J. Bras. Nefrol. 2008;30(3 suppl. 3):3-8.

Tema Livre

FISIOPATOLOGIA DRE – INFLAMAÇAO, IMUNOLOGIA E PATOLOGIA

TL001

Adequaçao da estratificaçao de risco na cirurgia de revascularizaçao do miocárdio pela estimativa da depuraçao da creatinina endógena em pacientes com creatinina plasmática normal

VOLKMANN, MA(1); CONSONI, PR(1); BURMEISTER, JE(1); KALIL, RAK(2); SANT’ANNA, JR(2); PRATES, PR(2); BEHR, PEB(2); MIOTTO, R(1); SCHUSTER, L(1)

ULBRA(1)
Instituto de Cardiologia do RGS(2)

OBJETIVO: Analisar comparativamente variáveis de risco na cirurgia de revascularizaçao do miocárdio em pacientes submetidos a este procedimento, de acordo com a creatinina plasmática (CrP) e a depuraçao da creatinina endógena estimada (DCEe).
MÉTODOS: Em uma coorte histórica de 4.784 pacientes submetidos a CRM no Instituto de Cardiologia de Porto Alegre no período de janeiro de 1966 a junho de 2004, foram analisadas a taxa de mortalidade intra-hospitalar, o tempo de permanência hospitalar, e o tempo de recuperaçao pós-operatória de acordo com a CrP e com a DCEe, sendo os pacientes distribuídos em 2 grupos e 2 subgrupos – grupo 1 (CrP<1,5mg/dL) sub-dividido em grupo 1A (DCEe >60mL/min) e 1B (DCEe <=60mL/min) – e grupo 2 (CrP>1,5mg/dL e DCEe <=60mL/min). A DCEe foi calculada utilizando-se a equaçao de Cockcroft-Gault, a correçao para superfície corporal de 1,73m2 e o fator de correçao pelo IMC proposto por Saracino.
RESULTADOS: A amostra distribuiu-se em 67,8% (3.190 pacientes) no grupo 1A, 26,1% (1.228 pacientes) no subgrupo 1B e 6,1% (285 pacientes) no grupo 2. Os pacientes do sub-grupo 1B apresentaram média de internaçao superior (2,87 dias a mais) e média de tempo de recuperaçao mais elevada (1,79 dias a mais) do que aqueles do sub-grupo 1A. A taxa de mortalidade intra-hospitalar foi de 2,79% no sub-grupo 1A, 5,86% no sub-grupo 1B e 11,85% grupo 2. O risco relativo de óbito foi de 2,10 (1,55-2,85) no subgrupo 1B e de 4,25 (2,91-6,19) no grupo 2 em relaçao ao grupo 1A.
CONCLUSOES: Mais de 1/4 dos pacientes com CrP menor ou igual a 1,5mg/dL apresentava DCEe<60mL/min/1,73m2. Este grupo, que nao teria sua disfunçao renal detectada se fosse considerado apenas o parâmetro da CrP, apresenta o dobro do risco de óbito, maior tempo de permanência hospitalar e maior tempo de recuperaçao do que os outros pacientes com CrP =< 1,5mg/dL e DCEe > 60mL/min/1,73m2. O uso da CrP normal como marcador de funçao renal normal nao é adequado para identificar este fator de risco em pacientes submetidos a CRM.


TL002

Impacto prognóstico de marcadores inflamatórios e de estresse oxidativo na sobrevida de pacientes em hemodiálise crônica – Análise de 5 anos de seguimento

PACHALY, MA(1); NASCIMENTO, MM(2); HAYASHI, SY(2); RIELLA, MC(3); SULIMAN, ME(2); STENVINKEL, P(2); LINDHOLM, B(2); MANFRO, RC(4)

Faculdade Evangelica do Parana(1)
Divisao de Medicina Renal – Baxter Novum -Instituto Karolinska (2)
Pontificia Universidade Catolica do Parana(3)
Universidade Federal do Rio Grande do Sul(4)

OBJETIVO: Os marcadores inflamatórios têm impacto prognóstico na evoluçao de pacientes em hemodiálise crônica (HD), mas a influência dos marcadores de estresse oxidativo (EO) na sobrevida destes pacientes ainda nao foi claramente estabelecida. Este trabalho teve por objetivo demonstrar o impacto destes marcadores na sobrevida de pacientes em HD, e as eventuais correlaçoes com os marcadores inflamatórios. Pacientes e
MÉTODOS: Para estudar o impacto de níveis basais de marcadores inflamatórios (PCR de alta sensibilidade (PCR-as), interleucina-6 (IL-6) e albumina sérica (Alb-S)) e marcadores de EO (produtos avançados da oxidaçao protéica (PAOP), pentosidina, homocisteína (Hci)), na sobrevida de pacientes em HD, avaliamos prospectivamente 112 pacientes (51 homens, 47+/-14 anos, 11 % diabéticos, 50,4 meses em HD, ao longo de 5,5 anos. Os pacientes foram alocados em tercis, de acordo com os níveis de marcadores inflamatórios e de EO. A mortalidade durante o seguimento foi analisada com as curvas de Kaplan Meier, utilizando a mortalidade por todas as causas como desfecho. A análise de risco proporcional de Cox foi utilizada para identificar preditores independentes de mortalidade.
RESULTADOS: A mortalidade global foi de 45,5% e a principal causa de óbito foi doença cardiovascular (49%), seguida por infecçao (43%). Nao foram encontradas correlaçoes entre marcadores inflamatórios e de estresse oxidativo. Na análise de Kaplan-Meier, a taxa de sobrevida foi reduzida significativamente nos pacientes com níveis mais elevados de Interleucina-6 (IL-6 > 4,2 pg/ml) (Log-Rank=6,47; p = 0,01), em diabéticos Log-Rank = 12,26; (p = 0,0005) e pacientes de idade mais avançada (Log-Rank = 11,22; p = 0,0008). Além disto, a análise de Cox demonstrou que apenas a IL-6 e a idade foram independentemente associados com a mortalidade.
CONCLUSAO: neste grupo de pacientes brasileiros prevalentes em hemodiálise, a IL-6 foi melhor preditora da sobrevida que outros marcadores inflamatórios ou de estresse oxidativo.


TL003

Interaçao entre angiotensina II (via receptor AT1) e adenosina (via receptor A2A) nas atividades de PLA2 e PLD em túbulo renal proximal

GOMES, CP(1); LEAO-FERREIRA, LR(1); LOPES, AG(1); CARUSO-NEVES, C(1)

Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho – Universidade Federal do Rio de Janeiro(1)

OBJETIVO: Nosso grupo já demonstrou que adenosina (Ado) via receptor A2A reverte o efeito estimulatório da angiotensina II (Ang II) sobre a atividade da Na+-ATPase presente na membrana basolateral (MBL) de túbulo renal contornado proximal (TCP). Sabe-se que Ang II via receptor AT1 também exerce efeitos pró-inflamatórios e mitogênicos estimulando a atividade das fosfolipases PLA2 e PLD presentes na membrana celular. O objetivo deste trabalho foi avaliar como a Ado interfere na atividade de PLA2 e PLD previamente estimuladas por Ang II e caracterizar as vias de sinalizaçao intracelular envolvidas.
MATERIAL E MÉTODOS: MBLs de TCP de rins de porco foram pré-incubadas com Ang II 10-8M por 20 minutos. Todos os ensaios foram realizados na presença de DPCPX 10-6M (inibidor de receptor A1 de Ado). As atividades de PLA2 e PLD foram medidas respectivamente pela formaçao de [14C] ácido palmítico e fosfatidil-etanol, através de técnica de cromatografia em camada fina utilizando L-3-fosfatidilcolina,1,2-di[1-14C] palmitoil como substrato.
RESULTADOS: Verificamos que Ado 10-6M isoladamente nao alterou as atividades de PLA2 ou PLD em até 30 minutos de incubaçao. Ang II aumentou as atividades de PLA2 e PLD em 43,7% e 50% respectivamente comparadas ao controle (p<0,05). A adiçao de Ado 10-6M reverteu completamente o efeito estimulatório promovido por Ang II na PLA2, mas nao reverteu o efeito sobre PLD. Para estudar a via de sinalizaçao AMPc/PKA ativada pelo receptor A2A de Ado foram utilizados DMPX 10-8M (inibidor de receptor A2) e iPKA 10-8M, que reverteram o efeito da Ado. Já a adiçao isolada de AMPc 10-7M mimetizou a açao da Ado.
CONCLUSAO: Os resultados indicam que Ado reverte o efeito estimulatório de Ang II sobre a atividade de PLA2 através de seu receptor A2A acoplado à via de sinalizaçao AMPc/PKA, mas nao interfere na atividade de PLD. Esta via de interaçao inibitória entre Ado e Ang II na atividade de PLA2 poderia ser mais um alvo farmacológico para atenuar os efeitos deletérios da Ang II na progressao de diversas nefropatias.


