J. Bras. Nefrol. 2016;38(3 suppl. 1).

Pôster

DIALISE

PO: 50523

A incidência de peritonite em pacientes submetidos à diálise peritoneal; estudo retrospectivo

Autores: Renata Lenize Pasini Rotoly*; Flávia Cristina Malheiros Hayashi; Miguel Moysés Neto; Osvaldo Merege Vieira Neto

renata_pasini@terra.com.br

Serviço de Nefrologia de Ribeirao Preto.

INTRODUÇAO: A diálise peritoneal é uma modalidade alternativa de terapia renal substitutiva à hemodiálise, que exige manejo rigoroso, treinamento adequado e cuidado minucioso com o paciente. A exposiçao contínua a soluçoes de diálise pode causar constante reaçao inflamatória e lesao da membrana peritoneal, levando a fibrose progressiva e interrupçao da diálise. As peritonites representam um fator complicador de tal processo, com falha técnica, hospitalizaçoes mais frequentes e aumento da mortalidade.
OBJETIVO: Avaliar a incidência de peritonites nas duas modalidades terapêuticas, diagnóstico, agentes etiológicos e demonstrar desfecho clínico nos pacientes submetidos à diálise peritoneal de um serviço de hemodiálise de Ribeirao Preto.
MÉTODO: Trata-se de um estudo retrospectivo observacional no ambulatório de diálise peritoneal no período de outubro de 2015 a março de 2016. Foram revisados 61 prontuários de pacientes em diálise peritoneal contínua e automatizada, com análise descritiva dos dados.
RESULTADOS: Do total de pacientes estudados, 32 (52%) eram do sexo masculino, 75, 4% na modalidade automatizada, idade média de 61 anos, sendo que 28 (46%) eram diabéticos. Foram excluídos da amostra 08 (4, 8%) pacientes que evoluíram a óbito no período. Do restante, 9 (14%) pacientes tiveram diagnóstico de peritonite pela clínica associada a observaçao da turvaçao do líquido peritoneal drenado, confirmados por exame laboratorial. Destes, 03 pacientes tiveram óbito decorrente dessa complicaçao por septicemia. A reinfecçao por peritonite foi observada em 33, 3% dos pacientes, com mais de duas internaçoes no período. Apesar do diagnóstico confirmado pela celularidade global e específica da amostra de líquido coletado, a análise microbiológica para aeróbios e fungos foi negativa em todos os casos.
CONCLUSAO: A prevalência de peritonite em pacientes de diálise peritoneal neste período nao foi considerada alta, entretanto o desfecho clínico foi desfavorável em 33% dos casos. Sendo assim, ressalta-se a importância da rápida e eficaz abordagem diagnóstica e terapêutica na prevençao e reduçao de infecçao nos pacientes em diálise peritoneal.

 


 

PO: 50640

Acesso vascular para hemodiálise em adultos e idosos de unidade dialítica pública da Bahia

Autores: Pâmela Malheiro Oliveira*; Halanna Carneiro Guimaraes Bastos; Isis Gonsalves Barreto; Tássia Nery Faustino; Thadeu Borges S. Santos

pamela_malheiro@hotmail.com

Hospital das Clínicas da UFMG.

INTRODUÇAO: A Hemodiálise (HD) é uma das formas mais utilizadas como forma de terapia renal substitutiva e para tanto se torna necessário confeccionar e manter acessos vasculares de utilizaçao duradoura. Tanto a fístula arteriovenosa (FAV) como o cateter duplo-lúmem (CDL) vem sendo objeto de estudos na literatura, na tentativa de prolongar a sua vida útil.
OBJETIVO: Analisar os acessos vasculares utilizados para HD, os principais motivos de retirada ou trocas de acessos em adultos e idosos de um hospital público do município de Salvador-BA.
MÉTODO: Estudo transversal, descritivo, quantitativo, desenvolvido em um serviço de Nefrologia na cidade de Salvador-BA. A amostra foi composta de portadores de Doença renal crônica (DRC) em programa de HD, maiores de 18 anos, com mínimo de três meses de terapia. Os dados foram coletados através de um formulário contendo variáveis sóciodemográficas e clínicas e os mesmos foram analisados através da estatística descritiva por meio do programa Epi Info. O trabalho foi aprovado por um Comitê de Ética em Pesquisa.
RESULTADOS: Foram estudados 75 indivíduos, totalizando 304 acessos. O CDL de curta permanência constitui-se como maioria (71%), seguido pelo CDL de longa permanência (20%) e a FAV (9%). Os sítios mais utilizados para a inserçao de CDL de curta permanência foram a veia jugular interna direita (VJID) representando 96%, seguida da veia jugular interna esquerda (VJIE) 61, 3% e veia femoral direita (VFD) com 56%. Quanto à frequência em que ocorreram trocas de acessos, a VJID foi relatada cerca de 114 vezes, seguida da VJIE com 82 punçoes e VFD com 57 intervençoes. Os sítios mais utilizados para confecçao de CDL de longa permanência foram as VFDs com 10, 7%, as veias femorais esquerdas com 12% e as veias subclávias direitas com 9, 3% e esquerda com 8%. Em relaçao à FAV, a localizaçao radiocefálica foi a mais utilizada com 52%, seguida pela braquiocefálica com 29%, braquiobasílica com 13% e radiobasílica com 6%. A principal causa de retirada de CDL foi à infecçao (74, 7%), seguida do baixo fluxo sanguíneo (43, 7%) e obstruçao (38, 7%). A infecçao (50, 7%), baixo fluxo sanguíneo (10, 7%) e trombose (9, 3%) foram os principais motivos de perda da FAV.
CONCLUSAO: Os resultados reforçam a importância da implantaçao de um programa para a detecçao precoce da disfunçao do acesso vascular e também a necessidade de se confeccionar um acesso definitivo precoce, como a FAV, o que contribuirá para um aumento da sobrevida desses indivíduos.

 


 

PO: 51410

Acessos vasculares desesperados; cateter arterial, permcath transhepático e alça arterial femoral.

Autores: Nélia Antunes*; Márcio Gomes Filippo; Juliana Augusta Cavalcanti; Carolina Sanchez; Luciana Farjoun da Silva; Gaudêncio Espinosa Lopes; Egivaldo Fontes Ribamar; Eduardo Rocha

nelia.antunes@gmail.com

Universidade Federal do Rio de Janeiro.

INTRODUÇAO: Com o aumento da longevidade dos pacientes em hemodiálise (HD), alguns pacientes apresentam falência de acesso vascular. Uma parte destes pacientes também apresenta contra-indicaçoes para diálise peritoneal (DP) e transplante renal (TxR). Nestes casos, a única soluçao é o uso de acesso vascular desesperado na tentativa de salvar o paciente.
RELATO DE CASO: Paciente negra, 29 anos, com síndrome de imunodeficiência adquirida, infecçao por papilomavírus e carcinoma de colo uterino tratado com radioterapia. Evoluiu com pelve congelada, uropatia obstrutiva e início de HD em janeiro/2014. A DP e TxR foram contra-indicados e a paciente ficou em HD com cateter de duplo lumen (CDL). Foram confeccionados vários acessos vasculares e implantados vários cateteres sem sucesso a longo prazo. Em março/2015, a paciente foi internada com uremia, hipervolemia e falência total de acessos. Sem a possibilidade de diálise, a paciente foi submetida à infusao contínua de morfina como método paliativo. Em abril/2015, foram realizados acessos vasculares incomuns em sequência: 1) Implante cirúrgico de CDL pediátrico em artéria femoral direita (AFD) por 7 dias para HD urgente (5 sessoes consecutivas). 2) Implante de cateter tunelizado permcath transhepático para acessar átrio direito (AD). Retirado CDL de AFD. 3) Em maio/2015, realizada confecçao de alça arterial femoral esquerda (AFE) com enxerto de politetrafluoretileno (PTFE) com sucesso. A paciente teve alta hospitalar. Considerando a falência de acesso vascular, a paciente manteve os 2 acessos (permcath transhepático e alça arterial de AFE). com o correto manejo dos acessos pela equipe de Nefrologia, nao foram observadas complicaçoes em 12 meses de evoluçao, até o maio/2016.
CONCLUSAO: O implante de CDL em artéria femoral é viável e seguro. O permcath transhepático é uma opçao quando há impossibilidade de acesso às veias centrais por vias habituais. A confecçao de alças de artéria femoral com PTFE sao viáveis para pacientes com falência de acesso venoso e impossibilidade de DP e TxR.

 


 

PO: 50408

Análise comparativa da situaçao socioeconômica e acesso a diálise nos brics

Autores: Ludimila de Macedo Dalla Corte*; Samanta Mendes Barreto; Alisson Juliani; Ariely de Queiroz Castelo Branco; Bruno Tolino Maran; Celeste de Santana Oliveira; Ellen Tieko Tsugami Dalla Costa; Fábio Humberto Ribeiro Paes Ferraz

ludimila_dallacorte@yahoo.com.br

Centro Universitário de Brasília – UNICEUB.

INTRODUÇAO: A doença renal crônica terminal (DRCT) é um problema de saúde pública devido a crescente prevalência e o alto impacto econômico sobre o sistema de saúde. A terminologia BRICS Brasil, Rússia, India, China e Africa do Sul foi criada para designar determinados países emergentes que vem tendo progressivo destaque no cenário econômico mundial, a despeito de suas iniquidades sociais.
OBJETIVO: Correlacionar dados econômicos, sociais e demográficos com a prevalência de pacientes com DRCT em diálise verificada em tais países.
MÉTODO: Os dados referentes a prevalência de DRCT foram obtidos através da análise comparativa do censo americano de diálise (United States Renal Data System USRDS, ano-base 2013). Os dados referentes ao Produto Interno Bruto (PIB), Indice de Desenvolvimento Humano (IDH), Expectativa de vida ao nascer, Populaçao e percentagem de investimento PIB/Saúde foram retirados do site do Programa das Naçoes Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), acessado em www.pnud.org.br, tendo como ano-base 2013.
RESULTADO: Os maiores valores de PIB, expectativa de vida ao nascer e populaçao foram verificados na China, o maior valor de IDH verificado na Rússia, tendo o Brasil apresentado a maior proporçao de investimento PIB/Saúde e a maior prevalência de DRCT em diálise/por milhao de pessoas (pmp).
CONCLUSAO: Os dados demonstram, a despeito dos altos valores do PIB de tais países, níveis modestos de IDH, de percentagem de investimento PIB/Saúde e expectativa de vida ao nascer. Neste contexto, comparativamente ao BRICS, o Brasil apresentou valores maiores de investimento em saúde e consequente acesso a TRS, mas ainda distantes do verificado nos países desenvolvidos.

 


 

PO: 50410

Análise comparativa dos indicadores socioeconômicos e do Censo Basileiro de Diálise de 2002 e 2013

Autores: Ellen Tieko Tsugami Dalla Costa*; Ludimila de Macedo Dalla Corte; Samanta Mendes Barreto; Alisson Juliani; Ariely de Queiroz Castelo Branco; Bruno Tolino Maran; Celeste de Santana Oliveira; Fábio Humberto Ribeiro Paes Ferraz

ellentsugami@gmail.com

Centro Universitário de Brasília – UNICEUB.

INTRODUÇAO: A doença renal cônica terminal é reconhecida como um problema de saúde pública devido à sua elevada prevalência e aos altos custos ao sistema de saúde pública. Uma das principais ferramentas sobre a situaçao da diálise no Brasil é Censo Brasileiro de Diálise (CBD), realizado regularmente desde 1999 pela Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN).
OBJETIVO: Este estudo tem como objetivo comparar os dados de prevalência, número de centros de diálise e número de pacientes em diálise nos anos 2002 e 2013 no Brasil e correlacionar tais dados com indicadores econômicos, demográficos e sociais do país nesse período.
MÉTODO: Com base no CBD dos anos de 2002 e 2013, foram analisados os seguintes dados: número de centros de diálise e número total de pacientes em diálise. Os dados econômicos (Produto Interno Bruto PIB e porcentagem do PIB gastos na saúde), demográficos (populaçao brasileira) e sociais (Indice de Desenvolvimento Humano IDH e esperança de vida ao nascer) foram obtidos através dos relatórios do Programa das Naçoes Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), disponíveis no site www.pnud.org.br, também referentes aos anos de 2002 e 2013.
RESULTADOS: Houve uma diminuiçao de 4% no IDH entre 2002 e 2013. Em contrapartida, observou-se um aumento de 87, 3% no PIB e de 169, 4% na percentagem PIB/saúde nesse mesmo período. Ademais, observou-se um aumento de 13, 7% da populaçao brasileira e de 8, 7% da esperança de vida ao nascer. Verificou-se um aumento discreto na quantidade de centros de diálise, que passou de 561 para 717 (aumento de 27%). Em contraste, houve um aumento de 84, 1% de pacientes em diálise e de 62% na prevalência de pacientes em diálise por milhao da populaçao no período estudado.
CONCLUSAO: A despeito do aumento da populaçao brasileira ter sido acompanhado por uma melhora no PIB, nos recursos destinados à saúde pública, na esperança de vida ao nascer e no número de clínicas de diálise, o aumento no número e prevalência de pacientes com DRCT foi significativamente superior.

 


 

PO: 50414

Análise comparativa entre o CBD e o Registro Português de Diálise de 2013

Autores: Bruno Tolino Maran*; Celeste de Santana Oliveira; EllenTieko Tsugami Dalla Costa; Ludimila de Macedo Dalla Corte; Samanta Mendes Barreto; Alisson Juliani; Ariely de Queiroz Castelo Branco; Fábio Humberto Ribeiro Paes Ferraz

bruno.maran@gmail.com

Centro Universitário de Brasília – UNICEUB.

INTRODUÇAO: A Doença Renal Crônica Terminal (DRCT) configura um problema de saúde pública por sua alta prevalência e pelos extensos custos gerados aos sistemas de saúde em todo o mundo. Brasil e Portugal sao países de destaque no contexto internacional, visto que o Brasil situa-se como quarto país com maior número bruto de pacientes em diálise e Portugal apresenta alta prevalência de DRCT por milhao de pessoas (pmp).
OBJETIVO: Comparar dados de 2013 do Censo Brasileiro de Diálise (CBD) da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) com informaçoes do Gabinete de Registro da Sociedade Portuguesa de Nefrologia (SPN), correlacionando dados demográficos, sociais e econômicos.
MÉTODO: Foram coletados os seguintes dados do CBD e da SPN referentes a 2013: número de centros de diálise, número de municípios com pacientes em diálise e prevalência de pacientes em diálise por milhoes de pessoas. Os dados demográficos (populaçao), econômicos (Produto Interno Bruto PIB e percentagem do PIB destinado à saúde) e sociais (expectativa de vida ao nascer e índice de desenvolvimento humano IDH) foram retirados do site do Programa das Naçoes Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) referentes ao ano de 2013.
RESULTADOS: Observou-se que o Brasil dispoe de maior populaçao, PIB e número de centros de diálise, ao passo que Portugal apresenta valores superiores de IDH, percentagem de PIB destinado à saúde, expectativa de vida ao nascer, prevalência de pacientes em diálise por milhao de pessoas e número de centros de diálise/pmp, além de maior percentagem de municípios com centros de diálise.
CONCLUSAO: Constatam-se diferenças expressivas tanto entre dados demográficos, sociais e econômicos, como também relativos à prevalência, ao número de pacientes em diálise e ao número de centros de diálise entre Brasil e Portugal.

 


 

PO: 51660

Análise das atividades instrumentais diárias em idosos em hemodiálise da regiao norte do Ceará

Autores: Lucas Tadeu Rocha Santos*; Everton Alencar Moura; Dina Andressa Martins Monteiro; Filipe Herson Carneiro Rios; Samuel Sampaio Alcântara; Carlos Danilo da Penha Souza; Joao Laerte Alves de Freitas Filho; Luiz Derwal Salles Júnior

tadeu.lucas98@gmail.com

Universidade Federal do Ceará.

INTRODUÇAO: A doença renal crônica se caracteriza pela diminuiçao da funçao renal. Uma filtraçao glomerular menor que 15 ml/min implica em sintomas urêmicos e exige terapia dialítica. A hemodiálise está relacionada a diminuiçao da capacidade cognitiva e física desses pacientes, em especial nos idosos.
OBJETIVO: O presente estudo objetiva analisar a capacidade funcional de idosos por meio das atividades instrumentais da vida diária (AIVD) em um hospital de referência da regiao norte do estado do Ceará.
MÉTODOS: Estudo transversal, observacional, com amostra de 76 pacientes com doença renal crônica em hemodiálise e com mais de 65 anos que realizam hemodiálise em um hospital da regiao norte do estado do Ceará. Foram excluídos os pacientes incapacitados de responder, que nao estavam presentes na sessao de hemodiálise e que nao aceitaram participar do estudo. Para a análise das AIVD’s foi utilizada a escala de Lawton que foi aplicada por meio de entrevista durante a sessao de hemodiálise. Os idosos foram classificados em dependentes totais, dependentes parciais e independentes através do escore obtido na escala de Lawton. Foram considerados independentes aqueles com escore de Lawton igual a 27, parcialmente dependentes aqueles com escore < 27 e > 9 e totalmente dependentes com pontuaçao igual a 9. Foram coletados dados referentes a idade e a necessidade de ajudantes para atividades vitais e sociais.
RESULTADOS: A amostra foi formada por 55 (72, 4%) homens e 21 (27, 6%) mulheres e com idade média de 72, 42 anos. Em relaçao aos ajudantes da atividade vital e social, 26 (34. 2%) pacientes relataram receber auxílio do cônjuge, 23 (30, 3%) dos filhos, 2 (2, 6%) de funcionários contratados, 1(1, 3%) dos netos, 1 (1, 3%) nao recebem auxílio de ninguém e 23 (30, 3%) nao informaram. Quanto à capacidade funcional, 7 (9, 2%) pacientes foram considerados totalmente dependentes, 63 (82, 9%) foram considerados parcialmente dependentes e 6 (7, 9%) foram considerados independentes, em relaçao as AIVD’s. Dessa forma, 76 (92, 1%) dos pacientes submetidos a hemodiálise apresentam algum grau de dependência para a realizaçao das AIVD’s e 6 (7, 9%) podem ser considerados totalmente independentes.
CONCLUSAO: A prevalência de pacientes idosos com algum grau de dependência foi significativa. Mostram-se necessárias terapias de reabilitaçao física a fim de diminuir a dependência e vulnerabilidade nesse grupo. Fazem-se necessários estudos que analisem a capacidade cognitiva e sua relaçao com as AIVD’s.

 


 

PO: 51993

Análise de características clínico-epidemiológicas no contexto da implementaçao do programa de qualidade em uma unidade satélite de terapia renal substitutiva (TRS)

Autores: Regina Bokehi Nigri*; Luiz Antonio Coutinho Pais; Elana de Azevedo Lannes; Aline de Oliveira Biancamano; Adriana Lins do Nascimento Dantas; Miriam de Moraes Bento; Rosileia Pereira Rodrigues Alves; Deise de Fatima Ventura de Sousa

reginanigri@globo.com

Renalvida Assistência Integral ao Renal LTDA.

INTRODUÇAO: Atualmente a implementaçao de um programa de qualidade em unidade de TRS é um requisito básico para manter a prestaçao de serviços com objetivo de garantir qualidade e segurança ao paciente. A primeira etapa para essa estruturaçao é o conhecimento das características clínico-epidemiológicas dos pacientes que procuram o serviço.
OBJETIVO: Traçar o perfil clínico-epidemiológico nos primeiros 12 meses de funcionamento de uma unidade satélite de TRS localizada na zona oeste da Cidade do Rio de Janeiro.
MÉTODO: Os dados foram coletados no período entre abril de 2015 e março de 2016 e analisados pela estatística descritiva. Para tanto foi utilizado o sistema de gerenciamento informatizado NephroSys.
RESULTADOS: Nesses 12 meses foram atendidos o total de 92 pacientes exclusivamente na modalidade de hemodiálise(HD) como forma de TRS e 100% dos pacientes possuía um plano de saúde privado. Observamos em relaçao ao gênero que 63% era do sexo masculino; 51% pertencia à faixa etária de 51-70 anos; 52% brancos, 41% pardos e 7% negros. A grande maioria dos pacientes possuía como etiologia de base da Doença Renal Crônica, Diabetes mellitus (38%) ou Hipertensao Arterial (36%). Em relaçao aos exames sorológicos verificamos que 4, 35% dos pacientes tinha anti-HCV positivo, 3, 26% anti-HIV positivo e, como nao contamos com sala de atendimento específico para pacientes com Hepatite B, nenhum paciente com sorologia positiva para hepatite B. Ao final do período de 12 meses, contávamos com 63 pacientes, ou seja, em torno de apenas 68% do total de pacientes admitidos. O principal motivo de saída do programa de HD foi óbito do paciente, responsável por aproximadamente 55% das saídas, o que determinou uma taxa de mortalidade acumulada no período de 12 meses de 17, 4%. Neste mesmo período 9, 8% dos pacientes foram transferidos para outros centros de TRS; 3, 3% foram transplantados e um paciente evoluiu com recuperaçao da funçao renal e recebeu alta da HD para acompanhamento ambulatorial.
CONCLUSAO: A coleta sistemática de dados, assim como a sua avaliaçao periódica permite obter um melhor conhecimento de nossos pacientes. Desta forma, é possível estruturar um programa de qualidade com planos e metas bem estabelecidos e ajustados ao perfil de pacientes atendidos na unidade.

 


 

PO: 51850

Análise do perfil de acesso vascular e de parâmetros de adequaçao em hemodiálise nos pacientes idosos portadores de doença renal crônica em um serviço de nefrologia em Maceió-AL.

Autores: Agenor Antonio Barros Da Silva*; Rafael Fernandes Vanderlei Vasco; Ebeveraldo Amorim Gouveia; Fernando Antonio Melro Silva Da Resurreiçao; Aline Araujo Padilha Lajes; Mariana Nogueira Coutinho; Diego Da Silva Candido Correia; Carlos Alexandre Ferreira De Oliveira

agenorbarros@uol.com.br

UNIRIM.

INTRODUÇAO: Tem-se observado um crescente aumento do número de idosos com doença renal crônica(DRC) iniciando e se mantendo em terapia renal substitutiva(TRS). Vários problemas comuns a esta populaçao estao associados ao acesso vascular. A fístula arteriovenosa é citada como a melhor forma de acesso para hemodiálise. Contudo, paciente idoso apresenta diversas particularidades, sendocontroverso qual seria a melhor escolha de acesso vascular nesta populaçao.
OBJETIVO: Avaliar o perfil de via de acesso vascular nos paciente idosos em hemodiálise de um serviço de Nefrologiae tentar correlacioná-los com índices de adequaçao de hemodiálise, índices laboratoriais relacionados a prognóstico e sobrevida, no período de 2 anos.
CASUISTICA E MÉTODOS: estudo de coorte retrospectivo, realizado entre maio de 2014 a maio de 2016, com dados de pacientes com mais de 60 anos de um serviço particular de hemodiálise. A amostra final foi separadaem grupos distintos conforme via de acesso vascular: Cateter tipo longa duraçao(grupo A), fístula arteriovenosa(grupo B) e prótese arteriovenosa PTFE(grupo C). Os acessos foram analisados por um período de 6 mesesa 1 ano. Realizado dosagem de cálcio(Ca), fósforo(P), potássio(K), hematócrito(HTo), hemoglobina(Hb), albumina, índice KTV e taxa de retirada de uréia(TRU), proteína c reativa(PCR).
RESULTADOS: Dos 40 pacientes, 62. 5% eram do sexo masculino. A média de idade foi de 69, 6 ± 7, 7anos. Grupo A-28pacientes(57, 14%), grupo B-7 pacientes(14, 28%) e grupo C-14 pacientes(28, 87%). Os resultados dos grupos A, B e C foram, respectivamente: as médias de Ureia pré-dialise: 132 ± 32/118 ± 32/121 ± 21; de Uréia pós-diálise: 48. 2 ± 10/42. 5 ± 17/47. 5 ± 13;do índice KT/V: 1. 23 ± 0. 1/1. 28 ± 0. 2/1. 14 ± 0. 2; da TRU: 63. 4 ± 5/65. 3 ± 8/60. 6 ± 6; de Ca: 8. 63 ± 0. 6/8. 76 ± 0. 2/8. 57 ± 0. 4; de P: 5. 32 ± 0. 7/4. 76 ± 1. 4/5. 41 ± 0. 8; de K: 5. 65 ± 0. 8/5. 78 ± 1. 1/5. 62 ± 0. 6; de PCR: 0. 92 ± 0. 2/0. 82 ± 0. 1/0. 93 ± 0. 3; de albumina: 3. 8 ± 0. 2/3. 6 ± 0. 2/3. 5 ± 0. 3. As medianas nos grupos A, B e C, foram respectivamente: de Hb11. 1(10. 9- 11. 7), 10. 7(10 -11. 4) e 10. 2(8. 7-9. 6), de HTo 35. 7(34. 8-37. 4), 34(32. 4-36. 4) e30(27. 7-31. 7), de PCR 0. 93(0. 84-1. 0), 0. 81(0. 74-0. 92) e 0. 92(0. 68-1. 0).
CONCLUSOES: As variáveis normais nao apresentaram significancia estatista entre os grupos. Entre as variáveis nao normais, houve significancia estatística na analise de HTo e Hb, com melhores valores para os grupos A e B. Conclui-se que para a maioria das variáveis testadas nao houve melhor desempenho comparando os 3 tipos de acesso.

 


 

PO: 52024

Anemia e o uso racional de eritropoietina em pacientes renais crônicos em hemodiálise.

Autores: Tasso Ramom Duarte de Melo*; Luís Felipe Fonteles Coelho; Diego de Sousa Campos; Elton Jonh Freitas Santos; Joyce Santos Lages; Alcione Miranda dos Santos; Natalino Salgado Filho

tassoramom@gmail.com

Universidade Federal do Maranhao.

INTRODUÇAO: A anemia é umas das manifestaçoes clínicas mais frequente da Doença Renal Crônica, é associada a diminuiçao da qualidade de vida e aumento dos riscos de morbimortalidade. A principal causa da anemia na DRC é a deficiência da produçao de eritropoietina. Entretanto, outras causas como a deficiência de ferro e a deficiência do ácido fólico devem ser investigadas. Pacientes hemodialisados fazem uso frequente de Alfapoetina. Todavia, mesmo usando o medicamento, uma fraçao de pacientes continua anêmico.
OBJETIVO: Determinar a prevalência de anemia e identificar características clínicas associadas em pacientes hemodialisados tratados com alfapoetina humana recombinante.
CASUISTICA E MÉTODOS: Realizou-se estudo analítico. Avaliaram-se as características clínicas e laboratoriais de 135 pacientes em diálises maiores de 18 anos em uso regular de Alfapoetina humana recombinante nos últimos 3 meses. Caracterizou-se anemia como uma hemoglobina inferior a 10 g/dL. O projeto foi avaliado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhao, parecer consubstanciado 322/2008, que apreciou e emitiu parecer favorável sobre a pertinência ética do estudo.
RESULTADOS: A idade média foi de 47, 23 ± 13, 53 anos, a maioria homens. A prevalência de anemia foi de 30, 37%. A dose média de Alfapoetina (Ui/Kg) administrada foi maior nos pacientes com anemia. Pacientes com Volume corpuscular médio da hemácia abaixo do normal, com hemácias hipocrômicas e com diagnostico de deficiência relativa de ferro foram associados com a anemia.
CONCLUSOES: Constatamos uma alta prevalência de anemia em pacientes hemodialisados utilizando um estimulador da eritropoiese. Os resultados evidenciaram que o principal limitador da resposta ao tratamento com Alfapoetina foi a deficiência de ferro. É necessário avaliar constantemente um paciente em uso de Alfapoetina, para serem descartadas outras causas de anemia e seja feito o uso racional do medicamento.

 


 

PO: 50511

Apresentaçao radiológica atípica de encefalopatía urêmica, reversível após hemodiálise

Autores: Priscilla Teixeira de Souza*; Juliana Liberatti Candeias; Lauro Celso Sideratos Gonçalves; Karolina Honorato Costa; Rodrigo José Ramalho; Emerson Quintino de Lima; Horácio José Ramalho; Fernanda Cristina Gomes Camelo

priscillateixeira.86@gmail.com

Hospital de Base FAMERP

INTRODUÇAO: A encefalopatia urêmica (EU) é caracterizada pelo aparecimento agudo ou subagudo de sintomas neurológicos reversíveis, classificada radiologicamente em três formas: a de envolvimento cortical, de gânglios da base e recentemente foi proposta a de envolvimento da substância branca supratentorial. Relatamos um caso de EU com essa manifestaçao radiológica incomum e reversível após hemodiálise (HD)
OBJETIVO: Descrever um caso de EU de apresentaçao radiológica atípica.
MÉTODO: Análise retrospectiva de prontuário, entrevista ao paciente e revisao da literatura.
CASO: mulher, 25 anos, hipertensa há 3 anos, em uso irregular de metoprolol 100mg. Admitida com cefaléia hemicraniana esquerda há 1 mês, latejante, forte intensidade, com foto e fonofobia, náuseas e vômitos. Pressao arterial de 150x100mmHg. Evoluiu com turvaçao visual em olho esquerdo e tremores finos de maos. Tomografia de crânio normal. Ressonância nuclear magnética (RNM) com hipersinal em T2 flair de substância branca periventricular e subcortical de lobos frontal e parietal. Líquor normal. Fundoscopia com retinopatia hipertensiva grau IV. Uréia 261 mg/dl e creatinina 19 mg/dl, com esquizócitos em sangue periférico e DHL: 543U/L. Ultrassom renal: rins reduzidos e hiperecogênicos. Ecocardiograma: hipertrofia concêntrica de ventrículo esquerdo importante.com hipótese de encefalopatia urêmica por hipertensao maligna, iniciada HD de urgência. Após 6 meses evoluiu com remissao completa do quadro neurológico, nova fundoscopia mostrou retinopatia grau I e RNM de controle com melhora das imagens em relaçao à admissao.
DISCUSSAO: A fisiopatologia da EU engloba fatores como: paratormônio, acidose metabólica, neurotransmissores, osmolaridade e alteraçoes do fluxo sanguíneo cerebral. Na maioria dos casos as lesoes radiológicas desaparecem com o tratamento. Dos achados de imagem descritos, a de envolvimento cortical é a mais comum e inclui confusao, convulsoes, tremores, ou mioclonia. A associada à lesao dos gânglios da base se manifesta como parkinsonismo e é incomum, afetando mais diabéticos. A de acometimento da substância branca supratentorial, descrita em apenas dois casos em pacientes nao diabéticos, apresentou-se com paralisia facial e fraqueza transitória.
CONCLUSAO: Descrevemos um caso de EU em jovem nao diabética, cujo quadro clínico apesar de sugestivo de lesao cortical, demonstrou na RM a presença de lesoes de substancia branca e reversao após HD.

 


 

PO: 51798

Avaliaçao comparativa entre o perfil lipídico de pacientes com doença renal crônica em tratamento conservador, submetidos a hemodiálise e diálise peritoneal ambulatorial contínua.

Autores: Bianca Cristina Cassao*; Nathally Baston; Eurita Vieira Cardoso Pereira; Giovana Wanssa; Sheilla Patrícia Lopes Rocha; Camila Fiorese de Lima; Gustavo Amadei; Thauany Moreira Freitas; Luiz Antonio Miorin; Hanna Karla Andrade Guapyassu Machado

bia.cassao@uol.com.br

Santa Casa de Misericórdia de Sao Paulo.

INTRODUÇAO: Paciente com Doença Renal Crônica possuem altos índices de morbimortalidade relacionados à doença cardiovascular e dislipidemia por significativas alteraçoes do metabolismo lipídico. Desta forma, possuem risco cardiovascular maior do que a populaçao em geral.
OBJETIVO: avaliar o perfil lipídico do paciente com DRC em tratamento conservador, submetidos à hemodiálise e à diálise peritoneal ambulatorial contínua.
MÉTODO: estudo transversal, controlado, observacional, realizado no período de 2015, exames laboratoriais de 4 meses consecutivos, com uma amostra de 33 pacientes, divididos e 3 grupos. Grupo 1: paciente em hemodiálise (HD), Grupo 2: pacientes em CAPD e grupo 3: paciente mantidos em tratamento conservador (TC), estágio IV/V. Utilizamos o teste estatístico 1NOVA (SigmoStat 12, 5); consideramos p < 0, 05 para significancia estatística.
RESULTADOS: O nível de colesterol total (COL-T) em paciente em DP foi 147, 7mg/dl ± 6, 8; em HD 149 ± 8, 2; TC 181, 5 ± 16, com p = 0, 160. As médias da lipoproteína de alta densidade (HDL), foram respectivamente: 45, 09 = ± 3, 8; 54, 09 = ± 3, 2 e 46, 6 ± 5, 5, com p = 0, 144. Em relaçao a lipoproteína de baixa densidade (LDL), os valores comparativos foram: 75, 36 ± 5, 1; 68, 45 ± 6; 91, 09 ± 16, 8, com p = 0, 563 Nao encontramos, também, diferenças estatística entre os valores de VLDL, p = 0, 094.
DISCUSSAO: Os pacientes renais crônicos estudados nao diferiram nos valores de perfil lipídico. Seria de se esperar que pacientes em DP apresentassem perfis maiores, já que têm sobrecarga importante de glicose durante o tratamento. Outro fator a ser considerado, é que o uso de quelante de fósforo (Sevelamair), pode diminuir o perfil lipídico nos pacientes renais crônicos.

 


 

PO: 51543

Avaliaçao da carga sintomática em pacientes em hemodiálise, através da escala de cuidados paliativos

Autores: Christine Zomer Dal Molin*; Diego Pavanate Teixeira; Denyze Locatelli da Silva; Andreia Batista Bialeski; Luciana Rosa

christinezdm@hotmail.com

Clínica de Nefrologia Araranguá.

INTRODUÇAO: Cuidado paliativo é um cuidado especializado para pessoas com doença grave, independente do diagnóstico e prognóstico, com objetivo de melhorar a qualidade de vida, para paciente e família. Atualmente, tem-se tentado incorporar o modelo de medicina paliativa à nefrologia, sendo recomendado que as unidades de diálise se envolvam nisso. É necessário atençao especial à eficácia das estratégias de manejo, incluindo o impacto sobre as dificuldades mais relevantes para os pacientes, tais como a carga geral de sintomas, a capacidade funcional física e a qualidade de vida.
OBJETIVO: Relatar a experiência do uso de questionário de cuidados paliativos sobre carga sintomática, em uma Clínica de Hemodiálise do sul de Santa Catarina, e os principais sintomas apresentados pelos pacientes.
MÉTODO: Estudo de transversal, quantitativo e descritivo, realizado através de questionário do Palliative Palliative Care Outcome Scale (POS) para a populaçao renal. Questionário auto-aplicável, composto de uma escala de sintomas: dor, falta de ar, fadiga, náuseas, vômitos, falta de apetite, prisao de ventre, problemas na boca, sonolência, imobilidade, coceira, dificuldade para dormir, pernas inquietas, ansiedade, depressao, mudanças na pele e diarréia. Cada um dos sintomas listado apresenta uma escala de 0 a 4, em que 0 corresponde a ausência do sintoma e 4 a presença do sintoma de forma insuportável, de modo que 1, 2 e 3 correspondem a presença do sintoma com acometimento pequeno, moderado e forte, respectivamente. Foram incluídos no estudo todos os pacientes prevalentes adultos, excluídos aqueles que nao tinham condiçoes de responder e os pacientes em insuficiência renal aguda. Foi aplicado durante a hemodiálise, duraçao inferior a 5 minutos para responder.
RESULTADOS: Foram analisados 46 questionários POS. Destes, 55% eram do sexo masculino e 45% do sexo feminino, idades entre 19 anos e 88 anos. Dentre os sintomas apresentados, o mais prevalente foi dor, correspondendo a 57% do total, seguido por ansiedade (54%), insônia (52%), fadiga ou falta de energia (50%), coceira (43%) e sintomas de depressao ou tristeza (43%).
CONCLUSAO: A realizaçao do questionário é rápida, viável e efetiva para avaliaçao dos sintomas. Facilmente compreendido pelos pacientes, podendo ser implantado de maneira rotineira. A partir da avaliaçao inicial, pode-se instituir medidas focadas no paciente e multidisciplinares para melhora da carga sintomática, objetivando uma melhor qualidade de vida.

 


 

PO: 51903

Avaliaçao da dor e do comprometimento da capacidade funcional em pacientes renais crônicos submetidos à hemodiálise

Autores: Ticianne Pinto Ferreira*; Ana Raquel Ferreira De Azevedo; Lucas Tadeu Rocha Santos; Filipe Herson Carneiro Rios; Esther Carneiro Vasconcelos; Dina Andressa Martins Monteiro; Joao Laerte Alves De Freitas; Luiz Derwal Salles Junior

tici.c7s@gmail.com

Universidade Federal do Ceará – Campus Sobral.

INTRODUÇAO: A Doença Renal Crônica (DRC) se caracteriza pela perda progressiva e irreversível da funçao renal, havendo reduçao da filtraçao glomerular e perda da capacidade funcional de um número crescente de néfrons. Sabe-se que pacientes em tratamento de HD sofrem impactos em suas estruturas osteomusculares ao longo dos anos de tratamento, os quais podem estar associados às suas comorbidades e ao sedentarismo, sendo relatados casos recorrentes de dor crônica nesses pacientes, principalmente em idosos.
OBJETIVO: Avaliar a dor e sua associaçao com o comprometimento da capacidade funcional de pacientes idosos em tratamento hemodialítico em um hospital de referência da regiao Norte do estado do Ceará.
MÉTODO: Foram incluídos na pesquisa 76 pacientes, de ambos os sexos, de um hospital da regiao norte do Ceara. Todos possuíam idade acima dos 65 anos. Foram excluídos da pesquisa aqueles que estavam há menos de 3 meses em HD. Os pacientes foram submetidos à Escala Visual Analógica da dor (EVA). A EVA tem por objetivo aferir a intensidade da dor no paciente. Questiona-se o indivíduo quanto ao seu grau de dor. Os valores variam de 0, que correspondente à ausência de dor, a 10, sendo esse o nível máximo da intensidade da dor. Níveis de 1 a 3 sao considerados dor leve, 4 a 7 sao dor moderada e, 8 a 10, sao dor intensa. Para os pacientes que confirmaram a existência de dor, foi questionado se havia associaçao entre esta e algum tipo de limitaçao funcional.
RESULTADOS: Dos 76 pacientes entrevistados, 18(23, 68%) disseram nao sentir dor, 7(9, 21%) relataram dor leve, 30(39, 47%) afirmaram dor moderada e 17(22, 27%), dor intensa. Desse total, 26 paciente relataram que havia associaçao entre a dor e a limitaçao da sua capacidade funcional. As principais queixas estavam relacionadas a dor lombar e em membros inferiores. Todos os pacientes que referiram limitaçao funcional quantificaram sua dor em moderada ou intensa.
CONCLUSAO: O tratamento da DRC por meio da hemodiálise aumenta o tempo de sobrevida dos pacientes. Entretanto, o caráter progressivo da doença gera um desequilibro ou disfunçao a longo prazo. Entre tais alteraçoes, aquelas relacionadas ao sistema musculoesquelético causam implicaçoes na vida do paciente, uma vez que esta se relaciona ao surgimento de dor crônica. Deve-se, portanto, avaliar a relevância intervençoes no tratamento desses pacientes, uma vez que o quadro doloroso causa repercussoes em sua vida cotidiana e, consequentemente, em sua qualidade de vida.

 


 

PO: 51445

Avaliaçao da hipertensao em pacientes renais crônicos em hemodiálise e diálise peritoneal

Autores: Rodrigo de Oliveira Pierami*; Gabriela Nogueira Belagamba; Enio Marcio Maia Guerra; Cibele Isaac Saad Rodrigues

rodrigopierami@gmail.com

Pontifícia Universidade Católica de Sao Paulo – PUC-SP

A hipertensao arterial (HA) é muito frequente em pacientes com doença renal crônica submetidos à diálise, tendo fisiopatologia multifatorial, destacando-se, dentre elas, a expansao de volume. Esta pesquisa de corte transversal analisou a relaçao entre o comportamento da pressao arterial (PA) e o estado de hidrataçao (OH) nos pacientes renais crônicos submetidos à hemodiálise (HD) ou diálise peritoneal (DP), há mais de três meses, em um centro de diálise no interior de Sao Paulo. Foram avaliados dados demográficos, pressao arterial (PA), número de drogas hipotensoras em uso e exame de bioimpedância com o equipamento BCM Body Composition Monitor – para avaliaçao do estado de hidrataçao (OH) em 89 pacientes (69 HD e 20 DP). Houve predomínio do gênero masculino (55, 1%), média de idade 57, 6 ± 16, 4 anos, etnia caucasiana (80, 9%), utilizaçao de 2, 4 ± 1, 2 drogas hipotensoras em HD e 1, 7 ± 1, 4 em DP (p = 0, 046). A etiologia da DRC mais prevalente foi HA (40, 4%), seguida por diabete melito (29, 2%). PA Sistólica (pAs) < 140 mmHg foi observada em 19 pacientes (27, 5%) antes da HD, em 28 pacientes (40, 6%) após este procedimento e em 11 pacientes submetidos a DP (55, 0%). PA Diastólica (PAD) < 90 mmHg foi constatada em 56 pacientes (81, 2%), 55 pacientes (79, 7%) e 17 (85, 0%), respectivamente. Dentre os pacientes (n = 39; 43, 8%) que tinham PA Média (PAM) controlada (PAM < 100 mmHg – 86, 9 ± 9, 9 mmHg), o OH foi 0, 5 ± 2, 5 litros. Para aqueles com PAM > 100 mmHg (56, 2% – 114, 7 ± 11, 9 mmHg; p = 0, 0001), o OH foi 1, 5 ± 2, 7 litros (p = 0, 06 entre os grupos).combinando-se o estado de hidrataçao com os valores da PAS pré-diálise, os pacientes foram estratificados em 4 grupos. Grupo I (n = 36; 40, 4%), onde a HA pode estar relacionada à hiper-hidrataçao; grupo II (n = 22; 24, 71%) na qual a HA nao dependeu da hiper-hidrataçao; grupo III (n = 17; 19, 1%), sendo 8 (9, 0%) hipovolêmicos e com hipotensao arterial; grupo IV (n = 14; 15, 7%), sendo 11 (12, 4%) normohidratados e normotensos e 3 (3, 4%) hiper-hidratados, porém com normo ou hipotensao. Apenas 20 pacientes (22, 5%) encontravam-se com OH no retângulo de normalidade para o método. Nao foi demonstrada relaçao entre estado de hidrataçao e PAM em nossa casuística. Constatou-se também, dificuldade no controle da PA em pacientes submetidos à diálise, apesar da utilizaçao de número expressivo de drogas anti-hipertensivas. Financiamento: PBI CNPq. BCM cedido pela Fresenius Medical Care.

 


 

PO: 51874

Avaliaçao da qualidade de vida dos pacientes com doença renal crônica em hemodiálise; Serviço Unico de Saúde vs. Particular.

Autores: Aline Araújo Padilha Lages*; Mariana Coutinho Nogueira; Joao Paulo Lopes da Silva; Ebeveraldo Amorim Gouveia; Fernando Antônio Melro Silva da Resurreiçao; Evandro Guilherme Luz Souza; Liliana de Meira Lins Kassar; Agenor Antônio Barros da Silva

alinepadilha@gmail.com

Hospital Universitário Prof. Alberto Antunes.

INTRODUÇAO: A Doença Renal Crônica (DRC) é uma das principais causas de morbimortalidade. A diálise provoca uma grande mudança no estilo de vida destes pacientes, interferindo na sua condiçao física, mental e social, ocasionando impacto na sua qualidade de vida (QV).
OBJETIVO: Comparar a QV dos pacientes com DRC em hemodiálise no Sistema Unico de Saúde (SUS) e dos pacientes no serviço privado.
MÉTODO: Estudo descritivo transversal realizado com 60 pacientes, sendo 30 vinculados ao SUS da Clínica Pronefron e os outros 30 do serviço particular da Unidade de Nefrologia de Alagoas (UNIRIM), foram excluídos aqueles com menos de 1 ano de diálise. Aplicou-se o questionário Kidney Disease and Quality of life short form (KDQOL-SFTM1. 3) no período de Abril a Maio de 2016. A análise estatística usada foi o GraphPadPrism com o teste t nao pareado.
RESULTADOS: Pacientes com idade média de 53 anos, 33 (55%) do sexo feminino, 43, 33% tinham 1 a 4 anos em diálise, 25% de 5 a 9 anos e 31, 67% mais de 10 anos. Nos pacientes do serviço privado, 12 (40%) com nível superior completo, 14 (46, 67%) com renda de 5 ou mais salários mínimos mensal, 25 (83, 33%) moravam em casa própria e 27 (90%) tinham carro. Já os pacientes do SUS, 17 (56, 67%) com fundamental incompleto, 18 (60%) com renda de 1 salário mínimo, 21 (70%) moravam em casa própria e 14 (46, 67%) usavam transporte público.comparando-se estes dois grupos, aplicando o questionário KDQOL-SFTM1. 3, observou-se significância estatística (p < 0, 05) nos seguintes quesitos: Quanto a saúde, os pacientes do serviço privado apresentavam maior dificuldade para realizar atividades que exigiam esforço físico (76, 67% x 43, 33%) e referiam que os problemas de saúde interferiam mais nas suas atividades sociais (36, 67% x 10%). Já os pacientes do SUS mostravam-se mais pessimistas quanto à evoluçao da sua saúde (36, 67% x 16, 67%). Na doença renal, o grupo do SUS demostrou maior irritabilidade no dia a dia (30% x 3, 33%) e maior incômodo com as câimbras (30% x 16, 67%), já o grupo do particular, referiu maior incômodo com o prurido (26, 67% x 13, 33%) e a limitaçao na execuçao de atividades domésticas (36, 67% x 13, 33%).
CONCLUSAO: Este estudo nos permitiu buscar estratégias para melhorar a QV destes pacientes, como orientaçoes, apoio psicológico e acompanhamento com equipe multidisciplinar. Embora nao demostre uma relevância do nível socioeconômico na QV da populaçao estudada.

 


 

PO: 51867

Avaliaçao de calafrio em uma unidade de hemodiálise particular de Alagoas (UNIRIM)

Autores: Aline Araújo Padilha Lages; Rafael Fernandes Vanderlei Vasco; Agenor Antônio Barros da Silva; Ebeveraldo Amorim Gouveia; Fernando Antônio Melro Silva da Resurreiçao; Mickael Lucas de Moura Félix; Saymon Farias de Oliveira; Mariana Coutinho Nogueira

alinepadilha@gmail.com

Hospital Universitário Prof. Alberto Antunes.

INTRODUÇAO: Pacientes com doença renal crônica (DRC) em hemodiálise apresentam maior risco de infecçao de corrente sanguínea (ICS), sendo esta causa frequente de mortalidade nesta populaçao.
OBJETIVO: Avaliar a presença de calafrio durante a hemodiálise nos pacientes com DRC na Unidade de Nefrologia de Alagoas (UNIRIM) ao longo de 5 anos, com o intuito de elaborar um protocolo de ICS para este serviço.
MÉTODO: Estudo de coorte retrospectivo, onde foram analisados sexo, idade, acesso vascular para hemodiálise (cateter de curta permanência x cateter de longa permanência x fístula arterio-venosa) e resultado das hemoculturas, no período de Janeiro de 2011 a Dezembro de 2015. A análise estatística utilizada foi o programa GraphPadPrism com o teste t nao pareado.
RESULTADOS: Durante estes 5 anos, foram registrados 112 episódios de calafrio, o que corresponde a 0, 21% das sessoes de hemodiálise realizadas neste período e que apresentaram esta intercorrência. A populaçao que apresentou calafrio tinha uma média de idade de 59 anos, sendo 72 (64, 28%) do sexo masculino e 33 (29, 45%) pacientes em uso de cateter de curta duraçao, 21 (18, 75%) cateter de longa duraçao, 58 (51, 8%) de fístula arterio-venosa (FAV). Nos episódios de calafrio foram colhidos hemocultura, 36 (32, 14%) amostras foram positivas, 18 (50%) com cateter de curta duraçao e 7 (19, 45%) com cateter de longa duraçao. Nas amostras positivas observou as seguintes bactérias: 13 (36, 11%) Staphylococcus coagulase negativo, 5 (13, 9%) Staphylococcus aures, 5 (13, 9%) Klebsiella pneumoniae, 2 (5, 55%) Pseudomonas aeruginosa, 2 (5, 55%) Stenotrophomonas maltophilia, 2 (5, 55%) Burkholderia cepacia. De acordo com os dados analisados, observamos uma maior prevalência de calafrios em pacientes com FAV, porém a presença de hemocultura positiva teve maior relaçao ao uso de cateter (curta e longa duraçao), apresentando significância estatí stica ao comparar cateter x FAV nestes pacientes estudados (p = 0. 0018).
CONCLUSAO: Constatamos um maior número de casos de infecçao no nosso serviço associado ao uso de cateter, sendo a Staphylococcus coagulase negativo mais frequente. A partir disto, foi criado um protocolo de calafrio visando um maior cuidado na manipulaçao destes acessos, reduçao do tempo de permanência dos mesmos e antibioticoterapia baseada na flora bacteriana desta instituiçao.

 


 

PO: 51998

Avaliaçao de marcadores inflamatórios e a mortalidade cardiovascular no paciente renal crônico hemodialítico

Autores: Eduardo de Paiva Luciano; Aline Alves De Deus*; Luiz Carlos Da Silva Vilanova

aline.deus15@gmail.com

Hospital Servidor Público Estadual.

INTRODUÇAO: A associaçao de características favorecedoras de eventos cardiovasculares (aterosclerose, inflamaçao, alteraçao endotelial) e a presença de comorbidades geralmente estao presentes em pacientes com doença renal crônica dialítica, contribuindo para o aumento da morbimortalidade.
OBJETIVOS: Avaliar a presença de fatores inflamatórios em pacientes hemodialí ticos (através da medida da espessura médio-intimal da carótida EMI – e valores de proteína C reativa – PCR) e correlacionar com a presença de eventos cardiovasculares (infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca congestiva, acidente vascular cerebral, doença arterial periférica, doença arterial coronariana).
MÉTODOS: Estudo observacional e retrospectivo com indivíduos portadores de doença renal crônica em regime de hemodiálise no Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, SP, no período de outubro e novembro de 2015. Obtivemos através da ultrassonografia a medida da EMI da carótida, a media de valores da PCR mensal de 2000-2014 e correlacionamos com a presença de eventos cardiovasculares nestes pacientes.
RESULTADOS: Avaliamos 34 pacientes, sendo a maioria homens, com média de idade de 60 anos. A EMI se apresentou alterada em pacientes com infarto agudo do miocárdio (p = 0, 04) e o valor de PCR se alterou em pacientes com doença arterial obstrutiva periférica (p = 0, 02), porem ambos sem comprovaçao de risco cardiovascular; nao houve correlaçao significativa entre EMI e PCR (p = 0, 89).
CONCLUSAO: O uso de marcadores laboratoriais e exames de imagem sao métodos úteis, de boa aplicabilidade e capazes de auxiliar na avaliaçao de risco cardiovascular.

 


 

PO: 51969

Avaliaçao do grau de dependência dos pacientes idosos em hemodiálise, segundo a escala de atividades básicas de vida diária de Katz

Autores: Ana Raquel Ferreira de Azevedo*; Luiz Derwal Salles Júnior; Joao Laerte Alves de Freitas Filho; Lucas Tadeu Rocha Santos; Ticianne Pinto Ferreira; Carlos Danilo da Penha Souza; Esther Carneiro Vasconcelos; Tallys de Souza Furtado

anaraquel.azevedo@yahoo.com.br

Universidade Federal do Ceará.

INTRODUÇAO: Atualmente, o grupo de pacientes idosos incidentes em hemodiálise é o que mais cresce. O tratamento por hemodiálise, a progressao da doença renal crônica(DRC) e as alteraçoes funcionais próprias do envelhecimento causam várias limitaçoes nas atividades de vida diárias (AVDs).
OBJETIVO: Avaliar o grau de dependência de idosos em hemodiálise nas atividades básicas de vida diária(ABVDs).
MÉTODO: Trata-se de um estudo transversal, quantitativo e descritivo realizado pela aplicaçao de questionários. O público alvo foram os pacientes, acima de 65 anos, em hemodiálise em um Centro de Referência no interior do Ceará. Foram excluídos pacientes com incapacidade verbal/cognitiva, que vieram a óbito, que faltaram às sessoes de hemodiálise durante a coleta de dados e que se recusaram a responder. As ABVDs foram analisadas pela escala de Katz. Esta classifica os idosos em independentes(6 pts), dependentes parciais(3-5 pts) e dependentes importantes(0-2 pts). Os dados foram analisados por meio de estatística simples.
RESULTADOS: A amostra foi de 73 pacientes onde a maioria era do sexo masculino(65, 8%) e casada(75, 3%). A distribuiçao etária foi: 68, 5% de 65-75 anos, 23, 3% de 75-85 anos e 8, 2% acima de 85 anos. Quanto ao grau de dependência: 59% dos pacientes possuíam algum grau de dependência, sendo 42, 5% dependentes parciais e 16, 5% dependentes importantes. Apenas 30 pacientes(41%) eram independentes. Observou-se também que: 27, 3% dos pacientes eram dependentes para o banho, 21, 9% para vestirem-se, 19, 2% para higiene pessoal, 16, 4% para transferência, 17, 8% para continência e 11% para alimentaçao. Quanto à ajuda recebida, obteve-se que: 36, 9% dos pacientes relataram receber ajuda de cônjuge, 36, 9% de filhos, 10, 9% de outros familiares, 2, 7% de contratados, 13, 7% nao recebiam ajuda e 27, 3% nao informaram. Quanto às limitaçoes físicas, destaca-se o déficit visual importante em 20, 5% e as limitaçoes de postura e deambulaçao em 39, 7% dos pacientes.
CONCLUSAO: A prevalência de pacientes idosos em hemodiálise com algum grau de dependência para as ABVDs foi significativa. Mostra-se necessária a atuaçao multidisciplinar precoce nesses pacientes visando diminuir a vulnerabilidade desse grupo à dependência funcional e a instituiçao programas de reabilitaçao para os idosos, a fim de melhorar a qualidade de vida.

 


 

PO: 51788

Avaliaçao do uso de Citrato Trissódico como soluçao de preenchimento de cateter para hemodiálise

Autores: Nathália Monteiro da Silva; Gustavo Alvares Presídio; Katienne Goes Mendonça*; Fernando Antônio Melro Silva da Resurreiçao; Carlos Alexandre Ferreira de Oliveira; Rafael Fernandes Vanderlei Vasco; Agenor Antônio Barros da Silva; Ebeveraldo Amorim Gouveia

katienne@msn.com

HUPAA.

INTRODUÇAO: Procurando reduzir a incidência de infecçoes de cateter duplo lúmen para acesso vascular na hemodiálise (HD), utilizam-se substâncias químicas de preenchimento de cateter no período interdialítico. Dentre elas, a soluçao inovadora que vem sendo utilizada é o citrato trissódico (CTS), um selo antimicrobiano, que previne a formaçao de biofilme e fornece também anticoagulaçao local, sendo mais eficaz comparado a heparina na reduçao da morbidade e mortalidade devido a infecçoes relacionadas ao cateter.
OBJETIVO: Avaliar o uso de CTS como soluçao de preenchimento de cateter para HD e suas complicaçoes.
MÉTODOS: Estudo prospectivo e descritivo realizado de setembro de 2013 a fevereiro de 2014 no Serviço de Nefrologia de Alagoas, sendo aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal de Alagoas. Foram incluídos os pacientes, que estavam fazendo uso exclusivo de CTS. As intercorrência avaliadas foram aspectos locais de inserçao do cateter, aparecimento de sintomas relacionados à infusao da soluçao de citrato, ocorrência de infecçao e obstruçao do cateter.
RESULTADOS: Participaram do estudo 42 pacientes com média de idade de 67 ± 16, 5 anos, sendo a maioria do sexo masculino (66, 66%). Foram utilizados um total de 51 cateteres, perfazendo um total de 1. 550 sessoes/cateter. A média mensal de sessoes de diálise utilizando o cateter com CTS foi de 14, 16 ± 14, 02. Os sítios de inserçao predominantes foram a veia jugular interna (47, 1%) e femoral (41, 2%) e o tipo de cateter mais utilizado foi o de curta duraçao – Schillerr– (68, 6%). As especialidades médicas nefrologia e a cirurgia vascular apresentaram percentuais semelhantes no implante de cateter para hemodiálise A maioria dos pacientes (84, 31%) nao apresentou nenhum indício de infecçao no local de inserçao do cateter. Os sinais mais identificados foram edema (7, 8%), presença de secreçao (7, 8%) e hiperemia (2%). Já em relaçao as complicaçoes relacionadas ao acesso venoso central, os mais frequentes foram obstruçao e pirogenia, sendo 7, 33 e 3, 33 respectivamente o índice de episódios/1000 cateteres/dia. O índice de bacteremia foi de apenas 0, 64 episódios/1000 cateteres/dia.
CONCLUSAO: Foi observado um baixo índice de complicaçoes com o uso de CTS. Permite-se inferir que essa soluçao de preenchimento parece representar um fator adicional em benefício do paciente.

 


 

PO: 50445

Avaliaçao dos fatores de risco que levam a perda da fístula arteiovenosa em tratamento dialítico num

Autores: Tatiane Barbosa Soares Silva*; Gabriela Cavalcante Prado; Analú Pedrosa de Souza Quirino

tatisoares22@yahoo.com.br

UFPE/Hospital das Clínicas.

INTRODUÇAO: Os pacientes com doença renal crônica terminal necessitam realizar terapias renais substitutivas para prolongamento e manutençao da vida, um dos métodos mais comumente utilizado é a hemodiálise. Está necessita de um acesso para sua realizaçao, as evidências publicadas internacionalmente apontam para a Fístula Arteriovenosa (FAV), como sendo o padrao ouro dos acessos utilizados em hemodiálise.
OBJETIVO: avaliar e descrever quais os fatores relacionados à perda de FAV em pacientes em tratamento dialítico.
MÉTODO: Trata-se de um estudo transversal, de abordagem quantitativa, retrospectivo. A coleta de dados ocorreu de maio a outubro de 2015, sendo utilizados os prontuários de 47 pacientes submetidos a hemodiálise do hospital universitário. Foram aplicados dois instrumentos um composto de dados sociodemográficos e o outro contando a técnica cirúrgica, local anatômico da FAV, complicaçoes relacionadas à perda da FAV e as comorbidades, submetido e aprovado no comitê de ética sob o n° 26329913. 3. 0000. 5208.
RESULTADOS: predomínio de sexo masculino, na idade maior ou igual a 60 anos alcançando 39, 9%, brancos, solteiros, com baixa renda atingindo 96, 2%. Os fatores relacionados encontrados foram o local de escolha para confecçao de fistula 96, 2%, a hipertensao arterial com 66, 2 %, já as complicaçoes mais prevalentes sao a hipotensao (37, 3%), a estenose (32, 2%) e a trombose (27, 1%), o tempo de tratamento variaram de 6 a 10 anos de tratamento (65, 4%).
CONCLUSAO: Diversos fatores estao relacionados com a perda da fistula arteriovenosa, além deles aumentarem o número de internamentos, também prejudicam novas confecçoes de acessos. E verifica-se a necessidade de mais estudos voltados a temática, com intuito de construir intervençoes eficazes para diminuir está complicaçao e proporcionar uma qualidade de vida a esses pacientes.

 


 

PO: 50644

Avaliaçao dos fatores relacionados ao ganho de peso interdialítico em pacientes em hemodiálise

Autores: Pâmela Malheiro Oliveira*; Isis Gonsalves Barreto; Halanna Carneiro Guimaraes Bastos; Tássia Nery Faustino; Thadeu Borges S. Santos; Aline Cristina Alves Dias

pamela_malheiro@hotmail.com

Hospital das Clínicas da UFMG.

INTRODUÇAO: O tratamento da doença renal em estágio dialítico requer o envolvimento fundamental do paciente em um regime complexo que inclui cuidados com o acesso vascular, adesao ao uso das medicaçoes prescritas e às orientaçoes nutricionais. A ingestao adequada de líquidos é comumente mensurada por meio do ganho de peso interdialítico (GPID) cujo valor recomendado na literatura é que nao ultrapasse o limite de 5% do peso seco do paciente.
OBJETIVO: Avaliar o GPID e possíveis fatores relacionados em indivíduos em hemodiálise (HD) em um serviço de nefrologia de um hospital público do município de Salvador – BA.
MÉTODO: Estudo transversal, descritivo, quantitativo. A amostra foi composta de portadores de Doença Renal Crônica (DRC) em programa de HD, maiores de 18 anos, com mínimo de três meses de terapia. Os dados foram coletados através de um formulário contendo variáveis sóciodemográficas e clínicas e os mesmos foram analisados através da estatística descritiva por meio do programa Epi Info. O trabalho foi aprovado por um Comitê de Ética em Pesquisa.
RESULTADOS: A amostra foi constituída por 75 indivíduos, havendo predomínio do sexo feminino (57, 3%). A idade variou entre 19 e 86 anos. O GPID mostrou-se adequado na maioria da populaçao estudada (68%). Ao se comparar o %GPID de acordo com o gênero, foi observado que este era significativamente maior no grupo dos homens (66, 7%) do que no das mulheres (33, 3%), assim como naqueles indivíduos mais jovens e adultos (70, 8%). O diagnóstico de Diabetes Melittus esteve presente em 21, 3% da amostra e desta a maioria apresentou um GPID mais pronunciado. Os níveis de Pressao Arterial Sistólica pré-HD mantiveram-se elevados nos pacientes com GPID superior a 5%, enquanto que nos demais a média deste parâmetro estava adequada. A presença de complicaçoes cardiovasculares esteve presente na maioria dos indivíduos com este indicador alterado e a diurese residual encontrada em uma parcela dos pacientes (24%) foi associada a um menor GPID.
CONCLUSOES: Os resultados deste estudo mostraram que o GPID esteve relacionado a fatores como idade, gênero, tempo de diálise e que esta medida elevada repercutiu negativamente na pressao arterial destes indivíduos, assim como na presença de complicaçoes cardiovasculares. Isso reforça a importância da implantaçao de um plano de alta interdialítica contendo orientaçoes que abordasse o controle dietético e hídrico, acompanhamento pressórico e da glicemia capilar.

 


 

PO: 50525

Avaliaçao dos métodos de vigilância para detecçao de falência precoce de fístulas arteriovenosas; comparaçao do exame físico com a análise de recirculaçao de fístulas e ultrassom duplex

Autores: André Felipe dos Santos Ferreira; Gustavo Acioli Murta Torres; Katienne Goes Mendonça*; Carlos Alexandre Ferreira de Oliveira; Rafael Fernandes Vanderlei Vasco; Ebeveraldo Amorim Gouveia; Agenor Antônio Barros da Silva; Fernando Antônio Melro Silva da Resureiçao

katienne@msn.com

HUPAA.

INTRODUÇAO: A manutençao do acesso vascular para hemodiálise (HD) é um dos maiores desafios no cuidado do paciente com doença renal crônica (DRC) em diálise. Os problemas relacionados ao acesso sao uma das mais frequentes razoes para hospitalizaçao desta populaçao. O monitoramento dos acessos vasculares é de extrema importância já que estenoses podem se desenvolver em intervalos de tempo variáveis.
OBJETIVO: Avaliar qual dos métodos de vigilância, exame físico (EF) ou análise de recirculaçao de fístula (ARF), é melhor para avaliar de maneira precoce a falência de fístula arteriovenosa (FAV) com ultrassom duplex (UD).
MÉTODOS: Estudo transversal e analítico realizado no Serviço de Nefrologia de Alagoas com aprovaçao do Comitê de Ética da Universidade Federal de Alagoas. Inicialmente foram incluídos todos os pacientes destes serviço e como critério de exclusao aqueles que faziam uso de prótese vascular, os que possuíam FAV apresentando a linha arterial voltada para o sentido contrário a anastomose, os que possuíam catéter duplo lúmen como via de acesso, os que desistiram de participar na pesquisa antes do seu término, os que apresentaram intercorrências durante o tempo da pesquisa e os que vieram a óbito antes do estudo se completar. Utilizou-se do UD em todos os pacientes da amostra para diagnóstico de falência da fístula, e assim comparar a eficácia do EF e da ARF como método de escolha precoce.
RESULTADOS: Dos 22 pacientes que fizeram parte da análise final tinham média de idade de 55 ± 17, 3 anos, sendo a maioria do sexo masculino (77, 3%). 5 pacientes (22, 7%) apresentaram o EF alterado. O UD confirmou estenose em todos. Em relaçao à ARF, 12 pacientes (54, 5%) apresentaram níveis de recirculaçao > 5%, destes, 8 (88, 9%) apresentaram estenose confirmada pelo UD. A sensibilidade e especificidade pelo EF foram respectivamente de 62, 5% e 100%. Em relaçao a ARF, a sensibilidade e especificidade foram respectivamente de 87, 5% e 64, 3%.
CONCLUSAO: Foi observado que o EF apresenta maior acurácia do que a ARF. Infere-se que a criaçao de um protocolo que una o EF com a ARF possa contemplar os níveis de especificidade, sensibilidade e acurácia necessários para dar validade a triagem precoce de estenose em FAV.

 


 

PO: 51840

Avaliaçao volêmica do paciente dialítico; o potencial da ultrassonografia

Autores: Ana Luisa Silveira VieiraTollendal*; José Muniz Pazeli Júnior

analuisasvieira@gmail.com

PRORENAL.

INTRODUÇAO: A avaliaçao volêmica do paciente dialítico é um dos calcanhares de Aquiles do nefrologista. Para determinar o peso seco, a maioria dos especialistas utiliza dados do exame físico, intercorrências intradialíticas, radiografia de tórax e bioimpedância. A literatura e a prática clínica mostram, porém, que tais ferramentas, frequentemente, nao apresentam boa acurácia.
OBJETIVO: Demonstrar que a ultrassonografia é uma importante ferramenta para avaliaçao do peso seco no paciente dialítico.
MÉTODO: Foi comparada a avaliaçao de peso seco realizada por métodos tradicionais (exame físico: pressao arterial, edema periférico, ausculta pulmonar; intercorrências dialíticas: hipotensao, mal estar e caimbra; radiografia pulmonar) e pela ultrassonografia (avaliaçao de pulmao, diâmetro da veia cava inferior e performance cardíaca).
RESULTADO: Paciente em diálise há quatro anos, inicia quadro de ortopneia. Suspeitou-se de hipervolemia inter-dialítica. A avaliaçao inicial, paciente normotenso em períodos intra e inter-dialíticos, sem quaisquer sinais ou sintomas durante as diálises; ausculta pulmonar normal; ausência de edema; radiografia de tórax sem sinais de hipervolemia. Tais dados sugeriam causa nao volêmica para a dispnéia. Em sequência, paciente foi avaliado ultrassonograficamente pelo nefrologista: linhas B pulmonares bilaterais, extendendo-se das bases aos ápices, sugerindo líquido em interstício pulmonar; diâmetro da veia cava inferior de 2, 4 centímetros, sem alteraçao ao movimento respiratório; funçao cardíaca sistólica moderadamente comprometida associada a disfunçao diastólica. Diante da suspeiçao ultrassonográfica de hipervolemia e seguindo conduta comum no nosso centro de diálise, o peso seco do doente foi reduzido criteriosamente, com reavaliaçao ultrassonográfica seriada após cada sessao de diálise, até obtençao de mudança do padrao ultrassonográfico. Novo peso seco foi estabelecido baseado no desaparecimento das linhas B pulmonares e variabilidade da veia cava com a respiraçao. A reduçao do peso seco foi de 1, 8 litros e o paciente cessou quadro de dispnéia, permaneceu normotenso e assintomático.
CONCLUSAO: A ultrassonografia praticada pelo nefrologista tem se mostrado importante ferramenta para avaliaçao volêmica, dentre outras aplicaçoes possíveis. É uma prática de baixo custo, boa reprodutibilidade, baixa curva de aprendizado e que agrega maior domínio sobre o tratamento do paciente dialítico.

 


 

PO: 51535

Bicarbonato padrao atende a demanda de pacientes em hemodiálise?

Autores: Tane Cristina Santos Ramalho*; Antonio Carlos Laender Moreira; Simone Costa Oliveira Nascimento; Fabiano Fernandes; Darley Procopio; Jenaine Oliveira Paixao; Luciano Teixeira de Faria; Patrícia Vasconcelos Lima

tane_ramalho@yahoo.com.br

UFMG.

INTRODUÇAO: Acidose metabolica e comum em pacientes em hemodiálise e esta envolvida na patogênese de varias complicaçoes. A maioria dos centros utilizam bicarbonato do dializato padrao em suas prescriçoes.
OBJETIVO: Avaliar a prevalência de acidose metabólica em pacientes em hemodiálise e fazer sua correlaçao com algumas variáveis tais como ganho de peso interdialitico, doença óssea e estado nutricional além de verificar se a prescriçao de bicarbonato padrao corrige o estado metabólico da maioria dos pacientes.
METODOS: Foi realizado estudo transversal em pacientes em hemodiálise em um centro único com prescriçao de bicarbonato padrao (32 mEq/L). Acidose metabólica foi definida como bicarbonato sérico menor que 22 mEq/L. O bicarbonato foi correlacionado com as seguintes variáveis: albumina, ganho de peso interdialitico, PTH, hemoglobina e KTV.
RESULTADOS: Foram avaliados 35 pacientes, 18 do sexo masculino, idade média de 45 anos, todos prevalentes em diálise. A prevalência de acidose metabólica foi de 51%. Entre os pacientes com bicarbonato < 22 mEq/L, 61% estavam com albumina < 4 g/dl, 66% com PTH acima de 300 pg/dl e 83% com ganho de peso interdialitico > 4% do peso seco.
CONCLUSAO: Com o uso de bicarbonato padrao, a maioria dos pacientes obtiveram bicarbonato médio pré-diálise aquém do alvo e tal bicarbonato teve correlaçao com maior prevalência de ganho de peso interdialítico elevado, desnutriçao e PTH elevado. Ressaltamos a importância da avaliaçao do estado metabólico dos pacientes em hemodiálise e a necessidade de implementá-la rotineiramente em centros dialíticos.

 


 

PO: 51733

Cateteres de Duplo Lumen Temporários (CDL) em pacientes submetidos a hemodiálise; complicaçoes associadas

Autores: Flavia Cristina Malheiros Hayashi*; Renata Lenize Pasini Rotoly; Renan Souza Santos; Nelson Helio Sandrin Neto; Marcos Antônio Ramos; Miguel Moyses Neto

flavia_hayashi@hotmail.com

Santa Casa de Saúde de Ribeirao Preto.

