J. Bras. Nefrol. 2014;36(3 suppl. 1):84-122.

Temas Livres Pôsters – Doença Renal Crônica

TLP: 218

Proposta de Rastreamento de Doença Renal Crônica napopulação no Dia Mundial do Rim

Autor(es): Daniel Rinaldi dos Santos; Victor do Couto Rosa Jordão; Thiago Cavenaghi Castanheira; Marcelo Rodrigues Bacci; Ronaldo Roberto Bergamo; Fernando Luiz Affonso Fonseca; Felipe Ribeiro Bruniera; Felipe Moreira Ferreira; Livia Yadoya Vasconcelos

Faculdade de Medicina do ABC

INTRODUÇÃO: Conhecer a prevalência da doença renal crônica (DRC) no Brasil e no mundo é algo muito cobiçado, porém extremamente desafiador para os pesquisadores mesmo com o aprimoramento das técnicas de rastreamento precoce. Diabetes e hipertensão arterial são as duas maiores causas de DRC no mundo, associado ainda ao envelhecimento populacional. Traçar o perfil dos pacientes e realizar um rastreamento adequado é a melhor forma de intervir rapidamente e realizar prevenção da DRC com potencial para impacto na qualidade de vida e sobrevida.
OBJETIVO: Avaliar a presença de proteinúria por fita reagente em campanha mundial de prevenção de doença renal como rastreamento para DRC no município de São Bernardo do Campo. MÉTODO:Trata-se de estudo transversal baseado na análise da resposta de questionário de doença renal e realização do Dipstick Test em 205 pacientes na campanha do Dia Mundial do Rim de 2013. O estudo foi conduzido pela disciplina de Nefrologia da Faculdade de Medicina do ABC. O critério de exclusão constituiu estar no período menstrual.
RESULTADOS: Do total de 205 pacientes estudados, 66,34% eram mulheres com idade média de 46,32 anos. Cerca de 34,14% dos pacientes eram hipertensos e 9,75% diabéticos. A glicemia capilar média foi de 118,2 mg/dL. Obtivemos 28,29% de alteração na urinálise com 4,87% correspondente à presença de proteinúria. O grupo com urina alterada possuía maior idade (51,36 anos),mais diabéticos (18,96%) e glicemia capilar média superior (143,2mg/dL contra 108,22 mg/dL no grupo com exame normal).
DISCUSSÃO:Nossos resultados evidenciam a importância da ferramenta de rastreamento simples de uma população aleatória para a presença de alterações renais. Demonstrou-se que apenas 13. 79 % sabiam ter alguma alteração renal porém a grande maioria dos pacientes com rastreamento positivo não tinham conhecimento das alterações que possuíam. Sabe-se ainda que a população brasileira está envelhecendo e que tanto a idade e a presença de diabetes,além da HAS podem ser fatores de riscos para o desenvolvimento de doenças renais corroborando com a necessidade de rastreamento precoce viabilizado por campanhas específicas. Logo, conclui-se que o rastreamento para DRC por urinálise é importante ferramenta de diagnóstico e posterior acompanhamento com especialista em uma população aleatória.


TLP: 219

A Função Renal Determina Modulação da Disfunção Endotelial em Pacientes Hipertensos através doPolimorfismo Genético da Apolipoproteína E (ApoE)

Autor(es): Mauro Sergio Martins Marrocos; Andrei Alkmin Teixeira; Beata Marie Redublo Quinto; Cassio Jose de Oliveira Rodrigues; Maria Aparecida Dalboni; Sylvia Manfredi; Maria Eugênia Canziani; Marcelo Costa Batista1

Divisão de Nefrologia, Universidade Federal de São Paulo, Nephrology Division – New England Medical Center – Tufts University, Hospital Israelita Albert Einstein de São Paulo

INTRODUÇÃO: A Dimetil Arginina Assimétrica (ADMA) é um inibidor endógeno da sintase do óxido nítrico. Seu papel como biomarcador e agente indutor na progressão da doença renal, complicações vasculares e morte tem sido apresentado na literatura. Em modelo genético de camundongos deficientes para dimetilarginina dimetilaminohidrolase 1 (DDAH1), que degrada a ADMA, e ApoE, ocorre redução das lesões vasculares ateroescleróticas e melhora da vasodilatação dependente do endotélio. Uma vez que o polimorfismo da ApoE se destaca na determinação de níveis lipídicos e na ocorrência de doenças cardiovasculares (DCV), é possível questionar se module a disfunção endotelial induzida pela ADMA.
OBJETIVO: Avaliar o efeito do polimorfismo genético da ApoE sobre os níveis de ADMAem uma coorte de pacientes hipertensos estratificados pela função renal.
PACIENTES E MÉTODOS: Pacientes estratificados em três grupos pela TFG estimada através do CKD -EPI : I > 60ml/min , II _ 60 ml / min e > 15 ml / min, e III _ 15 ml / min. Níveis de ADMA plasmática medidos através da HPLC. Análise dos polimorfismos do gene da ApoE feita através da amplificação do PCR e posterior eletroforese em gel de agarose à 2%. A frequência dos alelos comparada entre o primeiro e o terceiro tercil da ADMA em cada grupo, assim como características epidemiológicas, clínicas e laboratoriais . Análise estatística realizada com o software IBM SPSS Statistics 20. 0 .
RESULTADOS: Média de idade dos pacientes foi de 60,1 ± 14,1 anos, 318 (50,7%) eram homens, o IMC foi de 28,0 ± 5,3, 396 (63,2%) eram brancos , 244 (38,9%) tinham DM, 316 (50,4%) tinham dislipidemia, 223 (35,6%) tinham doença cardiovascular (DCV). Os grupos foram, respectivamente, compostos por 189, 229 e 202 pacientes . O Alelo E2 da ApoE estava presente em 67 (10,7%) dos pacientes; o alelo E3, em 588 (93,8%); o alelo E4 em 116 (18,5%) . No grupo III, o alelo E4 da ApoE foi encontrado em 53,3% dos pacientes no primeiro tercil da ADMA e em 14,7% daqueles no terceiro tercil (p = 0,000, teste do Qui quadrado). Esta correlação permaneceu significativa mesmo após controle para covariáveis, como idade, sexo, raça, IMC, DM, DCV, PCR e LDL (OR 0. 127, CI: 0,35-0,468, p = 0,002).
CONCLUSÃO: O alelo E4 da ApoE está associado de forma independente a baixos níveis de ADMA entre pacientes com estágio avançado da doença renal. Esta associação pode representar um caminho genético desconhecido


TLP: 220

“Tumor marrom do hiperparatireoidismo secundário à doença renal crônica: relato de caso”

Autor(es): Ednéa Aparecida Ladeira Marques de Carvalho; André Luiz de Faria

Santa Casa de Misericórdia de Lavras

INTRODUÇÃO: O tumor marrom, cuja denominação deve-se a sua coloração característica, proveniente da hemorragia intralesional e do depósito de hemossiderina em seu interior, é uma forma de osteíte fibrosa cística, o estágio final do processo de remodelamento ósseo durante o hiperparatireoidismo. Clinicamente apresenta-se como uma massa tecidual expansiva cuja localização incluem ossos longos, clavícula, costela e pelve e menos frequentemente em maxila e mandíbula.
RELATO DE CASO: Paciente do sexo feminino, 23 anos de idade, em terapia renal substitutiva devido a insuficiência renal crônica (IRC), secundária a nefropatia de refluxo, desde setembro de 2003, e com diagnóstico de hiperparatireoidismo secundário à doença renal crônica. Apresentou-se a sessão dialítica em março de 2011 com dor em membro inferior direito, dificultando a deambulação e com exoftalmia à esquerda em junho do mesmo ano. Realizou-se tomografia computadorizada do membro inferior e da face que determinou lesões ósseas intramedulares, com afilamento da cortical adjacente. Diante da correlação com os dados clínicos e com os exames de imagem levantou-se a hipótese de tumor marrom. A conduta foi a submissão da paciente à biópsia da lesão do seio maxilar esquerdo, cujo exame histológico revelou granuloma reparativo de células gigantes multinucleadas, alterações características do tumor marrom. O tratamento de escolha foi a paratireoidectomia total, que resultou em melhora do estado geral e regressão dos sintomas causados pelas deformidades ósseas.
DISCUSSÃO: O caso retratado evidencia a presença de tumor marrom relacionado ao hiperparatireoidismo secundário em paciente com IRC grau V. Essa afecção incomum ocorre predominantemente em mulheres entre a quinta e sexta décadas de vida, sendo a localização em maxila e mandíbula rara. Entretanto, o hiperparatireoidismo secundário é uma complicação frequente à medida que pacientes permaneçam em hemodiálise por longo período de tempo e o aumento da secreção do PTH representa o fator causal das deformidades ósseas. O diagnóstico final deve ser baseado na associação entre história clínica, exames laboratoriais e de imagem, além da biópsia. A terapia de escolha consiste no controle do hiperparatireoidismo que pode ser realizado através de medicação oral ou incremento da dose de diálise. Entretanto, quando os níveis de cálcio e fósforo não respondem a terapia ou quando o


TLP: 221

Importância da recomendação de pesquisa de nefropatiaem pacientes portadores de HIV atendidos em umambulatório especializado

Autor(es): Erika Thaynara Pereira Martins; Maria Carolina Santos Malafaia Ferreira ; Ayrton Macedo Guimarães de Oliveira ; André Falcão Pedrosa Costa

Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas

INTRODUÇÃO Pacientes portadores do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), por inúmeros fatores podem apresentar diversas alterações renais agudas e crônicas e isto influenciar diretamente os desfechos. Diante de tal importância, o objetivo deste trabalho foi analisar presença do diagnóstico de acometimento renal, como um aspecto do cuidado integral, diante do risco deste agravo estar presente na população atendida em um ambulatório especializado.
MÉTODOS Traçou-se uma análise retrospectiva de prontuários e também coleta de exames de forma prospectiva abrangendo 99 pacientes infectados pelo HIV, atendidos no ambulatório de HIV/Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) de um hospital de moléstias infectocontagiosas. 31 pacientes foram entrevistados e submetidos a coletas de amostras de urina para avaliação da microalbuminúria. A filtração glomerular foi estimada com as fórmulas de Modified Diet in Renal Disease simplificada. Os dados foram armazenados, tabulados e analisados através do programa EPIINFO (versão 6. 0) e foi realizada uma análise estatística descritiva, por meio do cálculo das porcentagens.
RESULTADOS 99 pacientes foram incluídos no estudo, 58,58% eram do sexo masculino e 41,41% do sexo feminino; 84 (84,84%) pardos, 10 (10,10%) negros e 5 (5,05%) brancos. Aidade média foi de 41,02 ±11,05 anos. Quanto ao esquema terapêutico, a Lamivudina (3TC), foi o fármaco mais utilizado pelos pacientes (84,21%), 26 (21,37%) pacientes faziam uso da associação de 3TC, Zidovudina e Efavirenz. Percebeu-se claramente que a busca do diagnóstico de acometimento renal foi insignificante. Entre 95 pacientes, apenas 17 (17,89%) apresentavam no prontuário exame simples de urina, dentre os quais dois (11,76%) apresentaram alteração na coloração, onze (64,70%) apresentaram alteração no aspecto, três (17,64%) apresentaram pH menor que 5,5, um apresentou pH maior que 7 (5,88%) e três (17,64%) apresentaram proteinúria de +. Sete (7,36%) tinham hipertensão arterial sistêmica, cinco (5,2%) apresentaram queixas urinárias e três (3,15%) apresentaram edema. A média da microalbuminúria em amostra isolada foi de 2,12 mg/dL ±3,32, e doze (38,71%) apresentaram a dosagem acima de 1,7 mg/dL.
CONCLUSÃO Não se observa uma rotina de pesquisa de acometimento renal, mesmo em um ambulatório especializado. Por se tratar de uma população particularmente exposta ao risco de nefropatia, os protocolos clínicos do Sistem


TLP: 222

IMC e circunferência abdominal como preditores de risco cardiovascular em pacientes diabéticos

Autor(es): José Ayrton Macedo Guimarães de Oliveira; Erika Thaynara Pereira Martins; Lucas Nascimento Tavares; Maria Carolina Santos Malafaia Ferreira; André Falcão Pedrosa Costa

Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas

INTRODUÇÃO. Uma condição altamente prevalente nos pacientes diabéticos é a obesidade a qual é estratificada segundo os patamares do Índice de Massa Corporal (IMC) que possui implicações diagnósticas bem definidas. Porém pode subdiagnosticar a distribuição da gordura visceral que também se correlaciona com maior risco cardiovascular. O objetivo desse estudo foi observar dois métodos de avaliação da obesidade: o IMC e a circunferência abdominal (CA) e verificar sua associação com fatores de risco cardiovascular em pacientes diabéticos.
MÉTODOS. Desenhou-se um estudo transversal que incluiu 45 diabéticos adultos participantes do programa HIPERDIA, de uma unidade de saúde da família em Alagoas. Foram mensurados o peso corporal (em quilograma) e estatura (em metro) para o cálculo do IMC; a CA e do quadril (em centímetros) para o cálculo da relação cintura/quadril (RCQ). Resultados de exames bioquímicos como glicemia de jejum, hemoglobina glicada, triglicerídeos, colesterol total e frações; bem como dados demográficos (sexo, idade e raça) foram coletados dos prontuários dos pacientes para analise clínica. Foram aferidos o índice tornozelo-braço e a pressão arterial no momento da avaliação. Os dados foram armazenados e analisados no programa Bioestat 5. 0. , sendo usado percentual dos dados, média, desvio padrão e análise de correlações. Trabalhou-se num intervalo de confiança de 95%.
RESULTADOS. Dentre os indivíduos estudados, 30 eram feminino e 15 masculino. A Idade variou de 37 a 81 anos, sendo 59,1 ± 9,6 no feminino e 54,6 ± 8,1 anos no sexo masculino. A prevalência de síndrome metabólica foi de 55,5% e as frequências de sobrepeso e obesidade no sexo feminino e masculino foram bastante elevadas: 33,33% e 53,33%; 46,67% e 33,33% respectivamente. A CA apresentou-se em 86,67% das mulheres acima de 88 cm e em 40% dos homens acima de 102 cm. O IMC e a CA apresentaram uma correlação positiva e estaticamente significativa (p<0,001), entretanto quando correlacionados com outros fatores de risco cardiovascular não apresentaram significância estatística, assim como a RCQ. O gênero feminino apresentou as maiores taxas de colesterol total e triglicerídeos e os homens de doença arterial periférica.
CONCLUSÃO. Medidas antropométricas como parâmetro clínico único para análise de risco cardiovascular não é plenamente correto. É necessário o acompanhamento contínuo pela análise concomitante de vários p


TLP: 223

Perfil da ingesta de fósforo entre pacientes com doença renal crônica em hemodiálise

Autor(es): Carlos Wellington Machado de Melo; Ana Cláudia de Oliveira Portela; Catarine Cavalcante Ary; Gabriel Freire Cordeiro Sampaio; Halane Maria Rocha Pinto; João Laerte Alves de Freitas; Klênio Clécio Lopes Melo; Matheus Silva de Moraes; Paulo Roberto Santos; Tarcizio Brito Santos

Santa Casa de Misericórdia de Sobral

INTRODUÇÃO: A restrição da ingesta de fósforo faz parte do tratamento da doença renal crônica dialítica. O estudo teve por objetivo estimar a quantidade de fósforo ingerida por pacientes com doença renal crônica dialítica.
MÉTODOS: Foram estudados 103 pacientes com doença renal crônica em esquema regular de hemodiálise. Foram coletados os seguintes dados: gênero, idade, classe social e ingesta de fósforo (mg/dia). A classe social foi definida pelos critérios da Associação Brasileira de Institutos de Pesquisa e Mercado. A ingesta de fósforo foi estimada pelo cálculo do recordatório de consumo alimentar de 48 horas, incluindo um dia de diálise e um dia sem diálise. O resultado em mg/dia da ingesta de fósforo correspondeu à média dos dois dias. Foi considerada como ingesta apropriada de fósforo os valores menores ou iguais a 800 mg/dia.
RESULTADOS: A amostra foi constituída por 63 (61,0%) homens e 40 (39,0%) mulheres com idade média de 52,1 anos. A distribuição por classe social foi a seguinte: nenhum paciente da classe A, 4 (3,8%) da classe B, 50 (48,6%) da classe C, 46 (44,7%) da classe D e 3 (2,9%) da classe E. A média de ingesta de fósforo foi 833,6 mg/dia. Quarenta e oito (46,6%) pacientes apresentaram ingesta recomendada (inferior ou igual a 800 mg/dia).
CONCLUSÕES: A maioria dos pacientes com doença renal crônica em hemodiálise apresenta ingesta de fósforo em níveis não recomendados. O resultado serve como alerta para que haja um esforço da equipe de saúde para conscientizar os pacientes sobre a importância da restrição de fósforo na dieta diária.


TLP: 224

Associação entre doença renal crônica e alterações cardiovasculares em uma população de atenção primária

Autor(es): Suzana Greffin1; Mauro Barros André3; Jorge Paulo Strogoff3; Hye Chung Kang1; Antonio José Lagoeiro Jorge1; Maria Luiza Garcia Rosa2; Jocemir Ronaldo Lugon3

1. Pós-graduação em Ciências Cardiovasculares / Ciências Médicas, Faculdade de Medicina, UFF
2. Departamento de Epidemiologia e Bioestatística, Instituto de Saúde da Comunidade, UFF
3. Nefrologia/Medicina Clínica, Faculdade de Medicina, UFF

INTRODUÇÃO: A doença cardiovascular (DCV) é especialmente prevalente em pacientes com doença renal crônica (DRC). Avaliou-se essa associação em uma amostra de uma população de atenção primária de Niterói-RJ com idade _45 anos.
MÉTODOS: Utilizou-se o banco de dados do Projeto Digitalis, que estudou a prevalência de doenças crônicas em uma população assistida pelo Programa Médico de Família de Niterói-RJ com uma amostra coletada para representar a população de atenção primária dessa faixa etária na cidade. A doença cardiovascular foi analisada por alterações no ecocardiograma e, também, pela história de eventos cardiovasculares.
RESULTADOS: Foram estudados 600 pacientes (38%M; 62%F) com 59,4±10,2 anos, dos quais 72% eram hipertensos e 24%, diabéticos. Aprevalência de DRC em qualquer estágio foi 28%. Os pacientes com DRC apresentaram maior frequência de hipertrofia ventricular esquerda (41 vs. 28%, P=0,002), disfunção sistólica (9,6 vs. 3,3%, P=0,002) e disfunção diastólica (42 vs. 20%, p<0,001). Também tinham maior frequência de história de infarto agudo do miocárdio (7,1 vs. 3,3%, P=0,041) e de acidente vascular cerebral (7,1 vs. 2,8%, P=0,017). A prevalência de DCV aumentou de acordo com os estágios da DRC.
CONCLUSÃO: Nesse estudo brasileiro com uma população de atenção primária, a DRC foi confirmada como um fator de risco independente para DCV.

Palavras-chave: doença renal crônica, doença cardiovascular, infarto, acidente vascular, insuficiência cardíaca.


TLP: 225

Doença renal crônica e síndrome metabólica como fatores de risco para alterações cardiovasculares em uma amostrapopulacional

Autor(es): Suzana Greffin1; Mauro Barros André3; Jorge Paulo Strogoff3; Hye Chung Kang1; Antonio José Lagoeiro Jorge1; Maria Luiza Garcia Rosa2; Jocemir Ronaldo Lugon3

1. Pós-graduação em Ciências Cardiovasculares / Ciências Médicas, Faculdade de Medicina, UFF
2. Departamento de Epidemiologia e Bioestatística, Instituto de Saúde da Comunidade, UFF
3. Nefrologia/Medicina Clínica, Faculdade de Medicina, UFF

INTRODUÇÃO: A associação entre doença renal crônica (DRC) e doença cardiovascular tem sido objeto de muitos estudos, mas seus fatores determinantes ainda precisam ser melhor esclarecidos. Avaliamos o papel da síndrome metabólica (SM) nessa associação em uma amostra de uma população de atenção primária de Niterói-RJ com idade _45 anos.
MÉTODOS: Foi utilizado o banco de dados do Projeto Digitalis, que estudou a prevalência de doenças crônicas em uma população assistida pelo Programa Médico de Família de Niterói-RJ com uma amostra coletada para representar a população de atenção primária dessa faixa etária na cidade. A razão de chance (do inglês, OR) de apresentar uma variável composta (DCV) que incluía alterações evidenciadas no ecocardiograma (hipertrofia ventricular esquerda, disfunções sistólica e diastólica) e história de eventos cardiovasculares (infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral) foi avaliada nos três grupos (sem DRC e sem SM, com DRC mas sem SM e com DRC e SM).
RESULTADOS: Foram estudados 600 pacientes (38%M; 62%F), com 59,4±10,2 anos, dos quais 198 (33,6%) tinham SM e 169 (28,5%), DRC. Dentro do grupo com DRC, havia 60 (36,4%) com SM. Nos participantes sem DRC, a presença de SM não aumentou o risco de DCV (44% vs. 41%, OR 1,14 IC 0,75-1,73, P=0,608). Naqueles sem SM, a DRC isolada esteve associada a maior risco de DCV (63% vs. 41%, OR 2,47 IC 1,55-3,95, P<0,001). A associação de DRC e SM amplificou substancialmente o risco de DCV (78% vs. 41%, OR=5,09 IC 2,62-9,86, P<0,001).
CONCLUSÃO: Nesse estudo brasileiro com uma população de atenção primária, a SM demostrou ser um forte fator de risco para alterações cardiovasculares em pessoas com DRC. Palavras-chave: doença renal crônica, doença cardiovascular, infarto, acidente vascular, insuficiência cardíaca, síndrome metabólica.


TLP: 226

Impacto da Síndrome Metabólica sobre o gasto energéticode repouso em portadores de doença renal crônica

Autor(es): Carolina Quintella Dantas Rodrigues; Marcelo Costa Batista; Mauro Sérgio Marrocos; Andrei Alkmim; Cássio Rodrigues; Beata Marie Quinto; Jacqueline Alves Santos

Unifesp

INTRODUÇÃO: Modificações no gasto energético de repouso (GER) em pacientes com doença renal crônica (DRC) podem contribuir para o incremento na mortalidade. A presença de comorbidades pode estar associada com o GER elevado e quando não compensado por uma ingestão adequada pode determinar um desfecho clínico desfavorável nessa população. O objetivo foi avaliar o impacto da Síndrome Metabólica (SM) sobre o GER em portadores de DRC.
POPULAÇÃO E MÉTODOS: Duzentos pacientes estratificados de acordo com a taxa de filtração glomerular (TFG) estimada foram incluídos através de avaliação nutricional no Ambulatório de Hipertensão da Unifesp. Numa primeira análise todos os participantes do estudo foram divididos em 2 grupos: sem DRC (TFG>60ml/min) e com DRC (TFG<60ml/min) para a caracterização de parâmetros nutricionais. Posteriormente foram divididos de acordo com a presença ou ausência de SM. O GER foi aferido por calorimetria indireta, a composição corporal foi avaliada por bioimpedância elétrica e coletados exames de sangue e urina.
RESULTADOS: Os pacientes com DRC apresentaram aumento significativo da massa magra corporal (MMC) e água corporal e redução da gordura corporal quando comparados com aqueles sem DRC (75. 2±9. 1 vs68. 9±9. 9%; P<0. 01,54. 9±6. 7vs50. 4±7. 2%;P<0. 01e24. 7±9. 1vs31. 1±9. 9%; P<0. 01, respectivamente). O GER foi significativamente menor no grupo com DRC do que aquele sem DRC (1293±364vs1430± 370 kcal/dia; P= 0,01). Independente do nível de função renal, o grupo com SM apresentou aumento significativo do GER quando comparado com aquele sem SM (1431±399vs1288±335kcal/dia; P=0. 01). O grupo com DRC sem SM apresentou redução significativa do GER quando comparado aos grupos sem DRC sem e com SM, e aqueles com DRC e SM (1173±315vs1392±324vs1460±410vs1424±376kcal/dia;P<0. 05, respectivamente). A análise multivariada demonstrou associação independente da DRC na determinação do GER quando ajustada pela MMC. A inclusão da SM como variável independente no mesmo modelo de análise neutralizou o impacto da DRC nos valores do GER (P=0. 19;95% intervalo de confiança (-249. 0;50. 5). Nos pacientes sem SM, o GER se correlacionou com a TFG estimada e o equivalente protéico (r=0. 33,P<0. 01,r=0. 21,P=0. 04, respectivamente) sendo que naqueles com SM, tais correlações não foram observadas.
CONCLUSÃO: Apresença de DRC se associa de maneira independente com a redução do GER. Esta redução observada do GER é revertida naqueles pacientes portadores de SM independente da função renal.


TLP: 227

Soro urêmico inibe a expressão in vitro da quimiocina SDF-1: possível impacto da toxicidade urêmica na lesãoendotelial

Autor(es): Bruna Bosquetti; Vanessa Ribeiro; Simone Mikosz Gonçalves; Sérgio; Gardano Elias Bucharles; Lisienny Rempel; Rayana Ariane Pereira Maciel; Rodrigo Bueno de Oliveira; Roberto Pecoits-Filho; Andréa Emilia Marques Stinghen

Universidade Federal do Paraná

INTRODUÇÃO: A disfunção endotelial é importante na patogênese da doença cardiovascular (DCV) relacionada à doença renal crônica (DRC). Stromal cell-derived factor-1 (SDF-1) é uma quimiocina que mobiliza células endoteliais progenitoras (EPC) e em conjunto com a interleucina-8 (IL-8) podem ser usadas como marcadores de reparo e lesão tecidual.
OBJETIVO: Neste trabalho, foi investigado o efeito do meio urêmico na expressão de SDF-1 e IL-8 in vivo e in vitro.
MÉTODOS: A inflamação sistêmica foi avaliada por meio da proteína C-reativa (PCR) e interleucina-6 (IL-6). IL-8 e SDF-1 foram avaliados por ELISA como marcadores de disfunção endotelial e reparo tecidual, respectivamente. Os estudos in vitro foram realizados em células endoteliais umbilicais humanas (HUVEC) expostas ao meio urêmico ou saudável.
RESULTADOS: Foram incluídos nesse estudo 26 pacientes em hemodiálise (HD) (17 ± 3 meses em diálise, 52 ± 2 anos, 38% homens e 11% diabéticos). As concentrações séricas de PCR, IL-6, SDF-1 e IL-8 foram 4,9 ± 4,8 mg/mL, 6,7 ± 8,1 pg/mL, 2625,9 ± 1288,6 pg/mL e 128,2 ± 206,2 pg/mL, respectivamente. Houve correlação positiva entre PCR e IL-6 (_=0,57; P<0,005) e entre SDF-1 e IL-8 (_=0,45; P< 0,05). Os resultados in vitro demonstraram que a expressão de SDF-1 pelas HUVEC após 6 horas de tratamento com meio urêmico é menor comparada ao tratamento com meio saudável (P<0,05). Após 12 horas de tratamento, ocorreu aumento de IL-8 quando as HUVECs foram expostas ao meio urêmico (P<0,005).
CONCLUSÃO: Sugerimos que SDF-1 e IL-8 nos pacientes em HD podem ser usados para mensurar a extensão do dano e consequente ativação vascular na uremia.


TLP: 228

Aplicação do SCORED em acompanhantes de um hospitalde referência da região norte do Ceará

Autor(es): Ana Mayara Barros Campos; Paulo Roberto Santos; Luiz Derwal Salles Júnior; Klênio Clécio Lopes Melo; Matheus Silva de Moraes; Priscila Garcia Câmara Cabral Tavares; Carlos Wellington Machado Melo; Catarine Cavalcante Ary; João Laerte Alves de Freitas Filho; Halane Maria Rocha Pinto

Universidade Federal do Ceará, campus de Sobral

INTRODUÇÃO Apartir da definição atual de DRC, a Nefrologia redirecionou o seu foco para a prevenção, a fim de detectar os indivíduos nos estágios iniciais da doença e consequentemente, evitar a terapia renal substitutiva (TRS). Assim, tornou-se necessário criar instrumentos para identificar as populações com fatores de risco, de forma a diminuir os desfechos desfavoráveis e os gastos dos sistemas de saúde com a TRS. Com esse objetivo foi elaborado um questionário, denominado “Screening for Occult Renal Disease” (SCORED) para estimar a chance de o indivíduo desenvolver DRC.
O Censo Brasileiro de Diálise publicado em 2012 detectou que o número de pacientes com doença renal crônica terminal (DRCT) no Brasil praticamente duplicou na última década, passando de 42. 695 em 2000 para 91. 314 em 2011. Baseado nesses dados e na crescente importância epidemiológica da DRC no Brasil, o presente estudo tem como objetivo avaliar o perfil epidemiológico de acompanhantes do setor de diálise de um hospital de referência da região norte do Ceará.
MÉTODOS Foram aplicados 41 questionários SCORED em acompanhantes do Setor de Diálise da Santa Casa de Misericórdia de Sobral. Os entrevistados responderam aos itens que compõe o questionário SCORED: idade, sexo, anemia, pressão alta, diabetes, episódio prévio de infarto/AVC, presença, insuficiência cardíaca congestiva (ICC), problemas circulatórios e proteinúria. Foi realizado o somatório de cada questionário, para classificar o risco dos indivíduos em desenvolver DRC.
RESULTADOS A amostra do estudo foi composta de 41 indivíduos: 31 mulheres (75,6%) e 10 homens (24,4%). Do total da amostra, 29 indivíduos (70,73%) apresentam idade inferior a 50 anos. Quanto aos fatores de risco, 7 indivíduos (17,07%) apresentam anemia; 14 (34,14%) apresentam pressão alta; 8 (19,51%) são diabéticos; 8 (19,51%) já tiveram um episódio de infarto ou AVE; 5 (12,19%) possuem insuficiência cardíaca congestiva (35=85,36%); 11 (26,82%) apresentam algum problema circulatório e 1=2,43% paciente referiu proteinúria. Dos 41 entrevistados, 10 (24,39%) estão enquadrados na faixa de risco para DRC (SCORED _4).
CONCLUSÃO: Dos 41 indivíduos do estudo, 24,39% apresentaram valor do questionário SCORED _4. Portanto, obteve-se um valor superior ao estudo responsável pela validação e adaptação do questionário (feito em Juiz de Fora, MG), que detectou 14% dos participantes do estudo com risco para DRC (SCORED _4).


TLP: 229

Aplicação do instrumento SCORED no Dia Mundial do Rim

Autor(es): Priscila Garcia Câmara Cabral Tavares; Paulo Roberto Santos; Luiz Derwal Salles Júnior; Klênio Clécio Lopes Melo; Matheus Silva de Moraes; Ana Mayara Barros Campos; Yandra Maria Gomes Ponte; Ana Cláudia de Oliveira Portela; Carlos Wellington Machado Melo; Tarcizio Brito Santos

Universidade Federal do Ceará

INTRODUÇÃO: A incidência e a prevalência de pacientes com a doença renal crônica (DRC) vêm aumentando em todo o mundo, sendo a DRC considerada um problema de saúde pública. Aperda continuada da função renal, processo patológico conhecido como progressão, leva muitos desses pacientes para a DRC terminal, que, na maioria dos casos, evoluem para insuficiência renal crônica e passam a necessitar de terapia renal substitutiva. Diante disso, o estudo teve por objetivo analisar o perfil dos participantes da Campanha do Dia Mundial do Rim em um munícipio da Região Norte do estado do Ceará utilizando o SCORED (Screening For Occult Renal Disease) que visa rastrear a doença renal oculta.
MÉTODOS: Foram estudados 149 pessoas que participaram da Campanha do Dia Mundial 2014. Foram coletados dados demográficos, clínicos e laboratoriais utilizando o questionário SCORED, o qual aborda as seguintes variáveis: idade, sexo e presença das seguintes morbidades: anemia, hipertensão arterial sistêmica, diabetes, infarto, acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca, problemas de circulação e proteinúria. O questionário contém nove questões com pesos diferentes e prevê uma chance de 20% para DRC em caso de pontuação _ 4 pontos.
RESULTADOS: A amostra foi composta por 67 (44,96%) homens e 82 (55,04%) mulheres, sendo 119 participantes com faixa etária menor do que 50 anos, 17 entre 50-59 anos, 8 entre 60-69 anos e 5 com idade superior a 70 anos. De acordo com o SCORED, 122 (81,88%) pessoas possuíam pontuação menor ou igual a três, o que indica que não tinham risco de desenvolver doença renal; 27 (18,12%) apresentaram pontuação igual ou superior a quatro, o que evidencia a chance de 20% de desenvolver DRC. Entre os participantes, 37 já tiveram anemia, 17 tinham hipertensão, 11 diabetes, 2 já tiveram ataca cardíaco/ derrame/ acidente vascular cerebral, 2 apresentavam insuficiência cardíaca, 14 com problemas de circulação e 5 já tiveram proteinúria.
CONCLUSÕES: É fundamental a realização da campanha do Dia Mundial do Rim anualmente para conscientizar a população de um município da Região Norte do estado do Ceará sobre a importância de realizar a prevenção das doenças renais e o acompanhamento médico e, com isso, evitar um futuro acometimento renal.


TLP: 230

Impacto da Presença de Arritmia Ventricular em Pacientes com Doença Renal Crônica após 24 meses de seguimento

Autor(es): Fabiana O B Bonato; Marcelo M Lemos; José Luiz Cassiolato; Renato Watanabe; Maria E F Canziani

Universidade Federal de São Paulo

INTRODUÇÃO: Na população geral, a presença de extrassístoles ventriculares está associada com aumento da mortalidade. Em pacientes com doença renal crônica (DRC), o papel das extrassístoles ventriculares ainda não foi esclarecido. O objetivo deste estudo foi avaliar o impacto da presença de arritmias ventriculares (AV) em pacientes com DRC em tratamento conservador em um seguimento de 24 meses.
MÉTODOS: Este estudo avaliou 109 pacientes com DRC (TFGe 34,8±16,1 mL/min/1. 73m2, 57±11,4 anos, 61% homens, 24% diabéticos). A presença de AV foi verificada através do Holter de 24hs. Ecocardiograma, tomografia computadorizada multi-slice, monitorização ambulatorial da pressão arterial e exames laboratoriais foram realizados. A ocorrência de eventos cardiovasculares, hospitalizações e óbitos foi registrada durante um período de 24 meses.
RESULTADOS: No início do estudo, a presença de AV foi observada em 34% e a de AV complexa em 14% dos pacientes. Durante o seguimento, foram observados: 15 eventos cardiovasculares, 15 hospitalizações e 4 mortes. A presença de AV foi associada com maior número de mortes (p = 0,012) e os pacientes com AV tenderam a apresentar mais eventos cardiovasculares (p = 0,088). O grupo com AV complexa apresentou maior mortalidade (p = 0,008) e maior frequência de eventos cardiovasculares (p = 0,006) e hospitalizações (p = 0,033). Durante os 24 meses de seguimento, uma menor sobrevida foi observada tanto no grupo com AV (p = 0,005), quanto no grupo com AV complexa (p < 0,001). Pacientes com AV complexa apresentaram menor tempo livre de evento cardiovascular (p = 0,001) e menor tempo livre de hospitalização (p = 0,018). Ajustando para fatores de confusão, a presença de AV complexa permaneceu como fator de risco independente para eventos cardiovasculares (HR = 16,66; IC 95% = 3,16 – 87,93; p = 0,001) e hospitalizações (HR = 5,44; IC 95% = 1,26 – 23,52; p = 0,023). Esta análise não foi realizada para óbito devido ao número pequeno de ocorrências.
CONCLUSÃO: A presença de AV em pacientes com DRC deve ser considerada como fator adjuvante na estratificação de risco dessa população.


TLP: 231

Identificação de variáveis clínicas em pacientes emtratamento conservador durante primeiras consultas emambulatório de nefrologia- uma das estratégias de tratamento

Autor(es): Erika Cristina Ribeiro de Lima Carneiro; Fernanda Ismaela Rolim Teixeira; Elane Viana Ortegal; Natalino Salgado FIlho; Giselle Andrade; Taffarel de Castro P Silva; Eudes Alencar

Universidade Federal do Maranhão

INTRODUÇÃO: O centro de Prevenção de Doenças renais é um serviço ligado ao Hospital Universitário da UFMA que visa atendimento interdisciplinar aos pacientes com doença renal crônica nos mais diferentes estágios da DRC, atendendo em média por mês e tendo cadastrado aproximadamente 400 pacientes em tratamento conservador. Os dados preliminares coletados neste estudo revelam o perfil destes pacientes.
OBJETIVO: verificar através da coleta de dados qual o perfil dos pacientes para que possamos traçar estratégias interdisciplinar no intuito de oferecer o melhor serviço a estes pacientes.
METODOLOGIA: Foram coletados dados de 123 pacientes e analisados dados como : sexo, idade, etiologia provável da doença renal, uso de antihipertensivo. O estágio da DRC foi calculado usando-se a fórmula CKD-EPI por meio de programa da National Kidney Fundation. Foram considerados diabéticos todos os pacientes que referiram ser e usavam medicação . A circunferência da cintura alterada quando acima de 102cm para homens e 88cm para mulheres. O índice tornozelo braquial foi calculado dividindo a pressão arterial sistólica em membro inferior pelo superior, foi utlizado método oscilométrico (Beckman, JA et al Hypertension. 2006; 47: 35-38)
RESULTADOS: Nesta amostra tivemos 58% de pacientes do sexo masculino, refletindo talvez o menor cuidado destes no controle e tratamento da hipertensão arterial e diabetes mellitus, as duas principais etiologias prováveis de DRC também encontrada neste estudo com 35% e 32% de prevalência respectivamente. Encontramos 48% de pacientes em faixa etária de 30 a 65 anos, também demonstrando a prevalência alta e o impacto da DRC em uma faixa etária produtiva. Verificou-se que 47% referiram DM e 95 % usam algum antihipertensivo. A grande maioria dos paciente fazia uso de algum diurético (87% ) e 73% dos pacientes faziam uso de bloqueador do receptor da angiotensina ou inibidor da enzima de conversão. Encontrou-se 49% dos pacientes com obesidade abdominal e 59% de dislipidemia, fato preocupante em vista do aumento do risco cardiovascular que estes pacientes estão expostos. O índice tornozelo-braquial esteve alterado em 27% dos pacientes refletindo o alto número de diabéticos e o potencial aterogênico da doença renal crônica.
CONCLUSÃO: Conclui-se portanto que estamos diante de uma população de hipertensos e diabéticos com alto risco cardiovascular, com alto índice de obesidade abdominal e dislipidemia, com relativo grau de aterosclerose clínica


TLP: 232

Educação do paciente renal crônico em tratamentoconservador: mais uma ferramenta no tratamento e manutenção da função renal – Experiência do Centro dePrevenção de Doenças Renais – HUUFMA

Autor(es): Érika ribeiro carneiro; Fernanda Ismaela Rolim; Dyego José Brito; Eudes Alencar ; Giselle Andrade ; Natalino Salgado Filho; Gabriel Lara Chacon

Universidade Federal do Maranhão

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA: A doença renal crônica (DRC) nos estágios iniciais além de ser silenciosa é pouco diagnosticada e quando este diagnóstico é feito o acesso ao nefrologista é limitado. Com a finalidade de evitar iatrogênias percebeu-se a importância de educar o paciente quanto a sua patologia, para que possamos ter mais um aliado junto ao tratamento. Apesar do trabalho de educação do paciente ser feito intensamente nos estágios 4 e 5 (cuidados com fístula, orientações sobre terapia renal substitutiva, vacinações etc. . . ), foi verificado em nosso serviço que 62,5% dos pacientes estão em estágios 3A e 3B da DRC, portanto com expectativa de se manterem em tratamento conservador por mais tempo.
METODOLOGIA: Foi adaptado gráfico (Bregman e colabs JBN. 2008;30(2):83-87) explicativo da estimativa de filtração glomerular estimada ao longo do tempo (calculado por tabelas MDRD ou cálculo disponível em forma de aplicativo no site NKF-http://www. kidney. org/apps/app_eGFR. cfm). Também elaboramos um cartão explicativo sobre nefrotóxicos para evitar antibióticos nefrotóxicos, corrigir antibióticos de acordo com a função renal, evitar instabilidade hemodinâmica, evitar crises de hipertensão arterial, evitar contraste endovenosos, evitar antiinflamatório não-hormonal e uso de comidas industrializadas.
RESULTADOS: Ao final da consulta médica e de enfermagem a filtração glomerular estimada é calculada e explica-se ao paciente em que o estágio de doença renal ele se encontra, os objetivos do tratamento (mantê-lo no estágio ou até tentar melhorar o estágio) e orienta-se o paciente a mostrar a outros médicos ou serviços de saúde que porventura venham a consultar, no intuito de informar aos outros médicos que este paciente tem DRC e necessitam de adaptações especiais às medidas terapêuticas. O paciente também leva o cartão explicativo sobre nefrotóxicos e é orientado a sempre mostrar nos serviços de saúde que venham a consultar. Até o presente momento estas ferramentas são usadas pelos pacientes eficientemente com resultados positivos quanto a manutenção da função renal incluindo respostas positivas dos médicos não nefrologista que atendem estes pacientes.
CONCLUSÃO: Espera-se que com a adoção de tais medidas possamos educar melhor nosso paciente e por consequência possamos lembrar outros médicos não nefrologistas da necessidade de cuidado com estes pacientes e evitarmos futuras iatrogênias.