TL004

Efeitos antifibrogênico e proliferativo das células derivadas de medula óssea na obstruçao ureteral unilateral em ratos

BARREIRA, AL(1); CASTIGLIONE, RC(1); GUTIERREZ, TM(1); BARBOSA, C(1); TAKIYA, CM(1); BOROJEVIC, R(1); VIEYRA, AR(1); MORALES, M M(1); LEITE JR, M(1)

Universidade Federal do Rio de Janeiro(1)

As pesquisas envolvendo o papel das células derivadas da medula óssea (CDMO) na fibrose renal é assunto de grande interesse para o tratamento da doença renal crônica.
OBJETIVO: Avaliar os efeitos das CDMO no modelo de obstruçao ureteral unilateral (OUU).
MATERIAL E MÉTODOS: Realizamos a OUU em ratos Wistar concomitante a infusao de CDMO (2×107). Utilizamos 4 grupos: Sham (S); S+CDMO; no tecido renal: 1)RTP-CR-mRNA para procolágeno I, III, IL-6 e TGF-β; 2)Coloraçao com HE, PAS e Sirius red e 3)Imunohistoquímica para macrófagos ED-1+, miofibroblastos, fibronectina, PCNA e nestina. Em um grupo distinto de ratos submetidos a OUU, infundimos CDMO marcadas com CellTrace, localizado-as posteriormente através de microscopia confocal.
RESULTADOS: CDMO marcadas encontravam-se em glomérulos, túbulos e no interstício. O grupo OUU+CDMO em relaçao ao OUU, apresentou significativa atenuaçao da lesao demonstrada através da diminuiçao da deposiçao de colágeno (7.03%±4.57, p<0.001), da expressao de procolágeno I mRNA (p<0.05), da expressao da IL-6 (p<0.05), da deposiçao de fibronectina (19.27%±13.81; 4.61±6.52, p<0.05), da infiltraçao de macrófagos ED1+ (1.11%±1.9; 0.70%±0.79, p<0.05) e de miofibroblastos (6.54%±7.78; 3.20%±2.82, p<0.001). A expressao de TGF-β foi significativamente maior no grupo OUU+CDMO (p<0.05). O índice de PCNA foi maior no grupo OUU+CDMO (0.27±0.10; 0.11±0.05, p<0.001). Além disso, observamos células Nestina+ espalhadas pelo interstício renal e túbulos, freqüentemente co-localizadas com células PCNA+. Nenhuma análise mostrou diferença significativa entre os grupos S e S+CDMO.
CONCLUSAO: a infusao de CDMO em ratos submetidos a OUU promoveu diminuiçao da deposiçao de colágeno, fibronectina, infiltraçao tecidual por macrófagos e miofibroblastos. Além disso, promoveu aumento da proliferaçao celular tubular e preservaçao do interstício, com células exibindo fenótipo mesenquimal sugerindo desdiferenciaçao do epitélio. Esta é a primeira evidência dos efeitos antifibrogênico e proliferativo das CDMO no modelo de OUU.


TL005

Analisar o efeito da echinacea purpúrea (E.P.) em cultura de células de adenocarcinoma renal (CAKI-1)

TASSETANO RCT(1); RAZVICKAS CV(1); SCHOR N(1)

Universidade Federal de Sao Paulo(1)

INTRODUÇAO: O carcinoma renal (CR) é a malignidade mais comum no rim adulto, com incidência de 2% dentre todos os tumores. Esses tumores ocorrem em homens e mulheres em uma proporçao 1,5:1, sendo mais freqüente em pessoas da 6ª e 7ª décadas. Devido à grande resistência do CR aos tratamentos convencionais, é cada vez maior o interesse na imunoterapia e tratamentos alternativos. A E.p. é utilizada como tratamento alternativo para alguns tipos de câncer e têm açao anti-inflamatória, sendo promissora para a terapêutica de adenocarcinoma renal.
OBJETIVO: Analisar o efeito da Echinacea purpurea nos fatores de crescimento celular em cultura de célula de adenocarcinoma renal.
MÉTODOS: O fitoterápico E. p. (Fundaçao Herbarium de Saúde e Pesquisa) foi adicionado à cultura de células CAKI-1 em diferentes concentraçoes para posterior análise da viabilidade celular (Cristal Violeta), apoptose (Citometria de fluxo), liberaçao da enzima Lactato Desidrogenase – DHL (Bio 200) e expressao do fator de crescimento endotelial vascular – VEGF (PCR – Real Time). Os experimentos foram realizados após 24, 48 e 72 horas de tratamento. Os resultados foram analisados pelo teste T-student , *p<0,001 vs CT (X ± EP). Resultados e
CONCLUSAO: Observamos que o extrato de E. p. diminuiu a viabilidade celular das células CAKI-1 in vitro. Este efeito mostrou-se elevado com o aumento das concentraçoes e do tempo de incubaçao. A açao da E.p. também é evidente em células apoptóticas, onde há uma elevaçao significativa quando comparado ao controle. Apesar dessa elevaçao, o DHL nao apresentou aumento significante, o que nos sugere que o fitoterápico lesa as células por uma via alternativa ao do DHL. Observamos também uma diminuiçao significativa na expressao do VEGF quando comparado ao controle. Assim, estes resultados preliminares sugerem potencial uso da E.p. no tratamento complementar de adenocarcinoma renal, necessitando de confirmaçao in vivo.
Apoio: FAPESP,CNPq,CAPES,FOR

 


TL006

Padrao Th1/Th2 em tecidos renais de modelos agudo e crônico tratados com células-tronco mesenquimais

SEMEDO P(1); PALASIO CG(1); OLIVEIRA CD(1); CENEDEZE MA(1); PACHECO-SILVA A(1); CAMARA NOS(1,2)

UNIFESP(1)
USP(2)

A utilizaçao das células-tronco (CT) surge como uma nova terapia para doenças renais. Em modelos animais agudos, o tratamento com CT melhora a funçao renal. Porém, o mecanismo envolvido nesse processo ainda é desconhecido.
OBJETIVO: Avaliar se a proteçao renal após a administraçao de CT decorre da modulaçao de padroes inflamatórios.
MÉTODOS: Células-tronco mesenquimais (CTM) foram isoladas das medula ósseas de ratos Wistar-EPM. O modelo de isquemia e reperfusao foi realizado através do clampeamento bilateral dos pedículos renais por 1h. Após 6h de reperfusao, aos animais foram administradas 2.105 CTM endovenosamente. Nos modelos de nefrectomia 5/6, após 2 semanas, os animais foram tratados com 1.106 CTM iv.
RESULTADOS: Após 24 e 48h de reperfusao, os animais tratados com CTM apresentaram uma melhora na funçao renal no modelo agudo que se associou a uma reduçao na expressao do RNAm de IL1b, IL-6 e TNF no tecido renal e aumento dos níveis de IL-4. A expressao de PCNA e a relaçao BCl2/Bad encontraram-se maiores nos animais tratados com CTM. No modelo crônico, a modulaçao das citocinas IL1b e IL4 se mantiveram, apesar de nao haver melhora funcional. A expressao de RNAm de TGFb e Smad7, assim como de MMP-9 e TIMP-1, nao se mostraram diferentes dos animais tratados com CTM, entretanto PAI-1 mostrou-se significante reduzido.
CONCLUSAO: A terapia com CTM realmente modula a resposta inflamatória tanto em modelos renais agudos como em crônicos, possivelmente acelerando o reparo tubular. Porém, a longo prazo, outros parâmetros como fibrose, nao se mostram alterados pela terapia.


TL007

Influência local e sistêmica dos toll like receptor 2 e 4 no balanço Th1/Th2 após lesao de isquemia e reperfusao renal

GONÇALVES, GM(1); CENEDEZE, MA(1); SEMEDO, P(1); FEITOZA, CQ(1); PACHECO-SILVA, A(1); CAMARA, NOS(1,2)

Universidade Federal de Sao Paulo(1)
Universidade de Sao Paulo(2)

INTRODUÇAO: Lesao de isquemia e reperfusao (I/R) resulta em uma resposta inflamatória deletéria e prolongada, principalmente por citocinas Th1. Por razoes desconhecidas, aumento da expressao de mRNA de TLR-2 e TLR-4 é observado após I/R. Neste trabalho, nós avaliamos o papel do sistema TLR no modelo estabelecido de isquemia renal seguida de reperfusao e sua correlaçao com o balanço Th1 e Th2.
METODOS: animais machos C57bl/6, TLR-2-/-, TLR-4-/- e Myd88 submetidos a 45min de isquemia. Amostras de sangue e rim foram coletadas 6, 24 e 48 horas após cirurgia e usados para análise bioquímica, de proteína e de genes. Um multiplex para 18 citocinas do soro foi avaliado. Transcritos de mRNA para IL-1, IL-4, IL-10, INF-gama, T-bet, Gata-3, TLR-2, TLR4, TICAM-1 foram amplificados pelo PCR em tempo real.
RESULTADOS: camundongos KO para TLR-4, TLR-2 e Myd88 tiveram menor disfunçao renal do que os animais WT com reduçao dos valores de creatinina e uréia séricas com p<0,005. Para demonstrar a presença de células pró-inflamatórias infiltrantes no rim isquêmico nós avaliamos por PCR o único fator transcripcional para células Th1-positivas, T-bet e como controle Gata-3, fator transcripcional relacionado com células Th2-positivas. Expressao de mRNA de Gata-3 foi aumentada nos animais TLR-2-/- e TLR-4-/- (3.05; 2.94, respectivamente) enquanto que nos WT foi diminuída (0,5). Interessantemente, expressao de T-bet foi bloqueada nos animais TLR-2-/- e TLR-4-/- (0,57; 0,59 respectivamente) aumentada nos WT (5,71). O mesmo ocorreu quando avaliamos IL-4, IL-10 e INF-gama. Análise de 18 citocinas no soro foi avaliada em animais WT e KO para TLR-2 e -4 e observamos uma diminuiçao significante das citocinas inflamatórias: INF-γ , KC, MIP, IL-1α , IL-1β , Il-3, -4, -6, G-CSF e GM-CSF nos animais KO comparados aos WT e uma diminuiçao de IL-10 (anti-inflamatório) nos animais WT comparados aos KO
CONCLUSOES: Resumidamente, nós identificamos que TLR-2 e TLR-4 sao importantes inicializadores da resposta inflamatória levando a uma disfunçao renal após I/R, influenciando no balanço Th1 e Th2 da resposta imune local e sistêmica.