Um dos principais desafios do tratamento de pacientes com Doença Renal Crônica (DRC) em hemodiálise é a viabilidade do acesso vascular, determinante para a qualidade do tratamento. O tempo de maturaçao prolongada e a ineficácia da fístula arteriovenosa (FAV), a urgência em iniciar Terapia Renal Substitutiva (TRS) e a condiçao clínica do paciente predispoe o uso de cateter temporário de duplo lúmen (CDL), e consequentemente, aumenta o risco de complicaçoes como infecçao da corrente sanguínea, estenose venosa central, má permeabilidade e disfunçoes mecânicas associadas ao tipo de cateter. O objetivo deste estudo visou correlacionar a incidência do uso de CDL e suas complicaçoes nos pacientes submetidos à hemodiálise. Trata-se de um estudo retrospectivo realizado no período de janeiro a abril de 2016, sendo avaliados prontuários de 35 pacientes submetidos a 95 procedimentos para colocaçao de CDL para utilizaçao temporária e as complicaçoes apresentadas no decurso da sua utilizaçao. Os resultados mostraram uma relaçao de 2, 71 cateter/paciente, sendo que, 25 (26, 3%) cateteres foram puncionados em Veia Jugular Interna Direita, 31 (32, 6%) em Veia Jugular Interna Esquerda, 24 (25, 2%) em Veia Femoral Direita, 11 (11, 5%) em Veia Femoral Esquerda, 2 (2, 1%) em Veia Subclávia Direita, assim como em Veia Subclávia Esquerda (2, 1%). Deste total, 11 (11, 5%) foram retirados por suspeita de infecçao associada ao uso de CDL, na vigência de febre, bacteremia e secreçao no local de saída, 50 (52, 6%) foram retirados por mau funcionamento, 16 (16, 8%) por maturaçao de FAV e 3(3, 15%) por suspensao da TRS. A média de permanência de cateter foi de 28, 9 dias/cateter. Dos pacientes estudados, apenas 15(15, 7%) mantém CDL sem complicaçoes até a data estudada. Desta forma, os pacientes submetidos ao uso de CDL apresentaram aumento de morbidades em decorrência das complicaçoes associadas. O domínio adequado da técnica de punçao, os cuidados com assepsia local e o tempo de permanência sao fundamentais para evitar essas disfunçoes. De qualquer forma a utilizaçao de CDL deveria ser restrita somente a casos de urgência e falta de acesso prévio. A realizaçao de FAV como acesso principal deve ser sempre estimulada, pois cateteres sao corpos estranhos e favorecem maior incidência de morbidades, especialmente as infecçoes decorrentes de sua utilizaçao.

 


 

PO: 50675

Comorbidades associadas a DRC Como causas de hospitalizaçao em uma Clínica do Noroeste do Paraná

Autores: Heverton Souza Beraldo*; José Miguel Viscarra Obregón

hevertonsb@hotmail.com

Ethos Clin S/S.

INTRODUÇAO: Enfermidade cada vez mais prevalente, a doença renal crônica (DRC) tornou-se um grave problema de saúde pública, devido ao grande número de pacientes que sao diagnosticados a cada ano. A doença traz significativa repercussao ao paciente, pois os rins desempenham funçoes importantes no organismo, entre elas: o equilíbrio hidroeletrolítico, a produçao e regulaçao de hormônios e a estabiliddade da pressao arterial. Algumas complicaçoes sao diretamente relacionadas ao processo dialítico, sendo as mais frequentes: a síndrome do desequilíbrio, hipotensao arterial, câimbras e infecçoes de acesso. Outras estao ligadas a DRC e comorbidades associadas, tais como: as doenças cardiovasculares e complicaçoes infecciosas (p. exemplo: pneumonia, infecçao do trato urinário ou procedimentos cirúrgicos diversos), fazendo com que haja necessidade de internaçao hospitalar. Conforme descrito pelo senso anual da SBN de 2015, as taxas de internamento do total de pacientes portadores de DRC em tratamento dialítico no Brasil foram de 6 %, sendo elas por problemas com: o acesso vascular, problemas cardiovasculares e infecçoes.
OBJETIVO: Relatar as taxas e as principais causas de hospitalizaçao de pacientes portadores de doença renal crônica, submetidos a tratamento hemodialítico em uma clínica privada, no ano de 2015.
METODOLOGIA: Estudo retrospectivo, descritivo do tipo quantitativo, realizado através da analise de prontuários de 63 pacientes de um centro de diálise que atende pacientes segurados pela Saúde Suplementar, localizado na cidade de Maringá, Paraná.
RESULTADOS: Observou-se que no ano de 2015 houve 93 internamentos, sendo que 40, 86% (N = 93), foram relacionados a infecçao, em destaque: a pneumonia 34, 21% (N = 38), infecçao do trato urinário 21, 05% (N = 38), infecçao de acesso vascular, sendo eles FAV ou CVC, 13, 15% (N = 38) e outras infecçoes 15, 78% (N = 38).complicaçoes cardiovasculares, procedimentos cirúrgicos, e outros tratamentos clínicos totalizaram 59, 14% (N = 93).
CONCLUSAO: As taxas de morbidade e mortalidade dos pacientes portadores de DRC em terapia dialítica sao elevadas, devido comorbidades e elevadas taxas de hospitalizaçao desses indivíduos. Destaca-se a importância de toda equipe de saúde que presta assistência aos pacientes com DRC em tratamento dialítico, a fim de que possíveis complicaçoes sejam detectadas precocemente e prevenidas, fazendo com que as taxas de internamento sejam diminuídas, gerando uma melhor qualidade de vida para o paciente.

 


 

PO: 51948

Comparaçao da força muscular respiratória obtida e predita em pacientes renais crônicos

Autores: Larissa de Holanda Lessa*; Karolyne Soares Barbosa Granja; Bruna Rodrigues Moraes; Sarah Carolina Almeida Luna Vieira; Ewerton Sérgio da Silva Dayane Santos Oliveira; Rachel Chrystinne de Oliveira Silva; Ana Carolina do Nascimento Calles

lariissaholanda@hotmail.com

Centro Universitário Tiradentes.

INTRODUÇAO: Uma das principais alteraçoes fisiológicas encontradas em pacientes renais crônicos é a fraqueza muscular ventilatória que desencadeada pela miopatia urêmica, causando ao paciente nefropata uma fraqueza muscular generalizada. O tratamento hemodialitico, apesar ter um avanço na melhora da sobrevida dos pacientes, causa deterioraçao da musculatura respiratória, podendo acarretar fraqueza, fadiga ou falência da mesma.
OBJETIVO: Analisar a força muscular respiratória em pacientes com insuficiência renal crônico.
METODOLOGIA: Trata-se de um estudo transversal realizado em Maceió entre Abril e Julho de 2015. Para mensurar a força muscular ventilatória utilizou-se a manovacumetria, adotando o protocolo de Black e Hyatt. Para analisar os valores preditos da força muscular ventilatória foram adotadas as formulas de Neder. Foi utilizado o manovacuometro analógico. Foi realizado uma análise descritiva por meio de média, mediana e desvio-padrao e análise analítica por meio do teste t, considerando como significante o p < 0. 005.
RESULTADO: Foram avaliados 115 pacientes com idade média de 54, 27 ± 15, 58 anos. Os mesmos foram separados por sexo. Observou-se que nao houve reduçao na força muscular inspiratória feminina obtida onde a média predita -80, 23 ± 8, 20 foi menor que a média obtida -109, 06 ± 21, 45. Na força muscular expiratória do sexo feminino houve uma reduçao significante sendo a media predita 85, 47 ± 10, 20 e obtida 72, 18 ± 21, 55 (p < 000, 1). Quando analisado o sexo masculino observa-se um declínio significante de ambas as forças, sendo a media de força inspiratória predita -110, 34 ± 11, 82 e a media obtida 101, 86 ± 34, 15 (p < 000, 1) e a media de força muscular expiratória predita 119, 58 ± 11, 92 e obtida 86, 22 ± 24, 54 (p < 000, 1).
CONCLUSAO: Quando analisada a média dos valores obtidos e preditos entre os sexos dessa populaçao, observa-se que ambos os sexos apresentam diminuiçao da força muscular ventilatória expiratória. O sexo masculino apresentou também reduçao, significante, da força muscular ventilatória inspiratória. Nessa populaçao existe declínio de força muscular ventilatória principalmente para os homens.

 


 

PO: 50392

Concurso de receitas; atividade multiprofissional baseada na integralidade

Autores: Danielle Alonso Bazhuni*; Príscila A de Castro; Suely VazTrigueira; Edmundo José Batista; Lívia Maria Ribeiro Longo

danibazhuni@uol.com.br

Unidade de Terapia Renal – PURA.

Gallian lembra que em torno da mesa durante a refeiçao todos se reuniam, enquanto se alimentavam da mesma comida serviam-se de suas histórias, experiências, ideias; nesse contexto se estreitavam os laços ou se explicitavam as distâncias. Portanto baseados no SUS, SUAS, orientaçoes da PNPS (promoçao de açao com alcance dos efeitos do adoecer sobre as condiçoes de vida), diretriz PAAS/PNAN (garantia de alimentaçao adequada e saudável deve contemplar hábitos e práticas alimentares, ser acessível do ponto de vista físico e financeiro, harmônica em quantidade e qualidade) e do MS e MEC (necessidade da integralidade das açoes nas equipes multiprofissionais de saúde) desenvolvemos este trabalho. Os objetivos foram: promover o autocuidado; motivar, envolver e esclarecer clientes/familiares para melhoria da qualidade de vida. Optamos pela metodologia de Concurso (inovaçao) com participaçao da equipe multiprofissional. Divulgaçao realizada na sessao de hemodiálise e por meio de cartaz. Inscriçao foi por meio de fichas depositadas em urna; após recolhidas foram numeradas (sigilo) e verificadas pela Nutricionista que orientou sobre as necessárias adequaçoes conforme dietoterapia. A degustaçao foi agendada; os pratos numerados conforme as fichas e fotografados com seus autores; apresentados e degustados em momentos diferentes. Os degustadores foram colaboradores voluntários, pontuaram quanto: apresentaçao, sabor, aroma, seguimento da receita e textura. Gallian diz que uma refeiçao deve alimentar os sentidos, convidar a experimentar sensaçoes e provocar o exercício do discernimento. Foi entregue TCLE conforme Lei 9610/1998 e sua alteraçao 12853/2013, versam sobre direitos autorais e uso de imagem, pois o produto final era a publicaçao do livro: Receitas Que Sao Uma Delícia. O retorno foi de 14, 3% das fichas. Percebemos motivaçao, interesse e receio pelo novo. A inserçao da receita dentre as 10 vencedoras no livro, distribuído aos clientes em tarde de autógrafos foi a premiaçao. Concluímos que os objetivos foram alcançados. Observamos interesse por atividade ligada ao cotidiano e a desvinculaçao da dietoterapia a algo ruim. Percebemos a compreensao em manter atividades sociais com restriçao alimentar e, melhor adesao ao tratamento. Esta atividade remeteu a experimentar o conhecido de forma diferente. Queremos que este trabalho alcance outros clientes e profissionais, que vejam nesta experiência novas possibilidades de trabalho com integralidade de açoes!

 


 

PO: 51951

Correlaçao entre a funcionalidade e a força muscular periférica em pacientes renais crônicos submetidos à hemodiálise.

Autores: Larissa de Holanda Lessa*; Karolyne Soares Barbosa Granja; Bruna Rodrigues Moraes; Sarah Carolina Almeida Luna Vieira; Ewerton Sérgio da Silva; Dayane Santos Oliveira; Rachel Chrystinne de Oliveira Silva; Ana Carolina do Nascimento Calles

lariissaholanda@hotmail.com

Centro Universitário Tiradentes.

INTRODUÇAO: O número de portadores da doença renal crônica (DRC) vem crescendo mundialmente, se caracteriza por nefropatias com evoluçao lenta e progressiva, levando a diminuiçao da funçao renal e a incapacidade dos rins de realizar suas funçoes homeostáticas. A hemodiálise é um tratamento que acarreta muitas complicaçoes nos sistemas muscular, metabólico e cardiorrespiratório, comprometendo a funcionalidade e força muscular periférica do paciente.
OBJETIVO: Correlacionar a funcionalidade e força muscular periférica em pacientes renais crônicos submetidos à hemodiálise.
MATERIAIS E MÉTODOS: Tratou-se de um estudo transversal, onde foram avaliadas 65 pacientes no setor de hemodiálise de uma unidade de nefrologia de Maceió, no período de Outubro a Novembro de 2014.
RESULTADOS: Os 65 pacientes submetidos à hemodiálise apresentaram a idade média de 59, 8 ± 16, 2 anos, sendo do gênero masculino 56, 9% e 43, 1% do gênero feminino. Na amostra 76, 9% apresentavam hipertensao arterial sistêmica e 40% Diabetes mellitus. Na pesquisa nao foi encontrada correlaçao significativa entre MRC Total e MIF Total (r = 0, 175; p = 0, 16). Quanto à correlaçao entre idade e MRC total foi encontrada uma correlaçao significativa e negativa (r = -0, 506; p < 0, 001). Em relaçao MIF total foi encontrada uma média de 119, 6%, para os domínios foram encontrados valores para MIF cogniçao social de 20, 13% MIF comunicaçao de 13, 52%, MIF locomoçao 13, 2%, MIF mobilidade 20, 2%, MIF controle de esfíncter 13, 47% e MIF auto-cuidado de 40, 56%.
CONCLUSAO: Verificou-se em nosso estudo que nao houve uma relaçao entre a força muscular periférica e a funcionalidade dos pacientes portadores de DRC, pois a maioria apresentou um grau de independência completa. Concluiu-se que com a lesao na funçao renal ocorre a perda contrátil da musculatura, pela retençao das citocinas circulantes, edema da fibra que associado com a hemodiálise desencadeia a reduçao da força muscular em pacientes renais crônicos. Na amostra estudada foi encontrada uma relaçao entre MRC e idade, indicando que quanto maior idade, menor a força muscular periférica.

 


 

PO: 51692

Correlaçao entre alteraçoes do intervalo QT e HVE em hemodialisados

Autores: Maria Angélica Gonçalves Alonso*; Jocemir Ronaldo Lugon; Maria Angela Magalhaes de Queiroz Carreira; Valentine de Almeida Costa de Castro Lima

mangelica180@gmail.com

Universidade Federal Fluminense.

O padrao ouro no diagnóstico da HVE, um indicador de mortalidade em hemodialisados, é o ecocardiograma (ECO), exame nao disponível na maioria das unidades do país. No ECG, aumentos no QT corrigido (QTc) e na sua dispersao (DQTc) tem sido associados com maior risco de arritmias e morte súbita. Avaliou-se a reprodutibilidade de QTc e DQTc e a correlaçao entre anormalidades nessas variáveis e HVE. Estudo transversal em um centro de diálise incluindo pacientes com idade de 18-70 anos e tempo de hemodiálise > 3 meses. ECO bidimensional transtorácico e ECG foram realizados no intervalo dialítico. Dois observadores realizaram mediçoes de QTc e DQTc, utilizando a técnica da tangente para delimitaçao do fim da onda T; a correçao para FC foi feita com a fórmula de Hodges. O QT foi escolhido entre a maior medida nas derivaçoes DII e V5. Os pontos de corte para QTc e DQTc foram, respectivamente, > 450ms e > 60ms; para diagnóstico de HVE, massa ventricular esquerda indexada (MVEi) > 134 g/m2(para homens) e > 110g/m2(para mulheres). Para reprodutibilidade e confiabilidade das medidas de QTc e DQTc, calculou-se o coeficiente de correlaçao de Pearson, o coeficiente Kappa e análise do diagrama de Bland Altman.completaram o estudo 41 pacientes. HVE estava presente em 63%, e QTc e DQTc alterados, em 17% e 32%, respectivamente. Na correlaçao intra observador (observador 1), valores de Pearson de 0,83 (0,69-0,90), p < 0,001 e 0,50 (0,22-0,70), p < 0,001 foram encontrados para QTc e DQTc, respectivamente. Para correlaçao inter observadores, os coeficientes de Pearson foram 0,92 (0,85-0,96), p < 0,001 e 0,72 (0,53-0,84), p < 0,001,para QTc e DQTc, respectivamente. Na análise de concordância intra observador (observador 1), o Kappa foi de 0,66 (0,36- 0,96) e 0,14 (- 0,21 -0,49) para QTc e DQTc, respectivamente; na avaliaçao inter observador, 0,83 (0,60 – 1,00) e 0,44 (0,17 0,70). O diagrama de Bland Altman mostrou melhor concordância entre as medidas de QTc, tanto na análise intra quanto na inter observadores. Na regressao linear para avaliar a associaçao de QTc e DQTc com HVE, foi encontrada correlaçao fraca, porém estatisticamente significante, entre QTc e MVEi (R2 = 0,12; p = 0,033), mas nao entre DQTc e MVEi (R2 = 0,00; p = 0,940). Concluímos, portanto, que a mediçao do QTc, mas nao da DQTc, apresenta boa reprodutibilidade. A correlaçao entre HVE e QTc foi fraca nao permitindo inferir sobre a presença de HVE a partir de alteraçoes de QTc.

 


 

PO: 51949

Correlaçao entre ferritina, albumina sérica e estado nutricional, em pacientes com doença renal crônica dialítica.

Autores: Maria Isabel Barbosa Bezerra*; Heloisa Aparecida de Santana; Eliezio de Oliveira Maia Junior; Kaique Leal Campos; Milena de Deus Camelo e Silva; Raphael de Azevedo Leitao; Eduarda Letícia Carneiro de Carvalho; Rodrigo Alves de Oliveira

misabelbarbosa@live.com

Universidade Federal de Pernambuco Campus Agreste.

INTRODUÇAO: Pacientes com Doença Renal Crônica (DRC) dialíticos frequentemente estao expostos ao stress oxidativo e apresentam evidências de desnutriçao, relaçao esta que indica mau prognóstico. Desta forma, a ferritina, por ser uma proteína de fase aguda inflamatória positiva, e a albumina, por fazer relaçao com síntese proteica e desnutriçao energético-proteica (DEP), sao marcadores reconhecidos. O estado nutricional também pode ser avaliada pelo índice de Massa Corporal (IMC), hemoglobina (Hb) e hematócrito (Ht).
OBJETIVO: Identificar correlaçao de ferritina, albumina sérica e estado nutricional em pacientes com DRC dialítica.
MÉTODO: Foi utilizada abordagem indutiva, procedimento estatístico-descritivo e técnica de observaçao indireta por meio de prontuários. O universo de estudo constituiu os prontuários de pacientes com DRC sob diálise em clínica situada no município de Caruaru em abril de 2016. A amostra correspondeu aos prontuários que apresentavam registro de todas as variáveis analisadas, resultando em 285 prontuários. As dosagens de ferritina, albumina sérica, Hb, Ht e IMC, foram analisadas estatisticamente através do programa EXCEL 2013.
RESULTADOS: Entre os prontuários analisados, 91 (32%) apresentaram ferritina > 300µg/l, 68 (24%) albumina sérica menor que 3, 5mg/dL e 14 (5%) com IMC < 18Kg/m2. Considerando apenas o grupo que apresentou ferritina > 300µg/L, 23 (25%) apresentaram albumina < 3, 5mg/dL, sendo observado 7 (7%) de pacientes com IMC < 18Kg/m2. Quanto aos dados hematimétricos, 76 (84%) apresentaram Hb < 12mg/dL, e 59 (65%) Ht < 33%. Em comparaçao, entre os pacientes do grupo com nível de ferritina < 300µg/L, 35 (18%) apresentou nível de albumina inferior do valor de referência, e 7 (3%) IMC abaixo no limite de referência. Ainda em relaçao ao grupo com ferritina abaixo do limite, 151 (78%) apresentaram Hb inferior ao padrao de normalidade, e 88 (45%) o Ht inferior ao padrao. A correlaçao linear entre os valores de albumina e de ferritina de toda a amostra, resultou em -0,05.
CONCLUSOES: Comparando os grupos de ferritina elevada e normal, verificou-se que, apesar de tênue, houve tendência de maior percentual de pacientes com albumina, IMC, Hb e Ht abaixo dos valores de referência no grupo com ferritina elevada. Analisando de forma geral, a albumina mostrou-se alterada dentro do esperado para pacientes com indícios de desnutriçao. Por fim, de acordo com a correlaçao linear, foi observado diminuiçao de albumina quando há aumento de ferritina.

 


 

PO: 50464

Diagnósticos de enfermagem ao paciente em hemodiálise; contribuiçoes para segurança do paciente

Autores: Igor Venancio ALbuquerque*; Patricia Marcela Constant Cercilier; Pamela Cristina da Cruz de Araujo; Andrezza Serpa Franco

igor_albuquerque7@hotmail.com

UNIGRANRIO.

INTRODUÇAO: A Sistematizaçao da Assistência de Enfermagem (SAE) é conceituada como um método de prestaçao de cuidados para a obtençao de resultados satisfatórios na implementaçao da assistência. A hemodiálise é uma das estratégias de tratamento para pacientes com doença renal crônica. A terapêutica, pela cronicidade e repercussoes, é um grande desafio nas dimensoes pessoais, familiares e sociais, solicitando do enfermeiro julgamento clínico para tomada assertiva das decisoes. Diante deste contexto, justificamos o objetivo deste relato: Descrever a SAE ao paciente renal crônico em uma unidade de hemodiálise.
MÉTODOS: Trata-se de um relato de experiênciavivenciado por acadêmico de enfermagem durante o período de estágio clínico deNovembro/2015 Fevereiro/2016. Análise através de prontuários, relato do paciente, anamnese e exame físico fora, coletados.
RESULTADOS: Foram evidenciados rotineiramente 4(quatro) dos principais diagnósticos de enfermagem e intervençoes: 1)Conhecimento deficiente caracterizado por seguimento inadequado de instruçoes: Esclarecer as dúvidas sobrediagnóstico, tratamento, prognóstico, estabelecer relaçao de confiança, estimular o relato de sua ansiedade, monitorar estado emocional e proporcionar bem-estar. 2)Baixa autoestima situacional: Monitorar o estado emocional, oferecer ambiente calmo e agradável, explicar o cliente as possíveis dificuldades a serem enfrentadas nas relaçoes sexuais, estabelecer relaçao de confiança e tirar dúvidas quanto à vida sexual após a cirurgia. 3)Náusea: Controle de náusea, monitorizaçao nutricional, monitorizarao hídrica controle hidroeletrolítico. 4)Risco de desequilíbrio hidroeletrolítico relacionado aos episódios de vômitos: Reduzir ou eliminar os fatores pessoais que precipitem ou aumentem o vômito, posicionar para prevenir aspiraçao. Os diagnósticos de enfermagem se repetem nas primeiras internaçoese através da implementaçao de medidas preventivas minimizamos novos eventos a partir dos primeiros julgamentos. Simultaneamente, identificamos problemas colaborativos existentes sem açao direta do enfermeiro resolutivo, porém foi possíveldirecionar para equipe multidisciplinar.
CONSIDERAÇOES FINAIS: Concluímos que a sistematizaçao poderá propiciar uma assistência de qualidade, com possível reduçao de custos, tempo de internaçao sem reproduçoes de terapêuticas, com cuidados específicos ao individuo e nao somente a sua doença contribuindo para segurança do paciente.

 


 

PO: 51587

Efeitos do treinamento muscular inspiratório na capacidade funcional e na concentraçao dos receptores solúveis de TNF-a de pacientes em hemodiálise

Autores: Pedro Henrique Scheidt Figueiredo; Márcia Maria Oliveira Lima; Fábio Junqueira de Sá; Henrique Silveira Costa; Camila Danielle Cunha Neves; Vanessa Amaral Mendonça; Frederico Lopes Alves; Vanessa Gomes Brandao Rodrigues; Emílio Maciel Barroso*; Cláudio Heitor Balthazar

emiliobmaciel@gmail.com

Santa Casa de Caridade de Diamantina.

Pacientes com doença renal crônica dialítica (DRCD) apresentam reduçao da força muscular inspiratória, da capacidade funcional (CF) e aumento do estado inflamatório, comprometendo sua qualidade de vida. O treinamento muscular inspiratório (TMI) é citado como medida terapêutica nessa populaçao, entretanto seus efeitos na CF e resposta inflamatória precisam ser melhor explorados.
OBJETIVO: Avaliar os efeitos do TMI na CF e concentraçao de marcadores inflamatórios em pacientes com DRCD.
MÉTODOS: Em um ensaio clínico randomizado, 19 indivíduos (50, 7 ± 14, 1 anos), 68, 4% homens, em tratamento por hemodiálise há 2, 4 (1, 1-7, 7) anos foram alocados aleatoriamente para grupo TMI (GTMI) ou controle (GC). O GTMI realizou 24 sessoes de treinamento intradialítico com Power-Breathr a 50% da PImáx em 3 séries de 15 incursoes. O GC realizou as 24 sessoes de respiraçoes com o dispositivo sem a resistência (sham). Antes e após o período de intervençao e controle, a CF dos voluntários foi avaliada pelo incremental shuttle walk test (ISWT) e a resposta inflamatória pela concentraçao plasmática dos receptores solúveis de TNF-α (sTNFR 1 e 2). A análise dos dados foi realizada pela ANOVA com dois fatores (grupo x momento) seguida pela análise Post Hoc pelo teste de Tukey, sendo significativo quando p < 0, 05.
RESULTADOS: O GTMI e GC foram compostos por 10 e 9 indivíduos, respectivamente. Pela ANOVA, foi encontrada diferença estatisticamente significativa na CF entre os grupos (p = 0, 026), sendo maior CF no GTMI após o período de intervençao (595, 9m vs.. 349, 0m, respectivamente; p = 0, 019). Quanto ao sTNFR 2, foi observado significancia estatística para os fatores grupo (p < 0, 001) e momento (p < 0, 001), assim como para interaçao entre esses (p = 0, 003). Houve reduçao de sTNFR 2 apenas no grupo GTMI (2. 901, 2 vs.. 2099, 4 pg/mL; p < 0, 001) e, na avaliaçao intergrupos, menor concentraçao foi encontrada no GTMI após o treinamento em comparaçao ao GC (2. 099, 4 vs.. 2912, 9pg/mL; p < 0, 001). Nao houve variaçoes significativas de sTNFR1.
CONCLUSAO: Os resultados deste estudo demonstraram que o TMI é uma modalidade de treinamento eficaz para melhora da CF e para reduçao da concentraçao plasmática de sTNFR2 de pessoas em hemodiálise.

 


 

PO: 51909

Esclerose peritoneal encapsulante em paciente lúpica com 1 ano de diálise peritoneal.

Autores: Juliana A. de O. B. Cavalcanti*; Renata C S Lima; Ana Claudia Fontes; Alinie Pichone; Carolina Manzoni Sanchez; Juliana dos S M Moura; Michele Damascena; Eduardo Rocha

jubello.cavalcanti@gmail.com

UFRJ.

D. C. F. de 62 anos, sexo feminino, com história de Lupus Eritematoso Sistêmico(LES) diagnosticado aos 26 anos evoluiu com Nefrite lúpica e Doença Renal Crônica 19 anos depois. Em abril de 2014, teve início a Diálise peritoneal, cujo PET evidenciou perfil de baixo transportador de glicose e médio-baixo transportador de creatinina. O seu KT/V era de 2, 2. Em fevereiro de 2016, a paciente abriu quadro de Peritonite por Stafilococos Epidermides sensível à Cefazolina, respondendo com melhora clínica após 14 dias de tratamento com este antibiótico. No mesmo período, ocorreu a migraçao do catéter de Tenck Hoff (TK) para a regiao epigástrica.com o término da antibióticoterapia, a paciente foi submetida a duas tentativas de troca simultânea de TK no mesmo ato operatório sem sucesso, o que fez a cirurgia ser convertida a Laparotomia exploradora, evidenciando múltiplas aderências de intestino delgado entre si, omento e peritônio inviabilizando o funcionamento do catéter. Realizada tomografia computadorizada de abdome, a imagem mostrou trave fibrótica entre alças intestinais. Por essa razao, a paciente sofreu troca de método diálitico e atualmente realiza HD intermitente três vezes por semana, enquanto é preparada para o transplante renal. O caso relatado caracteriza o aparecimento de provável Esclerose Peritoneal Encapsulante e considerando o caráter inflamatório da doença de base, o LES possivelmente é a causa desta extensa fibrose. Partindo deste pressuposto, sugerimos a reflexao sobre a necessidade de uma análise mais detalhada do peritônio no período que antecede o início da diálise peritoneal em pacientes com Lupus Eritematoso Sistêmico, afim de evitar este temido desfecho.

 


 

PO: 51894

Esclerose peritoneal encapsulante; relato de caso

Autores: Lucila Maria Valente; Florisvaldo C. Lira; Danielle Dias; Eduardo Barbosa de Albuquerque Maranhao*; Kelwya Bruna Vasconcelos Florencio; Rebeka Lapenda de Souza

maranhao.eduardo@hotmail.com

Universidade Federal De Pernambuco.

INTRODUÇAO: Esclerose peritoneal encapsulante (EPE) ou fibrose peritoneal, peritonite esclerosante, ou encapsulante ou calcificante, é complicaçao rara da diálise peritoneal (PD). Clínica variável, e sem teste de rastreio confiável. O diagnóstico é tardio: cerca de 70% após cessar a DP, tem baixa incidência e sem fator etiológico único. Fatores de risco: longa duraçao da DP, dialisato bioincompatível, icodextrina, desinfetantes, dialisado com plástico e material particulado, uso beta-bloqueadores e peritonite bacteriana.
RELATO DO CASO: feminina, 61 anos, negra, do lar. DRC de etiologia indeterminada. Há 14 anos iniciou DP ambulatorial contínua (DPAC) que foi a primeira e única terapia renal substitutiva. Durante 14 anos nao apresentou complicaçao mecânica, infecciosa ou metabólica. Anúrica há 6 anos, prescriçao DP: 4 trocas de 2, 5L, 2 com soluçao com concentraçao de cálcio e de glicose a 2, 5% há 18 meses. Antes 3 trocas de 2, 5%: 1 a 1, 5% (3 anos) e os demais com 2 trocas de 2, 5%: 2 a 1, 5%, sendo 2 delas com cálcio 2, 5%. Cursa com hiperparatireoidismo, (PTH = 400), bom controle clínico, ausência de HAS, anemia, e distúrbio hidroeletrolítico. Usa: 40 mg/dia de propranolol (controle de arritmia), eritropoetina 4000 UI/mês, vitamina B, sevelamer e cinacalcet 60 mg/dia. Perfil peritoneal de transporte (nao alterado há 4 anos): médio-alto, Kt/V = 2, 2 estável. Há 15 dias apresentou efluente peritoneal hemático. O estudo da celularidade do líquido efluente, Gram e cultura foi sem qualquer alteraçao, exceto incontáveis hemáceas. Ultrafiltaçao: mantida (1, 4 L/dia). Nunca prescrito soluçao de DP a 4, 5%. TAC de abdome: calcificaçoes difusas em todo o peritonio. Foi trocada a TRS para HD, suspenso DP e realizado biópsia peritoneal com retirada do cateter abdominal. Paciente era adaptada a DPAC, assintomática após alguns dias sem efluente sanguinolento, mas aceitou a troca para hemodiálise. Há 6 anos com fístula artério-venosa funcionante. Antes, nunca aceitou troca de TRS, inclusive recusou o transplante renal quando contemplada.
COMENTARIO: Destaca-se um caso de EPE, em paciente sem alteraçoes gastrointestinais, perda de peso ou desnutriçao. Durante a evoluçao em DPAC apresentou fatores de risco: alteraçao da prescriçao, ou seja, quatro trocas com soluçao de DP hipertónica (glicose a 2, 5%), uso de beta-bloquedor e 14 anos de DP.

 


 

PO: 50522

Etiologia e perfil de sensibilidade das infecçoes de corrente sanguínea relacionadas a cateter em PA

Autores: Miriam Helena Piazzi Rocha; Rayssa Piazzi Rocha;

Breno Machado Neves; Igor Piazzi Rocha; Paulo Sergio Pinto; Victor Moura da Silva Guércio; Rafael Moura da Silva Guércio*; Stael Moura da Silva

staelmourasilva@gmail.com

UFJF

INTRODUÇAO: A infecçao de corrente sanguínea relacionada a cateter (ICSRC) permanece como uma das principais causas de morbimortalidade nos pacientes hemodialíticos. A análise do perfil microbiológico de tais infecçoes revela a prevalência de Gram-positivos, em especial o Staphylococcus aureus e os Staphylococcus coagulase-negativos, além de crescente participaçao de Gram-negativos (cerca de 30% do total de hemoculturas). Logo, preconiza-se, segundo as recomendaçoes atuais, o uso empírico de cefazolina ou vancomicina associada a aminoglicosídeo ou cefalosporina de 3a geraçao, considerando-se, prioritariamente, o perfil de sensibilidade de cada unidade, sendo de fundamental importância o seu conhecimento para o correto manejo clínico desses pacientes.
OBJETIVO: Descrever os perfis microbiológico e de sensibilidade dos agentes causadores de ICSRC em centro de hemodiálise de referência de Juiz de Fora-MG, além de avaliar a adequaçao das recomendaçoes atuais quanto à terapia empírica adotada.
CASUISTICA E MÉTODOS: Trata-se de um estudo epidemiológico, transversal. Nele foram incluídos todos os pacientes submetidos a tratamento hemodialítico via CVC de curta ou longa permanência, que apresentaram ICSRC notificada no período de março de 2013 a março de 2016 com resultados positivos em hemoculturas de sangue periférico e/ou de CVC.
RESULTADOS: Foram analisadas as hemoculturas de 119 pacientes. Destas, 63, 02% apresentaram participaçao de Gram-positivos, sendo os Staphylococcus coagulase-negativos os agentes isolados mais frequentes (32, 77%), seguidos do Staphylococcus aureus (26, 05%). A prevalência de MRSA na amostra foi de 35, 48%, e a resistência geral dos Gram-positivos à cefazolina totalizou 45, 71%. A sensibilidade destes agentes à vancomicina foi de 100%. Dentre os Gram-negativos (36, 97%), a maior prevalência encontrada foi a de Escherichia coli (10, 08%), a qual apresentou sensibilidade de 70% à ceftazidima e de 100% à amicacina, seguida de Pseudomonas aeruginosa (9, 24%), cujas sensibilidades foram de 45, 45% à ceftazidima, 63, 63% à piperacilina/tazobactam, e 80% à amicacina.
CONCLUSAO: Em decorrência da alta prevalência de Gram-positivos resistentes à meticilina e da participaçao importante de Gram-negativos no cenário de ICSRC dessa unidade, nao há necessidade de se alterar o protocolo de tratamento utilizado (vancomicina e amicacina), devido à considerável sensibilidade a essas drogas e às altas taxas de resistência a outras, como cefazolina e ceftazidima.

 


 

PO: 51779

É a hemodiálise uma terapia alternativa para porfiria intermitente aguda? Relato de Caso

Autores: Laurisson Albuquerque da Costa*; Natália Monteiro da Silva Pacheco; Sérgio Blecher; Marcio Hideki Kai; Cristiane Akemi Vicente; Marcella Soares La Ferreira; Pedro Vinícius Leite; Maíra Medeiros Honorato

laurisson7@hotmail.com

Universidade Federal de Sao Paulo.

INTRODUÇAO: A Porfiria Intermitente Aguda(PIA) é uma doença genética proveniente de um distúrbio na via hepática da biossíntese do heme. Os sintomas clínicos sao dor abdominal, vômitos, tremores sudorese, neuropatia periférica, distúrbios psiquiátricos. O diagnóstico é feito com dosagem urinária do ácido delta-aminolevulinico(ALA) e porfobilinogênio(PBG), macroscopicamente estes precursores podem mudar após exposiçao ao sol. O tratamento específico é a hematina e arginato do heme. Porém, estes nem sempre estao disponíveis, sendo a hemodiálise(HD) uma possível terapia alternativa.
OBJETIVO: Relatar um caso de PIA em uma paciente tratada inicialmente com HD.
MÉTODO: Relato de caso obtido através do acompanhamento clínico e dados de prontuário.
RESULTADOS: J. S. S, sexo feminino, 25 anos admitida dia 11/04/16 por síndrome de tetraparecia flácida arreflexa iniciada há 6 dias, disfagia, alteraçao da coloraçao da urina, constipaçao e vômitos. Possuia antecedente de 3 internaçoes com sintomas gastrointestinais e laparotomia exploradora em 18/03/16 por suspeita de abdome agudo obstrutivo, porém nao foi evidenciado ponto de obstruçao. Evoluiu com insuficiência respiratória associada à pneumonia por broncoaspiraçao, foi encaminhada a UTI. A urina 1 nao demonstrou alteraçoes, porém, após ser exposta a luz solar, apresentou mudança da coloraçao de amarelada para púrpura. Diante da suspeita de PIA, foi iniciado dieta rica em carboidratos e infusao de glicose hipertônica (400g/dia), suspensao de fatores desencadeantes de crises agudas, solicitado PBG urinário(positivo-referência negativo) e ALA(81, 60mg/gVR 4, 5 mg/g de creatinina) que confirmou a hipótese. Devido à impossibilidade de aquisiçao do tratamento específico naquele momento, optado por iniciar HD. Realizou 7 sessoes, a primeira sessao 4 horas, as demais 6 horas, fluxo de sangue 250 ml/min, fluxo de banho 500 ml/min, capilar de alto fluxo. Coletado novo PBG urinário pós hemodiálise para monitorizaçao do tratamento com negativaçao do resultado. Após chegada do Heme-arginato foi suspensa a HD e administrado 4 doses da medicaçao (250mg/dia), porém com manutençao dos sintomas neurológicos. No momento paciente matem-se na UTI com persistência do quadro de tetraparesia arreflexa e necessidade de ventilaçao mecânica.
CONCLUSAO: Paciente apresentou resposta laboratorial à HD, porém, mantido quadro neurológico, mesmo após tratamento específico, conforme descrito na literatura, a recuperaçao pode levar meses, a depender do tempo de início do tratamento.

 


 

PO: 50437

Fatores de risco para depressao em pacientes submetidos à hemodiálise

Autores: Luana Lôbo Ribeiro Batista; Juliana Andrade de Araújo*; Eoah Carolina da Conceiçao Freitas; André Falcao Pedrosa Costa; Flávio Teles; Patrícia Carvalho Medrado; Renata Oliveira Santos

juliandradearaujo@gmail.com

Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas.

INTRODUÇAO: O tratamento da insuficiência renal crônica acarreta aos pacientes uma série de restriçoes físicas e psicossociais em um curto período de adaptaçao. Toda reaçao do enfermo renal frente ao processo terapêutico de diálise é uma forma de resposta adaptativa frente aos sentimentos de insegurança e perdas, sendo a depressao a desordem psiquiátrica mais comum entre aqueles em estágio final da doença renal, tratados com hemodiálise.
OBJETIVOS: Descrever os fatores médicos e psicossociais associados à depressao em pacientes submetidos à hemodiálise.
MÉTODOS: Foi realizada aplicaçao do questionário de Beck em 211 pacientes submetidos à hemodiálise, a partir do qual foi dado o diagnóstico de depressao em 58 pacientes. Foram também colhidas as seguintes variáveis: sexo, estado civil, renda, ocupaçao, IMC categorizado (grupo 1 < 20, grupo 2 = 20-25 e grupo 3 > 25), quantidade categorizada de medicaçoes em uso (grupo 1 < 5 e grupo 2 > 5), fisioterapia, tempo de hemodiálise categorizado (grupo 1 < 5 anos e grupo 2 > 5 anos).
RESULTADOS E DISCUSSAO: Houve significancia na correlaçao entre depressao e sexo, havendo uma maior incidência de depressao nas mulheres. Ao comparar medicaçoes categorizadas e depressao também houve significancia, havendo uma maior incidência de depressivos no grupo 2. Nao houve correlaçao com depressao dos seguintes fatores: IMC categorizado (p = 0, 295); estado civil (p = 0, 207); fisioterapia (p = 0, 312); tempo de hemodiálise (p = 0, 966). Os achados relativos à depressao no grupo de pacientes renais crônicos ainda sao muito contraditórios. Este fato pode estar relacionado a vários fatores, como a diversidade das populaçoes, a equipe médica com formaçao e experiência diferentes, critérios heterogêneos para diagnóstico da depressao, instrumentos de medida diferentes, entre outros. As diferenças em cada gênero remetem à questao da influência das alteraçoes hormonais no desenvolvimento de quadros depressivos. Além disso, alguns casos de depressao estao associados a outras condiçoes médicas, como dor crônica, doença coronariana, Diabetes mellitus, infecçao pelo HIV, entre outras, o que explica a correlaçao com o uso de medicaçoes.
CONCLUSAO: No grupo estudado houve maior prevalência de depressao nas mulheres. O uso de múltiplas medicaçoes pode ser consequência do fenômeno depressivo. Maiores estudos sao necessários para compreender os fatores relacionados à depressao entre os pacientes submetidos à hemodiálise.

 


 

PO: 51532

Fatores determinantes à perda da fístula arteriovenosa de pacientes em tratamento hemodialitico

Autores: Natalyne Clemente de Almeida Lima*; Augusto Cesar Barreto Neto

natalynealmeida@hotmail.com

Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira.

A insuficiência renal crônica (IRC) está sendo considerada atualmente como um grave problema de saúde pública, que vem crescendo consideravelmente a cada ano. A mesma consiste na perda da funcionalidade dos néfrons, que sao responsáveis pela filtraçao de impurezas e substâncias tóxicas do sangue. Contudo, faz-se necessário que o indivíduo com IRC seja submetido a um tratamento que substitua em parte a funçao renal, sendo este conhecido como hemodiálise. Para realizaçao da hemodiálise é necessário ter acesso a circulaçao sanguínea do paciente, através de uma fístula arteriovenosa (FAV). Alguns fatores podem determinar a perda da FAV sao, a trombose e consequentemente oclusao do acesso vascular, que pode estar associada à hipotensao severa e à compressao extrínseca inadvertida do acesso, infecçao, dentre outros. Portanto, este estudo tem por objetivo identificar os fatores determinantes a perda da FAV em pacientes submetidos a tratamento hemodialitico na Zona da Mata do estado de Pernambuco-PE. Trata-se de um estudo epidemiológico de corte transversal, realizado no período de julho a dezembro de 2014, com 80 portadores de IRC em tratamento hemodialitico. A coleta de dados ocorreu no período de Setembro a Outubro de 2014, através de formulários que avaliaram as questoes socioeconômicas, demográficas, tratamento hemodialítico, FAV e autocuidado com a FAV. A pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com seres humanos, cujo parecer no CEP foi dado por meio do protocolo n° 689. 321. A prevalência para perda da fistula nos participantes foi de 62, 5% (IC95%: 51, 5-72, 3). Quando se avaliou as complicaçoes com a FAV, dos participantes que relataram ter tido trombo 50% teve perda de FAV e dos pacientes que relataram ter tido edema, todos perderam a mesma. Quando se associa o tempo de hemodiálise com a perda da FAV, pode-se observar, que a perda da FAV aumenta progressivamente com o aumento do tempo de tratamento hemodialítico. Embora a variável autocuidado nao tenha se mostrado significante a perda da FAV, pode ter sido um fator influenciador já que dos 42 pacientes que relataram nao receber nenhuma orientaçao sobre autocuidado com a FAV, 24 (57, 1%) perderam a mesma. A FAV é um fator importante para os pacientes em tratamento hemodialítico, sendo considerada por muitos deles, a responsável por sua sobrevivência. Sendo assim, é preciso que sejam desenvolvidas estratégias que visem prevenir e identificar precocemente os fatores que determinam sua perda.

 


 

PO: 51872

Fatores preditores de mortalidade e falência da técnica em pacientes incidentes em Diálise Peritoneal (DP) ambulatorial em centro único

Autores: Maria Claudia Cruz Andreoli; Marco Antonio Nadaletto; Claudia Totoli*; Camila Barbosa Silva; Vanessa dos Santos Dutra; Silvia Regina Manfredi; Sergio Antonio Draibe; Maria Eugênia Fernandes Canziani

ctotoli@yahoo.com.br

Universidade Federal De Sao Paulo.

O tamanho do centro de diálise é fator associado de forma independente aos desfechos em DP, com melhor evoluçao em centros maiores. Em nosso serviço, a média de pacientes tratados é de 170 pacientes/ano e a taxa de peritonites nos últimos 5 anos foi de 1 episódio a cada 34 meses. O objetivo deste estudo foi avaliar os fatores relacionados a desfechos clínicos (óbito e falência da técnica) em pacientes incidentes em DP em centro único, de maior porte, em um período de 13 anos.
MATERIAL E MÉTODOS: Foram incluídos todos pacientes que iniciaram em programa entre 01/01/2003 e 31/12/2015. Foi considerada falência da técnica a necessidade de transferência para hemodiálise. Curvas de Kaplan-Meier e teste log-rank foram utilizados para avaliar a mortalidade e falência da técnica, e o modelo de riscos proporcionais de Cox para identificar os fatores prognósticos mais relevantes para os desfechos.
RESULTADOS: No total, 633 pacientes foram admitidos no programa crônico de DP, com mediana de idade 58. 9 (44. 7-68. 2) anos, sendo 49% do sexo masculino e 33% portadores de Diabetes mellitus (DM). Neste período, 213 (34%) dos pacientes foram a óbito, sendo 101 (47%) por causas cardiovasculares, 64 (30%) por causas infecciosas nao relacionadas à DP e 27 (13%) por peritonites. Houve falência da técnica em 204 (32%) pacientes, cuja principal causa foi peritonite (51%). A sobrevida do paciente em 1 ano e em 5 anos foi de 85% e 42%, respectivamente, e a sobrevida da técnica em 1 ano e em 5 anos foi de 83% e 51%, respectivamente. Na análise de Cox, maior idade (HR = 1. 045, IC95% 1. 034-1. 055; p < 0. 001) e presença de DM (HR = 1. 636, IC95%1. 246-2. 149; p < 0. 001) associaram-se a maior mortalidade, enquanto menor idade (HR = 0. 991, IC95% 0. 982-0. 999; p = 0. 037) associou-se a maior falência da técnica.
CONCLUSAO: Fatores nao modificáveis como maior idade e presença de DM associaram-se a menor sobrevida em pacientes em um centro de DP de maior porte. A falência da técnica, que se associou a menor idade dos pacientes, teve a peritonite como principal causa. Portanto, baixas taxas de peritonites nao parecem ser suficientes para evitar a transferência para hemodiálise, sugerindo que a intervençao terapêutica desta infecçao deva ser mais efetiva.

 


 

PO: 51960

Fisioterapia intradialítica na promoçao da saúde através da informaçao.

Autores: Alessandra Valéria Campos Venceslau*; Angela Santos; Francine Iane Sá

alevenceslau@terra.com.br

UNINEFRON/FISIONEFRON.

INTRODUÇAO: A promoçao da saúde do doente renal crônico inclui o fornecimento de informaçoes sobre o processo patológico e seus desdobramentos, e deveria ser preconizada como recurso essencial para garantir a qualidade de vida desse paciente. A doença renal crônica é uma condiçao irreversível, de caracter duradouro e, esta associada com alteraçoes cardiovasculares, osteomioarticulares, metabólicas e de carater emocional, propiciando o declinio da funcionalidade e dificultando as atividades da vida diária. Entretanto, A prática de atividade física instituida pelo fisioterapeuta durante a hemodiálise é fundamental no controle e prevençao dessas disfunçoes, incidindo positivamente na qualidade da diálise e restituindo a autonomia dessa populaçao.
OBJETIVO: A fim de oferecer o conhecimento como ferramenta terapêutica essencial para um bom resultado do tratamento proposto, foi elaborada uma cartilha destinada à promoçao da saúde dessa populaçao, objetivando esclarecer os benefícios que estao vinculados à pratica de exercícios físicos intradialíticos estimulando uma maior adesao ao tratamento.
METODOLOGIA: As etapas da construçao da cartilha consistiram na sistematizaçao do conteúdo abordado, com base nas necessidades dos participantes. O conteúdo foi fundamentado em bases científicas, mediante revisao de literatura. A composiçao quanto à seqüência das informaçoes, formataçao das ilustraçoes, diagramaçao, organizaçao estrutural e formato final, foi realizada mediante assessoria de profissionais de comunicaçao visual.
RESULTADOS: O conteúdo da cartilha continha uma apresentaçao inicial e, na sua seqüência, os tópicos: doença renal crônica, fisiopatologia da doença e fisioterapia intradialítica. A seleçao das ilustraçoes foram feitas considerando suas relaçoes com o conteúdo abordado no texto, na qualidade da imagem e seu apelo visual. As figuras foram incluidas para facilitar a compreensao da mensagem exposta no texto e enfatizar determinado assunto.
CONCLUSAO: O processo de construçao da cartilha demonstrou ser viável e enriquecedor para a promoçao da saúde, podendo ser aplicado de forma simples. Seu uso poderá ser destinado a construçao do conhecimento e permitirá uma açao de saúde integradora para o paciente, favorecendo uma visao ampla da fisioterapia intradialítica como parte do tratamento do DRC.

 


 

PO: 50474

Flora bacteriana em peritonites de pacientes em diálise peritoneal em um Hospital Universitário

Autores: Naiara Rodrigues dos Santos*; Oriana Maria Matos e Silva Brandao; Reinaldo Pessôa Martinelli

n.rodriguesdossantos@yahoo.com.br

Universidade Federal Da Bahia.

A Diálise Peritoneal (DP) é uma opçao terapêutica no tratamento de pacientes com doença renal crônica avançada. No entanto, a peritonite é uma complicaçao relativamente frequente e com influencia direta na morbi-mortalidade dos pacientes, responsável por um quarto das internaçoes hospitalares, além de falha técnica e transferência do paciente para outros programas de diálise. A intervençao sobre a peritonite objetiva a resoluçao rápida do quadro, contribuindo para a continuidade da DP. O diagnóstico precoce é essencial para a eficácia do atendimento, uma vez que a rapidez no início do tratamento possui importante impacto no prognostico. Inicialmente o esquema terapêutico é feito de forma empírica, enquanto se aguarda os resultados da cultura do dialisado, e a seleçao do antimicrobiano é de fundamental importância para a evoluçao clínica favorável dessa infecçao. Assim, a identificaçao dos patógenos envolvidos e o conhecimento da flora infectante mais frequente, com sua susceptibilidade aos antibióticos, em cada serviço, sao fundamentais para a conduta adequada. Os organismos mais comumente encontrados sao bactérias gram-positivas ou gram-negativas aeróbias, sendo os cocos gram-positivos responsáveis por mais da metade das infecçoes em algumas situaçoes, uma vez que estes costumam ser encontrados na própria pele dos pacientes. As bactérias gram-negativas sao mais comumente encontradas tardiamente. O objetivo do presente estudo foi determinar a prevalência dos patógenos causadores de peritonite e as características clínicas dos pacientes, em um Hospital Universitário. Foram revistos todos os laudos de culturas de líquido peritoneal no laboratório central da instituiçao, no período compreendido entre 2006 e 2015 e consultados os prontuários médicos dos pacientes. Foram encontrados 250 resultados de cultura positivos, sendo 52 microorganismos diferentes identificados. A idade média foi de 51, 76 ± 18, 36 anos, sendo 58, 14% do sexo feminino e 41, 85% do masculino. 51, 2% das culturas positivas foram por gram positivos, 42, 4% por gram negativos e 6, 4% por fungos. Os principais micro-organismos encontrados foram: Staphylococcus sp, seguido de Staphylococcus aureus, Klebsiella pneumoniae, Escherichia coli, Enterococcus sp e Enterobacter aerogenes. No material estudado a maior prevalência foi de bactérias gram positivas, e a peritonite foi mais frequente em pacientes do sexo feminino e com idade superior a 50 anos.

 


 

PO: 51904

Hemodiálise estendida, opçao para pacientes instáveis hemodinamicamente com necrose tubular aguda: um relato de caso

Autores: Maria Eduarda Barbosa de Souza*; Marttina Carolline de Moura Ferreira Gomes; Danielle Carolline Alves Silva; Maria Isabel Domingos da Cruz; Amanda Carvalho Almeida de Medeiros; Anna Luísa Franco de Aquino; Daniel Vicente de Siqueira Lima Júnior; Felipe Eduardo Correia Alves da Silva

dudab.medupe@gmail.com

Universidade De Pernambuco.

INTRODUÇAO: A Injúria Renal Aguda é frequente em pacientes sob cuidados intensivos, com 10 % necessitando de Terapia Renal Substitutiva (TRS). A escolha do melhor método de hemodiálise (HD) (intermitente, estendida ou contínua) depende da condiçao clínica, prática médica e disponibilidade em cada centro. É relatado o caso de menor com encefalopatia crônica nao progressiva (ECNP) submetida à artrodese, evoluindo com choque hemorrágico, coagulaçao intravascular disseminada, necrose tubular aguda isquémica (NTAI), insuficiência hepática (IH), conduzida à HD estendida.
OBJETIVO: Discutir a melhor opçao de HD em paciente com ECNP que evoluiu com choque refratário pós cirúrgico.
MÉTODO: As informaçoes foram obtidas através de revisao de prontuário, entrevista familiar e leitura de artigos.
RELATO DE CASO: MVBS, feminino, 14 anos, natural e procedente de Recife-PE. Portadora de ECNP, epilepsia, retardo do desenvolvimento neuropsicomotor grave e pneumopatia crônica, submetida à artrodese para correçao de escoliose. Evoluiu com choque hemorrágico grau IV, distúrbio de coagulaçao, atividade elétrica sem pulso e coma. No 1°DPO, apresentava hemoglobina = 6. 6, lactato = 162, creatinina = 2. 35, ureia = 40. Seguiu em oligúria refratária à furosemida e anúria no 3°DPO, com elevaçao de escórias nitrogenadas (Ur = 71 e Cr = 3). Apresentava-se em coma induzido, taquicárdica (160 bpm), em anasarca, hipotensa (50×30 mmHg) e em uso de drogas vasoativas (DVA). Realizou HD intermitente, a qual foi interrompida devido à piora da hipotensao. Evoluiu com melhora das escórias nitrogenadas mas permaneceu anúrica até o 34°DPO. Nesse período, fez uso de amicacina, kefazol, tazocin, targocid, fluconazol, meropenem, cancidas, linezolida, polimixina, metronidazol. Seguiu no 34°DPO com oligúria e reintroduçao da furosemida, mantendo a HD até o 55°DPO com débito urinário de 1. 1 ml/kg/h, Ur = 22 e Cr = 0. 63. Obteve melhora da funçao renal, mas manteve-se internada até o 96°DPO para tratar IH, sepse, deiscência de ferida operatória. Atualmente, apresenta quadro estável de Insuficiência Renal Crônica, em uso de furosemida.
DISCUSSAO: A necessidade de adoçao da TRS justifica-se pela anúria, apesar do uso de furosemida e DVA, associada ao aumento de escórias nitrogenadas.
CONCLUSAO: O relato apresenta paciente grave com NTAI e provável agravo nefrotóxico, para a qual foi instituída a HD intermitente, sendo posteriormente alterada para HD estendida, que se mostrou superior por nao causar hipotensao arterial.

 


 

PO: 51550

Hemodiálises estendidas com citrato trissódico 4% nos pacientes oncológicos.

Autores: Joubert Araujo Alves*; Benedito Jorge Pereira; Germana Alves de Brito; Aline Lourenço Baptista; Marina Harume Imanishe; Luis Andre Silvestre de Andrade

joualves@hotmail.com

Accamargo Cancer Center.

O uso do citrato como anticoagulaçao regional nas hemodiálises estendidas (SLEDs) em pacientes oncológicos e distúrbios de coagulaçao tende a ser empregado para minimizar as intercorrências, contudo é importante identificar as particularidades e intercorrências nesses pacientes com múltiplos fatores clínicos complicadores.
OBJETIVOS: Checar características clínicas e laboratoriais dos pacientes oncológicos que utilizam citrato trissódico nas SLEDs; verificar as particularidades dos pacientes oncológicos dialíticos em uso da anticoagulaçao regional e avaliar a necessidade de reposiçao de cálcio endovenoso (EV) nas SLEDs com citrato.
CASUISTICA E METODOLOGIA: estudo de coorte observacional, retrospectivo, através do prontuário eletrônico, com dados clínicos e laboratoriais dos pacientes submetidos a SLEDs no período de um ano, sendo incluídos portadores de DRC ou LRA com indicaçao dialítica utilizando anticoagulaçao regional com citrato. A análise estatística foi realizada no programa SPSS e os dados descritos em porcentagem, média e desvio padrao, sendo considerados significantes se p < 0, 05.
RESULTADOS: foram avaliados 48 diálises, com a prevalência de doença hematológica em 45, 8%, LRA em 89, 6%, DRC terminal em 10, 4%, com cateter temporário em 85, 7%. As indicaçoes do citrato foram por plaquetopenia 57, 8%, sangramento ativo 33, 3%, implante de acesso vascular ou procedimento cirúrgico antes da SLED em 31, 1%, e insuficiência hepática em 14, 6%. Durante o procedimento houve alguma intercorrência em 29, 2% das diálises (n = 14) sendo as principais: fluxo de acesso ruim em 18, 8%, coagulaçao 16, 3% e hipotensao 10, 2%. As intercorrências ocorreram mais em pacientes com tumores sólidos (92, 9 vs.. 41, 2%), submetidos anticoagulaçao plena (23, 1% vs.. 3, 2%), com tempo prescrito de 8 h (35, 7%) e com mau funcionamento do acesso (50% vs.. 6, 1%). Além disso, tinham Cálcio iônico (Cai) pré-capilar mais alto (1, 17 ± 0, 16 mg/dl vs.. 1, 11 ± 0, 81 mg/dl), contagem de plaquetas mais alta (158. 071 ± 87. 492) e menor tempo de diálise realizado (4, 33 ± 2, 97 vs.. 6, 03 ± 0, 39 h).
CONCLUSOES: Neste estudo a presença de intercorrências nas SLEDs com citrato ocorreram mais nos pacientes com tumores sólidos, submetidos a anticoagulaçao plena e mau funcionamento do acesso. A coagulaçao do sistema foi a principal intercorrência e estava mais relacionada a esse mau funcionamento do acesso, nível sérico do Cai pré-capilar e contagem de plaquetas mais elevada. A consequência mais importante foi a reduçao do tempo de diálise.

 


 

PO: 51553

Higienizaçao das maos e a segurança do paciente renal em hemodiálise: um relato da experiência com a implantaçao

Autores: Janielle Ferreira de Brito Lima*; Eremilta Silva Barros; Laíla Silva Linhares; Marília Rosendo Rodrigues Soares; Layana Thays de Souza Alves

janifbl@hotmail.com

HUUFMA.

INTRODUÇAO: A higienizaçao das maos nos processos assistenciais tem impacto direto na qualidade dos serviços e segurança do paciente e sua inclusao sistemática nos serviços de hemodiálise é primordial para a prevençao de infecçoes, em especial as sanguíneas1.
OBJETIVO: Relatar a experiência da implantaçao da Higienizaçao das Maos em serviço de hemodiálise localizado na regiao Nordeste do Brasil.
METODOLOGIA: Trata-se de vivencia experimentada por enfermeiras nefrologistas, da implantaçao da higienizaçao das maos em unidade de hemodiálise, executado em quatro etapas. Na 1° etapa, preparaçao da unidade, foi realizada a análise da situaçao local e propostas melhorias para adequaçao aos requisitos estabelecidos pela ANVISA. Apresentou-se também a proposta à equipe multiprofissional. Na 2° etapa, avaliaçao básica, foi realizada avaliaçao bacteriológica da água das torneiras. Na 3°, implantaçao, a equipe foi sensibilizada e treinada. Na 4°, avaliaçao e acompanhamento, realizou-se o monitoramento contínuo do uso dos produtos higienizantes.
RESULTADOS: Foram realizados ajustes na quantidade de pias e tipos de torneiras como também a instalaçao de dispensers para álcool gel. A água coletada atendeu os requisitos químicos, biológicos e organolépticos para o uso hospitalar. Após adequaçoes, a implantaçao foi iniciada com estratégias lúdicas para sensibilizaçao. Treinamentos com a equipe multiprofissional e pacientes também foram realizados, além da criaçao das blitz da higienizaçao com a equipe de enfermagem. As estratégias promoveram bons resultados entre a equipe, especialmente a de enfermagem. O uso de planilha para mensuraçao do consumo dos produtos higienizantes se mostrou uma forma precisa para avaliar a adesao. Entretanto, considera-se que a observaçao direta da higienizaçao e realizaçao de campanhas periódicas de sensibilizaçao sao açoes importantes para o acompanhamento e mobilizaçao da equipe.
CONCLUSAO: A implementaçao da higienizaçao das maos é um processo complexo por estar mais relacionado à dimensao comportamental do que propriamente ao conhecimento da técnica e disponibilidade de material. Depende, sobretudo, da sensibilizaçao e motivaçao da equipe para realizá-la e, nesse sentido, o apoio e envolvimento dos gestores tem se mostrado de grande importância.

Referências

1. ROSETTI KAG, TRONCHIN D MR. Conformidade de higiene das maos na manutençao do cateter para hemodiálise Rev Bras Enferm, 2015; 68(6): 1050-5.

 


 

PO: 50422

Hiperprolactinemia e marcadores inflamatórios em pacientes em hemodiálise

Autores: Marclébio Manuel Coêlho Dourado*; Lucio Vilar; Lucila Maria Valente; Luís Henrique Bezerra Cavalcanti Sette; Marcelo Pereira da Silva; Marcos Vinicius Nunes de Souza; Mylena Carolina de Medeiros Silva

marclebio@yahoo.com.br

Universidade Federal de Pernambuco.

INTRODUÇAO: A doença renal crônica (DRC) é caracterizada por perda progressiva e irreversível da funçao renal, sendo fator independente de risco cardiovascular e associada a elevadas taxas de morbi-mortalidade. Apesar dos avanços da terapia hemodialítica, a mortalidade por causas cardiovasculares ainda é elevada. Recentemente foi evidenciado aumento de mortalidade por doença cardiovascular em pacientes sob hemodiálise (HD) com prolactina (PRL) elevada.
OBJETIVO: Avaliar a correlaçao entre prolactina e marcadores inflamatórios [interleucina-6 (IL-6) e proteína C reativa ultrassensível (PCRus)] em pacientes com DRC estágio 5 em HD.
MÉTODOS: Foi realizado um estudo de corte transversal em julho de 2015 em pacientes de um serviço referência de HD. Foram incluídos homens e mulheres com mais de 18 anos de idade, com fístula arteriovenosa e em HD por mais de 6 meses. Foram excluídos aqueles em uso de medicaçoes que elevam a prolactina, acesso vascular temporário, gravidez ou lactaçao, uso de antibióticos ou sinais clínicos de infecçao ativa, e doença hepática crônica. Foi realizada dosagem de prolactina, IL-6 e PCRus em todos os pacientes. Hiperprolactinemia foi definida como prolactina (PRL) sérica maior que 15, 2 ng/mL em homens e 23, 3 ng/mL em mulheres. Níveis de IL-6 e PCRus foram comparados entre pacientes com PRL elevada e PRL normal.
RESULTADOS: 45 pacientes em HD foram avaliados, com 27 preenchendo os critérios de inclusao. A idade média foi de 49, 61 anos, variando de 28 a 79 anos, sendo 55, 6% do sexo feminino. Hiperprolactinemia esteve presente em 22 pacientes (81, 5%). Hipertensao arterial sistêmica foi a principal etiologia da DRC (23%), seguida pela Diabetes mellitus (19, 2%) e glomerulopatias (15, 4%); causas indeterminadas foram 23%. Tempo médio de HD foi de 69, 38 meses. Pacientes com PRL elevada apresentaram níveis maiores de IL-6 (6, 8 pg/mL vs. 2, 6 pg/mL, com p = 0, 046) e de PCRus (4, 4 mg/dL vs. 4, 0 mg/dL, com p = 0, 78).
CONCLUSAO: Pacientes em hemodiálise com hiperprolactinemia apresentam níveis maiores de IL-6 quando comparados a pacientes com prolactinemia normal.

 


 

PO: 51892

Impacto da atençao farmacêutica na qualidade de vida relacionada à saúde em pacientes portadores de doença renal crônica tratados por hemodiálise

Autores: Larissa Ribas Ribeiro*; Maristela Bohlke; Michele Zschornack Strelow; Joao Pedro Mussi Laydner; Marysabel Pinto Telis Silveira

la_ribasribeiro@hotmail.com

Hospital Universitário Sao Francisco de Paula.

INTRODUÇAO: Pacientes portadores de doença renal crônica em estágio final (DRCT) tratados por hemodiálise (HD) costumam apresentar significativo comprometimento da qualidade de vida relacionada a saúde (HROoL). A polifarmácia frequentemente prescrita aos pacientes portadores de DRCT é mencionada como um dos agravantes a HRQoL. A Atençao Farmacêutica (AF) seria, portanto, uma intervençao com potencial impacto positivo na HROoL de pacientes tratados por hemodiálise.
OBJETIVO: Avaliar o efeito da AF sobre a HRQoL de pacientes portadores de DRCT tratados por HD em um centro universitário do sul do Brasil.
METODOLOGIA: Ensaio clínico randomizado conduzido em pacientes portadores de DRCT tratados por HD. Os pacientes foram alocados randomicamente a dois grupos: grupo controle (GC), aos quais foi prestada atençao clínica habitual, e grupo intervençao (GI), aos quais foi aplicada AF durante 6 meses, com Método Dáder de acompanhamento. A qualidade de vida foi avaliada pelo Kidney Disease and Quality-of-Life Short Form (KDQOL-SF). A análise estatística foi realizada através de regressao linear.
RESULTADOS: Foram incluídos no estudo 38 pacientes, a maioria do sexo masculino (66%), com idade média de 55 anos (17, 4%), de cor branca (63, 2%), 9 (25%) diabéticos e 24 (83%) hipertensos. O número mediano de fármacos utilizados por paciente foi 4 (IQR 3-7). Nao houve diferença significativa em nenhum dos componentes da HRQoL entre os grupos GI e GC após 6 meses de intervençao. Também nao houve mudança significativa da HRQoL ao longo dos 6 meses dentro de cada grupo.
CONCLUSAO: Na presente amostra, seis meses de Atençao Farmacêutica nao apresentaram impacto detectável na HRQoL de pacientes portadores de DRCT tratados por HD. Novos estudos devem avaliar períodos mais prolongados de AF para confirmar a ausência de benefícios da intervençao na qualidade de vida de pacientes em hemodiálise.

 


 

PO: 50625

Impacto da educaçao nutricional em pacientes submetidos ao tratamento renal substitutivo

Autores: Jacqueline Siqueira Santos*; Alínia Quélia Araújo Bastos; Juliana Meneghuin Melo; Juliana Chaves Oliveira; Amanda F. Mendes

jsiqueirasantos0@gmail.com

Hospital das Clínicas – UFMG.

INTRODUÇAO: A Doença Renal Crônica (DRC) consiste em lesao renal e deterioraçao progressiva e irreversível da funçao renal.com a evoluçao da doença torna-se necessária a utilizaçao de uma terapia renal substitutiva como a Hemodiálise (HD) (MORTARI, 2010). A desnutriçao energético-protéica nestes pacientes têm elevada prevalência, podendo variar de 10 a 70% (CALADO, 2009). Estudos demonstram que pacientes em HD apresentam frequentemente dificuldade de adesao às orientaçoes nutricionais(NERBASS, 2010) e que os programas educacionais têm impacto significativo sobre o conhecimento e a adesao ao tratamento (NISIO, 2007).
OBJETIVOS: Avaliar o impacto de um programa de eduacaçao nutricional no estado nutricional de pacientes em HD.
METODOLOGIA: Trata-se de um estudo de intervençao, realizado de fevereiro a novembro de 2014, no qual foram incluídos todos os 66 pacientes inseridos em um programa de HD. As intervençoes nutricionais foram realizadas durante a sessao de HD. A evoluçao do estado nutricional foi avaliada por meio da comparaçao de dados antropométricos e bioquímicos. Os dados foram analisados com o programa antropométrico SPSS 15. 0. A amostra foi estratificada de acordo com a idade e o teste de Shapiro-Wilk constatou a distribuiçao assimétrica dos dados. Para comparaçoes numéricas utilizou-se o teste nao paramétrico de Wilcoxon.
RESULTADOS: Participaram do estudo 66 pacientes, sendo 57, 8% do sexo masculino. Houve melhora significativa do estado nutricional dos pacientes após a intervençao nutricional. Houve aumento do Indice de massa corporal médio (18, 96 ± 4, 3 para 19, 1 ± 4, 0), e da prega cutânea triciptal (12, 0mm ± 6, 78 para 12, 6 ± 7, 35) após intervençao nutricional. Observou-se também diferença das médias dos níveis séricos de albumina de 3, 69 para 3, 94, potássio de 4, 74 para 5, 09 e uréia pré-diálise (134, 32 ± 30, 81 para 147, 94 ± 36, 98) que sugerem melhor consumo alimentar e melhora do estado nutricional. A diminuiçao dos valores de fósforo sérico de 5, 35 para 5, 15 pode ser atribuída à melhor adesao à dieta e ao uso adequado dos quelantes de fósforo.
CONCLUSAO: A educaçao nutricional influencia na adesao do paciente renal ao tratamento, sendo capaz de promover melhora do estado nutricional, previnir a desnutriçao e promover qualidade de vida.

 


 

PO: 51987

Impacto de um programa de prevençao na incidência de infecçoes de corrente sanguínea em serviço de hemodiálise de um Hospital Geral de Sao Paulo

Autores: Katia Vitoria Silva de Carvalho; Augusto Cunha Haddad; Reginete Carvalho da Costa; Rosilene da Silva Rosa; Ana Helena Vicente Andrade; Thais Nemoto Matsui*; Fabiana Carneiro Lins Sobral; Bento Fortunato Cardoso dos Santos

thais.matsui@einstein.br

Hospital Israelita Albert Einstein.

INTRODUÇAO: Infecçoes de corrente sanguínea (ICS) sao importante causa de morbimortalidade em pacientes sob hemodiálise (HD), associada a complicaçoes sépticas e cardiovasculares, além de hospitalizaçao prolongada, elevaçao de custos e pior sobrevida. Medidas universais de higiene e cuidados locais constituem as principais medidas preventivas.
OBJETIVO: Avaliar o impacto da implementaçao de programa específico de prevençao (PP-ICS) na incidência de ICS relacionada a cateter de HD em serviço hospitalar na regiao de Sao Paulo.
MÉTODO: O estudo transversal avaliou características clínico-demográficas e eventos de ICS de todos procedimentos de HD realizados em 2014 e 2015. O perfil dos indivíduos e a incidência de ICS no ano de 2014 foram comparados aos observados ao longo de 2015, após a implementaçao do programa PP-ICS em janeiro/2015, o qual incluiu: banho com clorexidine; adequar locais para realizaçao de inserçao do cateter; diminuir uso do cateter de 3 vias; treinamento da equipe de enfermagem da HD e da UTI nos cuidados com cateter; treinamento para adequada instalaçao do sistema de HD; cuidados de enfermagem na passagem do cateter e curativos; auditoria da qualidade e manutençao do curativo do cateter em todas as áreas do hospital; reciclagem trimestral das equipes; envolvimento e comprometimento dos profissionais; interaçao com Serviço de Controle Infecçao Hospitalar com programa de atençao à higiene das maos em todos os processos. O diagnóstico de ICS foi definido conforme critérios do Centers for Disease Control and Prevention (CDC, 2016).
RESULTADOS: Foram avaliados 2344 HDs, sendo 1099 em 2014 e 1245 em 2015. A média de idade foi de 58, 8 ± 15, 4 anos, com 62% de homens, 46% de diabéticos e 20% com diagnóstico prévio de DRC terminal. Pacientes nos dois períodos nao diferiram quanto ao gênero, idade, prevalência de diabetes ou tipo de acesso. Entretanto, em 2015, aqueles submetidos à HD foram significativamente mais hospitalizados em UTI e apresentaram maior frequência de manipulaçao do acesso durante HD. Além disso, indivíduos submetidos a HD após a implementaçao do PP-ICS apresentaram maior duraçao de uso do cateter (11, 9 + 18, 5 dias vs.. 10, 2 + 12, 5 dias; p < 0, 001) e menor frequência de ICS (0% vs.. 14%; p < 0, 001).
CONCLUSAO: A adoçao sistemática de programa de medidas preventivas resulta em reduçao significativa da frequência de ICS relacionada a acesso para HD, mesmo na presença de fatores preditivos de maior risco para ICS.

 


 

PO: 51831

Implantaçao de cateter de longa permanência por nefrologistas em uma unidade de diálise do Noroeste paulista: relato de experiência.

Autores: Regina Silvia Chaves Lima*; Ana Maria Vieira Garcia; Neide Oyama Tocio; Vera Lúcia Fugita Santos; Flavia Cristina de Freitas Maia; Leticia Malheiros Soler; Tatiane Brasil de Souza Pretto

reginsclima@gmail.com

Ambulatorio Medico de Especialidades.