TLP: 233

Associação de obesidade visceral e diminuição do ritmo de filtração glomerular- associação freqüente porém de difícilcontrole clínico- Liga de Hipertensão arterial

Autor(es): Érika Ribeiro Carneiro, Fernanda Ismaela Rolim, Taffarel de Castro Silva, Pedro Cruz Junior, Natalino Salgado Filho, Dyego Jose Brito, Giselle Andrade, Elane Ortegal

Universidade Federal do Maranhão

INTRODUÇÃO: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma das principais causas de doença renal crônica (DRC). A associação dessas doenças representa um risco muito alto para doenças cardiovasculares. A queda do ritmo de filtrado glomerular (RFG) precede à forma clínica da DRC e as suas complicações. O monitoramento do RFG e outras variáveis clínico-laboratoriais permitem identificar fatores de risco cardiovascular sobrepostos importantes na evolução da doença hipertensiva e renal. Todavia na presença de DRC se faz necessário o ajuste de doses de alguns fármacos usados no tratamento das comorbidades mais frequentes visando a evitar toxicidade associada. No Brasil, devido à elevada prevalência da HAS se justifica a investigação precoce para detecção de IRC em pacientes de risco como os hipertensos.
OBJETIVO: Verificar associação entre o RFG e variáveis clinicas em um grupo de hipertensos.
MÉTODOS: Estudo transversal analítico em que foi definida uma amostra de conveniência formada por 209 pacientes hipertensos atendidos pela Liga Acadêmica de Hipertensão Arterial. Os dados foram coletados dos prontuários desses pacientes na liga no período de janeiro de 2012 a maio de 2013 e armazenados em uma ficha de coleta de dados pré-elaborada. Foi aplicada a fórmula de Cockcroft-Gault para estimar o RFG. Definiu-se como RFG alterado aquele < 60 ml/min/1,73m2. Os dados foram analisados pelo programa Stata 10. 0.
RESULTADOS: Dos 209 pacientes estudados, 150 (71. 77 %) mostraram um RFG normal e 59 (28. 23%) alterado. Dos que apresentaram TFG alterado, 58. 70 % tinham controle da HAS e 63. 04%, a maioria, não apresentou Síndrome Metabólica, porém sem significância estatística. A maioria era de sobrepeso, 52. 27 %, (p= 0. 000), e aproximadamente a metade 51. 11% tinha circunferência abdominal (CA) aumentada (p= 0. 015). .
CONCLUSÕES: A maioria dos pacientes não apresentou TFG alterada . Aqueles com TFG alterada possuíam excesso de peso pelo IMC e obesidade central pela CA, porém tinham um bom controle da HAS e menos da metade apresentou Síndrome Metabólica. Encontrou-se portanto neste estudo associação positiva entre TFG diminuída com parâmetros de obesidade corporal e visceral.


TLP: 234

Dia Mundial do Rim em Campos dos Goytacazes 2014

Autor(es): João Carlos Borromeu Piraciaba; Manuela Pereira Liger; Joana Barcelos Pereira; Letícia Alves da Fonseca Aguera Nunes

Faculdade de Medicina de Campos – Hosptal Dr. Beda

1 INTRODUÇÃO: O Dia Mundial do Rim 2014 foi lembrado em Campos dos Goytacazes, no intuito de informar, alertar e conscientizar a população em relação à doença renal crônica (DRC) e seus principais fatores de risco como hipertensão arterial sistêmica (HAS) e diabetes mellitus (DM), bem como sua prevenção e tratamento nos diversos estágios.
2 MATERIALE MÉTODOS: Foram entrevistados e examinados 344 indivíduos de Campos dos Goytacazes, RJ, no dia 13 de março de 2014 na Praça do SS Salvador, no Centro. Os materiais utilizados foram: Balança, fita métrica, glicosímetro e fitas para medir a glicemia, esfigmomanômetro, estetoscópio, questionário, panfletos da Campanha do Dia Mundial do Rim e faixas de alerta. Foi armada uma barraca, onde professores e alunos da Faculdade de Medicina de Campos e da Liga Acadêmica de Nefrologia avaliaram as pessoas. Foram ainda concedidas entrevistas à mídia escrita, falada e televisiva.
3 RESULTADOS: Das 344 pessoas, 183 foram do sexo masculino e 161 feminino; quanto à idade, 2 pessoas tinham até 18-20 anos, 26 entre 20-40, 157 entre 40-60 e 159 maiores de 60; 202 indivíduos se declararam hipertensas e 142 não; 74 disseram ser diabéticas e 270 negaram; em relação à história familiar ou própria de doença renal, 265 responderam não e 79 sim ou algum familiar; referente ao tabagismo, 53 pessoas afirmaram que fumam e 291 que não e em relação à prática regular de atividade física, 104 pessoas disseram que praticam e 240 negaram. Quanto à glicemia capilar aferida no momento, 250 tiveram resultado menor que 140 e 81 maior, com níveis de até 522 mg/dL e 13 pessoas não aferiram. Na verificação da pressão arterial (PA), os resultados foram: 102 com PA ótima, 106 normal, 63 limítrofe, 36 com HAS grau I e 26 com HAS grau II e 11 pessoas com HAS grau III. O índice de massa corpórea (IMC) dos entrevistados mostrou que 6 eram magros, 119 normais, 119 com sobrepeso, 77 com obesidade grau I e 01 com obesidade mórbida.
4 CONCLUSÃO: Concluímos que a campanha teve grande repercussão, não só entre os entrevistados e os transeuntes do centro da cidade num horário de pico, bem como através da mídia e, na análise dos dados obtidos, pudemos confirmar que a hipertensão arterial e diabetes mellitus, associados à obesidade e inatividade física são situações de alta prevalência que levam a alterações sistêmicas crônicas e degenerativas como as cárdio-reno-vasculares e, cansequentemente à lesão renal com seu envelhecimento, assim com nós.


TLP: 235

Perfil da ingesta de potássio entre pacientes com doença renal crônica em hemodiálise

Autor(es): Catarine Cavalcante Ary; Paulo Roberto Santos; Gabriel Freire Cordeiro Sampaio; Ana Mayara Barros Campos; Carlos Wellington Machado Melo; Matheus Silva de Moraes; Tarcízio Brito Santos; João Laerte Alves de Freitas Filho; Priscila Garcia Câmara Cabral Tavares; Yandra Maria Gomes Ponte

Universidade Federal do Ceará – Campus Sobral

INTRODUÇÃO: A restrição da ingesta de potássio faz parte do tratamento da doença renal crônica dialítica. O estudo teve por objetivo estimar a quantidade de potássio ingerida por pacientes com doença renal crônica dialítica.
MÉTODOS: Foram estudados 103 pacientes com doença renal crônica em hemodiálise. Foram coletados os seguintes dados: gênero, idade, classe social e ingesta de potássio (mg/dia). A classe social foi definida pelos critérios da Associação Brasileira de Institutos de Pesquisa e Mercado. A ingesta de potássio foi estimada pelo cálculo do recordatório de consumo alimentar de 48 horas, incluindo um dia de diálise e um dia sem diálise. O resultado em mg/dia da ingesta de potássio correspondeu à média dos dois dias. Foi considerada como ingesta apropriada de potássio os valores menores ou iguais a 1. 500 mg/dia.
RESULTADOS: A amostra foi constituída por 63 (61,0%) homens e 40 (39,0%) mulheres com idade média de 52,1 anos. A distribuição por classe social foi a seguinte: nenhum paciente da classe A, 4 (3,8%) da classe B, 50 (48,6%) da classe C, 46 (44,7%) da classe D e 3 (2,9%) da classe E. A média de ingesta de fósforo foi 1. 350 mg/dia. Sessenta e três (61,2%) pacientes apresentaram ingesta recomendada (inferior ou igual a 1. 500 mg/dia).
CONCLUSÕES: Amaioria dos pacientes com doença renal crônica em hemodiálise apresenta ingesta de fósforo dentro da faixa recomendada. O resultado mostra que a ingesta diária recomendada de potássio pode ser atingida e deve fazer parte da educação do paciente.


TLP: 236

Ambulatório de saúde renal da prefeitura de Belo Horizonte

Autor(es): Juliana Gazzi Macedo; Taciana Malheiros Lima Carvalho

URSSF Sagrada Família

A Insuficiência Renal Crônica (IRC) é uma doença assintomática e de prevalência crescente na população. As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) constituem problema de saúde pública de grande impacto, correspondendo a 72% das causas de óbitos. Responsáveis por 60% de todo o ônus decorrente de doenças no mundo
A literatura internacional sobre as DCNT coloca em destaque três grandes características dos modelos capazes de produzir efeitos sobre as mesmas: a ênfase na atenção primária à saúde; a promoção do autocuidado; a coordenação entre os diversos serviços.
O cuidado dos usuários com doenças crônicas deve se dar de forma integral. Essa atenção integral só é possível se o cuidado for organizado em rede. Cada serviço deve ser repensado como um componente fundamental da integralidade do cuidado, como uma estação no circuito que cada indivíduo percorre para obter a integralidade de que necessita
O ambulatório de saúde renal, é pólo da microrregião de saúde Belo Horizonte/Nova Lima/Caeté, com 13 municípios e uma população adscrita de 3. 203. 821 habitantes; e pólo da macrorregião Centro, com 104 municípios e uma população adscrita de 6. 145. 218 habitantes
O município conta com 147 Centros de Saúde (CS). O Programa Saúde da Família (PSF) tem 523 equipes, conta com 9 UPAS, divididas uma em cada subdistrito e 2 hospitais.
O ambulatório renal é responsável por aproximadamente 70% das ofertas de consultas nefrológicas do município. É o único ambulatório de saúde renal gerenciado pela secretaria municipal de saúde de BH.
Este ambulatório foi instituído em 2008 pela Secretaria Municipal de Saúde , tendo como objetivo a centralização do cuidado visando a economia de escala, cuidado multidisciplinar, integração com outros pontos de atenção e a ações de apoio matricial com a atenção primária a saúde.
O nosso objetivo é proporcionar a assistência em saúde renal, complementando a atenção primária, articulada com os outros níveis de atenção da rede ,visando garantir a integralidade da atenção e a continuidade do cuidado.


TLP: 237

Perfil de Usuários Atendidos no Dia Mundial do Rim no Ambulatório de Saúde Renal – SUS BH

Autor(es): Juliana Gazzi Macedo; Adriana Lopes Rodrigues Santiago; Rayane Jeniffer Rodrigues Marques; Stefanni Gabrielle Pacheco da Silva; Tatiana Resende Prado Rangel de Oliveira; Taciana Malheiros Lima Carvalho

URSSF

INTRODUÇÃO: A insuficiência renal crônica consiste na perda lenta, progressiva e de caráter irreversível da função dos rins, sendo o diabetes mellitus e a hipertensão arterial suas principais causas. A prevalência da doença renal no Brasil está aumentando e vem se tornando um grande problema de saúde pública.
OBJETIVO: Identificar o perfil dos pacientes atendidos na Unidade de Referência Secundária Sagrada Família na Campanha Preventiva do Dia Mundial do Rim.
MÉTODOS: Pesquisa quantitativa, cujos dados foram obtidos através do preenchimento de um questionário por profissionais de saúde e estagiários. Os pacientes presentes na unidade no dia da campanha foram convidados a participar das atividades de antropometria, medida de pressão e levantamento de fatores de risco para a saúde renal, após assistir um filme sobre a doença. Em seguida os pacientes foram informados dos seus resultados e orientados quanto aos procedimentos necessários em caso de identificação dos fatores de risco. O estado nutricional foi classificado através do cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC). Todas as informações foram tabuladas em uma planilha do Excel 2007, sendo feita a estatítica descritiva posteriormente.
RESULTADOS: Foram avaliados 222 adultos e idosos que apresentaram uma média de idade de ± 54,1 anos. Os resultados apontam que 66,7% correspondeu ao sexo feminino e 33,3% ao sexo masculino. Quanto ao estado nutricional, observou-se que 59,9% dos usuários estavam obesos, 35,1% eutróficos e 3,6% desnutridos. De acordo com as características dos usuários, foi possível perceber que 66,67% não praticam atividade física, 72,97% não ingerem bebida alcóolica e 83,33% não fumam, já 2,7% não informaram. Quanto à prevalência de doenças crônicas, 54,5% relataram ser hipertensos, 17,77% diabéticos, 10,81% possuem doença renal e 12,16% possuem doença cardiovascular. De 222 usuários, 61,71% foram encaminhados aos Centros de Saúde para investigação de doença renal, 4,95% já estavam em acompanhamento da DRC e 33,33% não possuíam fatores de risco para doença renal.
CONCLUSÃO: Este projeto tem propiciado um processo único e contínuo de aprendizado aos usuários e a todos os funcionários da Unidade de Saúde que estão envolvidos, englobando ações que transcendem as atividades realizadas na unidade de saúde. A educação em saúde é um importante instrumento de prevenção que auxilia os pacientes no conhecimento e na realização do auto-cuidado.


TLP: 238

Avaliação dos atendimentos realizados no ambulatório de saúde renal da Prefeitura de Belo Horizonte, Unidade de Referência em Saude Sagrada Família (URSSF)

Autor(es): Juliana Gazzi Macedo

URSSF Sagrada Família

O objetivo é relatar a nossa estatística de atendimentos ao longo do ano de 2013 de acordo com os códigos internacionais de doenças (CIDs) padronizados pela nossa equipe de nefrologistas.
MÉTODOS: Este é um trabalho retrospectivo, transversal, onde foi buscado no servidor do prontuário eletrônico o número de atendimentos realizados no ambulatório de saúde renal da URSSF pelos nefrologistas. . Um estudo retrospectivo, descritivo, longitudinal.
Foram atendidos pelos nefrologistas , em prontuário eletrônico, 12. 526 pacientes. 5. 538, 42%, foram retornos. Destaco que caso o médico tenha por descuido ou opção não definido o CID do atendimento, este fica em branco e portanto perdemos o diagnóstico do paciente em questão.
Apenas 41% dos atendimentos foi digitado o CID relacionado para o paciente. A maior parte dos atendimentos, 68 % se dão por insuficiência renal crônica (IRC). Não conseguimos dizer por esta análise, a estratificação do estágio da IRC que recebemos. Seja ela por nefropatia diabética, nefroesclerose hipertensiva ou de causa não determinada. Em segundo lugar, vem a nefrolitiase com 13%. E em terceiro lugar a hipertensão essencial 5%. Podemos também observar que a IRC é o diagnóstico que mais gera retorno em nosso ambulatório.
O total de encaminhamentos ao nefrologista referenciados pelos médicos de saúde da família de toda rede básica de saúde de Belo Horizonte, foi de 3009 pacientes, metade das primeiras consultas. Acreditamos que estes outros usuários tenham sido encaminhados por outros especialistas, pelos municípios pactuados, pela comissão de nefrologia de Belo Horizonte, ou manualmente pelo próprio medico de saúde da família. De todos os atendimentos realizados no ano de 2013 pelas unidades básicas de saúde, apenas 1442 pacientes receberam o CID de insuficiência renal crônica. Mostrando que ou a patologia não tem sido diagnosticada, ou o paciente não tem mantido o vínculo com a unidade básica de saúde ou o profissional não insere o CID no prontuário.
Não há como tirarmos muitas conclusões além da estatística apresentada, mas podemos questionar o porque do número mínimo da população da rede básica receber o diagnóstico de IRC quando o esperado é que em torno de 10% da população tenha esta doença.
Acreditamos que a campanha para informação e educação continuada, possa contribuir para a melhora desta estatística, com o diagnóstico precoce da IRC, encaminhamento oportuno para nefroproteção adequada.


TLP: 239

“Transição epitelial mesenquimal (TEM) em camundongos hiperoxalúricos e nas células tubulares proximais (HK-2)estimuladas com oxalato de cálcio (Oxca) e íons oxalato(Ox)”

Autor(es): Marcia Bastos Convento; Edson Andrade Pessoa; Fernanda Teixeira Borges; Nestor Schor

Unifesp

A TEM ocorre em resposta a uma série de condições de estressantes, incluindo o estresse mecânico, hipóxia e estresse oxidativo. A hiperoxalúria está associada à litíase renal, fibrose intersticial e insuficiência renal progressiva. Estudos demonstram que a administração de BMP exógena humana recombinante-7 (rhBMP-7) aumenta a recuperação do rim em modelos animais de lesão renal aguda e crônica.
Células HK-2 selvagens ou transfectadas com o gene promotor do BMP-7 foram expostas ao Ox (0,5 mM), CaOx (50 ug / ml), TGF-_(10 ng/ml), controle positivo da TEM, e BMP-7 (50ng/ml), antagonista do TGF-_, durante 48 horas. Foi analisada a expressão de marcadores, marcadores mesenquimais e a expressão do TGF- _ e da BMP-7. Foi analisada a modificação da morfologia celular, invasão celular, respectivamente. Na análise in vivo, camundongos C57Bl/6 foram divididos em grupos etilenoglicol (ETG 1%, VO), hidroxi-L-prolina (HPL 5%, adicionado a ração) durante 1 mês. Foram obtidas amostras de urina de 24 horas e sangue para análise bioquímica. A produção de colágeno tipo I e III foi feita através de microscopia de luz polarizada em amostras coradas com Picrosirius. Análise estatística: ANOVA e Teste T.
O tratamento com Ox, CaOx e TGF-_ diminuiu a expressão gênica e proteica da e-caderina, citoqueratina e BMP-7, enquanto aumentou a expressão gênica da _-SMA e TGF-_ respectivamente, em relação ao controle. Induziu migração, invasão de células HK-2 e estimulou a mudança fenotípica das HK2. O tratamento das células com BMP-7 inibiu a diminuição na expressão da _-SMA e do TGF- _, e induziu o aumento da ecaderina, citoqueratina e BMP-7. As células diminuíram a capacidade invasiva e migratória. Houve preservação da característica morfológica de células epiteliais O mesmo resultado foi observado nas células transfectadas com o promotor BMP-7. O HPL e ETG foram eficientes em promover hiperoxalúria e o aumento na marcação para colágeno I envolvido na formação de fibrose nos camundongos.
O Ox e Oxca induziram a TEM em células tubulares proximais em cultura. O tratamento das células HK-2 concomitante com a BMP7, bem como as células transfectadas com o promotor BMP-7, foram capazes de reverter a TEM induzida pelo Ox, Oxca e TGF-_. Este mecanismo pode ter implicações importantes na formação de fibrose renal observada na hiperoxalúria.


TLP: 240

“Efeito da dieta hipercalórica na função renal de ratos”

Autor(es): Edson Andrade Pessoa; Márcia Bastos Convento; Nestor Schor; Fernanda Teixeira Borges

Unifesp

Dietas hipercalóricas (dieta de cafeteria) e a obesidade estão associadas ao desenvolvimento de diabetes e doenças cardiovasculares. O consumo prolongado da dieta de cafeteria vem sendo utilizada como modelo de indução da obesidade em animais, devido à sua semelhança com a gênese e às respostas metabólicas decorrentes da obesidade em humanos, entretanto os efeitos renais deste tipo de dieta ainda não estão totalmente esclarecidos. O presente trabalho tem o objetivo de avaliar o efeito dieta de cafeteria na função renal e no metabolismo de ratos Wistar.
Ratos Wistar com idade de 4 semanas (aproximadamente 185 gramas) foram divididos em dois grupos: grupo controle -CTL (n=8) e grupo dieta hipercalórica – DH (n=8). O grupo CTLrecebeu dieta normocalórica, enquanto o grupo DH foi alimentado com a ração hipercalórica (55% lipídio, 20% frutose, 25% de proteína) por 120 dias, ambos ad libitum. A cada 30 dias, os animais foram mantidos por 24 horas em gaiola metabólica para coleta de urina e uma amostra sangue foi coletada do plexo orbital para análise bioquímica. Foram avaliados o peso corporal, bem como glicemia, ácido úrico, colesterol total, HDL, triglicérides, creatinina e uréia plasmáticos. Já as dosagens de creatinina e sódio foram realizados na urina para determinação do clearance de creatinina e taxa de excreção de sódio.
A dieta hipercalórica induziu um aumento significativo no peso corporal, glicemia plasmática, colesterol total a partir de 60 dias de dieta em comparação ao grupo controle. Houve um aumento significativo no ácido úrico, uréia, creatinina plasmáticos, volume urinário, associado à diminuição significativa no clearance de creatinina a partir do segundo mês de dieta. Não houve alteração na taxa de excreção de sódio (Tabela 1. VS CTL *, VS DH 60 DIAS **).
A dieta hipercalórica por períodos prolongados mimetizou nos ratos Wistar alguns sintomas observados na síndrome metabólica (intolerância a glicose, aumento de peso corporal, hipercolesterolemia, hipertrigliceridemia e hiperuricemia). Observamos diminuição na função renal, sem alteração na reabsorção tubular de sódio. Os resultados apresentados demonstram que o consumo prolongado de uma dieta hipercalórica tem reflexos observáveis na função renal, o que a longo pode predispor ao desenvolvimento da doença renal crônica.


TLP: 241

“Efeito do bloqueio crônico do receptor da Endotelina-1 nosprincipais fatores de progressão da injúria renal crônica(IRC), em modelo experimental in vivo e in vitro”

Autor(es): Agnaldo Caires S. Filho; Márcia Bastos Convento; Edson Andrade Pessoa; Nestor Schor; Fernanda Teixeira Borges

Unifesp

O Diabetes Mellitus e a hipertensão são as principais causas da doença renal crônica. As endotelinas são peptídeos vasoconstritores que atuam na regulação do tônus vascular, proliferação celular, possuem ação inflamatória e pró-fibrótica. O objetivo deste estudo foi analisar o efeito do antagonista inespecífico dos receptores de endotelina-1 Macitentan (MAC) na função renal em animais hipertensos e diabéticos.
Os animais foram divididos no grupos CTL, hipertensos (SHR), diabéticos (DIAB, tratados com streptozotosina 60 mg/kg), ratos hipertensos tratados com Macitentan, 10 ug/kg (SHR+MAC) e ratos diabéticos tratados com Macitentan (DIAB+MAC). Após o período de 60 dias de tratamento, os animais foram eutanaziados, os rins retirados para análise histológica por HE e tricômio de Masson. Nos períodos basal, 30 e 60 dias os animais foram colocados em gaiola metabólica para coleta de amostras de urina 24hs, amostras de sangue foram coletadas para análise de creatinina, uréia, glicemia, taxa de excreção de sódio e a pressão caudal foi aferida.
Observamos um aumento significativo na glicose plasmática nos animais normotensos e hipertensos diabéticos em comparação aos respectivos controles, entretanto este aumento diminuiu após tratamento destes animais com MAC. Este resultado é corroborado pela diminuição na uréia plasmática nos animais diabéticos e hipertensos após tratamento com MAC. Não observamos alteração na creatinina plasmática, nem na análise da área glomerular dos animais analisados, mas houve um aumento significativo no clearance de creatinina nos animais normotensos e hipertensos diabéticos tratados ou não com o MAC, o que sugere hiperfiltração renal. Este resultado é corroborado pelo aumento significativo no volume urinário a partir do 30° dia nos animais diabéticos normotensos e hipertensos tratados ou não com MAC.
Observamos o aumento na excreção urinária de sódio nos animais hipertensos diabéticos e normotensos diabéticos tratados ou não com MAC, o que sugere lesão tubular.
Nossos resultados sugerem que o tratamento com macitentan parece retardar parcialmente as alterações metabólicas, mas não as renais observadas no diabetes principalmente nos animais hipertensos onde, a hipertensão e o diabetes são fatores de risco para a doença renal crônica.


TLP: 242

Aplicativo para orientações básicas dos principaisdistúrbios minerais nas prescrições de doentes renaiscrônicos em hemodiálise

Autor(es): André Falcão Pedrosa Costa; Firmino Elias de Albuquerque Neto

Universidade Federal de Alagoas e Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas

INTRODUÇÃO A prescrição de pacientes em hemodiálise é complexa porque exige análise de mútiplos parâmetros. Os nefrologistas, na abordagem clínica de rotina desses pacientes, absorvem a tarefa de raciocinar diferentes abordagens diante de achados que mês a mês são mutáveis. Os Disturbios Minerais e Ósseos (DMO) são praticamente universais entre os pacientes em hemodiálise e contribuem para desfechos negativos nessa população. Atualmente as condutas frente aos DMOs foram normatizadas em diretrizes como o KDIGO CKD-MBD e o KDOQI CKD-MBD e também pela Diretriz Brasileira de Prática Clínica para os distúrbios minerais ósseos na DRC (DMO-IRC). O advento de aparelhos móveis revolucionou o modo de como o homem interage com as tecnologias e são usados progressivamente como Sistema de Apoio à Decisão Médica.
MÉTODO Desenvolveu-se um aplicativo com interface amigável, em linguagem Objective-C na plataforma Xdate compatível com sistema iOS. As variáveis de entrada são alfanuméricos para os valores de cálcio em mg/dl, fósforo em mg/dl, PTH em pg/ml, Fosfatase Alcalina em UI/L, Alumínio, 25-OH vitamina D ng\ml. As telas de saída correspondem às condutas preconizadas no consenso brasileiro.
CONCLUSÃO O aplicativo oferece um apoio à decisão clínica; mas seguramente atualizações do produto, como a maior complexização dos dados de entrada e das condutas, assim como possíveis interfaces com banco de dados dos prontuários e de sistema de referenciamento bibliográfico farão dele um produto de maior escala tecnológica.


TLP: 243

Razão entre gasto energético medido e estimado emIndivíduos nos Estágios 3 e 4 da Doença Renal Crônica

Autor(es): Larissa Rodrigues Neto Angéloco; Lara Prado Figueiredo; Andresa Marques de Mattos; Elen Almeida Romão; Paula Garcia Chiarello

Faculdade de Medicina de São Paulo – Universidade de São Paulo

INTRODUÇÃO: Determinar o gasto energético de repouso (GER) com maior precisão é de fundamental importância na avaliação das necessidades energéticas de pacientes com doença renal crônica (DRC), contribuindo para a melhor preservação do estado nutricional, diminuindo o risco de morbimortalidade nesse grupo.
OBJETIVO: Determinar a razão entre gasto energético de repouso medido (calorimetria indireta) e estimado (Harris & Benedict) em pacientes nos estágios 3 e 4 da DRC e avaliar ingestão proteica e estado nutricional desses pacientes.
MÉTODO: Antropometria (peso e altura), estimativa da ingestão de proteína pelo equivalente proteico do aparecimento de nitrogênio (PNA), GER por meio da calorimetria indireta (aparelho VO2000) e exames laboratoriais foram avaliados em pacientes nos estágios 3 e 4 da DRC, atendidos ambulatorialmente em Hospital de Alta Complexidade. Taxa de filtração glomerular (TFGe) foi estimada pela equação Modification Of Diet in Renal Disease (MDRD). Dados são apresentados como médias ± DP e correlações de Sperman foram utilizadas para medir associações entre as variáveis, considerando-se p <0,05.
RESULTADOS: Amostra foi composta de 48 pacientes, maioria do sexo masculino (60%) e estágio 3 da DRC (74%). Mediana da TFGe foi 36,3 ml/min/1,73m2 variando 15,8-59,5 ml/min/1,73m2. A média de idade foi 56,8 ± 8,6, sendo a hipertensão arterial a comorbidade mais recorrente (65% dos casos). Encontramos a média de 29,1 ± 5,9 kg/m2 para o Índice de Massa Corporal, o qual se correlacionou negativamente com níveis de HDL-c (r=-0,28; p=0,05). A ingestão média de proteína estimada pelo PNA foi 0,98 ± 0,3 g/kg/dia (entre 0,45 e 1,93g/kg/dia), 65% deles acima da recomendação do KDOQI para essa população. Quantos aos exames laboratoriais, encontrou-se correlação positiva do bicarbonato com o pH sanguíneo (r=0,55; p<0,001). Nenhum dos pacientes era hipoalbuminêmico, média da albumina de 4,1±0,2 g/dL e. O GER, em média, foi 1412,3 ± 573,5 kcal/dia para o medido e 1456,2 ± 208,8 kcal/dia para o estimado. A razão média medido/estimado foi de 0,97±0,4 (variando de 0,49 a 2,35), em que 61% dos pacientes apresentaram um GEB medido abaixo do valor estimado pela equação.
CONCLUSÃO: Em termos de gasto energético de repouso não há interferência importante da DRC nestes estágios e a estimativa de GER pode ser problema menor frente às dificuldades para estimativa de ingestão proteica neste grupo, parâmetro importante na preservação de estado nutricional e função renal.


TLP: 244

Telemedicina: Desenvolvimento de um sistema para atendimento à distância de pacientes com doença renalcrônica pré-dialítica

Autor(es): Nivalda A. C. de Oliveira; Alex do Vale Costa; Natalia Maria da Silva Fernandes; Marcus Gomes Bastos; Heder Soares Bernardino

INTRODUÇÃO: A prevalência mundial da Doença Renal Crônica (DRC) vem aumentando gradativamente. O foco no tratamento da DRC é evitar a sua progressão através do controle clínico otimizado. O grande número de pacientes com DRC tem pressionado os nefrologistas a atenderem mais pacientes em períodos de consulta cada vez menores. É imperativo buscar novas formas de abordagem. O uso de tecnologias leves apresenta-se como forma promissora de cuidado em saúde. A internet oferece uma oportunidade de instrumentalizar o médico em seu contato profissional com o usuário. Anossa hipótese é que o nefrologista pode acompanhar virtualmente usuários com DRC em tratamento conservador e funcionalmente estável, com a mesma eficácia que o fizesse presencialmente.
OBJETIVO: Desenvolver um sistema para o atendimento a distância de pacientes com DRC pré-dialíticos estáveis.
MÉTODOS: Desenvolvido um sistema utilizando a linguagem Java, banco de dados MySQL e framework PrimeFaces; disponibilizado em um servidor de aplicações Glassfish.
RESULTADOS: O acesso inicial é realizado pelo Nefrologista, que cadastra os pacientes com suas informações pessoais e dados de acesso e comunicação. Após o seu cadastrado, o paciente (ou médico de família) pode inserir os dados de sua consulta e estes serão, na sequência, repassados ao Nefrologista para avaliação. O formulário com os dados de interesse é pré-determinado e existe ainda a possibilidade de acrescentar informações de forma livre. O sistema possibilita, adicionalmente, que haja troca de mensagens entre os médicos e os pacientes. Além disso, os usuários recebem mensagens via e-mail alertando-os de suas tarefas. O sigilo é garantido por senhas individuais para médicos e pacientes.
CONCLUSÃO: Essa ferramenta possibilita aumentar a área de abrangência dos nefrologistas, diminuir os custos e aproximar o paciente ao seu médico da atenção básica, utilizando saúde de família como interface entre o paciente e a atenção nefrológica.


TLP: 245

Ganho de peso interdialítico e variáveis emocionais como medida de compliance no processo de adaptação do paciente renalcrônico em hemodiálise

Autor(es): Kátia Boulitreau; Larissa A. Queiroz de Menezes; Ericson Gouveia; Ângela Maria Santos; Mário Henriques de o. Júnior

INTRODUÇÃO Adoença renal crônica afeta o paciente em diferentes áreas da sua vida, no âmbito físico, social, emocional, entre outros. A necessidade de adaptação, adesão e aceitação ao tratamento impõe limitações e exige reorganização fisiopsíquica. Para tanto, uma equipe multiprofissional atenta e envolvida no suporte e no tratamento, identifica essas particularidades e proporciona uma assistência individualizada. Identificar os pacientes com alexitimia pode ser relevante para aprimorar as ações multiprofissionais, no que tange a uma assistência individualizada dentro das particularidades de cada ser humano.
OBJETIVO A partir do ganho de peso (GP) interdialítico e da avaliação da presença de alexitimia dos pacientes renais crônicos, com uma abordagem quantitativa, verificar adesão ao tratamento dialítico.
METODOLOGIA Para este estudo, aplicamos a escala de Alexitimia de Toronto – 20 itens, que permite avaliar a dificuldade de identificar e descrever sentimentos e sensações corporais, com isso, classificamos os níveis de Alexitimia. Através da média do GP interdialítico, verificamos adesão quando a média for menor que 5% em relação ao peso seco (PS). A coleta de dados foi realizada através das fichas de hemodiálise (HD) e a aplicação da escala de Alexitimia, em uma clínica na cidade do Recife/PE, no período de março a maio de2014. Foram analisados 54 pacientes, com idade entre 20 a 89 anos em HD.
RESULTADO Dos resultados obtidos 72,2% dos pacientes não apresentaram alexitimia, e 27,7% apresentam algum grau. Com avaliação do GP interdialítico como medida de compliance, encontramos uma aderência de aproximadamente 90% revelando uma boa adaptação. Segundo Kaveh e Kimmel (2001), verificou que o GP interdialítico menor que 5% em relação ao PS, pode ser considerado aderente.
CONCLUSÃO Concluímos que identificar a presença da alexitimia ajuda a equipe multiprofissional no planejamento das suas ações, ao considerar que o indivíduo possui dificuldades de reconhecer e verbalizar suas emoções, administrar os conflitos que iniciam com o tratamento, os impactos na rotina familiar, entre outros. Reconhecer essa característica permite direcionar a assistência e aprimorar métodos, que facilitem a aprendizagem do paciente sobre sua doença e tratamento, assim como, deixá-lo ciente de que sua cooperação é fundamental para o sucesso. Outro ponto relevante é envolver os familiares como facilitadores e aliados no tratamento.


TLP: 246

Estimativa da filtração glomerular em pacientes portadores de diabetes melittus Tipo II em relação à composição corporal

Autor(es): Renata Oliveira Santos; Jailson Vieira dos Santos; Jéssica Moreira Cavalcante; Juliana Toledo Buarque; Ana Laura Soriano Passos de Medeiro; André Falcão Pedrosa Costa; Ana Layse de Oliveira Santos; Gustavo Anacleto Coelho; Yasmin Calegari Facchinetti; Davyd Marcondy de Oliveira Alves

Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas – UNCISAL

INTRODUÇÃO: Estimar a Taxa de Fltração Glomerular (TFG) é dado cardinal para avaliar a progressão da Doença Renal Crônica (DRC). Na intervenção clínica do Diabetes Mellitus II (DM II), doença comprometedora da função renal, os níveis de creatinina sérica também são usados na análise da TFG. Entretanto, a creatinina sérica pode ser influenciada pelo Índice de Massa Corpórea (IMC), caso haja composição corporal preponderante de massa muscular. Porém, nesta população, alterações no IMC são geralmente razão do aumento do percentual de gordura.
OBJETIVO: Analisar possíveis interferências da alteração na composição corporal indicada pelo IMC na TFG estimada pela fórmula de Cockcroft-Gault em pacientes diabéticos tipo II.
MÉTODO: Estudo observacional analítico e retrospectivo, realizado a partir da análise do prontuário de 34 pacientes com DM II, atendidos em um PSF de Maceió – AL. Calculou-se o IMC pela fórmula clássica. Foram analisados dados sócio demográficos como sexo e idade; dados antropométricos: peso, altura e circunferência abdominal; e laboratoriais: creatinina sérica e ritmo da TFG – colhidos na última consulta. Para determinar a TFG utilizou-se a fórmula de Cocrokft-Gault: [140 – Idade (anos)] x peso (kg) / creatinina sérica (mg/dl) x 72. Os dados foram expressos em média e desvio padrão e, posteriormente, normalizados. Foram testadas relações possíveis entre as diversas variáveis, sendo considerado significante p<0,05.
RESULTADOS: Na amostra, prevaleceram as mulheres (67,64%); idade média geral de 57 anos (± 12,2). A circunferência abdominal estava alterada em 94,1% da amostra. Predominou sobrepeso (50%) e obesidade (32,35%), cujos maiores índices foram encontrados nos homens (90,9%). A creatinina estava alterada em 11,76%, apenas nas mulheres. Apesar dos níveis normais de creatinina da maioria, foram evidenciadas redução da TFG em 47,05% dos pacientes. Estatisticamente não se observou influência do IMC sobre a creatinina (correlação – 0,16).
CONCLUSÃO: Em pacientes diabéticos o IMC não parece interferir diretamente na estimativa do TFG.


TLP: 247

Qualidade de vida em pacientes com doençarenal crônica em hemodiálise: depressão como um forte preditor

Autor(es): Georgia Alcantara Alencar Melo; Joselany Áfio Caetano; Natasha Marques Frota; Diogo Gomes de Melo; Wellington Lins de Alencar Filho; Juliana Gomes Ramalho de Oliveira; Manuela Gomes Melo; Lívia Moreira Barros

Clínica de Nefrologia de Cajazeiras

FUNDAMENTOS: As terapias que visam atender os pacientes crônicos têm três objetivos: reduzir a mortalidade, aumentar a longevidade e melhorar a Qualidade de Vida (QV) dos pacientes. É comprovada a correlação entre níveis rebaixados de QV com maiores taxas de hospitalização e maior mortalidade em pacientes em Hemodiálise (HD). Assim, buscamos identificar fatores associados à QV de pacientes em HD, bem como avaliar suas influências.
MÉTODOS: foram entrevistados 97 renais crônicos em HD, utilizando-se o Medical Outcomes Study Questionaire 36-Item Short Form Health Survey (SF-36) para medida da QV e o Beck Depression Inventory (BDI) para verificar a presença de depressão na amostra, e aplicado um questionário para coleta de dados sócio-demográficos. A relação entre os níveis de QV, depressão e outras variáveis clinicas, laboratorias e sóciodemograficas foram analisadas através de modelo de regressão, com ajuste para algumas co-variáveis.
RESULTADOS: os pacientes tinham em média 52,8 anos, sendo 54% do sexo masculino. A maioria dos sujeitos se caracterizavam com co-morbidades associadas, renda familiar abaixo de dois salários mínimos, escolaridade inferior a 4 anos, sem ocupação regular ou companheiro estável. Observou-se uma baixa pontuação do em pelo menos uma das dimensões e que a depressão esteve associada a pior QV em todas 8 dimensões do SF-36.
CONCLUSÕES: a depressão é o mais forte preditor de QV entre pacientes renais crônicos em diálise, estando associada a menores pontuações em todas as dimensões do SF-36, o que nos chama atenção para a importância de intervenções psicossociais e médicas específicas, no sentido de melhorar o bem estar e a qualidade de vida destes pacientes.