HEMODIALISE – DIALISE PERITONEAL

TL008

Sobrevida em diálise peritoneal no Brasil: obesidade é uma vantagem?

FERNANDES N(8); CHAOUBAH A.(8); SALUM RE(1); LUCARELLI LA(2); ABBUD FILHO M(3); MAIA GUERRA EM(4); ALVES FILHO G(5); BALDA CA(6); TORRES GONÇALVES R(7); BASTO MG(8); PECOITS-FILHO R(9); QURESHI AR(10); DIVINO FILHO JC(10); BRAZPD(11)

NEFRON(1)
Santa Casa de Santo Amaro(2)
Instituo de Urologia e Nefrologia(3)
CDTR(4)
FUNCAMP(5)
Clínica de Nefrologia Santa Rita(6)
Clínica Nefrológica de Sao Gonçalo(7)
UFJF / Fundaçao IMEPEN(8)
PUC(9)
BAXTER NOVUM(10)
Grupo de Estudos(11)

Obesidade é fator de risco para mortalidade na populaçao geral. Em pacientes com doença renal crônica em hemodiálise, um índice de massa corpórea (IMC) elevado é associado a melhor sobrevida e baixo a aumento da mortalidade. O papel do IMC em diálise peritoneal ainda nao foi estabelecido. O objetivo deste estudo é determinar o papel do IMC na sobrevida de pacientes incidentes e prevalentes em diálise peritoneal (BRAZPD). Foram avaliados pacientes maiores de 18 anos, incidentes (n=2144) e prevalentes (n=3527) do BRAZPD, um estudo multicêntrico observacional iniciado em dezembro de 2004. Os dados apresentados foram coletados até outubro de 2007. Análise de sobrevida foi realizada usando curva sobrevida de Kaplan Méier e o modelo de Cox proportional hazard (ajustado para idade, gênero, escore de Davies e IMC) em incidentes e prevalentes separadamente. Pacientes foram censurados se recuperaram a funçao renal, transferidos para hemodiálise ou receberam transplante. Nível de significância p<0,05. Utilizado SAS 9.1. A média de idade 61± anos, 54% do sexo masculino, 64% sao brancos, 47% recebem até 5 salários mínimos, 49% em DPA e 51% DPAC. Apenas 26% apresentavam escore de Davies igual à zero. Com relaçao ao IMC 7% apresentavam <18,5, 50% entre 18,5 e 24,9, 30% entre 25 e 29,9 e 13% maior do que 30. Para pacientes incidentes o modelo de Cox mostrou maior risco de óbito para IMC <18,5 (p=0,001, IC: 1,35 a 2,57), neutro para IMC entre 25 a 29,9 (p=0,06 IC:0,62 a 1.01), e protetor para IMC > 30 (p=0,02, IC:0,47 a 0,95). Em pacientes prevalentes houve aumento do risco para IMC<18,5 (p=0,003, IC: 1,14 a 2,0) e neutro para IMC 25 a 29,9 (p=0,2 IC:0,74 a 1,07) e IMC > 30 (p=0,2, IC: 0,69 a 1,1). Concluímos que obesidade é protetora para pacientes incidentes e nao aumenta o risco de óbito em pacientes prevalentes.


TL009

Imunizaçao contra hepatite B: resposta vacinal e fatores associados à seroconversao

CASTRO, JH(1); BUCUVIC, EM(1); BATISTAO, SM(1); MARTIN, LC(1); GABRIEL, DP(1); BALBI, AL(1); CARAMORI, JCT(1); BARRETTI, P(1)

Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP(1)

A seroconversao dos pacientes em hemodiálise para a vacina contra hepatite B é baixa em relaçao à populaçao geral, variando de 50 a 80%, comparada aos imunocompetentes (95%).
OBJETIVO: Avaliar a resposta vacinal e os fatores a ela associados em uma amostra de pacientes em hemodiálise do HC-UNESP de Botucatu, submetidos a um novo protocolo vacinal (40 ug Engerix B, IM, 0,1,2 e 6 meses dentro da unidade de hemodiálise).
MÉTODOS: Estudou-se, prospectivamente, uma amostra de 61 pacientes com sorologia negativa, contendo 31 pacientes com esquema vacinal prévio (40 ug Engerix B, IM, 0,1,6) e 30 pacientes nao vacinados. Cinco pacientes foram excluídos por apresentarem esquema vacinal incompleto.
RESULTADOS: 48 pacientes (85,71%) tornaramse reagentes (grupo R) e oito (14,29%) nao-reagentes (grupo NR). Os grupos nao diferiram estatisticamente em relaçao à faixa etária, sexo, raça, presença de diabetes mellitus, Kt/v, hemoglobina, proteína C reativa, albumina sérica, ingestao protéica (PNA g/kg/d), filtraçao glomerular residual e esquema vacinal prévio. Os grupos diferiram quanto ao tempo de diálise (Td) e ângulo de fase (Aº) à bio-impedância. No grupo R 21 pacientes (43,7%) tinham Td > 36 meses, comparado ao grupo NR com nenhum paciente (0%) (p=0,02), enquanto 32 (66,6%) pacientes do grupo NR apresentaram Aº >6, proporçao superior à do grupo NR com apenas 1 paciente (12,5%) (p=0,006). Na análise multivariada apenas o Aº foi preditivo da seroconversao, sendo que os pacientes com Aº > 6 tiveram 4,4 vezes mais chance de seroconversao (p=0,009).
CONCLUSAO: Os resultados sugerem que o estado nutricional influencia a resposta vacinal contra hepatite B em pacientes em hemodiálise.


TL010

Associaçao entre índices de pressao tornozelo-braço (IPTB) e alteraçoes do metabolismo mineral e microinflamaçao nos pacientes em hemodiálise

MIGUEL, J; MIGUEL, C; MIGUEL, S; FARIS, C; NAVEIRO, L; STROGOFF, J; LUGON, J

Universidade Federal Fluminense(1)
Clinefron(2)
CDR Clínicas de Doenças Renais(3)

INTRODUÇAO: Valores reduzidos do IPTB (PA sistólica do tornozelo/ braço) têm-se mostrado um preditor de doenças cardiovasculares e de mortalidade nos pacientes com DRC. Nós hipotetizamos que as alteraçoes no IPTB poderiam estar associadas aos distúrbios do metabolismo mineral e/ou a microinflamaçao.
OBJETIVO: Avaliar a associaçao de reduçao do IPTB com a presença de microinflamaçao e de exposiçao prévia a alteraçoes do metabolismo mineral.
MATERIAL E MÉTODOS: Pacientes em HD >12 meses em 5 unidades de diálise tiveram seus IPTB medidos com manguito adequado, coluna de mercúrio e doppler portátil. Os valores individuais da PA foram definidos pela média de todas as medidas pré-HD ao longo do mês. Foi medida a proteína C reativa (PCR) de alta sensibilidade de todos os pacientes e calculadas as médias dos valores mensais de cálcio (iônico) e fósforo e semestrais do PTH de cada paciente nos 3 anos anteriores à medida do IPTB (ou desde a admissao, se < 36 meses em HD). Os pacientes foram analisados em tercis, de acordo com os valores do IPTB.
RESULTADOS: Foram analisados 478 pacientes: 56% homens, 54 (18 a 77) anos, 17% diabéticos, 59 (12 a 427) meses em diálise. Os pacientes com IPTB mais baixo eram mais idosos, com maior prevalência de diabetes e coronariopatia. A média do cálcio foi semelhante nos 3 tercis, mas a de fósforo foi mais elevada no 3º tercil, enquanto a de PTH foi mais baixa nos pacientes do 1º tercil. Os níveis de PCR foram mais altos nos pacientes do 1º tercil.
CONCLUSOES: Os pacientes com IPTB baixo eram mais idosos, apresentavam mais comorbidades e tinham PCR mais elevada, enquanto pacientes com IPTB elevado tinham fósforo sérico mais alto.

