação Cuidados Clínicos em Saúde e Enfermagem pela UECE. Especializanda em Enfermagem em Nefrologia pela UECE, Andrezza de Lima Vilote-Enfermeira. Especializanda em Enfermagem em Nefrologia pela UECE, Nair Teixeira Serpa Cardoso-Enfermeira. Especialista em Enfermagem em Nefrologia pela UECE , Ana Kelly de Sousa Ferreira-Enfermeira. Especialista em Enfermagem em Nefrologia pela UECE, Ana Paula Donadi-Enfermeira. Especialista em Enfermagem em Nefrologia pela UECE, Tamyres Soares de Amorim-Enfermeira. Esprcialista em Enfermagem em Nefrologia pela UECE

Clinica de Diálise do Eusébio-CDE

INTRODUÇÃO: A elevada incidência de pacientes iniciando ou sendo mantidos em hemodiálise por meio cateter venoso central (CVC) tem aumentado o número de infecções da corrente sanguínea relacionadas aos cateteres, influenciando a busca por anticoagulantes que também impeçam a contaminação dos mesmos (BEVILACQUAet al, 2011). Nesta perspectiva, objetivou-se avaliar as taxas de infecção e obstrução em CVC de curta e longa permanência para hemodiálise, em relação ao uso de heparina e de citrato trissódico.
MÉTODO: Estudo do tipo documental retrospectivo, realizado em um serviço de referência em hemodiálise, localizado na região metropolitana de Fortaleza/CE. Para a investigação, utilizou-se instrumento estruturado para os registros das taxas de infecção e obstrução relacionadas aos CVC de curta e longa permanência, no período de janeiro de 2013 a março de 2014, conforme os critérios de inclusão: os seis primeiros meses (janeiro a junho de 2013) com uso de heparina (grupo 1) e os outros seis meses (outubro de 2013 a março de 2014) com o uso de citrato trissódico a 30% (grupo 2), como selo do cateter. Foram excluídos os registros relacionados ao período de julho a setembro de 2013, o qual foi realizado o teste do citrato trissódico. As informações obtidas foram compiladas e analisadas através do programa SPSS for Windows (versão 20. 0), considerando o nível de significância estatística p < 0,05. Ressalta-se que este trabalho é parte integrante do projeto: “Segurança do paciente renal crônico em hemodiálise: ênfase na prevenção de infecção em acesso vascular”, o qual recebeu parecer favorável com protocolo nº 229. 772.
RESULTADOS: Foram analisados em média, 45 cateteres/mês no primeiro período (grupo 1) e 48 no segundo (grupo 2). Destes, a maioria (84,7%) era cateter de curta permanência e 15,3% de longa permanência. Observou-se que o local de escolha para o implante do CVC foi a veia jugular interna (45,6%), seguida da femoral (41,9%) e subclávia (8,2%). A ocorrência de obstrução do lúmen com o uso do citrato trissódico foi consideravelmente maior com 27% dos casos, quando comparado à heparina com 4,4%. Verificou-se redução da taxa de infecção com uso do citrato trissódico tanto nos cateteres de curta, quanto de longa permanência. Nos cateteres de curta permanência a taxa de infecção com selo de heparina foi de 18,2% e com selo de citrato trissódico foi de 16,4%. Essa diferença foi significativa nos cateteres de longa permanência, com taxa de infecção de 14,1% no grupo 1 e de apenas 2,1% no grupo 2.
CONCLUSÃO: A utilização de citrato trissódico aumentou os casos de obstrução de CVC, no entanto, o uso desse anticoagulante reduziu as taxas de infecção em CVC, com maior efetividade nos cateteres de longa permanência.


TLP: 107

Avaliação da composição corporal e da volemia através do body composition monitor: o líquido intraperitoneal faz diferença?

Autor(es): Caron-Lienert RS; Figueiredo AE; Pinheiro da Costa BE; Bombardelli CF; Anele C; Pizzato AC; Conti A; Poli-de-Figueiredo CE

Pontificia Universidade Catolica do Rio Grande do Sul

INTRODUÇÃO: A sobrecarga de fluidos (SF) é um achado comum em pacientes em diálise peritoneal (DP), que promove piora na evolução e aumento da mortalidade. A bioimpedância espectroscópica (BE) é uma ferramenta precisa, sensível e confiável para determinação do estado volêmico de pacientes em PD. O efeito da presença de líquido na cavidade intraperitoneal ainda é discutido e quanto à composição corporal é desconhecido. O objetivo deste estudo foi Comparar as variáveis de composição corporal e volemia através do Body Composition Monitor (BCM) com o liquido de diálise na cavidade intraperitoneal (CC) e após este ser drenado, cavidade vazia (CV).
MÉTODOS: Em um estudo transversal, foram incluídos 32 pacientes adultos estáveis (>18anos) em DP. Para análise da volemia e composição corporal foi utilizado o BCM, o qual foi realizado com a CC e CV.
RESULTADOS: Dos 32 pacientes em DP, 62,5% eram mulheres, 68,8% caucasianos, 75,0% realizavam métodos de DP ambulatorial contínua (CAPD), 24,2% diabéticos, 87,9% hipertensos, com mediana de tempo em DP de 15,6 (8,0 – 35,4), sendo 40,6% entre 1 e 3 anos de terapia. A exposição média a glicose de 18,8± 8.9g/kg/sem, média de peso de 72.0 ± 14.4kg, IMC 27.6 ± 5.4kg/m2, ASG 13.8 ± 4.4 e MIS 6,8 ± 4,8. Na análise dos parâmetros relacionados à volemia observa-se que apenas há diferença estatística (P<0,001) na avaliação do peso corporal entre CC e CV. O indicador de hiperhidratação (HH), assim como a água corporal total (ACT), água extracelular (AE), água intracelular (AI) e suas correções para altura e peso, massa magra (MM), massa gorda (MG), massa de tecido adiposo (MTA), massa celular corporal (MCC) não apresentaram diferença estatística. O teste de correlação de Pearson de HH entre CC e CV apresentou valor de r=0,989 (P<0,001).
CONCLUSÕES A presença do líquido intraperitoneal torna-se insignificante na avaliação da volemia pela bioimpedância de corpo inteiro, assim como na análise da composição – massa magra, massa gorda, massa de tecido adiposo e seus índices – não apresentam diferença estatística entre as duas medidas, sugerindo que metodologia pode ser aplicada sem a drenagem do líquido de diálise.


TLP: 108

Avaliação da prevalência de anemia em pacientes com Doença Renal Crônica dialítica no estado da Bahia

Autor(es): Raphael Pereira Paschoalin; Lianna Gabriella Gonçalves Dantas; Túlio Coelho Carvalho; Cassiano Augusto Braga Silva; Silvio Francesco Perrota; Paulo Sérgio Nunes Abreu; Edvaldo Costa Neto; Cristiano Silva Viana

Clinica Senhor do Bonfim – Feira de Santana e Salvador, Bahia/Clinefro – Juazeiro e Senhor do Bonfim, Bahia/Clinica de Nefrologia de Serrinha – Serrinha, Bahia