TLP: 248

Modelo preditivo de evolução para doençarenal crônica em pacientes com anomalias congênitas dos rins e trato urinário

Autor(es): Carolina Camargos Fonseca; Letícia Rios Carneiro; Izabella Rodrigues Reis Gomes; Amanda Lopes de Faria; Rafaela Andrade de Carvalho; Aline Ferreira Zwetkoff; François de Melo C. Deligne; Isabel G. Quirino; Eduardo A. Oliveira

Universidade Federal de Minas Gerais – Faculdade de Medicina

INTRODUÇÃO: O manejo de anomalias congênitas dos rins e trato urinário (CAKUT) é possível quando as lesões são identificadas precocemente, de preferência durante o pré-natal. O seguinte estudo tem como objetivo a identificação de fatores preditivos associados à doença renal crônica (DRC) em pacientes com CAKUT, além de propor um escore de risco para DRC.
MÉTODOS: A amostra foi composta por 822 pacientes com CAKUT detectada durante o pré-natal. O seguimento dos pacientes durou em média 43 meses. Foi considerado desfecho primário DRC grau III ou maior. O modelo preditivo foi desenvolvido usando o modelo Cox de risco proporcional e avaliado pela estatística c.
RESULTADOS: Dos 822 pacientes, 6% (49) desenvolveram DRC. O modelo incluiu hidronefrose bilateral, oligohidrâmnio, taxa de filtração glomerular estimada e diagnóstico pós-natal. A acurácia do escore foi de 0. 95, com intervalo de confiança de 95%, variando ente 0. 89 a 0. 99 após seguimento por 2 anos; e de 0. 92, com intervalo de confiança de 95%, variando entre 0. 86 a 0. 95, após seguimento por 10 anos. Aos 10 anos de idade, a probabilidade de sobrevida sem DRC grau III foi de 98% para os pacientes considerados de baixo risco, e de 58% para os de alto risco, considerando-se p<0. 001.
CONCLUSÃO: Apesar de ainda ser necessária a validação deste modelo em diferentes coortes, este modelo preditivo de DRC pode contribuir para a identificação precoce de pacientes de alto risco para comprometimento da função renal.


TLP: 249

Doença Cística Renal associada a Doença de Caroli

Autor(es): Caroline Maia Nogueira da Silva; Sofia Batista; Wyara Gomes de Aniceto; Daniela dos Santos Zica; Yara Gracia Lorena; Saulo Gonçalves Lamas; Ana Paula Begalli; Leonardo Lucas Ribeiro Reno; Letícia de Oliveira; Ana Carolina Leitão Galizoni

Hospital das Clínicas Samuel Libânio

INTRODUÇÃO Doença de Caroli é uma dilatação congênita, não obstrutiva das vias biliares. Pode associar-se com a Doença Renal Policística autossômica recessiva1. Descreve-se um caso de um homem com disfunção renal e cistos renais que evoluiu com colangite bacteriana, sendo diagnosticada Doença de Caroli.
DESCRIÇÃO DO CASO Paciente de 58 anos, sexo masculino, residente em Pouso Alegre, referindo que há 7 dias iniciou com quadro de astenia, hiporexia, febre, vômitos, epigastralgia, sonolência e confusão mental. Referia Hipertensão Arterial Sistêmica, Diabetes mellitus tipo 2 e Cirrose Hepática de etiologia desconhecida. Ao exame, apresentava-se hipocorado(++/4+), afebril, anictérico, eupneico, desidratado(++/4+), confuso, agitado e hemodinamicamente estável. Aparelho cardio-respiratório, gastrointestinal, urinário e locomotor, apresentaram-se sem alterações. Exame neurológico: Glasgow 12. Solicitados exames para investigação na emergência que apresentaram anemia, ausência de leucocitose. Proteína C Reativa:43,5mg/dL, Fosfatase Alcalina:374U/L, Gamaglutamil transpeptidase:142U/L, Creatinina:5,5mg/dL , Uréia:174mg/dL, Potássio:5,2mEq/L e Albumina:2,47g/dL. Demais eletrólitos e transaminases sem alterações. Sedimento urinário com presença de albumina ++ e hemácias incontáveis. Iniciada propedêutica para disfunção renal que evidenciou numerosos cistos medulares renais simples bilaterais e cistos corticais com conteúdo hemático/de alto teor protéico em ambos os rins. Diante de histórico de cirrose de etiologia não definida, testes sorológicos para hepatite B e C; marcadores para doenças auto-imunes todos negativos; Colangio-Ressonância mostrava sinais de hepatopatia crônica, dilatação das vias biliares intra e extra-hepáticas (sem fatores obstrutivos, com múltiplos cistos que comunicam as vias biliares intra-hepáticas,podendo estar relacionado a Doença de Caroli). Iniciada antibioticoterapia diante da suspeita de colangite. Evoluiu com melhora ao tratamento clínico, recebendo alta após 14 dias.
DISCUSSÃO Existem duas formas de apresentação da doença de Caroli1, podendo se associar com a doença policística renal autossômica recessiva ou, mais raramente, com a doença policística renal autossômica dominante, rim esponjoso medular e doença cística medular1. O risco de colangiocarcinoma está aumentado nestes doentes2. A colangite pode ocorrer não somente pela obstrução pela litíase, mas também pelo simples retardo do fluxo biliar, levando a quadros recidivantes, oligossintomáticos. O prognóstico, nestes casos, é sombrio pela possibilidade de sepse e de óbito, se não tratados3.
Salientamos a importância do diagnóstico diferencial da doença cística renal para que possamos instituir o tratamento adequado e assim diminuir a mortalidade da doença.


TLP: 250

TALES – Metodologia de Calibração e Validação de um instrument de letramento em saúde

Autor(es): Marcus G Bastos; Fernando A. B. Colugnati; Luanda T. M. Santos

NIEPEN da UFJF

INTRODUÇÃO: O TALES (Teste de Avaliação do Letramento em Saúde) tem como objetivo avaliar o Letramento em Saúde e, para tal, deve ser validado do ponto de vista psicométrico. Aabordagem proposta pela Teoria de Resposta ao Item prevê uma etapa de avaliação de construto e calibração e, posteriormente, uma validação de critério.
OBJETIVO: Descrever a metodologia utilizada na calibração e validade de critério do TALES.
MÉTODOS: Foi desenvolvido um banco de dados de 63 itens, englobando questões de habilidades numéricas e compreensão de leitura, distribuídas em três níveis de letramento, baseados na Matriz de Referência do Indicador de Alfabetismo Funcional (INAF). A intenção foi de que o instrumento final possuísse entre 18 e 21 itens, de forma que os itens fossem aleatorizados, formando seis versões de instrumento, cada um contendo 21 itens, sendo que cada item aparecesse em 2 versões. Cada versão foi respondida por 200 indivíduos, totalizando 400 respostas para cada item e 1200 respondentes no total. Utilizou-se, para avaliação de construto e dimensionalidade, a Análise Fatorial Confirmatória e, para as propriedades psicométricas dos itens, o modelo de Rasch de um parâmetro. As estimativas foram sempre obtidas pelo Método de Máxima Verossimilhança Perfilada para se obter estimativas não enviesadas sob condições de falta de dados completamente ao acaso.
RESULTADOS: Os 1200 respondentes, obtidos de população de atendimento em serviços públicos de saúde, alunos de graduação de cursos diversos, apresentaram uma idade media de 34 anos (DP 14,7), 67% do sexo feminino e uma distribuição equilibrada em todos os níveis de escolaridade, sendo 35% com Fundamental Completo. A análise fatorial confirmou a presença de apenas uma dimensão, e o modelo de Rasch permitiu que se eliminassem mais de 1/3 dos itens por não apresentarem boas propriedades psicométricas. A partir dos itens que restaram, uma versão final foi definida, tendo em vista as propriedades psicométricas, bem como adequações linguísticas dos itens. Esta versão está em fase de campo para validação junto ao INAF.
CONCLUSÃO: A metodologia adotada utilizou o paradigma mais moderno na psicometria, buscando garantir um instrumento com boas propriedades psicométricas. A validação de critério junto ao INAF, em 200 indivíduos, deverá confirmar se há boa correlação entre o TALES e este instrumento, utilizado para estatísticas oficiais de avaliação de alfabetismo funcional.


TLP: 251

Comprometimento cognitivo em pacientes com DoençaRenal Crônica pré-dialítica

Autor(es): Marcus G. Bastos; Marilise A. Paraizo; Ana Laura M. Almeida; Natalia Fernandes; Leopolda A. Pires; Fernando A. B. Colugnati; Mary H. T. Clivelary

NIEPEN da UFJF

INTRODUÇÃO: Comprometimento cognitivo (CC) Leve (CCL) é o termo clínico utilizado para pacientes com CC sem prejuízo significativo nas atividades funcionais. CCL converte-se em demência em cerca de 12% ao ano. CCL interfere negativamente na capacidade de auto cuidado e na aderência ao tratamento e, quando evolui para demência, aumenta o risco de hospitalização, de morte e custos dos cuidados com o paciente. CCL interfere negativamente na capacidade de auto cuidado e na aderência ao tratamento e quando evolui para demência, aumenta o risco de hospitalização, de morte e custos dos cuidados com o paciente. Não há tratamento medicamentoso específico para o CCL, mas há fatores de risco modificáveis e intervenções em hábitos de vida que sabidamente retardam sua evolução.
OBJETIVO: Rastrear CCL em pacientes com doença renal crônica (DRC) nos estágios pré-dialíticos.
MÉTODOS: Estudo transversal em amostra por conveniência de indivíduos com DRC nos estágios 3a, 3b, 4 e 5 pré-dialítico, na faixa etária de 21 a 65 anos e sem história prévia de comprometimento neurológico. Os dados demográficos e clínicos foram obtidos dos prontuários dos pacientes. As atividades funcionais foram avaliadas pela escala de Pfeffer (atividades de vida diária) respondida pelo acompanhante. A cognição foi avaliada pela “The Montreal Cognitive Assessment” (MoCa).
RESULTADOS: Foram avaliados 53 pacientes, idade de 56,94±6,68 anos, 58% do sexo masculino, com DRC estágios 3a (4%), 3b (64%), 4 (26%) e 5 (6%). A mediana do nível de escolaridade foi de 4 anos (0 a 12 anos). A hipertensão arterial, diabetes mellitus e as doenças cardiovasculares foram documentados em 94%, 51% e 36%, respectivamente. O comprometimento funcional (Pfeffer _5) foi observado em 14,3%. O CCL foi de 94% (MoCA _26 pontos, como internacionalmente usado), 75% (MoCA _25 pontos, sugerido para população brasileira) e de 68% (MoCa _25, se excluídos os indivíduos com escolaridade <4 anos). Não se observou associação significativa entre o estágio da DRC e CC.
CONCLUSÃO: O CCL é altamente prevalente em pacientes com DRC pré-dialítica não idosos e deve ser regularmente rastreado objetivando o melhor manejo clínico da doença.


TLP: 252

Apresentação de um teste mais sensível para adeterminação da albuminúria em amostra isolada de urina

Autor(es): Marcus G. Bastos; Fernanda B. Novaes ; Natalia M. Fernandes; Carla M. Lanna; Jorge W. L Nascimento; Caio Cezar S. Alves

NIEPEN da UFJF

INTRODUÇÃO: A ocorrência de microalbuminúria indica lesão do parênquima renal e é reconhecidamente fator de risco para as doenças cardiovasculares e progressão da doença renal crônica. Os métodos de determinação da microalbuminúria atualmente disponibilizados avaliam somente a albumina imunologicamente reativa e não a total e, consequentemente, subestiman a quantidade de albumina urinária.
OBJETIVO: Descrever um método de dosagem de albumina urinária total (imunologicamente reativa e não reativa) em amostra urinária isolada.
MÉTODOS: Amostras urinárias enviadas para dosagem de microalbuminúria foram analisada por duas técnicas: 1. A técnica de imunotubidimetria ou IT (em aparelho Behring Turbitimer System da Dade Behring), em que o reativo contendo partículas de látex de poliestireno recobertas de anticorpos anti-albumina humana reconhece apenas a albumina imunologicamente reativa; 2. A técnica colorimétrica baseada no Coomassie Plus-Bradford-Assay Kit (thermo Scientific) a qual utiliza o azul de Coomassie (AC) e leitura em placas de ELISA no comprimento de onda 595 nm. As curvas de calibração foram obtidas nas faixas de concentrações de albumina: 100-1500 µg/ml e 1-25 µg/ml (concentração da albumina padrão_ 2mg/mL). As soluções usadas na preparação das curvas e as amostras foram analisadas em duplicata para melhor desempenho possível do ensaio. Em avaliações prévias, determinamos que o melhor padrão de curva para leitura do kit é o da curva quadrática.
RESULTADOS: As curvas de calibrarão evidenciaram excelente performance da técnica do AC relativamente ao controle utilizando a albumina humana. A média (+/-DP) dos valores de albumina obtido pela tecnica do azul Coomassie foi de 91,1049+/-63,93m85 mg/mL e pela técnica do imunotubidimetria foi de 16,3679+/-24,3267 mg/mL (p <0,05). Em 26 dos 28 das urinas avaliadas para a presença de microalbuminúria, houve recategorização da albuminuria de A1 (<30 mg/mL pela IT) para A2 ou A3 (>30 mg/mL no método colorimétrico com AC).
CONCLUSÃO: Atécnica do AC é acurada para a detecção de albuminúria, com a vantagem de identificar a albumina urinária imunologicamente reativa e a imunologicamente não reativa. Estudos em progresso definirão se o rastreio da albuminúria com a técnica do AC tornar-se-á o instrumento de escolha no rastreio de lesão do parênquima renal, como por exemplo, no diabetes mellitus.


TLP: 253

Doença renal crônica: o papel da atenção primária noacompanhamento e no encaminhamento dos pacientes aonefrologista

Autor(es): Maria Goretti Moreira Guimarães Penido; Marcelo de Sousa Tavares; Mariana Guimarães Penido de Paula ; Celina de Faria Rezende; João Milton Martins de Oliveira Penido; Morgana Bechler De Moro ; Victor Bilman; Ana Cláudia Miranda Scalioni; Amália Sathler Pires; Matheus Moura de Oliveira

Unidade de Nefrologia Pediátrica, Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG -Serviço de Nefrologia da Santa Casa de Belo Horizonte, MG -Departamento de Clínica Médica, Faculdade de Medicina, Universidade Federal de

INTRODUÇÃO: Adoença renal crônica (DRC) tem proporções epidemiológicas e a prevenção de sua progressão depende de cuidados adequados e referência correta ao especialista. O objetivo deste estudo foi avaliar se a atenção primária está acompanhando os indivíduos com DRC e referenciando-os ao nefrologista.
MÉTODOS: Durante uma ação comunitária no dia Mundial do Rim de 2012 em restaurante popular, em uma cidade com 2. 740. 000 habitantes, os indivíduos ali presentes foram convidados a participar. Os participantes foram submetidos à avaliação clínico-laboratorial que incluía: aferição da pressão arterial, mensuração da creatinina sérica e da proteína urinária, estimativa da filtração glomerular (MDRD/proteinúria), avaliação nutricional pelo índice de massa corpórea e medida da circunferência abdominal (CA). Os indivíduos classificados nos graus III (A e B) e IV, e aqueles com graus I e II com proteinúria receberam encaminhamento para a atenção primária, próxima às suas residências. Dois anos depois os indivíduos foram contatados via telefone para saber se a atenção primária os acolheu e encaminhou ao nefrologista.
RESULTADOS: Foram avaliados 298 indivíduos (66% femininos), com idade média de 50,5±17,6 anos. Encontrou-se: CAassociada a alto risco cardiovascular em 32%, DRC grau I com proteinúria em 1,3%, DRC grau II com proteinúria em 5%, DRC graus III A e B em 20%, DRC grau IV em 1,3%. Nenhum indivíduo tinha grau V. Sobrepeso/obesidade foi diagnosticado em 60% dos indivíduos. Medida isolada de PA mostrou níveis pressóricos maiores que 130-149 x 85-89 mmHg em 38% dos indivíduos. Oitenta e dois indivíduos (graus I e II com proteinúria, graus III A e B e grau IV) foram encaminhados à atenção primária. Contato telefônico feito com 70 indivíduos mostrou que 35 são cadastrados na atenção primária e fazem controle regular; 10 indivíduos têm plano de saúde e fazem controle regular; 25 indivíduos não fazem nenhum controle e apenas 6 deles foram encaminhados ao nefrologista.
CONCLUSÕES: Houve elevada prevalência dos vários graus de DRC e dos fatores de risco associados. Um número significativo de indivíduos com DRC não estão sendo acompanhados e a maioria dos outros é acompanhada apenas na atenção primária. Uma pequena minoria foi encaminhada ao nefrologista. São necessárias estratégias para aumentar a taxa de encaminhamento de pacientes com DRC ao nefrologista.


TLP: 254

Consumo elevado de sal está associado a importantesfatores de risco em uma grande coorte de pacientes comdoença renal crônica

Autor(es): Fabiana B. Nerbass; Roberto Pecoits-Filho; Natasha J. McIntyre; Christopher W. McIntyre; Maarten W. Taal

Fundação Pró-rim, Joinville, BR; Esola de Medicina, Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, BR; Departamento de Medicina Renal, Derby Royal Hospital, Derby, UK

INTRODUÇÃO: Pacientes com doença renal crônica (DRC ) apresentam um risco aumentado de doença cardiovascular (DCV) e de mortalidade, que é observado já nos estágios iniciais da doença e a ingestão de sódio desta população tem sido associada com importantes fatores de risco da DCV e da progressão da DRC, como hipertensão e proteinúria.
OBJETIVO: Investigar a relação entre a ingestão de sódio e fatores de risco de DCV e de progressão da DRC em uma grande coorte de pacientes com DRC estágio 3 recrutados a partir da atenção primária.
METODOLOGIA: 1. 733 pacientes com taxa de filtração glomerular (TFG) estimada entre 59-30 mL/min/1. 73 m2; com idade média de 72,9 ± 9,0 anos, foram recrutados de 32 centros de atenção primária da região de Derbyshire, Inglaterra para participarem do Renal Risk in Derby Study (RRID). Os participantes foram submetidos a avaliação clínica e amostras de urina e de sangue foram obtidas para análise. A ingestão de sódio foi estimada a partir das amostras de urina utilizando uma equação validada para esta população de estudo.
RESULTADOS: Os participantes com consumo estimado de sódio acima do recomendado (>2,4 g de sódio/dia ou 6g de sal/dia) tinham maior pressão arterial diastólica, maior pressão arterial média e utilizavam um número maior de fármacos anti-hipertensivos quando comparados aos participantes com ingestão de sódio inferior a 2,4 g diárias. Maiores concentrações séricas de proteína-C reativa de alta sensibilidade e ácido úrico, bem como uma razão creatinina albumina urinária aumentada foram encontradas nos pacientes com ingestão excessiva de sódio. Na análise de regressão multivariada, a ingestão excessiva de sódio foi um preditor independente tanto da pressão arterial média quanto da albuminúria.
CONCLUSÃO: Elevada ingestão de sódio associou-se a fatores de risco de DCV e de progressão da DRC em pacientes predominantemente nos estágios iniciais da DRC que são acompanhados pela atenção primária de saúde, sugerindo que o sódio dietético pode aumentar os riscos mesmo nos estágios iniciais e intermediários da doença.


TLP: 255

Redução no consumo de sódio é independentementeassociada com um melhor controle da pressão arterial empessoas com doença renal crônica

Autor(es): Fabiana B. Nerbass; Roberto Pecoits-Filho; Natasha J. McIntyre; Christopher W. McIntyre; Maarten W. Taal

Fundação Pró-rim, Joinville, BR; Esola de Medicina, Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, BR; Departamento de Medicina Renal, Derby Royal Hospital, Derby, UK

INTRODUÇÃO: Pessoas com doença renal crônica (DRC) apresentam maior risco de mortalidade e de doença cardiovascular (DCV) e restringir a ingestão de sódio tem sido associada com diminuição na pressão arterial (PA) e proteinúria, dois importantes fatores de risco para DCV e progressão da DRC .
OBJETIVO: Investigar o efeito das alterações da ingestão de sódio no período de um ano na PA e na proteinúria de pacientes com DRC estágio 3.
MÉTODOS: 1607 pacientes com taxa de filtração glomerular estimada (eTFG) 59-30 mL/min/1. 73m2; com idade média de 72,9±9,0 anos, foram recrutados de 32 centros de saúde de atenção primária da região de Derbyshire, Inglaterra, para serem incluídos no estudo Renal Risk in Derby (RRID). Foi obtida anamnese e os participantes foram submetidos a avaliação clínica, análises bioquímicas de urina e do soro no início do estudo e após 1 ano. Aingestão de sódio foi estimada a partir da amostras de urina utilizando uma equação validada para esta população.
RESULTADOS: Quando comparados aos participantes que aumentaram a ingestão de sódio após um ano (de _2. 4 para >2. 4 g/dia), aqueles que a diminuíram (de >2. 4 para _2. 4 g/dia), apresentaram um decréscimo superior em todas as variáveis de PA (delta da pressão arterial média (deltaPAM) = -7,44±10,1 – vs 0,23±10. 4mmHg; p < 0,001), bem como na velocidade de onda de pulso (VOP), um marcador de rigidez arterial (deltaVOP = 0,47±1,3 vs 0,08 ± 1,88 m/s; p<0,05). A albuminuria melhorou apenas em pacientes albuminúricos que diminuíram a ingestão de sódio no período. Tanto os participantes que mantiveram ingestão de sódio _2. 4 g/dia como os que permaneceram com consumo >2. 4 g/dia nos dois períodos apresentaram diminuição na PA, porém apenas no grupo com menor ingestão a VOP também diminuiu e o número de anti-hipertensivos aumentou somente no grupo com elevado consumo de sódio. Diminuir a ingestão de sódio foi um determinante independente da variação da PAM.
CONCLUSÃO: Embora sejam necessárias maiores evidências, nossos resultados sustentam os benefícios de diminuir e manter a ingestão de sódio inferior a 2. 4 g diárias por pacientes nos estágios iniciais da DRC.


TLP: 256

Avaliação nutricional de pacientes com doençarenal crônica: índice de massa corporal x índice de adiposidade corporal

Autor(es): Annerose Barros; Fernando Sontag; Carlos Eduardo Poli de Figueiredo; Domingos O. d’Avila

Programa de Pós-Graduação em Medicina e Ciências da Saúde (Nefrologia), FAMED e Hospital São Lucas. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, RS

INTRODUÇÃO: A obesidade é um importante fator de risco para alguns agravos crônicos, incluindo a doença renal crônica (DRC). É preciso atenção na avaliação do excesso de peso neste grupo, pois acúmulo de líquido pode falsear a avaliação nutricional. O índice de massa corporal (IMC), apesar de bastante usado, não é o mais adequado para avaliar esta população. Um índice de adiposidade corporal (IAC) para avaliação de adiposidade em adultos foi recentemente proposto.
MÉTODOS: Estudo transversal, observacional, em pacientes com DRC acompanhados no ambulatório de Nefrologia de um Hospital Universitário. Foram aferidos: peso, altura, circunferência do quadril; a gordura corporal foi determinada por bioimpedância segmentar multifrequência (InBody 520¨®). Apartir destas medidas foram determinados os valores do IMC e do IAC.
RESULTADOS: Foram avaliados 37 indivíduos (masculino = 21); idade: 56 ± 14 anos. Quando o percentual de gordura corporal foi avaliado por bioimpedância (padrão ouro no estudo) houve predomínio de indivíduos obesos (45,9%), enquanto 32,4% eram eutróficos e 21,6% estavam com sobrepeso. Na avaliação pelo IMC, houve predomínio de sobrepeso (37,8%), seguido por indivíduos eutróficos (32,4%) e obesos (29,7%). A avaliação pelo IAC classificou 48,6% dos indivíduos como obesos, 37,8% como sobrepeso e 13,5% como eutróficos. A correlação entre IMC e IAC foi moderada (r=0,482; P=0,003); entre IMC e percentual de gordura foi muito forte (r=0,711; P<0,001) e entre IAC e % gordura obtivemos uma correlação forte (r=0,578; P<0,001).
CONCLUSÕES: Tanto o IMC como o IAC podem ser usados na avaliação nutricional do paciente com DRC. O IMC se correlacionou com o percentual de gordura, medido pela bioimpedância. Apesar de limitações, pode ser um bom marcador na avaliação nutricional do paciente com DRC. O IAC não considera o peso corporal em sua fórmula, falsamente aumentado por acúmulo de líquido, o que pode ser mais fidedigno. Nossos resultados sugerem serem ambos os índices úteis na avaliação do estado nutricional de pacientes com DRC.


TLP: 257

Resultado das Atividades do Dia Mundial do Rim 2014 em Itaúna – MG

Autor(es): Eduardo Gomes Mattar; Maria Luiza Custódio Soares; Bruce Henrique dos Santos; Giselle Aparecida Marçal; Fernanda Silva Freire; Carolina Araújo Pereira; Jéssica Lemos Ramos Antunes; Ana Flávia Montenegro Silva; Bruna Pister Silva; Marina Damiani Santana

Universidade de Itaúna

INTRODUÇÃO: As Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) são consideradas como um dos principais desafios em saúde pública para os próximos anos. Essas doenças estão relacionadas com os hábitos de vida da sociedade atual, bem como com o envelhecimento da população mundial. Nesse contexto, todo o paciente que apresentar algum dos fatores de risco deve ser triado para a Doença Renal Crônica. São considerados fatores de risco a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), Diabetes Mellitus (DM), idade avançada e histórico familiar positivo. Considerando a multiplicidade de fatores de risco comuns, história natural prolongada e principalmente o longo curso assintomático das DCNT torna-se imprescindível realizar políticas de prevenção e controle que propiciem o diagnóstico precoce dessas patologias.
MÉTODOS: Foi realizada uma ação educativa na cidade de Itaúna-MG, na qual aferiu-se a pressão arterial dos participantes, realizou-se palestras sobre educação nutricional e Doença Renal Crônica. com seus fatores de risco, além da distribuição de panfletos educativos. A campanha contou com a presença de uma equipe multidisciplinar, composta por um médico nefrologista, acadêmicos curso de medicina da Universidade de Itaúna, uma assistente social, enfermeiros e nutricionistas. Foram esclarecidas as dúvidas da população em relação ao tema, fornecidas orientações preventivas, além do alerta aos participantes que apresentaram a PA elevada ou que não faziam o controle adequado da HAS ou DM sobre a necessidade de buscar atendimento na Atenção Primária.
RESULTADOS: Participaram 179 pessoas, sendo 63,7% homens e 36,3% mulheres. A média de idade dos participantes foi de 51,1 anos. De acordo com informações fornecidas pelos participantes, 44,1% deles eram portadores de HAS e 11,7% de DM. De todos os participantes, 44,6% apresentaram pressão arterial elevada (acima ou igual a 140×90 mmHg), sendo 15% mulheres, com média de idade de 50,3 anos e 29,6% homens, com média de idade de 52,1 anos.
CONCLUSÕES: A partir da análise dos resultados constatou-se uma prevalência elevada dos fatores de risco para a Doença Renal Crônica na população itaunense. Tal fato demonstra o potencial da realização de ações educativas como o Dia Mundial do Rim para conscientizar a população da importância de prevenir, diagnosticar, controlar e tratar as DCNT como forma de prevenção da Doença Renal Crônica.


TLP: 258

Efeitos da paratireoidectomia nos distúrbios do sono

Autor(es): Roberto Santos; Fernando Coelho; Bruno C. Silva; Vanda Jorgetti; Rosa M. A. Moyses; Rosilene M. Elias

Hospital das Clínicas da Faculdade de São Paulo / Universidade Federal de São Paulo

INTRODUÇÃO: O Hiperparatireoidismo Secundário (HPS) está associado a complicações que vão além do metabolismo ósseo. Uma alta prevalência de distúrbios do sono foi descrita nestes pacientes com o uso de questionários. Entretanto, nenhum dos estudos prévios se baseou em medida objetiva através de polissonografia (PSG). Além disso, o efeito da paratireoidectomia (PTX) nos distúrbios de sono não foi completamente avaliado. O objetivo deste estudo prospectivo foi avaliar a influência da PTX nos distúrbios do sono de pacientes com doença renal crônica estádio V com HPS em hemodiálise.
MÉTODOS: Dezoito pacientes (6 homens, idade 48±11 anos) foram submetidos à PSG imediatamente antes e dentro de 12 semanas após a PTX. A Síndrome das Pernas Inquietas foi diagnosticada e classificada de acordo com critérios estabelecidos pelo International Restless Leg Syndrome Study Group. Dados de PSG incluíram a arquitetura do sono, índice de apneia e índice de movimento periódico de membros. Variabilidade de frequência cárdica (VFC) foi analisada a partir do eletrocardiograma da PSG, no domínio frequência.
RESULTADOS: Foi observada redução dos níveis séricos de paratormônio, cálcio, fósforo (P) e fosfatase alcalina após a PTX (p<0,05 para todas as variáveis). Dez pacientes (56%) apresentavam SPI antes da cirurgia e apenas 4 (22,2%) permaneceram com este diagnóstico após a PTX (p=0. 04), mas com diminuição na escala de gravidade. Os pacientes com SPI apresentavam maiores níveis de P e maior gravidade dos movimentos periódicos de pernas por hora de sono pré PTX (p=0. 008 e 0. 004, respectivamente). Não ocorreu melhora no índice de apneia-hipopnéia ou em qualquer outro parâmetro do sono. Após a PTX houve uma diminuição da relação baixa/alta frequência da VFC, indicando redução da atividade simpática e/ou aumento da atividade parassimpática, respectivamente, nas fases acordado (44%), sono REM (61%) e sono não REM (44%), o que não se correlacionou com a melhora da SPI.
CONCLUSÃO: A PTX não melhorou a arquitetura do sono ou os distúrbios respiratórios relacionados ao sono. Entretanto, a PTX reduziu a prevalência e a gravidade da SPI, uma doença muito frequente nestes pacientes e associada à diminuição da qualidade de vida, sonolência diurna e depressão. Mecanismos implicados nesta melhora precisam ser melhor avaliados.
NOTA: Concorrerá ao Prêmio Vanda Jorgetti 2014.


TLP: 259

Letramento em Saúde inadequado: Frequente entre ospacientes com doença renal crônica, mas desconhecidopelos nefrologistas

Autor(es): Marcus G. Bastos; Daniela de O. Maia; Luanda T. M. Santos; Fernando A. B. Colugnati; Flavio Cabral; Marcus G. Bastos

Departamento de Clínica Médica e Núcleo Interdisciplinar de estudos, pesquisas e tratamento em nefrologia (NIEPEN) da Faculdade de Medicina da UFJF e Fundação IMEPEN.

INTRODUÇÃO: Letramento em Saúde (LS) ou habilidades de leitura e numérica que permite ao indivíduo transitar no ambiente de saúde é um tema relativamente novo e que vem ganhando espaço nas agendas de pesquisa e políticas de saúde, particularmente nos países desenvolvidos. Onde estudado, o LS inadequado associa-se a desfechos clínicos adversos. No Brasil, ainda não existem estudos sobre LS em pacientes renais.
OBJETIVO: Avaliar o LS em pacientes com doença renal crônica (DRC) em tratamento conservador.
MÉTODOS: Foram incluídos no estudo pacientes com DRC estágios 3b-5 acompanhados no Centro HIPERDIAMinas de Juiz de Fora. Os dados demográficos, clínicos e laboratoriais foram extraídos dos prontuários dos pacientes. A cognição foi avaliada pelo “Mini Mental State Examination” (MMSE). O LS foi avaliado com o instrumento “Avaliação Breve do Letramento em Saúde para Adultos que Falam Português em sua versão com 18 itens (SALPHA-18)”, através da capacidade de o indivíduo pronunciar e compreender termos médicos comuns. Resultados de zero a 14 foram considerados LS inadequado.
RESULTADOS: Foram estudados 48 pacientes com idade média de 66±8,9 anos, 57% do sexo masculino e 84,5% com nível de escolaridade menor que o fundamental completo. O LS inadequado foi observado em 72,4% dos pacientes com DRC. Amediana do MMSE foi de 26 e 22 pontos para os pacientes com LS adequado e inadequado, respectivamente. A correlação (Sperman) entre o SAHLPA e o MMSE foi de 0,52 (p <0,05).
CONCLUSÃO: Nos pacientes estudados, a prevalência do LS inadequado é extremamente elevada e se correlaciona negativamente com o nível de escolaridade e cognição.


TLP: 260

Relação entre apetite, parâmetros antropométricos elaboratoriais de pacientes de uma clínica de hemodiálise em Mafra/SC

Autor(es): Andrea Carolina Sczip; Fabiana Baggio Nerbass; Jyana Gomes Morais ; Hercílio Alexandre da Luz Filho

Fundação Pró Rim

INTRODUÇÃO: Desnutrição e perda de massa ocorrem comumente em pacientes com insuficiência renal. A anorexia pode ser a causa mais importante da desnutrição, pois também afeta um número significativo de pacientes em hemodiálise.
OBJETIVO: Avaliar o estado nutricional de pacientes renais crônicos em hemodiálise (HD) e verificar a relação entre apetite, parâmetros antropométricos e laboratoriais.
METODOLOGIA: Estudo transversal incluindo 80 pacientes em HD (52% homens; idade = 53,83 ± 14,88 anos; tempo em HD: 49,6±14,8 meses). Os parâmetros antropométricos utilizados foram o índice de massa corporal (IMC), circunferência de braço (CB), circunferência muscular do braço (CMB) e dobra cutânea tricipital (DCT). Os parâmetros bioquímicos avaliados foram colesterol total e creatinina. A mensuração do apetite foi obtida pelo Appetite e Assessment Tool Diet (ADAT).
RESULTADOS: A média do IMC (25,26±5,2 Kg/m2), das adequações de CB (102,4±13,8%), CMB (103,9±11,5%) e DCT (95,16±46,3%) estavam dentro dos padrões de normalidade. Não houve correlação entre os parâmetros bioquímicos e os nutricionais. Quando os pacientes foram divididos de acordo com colesterol total (ponto de corte 150,0 mg/dl), as adequações de CB e de CMB foram significantemente menores nos pacientes com resultados abaixo de 150,0 mg/dl quando comparados aos demais (adequação CB: 98,5±12,9 versus 105,9±13,8%;p<0. 05) e adequação CMB (100,6±12,2 versus 106,8 ± 9,9%; p<0,05). O mesmo aconteceu usando o ponto de corte 9,0 mg/dl para a creatinina, em que os menores valores encontrados foram dos pacientes com creatinina inferior a 9,0 mg/dl (adequação CB 98,6±13,2 versus 106,5±13,1%;p<0,05 e adequação CMB 101. 1±11. 1 versus 107,0±11,3;p<0,05). Pacientes que relataram apetite adequado ou prejudicado não diferiram quanto aos parâmetros bioquímicos ou antropométricos.
CONCLUSÃO: Pacientes que apresentaram disfunção nos parâmetros bioquímicos eram mais propensos a apresentarem adequações menores para CB e CMB. Parâmetros antropométricos e bioquímicos foram semelhantes nos pacientes que relataram apetite preservado ou prejudicado.


TLP: 261

Identificação do número médio de doses de vacina contra a hepatite b necessárias para a soroconversão de pacientes em programa de hemodiálise crônica

Autor(es): Sérgio Wyton Lima Pinto; Maria Lucimar Silva; Thalles Trindade de Abreu; Maria Aparecida Silva Marinho; Danyelle Romana Alves Rios; Alba Otoni

Universidade Federal de São João Del-Rey/Hospital São João de Deus – Divinópolis MG

INTRODUÇÃO: a hepatite B (HB) é uma infecção potencialmente mortal que constitui um importante problema de saúde pública a nível mundial. As taxas de soroconversão em resposta à vacina contra o HB são relativamente baixas entre os pacientes renais em estágio avançado, submetidos à Hemodiálise (HD).
OBJETIVO: identificar o número médio de doses de vacina contra a Hepatite B necessárias para soroconversão de pacientes em programa de hemodiálise crônica.
MÉTODO: estudo transversal retrospectivo, realizado por meio de revisão de prontuários de 125 pacientes portadores de Doença Renal Crônica (DRC) terminal em procedimento hemodialítico convencional, em um setor de nefrologia de um hospital filantrópico de uma cidade no interior de Minas Gerais.
RESULTADOS: a maioria dos pacientes envolvidos no estudo, transplantados ou não, tornou-se anti-HBs positivo com esquema recomendado pelo Ministério da Saúde: três doses, um mês de intervalo devido à DRC, e a 4ª dose de reforço. Em 28,7% dos pacientes, foram necessárias de cinco a oito doses para fazer a soroconversão, e ainda 10,4% recebeu nove ou mais doses para alcance da imunização da HB. Neste estudo, a taxa de soroconversão foi significativamente alta, da ordem de 88,4%.
CONCLUSÃO: o número médio de doses para soroconversão em anti-HBs positivo em pacientes DRC em HD, foi quatro doses.


TLP: 262

Níveis séricos e urinários de CCL2(MCP-1) E CXCL8(IL-8) como biomarcadores precoces de lesãorenal em pacientes portadores de glomerulopatias de etiologias diversas

Autor(es): Sérgio Wyton Lima Pinto; Isabella Carvalho Laporte; Aline Paiva Alves de Souza Mendonçä; Hélida Aline Tomacheski Amaral; Thalles Trindade de Abreu; Lucas Ferreira Alves; Maria Aparecida Silva Marinho; Danyelle Romana Alves Rios; Alba Otoni

Universidade Federal de São João del-Rey/ Hospital São João de Deus – Divinópolis MG

INTRODUÇÃO: existem evidências de que quimiocinas inflamatórias tenham importante papel na gênese da doença renal crônica (DRC) de causa inflamatória e que elas possam ser utilizadas como biomarcadores precoces de lesão renal.
OBJETIVO: identificar os níveis séricos e urinários de CCL2(MCP-1) e CXCL8 (IL-8) como biomarcadores precoces de lesão renal em pacientes portadores de glomerulonefrite de etiologias diversas.
MÉTODOS: estudo transversal observacional realizado em ambulatório de tratamento conservador de Nefrologia de um hospital do interior de Minas Gerais. Participaram 17 pacientes com diagnóstico de glomerulopatia confirmado por biópsia e em estágio de DRC variando de 1 a 4, formando o grupo 1. Para efeito de comparação foi obtido do banco de dados de um dos pesquisadores informações específicas dos valores de CXCL8 e CCL2 urinárias e séricas referentes ao grupo 2, formado de 27 pacientes selecionados com os mesmos critérios de inclusão e com glomerulopatias de causas diversas, porém, com dados coletados em 2010 e ao grupo 3, formado por 31 adultos aparentemente saudáveis. A coleta de dados ocorreu no período de março de 2013 a março de 2014 e envolveu entrevista, exame físico e coleta de amostra de sangue e de urina para dosagem dos níveis séricos e urinários das quimiocinas MCP-1/CCL2 e IL-8/CXCL8. Análise estatística foi realizada pelo programa SPSS versão 15. 0. Para comparação de variáveis categóricas foram utilizados: teste Qui-quadrado de Pearson e testes t-Student e Mann-Whitney para variáveis contínuas quando se comparou dois grupos e ANOVA e Kruskal-Wallis para comparação com mais de dois grupos. As análises de comparações múltiplas entre os grupos foram realizadas através do teste de Mann-whitney com correção de Bonferroni. Em todas as análises considerou-se um nível de 5% de significância.
RESULTADOS: a CXCL8 urinária e a CCL2 sérica não apresentaram diferenças estatísticas em nenhuma das comparações entre os grupos 1, 2 e 3. Contudo, a CCL2 urinária e a CXCL8 sérica apresentaram diferenças estatísticas entre os grupos 1 e 2 e entre os grupos 1 e 3. Não houve associação entre os valores dos níveis séricos e urinários das quimiocinas MCP-1/CCL2 e IL-8/CXCL8 e os valores de proteinúria.
CONCLUSÃO: os níveis de CXCL8 urinária e a CCL2 sérica são similares entre os grupos que apresentam lesão renal, sugerindo que talvez possam ser utilizadas como um indicativo de investigação de lesão renal quando aumentadas na urina e no sangue.