 


TL011

Correlaçao do perfil periodontal com a condiçao sistêmica de pacientes em hemodiálise

CALDAS,C.(1); HERDOIZA,G.(1); PALLAS,D.(1)

NEFRON Nefrologia de Rondonia(1)

HIPOTESE DO ESTUDO: O trabalho a seguir é um estudo transversal cujo enfoque central é a coleta de dados sobre as condiçoes periodontais de pacientes renais crônicos que sao submetidos a hemodiálise, através de exame clínico, radiográfico e coleta de fluxo salivar,para correlacionar a condiçao sistêmica com as condiçoes bucais.
MÉTODOS. Foram acessados os prontuários dos pacientes para a obtençao dos resultados de exames laboratoriais, como uréia (UR) pré e pós-diálise, creatinina (CREA), cálcio, PTH e fosfatase alcalina (FA), para correlacionar a condiçao sistêmica com as condiçoes bucais. Realizou-se em 79 pacientes, exame clínico periodontal, avaliando: índice de placa (IP), índice gengival (IG), profundidade a sondagem (PS), nível de inserçao clinica (NIC)
RESULTADOS. Após o tratamento estatístico com os testes t de Student e de Mann Whitney verificou-se que o IG foi maior nos indivíduos com UR pré-diálise (p=0,0124) e houve uma diferença significante de NIC com o PTH alterado (p=0,0388) A FA utilizada como marcador ósseo, apresentou valores elevados em pacientes com NIC >2mm mas sem valor estatisticamente significante. IG e IP foram maiores no grupo de pacientes com valores de exames laboratoriais dentro dos padroes de normalidade sem diferenças estatisticamente significativas, o que demonstra serem fatores apenas locais na determinaçao das condiçoes periodontais encontrados nao alterando as condiçoes sistêmicas. Neste grupo de pacientes as condiçoes que caracterizam a doença renal crônica nao influenciam na condiçao periodontal no tratamento com hemodiálise.
CONCLUSOES. Correlacionando os parâmetros laboratoriais com os periodontais, foi possível observar que ocorreram diferenças estatisticamente significativas quanto ao IG no grupo da uréia pré-diálise com valores de normalidade e NIC no grupo do PTH alterado. Todos os outros valores nao foram significativamente significativos.Os pacientes com NIC < 2mm apresentaram menores valores para FA somente sem diferenças estatisticamente significativa. Dessa forma, concluiu-se que somente as variáveis relacionadas ao metabolismo ósseo, apresentaram diferenças estatisticamente significativas quanto aos parâmetros periodontais.


TL012

Evoluçao da sensibilidade dos bastontes gram-negativos nas peritonites em diálise peritoneal: experiência de nove anos em um único centro

BARRETTI P(1); PEREIRA DF(1); CARAMORI JCT(1); BRASIL MAM(1); CUNHA MLRS(2); MONTELLI AC(2)

Disciplina de Nefrologia da Faculdade de Medicina de Botucatu-UNESP (1)
Instituto de Biociências-UNESP(2)

A prevalência da etiologia estafilocócica nas peritonites em diálise peritoneal (DP) tem diminuído progressivamente. Entretanto, mantém-se estável a prevalência dos episódios por bastonetes Gram-negativos. Esta etiologia, em geral é associada a casos mais graves e resistência a vários antimicrobianos.
OBJETIVO: Descrever a evoluçao da sensibilidade in vitro de bastonetes Gram negativos em um período de nove anos em um único centro universitário.
MATERIAL E MÉTODOS: Foram estudados retrospectivamente 95 linhagens bacterianas isoladas de episódios de peritonite em 73 pacientes entre jan/1998 e jan/2007. A amostra foi dividia em dois períodos de 54 (período 1) e 55 meses (período 2), considerando-se dois grupos bacterianos: Enterobactérias e Bastonetes Gram negativos nao fermentadores (BGNNF). Os dados foram analisados para cada antimicrobiano testado pela concntraçao inibitória mínima pr E-test e para casa um dos grupos. Para comparaçao entre proporçoes foi usado o teste exato de Fisher.
RESULTADOS: Houve 61 episódios por Enterobactérias, sendo o Enterobacter a espécie mais freqüente (19 casos) e 34 por BGNNF, 20 por Pseudomonas aeruginosa. A percentagem de cepas sensíveis para cada antimicrobiano nos dois períodos de tempo está expressa na tabela.
CONCLUSAO: Houve pequena e estável percentagem de resistência entre as Enterobactérias e dramático aumento de resistência entre os BGNNF, em particular para o ceftazidime e cefepime, sugerindo que estas drogas nao devam ser utilizadas tratamento inicial das peritonites em DP

 


TL013

Registro multicêntrico PD. Focus: sistema de informaçoes para a promoçao da qualidade em DP

ALVES, F(1); MEDEIROS, F(1); VALENTE, J(1); CORDEIRO, P(1); RODRIGUES, V(2); BRITO, Z(3); DINIZ, E(4); CAVALCANTI, A(5); TIBURCIO, J(6); LACERDA, G(7)

CDR(1)
Instituto Mineiro de Nefrologia(2)
Cetene(3)
Clinica do Rim(4)
Nefroclinica(5)
CDR Piaui(6)
Pronefron(7)

OBJETIVO: Apresentar dados retrospectivos deste Registro e analisá-los à luz das diretrizes do K-DOQI para DP.
MÉTODOS: Dados de pacientes(Pac) prevalentes e incidentes tratados em 18 Unidades de DP, no período Jan-07 a Abr-08. Foram analisados visitas domiciliares(VD), treinamento(Trein) infecçao(infc), adequaçao, sobrevida atuarial, drop out, nutriçao, DCVascular, anemia e metabolismo mineral, cujos dados foram processados pelo software Renal Manager-DPr.
RESULTADOS:Foram incluídos 901 Pac(84,9% CAPD) 54,5%eram mulheres, com idade de 59(01 a 98) anos. Hipertensao(34,7%) e diabetes(31,1%) foram as doenças de base mais freqüentes. O tempo médio de seguimento foi de 10,2 meses. Foram realizados 652 Trein e 355 VD. Um total de 1003 cateteres (55,2%swan-neck e 44,8%Tenckhoff) foi implantado, e ocorreram 164 infec de óstio e 23 infec de túnel (1episódio(epi)/ 48 Pac.mês). Ocorreram 336 peritonites, com incidência de1 epi/ 27Pac.mês (CAPD 1/26 e DPA 1/29, Pac.mês) e índice de cura de 70%. Foram isolados germes em 70,2% das culturas(67,6% Gram+ e 25,2% Gram-). A sobrevida (Kaplan-Meier) em 12 meses dos pac 89%, técnica 88% e cateter 70%. A taxa de drop-out em 12 meses foi de 27,3%(óbito 44% e transferência para HD 46%). O Kt/V uréia (n=1003) foi >1,7 em 75%. Teste PET (n=538): 14,7% rápido, 33,3% médio rápido, 35,3% médio lento e 16,7% lento. Laboratório (médias): Hb 12,6 g/dl(69%>11 g/dl), 70% dos Pac em uso de EPO. Ferritina 265 ng/ml, Ca >10,5 mg/dl(3,6%), P>5,5 mg/dl P¥(26,5%), Ca <55(83%) e PTH <150 pg/ml(26%) e 13,3% >600 pg/ml(13,3%). Avaliaçao global subjetiva: normal em 70%, desnutriçao Leve/moderada em 20% e grave em 10%. O nPCR foi < 0,8g/kg/dia em 65,9% dos Pac e >1,g/kg/dia em 14,3%. O IMC >30 foi observado em 17% dos Pac. Hipertensao(PAM>106mmHg) foi observada em 32% das avaliaçoes. Hipotensores foram utilizados por 84% dos Pac.
CONCLUSAO: O controle de parâmetros clínicos é recomendado para melhorar os resultados de DP(K-DOQI/2005). O PD.Focus ao disponibilizar informaçoes abrangentes e criteriosas, criou meios para que o gerenciamento da qualidade de DP seja possível.


TL014

A concentraçao do sódio (NA+) sérico pré-hemodiálise (pré-HD): um parâmetro para a prescriçao da hemodiálise crônica (HD)

SERGIO F.F; SANTOS(1); NAYAN GOWDA(3); CHIRAG R. PARIKH(2); ALDO J. PEIXOTO(2)

Universidade do Estado do Rio de Janeiro(1)
Yale University School of Medicine(2)
University of Connecticut School of Medicine(3)

OBJETIVO: nosso grupo demonstrou que a individualizaçao da prescriçao da concentraçao do Na+ no dialisato, baseada na concentraçao do Na+ sérico pré-HD, diminuiu a sede, o ganho de peso interdialítico e a pressao arterial nos pacientes em HD crônica (de Paula e cols. Kidney Int, 2004). Para verificar a variaçao do Na+ sérico pré-HD, nós realizamos uma avaliaçao retrospectiva dos resultados de exames laboratoriais mensais de 100 pacientes em HD do West Haven VA Medical Center (West Haven, CT, USA), por um período de 12 meses.
MATERIAL E MÉTODOS: o Na+ sérico foi analisado pela ionometria indireta. Os valores foram corrigidos para a glicemia (reduçao de 1,6 mmol/L para cada 100 mg/dl de glicose acima de 200 mg/dl).
RESULTADOS: a média da concentraçao sérica do Na+ pré-HD foi de 136+0,8 mmol/L, com valores entre 127 e 143 mmol/L e o coeficiente de variaçao foi de 1,6%, próximo ao do coeficiente de variaçao do ensaio laboratorial (0,6%). O coeficiente de variaçao da concentraçao sérica do Na+ após a HD (Na+ pós-HD) também foi baixo (1,8%), apesar da média da concentraçao sérica do Na+ pós-HD ter sido significativamente mais elevada (138+0,9 mmol/L; p<0,0001 vs Na+ pré-HD), provavelmente conseqüência do uso de uma concentraçao padrao do Na+ no dialisato de 140 mmol/L. Outros parâmetros laboratoriais analisados tiveram os seguintes coeficientes de variaçao, todos mais altos do que os observados para o sódio e dos respectivos coeficientes de variaçao do ensaio laboratorial: cloro pré-HD = 4,0%; cloro pós-HD = 3,1%; bicarbonato pré-HD = 11,8%; bicarbonato pós-HD = 10,3%; potássio pré-HD = 11,6%; potássio pós-HD = 10,1%; nitrogênio ureico pré-HD = 23%; nitrogênio ureico pós-HD = 30,8%; creatinina pré-HD = 18,4%; creatinina pós-HD = 20,9%; glicose pré-HD = 24,1%; glicose pós-HD = 17,8%; cálcio pré-HD = 24,1%; fosforo pré-HD = 25,1%; albumina pré-HD = 8,8%.
CONCLUSAO: nós concluímos que a variaçao da concentraçao do Na+ sérico pré-HD pode servir como referencia para a prescriçao da concentraçao de Na+ no dialisato.