INTRODUÇÃO: A anemia secundária à Doença Renal Crônica em Estágio Terminal (DRCT) é uma das principais alterações enfrentadas pelos pacientes em Terapia Renal Substitutiva (TRS). Esse distúrbio leva a comprometimentos cardiovasculares importantes, com impacto na qualidade de vida do paciente. O tratamento com agentes estimuladores da eritropoiese (AEE) é a principal ferramenta para enfrentar esse problema. A falta de acesso a estes medicamentos pode prejudicar o controle desses pacientes.
OBJETIVO: Avaliar a prevalência de anemia nos pacientes em diálise em uma população no Estado da Bahia.
METODOLOGIA: Estudo observacional, transversal, multicêntrico (6 unidades de diálise), onde foram avaliados os últimos exames mensais disponíveis até 31 de maio 2014. Foram coletados dados clínicos, hemoglobina (Hb) e hematócrito (Ht). A Hb foi avaliada após categorização em quatro grupos: grupo I (< 9,0g/dL), grupo II (9 – 11g/dL), grupo III (11 – 13g/dL) e grupo IV (> 13g/dL).
RESULTADOS: Foram avaliados 1568 pacientes (60,5% homens). Quase a totalidade deles, 98%, encontrava-se em hemodiálise. A média da Hb foi de 10,65 + 1,96 g/dLe a idade média foi de 53,85 + 15,59 anos [13,7 – 90,4]. Na analise realizada de acordo com cada grupo, 19,8% (310) dos pacientes encontravam-se no grupo I; 33,9% (531) deles no grupo II; A maioria, 36% (564) deles, no grupo III enquanto 10% (157) encontravam-se no grupo IV. O valor médio + SD do Ht foi de 32,27 + 7,44%.
CONCLUSÕES: O controle da anemia nos pacientes em diálise se mostrou adequado apenas em pouco mais de 1/3 dos pacientes, os do grupo II. Níveis adequados de Hb e Ht em pacientes em TRS tem relação direta com o prognóstico, uma vez que, diminui a mortalidade e melhora a qualidade de vida, além de diminuir a necessidade de transfusão sanguínea. A não disponibilidade frequente da medicação pode interferir no tratamento correto desses pacientes.


TLP: 109

Prevalência de Distúrbio Mineral Ósseo em paciente emtratamento dialítico no estado da Bahia

Autor(es): Raphael Pereira Paschoalin; Lianna Gabriella Gonçalves Dantas; Nathália Pereira Paschoalin; Cassiano Augusto Braga Silva; Silvio Francesco Perrota; Paulo Sérgio Nunes Abreu; Edvaldo Costa Neto; Cristiano Silva Viana; José Andrade Moura Júnior

Clinica Senhor do Bonfim – Feira de Santana e Salvador, Bahia/Clinefro – Juazeiro e Senhor do Bonfim, Bahia/Clinica de Nefrologia de Serrinha – Serrinha, Bahia

INTRODUÇÃO: Alterações do Distúrbio Mineral Ósseo da Doença Renal Crônica (DMO-DRC) são prevalente em pacientes em Terapia Renal Substitutiva (TRS) e está diretamente relacionado a elevada morbi-mortalidade desses pacientes, através dos riscos de fraturas e calcificações vasculares. A falta de acesso ao tratamento adequado pode prejudicar o controle desses pacientes. O controle adequado desse distúrbio promove melhora na qualidade de vida e sobrevida dos pacientes em diálise. O objetivo do estudo foi avaliar a prevalência das alterações nos parâmetros -cálcio e fósforo séricos, paratormônio (PTH) e fosfatase alcalina (FA) – do DMO-DRC, considerando o proposto pelas guias de práticas clínicas do K/DOQI (Kidney Disease Outcomes Quality Initiative) e KDIGO (Kidney Disease Improving Global Outcomes).
MÉTODO: Estudo observacional, transversal, multicêntrico (6 unidades de diálise), onde foram avaliados os últimos exames disponíveis até 31 Maio 2014 para cada parâmetro avaliado. Foram coletados dados clínicos e laboratoriais (cálcio, fósforo, PTH e FA). O banho de diálise padrão é o de cálcio 3,0mEq/L.
RESULTADO: Foram avaliados 1578 pacientes (60,5% homens). O método dialítico é hemodiálise em 92% dos pacientes. A idade média é 53,85 + 15,59 [13,7 – 90,4] anos. A média do cálcio sérico foi de 9,11 + 0,55mg/dL e 74,7% dos pacientes se encontravam dentro da faixa de 8,4 – 10,4 mg/dL. A média de fósforo sérico foi de 4,85 + 1,36 mg/dL e 70,8% dos pacientes se encontravam dentro da faixa de < 5,5 mg/dL (42% se encontrava com fósforo sérico < 4,5 mg/dL). A FA média foi 319,2 + 199 e 66,2% dos pacientes se apresentava na faixa de 65 – 300U/L . O PTH médio foi de 402,2 + 433,2 pg/mL [2 -3754]. Se encontrava apenas 25,4% dos pacientes dentro da faixa de 150 – 300 pg/mL; 14,1% dos pacientes apresentam PTH acima de 800 pg/mL. O produto cálcio x fósforo estava controlado (< 55) em 82,6% dos pacientes.
CONCLUSÃO: As alterações do DMO-DRC são frequentes na população estudada. A falta de medicação adequada para o tratamento corrobora com o situação atual apresentada e pode estar contribuindo com a alta morbimortalidade desses pacientes. Medidas eficazes devem ser tomadas para melhorar o controle do distúrbio mineral ósseo e aumentar aa sobrevida dos pacientes em terapia renal substitutiva.


TLP: 110

Avaliação do nível sérico de 25-hidroxi vitamina D em pacientes em hemodiálise

Autor(es): Raphael Pereira Paschoalin; Lianna Gabriella Gonçalves Dantas; Nathália Pereira Paschoalin; Túlio Coelho Carvalho; Cassiano Augusto Braga Silva; Fabrício Santos da Fonseca; Andréa Callou de Araújo Pereira Machado; José Andrade Moura Júnior; Gildásio Carvalho da Conceição

Clinica Senhor do Bonfim – Feira de Santana e Salvador, Bahia/Laboratório da APAE – Salvador, Bahia

INTRODUÇÃO: A deficiência de vitamina D nos pacientes em Terapia Renal Substitutiva (TRS) é prevalente e contribui para o desenvolvimento do hiperparatireoidismo secundário (HPTS), o que motiva a racional suplementação de vitamina D nesses pacientes. O risco cardiovascular elevado desses pacientes tem sido relacionado tanto com o HTPS e consequente calcificação vascular quanto com a deficiência de vitamina D. Os dados sobre vitamina D em pacientes em diálise na nossa população são escassos. O objetivo deste estudo foi descrever os níveis séricos de 25-hidroxi vitamina D em pacientes portadores de Doença Renal Crônica em estágio terminal em terapia hemodialítica.
MÉTODOS: Foram avaliados dados clínicos e laboratoriais de 324 (64% masculino) pacientes em hemodiálise em Maio 2014 em dois centros de diálise na Bahia. Foi realizada dosagem sérica de 25-hidroxi vitamina D utilizando método automatizado de quimioluminescência (imunoensaio) desenvolvido pela Diasorin (Diasorin Stiliwater, Mn, USA). Baseado nas guias clinicas do KDOQI -Kidney Disease Outcomes and Quality Initiative Guidelines (2009) -os pacientes foram classificados em três grupos: suficientes (> 30 ng/mL), insuficientes (15 a 30 ng/mL) e deficientes (< 15 ng/mL). O banho de diálise padrão é o de cálcio 3,0mEq/L.
RESULTADOS: A idade média dos pacientes foi de 57,5 + 14,1 anos. A média ± desvio padrão da dosagem de 25-hidroxi vitamina D foi 32,8 ± 13,8 [6,3 -75,3] ng/mL. A prevalência de deficiência de vitamina D foi de 8,6% e de insuficiência foi de 37,3% e suficiência foi de 54%. Nenhum paciente fazia uso de suplementação oral de vitamina D durante a realização dos exames. O PTH médio foi 408,4 + 458 pg/mL [8,4 – 3340]. Não houve correlação entre o valor da Vitamina D (25OH) e o PTH na população estudada.
CONCLUSÃO: Os níveis de 25-hidroxi vitamina D foram baixos nesta população estudada. A suplementação com vitamina D oral e o controle periódico pode ser necessário para corrigir a deficiência. Estudos prospectivos para avaliar o impacto desta deficiência se fazem necessários.