TLP: 263

Depressão e estratégias de “coping” em pacientes comdoença renal crônica em tratamento conservador – Um estudo preliminar

Autor(es): Geraldo Bezerra da Silva Junior; Álvaro Augusto Câmara da Silva Fernandes; Ana Laís Aguiar Nocrato; Luma Burgos Pinheiro Castelo Branco; Mariana Vasconcelos Frota; Elizabeth De Francesco Daher; Maria Vitoria de Oliveira Silva Barros Ferreira; Douglas de Sousa Soares; Thayanne Barreto de Lima; Leonardo Duarte Sobreira Luna

Universidade Federal do Ceará

INTRODUÇÃO: A depressão é o principal transtorno mental encontrado em pacientes com doença renal crônica (DRC) em hemodiálise. Entretanto, existem poucos estudos investigando este distúrbio em pacientes com DRC em tratamento conservador. O objetivo deste estudo é investigar a ocorrência de depressão, avaliar a qualidade de vida e as estratégias de “coping” entre pacientes com DRC em tratamento ambulatorial.
MÉTODOS: Foi realizado um estudo transversal em um ambulatório de nefrologia , Ceará, no período de julho a agosto de 2013. A amostra foi de 9 pacientes, todos maiores de 16 anos, com diagnóstico clínico e laboratorial confirmado de DRC (estágios 1 a 4), em tratamento conservador. Foi investigada a ocorrência de depressão através do Inventário de Depressão de Beck, e as estratégias de “coping” pela escala de Jalowiec (JCS).
RESULTADOS: Foram entrevistados no total 9 pacientes, sendo 6 do sexo feminino e 3 do sexo masculino, variando de 17 a 84 anos. Pelo questionário de Beck foi evidenciada a ausência de depressão em 6 pacientes (66%), depressão leve a moderada em 1 paciente (11%), moderada-grave em 1 (11%) e grave em 1 (11%). As estratégias “coping” foram evidenciadas por todos os pacientes. As táticas mais utilizadas foram a do tipo “otimista” e a do tipo “autoconfiante”. Seguinte a essas, a estratégia de “evasão”, a tática de “confronto” e por último o tipo “suportivo”.
CONCLUSÕES: A prevalência encontrada de depressão é alta em pacientes com DRC em tratamento conservador. As principais estratégias de “coping” a do tipo “otimista” e a do tipo”autoconfiante. É de extrema importância que esses pacientes sejam diagnosticados e tratados de forma precoce para que permaneçam com uma boa qualidade de vida, contribuindo positivamente para um melhor prognóstico e uma boa adesão ao tratamento. Mais estudos são necessários para melhor caracterizar os transtornos mentais em pacientes com DRC e as estratégias usadas pelos mesmos para lidar com os problemas de saúde.


TLP: 264

A ativação da imunidade inata evolui paralelamente à progressão do dano renal em Nefropatia por Adriamicina

Autor(es): Viviane D. Faustino; Simone C. A. Arias; Flavia P Albuquerque; Camilla Fanelli; Lisienny C. T. Rempel; Orestes Foresto-Neto; Denise M. A. C. Malheiros; Niels O. S. Camara; Roberto Zatz; Clarice K. Fujihara

Universidade de São Paulo

INTRODUÇÃO: A exposição a excesso de proteínas pode promover a liberação de mediadores inflamatórios pelas células tubulares. Os mecanismos subjacentes a esse efeito não estão claros. Nós investigamos se ocorre ativação da imunidade inata/inflamassoma nesse processo.
MÉTODOS: Induziu-se albuminúria (ALB) em 15 ratos machos Munich-Wistar através da administração de adriamicina (AD) 5 mg/kg iv. Ratos controle (C, N = 5) receberam apenas a solução salina. ALB, mg/d, pressão caudal (PC, mmHg), creatinina sérica (SCr, mg/dL), NGAL, mg/dia,% esclerose glomerular (%EG),% interstício cortical (%INT) e infiltração macrofágica intersticial (M_, céls/mm2) foram avaliadas após 2 (AD2sem), 4 (AD4sem) e 20 (AD20sem) semanas após AD. A ativação da imunidade inata renal foi avaliada pela expressão do gene (IL-1ß, TLR4, NLRP3) e proteína (IL-1ß, TLR4).
RESULTADOS: ALB C 7±2 AD2sem 336±34ª AD4sem 356±49a AD20sem 505±34abc PC C 142±2 AD2sem 149±3 AD4sem 156±2a AD20sem 169±4abc SCr C 0,7±0. 1 AD2sem 0,7±0,1 AD4sem 0,7±0,1 AD20sem 1,6±0,2abc NGAL C 28±3 AD2sem 126±23 AD4sem 97±14a AD20sem 94±35a %EG C 0. 1±0. 1 AD2sem 0,7±0. 6 AD4sem 1,1±0. 5a AD20sem 47,2±10,2abc %INT C 1±1 AD2sem 1±1 AD4sem 6±1ab AD20sem 15±2abc M_ C 9±2 AD2sem 76±34a AD4sem 142±19ab AD20sem 150±40ab IL-1_ (ELISA) C 0,4±0. 1 AD2sem 0,6±0,2 AD4sem 1,6±0,3ab AD20sem 2,7±0,9ab TLR-4 (WB) C 0,2±0,1 AD2sem 0,2±0,1 AD4sem 0,3±0,1 AD20sem 1,5±0,3abc
Média SE, ap<0. 05 vs C, bp<0. 05 vs AD2sem, cp<0. 05 vs. Ad4sem.
Além disso, os níveis de mRNA para IL-1_, TLR4 e NLRP3 estavam aumentados significativamente nos Grupos AD4sem (68%, 106% e 177%, respectivamente) e AD20sem (127%, 215% e 74%).
CONCLUSÕES: A administração de AD foi seguida por albuminúria maciça, lesão tubular precoce (indicada pela excreção de NGAL) e infiltração de M_; EG e expansão INT desenvolveram-se após 4 semanas de AD. A expressão e/ou abundância de IL-1_ e TLR4 foram aproximadamente paralelas à extensão das lesões renais. A ativação da imunidade inata/inflamassoma pode representar um importante elo patogênico entre a exposição tubular ao excesso de proteínas e o desenvolvimento de dano renal. FAPESP / CNPq


TLP: 265

Modelo de hipertensão arterial decorrente do bloqueio de NF-KAPPAB durante a nefrogênese: efeito da sobrecarga salina

Autor(es): Victor Ferreira de Ávila; Simone da Costa Alarcon Arias; Orestes Foresto Neto; Camilla Fanelli; Viviane Dias Faustino; Claudia Ramos Sena; Denise Maria Costa Malheiros; Jose Eduardo Krieger; Roberto Zatz; Clarice Kazue Fujihara

Faculdade de Medicina da UNiversidade de São Paulo

INTRODUÇÃO: Mostramos recentemente que ratos submetidos durante a lactação a bloqueio do sistema NF-_B com pirrolidina ditiocarbamato (PDTC) desenvolvem hipertensão arterial (HA) na fase adulta, sem lesão renal aparente. Neste estudo, investigamos se uma sobrecarga salina (SS) evidenciaria uma limitação, nesses ratos, à excreção de sódio, agravando a HA e promovendo dano renal.
MATERIAIS E MÉTODOS: Ratos Munich-Wistar machos recémnascidos, com suas respectivas matrizes, foram divididos em dois grupos: C, sem tratamento; e PDTC, recebendo PDTC, 280 mg/kg/dia na água do bebedouro somente durante a lactação. Para acelerar possíveis lesões renais, todos os ratos foram submetidos a uninefrectomia (UNx) com dez semanas de idade. Com três meses de idade os ratos (N=49), foram subdivididos em: C+DP, controle recebendo dieta padrão; C+SS, C recebendo SS (dieta com 3,2% NaCl e 0,5% NaCl na água do bebedouro); PDTCLact+DP, PDTCLact recebendo DP; PDTCLact+SS, PDTCLact, recebendo SS. Após 3 meses em SS, avaliamos a pressão caudal (PC, mmHg), o índice de esclerose glomerular (IEG), a % de interstício cortical (%INT) e a de lesão vascular (%VASC), a infiltração macrofágica intersticial (Mac, cels/mm2), a atividade plasmática de renina (APR, ng/mL/h) e a presença de angiotensina II no interstício (AngII, cels/mm2).
RESULTADOS: PC C+DP 144±2 C+SS 165±1b PDTClact+DP 166±2a PDTClact+SS 195±3ab IEG C+DP 3±1 C+SS 14±3 PDTClact+DP 2±1 PDTClact+SS 55±21ab %INT C+DP 1±1 C+SS 1±1 PDTClact+DP 1±1 PDTClact+SS 6±2ab %VAS C C+DP 0±0 C+SS 4±2 PDTClact+DP 1±1 PDTClact+SS 16±6ab Mac C+DP 33±3 C+SS 55±6 PDTClact+DP 35±4 PDTClact+SS 153±22ab APR C+DP 2. 7±0. 6 C+SS 0. 2±0. 1b PDTClact+DP 2. 1±0. 4 PDTClact+SS 0. 2±0. 1b AngII C+DP 2±1 C+SS 3±1 PDTClact+DP 2±1 PDTClact+SS 5±1b Média±EP, ap<0. 05 vs C; bp<0. 05 vs DP
Os animais dos Grupos C+SS e PDTCLact+DP apresentaram HA moderada, sem alteração na morfologia renal. Já o Grupo PDTCLact+SS exibiu HA acentuada, EG, microtrombose e aneurismas glomerulares, expansão intersticial, intenso infiltrado Mac, e AngII dissociada da APR.
CONCLUSÃO: A dieta SS associada à UNx desmascara um desarranjo renal não evidente em animais PDTCLact em DP, indicando que a integridade do sistema NF-kB durante a nefrogênese é fundamental a que o rim mantenha apropriadamente a homeostase do sódio na fase adulta. FAPESP/CNPq


TLP: 266

Papel da Ativação da Imunidade Inata na Nefropatia Diabética Experimental

Autor(es): Orestes Foresto-Neto; Amanda H. Albino; Simone C. A. Arias; Lisienny C. T. Rempel; Gizely C. S. Moreira; Camilla Fanelli; Denise M. A. C. Malheiros; Niels O. S. Camara; Clarice K. Fujihara; Roberto Zatz

Universidade de São Paulo

INTRODUÇÃO: A ativação da imunidade inata pela hiperglicemia tem sido apontada como um importante evento na patogênese da nefropatia diabética (ND). Neste trabalho, investigamos se a imunidade inata e a montagem do inflamassoma são ativadas em ratos com diabetes por estreptozotocina (STZ) que desenvolveram ND, comparados aos que não desenvolveram lesões renais.
MÉTODOS: Ratos Munich-Wistar machos e adultos (N=18) receberam STZ, 65mg/Kg i. v. , e injeções diárias de insulina para manter a glicemia moderadamente elevada. Ratos não diabéticos (N=5) foram utilizados como controles (C). Após 12 meses, a relação albumina/creatinina urinária (Ualb/Ucr) foi determinada e o tecido renal coletado para determinar a % de esclerose glomerular (%EG). Para melhor avaliação, ratos diabéticos com os 4 maiores valores de %EG foram considerados como ND+, enquanto aqueles com os 4 menores valores foram considerados ND-. Os componentes da imunidade inata TLR4, Caspase-1 e NLRP3 foram avaliados no tecido renal por qRT-PCR (Tlr4, Casp1, Nlrp3) e Western blotting (TLR4, Caspase-1). Os níveis séricos de MCP1 foram determinados por ELISA.
RESULTADOS: Glicemia: C 101±2, ND-430±23a, ND+ 385±32a; Ualb/Ucr: C 1,5±0,3, ND-2,7±1,3, ND+ 6,7±4,3; %EG: C 1,5±0,2, ND-1,4±0,2, ND+ 14,6±3,6ab; MCP-1: C 1056±60, ND- 958±30, ND+ 1416±140ab; Média±EP, a:p<0,05 vs. C, b:p<0,05 vs. ND-. ND- não apresentou alterações significativas na expressão dos componentes da imunidade inata, comparado ao C. Mesmo com hiperglicemia semelhante, as lesões glomerulares em ND+ acompanharam-se de um aumento significativo (p<0,05) na expressão de Tlr4 (50%), Casp1 (80%) e Nlrp3 (110%), em relação ao C. Os níveis proteicos renais de TLR4 e Caspase-1 foram numericamente maiores e o MCP-1 sérico foi significantemente elevado em ND+. É de se ressaltar que a %EG correlacionou-se positivamente com a expressão de Tlr4 (r=0,82), Casp1 (r=0,57), Nlrp3 (r=0,58) e com o MCP-1 sérico (r=0,75).
CONCLUSÃO: A ativação da imunidade inata e a montagem do inflamassoma podem exercer um importante papel no desenvolvimento da ND por STZ, que pode ser independente da hiperglicemia. FAPESP/CNPq


TLP: 267

Da lesão renal inicial ao desenvolvimento da doença renal crônica (DRC): Mecanismos inflamatórios envolvidos narecuperação após inibição transitória da síntese do óxidonítrico (NO)

Autor(es): Fernanda FF Zambom; Camilla Fanelli; Jéssica K Okuma; Cláudia R Sena; Denise MAC Malheiros; Ana L Mattar; Clarice K Fujihara; Roberto Zatz

Universidade de São Paulo

INTRODUÇÃO: Mesmo após a recuperação da função renal, ratos submetidos à inibição transitória da síntese do NO desenvolvem DRC com o passar do tempo (Fujihara 2006), sugerindo a ativação de mecanismos compensatórios que perpetuam o dano renal causado pela lesão inicial. O objetivo deste estudo foi avaliar os mecanismos inflamatórios envolvidos na cronificação da lesão renal iniciada pela inibição transitória do NO.
MÉTODOS: Quinze ratos Munich-Wistar submetidos a 20 dias de inibição do NO por administração diária de 30 mg/Kg de N-Lnitroarginina metil éster (NAME), associado a dieta hipersódica (HS, 3,2% Na+) foram seguidos por 30 e 180 dias de recuperação (REC30 e REC180), quando avaliamos: Albuminúria (ALB,mg/24h), pressão arterial média (PAM,mmHg), creatinina sérica (Screat,mg/dL), % glomerulosclerose (%GS), % área intersticial (%INT), infiltrado macrofágico e linfocitário (MAC e LINF, céls/mm2), células positivas para angiotensina II (céls+AII/mm2) e %alfa-actina intersticial (alfa-ACT). Dez ratos tratados com HS foram usados como controle ©.
RESULTADOS: Os resultados foram apresentados como média ± SE: a:p<0,05 vs. C, b:p<0,05 vs. NAME, c:p<0,05 vs. REC30. Aos 20 dias de bloqueio do NO, observou-se hipertensão (175±3a), ALB (155±19a), retenção de Screat (0,7±0,1a), aumento da %INT (4,7±0,6a) e infiltração por MAC (114±16a), p<0,05 vs. C (112±4; 2,2±0,3; 0,4±0,1; 0,2±0,1 e 25±3, respectivamente). O grupo NAME apresentou ainda aumento numérico de: %GS (2,0±0,4), céls+AII (6±1), infiltrado LINF (28±6) e %alfa-ACT (3,3±0,5) em relação ao C (0,3±0,2; 2±1; 11±2 e 0,5±0,1). Após 30 dias de recuperação, observou-se a normalização dos parâmetros de função renal, exceto pela PAM que, embora reduzida em relação ao NAME, manteve-se elevada em relação ao C (146±13ab). Nesse ponto do estudo, parâmetros inflamatórios como MAC, LINF, céls+AIIint e %alfa-ACTint, estavam numericamente elevados, apesar de não diferir estatisticamente do C. Após 180 dias de recuperação, voltamos a observar aumento de Screat (0,7±0,1a), %GS (5,7±1,0abc), aumento da %INT (2,8±0,6ab), céls+AII (8±2a) e infiltrado LINF (29±6a), comparados ao C.
CONCLUSÃO: A despeito da normalização da função renal, os marcadores inflamatórios mantiveram-se elevados aos 30 dias de recuperação, sugerindo o envolvimento de macrófagos, linfócitos, miofibroblastos e da angiotensina II na progressão do insulto renal inicial que leva ao desenvolvimento de DRC.


TLP: 268

Ativação progressiva dos componentes da imunidade inatano modelo de ablação renal de 5/6 (NX)

Autor(es): Jéssica K Okuma; Camilla Fanelli; Fernanda FF Zambom; Simone CA Arias; Flavia G Machado; Denise MAC Malheiros; Niels OS Câmara; Clarice K Fujihara; Roberto Zatz

Universidade de São Paulo

INTRODUÇÃO: A ativação dos mecanismos da imunidade inata pode desempenhar um papel importante na progressão da doença renal crônica (DRC). Resultados publicados por este laboratório mostraram que a inibição do NFkB atenua a lesão renal no modelo NX (Fujihara 2007). O objetivo do presente estudo foi avaliar a ativação de outra via da imunidade inata (inflamassoma/IL-1beta) e verificar a sua correlação com a progressão da DRC no modelo NX.
MÉTODOS: Ratos Munich-Wistar foram submetidos à ablação renal de 5/6 (NX, n=20) e acompanhados por 7, 30, 60 e 120 dias, quando foram avaliados: Pressão caudal (PC), albuminúria (ALB, mg/24h), creatinina sérica (Screat, mg/dL), índice de esclerose glomerular (IGS), % interstício cortical (%INT), infiltrado macrofágico (MAC, céls/mm2), % de túbulos positivos para TLR4 (%tub TLR4+) e a expressão gênica de componentes da imunidade inata (Casp1, Nrlp3, TLR4, e IL1b). Um grupo de animais controle (C, n=10) foi acompanhado paralelamente.
RESULTADOS: Os resultados foram apresentados como média ± SE: a:p<0,05 vs. C, b:p<0,05 vs. NX7, c:p<0,05 vs. NX30, d:p<0,05 vs. NX60. Aos 7 dias os ratos NX já apresentavam hipertensão (171±5a), ALB (55±16a), aumento de Screat (1,2± 0,1a) e maior %tub TLR4+ (11±2a) em relação ao C (137±2; 5±1; 0,6±0,1 e 7±1, respectivamente). Com a progressão da DRC, os animais NX exibiram aumento do IGS e da %INT e crescente infiltração de MAC. Aos 120 dias de NX obtivemos: PC=218±5ab, ALB=175±14abcd, Screat=1,3±0,1a, IGS=108±20abcd, %INT=5,0±0,2abc, MAC=216±25abcd e %tub TLR4+=20±2ab. A ativação da imunidade inata acompanhou a progressão da lesão renal e a inflamação, e ao final do estudo, as expressões gênicas de Casp1, Nlrp3, TLR4 e IL1b foram, respectivamente 3 -, 8 -, 5 – e 4 vezes maiores do que aquelas observadas no grupo C.
CONCLUSÃO: A ativação da imunidade inata/inflamassoma acompanha a progressão da DRC no modelo NX desde seus estágios mais iniciais, sugerindo sua participação nesse processo e apontando um potencial alvo terapêutico para o tratamento da doença.


TLP: 269

Insuficiência renal crônica associada a mieloma múltiplo – relato de caso

Autor(es): Maria Luiza Garcia De Magalhães; Alysson Coimbra de Souza Carvalho; Eduardo Roberto da Silveira; Frederico Macedo da Rocha; Leidson Durães Alkmin; Mario Antonio Mafra de Macedo; Roberto Eduardo Salum

Hospital Vera Cruz

OBJETIVO: Relatar caso de insuficiência renal crônica (IRC) em paciente com diagnóstico recente de mieloma múltiplo.
RELATO DE CASO: FCS, 63 anos, hipertenso, queixa de dor lombar iniciada há 3 meses. Internação prévia em agosto de 2012, quando foi diagnosticado Mieloma Múltiplo (MM), sendo submetido à ressecção cirúrgica de volumosa massa tumoral em topogragia de T11-L2. Durante internação, evoluiu com alteração da função renal, tendo creatinina sérica basal de 1,83 mg/dl. Após o primeiro mês do diagnóstico foi iniciada talidomida e radioterapia. Em outubro de 2012 necessitou de nova internação devido a vômitos, desidratação e infecção de sítio cirúrgico. Exames laboratoriais evidenciaram: creatinina sérica 4,04 mg/dl, uréia 183 mg/dl. Apesar das medidas clínicas instituídas, como hidratação venosa e antibioticoterapia, o paciente evoluiu com piora importante da função renal, sendo necessário início de hemodiálise (HD) após o 3º dia de internação. Realizou 4 sessões de HD, e apresentou recuperação progressiva de função renal, recebendo alta hospitalar para seguimento ambulatorial em tratamento conservador, com os seguintes exames: creatinina sérica 2,28 mg/dl, uréia 83 mg/dl. Atualmente está em acompanhamento pelos serviços de Oncologia e Nefrologia, mantendo creatinina basal de 2 mg/dl.
CONCLUSÃO: Anefropatia do paciente com MM é freqüente durante a evolução da doença, podendo cursar com períodos de agudização (inclusive com necessidade de HD), tendo causas diversas, como infecções, desidratação, rim do mieloma, radioterapia, medicações nefrotóxicas, como no caso relatado. É interessante ressaltar que apesar do quadro agudo, é possível sua reversão, podendo mater o paciente em tratamento renal conservador.


TLP: 270

Índice de massa corporal e circunferência da cintura de acordo com os estágios da doençarenal crônica em pacientes sob tratamento conservador

Autor(es): Maria Helena Lima Gusmão Sena; Alessandra Fortes Almeida; Jairza Maria Barreto Medeiros; Carla Hilário da Cunha Daltro

Programa de Pós-Graduação em Medicina e Saúde – Universidade Federal da Bahia

INTRODUÇÃO: A doença renal crônica (DRC) representa importante problema de saúde pública. Apesar da desnutrição ser frequente nesta população, o excesso de tecido adiposo também é muito comum entre os pacientes.
OBJETIVO: analisar a associação do índice de massa corporal (IMC) e da circunferência da cintura (CC) com os estágios da (DRC) em pacientes sob tratamento conservador atendidos no Ambulatório de Nutrição em Nefrologia.
MÉTODO: Estudo transversal composto por 127 pacientes. Foi preenchido protocolo de atendimento para obtenção dos dados clínicos e nutricionais. O IMC, seguindo a referência da OMS, 1995, foi verificado por meio da medida do peso e de altura. A CC foi classificada de acordo com os critérios da OMS, com risco de complicações metabó¬licas quando a CC for maior ou igual a 80cm para as mulheres e maior ou igual a 94cm para os homens. Os estágios da DRC foram classificados pela referência do KDOQI 2002, utilizando a estimativa do Clearance de Creatinina de 24h realizado pela fórmula de Cockcroft-Gault (Cockcroft e Gault, 1976), que utililiza a creatinina sérica. As análises estatísticas foram realizadas utilizando o software Statistical Packcage for Social Science (SPSS) na versão 21. 0.
RESULTADOS: A média de idade da população foi de 59,1 anos (DP 14,2), sendo 64 (50,4%) pacientes do sexo feminino. Amédia do IMC e da CC na população foi 25,53Kg/m2 (DP 5,32) e 91,58cm (DP 14,13), respectivamente. A mediana do clearance de creatinina foi de 30,25 (23,5-45,2). Quanto a estratificação pelo grau de DRC, 2 (1,6%) pacientes se encontravam em estágio 1, 9 (7,1%) no estágio 2, 46 (36,2%) no estágio 3, 53 (41,7%) no estágio 4 e 17 (13,4%) no estágio 5. A distribuição do IMC e da CC pelos grupos estratificados pelo grau de DRC não apresentou diferença significante. Contudo observou-se que as médias do IMC nos grupos com estágio 1,2,3 e 5 da DRC esteve acima dos valores normais situando-se na faixa do sobrepeso e o valor médio encontrado no grupo com estágio 4 encontrou-se dentro da faixa de normalidade. Os valores médios da CC em todos os grupos estudados esteve acima de 89cm.
CONCLUSÃO: Apesar da DRC ser uma doença catabólica, a presença do excesso de peso e da circunferência da cintura em valores próximo ao risco cardiovascular se mantém na população estudada em todas as fases da doença.


TLP: 271

Obesidade sarcopênica em pacientes com doençarenal crônica em tratamento conservador

Autor(es): Maria Helena Lima Gusmão Sena; Alessandra Fortes Almeida; Jairza Maria Barreto Medeiros; Carla Hilário da Cunha Daltro

Programa de Pós-Graduação em Medicina e Saúde – Universidade Federal da Bahia

INTRODUÇÃO: ADoença Renal Crônica (DRC) tem quadro clínico que implica em catabolismo proteico, mas é observado um aumento na prevalência de sobrepeso e obesidade nestes pacientes. Estudos que trazem o Índice de Massa corporal (IMC) elevado como fator protetor para mortalidade, utilizam apenas este indicador do estado nutricional, o qual isoladamente não discrimina a gordura da massa magra. Sabe-se que a obesidade sarcopênica está presente nesses pacientes, caracterizada por acúmulo de gordura corporal e massa muscular reduzida, podendo contribuir para elevadas taxas de morbidade e mortalidade nesta população.
OBJETIVO: avaliar a prevalência de déficit de massa muscular em pacientes com DRC com IMC elevado.
MÉTODO: Estudo transversal, realizado entre outubro de 2012 e agosto de 2013, com 99 pacientes adultos (20 e < 60 anos) e idosos ( _60 anos), de ambos os sexos, com Clearance de Creatinina entre 89 a 15 ml/min/1,73m2, atendidos em um ambulatório de Nutrição em Nefropatias em Salvador-BA. Todos os pacientes tiveram o peso e a altura aferidos. O IMC foi calculado, e classificados de acordo com os critérios da World Health Organization -WHO. Através dos valores obtidos da Circunferência do Braço e da Prega Cutânea Tricipital foram realizados os cálculos da Área Muscular do Braço Corrigida (AMBc) para indivíduos adultos e da Circunferência Muscular do Braço (CMB) para idosos, segundo Frisancho, (1981).
RESULTADOS: A média da Taxa de Filtração Glomerular (TFG) estimada na população foi de 36,46 (± 17,05); a maioria dos indivíduos foi do sexo masculino (50,5%); a média da idade foi 58,94 (± 12,39) anos, sendo que 52,5% eram idosos; a média do IMC foi 25,33Kg/m2 (± 4,81), sendo que 45,5% (45) destes encontravam-se com IMC acima do valor recomendado. Dos 99 pacientes avaliados, 35 (35,4%) apre¬sentavam depleção de tecido muscular. 4 pacientes (4%) apresentavam IMC acima da normalidade em conjunto com a depleção de tecido muscular (p<0,000).
CONCLUSÃO: A obesidade sarcopênica esteve presente na população estudada, então, torna-se necessário o uso de marcadores de composição corporal objetivando melhorar a acurácia e a precisão do diagnóstico nutricional dessa população.


TLP: 272

Eficácia de um programa de vacinação parahepatite b para pacientes renais crônicos em tratamento conservador

autor(es): Eduardo de Paiva Luciano; Letícia Yumi Sakamoto; Maria de Fátima Pedrosa dos Santos; Flavia Cristina de Oliveira e Silva; Roberta Rodrigues b. Silva Andrade; Priscila de Matos Romero; Elaine do Couto Binotto; Camila Stella Dias; Mailson Christovao Alves Oliveira; Bruno Iasinskais

Centro Sstadual Tratamento de Doenças Renais do Vale do Paraíba-SP

INTRODUÇÃO: AInfecção pelo vírus da hepatite B (HBV) continua a ser uma preocupação na população de renais crônicos e os programas de vacinação têm sido bem menos sucedidos do que os da população em geral. As razões para a má resposta incluem desnutrição, uremia e o estado de imunossupressão generalizada de pacientes com doença renal crônica (DRC). Este estudo de coorte prospectivo, teve como objetivo avaliar os fatores que têm impacto sobre a eficácia de um programa de vacinação para hepatite B (VHB) ainda no tratamento conservador, incluindo o grau da DRC.
METODOLOGIA: foram acompanhados 502 pacientes renais crônicos em tratamento conservador ; pelo programa de vacinação os pacientes eram submetidos a 4 doses dobradas de VHB com repetição do esquema se confirmada não viragem do AntiHbS; utilizamos o Teste de Qui-quadrado de Pearson ou Exato de Fisher e Mann-Whitney.
RESULTADOS: 502 pacientes com DRC, sendo 253 (50,4%) homens. A idade média foi de 66,0 anos (15 a 103 ; DP 14,3 anos). cerca de 442 (88,0%) eram da raça branca; 197 (39,2%) pacientes eram diabéticos. 340 (67,7%) no estágio III. 462 receberam VHB pela primeira vez (esquema 1), sendo que 340 (73,6%) tomaram quatro doses (média de 3,7 doses). Após o esquema 1, dos 375 pacientes com informação sobre antiHBs, temos que 188 (50,1%) foram reagentes e 187 (49,9%) foram não reagentes; cerca de 84 a receberam pela segunda vez (esquema 2), sendo que 62 (73,8%) tomaram quatro doses. Após o esquema 2, dos 42 pacientes com informação sobre antiHBs, temos que 23 (54,8%) foram reagentes e 19 (45,2%) foram não reagentes. O resultado da viragem não se mostrou relacionado ao gênero (p=0,112), presença de diabetes mellitus (p=0,821), diálise (p>0,999) e ao número de doses recebidas no esquema 2 (p=0,193). É mais frequente estágio de maior grau no grupo de pacientes que não viraram quando comparado ao grupo de pacientes que viraram (p=0,031). Vale também destacar a tendência de haver mais óbitos no grupo de pacientes que não viraram (15,0%) quando comparado ao grupode pacientes que viraram (4,3%) (p=0,074).
CONCLUSÃO: Concluimos que a taxa de filtração glomerular influencia a resposta na imunização contra hepatite B aumentando a proteção dos pacientes que evoluem para terapia dialitica; propomos uma discussão sobre a precocidade na vacinação destes pacientes diante da melhor resposta imunológica


TLP: 273

Correlação entre o estágio da doença renal crônica e o graude sintomas depressivos pela escala SRQ

Autor(es): Eduardo de Paiva Luciano; Letícia Yumi Sakamoto; Maria de Fátima Pedrosa dos Santos; Flavia Cristina de Oliveira e Silva; Roberta Rodrigues B. Silva Andrade; Priscila de Matos Romero; Elaine do Couto Binotto Sandra Ferreira S Reis; Rejane Maria Spindola Furtado; Camila Stella Dias

Centro Estadual Tratamento de Doenças Renais do Vale do Paraíba-SP

INTRODUÇÃO: a depressão tem alta incidência em pacientes renais crônicos contribuindo para o aumento na morbimortalidade. Atualmente temos carência de estudos relacionados a sintomas depressivos no tratamento conservador da doença renal crônica (DRC). Este estudo tem como objetivo demonstrar a prevalência de sintomas depressivos pela escala SRQ e correlacioná-los com o estágio da DRC em pacientes atendidos em fases pré dialíticas.
METODOLOGIA: estudo prospectivo de pacientes atendidos pelo setor de psicologia do ambulatório de nefrologia; feita pesquisa com o escore SRQ e classificados em presença de sintomas ou ausência de sintomas. Utilizamos o Teste de Quiquadrado de Pearson ou Exato de Fisher. Em todas as conclusões obtidas através das análises inferenciais foi utilizado o nível de significância _ igual a 5%.
RESULTADOS: foram acompanhados 620 pacientes. Média de idade de 65,9 anos (34 a 94) 356 (57,4%) do sexo feminino; 37,6% no estagio 3 a ; 30,3% no estagio 3b ; 27% no estagio 4 e 5,1 % no estagio 5. Quanto ao escore do SRQ 524 (84,1%) tinham ausência de sintomas de depressão; com média = 4,09 (DP de 2,93). Destaca-se que houve diferença estatisticamente significante entre os estágios com aumento da presença de sintomas depressivos quanto pior o estágio da DRC (p0,03); dos 96 pacientes que apresentaram sintomas 29(30,2%) estavam no estágio 3a ; 34(35,4%) no estágio 3b ; 27 (28,1%) no estágio 4 e 6 (6,2%) no estágio 5.
CONCLUSÃO: a depressão é uma condição prevalente na população de renais crônicos elevando a morbimortalidade destes pacientes. Este estudo demonstra a correlação entre graus mais avançados da DRC e aumento dos sintomas depressivos. Necessitamos de maiores estudos controlados na população de renais crônicos em tratamento conservador para definir melhor estratégia preventiva para esta condição


TLP: 274

Rastreamento de hipertensão, diabetes e outros fatores derisco para doença renal crônica na cidade de Fortaleza,Ceará, Brasil

Autor(es): Leandro Costa Lima; João Mendes Vasconcelos; Thais Amanda Silva Pereira; Luís Arthur Brasil Gadelha Farias; João Victor Mendes Barbalho; Lucas Arnaud; Lorena Vasconcelos Mesquita Martiniano; Geraldo Bezerra da Silva Junior; Alexandre Braga Liborio; Elizabeth De Francesco Daher

Universidade Federal do Ceará

INTRODUÇÃO: A doença renal crônica (DRC) é atualmente um importante problema de saúde pública mundial, com incidência progressiva. Tem como principais comorbidades a hipertensão arterial sistêmica (HAS) e o diabetes mellitus (DM). O objetivo deste estudo é investigar a prevalência de HAS, DM e outras comorbidades relacionadas à DRC na população geral de um centro urbano brasileiro.
MÉTODOS: Foi realizado processo de rastreio para HAS, DM e antecedentes mórbidos, familiares e hábitos de vida durante campanhas do Dia Mundial do Rim e Dia Mundial da Saúde nos anos de 2012 a 2014, em Fortaleza, Ceará, por meio da aplicação de questionário seguindo as diretrizes da Sociedade Brasileira de Nefrologia, no qual constavam perguntas sobre histórico pessoal e familiar de comorbidades, prática de exercícios, tabagismo, além de aferição da pressão arterial, glicemia capilar e antropometria.
RESULTADOS: Foram avaliados 501 indivíduos, cuja idade média foi de 50±14,9 anos, sendo 50,2% do sexo feminino. Tabagismo foi relatado por 49 (9,78%) pessoas e sedentarismo por 302 (60,27%). A média do IMC foi de 27,30±4,7kg/ cm2, dos quais 193 (38,5%) tinham sobrepeso e 127 (25,34 %) eram obesos. HAS foi autoreferida em 160 (31,9%) pessoas, DM em 69 (13,77%) e alterações renais em 52 (10,37%). Possíveis novos casos de HAS (PAS>140mmHg ou PAD>90 mmHg) foram detectados em 93 (18,56%) indivíduos e DM (teste rápido>200mg/dl) em 3 (0,59%). Associação entre história prévia de HAS e DM foi encontrada em 39 (7,78%) indivíduos. História familiar de doença renal foi relatada em 115 (22,95%) casos. Antecedentes pessoais e familiares de doenças cardiovasculares foram referidos por 57 (11,37%) e 238 (47,5%) indivíduos, respectivamente. Dos sabidamente hipertensos, o uso de drogas anti-hipertensivas foi relatado por 133 (26,54%) pacientes. A média da glicemia capilar foi de 121±53,62mg/dl, dos quais 59 (11,77%) apresentaram glicemia capilar entre 140 e 200mg/dl e 19 (3,79%) com glicemia > 200mg/dl.
CONCLUSÕES: A prevalência de HAS e DM entre os indivíduos foi similar à da população brasileira geral, em acordo com a literatura. Sabendo-se da relação entre tais comorbidades e o desenvolvimento de DRC, os dados alertam para a necessidade de ações de prevenção e conscientização acerca da importância de acompanhamento médico e tratamento das doenças de base para retardar o desenvolvimento de lesões renais, detectar precocemente e prevenir a progressão da DRC.


TLP: 275

Estudo transversal dos fatores de risco da Doença Renal Crônica em uma amostra populacional da cidade de Juiz de Fora – MG

Autor(es): Rachel Freitas Lopes Nunes; Marcus Gomes Bastos; Mariane Alves de Almeida; Marjory Sayuri Costa; Phollyana Karla Grisendi; Raíza Jacometti

Universidade Federal de Juiz de Fora

INTRODUÇÃO: A Doença Renal Crônica (DRC) consiste na perda progressiva e irreversível da função dos rins. Sua suspeita surge através de alguns sinais clínicos e fatores de risco como diabetes, hipertensão arterial e história familiar. Asolução para os problemas relativos à DRC é complexa, envolvendo o diagnóstico precoce e encaminhamento imediato para acompanhamento especializado. Nesse contexto se insere o Dia mundial do Rim, um projeto de extensão, buscando promover ações integradas para a detecção dos fatores de risco para DRC e o esclarecimento da população.
OBJETIVO: Promover prevenção e rastreio das doenças renais na população de Juiz de Fora – MG a fim de orientar a população sob risco a procurar o serviço de saúde para que seja realizado acompanhamento médico.
METODOLOGIA: A campanha é feita todo ano na segunda quinta-feira do mês de março, envolvendo membros dos cursos da Saúde e consiste na realização dos seguintes exames preventivos e de rastreio gratuitos: uroanálise, glicemia capilar, aferição da pressão arterial (PA) e avaliação antropométrica. Os resultados são inseridos em uma ficha cadastral construindo-se um breve histórico do paciente, capaz de apontar fatores de risco de doenças renais e possibilitar a avaliação do paciente. Os dados foram tratados utilizando um software para análise estatística.
RESULTADOS: Em março de 2013, a campanha atendeu 629 pacientes. A parcela que apresentava histórico familiar de DRC era de 20,99%; 21,78% possuíam glicemia capilar acima de 140mg/dL; 3,82% apresentavam proteinúria; 14,79% encontravam-se com PA maior que 140×90 mmHg e 5,4 % apresentavam algum grau de hematúria.
CONCLUSÃO: A campanha alerta os pacientes sobre os fatores de risco que podem levar à DRC e disponibiliza um banco de dados com as informações úteis na realização de futuros trabalhos em benefício da comunidade. Este projeto é de grande importância para a prevenção e rastreio da DRC pois os testes permitem um diagnóstico precoce e o encaminhamento dos pacientes sob risco, evitando a evolução para a terapia renal substitutiva (TRS). Dessa forma, contribui-se para diminuir os gastos mensais do sistema de saúde que, em Juiz de Fora, giram em torno de R$1. 400,00 por paciente em TRS.