O número de pacientes com insuficiência renal crônica terminal, submetidos a terapias renais substitutivas aumenta mundialmente cerca de 7% ao ano. As formas mais comuns das terapias dialíticas sao a hemodiálise e diálise peritoneal. Atualmente, há cerca de 100 mil brasileiros em diálise, sendo a hipertensao arterial, Diabetes mellitus e glomerulonefrites as principais responsáveis pela falência da funçao renal. Os acessos dialíticos sao os principais meios para manutençao deste tratamento, responsáveis direto pela manutençao da vida destes pacientes.
OBJETIVOS: Avaliar a incidência de complicaçoes referentes à implantaçao de cateteres de longa permanência por nefrologistas, em pacientes renais crônicos de uma Unidade Dialítica do Noroeste Paulista, no período de 01/01/2014 a 31/12/2015.
MÉTODO: Trata-se de um estudo retrospectivo, exploratório sobre a incidência de complicaçoes decorrentes da implantaçao de cateteres de longa permanência por nefrologistas em 108 pacientes, avaliados desde o intra-operatorio até o sétimo dia da realizaçao do procedimento.
RESULTADOS: Durante o período, os nefrologistas implantaram 32 cateteres Tenckhoff e 76 Permcath em pacientes com idade entre 20 e 101 anos, sendo 60 homens e 48 mulheres, portadores de glomerulonefrite (2, 78%), hipertensao arterial (45, 37%), Diabetes mellitus (5, 55%), associaçao entre hipertensao e diabetes (34, 26%), entre outras (12, 04%). Dos 108 implantes, ocorreram 08 complicaçoes precoces (7, 41%), aquelas decorrentes diretamente da implantaçao do cateter, ocorridas entre o procedimento e 07 dias após; sendo ausência de fluxo (1), extravasamento de líquido (2), deslocamento de cateter (1) infecçao de óstio (1), peritonite (1) e arritmia (2). Esses dados corroboram a literatura, que apontou percentual de complicaçoes decorrentes da utilizaçao do cateter de longa permanência entre 0, 7 e 30% dos pacientes.
CONCLUSAO: O estudo evidenciou a possibilidade da realizaçao de implantaçao de cateteres de longa permanência pelo nefrologista, pois observou taxas aceitáveis de incidência de complicaçoes, aumentando assim, as chances do início precoce da diálise. Tal abordagem também resulta em maior independência da Unidade Dialítica, além de otimizaçao dos procedimentos.

 


 

PO: 52008

Implantaçao do núcleo de segurança do paciente em unidade de Terapia Renal Substitutiva (TRS)

Autores: Elana de Azavedo Lannes*; Regina Bokehi Nigri; Luiz Antonio Coutinho Pais; Aline de Oliveira Biancamano; Adrana Lins Do Nascimento Dantas; Patricia Moraes; Miriam De Moraes Bento; Cleiton Souza

elanalannes@hotmail.com

Renal Vida – Vaz Lobo.

INTRODUÇAO: O Ministério da Saúde através da Portaria 529 instituiu o Programa Nacional de Segurança do paciente e a RDC 36 da ANVISA estabeleceu a necessidade de instituir um Núcleo de Segurança do Paciente(NSP) e um Plano de Segurança do Paciente (PSP) nas instituiçoes de Saúde. Em relaçao às Unidades de TRS, a RDC 11 de 13/04/14 que dispoe sobre os Requisitos de Boas Práticas de Funcionamento para os Serviços de Diálise, também determina que estes serviços devam constituir um NSP, responsável por elaborar e implantar um PSP. Portanto, como a Unidade inaugurou em abril de 2015, era obrigatório constituir o NSP e o PSP para obter a licença.
OBJETIVO: Demonstrar a importância do NSP e a avaliaçao dos eventos que ocorreram na Unidade de TRS nos primeiros 13 meses de funcionamento.
MÉTODOS: Utilizamos as notificaçoes realizadas em formulário próprio, pela equipe assistencial, conforme descrito no PSP e avaliamos a incidência dos principais eventos que ocorreram.
RESULTADOS: A Unidade realiza exclusivamente hemodiálise como modalidade de TRS e foram realizadas 8504 sessoes de HD no período e 193 notificaçoes (2% eventos/sessoes). Destas, observamos 30 tipos eventos diferentes, mas consideramos relevantes 85% destes, que correspondiam a 11 tipos de eventos. Sao eles: 2% reaçao ao 1o uso; 3% sangramento pelo orifício do cateter; 4% /evento: obstruçao do cateter, coagulaçao do sistema, falha no sistema de tratamento e distribuiçao de água(STDAH); 5% infecçao de acesso vascular; 6% trombose de acesso vascular; 7% ruptura de dialisador; 15% hematoma em acesso vascular; 17% infecçao de cateter e 20% reaçao pirogênica.
CONCLUSAO: Realizamos reunioes mensais para avaliaçao das notificaçoes, com a equipe administrativa e assistencial da Unidade. A notificaçao dos eventos nos proporciona a identificaçao de riscos que por vezes nao percebemos no dia a dia e nos auxilia na elaboraçao de normas, instruçoes de serviços, capacitaçao e educaçao continuada, criando barreiras e diminuindo os riscos aos pacientes e colaboradores.como a Unidade era recém-inaugurada foi possível identificar e tratar os problemas: a ruptura de dialisadores estava relacionada à pressao elevada na saída de água do reuso, a falha no STDAH com as reaçoes pirogênicas, o número de hematomas com técnica inadequada e assim estabelecemos medidas corretivas e preventivas que reduziram os eventos relatados acima.

 


 

PO: 51911

Implante de cateter peritoneal pelo nefrologista: técnicas, complicaçoes e desfechos.

Autores: Welluma Lomarques de Mendonça Britto; Rodrigo Dias de Meira*; Fátima Candelária de Cássia Marioto Borges de Salles; Carolina Urbini dos Santos; Patricia Skincariol; Rodrigo Bueno de Oliveira

r.diasdemeira@gmail.com

Universidade Estadual de Campinas.

INTRODUÇAO: Hemodiálise (HD) e diálise peritoneal (DP) sao modalidades de terapia renal substitutiva (TRS) com taxas mortalidade equivalentes. No Brasil, apenas 8, 6% dos pacientes em TRS realizam DP. Acredita-se que a DP deva ser oferecida como 1° método de TRS. Um fator limitante é o acesso ao implante do cateter de Tenckhoff (Tk). Alternativa é a capacitaçao do Nefrologista para o procedimento.
OBJETIVO: Descrever técnicas, complicaçoes e desfechos relacionados a implante de Tk por nefrologistas formados e em treinamento no Serviço de Nefrologia de um Hospital Universitário.
MÉTODOS: Estudo observacional e retrospectivo em pacientes que realizaram 89 procedimentos de implante de Tk de 2011 a 2015. Foram analisados taxa de sucesso dividido por local e técnica de implante (trocater ou Seldinger), complicaçoes, sobrevida do cateter e método.
RESULTADOS: 89 pacientes realizaram o implante de Tk, com idade 50 ± 16 anos, sendo 47 (52%) homens; 27 (30%) dos implantes foram por trocater e 62 (70%) por Seldinger; o local de implante foi paramediano direita, esquerdo ou central infra-umbilicial, em 52 (58%), 29 (33%) e 8 (9%), respectivamente; 3 (3, 5%) apresentaram como complicaçao liquido hemorrágico) e 1 (1%) hematoma na parede. A taxa de funcionamento em 30 dias foi de 83%; apenas 3 (4%) apresentaram migraçao precoce do cateter; nao houve diferença na taxa de sucesso e sobrevida do cateter em relaçao ao lado implantado. Até 2015, 52 (58%) deixaram a modalidade, sendo 15 (16%) por migraçao tardia e 10 (11%) por peritonite.
CONCLUSOES: A taxa de sucesso do procedimento realizado por nefrologistas formados ou em treinamento foi elevada, independente da técnica utilizada ou regiao de implante, em contraste com a baixa taxa de complicaçoes.

 


 

PO: 50496

Implementaçao da política de segurança em uma clínica de diálise em Aracaju-SE

Autores: IIvangela Raphaela Gouveia Prudente*; Lindaura da Silva Prado; Candice Lima Cruz; Jose Roberto Nogueira Lima; Sergio Antonio Freitas Campos; Adriana Gibara Guimaraes

raphaela_gouveia@hotmail.com

Nefroclínica.

INTRODUÇAO: A Terapia Renal Substitutiva (TRS) consiste em um tratamento para os pacientes com insuficiência renal crônica. No entanto, a TRS apresenta riscos que podem gerar danos desnecessários ao paciente, sendo fundamental o mapeamento e gerenciamento dos mesmos. De acordo com a RDC N° 36/2013 e a Portaria N° 3. 410/2013, o desenvolvimento da cultura de segurança é imprescindível para a obtençao de resultados assistenciais efetivos e de qualidade.
OBJETIVO: Implementar a política de segurança do paciente em uma clínica de terapia renal substitutiva no município de Aracaju -SE.
MÉTODO: A política de segurança do paciente foi estruturada em 08/2013, através do levantamento do perfil epidemiológico dos pacientes, o que possibilitou a identificaçao dos riscos e desenvolvimento de estratégias para prevençao e contingência dos mesmos.
RESULTADOS: A partir do conhecimento do perfil epidemiológico, análise dos processos primários foram identificados 26 riscos (25 clínicos e 1 nao-clínico), com sinalizaçao dos mais frequentes. Foram estruturados: o fluxo de admissao multiprofissional dos pacientes, 6 protocolos multiprofissionais de prevençao e 08 protocolos de tratamento. O sistema de gerenciamento de eventos foi aprimorado, com a aplicaçao de método e de classificaçao, fluxo para notificaçao e análise dos mesmos. Além disso, foi criado o Time de resposta rápida visando a identificaçao de potenciais eventos, através do emprego de Scores para alerta precoce. Estratégias como a sistematizaçao da assistência de enfermagem (SAE) e controle dos indicadores estratégicos foram implementados para avaliaçao contínua dos programas dialíticos e melhor controle da qualidade do serviço. O serviço de assistência farmacêutica estruturou o manual de diluiçao e conservaçao de medicamentos, manual de medicamentos potencialmente perigosos, mapeamento das alergias medicamentosas, e rastreabilidade de medicamentos, com o objetivo de proporcionar uma assistência medicamentosa mais segura.
CONCLUSAO: A implementaçao da política de segurança foi capaz de melhorar a detecçao e controle dos riscos, proporcionando aos pacientes e à equipe de saúde um ambiente tranquilo e muito mais seguro.

 


 

PO: 50501

Importância clínica do hematoma nas fístulas arteriovenosas nos pacientes dialíticos de um Hospital

Autores: Regina Helena Medeiros; Thiago Pereira Kovalski; Sandie Lauren Kahl Mueller Kovalski; Jane Corneli; Richard Alejandro Borges de Barros; Clenice Pudlo; Cristiani Sarro; Celia Mariana Barbosa De Souza*

cmmartins@hcpa.edu.br

Hospital de Clinicas de Porto Alegre.

A Doença Renal Crônica é caracterizada pela perda lenta, progressiva e irreversível da funçao, com deterioraçao bioquímica e fisiológica, a qual se tornou um problema de saúde pública devido morbimortalidade e custos gerados. A hemodiálise (HD) é um recurso amplamente utilizado, sendo necessário que o paciente possua uma Fistula Arteriovenosa (FAV), a qual por múltiplas punçoes possibilita hematomas, podendo suspender temporariamente a HD.
OBJETIVO: identificar a ocorrência de hematomas. Estudo transversal, retrospectivo, descritivo e quantitativo. Participaram 72 pacientes com idade igual ou maior que 18 anos, que possuíam FAV e realizavam três sessoes de hemodiálise por semana, no período de junho de 2014 a março de 2015. A coleta de dados deu-se com base em dados retrospectivos dos sistemas de gestao nefrosofft e Tasy. Foram comparadas as variáveis categóricas e o desfecho de hematoma, utilizando o teste qui-quadrado de Pearson e teste exato de Fisher. Assim, foi possível conhecer a Razao de Prevalência (RP), o Intervalo de Confiança (IC95%) e valor p, associados a cada um dos fatores em estudo, identificando o efeito desses sobre o desfecho. Inicialmente foram investigadas as características sociodemográficas; em seguida, realizadas análises bivariadas entre todos os fatores em estudo e os desfechos de ter ou nao hematoma. Considerou-se estatisticamente significantes o p < 0, 05. Os dados foram digitados e analisados no Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versao 22. 0. Obteve-se a aprovaçao do Conselho Científico e Editorial da Instituiçao, sob o protocolo n° 37/2014. Dos participantes 43% apresentaram hematoma, destes, 48% com idade entre 20 e 60 anos; 80% da cor branca e 96% com 1° grau de escolaridade. Principais doenças prevalentes Hipertensao Arterial Sistêmica 33%, Diabetes mellitus 12% e rim contraído 10%. Das FAV puncionada com até 60 dias de maturaçao, 77% apresentaram hematoma, os que puncionaram em período > 60 dias apenas 38%, com p = 0, 003, RP 2, 04 e IC (1, 28-3, 27), mostrando, assim, significância estatística. A prevalência do aparecimento de hematoma na FAV foi de 43%. Evidenciou-se que a punçao da FAV com mais de 60 dias de maturaçao demonstrou menor ocorrência de hematomas. Este conhecimento científico é fundamental para aperfeiçoar a qualidade do cuidado de enfermagem, ampliando os estudos científicos. Enfatiza-se a necessidade de ampliar os estudos na temática, as habilidades e os recursos disponíveis aos pacientes.

 


 

PO: 50676

Incidência de infecçao de acesso por s. aureus em uma clínica privada do Noroeste do Paraná.

Autores: Heverton Souza Beraldo*; José Miguel Viscarra Obregón

hevertonsb@hotmail.com

Ethos Clin S/S.

INTRODUÇAO: A Hemodiálise é um tratamento utilizado em pacientes com Doença Renal Crônica (DRC), que consiste na filtraçao do sangue por meio de um dispositivo artificial. Para que seja realizado esse procedimento utiliza-se a circulaçao extracorpórea, tornando o paciente dialítico suscetível a contrair infecçoes, sendo a de acesso venoso uma das mais comuns, devido ao estado clinico do paciente, imunossupressao, à uremia e a manipulaçao do acesso vascular, sendo ele a FAV(Fístula Artério-Venosa) ou o CVC(Cateter Venoso Central). A infecçao de corrente sanguínea é a mais comum quando falamos em complicaçoes do acesso vascular, sendo o S. Aureus um dos principais agentes etiológicos em pacientes dialíticos. Em serviços de diálise, os pacientes estao expostos simultaneamente, em um mesmo ambiente, a fatores que favorecem a: a disseminaçao de microrganismos, sendo ele por contato direto ou indireto através de dispositivos, equipamentos, superfícies ou as maos dos profissionais de saúde.
OBJETIVO: Relatar as taxas de infecçao de acesso venoso para hemodiálise (óstio ou ponta de cateter ou hemocultura) por S. Aureus em pacientes portadores de DRC, submetidos a tratamento hemodialítico no ano de 2015.
METODOLOGIA: Estudo retrospectivo, quantitativo e descritivo, sendo utilizado o banco de dados Nephrosys, de um Centro de Terapia Dialítica de Maringá – Paraná, que atende pacientes segurados pela Saúde Suplementar. Foram analisados os prontuários de 63 pacientes portadores de DRC em tratamento hemodialítico.
RESULTADOS: Foram observados 89 casos de infecçao, onde 31, 46% (N = 28) foram classificadas como infecçao de acesso devido a culturas positivas, sendo elas 15, 73% (N = 14) FAV e 15, 73% (N = 14) CVC. Dentre as culturas realizadas observou-se que em 69, 23% (N = 13) culturas, houve crescimento de S. Aureus e este microorganismo esteva presente em 100% (N = 2) das amostras coletadas em ponta de CVC.
CONCLUSAO: A infecçao de acesso vascular por S. Aureus na populaçao estudada se correlaciona com a literatura que o classifica como um dos principais agentes etiológicos em pacientes em terapia hemodialítica. A ciência da incidência do S. Aureus, bem como identificar os fatores que favorecem o seu surgimento, é de grande importância devido as altas de taxas mortalidade, difícil tratamento e por ser um importante indicador de qualidade da assistência, uma vez que as principais medidas de prevençao dependem exclusivamente da equipe de saúde que presta assistência ao paciente.

 


 

PO: 52006

Indicadores de Performance Clínica (IPC) e implementaçao do Programa de Qualidade (PQ) no primeiro ano de uma unidade satélite de Terapia Renal Substitutiva(TRS)

Autores: Elana de Azevedo Lannes*; Luiz Antonio Coutinho Pais; Regina Bokehi Nigri; Aline de Oliveira Biancamano; Adriana Lins do Nascimento Dantas; Mirian de Moraes Bento; Rosi-leia Pereira Rodrigues Alves; Deise de Fatima Ventura de Sousa

elanalannes@hotmail.com

Renal Vida – Vaz Lobo.

INTRODUÇAO: As Unidades de TRS sao regulamentadas pela Anvisa e Ministério da Saúde e a manutençao da conformidade dos padrao de qualidade para funcionamento sempre foi uma exigência. Atualmente, se faz necessário instituir um Programa de Qualidade e Segurança de Pacientes, manter avaliaçao através de indicadores (os IPC), realizar planos de melhorias e acompanhar os resultados.
OBJETIVO: Fazer uma análise dos IPC no 1° ano de funcionamento de uma unidade satélite de TRS localizada na Cidade do Rio de Janeiro.
MÉTODO: Os indicadores foram selecionados a partir da portaria N° 389 do MS, de PQs de outras instituiçoes e de artigos relacionados ao assunto. Foram avaliados dados do período de abril de 2015 a março de 2016, obtidos através do sistema de informaçao NephroSysc e analisados pela estatística descritiva.
RESULTADOS: 100% dos pacientes foram submetidos à modalidade de hemodiálise; a Taxa de Hospitalizaçao permaneceu dentro da meta de < 10% em 6 dos 12 meses;a Taxa de Mortalidade permaneceu dentro da meta estabelecida em todos os meses, mas teve um acumulado no ano de 17,4%; em relaçao ao acesso vascular, apenas no 1° mês tivemos um percentual > 10% de pacientes com cateter comum por > 3 meses; a meta de > 70% dos pacientes com KtV > 1,2 ocorreu somente em metade dos meses;os indicadores relacionados ao controle da anemia nao alcançaram a meta em nenhum dos meses avaliados; a meta dos indicadores relacionados ao DMO-DRC ainda é um desafio, pois em mais de 50% dos meses nao foi possível atingir o valor sérico ideal de fósforo; assim como a meta do PTHi, em apenas 1 de 5 dosagens esteve < 20% dos pacientes com PTHi > 600 pg/mL e se considerarmos a meta de > 70% dos pacientes com PTHi entre 150 e 600pg/mL isso nao foi possível em nenhum dos meses avaliados. Em relaçao aos indicadores relacionados ao ganho interdialítico, nao foi possível alcançar a meta, no entanto, nao observamos interferência no controle da pressao arterial, que foi conseguido na maioria dos meses em que foi avaliado.
CONCLUSAO: No primeiro ano de funcionamento observamos que um PQ depende de um esforço contínuo de toda a equipe e traz uma série de desafios. É necessário acompanhar os indicadores e avaliar continuamente os fatores que interferem positivamente e negativamente para a eficiência do serviço prestado.

 


 

PO: 50553

Infecçao de cateter em pacientes em hemodiálise: perfil epidemiológico de um centro em Recife/PE

Autores: Saulo José da Costa Feitosa*; Pedro Andrade Feitosa; Mario de Barros e Silva; Letícia Barros Kosminsky; Bruno Kosminsky; Marluce Pinheiro Cruz; Ana Paula Alves Mangueira

feitosas@gmail.com

Real Hospital Português de Beneficência em Pernambuco.

INTRODUÇAO: No Brasil, segundo dados do censo de 2015 da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), a populaçao estimada em diálise é de 110.303 pacientes, sendo que 92,8% destes pacientes encontram-se em hemodiálise. Sabendo-se que estes paciente sao mais vulneráveis as infecçoes devido a imunodepressao relacionada a doença, presença de comorbidades e realizaçao de procedimentos invasivos durante as sessoes de diálise, observamos que a utilizaçao de cateteres expoe os pacientes ao risco de contrair infecçoes por micro-organismos, sendo o surgimento de bacteremia cerca de 10 vezes mais comum nos pacientes com cateteres de longa permanência quando comparados aos pacientes com fístulas artério-venosas.
OBJETIVO: Avaliar o perfil epidemiológico das infecçoes de cateter em uma unidade de diálise, traçando comparativos com a literatura disponível.
METODOLOGIA: Foram avaliados 101 pacientes com infecçao de cateter entre o período de janeiro de 2015 a dezembro de 2015. As características clínicas foram analisadas sendo considerados diversos parâmetros, que incluíam o perfil bacteriológico da clínica, o tipo de cateter utilizado, o tempo de permanência do cateter e o tipo de antibiótico utilizado.
RESULTADOS: A taxa média de infecçao de cateter encontrada foi de 6,95%, sendo mais elevada no grupo com cateter de longa permanência (7,5%). Houve predileçao pelo sexo masculino (57,4%). A apresentaçao clínica mais comum foi a presença de calafrios (80,4%). Hemoculturas foram positivas em 70% dos casos, sendo as bactérias mais comuns a Burkholderia cepacia (20,4%) e o Staphylococcus aureus (18,3%). O tempo médio para surgimento da infecçao foi significativamente maior no grupo com cateter de longa permanência (292 dias x 36 dias) quando comparado ao grupo com cateter de curta permanência. Os antibióticos mais utilizados foram a Vancomicina (52,4%) e a Ceftazidima (50,4%).
CONCLUSOES: Observamos que a prevalência de infecçao em cateteres de longa permanência foi discretamente maior que as dos cateteres de curta permanência (7,5%x6,5%). O tempo médio para surgimento da infecçao foi cerca de 8 vezes maior no grupo com cateter de longa permanência. A forma de apresentaçao mais comum foi com calafrios (80,4%). O uso mais frequente de Vancomicina e Ceftazidimia está em concordância com a literatura. O Staphylococcus aureus (18,3%) foi um dos agentes bacterianos mais frequentes, embora a Burkholderia cepacia (20,4%) tenha sido mais prevalente.

 


 

PO: 51854

Infecçao relacionada à assistência à saúde nos serviços de hemodiálise do estado da Bahia de 2012 à 2015

Autores: IveteTeixeira Silva Ferretti*; Fatima Maria Nery Fernandes; Ezinete de Oliveira Dorea

iferretti@bol.com.br

Diretoria de Vigilância Sanitária e Ambiental – Divisa /BA.

INTRODUÇAO: As Infecçoes Relacionadas à Assistência em pacientes com insuficiência renal crônica submetidos ao tratamento hemodialítico representam desafios importantes para os profissionais da saúde, visto que esses pacientes apresentam grande risco de infecçao, e o acesso vascular é uma fonte potencial de contaminaçao.
OBJETIVO: Descrever a incidência de infecçao relacionada à assistência nos Serviços de Hemodiálise -HD do Estado da Bahia no período de 2012-2015.
MÉTODO: estudo epidemiológico, retrospectivo, com os pacientes que realizaram HD nos 36 serviços de diálise no Estado, onde a coleta de dados foi realizada, através dos relatórios dos serviços de diálise enviados à Coordenaçao Estadual de Controle de Infecçao-CECIH da Bahia.
RESULTADOS: Observou-se que, dos 36 Serviços de HD do Estado, apenas 01 nao possui Programa de Prevençao e Controle de Infecçao em Serviços de Saúde (PPCISS) e que os 35 serviços enviam mensalmente os indicadores de IRAS para o CECIH. Verificou-se ainda uma reduçao na Densidade de Incidência (DI) de IRAS em pacientes submetidos à hemodiálise nos anos de 2012 à 2015, representadas por 3,2, 2,8, 2,6 e 2,7 pacientes em sessao/dia, respectivamente. A DI de Infecçao Primária da Corrente Sanguínea Laboratorial-IPCSL relacionada ao Cateter Venoso Central (CVC) variou de 2,3 em 2012 à 3,9 CVC/dia em 2015. Quanto aos pacientes em uso de Fístula Artério-Venosa-FAV a DI de IPCS foi 0,36 FAV/dia em 2015. A DI de Infecçao de Acesso Vascular Central foi de 5,9, 4,6, 3,4 e 3,1 nos anos de 2012 à 2015, respectivamente. A maior frequência de microrganismos responsáveis pelas infecçoes foi por Staphylococcus aureus seguido dos Staphylococcus epidermidis em todos os anos alcançando em 2015 21% e 20,4% dos casos, respectivamente. A taxa de letalidade por infecçao em 2015 foi de 1,8%.
CONCLUSAO: A reduçao dessas infecçoes ainda representa um grande desafio, considerando que estampam a realidade de serviços, que utilizam mais frequentemente, CVC para hemodiálise, fato que aumenta o risco de IPCS. Além disso, nem todos os pacientes realizam hemocultura para confirmar o diagnóstico, utilizando apenas os critérios clínicos, necessitando do fortalecimento da vigilância dos fatores de risco da infecçao, com critérios diagnósticos mais efetivos para posteriormente, implementar medidas de prevençao e controle concretas.

 


 

PO: 51932

Influência do tipo de cobertura utilizada no curativo em cateter venoso central para hemodiálise: ensaio clínico randomizado

Autores: Geórgia Alcântara Alencar Melo*; Manuela Gomes Melo; Maria Francisca Costa da Silva; Lidiane Mercolino Mangueira; Renan Alves Silva; Diogo Gomes de Melo; Wellington Lins de Alencar Filho; Joselany Afio Caetano

georgiaenf@hotmail.com

Universidade Federal do Ceará.

INTRODUÇAO: Uma das principais causas de morbidade e mortalidade dos pacientes com doença renal em tratamento de hemodiálise é a infecçao de corrente sanguínea relacionada ao cateter venoso central, podendo estar localizada apenas no sítio da punçao ou ter repercussao sistêmica. O curativo destes cateteres segue o mesmo princípio dos demais cateteres de inserçao central, podendo ser feito com gaze estéril ou filme transparente. Neste sentido, buscamos avaliar a influência do tipo de cobertura utilizada no curativo em cateter venoso central para hemodiálise comparando os dois tipos de curativos.
MÉTODO: trata-se de um ensaio clínico randomizado controlado, realizado entre os meses de junho a dezembro de 2015 em uma unidade de diálise do interior da Paraíba. O estudo atendeu aos princípios éticos de estudos nacionais e internacionais. O estudo abrangeu 44 pacientes, sendo 22 no grupo A e 22 no grupo B, que foram alocados aleatoriamente por sequencia de curativos através de um envelope lacrado. No grupo A o curativo foi feito com gaze e micropore, sendo trocado a cada sessao de hemodiálise; e no grupo B com filme transparente, com trocas a cada sete dias. Os pacientes permaneciam no estudo enquanto permanecessem com o cateter.
RESULTADOS: Nao houve diferença estatisticamente significante entre os grupos em relaçao aos dados sociodemográficos, doenças de base e variáveis quanto à localizaçao da inserçao do cateter. Quanto aos episódios de infecçao nao foi encontrada significância estatística entre os grupos (p = 0,359). No que se refere as às causas de retirada do cateter para hemodiálise por extrusao ou fluxo inadequado, foi encontrada a mesma distribuiçao, sem significância estatística (p = 0,594).
CONCLUSAO: o uso de filme transparente nos curativos em cateter venoso central para hemodiálise nao foi considerado protetor de infecçao quando comparado ao curativo habitual. Nao houve diferença estatística entre os dois grupos em relaçao ao número de infecçoes e aos patógenos isolados em pontas de cateteres.

 


 

PO: 50836

Interaçoes medicamentosas: Conhecimento da prescriçao e prevalência da automedicaçao de pacientes em hemodiálise

Autores: Jéssica Costa Maia; Gustavo Felippe da Silva; Olvani Martins da Silva*

olvanims@hotmail.com

Universidade do Estado de Santa Catariana – UDESC.

INTRODUÇAO: Uma das modalidades de tratamento mais utilizadas na Doença Renal Crônica é a hemodiálise. Pacientes que realizam hemodiálise possuem uma terapia medicamentosa excessiva. O grau de polifarmácia pode ser uma das causas para a falta de conhecimento sobre os medicamentos utilizados pelos pacientes, assim como a prática da automedicaçao, instituindo um grupo suscetível a interaçoes medicamentosas.
OBJETIVOS: Investigar as interaçoes medicamentosas de pacientes em hemodiálise, seu conhecimento a cerca da prescriçao e a prevalência da automedicaçao
MÉTODO: Estudo transversal desenvolvido em uma Clínica de hemodiálise. A amostra foi composta por 96 pacientes em tratamento de hemodiálise, ambos os sexos, maiores de 18 anos. Os dados foram coletados em setembro de 2015, com formulários adaptados para verificar o conhecimento do paciente com as medicaçoes e prevalência da automedicaçao. Para investigar as interaçoes medicamentosas utilizou-se o Drug Interactions Checker (2015). Os dados foram analisados no programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), as variáveis categóricas foram expressas em percentual e frequências e as contínuas em média e desvio padrao. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) sob parecer n° 1.183.403.
RESULTADOS: Houve prevalência do sexo masculino, média de idade 58,42 anos. A hipertensao arterial foi a principal causa da doença renal, tempo médio de tratamento 4,2 anos e os pacientes faziam uso em média de 11,2 medicamentos. Foram encontrados nas prescriçoes 1.119 medicamentos prescritos, a classe terapêutica mais prescrita foi anti-hipertensivos, um total de 760 interaçoes medicamentosas foi observado. Quanto à gravidade das interaçoes, 72% foram consideradas moderadas. A maioria dos pacientes soube responder o número de medicamentos prescritos e dose diária, mas nao seus nomes. Dos entrevistados, 74% relataram nao fazer uso de medicamentos sem prescriçao médica e o restante associava automedicaçao à facilidade de compra na farmácia. A indicaçao dos medicamentos se deu 44% por parente/amigo e a classe mais automedicada foi de analgésicos.
CONCLUSAO: Há um elevado percentual de interaçoes medicamentosas causadas pela polifarmácia e pelo desconhecimento dos pacientes sobre as medicaçoes utilizadas, mas raramente pela automedicaçao.

 


 

PO: 51640

Melhorias alcançadas após implementaçao do programa de acreditaçao hospitalar em um centro de diálise

Autores: Fabiana Araújo Moreira*; MárciaTereza Silva Martins; Isis Gonsalves Barreto; Halanna Carneiro Guimaraes Bastos; Cintia Santos Almeida; Mariana Oliveira Silva; Fabiana Regina Dória de Lira; Joseneide Santos Queiroz

fabymory@hotmail.com

Hospital Sao Rafael.

INTRODUÇAO: O programa de acreditaçao hospitalar é um sistema de avaliaçao e certificaçao da qualidade dos serviços de saúde caracterizado pelo uso de metodologia educativa, voltado para a melhoria contínua por opçao dos gestores.
OBJETIVO: Descrever as principais melhorias alcançadas após implementaçao do Programa de Acreditaçao Hospitalar em uma unidade de diálise intrahospitalar.
MÉTODOS: Trata-se de um estudo descritivo, retrospectivo (2011 a 2015) em um Serviço de Nefrologia de um hospital filantrópico em Salvador-BA. Foram avaliados como indicadores principais para obtençao da certificaçao, o índice de correçao da anemia, além dos valores de Kt/V e nível de albumina sérica com metas respectivas de alcance de Hemoglobina > 11gdL; Kt/V > 1.3 e valor de albumina > 3,7 g/dL em mais de 70% dos pacientes submetidos á Hemodiálise de manutençao (HDM). No âmbito nutricional, fora implementada a ferramenta MIS (Malnutricion Inflamation Scores) como screening de risco nutricional com inclusao de aferiçao antropométrica. Para tais análises foram necessárias aplicaçoes de questionários semi-estruturados aos pacientes e, no discorrer das melhorias, foram utilizadas ferramentas da qualidade, como Diagrama de causa e efeito (Ishikawa) e planos de açao visando alcance das metas instituídas.
RESULTADOS: Após a instauraçao do ciclo de melhorias de modo interdisciplinar, percebeu-se o aumento dos níveis de hemoglobina ás metas desejadas. Quanto ao índice de Kt/V este foi atingido após intervençao com a equipe médica e de enfermagem no que se refere à prescriçao individualizada da hemodiálise, heparinizaçao plena e monitoramento dos parâmetros estabelecidos como ideais para cada indivíduo, tais como fluxos de sangue e banho, além do estabelecimento de um time de acesso vascular para acompanhamento dos mesmos. Através do acompanhamento interdisciplinar da nutriçao foi possível identificar precocemente o paciente em risco de desnutrir através da implementaçao do MIS e antropometria, além do acompanhamento trimestral da albumina alcançando o índice inicialmente almejado.
CONCLUSAO: Após a implementaçao das melhorias advindas com a implantaçao da Acreditaçao Hospitalar houve aprendizado interdisciplinar no gerenciamento dos indicadores tendo como consequencia a obtençao da certificaçao hospitalar no nível maximo de excelência, com impactos sobre a sobrevida (estudos futuros) e reduçao da morbidade em diálise.

 


 

PO: 51648

Métodos de enfrentamento religioso em pacientes submetidos à hemodiálise

Autores: Paulo Roberto Santos; Ticianne Pinto Ferreira*; José Renan Miranda Cavalcante Filho; José Nilson Gadelha dos Santos Filho; Stênio da Silva Oliveira; Catarine Cavalcante Ary; Carlos Danilo da Penha Souza; Tallys de Souza Furtado

tici.c7s@gmail.com

Universidade Federal do Ceará – Campus Sobral.

INTRODUÇAO: Na literatura há relatos de melhor qualidade de vida e menos depressao entre as pessoas com maior percepçao de espiritualidade e religiosidade. No entanto, há poucos estudos acerca de métodos de enfrentamento religioso entre pacientes com doença renal crônica (DRC) em hemodiálise (HD).
OBJETIVO: Avaliar os métodos de enfrentamento religioso utilizados pelos pacientes com DRC submetidos à HD.
METODOLOGIA: Estudo observacional do tipo transversal envolvendo 161 pacients com DRC mantidos em HD. Foram coletados dados demográficos e clínicos a partir dos prontuários médicos. Religiosidade e espiritualidade foram avaliados pela Escala de Coping Religioso e Espiritual (RCOPE). O RCOPE pontua dois métodos de enfrentamento religioso: positivo e negativo. O método de enfrentamento religioso positivo se relaciona com açoes direcionadas a algum tipo de ajuda espiritual e/ou consideraçao de questoes transcendentais; enquanto que o método de enfrentamento religioso negativo diz respeito a uma visao negativa de Deus e/ou sinais de tensao espiritual. O RCOPE gera pontuaçoes de 1 (menor utilizaçao do método) a 5 (maior utilizaçao do método).
RESULTADOS: A amostra foi formada por 105 (65,3%) homens e 56 (34,7%) mulheres, com idade média de 50,3 anos, sendo 128 (79,5%) católicos, 27 (16,8%) protestantes e evangélicos e 6 (3,7%) sem religiao declarada. As etiologias da DRC eram: hipertensao (34,2%), glomerunefrite (25,2%), diabetes (21,7%), uropatia obstrutiva (8,0%), doença renal policística (3,7%) e indeterminada (6,9%). As médias dos escores referentes aos métodos de enfrentamento religioso positivo e negativo foram, respectivamente: 2.92 ± 0.55 e 1.78 ± 0.42.
CONCLUSAO: Existe uma maior prevalência de métodos de enfrentamento religioso do tipo positivo entre pacientes com DRC em HD. Esse resultado mostra a possibilidade de que tecnologias relacionais mediadas pelos sentimentos de religiao e espiritualidade possam ser experimentadas entre pacientes em HD pelas equipes das unidades de diálise.

 


 

PO: 51871

Nefropatia por C1q com síndrome nefrótica associada a resistência a corticosteróides: Relato de Caso

Autores: Agenor Antônio Barros da Silva*; Katienne Goes Mendonça; Aline Araújo Padilha Lajes; Mariana Nogueira Coutinho; Rafael Fernandes Vanderlei Vasco; Carlos Alexandre Ferreira de Oliveira; Ebeveraldo Amorim Gouveia; Fernando Antônio Melro Silva da Resurreiçao

agenorbarros@uol.com.br

UNIRIM.

INTRODUÇAO: Nefropatia por C1q é uma doença glomerular incomum, geralmente acomete crianças e adultos jovens, que muitas vezes se manifesta como proteinúria assintomática ou síndrome nefrótica eestá associada com uma elevada resistência aos esteróides. Seu diagnóstico baseia-se na constataçao immunohistologica de coloraçao intensa principalmente mesangial para C1q de forma dominante ou codominanteem doentes sem evidência de LES ou glomerulonefrite membranoproliferativa.
CASO: LFT, 48 anos, sem comorbidades, informa que em 2012 iniciou quadro de edema em MMII, realizando exames de rotina com dosagem de colesterol: 372mg/dl (VR: 150-169); LDL: 279mg/dl (VR: 130-159); HDL: 74 (VR: > 60); Albumina: 2,8g/dl (VR: 3,7-5,3); Cr: 0,43; Proteinúria de 24h: 1602mg (volume urinário: 1800ml); FAN: negativo; AntiSm: negativo; Anti DNA: negativo; AntiHBs: reagente; Anti HCV: NR; HBSAg: NR; HIV 1 e 2: negativo; TSH: 1,83 mUI/ml (VR: 0,35-5,5); T4: 8,6 (5-12); T3: 1,29 (0,75-2,2); CH 50: 128 (VR: > 60); C3: 111 (VR: 79-152); C4: 25,8 (VR: 16-38); USG de abdome total sem alteraçoes. Submetida a biopsia renal, evidenciou glomérulos dentro do limite da normalidade com alteraçoes degenerativas podocitárias difusas, além de atrofia tubular focal com fibrose intersticial mínima, sendo que na imunofluorescência revelou depósitos granulares de distribuiçao segmentar em glomérulos com IgM (+ /2 +) e C1q (+ /4 +). Em 2013, manteve acompanhamento sem alteraçao clínica e laboratorial. Em meados de 2015, apresentou proteinúria de 4582mg em 24h, Cr: 1,61; Ur: 43; Albumina 2,6; Dosagem de colesterol: 476mg/dl; Glicemia de jejum: 110mg/dl. Em novembro de 2015, após uso de corticóide por 12 semanas sem resposta, fez uso de imunossupressores como a ciclosporina, evoluindo com piora do edema e dos parâmetros laboratoriais: Proteinúria de 13580,16 mg/dl (volume urinário: 2640ml); Cr: 2,67; Albumina: 1,44g/dl; CK total: 180 U/l (VR: 26-155); Cálcio: 7,0 mg/dl; Hb: 7,7 g/dl; VCM: 96; HCM: 29,7; HbA1c: 13,8%; ciclosporina sérica: 53ng/dl; Colesterol total: 366 mg/dl. Em dezembro de 2015, iniciou tratamento dialítico por piora da funçao renal: reduçao do volume urinário; Cr: 5,03; Ur: 142mg/dl; Cl de Cr estimado 9,75ml/min/1,73m2.
DISCUSSAO: Paciente com síndrome nefrótica e nefropatia por C1q, geralmente mostram pouca resposta ao tratamento com corticosteroides, evoluindo com piora da funçao renal como visto na paciente acima. O prognóstico do paciente depende das manifestaçoes podocitárias presentes.

 


 

PO: 51607

Núcleo de segurança do paciente em programa dialítico: relato de um processo de elaboraçao

Autores: Deusdélia Dias Magalhaes Rodrigues; Priscila Almeida Rodrigues; Letícia Rodrigues de Oliveira; Gleidemar Nogueira Amaral Dias; Bruno Pires Alves; Daniela Oliveira Lacerda; Paulo César de Oliveira*

oliveirapc1948@gmail.com

Universidade Federal de Uberlandia.

OBJETIVO: O presente trabalho trata do processo de elaboraçao do Núcleo de Segurança do Paciente (NSP) em uma clínica de hemodiálise situada na cidade de Uberlândia/MG. Em consonância com as normas governamentais e em cumprimento de sua política de busca incessante de qualidade, deu-se o processo de implantaçao do Núcleo. Este foi criado mediante a Resoluçao Interna n°1 de 11/11/2014 com o objetivo de adequar o Plano de Segurança do Paciente (PSP) às características inerentes de suas atividades específicas, quais sejam, acompanhamento pre-dialítico e tratamento dialítico de pacientes portadores de Insuficiência Renal Crônica.
MATERIAL: Estabeleceu-se, para tanto, mecanismos de avaliaçao de qualidade e monitoramento dos seus processos por meio dos seguintes indicadores e ferramentas: 1) composiçao, com pessoas da equipe, para as funçoes de Presidente, Vice-presidente, Secretária, e Membros Efetivos; 2) definiçao das atribuiçoes do NSP; 3) definiçao do fluxograma de gerenciamento dos Eventos Adversos (EAs) e Sentinelas e as ferramentas para sua investigaçao e tratamento, definiçao dos principais EAs e Sentinelas durante o processo dialítico; 4) demarcaçao dos protocolos de Segurança do Paciente (PSP) com oito principais procedimentos: identificaçao do paciente, comunicaçao efetiva, higiene das maos, prevençao de quedas, uso seguro de medicamentos, check-list de segurança, uso seguro de equipamentos e materiais, prevençao de infecçao relacionada a acesso vascular; 5) definiçao das planilhas de Monitoramento de Indicadores de Qualidade, Segurança e Infecçoes; 6) planejamento dos Programas de Educaçao Continuada; e 7) definiçao das estratégias de envolvimento do paciente e da família na cultura da segurança. A definiçao desses itens compôs o Manual do NSP em Programa Dialítico e passou a ser norteador de todas as açoes preventivas de EAs da clínica.
RESULTADOS: Considerando-se a importância da elaboraçao e implantaçao do NSP, este processo envolveu uma abordagem baseada em sistemas que examinaram todas as atividades na organizaçao, contribuindo para a melhoria da segurança do paciente, tais como o progresso na identificaçao e a administraçao dos riscos.
CONCLUSAO: O engajamento da equipe foi fundamental para a criaçao de um ambiente propício ao aprendizado organizacional sobre os EAs. Também foi fundamental, o compartilhamento desse conhecimento a fim de potencializar mudanças comportamentais na própria organizaçao.

 


 

PO: 51542

O conhecimento do paciente portador de doença renal crônica, frente ao seu tratamento hemodialítico

Autores: Andreia Batista Bialeski; Emanuela de Matos; Diego Pavanate Teixeira; Luciana Rosa; Christine Zomer Dal Molin*; Marilene Nonnemacher Luchtemberg; Romulo Cezar Pizolatti

christinezdm@hotmail.com

Clínica de Nefrologia Araranguá.

INTRODUÇAO: A doença renal crônica é considerada, atualmente, um problema de saúde pública devido a sua elevada prevalência. Hemodiálise (HD) é uma modalidade de terapia renal substitutiva (TRS) amplamente utilizada para tratamento de pacientes renais crônicos em estágio terminal. Tratamento este, que impoe uma considerável sobrecarga psicossocial aos pacientes e seus familiares, a qual pode ainda ser mais agravada com a existência de comorbidades.
OBJETIVO: Verificar o conhecimento do paciente portador de doença renal crônica (DRC) frente ao seu tratamento hemodialítico.
MATERIAL E MÉTODOS: Trata-se de uma pesquisa de caráter exploratório, descritivo com abordagem qualitativa. A coleta de dados foi realizada através de entrevistas contendo questoes abertas. A análise de dados se deu por meio de categorizaçao dos conteúdos. Participaram dos estudos 15 pacientes renais crônicos.
RESULTADOS E CONCLUSAO: Observou-se que os pacientes DRC apresentam desconhecimento de sua patologia e tratamento, o que acaba implicando na qualidade de vida durante seu tratamento hemodialítico. É importante que no momento da avaliaçao de enfermagem e médica, seja criado um momento de aprendizagem de acordo com cada paciente portador de DRC. Acredita-se o conhecimento trará melhor aceitaçao quanto à sua patologia e tratamento prescrito, tornando-o menos sofrido, frustrante e mais seguro.

 


 

PO: 51712

O papel do enfermeiro na prevençao de peritonite: revisao integrativa

Autores: Aline Cristina Alves Dias*; Giovane Galdino de Souza; Pâmela Malheiro Oliveira

caribelinebell@yahoo.com.br

HC UFMG.

INTRODUÇAO: A diálise peritoneal (DP) pode ser o tratamento de escolha para pacientes com insuficiência renal que nao sao capazes ou que nao desejam submeter-se à hemodiálise ou transplante renal. A escolha de uma das formas de tratamento irá depender de fatores relacionados às condiçoes clínicas e à qualidade de vida do indivíduo. Embora a DP seja boa alternativa de tratamento, ela pode trazer complicaçoes graves como a peritonite, sendo importante a atuaçao efetiva do enfermeiro em sua prevençao.
OBJETIVO: Analisar as evidências científicas nacionais e internacionais sobre a importância do enfermeiro na prevençao da peritonite em pacientes submetidos à diálise peritoneal.
MÉTODO: Estudo descritivo de revisao integrativa. A busca dos artigos foi realizada nas bases de dados Lilacs e PubMed, e na biblioteca virtual SciELO, com os descritores: diálise peritoneal, atuaçao do enfermeiro na prevençao da peritonite, de março de 2009 a setembro de 2011. Inicialmente, foram identificados 26 artigos, dos quais 12 foram selecionados. Para a análise e posterior síntese dos artigos foi utilizada figura sinóptica e a apresentaçao dos resultados e discussao foram descritivas.
RESULTADOS: O nível de evidência da maioria dos estudos foi classificado como nível IV, representado por de estudos com delineamento nao experimental como coort (um estudo) e estudos de revisao (nove estudos) Em relaçao ao tipo de periódico, três artigos foram publicados em revista de enfermagem e nove em revistas médicas. As figuras 1, 2 e 3 demonstram os artigos encontrados na PubMed, SciELO e LILACS. Verificou-se que as açoes do enfermeiro sao responsáveis por todo o processo que norteia a terapia dialítica. Cabe a ele, também, solucionar as dúvidas vividas pelo paciente e cuidador envolvido no processo, principalmente em relaçao à prevençao da peritonite.
CONCLUSAO: Quanto à escolha pela diálise peritoneal, nao há relato de discordância pelos autores nos artigos pesquisados. Todos explicitaram a favor da diálise peritoneal por ser uma opçao de tratamento que permite ao paciente uma maior flexibilidade para a realizaçao de suas atividades de vida diária e menor risco de desenvolver, durante a terapia, alteraçoes hemodinâmicas. A educaçao em saúde é um dos principais componentes da promoçao da saúde, e consequentemente, contribui para prevençao de peritonites, ressaltando-se a necessidade de se criar um espaço de interaçao entre os profissionais da saúde e os usuários.

 


 

PO: 51575

O uso da simulaçao como estratégia de ensino e aprendizagem para treinamento da equipe de enfermagem em unidade de diálise: um relato de experiência

Autores: Eremilta Silva Barros; Janielle Ferreira de Brito Lima*; Laíla Silva Linhares; Marília Rosendo Rodrigues Soares; Layana Thays de Souza Alves; Eliane Maria Nascimento de Carvalho

janifbl@hotmail.com

HUUFMA.

INTRODUÇAO: A simulaçao é uma estratégia de ensino e aprendizagem que, na área da saúde, proporciona experiências de situaçoes reais realizados de forma fictícia, em cenários ou manequins, com o propósito de aprender e praticar1.
OBJETIVO: O presente artigo tem como objetivo relatar a experiência, enquanto enfermeiras nefrologistas, da utilizaçao da simulaçao para o treinamento de novos colaboradores da equipe de enfermagem de uma unidade de diálise de um hospital público do nordeste brasileiro.
METODOLOGIA: O treinamento foi composto por aulas teóricas e práticas, abordando as principais técnicas utilizadas pela enfermagem na unidade, e aconteceu dentro do ambiente de trabalho durante 6 dias consecutivos. Para a prática foi desenvolvido um simulador de paciente com cateter para hemodiálise, utilizando materiais disponíveis no local. Um frasco de soluçao fisiológica de 500ml com cateter duplo lúmen acoplado foi conectado a um sistema de hemodiálise montado em uma bomba de sangue e os procedimentos de abertura do cateter, instalaçao do paciente na máquina de hemodiálise e devoluçao foram executados pelos colaboradores, supervisionados por enfermeiras nefrologistas do setor, observando os Procedimentos Operacionais Padrao (POPs) vigentes na unidade.
RESULTADOS: O treinamento contemplou 59 colaboradores da equipe de enfermagem e a instalaçao do paciente com cateter na máquina de hemodiálise foi o carro chefe, por ser um procedimento que oferece sérios riscos e necessita de cuidados especiais. A criaçao do cenário educativo com simulador facilitou o aprendizado do manuseio do cateter de forma adequada, além de oportunizar o desenvolvimento das competências para as atividades nas salas de hemodiálise de forma segura e econômica, promovendo o primeiro contato com os dispositivos em situaçao fictícia.
CONCLUSAO: As terapias renais substitutivas sao procedimentos ainda desconhecidos para muitos profissionais e que exigem rigor na execuçao. Realizar os procedimentos em simulaçao reduziu o risco de erros por desconhecimento da técnica proporcionou mais segurança ao colaborador para iniciar a assistência de enfermagem ao paciente em hemodiálise.

Referencias

1. ABREU AG et. al. O uso da simulaçao realística como metodologia de ensino e aprendizagem para as equipes de enfermagem de um hospital infanto-juvenil: relato de experiência. Revista Ciência & Saúde, Porto Alegre, 2014; 7(3): 162-6.

 


 

PO: 51752

Panorama nacional do processo de acreditaçao de serviços de Terapia Renal Substitutiva (TRS) no Brasil: perspectivas e desafios

Autores: Adriana Gibara Guimaraes*; Lindaura da Silva Prado; Ivângela Raphaela Gouveia Prudente; Candice Lima Cruz

adrianagibara@hotmail.com

Universidade Federal de Sergipe.

INTRODUÇAO: Os serviços de saúde vem passando por contínuas transformaçoes ao longo dos anos, motivada pela busca incessante por uma assistência mais segura e de qualidade. Nesta perspectiva, os serviços de Terapia Renal Substitutiva (TRS) vem buscando alcançar estes objetivos através do processo de acreditaçao, um método que avalia os recursos institucionais e tende a garantir a qualidade da assistência através de padroes previamente aceitos.
OBJETIVOS: Traçar o panorama nacional referente ao processo de acreditaçao dos serviços de TRS no Brasil.
MÉTODO: Foi realizada uma busca em abril de 2016 do número total de serviços de TRS registrados na Sociedade Brasileira de Nefrologia e dos serviços acreditados pela Organizaçao Nacional de Acreditaçao (ONA), pela Joint Comission Acreditation representada no Brasil pelo Consócio Brasileiro de Acreditaçao e pela Acreditaçao canadense representada pelo Instituto Qualisa de Gestao (IQG), nos respectivos sites.
RESULTADO: Atualmente, existem 727 centros de TRS distribuídos entre as regioes de todo território nacional (Norte: 37, Nordeste: 130, Sudeste: 340, Centro-oeste: 67 e Sul: 153). Destas, apenas 19 sao acreditadas pela ONA, o que representa 3,6% de todas unidades credenciadas pela organizaçao. Das clínicas acreditadas, 8 (41,1%) localizam-se no Nordeste (BA: 6; 17,1%; PE: 1; 4,5%, SE: 1; 33,3%), 6 (31,5%) no Sudeste (SP: 5; 3,1%; MG: 1; 1,2%), 1 (5,2%) no Centro-oeste (DF: 5,3%) e 4 (21,0%) no Sul (SC: 3; 9,4% e PR: 1; 2,3%). Nao foi encontrada nenhuma clínica certificada na regiao norte. Quanto ao nível de certificaçao, 63,2% (BA: 6, SP: 3, DF: 1, MG: 1 e SC: 1) sao acreditados com excelência (nível 3), 21,1% (SC: 2, PE: 1 e SE: 1) sao certificados como Acreditado pleno (nível 2) e 15,8% (SP: 2 e PA: 1) como Acreditado (Nível 1). Nao foram encontrados registros de certificaçao de serviços de TRS nas demais organizaçoes acreditadoras.
CONCLUSAO: Através desta análise foi possível verificar que as unidades de diálise acreditadas pela ONA concentram-se principalmente no nordeste, com destaque para o estado da Bahia, o qual também detém o maior número de clínicas acreditadas com excelência no Brasil. O número de centros de TRS acreditados no Brasil ainda é tímido, mas representa uma vitória devido aos desafios particulares deste segmento da saúde. Neste sentido, existem grandes perspectivas de desenvolvimento do setor em termos de qualidade e segurança.

 


 

PO: 51926

Perfil das doenças de base de pacientes em hemodiálise em um Hospital na Zona Norte do Ceará

Autores: Carlos Danilo da Penha Souza*; Paulo Roberto Santos; Samuel Sampaio Alcântara; Dina Andressa Martins Monteiro; Ana Raquel Ferreira de Azevedo; Tallys de Souza Furtado; Esther Carneiro Vasconcelos; Joao Laerte Alves de Freitas Filho

carlosdanilo.souza@hotmail.com

Universidade Federal do Ceará.

INTRODUÇAO: Atualmente, a incidência e prevalência de pacientes em fase final da doença renal crônica (DRC) continua aumentando. A existência de poucas unidades de hemodiálise (HD) públicas no Ceará faz com que ocorra superlotaçao nas filas para esse serviço no SUS. Desta forma, torna-se relevante traçar o perfil epidemiológico desses pacientes a fim de identificar as causas passíveis de DRC.
OBJETIVO: Traçar um perfil epidemiológico, com ênfase nas doenças de base, dos pacientes em hemodiálise que utilizam o serviço através do SUS na zona Norte do Ceará.
METODOLOGIA: Estudo observacional do tipo transversal, descritivo e quantitativo envolvendo 326 pacientes com DRC em HD em um hospital do SUS na zona norte do Ceará. Foram coletados durante o mês de abril de 2016 os seguintes dados a partir da análise de prontuários: sexo, idade e doença de base
RESULTADOS: Constatou-se uma prevalência maior em homens que somaram 198 (60,7%), enquanto as mulheres somaram 128 (39,3%).120 (36,8%) pacientes tinham mais de 80 anos, dos quais cerca de dois terços eram homens. As doenças de base mais prevalentes foram: a nefroesclerose hipertensiva com 107 pacientes (32,5%), dos quais 55 (16,8%) tinham mais de 60 anos e sendo cerca dois terços homens; glomerulonefrite crônica com 72 (22%), sendo que os percentuais entre os sexos foram muito próximos e com poucos indivíduos acima de 60 anos; nefropatia diabética com 59 (18%) com cerca de metade acima dos 60 anos e percentuais próximos entre os sexos; insuficiência renal crônica (IRC) de causa indeterminada somaram 33 (10,1%) e doença renal policística com 16 (4,9%) casos. As demais doenças como uropatia e nefropatia obstrutiva, lupus, nefrite intersticial, pielonefrite e falência ou rejeiçao corresponderam juntas a 39 (12,2%) dos casos.
CONCLUSAO: A partir dos dados concluímosg que há um número maior de homens mantidos em HD. Além disso, nefropatia diabética e nefroesclerose hipertensiva estao entre as três principais causas de DRC, apresentando aumento da prevalência com o avançar da idade. Desta forma, conhecer o perfil epidemiológico desta populaçao mostra-se importante tanto para a melhor alocaçao de recursos quanto para a implementaçao de políticas públicas de prevençao da doença renal crônica (DRC) voltadas para populaçoes de risco.

 


 

PO: 50603

Perfil de pacientes em diálise peritoneal de uma clínica satélite do interior de Minas Gerais

Autores: Richarlisson Borges de Morais*; Letícia Rodrigues de Oliveira; Suéllen Rayane Rodrigues; Deusdélia Dias Magalhaes Rodrigues; Paulo César de Oliveira

richarlissonmorais@gmail.com

Universidade Federal de Mato Grosso.

A Doença Renal Crônica (DRC) conceitua-se como síndrome irreversível e progressiva com perda das funçoes glomerular, tubular e endócrina dos rins. Atualmente há diferentes métodos de terapia rena substitutiva (TRS) disponíveis, como: diálise peritoneal (DP), hemodiálise (HD) e o transplante renal (Tx). Este estudo teve como objetivos descrever o perfil clínico e sócio demográfico de pacientes do programa de DP como método de terapia renal substitutiva. Trata-se de pesquisa retrospectiva, com revisao de prontuários de pacientes em DP no período de janeiro de 2012 a junho de 2015 em uma unidade satélite de diálise do interior de Minas Gerais. A unidade atendeu 50 clientes no período analisado, sendo estes com idade média de 58,9 ± 15,0 anos (X ± DPM), 26 (52%) pacientes do gênero masculino e 24 (48%) do gênero Feminino. Com relaçao às condiçoes de moradia, 47 (94%) pacientes habitavam moradias de alvenaria, com laje e saneamento básico e 44 (88%) pacientes tinham como escolaridade pelo menos o ensino fundamental completo. A remuneraçao familiar variou entre 1 e 5 salários-mínimos em 43 (88%) pacientes. As patologias de base do grupo foram: Hipertensao Arterial Sistêmica (46%) e Diabetes mellitus (28%). Apesar dos inúmeros pontos favoráveis à terapia da Diálise Peritoneal Ambulatorial 23 (43%) pacientes desenvolveram peritonite, sendo que destes, 18 (72%) apresentaram esta complicaçao no primeiro ano. A motivaçao para o ingresso no programa de DP foi semelhante tanto na migraçao do Ambulatório de Tratamento Conservador (48%) que é a vontade manifestada pelo paciente de assumir seu autocuidado, sendo o maior fator de relevância para seleçao do paciente para esta modalidade terapêutica, como pela Falta de Acesso Vascular por migraçao da hemodiálise (46%). Da populaçao total analisada, 19 indivíduos saíram do programa de DP no período estudado. Os principais motivos de saída do programa foram: perda da dialisância do peritônio com diminuiçao e até mesmo perda da ultrafiltraçao peritoneal secundária à peritonite (42%), óbito (32%), complicaçao cirúrgica (11%) e recuperaçao parcial da Funçao Renal Residual (11%). Evidencia-se a necessidade de estudos posteriores que possam analisar variáveis relacionadas ao perfil clínico e sócio demográfico, correlacionadas aos níveis de incidência de peritonite, afim de direcionar açoes de educaçao em saúde e cuidados de enfermagem para diminuir as complicaçoes infecciosas e saída de programa de DP.

 


 

PO: 50416

Perfil do programa de Diálise Peritoneal (DP) de um Hospital Universitário

Autores: Kelwya Bruna Vasconcelos Florencio*; Eduardo Barbosa de Albuquerque Maranhao; Rebeka Lapenda de Souza; Danielle Dias Bezerra; Lucila Maria Valente

brunaaflorencio@gmail.com

Universidade Federal de Pernambuco.

A DP é opçao de terapia renal substitutiva (TRS) para pacientes com doença renal crônica (DRC), principalmente para crianças, pacientes sem acesso vascular e idosos.
OBJETIVO: Analisar o perfil do programa de DP de um hospital universitário (HU).
MÉTODO: Estudo retrospectivo, com análise dos prontuários de pacientes em um programa de DP de um HU com baixa taxa de infecçoes. O estudo foi realizado em abril/2016. Analisou-se: idade, sexo, raça, distância (Km) residência/HU: menor ou igual a 80 ou maior que 80, estado civil, renda familiar (RF), escolaridade: zero; 1-4 anos; 4 a 8; > 8 anos; profissao. Se existiu tratamento conservador antes, se foi a 1a TRS, motivo da DP se estava em HD (escolha ou indicaçao médica), tipo de DP, dependente ou nao de cuidador.
RESULTADOS: Em abril/2016, vinte e três (100%) pacientes estavam em DP; idade mediana: 54 anos (31-85), sexo: 17 (74%) feminino, raça: 10 (43%) pardos, 8 (35%) brancos e 5 (22%) negros. Distância residência/HU em km: 18 (78%) < /= 80, 5 (21%) mais de 80 km. Estado civil: 14 (61%) casados, 4 viúvos, 4 (17%) solteiros e 1 (4%) divorciado. RF média: R$ 1224,00; 14 (61%) com RF < /= um salário mínimo. Escolaridade: 14 (61%) de 4-8 anos, 6 (25%) > 8 anos e 3 (13%) nenhum estudo. Profissao: 13 (56%) do lar, 2 agricultores e 2 (9%) caldeireiros e 6 (26%) outras. 1aTRS: 15 (65%) HD, e 8 (35%) DP, dos com HD prévia, 11/15 iniciaram DP por falta de acesso vascular. 19/23 (83%) receberam tratamento conservador (TC) da DRC. Tempo/DP (mediana): 5 anos (variaçao: 1-14); tipo de DP: 22 (96%) DPA e 1 (4%) CAPD. 14 (61%) casos nao tinham cuidadores. Peritonite ou infecçao de S do catéter ocorreu em 9 dos pacientes em que DP nao foi 1a opçao de TRS e em 8 DP foi a 1a opçao. O grau de escolaridade nos casos com peritonite variou, sem predominância.
CONCLUSAO: As características do perfil do programa de DP estudado foram: pacientes há longo tempo de DP, maioria em DPA, femininos, do lar, casados, com RF baixa, poucos anos de estudo. Mais de 80% tiveram TC da DRC antes de iniciar diálise, contudo em 48% dos casos o início na DP foi indicaçao médica para troca de TRS. Os pacientes em DP que iniciaram a TRS com HD apresentaram pouco mais infecçao relacionada à DP, em relaçao aos que a DP era 1a TRS. Ressalta-se que nao se verificou relaçao entre n° de infecçoes e grau de escolaridade e presença de cuidador.

 


 

PO: 51954

Perfil dos pacientes em unidade hospitalar de cuidados paliativos oncológicos submetidos à Terapia Renal Substitutiva (TRS)

Autores: Regina Bokehi Nigri*; Germana Hunes Grassi Gomes Victor; Luiz Antonio Coutinho Pais; Elana de Azevedo Lannes; Marcos Vinicius Monteiro Afonso; Ana LuizaTeixeira da Costa Durante; Eliate Farias Azevedo; Simone Garruth dos Santos Machado Sampaio

reginanigri@globo.com

Renalvida Assistência Integral ao Renal LTDA.

INTRODUÇAO: O Cuidado Paliativo Oncológico é o atendimento ativo, integral e multidisciplinar ao paciente com câncer avançado e sem possibilidades de cura, com a finalidade de promover controle de sintomas e melhoria da qualidade de vida dos pacientes e familiares, além de organizar pendências sociais, emocionais, espirituais e preparar para o luto. Existem controvérsias na literatura sobre a indicaçao de TRS para o controle de sintomas neste grupo de pacientes.
OBJETIVO: Analisar o perfil dos pacientes que foram submetidos à TRS no período de 48 meses em Unidade Hospitalar de Cuidados Paliativos Oncológicos (UHCPO).
MÉTODOS: Avaliaçao retrospectiva dos pacientes matriculados que foram submetidos à TRS no período de maio de 2012 a abril de 2016.
RESULTADOS: Foram matriculados 7471 pacientes na UHCPO e destes foram avaliados 30 pacientes (0,4%) que tiveram indicaçao de TRS, com os seguintes diagnósticos de câncer: 3% estômago, 3% pálpebra, 3% tecido conjuntivo, 3% vulva, 3% próstata, 3% rim, 3% linfoma de Hodking, 3% Nao Hodking, 7% reto, 7% mama, 7% ovário, 13% bexiga, 13% mieloma múltiplo e 27% colo de útero; em 36 episódios de internaçao; todos submetidos à modalidade de hemodiálise (HD), totalizando 177 sessoes de HD, média de 5,9 sessoes/pac; 73% mulheres, idade média 56,72 anos, tempo médio de sobrevida na UHCPO 142,66 dias, tempo médio entre o encaminhamento à UHCPO e primeira HD 60,77 dias, média do intervalo entre a última HD e óbito 67 dias e 36% homens, idade média 64,12 anos, tempo médio de sobrevida na UHCPO 156,25 dias, tempo médio entre o encaminhamento à UHCPO e primeira HD 124,25 dias; média do intervalo entre a última HD e óbito 17,62 dias.
CONCLUSAO: Observamos que a maioria dos pacientes é do gênero feminino, idade média abaixo de 60 anos e que destas 50% têm câncer ginecológico (37% do total de pacientes), que nao existe diferença significativa no tempo de sobrevida entre os gêneros, mas que as mulheres evoluem mais precocemente com necessidade de TRS em comparaçao com os homens e que a sobrevida delas após a última HD durante a internaçao hospitalar foi maior do que 60 dias, o que em Cuidados Paliativos consideramos um período adequado para organizar as pendências acima relacionadas. Um estudo sobre a indicaçao de TRS, a avaliaçao do controle de sintomas e o desfecho neste grupo de pacientes deve ser realizado.

 


 

PO: 51819

Perfil dos pacientes encaminhados à diálise peritoneal de um serviço de nefrologia pertencente a um Hospital Terciário

Autores: Isis Gonsalves Barreto*; Pamela Malheiro Oliveira; Halanna Carneiro Guimaraes Bastos;Tassia Nery Faustino; Thadeu Borges Souza Santos

isisbarreto88@hotmail.com

Hospital Sao Rafael.

INTRODUÇAO: A diálise peritoneal (DP) é uma forma aceita e amplamente difundida de terapia renal substitutiva (TRS). A DP é a melhor opçao para crianças pequenas, para pacientes que residem distantes dos centros de diálise e para os que nao possuem mais via para um acesso vascular ou que apresentam condiçoes de risco para hemodiálise.
OBJETIVO: Descrever as características sóciodemográficas e clínicas dos portadores de doença renal crônica (DRC) quando encaminhados à diálise peritoneal de um serviço de nefrologia de um hospital terciário.
METODO: Estudo transversal, descritivo, quantitativo, desenvolvido em um hospital terciário na cidade de Salvador-BA. A amostra foi composta por indivíduos com DRC em programa de DP, maiores de 18 anos, com mínimo de três meses de terapia. Os dados foram coletados através de um formulário contendo variáveis sóciodemográficas e clínicas e os mesmos foram analisados através da estatística descritiva por meio do programa Epi Info. O trabalho foi aprovado por um Comitê de Ética em Pesquisa.
RESULTADOS: A amostra foi constituída por 18 participantes, a maioria era do sexo masculino (66,7%), possuía escolaridade inferior a 11 anos de estudo (83,4%), tinha condiçao socioeconômica baixa (89%), era do grupo étnico com cor autoreferida preta (38,9%) e morava na capital do estado da Bahia (55,6%). A mediana de idade foi 46,8 anos e o tempo médio em DP foi de 9,7 meses. A totalidade da amostra nao teve a DP como TRS de primeira escolha, iniciando pela Hemodiálise, sendo que 83,3% tiveram esse início de forma emergencial e destes 72,2% nao eram acompanhadas pela nefrologia previamente e nao fizeram tratamento conservador para DRC. Entre as modalidades de DP que o serviço oferece, 50% dos indivíduos realizavam Diálise Peritoneal Automatizada, 33,3% Diálise Peritoneal Ambulatorial Continua e 16,7% Diálise Peritoneal Intermitente. As patologias de base do grupo foram Hipertensao Arterial Sistêmica, Diabetes mellitus e Glomerulonefrite Crônica.
CONCLUSOES: O perfil do hospital pesquisado se definiu como predominantemente masculina, de baixa renda, negra, adulto jovem. Identificou-se que a falta de acesso vascular para a realizaçao da hemodiálise foi à motivaçao da maioria dos pacientes para escolha da Diálise Peritoneal. Nota-se que o perfil socioeconômico e clínico sao importantes para nortear o tratamento desses doentes.

 


 

PO: 51790

Perfil dos pacientes incidentes em hemodiálise em um grande centro de diálise do Nordeste: uma difícil realidade

Autores: Tatiana Ribeiro Valerio; Tâmara Regina Higino da Hora Maranhao*; Frederico Castelo Branco Cavalcanti; Suzana Moraes de Oliveira Melo

tamaramaranhao@yahoo.com.br

Real Hospital Portugues de Pernambuco.

INTRODUÇAO: A doença renal crônica (DRC) é um problema de saúde pública, devido às suas elevadas taxas de morbidade e mortalidade e ao impacto negativo sobre a qualidade de vida. O encaminhamento precoce ao nefrologista para controle dos fatores de progressao e preparo adequado dos pacientes para início da terapia renal substitutiva (TRS) pode aumentar a sobrevida e a qualidade de vida.
OBJETIVO: caracterizar o perfil clínico dos pacientes incidentes em programa de hemodiálise (HD), avaliando: etiologia da DRC; tipo de acesso vascular; realizaçao de acompanhamento prévio com nefrologista; presença de anemia; mortalidade após 1 ano.
METODOLOGIA: estudo descritivo epidemiológico, realizado em um grande centro de Hemodiálise no Brasil. Foram incluídos todos os pacientes com DRC admitidos na unidade entre dezembro de 2014 e agosto de 2015 e que estavam em programa de (HD) há menos de 1 mês. Foram excluídos aqueles provenientes do transplante renal e da diálise peritoneal.
RESULTADOS: Foram analisados 24 pacientes, sendo 66,7 % do sexo masculino, com idade média de 58,4 ± 13,6 anos. As causas mais prevalentes da DRC foram nefropatia diabética em 37,5% e nefroesclerose hipertensiva em 29,2 %. Em relaçao ao tipo de acesso vascular na admissao, 83,3 % iniciaram por cateter provisório de duplo lúmen (CDL), 12,5 % por fístula artério-venosa (FAV) e 4,2% por cateter de longa permanência tunelizado. Somente 33,3 % realizavam consultas prévias com nefrologista. 91,7 % iniciaram a hemodiálise em unidades de emergência clínica. A dosagem média de hemoglobina na admissao foi de 8,8 ± 1,9 g/dL. 33,3% dos pacientes apresentaram-se com Hb maior que 10 g/dL e 20,8 % com Hb menor que 7 g/dL. A mortalidade encontrada foi de 20,8 % em 1 ano, sendo que entre os pacientes que iniciaram a diálise por FAV a mortalidade foi zero.
CONCLUSAO: O tratamento conservador pré-dialítico está longe de ser uma realidade para nossa populaçao. Os pacientes iniciam terapia dialítica em caráter de urgência, sem acesso vascular definitivo e anêmicos, o que proporciona aumento da mortalidade e morbidade dessa populaçao.

 


 

PO: 51944

Perfil epidemiológico dos pacientes renais crônicos em terapia renal substitutiva na regiao do Agreste Pernambucano

Autores: Layse Ciane Silveira Cirino de Britto Galvao*; Abidias Pereira Diniz Neto; Matheus Soares de Araújo; Juliana Guedes Silva; Matheus Carneiro da Cunha Costa; Bertrand Saulo Vieira Cariry; Bianka Santana dos Santos; Rodrigo Alves de Oliveira

layse_ciane@hotmail.com

Universidade Federal de Pernambuco.