TLP: 111

Análise da ocorrência de peritonites em pacientes emdiálise peritoneal crônica

Autor(es): Patrícia Barros Aquino Silva; Fernando Antonio Costa Anunciação; Alexandre Araujo Costa; Ianna Assunção Coelho; José Tibúrcio do Monte Neto; Rosielly Melo Tavares; Anelis de Sousa Martins Freitas

Faculdade Integral Diferencial- FACID/Devry

INTRODUÇÃO: A diálise peritoneal é uma alternativa segura e eficaz no tratamento de pacientes com insuficiência renal crônica. A peritonite é um grande fator de morbimortalidade de pacientes em DP, sendo uma complicação dessa técnica. O objetivo desse estudo foi analisar a incidência de peritonites nos pacientes em diálise peritoneal crônica.
MÉTODO: O cenário foi uma unidade de referência de cuidados nefrológicos em Teresina-PI. Tratou-se de um estudo descritivo, retrospectivo, com abordagem quantitativa, e envolveu prontuários de pacientes submetidos à diálise peritoneal crônica, no período de 18 meses.
RESULTADOS: Avaliou-se 86 prontuários de pacientes submetidos à diálise peritoneal crônica, sendo que destes, 30 receberam o diagnóstico de peritonite. Observou-se um episódio de peritonite a cada 27,2 pacientes/mês. A causa provável em 96% dos casos foi intraluminal. O Staphylococcus aureus foi o agente mais frequente isolado (17,6%). O tratamento utilizado em 44% dos casos de peritonites foi ceftazidime, amicacina e vancomicina, com duração de 14 dias e a seguinte evolução: cura em 82%, retirada do cateter em 14% e apenas um óbito (2%). A dor abdominal foi relatada em 92% dos casos. Identificou-se maior risco de peritonite nos pacientes com HAS (36,67%), escolaridade menor que 4 anos (23,3%) e com renda inferior a 5 salários mínimos (30%). Não houve diferença significativa entre os grupos gênero, idade e procedência.
CONCLUSÃO: Dada a alta incidência e prevalência de peritonite, é essencial ter medidas preventivas, incentivar a participação ativa dos pacientes e de seus acompanhantes e estratégias profiláticas são propostas para impedir a infecção por Staphylococcus aureus.

Palavras-chave: Insuficiência renal crônica. Diálise peritoneal. Peritonite.


TLP: 112

Selo de cateter tunelizado para hemodiálise: resultado de duas soluções

Autor(es): Lianna Gabriella Gonçalves Dantas; Raphael Pereira Paschoalin; Sumaia de Oliveira Cabral; Saionara Chiacchio; Bethânia Sousa Amorim; Nathália Pereira Paschoalin; Túlio Coelho Carvalho; Cassiano Augusto Braga Silva; José Andrade Moura Júnior

Clinica Senhor do Bonfim – Feira de Santana e Salvador, Bahia

INTRODUÇÃO: As complicações relacionadas aos cateteres utilizados como acesso vascular são importantes causas de morbimortalidade para pacientes em hemodiálise (HD). Heparina não fracionada (HNF) é a principal solução aplicada como selo de cateter. No entanto, seu uso tem sido associado à formação de biofilme e complicações hemorrágicas. Soluções para selo de cateter a base de citrato como anticoagulante isoladamente ou combinado com Ciclo-taurolidina surgiram com a finalidade de manter a patência além de prevenir a contaminação do lúmen dos cateteres para HD.
OBJETIVO: Comparar o efeito do selo de cateter tunelizado para HD com solução com citrato associada a ciclo-taurolidina (CCT) versus solução com HNF 2500UI/ml.
METODOLOGIA: Estudo retrospectivo de 60 cateteres tunelizados utilizados entre fevereiro de 2013 e março de 2014. O selo com HNF foi aplicado nos primeiros 7 meses e os cateteres tunelizados novos nos meses seguintes com solução de citrato 4% e ciclotaurolidina. Neste segundo período os cateteres com fluxo sanguíneo < 250 ml/minuto em 2 sessões consecutivas de hemodiálise recebiam solução de uroquinase para desobstrução do acesso. Foram avaliados as seguintes ocorrências: pirogênia e bacteremia relacionada ao cateter (BRC), causa da remoção do acesso e tempo de patência, além das hospitalizações no período.
RESULTADOS: Foram estudados 41 pacientes em HD convencional por 13,5 meses (IIQ 53), 39% portadores de Diabetes Melittus (DM) e 43,3% dos cateteres em veia femural. 23 cateteres foram preenchidos exclusivamente com HPN e 37 com CCT, sendo analisados 1619 e 2650 dias de cateter respectivamente. A prevalência de DM foi semelhante entre os grupos. Um total de 14 episódios de BRC, com taxa de 8,6 por 1000 dias de cateter ocorreu no grupo heparina. No grupo CCT não foram relatados episódios de pirogênia ou bacteremia. O risco relativo (RR) de retirada do cateter por obstrução foi semelhante entre os grupos (RR 1,60; IC95%; 0,74-3,45, p=0,25). O RR de hospitalização no grupo heparina foi 2,5 (IC95%; 1,29-4,82). O tempo de patência do cateter no grupo heparina foi de 115,5 ± 19,1 e 141 ± 13 dias no grupo CCT, porém sem diferença estatisticamente significativa entre os grupos.
CONCLUSÕES: 1- A ocorrência de pirogênia e bacteremia relacionada ao cateter foi maior no grupo heparina. 2- O risco de hospitalização foi maior no grupo heparina. 3- O tempo de patência do cateter foi semelhante entre os grupos.


TLP: 113

Avaliação da qualidade de vida de pacientes renais crônicos em uma clínica satélite de hemodiálise através do SF-36

Autor(es): Marília Costa Aranha; Ubiracé Fernando Elihimas Júnior; Victor Lemos; Mariana Leão; Paulo Sérgio de Araújo

Hospital Agamenon Magalhães

Qualidade de vida (QV) refere-se à sensação íntima de conforto, bem-estar ou felicidade no desempenho de funções físicas, intelectuais e psíquicas, dentro da realidade da sua família, trabalho e valores da comunidade à qual pertence.
OBJETIVO: Avaliar a QV dos pacientes renais crônicos em hemodiálise (HD) em uma clínica satélite do Recife.
MÉTODO: Realizou-se um estudo transversal, unicêntrico, individuado com todos os pacientes em esquema de HD convencional (n=225). Aplicou-se o questionário de QV, Medical Outcomes Study 36-Item Short-Form (SF-36) juntamente com uma entrevista complementar com dados sócio-demográficos. Critérios de Inclusão: pacientes com idade superior a 18 anos, realizar HD convencional ao menos 12 horas/semana durante um período mínimo de três meses, utilizar o capilar de alto fluxo de polissulfona com as seguintes especificações 1,8m2 de área de superfície, KUF= 60 mL/h/mmHg, KoA=945 e terem assinado o termo de consentimento livre esclarecido. Critérios de exclusão: pacientes com evidência ou comprovação de déficit intelectual, demências, desorientação temporal e/ou espacial; dificuldades orgânicas que não permitissem a aplicação do questionário: surdez bilateral completa e pacientes hospitalizados no período de coleta dos dados.
RESULTADOS: Dentre as dimensões avaliadas pelo SF-36 o grupo em estudo apresentou os menores escores nos aspectos físicos e dor. Os valores maiores foram atribuídos à saúde mental, aspectos sociais, estado geral de saúde e vitalidade. Ocorreu uma associação positiva entre a escolaridade, aspectos emocionais e a capacidade funcional. O tempo de HD demonstrou uma associação negativa com estado geral de saúde quando se comparou os pacientes no primeiro ano de HD com os pacientes com tempo de HD entre um e cinco anos. Mostrou-se que estes últimos apresentaram melhor escore de QV.
CONCLUSÕES: O tratamento hemodialítico e a doença renal crônica influenciam negativamente a QV dos pacientes em HD. Entretanto a escolaridade é uma importante ferramenta que auxilia o paciente a compreender e aceitar melhor sua nova realidade elevando os índices de QV como os aspectos emocionais e a capacidade funcional. Comumente ocorre uma piora da qualidade de vida no primeiro ano de tratamento hemodialítico, quando o paciente enfrenta uma diminuição do estado geral de saúde. Palavras chaves: Qualidade de vida, Doença Renal Crônica, Hemodiálise