TLP: 276

Hiperparatireoidismo secundário em pacientes renaiscrônicos em tratamento conservador: papel dos níveis e dareposição de vitamina D

Autor(es): Raquel F. V. Vasco; Gisele G. Maciel; Joice Manes; Rosa M. A. Moyses; Rosilene M. Elias

Universidade de São Paulo, Serviço de Nefrologia

INTRODUÇÃO Com a progressão da doença renal crônica (DRC) ocorrem alterações no metabolismo mineral e ósseo, alterando os níveis de cálcio, fósforo e dos hormônios reguladores (PTH, calcitriol), levando a complicações como o Hiperparatireoidismo Secundário (HPTS). A insuficiência/deficiência de vitamina D (25hidroxivitamina D – 25(OH)vitD) está presente na maioria desses pacientes e associada a progressão e gravidade do HPTS. A reposição de 25(OH)vitD tem sido preconizada a partir do estágio 3 da DRC, objetivando não apenas o controle do PTH e conversão em calcitriol, como também restaurar seus efeitos não clássicos nos diversos tecidos. O objetivo deste estudo foi estabelecer o perfil de HPTS em pacientes com DRC em tratamento conservador assim como sua correlação com os níveis séricos e reposição de vitamina D.
MÉTODOS Amostra de conveniência (80% dos pacientes avaliados nos últimos dois anos no ambulatório de uremia), com DRC entre estádios 2 e 5 de acordo com CKD-EPI, foram avaliados. Consideramos HPTS um PTH > 65pg/ml.
RESULTADOS Do total de 2457 pacientes analisados, 1659 (67,5%) tinham HPTS. Quando comparados aos pacientes sem HPTS, estes pacientes eram mais velhos, com menor CKD-EPI, sendo a maioria nos estádios 4 e 5 de DRC (61%), com menor cálcio, albumina e hemoglobina assim como maior fósforo e fosfatase alcalina (todos os valores de p<0,005). Além disso, pacientes com HPTS recebiam mais reposição de colecalciferol (45 vs. 34%, p<0,0001) assim como de calcitriol (19 vs. 2%, p<0,0001). Raça e sexo não foram diferentes entre os dois grupos de pacientes. Os níveis de 25(OH)vitD não foram diferentes entre pacientes com e sem HPTS [25 (18,31) vs. 25 (19,31)ng/ml; p=0,072], porém deficiência de 25(OH)vitD (<15ng/ml) foi mais prevalente em pacientes com HPTS (16 vs. 10%, p<0,0001). Em análise de regressão logística tendo como variável dependente o diagnóstico de HPTS, permaneceram independentes a idade (RR=1,03), CKD-EPI (RR=0,99), o cálcio (RR=0,77), a fosfatase alcalina (RR=1,05), a albumina (RR=1,38), a hemoglobina (RR=0,85), o uso de calcitriol (RR=0,13) e o uso de colecalciferol (RR=0,75), em modelo ajustado para os níveis séricos de 25(OH)vitD.
CONCLUSÃO Pacientes com DRC apresentam maior prevalência de HPTS à medida que progride a disfunção renal. Entretanto, à despeito da função renal, a reposição de colecalciferol e calcitriol contribuem para um menor risco de HPTS, efeito este independente do nível sérico de 25(OH)vitD.


TLP: 277

Rastreio de fatores de risco para a doença renal crônica empopulação geral: experiência de campanhas de prevençãoem área urbana do Ceará

Autor(es): Laio Ladislau Lopes Lima; Camilla Neves Jacinto; Karísia Santos Guedes; Mateus Henrique Mendes; Levi Mota Marques; Maria Beatriz Rabelo Maciel; Leonardo Duarte Sobreira Luna; Pedro Randal Pompeu Sidrim; Geraldo Bezerra da Silva Júnior; Elizabeth De Francesco Daher

Universidade Federal do Ceará

INTRODUÇÃO: A doença renal crônica (DRC) é problema de saúde pública em todo o mundo. No Brasil, a prevalência está aumentando, tendo como principais causas hipertensão arterial sistêmica (HAS) e diabetes mellitus (DM). O objetivo deste estudo é investigar a presença de HAS, DM e outros fatores de risco para DRC na população geral em área urbana da capital do Ceará.
MÉTODOS: Foi realizado rastreio para HAS, DM e fatores de risco para DRC, incluindo alterações urinárias na população geral de Fortaleza durante campanhas entre 2009 a 2014. Foi aplicado questionário com informações sobre antecedentes mórbidos, familiares e hábitos de vida, além de serem realizadas medidas da pressão arterial, glicemia capilar e exames de urina com fita reagente.
RESULTADOS: Foram avaliados 3030 indivíduos, cuja idade média foi de 50±16 anos, sendo 53,3% do sexo feminino. Tabagismo foi relatado por 560 (18,5%) pessoas e sedentarismo por 1827 (61,1%). A média do IMC foi de 27,6±4,84kg/cm2, dos quais 1119 (36,9%) tinham sobrepeso e 698 (22,4%) eram obesos. HAS foi autoreferida em 1013 (33,4%) pessoas, DM em 391 (12,9%) e alterações renais em 283 (9,3%). Possíveis novos casos de HAS (PAS>140mmHg ou PAD>90 mmHg) foram detectados em 527(26,6%) indivíduos e DM (teste rápido>200mg/dl) em 32 (1,2%). Associação entre história prévia de HAS e DM foi encontrada em 248 (8,2%) pessoas e possíveis novos casos de associação entre HAS e DM foram vistos em 41 indivíduos. História familiar de doença renal foi relatada em 519 (17,1 %) casos. Proteinúria (_1 “+” com dipstick) foi encontrada em 23,2% casos, dos quais 84,81% não relatavam doença renal prévia. Antecedentes pessoais e familiares de doença cardiovasculares forma referidos por 285 (8,9%) e 1321 (44,2%) indivíduos, respectivamente. Dos sabidamente HAS, o uso de drogas anti-hipertensivas foi relatado por 826 (81,7%) pacientes. A média da glicemia capilar foi de 119,83±50,94 mg/dl, dos quais 270 (9,6%) apresentaram glicemia capilar entre 140 e 200 mg/dl e 138 (4,9%) com glicemia > 200mg/dl.
CONCLUSÕES: As prevalências de HAS e DM tiveram valores próximos aos de outros estudos no Brasil. Proteinúria, um importante marcador de progressão de doença renal e de risco cardiovascular, foi detectada em um número importante de indivíduos. Esse estudo sugere uma prevalência elevada de fatores de risco para a DRC e alerta para a necessidade de ações preventivas, detectando-se assim um maior número de casos, prevenindo a progressão da doença.


TLP: 278

Análise comparativa dos fatores determinantes parapatologias renais entre duas cidades alagoanas

Autor(es): Juarez Roberto de Oliveira Vasconcelos; Alice Peixoto da Silva Lôbo; Adolfo Régis Feitosa Gomes; Bruna Priscila Silva Sousa; Davyd Marcondy de Oliveira; Juliana Luz Barros Costa; Mirella Kalyne Cavalcante Magalhães; Nicolie Marques de Lira; Flávio Teles de Farias Filho; Maria Eliete Pinheiro

Universidade Federal de Alagoas

INTRODUÇÃO: A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), Diabetes Mellitus (DM) e obesidade são fatores de risco para a Doença Renal Crônica (DRC), sendo os dois primeiros os mais determinantes. O diagnóstico precoce e as medidas de conscientização se tornam essenciais para reduzir sua morbimortalidade, pois tais fatores são passíveis de controle.
MÉTODO: Estudo quantitativo de corte transversal, em que 422 questionários foram aplicados em duas cidades distintas: capital (C) e interior (I). Foram avaliados 222(C) e 200(I) indivíduos. Identificou-se idade (> ou < 50 anos), pressão arterial (PA), glicemia capilar, peso e altura. Os valores de PA foram classificados de acordo com os intervalos de medida casual em consultório. O Índice de Massa Corpórea (IMC) foi calculado e classificado nos intervalos definidos pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM). A análise estatística foi efetuada pelo programa SPSS 20.
RESULTADO: Em C: 55% dos entrevistados foram > de 50 anos; 73% afirmaram não ser hipertensos, entretanto 18% apresentaram PA limítrofe e 26% eram hipertensos, 90% referiam não serem diabéticos e 2,7% possuíam glicemia elevada. Apresentaram sobrepeso 55%. Em I: 48% da amostra eram > de 50 anos; 77% negaram serem hipertensos, sendo que 19% estavam com PA limítrofe e 24% eram hipertensos. Relativamente à diabetes, 87% negaram essa patologia, e 7,5% possuíam glicemia > 200mg/dl. Possuíam sobrepeso 88%.
CONCLUSÃO: As proporções de indivíduos com HAS, glicemia elevada e idade > 50 anos foram elevadas e não revelaram diferenças significativas entre os grupos. A porcentagem de indivíduos com sobrepeso foi significativamente maior em I do que em C; como se trata de uma amostra populacional pequena, são necessários novos estudos para averiguar tal informação. Este perfil demonstra a necessidade de políticas intervencionistas no controle dos fatores abordados; campanhas de conscientização e rastreio são de suma importância para coibir o desenvolvimento das patologias que culminam em DRC, sendo o diagnóstico precoce e as medidas nefro e cardioprotetoras fundamentais nesse sentido.


TLP: 279

Avaliação do conhecimento sobre Doença Renal Crônica em pessoas atendidas por campanha de prevenção epromoção de saúde

Autor(es): Mirella Kalyne Cavalcante Magalhães; Juarez Roberto de Oliveira Vasconcelos; Nicolie Marques de Lira; Alexandre Rimuardo de Barros Padilha; Nathalie Macêdo Cruz de Oliveira; Renata Oliveira Santos; Vinicius Barbosa Galindo; Flavio Teles de Farias Filho; Maria Eliete Pinheiro

Universidade Federal de Alagoas

INTRODUÇÃO: A Doença Renal Crônica (DRC) é um problema de saúde pública mundial com significativa morbimortalidade e pouco conhecida pela população em geral. O enfoque educacional é um instrumento imprescindível na prevenção da doença.
OBJETIVO: Identificar o grau de conhecimento de uma amostra populacional sobre aspectos pertinentes à DRC.
MÉTODOS: Aplicação de questionário elaborado pela Liga de Nefrologia, durante a campanha do Dia Mundial do Rim 2014, contendo dados sobre idade, sexo, escolaridade, avaliação nefrológica prévia, presença de Diabetes Mellitus (DM) e/ou Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS). Questionou-se também o grau de conhecimento sobre DRC e seus fatores de risco, assim como os meios como adquiriram este conhecimento. Posteriormente, baseado no desempenho dos indivíduos, foram realizados esclarecimentos sobre o tema. Os dados foram expressos como média ± desvio padrão (X+DP) ou porcentagem.
RESULTADOS: Foram entrevistadas 136 pessoas com idade de 48±15 anos (X±DP). O sexo feminino predominou com uma frequência de 53,7%. Sobre as comorbidades questionadas, 28,1% relataram HAS, 8,9% DM e 4,45% ambas as doenças. Dos entrevistados, 89,6% não possuíam avaliação nefrológica prévia, enquanto que da população de risco apenas 13,6% possuía acompanhamento nefrológico. Em relação ao grau de conhecimento sobre DRC, 51,5% acertaram todos os fatores de risco, sendo DM a mais conhecida (75,7%), seguida de HAS (75%) e obesidade (72,1%). Os indivíduos com ensino médio superior (26,5%) obtiveram a maior porcentagem de acertos (50% destes acertaram todos os fatores de risco). Em relação a informações prévias sobre a doença (sintomas, tratamento e prevenção), 44,4% afirmaram possuir algum grau de conhecimento, sendo ações de prevenção e promoção de saúde a principal via de informação (52,6%), seguido da TV (23,7%) e do médico (14,1%).
CONCLUSÃO: Foi demonstrado que menos da metade dos indivíduos possuía conhecimento em relação a aspectos relevantes da DRC. Logo, os achados sinalizam a necessidade da educação em saúde, por intermédio de campanhas, médicos e outros meios de comunicação, para que o conhecimento se torne um dos pontos principais na prevenção e promoção de saúde.


TLP: 280

Injúrias hepática e renal secundárias ao uso de fibrato

Autor(es): Nábilla N F Souza; Elaine M Sousa; Isabel G N Vieira; Anna Paola B Pereira; Nicole G C Rocha; Cristiane P G Andrade; Natalia C V Melo

UNEFRO-Hospital Regional de Taguatingua, SES-DF

INTRODUÇÃO: Os fibratos podem levar a diversos efeitos adversos, dos quais, os mais comuns são: elevação das enzimas hepáticas, miopatia e rabdomiólise. Os efeitos adversos são exacerbados na doença renal crônica (DRC) devido ao retardo na metabolização e eliminação do fibrato. Relatamos um caso de injúrias hepática e renal secundárias ao uso de fibrato.
DESCRIÇÃO DO CASO: J. C. S, 79 anos, masculino, portador de diabetes e hipertensão arterial há 30 anos, DRC não dialítico e dislipidemia mista em uso de gliclazida, indapamida, losartana e ciprofibrato. Em atendimento médico em maio/2014, referiu há 3 dias estar com dor lombar, edema e dor em MMII, principalmente em panturrilhas e a dorso flexão de pés, além de hematúria e oligúria. Exames laboratoriais de dezembro/2013: Cr=2,1mg/dl; Ur=63mg/dl; TFG=29mL/min/1,73m2; e, na admissão: Cr=7,2mg/dl; Ur=116mg/dl; urina I=proteína++/ hb++++/ 15 leucócitos/ 30 hemácias. Dois dias após internação, exames mostraram piora adicional de função renal, disfunção hepática aguda, quadro de sonolência e mialgia, apresentando: Cr=11,5mg/dl; Ur=198mg/dl; CPK=23. 674Ui/L; DHL 6. 936U/L; K=6,2mEq/l; TGO=758U/l; TGP=446U/L; INR=1,82; Atividade da protrombina=46,6%; função tireoidiana normal. Ecografia de abdome: rins reduzidos de volume, mais acentuado à direita; fibrose periportal. Pesquisa para leptospira e esquistossomose negativas. EDA: gastrite erosiva no antro e bulboduodenite erosiva intensas. Foi suspenso fibrato (usou por 15 dias prévios a internação), iniciado omeprazol EV 12/12horas e sessões de hemodiálise. Evoluiu com melhora da função renal, decréscimo gradativo da CPK(85Ui/L), normalização do coagulograma(INR=1), das enzimas hepáticas (TGO=33U/l; TGP=36U/L) e DHL em queda após 14 dias da internação. Recebeu alta hospitalar assintomático, porém ainda dependente de hemodiálise.
DISCUSSÃO: Neste relato de caso, o paciente apresentou piora importante da função renal e disfunção hepática aguda após uso de fibrato. A importância desta descrição é alertar quanto aos cuidados que devemos ter no tratamento do paciente com dislipidemia na DRC e os riscos oferecidos pelos fibratos, se usados de forma indevida e sem evidência clínica. Baseado na orientação do KDIGO 2013 de Dislipidemia e DRC, apenas em pacientes com triglicerídeos> 1000mg/dL deve ser usado fibrato. Aos demais pacientes deve ser orientada apenas mudança do estilo de vida, já que os efeitos tóxicos inerentes à medicação são mais frequentes na DRC.


TLP: 281

Fístula aortobrônquica fatal em portador de doença renalcrônica em hemodiálise

Autor(es): Nábilla N F Souza; Elaine M Sousa; Isabel G N Vieira; Anna Paola B Pereira; Nicole G C Rocha; Cristiane P G Andrade; Natalia C V Melo

UNEFRO-Hospital Regional de Taguatingua, SES- DF

INTRODUÇÃO: Dor abdominal é uma manifestação comum, presente em cerca 6,5% dos pacientes em urgências hospitalares. Se súbita e persistente, deve alertar para a possibilidade de aneurisma da aorta. Entre outros sintomas descritos, podem ocorrer disfagia, hematêmese e hemoptise. Na evolução desta doença, a ruptura do aneurisma é a complicação mais temida. Descrevemos um caso de ruptura de aneurisma com formação de fístula aortobrônquica fatal em um portador de doença renal crônica (DRC) em hemodiálise, que se encontrava em investigação etiológica de dor abdominal.
DESCRIÇÃO DO CASO: A. S. S. , 66 anos, masculino, diabético e hipertenso há 20 anos, DRC em hemodiálise, ex-tabagista e etilista. Referia há 1 mês dor epigástrica, leve, não associado a alimentação, melhorada com analgésicos. Evoluiu com dor em forte intensidade, piora na inspiração profunda e sem melhora total com analgésicos regulares. Ao exame físico, apresentava-se hipocorado, ictérico +/4+, dor a palpação profunda em epigástrio, fígado palpável a 2 cm do rebordo costal e sem outras alterações. Exames laboratoriais: FA=390mg/dL; GGT=105mg/dL; amilase=167mg/dL; albumina=2,8g/dL; Hb=6,8g/dL; Htc=20,7%; leucócitos=13. 900; INR=1,25. Endoscopia digestiva alta, ECG e enzimas cardíacas sem alterações; colonoscopia: pólipo de sigmoide; ecografia abdominal: esteatose hepática leve e ateromatose aórtica. Após 3 dias da internação evoluiu com tosse seca, hemoptise e dispneia leve ao repouso, mantendo estabilidade hemodinâmica; porém com necessidade de transfusão de 2 concentrados de hemácias (Hb:6,6g/dL). RX tórax mostrou consolidação e derrame pleural em base pulmonar esquerda e BAAR, 2 amostras negativas. Diante do quadro, optou-se pelo início do cefepime. Dez dias após internação, apresentou hemoptise maciça, com insuficiência respiratória aguda e choque hipovolêmico refratário, e evoluiu para óbito. Realizada necropsia, a qual revelou a presença de aneurisma sacular de aorta descendente e fístula aortobrônquica esquerda.
DISCUSSÃO: A importância deste caso clínico é enfatizar a possibilidade de aneurisma de aorta no diagnóstico diferencial de casos de dor abdominal e hemoptise em portadores de DRC, os quais apresentam alta prevalência de doenças cardiovasculares. O risco de eventos cardiovasculares é muito elevado na DRC, se comparado ao da população geral, e o aneurisma de aorta é uma complicação cardiovascular grave e potencialmente fatal.


TLP: 282

Associação de calcificações arteriais mamárias detectadas à mamografia de rotina com doença renal crônica, diabetesmellitus e obesidade

Autor(es): Flávio Augusto Teixeira Ronzani; Filomena Maria Kirchmaier; Nathalia Mussi Monteze; Edson José de Carvalho Magacho; Marcus Gomes Bastos; Natália Maria da Silva Fernandes

Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina, NIEPEN (Núcleo Interdisciplinar de Ensino e Pesquisa em Nefrologia) da Universidade Federal de Juiz de Fora e Fundação IMEPEN

INTRODUÇÃO: Existe interesse crescente no estudo e compreensão de possíveis associações entre calcificação arterial na camada média das artérias e doença renal crônica (DRC) e outras doenças crônicas degenerativas. Calcificações arteriais mamárias (CAM) vistas na mamografia podem ser marcadores de risco subjacente à arteriosclerose acelerada, como aquela decorrente da DRC. Embora a mamografia (MMG) seja utilizada principalmente para detecção de câncer de mama, pode ocasionalmente revelar anormalidades relacionadas a doenças extramamárias.
OBJETIVO:avaliar associação de CAM detectadas à MMG de rotina e analisar possível associação das mesmas com DRC, diabetes mellitus (DM) e obesidade.
MÉTODOS: Estudo transversal com 84 mulheres, atendidas em ambulatório do HIPERDIA Minas-Juiz de Fora e voluntárias que participaram de um estudo para validar e ampliar a tabela Scored (Screening For Occult Renal Disease), método proposto para rastrear DRC junto à população brasileira. As pacientes que preencheram critérios de inclusão (entre 40 e 69 anos, sem história ne câncer de mama prévio e com MMG nos últimos dois anos) foram convidadas por telefone. As usuárias incluídas assinaram o TCLE e responderam ao questionário semiestruturado. Mamografias de rotina, realizadas nos últimos dois anos, foram analisadas por pesquisadores que desconheciam fatores de risco para CAM e DRC. Após análise descritiva inicial dos dados, foi realizada análise de correlação de Pearson ou Spearman entre CAM e variáveis pertinentes, além de uma Regressão Logística (RL) tendo como variável dependente a presença de CAM, considerado intervalo de confiança de 95%.
RESULTADOS: Avaliadas 84 mulheres, com média de idade de 55,5±7,3 anos, 46,7% brancas, 46,7% com ensino fundamental, 48,9% recebiam < 1 salário mínimo/mês, 6,7% tabagistas, 6% em uso de terapia hormonal, 46,4% com HAS, 45,2% com DM, 10,7% com DRC, IMC de 29,7±7,0 e 8,4% com CAM. Houve correlação positiva entre idade (r=0,31p=0,08) e peso(r=0. 37p=0. 03) com CAM. Em um modelo de RL, não houve significância estatística.
CONCLUSÃO: Houve associação de CAM com maior idade e peso. Acreditamos que ao aumentarmos a amostra poderemos detectar outras associações relevantes.


TLP: 283

Avaliação da prevalência da obesidade e da circunferência da cintura aumentada como fatores de risco para a DoençaRenal Crônica, em uma população da Zona da Mata Mineira

Autor(es): Marjory Sayuri Costa; Raquel Maria Oliveira Almeida; Mariane Alves de Almeida; Raíza Jacometti; Phollyana Karla Grisendi; Rachel Freitas Lopes Nunes; Marcus Gomes Bastos

Universidade Federal de Juiz de Fora

INTRODUÇÃO: A obesidade é, atualmente, um dos mais importantes problemas de saúde pública pois está relacionada a diversas doenças, entre elas a Doença Renal Crônica (DRC). Os objetivos do trabalho são: analisar a prevalência de circunferência abdominal elevada entre os gêneros; observar a prevalência de obesidade e sobrepeso de acordo com o sexo e avaliar a relação entre obesidade e proteinúria. MÉTODOS: Estudo transversal, no qual foram avaliados 463 participantes da campanha “Rins em defesa da vida” realizada em 2012. Foram realizados entrevista, medição da circunferência da cintura (CC), altura, peso e teste de uroanálise com fita reagente. Os seguintes parâmetros de Índice de Massa Corporal (IMC) e CC foram utilizados para classificação: para obesidade, IMC _ 30; para sobrepeso, IMC _ 25 e _ 30; para mulheres, CC _ 88cm e para homens, CC _ 102cm. A análise estatística foi realizada utilizando software para análise estatística.
RESULTADOS: Constatou-se que, das 262 mulheres participantes do estudo, 37,78% apresentavam sobrepeso e 33,20%, obesidade. A taxa de proteinúria foi de 22% no grupo com obesidade e no grupo com sobrepeso, 15%. Foram encontrados valores de CC aumentada em 60,65% das mulheres. Dos 201 homens participantes, 30,34% têm sobrepeso e 42,78%, obesidade. Ataxa de proteinúria no grupo com obesidade foi de 13%, enquanto no grupo com sobrepeso foi de 21%. A CC elevada foi observada em 33,54%. Houve associação estatística significativa entre a obesidade no sexo masculino e a proteinúria.
CONCLUSÕES: Evidencia-se que 70,98% das mulheres e 73,12% dos homens estão acima do peso ideal. Porém, ao analisarmos a medida da CC, verifica-se que a maior parte das mulheres encontra-se com excesso de gordura visceral, o que não é verdade para os homens. Constatou-se, também, que há associação estatística significativa entre a obesidade e a proteinúria para o sexo masculino. Avaliar a relação entre obesidade e marcadores de lesão renal é relevante pelo seu papel duplo no desenvolvimento da DRC pois essa relação está relacionada às duas principais causas de DRC no Brasil (diabetes e hipertensão arterial sistêmica), e ela, isoladamente, também está associada à enfermidade. Logo, ampliar a discussão e a intervenção dos profissionais da Saúde no processo de saúde-doença é essencial, devendo-se avaliar as alterações trazidas pela obesidade e agir tanto na prevenção quanto na recuperação da saúde.


TLP: 284

O significado do rastreio da Doença Renal Crônica empacientes com fatores de risco e sua prevalência na cidadede Juiz de Fora

Autor(es): Phollyana Karla Grisendi; Marcus Gomes Bastos; Raquel Maria Oliveira Almeida; Mariane Alves de Almeida; Marjory Sayuri Costa; Raíza Jacometti; Rachel Freitas Lopes Nunes

Universidade Federal de Juiz de Fora

INTRODUÇÃO: O diagnóstico de Doença Renal Crônica (DRC) baseia-se na presença de lesão do componente anatômico e/ou prejuízo do componente funcional observados por um período mínimo de três meses. O rastreio dos fatores de risco e da lesão estrutural são essenciais para a detecção precoce e desfecho mais favorável para o paciente. Este trabalho tem como objetivo verificar a prevalência de moradores da cidade de Juiz de Fora – MG com proteinúria e hematúria, assim como à observação de fatores de risco para DRC como o diabetes, hipertensão arterial e história familiar.
MÉTODOS: Foi realizado estudo transversal através de um projeto de extensão na cidade de Juiz de Fora – MG em que 224 moradores foram entrevistados e submetidos a teste de uroanálise com fita reagente, glicemia capilar, medida de pressão arterial, peso, altura e circunferência abdominal. Considerou-se proteinúria e hematúria presentes quando traços ou cruzes foram observados.
RESULTADOS: Na amostra analisada, encontramos 28,1% dos pacientes apresentando proteinúria e 18,66% com hematúria. Nessa mesma amostra, verificou-se a prevalência dos fatores de risco: 14,7% dos participantes da pesquisa com Diabetes Melitus (DM) e 24,55% com hipertensão arterial sistêmica; a história familiar de DRC também foi avaliada e 16,51% dos entrevistados possuíam história positiva.
CONCLUSÃO: Apartir dos resultados apresentados temos que 17% das pessoas com proteinúria apresentam DM; 31% destas são hipertensas e 11% possuem historia familiar de Doença Renal Crônica. Não considerando o componente temporal para diagnóstico e tendo a presença de proteinúria como rastreio de DRC, podemos observar que hipertensão arterial foi o principal fator de risco a ser considerado na população estudada, reforçando a importância de se fazer o rastreio da doença em pacientes que apresentem os fatores de risco.


TLP: 285

Perfil clínico e epidemiológico da doença renal crônica empacientes idosos acompanhados em centro especializadoem Fortaleza, Ceará, Brasil

Autor(es): Geraldo Bezerra da Silva Júnior; Maria Paulina Nunes Vasconcelos; Ana Karoline de Oliveira Florêncio; Amanda Bezerra Rodrigues; Maria Ivone Gonçalves Braga; Florice de Matos Themotheo; Douglas de Sousa Soares; Lara Raissa Cavalcante Malveira; Elizabeth De Francesco Daher

Universidade de Fortaleza; Universidade Federal do Ceará

INTRODUÇÃO: O envelhecimento da população é um fenômeno observado na maior parte do mundo. Ele está relacionado ao aumento da incidência de doenças crônicas, incluindo a Doença Renal Crônica (DRC). O objetivo deste estudo é descrever as características clínicas e epidemiológicas de pacientes idosos com DRC.
MÉTODOS: Este é um estudo transversal realizado entre dezembro de 2013 e abril de 2014 com os pacientes idosos acompanhados em um centro especializado de Nefrologia em Fortaleza, Ceará. Foi realizada uma comparação entre pacientes com e sem DRC. Aanálise estatística foi realizada com o programa SPSS, e valores de p<0,05 foram considerados significativos.
RESULTADOS: Foram incluídos 113 pacientes, com uma idade média de 74±8,1 anos, e 50,3% do sexo masculino. DRC foi detectada em 75 casos (56,3%), e eles foram classificados em estágio I (1%), II (4%), III (60%), IV (32%) e V (3%). Hipertensão (HAS) foi observada em 112 casos (84,2%), 69 deles com DRC (61,6%). Diabetes Mellitus (DM) foi encontrado em 61 casos (45,8%), 35 deles com DRC (57,3%). Associação HAS + DM foi encontrada em 55 casos (41,3%). As causas de DRC foram HAS (51%), HAS + DM (42%), DM (5%) e glomerulonefrite crônica (2%). Os valores médios de ureia e creatinina foram 54±31mg/dL e 2,2±8,2mg/dL, respectivamente. 53 pacientes haviam realizado sumário de urina, 13 dos quais apresentavam proteinúria (24,5%), e 8 apresentavam DRC (61,5%). O uso de anti-inflamatórios não esteroidais foi relatado por 16 pacientes (12%), dos quais 9 (56,2%) apresentavam DRC. O uso de inibidor da enzima conversora de angiotensina (iECA) ou bloqueador do receptor da angiotensina II (BRA) foi relatado por 75 pacientes (56,3%), dos quais 56 (74,6%) apresentavam DRC. A comparação entre pacientes com e sem DRC mostrou uma prevalência maior de hipertensão entre pacientes com DRC (92% vs. 72%, p=0,004) e uma tendência de maior prevalência de DRC em homens (57% vs. 41%, p=0,08).
CONCLUSÃO: DRC é um importante problema em pacientes idosos. A prevalência de DRC mostrou-se elevada na população estudada, e a maioria dos casos encontrava-se nos estágios III e IV, o que evidencia doença avançada. A principal causa de DRC encontrada foi HAS, o que reflete o inadequado controle dessa doença pela população. O tratamento com iECA e BRA, uma estratégia sabidamente renoprotetora, não estava sendo realizado na maioria dos casos. Estudos posteriores são necessários para melhor entender o impacto da doença renal em idosos.


TLP: 286

Estressores vivenciados por idosos em tratamento hemodialítico

Autor(es): Paola Braz de Abreu; Eliane Raquel Rieth Benetti; Priscila Escobar Benetti; Fernanda Duarte Siqueira; Monique Pereira Portella; Joseila Sonego Gomes; Eniva Miladi Fernandes Stumm

Unijuí

INTRODUÇÃO: Os renais crônicos dependentes de hemodiálise convivem diariamente com uma doença que impõe um tratamento de longa duração, permeado de várias complicações e limitações, que podem ser percebidas como estressores e interferir na sua qualidade de vida. Considera-se que o conhecimento desses estressores se faz necessário para subsidiar o direcionamento do planejamento da assistência de enfermagem, de forma individualizada, para que possa vir a proporcionar a essa clientela a utilização de estratégias de enfrentamento adequadas e a uma melhor adaptação ao novo estilo de vida. Nesse contexto, objetivou-se com este estudo conhecer os estressores vivenciados por idosos que realizam hemodiálise.
MÉTODOS: Trata-se de um estudo qualitativo, realizado com 15 idosos que hemodialisavam em uma Unidade Renal do Rio Grande do Sul. Os dados foram coletados por meio de formulário com dados sociodemográficos e clínicos, entrevista semiestruturada e registro de observações em diário de campo; a análise dos dados seguiu os preceitos da análise de conteúdo. Todos os preceitos éticos da Resolução nº 196/96 foram respeitados, projeto de pesquisa aprovado por Comitê de Ética em Pesquisa sob Parecer nº 230/2010.
RESULTADOS: Os idosos tinham entre 60 a 75 anos de idade, nove eram homens, nove casados e nove residiam com cônjuge. Em relação ao grau de instrução, três eram analfabetos, nove cursaram o ensino fundamental incompleto, dois o fundamental completo e um o ensino médio completo. No que diz respeito aos estressores vivenciados no seu cotidiano destacaram-se restrições alimentar e hídrica; a limitação para trabalhar e a dificuldade em manter vínculo empregatício; dificuldades para aceitar a doença e aderir ao tratamento; necessidade de deslocamento entre municípios para realizar o tratamento; cuidados com a fístula arteriovenosa ou cateter vascular; medo da máquina dialisadora; mudanças na autoimagem e na autoestima; sentimentos de culpa e de perda de autonomia; sinais e sintomas como astenia, dispnéia e disfunção erétil.
CONCLUSÃO: Conhecer os estressores vivenciados por idosos em hemodiálise possibilita ao enfermeiro individualizar o cuidado e orientações prestadas, além de estimular o cuidado de si e a busca de estratégias de enfrentamento efetivas. Dessa maneira, o enfermeiro pode estimulá-los para que se adaptem de maneira positiva ao novo estilo de vida e assumam o controle do seu tratamento.


TLP: 287

Avaliação da qualidade de vida de renais crônicos em hemodiálise

Autor(es): Cilene Loro Patat; Priscila Escobar Benetti; Fernanda Duarte Siqueira; Nicolli Cargnelutti Follak; Monique Preira Portella; Joseila Sonego Gomes; Eliane Raquel Rieth Benetti; Eniva Miladi Fernandes Stumm

Unijuí

INTRODUÇÃO: AInsuficiência Renal Crônica (DRC) ocorre quando os rins não conseguem desempenhar suas funções e ocorrem desequilíbrios metabólicos, endócrinos, eletrolíticos, hídricos e acidobásicos. Evidenciada pelo aumento dos níveis séricos de uréia e creatinina, tem como principais causas a hipertensão arterial, diabetes mellitus e glomerulonefrite. O quadro clínico da DRC varia de acordo com o comprometimento renal e, a hemodiálise representa a continuidade da vida, porém com impacto significativo na qualidade de vida. Neste sentido, o renal crônico necessita se adaptar à nova condição e utilizar estratégias de enfrentamento para lidar com as mudanças e limitações. Diante do exposto, este estudo avaliou a qualidade de vida de renais crônicos em hemodiálise.
MÉTODO: Estudo descritivo, transversal, de abordagem quantitativa, desenvolvido em Unidade Nefrológica de um hospital do Rio Grande do Sul, com 77 pacientes. Os dados foram coletados por meio de formulário sociodemográfico e do Kidney Disease and Quality of Live-Short Form (KDQOL-SFTM). Os preceitos éticos foram respeitados, projeto de pesquisaaprovado por Comitê de Ética em Pesquisa, sob parecer n0 02780243000-09.
RESULTADOS: A maioria (70,1%) é do sexo masculino, na faixa etária de 50 a 70 anos ou mais de idade. Quanto ao estado civil, mais da metade é casada e 87% possui filhos. Verifica-se que 76,6% deles possuem baixa escolaridade e 79,2% são aposentados; 42,9% reside com companheiro e 10,4% mora sozinho. Quanto ao tempo em hemodiálise, 41,6% dialisa há menos de dois anos. Quanto à qualidade de vida, as dimensões com menores escores médios foram situação de trabalho (20,78), função física (22,8) e função emocional (25,97), portanto são as que mais comprometem a qualidade de vida desses pacientes. A dimensão com escore médio mais alto foi estímulo por parte da equipe de diálise (96,43). Em relação à avaliação da saúde, 3,9% avaliou como muito boa, 44,2% boa, 46,8% regular e 5,2% ruim. No que se refere à saúde, comparada com um ano atrás, 30% avalia como igual ou pior, 33,8% um pouco melhor agora e 39% muito melhor agora.
CONCLUSÃO: A hemodiálise mantém a vida e alivia sintomas, porém interfere na percepção da qualidade de vida dos pacientes pesquisados. Avaliar a qualidade de vida dessa população facilita a compreensão das suas necessidades bem como favorece a adoção de estratégias para programar intervenções de enfermagem eficazes.


TLP: 288

Estratégias de enfrentamento utilizadas por idosos em hemodiálise

Autor(es): Paola Braz de Abreu; Priscila Escobar Benetti; Fernanda Duarte Siqueira; Nicolli Cargnelutti Follak ; Monique Pereira Portella; Joseila Sonego Gomes; Eliane Raquel Rieth Benetti; Eniva Miladi Fernandes Stumm

Unijuí

INTRODUÇÃO: O idoso com doença renal crônica (DRC) apresenta um quadro clínico complexo. A respectiva doença possui etiologias variadas, apresenta altos índices de morbidade e, os tratamentos disponíveis propiciam apenas a substituição parcial da função renal, aliviam os sintomas da doença e preservam a vida, porém não são curativos. Neste sentido, o processo de tratamento é percebido como uma experiência difícil e acarreta alterações na integridade física e emocional. Diante disso, o renal crônico se utiliza de estratégias de enfrentamento para compreender e lidar com os estressores, bem como encontrar apoio e alívio para seu sofrimento. Com base nesse contexto, o objetivo deste estudo foi investigar as estratégias de enfrentamento utilizadas por idosos em tratamento hemodialítico.
MÉTODOS: Estudo qualitativo realizado com 15 idosos em hemodiálise em uma Unidade Renal do Rio Grande do Sul. A coleta de dados foi realizada por meio de formulário com dados sociodemográficos e clínicos, entrevista semiestruturada e registro de observações em diário de campo; a análise dos dados seguiu os preceitos da análise de conteúdo. Os preceitos éticos da Resolução nº 196/96 foram respeitados, projeto de pesquisa aprovado por Comitê de Ética em Pesquisa sob parecer nº 230/2010.
RESULTADOS: Nas manifestações dos idosos percebe-se que eles buscam estratégias para lidar com o estresse vivenciado, as quais compreendem o apoio da família, apoio social, adaptação ao tratamento, resignação, fé em um Ser Superior e a expectativa de um transplante renal. Todos os idosos destacaram a importância do apoio da família no enfrentamento e no tratamento da doença. A fé em um Ser Superior os ajuda a enfrentar a situação da doença crônica, irreversível, bem como a terapia dialítica. Nesse sentido, observou-se que em determinado momento Deus é retratado como o único Ser capaz de aliviar o sofrimento desses pacientes, o que ressalta a importância do coping religioso para pacientes com doenças crônicas.
CONCLUSÃO: Na busca pela assistência humanizada está implícita a necessidade de organizar o trabalho de forma a favorecer um cuidado personalizado, ou seja, direcionado às necessidades de cada idoso. Nesse prisma, conhecer as estratégias de enfrentamento utilizadas pelos idosos em hemodiálise possibilita qualificar o cuidado, estimular ações de coping efetivas e melhorar sua qualidade de vida.


TLP: 289

Caracterizaçao sociodemográfica e clinica de pacientes renais crônicos hiperfosfatêmicos, em tratamento hemodialitico

Autor(es): Eniva Miladi Fernandes Stumm; Dulce Aparecida Barbosa; Rosane Maria Kirchner; Eliane Raquel Rieth Benetti; Joseila Sonego Gomes; Fernanda Duarte Siqueira; Priscila Escobar Benetti; Nicolli Cargnelutti Follak

Unijuí

INTRODUÇÃO: A Doença Renal Crônica Terminal (DRCT) é progressiva, com elevada incidência e altas taxas de morbidade e mortalidade, em nível mundial, considerada um problema de saúde pública. Nesse contexto, este estudo objetiva traçar um perfil sociodemográfico e clínico de pacientes renais crônicos, hiperfosfatêmicos, que hemodialisam em um Unidade Nefrológica de um hospital geral.
MÉTODOS: Trata-se de um estudo descritivo, transversal de abordagem quantitativa. A seleção dos pacientes hiperfosfatêmicos foi realizada por meio de um controle histórico da hiperfosfatemia, com base nos resultados do fosfato sérico dos meses de julho a dezembro de 2011. Foram considerados para o estudo todos os pacientes renais crônicos hiperfosfatêmicos(n=63), em tratamento hemodialítico, que apresentaram média dos resultados dos exames laboratoriais de fosfato sérico dos últimos seis meses, acima de 5,5 mg/Dl. Os preceitos éticos foram observados e, o estudo foi aprovado por Comitê de Ética em Pesquisa, sob parecer nº 1938/11.
RESULTADOS: 66,7% dos pesquisados são homens, casados (63,5%), com idade média de 58,87±13,12 anos, estudaram em média 10 anos e a maioria é aposentada. Quanto à etiologia da doença renal, verifica-se que para 34,9% foi hipertensão arterial sistêmica, seguida de causa indeterminada (28,6%) e diabete mellitus(11,1%). Constata-se também que o tempo de diagnóstico oscilou de 1 a 50 anos, com média de 8,17±9,76 anos, mediana 5. O tempo em hemodiálise variou de um mês a 204 meses, com média de 51,17±44,71 meses e mediana de 36. Esses resultados vão ao encontro da literatura no que se refere aos dados sociodemográficos, ou seja, um percentual maior de homens, idosos, com baixa escolaridade e aposentados. Quanto à etiologia da doença renal, hipertensão arterial sistêmica, causa indeterminada e diabete mellitus foram os que apresentaram percentuais mais altos, resultados também encontrados em outros estudos. Por ser silenciosa, a DRCT demora para ser diagnosticada e tratada adequadamente, fato esse que contribui para a cronicidade e irreversibilidade da mesma. Em relação ao tempo em hemodiálise, essa terapia substitutiva é eficiente e contribui para o prolongamento da vida dos pacientes e ameniza sintomas da DRCT.
CONCLUSÃO: Conhecer o perfil de pacientes renais crônicos hiperfosfatêmicos, em hemodiálise, se constitui em parâmetro importante que pode ser utilizado por enfermeiros para qualificar a assistência a este expressivo contingente populacional.