TRANSPLANTE

TL015

Linfócitos B na rejeiçao ao enxerto renal e sua relaçao com o fragmento C4D

MARTINS, HL(1); SILVA, C(1); MARTINI, D(2); TEODORO, WR(1); NORONHA, IL(1,2)

Universidade de Sao Paulo(1)
Hospital Beneficencia Portuguesa(2)

A rejeiçao ao aloenxerto mediada por mecanismos celulares ou humorais representa uma importante complicaçao no pós-transplante. O envolvimento dos linfócitos B neste processo foi pouco investigado. Embora esteja bem estabelecido o papel dos linfócitos B como células produtoras de anticorpos, a associaçao dos linfócitos B e C4d ainda nao foi analisada. O objetivo do presente estudo foi analisar e quantificar os linfócitos B em biópsias de aloenxerto renal e sua correlaçao com a sobrevida do enxerto. Adicionalmente, analisamos a possível associaçao entre linfócitos B e a presença de C4d em biópsias renais. O estudo analisou 100 biópsias de enxerto renal incluídas em parafina (além de 25 fragmentos de criostato) de 84 pacientes, classificadas em 3 grupos: rejeiçao aguda (RA, n=43), nefropatia crônica do enxerto (NCE, n=48) e rim normal (n=9). Linfócitos B foram avaliados por imuno-histoquímica em cortes de parafina (células CD20+) e o fragmento C4d por imunofluorescência em cortes de criostato. Nenhuma célula CD20+ foi detectada em rim normal. Em contraste, um número significativo de células CD20+ foi identificado nos casos RA e NCE (RA: 30/43 casos, 70,2±19,8 cels/mm2; NCE: 28/48 casos, 36,4±13,1 cels/mm2 [média ± EP]). O infiltrado de células B ocorreu em 2 padroes distintos: 75% como padrao de células isoladas e 25% como padrao nodular. O padrao nodular esteve associado a uma menor sobrevida do enxerto renal em 2 anos (58% vs 86% no grupo CD20 negativo, e 58% vs 85% no grupo com padrao de células isoladas; p<0,05). O fragmento C4d foi detectado em 9/25 casos (36%). Linfócitos B foram detectados em todos os casos C4d positivos e em 62% dos casos C4d negativos. O número de células CD20+ foi significantemente maior nos casos C4d positivos comparados aos casos C4d negativos (199,6±85,5 vs 33,7±9,9 cels/mm2, respectivamente; p<0,05). Estes resultados demonstram que a presença de padrao nodular de linfócitos B em casos de rejeiçao ao enxerto renal está associada a uma menor sobrevida do enxerto. Adicionalmente, este estudo demonstrou uma correlaçao positiva entre o depósito de fragmento C4d em capilares peritubulares e o infiltrado de linfócitos B na rejeiçao ao enxerto renal.


TL016

Monitoring of anti-HLA antibodies after renal transplantation – What is the clinical relevance?

SOUZA PS(1); PANAJATOPOULOS N(2); DAVID DSR(1); RONDA C(2); AGENA F(1); RODRIGUES H(2); IANHEZ LE(1); NAHAS W(1); DAVID-NETO E(1); KALIL J(2); CASTRO MCR(1)

Unidade de Transplante Renal – Faculdade de Medicina da USP(1)
Laboratório de Imunologia do Incor-USP(2)

INTRODUCTION: To follow systematically anti-HLA antibodies (Abs) after renal transplantation and to evaluate their association with acute rejection, C4d staining and graft survival.
METHODS: Between July/05 and July/06, 926 sera from 111 transplanted patients (pts) who completed 12mo FU or lost the graft were analyzed. Sera were collected before transplantation, at days 7, 14, 30, 60, 90, 180, 360 post-transplant (PT) and during acute rejection episodes (AR). Donor-specific antibodies (DSA) were detected by flow cytometry (FXCM) and NIH-CDC-AGH technique. Panel reactive antibodies (PRA) were analyzed using ELISA methods; AR were classified by Banff 97 criteria (updated 2003). C4d staining was performed on frozen biopsies.
RESULTS: Pre-transplant PRA was >1% in 23 pts (21%), 11 of them had PRA>50%. Pts were classified in 5 groups according to PT PRA: Group A (n=88) no evidence of Abs pre and PT; group B (n=8) unsensitized pts who developed Abs de novo; Group C (n=6) sensitized pts who remained at the same PRA level; Group D (n=13) sensitized pts who decreased PRA level and Group E (n=4) sensitized pts who increased PRA level during the 1st yr. The groups were similar regarding demographic data, except groups B and C had more deceased donors (p=.02); groups C and D had more re-transplants (p=.02); groups C, D and E received more ATG than groups A and B (p=.001). AR occurred in 30/111 pts (27%). Groups B, C and E had more AR (respectively, 62,5%; 66,7% and 75%) than group A (21,3%; p<.001) and group D (7,7%; p<.02). Groups B, C, D and E had higher Banff scores than group A (p=.03). All AR biopsies in groups B, D, E and 75% in group C were C4d+ when compared with 6% in group A (p<.001). Among pts with AR, 43,3% had Abs which appeared/increased during AR, in 77% Abs were DSA. In 56% AR were cell-mediated (C4d-/Abs-). The incidence of antibody-mediated rejection was 11,7%, represented 43,3% of all rejection episodes. One-year death-censored graft survival was not different among the groups. The presence of AR (p<.05), C4d+ (p=.02) and DSA (p<.05) where risk factors for graft loss.
CONCLUSION: Our data suggest that monitoring of anti-HLA Abs after kidney transplantation is a useful tool for the diagnosis of antibody-mediated responses, and has also prognostic implications in terms of graft survival.


TL017

A quantificaçao do mrna da molécula TIM3 no sangue periférico e em células do sedimento urinário permite diagnóstico acurado da rejeiçao aguda de enxertos renais

AQUINO-DIAS, EC(1); JOELSONS, G(1); VERONESE, FJ(1); GONÇALVES, LF(1); MANFRO, RC(1)

Serviço de Nefrologia, Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Faculdade de Medicina – UFRGS(1)

OBJETIVO: Avaliar a expressao do mRNA da molécula TIM3 em biópsias renais, linfócitos periféricos e células urinárias de pacientes transplantados renais visando o diagnóstico nao-invasivo da rejeiçao aguda.
PACIENTES E MÉTODOS: Foi extraído mRNA de 111 biópsias de enxertos, de sangue periférico e de células do sedimento urinário concomitantemente obtidos de 100 pacientes transplantados. Cinqüenta e oito o foram de pacientes com disfunçao inicial do enxerto (DIE), 41 de pacientes com disfunçao e 12 de pacientes protocolares com funçao normal. De acordo com a classificaçao de Banff de 1997, as biópsias foram alocadas em 6 grupos diagnósticos: (1) necrose tubular aguda (NTA; n=33); (2) rejeiçao aguda em pacientes com NTA (NTA-RA; n=25); (3) rejeiçao aguda (RA; n=17); (4) nefrotoxicidade por inibidor da calcineurina (NIC; n=8); (5) nefropatia crônica do enxerto (NCE; n=16) e (6) biópsias protocolares normais (PN; n=12). Foi utilizada a técnica quantitativa de PCR em tempo real para amplificaçao e quantificaçao do mRNA.
RESULTADOS: As análises realizadas em tecido renal de pacientes com NTA-RA e RA apresentaram quantidades elevadas significantes de transcritos de TIM3 comparado com os outros grupos. Semelhantemente, no sangue periférico e na urina o TIM3 é hiperexpresso em pacientes com rejeiçao (NTA-RA e RA). Correlaçoes estatisticamente significativas foram observadas entre as quantidades em tecido, sangue e urina (p<0,01). As sensibilidades para o diagnóstico de rejeiçao aguda foram 97,4% e 93%; especificidades: 93,4% e 98,0%; valores preditivos positivos: 90,5% e 96,3%; valores preditivos negativos: 98,2% e 93,1% e acurácias: 95,0% e 96,0% respectivamente para as analises células do sangue periférico e urinárias.
CONCLUSOES: A quantificaçao do mRNA do TIM3 em células do sangue periférico e do sedimento urinário pode prover uma ferramenta nao-invasiva acurada para o diagnóstico de rejeiçao aguda em pacientes transplantados renais.