TLP: 114

Peritonite em diálise peritoneal associada a raro agente etiológico: Relato de caso

Autor(es): Nathalia K.N. Alecrim; Carla T.B.C. Pessoa; Teg M.S. Veiga; Luis H.B.C. Sette; Gisele V. Fernandes; Maria Alina G.M. Cavalcante; Lucila Maria Valente

Hospital das Clínicas, Universidade federal de Pernambuco

INTRODUÇÃO: Peritonite é uma das principais complicações da diálise peritoneal e uma importante causa de abandono de técnica. Bactérias gram positivas constituem o patógeno mais comum, seguido de bactérias gram negativas e fungos. Nós descrevemos um caso de peritonite relacionada à diálise peritoneal causada por uma bactéria não usual.
DESCRIÇÃO DO CASO: Uma mulher de 54 anos com doença renal crônica terminal há 11 anos secundária a doença de Alport, tratada com diálise peritoneal há 11 meses, foi admitida no hospital com dor abdominal, febre e efluente turvo. A análise do líquido peritoneal revelou celularidade de 72 000 células/mm3, com predomínio de polimorfonucleares. A paciente foi tratada empíricamente com cefalotina e gentamicina intraperitoneal, com boa resposta clínica e clareamento do líquido drenado. A cultura do líquido dialítico foi positiva para Leclercia adecarboxylata sensível a gentamicina, cefepima, imipenem, levofloxacino, ciprofloxacino e piperaciclina-tazobactam e resistente a ampicilina e cefazolina.
DISCUSSÃO: Leclercia adecarboxylata é um bacilo anaeróbico facultativo classificado na família enerobacteriaceae. Este organismo é raramente reportado como um patógeno humano, em geral acometendo pacientes imunocomprometidos e usualmente associada à infecção polimicrobiana, o que sugere que esta bactéria é dependende de outros patógenos para que seja capaz de provocar doença. No caso apresentado, a Leclercia adecarboxylata cresceu como agente isolado e foi capaz de induzir doença.


TLP: 115

Assistência farmacêutica para promover o autocuidado e melhorar a qualidade de vida de pacientes em hemodiálise

Autor(es): Nathalia do Nascimento Vontobel; Marysabel Pinto Telis Silveira; Miriam Moreira Mussi; Maristela Böhlke; João Pedro Mussi Laydner; Jonas Peter; Vanessa da Rosa Câmpara; Michele Tancini Vieira; Cynara Silva Silveira; Camila Corrêa Colvara

Universidade Católica de Pelotas

INTRODUÇÃO: A doença renal crônica (DRC) em pacientes em diálise possui um comprometimento da qualidade de vida dos mesmos, devido ao controle terapêutico estrito, associado aos sintomas de uma doença irreversível, modificações na dieta e mudança da vida social. A atenção farmacêutica pode melhorar esse processo, oferecendo cuidados extensivos, com o objetivo de identificar corretamente as incompatibilidades com as medicações e a monitorização da adesão ao tratamento e da dieta, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos pacientes em diálise. O objetivo deste estudo foi avaliar a qualidade de vida dos participantes incluídos em um ensaio clínico randomizado desenhado para avaliar o efeito da atenção farmacêutica na qualidade de vida de pacientes com DRC, esses eram adultos e tratados por hemodiálise.
METODOLOGIA: A qualidade de vida foi medida (N=48) pelo Kidney Disease Quality of Life Short Form (KDQOL-SF) e os dados laboratoriais e clínicos foram obtidos por registros médicos.
RESULTADOS: A partir do estudo, a maioria eram homens (73%), com a idade variando entre 19-82 anos, com media de 53,5 anos (DP=15,7). O rendimento mensal médio foi de 1. 290,00 reais. A escolaridade variou de 0-15 anos, com a média de 8 anos. O tempo médio de diálise foi de 32 meses (DP= 22,5), o número de fármacos foi de 5,8 (DP= 3,1), variando de 1 a 15 fármacos, o número de comprimidos por dia foi 11 (DP= 7), variando de 1-35 comprimidos. As comorbidades associadas mais frequentes foram diabetes (27%), hipertensão arterial sistêmica (71%), insuficiência cardíaca (15%) e doença arterial periférica (13%). Os valores de média mais altos para as dimensões específicas do KDQOL-SF foram: apoio da equipe ao paciente (87,23, DP= 20,1); qualidade da interação social (83. 12, DP= 17,79) e função sexual (82,61, DP= 26,04). As genéricas foram: bem estar social (72,42, DP= 19,85), função social (72,28, DP= 28) e dor (65,81, DP=2,89).
CONCLUSÃO: Concluimos que a atenção farmacêutica pode ser de grande importância dada a complexidade do tratamento, a necessidade de bons remédios, adesão à dieta e ao estilo de vida para melhorar a qualidade de vida de pacientes com DRC.


TLP: 116

Cuidando da beleza e melhorando a autoestima das pacientes hemodialisadas

Autor(es): Juliane Casas; Ricardo Augusto Miranda Cadaval; Thiago dos Reis Hoffmann; Juliana Perroud Seixas Silveira; Bruno Cesar Bifano Saraiva; Eldina Sacana da Silva; Josiane Freire de Barros; Cibele I Saad Rodrigues; Ronaldo D’Avila

Centro de Diálise e Transplante Renal PUCSP

As atividades lúdicas são consideradas importantes para os pacientes em programa crônico de diálise. Neste sentido, o envolvimento em atividades criadas pelas clínicas de diálise pode trazer inúmeros benefícios, como melhora de qualidade de vida e estímulos à reintegração social do paciente. O objetivo do presente trabalho é o de apresentar uma forma de atividade lúdica recentemente realizada em nosso centro de diálise e que envolveu uma considerável parcela de pacientes do sexo feminino: um curso prático de maquiagem.
METODOLOGIA: foi estabelecido contato com representantes autônomos de uma empresa de beleza, que responderam de forma positiva à realização do curso e ofereceram os produtos necessários e a assistência profissional. O curso foi ministrado durante dois dias inteiros, de forma que os pacientes de todos os turnos de diálise pudessem participar. A participação dos pacientes, embora estimulada, foi voluntária. Foram ensinadas técnicas de maquiagem, cuidados com a pele e valorização da expressão e os pacientes tiveram a oportunidade de auto-aplicar os conhecimentos. O curso foi aberto também à participação de acompanhantes dos pacientes e funcionários da diálise. As atividades foram fotografadas por funcionários da diálise e as imagens foram, posteriormente, expostas em um painel.
RESULTADOS: 22 pacientes (de um total de 66 mulheres do programa de hemodiálise), 8 acompanhantes e 11 funcionárias participaram do programa. As atividades foram realizadas em clima de confraternização e a exposição das fotos gerou grande curiosidade. Embora não tenha havido nenhuma comercialização dos produtos, os representantes autônomos da empresa de beleza declararam-se plenamente satisfeitos com a oportunidade e já solicitam a realização de novos cursos.
CONCLUSÃO: Um curso prático de maquiagem destinado às pacientes em hemodiálise atraiu um representativo numero de pessoas interessadas e pode ser usado como exemplo de atividade lúdica a ser desenvolvida com estes pacientes.