TLP: 290

Construção e validação de um manual parapacientes renais crônicos hiperfosfatêmicos

Autor(es): Eniva Miladi Fernandes Stumm; Eliane Raquel Rieth Benetti; Rosane Maria Kirchner; Laura de Azevedo Guido; Dulce Aparecida Barbosa

UNIJUÍ

INTRODUÇÃO: A deterioração progressiva da função renal leva a retenção de várias substâncias, inclusive o fósforo. No cuidado ao renal crônico hiperfosfatêmico em hemodiálise, evidencia-se a necessidade de acompanhamento e orientações de enfermagem a fim de obter adesão do paciente ao tratamento e controle da hiperfosfatemia, redução de riscos à saúde e com repercussões positivas na qualidade de vida, o que é possível por meio da intervenção educacional de enfermagem (IEE). Diante do exposto, este estudo objetivou descrever a construção e avaliação da consistência interna de um manual e de um checklist utilizados como intervenção de enfermagem.
MÉTODOS: Estudo transversal, descritivo, realizado em janeiro de 2012. O manual foi construído com 10 domínios elaborados à luz da Portaria da Secretaria de Atenção à Saúde /MS Nº 225, de 10 de maio de 2010 e no Protocolo e Diretrizes Terapêuticas – Hiperfosfatemia na Insuficiência Renal Crônica, com orientações em linguagem acessível aos pacientes. Paralelamente foi elaborado um checklist com 16 questões explicativas do manual para o paciente registrar diariamente suas ações. A validação do conteúdo do manual e do checklist foi realizada em 21 pacientes e teste Alfa de Crombach aplicado para análise da consistência interna, com posterior validação por sete experts de enfermagem em nefrologia. Uma vez obtido o consenso entre os experts, a versão final do manual e do checklist foi reformulada e na segunda fase foi feita a validação por 21 pacientes assistidos em uma Unidade Renal.
RESULTADOS: Depois das adequações feitas pelos enfermeiros, e após o entendimento dos pacientes em relação a ser testado pela primeira vez, o alfa de Cronbach foi de 0,95. Após pequenas adequações de linguagem sugeridas pelos pacientes o alfa de Cronbach foi de 0,97.
CONCLUSÃO: O manual é válido para ser utilizado como intervenção de enfermagem em pacientes hiperfosfatêmicos. A utilização do manual e do checklist podem contribuir para que os pacientes entendam a necessidade do controle da fosfatemia para a manutenção da vida, visando redução dos danos à saúde, com resultados positivos na adesão ao tratamento e melhoria na qualidade de vida. Desta forma, verifica-se que o referido instrumento educacional apresenta consistência interna e se constitui em subsídio para o cuidado em saúde, tanto pelos profissionais quanto pelos pacientes renais crônicos hiperfosfatêmicos.


TLP: 291

Avaliação do uso de um calciomimético no tratamento do hiperparatireoidismo grave secundário a doença renalcrônica em pacientes submetidos a hemodiálise em umHospital Beneficente de Belo Horizonte

Autor(es): Luiz Gustavo Dias de Carvalho; Rafael Lage Madeira; Carlos Eduardo dos Santos; Paula de Castro Gianasi; Humberto de Freitas Campos Costa; Renato Oliveira Feliciano

Hospital Felício Rocho

INTRODUÇÃO: O tratamento ideal do hiperparatireoidismo secundário à doença renal crônica ainda não está estabelecido na literatura. Há a possibilidade de recorrência do hiperparatioreoidismo ou do estabelecimento de um quadro de hipoparatireoidismo permanente após tratamentos cirúrgicos. Dados da literatura demonstram o potencial benefício do uso de calciomimético para o controle desta complicação mas ainda não existem dados conclusivos sobre sua utilização no Brasil.
MATERIAIS E MÉTODOS: Realizamos uma avaliação retrospectiva por meio da análise de prontuários e entrevistas com médicos assistentes e pacientes. Do total de 290 pacientes submetidos ao tratamento hemodialítico em nossa instituição no ano de 2013 incluímos em nossa análise 29 pacientes resistentes ao tratamento “convencional” e tratados com o calciomimético por um período mínimo de 3 meses. Coletamos dados referentes aos valores do paratormônio (PTH), calcemia, fosfatemia e tratamentos associados da doença mineral e óssea relacionada a doença renal crônica.
RESULTADOS: O tempo médio de uso do calciomimético foi de 14 meses. Identificamos a redução do PTH basal em 80 % dos pacientes , sendo que 36 % destes estavam com valores do PTH entre 150-500 pg/dl. Não ocorreram relatos de sintomas graves relacionados à hipocalcemia. A associação do análogo da vitamina D ao calciomimético ocorreu em 56% dos pacientes e 100 % fizeram uso de quelantes de fósforo além de acompanhamento nutricional. A interrupção da medicação ocorreu em 3 % dos pacientes , sendo as causas relatadas: dimuição do PTH para valores abaixo da meta de maneira persistente, impossibilidade de uso da medicação pela interrupção do seu fornecimento e ausência de resposta ao medicamento.
CONCLUSÃO: O uso do calciomimético associado as terapias tradicionais do hiperparatireoidismo secundário a doença renal crônica (quelantes de fósforo, análogos da vitamina D e suporte nutricional) pode oferecer a possibilidade do controle clinico da doença diminuíndo a necessidade de abordagem cirúrgica com potencial melhora na qualidade de vida do paciente portador de doença renal crônica em estadio terminal.


TLP: 292

A importância do rastreio para a prevenção da Doença Renal Crônica

Autor(es): Rafaela Mota Oliveira; Diego Junqueira Sarkis; Lívia Botelho da Silva; Guilherme Martins Stroppa; Luiz Raphael Mota Oliveira; Marcus Gomes Bastos

Universidade Federal de Juiz de Fora

INTRODUÇÃO: Mundialmente, a Doença Renal Crônica (DRC) tem sido um problema de saúde pública, tendo em vista sua elevada morbimortalidade. A DRC é caracterizada por redução da taxa de filtração glomerular e/ou presença de lesão parenquimatosa, mantidas por pelo menos três meses. Não há precisão do número de pacientes renais crônicos no Brasil, principalmente pelo fato de a doença ser silenciosa em seus estágios iniciais, no entanto o último censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) estimou que 97586 pessoas encontravam-se em tratamento dialítico, gerando altos custos. Embora a DRC e suas complicações sejam de elevada gravidade, ela é considerada uma doença prevenível, desde que se realize o diagnóstico precoce e seja implementado o tratamento com medidas de preservação da função renal. Sendo assim, são indispensáveis campanhas de rastreio à DRC, que identifiquem os seus principais fatores de risco para o manejo desses pacientes. MÉTODOS: Acadêmicos de oito cursos da área de saúde realizaram o rastreio da DRC na cidade de Belmiro Braga em 2012, através de atendimentos que constaram de: glicemia capilar; aferição da pressão arterial; avaliação antropométrica; teste de uroanálise; e questionário padronizado pela SBN. Os participantes receberam orientações de acordo com os resultados colhidos e aqueles com alterações nos seus exames foram indicados a procurar a Unidade de Atenção Primária à Saúde de referência para a confirmação diagnóstica.
RESULTADOS: Foram coletados 106 dados, dentre os quais 9,52% possuíam Diabetes Mellitus e 46,66% eram hipertensos, ou seja, apresentavam fatores de risco para DRC. Outros fatores que contribuem para o aparecimento da doença obtiveram os seguintes resultados: sedentarismo (42,86%), sobrepeso (55,24%), idosos (42,86%), e doença coronariana (21,90%). Com relação ao marcador de lesão identificado no projeto, foi identificado 21,90% de proteinúria. Além disso, ao aplicar o questionário SCORED, um instrumento elaborado para predizer a chance de o indivíduo apresentar a DRC, constatou-se risco em 31,43% da amostra.
CONCLUSÕES: Os dados obtidos são de grande relevância, já que identificaram fatores de risco para a DRC, permitindo estratégias preventivas de saúde. Além disso, o instrumento SCORED é de grande valia para possíveis diagnósticos precoces. Campanhas como essa são importantes por proporcionar esclarecimento à população sobre os principais aspectos da doença, além de alertar as esferas governamentais.


TLP: 293

Dia Mundial do Rim: uma estratégia de prevenção à DoençaRenal Crônica (DRC)

Autor(es): Rafaela Mota Oliveira, Lívia Botelho da Silva, Adriana Pereira Frauches, Bianca Magalhães de Freitas, Caroline Silva Campos, Lívia de Almeida Alvarenga, Michelle Andrade Moreira, Marcus Gomes Bastos

Universidade Federal de Juiz de Fora

INTRODUÇÃO: A prevalência da Doença Renal Crônica (DRC) é crescente em todo o mundo, sobretudo entre os idosos portadores de Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabetes Mellitus. Logo, a prevenção constitui uma ferramenta imprescindível no enfrentamento dessa patologia, sendo este o grande foco do Dia Mundial do Rim (DMR), campanha criada em 2006, que no Brasil é incentivada pela Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN). Tal campanha tem como objetivos fornecer orientações quanto à prevenção da DRC, traçar o perfil da população assistida e permitir aos discentes o enfrentamento da realidade social e reflexão da importância do seu papel na educação em saúde e na prevenção de agravos.
METODOLOGIA: O DMR é realizado mundialmente na segunda quinta-feira do mês de Março. Nos últimos três anos, a ação em Juiz de Fora, MG, ocorreu na Praça da Estação da cidade e contou com a colaboração de uma equipe multidisciplinar de profissionais e acadêmicos da área de saúde. Os participantes responderam a um questionário, que consta de nove seções. Em seguida, realizaram uroanálise; aferição da pressão arterial; medidas antropométricas; e glicemia. Ao final, receberam orientações de acordo com o resultado dos exames e do questionário, ganharam folhetos fornecidos pela SBN, uma fruta e um kit odontológico.
RESULTADOS: Nos oito anos de DMR realizados em Juiz de Fora, foram atendidas mais de 3000 pessoas, sendo a maioria delas (55,66%) nos últimos três anos, onde foi possível observar um predomínio de mulheres, com representatividade de 56,83%. Nesse período verificou-se uma prevalência de diabetes de 18,26%, enquanto 48,74% dos participantes encontravam-se hipertensos, demonstrando-se alta presença dos principais fatores de risco para a DRC na população. Além disso, na mesma amostra 53,47% das pessoas declararam-se sedentárias e 12,33% dos indivíduos apresentavam doenças coronarianas, que representam outros fatores de risco para a DRC.
CONCLUSÃO: O DMR é um evento de grande importância para a população, tendo em vista que são disponibilizados exames gratuitos para a comunidade; educação em saúde; além de orientá-los a adoção de medidas de prevenção e de uma vida saudável, o que se torna cada vez mais importante, em virtude do aumento na prevalência das doenças crônico-degenerativas e seus fatores de risco, como demonstrado nos últimos três anos de DMR.


TLP: 294

Prevenção secundária de agravos causados pelo Diabetesem uma Unidade de Atenção Primária à Saúde de Juiz de Fora/MG

Autor(es): Rafaela Mota Oliveira; Ana Carolina do Amaral Santos de Carvalho Rocha; Marian Paiva Marchiori; Raiza Nunes Nogueira; Thaís Franco Urso Beraldo Moraes; Lívia Botelho da Silva; Pérsio Granato de Souza; Laisa Marcorela Andreoli Sartes

Universidade Federal de Juiz de Fora

INTRODUÇÃO: A prevalência de diabetes mellitus (DM) é elevada no Brasil. A necessidade de identificação da população acometida, e seus fatores de risco, para adequado tratamento e prevenção são imperativos, buscando a diminuição de complicações, como a doença renal crônica (DRC), e da mortalidade. Entretanto, a detecção e acompanhamento do diabetes na comunidade são associados aos diversos entraves de acesso à saúde. Nesse contexto a busca ativa por doentes, ações de educação em saúde e participação ativa do sujeito no seu processo de cuidado, são indispensáveis na integralidade da assistência.
MÉTODOS: A partir da avaliação dos dados cadastrais da Unidade de Atenção Primária à Saúde (UAPS) do bairro Monte Castelo, foram realizadas visitas domiciliares a todas as pessoas com diagnóstico de Diabetes Mellitus (DM). Através de um questionário, foram abordados data de nascimento; sexo; tipo do DM; uso de insulina; uso de medicamentos; e a presença de Hipertensão Arterial Sistêmica; além da medição da glicemia capilar pós-prandial. Em seguida, foi realizada uma reunião com os pacientes, onde foram abordados aspectos referentes ao DM, com nova medição de glicemia capilar. Os usuários que se apresentavam descompensados, com glicemia maior que 140mg/dL, consultaram com o médico da Unidade, para que os ajustes necessários fossem feitos.
RESULTADOS: Dentre os 121 avaliados, 64,46% eram mulheres e 70,25% do total encontravam-se hipertensos. DM II foi identificado em 93,39% da amostra. Dentre eles, 39,23% eram previamente insulinodependentes, enquanto 61,06% faziam uso exclusivo de hipoglicemiante oral. A média e o desvio padrão da idade foram de 62,68±11,85. Nesse grupo 40,71% apresentavam-se com glicemia acima da faixa de normalidade, sofrendo, por isso, intervenção médica. No grupo de pessoas descompensadas, 69,57% recebeu como medida terapêutica alteração da dose de insulina e/ou da medicação oral previamente utilizada; para 17,39% foi proposto o início do uso de insulina; enquanto 13,04% mantiveram o tratamento. Ao final, 95,87% dos diabéticos residentes na área de cobertura da UAPS encontravam-se com valores glicêmicos adequados.
CONCLUSÃO: Diante da alta prevalência de diabéticos com glicemia acima dos valores limítrofes antes das intervenções, ressalta-se a importância da realização de mais ações como esta, para evitar que complicações graves, como é o caso da DRC, venham afetar a qualidade de vida e sobrevida dos diabéticos.


TLP: 295

Caracterização da população de Piraúba/MG para análise defatores de risco da Doença Renal Crônica

Autor(es): Diego Junqueira Sarkis; Lívia Botelho da Silva; Carla Aparecida Pereira Bhering; Bianca Magalhães de Freitas; Rafaela Mota Oliveira; Nayara Pires de Melo; Marcus Gomes Bastos

Universidade Federal de Juiz de Fora

INTRODUÇÃO: A Doença Renal Crônica (DRC) é um problema de saúde pública, que se caracteriza pela redução da taxa de filtração glomerular e/ou presença de marcador de lesão renal parenquimatosa, mantidas por pelo menos três meses. Sabe-se que a doença pode ser retardada ou interrompida com diagnóstico precoce, reduzindo, com isso, desfechos indesejados. Porém, tal diagnóstico depende de exames, já que a DRC tende a ser assintomática até em estágios avançados. Assim, as Ligas Acadêmicas de Nefrologia atuam na prevenção e rastreio da DRC através de projetos incentivados pela Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN)
MÉTODOS: O Projeto Liga Cidades, realizado pela Liga Pré-renal de Juiz de Fora/MG, visa o rastreio da DRC. Faz-se um treinamento de acadêmicos de diversas áreas para que as técnicas sejam padronizadas. A seguir, é solicitado apoio à prefeitura da cidade que tem interesse no projeto. Estabelecida a cidade, os acadêmicos aplicam um questionário padronizado pela SBN para a coleta de dados e realizam exame físico; glicemia capilar; e uroanálise com posteriores orientações à população. Em 2011 e 2013, realizou-se o Projeto na cidade de Piraúba/MG, onde foram coletados 200 dados não probabilísticos em cada ano. Para a análise foi realizada distribuição de frequência percentual, através do programa SigmaPlot®.
RESULTADOS: Em dois anos, houve aumento dos principais fatores de risco para DRC: Diabetes Mellitus de 11,5% para 17,5% e Hipertensão Arterial Sistêmica de 42,5% para 47,5%. Também aumentaram os indivíduos acima do peso (IMC_25kg/m2). O percentual de pessoas que praticavam atividade física ampliou de 39,5% para 50% e o de idosos aumentou de 36,32% para 43,28%. De acordo com a literatura, a ampliação da incidência de doenças crônicas associa-se ao rápido envelhecimento da população, à urbanização, à dieta inadequada e ao consumo de tabaco e álcool. Através da análise dos dados, foi possível observar que em Piraúba houve um acréscimo no percentual de idosos e indivíduos acima do peso, apesar de não ter ampliado o sedentarismo, o que pode se relacionar ao aumento dos dois principais fatores de risco da DRC.
CONCLUSÕES: O Projeto contribui para o diagnóstico precoce de DRC, através da identificação dos fatores de risco e aconselhamento da população, estimulando a procura da Unidade de Atenção Primária à Saúde. Com o aumento da prevalência de fatores de risco, observado no estudo, nota-se a importância do rastreio da DRC.


TLP: 296

Melhoria do Acesso à Saúde Bucal de pessoas com Doença Renal Crônica

Autor(es): Fernanda Martins Ribeiro; Márcia Dayrell; Paula Verçosa Martins Pinto; Carlos Alberto Tenorio; Eliana Maria Sá

Comissão Municipal de Nefrologia e Transplantes Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte

INTRODUÇÃO: Durante discussões multidisciplinares e em rede envolvendo profissionais da Atenção Primária, Serviços de Terapia Substitutiva Renal (TRS) e da Regulação em Nefrologia da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, visando integralidade no acompanhamento da pessoa com Doença Renal Crônica (DRC), identificou-se dificuldade no acompanhamento de saúde bucal destes pacientes.
METODOLOGIA: Foi iniciado um grupo de discussão composto por profissionais envolvidos na Regulação da Secretaria Municipal de Saúde, no cuidado especializado em nefrologia e da saúde bucal para criação de um modelo para encaminhamento de pessoa com DRC para avaliação da odontologia.
RESULTADO: Elaboração de formulário padronizado de encaminhamento contendo dados de identificação do usuário e do serviço que o encaminha, dados sobre a modalidade de TRS, comorbidades e doença de base; motivo do encaminhamento para saúde bucal, com dados importantes para adequação do tratamento odontológico, tais como: uso de anti-agregante plaquetário e de anti-coagulante oral, antibiótico, anti-inflamatório e anestésicos apropriados.
CONCLUSÃO: O formulário elaborado é objetivo, de fácil preenchimento pelo Nefrologista e de fácil compreensão por parte do Dentista para que possa exercer seu trabalho para manutenção da situação de saúde bucal, em especial para pacientes candidatos a transplante renal. Além disso, o trabalho compartilhado com os profissionais da odontologia vem contribuindo para identificação de pessoa com DRC vinculados à Atenção Primária e encaminhamento para integralidade do tratamento na Hemodiálise, Diálise Peritoneal, Transplante Renal e Tratamento Conservador.


TLP: 297

Belo Horizonte na perspectiva da implantação da PortariaMinisterial 389/2014: avançando na integralidade da atençãoao portador de Doença Renal Crônica

Autor(es): Fernanda Martins Ribeiro; Márcia Dayrell; Paula Verçosa Martins Pinto

Comissão Municipal de Nefrologia e Transplantes Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte

A Portaria 389/2014, do Ministério da Saúde, estabelece a necessidade de construção de uma linha de cuidado aos pacientes com Doença Renal Crônica (DRC), como forma de garantir a integralidade da assistência. A Secretaria Municipal de Saúde, através da Comissão Municipal de Nefrologia e Transplantes (CMNT), vem nos últimos anos, identificando quais são as principais dificuldades encontradas pelas equipes na prestação da assistência em diálise e transplante renal no município e criando mecanismos para superá-las. Em 2012, foi publicado a Portaria Municipal 008/2012, com priorização no acesso aos usuários com DRC em tratamento dialítico, às especialidades de oftalmologia, cardiologia, endocrinologia, angiologia e urologia, buscando com isso a prevenção de intercorrências clínicas. Em junho de 2013, no seminário “Fortalecendo as redes assistenciais ao portador de DRC”, foi criada uma comissão para propor estratégias para avançar no processo de integração da assistência. Uma das iniciativas foi criação de formulário padrão de encaminhamento à saúde bucal, com informações fundamentais para os dentistas da rede básica de saúde, permitindo o acesso facilitado ao tratamento dos pacientes a este cuidado. Houve a realização de Teleconferências, abordando o tema em questão, direcionados para os médicos generalistas e dentistas. Validação pelos representantes das equipes que prestam assistência à pessoa com DRC do protocolo assistencial, que define as atribuições dos profissionais que atuam em diversos serviços da rede assistencial. Elaboração do Protocolo assistencial sobre acesso vascular em diálise e reorganização dos centros de referência, com ofertas suficientes para realização de confecções de fístulas arteriovenosas em pacientes ainda em tratamento pré-dialítico e das clínicas satélites. Regionalização do transporte sanitário e dos serviços de hemodiálise, na perspectiva de credenciamento preferencialmente do ambulatório próprio e dos serviços de diálise intra-hospitalares 100% SUS, como referências para acompanhamento dos pacientes em tratamento conservador. A Secretaria Municipal de Saúde vem se planejando para superação dos desafios, motivada pela construção de uma rede assistencial integralizada, com ênfase na abordagem multiprofissional, focada na possibilidade de proporcionar maior qualidade de vida ao portador de DRC.


TLP: 298

Efeito da reposição de colecalciferol nafunção renal e proteinúria em pacientes renais crônicos em tratamento conservador

Autor(es): Eduardo de Paiva Luciano; Mailson Christovao Alves Oliveira; Camila Stella Dias; Claudio Toshiyuki Nakanishi; Bruno Iasinskais; Rejane Maria Spindola Furtado; Sandra Ferreira Stanisck Reis; Nathalia Ramphini; Marcus Vvinicius P Moreira; Gilson F Ruivo

Centro Estadual Tratamento de Doenças Renais do Vale do Paraíba-SP

INTRODUÇÃO: A hipovitaminose D é uma condição altamente prevalente em pacientes com DRC e está associada a pior prognóstico destes pacientes. Nosso objetivo foi testar o efeito da reposição protocolar de colecalciferol na função renal e proteinúria.
MÉTODOS: estudo prospectivo de intervenção. 72 pacientes nos estágios 3 a 5 da DRC com coprovada insuficiência de vitamina D (25 OH vit D < 30 ng/ml) foram incluídos e distribuídos para receber doses variadas de colecalciferol (3000; 5000 ou 10. 000 UI/dia) por um período de 3 meses quando então analisamos as alterações na função renal (Clearance de creatinina ), proteinúria de 24 hs , níveis de PTHi, cálcio e fósforo.
RESULTADOS: 72 pacientes com doença renal crônica (DRC), sendo 42 (58,3%) mulheres. A idade média foi de 71,4 anos. Cerca de 55 (76,4%) eram da raça branca. Antes e após o tratamento, o nível médio de vitamina D foi de 17,5 ng/ml (4,0 a 35,9 ± 6,2) a 27,9 ng/ml(13,2 a 67,3 ng/ml ± 9,3) – p<0,001. O PTH médio foi de 106,5 pg/ml(16,1 a 513,0 ± 83,8) a 91,8 pg/ml (16,6 a 401,0 ±74,0) – p=0,020. A proteinúria média foi de 707,6 g/24hs (35,2 a 3888,0 ± 870,0) a 646,0 g/24hs (33,0 a 5898,9 ± 907,4) – p=0,061. O clearance de creatinina médio foi de 28,3 ml/min/1,732 (7,0 a 59,0 ± 10,8) a 28,8 ml/min/1,732 (8,6 a 64,0 ± 12,3) – p=0,952. Considerando inicialmente as doses de vitamina D, temos que a diminuição dos níveis de proteinúria e o aumento dos níveis de clearance de creatina não receberam sua influência. A diminuição da proteinúria dos pacientes com DRC no estágio 5 foi estatisticamente maior quando comparada aos pacientes com DRC nos estágios 3b e 4.
CONCLUSÃO: após tratamento com colecalciferol por 3 meses houve um aumento dos níveis de vitamina D assim como também uma diminuição dos níveis de PTH com tendência de diminuição dos níveis de proteinúria (p=0,061). Não houve alteração siginificante para clearance de creatinina, cálcio iônico e fósforo. As diferentes doses de colecalciferol não influenciaram os resultados finais. A diminuição da proteinúria foi mais significativa no estágio 5 em relação aos outros estágiso da DRC.


TLP: 299

Rastreio de Doença Renal Crônica entre pacientesportadores de Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabetes Mellitus atendidos em uma unidade de atenção secundária em Fortaleza, Ceará, Brasil

Autor(es): Philippe Marcel Marius Malzac Filho; Geraldo Bezerra da Silva Junior; Matthäus Gondim Muniz

Universidade de Fortaleza

INTRODUÇÃO: Adoença renal crônica (DRC) é um problema de saúde pública cuja incidência vem aumentando em níveis epidêmicos em todo o mundo. As principais causas são a hipertensão arterial sistêmica (HAS) e o diabetes mellitus (DM). O objetivo deste estudo é investigar a presença de HAS, DM e outros fatores de risco para DRC na população geral em área urbana da Fortaleza.
MÉTODOS: Foi realizado um rastreio de DRC entre pacientes com HAS e DM na população residente em algumas regiões da cidade de Fortaleza, Ceará, Brasil, escolhidas aleatoriamente, durante as campanhas do Dia Mundial do Rim nos anos de 2013 e 2014. Foi aplicado questionário com informações sobre antecedentes mórbidos, familiares e hábitos de vida, além de ter sido realizado exame físico. Os participantes da campanha que apresentavam algum fator de risco significativo para DRC foram encaminhados a um serviço de atenção secundária de Fortaleza para seguimento ambulatorial e coleta de exames laboratoriais de avaliação da função renal.
RESULTADOS: Um total de 40 indivíduos foi avaliado, dos quais 53% eram do sexo feminino. A maioria dos entrevistados estava acima de 65 anos (62,5% do total), sendo que 52% desse grupo eram classificados com “super-idosos”, ou seja, acima de 75 anos. Dentre os pacientes, 92,5% referiram história de HAS e 55% história familiar de HAS, e ainda, 52,5%, história familiar de doença cardiovascular. Comparando com os que relatavam DM, foram apenas 35% dos casos referidos, dentre eles, 32,5% apresentavam história familiar positiva. No total, 30% referiam acometimento renal prévio, por exemplo, lítiase renal ou infecção urinária. Todos os pacientes avaliados na atenção secundária apresentavam DRC, sendo a maioria classificada no estágio III (47,5%), seguidos do estágio II (17,5% dos casos). Quanto ao uso de drogas anti-hipertensivas pelo grupo analisado, 90% reportaram utilizar algum tipo de dessa terapia, na qual 62,5% dos casos referiam o uso de antagonista do receptor de angiotensina e 45% era combinado com a terapia de diuréticos.
CONCLUSÕES: A prevalência de HAS na população estudada foi mais alta do que a observada em estudos recentes da população brasileira. O uso da terapia com antagonista do receptor de angiotensina ainda é subutilizada entre pacientes hipertensos e diabéticos com DRC. O rastreio de DRC entre portadores de HAS e DM é importante para o diagnóstico precoce e para a adoção de medidas para retardar a progressão da doença renal. Apoio: FUNCAP.


TLP: 300

Prevalência de disfunção renal em adultos obesos

Autor(es): Alessandra Fortes Almeida; Ana Regina Nogueira Meirelles; Júlia Duarte Dias Freitas Pamponet; Izabel Santos Cruz; Almerinda Luedy; Hugo da Costa Ribeiro Júnior; Jairza Maria Barreto Medeiros; Maria Helena Lima Gusmão-Sena

Programa de Pós-Graduação da Escola de Nutrição, Universidade Federal da Bahia

OBJETIVO Avaliar a prevalência de disfunção renal em funcionários adultos, com obesidade e sem doença renal crônica prévia de um hospital universitário da cidade de Salvador-BA.
MÉTODOS Estudo transversal, realizado no período de janeiro a setembro de 2012, com 378 funcionários adultos, de ambos os sexos, de um Hospital Universitário. Cada participante teve as medidas de peso e altura aferidas. O Índice de Massa Corporal (IMC) foi calculado, peso/altura2, e classificado de acordo com os critérios da World Health Organization (WHO). A taxa de filtração glomerular (TFG) estimada foi realizada através da equação de Cockcroft-Gault. Foi realizado correção do peso para os participantes com obesidade, utilizando a equação proposta por Hudson et al (2011). Independentemente da presença ou ausência de proteinúria, DRC foi definido como um valor de TFG inferior a 60ml/min. Foram excluídos os participantes que apresentaram hiperfiltração glomerular, cuja TFG era > 120ml/min. Aanálise da prevalência de Doença Renal Crônica (DRC) foi realizada pelo teste Qui-Quadrado, utilizando o programa SPSS® 20. 0. Esta pesquisa fez parte de uma coorte com aprovação pelo comitê de ética.
RESULTADOS A maioria da população estudada era do sexo feminino (76,7%), a média de idade foi de 40,5 anos (±9,32), a média do IMC foi de 27,98Kg/m2. Ao excluir os funcionários com hiperfiltração glomerular (34 participantes), foi encontrada TFG estimada de 83,1ml/min (±17,5). Em 38 (10,1%) participantes foi encontrado declínio da função renal, caracterizado como uma TFG estimada <60ml/min. Destes 24 (21,2%) apresentavam obesidade.
CONCLUSÃO Os dados obtidos neste estudo demonstra que existe uma alta prevalência de DRC em indivíduos adultos com obesidade, definido como IMC _ 30Kg/m2. A estimativa da taxa de filtração glomerular deve ser aplicada em populações de alto risco para o desenvolvimento de DRC, incluindo a população obesa.


TLP: 301

Condutas frente ao paciente idoso com doençarenal crônica terminal: a opção dos cuidados paliativos

Autor(es): Mariana Pigozzi Veloso; Marilia Rodovalho Guimaraes ; Talita Clementino Moraes e Cunha; Thiago Lacerda Ataides; Jordana Eduardo Rezende; Fabrício Alves Araújo; Edna Regina Silva Pereira; Valeria Soares Pigozzi Veloso; Mauri Felix de Souza

HC/UFG

INTRODUÇÃO: Houve aumento da prevalência de pessoas com mais de 75 anos submetidas a tratamento dialítico no século XXI. O estudo DOPPS revelou aumento da mortalidade, declínio cognitivo e físico na população geriátrica (>65 anos) em diálise. Iniciou-se debates sobre perspectivas do paciente com doença renal crônica (DRC) terminal, terapias paliativas e seus cuidados no final da vida.
RELATO DE CASO: D. F. S. , sexo feminino, 78 anos, negra, deu entrada no serviço com queixa de urina espumosa e edema de membros inferiores há 03 anos. Submetida a biopsia renal e de medula óssea com alterações sugestivas de amiloidose. Dado seguimento a propedêutica investigatória com o diagnostico final de amiloidose primária e acometimento renal (proteinúria e DRC estadio IIIB), cardíaco e neurológico. Iniciado tratamento quimioterápico. Seis meses após apresentou trombose venosa profunda de membro inferior esquerdo e início de anticoagulação oral com varfarina. Dois meses após apresentou hemorragia digestiva alta por intoxicação cumarínica, piora de escórias nitrogenadas e anúria. I ndicado terapia renal substitutiva de urgência (hemodiálise). Paciente encontrava-se consciente no momento da indicação de diálise, negando a realização da mesma. Pedido respeitado pela família e pela equipe médica. Iniciado cuidados paliativos. Evoluiu a óbito 4 semanas após a decisão.
DISCUSSÃO: Estudos evidenciam que pacientes idosos apresentam declínio cognitivo, físico, piora da fragilidade e sarcopenia quando iniciam diálise. Tais sintomas mimetizam o quadro urêmico que o paciente possuía antes da terapia dialítica e acarretam maior hospitalização e óbito. A indicação da terapia dialítica nestes pacientes deve basear-se em melhora da qualidade de vida, prognóstico e orientação familiar. A opção do tratamento não dialítico inclui avaliação multidisciplinar, tratamento dos sintomas de evolução da DRC (anemia, hipertensão, balanço hídrico, acidose metabólica) e suporte psicológico familiar. O relato deste caso aborda a importância da discussão dos cuidados paliativos em nefrologia e desenvolvimento de diretrizes brasileiras com avaliação global destes pacientes, enfoque sobre os benefícios e malefícios da terapia renal substitutiva e considerações éticas como a interrupção do tratamento dialítico por escolha do paciente e de sua família.


TLP: 302

Projeto de prevenção da doença renal crônica entre comunidades quilombolas no norte domaranhão (prevrenal): ações e resultados

Autor(es): Dyego José de Araújo Brito; Joyce Santos Lages; Elisangela Milhomem dos Santos; Isabela Leal Salgado; Giselle Andrade dos Santos Silva; João Victor Leal Salgado; Francisco das Chagas Monteiro Jr; Alcione Miranda dos Santos; Ricardo de Castro Cintra Sesso; Natalino Salgado Filho

Universidade Federal do Maranhão

INTRODUÇÃO: A real situação da Doença Renal Crônica (DRC) em grupos étnicos minoritários ainda é desconhecida no país. O Projeto Prevalência de Doença Renal Crônica (PrevRenal) tem como objetivo mudar esse cenário e pretende estudar a prevalência da DRC em grupos minoritários, com particularidades étnicas e sociais que os diferenciam da população geral.
MÉTODOS: O PrevRenal é executado por uma equipe multidisciplinar de profissionais e graduandos da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Foram avaliados 1. 539 afro-descendentes, residentes em 32 comunidades remanescentes de quilombo do município de Alcântara/MA. O Projeto é desenvolvido em três etapas: 1) Avaliação clínico-laboratorial: aplicação de questionário (informações clínico-epidemiológicas), medidas antropométricas, pressão arterial e coleta de material biológico; 2) Avaliação de imagem e confirmação da DRC: pacientes com HAS, DM, redução da filtração glomerular e albuminúria foram submetidos a exames de imagem e a uma segunda coleta de material para confirmação da doença; 3) Seguimento ambulatorial: indivíduos com confirmação da disfunção renal estão em acompanhamento especializado no Hospital Universitário da UFMA. O presente trabalho apresenta os resultados obtidos na primeira etapa do estudo.
RESULTADOS: A maioria dos indivíduos era do sexo feminino 791 (51,4%). A média de idade do grupo foi de 44,3 (±17,6) anos, sendo que 328 (21,31%) tinham idade igual ou superior a 60 anos. Foram identificadas 301 (19,6%) pessoas com diagnóstico prévio de HAS e 69 (4,49%) com DM. A estimativa da filtração glomerular pelas equações MDRD e CKD-EPI revelou a ocorrência de 20 (5,29%) e 24 (6,35%) casos, respectivamente, de pessoas com TFG<60ml/min/1,73m2. Ao final da primeira etapa, foram identificados 408 participantes com diagnóstico de HAS, DM, ambuminuria e/ou TFG reduzida, sendo que 383 (94,1%) realizaram exames de imagem.
CONCLUSÃO: Este estudo realizou triagem da DRC em um grupo minoritário com restrição de acesso ao sistema de saúde. A prevalência de TFG reduzida foi inferior ao previsto na população geral. No Brasil, é necessário que estudos sobre a relação entre desigualdade socioeconômica e o processo saúde-doença incorporem cada vez mais o aspecto raça/etnia nas dimensões analíticas.


TLP: 303

Síndrome plurimetabólica e taxa de filtração glomerular em afrodescendentes residentes em comunidades quilombolas de Alcântara-MA

Autor(es): Denisy Pinto Lima; Raimunda Sheyla Carneiro Dias; Nayrana Soares do Carmo Reis; Elane Viana Hortegal; Dyego José de Araújo Brito; Gisele Silva Pereira; Fábio Silva de Azevedo; Hanna Danielle Correa da Silva; Isabela Leal Calado; Natalino Salgado Filho

Universidade Federal do Maranhão

INTRODUÇÃO: A Doença Renal Crônica (DRC) vem sendo encarada como um sério problema de saúde pública mundial com a existência de aproximadamente um milhão de pessoas submetidas à terapia de substituição renal. A origem da doença cardiovascular em pacientes renais crônicos é multifatorial. Dentre as principais etiologias destaca-se a Síndrome Plurimetabólica (SPM) que se caracteriza como um transtorno complexo. Essa pesquisa teve como objetivo estudar a associação entre Síndrome Plurimetabólica (SPM) e Taxa de filtração glomerular (TFG) em afrodescendentes residentes em comunidades quilombolas de Alcântara-MA.
METODOLOGIA: Trata-se de um estudo transversal, realizado com 132 indivíduos maiores de 18 anos de duas comunidades remanescentes de quilombos do município de Alcântara-MA. Os dados antropométricos foram aferidos por nutricionistas treinadas, e incluíram peso, altura e Circunferências da Cintura (CC). Para classificação do estado nutricional foi considerado o Índice de Massa Corporal (IMC), calculado por meio da razão entre o peso corporal e o quadrado da altura. A pressão arterial (PA) foi aferida no braço direito, com o entrevistado sentado e manguito apropriado e para sua classificação foi utilizada a proposta na VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Na avaliação metabólica foram dosados Glicemia em Jejum (GJ), Triglicerídeos (TG), High DensityLipoproteins(HDL-c) Albumina (Alb) e Creatinina sérica (Cr). A filtração glomerular foi estimada a partir da fórmula do CKD-EPI.
RESULTADOS: A maior parte dos participantes era do sexo feminino (53%) com faixa etária de 18 a 60 anos (77,3%). Quanto ao estado nutricional, a maioria tinha IMC dentro da faixa de normalidade (56,5%). Cerca de 43% das mulheres tinha elevada adiposidade abdominal. A prevalência de hipertensão arterial foi de 51,5%. Foi observado uma prevalência de 35,7% de SPM entre os indivíduos estudados. Não foi observada associação entre SPM e taxa de filtração glomerular.
CONCLUSÃO: Os resultados do presente estudo revelam uma população hipertensa, composta predominantemente de indivíduos do sexo feminino, com idade entre 18 e 60 anos. Em sua maioria não apresentaram síndrome plurimetabólica e alteração na taxa de filtração glomerular.


