J. Bras. Nefrol. 2015;37(4):458-66.

Acidose metabólica e sua associação com o estado nutricional em hemodiálise

Claudia Maria Costa de Oliveira, Caroline Lustosa da Costa Vidal, Eurinice Fontenele Cristino, Francisco Marto Leal Pinheiro Jr, Marcos Kubrusly

DOI: 10.5935/0101-2800.20150073

Introdução:

A acidose metabólica é frequente em pacientes dialíticos e participa na patogênese da desnutrição energético-proteica destes pacientes.

Objetivos:

Avaliar a prevalência de acidose metabólica em hemodiálise e pesquisar sua associação com o estado nutricional.

Métodos:

Foi realizado um estudo transversal em pacientes em hemodiálise em um único centro. O estado nutricional foi avaliado por meio de indicadores antropométricos, bioquímicos e da bioimpedância elétrica multifrequencial. Acidose metabólica foi definida como bicarbonato sérico (BIC) < 22 mEq/L, e os pacientes foram divididos em 3 grupos, segundo o BIC (< 15,15-21,9 e ≥ 22). A associação entre o BIC e as variáveis contínuas foi pesquisada com o teste de Kruskal Wallis. A correlação linear entre o BIC e as variáveis do estudo também foi testada.

Resultados:

Foram avaliados 95 pacientes, 59% masculinos, idade média 52,3 anos. A prevalência de acidose metabólica foi 94,7%. O IMC, o ganho de peso interdialítico e o PTH foram significativamente diferentes entre os 3 grupos de BIC. O BIC apresentou correlação negativa significativa com ureia, fósforo e ganho de peso interdialítico. Não houve correlação significativa com albumina, ângulo de fase e índice de massa magra.

Conclusão:

A prevalência de acidose metabólica foi elevada na população em estudo, e um BIC mais baixo correlacionou-se com valores maiores de ureia, PTH, fósforo, ganho de peso interdialítico e menores de IMC. A avaliação do estado metabólico em hemodiálise deve ser implementada rotineiramente, considerando-se os efeitos negativos da acidose no estado nutricional, inflamatório e na doença óssea.

Acidose metabólica e sua associação com o estado nutricional em hemodiálise

Comentários