TLP: 117

Marcadores nutricionais tradicionais e sua relação com protein energy wasting em pacientes em diálise peritoneal

Autor(es): Jéssica Koslowski; Edieiny Maier; Roberto Flávio Pecoits-Filho; Cyntia Leinig

Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Escola de Saúde e Biociências. Curso de Nutrição.

OBJETIVOS: Avaliar a presença de protein energy wasting (PEW) em pacientes em diálise peritoneal e relacioná-la com marcadores tradicionais de nutrição.
MÉTODOS: Este foi um estudo transversal e observacional envolvendo pacientes do Serviço de Nefrologia do Instituto do Rim de Curitiba. Avaliação Subjetiva Global (ASG), Índice de Massa Corporal (IMC), circunferência muscular do braço (CMB), ingestão calórica e proteica foram analisados. Os pacientes foram observados também quanto à presença PEW, segundo os critérios: bioquímico (albumina sérica <3. 8 g/dl); massa corporal (IMC <23 Kg/m2); massa muscular (redução da CMB >10% em relação ao percentil 50th para a população de referência) e ingestão dietética (diminuição da ingestão protéica para <0. 8 g/kg/dia e da ingestão calórica <25 Kcals/kg/dia). O diagnóstico de PEW é observado caso o paciente apresente, no mínimo, 3 destes critérios. Os resultados foram apresentados como média e desvio padrão ou mediana e variações, além de distribuição de freqüência. Para comparação entre os grupos, foi utilizado o teste t para amostras independentes e foram considerados significativos quando p< 0,001. Para a análise estatística, foi utilizado o software SPSS 12. 0.
RESULTADOS: Foram coletados dados de 46 pacientes, 60,9% eram idosos e 52,1%. do sexo feminino. A hipertensão arterial foi a comorbidade mais freqüente (78,2%). Uma média de IMC de 27,03±5,22 kg/m2 foi encontrada, com maior prevalência de sobrepeso. Além disso, a CMB inadequada, classificada como desnutrição, foi encontrada em 58,6% dos pacientes. A classificação da ASG foi a desnutrição em 97,8% dos pacientes. Para a ingestão proteica, 45,6% dos pacientes consumiram menos do que 0,8g/kg por dia de proteína e 71,7% consumiram menos de 25 kcal/kg de calorias diárias. Em 23,9% foi observada presença de PEW. Na comparação entre os grupos com e sem PEW, houve diferença significativa entre IMC e CMB, sendo estas variáveis menores no grupo com PEW (p<0,001).
CONCLUSÕES: O sobrepeso, de acordo com o IMC, foi prevalente nesta população, mas a desnutrição foi identificada quando utilizados outros parâmetros. A alta prevalência de PEW foi observada nesta população, sendo que IMC e CMB foram significativamente menores neste grupo. Sugerem-se estudos prospectivos na população em diálise peritoneal, que podem revelar a presença de PEW como um marcador válido do estado nutricional.


TLP: 118

Hipervolemia e sua relação com marcadores nutricionais em pacientes em diálise peritoneal

Autor(es): Naiane Rodrigues de Almeida; Luiz Fernando Kunii; Carla Cassi; Roberto Flávio Pecoits-Filho; Cyntia Leinig

Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Escola de Saúde e Biociências. Curso de Nutrição.

INTRODUÇÃO: A hipervolemia é um problema frequente em pacientes em diálise peritoneal e tem sido correlacionada com a presença de desnutrição e inflamação.
OBJETIVOS: Avaliar a correlação entre hipervolemia e marcadores nutricionais. Materiais e métodos: Estudo transversal e observacional envolvendo pacientes dos Serviços de Nefrologia do Instituto do Rim de Londrina e de Curitiba. Para análise de volemia e composição corporal foi utilizado o Body Composition Monitor (BCM – Fresenius® Medical Care). Os dados foram água corporal, volume de água intra e extracelular, estado volêmico, gordura corporal e massa magra. Classificou-se a sobrecarga hídrica como euvolemia, quando sobrecarga _0% e hipervolemia, sobrecarga >0%. Albumina e índice de massa corporal foram outros marcadores nutricionais avaliados. Ureia, creatinina, cálcio e fósforo foram coletados em prontuário para verificação da adequacidade dialítica. Para comparação entre médias foi utilizado o teste t para amostras independentes. As variáveis foram avaliadas pela correlação de Pearson e as não paramétricas pela correlação de Spearman, sendo significativos quando p<0,05. Para análise estatística, utilizou-se o programa SPSS 12. 0.
RESULTADOS: Em um total de 67 pacientes, observou-se média de 54,96±13,89 anos e sexo masculino em 50,74%. A hipertensão arterial foi encontrada em 82%, contudo, a média da pressão arterial sistólica foi de 131,22±23,5 mmHg. O tempo de diálise observado foi de 28,09±22,19 meses (1 a 98 meses). A hipervolemia esteve presente em 65,7% dos pacientes. A pressão sistólica e o tempo de tratamento não apresentaram diferença entre hipervolêmicos e euvolêmicos. A prevalência de obesidade nos hipervolêmicos foi maior (81,8%) e estes tiveram menor massa magra e maior massa gorda, embora não significativo (p=0,142 e p=0,474, respectivamente). Entre os exames laboratoriais, a albumina foi menor nesses pacientes (p=0,006), enquanto a ureia foi maior (p=0,027). Não houve diferença entre os demais exames analisados. A hipervolemia foi correlacionada com albumina (p=0,004), mas não se observou correlação com índice de massa corporal e marcadores de composição corporal.
CONCLUSÃO: Neste estudo, pacientes em diálise peritoneal apresentaram elevada prevalência de hipervolemia e observou-se significativa correlação com albumina. Sugerem-se estudos que melhor avaliem essa correlação e possam incluir a análise da presença de inflamação nesses pacientes.


TLP: 119

Peritonite como um fator de risco para mortalidade tardia em pacientes em diálise peritoneal: friendly fire?

Autor(es): R. Pecoits Filho1; LG. Campos1; FM. Yabumoto1; TP. Moraes1; AE. Figueiredo2; M. Olandoski1; SE. Shimakura4; P. Barretti3

1. Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Curitiba, Brasil
2. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Porto Alegre, Brasil
3. Universidade Estadual do Estado de São Paulo – UNESP, Botucatu, Brasil
4. Universidade Federal