INTRODUÇAO: A Insuficiência Renal Crônica (IRC) pode ser definida como uma síndrome caracterizada pela lenta, progressiva e irreversível destruiçao da funçao renal, com isso a incapacidade de manter o equilíbrio hidroeletrolítico. Os primeiros sintomas demoram anos para serem percebidos, demonstrando a grande capacidade adaptativa renal que mantém vivo os seres humanos com apenas 10% da funçao renal. Os tratamentos dialíticos têm o intuito de manter a sobrevida do paciente, permitindo o retorno a vida normal e produtiva, prevenindo a morte precoce.
OBJETIVO: Esse trabalho objetiva traçar um perfil epidemiológico dos pacientes com IRC em terapia dialítica no município de Caruaru, Agreste do estado de Pernambuco.
METODOLOGIA: Foi realizado um estudo analítico-descritivo, transversal, baseado na análise de dados em 314 prontuários médicos. As variáveis analisadas foram à etiologia da IRC, a correlaçao desta com a faixa etária, o tempo médio em terapia dialítica e a presença de infecçao por HIV, HCV e HBV.
RESULTADOS: Nos dados observados foram consideradas todas as faixas etárias com média de idade de 54 ± 15,3 anos e entre os pacientes em terapia dialítica a maioria foi homem 207 (64%). Em relaçao às patologias que originaram a IRC 50,6% têm causa nao identificada, sendo seguida de nefropatia hipertensiva 24,8% e Diabetes mellitus (DM) 17,2%. Além de outras patologias como Nefropatia obstrutiva, câncer de colo de útero, nefrite lúpica e glomerulonefrite crônica com apenas um caso, com prevalência de 0,31% cada. Entre a amostra 172 (54,7%) pacientes apresentavam como comorbidade associada a Hipertensao Arterial Sistêmica (HAS) e 73 (23,2%) o DM. Foi observado que de o tempo médio de diálise foi de 33,8 ± 30,2 meses e o IMC desses pacientes foi em média 24,7 ± 12,6, com variaçoes entre 14 e 34. O grupo estudado teve como média de hematócrito 31,8 ± 7,1 % e de hemoglobina 10,3 ± 4,3 g/dL, 200 (63,7%) pacientes estiveram com a hemoglobina abaixo de 11g/dL. Na amostra 1 dos 314 possui sorologia positiva para HCV, mas nenhum com sorologia positiva para HBV e HIV.
CONCLUSOES: Na amostra estudada a etiologia indeterminada foi mais prevalente seguida de HAS, discordando dos estudos internacionais que mostram o DM como causa principal. Em relaçao ao critério das etiologias é possível perceber as limitaçoes de avalia-las, por falta de registro de dados. Mas é possível observar que em casos de causa desconhecida os pacientes apresentam comorbidades como DM e HAS.

 


 

PO: 50695

Perfil epidemiológico e clínico de pacientes submetidos à hemodiálise em Campina Grande – PB

Autores: Juliana Amaro Borborema Bezerra*; Valkercyo Araújo Feitosa; Thiago Danillo Rodrigues de Almeida; Amanda Maíra Damasceno Silva; Cibelly Mayza da Silva Chalegre; Hítalo Glauco Fernandes Siqueira; Irigrácin Lima Diniz Basílio

jborborema@oi.com.br

Universidade Federal de Campina Grande.

INTRODUÇAO: O aumento das doenças crônicas nao transmissíveis, como Hipertensao Arterial Sistêmica e Diabetes mellitus, representam os principais fatores de risco contribuintes para o aumento da Doença Renal Crônica Terminal (DRCT). No Brasil, observase uma escassez de dados de abrangência nacional que possam contribuir para o monitoramento da populaçao com DRCT em hemodiálise.
OBJETIVO: Caracterizar o perfil epidemiológico e clínico de pacientes com DRCT em tratamento de hemodiálise em Campina Grande-PB.
MÉTODOS: Estudo transversal, nos 04 serviços de diálise da cidade de Campina Grande-PB, com 410 participantes selecionados aleatoriamente. Foram coletados registros sociodemográficos, clínicos e bioquímicos.
RESULTADOS: Dos 410 pacientes, 59% eram homens e 41,7% tinham entre 40 a 60 anos, 53,2% deles estavam em uniao estável, e 24,6% possuíam baixa escolaridade. Aproximadamente 99,5% dos pacientes dependiam dos recursos do Sistema Unico de Saúde. A fístula arteriovenosa foi o método de acesso em 94,1% dos pacientes. As etiologias presuntivas foram nefroesclerose hipertensiva 45,1%, nefropatia diabética 16,5%, e causas indeterminadas em 17,8%. O Kt/V esteve adequado em 88% deles e 37,3% dos pacientes apresentavam hipoalbuminemia. O hiperparatireoidismo esteve presente em 30,6% e os valores de hemoglobina estiveram abaixo do recomendado em 48,7% dos pacientes.
CONCLUSAO: O estudo caracterizou os pacientes em hemodiálise na cidade de Campina Grande-PB, podendo subsidiar novos estudos para acompanhamento de transiçoes epidemiológicas da populaçao, ressalta-se a necessidade de maior rigor para atingir as metas recomendadas para o metabolismo mineral ósseo e níveis de hemoglobina.

 


 

PO: 51737

Perfil psicológico de pacientes submetidos à hemodiálise em uma clínica de diálise em Aracaju-SE

Autores: Marcela Fernandes Marcondes*; Lindaura da Silva Prado; Ivangela Raphaela Gouveia Prudente; Adriana Gibara Guimaraes

marcelafmarcondes@hotmail.com

Nefroclinica.

INTRODUÇAO: A doença renal é considerada um grande problema de saúde pública, PIS causam elevadas taxas de morbidade e mortalidade. Além disso, tem impacto negativo sobre a qualidade de vida relacionada à saúde, que é a percepçao da pessoa de sua saúde por meio de uma avaliaçao subjetiva de seus sintomas, satisfaçao e adesao ao tratamento.
OBJETIVO: Realizar levantamento do perfil psicológico de pacientes em hemodiálise, numa clínica de terapia renal substitutiva no município de Aracaju-SE.
MÉTODO: Foi realizado um estudo epidemiológico transversal com 235 pacientes em hemodiálise, numa clínica de diálise de Aracaju-SE. Os pacientes submetidos aos Inventários de Depressao de Beck e de Ansiedade de Beck Bai foram previamente triados, através de atendimentos individuais, totalizando 26 pacientes submetidos ao Inventário de Ansiedade e 22 pacientes, ao Inventário de Depressao, aplicados durante sessoes de hemodiálise. Os outros transtornos mentais identificados foram avaliados através de atendimentos psicológicos, técnicas de observaçao e consultas de médicos especialistas.
RESULTADOS: Dos 235 pacientes, 73 apresentaram pelo menos um transtorno mental, o que representa 31,1% dos pacientes. Dentre os pacientes com transtornos classificados, 28 sao do sexo feminino e 45, do sexo masculino. Quanto ao tempo em diálise, foram encontrados 8 pacientes, com pelo menos um transtorno mental, com menos de 1 ano de tratamento, 26 entre 1 ano e 2 anos de tratamento, 23 entre 3 anos e 6 anos, 15 entre 7 anos e 14 anos de tratamento e 1 com 25 anos de tratamento, ou seja, a maior incidência encontrou-se no período entre 1 a 2 anos de tratamento, o que representa 35,6% dos 73 pacientes. Foi identificada a incidência de 10 categorias de transtornos mentais, classificados conforme o DSM-5: Transtorno de Ansiedade (n = 26), Transtorno Depressivo (n = 21), Transtorno de Oposiçao Desafiante (n = 14), Transtorno de Adaptaçao (n = 8), Transtorno Relacionado à Substâncias (n = 4), Esquizofrenia (n = 3), Demência Senil (n = 2), Doença de Alzheimer (n = 2), Transtorno Bipolar (n = 1) e Personalidade Antissocial (n = 1). Os transtornos mentais de maior incidência foram o de Ansiedade e Depressao, representando 35,6% e 28,8%, respectivamente.
CONCLUSAO: Através deste estudo, foi possível traçar o perfil psicológico dos pacientes submetidos à hemodiálise, permitindo um maior conhecimento dos transtornos e criando perspectivas de novos estudos para melhor gerenciamento dos riscos psicológicos.

 


 

PO: 50510

Perfuraçao de ventrículo direito como complicaçao de cateter venoso tunelizado: relato de caso

Autores: Lucas Vianna de Assis*; Edna Regina Silva Pereira; Cinara Barros de Sá; Israel Guimaraes Neto; Clayton Santos Sousa; Thalita de Oliveira Matos; Flaubert Ribeiro da Silva Santos; Marina Aline Occhiena

lucasviannadeassis@gmail.com

Universidade Federal de Goiás.

INTRODUÇAO: A inserçao de cateter venoso central tunelizado como acesso para hemodiálise é um procedimento de rotina. A posiçao ideal da extremidade do cateter ainda é controversa, porém a verificaçao de seu sítio final por método de imagem pode prevenir complicaçoes e é considerada prioritária antes da utilizaçao do mesmo.
OBJETIVO: Relatar uma complicaçao tardia rara relacionada à inserçao profunda de cateter tunelizado para hemodiálise.
RELATO DE CASO: Mulher, 63 anos, com doença renal crônica dialítica, apresentou obstruçao completa do cateter venoso central tunelizado em veia subclávia direita, no início de uma sessao de hemodiálise. Esse acesso estava em uso havia 5 meses, desde o implante em veia subclávia direita. A paciente usava varfarina e aguardava superficializaçao de fístula arteriovenosa. Durante a sessao de hemodiálise foi tentada a punçao desta fístula devido ao nao funcionamento do cateter. Poucos segundos após a punçao, a paciente apresentou dor inframamária esquerda intensa, de início súbito, pleurítica. A pressao arterial era 104/52 mmHg, a frequência cardíaca 83 bpm e estava eupneica, com saturaçao de oxigênio de 95%. Restante do exame físico era normal. A sessao de diálise foi interrompida e um selo de alteplase foi instilado pelo cateter, para permanência de 12 horas. O eletrocardiograma mostrava ritmo sinusal e baixa voltagem. A radiografia de tórax revelou que a extremidade do cateter encontrava-se em topografia de ventrículo direito, sem outras alteraçoes. A troponina I cardíaca normal. Após remoçao do selo de alteplase, o cateter permaneceu nao-funcionante. A ecocardiografia transtorácica sugeriu a presença de uma massa ocupando a cavidade pericárdica. A angiotomografia computadorizada revelou que a extremidade do cateter havia transfixado a parede anterior do ventrículo direito e estava alojada dentro da cavidade pericárdica, envolvida por derrame/hematoma. Nao havia evidências de tromboembolismo pulmonar. A paciente foi submetida a cardiotomia de urgência e remoçao do corpo estranho. Um cateter de Tenckhoff foi implantado por laparotomia e diálise peritoneal foi iniciada. A paciente recebeu alta hospitalar três semanas após e permanece em programa de diálise peritoneal.
CONCLUSAO: Complicaçoes mecânicas relativas ao procedimento podem ocorrer mesmo em longo prazo e o uso de métodos de imagem simples, como a radiografia de tórax podem sugerir posicionamento inadequado e potenciais complicaçoes.

 


 

PO: 51686

Peritonite por Mycobacteria abscessus em paciente que realizava diálise peritoneal.

Autores: Carolina Manzoni Sanchez*; Renata C. S. Lima; Ana Claudia PI F Fontes; Alinie S. Pichone; Juliana A. Cavalcanti; Juliana M. Moura; Fernando Luiz Lopes Cardoso; Eduardo Rocha

carolzinhasanchez@hotmail.com

Hospital Clementino Fraga Filho – UFRJ Residente Nefrologia.

INTRODUÇAO: A Mycobacterium abscessus é uma micobactéria de rápido crescimento, e estao presentes em solo e água, estando mais relacionadas à infecçoes da assistência a saúde, porém no Brasil existe poucos casos descritos e publicados. Pode acometer qualquer tecido, órgao ou sistema, e pessoas submetidas a procedimentos invasivos. O curso da doença é variável, sendo freqüente a evoluçao crônica, com raros casos de cura espontânea. O diagnóstico é feito pela análise microbiológica de tecidos e secreçoes, e a pesquisa de BAAR pode fornecer pistas importantes para direcionar o diagnóstico.
OBJETIVO: Descrever o primeiro caso de peritonite por Mycobacteria abscessus em um paciente que realizava dialise peritoneal em nosso serviço.
METODOLOGIA: Paciente feminino, 54 anos, negra, diabética, hipertensa, e doença renal crônica em dialise peritoneal (DP) desde 2013. Internou em junho/2015 com quadro de dor abdominal e líquido peritoneal turvo, iniciado ciprofloxacino e cefazolina, porém sem melhora, sendo trocado por vancomicina e cefepime após coleta de novas culturas. Realizada Tomografia de abdome apresentando coleçao subcutânea que envolve todo o trajeto do cateter de Tenckhoff (TK), acometendo também a cavidade peritoneal, e coleçao pélvica. Iniciado hemodiálise, e retirado o cateter de TK.
RESULTADO: O resultado da cultura do líquido peritoneal apresentava bacilo aeróbio gram positivo ácido álcool resistente, e em outubro/2015 idetificou Mycobacteria abscessus. Iniciado linezolida e claritromicina por 6 meses, apresentando melhora clínica e ao exame físico diminuiçao da secreçao pela fístula regiao abdominal (intraperitoneal-subcutâneo-pele), recebendo alta. Com 1 mês de tratamento, evoluiu com pancreatite devido ao antibiótico, entao foi suspenso. Realizamos Tomografia de abdome apresentando melhora da coleçao em subcutâneo e sem coleçao intraperitoneal. Optamos por acompanhar, e atualmente a mesma nao apresenta mais pancreatite.
CONCLUSAO: Primeiro caso de peritonite por Mycobacteria abscessos em paciente que realizava DP há 2 anos em nosso serviço. Trata-se de uma bactéria de difícil diagnóstico, com tratamento longo e que podem causar efeitos colaterais. Neste caso por ter realizado curto tratamento, porém com melhora da coleçao e sem piora clínica após suspender antibioticoterapia, nao podemos descartar uma cura espontânea. Demonstrando assim a importância de maiores estudos no tratamento desta micobactéria.

 


 

PO: 50652

Pressao de Pulso (PP) como fator de risco cardiovascular em pacientes em hemodiálise

Autores: Nathally Baston; Hanna Karla Andrade Guapyassú Machado*; Thauany Moreira Freitas; Gustavo Amadei; Sheila Patricia Lopes Rocha; Eurita Neta; Camila Fiorese Lima; Luiz Antonio Miorin

guapyassu@gmail.com

Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Sao Paulo.

INTRODUÇAO: A PP é de importância prognostica nas doenças cardiovasculares e pouco estudada na DRC dialítica.
OBJETIVO: Observar a PP pré e pós hemodiálise e a relaçao com fatores de risco cardiovascular.
MÉTODO: Estudo observacional, restrospectivo e transversal com 77 pacientes portadores de DRC em hemodiálise, entre 15 e 84 anos. Utilizamos os seguintes parâmetros: PP pré e pós HD das ultimas 5 sessoes,a variaçao de peso entre as sessoes, considerando para avaliaçao o valor médio, ecocardiograma (ECO) transtorácico nos últimos 12 meses e PTH dos últimos 2 meses. Treze pacientes nao possuíam ECO recente, o que os excluiu apenas quando levamos em consideraçao a massa de VE. A análise de dados foi empregado o programa Sigma Stat 12.0 e como significância p < 0,05. Utilizamos regressao linear entre os parâmetros e a PP e teste t pareado quando indicado.
RESULTADOS: A média da idade dos pacientes foi 43 ± 18 anos; da massa do ventrículo esquerdo foi 180 ± 79g;o ganho de peso de 1,97 ± 0,9Kg; da PP pré HD foi 57 ± 15 mmHg da PP pós HD foi 52 ± 16mmHg. Encontramos correlaçao entre a PP e os fatores estudados: MVE, PTH e Idade, tanto pré quanto pós Hemodiálise (PP Pré HD X MVE r = 0,309 p < 0,013; PP Pós HD X MVE r = 352 p < 0,004; PP Pré X PTH r = 0,301 p < 0,008; PP Pré HD X Idade r = 0,592 p < 0,001; PP Pós HD X Idade r = 0,478 p < 0,001) e correlaçao entre Idade X MVE (r = 0,250 p = 0,0476), Idade X PTH (r = 0,225 p = 0,049) e MVE X PTH (r = 0,258 p = 0,040).
DISCUSSAO: O fato da idade dos pacientes apresentar tal correlaçao com a PP pode significar que há enrijecimento vascular decorrente da idade, porém, nossa média de idade foi 43 ± 18 anos, o que mostra que tais pacientes possuem alteraçoes vasculares mais precoces. As alteraçoes no sistema cardiovascular associadas com o envelhecimento resultam no aumento da pós carga do VE, aumento da PAS e HVE, bem como outras alteraçoes na parede do VE que prolongam o relaxamento do VE na diástole. O PTH provavelmente atua na remodelaçao cardíaca e sobre a morfologia e a funçao deste órgao.
CONCLUSAO: Pacientes com insuficiência renal terminal apresentam alteraçoes vasculares que contribuem para a PP aumentada em todos os momentos. Isso pode explicar o aumento da mortalidade cardiovascular. A PP pode ser considerada como fator prognostico em DRC em HD.

 


 

PO: 51601

Prevalência de anemia em pacientes com doença renal crônica em seguimento pelo Programa De Hemodiálise da Fundaçao Pública Estadual Hospital de Clínicas Gaspar Vianna, Belém – PA.

Autores: Wellington Teixeira Viana Júnior; Lilian Lima da Silva; Ridailda de Oliveira Amaral Pessoa; Paula Gabriella Costa da Penha; Daniel César Sales da Silva; Lêda Lima da Silva; Vinícius Cortês Viana; Layne Picanço Bezerra

wellingtonviana2@gmail.com

Fundaçao Pública Estadual Hospital de Clínicas Gaspar Vianna.

INTRODUÇAO: A Doença Renal Crônica (DRC) é uma patologia que afeta a populaçao mundial, sendo considerado um grave problema de saúde pública. Tornou-se tao freqüente em todo mundo, que já é consenso a existência de uma epidemia de DRC terminal, a qual tem como uma de suas principais complicaçoes a anemia.1 Esta enfermidade associa-se a piora na qualidade de vida e a maior morbimortalidade nessa populaçao, bem como é um fator contribuinte para a progressao da DRC.2
OBJETIVO: Verificar a prevalência de anemia em pacientes com doença renal crônica em seguimento pelo programa de hemodiálise da Fundaçao Pública Estadual Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (FPEHCGV).
MÉTODOS: a amostra é composta por 57 pacientes portadores de DRC em tratamento hemodialítico no Serviço de Terapia de Substituiçao Renal da FPEHCGV atendidos regularmente no período de janeiro a dezembro de 2015, sendo realizado um estudo clínico, epidemiológico, descritivo, observacional, prospectivo, transversal, de coorte, único centro e local, analisando-se itens como: idade, gênero, níveis hematimétricos (hemoglobina, hematócrito), uso de medicaçoes como sacarato de hidróxido férrico, eritropoetina.
RESULTADOS: 62% dos pacientes estavam na faixa etária entre 19 e 64 anos, 34% encontravam entre 65 a 80 anos de idade e 4% estavam acima de 80 anos. O sexo feminino compunha 51% da amostra e o masculino 49%. Dos sujeitos da pesquisa avaliados, 75% apresentaram hemoglobina menor que 12g/dL, dos quais 77% estavam em uso de eritopoetina e 36,8% de sacarato de hidróxido férrico.
CONCLUSAO: a prevalência de anemia nesta pesquisa foi alta (75%), quando comparada aos 59% do censo realizado pela Sociedade Brasileira de Nefrologia em 2013, o que demonstra a relevância da monitorizaçao desta patologia na populaçao em estudo.

Referências

1. Zatz R. Doença/Insuficiência Renal Crônica. In: Zatz R, Seguro AC, Mainic G. Bases Fisiológicas da Nefrologia. Sao Paulo: Atheneu, 2011. p. 333-360.

2. Abensur H, Bastos MG, Canziani MEF. Aspectos atuais da anemia na doença renal crônica. Braz. J. Nephrol. (J. Bras. Nefrol.) 2006: 28(2): 104-107.

 


 

PO: 52015

Prevalência de hipertrofia ventricular esquerda e disfunçao cardíaca em pacientes portadores de doença renal crônica incidentes em hemodiálise

Autores: Marília Andrade; Claudete Gasparim; Roberto Pecoits-Filho*; Paulo Eduardo Cicogna; Viviane Calice da Silva

r.pecoits@pucpr.br

PUCPR.

INTRODUÇAO: Pacientes portadores de doença renal possuem um elevado risco de doenças cardiovasculares, especialmente aqueles em diálise. As açao das toxinas urêmicas no miocárdio vem sendo descritas como importante fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardíacas nestes pacientes. O ecocardiograma (ECC) é uma importante ferramenta na detecçao de potenciais disfunçoes cardíacas no momento do início da diálise.
OBJETIVOS: Descrever a prevalência de hipertrofia ventricular esquerda (HVE) e disfunçao cardíaca em pacientes renais crônicos incidentes em hemodiálise (HD).
MÉTODOS: Pacientes que iniciaram HD entre maio de 2015 a maio de 2016 e que realizaram avaliaçao da funçao cardíaca por ECC no momento do início da terapia (HD) foram incluídos no estudo. Informaçoes ecocardiográficas sobre massa ventricular esquerda indexada por superfície corporal (MVE_SC), fraçao de ejeçao pelo método de Sympson (FE%) e presença de disfunçao diastólica bem como variáveis demográficas e comorbidades prévias para melhor caracterizaçao da populaçao.
RESULTADOS: Durante o período do estudo, 17 pacientes iniciaram HD e possuíam ecocardiograma realizado no momento do início da diálise. A média de idade do grupo foi de 55,3 (20-78) anos, 64,7% eram do sexo masculino, 53% diabéticos e 100% hipertensos e 35% com doença cardiovascular prévia documentada no momento do início da diálise. Em relaçao aos achados ecocardiográficos, 76,5% apresentaram HVE no ECC no momento do início da diálise, média 138. 6 g/m2 (min: 78.1- max: 225), 29.4% apresentavam disfunçao sistólica, FE média de 58% (min: 39-máx: 74.7) e 82.3% apresentavam algum grau de disfunçao diastólica. Hipertrofia ventricular concêntrica foi a mais prevalente neste grupo sendo evidenciada em 58.8% dos pacientes.
CONCLUSAO: Os resultados encontrados corroboram com o dados da literatura evidenciando uma alta prevalência de HVE nos pacientes portadores de DRC (76.5%) já no momento do início da HD, principalmente HVE concêntrica (58.8%), além da alta prevalência de disfunçao diastólica (76.5%) neste grupo. O conhecimento e monitorizaçao periódica da funçao cardíaca destes pacientes possibilita o adequado manejo clínico e ajustes na terapia dialítica podendo impactar numa melhor evoluçao a longo prazo.

 


 

PO: 50575

Prevalência de infecçoes associadas ao uso de cateter de duplo lúmen em setor de hemodiálise

Autores: Maria Clara de Araújo Cavalcante*; Renata Oliveira Santos; Juliana Andrade de Araújo; Mayle Gomes Ferreira de Araújo; Carine Vilarins de Souza; Andréa Vanessa da Cunha Lima; Luiz Guilherme Finotti Camargo de Almeida; FlávioTeles; André Falcao Pedrosa Costa

*claraarujo@hotmail.com

Universidade Federal de Alagoas.

INTRODUÇAO: As infecçoes constituem a segunda causa de óbito entre os paciente dialíticos no Brasil e é a primeira responsável pelas internaçoes desse grupo de pacientes. Um importante foco de infecçao é o uso do Cateter de Duplo Lúmen (CDL) em situaçoes de emergência ou em casos de difícil acesso vascular crônico para confecçao de fístulas arteriovenosas.
OBJETIVO: Analisar o índice de infecçao atribuído ao uso de CDL em um serviço de Hemodiálise (HD), bem como avaliar os protocolos utilizados para implementaçao do esquema de antibioticoterapia escolhido.
MÉTODO: Estudo clínico, transversal, prospectivo, através da análise de 58 prontuários de pacientes em uso de CDL em um serviço de HD de uma cidade alagoana.
RESULTADO: Da populaçao geral em HD analisada (305 pacientes), apenas 58 (19%) estavam utilizando CDL como seu meio de diálise, porém a grande maioria desses (81%) usou ou está em tratamento para infecçao com algum esquema antimicrobiano. Dos esquemas utilizados, a maior parte (53%) fez uso de monoterapia com Gentamicina 80mg, seguido por associaçao desta com a Vancomicina 500mg em 21% dos casos. A única droga que nao foi administrada por via endovenos (EV) foi a Amicacina que teve a via intramuscular (IM) como escolha. As posologias das drogas mais utilizadas obedeceram o mesmo padrao (Gentamicina 80mg e Vancomicina 500mg), porém a Ceftriaxona foi empregada em dose dobrada em sua primeira dose, para ataque, em alguns casos. A média de doses administradas de Gentamicina foi de 4 doses, enquanto da associaçao foi de 3 doses.
CONCLUSAO: É de fundamental importância estabelecer protocolos seguros para manuseio do CDL e, diante de infecçao sao necessários protocolos específicos que sejam efetivos tendo em vista a realidade de cada serviço.

 


 

PO: 49643

Problema atual ou do século passado? Intoxicaçao por alumínio em paciente em hemodiálise

Autores: Rodrigo Dias de Meira*; Renata de Almeida França; André de Barros Albuquerque Esteves; Kélcia Rosana da Silva Quadros; Carolina Urbini dos Santos; Patrícia Schincariol; Vanda Jorgetti; Rodrigo Bueno de Oliveira

r.diasdemeira@gmail.com

Universidade Estadual de Campinas.

INTRODUCAO: A intoxicaçao por alumínio (Al) atualmente é vista como uma afecçao incomum desde o advento da osmose reversa (OR) e reduçao do uso de quelantes de fosfato (P) contendo Al. Relatamos um caso de um paciente que teve o diagnóstico de intoxicaçao por Al, mesmo sem ter exposiçao a nenhuma fonte conhecida e documentada de Al.
RELATO DO CASO: S.C.F., masculino, branco, 36 anos, portador de doença renal crônica de etiologia indeterminada. Realizou diálise peritoneal por 2 anos, e há 12 meses está em hemodiálise (HD). Evoluiu com hiperparatireoidismo secundário controlado, com níveis séricos de cálcio de 9,5 mg/dL, p 3,8 mg/dL, fosfatase alcalina 92 U/L e paratormônio de 467 pg/mL, todos dentro dos valores preconizados pelo KDIGO. A dosagem anual de Al sérico foi de 13 mcg/L (valor de referência: < 30mcg/L); as dosagens de Al nas amostras semestrais da água tratada para HD por OR encontravam-se dentro dos valores da normalidade, de acordo com a RDC n° 11 de 13 de março de 2014. Realizou biópsia óssea transilíaca com dupla marcaçao pela tetraciclina devido a protocolo de pesquisa. Nao apresentava quaisquer sinais ou sintomas de intoxicaçao por Al, assim como dores ósseas, fratura patológica ou distúrbio mineral ósseo de difícil controle. O resultado da biópsia revelou osteíte fibrosa com depósitos de Al presentes em 50% das traves ósseas pela coloraçao de solocromo azurine.
DISCUSSAO: A intoxicaçao por Al pode ser desde assintomática até casos com dor óssea, fraqueza, fraturas patológicas, anemia ferropriva refratária, demência, e em casos agudos como encefalopatia por Al. Acredita-se que a principal fonte de intoxicaçao por Al ainda seja a água utilizada na HD; contudo, o uso de medicamentos que contém Al na sua composiçao, especialmente em sua forma intravenosa, quelantes de p a base de Al, ou concentrados polieletrolíticos usados no preparo do dialisato permanecem como possíveis fontes de contaminaçao. Desconhecemos a existência de estudos que avaliem a concentraçao de Al nos concentrados polieletrolíticos para preparo do dialisato.
CONCLUSAO: A intoxicaçao por Al pode ser um diagnóstico com prevalência subestimada em nosso meio. A dosagem isolada do Al sérico e seriada da água tratada para HD nao revelaram indícios para o diagnóstico de intoxicaçao por Al. A biópsia óssea permanece como padrao-áureo para o diagnóstico de intoxicaçao por Al.

 


 

PO: 51721

Qualidade de vida e depressao em cuidadores de pacientes em hemodiálise

Autores: Joao Laerte Alves de Freitas Filho*; Paulo Roberto Santos; Itala Mônica de Sales Santos; Lucas Tadeu Rocha Santos; Filipe Herson Carneiro Rios; Ticianne Pinto Ferreira; Halane Maria Rocha Pinto; Carlos Wellington Machado Melo

jlaerte1@hotmail.com

Universidade Federal do Ceará.

INTRODUÇAO: Cuidadores de pacientes com doenças crônicas sao expostos a estressores equivalentes ou até mesmo mais intensos do que aqueles vivenciados por pacientes. Entretanto, há menos estudos acerca da prevalência de depressao e nível de qualidade de vida (QV) entre os cuidadores do que entre os pacientes.
OBJETIVO: Avaliar prevalência de depressao e nível de QV em cuidadores de pacientes com doença renal crônica (DRC) mantidos em hemodiálise (HD).
MÉTODO: A amostra foi formada por cuidadores de 107 pacientes com DRC mantidos em HD que identificaram um cuidador principal responsável por cuidados diários. A presença de depressao foi avaliada pela Escala de Depressao do Center for Epidemiologic Studies (CES-D). Essa escala é composta de 20 itens que avaliam a presença e persistência de sintomas depressivos gerando escore de 0 a 60. Escore maior ou igual a 16 classifica depressao. Foi utilizado o questionário SF-36 para avaliaçao da QV. Esse instrumento contém 36 itens e gera escores de 0 (pior resultado) a 100 (melhor resultado) referentes a 8 dimensoes de QV: capacidade funcional (CF), limitaçao por aspectos físicos (LAF), dor física (DF), estado geral de saúde (EGS), vitalidade (VIT), aspectos sociais (AS), aspectos emocionais (AE) e saúde mental (SM).
RESULTADOS: A amostra de cuidadores era formada por 26 (24,3%) homens e 81 (75,7%) mulheres, com idade média de 42,2 anos, sendo as seguintes relaçoes dos cuidadores com os pacientes: 45 (42,0%) filhos/filhas, 27 (25,2%) cônjuges, 14 (13,0%) pais/maes e os restantes distribuídos entre amigos, nora ou genro, irmaos, primos, sobrinho, neto, cunhado, vizinho e empregado. A prevalência de depressao foi de 71,9%. Os escores médios referentes às dimensoes de QV foram os seguintes: 74,2 para CF; 48,3 para LAF; 68,1 para DF; 67,7 para EGS; 64,3 para VIT; 47,9 para AS; 48,0 para AE e 67,6 para SM.
CONCLUSAO: A prevalência de depressao entre cuidadores é maior do que a usualmente encontrada entre pacientes em HD. Os aspectos sociais e emocionais da qualidade de vida sao os mais rebaixados entre os cuidadores.

 


 

PO: 51975

Qualidade de vida em pacientes com distúrbio mineral e ósseo em tratamento hemodialítico em Bragança Paulista – SP

Autores: Tamíris Ferreira de Moura; Marina Mendes Rodrigues; Alexandre de Toledo Arrebola*; Luana Gabriele Sampaio Pimpao; Adao Aparecido Canedo de Oliveira

alexandrearrebola@gmail.com

USF

INTRODUÇAO: O tratamento hemodialítico é responsável por alteraçoes significativas na qualidade de vida dos pacientes com doença renal crônica (DRC), gerando interferências no convívio social e desequilíbrios psicológicos. Pacientes com DRC e distúrbio mineral ósseo (DMO) frequentemente sofrem com dores ósseas, uma das principais consequências dessa associaçao, podendo repercutir de forma negativa na qualidade de vida desse grupo de pacientes.
OBJETIVOS: Avaliar a qualidade de vida dos pacientes renais crônicos submetidos à hemodiálise, comparados àqueles com DRC e DMO, identificando os aspectos físicos mais comprometidos.
MÉTODO: Trata-se de um estudo descritivo, transversal e quantitativo, realizado em uma clínica de hemodiálise em Bragança Paulista, SP. Aplicou-se o instrumento genérico de avaliaçao de qualidade de vida SF-36, bem como a coleta de dados de identificaçao e exames laboratoriais. Foram analisados os domínios que tratam dos aspectos físicos. Transformou-se o valor da questao em notas que variam de 0 a 100, sendo 0 o pior estado e 100 o melhor. Os resultados numéricos foram distribuídos em quartis (0 a 25, de 26 a 50, de 51 a 75 e de 76 a 100) para melhor interpretaçao.
RESULTADOS: Foram estudados 40 pacientes entre 32 a 84 anos de idade, sendo 50% do sexo masculino. Constatou-se que 25% dos pacientes apresentaram DMO. Quanto à capacidade funcional, 40% dos pacientes com DMO encaixaram-se no quartil de 0-25, contra 37% dos pacientes sem DMO para este mesmo parâmetro. No domínio limitaçao por aspectos físicos, 60% dos pacientes com DMO apresentaram escore de 0 a 25 contra 57% dos pacientes sem DMO. A avaliaçao da dor apresentou a maior diferença entre os grupos, de modo que 50% dos pacientes com DMO encaixaram-se nos dois piores quartis, isto é, pontuaçao entre 0 e 50, enquanto 70% dos pacientes sem DMO se encaixaram nos dois melhores quartis (51-100).
CONCLUSAO: A populaçao estudada apresentou comprometimento em vários domínios analisados, sendo que a limitaçao por aspectos físicos se destacou como parâmetro em que a maioria dos pacientes respondeu negativamente, tanto nos pacientes com DMO quanto os sem este distúrbio. Os pacientes sem DMO apresentaram valores discretamente melhores.

 


 

PO: 50447

Qualidade de vida em pessoas com doença renal crônica em hemodiálise: um estudo de enfermagem

Autores: Tatiane Barbosa Soares Silva*; Sara Rebeca de Oliveira Lessa; Ingrid Mello Barato; Andréia Pessoa da Cruz; Analu Pedrosa de Souza Quirino

tatisoares22@yahoo.com.br

UFPE/Hospital Das Clínicas.

INTRODUÇAO: Os pacientes com doença renal crônica submetidos a tratamento dialítico sofrem impacto em sua qualidade de vida, devido aos seus aspectos progressivos e debilitantes, desenvolvendo incapacidades ao longo da terapia e apresentando alto índice de mortalidade.
OBJETIVO: Avaliar a qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) dos portadores de DRC em hemodiálise (HD) segundo o Kidney Disease and Quality of Life Short Form (KDQOL-SF) em uma clínica privada no município de Belém, Pará.
MÉTODO: Trata-se de um estudo transversal, do tipo descritivo e de abordagem quantitativa, participaram desta pesquisa 37 pacientes. A coleta de dados foi realizada de maio a julho de 2014, sendo aplicado dois questionários, um instrumento KDQOL-SF e um clínico-demográfico com as variáveis a idade, sexo, estado civil, escolaridade, procedência, tempo no tratamento e morbidades referidas em uma clínica privada no município de Belém, Pará. E foi submetido e aprovado pelo Comitê de ética sob parecer n° 653.404.
RESULTADOS: Os valores dos escores dos domínios referentes à QVRS em ordem crescente foram: condiçao de trabalho (31,0 ± 39,1), limitaçoes causadas por problemas da saúde física (45,9 ± 36,0), sobrecarga imposta pela doença renal (47,2 ± 32,0), percepçoes da saúde geral (55,8 ± 22,0), funcionamento físico (56,3 ± 28,8), vitalidade (65,5 ± 23,5), limitaçoes causadas por problemas da saúde emocional (67,2 ± 45,1), efeitos da doença renal sobre a vida diária (68,8 ± 21,1), funcionamento social (73,4 ± 28,0), sono (74,1 ± 13,1), saúde mental (74,9 ± 19,3), dor (76,1 ± 24,4), satisfaçao do paciente (78,8 ± 28,7), sintomas/problemas (79,4 ± 31,1), qualidade das interaçoes sociais (82,9 ± 19,2), suporte social (86,4 ± 13,5), funçao cognitiva (87,0 ± 12,8), funçao sexual (91,6 ± 11,0), estímulo da equipe de diálise (92,5 ± 11,1). Houve correlaçao negativa com significância estatística entre a variável Idade e o domínio Funcionamento físico, e correlaçao positiva, com significância umoestatística entre Idade e Limitaçoes causadas por problemas da saúde emocional.
CONCLUSAO: O trabalho demonstrou de maneira generalizada que a QVRS dos pacientes com DRC apresenta uma reduçao significativa, o que confirma a hipótese de que as pessoas com DRC em HD apresentam qualidade de vida diminuída, devido às consequências da doença e de seu tratamento.

 


 

PO: 51610

Rastreio de depressao geriátrica em paciente submetidos ao tratamento de hemodiálise

Autores: Filipe Herson Carneiro Rios*; Catarine Cavalcante Ary; Tallys de Souza Furtado; Everton Alencar Moura; Lucas Tadeu Rocha Santos; Samuel Sampaio Alcântara; Joao Laerte Alves de Freitas Filho; Luiz Derwal Salles Júnior

Filipi_Rios@hotmail.com

Universidade Federal do Ceará.

INTRODUÇAO: A depressao em idosos caracteriza-se por alto grau de sofrimento, morbidade e mortalidade elevadas e prognóstico desfavorável associado à diminuiçao da qualidade de vida. É evidente que nao é possível considerar a depressao no idoso uma simples consequência “natural” do envelhecimento, mas um problema de saúde pública que nos leva a pensar na importância de se identificar grupos de risco.
OBJETIVO: Rastrear depressao geriátrica em paciente submetidos ao tratamento de hemodiálise em hospital de referência da regiao Norte do Ceará.
MÉTODO: Estudo seccional: analítico, de observaçao e transversal, realizado no prazo de uma semana e englobando os três turnos (manha, tarde e noite) de hemodiálise. Foram incluídos os pacientes com idade igual ou superior a 65 anos, e excluídos aqueles que possuíam idade inferior a 65 anos, demência, transtornos psiquiátricos, afasia, disartria, disfonia e/ou surdez. Foram coletados dados referentes à idade, ao sexo e estado civil. Foi questionado a existência de um ajudante principal para realizar as atividades diárias. Aplicou-se a Escala de Depressao Geriátrica de Yesavage versao curta, dividindo os pacientes em três categorias: Sem Depressao (0-5 pontos), Depressao Ligeira (6-10 pontos) e Depressao Grave (11-15 pontos).
RESULTADOS: Foram entrevistados 76 idosos. Quanto ao sexo, houve predomínio masculino (71%) sobre o feminino (29%). A faixa etária dominante foi de 65-74 anos (63%), enquanto as idades de 7584 anos e maiores ou igual a 85 anos representaram 30% e 7%, respectivamente. Quanto ao estado civil, a maioria dos entrevistados eram casados (74%). Dezesseis idosos relataram nao necessitar de ajuda diária, enquanto 60 idosos referiram ajuda diária da esposa (45%), dos filhos (44%), de outro familiar (8%) e de uma secretária contratada (3%). Quanto à pontuaçao da escala de depressao, revelou-se importante expressao da categoria Depressao Ligeira, assumindo 46% do total de idosos entrevistados. Cinquenta por cento enquadrou-se na categoria Sem Depressao, e 4% na categoria Depressao Grave.
CONCLUSAO: O presente estudo revela a importância da depressao entre os pacientes idosos em tratamento de hemodiálise. O rastreio precoce entra como uma importante ferramenta na promoçao de qualidade de vida, visto que a presença de sintomatologia depressiva pode alterar o prognóstico e a adesao ao tratamento, comprometendo a integridade física e emocional do idoso.

 


 

PO: 51929

Relato de caso de neurotoxicidade atribuída ao uso de cefepime em criança com doença renal crônica em hemodiálise

Autores: Bruno Guardia de Barros*; Emerson Quintino de Lima; Rodrigo José Ramalho; Ana Carolina Nakamura Tome; Tais Huehara; Murilo Cassiano Morelli; Antonio Tibério Fernandes Lack; Mario Abbud Filho

brunocrb@hotmail.com

Faculdade de Medicina de Sao José do Rio Preto.

Cefepime é um antibiótico associado a alteraçoes neurológicas, particularmente em pacientes adultos portadores de insuficiência renal, pois cerca de 85% da droga é excretada de forma inalterada pelos rins. O objetivo deste trabalho é descrever o caso de uma criança portadora de insuficiência renal crônica em diálise com quadro de neurotoxicidade atribuído ao cefepime. Paciente feminina, 5 anos, 16 kg, em hemodiálise diária há 6 meses através de cateter de longa permanência em veia jugular interna direita, iniciou quadro de tosse seca evoluindo com febre e bacteremia durante sessao de hemodiálise. Foram prescritos ceftazidima e vancomicina empiricamente. Os exames laboratoriais iniciais nao mostravam alteraçoes significativas. Nos dias subseqüentes, a paciente apresentou os mesmos sintomas e o hemograma apresentava: Hb 8,7 g/dL, Ht 25,5%, Leucócitos 1170/mm3 (Seg 24,3%, Eos 0,6%, Baso 1,1%, Linfo 66,7%, Mono 7,3%), Plaquetas 112.00/mm3. A paciente foi internada pela equipe da Pediatria que manteve a vancomicina e trocou a ceftazidima por cefepime (inadvertidamente com doses nao ajustadas para funçao renal) conforme protocolo de neutropenia febril da instituiçao. Após 1 dia de uso destas drogas evoluiu com rebaixamento do nível de consciência progressivo. Neste momento as doses dos antibióticos foram ajustadas para funçao renal. Realizou eletroencefalograma (EEG) no terceiro dia de uso de cefepime que demonstrou desorganizaçao difusa da atividade elétrica cerebral com a presença de pontas-ondas entremeadas a pontas isoladas, difusas e sincronadas, durante todo o exame, compatível com estado de mal convulsivo. Paciente evoluiu em coma com necessidade de ventilaçao mecânica. Após resultado do EEG o cefepime foi suspenso e ocorreu melhora progressiva do nível de consciência. O resultado do PCR para vírus da influenza A (H1N1) revelou-se positivo após 4 dias da internaçao. O cefepime é um antibiótico amplamente utilizado e na literatura sao descritos apenas dois casos de encefalopatia atribuída ao uso de cefepime na faixa etária pediátrica. O ajuste da dose e sua potencial neurotoxicidade devem ser levadas em consideraçao na prescriçao desta droga na populaçao pediátrica.

 


 

PO: 50692

Relato de dois casos de pacientes em diálise peritoneal com peritonite esclerosante encapsulante

Autores: Milena Corrêa do Espirito Santo*; Jacqueline Fonseca; Elias Warrak; Jorge Paulo Strogoff de Matos; Ana Maria Ribeiro Santos; Jocemir Ronaldo Lugon; Suzana Greffin; Valentine de Almeida Costa de Castro Lima

milenasanto@hotmail.com

Hospital Universitário Antônio Pedro.

A peritonite esclerosante encapsulante (PEE) é uma doença rara que pode ocorrer em pacientes em diálise peritoneal (DP). Trata-se de doença de diagnóstico difícil e prognóstico reservado. Quanto mais precoce for o diagnóstico e início de tratamento, maior a probabilidade de evoluçao favorável. Dois pacientes foram acompanhados no HUAP. Ambos haviam sido submetidos à DP e evoluíram com PEE. Nos 2 casos, o diagnóstico se deu tardiamente e com evoluçao para o óbito. SPS, 55 anos, submetido à ulcerorrafia em 1998. Submetido à DP de 2009 a 2013, apresentou peritonite grave em 2013. Início de sintomas sugestivos de PEE 7 meses após troca de modalidade de tratamento dialítico. Foi tratado com esteroides sem resposta clínica e submetido à cirurgia em 2014. Evoluiu com sepse abdominal e óbito. EJS, 50 anos, submetido à gastroenteroanastomose para tratamento de úlcera duodenal em 2003. Esteve em tratamento com DP de 2007 a 2014, período no qual apresentou 2 episódios de peritonite. Início de sintomas sugestivos de PEE em 2013. Em decorrência de quadro de obstruçao intestinal que impossibilitava sua alimentaçao ocasionando desnutriçao grave, foi submetido à cirurgia em 2015. No pós-operatório imediato, evoluiu com fístulas intestinais, infecçao e óbito. Os relatos elucidam a importância de ampla divulgaçao desta entidade potencialmente grave. Nos dois casos, os pacientes tinham história de cirurgia abdominal prévia e episódios de peritonite bacteriana enquanto em DP. Os nefrologistas devem estar atentos para essa possibilidade diagnóstica de forma a permitir um diagnóstico precoce e adoçao de medidas preventivas e tratamento precoce, apesar da falta de familiaridade dos profissionais da área de imagem com essa entidade e da falta de consenso sobre a melhor modalidade terapêutica.

 


 

PO: 50491

Reuso e dialisadores de uso único: análise comparativa sobre parâmetros de qualidade da hemodiálise

Autores: Beatriz Oliveira Neri; Márcia Tereza Silva Martins; Paulo Benigno Pena Baptista; Paulo César Almeida; Halanna Carneiro Guimaraes Bastos; Joseneide Santos Queiroz; Cintia Santos Almeida; Isis Gonçalves Barreto

marjulia2000@uol.com.br

Hospital Sao Rafael.

INTRODUÇAO: O reuso de dialisadores para Hemodiálise de Manutençao (HDM) surgiu no início nos anos 60 por motivos econômicos e ainda é utilizado largamente em países em desenvolvimento, pelos menores custo e produçao de materiais para descarte. No entanto, alguns estudos vêm trazendo como hipótese a reduçao da eficiência e qualidade da terapia dialítica com a prática do reuso.
OBJETIVO: Fazer análise comparativa dos indicadores de qualidade da HDM: albumina, Kt/V de uréia (Kt/V) e Hemoglobina (Hb) entre dois períodos: com e sem reutilizaçao dos dialisadores.
MÉTODOS: Estudo retrospectivo, com análise de dados de prontuários de pacientes sob HDM em uma instituiçao filantrópica na Bahia, em dois períodos: março a novembro de 2013 (período 1: utilizaçao de capilares de uso único) e março a novembro de 2014 (período 2: utilizaçao de capilares reprocessados).Os indicadores de qualidade da HDM avaliados foram a média dos valores obtidos mensalmente do Kt/V, Hb e albumina de cada período, com tais variáveis sendo analisadas utilizando-se o teste de Wilcoxon. Os valores de referência considerados para os indicadores descritos no estudo, foram respectivamente 1,4, > 3,5mg/dL e > 11mg/dL.
RESULTADOS: Foram analisados um total de 44 pacientes. Observou-se que o indicador Kt/V de uréia foi maior no período com reutilizaçao dos dialisadores e esse resultado foi estatisticamente significante (1,30 ± 0,44 vs.. 1,24 ± 0,16; p < 0.009), assim como os valores de albumina (3,89 ± 0,27 com reutilizaçao vs.. 3,77 ± 0,32 sem reutilizaçao; p < 0,026). Este resultado sobre o valor da albumina, melhor com a prática do reuso é ponderado se dever possivelmente à formaçao de uma membrana secundária formada por proteínas e fibrinas na membrana do dialisador com a consequente reduçao dos seus poros, sem modificaçao pelo esterilizante do reuso, diminuindo assim a perda proteica intradiálise. As médias dos valores de Hb foram maiores no período sem reuso dos dialisadores, porém nao houve significância estatística(11,69 ± 0,94 vs.. 11,82 ± 1,36; p < 0,076).
CONCLUSAO: Com relaçao à qualidade da hemodiálise, este estudo mostrou resultados semelhantes e até mesmo superiores dos parâmetros de qualidade (Kt/V de uréia, albumina e Hb) com a utilizaçao do reuso quando comparados com dialisadores de uso único. Porém, por se tratar de um estudo de caráter retrospectivo e observacional, existiram limitaçoes metodológicas que nao permitiram maiores conclusoes, sendo necessários futuros estudos prospectivos e randomizados.

 


 

PO: 47434

Satisfaçao dos pacientes com a técnica de Buttonhole

Autores: Dejanilton Melo da Silva*; Jonas Lírio Gurgel; Cristina Lavoyer Escudeiro; Helen Campos Ferreira; Rose Mary Rosa Costa Andrade Silva; Eliane Ramos Pereira

demedasi0@gmail.com

Hospital Federal dos Servidores do Estado.

A técnica ideal para punçao da fístula arteriovenosa (FAV) nos pacientes em programa de hemodiálise (HD) crônica ainda nao foi estabelecida no Brasil. No entanto, a técnica de canulaçao mais usada é a ropeladder. Para a sua efetivaçao, faz-se uma punçao venosa em novo sítio, com uso de agulhas cortantes, a cada sessao de diálise. Porém, está associada à formaçao de aneurismas e estenoses por trauma repetitivo no endotélio, cuja progressao compromete a longevidade do acesso vascular. Recentemente, uma técnica alternativa vem sendo encorajada por estar associada a menores complicaçoes ao paciente em hemodiálise por fazer uso de agulhas rombas (cegas), introduzidas em um túnel estabelecido previamente a partir da punçao em mesmo local, por cerca de dez canulaçoes, fazendo uso de agulha cortante. A literatura aponta para diversos benefícios da técnica de botoeira em detrimento da tradicional, como: menor sensaçao de dor durante a canulaçao; maior facilidade na inserçao das agulhas no sítio de canulaçao; possibilidade de autopunçao; e menor probabilidade de desenvolvimento de hematoma. Considerando as altas taxas de prevalência e incidência de doença renal crônica (DRC) no Brasil e, portanto, do número cada vez maior de pacientes que dependem da hemodiálise para sobreviver, se faz necessário investigar as novas possibilidades terapêuticas considerando a preservaçao da autonomia e do bem-estar dos pacientes dependentes delas. Foi realizado um estudo descritivo e exploratório que objetivou investigar os benefícios da técnica de botoeira para canulaçao de fístula arteriovenosa, durante hemodiálise, na percepçao de pacientes submetidos a ela. Foram realizadas entrevistas com quinze pacientes de uma clínica de hemodiálise, após parecer favorável do Comitê de Ética e Pesquisa da UFF sob o número 531.731. Todos pacientes foram orientados quanto aos objetivos do estudo e receberam o TCLE. Identificamos quatro temáticas a partir da análise de conteúdo: Dor; Segurança e Qualidade; Estética; e Bem-estar. A técnica de botoeira veio contribuir de forma satisfatória e significativa na qualidade de vida dos pacientes. Eles associaram essa técnica ao baixo nível de dor; à segurança e qualidade de vida. Esses resultados apontam para a importância da valorizaçao da opiniao e participaçao do sujeito na escolha de seu tratamento.

 


 

PO: 50562

Sobrevida livre de disfunçao e infecçao: catéter tunelizado vs. de curta permanência

Autores: Natan Paulo Alves de França*; Eloyse Fernandes Leitao; Dayane Basílio Vasconcelos; Arnon Farias Campos; José Dagmar Vaz; Paulo Celso Carrera; Maria Carolina Santa Rita Lacerda; Rodrigo Peixoto Campos

natan_paulo@yahoo.com.br

UFAL.

INTRODUÇAO: apesar da conhecida superioridade da fístula arteriovenosa (FAV) e do uso de próteses vasculares como acesso vascular para hemodiálise, a prevalência do uso de catéteres parece estar em crescimento. De acordo com os censos anuais da Sociedade Brasileira de Nefrologia, a prevalência do uso de catéteres vem aumentando, chegando a 16,6% em 2014. Com o aumento da prevalência de pacientes diabéticos, idosos e do sexo feminino, a chance de sucesso com a criaçao da fistula arteriovenosa vem diminuindo. Além de ofertar uma melhor adequacidade dialítica em relaçao ao de curta permanência, o catéter tunelizado pode ofertar um maior tempo para preparaçao de um acesso definitivo como uma FAV devido a um menor risco de disfunçao e infecçao. A partir de 2011, instituímos em nosso serviço de hemodiálise o implante de catéter tunelizado.
OBJETIVO: analisar a sobrevida livre de disfunçao e infecçao do catéter tunelizado comparativamente ao catéter de curta permanência nos primeiros 90 dias de uso.
MÉTODO: estudo observacional prospectivo, envolvendo pacientes que implantaram cateter entre 01/01/2011 até 31/12/2015. Foram excluídos aqueles catéteres implantados que nao ofertaram fluxo na primeira sessao de hemodiálise. Tanto pacientes com doença renal crônica, quanto com lesao renal aguda foram incluídos. As taxas combinadas de disfunçao e infecçao (evento por 1000 catéter-dias) foram comparadas usando o teste de log-rank. A análise das variáveis qualitativas foi realizada usando a tabela de contigência. Sobrevida livre de disfunçao e infecçao foi analisada usando o método de Kaplan-Meier e o teste de log-rank. Um valor de p < 0,05 foi considerado significativo.
RESULTADOS: foram implantados 852 catéteres, mas 23 foram excluídos. Foram analisados 829 catéteres (25925 cateter-dias; curta permanência 90,8%; 55,7% veia jugular). Foram observados 185 (24,6%) eventos combinado nos catéteres de curta permanência e 14 (18,4%) nos tunelizados (p = 0,22). Entretanto, a taxa combinada de disfunçao e infecçao relacionada ao catéter de curta permanência foi de 8,4 por 1000 cateter-dias e de apenas de 3,0 por 1000 catéter-dias nos catéteres tunelizados (p < 0,0001). A sobrevida livre de disfunçao e infecçao em 90 dias foi significativamente maior no grupo de cateter tunelizado em relaçao ao de curta permanência (p < 0,0001).
CONCLUSAO: no nosso serviço, o catéter tunelizado oferece maior sobrevida livre de disfunçao e infecçao.

 


 

PO: 51665

Software com foco em gerenciamento clínico em hemodiálise: impacto em mortalidade e indicadores de qualidade.

Autores: Rogério Carvalho de Oliveira*; Luis Cuadrado Martin; Vanessa Burgugi Banin; Luis Gustavo Modelli de Andrade

rogerol2233@gmail.com

Faculdade De Medicina De Botucatu/UNESP

INTRODUÇAO: as unidades de diálise deparam-se com uma demanda crescente de portadores de doença renal crônica com necessidade de tratamento renal substitutivo. Neste cenário, uma quantidade massiva de dados clínicos e laboratoriais é gerada diariamente. Há diretrizes e incentivos financeiros internacionais que compelem as unidades à captura, armazenamento, análise e divulgaçao desses dados na forma de indicadores de qualidade assistencial o que requer habitualmente o uso de sistemas informatizados. Os sistemas de informaçao em saúde, todavia, têm sido foco de questionamento acerca da usabilidade e interoperabilidade. Há ainda, controvérsias quanto à capacidade na reduçao de mortalidade ou melhora em indicadores clínico-laboratoriais e à pouca participaçao de profissionais da saúde no desenvolvimento ou manutençao dessas tecnologias.
OBJETIVO: descrever a implantaçao de um sistema desenvolvido localmente, com a participaçao de profissionais da saúde e avaliar o comportamento de indicadores de qualidade em associaçao à métrica de seu uso.
MATERIAL E MÉTODOS: foi mensurada a intensidade do uso do programa computacional e sua associaçao com mortalidade, internaçoes e em indicadores laboratoriais no período de agosto de 2008 à agosto de 2015 em uma coorte de pacientes incidentes que estiveram em hemodiálise por mais de 90 dias.
RESULTADOS: a coorte retrospectiva foi composta por 314 pacientes com idade superior a 18 anos que iniciaram a diálise entre 2008 e 2015 e sobreviveram por mais de 90 dias. Em análise multivariada, o maior uso da ferramenta computacional nas avaliaçoes mensais de rotina associou-se à uma maior sobrevida total Hazard-ratio 0,183(IC 0,036-0,939) p = 0,042 e a maior tempo livre até a primeira internaçao Hazard-Ratio 0,362(IC 0,133-0,986) p = 0,047. Observou-se que houve melhora progressiva dos níveis de hemoglobina, albumina e hormônio da paratireóide. A frequência de internaçoes também apresentou decréscimo.
CONCLUSAO: este trabalho buscou prover informaçao adicional e contribuir para a comunidade médica e científica fornecendo subsídios para um entendimento das dificuldades no ambiente de diálise.Dentre elas o foco administrativo-financeiro presente em tais tecnologias em detrimento de funcionalidades para gestao clínica. Com isso, mostra-se que ocorreu reduçao de mortalidade, reduçao do tempo livre de internaçao, aumento dos níveis de hemoglobina, aumento da albumina associadas à intensidade do uso da ferramenta computacional.

 


 

PO: 50551

Superioridade da sobrevida dos catéteres em veias jugulares; análise de 753 catéteres

Autores: Natan Paulo Alves de França*; Elouyse Fernandes Leitao; Arnon Farias Campos; José Dagmar Vaz; Paulo Celso Carrera; Maria Carolina Santa Rita Lacerda; Rodrigo Peixoto Campos

natan_paulo@yahoo.com.br

UFAL.

INTRODUÇAO: o uso de catéter de curta permanência se faz necessário como acesso vascular para realizaçao de terapias renais substitutivas intermitentes ou contínuas em pacientes com lesao renal aguda ou naqueles com doença renal crônica em estágio 5 que ainda nao possuem um acesso definitivo. É conhecido que o implante em veia jugular direita diminuiria o risco de complicaçoes perioperatórias e risco de desenvolvimento de estenose em veias centrais. Entretanto, já foi questionado se o risco de infecçao e disfunçao seria reduzido em relaçao aos catéteres implantados em veias subclávias e femorais.
OBJETIVO: analisar a sobrevida livre de disfunçao e infecçao de catéteres de curta permanência em veias jugulares comparativamente aos catéteres em subclávias e femorais nos primeiros 30 dias de uso.
MÉTODO: estudo observacional prospectivo, envolvendo pacientes que implantaram cateter entre 01/01/2011 até 31/12/2015. Foram excluídos aqueles catéteres implantados que nao ofertaram fluxo na primeira sessao de hemodiálise. Tanto pacientes com doença renal crônica, quanto com lesao renal aguda foram incluídos. As taxas de disfunçao e infecçao combinadas (evento por 1000 cateter-dias) foram comparadas usando o teste de log-rank. A análise das variáveis qualitativas foi realizada usando a tabela de contigência. Sobrevida livre de disfunçao e infecçao foi analisada usando o método de Kaplan-Meier e o teste de log-rank. Um valor de p < 0,05 foi considerado significativo.
RESULTADOS: foram implantados 775 catéteres, mas 22 foram excluídos. Foram analisados 753 catéteres (12394 cateter-dias; veias jugulares 55,5%; veias femorais 37%). Foram observados 67 (16%) eventos combinados para os catéteres em veia jugular, 15 (26,8%) em veia subclávia e 64 (23%) em veia femoral (p = 0,026). A taxa combinada de disfunçao e infecçao relacionada aos catéteres em veia jugular foi de 8,1 por 1000 cateter-dias, 14,7 para subclávia e de 20,5 para a femoral (p < 0,0001). A sobrevida livre de disfunçao e infecçao relacionada ao catéter em 30 dias foi significativamente maior no grupo de catéteres em veia jugular em comparaçao aos de veia subclávia e femoral (p < 0,0001).
CONCLUSAO: o catéter de curta permanência em veia jugular oferece maior sobrevida livre de disfunçao e infecçao nos primeiros 30 dias de uso.

 


 

PO: 51768

Surto de infecçao de corrente sanguínea associada a cateter por Elizabethkingia em centro de diálise

Autores: Luis Felipe Cintra Pereira; Maria Cláudia Cruz Andreoli; Adriano Luiz Ammirati; Nadia Karina Guimaraes de Souza; Thais Nemoto Matsui; Fabiana Carneiro Lins Sobral; Alessandra Correa Pereira*; Bento Fortunato Cardoso dos Santos

alessandracorreap@gmail.com

Hospital Israelita Albert Einstein.

Bactérias multirresistentes sao cada vez mais comuns em centros de assistência à saúde e hoje sao foco de preocupaçao mundial devido a dificuldade crescente no tratamento de infecçoes causadas por esses microorganismos. De Janeiro à Março de 2016, foram detectados três casos de infecçao de corrente sanguínea associada a cateter central (ICSAC) tunelizado pela bactéria gram-negativa Elizabethkingia em um Centro de Diálise intra-hospitalar com baixo índice de ICSAC (0,5% entre 2014 e 2015). Esta bactéria está associada a infecçoes nosocomiais graves, com alta resistência antimicrobiana, e com perfil de sensibilidade ainda pouco conhecido, apesar de relatos de surtos cada vez frequentes na literatura. O objetivo é descrever surto com três casos de ICSAC por bactéria gram-negativa, realizar revisao de literatura sobre esse microorganismo, bem como descrever o perfil de sensibilidade encontrado em nosso serviço. No início de 2016, 03 pacientes em programa crônico de hemodiálise apresentaram bacteremia durante a sessao. Coletado culturas e iniciado antibiótico conforme o perfil de infecçao do nosso serviço. Nos três casos foi isolado microorganismo em hemocultura periférica com diferença de crescimento maior que duas horas em relaçao à hemocultura coletada no cateter (método MALD-TOF). Em 02 casos houve crescimento de Elisabethkingia miricola e um caso Elisabethkingia meningoseptica. Destacaram-se no antibiograma dos 03 pacientes sensibilidade apenas ao Levofloxacino e Sulfametozaxol-trimetropim, com resistência aos outros antibióticos testados. Optou-se por troca do cateter central associado a antibioticoterapia por 14 dias em todos os pacientes. O paciente com Elizabethkingia meningoseptica e um com Elizabethkingia miricola foram tratados com Levofloxacino. No outro caso foi optado por tratamento com Sulfametoxazol-trimetropin. Nenhum paciente evoluiu com infecçao complicada e os três obtiveram boa evoluçao com a terapia realizada. Em dois pacientes foi confeccionada fístula arteriovenosa. Foi investigado, porém nao encontrado fonte do surto. As medidas de prevençao de ICSAC foram revistas e reforçadas. A ICSAC é uma complicaçao comum em pacientes em programa de diálise. O reconhecimento precoce do evento, bem como o isolamento em cultura e tratamento baseado em antibiograma sao fundamentais para o sucesso do tratamento, evidenciado pelo ótimo desfecho nos três pacientes, que nao tiveram nenhuma complicaçao grave associada à infecçao.

 


 

PO: 51883

Terapia renal substitutiva em idosos na Regiao Agreste de Pernambuco

Autores: Juliana Guedes Silva*; Kaique Leal Campos; Matheus Soares de Araújo; Ana Clara Sá Leitao Camaroti Carneiro; José Igor da Silva Batista; Milena de Deus Camelo e Silva; Rodrigo Alves de Oliveira

jujuh0819guedes@gmail.com

Universidade Federal de Pernambuco.

INTRODUÇAO: O envelhecimento progressivo da populaçao em todo mundo tem levado ao aumento da prevalência de doenças crônicas, incluindo a doença renal crônica em fase dialítica que está associada a uma maior morbidade e mortalidade que em pacientes mais jovens.
OBJETIVO: Traçar um perfil epidemiológico dos pacientes idosos em Terapia Renal Substitutiva (TRS) no município de Caruaru no agreste do estado de Pernambuco, comparando-os com os demais pacientes.
METODOLOGIA: Foi realizado um estudo analítico-comparativo, transversal, baseado na análise de dados em 314 prontuários médicos, dos quais 22 foram excluídos por falta de dados, totalizando 292 prontuários selecionados. Os dados foram analisados com auxílio do Software Microsoft Excel. As variáveis analisadas foram sexo, idade, tempo médio de TRS, níveis de paratormônio (PTH), ferritina e albumina. Os pacientes foram entao, divididos em grupos de acordo com a faixa etária para a comparaçao das variáveis.
RESULTADOS: Observamos que, no grupo analisado, os pacientes acima de 65 anos constituem 20% (n = 61), com idade média de 72 ± 5 do total, sendo 15,48% (n = 46) homens. O tempo médio de terapia dialítica, neste grupo, foi de 30 ± 25,7 meses. Os parâmetros laboratoriais foram: PTH 348,3 ± 523,1; ferritina 380 ± 1015,5; albumina 4,0 ± 0,8. Na amostra descrita, 34,4% (n = 21) e 24,6% (n = 15) tiveram níveis de PTH e ferritina acima do normal, enquanto 24,6% (n = 15) apresentaram de albumina abaixo do esperado. Quando comparados com a populaçao entre 18 e 64 anos (PTH 612 ± 737,34; ferritina 335,67 ± 430,09; albumina 4 ± 0,8), o hiperparatireoidismo foi mais comum em jovens, assim como o aumento da ferritina sérica, com uma diferença estatisticamente significativa (p < 0,05). Entretanto, nao houve diferença estatisticamente significativa para a albumina (p > 0,05)
CONCLUSAO: A DRC está associada a alteraçoes nos valores laboratoriais de PTH, ferritina e albumina, relacionadas a um pior prognóstico, como doença óssea metabólica, estresse oxidativo e desnutriçao energético-proteica, respectivamente. Tais desfechos tendem a ser mais prevalentes em pacientes mais velhos. Na amostra analisada, porém, o PTH esteve mais elevado em pacientes mais jovens. A ferritina, por outro lado, esteve mais elevada na populaçao acima de 65 anos, o que aponta para um status inflamatório resultante da TRS mais comum nesta populaçao.

 


 

PO: 50485

Tratamento endovascular de acessos para hemodiálise

Autores: Gerson Marques Pereira Júnior; Nathalia Gomes Kunzmann*; Antonio Carlos Mansur Bedeti; Carlos Rafael de Almeida Felipe; André de Souza Alvarenga; Soraia Cristina Cantini

naty_gk@hotmail.com

Santa Casa de Belo Horizonte.

A disfunçao de acessos vasculares é uma das principais causas de morbimortalidade em pacientes dialíticos. A abordagem endovascular é o tratamento de escolha em muitos casos, proporcionando maior longevidade dos acessos vasculares definitivos, reduzindo a necessidade de cateteres de hemodiálise e de intervençoes cirúrgicas mais complexas. Este estudo trata-se de série de casos em que se descrevem os resultados de pacientes submetidos a procedimento endovascular diagnóstico e terapêutico, devido à disfunçao de fístula arteriovenosa para hemodiálise, no período de outubro de 2013 a março de 2016. A média de idade dos pacientes tratados foi de 55,5 anos, com tempo médio de diálise de 6,6 anos, sendo 61% do sexo masculino, 44,0% diabéticos, 17,0% tabagistas, 35,6% dislipidemicos e 83,0% hipertensos. Até a data da realizaçao do procedimento, cada paciente havia perdido em média 4,5 acessos vasculares. Foram realizadas 68 angioplastias: 14 em decorrência de trombose de corpo da fístula; 34 por estenose; 11 pacientes com estenose de veia subclávia com edema do membro superior ipsilateral. Houve necessidade de reintervençao em 07 pacientes em decorrência de reestenose e dois pacientes tiveram novas fístulas confeccionadas, que evoluíram com estenose. Foi considerado sucesso o retorno da utilizaçao do acesso tratado para realizaçao de hemodiálise, sem necessidade de implante de cateter. Sucesso foi obtido em 84,8% dos casos. Durante o segmento médio de 434 dias, nove pacientes faleceram, nenhum de causa relacionada ao procedimento. A patência primária e secundária foram de 93,7% e 78,2%. Neste estudo, o tratamento endovascular mostrou-se seguro, eficaz e de grande importância no reestabelecimento da funcionalidade de fístulas arterio-venosas, apresentado bons resultados a curto e médio prazos.

 

DISTURBIOS HLDROELETROLFTICOS

PO: 51847

Combinaçao de múltiplas complicaçoes graves relacionados a uma droga antiga: relato de caso de uma usuária crônica de Carbonato de Lítio

Autores: Mariana Nogueira Coutinho*; Jhony Willams Gusmao do Nascimento; Carlos Alexandre Ferreira de Oliveira; Rafael Fernandes Vanderlei Vasco; Aline Araujo Padilha Lages; Agenor Antônio Barros da Silva; Fernando Antônio Melro S. Da Resurreiçao; Ebeveraldo Amorim Gouveia

marincoutinho@gmail.com

UNIRIM.

INTRODUÇAO: O lítio é utilizado como padrao-ouro no tratamento da depressao maior e transtorno bipolar. Devido ao seu índice terapêutico estreito, a ocorrência de toxicidade é comum. A intoxicaçao se manifesta como neurotoxicidade, diabetes insípidus nefrogênico (DIN), hiperparatireoidismo, disfunçao da tireóide, cardiotoxicidade. Em concentraçoes superiores a 3mmol/L, pode ocorrer convulsao, coma e danos cerebrais irreversíveis. A hemodiálise (HD) é o tratamento de eleiçao para pacientes com complicaçoes graves.
OBJETIVO: Relatar caso clínico ocorrido no nosso serviço de uma paciente usuário de lítio com diversas complicaçoes graves relacionadas ao uso crônico desta medicaçao.
MÉTODO: Entrevista com o paciente, prontuário médico e revisao de literatura.
RESULTADOS: Paciente do sexo feminino, 62 anos, admitida na emergência desse hospital com história de confusao metal e agitaçao psicomotora iniciadas há 05 dias, porém estando nas últimas horas bradpsíquica e torporosa. Trata-se de portadora de transtorno bipolar do humor de longa data, hipotireoidismo e dislipidemia. Fazia uso de: carbonato de lítio, risperidona, venlafaxina, puran, rosuvastatina. Realizada tomografia computadorizada de crânio que nao evideciou anormalidade e coletado os seguintes exames laboratoriais: Cr 2,1mg/dL; Ur 70mg/dL; Na 130mEq/L; K 6,3mEq/L; Mg 2,24mg/dL; p 4,23mg/dL; Ca iônico 6,68mg/dl (4,6-5,4md/dl); Glicemia 163mg/dL. Paciente foi encaminhada para UTI. No primeiro dia houve controle da calcemia, porém paciente iniciou quadro de poliúria, sendo tratada como DIN. Mantinha-se com rebaixamento do nível de consciência (RNC), com episódios de tremores grosseiros generalizados, porém encontrava-se hipernatrêmica e desidratada. No terceiro dia, após melhora da calcemia, natremia, volemia, paciente mantinha-se com RNC, sendo indicado HD pela hipótese de rebaixamento secundário a elevada litemia. Complicou na primeira sessao de HD com crise convulsiva. Foram realizadas 02 sessoes de HD com melhora progressiva do nível de consciência. Paciente apresentou melhora completa do quadro neurológico recebendo alta da UTI. O DIN foi controlado com uso de ddavp e moduretic. Neste momento permanece internada por hiperparatireoidismo terciário com hipercalcemia grave. Ca iônico 6,56mg/dl, FA 183U/L, PTH 433pg/ml.
CONCLUSAO: O caso mostra a importância do conhecimento das várias complicaçoes sistêmicas que esta droga pode causar. A rápida intervençao foi responsável pela boa evoluçao deste caso.

 


 

PO: 51704

Diabetes Insipidus nefrogênico adquirido induzido por intoxicaçao ao Lítio – Relato de caso e revisao da literatura

Autores: Joao Paulo Lopes da Siva*; Agenor Antônio Barros da Silva; Aline Araújo Padilha; Carlos Alexandre Ferreira de Oliveira; Ebeveraldo Amorim Gouveia; Fernando Resurreiçao; Judemar Pacheco de Macedo; Rafael Fernandes Vanderlei Vasco

jplsmed@hotmail.com

Clínica Pronefron – Hospital do Açúcar.