TL018

Polimorfismo do gene da heme oxigenase-1 em doadores de transplante renal e sua correlaçao com a expressao tecidual nos desfechos clínicos

OZAKI, KS(1); MARQUES, GM(1); NOGUEIRA, E(1); CENEDEZE, MA(1); FRANCO, MF(1); MAZZALLI, M(2); BERALDO, FC(2); MALHEIROS, DMCA(3); PACHECOSILVA, A(1); CAMARA, NOS(3)

Universidade Federal de Sao Paulo, UNIFESP – Departamentos de Nefrologia e Patologia(1)
Universidade de Campinas, UNICAMP(2)
Universidade de Sao Paulo, USP – Departamentos de Imunologia e Patologia(3)

A heme oxigenase-1 (HO-1) é um gene de resposta ao stress, que apresenta um polimorfismo do tipo microssatélite baseado no número de repetiçoes do dinucleotídeo GT, que regula seu nível de expressao e pode ter um impacto na sobrevida do enxerto após um insulto. Indivíduos com repetiçoes curtas apresentam capacidade de melhor expressao (altos produtores). A presença do polimorfismo da HO-1 em doadores de transplante renal tem sido relacionada com uma melhor sobrevida do enxerto.
OBJETIVO: Correlacionar o polimorfismo do gene da HO-1 com sua expressao tecidual pelos métodos de PCR e imunohistoquímica, nos eventos de rejeiçao aguda (RA) e fibrose intersticial e atrofia tubular (FI/AT).
MÉTODOS: Para a determinaçao do polimorfismo da HO-1, o DNA foi isolado de amostras de sangue ou tecidos dos receptores e doadores de transplante renal. O gene da HO-1 foi amplificado por PCR e seqüenciado. A expressao de HO-1 foi quantificada por RT-PCR em amostras de tecido renal, coletadas 30 minutos após o término da anastomose vascular e, sempre que houvesse uma disfunçao aguda durante o seguimento do transplante renal (até dois meses). A expressao protéica da HO-1 foi quantificada pelo método de imunohistoquímica.
RESULTADOS: As repetiçoes alélicas foram divididas em duas subclasses, repetiçoes curtas (S: short repeats) quando apresentavam menos de 26 repetiçoes, e repetiçoes longas (L: long repeats), se apresentavam 27 ou mais repetiçoes. Considerando os doadores 37,3% portavam o alelo S. A incidência de necrose tubular aguda (NTA), RA e FI/AT foram de 41,2%, 23,5% e de 25,5% respectivamente. Dentre os 51 pacientes incluídos no estudo, foram obtidas 45 amostras de tecido renal no tempo zero. A média da expressao relativa do gene da HO-1 em biópsias de tempo zero foi de 7,69 ± 1,77. Nos doadores com o alelo S, ela foi de 6,53 ± 2,00 e de 8,29 ± 2,50 nos doadores que nao portavam o alelo S. Nao houve diferenças estatísticas entre os grupos. As expressoes relativas de HO-1 em tecidos renais com diagnóstico de RA (36,36 ± 15,71) e de FI/AT (16,52 ± 2,29) foram estatisticamente significantes, quando comparados com a expressao basal.


TL019

Expressao de vimentina e infiltraçao de miofibroblastos sao marcadores precoces de disfunçao renal crônica em transplantados renais

MATOS, ACC(1,2); DURAO, MS(1,2); TONATO, EJ(1,2); MOURA, LAR(2); FRANCO, MF(2); CAMARA, NOS(2,3); PACHECO-SILVA, A(1,2)

IEP, Hospital Israelita Albert Einstein(1)
UNIFESP(2)
USP(3)

OBJETIVO: Identificar em pacientes transplantados renais (PTR) estáveis marcadores clínicos e morfológicos de disfunçao tardia do enxerto renal.
MÉTODOS: 49 PTR foram submetidos a biópsias renais (BXS) e à medida simultânea da creatinina (Cr) após 105 dias do tx e seguidos por 64,3±8,6 meses. As BXS foram classificadas quanto à presença de alteraçoes crônicas intersticiais (ci) e tubulares (ct) de acordo com Banff-97 e foram divididas de acordo com a soma de ci+ct, em >1 ou <1. O colágeno intersticial foi avaliado pelo Picrosirius (PS) e a avaliaçao imunohistoquímica do túbulo proximal e do interstício foi feita pela marcaçao de citoqueratina (CIT), vimentina (VIM) e miofibroblasto ( -SMA). BXS com perda tubular de CIT e expressao tubular de VIM foram classificadas como tendo o processo de transiçao epitélio-mesenquimal (TEM). A linha de tendência (LT) de 6 medidas de Cr dosadas no período entre as BXS e o final do estudo foi determinada para cada paciente. Pacientes com LT negativa foram classificados como tendo piora da funçao renal. Foram analisadas as variáveis quanto à influência sobre a funçao renal no final do estudo.
RESULTADOS: A média da Cr no momento da BXS foi de 1,4±0,3 mg/dl e de 1,3±0,3 mg/dl no final do estudo. No seguimento, 9 (19%) pacientes evoluíram com piora da funçao renal, 3 pacientes morreram e 2 perderam o enxerto por NCE. Dezesseis (34%) BXS apresentaram TEM. A expressao anômala de VIM nos túbulos foi encontrada em 76% das BXS e a de  -SMA (4,0±2,1) foi encontrada apenas no interstício. 15 (32%) BXS tinham alta expressao intersticial de  -SMA e tubular de VIM concomitantemente. Na análise multivariada de Cox, HLA e  -SMA intersticial/VIM tubular foram as variáveis associadas à piora da funçao renal, conferindo risco de 3,3 (p=0,033) e 9,8 (p=0,015), respectivamente.
CONCLUSAO: Mecanismos de fibrogênese ocorrem precocemente após o tx e estao associados à piora da funçao renal após 5 anos.


TL020

A etnia negra é um dos fatores de risco associado com maior mortalidade após o transplante renal

HARADA KM(1); SAMPAIO ELM(1); PARK SI(1); OLIVEIRA NI(1); SPINELLI GA(1); FELIPE CR(1); FREITAS TVS(1); TEDESCO-SILVA JR H(1); MEDINA-PESTANA JO(1)

Hospital do Rim e Hipertensao – UNIFESP(1)

OBJETIVO: Avaliar os fatores de risco relacionados a mortalidade e a perda do enxerto nos primeiros dois anos após o transplante renal.
MÉTODOS: Análise retrospectiva de transplantes renais realizados entre 2003-2006, utilizando banco de dados informatizado. Os desfechos analisados foram: sobrevidas do paciente, do enxerto e fatores de risco através de análise multivariada de Cox.
RESULTADOS: Dos 2364 transplantes, 67% foram com doador vivo (DV), 6% com doadores falecidos (DF) com critério expandido (DCE). As sobrevidas do paciente e do enxerto foram superiores entre receptores de DV que DF (97% vs 91%; 96% vs 83%, , p<0,001). Ao final de 24 meses, os receptores de etnia negra apresentaram sobrevida do enxerto (84%vs89%, p<0,05) inferior devido a maior mortalidade (sobrevida do paciente: 87% vs 93%, p<0,01). Na data do transplante, os fatores de risco relacionados à mortalidade do receptor foram o tipo de doador (DF, RR=2,4, IC 1,6-3,6) e a etnia negra (RR=1,8, IC 1,2-2,9). Os fatores de risco relacionados à perda do enxerto foram o tipo de doador (DF, RR=2,1, IC 1,4-3,2), DCE (RR=2,0 IC:1,2-3,3), presença de funçao retardada do enxerto (RR=1,8, IC 1,2-2,7), e ocorrência de rejeiçao aguda (RA, RR=3,5, IC 2,5-4,8) no primeiro ano após o transplante. Aos 6 meses de transplante, os fatores de risco relacionados a mortalidade do receptor foram o tipo de doador (DF, RR=2,5, IC 1,5-4,3) e a ocorrência de RA (RA, RR=2,4, IC 1,6-3,8). Os fatores de risco para a perda do enxerto foram o tipo de doador (DF, RR=2,0, IC 1,1-3,7), rins de DCE (DCE, RR=2,6, IC 1,1-6,2), a ocorrência de RA (RA, RR=9,5, IC 5,4-16,4) e a funçao renal no 6º mês (creatinina > 1,5 md/dL) (RR=2,1, IC 1,3-3,4).
CONCLUSAO: Os fatores de risco tradicionais continuam a exercer influência negativa nos desfechos do transplante. A maior mortalidade é a principal causa do resultado inferior observado entre os receptores de etnia negra, o que contrasta com resultados norte-americanos e necessita maior investigaçao para a escolha de esquemas de imunossupressao mais apropriados para essa populaçao.


TL021

Avaliaçao funcional e morfológica do túbulo proximal renal e sua correlaçao com o prognóstico do enxerto renal

MATOS, ACC(1,2); CAMARA, NOS(2,3); MOURA, LAR(2); FRANCO, MF(2); PACHECO-SILVA, A(1,2)

IEP-Hospital Israelita Albert Einstein(1)
Unifesp(2)
USP(3)

Pacientes transplantados de rim (PTR) com funçao renal estável e disfunçao tubular proximal (DTP) têm um risco elevado para nefropatia crônica do enxerto (NCE). As características morfológicas desta disfunçao sao desconhecidas. O objetivo deste trabalho é avaliar as alteraçoes histológicas associadas com a DTP e suas correlaçoes com a sobrevida renal.
MÉTODOS: 49 PTR com funçao renal estável foram submetidos à biópsia (bx) renal e à dosagem simultânea da proteína transportadora do retinol urinária (RBPu) para avaliar a funçao tubular e do Clearance de creatinina (ClCr). A Classificaçao de Banff-97 e uma análise semi-quantitativa foram utilizadas para avaliar as alteraçoes tubulointersticiais. As bxs foram coradas com Picrosirius e a fibrose intersticial foi quantificada. Os pacientes foram seguidos por 24,0±7,8 meses. Perda da funçao renal foi definida como qualquer reduçao do ClCr entre o momento da bx e ClCr no final do estudo.
RESULTADOS: No momento da bx, a média da creatinina (Cr) foi de 1,43±0,33mg/dl. Doze pacientes (24,5%) tinham RBPu > 1mg/L, indicando DTP e 67% das bxs tinham algum grau de injúria tubulointersticial. No final do seguimento, 18 (36,7%) pacientes evoluíram com perda da funçao renal. Os níveis de RBPu nao estiveram associados aos achados morfológicos de NCE, à fibrose intersticial medida pelo Picrosirius e ao dano tubulointersticial. Contudo, na análise multivariada, a única variável associada com a perda da funçao renal no seguimento foi a RBPu > 1mg/L, determinando um risco de 3,62 de perda da funçao renal. (p= 0,011).
CONCLUSAO: Pacientes transplantados de rim com DTP apresentam alteraçoes funcionais que nao estao associadas às alteraçoes morfológicas. Esta alteraçao funcional está associada à reduçao progressiva da funçao renal.