INTRODUÇÃO: Peritonite em diálise peritoneal está associada especialmente a morte por sepsis e falha da técnica no longo prazo. O impacto da peritonite na mortalidade tardia, particularmente relacionada com causas não infecciosas, não foi estudada até o presente. Portanto, o objetivo deste estudo é analizar o impacto da peritonite na mortalidade tardia em uma grande coorte de DP.
MÉTODOS: As análises foram baseadas no BRAZPDII, um estudo de coorte nacional prospectivo realizado no Brasil de Dezembro 2004 a Janeiro 2011. Pacientes adultos, incidentes em DP com no mínimo 90 dias de tratamento, de 122 clínicas no Brasil foram incluídos nas análises. Morte de origem cardiovascular ocorrida com um mínimo de 90 dias após um episódio de peritonite foi considerado um desfecho primário. Regressão de cox com variáveis tempo-dependentes foram usadas para ajustes. Análise multivariada incluindo idade, gênero, educação, diabetes, hipertrofia de ventrículo esquerdo, hipertensão, hemodiálise prévia, cuidado pré-dialítico, hemoglobina, creatinina e pressão arterial no início.
RESULTADOS: Ocorreram 2405 episódios de peritonite em 5707 pacientes analisados (48% do sexo masculino, 44% com diabetes, 73% hipertensos). Pacientes com um episódio de peritonite apresentaram 25% de aumento no hazard ratio da mortalidade cardiovascular comparado aqueles que não tiveram episódios de peritonite (HR1. 25; CI95%1. 04-1. 52). Hazard Ratios para mortalidade cardiovascular mostraram um efeito progressivo para pacientes com episódios adicionais de infecção: 2 episódios (HR2. 00; CI95%1. 47-2. 72), 3 episódios (HR3. 41; CI95%2. 11-5. 24) e 4 episódios (HR4. 92; CI95%2. 58-9. 38).
CONCLUSÃO: Peritonite foi um preditor independente de mortalidade CV e a frequência de peritonite foi fortemente associada com um aumento linear no risco. Este é o primeiro estudo a demonstrar o impacto de peritonite na mortalidade cardiovascular tardia de pacientes em DP, sugerindo uma ligação entre a inflamação aguda e o desfecho cardiovascular.


TLP: 120

Prevalência De Disfunções Sexuais Em Mulheres Em Programa De Hemodiálise Crônica No Estado Da Bahia

Autor(es): Moura, D. Q. ; Moura Neto, J. A. ; Souza, A. F. P. ; Sa Moura, S. M. ; Paschoalin, S. P. ; Paschoalin, E. L. ; Soledade, M. F. ; Neto, E. A. C. ; Moura Jr, J. A.

Clínica Senhor do Bonfim

INTRODUÇÃO: A Doença Renal Crônica (DRC) constitui um problema de saúde pública de grande magnitude por sua elevada prevalência e por associar-se a alta morbidade e mortalidade. Há poucas décadas, a DRC associava-se à morte. A história natural desta enfermidade modificou-se radicalmente com a introdução dos métodos dialíticos. A Terapia Renal Substitutiva (TRS), que objetivava, quase que exclusivamente, prolongar a sobrevida dos pacientes, atualmente tem sido centrada na melhora da qualidade de vida (QV). Dentro desta ênfase, percebe-se a importância da sexualidade como fator determinante desta QV, tanto em homens como em mulheres. São raros os estudos da prevalência de disfunções sexual em mulheres portadoras de DRC em TRS, estudos estes que podem ajudar na compreensão das disfunções diagnosticadas neste grupo específico, contribuindo para elaboração de estratégias de aconselhamento e tratamento destas disfunções.
OBJETIVO: Estudar a prevalência das disfunções sexuais em mulheres em programa regular de TRS, correlacionando-a com variáveis que possam estar associadas.
METODOLOGIA: Realizado estudo de corte transversal, em quatro unidades de TRS do estado da Bahia, conveniadas pelo SUS, entre dezembro de 2012 e outubro de 2013. Foram convidadas a participar mulheres entre 20 e 40 anos, em programa TRS há mais de 30 dias, que possuíam vida sexual ativa e que não sido internadas nos últimos 30 dias. O questionário utilizado foi o Quociente Sexual – Versão Feminina (QS-F), validado no Brasil e de fácil aplicabilidade. Idade, etnia, ocupação, renda mensal familiar, moradia, estado civil, tempo em hemodiálise, Kt/V e o nível de hemoglobina foram as variáveis estudadas, todas devidamente categorizadas. Medidas de ocorrência, medida de associação e as medidas da magnitude destas associações foram os métodos estatísticos adotados.
RESULTADOS: De 1108 pacientes, 78 mulheres preencheram os critérios de inclusão. Cinquenta e nove delas (75,64%) apresentaram algum grau de disfunção sexual. Consideramos aquelas com nível regular e desfavorável como portadoras de disfunção. Apenas 19 pacientes apresentaram nível bom. Não houve associação entre as variáveis estudadas e os níveis de disfunção sexual, assim como não foi significante a medida desta associação.
CONCLUSÕES: A prevalência de disfunções sexuais em mulheres em programa de hemodiálise crônica no estado da Bahia foi alta e não houve associação entre as variáveis estudadas e os níveis de disfunções.


TLP: 121

Ângulo de Fase e Marcadores Tradicionais do Estado Nutricional em Doentes Renais Crônicos antes e após a hemodiálise

Autor(es): Lincon Ribeiro Pimentel; Lilian B Ramos; Alessandra Fortes Almeida; Jairza Maria Barreiros de Mederos

Universidade Federal da Bahia

OBJETIVO: Na prática clínica são muitos os métodos utilizados na avaliação de pacientes em hemodiálise (HD), mas a maioria apresenta limitações. Este estudo objetivou avaliar a existência de correlação e concordância entre o ângulo de fase padronizado (AFP) e marcadores tradicionais do estado nutricional (EN) em indivíduos renais crônicos, antes e após o tratamento dialítico.
MÉTODOS: Estudo transversal, com 57 pacientes em HD, de ambos os sexos. Os participantes foram avaliados por antropometria (Índice de Massa Corporal – IMC e Circunferência Muscular do Braço – CMB),pela bioimpedância (Percentual de Massa Celular Corporal – %MCC e AF) e pela Força do aperto de mão (FAM), antes e após a HD.
RESULTADOS: Não houve diferença significante para as variáveis CMB, FAM e %MCC no período pré e pós-diálise. A correlação entre o AFP e os marcadores tradicionais do EN (IMC, CMB, FAM e %MCC) no período pré-diálise foi positiva e fraca. No período pós-diálise a %MCC foi a única variável que não teve correlação estatisticamente significante. A análise de concordância entre o AFP e demais parâmetros, no período pré-diálise, mostrou concordâncias pobres ou fracas e no pós-diálise discordância com a %MCC e concordância moderada com a FAM. As perdas hídricas não influenciaram as relações do AFP.
CONCLUSÃO: O AFP teve fracas correlações com os marcadores tradicionais do EN e moderada concordância com a FAM. O AFP parece não ser um bom marcador do EN em pacientes em HD. Palavras-chave: Ângulo de fase, antropometria, bioimpedância, dinamometria, hemodiálise.


TLP: 122

Reserva muscular e a Força em indivíduos renais crônicos em hemodiálise

Autor(es): Isadora Soares Paiva; Lincon Ribeiro Pimentel; Jairza Maria Barreto Medeiros; Lilian Barbosa Ramos; Maria Helena Lima Gusmão

UFBA

INTRODUÇÃO: Devido a importância da reserva de massa muscular na qualidade de vida dos pacientes em hemodiálise (HD) e dos crescentes estudos que estimulam o uso Força de Pressão Manual (FPM) na identificação da perda de massa muscular e no auxílio do diagnóstico nutricional, esse estudo tem o objetivo de avaliar a reserva muscular e a força de indivíduos renais crônicos em HD, correlacionando a FPM com a reserva de massa magra e com métodos que avaliam esse compartimento corporal.
MATERIAL E MÉTODOS: Foram avaliados 57 pacientes, entre homens e mulheres, adultos e idosos, com insuficiência renal crônica em programa de HD. A reserva muscular foi avaliada pela Área Muscular do Braço Corrigida (AMBc), Circunferência Muscular do Braço (CMB) e pela porcentagem de Massa Muscular (%MM) obtida a partir da resistência gerada pela bioimpedância e aplicação dos cálculos propostos por Janssen11, 12. A FPM foi mensurada pelo dinamômetro hidráulico para mão – modelo Jamar® e as medidas eram realizadas na mão oposta ao lado da fístula arteriovenosa (FAV), com os indivíduos em pé, braço esticado e feitas três medidas, com intervalo de 01 minuto entre elas e utilizada a de maior valor. Os valores utilizados para análise foram da avaliação nutricional realizada após 30 minutos da seção de HD.
RESULTADOS: Adultos apresentaram maior FPM e homens maior reserva muscular. Não houve diferença entre a inadequação da reserva e força muscular entre os grupos com menos e mais de 60 meses em HD. Observou correlação significativa da FPM com os parâmetros de reserva muscular AMBc e CMB. Há uma pobre concordância entre a FPM e os parâmetros de reserva muscular AMBc, CMB e %MM.
CONCLUSÃO: A FPM associa-se a reserva muscular, reforçando os achados da literatura que incentivam o uso deste na avaliação nutricional de pacientes em HD, mas ainda são necessários estudos que avaliem a concordância da FPM com métodos já usualmente utilizados na avaliação da reserva de massa magra.