INTRODUÇAO: O Diabetes Insipidus Nefrogênico Adquirido, secundário à terapia por lítio, resulta em distúrbios hidroeletrolíticos e neurológicos. A toxicidade renal inclui incapacidade de concentraçao urinária, hipernatremia, hipercalcemia e nefrite intersticial aguda podendo evoluir para doença renal crônica. O tratamento consiste na suspensao da droga e no uso de diuréticos.
OBJETIVO: Descrever um caso de diabetes insipidus nefrogênico adquirido por intoxicaçao ao lítio com revisao da literatura.
RELATO DE CASO: Paciente V.S.P.L., 68 anos, parda, solteira, aposentada, natural e procedente de Maceió – AL, portadora de esquizofrenia e depressao, foi admitida com fraqueza muscular e dificuldade na fala. Segundo relato da cuidadora, a paciente vinha apresentando a aproximadamente 20 dias, perda progressiva da força em membros inferiores e disartria. Paciente em uso de carbonato de lítio 600mg/dia, paroxetina 20 mg/dia e fumarato de quetiapina 50mg/dia. Ao exame físico: eupneica, hidratada, normocorada, sonolenta com Glasgow de 12 (AO3/RV4/RM5). Sistemas cardiovascular, respiratório e digestivo dentro da normalidade, osteomuscular preservado, exceto pelo grau 2 na escala de força muscular em membros inferiores, eliminaçoes fisiológicas e poliúria. Sem outras comorbidades. Sinais vitais dentro da normalidade. Exames admissionais: sódio de 158 mEq/L (vn: 135-145 mEq/L), potássio de 4,9 mEq/L (vn: 3,5- 5,1 mEq/L), cálcio de 10,5 (vn: 8,5 0,2 mEq/L), magnésio de 2,1mEq/L (vn: 1,32 – 2.14 mEq/L), creatinina de 1,3 mg/dL (0,6 a 1,0 mg/dl), uréia de 53 mg/dL (vn: < 40mg/dL), hemograma, funçao tireoidiana, hemogasometria, aldosterona sérica normais. Osmolaridade sérica de 372 Osm/kg (vn: 280-300 Osm/kg), sódio urinário de 53 mEq/24h (vn: 50-220 mEq/24h) e densidade urinária de 1.002 g/ml (vn: 1.018-1.025 g/ml). Ressonância nuclear magnética compatível com a idade e sem alteraçoes agudas. O resultado do lítio sérico foi de 2,0 mEq/L (vn: < 1,0 mEq/L). Após suspensao do lítio e introduçao de Hidroclorotiazida 25 mg/dia e Amilorida 5mg/dia a paciente evoluiu com normalizaçao dos níveis de sódio e melhora do estado geral.
CONCLUSAO: O diabetes insipidus nefrogênico adquirido é uma condiçao clínica grave que deve ser sempre suspeitada pelo nefrologista nos pacientes em uso de lítio com sintomas neurológicos, distúrbios hidroeletrolíticos e poliúria hipotônica. A litemia periódica é uma medida eficaz e deve ser feita com frequência para o ajuste e segurança da dose.

 


 

PO: 51571

Hipercalcemia grave e refratária secundária a linfoma de células T: relato de caso

Autores: Rodrigo José Melo do Espírito Santo; Amanda Agostini Nogueira

rodrigojmes@hotmail.com

Hospital do Oeste da Bahia.

INTRODUÇAO: O Linfoma de Células T em adultos é observado em pessoas infectadas pelo Vírus da Leucemia de Células T Humana tipo 1 (HTLV-1) e se caracteriza por lesoes cutâneas, linfadenopatia generalizada, hepatoesplenomegalia, linfocitose periférica e hipercalcemia. Pneumonia por Pneumocystis carinii, hipercalcemia, herpes zoster disseminado, meningite criptococócica e infecçao por citomegalovírus, sao causas frequentes de morte. A hipercalcemia é complicaçao frequente e surge em 28% dos pacientes no diagnóstico e em 50% na evoluçao clínica, acompanhada de lesoes osteolíticas. A seguir, descreve-se um caso de Linfoma de Células T Periféricas associado à hipercalcemia.
DESCRIÇAO DO CASO: Paciente masculino, 60 anos, portador de Linfoma de Células T Periféricas, estágio IIIb (adenomegalia cervical + tumoraçao abdominal), IPI = 3. Realizou 6 ciclos de Quimioterapia, reduzindo 75% do volume tumoral, mas com rápida progressao abdominal após ciclo 6. Na admissao, apresentava astenia, paresia em membros inferiores e dificuldade de deambulaçao. Exames: Creatinina: 2,60mg/dL; Uréia: 80mg/dL; Sódio: 129mEq/L; Potássio: 3,90mEq/L; Cálcio: 16,0mg/dL; Hb: 13,0g/dL; Leucócitos: 7.600/mm3; Bastonetes: 6%; Segmentados: 64% e Raio X de tórax normal. Iniciou-se hidrataçao com 4 litros de Soro Fisiológico 0,9% em 24 horas e diurético de alça. Nao havia disponível Bifosfonato. No dia seguinte, evoluiu com confusao mental, taquipnéia e oligúria. Exames: Creatinina: 3,54mg/dL; Uréia: 121mg/dL; Cálcio: 24mg/dL. Transferido para UTI, realizou sessao de hemodiálise, sem intercorrências. No segundo dia na UTI: Leucócitos: 31.300/mm3; Bastonetes: 1%; Metamielócitos: 1%; Creatinina: 2,2mg/dL; Uréia: 85mg/dL; Cálcio: 19,0mg/dL e Diurese: 0,2 ml/kg/hora. Realizou segunda sessao de hemodiálise, seguida da administraçao de Bifosfonato (Pamidronato). Na manha seguinte, evoluiu com piora clínica, sendo necessária intubaçao orotraqueal e ventilaçao mecânica. Exames: Leucócitos: 52.260/mm3; Bastonetes: 3%; Creatinina: 1,74mg/dL; Uréia: 80mg/dL; Cálcio: 20,4mg/dL. No mesmo período, apresentou parada cardiorrespiratória em assistolia, sem sucesso na reanimaçao cardio-pulmonar.
DISCUSSAO: A hipercalcemia é complicaçao frequente em Linfoma de Células T. Fatores associados à falência do tratamento incluem resistência à quimioterapia convencional, aumento de proteínas responsáveis pela resistência a múltiplas drogas e estado de imunodeficiência que cursam com hipercalcemia grave e refratária e aumento da mortalidade.

 


 

PO: 51808

Hipomagnesemia grave induzida por pantoprazol, relato de caso

Autores: Ione Alexandre da Silva; Saulo Barbosa Vasconcelos de Alencar*; Bruno Kosminsky; Lara Talita Rebouças Araújo; Jorge Monteiro Mendes; Frederico Castelo Branco Cavalcanti

saulobva@gmail.com

Universidade de Pernambuco.

INTRODUÇAO: Os inibidores da bomba de prótons (IBP) sao drogas amplamente usadas para tratamento de síndromes dispépticas, apresentando em geral bom perfil de segurança. No entanto, há relatos recentes que associam o uso de IBP a deficiência de magnésio, provavelmente por reduçao de sua absorçao gastrointestinal. O magnésio é essencial para a funçao de várias reaçoes enzimáticas celulares que envolvem ATP, participando nelas como cofator, como caso das bombas de Na-K-ATPase e H-ATPase. A sua deficiência pode ser acompanhada por hipocalcemia, hipocalemia, acometimento neuromuscular grave e problemas cardiovasculares. Recentemente, o Food and Drug Administration (FDA) emitiu um comunicado de segurança, informando que o uso prolongado de inibidor de bomba de prótons está relacionado a baixos níveis de magnésio sérico.
OBJETIVO: Relatar caso de hipomagnesemia grave sintomática induzida por uso crônico de IBP.
MÉTODOS: Paciente, 63 anos, sexo feminino, admitida via emergência com quadro de confusao mental, tonturas e náuseas há 8h da admissao. Negava vômitos ou diarréia. Havia apresentado cerca de dois meses antes quadro semelhante, quando foi flagrada hipomagnesemia (0,74mg/dl), que foi corrigida com reposiçao venosa. No internamento atual, apresentou ainda episódio convulsivo e foi observado nistagmo em exame clínico. Exames de imagem do sistema nervoso central nao sugeriam patologia neurológica primária, todavia flagrada hipomagnesemia grave (0,46mg/dL) em exames laboratoriais, assim como hipocalemia (2,8 mEq/L). Iniciada reposiçao de magnésio venoso com doses elevadas, com melhora parcial dos sintomas e dos valores de magnésio (1,3mg/dL), entretanto magnésio sérico apresentava reduçao sempre que suspensa reposiçao. Como apresentava fraçao de excreçao de magnésio de 2%, afastada hipótese de perda renal de magnésio por tubulopatia e levantada hipótese de hipomagnesemia induzida por IBP, sendo suspenso o pantoprazol que paciente usava cronicamente e iniciado ranitidina. Evoluiu com completa normalizaçao de sintomas neurológicos e também do magnésio sérico.
CONCLUSAO: Apesar de pouco frequente, os pacientes em uso crônico de IBP devem ter seus níveis séricos de magnésio acompanhados, devendo existir vigilância quanto ao aparecimento de hipomagnesemia. A fraçao de excreçao de magnésio pode ser utilizado como recurso na investigaçao etiológica desse distúrbio eletrolítico.

 


 

PO: 50516

Hipomagnesemia sintomática grave em paciente com doença de Chron e lesao renal aguda: relato de caso

Autores: Ronisie Seramim Kinsui*; Miguel Moyses Neto; Renata Lenise Pasini Rotoly; Osvaldo Merege Vieira Neto; Natalia Azem Martire; Alan Fernandes Laurindo

ronisieseramim@hotmail.com

Serviço de Nefrologia de Ribeirao Preto.

INTRODUÇAO: Entre os distúrbios hidroeletrolíticos a hipomagnesemia pode ocorrer em determinadas circunstâncias. O magnésio tem papel importante no metabolismo e atividades celulares. Sua regulaçao ocorre pelos rins, tornando-se sintomática quando níveis séricos menores que 1,0 mg/dl sao atingidos. As perdas gastrointestinais por ressecçao intestinal, diarreia, síndromes má absortivas e doenças renais sao as principais causas envolvidas neste distúrbio, com manifestaçoes neuromusculares e cardiovasculares.
OBJETIVO: relatar um caso de hipomagnesemia em paciente com doença de Chron e lesao renal aguda alertando sobre este distúrbio hidroeletrolítico grave.
RESULTADO: masculino, branco, 61 anos, portador de ostomia intestinal por doença de Chron evoluiu há oito dias com fraqueza de membros inferiores que dificultava a marcha e tremores que limitavam o movimento. Negava demais comorbidades, uso de medicamentos diários, sem antecedentes familiares de doença renal crônica. Em menos de duas horas de sua admissao, paciente apresentou crise convulsiva tónico-clônica generalizada de difícil controle com barbitúricos. Ao exame físico estava em regular estado geral, emagrecido, hipocorado (++/4+), eupneico, contactuante, FC: 88bpm, com tremores de MMSS. Aparelho cardiorespiratório e abdome sem alteraçoes. MMII com edema (++/4+). Exames laboratoriais mostraram: Hb: 9,6g/dL; Ht: 28,1g/dL;potássio: 6,3mEq/L;creatinina: 2,1mg/dL; uréia: 83mg/dL; Mg: 0,35mEq/dL; albumina: 2,3g/dL, Ca: 8,4mEq/dL. No CTI paciente tratado com reposiçao endovenosa de magnésio a 20% e hidratado com soro fisiológico a 0,9%. Houve reversao clínica com correçao dos níveis séricos de magnésio e funçao renal, recebendo alta hospitalar dois dias depois assintomático e com exames mostrando: Mg: 1,21mEq/dL; uréia: 51mg/dL, creat: 1,1mg/dL, albumina: 3,2g/dL. Paciente manteve níveis de magnésio abaixo do limite inferior por aproximadamente dez dias, realizando reposiçao oral com cloreto de magnésio. Nao houve necessidade de associaçao de anticonvulsivantes orais, pois nao apresentou outros episódios de crises convulsivas.
CONCLUSAO: a depleçao sérica de magnésio pode ocorrer na doença de Chron. Níveis de magnésio menores que 1,4mg/dl podem ser sintomáticos e considerados sérios quando valores menores que 1,0mg/dl sao atingidos, pois podem culminar com sintomas neurológicos e eventos cardiológicos graves.

 


 

PO: 50405

Hiponatremia severa devido ao uso concomitante de tiazídicos e IRSS – relato de caso

Autores: Guilherme Cordellini da Silva*; Gustavo Tascheck; Luciana Bivanco; Edisom Paula Brum

gcordellinidasilva@gmail.com

Universidade Positivo.

INTRODUÇAO: Hiponatremia está frequentemente associada a alta morbidade e mortalidade, alguns medicamentos sao responsáveis por este tipo de anormalidades de eletrólitos. Estudos mostram o papel dos Inibidores Seletivos de Recaptaçao de Serotonina(IRSS) interagindo com os Diuréticos Tiazídicos, nessa condiçao.
OBJETIVO: Relato de um paciente com Hiponatremia severa em uso concomitante de Hidroclorotiazida e Fluoxetina.
RELATO: Sexo masculino, 83 anos, com Hipertensao Arterial Sistêmica (HAS) e transtorno de humor, em uso crônico Enalapril 10 mg + Hidroclorotiazida 25mg + Fluoxetina 20mg. Internou por apresentar nos últimos 3 dias queda do estado geral associada a períodos de perda de consciência com recuperaçao espontânea. Ao exame físico apresentava-se sonolento, pupilas iso/fotorreagentes, força IV globalmente, sensibilidade normal, Escala de Glasgow (ECG): 10, PA: 122×68 mmHg, FC: 76 bpm, Glicemia Capilar: 141. Exames admissionais: Cr: 0,70; Ur: 32; K: 3,8; Na: 106; Hemograma e Parcial de Urina Normais. TAC crânio normal. Na internaçao em UTI durante 4 dias apresentou melhora do quadro após inicio de reposiçao de sódio, seguindo acompanhamento na enfermaria até melhora dos níveis séricos de Na. Recebeu alta com reconciliaçao medicamentosa sem hidroclorotiazida.
DISCUSSAO: Observarmos um caso grave de hiponatremia de 106 mmol/L. Conforme pode ser observado pelo rebaixamento de consciência do paciente, os sintomas dessa condiçao sao de origem neurológica devido ao edema cerebral podendo levar a coma e morte. A hiponatremia pode ser decorrente de várias etiologias, porém após extensa procura nao foram identificadas outras causas nesse caso a nao ser o efeito conjunto da fluoxetina e da hidroclorotiazida. A fluoxetina é conhecida por promover um aumento da secreçao de ADH, promovendo assim um risco aumentado de hiponatremia. Associado a isso, os diuréticos tiazídicos sao elencados como uma das causas mais comuns de hiponatremia(com estimativas em torno de 11%). Isso provavelmente ocorre devido a açao dos tiazídicos no túbulo distal promovendo perda de solutos sem interferir com a açao do ADH de retençao de água e a concentraçao urinária.
CONCLUSAO: Evidenciamos a importância de sempre considerar o histórico medicamentoso do paciente. A açao e interaçao medicamentosa deve ser um diagnóstico de exclusao em casos de hiponatremia.

 


 

PO: 51708

Paralisia hipocalêmica e rabdomiólise secundárias a acidose tubular renal distal: relato de caso

Autores: Brenno de Sousa Andrade*; Iara Patrícia Moura Rocha; Semiramis Jamil Hadad do Monte; Jose Tiburcio do Monte Neto; Caubi de Araújo Medeiros; Carolina Coelho Mello

brennoandrade1@hotmail.com

Universidade Federal Do Piauí.

INTRODUÇAO: A acidose tubular distal (ATR) é caracterizada por acidose metabólica secundária a uma tubulopatia por defeito na reabsorçao de bicarbonato e/ou na excreçao de hidrogênio. Existem causas primárias, decorrentes de defeitos genéticos ou secundárias a doenças sistêmicas, efeito adverso de medicamentos (lítio e AINES) e doenças auto-imunes (Sjögren). Apresentamos um caso clínico de ATR distal clássica cuja apresentaçao clínica foi de um quadro de paralisia muscular hipocalêmica associada a rabdomiólise.
RELATO DE CASO: Paciente, 25 anos, sexo masculino, referenciado ao Hospital Universitário para investigaçao de fraqueza muscular severa recorrente de início recente. Negava história familiar, traumatismos, alteraçoes intestinais, uso de medicamentos ou drogas. Exame físico: fraqueza muscular, hipotonia severa e hiporreflexia difusa. Exames complementares: uréia = 77; Creatinina = 1,6; K = 1,5; EAS: pH = 7, Proteinúria +, Hemoglobinúria + + +, ausência de hemácias ou leucócitos. Gasometria arterial pH = 7,34; PCO2 = 21,6; HCO3 = 14,5. CPK = 34120. Sorologias virais negativas; T4 livre = 1,26 e TSH = 0,61; Paratormônio = 68,1. Us de aparelho urinário: Discreta hipercogenicidade parenquimatosa bilateral, podendo ser encontrado em doenças parenquimatosas renais e hidronefrose grau II bilateral. 1°DIH: VitD = 47,1; Proteinas totais = 5,7; Albumina = 3,7; Hemograma: Hb = 13,2; Leucócitos = 24560; Plaquetas = 433000; 3° DIH: Uréia = 71; K = 2,0; Mg = 1,87, Cl = 95, Ca = 8,7; 4°DIH: CPK = 31543; Ureia = 46,6; Creatinina = 1,17;K = 2,4; Cl = 99; 5°DIH: CPK = 11722; Ureia = 43,1; Creatinina = 1,2; K = 2,5; Ultimo dia de internaçao: CPK = 12697; Ureia = 50,9; Creatinina = 1,19; K = 3,2; Mg = 1,58; Cloro = 97; Calcio = 10,5; Evoluçao: após o diagnóstico e medidas terapêuticas o paciente recebeu alta hospitalar assintomático com potássio sérico de 3.2 mantido por reposiçao oral com citrato de potássio.
CONSIDERAÇOES FINAIS: Avanços em biologia molecular têm melhorado a visao sobre a genética e mecanismos envolvidos na ATR. Entretanto, as observaçoes clínicas e laboratoriais clássicas sao importantes para o diagnóstico e tratamento adequado. O diagnóstico de ATR distal deve ser suspeitado na presença de acidose metabólica hiperclorêmica, pH urinário alcalino e desequilíbrio do potássio. O presente caso foi inusitado pela apresentaçao clínica incomum de paralisia hipocalêmica e rabdomiólise secundárias à ATR distal.

 


 

PO: 51856

Rápida correçao de hiponatremia em paciente com polidipsia psicogênica: relato de caso

Autores: Bruno Kosminsky*; Saulo Barbosa Vasconcelos de Alencar; Ione Alexandre da Silva; Lara Talita Rebouças Araújo; Frederico Castelo Branco Cavalcanti; Saulo José da Costa Feitosa

bruno.kosminsky@gmail.com

Real Hospital Português.

INTRODUÇAO: Hiponatremia é o distúrbio hidroeletrolítico mais comum em pacientes hospitalizados, e se associa a uma série de desfechos desfavoráveis se manejado incorretamente. Quando se apresenta de forma aguda pode levar a edema cerebral e sua correçao rápida é causa de mielinólise pontina. Suas causas sao diversas, sendo a polidipsia psicogênica uma de suas causas menos frequentes.
OBJETIVO: Relatar caso de hiponatremia grave em paciente esquizofrênica.
MÉTODOS RESULTADOS (RELATO DO CASO): Paciente de 56 anos, sexo feminino, hipertensa mal controlada e portadora de esquizofrenia, usuária de risperidona, clonazepam, hidroclorotiazida e propranolol, admitida pela emergência com quadro de alteraçao na fala e na marcha, dificultando a deambulaçao há um mês, com piora importante nas 24 horas que antecederam a admissao. Encontrava-se aparentemente desidratada ao exame clínico e com alteraçoes comportamentais do tipo movimentos estereotipados. Ao laboratório, apresenta hiponatremia (103 mEq/L), hipocalemia (2,7 mEq/L) e funçao renal normal (creatinina 0,2mg/dL e uréia 6mg/dl). Ressonância magnética de encéfalo normal. Foi entao encaminhada a UTI do serviço para tratamento da hiponatremia sintomática. Inicialmente feita leve expansao com soro fisiológico 0,9% 1000mL, entretanto evoluiu com poliúria (7L/12h) e balanço hídrico negativo em 5.200ml e rápida elevaçao da natremia neste periodo (elevaçao de 17mEq/l em 15h). No período nao foi administrada salina hipertônica e foi feita reposiçao de potássio. Equipe assistente optou por iniciar reposiçao de salina hipotônica (soro a 0,45% e glicosado a 5%), além de desmopressina 20mcg/dia com intuito de limitar velocidade de correçao de hiponatremia e reduzir risco de evoluçao para complicaçao neurológica. Com as medidas, houve reduçao de diurese e manutençao do sódio em torno de 119mEq/L no segundo dia de internamento, quando iniciada reduçao de desmopressina e de infusao de salina hipotônica. Recebeu alta da UTI com sódio sérico de 135mEq/L, assintomática. Nao teve alteraçoes neurológicas nas semanas que sucederam a correçao da natremia. Posteriormente, familiares informaram que paciente tinha hábito de ingerir cerca de 20L de água diariamente.
CONCLUSAO: apesar de infrequente a polidipsia psicogênica deve sempre ser lembrada como causa de hiponatremia, especialmente em pacientes com distúrbios psiquiátricos e manejar a velocidade de correçao da natremia destes doentes pode ser um desafio.

 


 

PO: 50438

Relato de caso: associaçao de diabetes insipidus nefrogênico e Síndrome de Sjögren

Autores: Danilo Marques Borburema*; Fernanda Quadros Mendonça; Divino Urias Mendonça; Érika Rodrigues de Senna Batista Mendonça; Francine Veloso Quintino

danborborema@gmail.com

Hospital do Rim de Montes Claros.

INTRODUÇAO: O Diabetes insipidus (DI) nefrogênico representa uma diminuiçao na capacidade de concentraçao urinária resultante da resistência (parcial ou total) dos túbulos coletores renais à açao do hormônio antidiurético (ADH). Pode ter origem genética (defeito no receptor V2 ou no gene da aquaporina 2) ou adquirida (efeito colateral de certas drogas, como o lítio e distúrbios hidroeletrolíticos, como hipocalemia e hipercalcemia). A síndrome de Sjögren é uma causa incomum de DI nefrogênico, sendo a infiltraçao linfocítica em torno dos túbulos coletores a provável causa da deficiência da resposta ao ADH.
OBJETIVO: Relatar um caso de associaçao de DI nefrogênico e Síndrome de Sjögren.
MÉTODO: L.M.R.S., sexo feminino, 24 anos, atendida em ambulatório de nefrologia, relatava sintomas de poliúria, noctúria e polidipsia há aproximadamente 2 anos. Referia ainda xerostomia e xeroftalmia com início no mesmo período. Relatava episódios pregressos de parotidite e artralgia. Negava sintomas semelhantes em demais membros da família. Foi realizado teste de restriçao hídrica, o qual evidenciou osmolaridade urinária ao final do teste de 194 mOsm/Kg/H2O e após administraçao de DDAVP de 228 mOsm/Kg/H2O (incremento de 17,5%). Potássio, cálcio e sódio nao apresentavam alteraçoes (3,9 mEq/L, 9,2 mg/dL e 145 mEq/L respectivamente). Apresentava ainda FAN positivo (1: 640 padrao pontilhado fino) e anticorpos anti-RO e anti-LA positivos (240 U/mL e 300 U/mL, respectivamente). O teste de Schirmer foi positivo e a ressonância nuclear magnética evidenciou sinais de parotidite.
RESULTADOS: O resultado da prova de restriçao hídrica foi compatível com DI nefrogênico completo e os anticorpos positivos associados aos sintomas e a positividade do teste de Schirmer preenchem os critérios para diagnóstico de Síndrome de Sjögren, segundo o American-European Consensus Group. Foi iniciado tratamento com hidroclorotiazida 25mg/dia, prednisona 10mg/dia e hidroxicloroquina 400mg/dia. A paciente evoluiu com melhora progressiva das queixas acima referidas.
CONCLUSAO: O caso ilustra uma associaçao pouco frequente entre DI nefrogênico e Síndrome de Sjögren, sendo que esta hipótese deve ser aventada em pacientes adultos que nao apresentem as duas das principais causas daquela patologia: uso crônico de lítio e hipercalcemia.

 


 

PO: 51534

Síndrome de gitelaman: diagnóstico tardio em paciente com hipocalemia crônica

Autores: Gabriela Lacreta Leone Moreira*; Gabriela Sevignani; Marcelo Mazza do Nascimento; Itamara Danucalov; Cássia Santos; Domingos Candiota Chula

gable390@yahoo.com.br

Universidade Federal do Paraná.

INTRODUÇAO: As nefropatias perdedoras de sal sao doenças de herança autossômica recessiva que resultam em defeitos da excreçao tubular e reabsorçao de eletrólitos. Têm como característica comum: hipocalemia com alcalose metabólica e hiperaldosteronismo secundário.
OBJETIVO: Relatar um caso de hipocalemia crônica com provável diagnóstico de Síndrome de Gitelman(SG).
CASO CLINICO: Paciente feminina, 50 anos, em acompanhamento na Unidade Básica de Saúde por hipocalemia crônica há 7 anos, encaminhada ao serviço de nefrologia para investigaçao. Negava diarréia, vômitos, poliúria ou uso de diuréticos. Queixava-se de parestesias em maos, pés e taquicardia. Sem comorbidades prévias. História familiar, paciente com 5 irmaos, 2 deles também com hipocalemia sintomática. Ao Exame: PA: 90/60mmHg(sentada) FC: 78, restante do exame físico normal. Exames Cr: 0.8mg/dl Gasometria: pH 7.39 Bic 35.1 PU: pH 7.0 K: 2.6mEq/L Mg: 1.2mg/dl Urina 24h 2900ml Na: 234mmol/24h Ca: < 2mg/dl K: 42.3mmol/24h Cl: 2.229mmol/24h Mg: 121.8mg/dl
DISCUSSAO: Em virtude da paciente se apresentar com alcalose metabólica hipocalêmica ficamos com os diagnósticos prováveis de SG ou Bartter. A presença de hipocalciúria significativa, além do aparecimento de sintomatologia mais tardiamente e presença de sintomas mais brandos nos faz pensar em SG. A Síndrome de Gitelman é uma doença autossômica recessiva rara, prevalência de 1: 40.000, caracterizada por hipomagnesemia, hipocalciúria com alcalose metabólica hipocalêmica. Há uma mutaçao no gene SLC 12 A 3 que codifica o co-transportador NaCl, sensível aos diuréticos tiazídicos, no túbulo distal. As manifestaçoes clínicas surgem na infância mas podem se apresentar tardiamente. Os sintomas sao parestesias e fadiga até fraqueza muscular, na dependência do grau do distúrbio metabólico. A hipocalemia associada a hipomagnesemia predispoe a arritmias ventriculares. Ocorre menor absorçao do NaCl na membrana apical do túbulo contorcido distal levando a depleçao do espaço extracelular(DEEC) com consequente hiperaldosteronismo secundário. A hipocalciúria é um marcador da SG que ocorre pelo aumento da reabsorçao de cálcio no túbulo proximal em resposta a DEEC. A paciente iniciou reposiçao de potássio e magnésio via oral associada a espironolactona com melhora clínica e laboratorial.

 

DOENÇA MINERAL E OSSEA

PO: 51266

Apresentaçao atípica de hiperparatireoidismo terciário

Autores: Juliana dos Santos Maia Moura*; Alinie S. Pichone; Marcos Andre Alves Rosa Santos; Carolina M. Sanchez; Juliana A. O. B. Cavalcanti; Eduardo Rocha

juliana_smm@hotmail.com

HUCFF

INTRODUÇAO: Alteraçoes dos níveis séricos de fósforo, cálcio, paratormônio (PTH), vitamina D e FGF-23 podem ocorrer precocemente na doença renal crônica (DRC), sendo frequentes em estágios avançados. Com o aumento da sobrevida de pacientes associado à TRS, alteraçoes osteominerais, como o hiperparatireoidismo secundário (HPTS), tornaram-se mais prevalentes, manifestadas por dor óssea, distúrbios de cálcio e fósforo, fraturas, calcificaçoes vasculares e eventuais tumores marrons. A hiperplasia de glândulas paratireoides, que tornam-se autônomas e irresponsivas ao tratamento clínico, caracterizam o hiperparatireoidismo terciário (HPTT).
OBJETIVO: Relato de caso de HPTT na evoluçao pós paratireoidectomia(PTx) com implante de fragmentos em MSD.
MÉTODO: Paciente feminino, 35 anos, desde 2006 em hemodiálise por DRC de etiologia indeterminada, manifestou HPTS com valores de PTH > 3.200pg/mL, deformidades e fortes dores ósseas, além de tumor marrom em mandíbula. Submetida a PTx total e implante de fragmentos em antebraço direito em abril de 2012, com histopatológico confirmando 4 glândulas paratireóides com hiperplasia difusa. Em fevereiro de 2016, em consulta de avaliaçao pré-transplante, relatou abaulamento sob cicatriz cirúrgica no antebraço direito.
RESULTADOS: Na investigaçao foram observados níveis persistentemente elevados de PTH > 1.300pg/mL, pouco responsivos ao tratamento clínico, com US de partes moles evidenciando 2 lesoes hipoecogênicas e cintilografia com SESTAMIBI com permanência do radionuclídeo no local do implante em antebraço direito, sem captaçao em regiao cervical. Em abril de 2016, foram ressecados os fragmentos implantados, com retirada de 4 lesoes nodulares. Realizado reimplante de metade do menor fragmento, a fim de evitar hipoparatireoidismo.
CONCLUSAO: Sabe-se que o HPTT caracteriza-se por produçao excessiva do PTH consequente à autonomizaçao da hiperplasia secundária, tornando-se refratária ao tratamento clínico. No caso acima, a paciente evoluiu com HPTT, sugerindo transferência de fragmentos de uma glândula adenomatosa para o antebraço. Necessário acompanhamento rigoroso dos pacientes pós PTx, sobretudo naqueles com doença óssea, mantendo o controle adequado dos níveis de cálcio e fósforo, pelo risco de recidiva do hiperparatireoidismo.

 


 

PO: 51755

Avaliaçao da adesao farmacoterapêutica em pacientes com distúrbio mineral e ósseo submetidos à hemodiálise em uma clínica de Aracaju-SE

Autores: Lindaura da Silva Prado*; Ivângela Raphaela Gouveia Prudente; Candice Lima Cruz; Adriana Gibara Guimaraes

lindauraprado@gmail.com

Nefroclinica.

INTRODUÇAO: A insuficiência renal crônica (IRC) consiste na perda lenta, progressiva e irreversível da funçao renal. Ao longo da evoluçao da doença a maioria dos pacientes desenvolvem distúrbio mineral e ósseo da doença renal crônica (DMO-DRC). Para manter o controle dos níveis bioquímicos aceitáveis dos marcadores da DMO-DCR, os pacientes precisam associar diversos medicamentos, caracterizando a polifarmácia. Esta condiçao associada a outros fatores pode reduzir a adesao farmacoterapêutica, o que interfere diretamente no sucesso do tratamento.
OBJETIVOS: Avaliar a adesao à terapia medicamentosa em pacientes com DMO-DRC e identificar os fatores contribuintes.
MÉTODO: Foi realizado um estudo epidemiológico transversal com 235 pacientes em uma clínica de hemodiálise no mês de abril 2016. As condiçoes laboratoriais e clínicas associadas com a DMO-DRC foram coletadas nos prontuários dos pacientes. Uma amostra de 138 pacientes foi submetida à aplicaçao do questionário simplificado para avaliaçao da adesao à medicaçao (SMAQ).
RESULTADO: Após avaliaçao dos exames e das condiçoes clínicas foram identificados 58,7% (n = 138) de pacientes com DMO-RDC e 41,3% (n = 97) sem alteraçoes. Após aplicaçao do SMAQ foi constatado que 47,3% dos pacientes fazem uso de polifarmácia. Avaliando o perfil farmacoterapêutico dos pacientes em estudo foi identificado que 70,5% faz uso do sevelamer, 39% de calcitriol, e 8,2% carbonato de cálcio e 15,1% utiliza cinalcacete para o controle dos níveis de fósforo, cálcio, PTH. A taxa de adesao para esses medicamentos foi de 44,8%, 50,6%, 61,5% e 75%, respectivamente. Os casos em que nao houve adesao estao relacionados a fatores como número de medicamentos utilizados, posologia, grau de instruçao do paciente, falha na distribuiçao pelo SUS, ausência de sintomas, motivaçao para o cumprimento da terapia.
CONCLUSAO: Através deste estudo pode-se verificar um baixo nível de adesao à terapia medicamentosa dos pacientes com DMO-DRC em hemodiálise, sobretudo para o sevelamer. Estes achados reforçam a necessidade de um acompanhamento farmacoterapêutico efetivo e o desenvolvimento de estratégias que possibilitem a melhoria da assistência e dos desfechos clínicos.

 


 

PO: 51947

Calcifilaxia em paciente com mieloma multiplo e DRC

Autores: Fernanda P. Feres Rios*; Isabela Pereira de Alcantara; Marcelo Radspieler Varges Filho; Francelino Conceiçao Lopes Cruz; Luiz Fernando Christiani; Thiago Jeunon de Sousa Vargas; Maria Izabel de Alcantara

fferesrios@gmail.com

Residente do Hospital Federal de Bonsucesso.

A Calcifilaxia (arteriolopatia urêmica calcificante) é uma complicaçao rara e grave observada principalmente nos pacientes com hiperparatireoidismo secundário à insuficiência renal crônica (IRC). Acomete também pacientes transplantados renais, soropositivos para vírus da imunodeficiência humana, portadores de hiperparatireoidismo primário, cirrose alcoólica, vasculites e patologias hematológicas como mieloma múltiplo (MM). Caracteriza-se por necrose isquêmica cutânea, de instalaçao aguda e progressiva, secundária à calcificaçao de vasos sanguíneos de pequeno ou de médio calibre. O diagnóstico é por biópsia e análise histopatológica das lesoes. A patogênese é obscura multifatorial, o melhor tratamento é a prevençao, mantendo níveis adequados de cálcio e fósforo. Descreve-se uma paciente portadora de IRC e MM que apresentou lesoes secundárias a calcifilaxia que e evoluiu para óbito por sepsis. G.C.S, 70 anos, diagnosticada em 06/2015 com MM após quadro de cefaléia, tonteiras, dor lombar e diarréia. Negava comorbidades e uso de medicamentos. No diagnóstico apresentava-se com anemia, disfunçao renal (cr = 10mg/dl), hipercalemia, hipercalcemia, lesoes líticas em crânio e rins de tamanhos reduzidos. Após alta iniciou tratamento para MM com burtezomib e dexametasona. Durante o tratamento apresentou internaçoes por episódios infecciosos sempre com hipercalcemia refratária, mantendo-se em hemodiálise cronicamente, sem resposta ao tratamento da doença de base. Em 02/2016 a paciente reinternou com quadro de pneumonia comunitária grave evoluindo com ulceraçoes em membros inferiores. As lesoes surgiam com áreas eritematosas, evoluíndo com ulceraçoes de centro necróticos e dor intensa refratária a analgesia comum. Realizou doppler descartando tromboses e realizou biópsia das lesoes, diagnosticando calcifilaxia. Apresentava hipercalcemia refratária em vigência de alendronato, banhos de cálcio baixos na hemodiálise, quelentes de fósforo nao derivados de cálcio e dexametasona como terapia para doença de base. Evoluiu para óbito por sepsis. Existem poucos relatos de caso na literatura relacionando MM e calcifilaxia. Evidenciamos uma apresentaçao agressiva e rápida com pouco tempo de IRC, demonstrando que a doença de base e a falta de resposta ao tratamento influenciaram na gravidade. A calcifilaxia apresenta alta morbimortalidade, seu conhecimento é importante para prevenirmos seu aparecimento nas patologias renais e naquelas que levam a hipercalcemia, mesmo que raras.

 


 

PO: 51557

Correlaçao dos níveis de paratormônio (PTH) com o cálcio total ou cálcio iônico em uma populaçao submetida à hemodiálise.

Autores: Vinícius Barbosa Galindo*; André Falcao Pedrosa Costa; Indalécio Magalhaes; Jorge Artur Peçanha de Miranda Coelho; Maria Eduarda Tenório Passos; Joao Victor Macedo Silva; Eduardo Abadie Guedes

viniciusbg_@hotmail.com

Universidade Federal de Alagoas.

INTRODUÇAO: O Distúrbio Mineral e Osseo (DMO) é resultado de alteraçoes na homeostase do cálcio, do fósforo e do PTH e relaciona-se a maior morbimortalidade nos portadores de DRC; sendo o hiperparatireoidismo um dos distúrbios mais frequentes. A diretriz para DMO da SBN e consensos internacionais (KDIGO e KDOQI) recomendam o monitoramento rotineiro do PTH e do cálcio total, mesmo corrigido. Monitorar rotineiramente o cálcio iônico poderia oferecer vantagens, sobretudo porque a dosagem da albumina nao é realizada na mesma frequência que da calcemia.
OBJETIVO: Observar o poder de determinaçao dos níveis de PTH – se pelos níveis do cálcio total ou do cálcio iônico na avaliaçao dos DMO em uma populaçao submetida à TRS.
MÉTODO: Estudo clínico, longitudinal, em populaçao submetida à diálise. Os dados foram colhidos a partir de prontuários, armazenados e analisados no Excel, Epi info e SPSS. Foram utilizados cálculos de média, desvio padrao, frequência simples e índices de correlaçao, considerando significantes valores de p <, 05.
RESULTADOS: Foram analisados 266 pacientes, sendo 113 (42,15%) do sexo feminino e 155 (57,84%) do sexo masculino, com média de idade de 49,7 ± 15,6 anos. 72,15% com diagnóstico etiológico de nefropatia hipertensiva e 24,2% de nefropatia diabética. 256 (96,24%) submetia-se à hemodiálise, enquanto apenas 7 (2,63%) e 3 (1,13%) estao nos programas de DPA e DPAC, respectivamente. O tempo médio de início da diálise foi de 47 ± 46 meses. O valor médio de cálcio iônico foi 0,93 ± 0,139 mmol/L; cálcio total corrigido 8,2 ± 2,02 mg/dL; PTH 661,6 ± 594,6 pg/mL; albumina 4,2 ± 0,72 g/dL. Nao observamos correlaçoes significativas do PTH com o Cálcio Total Corrigido ou com cálcio iônico. Dos 249 pacientes com medida da albumina, 33 (7,54%) possuíam hipoalbuminemia, indicando a necessidade de corrigir o cálcio total, sendo obtidos valores do cálcio total corrigido diferente do valor obtido laboratorialmente. Destes, apenas 2 (0,8%) passaram de hipo – para normocalcemia. Comparando os valores de cálcio iônico com o cálcio total, 43% dos pacientes mudam de categoria, sendo 50% desses, de normo -para hipocalcemia.
CONCLUSAO: Usar rotineiramente a dosagem de cálcio iônico parece nao oferecer vantagens. Sobretudo porque a relaçao cálcio-PTH nao é linear e frequentemente encontra-se alterada nos estágios avançados da DRC. Porém, é de suma importância analisar a calcemia total corrigida pela albumina, pois representa melhor a verdadeira calcemia.

 


 

PO: 51959

Estudo sobre a adesao ao cloridrato de Sevelamer e fatores que a influenciam em pacientes em hemodiálise

Autores: Camila Negreiro Dias*; Patrícia Borges da Fonseca Neto; Ginivaldo Victor Ribeiro do Nascimento

camilanegd@gmail.com

Universidade Estadual do Piauí.

INTRODUÇAO: A má adesao muitas vezes subdiagnosticada leva a falsas conclusoes sobre eficácia de drogas e contribui para falha terapêutica. Na Doença Renal Crônica o uso de quelantes de fósforo confere importante estratégia para tratamento e prevençao das complicaçoes da doença mineral óssea, sobretudo a doença cardiovascular. A necessidade de elevada quantidade de comprimidos de quelantes ingeridos associado à baixa adesao característica dessa populaçao torna necessária uma avaliaçao sobre o uso adequado destas medicaçoes.
OBJETIVO: Avaliar a adesao e os fatores que influenciam o uso de cloridrato de sevelamer no tratamento de pacientes portadores de doença renal crônica em programa de hemodiálise.
METODOLOGIA: Estudo observacional, descritivo e transversal. Realizado em único centro de hemodiálise com pacientes com tratamento, predominantemente, financiado pelo SUS.Foram inclusos todos os pacientes acima de 18 anos em programa de diálise há por período superior a seis meses;e excluídos pacientes que nao estao em uso de sevelamer,sem registros de exames por mais de três meses ou que nao assinaram o TCLE.O questionário aplicado abordava questoes sócio-econômicas e referentes à adesao.Estas, respondidas e pontuadas em zero para cada resposta afirmativa e em um para as negativas. O escore zero indicando adesao e, a partir de um, nao adesao.Para análise de dados usamos o programa EpiInfo 3.5.3.
RESULTADOS: Foram abordados 119 pacientes, 23 suspenderam uso da medicaçao, 02 recusaram-se a participar e 94 responderam ao questionário. Predominantemente masculina(64,9%), idades entre 22 e 93 anos, em sua maioria tinham os cônjuges como cuidadores (34%). A nao adesao foi predominantemente, chegando a 92,5%, tendo o esquecimento como principal responsável. Constatamos que 72,5% fazem uso diário de até 3 medicamentos além do Sevelamer. Quanto à tomada do Sevelamer, 30,9% usam 9 comprimidos ao dia,97,8% usam no horário adequado, junto com as refeiçoes; 68,5% sempre usam como o prescrito, seguindo a orientaçao médica; dos que nao seguem corretamente a prescriçao, a maioria nao o fez por mudança intencional da dose. 62,8% desconheciam a importância da medicaçao.
CONCLUSAO: Observamos que a populaçao em estudo nao é aderente, sendo desconhecimento sobre a importância do uso da medicaçao é um dos principais fatores relacionados. Quanto à dificuldade posológica, destacamos a polifarmácia e o grande número de comprimidos ao dia.

 


 

PO: 51649

Experiência com uso de cinacalcete em um único centro de diálise

Autores: Camille Pereira Caetano*; Valéria Vieira da Silva Gomes; Edna Regina Silva Pereira; Cinara Barros de Sá; Valeria Soares Pigozzi Veloso; Alessandra Vitorino Naghettini

mille.caetano@gmail.com

Hospital de Urgências de Goiânia.

O Hiperparatireoidismo Secundário (HPTS) é uma anormalidade do metabolismo mineral e ósseo comumente encontrada em pacientes com doença renal crônica (DRC). O cinacalcete é o primeiro agente calcimimético a tornar-se disponível para uso clínico no controle do HPTS em pacientes em diálise.
OBJETIVO: Descrever e avaliar os resultados clínicos e laboratoriais dos pacientes com DRC dialítica em uso de cinacalcete.
METODOLOGIA: Estudo longitudinal em pacientes com DRC dialítica em tratamento regular com cinacalcete, com seguimento de 3 a 24 meses de uso da medicaçao. Foi realizada avaliaçao retrospectiva de prontuários a partir da data atual em um único centro de diálise em Goiânia-Goiás.
RESULTADOS: Foram avaliados 30 pacientes com média de idade de 54,4 anos (desvio padrao + 14,5), sendo 20 (66,7%) pacientes do sexo masculino e 15 (50%) nao-brancos. A etiologia mais frequente da DRC foi nefroesclerose hipertensiva (30%) e apenas 3 (10%), nefropatia diabética. A mediana do tempo de hemodiálise de 85,5 meses. Complicaçoes associadas ao HPTS foram identificadas em 18 pacientes, a mais frequente foi dor óssea em 13 (43,35%), seguida de calcificaçao vascular em 9 (30%), fratura espontânea 3 (10%), ruptura de tendao 2 (6,6%) e tumor marrom em 1 (3,3%). A principal indicaçao para início do tratamento com cinacalcete foi HPTS com hiperfosfatemia e apenas 10 (33,3%) dos pacientes apresentavam PTH > 1000 pg/mL. A dose inicial de cinacalcete foi 30 mg, variando de 15 a 60 mg ao longo do seguimento. Apenas 14 (46,6%) pacientes haviam completado 24 meses de tratamento. Durante o período de seguimento 8 (26,6%) dos pacientes suspenderam o medicamento: 4 no terceiro mês, 1 com 6 meses, 1 com 12 meses e 2 com 24 meses. As complicaçoes mais frequentes associadas ao tratamento foram: Hipocalcemia 6 (20%) e intolerância do trato gastro intestinal 3 (10%).
CONCLUSOES: Os pacientes com HPTS submetidos ao tratamento com cinacalcete apresentaram-se com doença sintomática na maior parte dos casos e alteraçoes laboratoriais típicas apesar de poucos apresentarem HPTS grave. O uso do cinacalcete nessa populaçao foi seguro, com pouca incidência de efeitos colaterais. A avaliaçao da evoluçao dos níveis de PTH provavelmente foi prejudicada pelo pequeno número de pacientes com seguimento completo de 24 meses.

 


 

PO: 50598

Hipercalcemia em crianças: relato de três casos com apresentaçoes clínicas incomuns

Autores: Bruna Barros Garbim*; Larissa D’Avila; Sumara Zuanazi Pinto Rigatto; Vera Maria Santoro Belangero; Rodrigo Bueno de Oliveira; Kélcia Rosana da Silva Quadros; Paulo Ribeiro Gontijo; Larissa D’Avila; Sumara Zuanazi Pinto Rigatto; Paula Ribeiro Gontijo

bruna_barros@yahoo.com.br

UNICAMP

Hipercalcemia é uma condiçao incomum na infância. Apresentamos três casos de hipercalcemia grave de causas insólitas. Caso 1: masculino, 6 anos, branco. Febre há 2 semanas, duraçao de 3 dias. Evoluiu com vômitos, mialgia e emagrecimento de 3 kg. Exames laboratoriais: Cai = 2,8 mmol/L, leucócitos = 40.370/mm3 (83% segmentados); Dosagem de PTH e vitamina D normais. Sorologias negativas para citomegalovírus, hepatites B e C, Epstein-Barr, sífilis, toxoplasmose, rubéola, HIV e HTLV. Averiguado contato com Nymphicus hollandicus (calopsita). Sorologias para Mycoplasma pneumoniae, Chlamydia trachomatis e C. psittaci apresentavam títulos positivos de IgM. Tratado com azitromicina e doxiciclina, teve excelente resposta clínica. Caso 2: masculino, 6 anos, branco. Febre alta há 1 mês. Ao exame físico: linfonodomegalia cervical e axilar, hepatoesplenomegalia e lesoes cutâneas variceliformes em face e tronco. Exames laboratoriais: hemoglobina = 6,8g/dL. Exame micológico (mielograma) com presença de Paracoccidioides brasiliensis. Iniciado sulfametoxazol + trimetoprima, evoluiu com leucopenia e plaquetopenia; associado anfotericina B desoxicolato (AMB). Evoluiu com hipercalcemia e hipopotassemia, suspenso AMB. Cultura de lavado gástrico com Mycobacterium tuberculosis. Iniciado esquema tríplice e reintroduzido AMB, com normalizaçao laboratorial e erradicaçao microbiológica. Caso 3: masculino, pardo, 8 anos, acompanhado por hematúria microscópica secundária à hipercalciúria e hipomagnesiúria idiopáticas. Há dois meses com perda de 2 kg, vômitos, inapetência, dor em membros inferiores, poliúria há uma semana. Exames laboratoriais: CaT = 18,5mg/dL e calciúria = 439 mg/24h; rápida resposta ao pamidronato dissódico. Nível sérico de vitamina D > 150 ng/ml. O teor de vitamina D estimado foi 832.000 UI por cápsula. Observa-se um aumento da prescriçao de suplementos de vitamina D com o intuito de aproveitamento de seus benefícios variados. A intoxicaçao por vitamina D em crianças geralmente está associada a erros de manipulaçao. Hipercalcemia é descrita em doenças granulomatosas e infecçoes fúngicas, porém associaçao com P.brasiliensis é rara. Na literatura, nao há relatos de hipercalcemia associada a infecçoes por Chlamydia sp, sendo que a possível relaçao causal entre psitacose e hipercalcemia alerta para a necessidade de investigaçao dos antecedentes epidemiológicos através de acurada observaçao clínica.

 


 

PO: 51916

Hiperparatireoidismo secundário em pacientes renais crônicos dialíticos do Agreste Pernambucano

Autores: Abdias Pereira Diniz Neto*; Layse Ciane Silveira Cirino de Britto Galvao; José Igor da Silva Batista; Matheus Carneiro da Cunha Costa; Heloisa Aparecida de Santana; Maria Izabel Barbosa Bezerra; Raphael de Azevedo Leitao; Rodrigo Alves Oliveira

abdiasdiniz@gmail.com

Universidade Federal de Pernambuco.

INTRODUÇAO: O hiperparatireoidismo secundário (HPTS) é uma desordem endócrino-metabólica caracterizada pela hiperplasia das paratireoides com hipersecreçao do paratormônio (PTH) devido aos distúrbios de metabolismo do cálcio e do fósforo presentes em pacientes portadores de doença renal crônica (DRC). O distúrbio de Ca + + e PO4 tem elevado impacto na morbidade e na mortalidade desses pacientes devido a eventos cardiovasculares, como resultado da calcificaçao vascular.
OBJETIVO: Relatar o perfil epidemiológico do HPTS e sua correlaçao com os níveis séricos de cálcio, fosfato e PTH em pacientes em terapia renal substitutiva (TRS) em um serviço de diálise no agreste de Pernambuco.
MÉTODO: Análise descritiva e transversal de dados de 315 prontuários médicos no mês de abril/2016 para identificar a prevalência de HPTS, bem como a relaçao sérica do Cálcio, do Fosfato, do produto Ca x PO4 e do PTH; além de relacioná-los com as variáveis: gênero, idade, IMC.
RESULTADOS: Foram analisados 315 prontuários de pacientes, idade 54 ± 15,3 anos; idosos correspondendo a 25% dos dados sem nenhum paciente abaixo de 18 anos; tempo de diálise de 34 ± 30,1 meses; e 65,4% eram homens. Desses 315 pacientes, o HPTS foi identificado em 148 (49%; 568.5 ± 723.6), idade 49 ± 14,3 anos; 63% correspondiam ao sexo masculino, dos quais 13,8% eram obesos; enquanto que a obesidade em mulheres com HPTS correspondeu a cerca de 11%. Os níveis gerais de Ca + + e de PO4 foram, respectivamente, 8 ± 4,6 e 4.7 ± 1.4. A hipercalcemia foi observada em 5 pacientes (1,62%; 12 ± 0,9), enquanto a hipocalcemia em 215 (70%; 7,5 ± 1). A Hiperfosfatemia correspondeu a 26%, e a hipofosfatemia foi de 18%. Já a relaçao Ca x PO4 apresentou-se alterada em 12%, com 73 ± 36.5.
CONCLUSAO: Os resultados demonstram a relevante prevalência de HPTS na populaçao estudada, sobretudo em homens, correlacionando-se com estudos nacionais e internacionais e indicando um considerado risco de morbimortalidade devido a calcificaçao cardiovascular. A identificaçao desse perfil é importante para planejar a assistência ao paciente dialítico, com prevençao e tratamento que atenuem as consequências do HPTS nos distúrbios cardiovasculares e minerais-ósseos.

 


 

PO: 51722

Hiperparatireoidismo secundário em pacientes submetidos à hemodiálise em Campina Grande – PE

Autores: Valkercyo Araújo Feitosa*; MariaTereza Sampaio de Sousa Lira; Antônio Silaide de Araújo Junior; Thiago Danillo Rodrigues de Almeida; Paulo Miranda Cavalcante Neto; Aline Alves Lopes; Pedro Alves da Cruz; Maiara Llarena Silva Salvador

valkercyo@gmail.com

UFPE.

INTRODUÇAO: O hiperparatireoidismo secundário (HPTS) desenvolve-se cedo no curso da doença renal crônica (DRC) como mecanismo compensatório para controlar os níveis séricos de cálcio, fósforo e vitamina D. Seu controle inadequado está associado a conseqüências clínicas importantes, como calcificaçao vascular, e a um impacto negativo na sobrevida do paciente renal crônico. O diagnóstico laboratorial do HPTS é feito pela dosagem do PTH intacto, valores acima de 300 pg/mL, em pacientes com DRC em diálise, sao considerados pela maioria diretrizes nacionais e internacionais de prática clínica para o diagnóstico de HPTS.
MÉTODO: Realizado um estudo transversal nos quatro serviços de diálise da cidade de Campina Grande-PB através da análise de prontuário com coleta de registros sociodemográficos, clínicos e bioquímicos no período de janeiro à outubro de 2014 de pacientes inscritos no programa de hemodiálise regular.
RESULTADO: A maioria dos pacientes era do sexo masculino 59% (n = 94). A idade média foi de 52,2 ± 15,8 anos. Observou-se que as etiologias presuntivas mais frequentes foram: nefropatia hipertensiva 45,1%(n = 72) e nefropatia diabética 16,6% (n = 26), seguidas por glomerulonefrite crônica 6,1%(n = 9), rins policísticos 4,1% (n = 6) e uropatia obstrutiva 3,6% (n = 5). Quanto às metas laboratoriais recomendadas pelo KDOQI, para os pacientes em diálise, observou-se PTH > 300 pg/mL, em 30,6% (n = 48), fósforo sérico > 5,5 mg/dl, 25,9% (n = 41). O duplo-produto cálcio-fósforo > 55 mg2/L2 foi encontrado em 25,9% (n = 41). A reposiçao de vitamina D ocorreu em 19,8% (n = 31) e o uso do quelante de fósforo foi realizado em 82,4% (n = 131) dos pacientes. Entre os pacientes que possuíam PTH > 300 pg/mL, 26,7% (n = 42) nao estavam em tratamento de reposiçao de vitamina D. O calcitriol estava sendo utilizado em 33% (n = 52) dos pacientes com PTH < 150pg/mL.
CONCLUSAO: De acordo com os dados laboratoriais referentes ao metabolismo mineral ósseo, observamos que apesar do uso de quelantes de fósforo e reposiçao de vitamina D, um percentual significativo de pacientes nao apresentava os valores alvos recomendados pelo K/DOQI para o metabolismo mineral ósseo. Observa-se que a hiperfosfatemia é associada à mortalidade cardiovascular e que altos níveis de PTH relacionados a doença óssea adinâmica, devendo essas metas laboratoriais serem perseguidas para um melhor manejo dos pacientes em programa de diálise regular.

 


 

PO: 52023

Síndrome disostose cleidocraniana x doença renal crônica: há correlaçao? Um relato de caso

Autores: Paula de Castro Gianasi*; Tiago Lemos Cerqueira; Lilian Pires de Freitas do Carmo; Silvia Corradi de Faria; Fellipe Loureiro de Quadros Godinho; Mayra Martins Palotti; Melani Ribeiro Custodio; Daniela Avelar Barra

Paulagianasi@hotmail.com

Centro de Nefrologia do Hospital Evangélico.

RESUMO: A síndrome de disostose cleidoocraniana (SDC) é uma síndrome genética rara, com padrao de herança autossômico dominante, sem predileçao por sexo e raça. O diagnóstico é baseado nos achados clínicos e radiológicos e na seguinte tríade patognomônica: múltiplos dentes extranumerários, ausência parcial ou total das clavículas e fontanelas abertas. Embora seja pouco relatado na literatura, há casos com hipoplasia renal associada.
OBJETIVO: Relatar um caso e realizar uma revisao da literatura sobre associaçao entre doença renal crônica (DRC) e DMO-DRC e disostose cleidocraniana.
MÉTODO: relato de caso ilustrativo de uma paciente do sexo feminino do ambulatório de DMO-DRC de um centro de referência em Minas Gerais e revisao da literatura sobre SDC em associaçao com DRC.
RESULTADOS E CONCLUSAO: Na literatura, poucos casos foram descritos desta patologia. A doença tem como causa um defeito do gene CBFA1, que controla a diferenciaçao de células precursoras em osteoblastos, sendo essencial para a formaçao do tecido ósseo. Dentre os casos descritos, observou-se uma associaçao entre hipoplasia renal e SDC. Todavia, uma relaçao de causa e efeito nao pode ser estabelecida com os estudos atuais, além do conhecimento limitado desta síndrome e a evoluçao dos DMO-DRC nestes pacientes.

 

DOENÇA RENAL CRONICA

PO: 50509

Cistatina C superior a creatinina em predizer alteraçao de geometria do ventrículo esquerdo?

Autores: Andréa Camello Esteves Perrelli Valença*; Lucila Maria Valente; Brivaldo Markman Filho; Luis Henrique Bezerra Cavalcanti Sette; Monica de Moraes Chaves Becker; Maria Carolina Nobrega Rebello Neves

deaesteves@hotmail.com

UFPE.

INTRODUÇAO: A doença renal crônica (DRC) é fator de risco importante para doença cardiovascular. Dentre as complicaçoes observadas, a hipertrofia ventricular esquerda é uma das mais prevalentes e está associada ao aumento de morbimortalidade.
OBJETIVO: Investigar a associaçao da taxa de filtraçao glomerular estimada pela creatinina (TFG creatinina) e cistatina C (TFG cistatina C) com alteraçoes cardíacas estruturais do ventrículo esquerdo (VE). Uma questao de relevância clínica é se a TFG cistatina C é um melhor marcador de risco cardiovascular do que a TFG creatinina.
MÉTODO: Estudo transversal com pacientes do ambulatório de DRC em tratamento conservador do HC-UFPE no período de Dezembro de 2014 a Julho de 2015. A funçao renal foi avaliada por estimativa da TFG utilizando a equaçao Chronic Kidney Disease Epidemiology Collaboration (CKD EPI), através das medidas séricas de creatinina e cistatina C. Os pacientes foram classificados em estágios da DRC conforme a TFG de acordo com as diretrizes do KDIGO em: TFG (mL/min/1.73m2) > 90 estágio 1; 60 89 estágio 2; 45 59 estágio 3a; 30 – 44 estágio 3 b; 15 29 estágio 4 e < 15 estágio 5. Para critério de comparaçao foi considerado Grupo 1 os pacientes dos estágios 3a, 3b e 4 e Grupo 2 os pacientes do estágio 5. Foi realizado estudo ecodopplercardiográfico e foi considerado remodelamento concêntrico a presença de índice de massa do ventrículo esquerdo (IMVE) inferior a 115g/m2 para homens e inferior a 95g/m2 para mulheres com espessura relativa de parede (ERP) superior a 0,42; Hipertrofia ventricular esquerda concêntrica: IMVE superior a 115g/m2 para homens e superior a 95g/m2 para mulheres com ERP superior a 0,42; Hipertrofia ventricular esquerda excêntrica: IMVE superior a 115g/m2 para homens e superior a 95g/m2 para mulheres com ERP inferior a 0,42.
RESULTADOS: Dos 140 pacientes avaliados, 122 realizaram o estudo ecodopplercardiográfico. Nao houve diferença significativa quando utilizamos TFG creatinina (grupo 1 48,5% e grupo 2 60,9% p = 0,285). No entanto, quando os pacientes foram avaliados através da TFG cistatina C foi constatado que 45,4% pacientes do grupo 1 e 87,5% dos pacientes do grupo 2 apresentaram alteraçao da geometria do VE (p = 0,028).
CONCLUSAO: Os resultados sugerem que a TFG cistatina C é superior a TFG creatinina para avaliar o risco de doenças cardiovasculares.

 


 

PO: 50580

Comparaçao de fórmulas para cálculo da TFG Para rastreamento na campanha do Dia Mundial do Rim

Autores: Wendel Ricardo Dias*; Gabriela Fabris Ferreira Dias; Gabriel Trentini Beraldo; Claudia Calvo Alessi; Gustavo Navarro Betônico

wendelrd@hotmail.com

UNOESTE.

INTRODUÇAO: Segundo a Kidney Disease Outcome Quality Initiative (KDOQI), portador de DRC é aquele indivíduo que apresentar filtraçao glomerular < 60ml/min/1,73m2 ou > 60ml/min/1,73m2 associado a pelo menos um marcador de lesao de parênquima e cronicidade das alteraçoes (> 3 meses). Na prática clínica diária, a filtraçao glomerular é obtida a partir de equaçoes utilizando a creatinina sérica, sendo elas: Cockcroft-Gault (CG), MDRD e CKD-EPI.
OBJETIVO: Avaliar as variaçoes no resultado da taxa de filtraçao glomerular (TFG) quando calculada por meio das fórmulas CG, MDRD e CKD-EPI a partir dos exames de creatinina colhidos na campanha de prevençao da doença renal no Dia Mundial do Rim em 2016.
MÉTODO: A campanha englobou atividades educativas e de rastreamento da doença renal. Foram obtidos os seguintes dados: idade, peso, raça, sexo, hipertensao, diabetes, antecedentes pessoais e familiares de doença renal. A partir da identificaçao do fator de risco para DRC, foi realizada coleta sanguínea para dosagem de creatinina e com esses dados foi calculada a TFG de cada participante através das fórmulas.
RESULTADOS: Foram avaliados 73 sujeitos, com idade média de 59,8 anos, desvio padrao 13,6, sendo 64,4% do sexo feminino, 68,5% considerados brancos, 26% negros e 5,5% orientais. Os resultados da TFG obtidos a partir de cada fórmula foram separados em dois grupos: > 60ml/min e < 60ml/min. Ao compararmos as equaçoes, 64% dos participantes apresentaram TFG < 60ml/min quando utilizado CG e MDRD e 61,6% quando utilizado CKD-EPI, demonstrando que nao houve diferença. Os valores demonstrados pelo cálculo da CG, nos participantes com TFG < 60ml/min foram 74,5% estágio 2 e 25,5% estágio 3 da DRC. Quando aplicadas as fórmulas, MDRD foram 87,2% estágio 2 e 22,8% estágio 3 e CKD-EPI foram 80,8% estágio 2 e 19,2% estágio 3. Conforme a literatura, nas fases iniciais da DRC nao houve diferença entre as equaçoes. Naqueles com DRC e TFG < 30ml/min, as fórmulas mostraram-se diferentes, confirmando os dados de literatura, que sugere que nas classes mais avançados da DRC, a CKD-EPI tem maior correlaçao com a TFG real.
CONCLUSAO: As fórmulas utilizadas foram capazes de encontrar um número semelhante de pacientes com provável DRC na Campanha do Dia Mundial do Rim, sendo, portanto opçoes adequadas para rastreamento. Quando estratificados em classes de DR mais avançadas, a CKD-EPI foi capaz de encontrar um menor número de pacientes quando comparado com CG e MDRD.

 


 

PO: 50401

Concordância entre distintas equaçoes de estimativa da taxa de filtraçao glomerular em idosos

Autores: Patrícia Aparecida Barbosa Silva*; Sônia Maria Soares; Joseph Fabiano Guimaraes Santos; Líliam Barbosa Silva; Francielle Carolina Santos; Raquel Melgaço Santos; Camila Isis de Deus do Carmo; Lariza Emanuele Alcantara Ferreira

patriciaaparecidabarbosasilva@yahoo.com.br

Escola de Enfermagem UFMG.

INTRODUÇAO: Equaçoes preditivas sao utilizadas na prática clínica para estimar a taxa de filtraçao glomerular (TFG). Várias equaçoes têm sido desenvolvidas, mas a performance em idosos ainda é incipiente.
OBJETIVO: Determinar a performance de diferentes equaçoes em estimar TFG e detectar DRC.
MÉTODO: Estudo transversal de base populacional, envolvendo 208 idosos, residentes em um Distrito Sanitário de Belo Horizonte, MG. Realizaram-se visitas domiciliares em 152 setores censitários sorteados aleatoriamente. A funçao renal foi estimada por oito equaçoes e DRC definida como TFG < 60 mL/min/1,73m2 e/ou relaçao albumina/creatinina > 30 mg/g. O grau de concordância foi avaliado pela estatística kappa (desfecho DRC) e gráfico de Bland-Altman (TFG).
RESULTADOS: A equaçao C-G foi que obteve pior grau de concordância com todas as outras equaçoes (kappa = 0,457 a 0,548). Sua maior concordância foi com CKD-EPI-CreCys (kappa = 0,548) e pior concordância com MDRD. Por outro lado, a equaçao MDRD obteve excelente concordância com CKD-EPI_cre (kappa = 0,958) e a equaçao Larsson com CKD-EPI_CreCys (kappa = 0,811). Nao houve mudança significativa das concordâncias de diagnóstico de DRC estágios 3-5 em relaçao ao diagnóstico global de DRC. Quando incluído à análise apenas indivíduos > 70 anos, as equaçoes BIS obtiveram grau de concordância regular a boa. A equaçao C-G permaneceu com os piores índices de concordância. Em adiçao às análises, os gráficos de Bland-Altman mostraram que a diferença das médias e dispersao das TFG foi mais similar entre as equaçoes CKD-EPI_cys e Larsson, tendendo a uma maior concentraçao dos valores em torno da média das diferenças das médias. Em seguida, tem-se as equaçoes CKD-EPI_CreCys e Larsson demonstrando um comportamento semelhante. Modelo de curva em J foi evidenciado entre as equaçoes MDRD e CKD-EPI_cre, com valores centrais similares e aumento das discrepâncias a partir da TFG 90 mL/min/1,73 m2. Em indivíduos > 70 anos, manteve-se maior similaridade entre as equaçoes CKD-EPI_cys e Larsson, e CKD-EPI_CreCys e Larsson. Manteve-se o modelo de curva em J para as equaçoes MDRD e CKD-EPI_cre. A tendência de dispersao ocorreu em níveis mais baixos da TFG, em torno dos 45 mL/min/1,73 m2 para a maioria das equaçoes.
CONCLUSAO: TFG é influenciada pela escolha da equaçao e o grau de dispersao foi mais intenso em valores aumentados da TFG. A equaçao C-G foi a que obteve pior grau de concordância com todas as outras equaçoes.
APOIO: FAPEMIG e CAPES.

 


 

PO: 50517

Correlaçao da concentraçao da creatinina plasmática com a de fluído salivar

Autores: Evelyn Caroline Matos de Almeida; Lohana Frota Nogueira Costa*; Mel Beatriz Sobral Pereira; Fabíola Stefhanny Rocha Siqueira; Cassiano Saatksmp; Mauricio liberal de Almeida

lohanafrota0@gmail.com

Instituto Esperaça de Ensino Superior Iespes.

Na saliva encontram- se alguns dos compostos que estao presentes no soro, sendo possível detectar disfunçoes do organismo. É fundamental que se conheça os componentes desse fluído corporal, para tornar viável a análise de substâncias específicas. Pacientes que já se encontram em um nível avançado estao sujeitos a fazer vários tipos de exames e muitas vezes sao necessárias mais de uma punçao venosa. Estudos demonstram a utilizaçao de saliva como uma viabilidade para a análise de marcadores biológicos como um indicativo da Doença Renal Crônica é indolor e nao causa incomodo algum ao paciente. O presente estudo tem como objetivo verificar a correlaçao da concentraçao plasmática e fluído salivar de creatinina. Para o estudo foram utilizados 14 indivíduos voluntários acima de 18 anos de idade, para coleta de dados utilizou-se um questionário aplicado antes da coleta, sendo o estudo do tipo quantitativo. Foram efetuados dois tipos de coletas, sendo uma coleta de saliva nao estimulada e coleta do soro, após isso os frascos com as amostras foram levados para dosar a creatinina na saliva e no soro. Os resultados obtidos da análise bioquímica da creatinina salivar revelaram que a concentraçao desta substância neste meio por ser inferior nao apresentou correlaçao sendo comprovado com a análise estatística do valor de r = 0,032775. Por tanto estudos de maior abrangência sao necessários para ampliar o conhecimento sobre o presente tema.

 


 

PO: 51984

Correlaçao entre a força muscular respiratória e periférica em pacientes renais crônicos

Autores: Rachel Chrystinne de Oliveira Silva*; Dayane Santos Oliveira; Ewerton Sérgio da Silva; Larissa de Holanda Lessa; Bruna Rodrigues Moraes; Karolyne Soares Borbosa Granja; Sarah Carolina Almeida Luna Vieira; Ana Carolina do Nascimento Calles

quel_cristinne@hotmail.com

UNIT

INTRODUÇAO: A doença renal crônica é uma lesao irreversível e progressiva que ocorre devido a uma diminuiçao da capacidade de manutençao da homeostase pelos rins, sua deterioraçao pode esta relacionada com o tabagismo, dislipidemia, Diabetes mellitus, nefroesclerose hipertensivo e síndrome coronariana aguda. Associada ao tratamento hemodialítico pode apresentar uma diversidade de complicaçoes músculo-esqueléticas, imunológicas e endócrino-metabólico, além de trazer repercussoes pulmonares através da doença e/ou do tratamento (hemodiálise ou diálise peritoneal).
OBJETIVO: Correlacionar a força muscular periférica e a força muscular respiratória em pacientes renais crônicos.
MATERIAIS E MÉTODOS: Participaram do estudo 96 voluntários em tratamento dialítico do hospital vida de alagoas. Para avaliar a força muscular periférica foi utilizada a pontuaçao do escore do Conselho de Pesquisas Médicas – Medical Research Council – MRC que gradua a força muscular de 1 (discreta contraçao) a 5 (contraçao normal). Para avaliar a força muscular respiratória foi avaliada pressao inspiratória máxima (PImáx) e a pressao expiratória máxima (PEmáx), para isso, foi utilizado o manovacuômetro analógico graduado em cm H2O. Para quantificar os valores preditos foi utilizada a equaçao de Neder.
RESULTADOS: Foram avaliados 96 pacientes, com idade mínima de 22 anos e máxima de 72 anos, média 54,14 ± 13,79 anos. Verificou-se que nao houve correlaçao significativa entre PImáx obtida e MRC (r = 0,096; p = 0,565) e entre PEmáx obtida e MRC (r = -0,192; p = 0,249) do gênero feminino. Constatou-se que nao houve correlaçao significativa entre PImáx obtida e MRC para os homens (r = -0,146; p = 0,276). Houve correlaçao significativa entre PEmáx obtida e MRC para o gênero masculino (r = 0,274; p = 0,038).
CONCLUSAO: Pacientes com DRC em tratamento hemodialítico apresentam alteraçoes importantes da força muscular respiratória e periférica, que se encontram significativamente reduzidas. Por tanto, nota-se a importância da fisioterapia no tratamento intradialítico.

 


 

PO: 50539

Correlaçoes entre IL-6, INF-a e fatores bioquímicos: novos marcadores da progressao da doença renal?

Autores: Josilene Dália Alves*; Andressa Almeida Franco; Hellida da Costa Alves Teixeira; Gisele Almeida Amaral Fonseca; Marttonio Rodrigues Nunes; Fernanda Regina Casagrande Giachini; Victor Vitorino Lima

josydalia@hotmail.com

Universidade Federal de Mato Grosso.

A doença renal crônica (DRC) é um grave problema de saúde pública e nos últimos estágios as disfunçoes do sistema imunológico podem contribuir diretamente para os elevados índices de morbidade e mortalidade destes pacientes. Este estudo tem o objetivo de avaliar fatores bioquímicos e os níveis de citocinas como possíveis biomarcadores da evoluçao da DRC em estágios avançados. Foi realizado o cálculo da taxa de filtraçao glomerular (TFG) e dosagens séricas de creatinina, ureia, albumina, potássio, fósforo, interleucina-6 (IL-6) e interferon-a (IFN-α). Para os exames bioquímicos foram utilizados kits específicos e o espectrofotômetro semiautomático (Bioplusr 2000). A quantificaçao de citocinas foi realizada por citometria. As diferenças estatísticas foram avaliadas pelo teste de análise de variância (ANOVA) seguido do pós-teste de Tukey. As correlaçoes foram realizadas utilizando o teste de Pearson. Foram considerados significativos valores de p < 0,05. O estudo incluiu 92 participantes entre indivíduos controle e doentes renais crônicos nos estágios 3, 4 e 5. Os resultados demonstram que a TFG, bem como os níveis séricos de albumina diminuem conforme a DRC avança, enquanto os níveis séricos de creatinina, ureia, potássio e fósforo aumentam. A expressao de IL-6 e IFN-a nos indivíduos com DRC foi significativamente maior que nos pacientes do grupo controle. Os pacientes com DRC no estágio 5 mostraram níveis mais elevados destas citocinas quando comparados ao estágio 3 e 4, o que demonstra que estas alteraçoes tendem a piorar conforme a DRC progride. A IL-6 correlacionou-se positivamente com os níveis séricos de creatinina (r = 0,901; p = 0,002), ureia (r = 0,814; p = 0,008), fósforo (r = 0,694; p = 0,012) e potássio (r = 0,624; p = 0,004) e inversamente com a TFG (r = -0,864; p = 0,003) e os níveis séricos de albumina (r = -0,830; p = 0,005). Do mesmo modo, o INF-α foi correlacionado de modo positivo com a creatinina (r = 0,923; p = 0,000), ureia (r = 0,850; p = 0,004), fósforo (r = 0,581; p = 0,009) e postássio (r = 0,702; p = 0,006) e inversamente associado com a TFG (r = -0,870; p = 0,002) e os níveis séricos de albumina (r = -0,857; p = 0,001). Considerando as correlaçoes obtidas e que todos os fatores bioquímicos analisados sao diretamente relacionados com a evoluçao da DRC, podemos inferir que tanto a IL-6, como o INF-α podem apresentar características compatíveis como possíveis biomarcadores adicionais da progressao da DRC.