TLP: 304

¨Como vão seus rins?¨ Prevalência de pacientes comproteinúria sem diagnóstico de Doença Renal Crônica noDia Mundial do Rim em Juiz de Fora

Autor(es): Paula Liziero Tavares; Angélica de Paula Langame; Thatiana Egizi Dias Pacífico; Adriana Pereira Frauches; Renato Tavares Lopes; Marcus Gomes Bastos

Universidade Federal de Juiz de Fora

INTRODUÇÃO: A doença renal crônica (DRC) é considerada um problema de saúde pública em todo o mundo, todavia, por apresentar sinais tardios, ainda é uma doença subdiagnosticada. Dessa forma, o Dia Mundial do Rim visa à conscientização da população sobre a magnitude da DRC e o auxílio de sua prevenção.
OBJETIVO: Avaliar a relação entre pacientes que afirmaram possuir ou não DRC com os resultados encontrados no exame simples de urina.
MATERIAL E MÉTODOS: Estudo transversal composto por 553 indivíduos abordados em campanha realizada durante o Dia Mundial do Rim na cidade de Juiz de Fora, MG. Os pacientes participaram de entrevista onde foram questionados sobre a presença ou não de DRC, em seguida suas amostras de urina foram analisadas através de exame simples de urina com o intuito de detectar a presença de proteinúria, importante marcador de lesão glomerular.
RESULTADOS: A amostra foi composta por 54,45% de mulheres, 19,17% de diabéticos e 50,27% de hipertensos, idade amostral 58,27 ±13,57 anos; 9,76% dos pacientes afirmaram possuir algum tipo de doença renal, contudo aqueles que apresentaram ao menos uma cruz de proteinúria no EAS correspondem a 3,98%. Já os pacientes que apresentaram traços de proteinúria no EAS compõem 32,01% da amostra.
CONCLUSÃO: Sabe-se que é aceitável a presença de traços de proteinúria, uma vez que a perda de até 150mg de proteína/dia na urina é considerada normal. Entretanto, grande parte desses pacientes foi aconselhada a procurar um médico a fim de que fosse feita pesquisa de microalbuminúria em amostra urinária isolada, ou amostra urinária de 12 ou 24 horas, pois eles compõem grupo de risco para o desenvolvimento de DRC. Já aqueles que apresentaram uma ou mais cruzes de proteinúria também foram aconselhados a procurar atendimento médico para que fosse feita sua quantificação, assim como o diagnóstico e o início de seu tratamento. Desse modo, a campanha realizada durante o Dia Mundial do Rim em Juiz de Fora contribuiu para o rastreamento de possíveis pacientes com DRC assim como auxiliou na conscientização sobre os riscos dessa doença e as formas de preveni-la e tratá-la.


TLP: 305

¨O senhor tem tomado seus remédios?”Análise da adesão medicamentosa por pacientes abordados durante o Dia Mundial do Rim em Juiz de Fora

Autor(es): Paula Liziero Tavares; Angélica de Paula Langame; Thatiana Egizi Dias Pacífico; Adriana Pereira Frauches; Renato Tavares Lopes; Marcus Gomes Bastos

Universidade Federal de Juiz de Fora

INTRODUÇÃO: Grande parte dos tratamentos médicos necessita da utilização de medicamentos, porém, a adesão medicamentosa por parte dos pacientes ainda é uma dificuldade ao sucesso dessas terapias.
OBJETIVO: Avaliar a adesão medicamentosa por parte de pacientes, sobretudo diabéticos e hipertensos, entrevistados durante o Dia Mundial Do Rim (13/03/2014) na cidade de Juiz de Fora, Minas Gerais.
MÉTODOS: Estudo transversal realizado em 553 pacientes durante campanha realizada no Dia Mundial do Rim no município de Juiz de Fora; foram abordadas questões referentes ao esquecimento e utilização de medicamentos, com enfoque maior nos fármacos utilizados para o controle da hipertensão arterial e do diabetes mellitus- fatores de risco para o desenvolvimento de Doença Renal Crônica (DRC).
RESULTADOS: A amostra foi composta por 54,45% de mulheres, 19,17% de diabéticos e 50,27% de hipertensos, idade amostral 58,27 ±13,57 anos; 66% desses pacientes disseram fazer uso recorrente de medicação, dentre eles, 19,83% afirmaram tomar remédios para o tratamento da Diabetes Mellitus e 52,4% para o controle da Hipertensão Arterial Sistêmica. Todavia, 34,64% desses pacientes afirmaram esquecer-se de fazer uso dessas drogas.
CONCLUSÃO: a amostra revelou-se mais aderente à medicação do que o esperado pela literatura, todavia, é importante considerar as limitações do questionário utilizado- muito objetivo, e suscetível ao constrangimento dos entrevistados. Contudo, a não aderência por cerca de um terço dos entrevistados ainda é considerada um valor importante, de forma que são necessárias medidas para elevar a adesão medicamentosa e, consequentemente, a eficácia dos tratamentos.


TLP: 306

A doença de Fabry e suas manifestações

Autor(es): Marília rodovalho guimaraes; Jordana Eduardo rezende; Thiago Lacerda Ataides; Talita Clementino moraes e Cunha; Valeria soares Pigozzi Veloso; Mariana Pigozzi Veloso; Fabricio alves Araújo; Edna Regina silva pereira; Mauri feliz de Souza

HC/UFG

INTRODUÇÃO: a doença de Fabry é uma doença lisossomal rara, ligada ao X que cursa com deficiência de alfagalactosidase A(alfa-Gal A) e acúmulo de globotrialosilceramida (Gb-3) em órgãos dos diversos sistemas; podendo causar acidente vascular cerebral, fibrose miocárdica, insuficiência cardíaca e doença renal crônica dialítica.
RELATO DE CASO: RMO, masculino, 43 anos, portador de doença renal crônica terminal sem etiologia definida, em hemodiálise há nove anos e estigmas clínicos sugestivos da doença de Fabry: angioqueratomas, acroparestesias, hipohidrose, hipoacusia, córnea verticilata e fadiga crônica. Realizado teste enzimático que detectou baixa atividade da enzima alfa-GAL e genotipagem, confirmando a presença da variante p. G35V em hemizigose no Exon 1, ainda não descrita na literatura. O paciente iniciou a reposição enzimática de alfa-Gal A recombinante humana. Foi feito rastreio familiar, sendo encontrados 11 familiares de primeiro e segundo graus com a mutação genética (mãe, três irmãs, duas filhas e cinco sobrinhos) e apenas seis com ausência da variante p. G35V. Um dos sobrinhos do paciente-índice, masculino, 27 anos, portador da mutação, apresenta comprometimento neurológico importante, com história de acidente vascular encefálico isquêmico de repetição e sequelas motoras. Entre os portadores da mutação, cinco (2 irmãs, 1 filha e 3 sobrinhos) têm proteinuria subnefrótica e foram submetidos a biópsia renal, com evidência de degeneração podocitária e depósito de Gb3. Há ainda evidência de acometimento cardiológico: o caso-índice e suas 3 irmãs têm intervalo PR curto no ECG.
DISCUSSÃO: Esta série de casos em uma família reforça o caráter hereditário da doença. Como a doença está relacionada ao cromossomo X, os homens apresentam as formas graves da doença e transmitem para todas as filhas, mas não aos filhos. Até 10% das heterozigotas desenvolvem insuficiência renal, o que pode ser explicado pela hipótese da inativação do X. Cerca de 70 a 90% dos portadores podem ser identificadas através do exame oftalmológico mostrando a córnea verticilata. Exames simples, como o exame oftalmológico e o ECG têm papel importante no diagnóstico da doença.


TLP: 307

Espondilodiscite na Doença Renal Crônica em Hemodiálise – Relato de Caso

Autor(es): Rafael de Almeida; Ellen Simionato Valente; Bruno Lopes Koech; Mauricio Costa Lazzarin; Pedro Henrique Pimentel Meira; Alexander Gonçalves Sacco; Othello Moreira Fabião Neto

Universidade Federal de Pelotas

INTRODUÇÃO Espondilodiscite é uma doença rara, onde um processo infeccioso envolve um ou mais discos intervertebrais e os corpos das vértebras adjacentes. É de diagnóstico difícil e clínica inespecífica. Atinge idosos, pacientes com comorbidades predisponentes, como a Insuficiência Renal Crônica (IRC), principalmente em Hemodiálise (HD), Diabetes Mellitus (DM) ou com algum tipo de imunossupressão. ARessonância Magnética (RM) é crucial para o diagnóstico, já que o atraso na instituição do tratamento correto pode aumentar a morbimortalidade. O caso em questão mostra que com o tratamento precoce, associado a um alto grau de suspeita, é possível manejar e controlar tal doença.
DESCRIÇÃO DO CASO Paciente masculino, 56 anos, branco, HD há 5 meses por cateter duplo lúmen, DM tipo 2 há 33 anos, Hipertensão há 3 anos e IRC há 1 ano e 6 meses, queixa de dor progressiva em região lombar há 1 mês, irradiada para membros inferiores, melhorava com analgesia e repouso, e piorava na movimentação. Negava febre ou sintomas associados. No exame físico, afebril e com hipotensão postural, hiporreflexia global e dor à palpação lombar ao nível de L4, com aumento progressivo da dor até S1. Exames laboratoriais iniciais mostraram leucocitose sem desvio, Proteína C Reativa (PCR) e Velocidade de Hemossedimentação (VHS) aumentados, hemoculturas e uroculturas negativas. Iniciado antibioticoterapia empírica com Vancomicina e Cefepime no quarto dia de internação. Após investigação com exames de imagem da coluna lombar, o diagnóstico foi firmado no décimo quarto dia através da RM de coluna lombo-sacra, que mostrava Espondilodiscite em L4-L5. Biópsia da lesão não realizada. Evoluiu com melhora e posteriormente resolução da dor, diminuição da leucocitose, PCR e VHS.
DISCUSSÃO O fato de realizar HD por cateter e ser portador de DM há vários anos são importantes fatores de risco para a Espondilodiscite. Ainda assim, o diagnóstico no primeiro exame clínico é complexo, sendo necessário um alto grau de suspeição. Neste caso, o início da antibioticoterapia empírica precoce só foi possível devido à experiência da equipe, que já havia pensado em tal diagnóstico. A hipótese de infecção por Staphylococcus aureus, que artigos identificam como o agente microbiano mais frequente, também foi considerada na escolha dos antibióticos. E, ainda que o diagnóstico microbiológico não tenha sido feito, estudos mostram que não há diferença significativa no desfecho entre pacientes com ou sem cultura positiva.


TLP: 308

Prevalência de HAS e de DM em pacientes com riscoaumentado de DRC (SCORED _ 4)

Autor(es): Nathalie Oliveira Mafaldo; Daiane Gonçalves Pinto; Débora Rodrigues Pereira; Myrian de Faria Melo; Paula Liziero Tavares; Rafaella Pereira Laignier

Universidade Federal de Juiz de Fora

INTRODUÇÃO E/OU FUNDAMENTOS: A doença renal crônica (DRC) é um problema de saúde pública e, no Brasil, a incidência e a prevalência de estágios mais avançados estão aumentando.

Dentre os principais grupos de risco para DRC destacam-se: hipertensão arterial sistêmica (HAS), doença presente em até 75% dos casos de DRC, e diabetes mellitus (DM), relacionada a uma prevalência de nefropatia entre 10% e 40%. Assim, é de grande importância realizar prevenção, rastreio e diagnóstico precoce da DRC. Com esse intuito foi criada uma liga acadêmica multidisciplinar destinada à prevenção de doenças renais, a Liga Pré-Renal. Um dos projetos desta liga inclui o Dia Mundial do Rim (DMR), um rastreio da DRC realizado na cidade de Juiz de Fora, MG. Para tal foi utilizado o questionário Screening For Occult Renal Disease (SCORED), validado para o português brasileiro. O estudo foi baseado nos dados deste rastreio para calcular a prevalência de HAS e de DM naqueles pacientes que apresentaram SCORED _ 4 com o objetivo de comprovar a relação dessas doenças com um risco aumentado de DRC.
MÉTODOS: O SCORED é um questionário composto por nove questões com pesos distintos, que avaliam a presença de fatores de risco, e presume uma chance de 20% para DRC em pontuações _ 4. Foi a ferramenta empregada para rastreio durante o DMR por apresentar como vantagens: fácil compreensão, boa aceitação e baixo custo. Possui sensibilidade de 80% e especificidade de 65%. Neste estudo, foi selecionada uma amostra aleatória de 500 questionários SCORED de participantes do DMR. Dentre estes, foram analisados os que apresentaram SCORED _ 4 e calculado o número de indivíduos com HAS e/ou DM, com o propósito de se obter a relação destas comorbidades com risco 20% maior de apresentar DRC.
RESULTADOS: Dos 500 adultos entrevistados, 365 possuem SCORED _ 4 (66,0036%), 95 possuem somente DM (26,0274%), 242 possuem somente HAS (66,3014%) e 77 possuem ambas (21,0959%).
CONCLUSÃO: Os resultados do presente estudo permitem concluir que há forte associação entre a presença de HAS e/ou de DM e risco aumentado de desenvolver DRC. Assim, é possível inferir que essas doenças estão entre os principais fatores de risco para o desenvolvimento de DRC, sendo a HAS de prevalência ainda maior (66,3014% dos pacientes analisados). Portanto, rastreio, tratamento e acompanhamento dos pacientes hipertensos e diabéticos são de suma importância para prevenção e controle da DRC.


TLP: 309

Amiloidose Priméria associada ao Mieloma Múltiplo: Relatode Caso

Autor(es): Cristiane Nahas Lara Camargos; Rafaela Anselmo Soares; Antônio Soares Dias Junior; Betânia Mara de Freitas Nogueira; Fabiana Souza Máximo Pereira; Flávia Nascimento Dutra; Larissa Santos Pessoa; Luanda Oguieli Ferreira Barbosa; Telmo de Andrade Oliveira

Hospital da Baleia – Belo Horizonte

INTRODUÇÃO: a amiloidose (AD) é caracterizada pela deposição extracelular localizada ou sistêmica de substância proteica. É uma doença rara, predomínio no sexo masculino e diagnóstico médio aos 64 anos. Uma das principais formas é a AD de cadeia leve de imunoglobulinas (AL), com manifestação isolada ou em associação com outras discrasias celulares sanguíneas, como o mieloma múltiplo (MM). AAD ALocorre em aproximadamente 10% dos doentes com MM, este normalmente é diagnosticado primeiramente e acarreta em pior prognóstico. As manifestações mucocutâneas são frequentes e podem anteceder o aparecimento de outros sintomas de discrasia plasmocitária, possibilitando o diagnóstico mais precoce da AD. O acometimento cardíaco ocorre em aproximadamente 60% dos pacientes.
DESCRIÇÃO DO CASO: A. M. S. , 67 anos, masculino, admitido no serviço de hemodiálise em janeiro de 2014, por provável etiologia pós-renal. Internado em maio para investigação de anemia com necessidade de múltiplas hemotransfusões, não justificada apenas pela falência renal. Propedêutica: cinética de ferro compatível com anemia de doença crônica hipoproliferativa, dosagem de vitamina B12/ácido fólico e endoscopia digestiva alta e colonoscopia sem alterações. Rins de volume normal à ultrassonografia. Identificado lesões espessadas de pele em tórax e membros superiores já biopsiadas em serviço de origem. Cobrado resultado: acúmulo de material amorfo eosinofílico, vermelho congo positivo, compatível com amiloidose, sem imunohistoquímica. Eletroforese de proteínas e mielograma compatíveis com MM. Evoluiu com piora do padrão respiratório e tomografia de tórax evidenciou padrão sugestivo de proteinose alveolar. Ecocardiograma sem alterações significativas.
DISCUSSÃO: A AD associada ao MM é uma doença rara e com prognóstico ruim. Normalmente o MM é diagnosticado primeiro e acarreta em proteinúria com perda de função renal progressiva. No caso relatado a investigação etiológica se iniciou já na vigência de tratamento hemodialítico, sendo a AD o diagnóstico primário. As lesões cutâneas, se inicialmente valorizadas, acarretariam em um diagnóstico precoce, o que talvez mudasse o curso da doença renal. A presença de proteinose alveolar é uma apresentação rara e de difícil tratamento, com alta taxa de mortalidade. Alterações cardíacas, manifestação comum, não foram encontradas.
CONCLUSÃO: a doença renal crônica dialítica deve ter sempre sua etiologia pesquisada e nenhuma manifestação clínica deve ser negligenciada.


TLP: 310

A armadilha de tratar doença de baixo turnover pela estimulação do PTH: efeitos na porosidade cortical

Autor(es): Maria Júlia Correia Lima Nepomuceno Araújo; Cristina Karohl; Rosilene Elias; Fellype Barreto; Daniela V Barreto; Maria Eugênia Canziani; Aluizio Barbosa Carvalho; Vanda Jorgetti; Rosa Maria Affonso Moyses

Universidade de São Paulo

INTRODUÇÃO O compartimento cortical é parte essencial na homeostase óssea e contribui significativamente para a força mecânica do esqueleto. No entanto, há poucos estudos com dados de biópsia óssea, e eles descreveram aumento da porosidade cortical (Ct. Po) nos pacientes com doença renal crônica (DRC), principalmente em negros. Mas não há dados prospectivos que relatem o efeito da terapia de DMO-DRC na Ct. Po.
MÉTODOS Foi realizada a medida da Ct. Po em biópsias ósseas de pacientes em diálise, que fizeram parte de um estudo prospectivo que avaliou os efeitos dos quelantes de fósforo (BRIC). O tratamento para DMO-DRC foi ajustado de acordo com a primeira biópsia, objetivando normalizar a remodelação óssea, independente das medidas de PTH. Uma segunda biópsia foi realizada 1 ano após.
RESULTADOS Foram avaliados 52 pacientes com PTH basal de 265 pg/ml (124-633). De acordo com a classificação TMV, 44% tinha doença de baixa remodelação, 50% baixo volume trabecular e 54% mineralização anormal. A Ct. Po inicial foi alta (29,5% (16,7; 46) e aumentou em 59,6% dos pacientes após 1 ano, com uma variação de 6,1% (-11; 23). Trinta pacientes tiveram aumento de PTH com a terapia recebida. A variação do PTH se correlacionou com a mudança na taxa de formação óssea (r=0,28; p<0,05), e com a variação de Ct. Po (r=0,3; p<0,05). A variação da Ct. Po foi maior nos pacientes não brancos que nos brancos (16,6 vs. -1. 1%, respectivamente), e nos pacientes com PTH basal < 300 pg/ml (p<0,05). Na análise de regressão múltipla ajustada para idade, gênero e terapia, a variação de Ct. Po foi dependente da variação de PTH e da raça.
CONCLUSÃO: Neste estudo prospectivo e randomizado, foi demonstrado um aumento da Ct. Po em pacientes dialíticos, mais evidente nos não brancos, independente da elevação progressiva do PTH. Talvez a elevação do PTH com o objetivo de normalizar a taxa de formação óssea do osso trabecular possa aumentar o risco de perda de osso cortical e provavelmente de fraturas.


TLP: 311

Calcifilaxia – Relato de Caso

Autor(es): Marcos Vinicius de Sousa; Luiz Carlos Nogueira Falcão; Nathalia Carbinatti Franzini; Renata de Almeida França; Roberta Diana Bueno de Souza; Vitor Godinho de Toledo; Jose Butori Lopes de Faria

Universidade Estadual de Campinas

Paciente, 48 anos, sexo feminino, hipertensa, com fibrilação atrial crônica sem anticoagulação, portadora de diabetes mellitus tipo 2 não insulino dependente, dislipidêmica e com doença renal crônica estágio V em hemodiálise desde 1996 (transplante renal prévio com doador vivo relacionado HLA II 1998-2009), doença de base pielonefrite crônica secundária a refluxo vesico-ureteral. Iniciou há quatro meses quadro de lesões cutâneas nodulares que evoluíram para úlceras dolorosas em quirodáctilos, hálux, calcâneo esquerdos e coxa esquerda acompanhados de secreção purulenta. Inicialmente foi tratada com antibiótico em clínica de hemodiálise sem melhora.
Realizada investigação diagnóstica que excluiu lesão cutânea associada ao warfarin, endocardite bacteriana aguda (ecocardiograma transtorácico sem alterações e culturas negativas) e vasculite por biópsia de pele, atribuído o quadro a lesões isquêmicas. Desse modo, por apresentar hiperparatireoidismo secundário (PTH: 1482pg/mL sem evidência de adenoma a cintilografia de paratireoides) com produto cálcio e fósforo alto (74,4 mg2/dL2) foi realizado o diagnóstico de calcifilaxia e iniciado tratamento com cinacalcete e tiossulfonato de sódio por 10 dias com desbridamento cirúrgico das lesões cutânea. Apesar do tratamento evoluiu a óbito por choque séptico de foco cutâneo.
A calcifilaxia é uma complicação rara e grave que acomete pacientes com hiperparatireoidismo secundário à doença renal crônica. Caracteriza-se por necrose isquêmica cutânea, de instalação aguda e progressiva, secundária à calcificação de vasos sanguíneos de pequeno ou de médio calibre. A etiopatogenia da desta doença ainda não é bem estabelecida e seu tratamento baseia-se principalmente na prevenção, com manutenção de níveis adequados de cálcio e fósforo. É possível ainda que estes pacientes se beneficiem do tratamento com tiossulfato de sódio. É muito importante que o diagnóstico de calcifilaxia em paciente com falência renal e que apresenta lesões de pele como no caso apresentado seja considerado, uma vez que o início precoce do tratamento com tiossulfato de sódio parece estar associado ao melhor prognóstico.


TLP: 312

É possível com o uso de diagnósticos de enfermagemajudar na prevenção da progressão da doença renalcrônica? Um caminho positivo com apoio da enfermagemna atenção secundária

Autor(es): Jessica Poliana de Souza; Dandara Novakowski Spigolon; Ana Paula Modesto

Pontifícia Universidade Católica do Paraná

INTRODUÇÃO: A doença renal crônica (DRC) destaca-se como um problema de saúde pública, com aumento da incidência e prevalência em todo o mundo. Além disso, caracteriza-se pela deterioração irreversível da função renal, isto ocorre por falha na capacidade do organismo manter o equilíbrio metabólico e eletrolítico. Como progride muitas vezes em longo prazo, a atenção secundária tem um importante papel na prevenção da progressão da doença, assim como o apoio da enfermagem na educação e orientação destes pacientes, o que reflete positivamente no prognóstico da doença.
OBJETIVOs: O objetivo deste estudo foi reconhecer na taxionomia de NANDA® (North American Nursing Diagnosis Association), os diagnósticos de enfermagem relacionados aos pacientes com DRC em tratamento conservador, e paralelamente a isto, a elaboração de um instrumento de coleta de dados que identifique estes diagnósticos de enfermagem.
MÉTODO: Foram realizadas consultas de enfermagem no ambulatório de nefrologia geral de um hospital de Curitiba-PR, entre os meses de agosto de 2013 e junho de 2014. Foi elaborado um instrumento para o atendimento de enfermagem com dados demográficos e clínicos, junto a isto, foram identificados e selecionados os diagnósticos de enfermagem pertinentes aos atendimentos prestados. Posteriormente os dados eram repassados a um formulário desenvolvido com o auxílio do software online do Google Docs, o Google Form, que auxiliou nas análises dos dados, utilizando percentagens. Foram considerados importantes todos os diagnósticos de enfermagem que atingiram mais de 50% na sua utilização durante os atendimentos.
RESULTADOS: Obteve-se uma população de 45 pacientes. Foram identificados 34 diagnósticos de enfermagem, dos quais 7 obtiveram mais de 50% na sua utilização para os atendimentos prestados, dentre eles: Eliminação urinária prejudicada; Risco de desequilíbrio eletrolítico; Risco de glicemia instável; Risco de motilidade gastrointestinal disfuncional; Risco de perfusão tissular cardíaca diminuída; Volume de líquidos excessivo; e Risco de perfusão renal ineficaz, o qual esteve presente na maioria dos indivíduos.
CONCLUSÃO: Os diagnósticos de enfermagem apresentaram-se relevantes nos problemas potenciais e de risco desta população. Mostraram-se úteis na educação e orientação da enfermagem a estes indivíduos, de maneira adequada e indispensável na prevenção da progressão da DRC.


TLP: 313

Força de preensão manual em pacientes com doença renalcrônica e hiperparatireoidismo secundário

Autor(es): Rackel Mota da Costa; Viviane Liu; Tatiana Martins Aniteli; Roberto Savio Silva Santos; Rosilene Motta Elias; Rosa Maria Affonso Moysés; Vanda Jorgetti

Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

INTRODUÇÃO: O teste de Força de Preensão Manual (FPM) tem sido usado como indicador de desnutrição além de se associar com maior risco de mortalidade nos pacientes em hemodiálise (HD). No entanto se desconhece o papel desse teste em pacientes com Hiperparatireoidismo Secundário (HPTS). Essa compreensão se faz necessária uma vez que o HPTS compromete o estado geral do paciente, refletido principalmente por sintomas clínicos e alterações no metabolismo energético e ósseo.
OBJETIVO: Investigar a influência do HPTS na FPM de pacientes em HD.
METODOLOGIA: Avaliamos, durante 5 semanas, 33 pacientes (11 M, 44. 8 ± 14. 05 anos) em HD há no mínimo 3 meses, divididos pelos níveis séricos de paratormônio (PTH): Grupo Controle (GC; n= 12) com o PTH < 300 (218. 3 ± 91. 7) e grupo HPTS (GHPTS; n= 21) com o PTH > 300 (1716. 6 ± 915. 1). Aforça de preensão manual foi medida com auxílio de dinamômetro por três vezes consecutivas resultando valores em kg onde somente o maior valor foi considerado. O índice de massa corporal (IMC) também foi analisado.
RESULTADOS: Não observamos diferenças entre os grupos, GC e GHPTS, respectivamente, quanto à idade (42. 8 ± 16. 4, 46. 8 ± 11. 7; p= 0. 47) peso (66. 7 ± 14. 1, 68. 1 ± 21; p= 0. 83) e IMC (25 ± 4. 3, 26. 6 ± 7; p= 0. 56). No entanto a FPM foi significativamente menor nos pacientes com HPTS (28. 4 ± 8. 11, 20. 8 ± 7. 6; p= 0. 01).
CONCLUSÃO: Os resultados revelaram que pacientes com HPTS tem redução na FPM.

Palavras chave: Doença renal crônica, Hiperparatireoidismo secundário, Força de preensão manual, Hemodiálise.


TLP: 314

Avaliação da ingestão dietética de pacientes renais crônicos em tratamento conservador atendidos em ambulatório de nefrologia da cidade de Curitiba, Paraná

Autor(es): Maynara Bostelmann Gomes; Andrea Emanuella Chaud Hallvass; Roberto Flávio Pecoits-Filho; Cyntia Leinig

Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Escola de Saúde e Biociências. Curso de Nutrição.

INTRODUÇÃO: A nutrição pode contribuir para prevenção da progressão da doença renal crônica (DRC).
OBJETIVOS: Caracterizar o perfil nutricional de indivíduos renais crônicos em tratamento conservador.
MÉTODOS: Indivíduos de ambos os sexos, acima de 18 anos, atendidos por um ambulatório de nefrologia de Curitiba. Como medidas antropométricas peso, altura, índice de massa corporal (IMC), circunferência do braço (CB), prega cutânea do tríceps (PCT) e circunferência muscular do braço (CMB) foram medidos. Foram avaliados consumo calórico e proteico, além de sódio, cálcio, potássio e fósforo através do registro alimentar de 3 dias.
RESULTADOS: Dos 47 pacientes, 53% eram homens. A idade média foi de 67±10 anos. Quase 96% eram hipertensos e 55% diabéticos. 61,7% estavam no estágio 3 de doença renal, com uma taxa de filtração glomerular de 39,14±15,53 mlmin1,73 m2. Observou-se maior prevalência de sobrepeso e obesidade (75% adultos e 53,84% idosos). A média de IMC resultou em 28,5±4,73 Kgm2. Utilizando-se a PCT, 19,15% estavam com excesso de peso e, de acordo com a CMB, 46,8% estavam desnutridos. Do total de pacientes, 91% consumiram dietas hipocalóricas e 70% excederam a recomendação de proteína por quilo de peso. O consumo médio de proteínas foi de 0,94±0,51 kgm2, com uma adequação de 156,6%. O consumo médio de cálcio, fósforo, sódio e potássio não atingiu as recomendações priorizadas a esta população, apresentando porcentagens de adequação de 24,97%, 91,5%, 66,35% e 64,1%, respectivamente.
CONCLUSÃO: Observa-se necessidade de educação nutricional com estratégias que estimulem a adesão ao tratamento para redução da progressão da doença.


TLP: 315

Avaliação do perfil epidemiológico da Hipertensão Arterial Sistêmica em uma amostra da população de quatromunicípios do interior do estado do Ceará

Autor(es): Leandro Costa Lima; Camilla Neves Jacinto; Lucas Nascimento Meneses; João Mendes Vasconcelos; Yago Sucupira Amaral; Levi Mota Marques; Lorena Vasconcelos Mesquita Martiniano; Geraldo Bezerra da Silva Junior; Alexandre Braga Liborio; Elizabeth De Francesco Daher

Universidade Federal do Ceará

INTRODUÇÃO: Habitantes de cidades em transição urbana ainda têm hábitos alimentares ligados à produção local, o que, tratando-se de municípios do Nordeste brasileiro, representa uma alimentação influenciada pela adição de sal, que tem relação direta com a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS). Neste estudo, o objetivo foi avaliar aspectos epidemiológicos e suas possíveis influências na prevalência e no controle da HAS em quatro municípios do estado do Ceará.
MÉTODOS: Foi realizado rastreio para HAS e alterações urinárias em campanhas realizadas nos municípios de Amontada, Guaramiranga, Itarema e Itapiúna, todos no interior do Ceará entre os anos de 2009 e 2013. Aplicou-se questionário para obter dados sociodemográficos sobre hábitos de vida, fármacos em uso e antecedentes familiares, sendo realizada medição da pressão arterial (PA) e coleta de amostra de urina para exame com fita reagente.
RESULTADOS: Um total de 610 indivíduos foi avaliado, dos quais 60,4% eram do sexo feminino. A média de idade foi de 49,22±17,35 anos (variando entre 9 e 92 anos). Dentre os entrevistados, 41,6% referiram história de HAS e 69,5% história familiar, e ainda, 45,8%, história familiar de doença cardiovascular. Entre os que não se diziam hipertensos, 58,4%, a média da PAS foi de 124,12±14,49mmHg e a da PAD foi de 81,09±10,84mmHg. Desses indivíduos, 50% tinha PA classificada como 0, 15,8% como 1, 23,2% como 2, 9,6% como 3 e 1,4% como 4. Dentre os que se diziam hipertensos, a média da pressão arterial sistólica (PAS) foi de 146,07±24,02mmHg e a da pressão arterial diastólica (PAD), 88,92±13,78mmHg, dos quais 12,7% tinha PA classificada como 0, 12,3% como 1, 32,9% como 2, 27,8% como 3 e 14,3% como 4. Entre os hipertensos, 17,4% reportaram não utilizar anti-hipertensivos. Dos que fazem terapia para HAS, 24,3% usam diuréticos, 19,6% iECA, 7,9% beta bloqueador e 2,3% antagonista de receptor de angiotensina. Contudo, a maioria dos esquemas é combinado, associando diurético a beta bloqueador e a iECA em 9,3% e 21,4% dos casos, respectivamente. A prevalência de proteinúria foi de 31,55% nos indivíduos sabidamente hipertensos.
CONCLUSÃO: A prevalência de HAS na população estudada foi maior do que a observada em estudos recentes no Brasil. Isso se deve, possivelmente, a um mau controle da PA, relacionado a falhas na prescrição/adesão dos hipotensores e à dieta hipersódica, sendo importante uma análise regular do uso dos fármacos e dosagem de sódio urinário, com a regularidade necessária.


TLP: 316

Avaliação da Microarquitetura Óssea pela Tomografia Computadorizada Quantitativa Periférica de Alta Resolução em Pacientes com Doença Renal Crônica: uma Comparaçãocom a Biópsia Óssea Transilíaca

Autor(es): Igor Marques; Maria Júlia Araújo; Fabiana Graciolli; Luciene dos Reis; Melani Custódio; Rosa Pereira; Sophie Jamal; Vanda Jorgetti; Elias David-Neto; Rosa Moysés

Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

INTRODUÇÃO: A tomografia computadorizada quantitativa periférica de alta resolução (HR-pQCT) é uma técnica de imagem não invasiva que avalia a microarquitetura óssea cortical e trabecular in vivo. O objetivo deste estudo foi avaliar, pela primeira vez, a correlação entre as medidas de HR-pQCT e de biópsia óssea transilíaca (Bx) em pacientes em diálise.
MÉTODOS: Nós medimos a densidade mineral óssea (DMO) por HR-pQCT e absortometria de raio-x de dupla energia (DXA) em 31 pacientes com DRC estágio 5D. As Bx foram analisadas por histomorformetria 2D, e medidas do volume ósseo trabecular total e mineralizado foram realizadas (2D BV/TV and 2D Md. V/TV, respectivamente), assim como da porosidade cortical (2D Ct. Po).
RESULTADOS: Os pacientes (19 homens) tinham 41±11 anos de idade, com um tempo em diálise de 28 meses, IMC de 24kg/m2, cálcio sérico de 8,4±0,6 mg/dl, fósforo de 3,4±1,5 mg/dl, fosfatase alcalina 93(71-145) U/L, PTH 688±489 pg/ml; 25-vitamina D 22(15-34) ng/ml and esclerostina 1,03(0,51-1,83) ng/ml. 2D BV/TV correlacionou-se significativamente com a altura, DXA da coluna lombar (r =0,70) e fêmur total (r = 0,59), e de forma modesta com HR-pQCT BV/TV no rádio (r = 0,42; p< 0,05), mas não na tíbia. 2D Md. V/TV correlacionou-se significativamente com a idade, altura, DEXA da coluna lombar (r =0,67) e fêmur total (r = 0,63), e HRpQCT BV/TV apenas no rádio (r = 0,50; p< 0,05). Por outro lado, uma forte correlação foi encontrada entre 2D Ct. Po e a densidade cortical óssea (Dcomp) por HR-pQCT, tanto no rádio quanto na tíbia (r = -0,60 e -0,64, respectivamente; p <0,05).
CONCLUSÕES: Houve uma boa concordância entre HR-pQCT e 2D BV/TV com relação ao compartimento cortical. Por outro lado, no osso trabecular, embora estatisticamente significante e maior do que a descrita na população geral, as correlações entre os dois métodos foram modestas, indicando que a HR-pQCT não pode ser utilizada para predizer 2D BV/TV. Além disso, estudos maiores são necessários, bem como estudos para determinar se essas medidas não invasivas podem predizer fraturas.


TLP: 317

Perfil epidemiológico de indivíduos com doença renalcrônica encaminhados a atenção secundária

Autor(es): Elaine Amaral de Paula; Chislene Pereira Vanelli; Christiane Chaves Augusto Leite Simão; Márcio Santos Caminhas; Carla Marcia Moreira Lanna; Darcília Maria Nagen da Costa; Marcus Gomes Bastos; Fernando Antonio Basile Colugnati; Mônica Barros Costa; Rogério Baumgratz de Paula

NIEPEN

INTRODUÇÃO: A epidemia da doença renal crônica (DRC) no Brasil e no mundo, aliada aos prejuízos sociais e econômicos advindos da elevada morbimortalidade despertam para a necessidade de se promover intervenções mais precoces. Para tanto, torna-se fundamental o conhecimento do perfil clínico e sociodemográfico de renais crônicos em estágios iniciais da DRC.
OBJETIVOS: Descrever o perfil epidemiológico de renais crônicos encaminhados da atenção primária à atenção secundária em Juiz de Fora/Minas Gerais.
MÉTODOS: Estudo transversal, descritivo com análise quantitativa. A população alvo foi composta por 1229 usuários encaminhados, a partir da APS, ao ambulatório de DRC do CHDM/JF no período de setembro de 2010 a agosto de 2012. Assim, selecionou-se 906 prontuários. Os dados sociodemográficos e clínicos foram obtidos através de prontuário eletrônico. O estágio da DRC foi classificado com base na taxa de filtração glomerular estimada a partir da creatinina sérica pela fórmula MDRD.
RESULTADOS: Dos 906 prontuários avaliados, 53% eram homens, a média de idade foi de 65 (± 13,7). Houve predomínio de etnia “não branca” (74%) e baixa escolaridade (79%), 74% eram aposentados ou recebiam algum benefício previdenciário. Dentre as etiologias identificadas, as mais prevalentes foram nefropatia hipertensiva (27%) seguida da doença renal diabética (12%), destaca-se elevado percentual de etiologia indeterminada (21%) e causas não informadas (31%). Em relação aos fatores de risco para DRC, o mais prevalente foi a hipertensão arterial (91%), seguida de descontrole da diabetes mellitus (75%), idade acima de 60 anos (66%), nível elevado da pressão arterial (61%), diabetes mellitus (37%), história familiar de DRC (24%) e tabagismo (14%). Em relação ao estágio da DRC 6% estavam no estágio 1 ou 2; 15% estágio 3A; 37% estágio 3B; 34% estágio 4 e 8% estágio 5. Houve associação significativa entre estágio da DRC e as seguintes variáveis: idade, ocupação, escolaridade, história pessoal de tabagismo, hipertensão arterial e doença cardiovascular prévia.
CONCLUSÕES: Nesta população, dentre os fatores de risco associados à DRC, destaca-se a história pessoal de tabagismo e o descontrole da DM como fatores de risco passíveis de modificação. Além disso, a associação do estágio da DRC com escolaridade sugere a importância do profissional de saúde se atentar para o grau de entendimento das orientações sobre autocuidado.


TLP: 318

Vigilância epidemiológica: o contexto da doença renal crônica na atenção primária à saúde. 

Autor(es): Elaine Amaral de Paula; Christiane Chaves Augusto Leite Simão; Chislene Pereira Vanelli; Bruna Caldas Soares; Carla Marcia Moreira Lanna; Darcília Maria Nagen da Costa; Marcus Gomes Bastos; Fernando Antonio Basile Colugnati; Rogério Baumgratz de Paula; Mônica Barros Costa

NIEPEN

INTRODUÇÃO: A falta de normatização para assistência ao renal crônico na atenção primária à saúde (APS) resulta em subdiagnóstico e encaminhamento tardio desse grupo de pacientes ao especialista. Ações programadas de vigilância epidemiológica (VE) poderiam contribuir para prevenção e para a organização da assistência à DRC em estágios iniciais.
OBJETIVOS: avaliar as ações de VE direcionadas ao renal crônico na APS em um município de médio porte em Minas Gerais.
MÉTODOS: Foram selecionadas 14 Unidades de Atenção Primária à Saúde (UAPS) de acordo com a região administrativa e a frequência de encaminhamento para atenção secundária. O grau de implantação das ações de VE foi estimado através de entrevistas semiestruturadas com três atores – chave: médico, gerente e agente comunitário de cada UAPS, enfatizando aspectos relativos à infra-estrutura e ao processo de trabalho. Foram atribuídos pontos às variáveis selecionadas, cujo somatório, classificou a VE como: implantada, parcialmente implantada e não implantada.
RESULTADOS: Em 36% das UAPS a VE foi considerada implantada em apenas 36% e não implantada em 29%, encontrando-se mais estruturadas nas UAPS com Estratégia Saúde da Família quando comparadas as UAPS tradicionais. Quanto às características de estrutura, destaca-se a falta de medicamentos para tratamento da hipertensão arterial e do diabetes mellitus (69%), falta de consultórios para o atendimento de médico e enfermeiro ao mesmo tempo (62%) e déficit de profissionais na APS (54%). Cem por cento dos médicos entrevistados relataram ausência de guidelines para diagnóstico e acompanhamento da DRC na APS. Além disso, observou-se desconhecimento acerca dos critérios de encaminhamento para atenção secundária em 43% das entrevistas com os médicos, não monitoramento e falta de busca ativa em 46% das equipes.
CONCLUSÕES: As ações de VE direcionadas a atenção ao renal crônico apresentaram deficiências graves que comprometem a sua implantação plena no âmbito municipal.