TLP: 123

Impacto da implementação de um programa de incentivo a diálise peritoneal em um serviço de nefrologia

Autor(es): Jenaine Oliveira Paixão; Tania A. Paulo; Lilian Guimarães Silva; Lilian Pires de Freitas do Carmo

Hospital Evangélcio de Belo Horizonte

INTRODUÇÃO: A diálise peritoneal (DP) é um método efetivo de diálise que usa o peritôneo como membrana semipermeável para a depuração de toxinas urêmicas. Sua popularidade tem aumentado devido à simplicidade e conveniência do método, porém ainda é subutilizada no Brasil. Segundo o censo da SBN 2012, apenas 8,4% da população em diálise utiliza esse tipo de tratamento, tornando importante a criação de programas de incentivo à modalidade.
OBJETIVO: Avaliar o impacto da implementação de um programa de incentivo à DP em um Serviço de Nefrologia.
MÉTODO: O programa “Bem Viver em Diálise” foi criado em abril de 2013 e constitui-se de ciclos periódicos de palestras direcionadas aos pacientes em hemodiálise (HD), em tratamento conservador e seus acompanhantes. As palestras foram realizadas pela equipe multiprofissional na própria clínica e contaram com a participação de pacientes e cuidadores que já realizavam a diálise peritoneal, quando puderam relatar suas próprias experiências. Realizou-se a análise do impacto da implementação do programa através do cálculo do número de pacientes que mudaram de modalidade dialítica, do número de pacientes que optaram pela DP como tratamento inicial e do consequente crescimento do serviço de DP. Os dados analisados são do período de abril de 2013 a abril de 2014.
RESULTADOS: Em abril de 2013 o programa teve início com 26 pacientes DP, com uma média anterior de admissões de pacientes provenientes da HD de 1,58 pacientes/mês e uma taxa de crescimento anual de 38,4%. Após o início do programa, 48 pacientes migraram da HD para a DP e 11 pacientes iniciaram DP como tratamento inicial, determinando um crescimento anual de 111,5%, finalizando o mês de abril de 2014 com 55 pacientes em DP.
CONCLUSÃO: A implementação de um projeto de fácil execução determinou um aumento considerável no número de pacientes que optaram pela DP como método dialítico. A desinformação a respeito da eficácia e segurança do método constitui empecilho importante para seu crescimento. O contato dos pacientes em tratamento conservador e em HD com os pacientes em DP auxilia no esclarecimento de dúvidas e na credibilidade do método.


TLP: 124

Comparação entre os níveis plasmáticos do peptideo natriuretico do tipo B e ganho de peso no período interdialitico de pacientes em programa de hemodiálise

Autor(es): Maria Isabel Leszczynski; Arlete Marquesone Nunes; Hugo César de Moraes Canever; Daniel Bolognese; Paulo Roberto Aranha Torres; Ricardo Oyama; Alexandre Sans Cunha; Roberta Corrêa Pascotto; Sérgio Seiji Yamada

Santa Casa de Misericórdia de Maringá

INTRODUÇÃO: A concentração plasmática de biomarcadores cardíacos como o peptídeo natriurético do tipo-B (BNP) e seu fragmento terminal (NT-pro-BNP), biologicamente inativo, tem sido útieis para avaliar pacientes com doença renal crônica em programa de hemodiálise, sendo que a elevação de seus valores tem mostrado correlação com o grau de disfunção sistólica do ventrículo esquerdo e com a sobrecarga de volume.
OBJETIVO: Dosar o nível plasmático de (BNP) dos pacientes em programa de hemodiálise e correlacionar com o ganho de peso interdialítico.
MÉTODOS: Realizamos um estudo transversal retrospectivo, a partir de dados de prontuário de pacientes em programa de hemodiálise em um hospital geral da região Noroeste do Paraná.
Parâmetros epidemiológicos como: Idade, raça, gênero foram analisados. O nível de BNP coletado antes da segunda diálise da semana e a média de ganho de peso interdialítco (GPID) do mês foram calculados. Foram considerados ganhadores de peso, aqueles que apresentaram GPID maior que 5%. Os pacientes foram divididos em dois grupos: ganhadores de peso (GP) e não ganhadores (NG). Em cada um dos grupos foi calculado a média do ganho de peso e dos valores de BNP. Analisamos a significância estatística das diferenças utilizando o test t de student (Graphpad Prism 5. 01), considerado significante quando p<0,05.
RESULTADOS: Foram avaliados prontuário de 114 pacientes, com média de idade aproximada de 56 anos, 61destes foram considerados GP. Neste grupo observamos um discreto predomínio de 32 mulheres(52%), 18 mulheres da raça branca(56%). 53 pacientes foram considerados NG, destes 36 eram homens (67,9%), sendo 28 da raça branca (77%). A média dos valores de BNP encontrada no grupo GP foi significativamente maior que as dos NG (686,3 + 1181,5 vs 351,2+ 465,5 pg/mL, p 0,027).
CONCLUSÃO: 1) A despeito de outras variáveis envolvidas, confirmamos que existe uma relação direta entre o aumento de BNP e ganho o GPID. 2) A média dos valores de BNP encontrada no grupo de GP, foi o dobro da média dos NG; 3) Nesse estudo observamos um predomínio de mulheres de raça branca GP.


TLP: 125

Fistula Arteriovenosa: Sobrevida, Causas De Perda E Variáveis Associadas: Comparação Entre Duas Unidades

Autor(es): Moura Neto, J.A.; Moura, D.Q.; Souza, A.F.P.; Sa Moura, S.M.; Cabral, S.; Chiacchio, S.; Paschoalin, R.P.; Dantas, G. G. L.; Moura Jr, J.A.