 


 

PO: 51934

Crise renal esclerodérmica com necessidade de hemodiálise (HD) como manifestaçao inicial de esclerose sistêmica (ES): relato de caso

Autores: Johnathan Bueno Santos*; Ana Carolina Yonamine Rodrigues Dias; Thiago Paiva e Silva; Bruna Pasolini; Lilian Coelho Pereira; Jaqueline Severo Alencar; Isabella de Arruda Ribeiro; Alex Magno Coelho Horimoto

johnathan_009@yahoo.com.br

Renale.

INTRODUÇAO: A ES é caracterizada por alteraçoes inflamatória, fibrose e atrofia multissistêmica, endarterite proliferativa e lesoes capilares obstrutivas. A crise renal esclerodérmica é rara (< 10% dos casos) e se apresenta com hipertensao arterial acelerada e rápida deterioraçao da funçao renal.
OBJETIVO: relatar abertura de caso de ES com quadro de crise renal esclerodérmica.
RELATO DE CASO: C.S.C.G, 30 anos, feminino, negra, admitida relatando há 30 dias quadro de hiporexia, náuseas, vômitos, hipertensao arterial e alteraçao visual. Traz consigo exames pré-operatórios (colecistectomia por colelitíase programada). Negava comorbidades. Há 4 meses episódios de palidez cutânea relacionada ao frio em quinto quirodáctilo bilateralmente e manchas cutâneas acrômicas difusas. A admissao, pressao arterial 180 x 100 mmHg, 96 bpm, afebril. Sem alteraçoes nos demais sistemas.
AVALIAÇAO LABORATORIAL: anemia normo-normo, creatinina 5,28 mg/dl e uréia 151 mg/dl, sendo indicada HD e controle pressórico com anlodipino 10mg/dia. Ultrasson de aparelho urinário: rim direito 100mm (cortical 12mm); rim esquerdo 104mm (cortical 14mm). Ecocardiograma: derrame pericárdico discreto. Retinografia com padrao proliferativo. Aventou-se a possibilidade de ser ES com crise renal esclerodérmica devido às alteraçoes cutâneas (espessamento da pele e manchas acrômicas compatíveis com leucomelanodermias), envolvimento vascular (injuria renal, alteraçoes vasculares de retina e fenômeno de Raynaud). Solicitados auto anticorpos (AC): Fator antinuclear (FAN) 1/640, padrao nucleolar; anti RNP 45 U; demais AC negativos (DNAds, SSA, SSB, SM, ANCA, cardiolipina, anticoagulante lúpico, C3, C4 e CH50). Biópsia renal com 40% de atrofia tubular e fibrose intersticial, microangiopatia trombótica, imunofluorescência negativa. Confirmado o diagnóstico foi iniciado inibidor da ECA e ciclofosfamida. No momento paciente ainda em HD.
CONCLUSAO: sendo fenômeno raro, a crise renal esclerodérmica deve ser elencada entre os diagnósticos diferenciais em casos de hipertensao arterial acelerada e rápida perda da funçao renal, para que com diagnóstico precoce e terapêutica adequada se evite a cronificaçao da doença renal e consequências inerentes à doença de base.

 


 

PO: 51889

Curso clínico incomum de Nefríte Lúpica, com período significativo de latência e recidiva mais agressiva: um relato de caso.

Autores: Samuel Sampaio Alcântara*; Paulo Roberto Santos; Ana Raquel Ferreira de Azevedo; Dina Andressa Martins Monteiro; LucasTadeu Rocha Santos;Ticianne Pinto Ferreira; Filipe Herson Carneiro Rios; Carlos Danilo da Penha Souza

samuel.asampaio@gmail.com

UFC.

INTRODUÇAO: A doença renal é uma manifestaçao clínica frequente no lúpus eritematoso sistêmico (LES) e se desenvolve por ocasiao do diagnóstico ou durante seguimento clínico a médio prazo. De modo geral, as alteraçoes urinárias ou funcionais sao concomitantes com outros sintomas sistêmicos do LES e, raramente, sinais de nefrite se apresentam como manifestaçao inicial nesta doença.
OBJETIVO: relatar e comparar com achados da literatura o caso de um paciente portador de Nefrite Lúpica e Lesao Renal Aguda que, após 3 anos assintomático e sem adesao ao tratamento, evoluiu para Doença Renal Crônica.
MÉTODOS: as informaçoes foram obtidas por meio de revisao do prontuário, entrevista com 0 paciente, registro fotográfico dos métodos diagnósticos aos quais o paciente foi submetido e revisao da literatura.
RELATO DE CASO: W.P.P.R., 24 anos, masculino, pardo, católico, natural e procedente de Sobral-CE, possui ensino médio incompleto e atualmente trabalha em supermercado. Em 2011 foi diagnosticado com Nefrite Lúpica, HAS e Lesao Renal Aguda, o qual realizou tratamento dialítico por 3 meses e farmacológico por 1 ano, onde obteve melhora do estado geral, porém abandonou o tratamento em 2013 e permaneceu assintomático até abril de 2016. Em 05/04/2016, paciente dá entrada em hospital de referência da regiao norte do Ceará com quadro edematoso iniciado na face, evoluindo para anasarca, sendo diagnosticado com Nefrite Lúpica e DRC. No dia 07/04/2016 foi internado por um período de 8 dias no qual a terapêutica utilizada foi: hemodiálise; losartana 50mg 12/12 horas; atensina 0,1 mg 2 comprimidos 6/6 horas; alodipina 5 mg 12/12 horas e hixizine 10 ml 8/8 horas. Exames admissionais: Cr 6,2 mg/dl; Ur 210 mg/dl; Fósforo 6,4 mg/dl; Ca 7,5 mg/dl; Na 131 mEq/1; TGO 20 u/l; TGP 18 u/l; LDL 125,8 mg/dl; Proteína total 4,9. Paciente relata tabagismo por 8 anos (1 março/dia), uso de drogas ilícitas e alcoolismo, porém com 4 anos de abstinência. Mae possui Lúpus e Diabetes mellitus.
CONCLUSAO: Nesse caso, observa-se, mesmo sem a realizaçao do tratamento, um período de latência significativo de 3 anos da Nefrite Lúpica e um recidiva com o acometimento crônico da funçao renal, porém preservando a funçao de outros órgaos. Isso mostra, portanto, um curso incomum da doença, tendo em vista que esta permaneceu latente por um período significativo, voltando, contudo, sob forma mais agressiva.

 


 

PO: 50860

Depressao e qualidade de vida na doença renal crônica: hemodiálise e tratamento conservador

Autores: Geraldo Bezerra da Silva Junior; Antonio Marcelo de Oliveira Barbosa; Guilherme Pinheiro Ferreira da Silva; Liliane Nunes da Silva; Gabriela Rocha Lima; Cibele Cunha Santana; Taynara Guedes da Silva; Juliana Gomes Ramalho de Oliveira*

julianagrdo@gmail.com

Universidade de Fortaleza

INTRODUÇAO: A depressao é o transtorno mental mais frequente na doença renal crônica (DRC) e afeta significativamente a qualidade de vida (QV) dos pacientes.
OBJETIVO: Investigar a ocorrência de sintomas depressivos e a qualidade vida de pacientes com DRC.
MÉTODO: Estudo transversal em três unidades de saúde de Fortaleza, Ceará, que assistem pacientes com DRC: clínicas de hemodiálise da Santa Casa e do Hospital Fernandes Távora e Núcleo de Atençao Médica Integrada da Universidade de Fortaleza. Foram entrevistados pacientes em hemodiálise e tratamento conservador, de junho a outubro de 2015. Aplicou-se os seguintes instrumentos: ficha de dados sociodemográficos, questionário de QV SF-36 e Inventário de Depressao de Beck.
RESULTADOS: Entrevistados 147 pacientes, com média de idade de 54 + 16 anos, sendo 61% do sexo masculino. Da amostra, 96 (65,3%) encontravam-se em hemodiálise e 51 (34,69%) em tratamento conservador. Diagnóstico prévio de transtorno mental foi relatado por 19 pacientes (12,9%), e 19 (12,9%) relataram uso de medicaçao para transtorno mental. Foram detectados 38 pacientes em hemodiálise (39,6%) e 23 em tratamento conservador (45,1%) interessados em acompanhamento psicológico. Sobre os escores obtidos pelo Inventário de Beck, 47 pacientes (31,9%) apresentaram sintomas depressivos, 22 (14,9%) com sintomas leves, 14 (9,5%) moderados e 7 (4,7%) com sintomas graves. Em hemodiálise, 30 (31,2%) apresentaram sintomas depressivos, e, em tratamento conservador, 25,5% (p = 0,2). Os fatores relacionados à QV quanto ao coeficiente físico, na análise multivariada: idade avançada, estado civil (casados) e preparaçao para transplante. Os fatores relacionados ao coeficiente mental do escore de QV foram: estado civil (casados) e histórico de tratamento prévio para doença mental. Os fatores associados à depressao: grau de instruçao, estado civil (casados) e tratamento prévio para doença mental.
CONCLUSAO: Detectou-se um número significativo de portadores de DRC com sintomas depressivos, tanto em tratamento conservador quanto em hemodiálise, nao havendo diferença significativa entre as diferentes modalidades. Foram encontradas correlaçoes negativas entre estado civil casado e coeficiente mental do questionário de QV. O tratamento prévio especializado demonstrou ser fator de proteçao para o mesmo coeficiente. Evidenciou-se idade avançada e tratamento prévio para transtorno mental como fatores de risco para depressao e estado civil casado como fator de proteçao.

 


 

PO: 50448

Desafios na produçao do cuidado à saúde: da hipertensao arterial e do diabetes à doença renal crônica

Autores: Samira Haddad*; Teresa Etsuko da Costa Rosa

shaddad2010@gmail.com

Faculdade de Medicina de Sorocaba/Puc-Sp.

INTRODUÇAO: A hipertensao arterial sistêmica (HAS) e o Diabetes mellitus (DM) sao frequentemente associados à doença renal crônica (DRC) e à doença renal crônica terminal, que por sua alta prevalência no Brasil e no mundo tem grande impacto financeiro e social.
OBJETIVO: Analisar a produçao de cuidados à saúde do hipertenso e do diabético na Atençao Básica de um município do Grande ABCD no estado de Sao Paulo, tendo por base pessoas em Terapia Renal Substitutiva (TRS).
MÉTODOS: Trata-se de um estudo com metodologia quantitativa e qualitativa. Foram selecionados 33 usuários que estavam em TRS, com diagnóstico de HAS e/ou DM e que haviam sido acompanhados nas unidades básica de saúde (UBS), por no mínimo cinco anos. Os dados sociodemográficos e do acompanhamento clínico e laboratorial foram coletados no sistema de informaçao municipal (hygia) e nos prontuários físicos das UBS. A etapa qualitativa foi realizada por meio da análise de narrativas gravadas utilizando-se como referencial o itinerário terapêutico e o agir leigo.
RESULTADOS: Embora a maioria dos atendimentos dos usuários selecionados tenha ocorrido na Atençao Básica (AB) e a prescriçao de medicamentos nefro protetores tenha ocorrido em 82% dos casos, o acompanhamento clínico e laboratorial, em sua maioria estava em nao conformidade com as diretrizes e consensos das sociedades médicas. Cerca de um terço dos usuários teve o diagnóstico da DRC feito nas UBS, sendo a maioria em estágio moderado e avançado, com baixo protagonismo do enfermeiro na execuçao de sua clínica. Nas entrevistas identificamos a fragilizaçao do vínculo destes usuários com a atençao básica ao iniciarem a diálise, nao só pela valorizaçao cultural do especialista, mas, também, induzida pelo próprio profissional da atençao básica. Verificamos outros tipos de regulaçao, que nao a governamental, ao acesso às especialidades e unidade de diálise feita pelos profissionais de saúde do SUS do município.
CONCLUSAO: A produçao do cuidado na HAS e do DM da rede básica estava inadequada; nao tendo sido observada, nos pontos da rede de serviços, a implementaçao do conjunto de medidas que fazem parte do processo de diagnóstico precoce e tratamento conservador para retardar ou evitar a evoluçao da DRC para a TRS. A regulaçao governamental nao era o único meio utilizado pelos pacientes para ter acesso aos especialistas e à TRS, sendo que os próprios serviços de média e de alta complexidade desempenhavam importante papel nessa regulaçao do acesso.

 


 

PO: 51843

Desfecho clínico de pacientes com doença renal crônica em tratamento dialítico

Autores: Rita De Cassia Helu Mendonça Ribeiro ; Samaris Cristina Jorge; Camilla Christina Rodrigues; Daniela Comelis Bertolin; Claudia Bernardi Cesarino; Daniele Favaro Ribeiro; Renato Mendonça Ribeiro

ricardo.rita@terra.com.br

Faculdade de Medicina de Sao José do Rio Preto.

INTRODUÇAO: A detecçao precoce da Doença Renal Crônica (DRC) é um desafio, já que o estágio da doença interfere no tratamento, por isso a detecçao precoce auxilia a aperfeiçoar o tratamento e retardar a evoluçao da doença.
OBJETIVO: Classificar o paciente renal crônico em tratamento a mais de seis meses na unidade de nefrologia de um de um hospital de ensino, e analisar os possíveis desfechos clínicos.
MÉTODO: Análise de prontuário de coorte retrospectivo, quantitativo e uma pesquisa tipo descritivo inquérito nos pacientes em tratamento de DRC no ano de 2015, comparar os desfechos dos pacientes, tipos de tratamento da DRC e os fatores de risco.
RESULTADO: 285 pacientes foram avaliados, 55,79% do sexo masculino, 87,72% inativos profissionalmente, 69,82% atendidos pelo SUS, 52,63% foram diagnosticados pelo nutricionista como eutróficas. O tratamento predominante foi Hemodiálise em 91,58%, com FAV em 63,16%, como doença crônica prévia 43,49% possuíam Hipertençao Arterial, seguido de Hipertensao Arterial e Diabetes mellitus associadas com 13,33%, nao apresentou sorologia para hepatite e HIV 95,09%. A EPO foi administrada em 100% dos pacientes em CAPD e 93,99 % nos pacientes de Hemodiálise. O Noripurum foi feito em 100% dos pacientes de DPA, 68,35% dos pacientes de hemodiálise e 37,50% dos pacientes de CAPD. A maioria dos pacientes 88,42% estava inativa no SPIT (Sao Paulo Interior Transplantes) e entre as causas mais comuns, estavam às condiçoes clinicas e a idade avançada. A maioria dos pacientes nao evoluiu ao óbito 83,63%, os pacientes que foram a óbito apresentaram outras causas (AVC, arritmia, peritonite, pneumonia, caquexia)50,00%, seguido de choque séptico 36,36%. Quanto ao tempo de tratamento, pacientes que realizavam Hemodiálise apresentaram maior tempo de tratamento, diferenciando-se de forma significativa dos outros pacientes que foram tratados com CAPD e DPA, sendo estes os que apresentaram menor tempo de tratamento (p < 0,001).
CONCLUSAO: A DRC acarreta mudanças e novas necessidades à vida do paciente e sua família, a adaptaçao e tipo de tratamento dependem de vários fatores como idade, grau de avanço da doença e histórico de doença previa. Neste estudo, o tempo de tratamento dialítico influenciou no tipo de tratamento, sendo que os pacientes em hemodiálise permanecem maior tempo em anos de tratamento. A detecçao precoce é muito importante para retardar a evoluçao da doença e melhorar as condiçoes de saúde do paciente.

 


 

PO: 50577

Desoxinivalenol induz efeitos nefrotóxicos no modelo ex vivo

Autores: Weslem Garcia Suhett*; Victor Hugo Brunaldi Marutani; Juliana Rubira Gerez; Leila Maidana Moreno; Ana Paula FR.L. Bracarense

weslemsuhett@gmail.com

Universidade Estadual de Londrina.

Micotoxinas sao metabólitos secundários produzidos por diversos gêneros de fungos que apresentam efeitos tóxicos a outros organismos vivos. Micotoxinas contaminam com frequência produtos destinados a alimentaçao humana e animal, sendo que a ocratoxina A e a citrinina têm sido associadas à nefrotoxicidade. No entanto, há poucos dados sobre o efeito de derivados de tricotecenos, em especial o desoxinivalenol (DON) sobre o sistema renal. Assim o presente trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos do DON sobre o rim utilizando um modelo ex vivo. Foram avaliados 72 explantes renais obtidos de seis suínos de cinco meses. Os explantes foram divididos em: controle zero horas (CTRL 0), controle 4 horas (CTRL 4) e grupo exposto ao DON (10 µM) (ED). Os explantes foram incubados durante 4 h a 37° C em placas de seis poços contendo meio de cultura (DMEM) (CTRL 4) ou DMEM + DON (ED). O grupo CTRL 0 nao foi incubado. Após a incubaçao os explantes foram fixados e processados para análise histológica. Estabeleceu-se escore lesional de acordo com a intensidade e gravidade das alteraçoes histológicas. Foram considerados 11 critérios histológicos: material proteico na membrana basal dos capilares glomerulares ou na cápsula de Bowman, atrofia glomerular, infiltrado inflamatório, congestao, vacuolizaçao citoplasmática, vacuolizaçao nuclear, cilindros hialinos, picnose, corpúsculos apoptóticos e necrose. Os dados dos escores de lesao foram submetidos à análise estatística (análise de variância e teste de Tukey) considerando-se p < 0,05. O escore lesional dos explantes CTRL 0 (3,19) e CTRL 4 (4,67) nao apresentou diferença significativa entre os grupos, sendo o critério de lesao mais frequentes foram, congestao em 62% do grupo CTRL 0 e vacuolizaçao citoplasmática em 41% do grupo CTRL 4. Os principais achados histológicos no grupo ED foram vacuolizaçao citoplasmática moderada em 72% dos fragmentos e necrose moderada das células tubulares em 81%. Observou-se aumento significativo do escore lesional nos explantes expostos ao DON (8,25) em comparaçao aos grupos controle 0 e 4 horas. Os resultados evidenciam que o desoxinivalenol, mesmo em baixas concentraçoes, induz alteraçoes nas células renais podendo afetar a funçao renal e a homeostase do organismo.

 


 

PO: 51824

Detecçao de resistência insulínica em pacientes portadores de síndrome metabólica e insuficiência renal crônica nao dialítica

Autores: Nayara de Oliveira Cunha; NataliaTeixeira Souza; Gilson Fernandes Ruivo; Maiara Uchôa Fonseca*; Mariana Carneiro da Silva; Samara da Silva Gavinier

maiarauchoa@hotmail.com

Hospital Universitário deTaubaté.

INTRODUÇAO: A insuficiência renal crônica (IRC) é a perda progressiva da funçao renal e na sua evoluçao clínica pode ocorrer síndrome metabólica (SM) e resistência à insulina (RI). A RI aumenta o risco cardiovascular (RCV), sendo a doença cardiovascular (DCV) a principal causa de mortalidade nestes pacientes.
OBJETIVO PRINCIPAL: Detectar RI em portadores de SM e IRC nao dialítica.
MATERIAIS E/OU MÉTODOS: Estudo de coorte histórica, com coleta de dados clínicos e laboratoriais de prontuários médicos de portadores de IRC e SM, ao início e última consulta do acompanhamento no Ambulatório de Nefrologia, entre 2002 e 2012. Pacientes analisados em dois grupos: com e sem RI. Diagnóstico da RI pelo HOMA e escore de Framingham para avaliaçao do RCV. Significativo se p < 0,05.
RESULTADOS: Avaliou-se 500 pacientes, sexo feminino (56,4%), brancos (58,2%), sedentários (72,8%), com RI (41,2%), dislipidêmicos (82,8%), e obesos (57,2%). Observou-se alteraçoes do colesterol total (284,0 ± 56,0), glicemia (102,0 ± 9,0), ácido úrico (8,1 ± 2,4), triglicérides (256,0 ± 38,0), HDL (38,0 ± 5,0), LDL (184,0 ± 56,0), com HOMA de 5,2 ± 1,3. Pressao arterial (PA) sistólica (174,0 ± 10,0) e diastólica (102,0 ± 10,0), com Framingham de 9,1 ± 2,2. O acompanhamento clinico proporcionou reduçao (p < 0,0001) dos valores de insulina, colesterol total, LDL, triglicérides, ácido úrico e aumento (p < 0,0001) dos valores de HDL, albumina e clearance de creatinina. Observou reduçao (p < 0,0001) dos valores de glicemia, HOMA, hemoglobina glicada, PA e Framingham. Correlaçao positiva (p < 0,0001) entre RCV e melhora dos parâmetros metabólicos e controle da PA. Foram 206 pacientes com RI ao início do acompanhamento, sendo do sexo feminino (60,7%), brancos (63,1%), estágio 4 da IRC (50,0%). Apresentavam maior escore Framingham (p < 0,0001), sendo maior n o estágio 5 da IRC. Durante a evoluçao clínica houve reduçao (p < 0,0001) do escore de Framingham em ambos os grupos. Pacientes com RI tiveram maior número de eventos: insuficiência cardíaca: odds ratio (OR): 9,89), insuficiência coronariana (OR: 6,38) e doença encefalovascular (OR: 12,01). Ao final do estudo a RI associou-se a menor (p < 0,0001) clearance creatinina.
CONCLUSAO: Pacientes com DRC, SM e RI apresentam diversas alteraçoes metabólicas e o controle das mesmas promoveu melhora laboratorial, com reduçao do HOMA e do RCV destes pacientes.

 


 

PO: 51705

Dia mundial do rim 2016: uso do scored no rastreamento da doença renal crônica em Garanhuns-PE

Autores: Danielle Carolline Alves Silva; Marttina Carolline de Moura Ferreira Gomes; Amanda Carvalho Almeida de Medeiros*; Gustavo Dias Prutchansky; Maria Eduarda Barbosa de Souza; Maria Isabel Domingos da Cruz; Marcus Caio de Moura Ferreira Gomes; Marianna Carollina de Moura Ferreira Gomes

amandamedeiros22@hotmail.com

Universidade de Pernambuco.

INTRODUÇAO: O “World Kidney Day” surgiu em 2006, graças à iniciativa conjunta da “International Society of Nephrology” (ISN) e da “International Federation of Kidney Foundations” (IFKF). Esse Dia, celebrado na segunda quinta-feira do mês de março, objetiva ampliar a discussao sobre a crescente incidência da doença renal crônica (DRC) na populaçao e assim proporcionar aos acometidos um tratamento mais precoce. Isso faz da DRC um desafio à saúde pública, uma vez que ainda há prevalência do diagnóstico tardio, o que poderia ser evitado através de consultas médicas periódicas ou por meio de campanhas de conscientizaçao.
OBJETIVO: O trabalho objetiva identificar, através do Screening For Occult Renal Disease SCORED (que avalia idade, sexo, se teve anemia, se tem HAS e/ou DM, histórico de IAM ou AVE, presença de ICC ou IC, doença circulatória em MMII e de proteinúria ao EAS), possíveis portadores de DRC ainda sem diagnóstico a fim de encaminhá-los ao Serviço de Nefrologia, onde será possível a confirmaçao ou descarte do diagnóstico, visando seguimento clínico adequado e precoce, visto as altas taxas de morbimortalidade dessa patologia.
MÉTODO: Foi realizada, junto à comunidade, uma campanha no Hospital Nossa Senhora do Perpétuo Socorro durante o Dia Mundial do Rim, onde foi aplicado o SCORED a fim de identificar eventuais portadores de DRC ainda sem diagnóstico. Os casos suspeitos foram encaminhados ao serviço de Nefrologia da UPAE Garanhuns. Os casos confirmados podem contar com atendimento nefrológico e multidisciplinar adequado nestes Serviços, de acordo com a necessidade.
RESULTADOS: Compareceram à Campanha do Dia Mundial do Rim 148 pessoas (66,8% do sexo feminino), com idade média entre 50-69 anos (65,3%). Do total, 84 (56,7%) foram encaminhadas ao Serviço de Nefrologia da UPAE Garanhuns, sendo 69% destas do sexo feminino. Entre as mulheres participantes da Campanha, 40,6% apresentavam HAS como possível fator de risco, 9,3% DM, 28,1% nenhuma das duas comorbidades e 23,4% apresentavam DM e HAS. Já entre os participantes do sexo masculino, 45% possuíam HAS, 20% DM, 5% nenhuma das duas e 30% apresentavam DM e HAS.
CONCLUSAO: Através da aplicaçao do SCORED nessa populaçao observou-se que o sexo feminino correspondeu à imensa maioria do público que compareceu a esta campanha. É notável também que a HAS foi a comorbidade e, consequentemente, o fator de risco para DRC com maior prevalência nos pacientes encaminhados ao Serviço de Nefrologia com suspeita de DRC.

 


 

PO: 50524

Dificuldades enfrentadas por pacientes que realizam hemodiálise relacionadas à educaçao em saúde

Autores: Maria Cecília Cavalcante Barreira; Ana LarisseTeles Cabral*; Elizabeth De Francesco Daher; Geraldo Bezerra da Silva Junior

larissetc@hotmail.com

Universidade de Fortaleza (UNIFOR).

INTRODUÇAO: As doenças crônicas sao as principais causas de mortes no mundo. O número total estimado de pacientes com doença renal crônica (DRC) em diálise no Brasil, em 2015, foi de 111.303.
OBJETIVO: Investigar as principais dificuldades enfrentadas por pacientes com DRC em relaçao à educaçao em saúde, identificadas pelos profissionais que os acompanham.
MÉTODO: Trata-se de um estudo metodológico de natureza descritiva, realizado em clínicas de diálise na cidade de Fortaleza, Ceará, com a participaçao de médicos e enfermeiros que trabalham nestes centros há pelo menos 2 anos. Os profissionais consultados responderam a um questionário manifestando as principais dificuldades enfrentadas por eles e pelos pacientes que dialisam (percebidas pelos profissionais) relacionadas à educaçao em saúde.
RESULTADOS: Os dados aferidos pelo questionário apontam que 75% dos profissionais participantes consideram importante a realizaçao de uma atividade de educaçao aos pacientes que dialisam, pois referem a grande carência de informaçao sobre a doença e o tratamento, o que é referido pelos próprios pacientes durante as consultas. A maioria dos participantes (83,3%) relatou grande importância das atividades de educaçao em saúde na busca por mudanças de hábitos, adaptaçao ao tratamento e melhoria da qualidade de vida. Foi sugerida a realizaçao de atividades de educaçao em ambulatórios (para incluir pacientes em tratamento conservador) e centros de diálise. Algumas sugestoes foram feitas, entre elas: enfatizar os pacientes jovens; orientar os acompanhantes e envolver a equipe multidisciplinar. Foi sugerido também abordar a importância do tempo e assiduidade nas sessoes de hemodiálise; riscos para que a prevençao primária e secundária seja mais eficaz; acesso venoso para hemodiálise; lesoes de pele, oftalmológicas, endócrinas, musculares e ginecológicas e drogas nefrotóxicas; vacinaçao; sorologia.
CONCLUSAO: A maioria dos pacientes com DRC em hemodiálise possuem informaçoes insuficientes sobre a doença e as modalidades de tratamento, o que pode ser um fator que dificulta a adesao ao tratamento e pode resultar em um controle inadequado da doença e de suas complicaçoes. Atividades de educaçao em saúde mais abrangentes e bem planejadas podem ajudar a superar estas dificuldades.

 


 

PO: 51815

Doença renal crônica e sua interseçao com o Diabetes mellitus percepçoes dos profissionais da saúde e das pessoas.

Autores: Julia Estela Willrich Boell*; Denise Maria Guerreiro Vieira da Silva; Soraia Geraldo Rozza Lopes; Priscila Romanoski; Thais Silva Pereira Campos; Carine Ferreira; Franciele Lohn da Rocha

juliaestela_8@hotmail.com

Universidade Federal de Santa Catarina.

INTRODUÇAO: A nefropatia diabética está entre as mais graves complicaçoes do Diabetes mellitus tipo 2 (DM2) e ocorre em 20 a 40% das pessoas com essa doença.
OBJETIVO: Conhecer a perspectiva de profissionais de saúde e pessoas com DM2 sobre a prevençao da doença renal crônica (DRC) na atençao básica de saúde.
MÉTODO: Estudo com abordagem qualitativa, efetivado em cinco Centros de Saúde de Florianópolis/SC – Brasil. Participaram 22 profissionais de saúde pertencentes às Equipes de Saúde da Família e aos Núcleos de Apoio a Saúde da Família e 20 pessoas com DM2 acompanhadas pelas Equipes. A coleta de dados foi por meio de entrevistas semiestruturadas, audiogravadas e transcritas. Na análise dos dados contou-se com o apoio do software Ethnograph 6.0. Foi realizada análise de conteúdo convencional.
RESULTADOS: As práticas dos profissionais de saúde estao voltadas para atividades de promoçao da saúde e busca pela qualidade de vida das pessoas da comunidade, porém nao consideram a situaçao específica das pessoas com DM e o reconhecimento da nefropatia diabética como uma complicaçao a ser prevenida. Desconhecem até mesmo, a existência dessa complicaçao dentre as pessoas com DM de seus territórios. Orientaçoes específicas para a prevençao da DRC e o monitoramento da funçao renal nao integram a prática cotidiana desses profissionais. Essa situaçao repercute nas pessoas com DM, que referem nao ter clareza da nefropatia diabética como uma complicaçao potencial do DM. Seus saberes estao limitados às próprias experiências com a doença ou de pessoas próximas acometidas por alguma complicaçao renal, o que promove nelas, temor em desenvolver a complicaçao renal, especialmente porque nao sabem como evitar.
CONCLUSAO: Mesmo os profissionais da saúde focalizando a promoçao da saúde das pessoas, isso nao é suficiente para a prevençao da nefropatia diabética, uma vez que as pessoas com DM nao têm um acompanhamento mais sistemático de sua funçao renal e uma orientaçao específica sobre como prevenir, ou mesmo prorrogar seu desenvolvimento. Há fragilidades na atençao à pessoa com DM2 na atençao básica, havendo necessidade de uma atuaçao mais sistemática, dialógica e que considerem as pessoas em seu contexto sociocultural, superando a descoberta do comprometimento renal somente quando em estágios muito avançados.

 


 

PO: 50563

Doença renal crônica entre idosos atendidos em um serviço ambulatorial de referência

Autores: Florice de MatosThemótheo; Sérgio Luiz Arruda Parente Filho*; Raimundo Cardoso da Silva Filho; Tiago Tomaz Teles Peixoto; Livia Maria Barbosa Lima; Elizabeth de Francesco Daher; Sônia Maria Holanda Almeida Araújo; Geraldo Bezerra da Silva Júnior

sergioparente_@hotmail.com

Universidade Federal do Ceará.

INTRODUÇAO: O envelhecimento populacional é um fenômeno observado em muitas partes do mundo, estando associado com um aumento da incidência de doenças crônicas, incluindo a doença renal crônica (DRC). As alteraçoes renais em idosos ainda sao pouco estudadas.
OBJETIVO: Investigar a frequência de DRC em idosos atendidos em ambulatórios de diferentes especialidades médicas.
MÉTODO: Foi realizado estudo transversal, retrospectivo, entre dezembro de 2013 a junho de 2014, incluindo os pacientes atendidos nos ambulatoriais do Núcleo de Atençao Médica Integrada da Universidade de Fortaleza. Os critérios de inclusao foram pacientes com idade > 60 anos, sendo a DRC definida de acordo com os critérios do KDIGO (Kidney Disease Improving Global Outcomes), como taxa de filtraçao glomerular < 60mL/min ou proteinúria por mais de 3 meses.
RESULTADOS: Foram incluídos 185 pacientes idosos atendidos no serviço ambulatorial citado no período do estudo, dos quais 107 (57.8%) possuíam DRC, 82 (44%) possuíam Diabetes mellitus (DM) e 153 (82%) possuíam hipertensao arterial sistêmica (HAS). Quanto às variáveis biofisiológicas e sócio-demográficas, 52% dos pacientes eram do sexo masculino e a maioria era analfabeto ou com ensino fundamental incompleto, a média de idade foi 73,34 anos, da PAS 141mmHg e da PAD 82mmHg, da glicemia 117mg/dL, da creatinina sérica 2.7mg/dL. Quanto ao estadiamento da DRC, 63.2% dos pacientes já estavam com a doença renal moderada a avançada (estágios III a V). Dentre esses, 41% era estágio III, 19,2% estágio IV e, por conseguinte, 3% estágio V.
CONCLUSOES: Esses dados percentuais revelam o quanto a DRC é comum entre idosos, necessitando de um diagnóstico precoce e tratamento efetivo. Apesar de a prevalência de estágio terminal ser pequena, deve-se ressaltar a necessidade de uma intensa prevençao para se evitar a progressao e as complicaçoes da DRC.

 


 

PO: 51682

Doença renal crônica na atençao básica: estudo em transeuntes da campanha previna-se no Norte do Tocantins

Autores: Rachel Lyne Sussuarana de Sousa*; Andressa Sousa Aguiar; Josué Moura Telles; Deborah Macêdo Rigoni Prandini; Stephanie Carvalho Simpson; Julliana Oliveira Gomes; Kariny Rodrigues de Oliveira; Anderson Rafael Salviano de Sousa Monteiro de Brito

rachelsussuarana@hotmail.com

FAHESA/ITPAC.

INTRODUÇAO: A Doença Renal Crônica (DRC) é um problema de saúde pública no Brasil e no mundo, nesse ínterim, o estagiamento da doença e a abordagem na atençao primária tornam-se imprescindíveis.
OBJETIVOS: Avaliar fatores preditivos, histórico familiar e pessoal de DRC em transeuntes e comparar os valores de pressao arterial sistólica (PAS) média, glicemia capilar e IMC.
MÉTODOS: Estudo transversal, quali-quantitativo, retrospectivo, realizado a partir de dados coletados da Campanha Previna-se no norte do Tocantins. Foi feita abordagem dos transeuntes da campanha realizada em um bairro do município de Araguaína-TO. Foi utilizado um questionário para coleta de dados (idade, ocupaçao, estado civil, escolaridade, raça, antecedentes pessoais, hábitos) e registro de valores para pressao arterial (PA), índice glicêmico e IMC.
RESULTADOS: Foram analisados os resultados completos de 50 indivíduos com idade média de 47 anos de idade com 30% (n = 15) na faixa etária de 60 anos ou mais. No estudo 62% eram do sexo feminino, 64% casados, apenas 34% tinham ensino médio completo. 58% declararam-se sedentários, 20% tabagistas e 4% etilistas. 30% do total tinham antecedentes de Hipertensao Arterial Sistêmica (HAS), 44% tinham antecedentes para Diabetes mellitus tipo 2 (DM2) e 22% (n = 11) tinham antecedentes para DRC. 16% possuiam antecedentes para os três agravos. A média de IMC foi de 26, 11. A média de HGT foi de 117,32 sem jejum. 6 faziam uso de anti-hipertensivos e 3 hipoglicemiantes. 32% tinham HAS, 10% tinham DM2, 8% eram cardiopatas, e 20% (n = 10) doentes renais crônicos. A média para (PAS) foi de 121 mmHg. Os valores de PAS superiores a 120 mmHg representaram 30% (n = 15). Dentre as 15 pessoas com 60 anos ou mais, 9 eram sedentários. Dentre os idosos tabagistas e sedentários o valor médio de PAS (133mmHg) foi maior que o daqueles que nao se declaravam tabagistas e nem sedentários (118 mmHg).
CONCLUSAO: Dos 11 indivíduos com histórico familiar de DRC, 5 possuiam esse agravo. Dentre esses indivíduos a média de IMC foi igual a 28, superior à média geral e a média de PAS (127 mmHg) foi superior em 6 mmHg em comparaçao à média geral. Dentre os indivíduos com histórico de DRC o sobrepeso foi maior, assim como a média de PAS. Observou-se relaçao entre histórico familiar de HAS, DM2 e DRC e histórico pessoal destes, no entanto, nao podemos afirmar relaçao de causa e efeito. Um achado adicional é o fato de idosos tabagistas e sedentários possuírem média de PAS aumentada.

 


 

PO: 50541

Elevaçao da Il-17A relacionada à progressao da doença renal crônica

Autores: Josilene Dália Alves*; Adenilda C.Honorio-França; Danny Laura Fagundes; Maria Fernanda Spegiorin Salla Brune; Núbia Souza Lobato; Fernanda Regina Casagrande Giachini; Victor Vitorino Lima

josydalia@hotmail.com

Universidade Federal de Mato Grosso.

A interleucina-17A (IL-17A) tem sido identificada como participante de processos inflamatórios crônicos, no entanto sua relaçao com a patogênese da doença renal crônica (DRC) ainda nao está bem estabelecida. O objetivo desta pesquisa é analisar e correlacionar os níveis da IL-17A e da taxa de filtraçao glomerular (TFG) em pacientes nos estágios 3, 4 e 5 da DRC. A TFG foi calculada por meio da fórmula CDK-EPI (Chronic Kidney Disease Epidemiology Collaboration), a qual emprega as variáveis: idade, sexo e creatinina sérica. De acordo com a TFG foram divididos quatro grupos de estudo: grupo controle e doentes renais crônicos nos estágios 3, 4 e 5. A quantificaçao de IL-17A foi realizada pela técnica de citometria. As diferenças estatísticas foram avaliadas pelo teste de análise de variância (ANOVA) seguido do pós-teste de Tukey. As correlaçoes foram realizadas utilizando o teste do coeficiente de Pearson e análise de regressao linear. Para este estudo foram considerados significativos valores de p < 0,05. Participaram desta pesquisa 92 indivíduos que foram divididos em grupo controle e doentes renais nos estágios 3, 4 e 5 da DRC. Os resultados mostraram que a TFG diminui com avanço da DRC. Os indivíduos do grupo controle apresentaram uma TFG média de 89,0 (± 3,3) ml/min/1,73m2, enquanto os pacientes com DRC no estágio 3, 4 e 5 apresentaram TFG média de 48,0 (± 3,8) ml/min/1,73m2, 21,4 (± 5,2) ml/min/1,73m2 e 5,1 (± 1,7) ml/min/1,73m2, respectivamente. Os níveis de IL-17A aumentam conforme a progressao da DRC, sendo que o grupo controle apresentou uma média de 74,8 (± 6) pg/mL, o estágio 3 de 115,8 (± 21) pg/mL, o estágio 4 e 5 apresentaram 197,1 (± 26) pg/mL e 231,2 (± 20,8) pg/mL, respectivamente. Ao correlacionar os níveis de IL-17A com a TFG foi possível verificar que existe uma associaçao inversa significativa entre estas variáveis (r = -0,665; p = 0,002). A análise de regressao linear mostrou que 45,3% (p = 0,000) do aumento da IL-17A pode ser explicado pela diminuiçao da TFG. Os resultados desta pesquisa apontam evidências de que a expressao da IL-17A está associada diretamente com a progressao da DRC. Adicionalmente, estes resultados fornecem impulso para outras investigaçoes que visem novas possibilidades de intervençao em relaçao ao tratamento e manejo da DRC.

 


 

PO: 51857

Encefalite por Chikungunya em paciente dialítica portadora de Hepatite B

Autores: Lenina Ludimila Sampaio de Almeida*; Leila Silveira Vieira da Silva; Ronaldo Roberto Bérgamo; Isabelly de Oliveira Pinheiro; Bárbara Alencar Rodrigues; Alécia Cândido Monteiro da Silva; Cassius Ramiro Fernandes Landim; Élida Camila Nunes Valoes

lenina.ludmila@hotmail.com

UFCA.

INTRODUÇAO: Chikungunya é uma doença causada pelo vírus CHIKV e transmitida pelo Aedes aegypti. A fase aguda (febre,artralgia,mialgia) resolve-se em cerca de 7 a 10 dias, embora as artralgias possam durar meses ou anos. Têm-se descrito formas graves como encefalite, hepatite e miocardite, principalmente em idosos e nos pacientes com comorbidades. A possibilidade de encefalite é de cerca de 1/1000 casos, com uma incidência maior em pessoas com mais de 60 anos e menos de 1. Sua letalidade é de cerca de 16 % com 30 a 45 % de risco de sequelas. Embora pacientes dialíticos tenham provavelmente maior risco de manifestaçoes graves, incluindo as neurológicas, ainda nao dispomos de estudos ou série de casos descritas especificamente nesta populaçao.
RELATO DE CASO: MIS, 50 anos,renal crônica em hemodiálise há 24 anos (etiologia indefinida) portadora de hepatite B sem tratamento prévio (enzimas e funçao hepática normais); admitida na UTI com rebaixamento do nível de consciência. Há dez dias vinha com febre, artralgia e mialgia. Nos últimos 2 dias apresentou sonolência e desorientaçao. Na admissao,encontrava-se sonolenta e desorientada (Glasgow 10), eupneica, sem deficit motor ou rigidez de nuca. Temperatura: 37.3, PA: 190x 100, FC: 90, rash maculo-papular em tronco e membros. Exames da admissao: Hb 11,3 g/dl; leucócitos: 2200; plaquetas: 80.000;DHL 950;CPK 1509 UI/L; INR: 1.2;TGO: 115, TGP: 80;bilirrubinas: 1.1;Na: 142, k: 4.6;calcio: 8.8. RX de tórax e TC de crânio normais.Iniciado ceftriaxone 4g/dia. A paciente permaneceu afebril e com quadro clínico inalterado por 72 horas horas. No 4° dia, evoluiu com febre. edema e eritema no membro superior esquerdo com posterior surgimento de lesoes bolhosas e choque com necessidade de noradrenalina. A antibioticoterapia foi modificada para Vancomicina e ceftazidima (provável erisipela bolhosa). Houve melhora progressiva do quadro clínico, tendo a paciente recebido alta da UTI no 13° dia após admissao e alta hospitalar no 25° dia. Na ocasiao estava assintomática; hemograma, TGO, TGP e cpk normais. Sorologia para Chikungunya: IGM positiva (coletada no 2° dia de internaçao). A coleta do LCR nao foi realizada for falta de condiçoes técnicas do serviço.
CONCLUSAO: Paciente apresentou provável encefalite por chikungunya, TC de crânio, eletrólitos e funçao hepática eram normais além de nao haver sinais de sepse que justificassem o quadro neurológico. Apesar de duas comorbidades, evoluiu sem sequelas.

 


 

PO: 50400

Estimativa da taxa de filtraçao glomerular com equaçoes baseadas na creatinina e Cistatina C

Autores: Patrícia Aparecida Barbosa Silva*; Sônia Maria Soares; Joseph Fabiano Guimaraes Santos; Líliam Barbosa Silva; Francielle Carolina Santos; Raquel Melgaço Santos; Camila Isis de Deus do Carmo; Lariza Emanuele Alcantara Ferreira

patriciaaparecidabarbosasilva@yahoo.com.br

Escola de Enfermagem UFMG.

INTRODUÇAO: Taxa de filtraçao glomerular (TFG) pode ser estimada a partir de equaçoes preditivas que utilizam marcadores de filtraçao endógeno e fatores de correçao. Várias equaçoes têm sido desenvolvidas, mas a performance em idosos é incipiente.
OBJETIVO: Avaliar a distribuiçao da TFG em idosos a partir de diferentes equaçoes.
MÉTODO: Estudo transversal de base populacional, envolvendo 208 idosos, residentes em um Distrito Sanitário de Belo Horizonte, MG. Realizaram-se visitas domiciliares em 152 setores censitários sorteados aleatoriamente. A TFG foi estimada por oito equaçoes: C-G, MDRD, equaçoes CKD-EPI, Larsson, equaçoes BIS (somente indivíduos > 70 anos). DRC foi definida como TFG < 60 mL/min/1,73m2 e/ou relaçao albumina/creatinina > 30 mg/g. Utilizou-se Teste de Wilcoxon para comparaçao das medianas da TFG.
RESULTADOS: Dos 208 idosos, 66,3% eram mulheres, idade mediana 70,5 anos (IQ 65,0-79,0). A prevalência da DRC variou de 35,1% (CKD-EPI_cre) a 74,4% (BIS2), conforme equaçao utilizada. Considerando os percentuais da TFG, em geral, os valores se concentraram entre 60 e 75 mL/min/1,73 m2. Observou-se que a equaçao C-G obteve um pico na TFG 60 mL/min, com declínio subsequente para os valores das extremidades. Em contrapartida, a equaçao CKD-EPI_cre obteve pico na faixa 90 mL/min/1,73 m2 e as demais equaçoes na faixa 75 mL/min/1,73 m2. Incluindo apenas os indivíduos > 70 anos, observou-se deslocamento dos percentuais da TFG para valores mais baixos, com exceçao da equaçao CKD-EPI_cre que manteve o pico 90 mL/min/1,73 m2, a equaçao C-G deslocou-se para maior percentual em 45 mL/min e demais equaçoes em 60 mL/min/1,73 m2. Os menores e maiores níveis medianos de TFG foram observados para as equaçoes BIS2 (mediana: 53,86 mL/min/1,73 m2; IQ: 18,02 mL/min/1,73 m2) e CKD-EPI_cre (mediana: 71,25 mL/min/1,73 m2; IQ: 26,64 mL/min/1,73m2), respectivamente. Ressalta-se que a equaçao C-G obteve o menor valor mínimo (14,13 mL/min) e a equaçao Larsson, o maior valor máximo (253,54 mL/min/1,73 m2). Ainda, as medianas das equaçoes BIS1 (p = 0,380) e BIS2 (p = 0,152) foram semelhantes com a equaçao CKD-EPI_cys, enquanto, a equaçao de Larsson nao apresentou diferença estatística quando comparada com as equaçoes MDRD (p = 0,487) e CKD-EPI_cre (p = 0,117). Demais comparaçoes foram significativas ao nível de 1%.
CONCLUSAO: O comportamento da TFG é influenciado por distintas equaçoes. É necessários novos métodos de ajustes para aplicaçao das equaçoes.
APOIO: FAPEMIG e CAPES.

 


 

PO: 50549

Estratégias de enfrentamento (“COPING”) entre pacientes com doença renal crônica

Autores: Antonio Marcelo de Oliveira Barbosa; Guilherme Pinheiro Ferreira da Silva; Sonia Maria Holanda Almeida Araújo; Antônio Mendes Ponte de Oliveira FIlho*; Fernanda Holanda Menezes; Rodrigo da Nóbrega de Alencar; Elizabeth de Francesco Daher; Geraldo Bezerra da Silva Junior

antonio_mponte@hotmail.com

Universidade Federal do Ceará.

INTRODUÇAO: A doença renal crônica (DRC) está associada a importante impacto psicológico e à má qualidade de vida. Diferentes estratégias de enfrentamento (coping) sao adotadas por pacientes com doenças crônicas, sendo ainda um tema pouco explorado no contexto da DRC.
OBJETIVO: Investigar as estratégias de enfrentamento entre pacientes com DRC em hemodiálise e em tratamento conservador.
MÉTODO: Foi realizado estudo transversal com pacientes portadores de DRC em hemodiálise e em tratamento conservador. Foram entrevistados pacientes acompanhados em duas clínicas de diálise e em um ambulatório de Nefrologia de uma universidade particular, situados na cidade de Fortaleza, Ceará, no período de junho a outubro de 2015. As estratégias de enfrentamento foram investigadas por meio da Escala de Coping de Jalowiec, que caracteriza o estilo de enfrentamento adotado pelas pessoas frente a eventos estressores, incluindo aqueles relacionados às doenças. Por meio desta escala podem-se identificar oito estilos de enfrentamento: confrontativo, evasivo, otimista, fatalista, emotivo, paliativo, suportivo e auto-confiante. Pode-se ainda classificar o estilo em dois grandes grupos: focado no problema ou focado na emoçao.
RESULTADOS: Foram entrevistados 147 pacientes com DRC, com média de idade de 54 + 16 anos (variaçao 21-88 anos), sendo 61% do sexo masculino; 96 pacientes (65,3%) estavam em hemodiálise e 51 (34,7%) em tratamento conservador. O estilo de enfrentamento predominante foi o otimista (30%), estando presente em 28 pacientes em hemodiálise (30%) e 16 em tratamento conservador (31%), nao havendo diferença significativa entre as diferentes modalidades de tratamento. O enfrentamento focado no problema foi encontrado em 74 casos (50,3%), e focado na emoçao em 59 (40,1%). Houve predomínio de enfrentamento focado no problema entre os pacientes em hemodiálise.
CONCLUSAO: A maioria dos pacientes com DRC entrevistados apresentaram uma estratégia de enfrentamento otimista, com predomínio do enfrentamento focado no problema entre aqueles em hemodiálise. Mais estudos sao necessários para melhor compreender a dinâmica de adaptaçao às condiçoes de vida e ao tratamento impostos pela DRC.

 


 

PO: 50451

Estudo comparativo entre adolescentes e adultos de volta Redonda-RJ: análise do dia mundial do rim

Autores: Mariane Paiva Rangel*; Guilherme Henrique Pento dos Santos; Amanda Rangel Macedo Sarzedas; Luana Vital Koike; Mariana Bastos de Almeida; Mariana Oliveira Fernandes; Rafael Borges Couto; Alessandra Vieira Vargas

m.paivarangel@gmail.com

Centro Universitário de Volta Redonda – UNIFOA.

INTRODUÇAO: A doença renal crônica (DRC) exige diagnóstico precoce, sobretudo em crianças e adolescentes para evitar complicaçoes na vida adulta. Estudos comprovam que sua progressao pode ser retardada com medidas preventivas e terapêuticas corretas. Os principais grupos de risco para DRC sao Diabetes mellitus (DM), Hipertensao Arterial Sistêmica (HAS), idosos e história familiar de DRC.
OBJETIVO: Comparar aspectos clínicos e laboratoriais entre adolescentes e adultos de Volta Redonda-RJ,demonstrando as diferenças entre idade e gênero e a importância da prevençao da DRC.
MÉTODO: A Liga Acadêmica de Nefrologia e Urologia (LANU) realizou duas atividades de prevençao e promoçao de saúde, atingindo 84 adolescentes e 63 adultos. Após aplicaçao de questionário sobre a história familiar e termo de consentimento foi realizado exame de elementos anormais e sedimentos (EAS), aferiçao da pressao arterial (PA), medidas antropométricas e glicemia capilar (HGT).
RESULTADOS: Foi encontrada PA limítrofe ou elevada em 25,71% das mulheres e 8,82% das meninas tinham PA acima do percentil 90 e 95 para idade e altura, enquanto esse achado estava presente em 64,29% dos homens e 18,75% dos meninos. Esses adolescentes eram obesos ou tinham sobrepeso. A hiperglicemia foi encontrada em 13,24% das meninas, 40% das mulheres, 6,25% dos meninos e 14,29% nos homens.A glicosúria observada no EAS dos adultos (5,71% das mulheres e 7,14% dos homens) aponta indício de doença renal ou DM descompensado. Já a proteinúria,marcador de doença renal, foi mais presente no sexo masculino com 6,25% dos meninos e 10,71% dos homens e apenas 5,88% das meninas.
CONCLUSAO: Os fatores de risco estao presentes na populaçao estudada, com variaçoes entre os gêneros, principalmente em adultos. O índice de sobrepeso e obesidade em adultos é alto (mais de 70%) e na adolescência afeta 25% das meninas e 19% dos meninos. Tal fato pode ser associado ao sedentarismo e maus hábitos alimentares,o que é reforçado pela hiperglicemia. No entanto, o falso positivo pode ocorrer devido ao tempo inadequado de jejum; logo, devemos valorizar a clínica do paciente,e nao apenas o exame laboratorial. Sendo a HAS e o DM fatores de risco para DRC, a PA e os níveis glicêmicos devem ser controlados. Portanto, a prevençao desde a infância através de campanhas como a do Dia Mundial do Rim é essencial para conscientizar sobre os benefícios da manutençao da saúde renal,reduzindo assim a incidência e a morbimortalidade da DRC.

 


 

PO: 51603

Estudo de tendências sobre mortalidade por doenças renais ocorridas no brasil a partir do banco de dados do Sistema de Informaçao de Mortalidade do Sistema Unico de Saúde (SIM-SUS).

Autores: Welber Bruno Dias Ribas*; Angela Cristina Fagundes Góes

welberbreno@hotmail.com

Universidade Federal de Sao Paulo.

INTRODUÇAO: Nos dias de hoje torna-se cada vez mais necessário disponibilizar informaçoes sobre a situaçao de saúde da populaçao, em especial aquelas acometidas com doenças renais. As doenças renais esta associada com número elevado de óbitos no Brasil. Embora exista inúmeros trabalhos investigando a insuficiência renal na populaçao, poucos tem documentado as doenças glomerulares e renais como causa de morte na populaçao brasileira, em especial utilizando dados secundários originados do banco de dados dos sistemas de informaçoes do sistema único de saúde.
OBJETIVO: O objetivo deste estudo foi descrever a frequência de mortes causada por várias formas de doenças renais cadastradas no sistema de informaçao de mortalidade do sistema único de saúde na página eletrônica do DATASUS e correlacionar os achados de mortalidade registrados no período de dez anos com as características sociodemográficas da populaçao.
MÉTODOS: A técnica de coleta de dados foi realizada pelo processo de copilagem do banco de dados do DataSus. Os resultados demonstraram que houve um aumento substancial do número de registros de óbitos por doenças renais pelo sistema no período de 2001 a 2011.
RESULTADOS: No ano de 2001 verificou 7336 casos de óbitos, enquanto em 2011 apresentou 11574 mortes. A maior proporçao dos casos é do sexo masculino 53599 (54%) quando comparados com as mulheres 45710 (46%). A maioria das ocorrências foram verificadas na populaçao com idade maior de 70 anos de idade (51,1%), seguidas de pessoas com 40 a 69 anos de vida (38,7%). Para a variável a raça/cor ocorreram 54469 mortes (54,8%) na populaçao branca. As maiores taxas das mortes foram encontradas na populaçao com menor nível de escolaridade, 14916 (15%) dos casos foram de pessoas com nenhum ano de estudo, 20774 (20,71%) possuía 3 anos de estudo e 16117 (16,2%) entre 4 a 7 anos de escolaridade. Com relaçao à ocorrência dos locais desses óbitos, dos 99325 casos preenchidos, foram registrados (88%) dos casos em hospitais.
CONCLUSAO: O presente trabalho constitui um primeiro esforço em realizar de forma sistemática o diagnostico das principais causas de morte por doenças renais na populaçao brasileira, utilizando-se informaçoes disponíveis na base de dados de mortalidade do sistema único de saúde.

 


 

PO: 50627

Evoluçao clínica e funçao renal em pacientes cadastrados no programa Hiperdia do município de Divinópolis-MG

Autores: Núbia Chouchounova Silva Neves; Lucas Ferreira Alves; Thalles Trindade de Abreu; Wander Valadares de Oliveira Júnior; Flávio Augusto de Morais*

drfamorais@ig.com.br

Clínica Humaniza.

INTRODUÇAO: A doença renal crônica (DRC) se tornou um problema de saúde pública mundial. A hipertensao arterial sistêmica (HAS) e o Diabetes mellitus (DM) sao as principais causas e sao fatores modificáveis dependentes do controle adequado.
OBJETIVO: Avaliar a evoluçao clínica e da taxa de filtraçao glomerular (TFG) na DRC em pacientes com HAS e DM cadastrados no programa Hiperdia do município de Divinópolis/MG.
MÉTODO: Estudo longitudinal, realizado de março de 2015 a março de 2016, com 59 pacientes com HAS e DM e diagnóstico de acometimento renal pela TFG < 60 mL/min/1.73,m2 e/ou pela relaçao albumina/creatinina (RAC) > 30mg/g. Os pacientes foram avaliados em três momentos: (1) tempo zero: dados sócios demográficos (idade, sexo, tabagismo, álcool), dados clínicos (história de saúde, medicamentos em uso, índice de Massa Corpórea e pressao arterial) e exames laboratoriais (TFG e RAC); (2) tempo 1: 1a consulta com nefrologista, quatro a seis meses após primeiro contato. Avaliados dados clínicos (sintomatologia presente na síndrome urêmica), TFG e medicamentos em uso; (3) tempo 2: retorno ao nefrologista aproximadamente três meses após 1a consulta. Avaliados dados clínicos (sintomatologia presente de síndrome urêmica), TFG e ajustes de medicamentos.
RESULTADOS: Do total de participantes, 30 (50,8%) eram do sexo feminino, a idade foi de 61 ± 12 anos, 32 (54,2%) tinham HAS, seis (10,2%) tinham DM e 21 (35,6%) ambas as doenças. A maioria apresentou-se assintomática durante as consultas e as manifestaçoes clínicas mais comuns foram: edema de membros superiores e inferiores e rosto (18,6%), noctúria (22,0%) e fadiga (15,3%). Salienta-se que dos seis pacientes com DM apenas um tomava medicaçao nefroprotetora. As médias das TFG nos três momentos apresentaram diferença estatística (p < 0,001) evoluindo progressivamente para uma piora da TFG, sendo que aqueles pacientes com ambas as doenças apresentaram pior taxa ao final dos três momentos (TFG: 54,1 mL/min/1,73 m2).
CONCLUSAO: A maioria dos pacientes evoluiu de forma assintomática, mesmo frente às alteraçoes laboratoriais que indicavam uma piora da funçao renal. Além disso, nos pacientes com HAS e DM observou-se uma queda da TFG, porém sem significância estatística (p = 0,06).

 


 

PO: 50531

Excesso de peso entre pacientes com doença renal crônica em tratamento conservador

Autores: Lincoln Gomes de Mesquita; Livia Maria Barbosa Lima*;Thayanne Barreto de Lima; Debora de Almeida Silva; Gilberto Loiola de Alencar Dantas; Ana Carla Novaes Sobral Bentes; Elizabeth De Francesco Daher; Geraldo Bezerra da Silva Junior

livia.barbosa7@hotmail.com

Universidade Federal do Ceará.

INTRODUÇAO: O excesso de peso apresenta prevalência crescente no mundo todo e está associado ao aparecimento de doenças crônicas, incluindo a doença renal crônica (DRC).
OBJETIVO: Investigar a ocorrência de excesso de peso entre pacientes com DRC em tratamento conservador.
MÉTODO: Foi realizado estudo transversal com os pacientes portadores de DRC em tratamento conservador em ambulatório de nefrologia em Fortaleza, Ceará, Brasil, no período de janeiro de 2014 a abril de 2016. A DRC foi definida de acordo com os critérios do KDIGO (Kidney Disease Improving Global Outcomes). Sobrepeso foi considerado como índice de massa corporal (IMC) entre 25 e 29kg/m2, e obesidade como IMC > 30kg/m2. Todos os pacientes atendidos no período do estudo com diagnóstico confirmado de DRC foram incluídos. A análise estatística foi feita pelo programa SPSS versao 20.0, considerando-se nível de significância de 5% (p < 0,05).
RESULTADOS: Foram incluídos 217 pacientes, com média de idade de 64 anos (variaçao 16 a 93 anos), sendo 53,9% do sexo feminino. Os pacientes foram classificados em DRC estágios I (1,38%), II (18,43%), III (35,94%) e IV (12,9%). As principais causas de DRC foram hipertensao (91,8%) e diabetes (48,29%). Sobrepeso foi encontrado em 49 pacientes (22,58%), e obesidade em 27 (12,44%). De acordo com o estágio da DRC, sobrepeso foi encontrado em 1 paciente no estágio I (0,6%), 13 pacientes no II (8,84%), 19 no III (12,92%) e 5 no IV (3,4%). Obesidade foi encontrada em 1 paciente no estágio I (0,6%), 7 pacientes no II (4,76%), 10 III (6,8%) e 2 no IV (1,36%).
CONCLUSAO: Excesso de peso foi encontrado em um número significativo de pacientes com DRC, sendo mais frequente nos estágios II e III. Nos estágios mais avançados, devido à própria DRC, associada à inflamaçao, o excesso de peso torna-se menos prevalente, possivelmente associando-se desnutriçao em alguns casos. A identificaçao precoce de anormalidades do estado nutricional dos pacientes com DRC deve ser feita, com vistas à melhor orientaçao dietética e correçao do peso, o que pode associar-se a melhores desfechos neste grupo de pacientes.

 


 

PO: 51845

Existe DRC com creatinina normal? Relato de caso

Autores: Ciro Bruno Silveira Costa*; Julio Cesar Soares Barreto; Ricardo Araújo Mothe; Marília Rodovalho Guimaraes; Edison Souza

cirobruno@hotmail.com

Universidade Federal de Goiás.

INTRODUÇAO: a Doença Renal Crônica é acompanhada de alteraçoes laboratoriais características e dentre elas a principal é a elevaçao da creatinina. Mais precisa que a dosagem da uréia como marcador de disfunçao renal, nao é isenta de fatores que a alteram. Este trabalho tem como objetivo relatar o caso de uma paciente obesa, com creatinina séria normal, mas com outros marcadores de funçao renal alterados (clearance de creatinina, Cr-EDTA e dosagem sérica de Cistatina-C).
DESCRIÇAO: paciente com 55 anos, feminino, encaminhada em outubro de 2015 para consulta com nefrologista após hematologista constatar anemia e clearance de 37,4. Assintomática. Valvulopatia reumática e prótese mitral metálica com funçao cardíaca normal. HAS há 6 anos. IMC: 44,1. Chamava a atençao desde o início a dosagem sérica da creatinina normal (várias dosagens com valores próximos de 1,0) com clearance em torno de 35. Urina I normal, proteínúria de 170mg, PTH elevado (93,8) e US com rins de tamanho normais. Solicitados cintilografia com Cr-EDTA (resultado 35,8) e cistatina-C (Resultado: 1,64; VR < 1,1), ambos direcionando o diagnóstico para doença renal crônica. Complementarmente realizamos cintilografia com DTPA e DMSA, ambas mostrando reduçao da funçao glomerular e tubular, respectivamente.
DISCUSSAO: apesar de suas limitaçoes a creatinina é reconhecida como a melhor e mais acessível ferramenta para avaliar a funçao renal na prática clínica diária. Fatores como ingestao de certos medicamentos e chás podem falsear sua dosagem sérica. Baixa massa magra, desnutriçao também podem gerar baixos níveis séricos. No caso desta paciente com obesidade classe III, nao conseguimos, através da entrevista médica, constatar nenhum fator que pudesse interferir com a dosagem sérica da creatinina. Por outro lado, a paciente possui alteraçoes laboratoriais (anemia, hibernara 2) e outras provas que a enquadram no diagnóstico de doença renal crônica.
CONCLUSAO: após intensa investigaçao complementar e apesar do valor da cretinina, assumimos a paciente como portadora de DRC.

 


 

PO: 51694

Expressao de CD 16 em Monócitos induzida pela uremia é independente da ativaçao plaquetária.

Autores: Natalia Borges Bonan*; Eva Schepers; Fellype de Carvalho Barreto; Griet Glorieux; Raymond Vanholder; Roberto Pecoits-Filho; Andrea Novais Moreno-Amaral

natybonan@globo.com

Pontifícia Universidade Católica do Paraná.

INTRODUÇAO: Monócitos intermediários proinflamatórios (CD14 + + CD16 +) estao aumentados em indivíduos com doença renal crônica (DRC) e recentemente, as plaquetas foram descritas por ter um papel importante na induçao de expressao de CD16 em monócitos circulantes, porém essa via nao é bem clara para DRC. Com isso, o objetivo do trabalho foi avaliar a modulaçao de monócitos induzida por plasma de pacientes em hemodiálise (HD), ativaçao plaquetária e a formaçao de agregados monócitos-plaquetas (AMP).
MÉTODOS: Sangue total de indivíduos saudáveis (n = 6) foi coletado em tubos citrato de sódio e incubado com ou sem plasma HD por 24h à 37°C. Após incubaçao, imunomarcaçao para monócitos (CD14, CD16, CD86) e para plaquetas (CD61 e CD62P) foi realizado e as análises foram realizadas no tempo 0h (baseline) e após 24h por citometria de fluxo.
RESULTADOS: No baseline foi observado 77,7%, 3,5% e 9,9% de monócitos clássicos, intermediários e nao clássicos, respectivamente. O plasma HD foi capaz de induzir a modulaçao dos monócitos em relaçao ao controle após 24h de incubaçao.Após 24h de incubaçao o controle apresentou uma queda no número de clássicos (31,2%) e modulaçao para intermediários (38,4%) comparando com o baseline. Contudo, quando as células foram incubadas com plasma HD o número de monócitos nas diferentes populaçoes foi de 21%, 60,5% e 5,43%, apresentando cerca de 2x mais monócitos proinflamatórios do que no controle 24h. Curiosamente, quando analisada a ativaçao plaquetária, nao foi observado aumento de CD62P na superfície das plaquetas em nenhum dos tempos e o número de agregados monócito-plaqueta também nao foi aumentado.
CONCLUSAO: Os dados sugerem uma via alternativa de expressao de CD16 nos monócitos induzida pela uremia, e esta parece ser independente da ativaçao de plaquetas. A disfunçao plaquetária e o papel dos monócitos intermediários na DRC ainda precisam maiores estudos.

 


 

PO: 51891

Fadiga pós hemodiálise e o tempo médio de recuperaçao

Autores: Marisa Oliveira*; Silmara Salomao; Roginaldo Sales; Claudia Swenson

marisa.desouza@hotmail.com

Centro de Nefrologia Avançada.

INTRODUÇAO: Atualmente os pacientes em tratamento dialítico possuem atividades fora do ambiente de tratamento, sendo: estudos, trabalhos ou ate mesmo cuidado direto a familiares e dependentes.
OBJETIVO: Identificar entre as diálises intermitentes e diárias quais pacientes possuem melhor recuperaçao após o tratamento
METODOLOGIA: Estudo observacional retrospectivo Local: Centro de Nefrologia Avançada, de característica exclusivamente privada, localizada na Cidade de Campinas, Sao Paulo.Pacientes Incluídos: Todos os pacientes em hemodiálise diária e intermitente Pacientes Excluídos: Todos os pacientes em diálise peritoneal N° de pacientes estudados: 47 pacientes A entrevista com o paciente foi feita na primeira semana do mês, em questionário único, onde o paciente respondia em quantas horas ele estava totalmente recuperado após ter realizado o tratamento. Nesta entrevista levantamos algumas variáveis importantes: idade, sexo, modalidade de diálise (intermitente ou diária), comorbidades e o tempo em que estava em tratamento.
RESULTADOS: Foram avaliados os 47 pacientes, frente aos questionamentos sobre o tempo médio de recuperaçao após tratamento dialítico.A média de idade da populaçao estudada foi de (63 anos), sendo a idade mínima do grupo 32anos e a máxima 94 anos. Quanto ao gênero 36% eram do sexo feminino e 64% masculino.Vinte e três pacientes, correspondendo a 48,9% mencionaram que recuperaçao o cansaço e fadiga de imediato após o termino da sessao, podendo praticar suas atividades laborais de forma instantânea após a sessao, 16 pacientes, 34% responderam que levam até 5 horas para recuperar sua fadiga e apenas 8 paciente, correspondentes a 17% responderam que levam de 7 a 12 horas para retomar sua estabilidade e sua energia para as atividades cotidianas. Nesta pequena amostra, percebemos que a diálise diária parece ajudar no restabelecimento do paciente pós sessao. Entre os pacientes acima de 50 anos, o tempo médio de recuperaçao variou de imediato até 5 horas, compreendendo 61,7%, sendo um resultado importante no que se refere à longevidade. Podemos afirmar que a idade nao influencia na qualidade da recuperaçao.
CONCLUSOES: As prescriçoes individualizadas devem ter um upgrade nos dias atuais, sempre levando em consideraçao os parâmetros clínicos e laboratoriais dos pacientes, observamos que a diálise diária tem sido de grandes vantagens nos dias atuais.

 


 

PO: 50560

Fatores de risco cardiovascular relacionados à microalbuminuria em adultos de Rio Branco, Acre

Autores: Cledir de Araújo Amaral*; Thatiana Lameira Maciel Amaral; Margareth Crisóstomo Portela; Gina Torres Rego Monteiro

cledir.amaral@ifac.edu.br

Instituto Federal do Acre – IFAC /Escola Nacional de Saúde Pública – ENSP

INTRODUÇAO: A microalbuminúria tem sido considerada um marcador de risco cardiovascular e renal.
OBJETIVO: Descrever os fatores de risco cardiovasculares comportamentais relacionados à microalbuminúria em adultos de Rio Branco, Acre.
MÉTODOS: Foi realizado um inquérito de base populacional e domiciliar envolvendo 616 indivíduos com 18 a 59 anos de ambos os sexos residentes nas zonas urbana e rural de Rio Branco. A microalbuminúria foi definida pelos valores de 30 a 300 mg/g de creatinina obtida por amostra isolada de urina. As variáveis independentes consideradas como fatores de risco cardiovasculares comportamentais foram tabagismo, sedentarismo, etilismo, estresse, hipertensao, diabetes e dislipidemia. Foram realizadas as análises estatísticas descritivas com frequências e regressao logística multivariada.
RESULTADOS: Dentre os adultos pesquisados, 5,2% apresentaram microalbuminúria, destes, 25% eram homens, 56,2% com idade de 35 a 59 anos, 53,2% com até o ensino fundamental e 34,4% com ocupaçao. A hipertensao arterial ajustada por todas as demais variáveis de risco demonstrou uma chance 2,4 vezes maior de apresentar microalbuminúria (p = 0,03) quando comparada aos nao-hipertensos. Os demais fatores nao demonstraram significância estatística.
CONCLUSAO: Pessoas hipertensas possuem maior chance de apresentar microalbuminúria, sugerindo a necessidade de triagem e intervençao precoce para microalbuminúria. A avaliaçao dos fatores de risco cardiovasculares comportamentais na populaçao favorece à prevençao de complicaçoes e agravos a saúde de adultos.

 


 

PO: 50558

Fatores de risco para DRC em pacientes atendidos no projeto céu na cidade

Autores: Marcela Vieira Camillo*; Carla Herrmann Monteiro; Mayara Ramos Buccolo; Luiza Morais Oliveira; Alexandre Augusto Mannis

mah.camillo@hotmail.com

Centro Universitário Sao Camilo.