TLP: 319

Rastreamento da doença renal crônica na atenção primáriaà saúde

Autor(es): Elaine Amaral de Paula; Christiane Chaves Augusto Leite Simão; Chislene Pereira Vanelli; Natália Cristina Simão da Silva; Carla Marcia Moreira Lanna; Darcília Maria Nagen da Costa; Marcus Gomes Bastos; Fernando Antonio Basile Colugnati; Mônica Barros Costa; Rogério Baumgratz de Paula

NIEPEN

INTRODUÇÃO: A doença renal crônica (DRC) constitui condição crônica de elevada prevalência e morbimortalidade em nosso meio, entretanto permanece negligenciada, sobretudo em seus estágios iniciais. A atenção primária a saúde (APS) representa o primeiro contato do usuário com a rede de atenção à saúde, evidenciando a importância da participação dos profissionais da APS na detecção precoce da DRC.
OBJETIVO: Descrever estratégias de rastreamento da DRC no âmbito da APS, em um município de médio porte, em Minas Gerais.
MÉTODOS: Em estudo transversal, descritivo de análise quantitativa, foram selecionadas 14 unidades de APS de acordo com a região administrativa e a frequência de encaminhamento para atenção secundária. Para análise das estratégias de rastreamento da DRC foi realizada entrevista semiestruturada com 14 médicos, um em cada unidade de APS selecionada. Foram também revisados 3. 654 prontuários de usuários acompanhados nos grupos de hipertensão e diabétes destas unidades, dos quais foram incluídos 2. 070 com exames laboratoriais disponíveis no período de 2008 a 2010. Ataxa de filtração glomerular foi estimada a partir da fórmula MDRD.
RESULTADOS: Das 14 unidades de APS selecionadas para entrevista, 11 eram de estratégia saúde da família, duas eram tradicionais e uma atuava em modelo de atenção misto. A revisão de prontuários foi realizada em 12 unidades, pois duas unidades não dispunham da lista de hipertensos e diabéticos. A entrevista com os 14 médicos da APS revelou que como critério de rastreamento para DRC 64,2% utilizam a creatinina sérica, 36% a proteinúria, 29% a filtração glomerular, 14% o valor do clearence fornecido pelo laboratório e apenas 0,07% citou a microalbuminúria como critério. A análise dos prontuários revelou prevalência de 76% de hipertensos e 24% de diabéticos. Em relação ao rastreamento da DRC, verificou-se que havia registro de um valor de creatinina sérica em 75% dos prontuários avaliados e, apenas 59% havia registro de dois valores de creatinina sérica no período do estudo. A prevalência de DRC segundo o critério de filtração glomerular foi de 21% entre hipertensos e 25% entre diabéticos. .
CONCLUSÕES: Em uma população de alto risco acompanhada na APS, a creatinina sérica é o principal parâmetro utilizado para detecção da DRC, em detrimento da filtração glomerular e da presença de microalbuminúria.


TLP: 320

Tabagismo, depressão, ansiedade e morbidade psiquiatrica em doentes renais crônicos

Autor(es): Denise Helena Madureira Pará Diniz; Maíra Eloá Pereira Simonetti; Maria Fernanda Zamarian; Simone Godoy; Marcelo Andery Naves; Luiza Franco; Luiz Otávio Yokoyama; Thatiana Cicolo; Sibela Vasconcelos Andrade; Nestor Schor

Unifesp

INTRODUÇÃO: A Organização Mundial de Saúde (OMS) mostra que cerca de cinco milhões de pessoas morrem, por ano, vítimas do uso de tabaco. Estudos apontam que a dependência do tabaco está associada às doenças crônicas (Diniz et al, 2013).
OBJETIVO GERAL: Avaliar prevalência de tabagismo de doentes renais crônicos em hemodiálise.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS: Avaliar sintomas de depressão, de ansiedade e morbidade psiquiátrica desses pacientes.
MÉTODO: Estudo prospectivo de corte transversal. Sujeitos: 52 pacientes em hemodiálise, selecionados aleatoriamente. Critérios de Inclusão:portadores de Doença Renal Crônica (DRC); maiores 18 anos; condições cognitivas e motoras adequadas. Critérios de Exclusão: Amaurose; deficiência auditiva; transtornos psiquiátricos; gestantes. Locais:Enfermaria de hemodiálise do Hospital São Paulo (HSP/UNIFESP), Clínicas “Nefroclínica de Londrina” e “Grupo de Apoio Nefrológico” de São Paulo. Instrumentos:Screening sociodemográfico do Setor de Psiconefrologia, Fagerströn Test (FTND); Self-Report Questionnaire (SRQ-20);Beck Depression Inventory (BDI);Beck Anxiety Inventory (BAI).
RESULTADOS: 27(52%) homens; x idade 44 anos; 35(67%) casados; 19(36%) aposentados; 32(61%) católicos; 28(53%) pardos. Constatamos três grupos de pacientes: “tabagistas”, “ex-tabagistas” e “não tabagistas”. Prevalência: 6 (11%) tabagistas; 12 (23%) ex-tabagistas; 34 (65%) não tabagistas. Aspectos Psíquicos:Tabagistas: Depressão:17% nível mínimo; 17% nível leve; 33% nível moderado e 33% nível grave. Ansiedade: 33,3% nível mínimo; 33,3% nível leve e 33,3% nível moderado. Morbidade psiquiátrica:83% “prováveis casos”psiquiátricos. Ex-tabagistas:Depressão: 5(42%) nível mínimo; 5(42%) leve; 1(8%) moderado e 1(8%)grave. Ansiedade: 7(59%) nível mínimo e 5(41%) leve. Morbidade psiquiátrica: 5(41%) “prováveis casos”psiquiátricos. Não tabagistas: Depressão: 12(36%) nível mínimo; 11(32%) leve; 9(27%) moderado e 2(5%) grave. Ansiedade: 22(64%) nível mínimo; 9(27%) leve e 3(9%)moderada. Morbidade psiquiátrica: 20(60%) “prováveis casos” psiquiátricos.
CONCLUSÕES: 1. Constatamos mais pacientes não tabagistas. 2. O grupo de não tabagistas foi o que apresentou mais sintomas de depressão dos níveis moderado e grave, quando comparado aos outros grupos. 3. Os sintomas de ansiedade de todos os grupos caracterizaram níveis mínimo e leve. 4. Os grupos de tabagistas e o de não tabagistas apresentaram maiores escores de morbidade psiquiátrica.


TLP: 321

Alcoolismo e aspectos psíquicos em pacientes submetidos à hemodiálise

Autor(es): Denise Helena Madureira Pará Diniz; Maíra Eloá Pereira Simonetti; Maria Fernanda Zamarian; Simone Godoy; Marcelo Andery Naves; Luiza Franco; Luiz Otávio Yokoyama; Thatiana Cicolo; Sibela Vasconcelos Andrade; Nestor Schor

Unifesp

INTRODUÇÃO: O álcool é citado em literatura nacional como a substância mais consumida no Brasil, em função da facilidade com que é obtida. Definido como uma doença complexa,o alcoolismo, implica na necessidade de diversos tratamentos, decorrente dos sintomas que aparecem como consequência do uso abusivo(Portugal et al. 2010).
OBJETIVO GERAL: Avaliar prevalência de alcoolismo de pacientes em hemodiálise.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS: Avaliar sintomas de depressão, de ansiedade e morbidade psiquiátrica desses pacientes.
MÉTODO: Estudo prospectivo de corte transversal. Sujeitos: 52 pacientes em hemodiálise, selecionados aleatoriamente. Critérios de Inclusão: portadores de Doença Renal Crônica (DRC);maiores 18 anos; condições cognitivas e motoras adequadas. Critérios de Exclusão: Amaurose; deficiência auditiva; transtornos psiquiátricos; gestantes. Locais: Enfermaria de hemodiálise do Hospital São Paulo (HSP/UNIFESP), Clínicas “Nefroclínica de Londrina” e “Grupo de Apoio Nefrológico” de São Paulo. Instrumentos: Screening sociodemográfico do Setor de Psiconefrologia; Self-Report Questionnaire (SRQ-20);Short Alcohol Dependence Data(SADD); Beck Depression Inventory (BDI); Beck Anxiety Inventory (BAI).
RESULTADOS: 27(52%) homens; x idade 44 anos; 35 (67%) casados; 19(36%) aposentados; 32 61%) católicos; 28 (53%) pardos. Constatamos três grupos de pacientes: “alcoolistas”, “ex-alcoolistas” e “não alcoolistas”. Prevalência: 6 (11%) Alcoolistas; 13 (25%) Exalcoolistas; 33 (64%) Não alcoolistas. Aspectos Psíquicos: Alcoolistas: Depressão: 33% nível mínimo; 17% leve; 17% moderado e 33% grave. Ansiedade: 50% nível mínimo; 33% leve e 17% moderada. Morbidade Psiquiátrica: 50%” prováveis casos” psiquiátricos. Exalcoolistas: Depressão: 7 (54%) nível mínimo; 3 (23%) leve; 1 (8%) moderado e 2 (15%) grave. Ansiedade: 8 (62%) nível mínimo; 4 (30%) leve e 1 (8%) moderado. Morbidade Psiquiátrica: 8 (61%) “prováveis casos” psiquiátricos. Não alcoolistas: Depressão: 12 (36%) nível mínimo; 10 (32%) leve; 9 (27%)moderado e 2 (5%)grave. Ansiedade: 21 (64%) nível mínimo; 9 (27%) leve e 3 (9%) moderado. Morbidade Psiquiátrica: 13(39%) “prováveis casos” psiquiátricos.
CONCLUSÕES: 1. O grupo de não alcoolistas possuía numero maior de pacientes, quando comparado com os outros grupos. 2. Todos os grupos apresentaram sintomas de depressão caracterizados como: níveis mínimo e leve. 3. Os níveis de ansiedade em todos os grupos,também caracterizaram-se como mínimo e leve. 4. Nos grupos de alcoolistas e ex-alcoolistas obtivemos maiores “prováveis casos” psiquiátricos.


TLP: 322

Controle da Pressão Arterial e a Doença Renal Crônica

Autor(es): Matheus Miranda Mendes; Rachel Freitas Lopes Nunes; Elaine Amaral de Paula; Marcus Gomes Bastos; Marjory Sayuri Costa; Livia de Almeida Alvarenga; Thayane Pereira Detoni; Iris Teixeira Soares; Esther Ferreira Timoteo; Fernando Antonio Basile Colugnat

Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas em Nefrologia/NIEPEN, Universidade Federal de Juiz de Fora, Minas Gerais.

INTRODUÇÃO: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença renal crônica (DRC), sendo que a associação entre essas duas doenças aumenta consideravelmente o risco cardiovascular nesses indivíduos. O controle da pressão arterial em indivíduos com DRC objetiva diminuir a progressão dessa doença em seus estágios iniciais e reduzir os riscos cardiovasculares em todos os estágios da doença.
OBJETIVO: Avaliar a relação entre o controle da pressão arterial sistêmica e o estágio da DRC nos indivíduos em ambulatórios de atenção secundária especializados no manejo daquela condição em Juiz de Fora-MG.
MÉTODO: Foram selecionados 1412 pacientes dos ambulatórios de HAS, DM e DRC, que já haviam realizado pelo menos duas consultas no ambulatório de DRC. O estágio da DRC foi classificado com base na taxa de filtração glomerular estimada (TxFGe) a partir da creatinina sérica pela fórmula MDRD, em ml/min/1. 73m2. Definiu-se estágio 1: TxFGe _ 90; estágio 2: 60 _ TxFGe < 90; estágio 3A: 45 _ TxFGe< 60; estágio 3B: 30 _ TxFGe< 45; estágio 4: 15 _ TxFGe< 30; estágio 5: TxFGe < 15. Para a avaliação da pressão arterial foi feita a média dos dois valores obtidos nas duas últimas consultas, definindo-se como pressão controlada os valores de pressão arterial sistólica abaixo de 140 mmHg e de pressão arterial diastólica, abaixo de 90 mmHg. Para avaliar a relação entre o controle da pressão arterial sistêmica e o estágio da DRC foi realizado o teste qui-quadrado.
RESULTADOS: Dos 1412 pacientes que tiveram os dados analisados no estudo, 42 (3%) estavam em DRC estágio 1; 179 (12,7%), em DRC estágio 2; 368 (26%), em DRC estágio 3A; 404 (28,6%), em DRC estágio 3B; 303 (21,4%), em DRC estágio 4 e 116 (8,2%), em DRC estágio 5. Além disso, 754 (53,4%) pacientes estavam com a pressão arterial controlada, enquanto 659 (46,6%), não. Observou-se relação estatisticamente significante entre o descontrole da pressão arterial e o estágio da DRC (p=0,009). O grupo de indivíduos com DRC estágio 1 foi o que apresentou a melhor taxa de controle da pressão arterial sistêmica (64,3%), enquanto o grupo no estágio 5, a pior taxa (41,4%).
CONCLUSÃO: O estudo mostrou que os pacientes em estágios mais avançados da DRC são aqueles com o mais difícil controle da pressão arterial, o que mostra que uma postura mais cuidadosa para o tratamento da HAS deve ser adotada nesse grupo de indivíduos.


TLP: 323

Anemia em pacientes com Doença Renal Crônica em Hemodiálise

Autor(es): Ianna Assunção Coelho; Fernando Antonio Costa Anunciação; Patrícia Barros Aquino Silva; Alexandre Araujo Costa; José Tibúrcio do Monte Neto

Faculdade de Saúde, Ciências humanas e Tecnológicas do Piauí – Uninovafapi

INTRODUÇÃO: A anemia é uma das complicações mais comuns da doença renal crônica (DRC), sendo o principal fator limitante da doença, interferindo na capacidade física, intelectual e prejudicando a qualidade de vida do paciente.
MÉTODO: Estudo retrospectivo longitudinal, observacional, descritivo, realizado por meio de consulta a prontuários eletrônicos e mapas de exames periódicos.
RESULTADOS: Aamostra foi constituída de 138 pacientes com DRC em hemodiálise, no período entre janeiro a dezembro de 2012. Quanto à análise dos dados laboratoriais, foi demonstrado com significância estatística (p<0,001) que a menor média de Hematócrito (30,8%), Ferro (73,3 _g/dL), IST (38,3%), foi apresentada no segundo trimestre, acompanhando o aumento do uso de Eritropoetina e Noripurum. Observou-se que 54% dos pacientes fizeram uso de Eritropoetina e 61% de Noripurum. Durante a avaliação evolutiva dos referidos pacientes, foram identificados vários episódios de internações, principalmente por infecção, fatos que podem explicar o aumento nos níveis de ferritina, representando uma proteína de fase aguda, bem como a necessidade aumentada de administração da terapia.
CONCLUSÃO: Os achados da pesquisa reforçam, com imprescindível significância, a importância tanto de ações terapêuticas efetivas realizadas ao diagnóstico da patologia, quanto de ações preventivas no âmbito de evitar a progressão da doença e suas consequências.

Palavras-chave: Anemia. Doença Renal Crônica. Hemodiálise.


TLP: 324

Perfil de pacientes incidentes em hemodiálise e suas repercussões

Autor(es): Lianna Gabriella Gonçalves Dantas; Maria Clara Carvalho S. Amorim; Lucas Dantas R. de Araujo; Rafael Alves Dourado Leite; Juliana Garcia L. Cortes; Daniella Matinelli; Nadjane Siqueira V. de Oliveira; Raphael Pereira Paschoalin; José Andrade Moura Júnior

Clinica Senhor do Bonfim – Salvador, Bahia

INTRODUÇÃO: A doença renal crônica (DRC) é uma endemia estabelecida e um grave problema de saúde pública, e se deve a maior incidência e prevalência dos seus principais fatores de risco. No Brasil a maioria dos portadores de DRC estágio 5D realiza hemodiálise (HD). Apesar dos avanços na terapia dialítica, a mortalidade dos pacientes em HD permanece elevada, sendo maior no primeiro ano de terapia renal substitutiva (TRS). Além disso, muitos pacientes iniciam TRS sem o antecedente de tratamento conservador devido ao diagnóstico tardio da DRC.
OBJETIVO: Avaliar o perfil dos pacientes incidentes em programa de hemodiálise e as repercussões da forma de início de terapia renal substitutiva na sua evolução em unidade satélite em Salvador-Bahia.
METODOLOGIA: Estudo retrospectivo dos pacientes admitidos em programa de hemodiálise na instituição de janeiro de 2012 a março de 2014, para continuidade de HD iniciada há menos de 90 dias ou para iniciar a TRS. Foram registradas os diagnósticos, acesso vascular e parâmetros laboratoriais à admissão, bem como a evolução de acessos vasculares e óbitos destes pacientes.
RESULTADOS: Foram estudados 178 pacientes, 58,4% homens, 34,8% com idade > 65 anos. A média de idade foi de 58 ± 15,2 anos. As etiologias presumidas de Doença Renal Crônica Estágio Terminal mais frequentes foram Diabetes Mellitus (25,3%) e HAS (15,2%). 6,7% dos pacientes apresentou recuperação da função renal e o diagnóstico de DRC foi revisto. A maioria dos pacientes (52,8%) não foi atendida por nefrologista antes do diagnóstico de DRC dialítica e iniciou TRS por cateter (82,6%). 67 pacientes (37,6%) fez acompanhamento ambulatorial precoce (_3 meses) com nefrologista. Ter convênio de saúde não foi associado a maior chance de acompanhamento pré-dialítico (OR=3,12; IC95% 0,87-11). À admissão, 59% dos pacientes com hemoglobina < 9,0 g/dL, 43,3% com albumina <3,5 e 25,3% com fósforo >5,5 mg/dL. A mortalidade foi de 23%. Na análise multivariada hipoalbuminemia e idade > 65 anos foram os preditores de mortalidade.
CONCLUSÕES: 1-É frequente o início de TRS sem preparo adequado e com fatores de risco para morbi-mortalidade. 2-Ter convênio de saúde não foi associado a maior chance de tratamento conservador para DRC. 3- Hipoalbuminemia e idade > 65 anos foram fatores associados a maior mortalidade de pacientes incidentes em HD.


TLP: 325

Avaliação de alexitimia em doentes renais crônicos em hemodiálise

Autor(es): Boulitreau, K. C. R; Santos, A. M. ; Henriques, M.

Uninefron – Unidade Nefrológica

INTRODUÇÃO A realidade do Doente Renal Crônico (DRC) perpassa por muitas mudanças, desde as de ordem fisiológicas, cognitivas, emocionais e de relacionamentos até as limitações decorrentes da doença. Entender o paciente em sua maneira singular de pensar, agir e sentir pode auxiliar no processo de adaptação e adesão ao tratamento dialítico. AAlexitimia foi um termo sugerido por Sifneos em 1972 ao se referir aos pacientes que tinham dificuldade de expressar seus afetos, desde então esse termo vem sendo muito utilizado na área clínica. Sendo assim podemos entender a Alexitimia como um déficit da capacidade de processar e regular a atividade emocional. Assim, avaliar a Alexitimia em DRC pode influenciar no processo desde o diagnóstico até a forma como o paciente reage ao tratamento.
OBJETIVO O presente estudo, com abordagem quantitativa teve como objetivo avaliar os níveis de Alexitimia em pacientes com doença renal crônica em hemodiálise.
METODOLOGIA Para esse estudo foi utilizado a Escala de Alexitimia de Toronto-20Itens original de Bagby, Parker & Taylor (1994):Adaptação de Nina Prazeres,James Parker & Graeme Taylor (2000). Constituída por 20 questões pontuadas por meio de uma escala em cinco pontos de tipo Likert, tendo como objetivo a avaliação de três dimensões distintas:1. Dificuldade de identificar sentimentos e sensações corporais; 2. Dificuldade de descrever sentimentos para os outros; 3. Pensamento orientado extremamente, que nos permite uma avaliação global em Alexitimia. A coleta de dados foi realizada em duas clínicas de hemodiálise exclusiva para convênios (Uninefron e Hemonefro) na cidade de Recife/PE no período de março a maio de 2014. Foram analisados dados de 110 pacientes de ambos os sexos, com idade entre 19 e 90 anos durante as sessões de hemodiálise.
RESULDADO O resultado obtido neste estudo verificou a presença de Alexitimia em 16,36% dos pacientes, Alexitimia moderada em 14,54% e Não Alexitímicos 69,09%.
CONCLUSÃO Com base nos resultados deste trabalho podemos dizer que conhecer o perfil psicológico, a maneira como o paciente percebe sua própria enfermidade, como também saber como ele lida com suas emoções, identificando suas dificuldades no processo de regulação emocional, é de fundamental importância, porque tanto na saúde ou no adoecimento, como no tratamento os sentimentos e emoções estão presentes e sentir-se amparado pela equipe de saúde, reconhecendo-o em sua singularidade pode ajuda-lo a ressignificar a vida.


TLP: 326

Avaliação descritiva da suplementação de vitamina d em pacientes renais crônicos em hemodiálise

Autor(es): Renata Fabricio Alves Pereira; Daniele Nakano; Paulo Roberto Aranha Torres; Ricardo Oyama; Daniel Bolognese; Hugo Cezar de Moraes Canever; Roberta Correa Pascotto; Sergio Seiji Yamada

Universidade Estadual de Maringá

INTRODUÇÃO: Pacientes com doença renal crônica em programa de hemodiálise têm níveis sérico diminuído 25-hidroxi vitaina D (VitD). Diretrizes Brasileiras de Prática Clínica para o Distúrbio Mineral e Ósseo na Doença Renal Crônica recomenda a suplementação de vitamina D. Porém a resposta a essa suplementação é variável.
OBJETIVO: Verificar a resposta a suplementação de VitD e procurar fatores que interferem na resposta terapêutica.
MÉTODOS:Estudo observacional transversal de pacientes em programa de hemodiálise Hospital Geral da Região Noroeste do Paraná. Foram avaliados pacientes em programa de hemodiálise há mais de três meses, maiores de 14 anos, que tinhas dosagem sérica de VitD. Foram separados em dois grupos de acordo com níveis adequados da VitD, nestes avaliou-se então quais pacientes haviam recebido a suplementação nos três meses anteriores e qual sua resposta à terapia. Dados epidemiológicos e clínicos foram coletados de cada um dos grupos e analisados.
RESULTADOS: Foram avaliados 118 pacientes, a média de idade era de 54,7 anos, a maioria eram homens (73,5%0, do total 64 pacientes receberam suplementação oral monitorada de vitamina D na ultima diálise da semana. Desse grupo 31 eram mulheres; 28 tinham mais de 60 anos de idade; 34 eram hipertensos e 21 diabéticos. Dos pacientes que receberam suplementação 17 (26,5%) não responderam a suplementação. Nesse grupo observamos uma proporção maior de diabéticos (41,1% vs 29,7% dos respondedores). Essa proporção maior de diabéticos foi observado em homens (57,15) porem nas mulheres foi discretamente menor (33%). Aidade não modificou a proporção de não respondedores. .
CONCLUSÕES: 1) A suplementação oral monitorada permite é uma metodologia adequada para suplementação de VitD; 2) uma proporção elevada de pacientes não responderam à suplementação; 3) Diabetes parece um fator que dificulta a reposição da vitamina; 4) Outros fatores deverão ser analisados para melhor elucidação da falha terapêutica.


TLP: 327

Ingestão de sódio, volemia e sua relação com índice de massa corporal e composição corporal em pacientes com doença renalcrônica participantes do estudo salted

Autor(es): Jeanine Treml de Carvalho; Andrea Emanuella Chaud Hallvass; Thyago Proença de Moraes; Roberto Flávio Pecoits-Filho; Cyntia Leinig

Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Escola de Saúde e Biociências. Curso de Nutrição.

INTRODUÇÃO: A restrição na ingestão de sódio pode influenciar na progressão da doença renal crônica (DRC) através da otimização do estado volêmico e controle dos fatores conhecidos de risco para sua progressão.
OBJETIVO: Relacionar a volemia ao estado nutricional de pacientes em tratamento conservador de DRC submetidos a um programa de acompanhamento da ingestão de sódio.
METODOLOGIA: Estudo transversal e observacional refletindo o momento inicial de um estudo prospectivo e randomizado (Estudo Salted). Foram inclusos pacientes com DRC de qualquer causa e estágio. Na avaliação nutricional, antropometria foi realizada. Acomposição corporal foi obtida pelo Body Composition Monitor (Fresenius Medical Care). A ingestão de sódio calculada pelo registro alimentar de 3 dias no software Avanutri®. Dados em média e desvio padrão ou mediana e variações, além de frequências. As variáveis foram avaliadas pela correlação de Pearson e as não paramétricas por Spearman. Para a comparação entre grupos utilizou-se o teste t para amostras independentes, sendo p<0,05 significativo. Análise estatística pelo programa SPSS 12. 0.
RESULTADOS: Foram analisados 61 pacientes, 70% deles idosos. Encontrou-se 96% de prevalência de hipertensão e 29% apresentava, também, diabetes e doença cardiovascular. O estágio 3 da DRC foi predominante. Entre os adultos, 50% estava com sobrepeso e 27% obesidade; entre os idosos, 53% excesso de peso. Apenas 5,12% dos idosos com magreza. Segundo a composição corporal, 82,5% apresentou risco de doenças associadas à obesidade. Os homens tinham maior massa magra, enquanto que as mulheres maior gordura (p<0,05). Em relação à volemia, 52,6% apresentou sobrecarga de volume e 80,7% consumiram sódio acima do recomendado, com mediana de 4,01 (1,76-14,03) gramas. Os homens apresentaram maior água corporal total e extracelular (p<0,05). A idade não foi fator importante para as diferenças de composição corporal e volemia. Aágua corporal total e extracelular foram correlacionadas com a massa magra (p<0,01). O consumo de sódio e hipervolemia mostrou fraca correlação.
CONCLUSÃO: Pacientes com DRC apresentam alterações do estado nutricional e há risco para alterações de volemia, embora estas ainda não sejam bem estabelecidas. O consumo de sódio pode influenciar o estado volêmico, mas neste estudo houve fraca correlação entre eles. Estes achados podem ser limitados pelo número de observações e precisam ser confirmados em estudos prospectivos.


TLP: 328

Estudo Comparativo de Pacientes Idosos e Não-IdososAdmitidos no Ambulatório de DRC Conservador

Autor(es): Aline Gibson Notaro; Tatiana Ribeiro Valério; Tatiana Cristina Manzi Sena dos Santos; Luísa Queiroga de Oliveira Ferreira; Rafaella Barros da Paixão; Rodrigo Amblard Wanderley; Raquel Belfort; Ricardo Cavalcante Maranhão

Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira – IMIP

INTRODUÇÃO: A expectativa de vida da população vem aumentando ao longo das últimas décadas, culminando em um aumento na incidência de patologias crônicas, entre elas a Doença Renal Crônica (DRC). É importante estudar essa população idosa em crescimento e conhecer as suas particularidades.
MÉTODOS: Foram coletados dados dos prontuários dos pacientes acompanhados no ambulatório de DRC de um hospital terciário de Recife, no período de dezembro/2009 a abril/2014. Analisaram-se as seguintes variáveis: idade; gênero; presença de diabetes mellitus (DM) e/ou hipertensão arterial sistêmica (HAS); controle pressórico (baseado no VIII Joint of Hypertension) e parâmetros laboratoriais da admissão (hemoglobina, uréia, creatinina, glicemia, albumina, proteinúria de 24 horas, colesterol total, triglicerídeos, ácido úrico, paratormônio, cálcio, fósforo, 25-hidroxi-vitamina D, hemoglobina glicada e ferritina). Os resultados foram comparados entre dois grupos: pacientes não-idosos (<60 anos) e idosos (>60 anos).
RESULTADOS: Seiscentos e noventa e cinco pacientes foram incluídos, sendo 457 idosos (65,7%) e 238 não-idosos (34,3%). A média de idade entre os idosos foi de 71,7 anos e nos não-idosos de 46,15 anos. Dentre os idosos, 58% eram do gênero masculino, enquanto no grupo de não-idosos não houve diferença. Em relação às comorbidades, DM estava presente em 68,4% dos idosos e 31,6% dos não-idosos (p=0,219), HAS em 70,2% dos idosos e 29,8% dos não-idosos (p<0,001). A pressão arterial controlada na admissão ocorreu em 67,1% dos idosos e em 32,9% nos não-idosos (p=0,345). A média de creatinina foi 2,3mg/dL e 3,1mg/dL nos idosos e não-idosos, respectivamente (p<0,001), embora não tenha havido diferença estatística no clearence de creatinina (calculado pela fórmula do Cockcroft-Gault), 31,8mL/min versus 33,2mL/min (p=0,29). A mediana da proteinúria de 24h foi 0,34g nos idosos e 1,25g nos não-idosos (p<0,001). Houve diferença significativa nos níveis de fósforo e ácido úrico entre os grupos, sendo de 3,75mg/dL e 4,14mg/dL, p<0,001 e 7,15mg/dL e 7,69mg/dL , p=0,005 no grupo idoso e não idoso respectivamente. Não houve diferença no controle glicêmico e do perfil lipídico entre os grupos. .
CONCLUSÕES: Encontramos um elevado número de pacientes idosos acompanhados no ambulatório de DRC, com elevado número de pacientes hipertensos e com creatinina em níveis mais baixos, porém com clearence de creatinina similar aos não idosos.


TLP: 329

Extensao universitaria para prevenção dadoença renal crônica em escolas municipais

Autor(es): Flávia de Oliveira Valentim; Gabriela Lucio Moraes; Antonio Cesar Rodrigues Almendra; Stella Lage Vieira Abrantes dos Santos; Gustavo Gonçalves Yogolare; Laisa Duarte Santiago; Gustavo Nicolodi Augusto; Guilherme Andriolli; Mayara Queiroz Tomé; Jacqueline Teixeira Caramori

Faculdade de Medicina de Botucatu

Doença Renal Crônica (DRC) consiste em condição sistêmica e progressivamente incapacitante, que quando diagnosticada e tratada precocemente altera o prognóstico inexorável. É necessário que a população tenha conhecimento da doença. Este projeto foi atuação de estudantes de uma Faculdade de Medicina, planejados por Liga Acadêmica no contexto de atividades de prevenção e educação em saúde.
OBJETIVO: informar estudantes da rede pública sobre fatores de risco para DRC, alertando sobre sua importância, além de realizar exames para busca ativa desses fatores.
MÉTODOS: A população foi estudantes de supletivo de duas escolas públicas de Botucatu. Aatividade consistiu de capacitação de dois grupos de universitários (5-6 estudantes de medicina ou enfermagem): conceitos, atitude didática e habilidades. Nas escolas, universitários mostraram conhecimentos sobre DRC, seguido de diálogo da importância da doença, exibição de vídeos de curta duração, sobre hipertensão arterial e diabetes. Avaliação por questionário sobre hábitos de vida, histórico de doenças, e por fim, naqueles voluntários foi realizado medição de altura, peso, pressão arterial e teste rápido de glicose no sangue.
RESULTADOS: A apresentação atingiu estudantes regulares da escola, foram 7 visitas, contato com aproximadamente 320 estudantes, informações de 171estudantes com média de idade de 31 ± 12 anos, 26,9% acima de 40 anos; 70 homens e 101 mulheres. Desses 16,9% eram fumantes, a média do IMC foi 25,6 com 18% obesos e 28,6% sobrepeso, a hipertensão arterial e diabetes já diagnosticada em 11 e 5% respectivamente, sendo que 31,8% estavam com pressão sistólica maior que 140 mmHg.
CONCLUSÕES: nesta proposta de extensão, universitários vivenciaram a importância da promoção à saúde e prevenção de doenças na comunidade, puderam aplicar conhecimentos científicos e didáticos, aprimorando a relação estudante de medicina-indivíduos. Observou-se alta prevalência de sobrepeso e obesidade, portanto disseminar hábitos de vida saudáveis neste público alvo foi de grande beneficio.


TLP: 330

Avaliação da relação do etilismo com a doença renal crônica através da análise da presença de proteinúria

Autor(es): Angélica de Paula Langame; Jane Azevedo da Silva; Paula liziero Tavares; Thatiana Egizi Dias Pacífico; Adriana Pereira Frauches; Duílio Nogueira Viana; Maria Teresa Bustamante Teixeira; José Marcello Salabert de Campos; Marcus Gomes Bastos

Universidade Federal de Juiz de Fora

INTRODUÇÃO: O álcool é uma droga lícita, de boa aceitação social, que tem importantes efeitos sobre os órgãos e o organismo como um todo. Esses efeitos podem ser positivos ou negativos, sendo definidos pelo tipo de bebida, dose e tempo de consumo. Estudos revelam que a ingestão de bebidas alcoólicas em doses baixas pode diminuir o risco de problemas cardiovasculares que, por sua vez, compõem o quadro de fatores de risco de iniciação e progressão da doença renal crônica (DRC). Por outro lado, o consumo excessivo de álcool pode contribuir com o surgimento de hipertensão arterial e, até mesmo, lesão direta do parênquima renal. Dessa forma, é válido discutir sobre as consequências do consumo de álcool na DRC.
OBJETIVO: Comparar a prevalência do principal marcador de lesão renal, a proteinúria, em etilistas e não etilistas.
MÉTODO: Estudo transversal realizado a partir de dados colhidos durante a Campanha de Rastreamento e Prevenção de Doença Renal Crônica realizada no Dia Mundial do Rim em 15 de março de 2014 no centro da cidade de Juiz de Fora pela Liga Acadêmica de Prevenção de Doenças Renais (PRÉ-RENAL). Houve realização do teste de uroanálise por fita reativa e a aplicação de um questionário-padrão da Sociedade Brasileira de Nefrologia cuja uma das questões indaga sobre a presença ou não da condição de etilista.
RESULTADOS: Dos 553 participantes da Campanha, 398 responderam a questão referente ao etilismo e fizeram o teste de uroanálise. Dentre estes, 105 afirmaram ser etilistas, dos quais 101 (96,19%) não apresentaram proteinúria e 4 (3,81%) apresentaram proteinúria. Dos 293 que afirmaram não ser etilista, 276 (94,20%) não apresentaram proteinúria e 17 (5,80%) apresentaram proteinúria. O Risco Relativo (RR) foi de 0. 6566 com intervalo de confiança (IC) de 0. 2261 a 1. 907, não tendo, portanto, significância estatística.
CONCLUSÕES: Os resultados não foram estatisticamente significativos. Uma das explicações pode ser a não caracterização do consumo de álcool no estudo. Então, como parte das medidas de rastreamento e prevenção de DRC, sugere-se incluir nos questionários o tipo de bebida alcoólica, o tempo de consumo, a frequência e a dose consumida pelos participantes que declaram ser etilistas. Também é essencial investir em campanhas que denunciem as consequências do consumo excessivo de bebidas alcoólicas e conscientizem sobre os riscos de doenças, como renais.


TLP: 331

Perfil da prática de atividade física em participantes decampanha de rastreamento e prevenção de doença renalcrônica, em Juiz de Fora – MG

Autor(es): Angélica de Paula Langame; Duílio Nogueira Viana; Jane Azevedo da Silva; Paula liziero Tavares; Thatiana Egizi Dias Pacífico; Adriana Pereira Frauches; Maria Teresa Bustamante Teixeira; José Marcello Salabert de Campos; Marcus Gomes Bastos

Universidade Federal de Juiz de Fora

INTRODUÇÃO: A atividade física (AF) possui impacto em importantes variáveis relacionadas com a ocorrência de doença renal crônica (DRC). Diabetes mellitus, hipertensão arterial, obesidade e doenças cardiovasculares são fatores de risco relevantes para DRC que são amplamente influenciados pelo hábito de realizar exercício físico. Estudos indicam que a realização de exercícios aeróbicos reduz triglicérides, LDL-colesterol e aumentam os níveis de HDL colesterol; também, são capazes de diminuir níveis sistólicos e diastólicos da pressão arterial e melhorar a sensibilidade à insulina, já os exercícios de força demonstraram diminuir a resistência à insulina, mas não os níveis lipídicos. Por conseguinte, é relevante caracterizar o hábito da AF entre as pessoas a fim de verificar a existência ou não do importante efeito protetor que a prática regular de exercício físico pode oferecer contra fatores e doenças que precipitam DRC.
OBJETIVO: Descrever o perfil da prática de AF de indivíduos que participaram da Campanha de rastreamento e prevenção de DRC.
MÉTODO: Estudo com dados colhidos na Campanha do Dia Mundial do Rim realizada no centro de Juiz de Fora pela liga PRÉ-RENAL, em 15 de março de 2014, sendo excluídos da análise do presente estudo os indivíduos que não responderam a uma ou mais questões relacionadas à AF do questionário-padrão.
RESULTADOS: Das 519 pessoas que responderam completamente as questões relacionadas à AF, 281 (54,14%) não realizam exercício físico e 238 (45,86%) realizam exercício, dentre as quais 204 (85,71%) fazem exercícios aeróbicos, 18 (7,56%) fazem exercícios anaeróbicos e 16 (6,72%) praticam ambas as modalidades. Com relação à média da quantidade de dias na semana que realizam exercícios físicos, divide-se em: < 3 dias por semana (d/sem) com 62 (26,05%) pessoas praticantes de AF nesse estrato; _ 3 e < 5 d/sem com 68 (28,57%) pessoas; e _ 5 d/sem com 108 (45,38%) pessoas. Com relação aos minutos gastos para cada AF realizada no dia, aponta-se que 12 (5,04%) reservam menos que 30 minutos para a AF; 82 (34,45%) reservam para a AF uma faixa de 30 até 59 minutos; e 144 (60,50%) gastam 60 minutos ou mais.
CONCLUSÃO: A diferença entre a proporção de pessoas que não realizam AF e as que realizam não é muito discrepante. Além disso, entre os praticantes de AF, evidencia-se um bom perfil da prática do exercício físico, uma vez que as maiores proporções estão nos estratos que representam os maiores tempos gastos na prática do exercício físico.


TLP: 332

Uma revisão sistêmica sobre a relação das doenças renais com a ocorrência das doenças cardiovasculares

Autor(es): Lara Leal Lima de Oliveira

Faculdade Integral Diferencial

A nefrolitÍase é uma doença de disseminação mundial que acarreta consequências direta na qualidade de vida dos seus acometidos e responsável por desencadear alterações metabólicas diversas. Desta forma, tem-se como objetivos desta pesquisadiscutir a correlação da nefrolitíase com a ocorrência de doenças cardiovasculares, abordar os métodos de investigação mais frequentemente utilizados. Trata-se de uma revisão bibliográfica realizada na Biblioteca Virtual da Saúde, sendo selecionados os artigos da base de dados do Scielo, LILASCe Pubmed com publicações nacionais e internacionais efetuadas nos anos de 2004 a 2014 através dos seguintes descritores: Doenças cardiovasculares; Nefrolitíase; Cálculo renal; Fator de Risco. Os descritores, juntamente com os critérios de inclusão e exclusão possibilitaram a identificação de 13 estudos que respondiam aos objetivos propostos. Os resultados evidenciaram que existe umarelação dupla entre a nefrolitíase e a ocorrência de hipertensão arterial e a hipertensão arterial e o desenvolvimento de cálculos renais, bem como outras doenças cardiovasculares, tais como IAM, angina, cardiopatia congênita,morte por doença cardíaca coronária, angioplastia transluminal percutânea, revascularização do miocárdio e Acidente Vascular Cerebral. Conclui-see que éimportante a adoção de mudanças de estilo de vida que visam uma maior qualidade de saúde, evitando o aparecimento de cálculos renais ou crescimento de cálculos existentes, bem como as manifestações clínicas e possíveis complicações.

Palavra-Chave: Doenças cardiovasculares; Nefrolitíase; Cálculo renal; Fator de Risco.

Temas Livres Pôsters – Doença Renal Crônica

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