Clínica Senhor do Bonfim

INTRODUÇÃO: A criação das fistulas arteriovenosa (FAV) como acesso vascular à hemodiálise (HD) tornou possível repetidas punções, inaugurou a era da HD crônica e modificou a história natural dos pacientes em HD. Esforços têm sido realizados nos cuidados para mantê-las pérvias e em adequadas condições de uso. Maior sobrevida das FAVs diminui a morbimortalidade dos pacientes e minimizam o uso do cateter venoso como acesso para HD, enquanto complicações e perdas relacionam-se a um pior prognóstico.
OBJETIVO: Avaliar a sobrevida e as causas da perda de FAVs em duas unidades de nefrologia, correlacionando-as com variáveis que poderiam estar associadas.
METODOLOGIA: Acurva de Kaplan-Meier foi aplicada para comparar a sobrevida das FAVs ao final de 28 meses (jan/2012 a abril/2014) em duas unidades da Clinica Senhor do Bonfim (CSB), uma em Feira de Santana (FSA) e outra em Salvador(SSA). As causas das perdas de FAVs foram analisadas. Gênero, idade, diagnóstico de diabetes, local da FAV e tempo de confecção foram as variáveis estudadas e comparadas.
RESULTADOS: No total, 650 FAVs foram seguidas neste período; 373 na unidade de FSA e 277 em SSA. Houve 109 perdas de FAVs, sendo 50 em FSAe 59 em SSA. No período, a sobrevida das FAVs em FSAfoi de 89,70% I. C. 95% [87,47-91,57%] enquanto em SSA, a sobrevida foi de 85,75% I. C. 95% [82,9-88,9%], OR=1. 64, I. C. 95% [1,12-2,38%]. Trombose ocorreu em 72 casos e foi a causa mais prevalente, 34(68%) em FSA e 38(64,6%) em SSA, seguida de 29 perdas, após episódios de hipotensão. Mais da metade das perdas, 68 delas, ocorreram em homens, sendo 38 em FSA e 30 em SSA, P= 0,004*. A idade média dos pacientes em FSA foi de 63±17,3 anos e 59±14,4 em SSA. Das 109 perdas de FAVs; 29 ocorreram em pacientes diabéticos, sendo 7 em FSA e 22 em SSA, P=0. 005*. Quanto ao local das FAVs, 43 eram proximais, 12 em FSA e 31 em SSA, P=0. 000*. O intervalo de tempo entre a confecção e a perda das fístulas foi de 30,5±14,2 meses em FSA e 31,2±18,9 meses em SSA.
CONCLUSÕES: 1 – O risco de perda de FAV foi 64% maior em Salvador, 2 – Trombose foi a causa mais prevalente nas duas unidades, 3 -Homens perderam mais FAVs, 4 – Houve maior prevalência de perda em diabéticos e de FAVs proximais em Salvador.


TLP: 126

Relato de 100 implantes de cateter de tenckhoff por nefrologista através da técnica de Selding modificada

Autor(es): Martins,GKM; Biagini,G; Moraes,TP

Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba

Um acesso adequado e seguro à cavidade peritoneal é fundamental no desenvolvimento e manutenção de um serviço de diálise peritoneal de qualidade. Embora diversos artigos tenham comparado e certificado a segurança do implante do cateter realizado pelo nefrologista essa ainda não é uma realidade na maioria dos centro nacionais. Assim , nosso intuito é descrever nossa experiência com nefrologia em um grande centro do sul do país. Este estudo realizado e um único centro, onde relatamos os resultados de todos os cateteres de diálise peritoneal implantados por nefrologista intervencionista no período de dois anos, de janeiro de 2011 a fevereiro de 2013. Todos os cateteres foram implantados em sala própria, por via percutânea, sob anestesia local pela técnica de Seldinger modificada. Foram implantados 100 cateteres de DP. Amédia de idade de nossos pacientes era de 51 anos, a principal etiologia da doença renal foi nefropatia hipertensiva. As taxas de complicações foram semelhantes as relatadas na literatura e dentro do preconizado pelas diretrizes mais atuais, que consistiram em migração de cateter em 15%, obstrução de cateter por coágulo em 1%, peritonite em 2% ( uma bacteriana e uma fúngica), hematoma de túnel 1% e punção de artéria epigástrica 1%. Infecção de túnel e óstio e perfuração de alça intestinal não foram notificados.
Nossos resultados confirmaram a segurança do implante de cateter de dialise peritoneal por nefrologista intervencionista.


TLP: 127

Relato de caso de peritonite causada por Ewingella americana em paciente em diálise peritoneal

Autor(es): Martins,GKM; Biagini,G

Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Curitiba

Peritonite é uma das principais complicações em pacientes submetidos a terapia renal substitutiva pelo método de diálise peritoneal automatizada. Um dos agentes causadores isolados mais comuns é o Staphylococcus aureus. Assim, direcionando a escolha empírica de antibióticos. Neste relato apresentamos um caso de peritonite fúngica causada por Ewingella americana, é geralmente encontrada em ambientes hospitalares, foi descrita pela primeira vez a partir de amostras clínicas por Grimont et al. em 1983. Relatos de infecções graves causadas por Ewingella americana tem sido raros. Este microorganismo é raramente encontrado em amostras clínicas humanas. O primeiro caso diagnosticado no sul do Brasil foi de uma mulher de 69 anos, com doença renal crônica em programa de diálise peritoneal automatizada noturna desde junho de 2013, tem como etiologia da doença renal crônica a hipertensão arterial sistêmica. Apresentou queixa de dor e distenção abdominal generalizada, inapetência e presença de líquido de drenagem peritoneal turvo. Foi coletado material para culturas e antibiograma, e iniciado tratamento empírico com ceftazidime e cefalotina administrado em bolsa de diálise peritoneal. Em 24 horas após iniciar a terapia empírica, a paciente referiu flacidez, melhora da dor abdominal e clareamento do líquido de drenagem. O resultado da cultura do líquido de diálise peritoneal foi positivo para Ewingella americana, e o antibiograma mostrou sensibilidade para ambos os antibióticos utilizados, optou-se pela continuidade do tratamento por 14 dias. A fonte mais comum de isolados humanos tem sido o sangue, mas também foi isolada apartir de saliva, urina, feridas e fezes. E. americana é um organismo sem necessidades nutricionais que podem sobreviver em água e soluções de citrato e cresce preferencialmente 4ºC. Para mais informações é necessário para definir a sua etiologia e possível papel na doença humana.


TLP: 128

Peritonite por Ochrobactrum anthropi em paciente submetido a Diálise Peritoneal.

Autor(es): Martins, GKM; Radunz, VA; Bernard, LF; Moraes, TP; Almeida, TVR; Silva, RL

Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba

Ochrobactrum anthropi é um cocobacilo gram negativo nao fermentador de origem nosocomial considerado oportunista, com grande capacidade de sobreviver em meios aquosos e colonizar tubos de silicone. Os casos de infecções tradicionalmente se relacionam a pacientes imunossuprimidos, mas recentemente emergiram casos de infecção também em imunocompetentes. Reportamos aqui, de nosso conhecimento, o quarto caso na literatura de peritonite por O. anthropi em diálise peritoneal. Tratase de um paciente de 67 anos, hipertenso e sem outras comorbidades, em regime de diálise peritoneal automatizada há 4 anos. Na admissão apresentava dor abdominal de forte intensidade associada a febre de 38C e turvação do dialisato com 4 dias de evolução. Havia tratado dois meses antes, com sucesso, uma peritonite com cultura negativa com cefazolina e gentamicina, posteriormente escalonada para Meropenem + Vancomicina devido ausência inicial de resposta clínica. No episódio atual, os exames admissionais eram: Hemograma com 7230 leucocitos com 3% bastões, PCR 192mg/dl, dialisato com 170 leucocitos/mm3 sendo 75% neutrófilos e 25% monócitos, bacterioscopia negativa. Iniciado antibioticoterapia empírica com Ceftazidima e Vancomicina. Após 5 dias de tratamento o paciente persistia sem melhora clínica e dos parâmetros laboratoriais, tendo sido submetido a retirada do cateter de Tenckhoff e transferido para hemodiálise. O resultado de cultura do efluente foi positiva para O. anthropi > 100. 000 UFC cujo antibiograma mostrou resistência a todas classes de antibióticos testados. A retirada do cateter foi seguida de rápida convalescença. As características clínicas, a resposta ao tratamento e evolução do caso se assemelha a descrições existentes na literatura, com a particularidade da ocorrência em paciente imunocompetente. Apesar de perfil de sensibilidade in vitro favorável, o O. anthropi se relaciona a recidivas de bacteremia por persistência de infecção e a remoção do cateter é indispensável para eliminação do foco.

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