INTRODUÇAO: O projeto céu na cidade, ocorrido no dia doze de outubro de 2015, em Guarulhos – SP teve como objetivos unir os indivíduos de uma comunidade carente, proporcionando-os além de um dia agradável, uma oportunidade para checar a saúde.
OBJETIVO: Identificar as principais queixas urinárias da populaçao e orientá-las o seguimento.
MÉTODOS: Foram coletados dados gerais e a partir destes dados, foi realizada uma estratificaçao baseada em critérios pré-definidos, para os pacientes serem encaminhados ao setor de nefrologia. Estes critérios eram: Queixas urinárias, pacientes diabéticos descontrolados, pacientes hipertensos há mais de 20 anos e pacientes com histórico de doença renal. No setor de nefrologia, foi realizado um novo questionário direcionado as doenças renais, e exame de urina tipo I. Os dados obtidos foram tabulados e analisados.
RESULTADOS: Foram atendidos 355 indivíduos no total, sendo que 62 preenchiam os critérios para encaminhamento ao setor de nefrologia. Destes 62 indivíduos, 6 diagnosticados com HAS há mais de 20 anos. Todos estes apresentavam proteinúria, sendo 83% traços e 17% 1 + /4 +. Dois (33,3%) indivíduos apresentavam edema 1 + /4 +, 4 (66,6%) nao realizavam acompanhamento com nenhum serviço médico, e 2 (33,3%) realizavam acompanhamento médico. Dos 62 pacientes analisados, 5 eram diabéticos descontrolados e todos apresentavam traços de proteína na urina. Dentre estes, 40% traços de cetonúria e 40% cetonúria 1 + /4 +. A glicosúria também era presente, sendo que 20% apresentavam traços, 20% 2 + e 60% 4 + /4 +.
CONCLUSAO: A DRC é uma doenca silenciosa que se nao diagnosticada e tratada pode levar o indivíduo à diálise ou a um transplante de rim. Este trabalho reforça a necessidade de trabalhos voluntários afim de rastrear fatores de risco para DRC como Hipertensao Arterial Sistêmica (HAS) e Diabetes mellitus (DM) em populaçoes carentes, devido a falta de informaçoes a esta populaçao e também aos recursos que estas possuem ao acesso a saúde primária. Além disso, é importante divulgar a prevençao de doenças renais e suas consequências.

 


 

PO: 50543

Ferramenta educativa para acompanhamento de pacientes com doença renal crônica

Autores: Maria Cecília Cavalcante Barreira; Ana Larisse Teles Cabral*; Elizabeth De Francesco Daher; Geraldo Bezerra da Silva Junior

larissetc@hotmail.com

Universidade de Fortaleza (UNIFOR).

INTRODUÇAO: A doença renal crônica (DRC) é uma síndrome de perda progressiva e irreversível da funçao renal. O número total estimado de pacientes com DRC em diálise no Brasil, em 2015, foi de 111.303. É de extrema importância a orientaçao aos pacientes sobre a doença em si, o tratamento, as formas de terapia renal substitutiva e os riscos e benefícios de cada uma delas.
OBJETIVO: Descrever o processo de construçao e validaçao de uma ferramenta educativa para pessoas com DRC.
MÉTODO: Trata-se de um estudo metodológico de natureza descritiva. O estudo foi realizado em clínicas de diálise de Fortaleza, Ceará, com a participaçao de médicos e enfermeiros que trabalham nestes centros há pelo menos 2 anos. Os profissionais consultados avaliaram a proposta da ferramenta através de questionário a partir dos quesitos viabilidade e aplicabilidade.
RESULTADOS: Os dados aferidos por esse instrumento apontam que 9 (75%) consideram a ferramenta viável. A ferramenta aborda condutas preventivas para a DRC, segundo 8 dos participantes (66,6%). Para a maioria dos participantes (75%), a ferramenta tem importante contribuiçao para o trabalho dos profissionais na prevençao de complicaçoes decorrentes da DRC. A maior parte dos participantes (83,3%) relatou grande importância da ferramenta para o paciente na busca por mudanças de hábitos, adaptaçao ao tratamento e melhoria da qualidade de vida. Foi sugerida a extensao do projeto para ambulatórios (para incluir pacientes em tratamento conservador). Em relaçao à abrangência da ferramenta, algumas sugestoes foram feitas, entre elas: enfatizar os pacientes jovens; acrescentar orientaçoes para os acompanhantes e envolver a equipe multidisciplinar (principalmente o nutricionista). Foi sugerido acrescentar aspectos como: importância do tempo e assiduidade nas sessoes de hemodiálise; acesso venoso para hemodiálise; lesoes de pele, oftalmológicas, endócrinas, musculares e ginecológicas e drogas nefrotóxicas; vacinaçao; sorologias.
CONCLUSAO: O resultado deste trabalho foi a criaçao de uma ferramenta para o registro mais adequado das informaçoes relacionadas ao tratamento do portador de DRC (caderneta do paciente renal), permitindo um melhor acompanhamento do paciente em todas as consultas, facilitando o conhecimento do seu estado de saúde por parte de toda a equipe que o assiste e possibilitando a identificaçao deste como portador de DRC.

 


 

PO: 51612

Fístula arteriovenosa no paciente idoso em hemodiálise; uma análise de dados

Autores: Polyana Bezerra Mendonça Dourado*; Ericka Carolina Ferreira Oliveira; Regina Celi de Lira Neves; Wagner Moura Barbosa; Thiago Carrilho Barbosa; Mariana Boulitreau Siqueira Campos Barros; Analú Pedrosa de Souza Quirino

poly_mendonca@yahoo.com.br

Multirim.

INTRODUÇAO: Existem hoje no Brasil cerca de 120 mil indivíduos com doença renal crônica em estagio terminal (DRCT), destes, 33,7% estao acima de 65 anos. Destaca-se uma tendência mundial para um aumento progressivo no número de idosos com DRCT, sendo de extrema importância estabelecer e manter um acesso vascular que proporcione uma melhor sobrevida nesta populaçao. Estudos descrevem a fístula arteriovenosa como sendo o padrao ouro dos acessos vasculares para hemodiálise.
OBJETIVO: Descrever a confecçao da fístula arteriovenosa (FAV) como opçao viável de acesso vascular no paciente idoso em hemodiálise.
MÉTODO: Estudo descritivo, transversal, tendo como amostra os pacientes em hemodiálise numa clínica de nefrologia da Regiao Metropolitana do Recife, com atendimento exclusivo a usuários do SUS, submetidos à primeira confecçao de FAV no período de janeiro de 2014 a janeiro de 2016. Os dados foram analisados com o auxílio do programa Epi Info versao 7.2.
RESULTADOS: Foram 51 pacientes submetidos a confecçao de primeira FAV, dos quais 29,4% eram idosos (> 65 anos), e destes 35% diabéticos. Foi identificada uma taxa de êxito do primeiro acesso de 60% dentro da populaçao idosa e de 58,3% na populaçao abaixo de 65 anos de idade.
CONCLUSAO: A análise dos dados e a realidade vivenciada diariamente nos centros de diálise demonstram que também devemos investir seguramente na confecçao de FAV precoce nos idosos em hemodiálise no intuito de assegurá-los uma maior qualidade de vida.

 


 

PO: 50518

Gravidez e parto bem sucedido em paciente com doença renal crônica em hemodiálise; relato de caso

Autores: Renata Lenize Pasini Rotoly*; Flávia Cristina Malheiros Hayashi; Miguel Moysés Neto; Osvaldo Merege Vieira Neto

renata_pasini@terra.com.br

Serviço de Nefrologia de Ribeirao Preto.

INTRODUÇAO: A gestaçao em pacientes com doença renal crônica é considerada por muitos um desafio. Acomete 3% das mulheres em idade fértil que sofrem alteraçoes endócrinas como fator limitante à taxa de fertilizaçao tais como: perda da libido, dismenorreia, ciclos irregulares e anovulatórios que dificultam o diagnóstico precoce. Após a concepçao apresentam ainda maior prevalência de hipertensao arterial, pré-eclâmpsia, restriçao do crescimento fetal intrauterino, parto prematuro e outras complicaçoes que agravam a condiçao patológica preexistente reduzindo a taxa de êxito.
OBJETIVOS: acompanhar a gestaçao de uma paciente em hemodiálise avaliando os parâmetros que eventualmente influenciaram nessa evoluçao.
RESULTADOS: feminino, 40 anos, negra, portadora de miocardiopatia hipertensiva, diabetes melitus e obesidade. Antecedente obstétrico de oito gestaçoes com cinco abortos prévios, teve diagnóstico ocasional por achado laboratorial e confirmaçao de gestaçao tópica por ultrasonografia. Realizado ajuste da terapia hemodialítica com sessoes diárias com duraçao de três horas, banho de cálcio 3,5 mEq/L, fluxo de sangue 300 mL/min através de cateter triplo lúmen em veia jugular esquerda, fluxo do dialisato 500 mL/min e heparina na dose de 50UI/kg, bem como o controle da anemia, hiperfosfatemia e hipocalcemia. A média dos valores laboratoriais mensais foram: uréia pré = 156mg/dL, uréia pós = 54mg/dL, potássio = 5,0mEq/L cálcio = 7,9 mg/dL, fósforo = 5,0 mg/dL, ktv = 1,2 e PTH = 716,3 pg/ml. Durante a gestaçao a paciente manteve-se com anemia apresentando dosagem média de hemoglobina de 8,4g/dL. As intercorrências dialíticas observadas no período gestacional foram episódios de hipoglicemia, hipotensao, hipervolemia, infecçao local de acesso vascular. A gestaçao foi resolvida com parto normal, prematuro, idade gestacional de 29 semanas, peso fetal ao nascer de 980g, APGAR 6/9.
CONCLUSAO: O diagnóstico precoce da gestaçao em renais crônicas exige atençao, pois frequentemente os sintomas se confundem com as complicaçoes apresentadas durante a diálise. As mulheres em diálise devem ser informadas sobre os riscos da gravidez, nao só pelas complicaçoes maternas, mas também pelas consequentes alteraçoes fetais. Por fim, relatamos um caso de sucesso em gestaçao sem planejamento clínico prévio, com prematuridade do feto mesmo com alguns parâmetros fora do previsto na literatura.

 


 

PO: 51876

Hipertrigliceridemia e marcadores inflamatórios como preditores de sobrevida em coorte de pacientes portadores de doença renal crônica

Autores: Raíra Marodin de Freitas*; Mateus De Mamann Vargas; Gabriela Araujo Duarte; Jamile Gardin dos Santos; Luiza Marrone Gastaud; Alexia Valente Gonçalves Schuch; Maristela Bohlke

rairamfreitas@yahoo.com.br

Universidade Católica de Pelotas.

INTRODUÇAO: Inflamaçao sistêmica, dislipidemia e outros distúrbios do metabolismo tem sido associados a aumento da mortalidade cardiovascular. O exercício físico representa uma intervençao nao medicamentosa com comprovados efeitos positivos no perfil metabólico e na inflamaçao em indivíduos com doenças crônicas e na populaçao geral.
OBJETIVOS: Essa análise teve como objetivo correlacionar marcadores inflamatórios e metabólicos com o prognóstico em longo prazo de uma coorte de indivíduos portadores de doença renal crônica (DRC) que sofreram uma intervençao com exercício físico.
METODOLOGIA: Uma amostra de pacientes portadores de hipertensao arterial e nao diabéticos foram incluídos em ensaio clinico randomizado (ECR) que avaliou efeito de um programa de exercícios com 16 semanas de duraçao sobre marcadores de doença cardiovascular. Foram avaliados fatores demográficos (sexo, cor da pele, idade) e clínicos (glicemia, perfil lipídico, proteína C reativa (PCR) ultrassensível, índice de massa corporal (IMC), índice tornozelo braquial (ITB) na linha de base e após 4, 8 e 16 semanas de exercício. Ao termino da intervençao os pacientes foram mantidos em acompanhamento para investigar efeitos o exercício em longo prazo e identificar preditores de qualidade de vida e mortalidade. A presente análise descreve os resultados referentes ao subgrupo de pacientes portadores de DRC (taxa de filtraçao glomerular [TFG] menor ou igual a 60mL/min/1,74m2).
RESULTADOS: De um total de 150 pacientes alocados para o ECR, 65 eram portadores de DRC. O seguimento de longo prazo se estendeu por um período médio de 2,75 (1.06 a 4.29) anos. Foram identificados como preditores de mortalidade níveis elevados de PCR (OR 1.16 IC95% 1.00 a 1.34) e triglicerídeos (OR 1.01 95%IC 1.00 a 1.01). Outros marcadores, como LDL colesterol, IMC e glicemia nao apresentaram impacto detectável na mortalidade, assim como a intervençao com exercício fisico. O ITB apresentou tendência (OR 0.027 IC95% 0.00 a 2.44) a associar-se com a mortalidade. Entre os 65 pacientes portadores de DRC foram registrados 10 óbitos durante o período de seguimento.
CONCLUSAO: Estudos maiores com amostras adequadas sao necessários para confirmar o impacto prognóstico da hipertrigliceridemia e PCR elevada para pacientes portadores de DRC pré-dialítica, assim como a tendência de associaçao entre doença arterial periférica medida com ITB e o acréscimo de mortalidade nessa populaçao.

 


 

PO: 51823

Impacto da hiperuricemia na progressao da doença renal crônica

Autores: Ana Luisa Silveira Vieira Tollendal; Fernando Antonio Basile Colugnati; Marcus Gomes Bastos

analuisasvieira@gmail.com

Prorenal.

INTRODUÇAO: A hiperuricemia é altamente prevalente na doença renal crônica (DRC) e, frequentemente, se associa com outros fatores de risco para a doença, como hipertensao arterial (HAS), Diabetes mellitus (DM) e síndrome metabólica. Estudos recentes, de maneira controversa, têm sugerido um papel importante do ácido úrico como fator de risco para a incidência e progressao da DRC.
OBJETIVO: Avaliar o impacto do ácido úrico sérico na progressao da DRC.
MÉTODOS: Trata-se de um estudo longitudinal retrospectivo de base histórica, com avaliaçao dos registros de pacientes com DRC, de origem hipertensiva e/ou diabética, em acompanhamento ambulatorial. O perfil sócio-demográfico da populaçao e a relaçao entre hiperuricemia e declínio do ritmo de filtraçao glomerular estimado (RFGe) pela equaçao CKD-EPI foram obtidos de pacientes incidentes com diagnóstico de DRC confirmado no período entre 2010 e 2012, com seguimento até o final de 2014. Foi aplicado o modelo de regressao de Poisson para a progressao da DRC, tendo como desfecho final o declínio do RFGe > 5mL/min/ano.
RESULTADOS: Foram incluídos 788 pacientes com diagnóstico de DRC, dos quais 55,3% eram do sexo masculino, com média de idade de 69,4 anos. Os valores médios de creatinina e do RFGe foram de 2,07 mg/dL e 33,36 mL/min, respectivamente. A categorizaçao dos pacientes de acordo com RFGe foi: 22,6% categoria 3A; 34,8% categoria 3B; 34,6% categoria 4 e 8% categoria 5. O valor médio de ácido úrico sérico foi de 6,88 mg/dL e a mediana foi de 8,0 mg/dL. O Risco Relativo para progressao da DRC de 1,52 (95% IC, 1,005 – 2,285; p = 0,047) foi observado em pacientes com mediana de ácido úrico sérico > 8,0mg/dL, após ajuste para sexo, idade, HAS, DM e RFGe.
CONCLUSAO: A hiperuricemia impacta desfavoravelmente na velocidade de diminuiçao da funçao renal em pacientes com DRC secundária a HAS e DM.

 


 

PO: 51859

Impacto positivo do exercício no índice tornozelo braquial em pacientes portadores de doença renal crônica

Autores: Raira Marodin de Freitas; Maristela Bohlke*; Iná S Santos; Grégore I. Mielke; Fabrício B del Vecchio; Annelise Reges; Pedro C Hallal; Franklin Correa Barcellos

mbohlke.sul@gmail.com

Universidade Católica de Pelotas.

INTRODUÇAO: A doença renal crônica (DRC) está associada a elevado risco de doença cardiovascular (DCV). O impacto do exercício na reduçao do risco cardiovascular está bem documentado na populaçao geral, mas existe um menor nível de evidência entre pacientes portadores de DRC.
OBJETIVOS: Avaliar o impacto de um programa estruturado de exercícios físicos sobre marcadores de doença cardiovascular em uma amostra de pacientes portadores de DRC.
MÉTODOS: Uma amostra de pacientes portadores de hipertensao arterial e nao diabéticos foram incluídos em ensaio clinico randomizado que avaliou os efeitos de um programa de exercícios com 16 semanas de duraçao sobre marcadores de doença cardiovascular. Foram avaliados fatores demográficos (sexo, cor da pele, idade) e clínicos (glicemia, perfil lipídico, proteína C reativa (PCR) ultrassensível, índice de massa corporal (IMC), depuraçao da creatinina endógena estimada pela fórmula de CKD- Epi, e índice tornozelo braquial (ITB) na linha de base e após 4, 8 e 16 semanas de exercício. A presente análise descreve os resultados referentes ao subgrupo de pacientes portadores de DRC (taxa de filtraçao glomerular [TFG] menor ou igual a 60mL/min/1,74m2).
RESULTADOS: Dentre os 150 pacientes incluídos no ECR, 64 (42.95% da amostra total) apresentavam DRC. O subgrupo foi composto por 28 (43.08%) indivíduos de sexo masculino, com média de idade de 68.81 (10.51) anos. Foi detectado efeito significativo do exercício físico no ITB, com uma variaçao de -,072 (IC 95% -,183 a,039) no grupo controle e um aumento de,09 (IC95% -,003 a,184) no grupo intervençao (p = 0,01 para variaçao inter-grupos). Nao foi detectado efeito do exercício nos demais marcadores de DCV nesse subgrupo de pacientes portadores de DRC.
DISCUSSAO: O ITB abaixo de 0,9 sugere o diagnóstico de doença arterial periférica e está associado a aumento da mortalidade na populaçao geral. Essa analise de subgrupo sugere um potencial impacto positivo do exercício físico estruturado no ITB em pacientes portadores de DRC, grupo de elevado risco cardiovascular. Novos estudos devem ser delineados para confirmar esse achado e avaliar possível repercussao na morbi-mortalidade cardiovascular.

 


 

PO: 51919

Influência do estádio da doença renal crônica e da modalidade de diálise na seroconversao à vacina contra Hepatite B.

Autores: Edwa Maria Bucuvic; Joao Henrique Castro*; Marcela Lara Mendes; Laudilene Cristina Rebelo Marinho; Luis Cuadrado Martin; Jacqueline Teixeira Caramori; Pasqual Barretti

jh-castro@uol.com.br

UNESP de Botucatu.

A seroconversao à vacina contra o vírus da hepatite B (VHB) em indivíduos imunocompetentes varia de 90-95% enquanto nos pacientes em hemodiálise varia de 40-80%. Manter níveis adequados de anticorpos contra o VHB nas unidades de diálise é um desafio.
OBJETIVO: Avaliar os fatores que influenciam a seroconversao do anticorpo anti-HbS, em pacientes vacinados contra o VHB, em diferentes estádios da doença renal crônica (DRC) e nos tratados por hemodiálise (HD) e diálise peritoneal (DP).
MÉTODO: Foram incluídos pacientes maiores que 18 anos, portadores de DRC prevalentes em dezembro de 2011 e incidentes entre janeiro de 2012 e abril de 2014, que receberam o primeiro esquema de vacinaçao completo contra o VHB. Os pacientes foram divididos em quatro grupos conforme o estádio da DRC e a modalidade de diálise: grupo DRC (pacientes no estádio IV da DRC), grupo Pré-diálise (pacientes no estádio V da DRC), grupo DP (pacientes tratados por DP) e grupo HD (pacientes tratados por HD). Associaçoes entre fatores demográficos, laboratoriais, clínicos, dialíticos e nutricionais com a seroconversao à vacina contra o VHB (anticorpo anti-Hbs > 10 UI/dl) foram analisadas por regressao logística univariada e multivariada.
RESULTADOS: Foram incluídos 191 pacientes, 72 no grupo HD, 40 no DP, 36 no DRC e 43 no Pré diálise). A média de idade foi de 59,6 ± 15,1 anos; 49,7% eram masculinos, 83,5% da raça branca e 47,6% diabéticos. A porcentagem geral de seroconversao foi de 72,8%, sendo 76,4% para o grupo HD, 67,5% para o grupo DP, 75% para o grupo DRC e 69,8% para o grupo Pré-Diálise (p = 0,72). Os fatores independentemente associados à maior chance de seroconversao foram a contagem total de linfócitos (p = 0,02) e o ângulo de fase (p = 0,02), considerando a amostra total de pacientes; a contagem total de linfócitos (p = 0,033) e o uso da vitamina D (p = 0,034), no conjunto de pacientes em tratamento dialítico e a contagem total de linfócitos (p = 0,013) e ângulo de fase (0,002) nos pacientes em tratamento conservador. Maior idade se associou à menor chance de seroconversao nos pacientes tratados por diálise (p = 0,03), nao se associando a este desfecho nos demais grupos.
CONCLUSAO: O estado nutricional influencia a seroconversao à vacina contra o VHB em diferentes estádios da DRC e nas diferentes modalidades de diálise. Em pacientes dialisados o uso de vitamina D foi preditor de seroconversao, enquanto maior idade se associou à menor chance para este desfecho.

 


 

PO: 50494

Influência do estádio da doença renal crônica e da modalidade de diálise na seroconversao à vacina contra Hepatite B.

Autores: Luciana Rosa; Karina Cardoso Gulbis Zimmermann; Morgana Borba Salvador; Mariana Garcia Ghisi; Andréia Batista Bialeski; Maria Teresa Brasil Zanini; Celso Lufchitz; Rozenir Ramos

bridalu@yahoo.com.br

ESUCRI Escola Superior de Criciúma.

OBJETIVO: O objetivo do presente estudo foi determinar a relaçao entre marcadores inflamatórios e de estresse oxidativo, e a terapia com agentes estimuladores da eritropoiese (ESA) nos pacientes com doença renal crônica (DRC) submetidos ao tratamento hemodialítico.
MATERIAL E MÉTODOS: Estudo prospectivo de coorte realizado em uma clínica de hemodiálise da regiao Sul de Santa Catarina. Foram avaliados 65 pacientes com doença renal crônica com necessidade de terapia renal substitutiva. Os dados clínicos e demográficos foram coletados através de um questionário padronizado. Foram determinados parâmetros de oxidaçao de lipídeos através do método de TBARS (substâncias reativas do ácido tiobarbitúrico) e de oxidaçao protéica através da determinaçao de grupamentos carbonil. Como marcador inflamatório foi utilizado interleucina-6 (IL-6). As comparaçoes de variáveis categóricas foram feitas com o teste exato de Fisher. As variáveis contínuas foram apresentadas na forma de média ± desvio padrao comparadas com o teste t-Student (p-valor < 0,05).
RESULTADOS E CONCLUSAO: Evidenciou-se que os pacientes com DRC que fazem uso da terapia com ferro apresentam elevaçao dos níveis de IL-6 que decaem após a retirada da terapia. No grupo que usava ferro houve reduçao significativa dos níveis de TBARS, mas nao de carbonil, quando comparadas as duas coletas (3 x 10-3 + 0,12 na primeira coleta vs.. 2 x 10-3 + 0,11 na segunda coleta, p = 0,001). Em conclusao a terapia com agentes estimuladores da eritropoese nao parece ser capaz de alterar parâmetros de estresse oxidativo em pacientes em regime de hemodiálise, entretanto a suspensao da administraçao de ferro por período de quinze dias é capaz de atenuar a peroxidaçao de lipídeos.

 


 

PO: 50409

Níveis séricos de prolactina em pacientes com doença renal crônica

Autores: Marclébio Manuel Coêlho Dourado*; Lucio Vilar; Lucila Maria Valente; Luís Henrique Bezerra Cavalcante Bezerra; Marcelo Pereira da Silva; Eduardo Costa; Lucas Bittencourt Simoes

marclebio@yahoo.com.br

Universidade Federal de Pernambuco.

INTRODUÇAO: Doença Renal Crônica (DRC) se caracteriza pela perda progressiva e irreversível da funçao renal, sendo relacionada a altos índices de morbi-mortalidade, sobretudo por Doença Cardiovascular (DCV). Hipertensao arterial, Diabetes mellitus, hipertrofia de ventrículo esquerdo e aterosclerose sao fatores de risco tradicionais e bem estudados nesta populaçao. Fatores de risco nao tradicionais, como microalbuminúria, hiperparatireoidismo, anemia e inflamaçao, ganham cada vez mais importância. Estudos recentes demonstraram disfunçao endotelial, aterosclerose acelerada e aumento de eventos cardiovasculares em pacientes com DRC e hiperprolactinemia.
OBJETIVOS: Avaliar níveis sérios de prolactina (PRL) em pacientes com DRC em estágios avançados e correlacionar os níveis hormonais com os estágios da doença.
METODOLOGIA: Foi realizado um estudo de corte transversal durante 6 meses (janeiro a julho de 2015) avaliando consecutivamente todos os pacientes acompanhados em serviço de referência em nefrologia, em conservador ou hemodiálise. Funçao renal dos pacientes em tratamento conservador foi calculada pela fórmula CKD-EPI utilizando a combinaçao de creatinina e cistatina C. Dosagem de PRL foi realizada em todos os pacientes. Definiu-se hiperprolactinemia como valores de PRL sérica em homens acima de 15.2 ng/mL e em mulheres acima de 23.3 ng/mL.
RESULTADOS: Foram avaliados 178 pacientes, com idade média 58,4 ± 16,3 anos, sendo 53% de mulheres. Do total, 21,3% em estágio III da DRC; 49,4% em estágio IV; 14% em estágio V conservador; 15,2% em estágio V hemodiálise (HD). A dosagem sérica de PRL foi realizada em 146 pacientes, com 58 (39,7%) apresentando níveis elevados deste hormônio. Avaliando-se por estágio, apresentaram hiperprolactinemia: 19% dos pacientes em estagio III, com valor médio da PRL de 10,9 ng/mL; 32,4% dos pacientes em estágio IV (valor médio da PRL: 13,7 ng/mL); 40% dos pacientes estágio V conservador (valor médio de PRL: 16,3 ng/mL); 81,5% dos pacientes em HD (valor médio: 35,3 ng/mL).
CONCLUSAO: Maiores níveis séricos de PRL e maior prevalência de hiperprolactinemia foram observados nos estágios avançados da DRC.

 


 

PO: 51990

Nível de atividade física de pacientes renais crônicos submetidos à hemodiálise

Autores: Rachel Chrystinne de Oliveira Silva*; Dayane Santos Oliveira; Ewerton Sérgio da Silva; Larissa de Holanda Lessa; Bruna Rodrigues Moraes; Karolyne Soares Borbosa Granja; Sarah Carolina Almeida Luna Vieira; Ana Carolina do Nascimento Calles

quel_cristinne@hotmail.com

UNIT

INTRODUÇAO: O sedentarismo é um dos principais fatores que influenciam nos altos índices de mortalidade, devido a grande influência negativa sobre as doenças cardiovasculares. Estudos mostram que a realizaçao de atividades físicas de quatro a cinco vezes na semana, reduz cerca de 30% dos riscos de morte em pacientes submetidos à hemodiálise quando comparado a indivíduos sedentários.
OBJETIVO: Identificar o nível de atividade física de pacientes diagnosticados com a doença renal crônica, em programa de hemodiálise.
METODOLOGIA: Tratase de um estudo de corte transversal descritivo realizado em dois centros de hemodiálise do estado de Alagoas, com pacientes com doença renal crônica, em programa de hemodiálise. Foi aplicado pelo pesquisador um questionário de avaliaçao inicial com as seguintes variáveis: idade, gênero e tempo de hemodiálise, e o questionário International Physical Activity Questionnaire (IPAQ) em sua versao curta no momento da hemodiálise para avaliaçao do nível de atividade física. Os pacientes foram classificados como muito ativo, ativo, irregularmente ativo ou sedentário, dependendo da frequência e duraçao das atividades realizadas na ultima semana. Os dados foram registrados em planilha no Microsoft Excel 2010 e as variáveis apresentadas por média e desvio padrao.
RESULTADOS: Foram aplicados 247 questionários, sendo 146 (59,10%) em homens e 101 (40,90%) em mulheres, com idade média de 53,06 ± 15,70 anos e tempo de hemodiálise de 43,79 ± 45,92 meses. Foi observado que 1,61% desses pacientes eram muito ativos, 25,10% ativos, 18,21% irregularmente ativos e 55,06% sedentários. Quando avaliados separadamente por meses de hemodiálise 82 pacientes apresentavam tempo de hemodiálise de 1-12, onde 62,19% se encontravam sedentários, 32 pacientes estavam entre 13-24 meses de hemodiálise, sendo 46,87% sedentários, 39 pacientes estavam entre 25-36 meses de hemodiálise, com 51,28% dos pacientes sedentários, 22 pacientes estavam entre 37-48 meses de hemodiálise, sendo 50% sedentários e 72 pacientes estavam acima de 48 meses de hemodiálise, com 54,16% sedentários.
CONCLUSAO: Os resultados do presente trabalho demonstraram que a maioria dos pacientes em hemodiálise sao sedentários e, quando comparados pelo tempo de hemodiálise, o primeiro ano apresentou maior percentual de sedentários. Acredita-se que tal achado pode ter ocorrido devido mudança nos hábitos de vida desses indivíduos.

 


 

PO: 51681

Nível de conhecimento sobre a doença renal cronica da populaçao atendida em três Unidades Básicas de Saude de Araguaína – TO.

Autores: Andressa Sousa Aguiar; Rachel Lyne Sussuarana de Sousa*; Joao Victor Soares Coriolano Coutinho; Julliana Oliveira Gomes; Patrick Nunes Brito; Marco Antonio Corrêa Galvao; Anderson Rafael Salviano de Sousa Monteiro de Brito

rachelsussuarana@hotmail.com

FAHESA/ITPAC.

INTRODUÇAO: A Doença Renal Crônica (DRC) é considerada um problema de saúde pública mundial, com elevadas taxas de morbidade e mortalidade. Para melhorar a qualidade de vida e a sobrevida do paciente, bem como prevenir e diminuir as complicaçoes da terapia de substituiçao da funçao renal, o grau de conhecimento dos pacientes sobre sua patologia tem efetiva importância.
OBJETIVO: Avaliar o nível de conhecimento sobre DRC de pacientes atendidos em Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de Araguaina-TO.
MÉTODOS: Este é um estudo descritivo, prospectivo e documental. Foi realizado entrevistas individuais a populaçao atendida por 03 UBSs selecionadas aleatoriamente localizadas na cidade de Araguaína-TO, no período de julho a setembro de 2015. Dados foram tabulados em planilha eletrônica no Excel (Versao 2010). Estudo aprovado pelo CEP – FAHESA/ITPAC.
RESULTADOS: Foram entrevistados um total de 85 pessoas, a média de idade foi de 42 anos, o número de mulheres foi de 60 (70,59%) e o número de homens foi de 25 (29, 41%), quanto a escolaridade: 32 (27,65%) possuíam ensino médio completo, 19 (22,35%) possuíam ensino fundamental incompleto, 11 (12,9%) possuíam ensino médio incompleto, 10 (11,8%) superior incompleto, 5 (5,9%) fundamental completo, 4 (4,7%) superior completo e 4 (4,7%) nenhuma escolaridade. 59 (69,4%) já ouviram falar em DRC; 68 (80%) desconhecem algum sintoma da doença; quando perguntados se sabiam alguma causa da DRC, 71 (83,5%) responderam que nao; 59 (69,4%) nao sabiam sobre a relaçao entre a hemodiálise e a DRC.
CONCLUSOES: A carência de informaçoes, por parte da populaçao, acerca da DRC mostrou-se expressiva ao término deste projeto, onde foi possível visualizar o baixo grau de conhecimento das comunidades visitadas. Mesmo que a incidência da DRC esteja aumentando gradativamente no decorrer dos últimos anos, aqueles que se encontravam inseridos nos grupos de risco, ainda assim, relataram dificuldade para expor breves comentários sobre esta, notando-se que a compreensao desta complexa doença ainda é de difícil acesso. O diagnóstico precoce, encaminhamento imediato e instituiçao de medidas para diminuir/interromper a progressao da DRC sao algumas das estratégias para melhorar os desfechos. Por conseguinte, uma parte fundamental foi transmitir à populaçao a importância de se conhecer a existência desta doença, que embora silenciosa, é grave e alertá-la sobre a necessidade de ter hábitos de vida saudáveis.

 


 

PO: 51747

Nível sérico de fas solúvel é preditor de transfusao de hemácias em pacientes com doença renal crônica pré-dialítica

Autores: Miguel Angelo Goes; Samuel Shiraishi Rollemberg*; Monique Vércia Rocha e Silva; Luiza Pego da Silva; José Job Neto; Maria Aparecida Dalboni; Maria Eugênia Canziani; Miguel Cendoroglo

samuelsra18@gmail.com

Samuel Shiraishi Rollemberg.

INTRODUÇAO: Anemia na doença renal crônica (DRC) é comum em estágios avançados. Fas solúvel (sFas) está associado com doença cardiovascular, inflamaçao, anemia e resistência a eritropoietina (Epo) na DRC.
OBJETIVO: Avaliar se o nível sérico de sFas é capaz de predizer necessidade de transfusao sanguínea em pacientes com DRC Materiais e Métodos: Estudo de seguimento prospectivo de 56 pacientes com DRC em tratamento conservador por 144 meses. Níveis séricos de sFas, IL-6, PTHi e Epo foram analisados na admissao do estudo. Nível de creatinina, ureia, formula EPI-CKD, concentraçao de Hb e Ht e o perfil de ferro foram avaliados anualmente. Avaliamos o uso de eritropoietina recombinante (rHuEPO) e a necessidade de transfusao de hemácias no período do estudo. Anemia definida como Hb < 13 para gênero masculino e Hb < 12 para o feminino. Regressao logística binária da necessidade de transfusao sanguínea foi realizada no final de 144 meses com as variáveis sFas, EPI-CKD, saturaçao de transferrina, IL-6 e Epo.
RESULTADOS: Observamos (n = 56): idade de 56 + 13 anos, 35 M, causas de DRC: M (46%), HAS (22%), Hb 12 + 2, Ht 37 + 7, saturaçao de transferrina 23 + 14, ferritina 123 + 110, EPI-CKD 35 + 18 mL/min, sFas 3121 + 1249, Epo 11 + 10, IL-6 7,3 + 6,4 e PTHi 200 + 178. Nos pacientes com anemia observamos maior concentraçao de sFas (3487 + 1243, 2729 + 1152; p = 0,02), ferritina (155 + 126, 91 + 74; p = 0,02) e PTHi (350 + 238,181 + 165; p = 0,07), mas menor EPI-CKD (30 + 11, 40 + 23; p = 0,04) e de IL-6 (5,8 + 3,4; 8,4 + 8,2; p = 0,01). Correlaçao positiva entre EPI-CKD e Hb (r = 0,41; p = 0,002), Epo e sFas (r = 0,30; p = 0,03). Correlaçao negativa entre Hb e sFas (r = -0,35; p = 0,008), Hb e PTH (r = -0,31; p = 0,06), Fe sérico e Epo (r = -0,31; p = 0,02), EPI-CKD e PTHi (r = -0,57; p < 0,001), EPI-CKD e sFas (r = -0,49; p < 0,001). Quatro pacientes (7%) utilizaram rHuEPO e nove (16%) necessitaram de transfusao sanguínea. Observamos menor IL-6 (4,6 + 1,9; 7,5 + 6,9; p = 0,02), EPI-CKD (21 + 9, 37 + 18; p = 0,001) e saturaçao de transferrina (17 + 7,24 + 15; p = 0,04), mas maior sFas (4859 + 1135, 2788 + 969; p < 0,001), Epo (16 + 12, 11 + 9; p = 0,09) e PTHi (350 + 238, 181 + 165; p = 0,06) nos pacientes que receberam transfusao de sangue. Na regressao logística binária observamos que o sFas correlacionou independentemente com a necessidade de transfusao sanguínea (p = 1,002 IC 95% 1,000-1,003; p = 0,01).
CONCLUSAO: Nível sérico de sFas está associado com anemia e é um preditor independente da necessidade de transfusao de hemácias em pacientes com DRC em tratamento conservador

 


 

PO: 51574

O impacto da doença renal crônica e da síndrome metabólica sobre a prevalência de doença cardiovascular em um programa de atençao primária

Autores: Suzana Greffin*; Mauro Barros André; Jorge Paulo Strogoff de Matos; Hye Chung Kang; Antonio José Lagoeiro Jorge; Maria Luiza Garcia Rosa; Jocemir Ronaldo Lugon

suzanagreffin@gmail.com

Universidade Federal Fluminense.

INTRODUÇAO: A doença renal crônica (DRC) e a síndrome metabólica (SM) tem sido ambas associadas a uma maior prevalência de doença cardiovascular (DCV). O impacto de cada uma dessas duas condiçoes e de sua combinaçao nessas circunstâncias ainda permanece controverso.
OBJETIVO: No presente estudo, avaliamos a associaçao da DRC e da SM com a DCV em uma populaçao de atençao primária com 45 anos ou mais. Métodos. Estudo observacional, transversal, com uma amostra aleatória com idades entre 45 anos ou mais extraídos da populaçao atendida pelo Programa Médico de Família (PMF) da cidade de Niterói, no estado do Rio de Janeiro, Brasil. A DRC foi diagnosticado pelas diretrizes K /DOQI e a SM, pelo critério harmonizado. A CVD foi analisada como uma variável composta que incluiu alteraçoes no ecocardiograma e história de DCV.
RESULTADOS: Foram analisados um total de 581 participantes (38,2% do sexo masculino), com idade média de 59,35 ± 10,16 anos. A taxa de prevalência da DRC foi de 27,9% e a de SM, 57,8%. Em participantes sem DRC, a presença da SM aumentou discretamente o risco para DCV (OR = 1,52, p = 0,037); naqueles com DRC, mas sem SM, o risco de DCV foi maior (OR = 2,42, p = 0,003); esse risco de DCV foi substancialmente aumentado quando DRC estava combinada com SM (OR = 5,13, p < 0,001).
CONCLUSAO: Neste estudo envolvendo uma populaçao de um programa de atençao primária, a CKD foi confirmado como um fator de risco independente para doenças cardiovasculares. A presença de SM quando associada a DRC ampliou substancialmente o risco de DCV.

 


 

PO: 51789

O impacto do Diabetes mellitus na progressao da doença renal crônica no Hospital Electro Bonin, Ribeirao Preto-SP

Autores: Tufik José Magalhaes Geleilete*; Rosemary Aparecida Furlan Daniel; Douglas V Mourao; Mariana S Assunçao; Carolina Baraldi A Restini; Maria Camila Miranda Cardoso; Cybele Cunha Faria

tufikg@yahoo.com.br

UNAERP

INTRODUÇAO: A doença renal crônica (DRC) é uma doença de caráter progressivo e irreversível que afeta de forma impactante a vida dos pacientes e tem como uma das principais etiologias o Diabetes mellitus (DM). Dessa forma, o controle glicêmico é de extrema valia e, quando nao é alcançado, surte um efeito de extrema importância no prognóstico do paciente.
OBJETIVO: Avaliar a importância do Diabetes mellitus na progressao da DRC nos pacientes em seguimento ambulatorial do hospital Electro Bonini (HEB) Ribeirao Preto-SP.
MÉTODOS: Estudo restrospectivo dos 178 pacientes em seguimento de DRC (estágios de I a V) no HEB, entre o período de 2004 a 2016. A coleta de dados foi obtida através de prontuários, em que foram avaliados os fatores de risco e seu impacto no prognóstico da doença renal crônica. Determinamos a velocidade de progressao da DRC em paciente com e sem diabetes calculando a diferença entre as creatininas obtidas na primeira e última consultas e dividida pelo intervalo de tempo entre estas coletas, ou a diferença entre os CDK-EPI calculados por estas dosagens. A Análise foi feita pelo teste de Mann Whitney. Além disso, entre os diabéticos avaliamos a diferença de progressao entre os pacientes os controlados e nao controlados (Hb glicada < 7mg%).
RESULTADOS: Dentre os 130 paciente, 86 eram diabéticos (DM) e 44 eram nao diabéticos (nDM). As taxas da deterioraçao da creatinina (ml/min/ano) foram: DM: Mediana 0,24 (P25: 0,078; P75: 0,6). nDM: Mediana 0,19 (P25: 0,047; P75: 0,296). p < 0,1. Avaliados pela variaçao do CKD-EPI verificamos os seguintes valores: DM: Mediana 5,77 (P25: 2,34; P75: 9,4); nDM: Mediana: 3,2 (P25: 0,92; P75: 6,28). p = 0,013. Nao houve diferença entre a velocidade de progressao dos pacientes diabéticos controlados (mediana 0,24 ml/min/ano) e nao controlados (0,19 ml/min/ano).
CONCLUSAO: A presença de Diabetes mellitus acelera de modo significativo a velocidade de progressao da DRC, o que pode ser percebido de modo mais evidente quando avaliado pelo CKD-EPI. O controle da glicemia, analisado isoladamente, nao mostrou impacto na progressao dos pacientes diabéticos, nesta populaçao.

 


 

PO: 51963

Otimizaçao da identificaçao de agentes infecciosos nos episódios de peritonite de pacientes DRC em dialise peritoneal

Autores: Tassia Rejane Nascimento Santos; Ana Amélia de Assis Freitas Mata; Lucas Sampaio Mata; Rosélia Lobao; Antonio Raimundo Pinto de Almeida; Luiz Jose Cardoso Pereira; Carolina Lara Neves*

nevesc200@gmail.comcl.neves@uol.com.br

Universidade Federal da Bahia.

INTRODUÇAO: A cultura microbiológica correta do liquido peritoneal é importante para identificaçao do microorganismo. Associado a sensibilidade antimicrobiana guiam a antibioticoterapia correta e identificam a possível origem da infecçao. Desde set/2013, realizamos a cultura do sedimento do líquido peritoneal(LP) centrifugado conforme recomendaçao da ISPD(2010).
OBJETIVO: Identificar mais de 80% dos agentes causadores de peritonites em paciente com DRC em DP.
METODOLOGIA: Os pacientes admitidos com suspeita peritonite (febre, dor abdominal e relato de liquido turvo) sao orientados a trazer a última troca da diálise peritoneal ou se submetem a troca no serviço após permanência de 2h. O LP é enviado para o laboratório (5-10ml), submetido a centrifugaçao, o sedimento é colocado em cultura. Em 3 dias identifica-se o agente e em 5 dias a sensibilidade antimicrobiano
RESULTADOS: De set/2013 a mar/2016, tivemos 17 internaçoes e 11 pacientes admitidos com peritonite decorrente da DP. Todos os pacientes haviam implantado o cateter de tenckhoff em nossa instituiçao. O tempo médio do implante até o 1° episódio de peritonite foi de 16,06 meses e o tempo médio do início da DP até o 1° episódio foi de 13,7 meses. A celularidade média inicial foi de 6604cels/ml. O agente microbiano causador da peritonite foi identificado em 12/17 episódios (70,5%). Tivemos 5 pacientes com identificaçao de Staphylococcus coagulase negativo, 3 com Staphylococcus aureus, 1 paciente com Escherichia coli, 1 com Klebsiella pneumoniae, 1 com Acinetobacter baumannii e 1 com Candida sp. Dos 5 episódios com cultura negativa, 3 situaçoes necessitaram de mudança empírica do esquema antimicrobiano. Dos 12 episódios de peritonite com identificaçao do agente, 10 realizaram mudança do esquema antimicrobiano guiado pelo perfil de sensibilidade, sendo em 8 episódios com descalonamento para monoterapia. O tempo médio de internaçao de 11,9 dias. Tivemos 3 pacientes que perderam o peritônio e iniciaram hemodiálise e 4 pacientes foram a óbito.
CONCLUSAO: A técnica para identificaçao dos agentes microbianos causadores de peritonite ainda necessita ser aprimorada, pois obtivemos taxa de sucesso inferior à recomendada pela ISPD. Acreditamos que o retardo para levar a bolsa de diálise com suspeita de peritonite para o hospital e a identificaçao de técnicas de semeadura diferentes pelos plantonista do laboratório possam justificar nao termos alcançado nosso objetivo.

 


 

PO: 50555

Paciente com doença renal crônica em hemodiálise: uma avaliaçao das atribuiçoes do familiar cuidador

Autores: Stefany Pawer Teles Cabral; Ana LarisseTeles Cabral; Geraldo Bezerra da Silva Junior; Bruna Caroline Rodrigues Tamboril; Carla Jamilla de Almeida Albuquerque; José Jair Lacerda de Sá

stefany.pawer@hotmail.com

Universidade Estadual do Ceará (UECE).

INTRODUÇAO: A doença renal crônica (DRC) está associada a importantes mudanças na vida de seus portadores, sobretudo nos estágios mais avançados, quando há necessidade de diálise. A dependência dos cuidados por parte dos pacientes exigirá mais atençao dos familiares e geralmente nomeia-se um cuidador entre os membros familiares.
OBJETIVO: Identificar as atribuiçoes dos familiares cuidadores que colaboram para a adesao do paciente com DRC ao tratamento dialítico.
MÉTODO: Foi realizado estudo exploratório e descritivo com abordagem quantitativa, em uma clinica de hemodiálise no município de Maracanaú, Ceará. Participaram do estudo 68 familiares cuidadores dos pacientes em hemodiálise. Os critérios de inclusao foram: idade > 18 anos, ser o familiar responsável pelo acompanhamento dos cuidados destinados ao paciente, ter capacidade cognitiva para responder aos questionamentos e aceitar participar do estudo. Os dados foram coletados durante o mês de novembro de 2013 a janeiro de 2014.
RESULTADOS: A maioria dos pacientes e familiares cuidadores apresentavam características sócio demográficas semelhantes: faixa etária entre 50 e 69 anos(57,4% e 54,4%);catolicismo como prática religiosa predominante (75% e 72%); cor parda(66,7% e 72%); aposentados (67,7% e 79,4%); procedência Maracanaú-CE (79,4% e 67,6%); casados(50% e 51,5%);ensino fundamental concluído (47% e 50%); casa própria (72% e 75%); renda mensal variando de 1 a 2 salários mínimos (60,3% e 63,2%); e sexo feminino (76,5% e 60,3%). Os familiares cuidadores confirmaram a participaçao na maioria das condutas do tratamento básico do paciente como: orientaçao sobre a doença (70,6%), orientaçao sobre o tratamento(69,1%), lembrete sobre a medicaçao (64,7 %), monitorar as refeiçoes(67,7%), ingesta de líquidos (80,9%), acompanhamento nas sessoes de hemodiálise (63,2%), cuidados com a fístula arteriovenosa e/ou catéter (77,9%).
CONCLUSAO: Na amostra estudada destacou-se a prevalência do sexo feminino entre os familiares cuidadores comprovando que a mulher na maioria das vezes assume a responsabilidade pelos cuidados que devem ser prestados ao paciente. No entanto,condutas muito importantes nao sao realizadas pela maioria dos familiares cuidadores, que envolvem o controle do uso das medicaçoes e o monitoramento das refeiçoes. Apesar das muitas atribuiçoes e situaçoes vivenciadas pelos familiares cuidadores, a maioria revelou estar satisfeito com a aceitaçao do paciente em relaçao às suas intervençoes de cuidado.

 


 

PO: 51740

Participaçao de um centro de médio porte no Chronic Kidney Disease Outcomes and Practice Patterns Study (CKDOPPS).

Autores: Sergio Wyton Lima Pinto*; Stenio Barbosa de Freitas

wytonlp@uol.com.br

Hospital Sao Joao de Deus- Divinopolis-MG.

INTRODUÇAO: O Chronic Kidney Disease Outcomes and Practice Patterns Study (CKDOPPS) é um estudo clínico de coorte, observacional, prospectivo, internacional, envolvendo pacientes com DRC, coordenado pelo Arbor Research Collaborative for Healt… No Brasil foram selecionadas 20 clínicas que atendem pacientes com DRC em tratamento conservador, de forma randômica, visando representar todas as cinco regioes do país. Serviço de Nefrologia do Hospital Sao Joao de Deus em Divinópolis (HSJD) foi um dos selecionados.
OBJETIVOS: A Participaçao neste estudo visa à produçao de informaçoes clínicas que servirao como plataforma de pesquisas. Além disso, nossas médias permitirao a comparaçao com as médias obtidas no Brasil e nos demais países participantes. Pretendemos contribuir com a missao primária do CKDOPPS que é identificar as ligaçoes entre as práticas modificáveis de cuidado da DRC e seus desfechos.
PACIENTES E MÉTODOS: Foram inscritos os pacientes agendados no ambulatório de DRC do HSJD. Foram excluídos os transplantados e os menores de 18 anos. Após a consulta o paciente que aceitava o convite para participar do estudo preenchia o termo de consentimento (TCLE), respondia um questionário médico e outro sobre sua qualidade de vida momentânea. Aqueles pacientes que entravam em programa de TRS ou transplantavam eram retirados do estudo.
RESULTADOS: Até o momento inscrevemos 19 pacientes no CKDOPPS sendo que 13 preenchiam os critérios. 6 pacientes no estágio 3, 5 pacientes no estágio 4 e 2 pacientes. no estágio 5. A média de idade foi de 63,5 anos e 46,5% eram homens. 8% tinham acesso vascular e 100% deles tinham comorbidades. Coronáriopatia esteve presente em 8% e outras doenças cardiovasculares 15%. 38% dos pacientes eram diabéticos e 92% hipertensos. 23% tinham doença vascular periférica. Até o momento nossos pacientes apresentaram uma mediana de idade inferior a identificada no Brasil (63.5 anos x 68 anos). A presença de hipertensao (92% x 96%) e diabetes (38% x 41%) nao diferiu muito do restante do Brasil, assim como dos demais países.
CONCLUSAO: A participaçao neste tipo de estudo permite conhecermos melhor o perfil dos nossos pacientes com DRC. Além do mais contribuiremos com o CKDOPP no cumprimento de sua missao primária que é identificar as ligaçoes entre as práticas modificáveis de cuidado da DRC e seus desfechos.

 


 

PO: 52025

Perfil clínico e epidemiológico dos pacientes com doença renal crônica acompanhado em ambulatório de nefrologia do Hospital das Clínicas -UFPE

Autores: Maria Carolina Nóbrega Rebello Neves*; Brivaldo Markman Filho; Lucila Maria Valente; Luis Henrique Bezerra Cavalcanti Sette; Mônica de Moraes Chaves Becker; Andréa Camelo Esteves Perrelli Valença

mcarolina.neves@hotmail.com

Multirim.

INTRODUÇAO: A doença renal crônica (DRC) se caracteriza por perda progressiva e irreversível da funçao renal, independentemente da causa. Caracteriza-se por diminuiçao na taxa de filtraçao glomerular e/ou presença de lesao parenquimatosa mantidas por pelo menos 3 meses. Apresenta altas taxas de mortalidade e morbidade devido, principalmente, à doença cardiovascular (DCV).
OBJETIVO: Descrever o perfil clínico e epidemiológico dos pacientes com DRC em tratamento conservador acompanhados no ambulatório de Nefrologia do Hospital das clínicas – UFPE.
MÉTODO: Estudo transversal com pacientes do ambulatório de DRC em tratamento conservador do HC- UFPE no período de Dezembro/2014 a Julho/2015. A funçao renal foi avaliada por estimativa da taxa de filtraçao glomerular (TFG), utilizando a equaçao Chronic Kidney Disease Epidemiology Collaboration (CKD -EPI). Foram incluídos no estudo, pacientes com TFG menor ou igual a 60ml/min/1,73m2, acompanhados no ambulatório por no mínimo 3 meses.
RESULTADOS: Foram selecionados para o estudo 159 pacientes. A média da idade foi de 58,8 anos, um pouco mais da metade eram do sexo feminino e 80% se declararam nao negros. Quanto as variáveis relacionadas ao risco cardiovascular, 22% dos pacientes eram obesos, 78,2% sedentários, 35,6% fumaram alguma vez na vida. A frequência de hipertensao foi de 89,1%, diabéticos foi de 35,3%, enquanto que 14,7% tinham DAC e o mesmo percentual de história de AVC. A frequência de pacientes com DAC na família foi de 11% e de dislipidemia foi de 62%. O nível de hemoglobina médio foi de 11,75mg/dl, a mediana do colesterol foi de 171mg/dl, a média de cálcio foi de 9,2mg/dl, de fósforo de 4,0 mg/dl e de albumina de 3,9mg/dl. Os níveis medianos de PTH foi de 238mg/dl, de FA foi de 88mg/dl e de creatinina de 2,5mg/dl. A média do Clcr foi de 25,3mg/dl. A prevalência de alteraçao nos níveis de vitamina D foi de 68,6%, dos quais 48,2% foram considerados insuficientes e 31,4% deficientes. De acordo com a etiologia da DRC, as principais foram as relacionadas a hipertensao (27,7%), diabetes (27%) e glomerulopatia (19,7%); e em relaçao ao estágio da doença, 12,4% dos pacientes estavam no estágio 3A e 19,7% no estágio 3B, enquanto que 49,6% no estágio 4 e 18,3% no estágio V.
CONCLUSAO: A maioria dos pacientes sao do sexo feminino, hipertensos, encontram-se no estágio IV, as principais etiologias da DRC foram DM E HAS, além de uma grande prevalência de fatores de risco para DCV.

 


 

PO: 50536

Perfil dos pacientes atendidos em um Ambulatório de Nefrologia

Autores: Raquel Ximenes Feijao Hanrejszkow; Juliana kugeratski Von Stein; Daís Ravanelo Pires; Amanda Chotti

enfermagem@pro-renal.org.br

Fundaçao Pró-renal.

INTRODUÇAO: A doença renal crônica é uma doença de elevada morbidade e mortalidade. A incidência e a prevalência da DRC em estágio terminal têm aumentado progressivamente, a cada ano, em proporçoes epidêmicas, no Brasil e em todo o mundo (SESSO, 2008). Segundo Travagim (2009), o profissional enfermeiro tem um papel muito importante dentro da equipe multidisciplinar, pois participa do processo de revelaçao da doença e atua como educador, encorajando o autocuidado e a inserçao do paciente no processo saúde-doença e consequentemente melhora na qualidade de vida e promoçao de maior adesao ao tratamento.
OBJETIVO: Caracterizar o perfil dos pacientes atendidos em um ambulatório de nefrologia.
METODOLOGIA: Estudo quantitativo, com pesquisa documental de prontuário eletrônico de pacientes do ambulatório de nefrologia. Foram incluídos os pacientes referidos pelo Sistema de Saúde Pública, atendidos no ano de 2015, totalizando 2522 casos, procedente do estado do Paraná.
RESULTADOS: Dos 2522 pacientes, 56% eram do gênero feminino; 67% se encontravam acima de 60 anos; em relaçao a renda familiar, 61% recebiam até dois salários mínimos; 55% apresentavam ensino fundamental incompleto. Em relaçao a classificaçao da DRC, foi observado que 23% estavam situados nos estágios I e II, 41% nos estágios IIIA e IIIB e 16% nos estágios IV e V. Também foi observado que 10% apresentavam diminuiçao da Taxa de Filtraçao Glomerular; somente 70% possuíam albuminúria dosada, sendo que 17% apresentavam microalbuminúria e 18% macroalbuminuria. Entre os fatores de risco elevado para DRC, 85% eram hipertensos e 43% eram diabéticos; 35% estavam com sobrepeso e 35% com algum grau de obesidade.
CONCLUSAO: Dos pacientes atendidos a maioria sao mulheres, idosos, com baixa renda e baixo nível de escolaridade, grande parte destes possui algum grau de obesidade e presença de comorbidades como hipertensao e diabetes, a grande maioria encontrase nos estágios IIIA e IIIB, a relaçao entre o estágio da funçao renal e presença de albuminúria é possível avaliar o Risco Relativo de progressao para DRCT, o que possibilita intervençoes precoces que retardam sua progressao. Deve ser ressaltado o papel fundamental da integraçao com a atençao básica, para o controle dos fatores de risco para DRC.

 


 

PO: 52019

Perfil epidemiológico de pacientes renais crônicos em tratamento conservador

Autores: Heloísa Bressiani*; Luiz Eduardo Bersani Amado; LucasYuji Igarashi; Luiz Carlos Bachega Junior; Renan Cabrera; Diego de Faria Sato

bressianihelo@gmail.com

Hospital Santa Rita.

INTRODUÇAO: Doença renal crônica tem por definiçao presença de lesao renal ou diminuiçao da taxa de filtraçao glomerular que se estende por um período igual ou maior que três meses. O tratamento da doença renal requer abordagem multidisciplinar, levando-se em consideraçao os inúmeros acometimentos e manifestaçoes associados a piora da morbidade atribuída a esta condiçao.
OBJETIVO: caracterizar o perfil epidemiológico dos pacientes renais crônicos atendidos em um ambulatório de nefrologia geral.
METODOLOGIA: O trabalho foi submetido ao comitê de ética e foi aprovado sobre o parecer de numero 1.518.849. Os dados foram levantados por meio de revisao de prontuários dos pacientes atendidos pelo sistema único de saúde (SUS).
RESULTADOS E DISCUSSAO: Da amostra pesquisada, foi identificado 63,6% de indivíduos do sexo masculino, contra 36,4% do sexo feminino, sendo a faixa etária 61 a 70 anos o maior número de casos, a cidade com maior número de encaminhamentos foi Maringá com 38,8% seguidos de Marialva com 10,1% e Mandaguari com 8,1%. As comorbidades mais prevalentes foi DM com 47,7% e HAS 43%. Os Graus de DRC a maior prevalência foi do estágio 3B com 37,2% seguidos do estágio 4 com 30,2% e o 3A com 8,9%. Quando analisado o estágio da DRC em relaçao a comorbidade mais prevalentes, foi verificado que a incidência de casos no estágio 3B é evidente nos dois grupos tanto os Hipertensos quanto os Diabéticos com 32 indivíduos e 52 indivíduos respectivamente. Após a análise dos dados provenientes dos prontuários em estudo, pode-se observar uma prevalência no sexo masculino, 63,6%, em relaçao ao sexo feminino, 36,4%. Em um outro estudo, pode-se observar que o predomínio masculino só pode ser observado na populaçao acima de 50 anos. As faixas etárias de 14 e 25 anos e 26 a 50 anos obtiveram um maior número de mulheres. Ainda, outra pesquisa trouxe como predomínio o sexo feminino, porém, a faixa etária mais prevalente obtida nos prontuários estava entre 18 e 38 anos, diferente dos dados encontrados em nosso estudo, que se caracterizou por um predomínio da faixa etária acima de 50 anos (91,2%).
CONCLUSAO: O perfil dos pacientes renais crônicos atendidos no centro de referência renal da regiao de Maringá se caracteriza na sua maioria por homens com DMII, estagio da Doença renal Crônica 3B, com faixa etária de predominância entre 61 a 70 anos, sendo a cidade de Maringá com o maior número de encaminhamentos.

 


 

PO: 51652

Perfil etiológico da doença renal crônica de pacientes em Programa de Hemodiálise em um Hospital de Referência no estado do Pará.

Autores: Wellington Teixeira Viana Júnior*; Lilian Lima da Silva; Ridailda de Oliveira Amaral Pessoa; Daniel César Sales da Silva; Paula Gabriella Costa da Penha; Débora Dias de Lucena; Vinícius Cortês Viana; Layne Picanço Bezerra

wellingtonviana2@gmail.com

Fundaçao Pública Estadual Hospital de Clínicas Gaspar Vianna.

INTRODUÇAO: A doença renal crônica (DRC) é um problema de saúde mundial, com elevada incidência e prevalência no Brasil, associando-se a desfechos desfavoráveis atribuídos às suas complicaçoes, como anemia, acidose metabólica, doença mineral óssea e desnutriçao. Entre os indivíduos com maior propensao a desenvolver DRC, destacam-se os hipertensos, diabéticos, idosos, os com doença cardiovascular, familiares de portadores de DRC e pacientes em uso de drogas nefrotóxicas.1 As causas de DRC estao atreladas a doenças primárias dos rins, doenças sistêmicas com repercussao renal e às doenças do trato urinário, sendo que a hipertensao arterial sistêmica (HAS), a nefropatia diabética e as glomerulopatias sao os maiores expoentes etiológicos dessa entidade clínica.2
OBJETIVO: Avaliar a ordem de prevalência etiológica da DRC entre os pacientes em programa de hemodiálise na Fundaçao Pública Estadual Hospital de Clínicas Gaspar Viana (FPEHCGV), em Belém, Pará.
MÉTODOS: A amostra é composta por 59 pacientes com DRC, em estágio V, dialíticos, matriculados no programa de hemodiálise da FPEHCGV, no mês de fevereiro de 2016. Trata-se de estudo clínico, epidemiológico, transversal, observacional, descritivo, retrospectivo, de centro único, com análise etiológica referente à DRC entre os participantes.
RESULTADOS: Dos 59 pacientes avaliados, observou-se que 40,6% eram diabéticos, 22% hipertensos, 3,3% portadores de glomerulonefrite crônica, Lúpus eritematoso sistêmico ou nefrite intersticial crônica, 1% com doença renal policística ou malformaçao urológica e, de causa indeterminada, 24,3%.
CONCLUSAO: DM foi a principal etiologia da DRC encontrada no presente estudo, seguida de HAS, observaçao inversa ao apontado pelo relatório do censo brasileiro de 2013, da Sociedade Brasileira de Nefrologia, onde HAS e DM correspondem a, respectivamente, 33,8% e 28,5%. Frente à alta prevalência populacional destas comorbidades, convém ratificar a importância do diagnóstico precoce e acompanhamento ambulatorial regular, na tentativa de minimizar as chances de ocorrência e progressao da patologia primária, bem como a sua evoluçao para DRC.

Referências

1. Bastos MG, Bergman R, Kirsztajn GM. Doença renal crônica: frequente e grave, mas também prevenível e tratável. Rev. Assoc. Med. Bras. 2010;56(2): 248-53.

2. Ribeiro RCHM, et al. Caracterizaçao e etiologia da insuficiência renal crônica em unidade de nefrologia do interior do Estado de Sao Paulo. Acta. Paul. Enferm. 2008;21: 207-11.

 


 

PO: 50715

Porfiria Cutânea Tarda em paciente renal crônico em hemodiálise e uso de ferro endovenoso

Autores: Luciana da Ressurreiçao Santos; Luciana Benevides de Araújo*; Luiza Carneiro Bertazzi; Rafaella Oliveira Curti; Phelipe Gonçalves Mendes Pimentel; Lincon Fernandes de Lima Neto; Aline Lázara Resende; Jules Rimet Borges

lucianabenevides2@hotmail.com

Pontifícia Universidade Católica de Goiás – PUC Goiás.

INTRODUÇAO: Na Doença Renal Crônica (DRC) há anemia e deficiência de ferro. A terapia inclui reposiçao de estimuladores de eritropoese e hidróxido de ferro (HFe) principalmente endovenoso (EV). Havendo sobrecarga nos estoques corporais, principalmente fígado, tem-se a hemocromatose adquirida, com deficiência da enzima uroporfirinogênio descarboxilase que catalisa síntese do grupo heme, aumentando níveis de porfirinas, com danos teciduais, principalmente à pele. Estas absorvem o raio ultravioleta, gerando peróxidos com danos oxidativos e reaçao inflamatória, levando a Porfiria Cutânea Tarda (PCT), com alteraçoes cutâneas (bolhas, vesículas, crostas, zonas de hiperpigmentaçao, aumento da sensibilidade e esclerose) que aparecem em regioes expostas ao sol.
OBJETIVO: Relatar caso mostrando a necessidade de uso comedido de HF EV.
MÉTODO: Relatar caso de PCT em paciente com DRC com hemocromatose secundária a uso de HFe EV.
RELATO DE CASO: mulher 49 anos, renal crônica em uso de HFe EV. Iniciou astenia, adnamia, hiporexia, hiperpigmentaçao (pior em áreas expostas), hipertricose em antebraços e pernas, bolhas dolorosas em face, regiao cervical e tórax anterior, antebraços e pernas, prurido. Perda da elasticidade da pele em quirodáctilos e esclerose. Realizadas pesquisas de urina e fezes com resultados positivos para uroporfirina e coproporfirina (urina) e negativo para coproporfirina (fezes), com diagnóstico de PCT, com hemocromatose de base. Em Tomografia visto hepatomegalia crônica com hipertensao portal. Paciente evoluiu com melhora significativa dos sintomas constitucionais e lesoes cutâneas, em uso de Hidroxicloroquina e Deferoxamina 18mg/kg/dia.
RESULTADOS: Paciente apresenta sintomas de PCT, com manifestaçoes cutâneas pelo nao metabolismo da uroporfirina. Destacam-se bolhas flácidas, exulceraçoes, pápulas hipercrômicas. Há hemocromatose, sendo sua ocorrência possivelmente ligada à ocorrência de PTC. Parte das manifestaçoes cutâneas advém do estresse oxidativo, promovido pela presença de ferro livre nos tecidos (reaçao de Fenton). O quadro de DCR pode ser correlacionado com a presença de uroporfirina no sangue, e estagnaçao renal. O tratamento visa alívio sintomático, com hidroxicloroquina, com maior clearance de porfirinas e agente quelante (deferoxamina), levando ferritina de 1766 para 49mcg/dl.
CONCLUSAO: A partir do quadro e tratamento, pressupoem-se a remissao dos sintomas e o retorno da paciente à normalidade e importância do uso comedido de HFe.

 


 

PO: 50626

Prevalência da doença renal crônica em pacientes cadastrados no programa Hiperdia do município de Divinópolis

Autores: Alba Otoni; Lucas Ferreira Alves; ThallesTrindade de Abreu; Nubia Chouchounova Silva Neves; Letícia Gonçalves Ferreira Resende; Wander Valadares de Oliveira Júnior; Flavio Augusto de Morais*; Danyelle Romana Alves Rios

drfamorais@ig.com.br

Clínica Humaniza.

INTRODUÇAO: A Doença Renal Crônica (DRC) é definida como anormalidades da estrutura ou funçao dos rins, presente por mais de três meses, com implicaçoes para a saúde. A DRC é um problema de saúde pública, portanto, conhecer a prevalência da DRC em grupos de risco possibilita a implementaçao de medidas preventivas de proteçao renal.
OBJETIVO: Investigar a prevalência de DRC em pacientes com diabetes e hipertensao classificados como alto risco para doenças cardiovasculares cadastrados no programa Hiperdia de um município de médio porte de Minas Gerais.
MÉTODO: Trata-se de estudo transversal realizado entre maio de 2014 e agosto de 2015. Após cálculo amostral incluíu-se na primeira coleta de forma aleatória 243 pacientes com diabetes e hipertensao de alto risco para doenças cardiovasculares.
RESULTADOS: Dos 243 pacientes, 89 (36,6%) apresentaram alteraçao nos marcadores de funçao renal: Taxa de Filtraçao Glomerular (TFG) < 60 mL/min/1,73m2 e/ou razao albumina/creatinina urinárias (RAC) > 30 mg/g. Destes, 60 pacientes apresentaram TFG < 60mL/min/1,73m2, em 25 a taxa foi < 45 mL/min/1,73m2 e 15 pacientes apresentaram ambas as alteraçoes estudadas. A RAC foi > 30 mg/g em 43 pacientes e em oito destes, os valores foram > 1000 mg/g. Dos 89 pacientes com alteraçao, 63 realizaram nova coleta e 42 mantiveram alteraçoes nos exames e foram diagnosticados com DRC, determinando uma prevalência de 17,3% dessa doença na populaçao estudada.
CONCLUSAO: A prevalência de DRC em pacientes com diabetes e hipertensao classificados como alto risco para doenças cardiovasculares cadastrados no programa Hiperdia de um município de médio porte de Minas Gerais foi de 17,3%.

 


 

PO: 50497

Prevalência da doença renal e de fatores de risco para DRC em trabalhadores negros da área da saúde

Autores: Celia Mariana Barbosa de Souza; Ivan Antonello; Fernando Saldanha thomé

cmmartins@hcpa.edu.br

Hospital de Clínicas de Porto Alegre.

INTRODUÇAO: Poucos estudos tem avaliado a Doença Renal crônica(DRC) em populaçoes negras. Esta investigaçao teve como objetivo conhecer a prevalência da doença renal (DR), de fatores de risco para DRC e comparar a filtraçao glomerular estimada (FGE) por três métodos em grupos de trabalhadores negros na área da saúde.
MÉTODO: Estudo observacional, foram avaliados 313 indivíduos negros em hospital universitário de Porto Alegre. Difiniu-se portadores de DR os indivíduos com a FGE abaixo de 90ml/min ou com índice proteína/creatinina em amostra de urina igual ou maior que 0,3. Estimou-se a filtraçao glomerular utilizando-se três equaçoes: Crockoft-Gault, MDRD e CKD EPI. Para a coleta de dados foi estruturado questionário contendo dados demográfico fatores de risco para DRC creatinina sérica pressao arterial (PA) e FGE.
RESULTADOS: Dos 313 participantes 80,8% foram do sexo feminino.Os fatores de risco: 26,8% eram hipertensos(HA),80,3% diabéticos(DM);79,9% de história familiar(HF) de HA,49,2% de HF de DM,6,45%HF de dislipidemia,19,8% HF de DRC, IMC igual ou maior que 30Kgm2. A prevalência de DR variou entre 12,5% (CKD-EPI) e 18,8% (MDRD). A maior prevalência foi evidenciada no estagio de FGE entre 60e89mL/min). Nos indivíduos com DR, houve diferênça para a FGE entre as fórmulas CG ou MDRD e CKD-EPI (p < 0,001) havendo diferença entres as três fórmulas.
CONCLUSAO: DR esteve presente no minimo 12,2% do grupo estudado. A prevalência da DR foi menor quando utilizamos a equaçao CKD-EPI, comparada às equaçoes CG, MDRD. Foi evidenciada significância estatística (p < 0,05)para a maior media de indivíduos com DR,compara com o diagnóstico através da FGE pelas três equaçoes utilizadas com os demais indivíduos do estudo. Entre as associaçoes de risco no grupo total as mais freqentes foram HAS e HF de HAS. Entre as varáveis examinadas,apenas a média de PA sitólica foi diferente e maior,quando comparamos os indivíduos com fator de risco para DR e aqueles sem este fator de risco.

 


 

PO: 51792

Prevalência de doença renal crônica uma populaçao de atençao primária

Autores: Mauro Barros André*; Suzana Greffin; Jorge Paulo Strogoff de Matos; Hye Chung Kang; Antonio José Lagoeiro Jorge; Maria Luiza Garcia Rosa; Jocemir Ronaldo Lugon

andrebmauro@gmail.com

Universidade Federal Fluminense.

INTRODUÇAO: A incidência de doença renal crônica (DRC) está crescendo em todo o mundo. Estima-se que haja 8-16 % de pessoas com DRC no mundo. No Brasil, acredita-se que os dados acerca da DRC pré-dialítica sejam semelhantes, mas nao há estudos recentes precisos sobre esse tema.
OBJETIVO: No presente estudo, avaliamos a prevalência da DRC em uma populaçao de atençao primária com 45 anos ou mais.
MÉTODOS: Estudo observacional, transversal, com uma amostra aleatória com idades entre 45 anos ou mais extraídos da populaçao atendida pelo Programa Médico de Família (PMF) da cidade de Niterói, no estado do Rio de Janeiro, Brasil. A DRC foi diagnosticada pelas diretrizes K /DOQI.
RESULTADOS: Foram analisados um total de 581 participantes (38,2% do sexo masculino), com idade média de 59,35 ± 10,16 anos. A taxa de filtraçao média da populaçao geral foi de 87,40 ± 13,04 ml/min/1,73m2. A taxa de prevalência da DRC foi de 27,9%. Entre os participante com DRC, 26,5% pertenciam ao estágio 1, 35,8% ao estágio 2, 34,6% ao estágio 3, 1,9% ao estágio 4 e 1,2% ao estágio 5.
CONCLUSAO: Neste estudo envolvendo uma populaçao de um programa de atençao primária, a DRC apresentou alta taxa de prevalência, com mais de 95% pertencendo aos estágios 1, 2 e 3. Esses dados podem ajudar a desenvolver novas políticas de saúde pública preventivas a este respeito.

 


 

PO: 50436

Prevalência de comorbidades da doença renal crônica em unidade de diálise do Hospital Vida de Maceió

Autores: Juliana Andrade de Araújo*; Renata Oliveira Santos; Eoah Carolina da Conceiçao Freitas; André Falcao Pedrosa Costa; Flávio Teles; Patrícia Carvalho Medrado; Lucídio Jácome Ferreira Filho; Luana Lôbo Ribeiro Batista

juliandradearaujo@gmail.com

Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas.