INSUFICIENCIA RENAL AGUDA

TL022

Estudo funcional da ativaçao de macrófagos alveolares em modelo experimental de inflamaçao alérgica pulmonar em ratos com ou sem insuficiência renal aguda

SILVA, RC(1,2); LANDGRAF, RG(1,2); JANCAR, S(2); CAMARA, NOS(1,2)

Universidade Federal de Sao Paulo(1)
Universidade de Sao Paulo(2)

INTRODUÇAO: A inflamaçao alérgica pulmonar é uma doença complexa que envolve a participaçao de citocinas, mediadores inflamatórios, eosinófilos e linfócitos do tipo Th2. A isquemia e reperfusao renal (IR) resulta em uma reaçao inflamatória sistêmica que afeta outros órgaos e tecidos, entre eles o pulmao, com predomínio de uma resposta do tipo Th1.
OBJETIVOS: Avaliar a capacidade fagocítica e microbicida de macrófagos alveolares de ratos com inflamaçao alérgica pulmonar submetidos ou nao à IR. Materiais e
MÉTODOS: Os macrófagos alveolares de ratos sensibilizados com ovalbumina foram avaliados na 24 h após o desafio antigênico em animais submetidos ou nao a 60 min de isquemia renal (IR). As lesoes de reperfusao foram analisadas 24 horas após o re-estabelecimento do fluxo sanguíneo renal. Para o ensaio da fagocitose, os macrófagos alveolares foram colocados em cultura com hemáceas opsonizadas com IgG, por 2h, em diferentes proporçoes de macrófagos/hemáceas. Dosagens séricas de uréia e histologia do tecido renal e pulmonar foram avaliadas para comprovar o dano renal e pulmonar após a lesao de IR.
RESULTADOS: O lavado broncoalveolar apresentou elevado infiltrado celular nos animais imunizados (420%) quando comparados com animais controle, a IR reduziu significativamente este infiltrado (52%). Macrófagos de animais imunizados e desafiados fagocitaram 10x mais hemáceas quando comparados ao grupo controle, animais submetidos a IR apresentaram reduçao no índice fagocítico de 68%. Os níveis de uréia nao foram alterados em animais imunizados e desafiados, entretanto animais que sofreram IR apresentaram aumento de 239% nos níveis de uréia no soro.
CONCLUSOES: A isquemia e reperfusao renal aparentemente altera a capacidade fagocítica de macrófagos alveolares, reduzindo a inflamaçao alérgica pulmonar à ovalbumina.


TL023

Envolvimento crítico da resposta imune inata (receptores toll-like 2 e 4) na lesao renal aguda induzida pela cisplatina

CENEDEZE, MA(1); SEMEDO, P(1); GONÇALVES, GM(1); MALHEIROS, DMCA(2); PACHECO-SILVA, A(1); CAMARA, NOS(1,2)

UNIFESP(1)
USP(2)

INTRODUÇAO: A cisplatina induz morte celular ao longo do néfron por apoptose e necrose, produçao de citocinas inflamatórias via ativaçao do NFkB e ativaçao linfocitária. Elementos da resposta imune inata (receptores símiles ao Toll , TLR) parecem também contribuir para na sua fisiopatogenia.
OBJETIVOS: Estudar o papel dos TLR-2 e -4 na lesao renal induzida pela cisplatina. Secundariamente, nós intencionamos saber se a modulaçao da expressao de heme oxigenase 1 (HO-1) poderia amenizar os efeitos causados pela cisplatina.
MATERIAIS E MÉTODOS: TLR-2 e – 4 KO e camundongos selvagens, machos, entre 6-8 semanas foram usados. A cisplatina foi administrada em dose única (20 mg/Kg). Creatinina sérica e quantificaçao de mRNA TNF-a foram feitos. A modulaçao da expressao de HO-1 foi feita usando o cobalto de protoprofirina (COPPIX) na dose de 5 mg/Kg no dia -1 à infusao de cisplatina. Bioplex foi usado para medir citocinas no soro dos animais (TNF-a, IL-1a, IL-1b, IL-4, IL-10, MIP-1a, G-CSF, GM-CSF, IL-17, RANTES, IL-12p40, IL-12p70, IL-2, Il-2 e Il-5). Análises estatísticas foram realizadas na comparaçao dos grupos. P<0,05 foi considerado estatístico.
RESULTADOS: Os animais selvagens apresentaram uma perda de peso e mortalidade considerável e estatisticamente significante quando comparados aos animais nocautes para o TLR-4. Os animais nocautes para TLR-2 comportaram-se como os animais selvagens. A administraçao de cisplatina ocasionou um aumento substancial de TNF-a, principalmente nos animais selvagens. Animais nocautes apresentaram menor expressao de todas as citocinas pró-inflamatórias e aumento de IL-4 e IL-10 em relaçao ao controle selvagem. O tratamento com o COPPIX melhorou acentuadamente a sobrevida dos animais selvagens e nocautes e a funçao renal. Entretanto, a melhora nos níveis de mRNA de TNF-a só foi observado nos animais selvagens.
CONCLUSOES: O TLR-4, e em menor extensao o TLR-2, participam da lesao renal induzida pela cisplatina via produçao de TNF-a. O aumento na expressao de HO-1 melhora a perda de funçao renal, a sobrevida dos animais e a produçao de TNF-a, principalmente nos animais selvagens.


TL024

Efeitos dos cristais de ácido úrico em célula mesangial humana imortalizada (CMHI)

ALBERTONI GA(1,2); BORGES FT(1); BARRETO JA(2); SCHOR N(1)

UNIFESP(1)
COLSAN(2)

INTRODUÇAO: A hiperuricemia está associada ao aumento do risco cardiovascular e de doenças renais, incluindo esclerose glomerular. O ácido úrico (AU) apresenta efeitos pró-inflamatórios em células vasculares de músculo liso com a ativaçao do NF-kB, proliferaçao celular e aumento da angiotensina II. O AU é considerado o principal antioxidante presente no plasma.
OBJETIVO: Determinar os efeitos dos cristais de ácido úrico e a possível via de sinalizaçao envolvida em célula mesangial humana imortalizada, determinar a açao do AU sobre o efeito oxidante e inflamatório do lipopolissacarídeo (LPS).
MATERIAL E MÉTODO: CMHI foram expostas a cristais de ácido úrico (6, 8 e 10mg/dl) ou LPS (10mg/dl) durante 1 a 12 horas. NF-kB foi determinado por EMSA, AII por ELISA, RNAm de IL-6, endotelina e NF-kB foram determinadom por PCR em tempo real. Proliferaçao celular foi avaliada por contagem celular. Resultados e
CONCLUSOES: A exposiçao ao ácido úrico em CMHI inibiu a proliferaçao celular; apresentou açoes pro-inflamatórias como aumento do RNAm de IL-6 e NF-kB; diminuiu o RNAm da endotelina, aumentou a produçao de AII. A associaçao entre ácido úrico e LPS em CMHI aumentou a proliferaçao celular; aumentou a expressao de RNAm de IL-6, NF-kB e endotelina, sendo que estes efeitos foram inversamente proporcional a concentraçao de ácido úrico; aumentou a produçao de AII. O ácido úrico em CMHI tem efeitos pró- e anti-inflamatórios, dependendo da concentraçao e do estímulo envolvido. Os efeitos inflamatórios do ácido úrico podem contribuir para o dano renal observado na hiperuricemia.


TL025

Injúria renal aguda (IRA) em unidade de terapia intensiva (UTI): estudo prospectivo sobre as características clínicas e evoluçao de pacientes acompanhados ou nao por nefrologista

ZORZEMAN, CPF(1); SANTOS, NY(1); ARAUJO, MF(1); GABRIEL, DP(1); BALBI, AL(1)

Universidade Estadual Paulista – UNESP(1)

INTRODUÇAO: A IRA em UTI representa uma grave complicaçao que pode influenciar negativamente a evoluçao do paciente.
OBJETIVO: Analisar comparativamente características clínicas e a evoluçao de pacientes com IRA internados em UTI geral de Hospital Universitário terciário acompanhados ou nao pelo nefrologista.
METODOLOGIA: Estudo prospectivo com 82 pacientes que adquiriram IRA durante a internaçao em UTI entre agosto de 2007 e abril de 2008. Foram divididos em 2 grupos: avaliados (G1) e nao avaliados (G2) pelo nefrologista. IRA foi definida como aumento de creatinina (Cr) de 0,3 mg/dl se Cr basal < 1,5 mg/dl ou > 50% se Cr basal >1,5 mg/dl. Excluídos pacientes transplantados renais, com insuficiência renal crônica (IRC) IV ou V, com permanência < 48 h na UTI e menores de 15 anos.
ESTATISTICA: Chi quadrado ou teste exato de Fisher, test t ou Mann Withney.
RESULTADOS: A incidência de IRA foi 31,2%, sendo que 35 pacientes (42,6%) foram avaliados pelo nefrologista. Os grupos foram semelhantes quanto à etiologia da admissao em UTI (sepse 37 x 31,9%, ns), causa de IRA (NTA isquêmica 78 x 81%, ns), necessidade de drogas vasoativas (74,3 x 55,3%, ns), comorbidades (diabetes: 20X21%, hipertensao arterial: 48,5×40,4%, IRC: 17,1 X 17%, ns). Os grupos diferiram quanto à idade (G1 65,7 ± 17,1 X G2 54,8± 17,8 anos, p= 0,02), APACHE II: (G1 24 ± 19,1X G2 19± 13,8, p= 0,004), ATN-ISS (G1 0,75 ± 0,17X G2 0,54 ± 0,15, p= 0,0012), indicaçao de diálise (65,7 X 0%, p<0,0001), oligúria (G1 77,7 ± 17,5%X G2 47,5± 11,8%, p= 0,003), Cr máxima (G1 3,3 ± 1,1mg/dl X G2 2,1± 0,8 mg/dl, p= 0,02) e óbito (77% X 48,9%, p=0,01).
CONCLUSAO: A IRA foi freqüente em UTI, embora a maioria dos casos nao tenha sido acompanhada pelo nefrologista. Neste estudo, os pacientes com IRA em UTI avaliados pelo nefrologista foram os mais graves, apresentando parâmetros clínicos e índices prognósticos de maior gravidade, o que justifica a maior mortalidade observada neste grupo.


TL026

Aprotinin as a risk factor for renal replacement therapy after liver transplantation

NARCISO, RC(1); FERRAZ, LR(2); MONTE, JCM(1); DOS SANTOS, OFP(2); MIES, S(2); CENDOROGLO NETO, M(2); DURAO JR., M DE S(1); BATISTA, MC(1)

Universidade Federal de Sao Paulo(1)
Hospital Israelita Albert Einstein(2)

BACKGROUND AND OBJECTIVES: Aprotinin is an antifibrinolytic inhibitor commonly used to reverse excessive bleeding during major surgical procedures. Previously literature found significant association between the use of aprotinin and renal dysfunction after cardiac surgery. Recent published data suggests that same association applies to orthotopic liver transplantation (OLT). The objective of this study was to investigate the role of aprotinin as risk factor of acute kidney injury (AKI) and need for renal replacement therapy (RRT).
METHODS: We retrospectively reviewed 444 OLTs performed between January 2002 and November 2006 in the Albert Einstein Hospital, Sao Paulo, Brazil. Thirty patients who underwent RRT after OLT were on chronic dialysis prior to OLT, and were excluded from analysis. Univariate analysis was performed for each baseline and intra-operative characteristics, Chi-square or Fisher’s exact test were applied to categorical variables, and Student-t or Wilcoxon test were applied to interval variables. Statistically significant variables on univariate analysis were selected for multivariate regression analysis. RESULTS: Aprotinin was used in 108 (24%) OLT, during or after the procedure to treat excessive bleeding. AKI within 48 hours after OLT occurred after 290 (65%) procedures. Acute renal failure (RIFLE-F) affected 178 (40%) transplants. RRT was needed after 71 (16%) procedure. In 50 (11%) of those, RRT was initiated within the first week after OLT, while other 21 (5%) received RRT after the first week.
CONCLUSIONS: Aprotinin is associated with an increased risk of renal dysfunction needing RRT within first week after OLT, even after propensity score correction. Aprotinin might be associated with higher risk of early post-operative renal dysfunction, requiring RRT, and therefore should be considered neither safe nor cost-effective for treatment of excessive intraoperatory bleeding. Safer and already available alternatives should be employed.


TL027

Avaliaçao tardia de sobrevida e recuperaçao da funçao renal em pacientes com dano renal agudo criticamente enfermos, submetidos a diálise

THOME, FS(1,2); BALBINOTTO, A(1,2); GUIMARAES, JF(1,2); HECK, R(1,2); MORSCH, C(1,2); BARROS, EJG(1,2)

Universidade Federal do Rio Grande do Sul(1)
Hospital de Clínicas de Porto Alegre(2)

Nosso objetivo foi determinar a sobrevida e a recuperaçao da funçao renal tardia em sobreviventes hospitalares de doença crítica submetidos a terapia renal substitutiva, e analisar os fatores prognósticos.
MÉTODOS: Estudo prospectivo de coorte incluiu todos os pacientes adultos, com dano renal agudo e necessidade de diálise, admitidos em CTI de junho de 2006 a abril de 2008. Os pacientes foram submetidos a hemodiálise intermitente ou contínua, conforme sua condiçao hemodinâmica, e analisados até alta hospitalar ou óbito. Os sobreviventes foram contatados até dois anos após alta, avaliando mortalidade e permanência em diálise. Análise estatística usou o programa SPSS, 14.0. Curvas de sobrevida foram calculadas por Kaplan-Meier, e o modelo de Cox para análise multivariada dos fatores prognósticos, com p= 0,05.
RESULTADOS: Um total de 385 pacientes necessitaram de diálise, 56% homens, idade média de 58±17,3 anos, escore APACHE II 27,2±8,7. Sepse estava presente em 81 %, ventilaçao mecânica (VM) foi usada em 93%, e vasopressores (VP) em 88%. Foram submetidos em média a 6,9±7,2 sessoes/dias de diálise, sendo 2,6±5,3 sessoes de diálise intermitente e 4,2±4,7 dias de diálise contínua. Cinqüenta e sete (14,8%) pacientes realizaram somente diálise intermitente; 188 (48,8%) somente contínua; e 140 (36,4%) ambos os métodos. A letalidade hospitalar foi 75% (96 sobreviventes). Após uma média de 12 meses de acompanhamento, 73 pacientes (19% da populaçao inicial, 76 % dos sobreviventes hospitalares) encontravam-se vivos. A sobrevida atuarial um ano após a admissao hospitalar foi de 18,5±2,0%. A análise multivariada mostrou que as variáveis independentes associadas a sobrevida foram: menor idade (RR=1,012; p=0,002), menor escore APACHE (RR=1,023; p=0,003) e nao uso de vasopressor (RR=3,374; p<0,001). Dos 73 sobreviventes, 11 (15%) permaneceram em diálise. As características basais dos 62 pacientes vivos sem diálise eram 58% homens, idade média de 49,3± 16,8 anos, com APACHE II médio de 24,4±8,3, 73% sépticos, 86% em VM e 69% com uso de VP. Foram submetidos em média a 8,9±8,5 sessoes/dias de hemodiálise.
CONCLUSAO: Dos pacientes que internaram com necessidade de hemodiálise no CTI apenas 16% estavam vivos e livres de diálise após seguimento médio de um ano (máximo 2 anos). Pacientes mais idosos, com maior escore APACHE ou que necessitaram de VP tiveram maior mortalidade tardia. A mortalidade pós-hospitalar (média de um ano) foi de 24 %.


TL028

Sulfato de Polimixina B (PmxB) e a enzima heme-oxigenase-1 (HO 1) em ratos

CASSIANE DEZOTI(1); MIRIAN WATANABE(1); ELISABETE CRISTINA MARTIN(1); MARIA DE FATIMA FERNANDES VATTIMO(1)

Escola de Enfermagem, Universidade de Sao Paulo(1)

INTRODUÇAO: O sulfato de Polimixina B (PmxB) é uma droga utilizada em infecçoes sérias como meningite, infecçao do trato urinário, bacteremias causadas por Pseudomonas Aeruginosa. O mecanismo proposto pelo qual o PmxB pode induzir a nefrotoxicidade consiste no aumento da permeabilidade da membrana, resultando no influxo de cátions, ânions e água, provocando a lise celular. A heme oxigenase 1 (HO-1) tem demonstrado renoprotetor por reduzir a citotoxicidade e ter efeito antioxidante. O objetivo desse estudo é verificar o papel da HO-1 na nefrotoxicidade induzida pela PmxB em ratos.
MÉTODOS: Foram utilizados ratos Wistar, adultos e machos divididos nos grupos: : Salina (Controle 3ml/Kg de NaCl 0,9% intraperitonial(i.p.) uma vez ao dia, 24 horas antes do Clcr); PmxB (PmxB 4mg/kg, i.p uma vez ao dia, 5 dias); Hemin (indutor de HO-1, Hemin 1mg/100g, i.p., uma vez ao dia, 5 dias); ZnPP (inibior de HO-1, ZnPP 50umol/kg, i.p. uma vez ao dia 25 horas do Clcr); PmxB+ Hemin (5 dias). A funçao renal foi avaliada pelo clearance de creatinina (Clcr/100g) – método Jaffé e a lesao oxidativa por meio da mensuraçao de peróxidos urinários (método FOX) e TBARS.
RESULTADOS: Os resultados estao apresentados na tabela 1.
CONCLUSAO: O estudo confirmou o efeito nefrotóxico da PmxB. A induçao da HO-1 protegeu a funçao renal dos animais. A reduçao dos peróxidos urinários e TBARS pelo Hemin confirmaram a participaçao dessa enzima nesse modelo de LRA com reduçao do mecanismo oxidativo. A HO-1 mostrou efeito renoprotetor por meio da reduçao dos parâmetros oxidativos na LRA pela PmxB.

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