INTRODUÇAO: A doença renal crônica (DRC), consequência da perda progressiva e irreversível da funçao renal, é causada principalmente pela hipertensao arterial sistêmica (HAS), pelo Diabetes mellitus (DM) e pela glomerulonefrite crônica. A nefropatia diabética representa uma das mais graves complicaçoes microvasculares do DM e a maior causa de insuficiência renal terminal em todo o mundo. A HAS é a principal causa de DRC no Brasil (35,2% dos casos). A HAS pode ser tanto a causa como a consequência da DRC, sendo que a associaçao dessas duas situaçoes clínicas leva ao aumento do risco cardiovascular, pois a HAS agrava as repercussoes cardiovasculares da DRC, como o desenvolvimento de hipertrofia cardíaca e de insuficiência cardíaca congestiva (ICC), e um risco aumentado de doença arterial coronária. A HAS está presente na maioria das doenças renais, principalmente nas glomerulopatias e na nefropatia diabética. A prevalência de hipertensao, determinada por ocasiao da detecçao da doença renal, aumenta progressivamente à medida que a funçao renal vai deteriorando, de tal forma que na sua fase terminal, a quase totalidade dos nefropatas é hipertensa.
OBJETIVOS: Conhecer a prevalência de ICC, DM e HAS em pacientes com doença renal crônica em uma unidade de diálise do Hospital Vida de Maceió.
MÉTODOS: Após aprovaçao do CEP, foi realizado um estudo descritivo, transversal, observacional e retrospectivo, ocorrido de maio de 2013 a maio de 2014, na unidade de diálise referida. Foram avaliados 201 pacientes que responderam a um questionário específico: sobre o conhecimento do diagnóstico de DM e/ou HAS e se tinham sintomas de ICC.
RESULTADOS: Dos 201 pacientes, 39 (19,40%) disseram ter sintomas compatíveis com o diagnóstico de ICC, 49 (24,37%) afirmaram ter DM, 145 (72,13%) referiram ter HAS e apenas 39 (19,40%) negaram os agravos. Coexistiram DM e HAS em 38 (18,9%) pacientes; HAS e ICC em 32 (15,92%); ICC e DM em 10 (4,97%); HAS, DM e ICC em 9 (4,47%).
CONCLUSOES: Observamos que dentre as comorbidades investigadas, a HAS teve maior prevalência. A coexistência da HAS, ICC e o DM em considerável parcela dos casos expoe essa populaçao a um risco de doença cardiovascular (DCV) exponencialmente maior que na populaçao geral, tendo em vista que ao lado desses fatores, tidos como tradicionais, tais pacientes apresentam fatores tidos como nao tradicionais que associados respondem pela altíssima prevalência de DCV entre os urêmicos.

 


 

PO: 50572

Prevalência de uso de anti-inflamatórios nao esteroides em voluntários de açoes de promoçao à saúde

Autores: Renata Oliveira Santos; Carine Vilarins de Souza; Alfredo Aurélio Marinho Rosa Filho; Clarissa Menezes Monteiro; Maria Clara de Araújo Cavalcante*; Nathalie Macedo Cruz de Oliveira; André Falcao Pedrosa Costa; FlávioTeles

claraarujo@hotmail.com

Universidade Federal de Alagoas.

INTRODUÇAO: Além do controle pressórico e glicêmico, fundamentais para a prevençao da Doença Renal Crônica (DRC), a restriçao do uso de drogas nefrotóxicas é outra importante medida preventiva, uma vez que, se ingeridas em altas doses, estas substâncias podem levar a dano renal irreversível. Das substâncias nefrotóxicas mais conhecidas, os anti-inflamatórios nao esteroides (AINEs) estao entre os que mais sao utilizados de forma indiscriminada, geralmente pela facilidade de acesso e desconhecimento do risco de seu uso.
OBJETIVO: Avaliar a prevalência do uso esporádico de AINEs dentre os participantes de duas campanhas de promoçao à saúde: III Semana de Atençao ao Diabetes (SAD) e Dia Mundial do Rim (DMR) 2016.
MÉTODOS: Estudo transversal e retrospectivo, a partir da análise de 248 questionários respondidos por voluntários que participaram dessas campanhas, em uma capital brasileira.
RESULTADOS: A III SAD e o DMR de 2016 contaram com maior participaçao do sexo feminino (61,7%), com média de idade de 45,4 ± 18,54 anos. Dos 248 entrevistados em ambas as açoes, apenas 25,4% referiu nao utilizar AINEs sem prescriçao médica, enquanto que a maioria dos sujeitos de ambas as campanhas referiram uso de AINEs esporadicamente e por conta própria (62% na III SAD e 57,5% no DMR). As justificativas dadas para esses índices expressivos foram episódios de dor (cefaleias, mialgias), as quais estiveram associadas em 70% dos casos ao uso sem indicaçao médica devido a facilidade de acesso a essas substâncias.
CONCLUSAO: Houve grande prevalência de uso indiscriminado de AINEs na populaçao estudada, o que demonstra a necessidade de campanhas que alertem sobre os riscos que podem ser atribuídos ao sistema renal por estas medicaçoes.

 


 

PO: 50554

Prevalência e fatores associados à microalbuminuria em idosos de Rio Branco, Acre

Autores: Thatiana Lameira Maciel Amaral; Cledir de Araújo Amaral*; Margareth Crisóstomo Portela; Gina Torres Rego Monteiro

cledir.amaral@ifac.edu.br

Instituto Federal do Acre – IFAC /Escola Nacional de Saúde Pública – ENSP

INTRODUÇAO: A microalbuminúria tem sido considerada um marcador de risco cardiovascular e renal.
OBJETIVO: Verificar a prevalência de microalbuminúria e os fatores a ela associados em idosos residentes em Rio Branco, Acre.
MÉTODO: Foi realizado um inquérito populacional domiciliar envolvendo 950 indivíduos com 60 anos e mais de ambos os sexos residentes na zona urbana e rural da capital do Acre. A microalbuminúria foi definida pelos valores de 30 a 300 mg/g de creatinina obtida por amostra isolada de urina. Foram realizadas análises estatísticas descritivas com frequências, correlaçao de Pearson e regressao logística multivariada.
RESULTADOS: Dentre os idosos pesquisados, 10,4% apresentaram microalbuminúria, destes 55,2% homens, 49,5% com idade entre 60 e 69 anos, 44,8% eram analfabetos, 76,9% eram sobrepeso ou obeso, 15,3% eram fumantes, 11,2% eram ativos fisicamente, 86,5% eram hipertensos, 41,4% diabéticos e 39,4% portador de síndrome metabólica. A presença de diabetes aumentou a chance de apresentar microalbuminúria em 6 vezes quando ajustada por todas as demais variáveis (p < 0,001) e síndrome metabólica aumentou em 88% a chance de apresentar microalbuminúria (p = 0,036).
CONCLUSAO: Os resultados apontam para a necessidade de medidas de prevençao entre os portadores de diabetes e de síndrome metabólica com intuito de evitar danos renais e cardiovasculares.

 


 

PO: 50634

Prevenindo a doença renal crônica: açao social de acadêmicos de medicina em Fortaleza, Ceará

Autores: Daniel de Sousa Sobral; Amanda MariaTimbó Rocha; Luize Bezerra Fonseca da Mota; Lucas Ramiro Fonseca Sampaio; Vanessa Ribeiro de Vasconcelos; Adolfo Gomes Vasconcelos Junior; Ligia de Moraes Oliveira; Geraldo Bezerra da Silva Junior*

geraldobezerrajr@yahoo.com.br

Universidade de Fortaleza.

INTRODUÇAO: Açoes voltadas à prevençao da doença renal crônica (DRC) sao extremamente importantes para que se tente reduzir os dados causados pela DRC e vem sendo apoiadas pela Sociedade Brasileira de Nefrologia.
OBJETIVO: Relatar a açao social realizada por acadêmicos de medicina para promoçao de saúde e para prevençao de doenças renais em uma populaçao de Fortaleza.
MÉTODO: Estudantes de uma liga acadêmica de apoio à Nefrologia realizaram, no dia 9 de abril de 2016, a III Feira de Saúde, concentrada na Praça dos Leoes, no centro de Fortaleza. Outras 10 ligas acadêmicas também participaram da açao social. Foram realizados: aferiçao de glicemia e pressao arterial, medida de índices antropométricos, testes para rastreio de anemia, otoscopia e fundoscopia, além de orientaçoes e esclarecimentos voltados à promoçao da saúde. Os procedimentos foram feitos em sequência pré-estabelecida, de modo que os cidadaos pudessem ter uma avaliaçao completa. Todas as etapas foram supervisionadas por médicos docentes presentes na açao.
RESULTADOS: A realizaçao da práticas em saúde coletiva pelas ligas acadêmicas sob orientaçao de médicos orientadores foi importante, pois promoveu a conscientizaçao sobre saúde na populaçao. Os acadêmicos da LH realizaram medida da glicemia e da pressao arterial, orientando a populaçao sobre os riscos que a hipertensao arterial sistêmica (HAS) e o Diabetes mellitus (DM) podem trazer, enfatizando o risco de DRC e quais medidas devem ser adotadas para a sua prevençao.
CONCLUSAO: Visto a estreita relaçao entre doenças crônicas nao transmissíveis com o desenvolvimento de distúrbios que acometem os rins, desencadeando alteraçoes de suas funcionalidades, a atividade serviu como oportunidade para chamar a atençao da populaçao sobre os possíveis fatores de riscos de desenvolvimento da DRC, incluindo HAS, DM, obesidade, sedentarismo e histórico familiar de doença renal, assim como fatores de progressao, como níveis pressóricos, glicêmicos e lipídicos descompensados, tabagismo e uso de agentes nefrotóxicos. A ausência de um acompanhamento longitudinal da populaçao atendida e a dificuldade de encaminhamento para tratamento especializado pode ser considerada um ponto negativo da atividade, o que interfere na observaçao das respostas às orientaçoes oferecidas.

 


 

PO: 49587

Projeto cuidar; do rastreio a prevençao

Autores: Marcio Henrique Scotelano Evangelista*; Cosme Rezende Laurindo

marcio.scotelano@hotmail.com

Universidade Federal de Juiz de Fora.

INTRODUÇAO: Cada dia mais no Brasil e no mundo aumenta o número de indivíduos com doenças crônicas nao transmissíveis, tais como, hipertensao arterial, atualmente em 24,3% da populaçao brasileira, Diabetes mellitus, atingindo 11,7, doença renal crônica, (BRASIL, 2012a; 2012b).
MATERIAL DE MÉTODO: Durante as visitas domiciliares do projeto cuidar sao realizados diversos procedimentos, sendo feito teste de Urinálise e Glicemia Capilar, Aferiçao de Pressao Arterial, Medidas Antropométricas, Pesagem e Aplicaçao do Questionário Multidisciplinar, no qual os participantes também assinam o termo de consentimento livre e esclarecido.
RESULTADOS: Através do Projeto Cuidar da Liga Acadêmica de Prevençao às Doenças Renais, os seus integrantes realizam visitas domiciliares no bairro Sao Pedro em Juiz de Fora – MG, em que após a aplicaçao do questionário multidisciplinar temos outras perguntas simples, mas que obteremos um scored ao final, em que o resultado é mostrado em uma escala de 1 a 17, ou seja, se a pessoa marcou de 0 à 3 pontos ela provavelmente nao tem uma doença renal e se marcou 4 ou mais pontos ela tem uma chance em cinco de ter doença renal crônica. Através deste método, após a visita dos integrantes da liga, dependendo do resultado do scored, associado a avaliaçao do questionário multidisciplinar, os participantes sao aconselhados a procurar o serviço de saúdee mostrar os resultados dos testes realizados na visita, para que se possa fazer uma investigaçao mais profunda e exata. Essa intervençao tem se mostrado eficaz para o rastreio precoce da Doença Renal Crônica.
CONSIDERAÇOES FINAIS: A partir do conhecimento de que a dibetes mellitus e a hipertensao se caracterizam como fatores de risco da doença renal crônica e de que está vem cada vez mais atingindo uma maior parcela da populaçao, torna-se imprescindível meios de rastreio precoce para favorecimento de um tratamento com melhor prognóstico. A partir da visita, também é possível oferecer orientaçoes quanto a hábitos de vida e saúde que visem melhor as condiçoes de vida do participante, pondedo inclusive ter caráter preventivo para aqueles que nao apresentem nenhuma patologia de risco a DRC ou mesmo a própria DRC. O projeto apresenta boa aceitaçao da populaçao devido a este caráter nao só de rastreio e de oportunidade de indicaçao a busca de tratamento, mas também por caracterizar-se como ferramenta de educaçao em saúde, promovendo saúde e tendo força preventiva.

 


 

PO: 51611

Protocolo de acompanhamento do acesso vascular para hemodiálise; relato de experiência

Autores: Polyana Bezerra Mendonça Dourado*; Ericka Carolina Ferreira Oliveira; Regina Celi de Lira Neves; Wagner Moura Barbosa; Analú Pedrosa de Souza Quirino

poly_mendonca@yahoo.com.br

Multirim.

INTRODUÇAO: O acesso vascular em pacientes com insuficiência renal crônica trata-se de um recurso necessário para manutençao do tratamento dialítico, sendo visto como o calcanhar de Aquiles da hemodiálise. A fístula arteriovenosa (FAV) tem sido utilizada há mais de 50 anos como principal escolha de acesso vascular para os pacientes em hemodiálise, por demonstrar menor índice de complicaçoes, ressaltando baixas taxas de infecçao em comparaçao com outras opçoes de acesso vascular. Infelizmente, apenas 60% das fístulas sao funcionais em até 12 meses de sua confecçao. É sabido que a atuaçao do enfermeiro na avaliaçao do acesso interfere no bom funcionamento deste, a partir da identificaçao precoce de suas complicaçoes.
OBJETIVO: Relatar a implantaçao de um protocolo para confecçao de FAV e seu acompanhamento.
MÉTODO: Trata-se de um estudo descritivo, tipo relato de experiência realizado numa clínica de nefrologia da Regiao Metropolitana do Recife com atendimento exclusivo a usuários do SUS, no período de julho de 2015 até janeiro de 2016. A populaçao do estudo foi composta de 295 pacientes em hemodiálise. Foi criado o núcleo de acesso vascular para acompanhamento mensal com a utilizaçao de um formulário estruturado. Inicialmente foram submetidos a uma avaliaçao física dos membros superiores com mapeamento vascular definidor de condutas, como solicitaçao de exames de imagem ou encaminhamento imediato para confecçao da FAV. Após a sua realizaçao, o acesso foi monitorado utilizando a inspeçao, palpaçao e ausculta para identificaçao de alteraçoes imediatas e tardias.
RESULTADOS: Dentre as alteraçoes imediatas, foram observadas a presença de hematomas, trombose e infecçao, e nas tardias as punçoes em locais inadequados, pressao venosa alta, estenose do vaso periférico e baixa patência da FAV. As alteraçoes identificadas foram referenciadas ao cirurgiao vascular. Além disso, foi realizado um trabalho educativo de conscientizaçao dos pacientes na importância da preservaçao do acesso.
CONCLUSAO: A implantaçao do protocolo de acompanhamento do acesso vascular, a comunicaçao eficaz entre a equipe multidisciplinar e o paciente e o diagnóstico precoce de complicaçoes, fortalece a importância do enfermeiro na avaliçao contínua do acesso com o propósito de obter maior tempo de uso do acesso vascular e reduzir a mortalidade do paciente renal. Propoe- se a continuidade do estudo para acompanhamento dos pacientes.

 


 

PO: 50469

Rastreamento e prevençao da doença renal crônica em adolescentes em volta Redonda-RJ

Autores: Amanda Rangel Macedo Sarzedas; Mariana Oliveira Fernandes; Guilherme Henrique Pento dos Santos* Luana Viltal Koike; Mariana Bastos de Almeida; Mariane Paiva Rangel; Rafael Borges Couto; Alessandra Vieira Vargas

g.pentosantos@gmail.com

Centro Universitário de Volta Redonda – UNIFOA.

INTRODUÇAO: A campanha do Dia Mundial do Rim (DMR) organizada pela Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) teve como tema a prevençao da Doença Renal Crônica (DRC) na infância. Em apoio a essa proposta, estudantes de medicina e professores da Liga Acadêmica de Nefrologia e Urologia (LANU), realizaram no município de Volta Redonda-RJ uma atividade de rastreio de alteraçoes relacionadas ao maior risco de desenvolvimento da DRC. A hipertensao arterial, Diabetes mellitus, obesidade, infecçoes do trato urinário, dieta inadequada e alteraçoes congênitas sao os principais fatores de risco que levam ao desenvolvimento de doenças renais.
OBJETIVOS: Realizar a identificaçao e análise de possíveis disfunçoes orgânicas que podem desenvolver a DRC por meio de exames simples de rastreio, além de orientar os participantes sobre DRC e sua prevençao.
MÉTODO: Os acadêmicos realizaram a aferiçao de pressao arterial, glicemia capilar, exame de elementos anormais e sedimentos na urina (EAS) e medidas antropométricas em 84 alunos entre 14 e 18 anos da rede pública de ensino. Por fim, os dados foram organizados com o auxílio da estatística descritiva. Os participantes que apresentaram alguma alteraçao nos exames descritos foram encaminhados para acompanhamento ambulatorial. Com o objetivo de conscientizar os participantes sobre a saúde renal, foi ministrada uma palestra sobre a DRC e sua prevençao, além da distribuiçao de materiais da SBN.
RESULTADOS: A realizaçao do DMR proporcionou uma experiência única aos envolvidos. Os acadêmicos colocaram em prática conhecimentos teóricos e os participantes vivenciaram um atendimento médico e aprenderam sobre a DRC. A participaçao da grande maioria dos estudantes da instituiçao foi ativa. Além deles, muitos funcionários e professores também se interessaram e participaram da açao. Em relaçao aos exames, vale ressaltar que o EAS foi o exame com menor aceitaçao em todas as faixas etárias. Por outro lado, a aferiçao da pressao arterial foi o exame mais procurado. Tal experiência possibilitou um olhar mais atencioso a respeito da atençao básica relacionada à saúde renal.
CONCLUSAO: A falta de conhecimento dos participantes sobre a DRC revela que açoes simples de educaçao em saúde podem desempenhar papel fundamental para o incentivo à mudança de hábitos de vida desde cedo.

 


 

PO: 51977

Rastreamento precoce da doença renal crônica através do instrumento scored em grupo populacional de uma cidade da regiao Norte do Ceará

Autores: Dina Andressa Martins Monteiro*; Samuel Sampaio Alcântara; Filipe Herson Carneiro Rios; Lucas Tadeu Rocha Santos; Everton Alencar Moura; Catarine Cavalcante Ary; Joao Laerte Alves de Freitas Filho; Paulo Roberto Santos

dandressa2@gmail.com

Universidade Federal do Ceará.

INTRODUÇAO: A Doença Renal Crônica (DRC) apresenta alta prevalência e incidência no Brasil, com aumento de cerca de 3% ao ano entre 2011 e 2013. O rastreamento precoce da DRC por instrumentos como o Screening for Occult Renal Disease (SCORED) se mostra uma importante ferramenta prática na identificaçao inicial da doença por permitir, a partir dos fatores de risco, estimar a probabilidade do indivíduo possuir DRC.
OBJETIVO: Analisar o risco de desenvolver DRC em um grupo populacional da Regiao Norte do Ceará por meio do instrumento SCORED.
MÉTODOS: Foi realizado um estudo transversal em uma amostra de 94 pessoas, por meio da aplicaçao do questionário SCORED na Campanha Rins Saudáveis em Outubro de 2015. Foram abordadas as seguintes variáveis: sexo, idade, ocorrência de anemia atual ou prévia, Hipertensao Arterial Sistêmica (HAS), Diabetes mellitus (DM), Infarto Agudo do Miocárdio (IAM)/Acidente Vascular Encefálico (AVE), Insuficiência Cardíaca (IC), problemas circulatórios nos membros inferiores e proteinúria. Cada resposta representava uma pontuaçao distinta. Foi realizado o somatório dos pontos, e resultados maiores ou iguais a 4 pontos eram indicativos de uma probabilidade de 20% de se possuir ou desenvolver DRC.
RESULTADOS: Dos participantes, 59 (62,8%) eram homens e 35 (37,2%) eram mulheres. 53 (56,9%) eram menores de 50 anos; 17 (18,3%) tinham ou tiveram anemia; 31 (33,3%) possuíam HAS; 10 (10,7%) tinham DM; 4 (4,3%) tiveram IAM ou AVE; 2 eram portadores de ICC (2,1%); 13 (14%) apresentavam problemas de circulaçao nos membros inferiores e 3 (3,2%) tinham ou tiveram proteinúria. Dos entrevistados, 24 (25,5%) apresentam risco aumentado para DRC (SCORED > 4 pontos), dos quais 17 eram mulheres (70,8%) e 7 eram homens (29,2%).
CONCLUSAO: Da amostra estudada, mais de um quarto apresentou elevado risco de DRC (20% de chance). Além disso, reiterou-se a maior suscetibilidade da populaçao feminina à doença. Dessa forma, é possível observar a necessidade de medidas de intervençao, tanto educativas quanto diagnósticas, a fim de otimizar a prevençao e o tratamento da DRC, proporcionando qualidade de vida à populaçao de risco e aos seus portadores.

 


 

PO: 50443

Rastreio de fatores de risco para doença renal crônica: intervençao realizada no Dia Mundial do Rim

Autores: Márcia Michelle Souza da Silva; Amanda Vanessa Demarchi*;Tayná Gontijo de Carvalho; Mario Sales Neves do Carmo Filho; Ariane Arruda de Moura; José Carlos Carraro Eduardo; Suzana Greffin; Jacqueline da Fonseca Santos

amandademarchi@id.uff.br

Universidade Federal Fluminense.

INTRODUÇAO: Atualmente a Hipertensao Arterial Sistêmica e o Diabetes mellitus, duas comorbidades de alta prevalência na populaçao mundial, fazem parte dos principais grupos de risco para Doença Renal Crônica. Portanto é indispensável, como estratégia de saúde pública para reduzir a incidência de DRC, o rastreio e a prevençao desses fatores de risco na populaçao.
OBJETIVO: Rastrear de forma simplificada indivíduos com prováveis fatores de risco que se encaixam nos grandes grupos com suscetibilidade aumentada para DRC (DM e HAS) e orientá-los a buscar assistência na rede de saúde.
MÉTODOS: Uma Liga Acadêmica de Nefrologia organiza anualmente, junto com Nefrologistas e Residentes do Hospital Universitário de sua instituiçao, atividades no Dia Mundial do Rim em local público com grande fluxo de pessoas. A populaçao é abordada pelos organizadores do evento, que aplicam questionários com perguntas gerais (Sexo, Cor, Idade, presença de DM, HAS, Doença Cardiovascular, DRC, tabagismo; história familiar de DRC e uso de anti-hipertensivos) e realizam aferiçao da PA, mediçao da Glicemia capilar, e EAS. Os resultados sao anotados em duas fichas, sendo uma entregue junto com orientaçoes aos participantes. Alteraçoes consideradas para análise dos resultados sao: PA maior ou igual a 140 mmHg e/ou PAD maior ou igual a 90 mmHg sem diagnóstico prévio de HAS; glicemia Capilar ao acaso acima de 200mg/dL sem diagnóstico prévio de DM, assim como alteraçoes no EAS; presença de DM ou HAS sem controle adequado da doença. Ao término do evento do ano de 2016, resultados foram tabelados e analisou-se a prevalência de alteraçoes relacionadas à PA e Glicemia na populaçao atendida.
RESULTADOS: Foram colhidos dados de 132 indivíduos abordados aleatoriamente. Dentre estes, 20(15,15%) relataram diagnóstico prévio de DM e 48(36,36%) declararam-se hipertensos. 31(23,48%) apresentaram alteraçao de pressao arterial, sendo 11 nao declarados hipertensos. 3(2,27%) apresentaram glicemia capilar ao acaso > 200 (sendo 1 nao declarado diabético) e 9(6,81%) apresentaram glicosúria (6 nao declarados diabéticos).
CONCLUSAO: Concluímos que uma parte significativa da populaçao parece estar descoberta dos métodos de rastreio de DM e HAS e acabam por postergar o diagnóstico, evidenciando a importância de se implementar estratégias mais eficazes, e de se realizar acompanhamento de pacientes com diagnósticos prévios de tais comorbidades, uma vez que muitos indivíduos nao conseguem realizar um controle adequado.

 


 

PO: 50545

Relaçao da Hipovitaminose D com alteraçoes ecocardiográficas em pacientes com doença renal crônica em tratamento conservador

Autores: Maria Carolina Nóbrega Rebello Neves*; Brivaldo Markman Filho; Lucila Maria Valente; Luis Henrique Bezerra Cavalcanti Sette; Monica De Moraes Chaves Becker; Andréa Camelo Esteves Perrelli Valença

mcarolina.Neves@hotmail.Com

Multirim.

INTRODUÇAO: Doença renal crônica (DRC) é fator de risco independente para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares (DCV). Hipovitaminose D tem se mostrado como fator preditor de mortalidade geral e cardiovascular, independentemente dos fatores de risco tradicionais. Estudos constataram relaçao inversa entre os níveis de vitamina D (VD) e DCV, sendo mais evidentes quando os níveis séricos sao inferiores a 20mg/dl. Intervençoes terapêuticas com análogos de VD em estágios precoces da DRC podem nao só retardar a evoluçao da funçao renal, como prevenir ou abrandar a DCV e outras complicaçoes decorrentes da DRC.
OBJETIVO: Avaliar os níveis de VD em pacientes com DRC em tratamento conservador e suas associaçoes com alteraçoes ecocardiográficas contribuindo na possibilidade de identificaçao precoce desses pacientes e melhor estratificaçao do risco cardiovascular.
MÉTODO: Estudo transversal com pacientes do ambulatório de DRC em tratamento conservador do HC-UFPE no período de Dezembro de 2014 a Julho de 2015. A funçao renal foi avaliada por estimativa da TFG utilizando a equaçao Chronic Kidney Disease Epidemiology Collaboration (CKD – EPI), através das medidas séricas de creatinina. Foram incluídos no estudo, pacientes a partir do estágio IIIa. Os níveis de VIT D foram dosados e classificados em deficiente < 20mg/dl; insuficiente 20-30mg/dl e normal > 30mg/dl. Foi realizado estudo ecodopplercardiográfico (ECO), as medidas incluíram dentre outras: fraçao de ejeçao (FE), massa do ventrículo esquerdo (VE) e índice de massa. Para o cálculo da FE foram utilizados os métodos Teicholtz ou Simpson, quando presente déficit segmentar.
RESULTADOS: Dos 152 pacientes avaliados, 137 dosaram os níveis séricos de VD e 112 realizaram ECO. Na análise Multivariada, ajustada pelas possíveis variáveis de confusao, houve associaçao das variáveis do ECO em relaçao aos níveis de VD. Observou-se que a queda da FE e a geometria ventricular alterada (hipertrofia excêntrica/concêntrica ou remodelamento concêntrico) mostraram-se associados à deficiência ou insuficiência de VD, com (p = 0,029) e (p = 0,032), respectivamente, quando comparados aos pacientes com níveis normais de VD.
CONCLUSAO: Os resultados sugerem que os níveis de VD tem relaçao com a queda da FE e com a geometria ventricular alterada, fatores esses que contribuem para mortalidade por DCV.

 


 

PO: 50455

Relato de experiência do Dia Mundial do Rim em uma empresa de volta redonda

Autores: Mariane Paiva Rangel*; Rafael Borges Couto; Luana Vital Koike; Amanda Rangel Macedo Sarzedas; Guilherme Henrique Pento dos Santos; Mariana Bastos de Almeida; Mariana Oliveira Fernandes; Alessandra Vieira Vargas

m.paivarangel@gmail.com

Centro Universitário de Volta Redonda – UNIFOA.

INTRODUÇAO: O projeto do Dia Mundial do Rim (DMR) envolveu acadêmicos e docentes da Liga Acadêmica de Nefrologia e Urologia (LANU) e foi realizado no município de Volta Redonda-RJ, em apoio à campanha promovida pela Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN). No DMR sao realizadas açoes em todo o mundo com o objetivo de divulgar informaçoes relacionadas à prevençao e ao diagnóstico precoce das doenças renais. Ao longo dos anos essa campanha tem se intensificado, ampliando cada vez mais o número de pessoas atingidas.
OBJETIVOS: A educaçao sobre os fatores de risco que levam à DRC, bem como a prevençao desses fatores e o rastreio de condiçoes que favorecem a instalaçao da DRC, foram o alvo da açao. Tendo em vista a importância do tema, foi realizado um estudo epidemiológico visando traçar o perfil dos funcionários da empresa onde ocorreu a atividade.
MÉTODO: Devido ao sucesso do primeiro evento do DMR realizado pela LANU em Volta Redonda-RJ, que teve como participantes estudantes da rede municipal de ensino entre 14 e 18 anos, foi proposta uma nova açao centrada em adultos. Esse segundo projeto ocorreu em uma empresa, onde os funcionários foram submetidos a anamnese dirigida, exame de elementos anormais e sedimentos na urina (EAS), glicemia capilar, medidas antropométricas de peso, altura e circunferência abdominal e aferiçao da pressao arterial. Os participantes que apresentaram alguma alteraçao foram orientados sobre as mudanças de hábitos, além de serem encaminhados para avaliaçao ambulatorial. O projeto também contou com um vídeo explicativo sobre a DRC, apresentando seus fatores de risco e as formas de prevençao.
RESULTADOS: Os funcionários da empresa se mostraram solícitos e nao apresentaram impedimentos para a realizaçao dos exames propostos. A grande maioria mostrou interesse sobre a saúde renal, afirmando que nao possuíam informaçoes prévias acerca do tema, maioria desconhecia o exame de creatinina.
CONCLUSAO: Por meio dessa açao, foi possível que os acadêmicos aprofundassem seus conhecimentos sobre a DRC, além de conhecerem um pouco a realidade da regiao onde vivem. Para os funcionários, foi uma oportunidade de se conscientizarem sobre o tema e aplicarem mudanças que podem impactar na qualidade de suas vidas. Todavia, é necessário dar continuidade às açoes praticadas no DMR com a finalidade de conscientizar uma populaçao maior e fazer um estudo epidemiológico mais amplo.

 


 

PO: 51700

Relato de experiência sobre a assistência de enfermagem no processo de treinamento a pacientes renais crônicos em diálise peritoneal.

Autores: Marília Rosendo Rodrigues Soares*

mariliarosendo@hotmail.com

Hospital Universitário Walter Cantídio.

A Insuficiência Renal Crônica (IRC) é uma doença caracterizada pela perda progressiva e irreversível das funçoes renais, na qual a grande maioria dos pacientes que possuem essa síndrome, progridem para a insuficiência renal terminal. Quando esse quadro se instala, faz-se necessário um tratamento dialítico ou que o paciente seja incluído em um programa de transplante renal. Este estudo trata-se de um relato de experiência sobre a assistência de enfermagem no processo de treinamento a pacientes renais crônicos em diálise peritoneal. O objetivo do trabalho foi promover a educaçao em saúde cliente/cuidador enfatizando o auto cuidado nessa clientela. Durante todo o processo foram levantadas as principais dúvidas que o paciente e o cuidador tinham sobre a doença e o tratamento, as quais foram esclarecidas no decorrer do treinamento, com a utilizaçao de estratégia participativa, associados a recursos didáticos. A experiência permitiu conhecer as peculiaridades de cada cliente/cuidador e planejar orientaçoes compreensíveis e significativas, em parceria com o cliente renal crônico e sua família, pois a saúde desse cliente dependerá da responsabilidade e compromisso de quem cuida.

 


 

PO: 50630

Tendência e causa múltipla de óbito por insuficiência renal crônica, 1986 a 2012

Autores: Thatiana Lameira Maciel Amaral*; Cledir de Araújo Amaral; Adalberto Luiz Miranda Filho; Gina Torres Rego Monteiro

thatianalameira27@gmail.com

Universidade Federal do Acre.

INTRODUÇAO: A mudança no padrao de mortalidade ao longo dos anos em decorrência da transiçao epidemiológica resultou no aumento dos óbitos em adultos e idosos por causas nao infecciosas. Dentre essas causas encontra-se a insuficiência renal considerada um problema de saúde pública mundial com alta incidência e prevalência.
OBJETIVO: Observar a tendência de mortalidade por doença renal crônica e verificar as causas básica e associadas relacionadas a esta doença em Rio Branco, Acre, ao longo do tempo.
MÉTODOS: Tratase de um estudo ecológico que avalia a tendência de mortalidade por insuficiência renal, em ambos os sexos, nas diferentes faixas etárias, residentes em Rio Branco, Acre. Para essa análise foi utilizado o programa Joinpoint que executa uma regressao log-linear de Poisson para estimar a variaçao anual percentual (Estimated Annual Percentage Chance – EAPC) e identificar pontos em que há modificaçao da tendência.
RESULTADOS: As taxas de mortalidade ajustadas da insuficiência renal crônica com correçao variaram de 15,4 por 100.000 hab. em 1986 para 4,0 por 100.000 hab. em 2012. A APC foi de -3,5% de 1986 a 2012. Os óbitos causados pela insuficiência renal crônica apresentaram como causas associadas as doenças respiratórias, dentre elas a pneumonia e o edema pulmonar, as septicemias e os sinais e sintomas mal definidos. Quando analisada a insuficiência renal crônica como causa associada, as principais causas básicas do óbito foram as doenças hipertensivas e o diabetes.
CONCLUSAO: Houve reduçao da mortalidade por insuficiência renal crônica ao longo do período observado, contudo a continuidade de medidas de prevençao e assistência em saúde deve ser mantida. Além disso, a compreensao das causas envolvidas no processo de morte por insuficiência renal crônica possibilita o entendimento da real dimensao deste importante problema de saúde pública.

 


 

PO: 51714

Trombose Venosa Cerebral na síndrome nefrótica: como seria o tratamento baseado em evidências?

Autores: Thais de Carvalho da Silva; Jorge Fernando de Miranda Pereira; Gabriel Silveira de Paiva; Laura Inez de Oliveira Santos*; Henrique Amâncio Ferreira; Milena Neves Leonardo Luciano; Iara Baldim Rabelo

lauritzoliveiras@hotmail.com

UNIFENAS.

INTRODUÇAO: A Trombose Venosa Cerebral (TVC) é uma condiçao rara (incidência de 5 casos/milhao/ano), mais frequente em mulheres (3:1), que pode ter como etiologia a trombofilia adquirida pela perda de anticoagulantes endógenos na síndrome nefrótica.
OBJETIVO: Ratificar a importância da TVC como diagnóstico diferencial de manifestaçoes neurológicas em pacientes com síndrome nefrótica em atividade e chamar a atençao para o tratamento baseado em evidências.
RELATO DE CASO: Mulher, 23 anos, admitida com cefaleia holocraniana de forte intensidade e vômitos em jato. Teve diagnóstico de síndrome nefrótica (Lesao mínima – LM) aos 15 anos, em atividade no momento da admissao. Exame neurológico com sinais meníngeos. Exames complementares: proteinúria 649,14 mg/24horas; albumina 3,6 g/dL; creatinina 0,7 mg/dL; ureia 22 mg/dL; punçao lombar sem sangramentos ou outras alteraçoes de líquor. TC de crânio com hiperatenuaçao irregular do seio sagital superior; angio RNM do encéfalo evidenciou sinais de TVC em fase subaguda nos seios sagital superior e transverso esquerdo, sem sinais de infarto ou hemorragia intraparenquimatosa. Tratada com enoxaparina 40 mg (via subcutânea) por 5 dias seguida de dabigatrana 75 mg 12/12h por 6 meses, em serviço que nao do hospital universitário. Atualmente, encontra-se assintomática e sem anticoagulaçao.
DISCUSSAO: A proteinúria da LM envolve também a perda de anticoagulantes endógenos (antitrombina III, proteínas C e S), fazendo da síndrome nefrótica um estado trombofílico transitório e recorrente. Na fase aguda da TVC, o tratamento mais eficaz e seguro é a anticoagulaçao com heparina de baixo peso molecular (enoxaparina, 1mg/Kg, SC, 12/12h), seguida de varfarina com INR terapêutico entre 2-3. Como todos os trials envolvendo novos anticoagulantes orais nao incluíram pacientes com tromboses centrais, nao é completamente seguro usar dabigatrana nestes casos. Posteriormente, se houver recidiva da proteinúria e da atividade da LM, profilaxia secundária contra tromboembolismos venosos deve ser instituída com enoxaparina ou varfarina até resoluçao do quadro renal.
CONCLUSAO: tratamentos baseados em evidência apontam para a eficácia e segurança da enoxaparina seguida de varfarina na conduçao de TVCs secundárias à trombofilia adquirida pela síndrome nefrótica.

 


 

PO: 51781

Tuberculose peritoneal após início de diálise peritoneal: relato de caso

Autores: Lucas Braga Mota; Luanne Fortes Monte Soares; Hady Signara Capabelo Miguel; Marcelo Henrique Alves de Andrade; Marcelo Valerio Alabarce da Silva; Benedito Jorge Pereira; Rosilene Motta Elias Coelho; Hugo Abensur*

sabensur@usp.br

Faculdade de Medicina da Universidade de Sao Paulo.

INTRODUÇAO: Paciente com 52 anos e sexo feminino, com história de doença renal há três anos, iniciou hemodiálise em março de 2014 e posteriormente optou por transiçao para método de diálise peritoneal em abril de 2014. Após vinte e quatro dias em vigência de diálise peritoneal, iniciou quadro de dor abdominal, distensao e dificuldade de drenagem do líquido. A celularidade do líquido peritoneal evidenciou 1.800 células (Neutrófilos 65%, Linfócitos 14%, Macrófagos 14%, Eosinófilos 15%), sendo iniciado Vancomicina e Amicacina. Frente à evoluçao com peritonite eosinofílica e com culturas de líquido peritoneal negativas, foi solicitado cultura para Mycobacterium tuberculosis em material colhido em 22 de maio de 2014, que resultou positiva. Foi tratada com esquema Rifampicina, Isoniazida, Pirazinamida e Etambutol por 6 meses, apresentando melhora clínica e laboratorial. Foi optado pela manutençao do cateter de diálise peritoneal e seguimento em ambulatório de diálise peritoneal.
OBJETIVO: Através do relato de caso de uma paciente com início recente de diálise peritoneal acompanhada no nosso serviço, procuramos apresentar as particularidades desse caso, juntamente com os dados disponíveis na literatura existente.
MÉTODOS: Dados do caso colhidos de prontuário e realizada revisao de literatura procurando os termos diálise peritoneal e tuberculose peritoneal na base de dados PubMed.
DISCUSSAO: Em paciente com diálise peritoneal, evoluindo com peritonite, é interessante incluir no diagnóstico diferencial a possibilidade de Mycobacterium tuberculosis como agente etiológico após resposta inicial insatisfatória e culturas negativas. As características da celularidade do líquido peritoneal podem ajudar a direcionar o raciocínio clínico, tendo como apresentaçao mais comum, o predomínio de linfócitos ou neutrófilos e em alguns casos a presença aumentada de eosinófilos, como a nossa paciente.
CONCLUSAO: A incidência de tuberculose peritoneal em paciente em regime de diálise peritoneal é pequena e seus aspectos demográficos podem ser inferidos de estudos semelhantes. O diagnóstico deve ser suspeitado em pacientes com peritonite que nao respondem ao tratamento inicial e apresentam culturas persistentemente negativas. O tratamento inicial é baseado em esquema padrao para Micobecterium tuberculosis, com tomada supervisionada dos quatro fármacos.

 


 

PO: 52022

Tumor urotelial em paciente jovem: relato de caso

Autores: Heloísa Bressiani*; Luiz Eduardo Bersani Amado; Juliana Patricia Santos de Oliveira; Nickson Della Giustina; Maurício Figueiredo Lima e Marchese; Luiz Ricardo Campelo

bressianihelo@gmail.com

Hospital Santa Rita.

INTRODUÇAO: O Câncer de bexiga é a segunda neoplasia mais prevalente do trato geniturinário, é mais frequente em homens e o tabagismo é um fator de risco comprovado para o seu desenvolvimento. Sao três os principais tipos histológicos de tumor, o carcinoma urotelial, que é o mais comum e o carcinoma de células escamosas e adenocarcinoma menos frequentes. A hematúria é o principal sintoma, acompanhado de disúria e polaciúria.
OBJETIVO: O objetivo deste trabalho é expor o relato de caso de um paciente jovem apresentando insuficiência renal, por compressao vesical causado por carcinoma urotelial e sua evoluçao clinica após o tratamento cirúrgico.
METODOLOGIA: Os dados foram levantados por meio de revisao de prontuários do paciente atendido pelo sistema único de saúde.
RELATO DE CASO: Paciente R.S.S 27 anos, é encaminhado ao ambulatório de nefrologia por história de insuficiência renal, disúria, diminuiçao do fluxo urinário e hematúria com seis meses de evoluçao, referindo inapetência, nega perda de peso, tabagismo ou comorbidades previas. US de vias urinarias: Presença de lesao vegetante vesical de 276.8 cm3 no assoalho vesical, com acentuada dilataçao pielo calicial no rim direito e moderada à esquerda. Ao exame, presença de dor supra-pubica a palpaçao e edema discreto de membros inferiores. Paciente é encaminhado para internaçao e submetido a ressecçao de tumor vesical a céu aberto com achado de volumosa lesao exofitica, ocupando quase a totalidade da luz da bexiga, acometendo trigono vesical e obstruindo parcialmente o colo vesical. Recebendo alta no pós operatório após normalizaçao da funçao renal.
RESULTADOS E DISCUSSAO: O carcinoma urotelial ocorre com maior frequência na populaçao idosa, sendo raro em pacientes jovens, principalmente na primeira e segunda década de vida. O grau histológico, estadiamento e dimensao, sao fatores prognósticos isolados para a progressao do tumor e a ressecçao transuretral de bexiga é o método padrao ouro para o diagnóstico e tratamento para lesoes vesicais.
CONCLUSAO: Os tumores urotelias de bexiga ocorrem raramente em pacientes jovem em especial com a dimensao e comprometimento clínico como o apresentado. Conclui-se que a presença de um quadro clínico arrastado é importante a realizaçao de métodos diagnósticos mais específicos para que o tratamento nao ocorram tardiamente, evitando o comprometimento do estado geral e complicaçoes relacionados a progressao da doença.

 


 

PO: 50694

Uma causa atípica de anemia ferropriva num paciente portador de doença renal crônica em hemodiálise

Autores: Amanda Maíra Damasceno Silva; Maely Priscila de Oliveira Menezes; Tarcila N. Queiroz Feitosa; Leandro R. Salvador; Maria Aparecida Firmino

*jborborema@oi.com.br

Universidade Federal de Campina Grande.

INTRODUÇAO: A Ectasia Vascular Antral Gástrica (GAVE) é uma causa incomum de sangramento digestivo crônico, que apresenta um aspecto de estômago em melancia na endoscopia digestiva alta e cuja prevalência aumenta em pacientes portadores de Doença Renal Crônica Terminal (DRCT).
OBJETIVO: Relatar um caso de hemorragia digestiva alta por GAVE em um paciente com DRCT em hemodiálise intermitente e anemia ferropriva refratária à reposiçao parenteral de ferro e ao uso de estimuladores da eritropoiese.
DESCRIÇAO DO CASO: Paciente do sexo masculino, 59 anos, DRCT por urolitíase de repetiçao, em hemodiálise intermitente. Evoluiu com anemia refratária à reposiçao de ferro parenteral e ao uso de estimuladores da eritropoiese. Nos exames admissionais apresentava hemoglobina 4,0 g/dL e hematócrito 11,8%, além de ferro 33 mcg/dL, ferritina 8 mcg/L e índice de saturaçao de transferrina 8,2%. Optado pela reposiçao de 100 mg de ferro parenteral após cada sessao de hemodiálise e uso de Eritropoietina recombinante humana (rHuEPO) na dose de 12.000 UI/semana, além da transfusao de 02 concentrados de hemáceas. O paciente persistiu com anemia e ferropenia, e necessidade de novas hemotransfusoes (09 bolsas no total). Realizada investigaçao de sangramento digestivo alto com endoscopia que mostrou aspecto de “estômago em melancia” com sinais de sangramento ativo. O paciente foi encaminhado para terapia com o coagulador de plasma de argônio. Até o momento, realizou 5 sessoes do plasma de argônio e mantém a reposiçao de ferro parenteral e rHuEPO, apresentando hemoglobina estável (10 g/dL).
DISCUSSAO: A Anemia é um desafio em pacientes com DRCT em hemodiálise. Sua etiologia é multifatorial e atribuída principalmente à deficiência de eritropoietina e ferro. A ferropenia, atribuída a perdas sanguíneas no circuito extracorpóreo na hemodiálise e coletas frequentes de sangue para exames laboratoriais, é a principal causa de resistência a estimuladores da eritropoiese. Sangramentos digestivos por GAVE têm sua incidência aumentada em pacientes com DRCT, devido à disfunçao plaquetária induzida pela uremia e à administraçao de heparina durante a hemodiálise. O reconhecimento da GAVE como diagnóstico diferencial de perda sanguínea é importante por ser uma entidade de fácil diagnóstico, passível de tratamento e de maior incidência nos portadores de DRCT.

 

DOENÇAS GLOMERULARES

PO: 51515

Classificaçao de Oxford para Nefropatia IgA: experiência em uma universidade da regiao Centro-Oeste

Autores: Edna Regina Silva Pereira*; Jordana Eduardo Rezende; Valeria Soares Pigozzi Veloso; Flaubert Ribeiro da Silva Santos; Thalita de Oliveira Matos; Marlene Antônia Reis; Ciro Bruno Silveira Costa; Mauri Félix de Sousa

ersp13@gmail.com

Hospital das Clinicas da Universidade Federal de Goiás.

INTRODUÇAO: A nefropatia por IgA (NIgA) é a glomerulopatia primária mais comum do mundo. A classificacao de Oxford descreve variantes morfológicas que apresentam valor prognóstico para a progressao da doença.
OBJETIVO: Estabelecer o perfil clínico e histológico dos pacientes portadores de Nefropatia por IgA, por meio da classificaçao de Oxford e analisar desfechos clínicos.
MÉTODO: Estudo retrospectivo, descritivo e transversal realizado com pacientes portadores de nefropatia por IgA. Foram revisadas 9 biópsias renais, sendo caracterizadas histologicamente de acordo com a Classificaçao de Oxford 2009. Os desfechos clínicos analisados foram resposta ao tratamento e queda da taxa de filtraçao glomerular (TFG).
RESULTADOS: Sexo feminino e raça parda corresponderam a 66,6% da amostra, idade média de 39,1 anos. Oito pacientes iniciaram o quadro clínico com hematúria e proteinúria subnefrótica, um com proteinúria nefrótica e hipertensao arterial em 33,3%. As lesoes histológicas mais frequentes foram hipercelularidade mesangial (77,8%) e glomeruloesclerose segmentar (66,7%), seguido de hipercelularidade endocapilar (55,6%) e atrofia/fibrose intersticial (11,1%). Segundo a Classificaçao de Oxford, obtivemos padroes predominantes M1, E1, S1 e T0. Em relaçao à imunofluorescência, a deposiçao predominante foi de IgA, em mesângio, global e difusamente. Houve depósito fracamento positivo de C3 em 66,6% dos casos, C1q em 22,22% e fibrina em 33,33%. Ao analisar a resposta ao tratamento, 5 pacientes (55,5%) apresentaram remissao completa, destes, dois pacientes sem imunossupressao, com uso de bloqueadores do sistema renina angiotensina e/ou inibidores da enzima conversora do angiotensinogênio e estatina, 4 (44,4%), apresentaram remissao parcial. Dos pacientes submetidos ao tratamento imunossupressor, 5 (71,4%) receberam o esquema de Pozzi e 2 (28,5%) o esquema de Ballardine. Houve queda significativa nos valores da TFG, de uma TFG mediana de 81 mL/min para 65 mL/min em uma mediana de seguimento de 8 anos, 1 paciente (11,11%) evoluiu com necessidade de hemodiálise.
CONCLUSAO: A NIgA foi predominante em adultos jovens do sexo feminino, com proteinuria sub nefrótica e associada à hematúria. Segundo a Classificaçao de Oxford, obtivemos padroes predominantes M1, E1, S1 e T0. Identificamos uma boa taxa de resposta às terapias padroes quanto à proteinúria, porém com diminuiçao da TFG ao longo seguimento.

 


 

PO: 51732

Como trato meu paciente com glomerulonefrite membrano proliferativa atualmente?

Autores: Renata Colioni Mazar*; Ana Beatriz Guerra; Rodrigo Lorenzetti Serrano; Shirley Gonçalves Menezes; Thiago Gomes Romano; Daniel Rinaldi dos Santos; Ronaldo Roberto Bergamo

re.cmazar@gmail.com

Faculdade de Medicina do ABC.

INTRODUÇAO: As glomerulonefrites membranoproliferativas (GNMP) sao cerca de 7 a 10% das glomerulonefrites diagnosticadas por biópsia e sao a terceira ou quarta causa de doença renal crônica em estágio final por glomerulonefrite. GNMP podem se apresentar de diversas formas, com síndromes nefríticas, nefróticas ou acomentimento da funçao renal e há diversas condiçoes consideradas como causas.
RELATO DE CASO: Paciente do sexo masculino de 22 anos, branco, apresentou queixa de aumento do volume dos membros inferiores, abdome e edema periorbitário há 1 dia, e piora da hipertensao arterial, de início súbito. Procurou o serviço de atençao básica em novembro de 2013. Exames iniciais mostraram uma síndrome nefrótica, que permitiu a indicaçao de biópsia renal. O laudo da biópsia demonstrou glomerulonefrite proliferativa difusa, padrao membranoproliferativo, com esclerose segmentar e crescentes fibrocelulares. A imunofluorescência direta revelou depósitos irregulares, por vezes, confluentes em alças capilares e mesângio contendo IgG (+), IgM (+), C3c (+ +) e traços de cadeias leves Kappa e Lambda. A pesquisa por causas de nefropatia resultou em resultados negativos e foi levantada hipótese de glomerulonefrite por depósito de C3, esta confirmada por exames laboratoriais com análise de complemento. Foi iniciado o tratamento com Prednisona 20mg/dia e Micofenolato 300mg 3x/dia como tentativa empírica de tratamento. Com um mês de uso da medicaçao foram observados resultados positivos com reduçao da proteinúria de 24 horas de cerca de 4200mg para 5,5mg. Além de melhora da taxa de filtraçao glomerular para um nível normal.
DISCUSSAO: As GNMP eram classificadas em dois tipos, Tipo I, GNMP com depósitos subendoteliais de imunocomplexos e Tipo II caracterizada por depósitos densos com complemento, principalmente C3. Porém, há alguns anos, as GNMP foram reclassificadas de acordo com sua patofisiologia. Hoje, as causas de depósito de imunocomplexo ou de complemento sao determinadas, gerando diferenças substanciais principalmente no que se diz respeito a terapêutica das GNMP. A diferenciaçao de uma Glomerulonefrite por C3 de uma Doença de Depósito Denso permite a determinaçao de um tratamento mais específico e efetivo. Baseado em imunossupressores, o tratamento das Glomerulonefrites por C3 tem mostrado cada vez mais resultados positivos no que diz respeito a melhora do quadro nefropático dos pacientes.

 


 

PO: 50622

Correlaçao anatomo-clínica na Nefropatia por IgA de acordo com a classificaçao de Oxford

Autores: Giovana Mariani*; Leandro Luiz Lopes de Freitas; Ricardo de Lima Zollner; Maria Almerinda Vieira Fernandes Ribeiro Alves

giovanamariani@hotmail.com

Universidade Estadual de Campinas.

INTRODUÇAO: Nefropatia por IgA (NIgA) é a doença glomerular primária mais comum em todo o mundo. É caracterizada pela positividade mesangial predominante de IgA à imunofluorescência (IF). Apresenta-se como hematúria e proteinúria em graus variados, além de hipertensao arterial sistêmica (HAS) e insuficiência renal. As alteraçoes histológicas por microscopia óptica (MO) sao avaliadas seguindo a Classificaçao de Oxford, a qual inclui hipercelularidade mesangial (M), hipercelularidade endocapilar (E), glomeruloesclerose segmentar (S) e atrofia tubular e fibrose intersticial (T). Análise da técnica de microscopia eletrônica (ME) nao é rotineira.
OBJETIVO: Avaliar quais variáveis clínicas e histológicas podem se relacionar à evoluçao para doença renal crônica terminal (DRCT), incluindo alteraçoes da ME como fusao (F) de podócitos.
MÉTODOS: Estudo retrospectivo realizado por meio da análise de dados clínicos, laboratoriais e histológicos de pacientes com idade > 17 anos e diagnóstico de NIgA (biópsia renal com MO, IF e ME) no período de janeiro de 1999 a dezembro de 2013.
RESULTADOS: Foram incluídos 66 pacientes com NIgA, com idade média de 34,3 ± 12,6 anos, sendo 57,5% do gênero masculino. Inicialmente, apresentavam pressao arterial média (PAM) 106 ± 18 mmHg; taxa de filtraçao glomerular estimada (TFGe) média pelo MDRD (Modification of Diet in Renal Disease) 63,1 ± 43,3 ml/min/1,73m2; albumina sérica média 3,4 ± 0,7 g/dL; proteinúria média 3,2 ± 2,2 g/24h; 68,1% com hematúria > 30 células/campo; 72,7% com HAS; 21,2% com dislipidemia; 19,6% com obesidade. Pela classificaçao de Oxford, 56,0% foram graduados como M1; 18,1% como E1; 74,2% como S1; 27,2% como T1 e 25,7% como T2; escore mesangial médio 0,68 ± 0,48. Em 50 desses pacientes, na análise da ME, foi possível identificar um índice de fusao (IF) de 0,81 ± 0,15. A análise univariada mostrou correlaçao com evoluçao para DRCT com PAM (OR 1,05), TFGe (OR 0,96), HAS (OR 5,0), hematúria (OR 0,278), gravidade da atrofia tubular e fibrose intersticial (T1 vs.. T0 e T2 vs.. T0). Na análise multivariada, somente TFGe manteve tal correlaçao (OR 0,934; p 0,002).
CONCLUSAO: Corroborando dados da literatura, PAM e TFGe se correlacionaram com evoluçao para DRCT em pacientes com NIgA e, como esperado, os pacientes que apresentavam sinais de cronicidade à biópsia renal (T1/T2), evoluíram de forma desfavorável. Neste grupo, o valor da proteinúria inicial e a magnitude da fusao podocitária na ME (IF) nao tiveram correlaçao com tal desfecho.

 


 

PO: 51718

Correlaçao clínico-histológica de pacientes com nefrite lupica

Autores: Valkercyo Araújo Feitosa*; Denise Maria do Nascimento Costa; Camila Barbosa Lyra de Oliveira; Gisele Vajgel Fernandes; Maria Alina Gomes de Mattos Cavalcante; Lucila Maria Valente; Pedro Alves da Cruz; Maria Tereza Sampaio de Souza Lira

valkercyo@gmail.com

UFPE.

INTRODUÇAO: A nefrite lúpica (NL) é uma manifestaçao severa do lúpus eritematoso sistêmico que pode acometer mais da metade dos pacientes e evoluir para doença renal crônica em 45% dos casos.Segundo a classificaçao da International Society of Nephrology, existem seis diferentes tipos de acometimento glomerular da NL, incluindo classes proliferativas e nao proliferativas. Apesar da manifestaçao clinico laboratorial inicial poder dar indíciosdo tipo de patologia renal, a correlaçao com o diagnóstico histopatológico nem sempre é possível.
OBJETIVO: Avaliar a correlaçao da apresentaçao clínica e laboratorial inicial das NL coma classificaçao histopatológica encontradas nas biopsias renais.
METODOLOGIA: Realizada avaliaçao retrospectiva, através da análise de prontuários de dados clínico-laboratoriais e histopatológicos dos pacientes com diagnóstico de NL que realizaram biópsia renal em um Hospital Universitário de Recife-PE. Os padroes histopatológicos principais foram agrupados em classes proliferativas (NL classe III ou IV), classe membranosa (NL classe V) e classes mistas (NL classes III + V ou IV + V). Avaliada a correlaçao com as apresentaçoes clínicas no momento da biopsia, agrupadas em proteinúria nao nefrótica, síndrome nefrítica e síndrome nefrótica.
RESULTADOS: Cento e vinte pacientes com NL realizaram biópsia no período estudado. A maioria dos pacientes erado sexo feminino (95%) e a média de idade foi de 22,1 ± 6,5 anos. A apresentaçao clínica mais encontrada foiproteinúria nao nefrótica (38%) e o achado histopatológico mais comum foram as classes mistas(43%). Entre os 38 pacientes com classes proliferativas, a principal apresentaçao foi síndrome nefrítica (50%), seguido de proteinúria nao nefrótica (21%). Dos 51 pacientes com classes mistas, 43% se apresentaram com proteinúria nao nefrótica e 39% com síndrome nefrótica. Já entre os 26 pacientes com NL membranosa, proteinúria nao nefróticaocorreu em 46%, seguido de síndrome nefrótica em 38%.
CONCLUSOES: Nesta casuística, houve uma grande proporçao de nefrites classificadas como mistas. Na nefrite membranosa predominou a proteinúria nao nefrótica, seguido da síndrome nefrótica. As nefrites mistas apresentaram correlaçao clínico-laboratorial semelhante à NL membranosa nesse estudo. Já a síndrome nefrítica foi a principal apresentaçao clínica das NL proliferativas.

 


 

PO: 51844

Doença renal familiar e hiperuricemia’ relato de caso

Autores: Kelly Liz Barreto Tavares*

kellyliztavares@gmail.com

Hospital do Rim de Sergipe.

INTRODUÇAO: A doença renal cística medular (hiperuricemia familiar juvenil) é uma nefropatia tubulointersticial com padrao de herança autossômica dominante. Está relacionada a uma mutaçao no gene da uromodulina (UMOD) ou proteína de Tamm-Horsfall, que é expressa na parte ascendente da alça de Henle, sendo a proteína mais presente na urina humana. A deficiência de uromodulina causa um déficit de reabsorçao tubular, favorecendo um quadro de poliúria e hiperuricemia. Os pacientes podem apresentar hiperuricemia assintomática, bem como crises gotosas. A insuficiência renal é lentamente progressiva e, em geral, chega em fase terminal entre a quarta e sexta décadas de vida.
RELATO DE CASO: Homem, 29 anos, pardo, sem comorbidades prévias e assintomático, encaminhado ao ambulatório de glomerulopatias do hospital Ana Nery, em Salvador-BA, em dezembro de 2015, para investigar alteraçao de funçao renal associada a doença renal familiar. A história familiar revelou mae e irmao com doença renal crônica de etiologia indeterminada falecidos, aos 34 anos e 16 anos respectivamente, por complicaçoes relacionadas a hemodiálise. Um irmao de 32 anos em hemodiálise desde novembro de 2015 por causa indeterminada, irmao de 25 anos com história de litíase renal, irmao de 22 anos com história de anasarca na infância sem investigaçao e atualmente sem acompanhamento. Exame físico sem alteraçoes exceto por mucosas hipocoradas (+ + /4 +). Exames laboratoriais: Hb 9,6 leuco 7180 plaq 123 mil, creatinina 2,0 uréia 64, albumina 4,0, colesterol total 135, triglicerídeos 74, ácido úrico 7,4. Sorologias anti HCV, anti HIV, HbsAg e anti-Hbs negativos. FAN negativo. Proteinúria em 24 horas de 525 mg. Biópsia renal mostrou lesoes escleróticas globais com 12/22 (54%) de glomérulos completamente esclerosados. Depósito de cristais de urato na medula renal. Imunofluorescência negativa.
DISCUSSAO: A hiperuricemia familiar juvenil é uma doença rara. Recentemente, estudos em genoma têm revelado que variantes do gene UMOD estao associados ao risco de desenvolver doença renal crônica ou hipertensao. O mecanismo exato de doença e os gatilhos que levam à mutaçao genética ainda nao sao totalmente reconhecidos. Além disso, muitos clínicos nao reconhecem a doença, o que leva a crer que um número considerável de pacientes chegam a doença renal crônica estágio final sem um diagnóstico etiológico consistente, a despeito da realizaçao de biópsia renal. Onoe, Tamento et al. (2016) estudaram 15 pacientes com insuficiência renal e hiperuricemia sem anormalidades urinárias. Apenas três tinham imunofluorescência positiva para proteína de Tamm Hosfall (THP) e, desses, apenas dois tiveram seu sequenciamento genético estudado. Além disso, foi dosado THP sérico e urinário desses pacientes, que foi baixo em relaçao ao grupo controle com significância estatística, a despeito do número reduzido de pacientes. Em relaçao ao nosso caso, o estudo genético está em andamento e nao foi dosado THP sérico ou urinário. O paciente mantém progressao lenta de insuficiência renal, em acompanhamento mensal.
CONCLUSAO: Descrevemos um caso de doença renal de origem genética, possivelmente ligada a deficiência de uromodulina. O diagnóstico de doença renal cística medular (hiperuricemia familiar juvenil) foi realizado com base no quadro clínico, história familiar positiva e hiperuricemia, com achado de cristais de ácido úrico em biópsia renal. O reconhecimento da doença, a discussao sobre o controle da progressao da doença, a importância do diagnóstico etiológico, principalmente quando existe uma proposta de transplante renal intervivos, e o aconselhamento genético sao os principais objetivos da descriçao desse caso.

 


 

PO: 50391

GESF colapsante nao associada à infecçao pelo HIV

Autores: Amanda Vanessa Demarchi*;Tayna Gontijo de Carvalho; Mario Sales Neves do Carmo Filho; Ariane Arruda de Moura; Márcia Michelle Souza da Silva; José Carlos Carraro Eduardo; Milena Correa do Espírito Santo Caldas; Valentine de Almeida Costa de Castro Lima

amandademarchi@id.uff.br

Universidade Federal Fluminense.

INTRODUÇAO: A GESF colapsante é mais comumente observada em pacientes negros e HIV positivos. Sua incidência nao associada ao HIV tem sido relatada na literatura. A patogênese ainda é desconhecida, porém observa-se desdiferenciaçao e proliferaçao de células epiteliais viscerais, resultando em perda da barreira de filtraçao glomerular. De um modo geral, os pacientes nao apresentam hipertensao arterial e desenvolvem síndrome nefrótica, podendo progredir com DRC terminal entre 1 a 4 meses.
MÉTODO: descriçao do caso clínico a partir de análise de prontuário, exames de imagem e análise bioquímica.
RELATO: DGP, masculino, 34 anos, branco e assintomático com diagnóstico em novembro de 2013 de hipertensao arterial sistêmica e azotemia. EAS com proteinúria (30 mg/dL) e hematúria (50 eritrócitos/campo) com dismorfismo eritrocitário; proteinúria de 4g/24h, normocomplementenemia, ureia = 126 e creatinina = 5,2 mg/dL. FAN, ANCA, HIV, hepatite B e C negativos. USG de vias urinárias com tamanho, volume e topografia normal de rins. Biópsia realizada, na mesma data, revelou 10 de 12 glomérulos analisados (83%) com esclerose global e 1 deles (8,3%) com esclerose focal e segmentar sugerindo GEFS da variante colapsante, além de arterioloesclerose e arterioesclerose. Consequentemente a Glomerulonefrite segmentar focal colapsante, evoluiu rapidamente com Doença Renal Crônica estágio IV. Iniciado tratamento com prednisona 1 mg/Kg/dia, por 8 semanas, e reduçao progressiva até retirada do medicamento após 6 meses. Até o momento o paciente mantém-se assintomático e sem necessidade de diálise, com exames laboratoriais mais recentes revelando ureia = 79 e creatinina = 5,3 mg/dL (CKD-epi: 12mL/min) e correlaçao proteína/creatinina em spot de urina de 740 mg/g creatinina.
CONCLUSAO: A patogênese de GESF colapsante nao associada à infecçao pelo HIV é desconhecida, apesar de muitos fatores poderem estar envolvidos, tais como infecçoes oportunistas e medicamentos. O caso apresentado registra uma GESF colapsante em paciente assintomático, sem necessidade de terapia renal substitutiva e com níveis de ureia, creatinina e taxa de filtraçao glomerular estáveis desde o final do tratamento conservador com prednisona, há 3 anos. Geralmente essa condiçao apresenta má resposta ao tratamento clínico e o relato de casos isolados pode contribuir para o melhor entendimento desta glomerulopatia.

 


 

PO: 51725

Glomeruloesclerose Segmentar E Focal Colapsante secundária a Esquistossomose – relato de caso

Autores: Luis Filipe Miranda Rebelo da Conceiçao*; Precil Diego Miranda de Menezes Neves; Ramaiane Aparecida Bridi; Janaina de Almeida Mota Ramalho; Lectícia Barbosa Jorge; Cristiane Bitencourt Dias; Leonardo de Abreu Testagrossa; Denise Maria Avancini Costa Malheiros

luisfilipe_con@hotmail.com

HCFMUSP.

INTRODUÇAO: A Esquistossomose Mansônica (EM) é uma enfermidade parasitária que pode acometer o rim sobre a forma de glomerulopatias, sendo as mais comuns a Glomerulonefrite Membranopoliferativa e Glomeruloesclerose Segmentar e Focal. (GESF) Relatamos um caso de GESF Colapsante secundária a EM.
RELATO DE CASO: Homem, 35 anos, natural da Bahia e procedente de Sao Paulo, sem comorbidades prévias, com queixa de edema em membros inferiores há 8 meses, com progressao para anasarca, associando-se urina espumosa, aumento importante de volume abdominal, náuseas e vômitos. Em avaliaçao com gastroenterologista, realizou ultrassonografia abdominal, sem indícios de cirrose, porém com esplenomegalia e endoscopia digestiva alta com varizes de esôfago e fundo gástrico. Em investigaçao para quadro de hipertensao portal, diagnosticada esquistossomose, através de sorologia. Paciente foi tratado com Praziquantel, sem melhora dos sintomas. Exames laboratoriais: Ur: 51mg/dL, Cr: 1,8mg/dL (CKD-EPI: 54ml/min/1,73m2), sem distúrbios hidroeletrolíticos ou ácido-básicos, sem hematúria/leucocitúria, proteinúria 24h: 6,56g, proteínas totais: 4,6g/dL, albumina: 1,9g/dL, colesterol total: 531mg/dL, LDL: 426mg/dL, HDL: 56mg/dL, TG: 202mg/dL. Hb: 13,8g/dL, leucócitos: 6440/mm3, plaquetas: 115.000/mm3, perfil glicêmico normal, C3: 155mg/dL e C4: 38mg/dL (normais), sorologias para hepatite B, C e HIV negativas, pesquisa de auto-anticorpos (FAN, anti-DNA, Fator Reumatóide e ANCA) negativa, eletroforese/imunofixaçao de proteínas séricas e urinárias sem picos monoclonais. Ultrassonografia de rins e vias urinárias com rins de tamanho e aspecto normal. Realizada biópsia renal pelo quadro de síndrome nefrótica. A microscopia de luz, 16 glomérulos (2 totalmente esclorosados), hipercelularidade mesangial, hipertrofia/hiperplasia de podócitos, colapso de alças capilares, túbulos com dilataçao microcística, fibrose intersticial difusa e hialinose arteriolar. Imunofluorescência positiva para IgM: + 2/+ 3 e C3: + 3/+ 3, padrao granular, segmentar e focal. Os achados ultra-estruturais corroboraram o diagnóstico de GESF colapsante. Iniciada Prednisona 1mg/kg/d. Apesar do tratamento da EM e da imunossupressao, paciente evolui com perda progressiva de funçao renal, em programaçao de início de diálise.
CONCLUSAO: Apesar de extremamente rara, a variante colapsante da GESF pode ocorrer em casos de Glomerulopatias Secundárias a EM. A variante histológica em si já confere pior evoluçao ao paciente.

 


 

PO: 51964

Glomerulonefrite Crescêntica Pauci-Imune com ANCA de classe IgA – relato de caso

Autores: Precil Diego Miranda de Menezes Neves; Maria Clara Teixeira Piraciaba; Carlos AndrewsTeixeira de Lima Sampaio*; Lectícia Barbosa Jorge; Cristiane Bitencourt Dias; LuisYu; Leonardo de AbreuTestagrossa; Irene L. Noronha

carlosandrewstls@yahoo.com.br

Universidade de Sao Paulo.

INTRODUÇAO: As Glomerulonefrites Crescênticas Pauci-Imunes (GNCPI) sao em sua maioria relacionadas aos anticorpos anticitoplasma de neutrófilos (ANCA), sendo a classe IgG detectada em 80-90% dos casos. Relatos de GNCPI relacionados ao ANCA de classe IgA sao raros, devido à baixa suspeita e pesquisa do mesmo.
RELATO DE CASO: Paciente do gênero feminino, 83 anos, hipertensa, DRC estádio IIIb, com história de astenia e dor abdominal há 4 meses. Há 10 dias, aparecimento de lesoes purpúricas palpáveis em membros inferiores, superiores e tronco. Exames laboratoriais: Cr: 1,3 mg/dL (CKD-EPI: 38mL/min/1,73m2), hematúria, relaçao proteína/creatinina: 0,3g/g, Hb: 12g/dL, plaquetas: 232.000/mm3, dosagem sérica de IgA: 199mg/dL (normal). A biópsia de pele revelou vasculite leucocitoclástica, com depósitos granulosos de IgA nos vasos da derme papilar, compatível com Púrpura de Henoch-Schonlein. Optou-se por tratamento com prednisona 1mg/kg por duas semanas, com resoluçao das lesoes. Um mês após, a paciente retornou com piora da astenia, porém com exame físico normal. Exames laboratoriais: Cr: 2,4 mg/dL, Hb: 9,1g/dL, plaquetas: 252.000/mm3, mantendo hematúria, relaçao proteína/creatinina: 0,51g/g, Dosagem sérica de IgA: 271mg/dL (normal). Complemento normal, sorologias para Hepatite B, C e HIV negativas, auto-anticorpos (FAN, ANCA e FR) negativos. Pela piora de funçao renal, foi indicada biópsia renal. A microscopia de luz, evidenciados 15 glomérulos, sendo 7 completamente escleróticos, 3 com crescentes celulares e 3 com crescentes fibroblásticas focais. Cápsula de Bowman com rupturas focais, expansao segmentar de matriz mesangial, infiltrado linfocitário com tubulite, e presença de fibrose intersticial (20%). Imunofluorescência positiva apenas para fibrinogênio + 2/+ 3 nos crescentes. Hipótese diagnóstica: GNCPI. Apesar da pesquisa de ANCA ter sido negativa, considerando-se o diagnóstico prévio de Púrpura de Henoch-Schönlein e o atual quadro histológico renal, foi realizada pesquisa do ANCA de classe IgA por imunofluorescência, cujo resultado foi positivo perinuclear. A paciente foi tratada como vasculite ANCA-associada, com recuperaçao da funçao renal de base.
CONCLUSAO: A avaliaçao de ANCA classe IgA deve ser considerada em casos de GNCPI onde há indícios prévios de doenças cuja patogênese esteja relacionada à IgA.

 


 

PO: 51679

Glomerulonefrite em paciente com endocardite subaguda

Autores: Marina Aline Occhiena de Oliveira Neiva*; Valéria Soares Pigozzi Veloso; Cinara Barros de Sá; Clayton Santos Souza; Flaubert Ribeiro da Silva Santos; Thalita de Oliveira Matos; Lucas Vianna de Assis; Israel Guimaraes Neto

marinaocchiena@hotmail.com

Hospital das Clinicas de Goiás.

INTRODUÇAO: A endocardite bacteriana subaguda afeta pacientes com alteraçoes valvares prévias e é caracterizada por quadro clínico arrastado, podendo associar-se a glomerulonefrite (GN).
CASO CLINICO: Mulher, 44 anos, admitida em unidade hospitalar com dispnéia há 2 meses, evoluindo com ortopnéia, dispnéia paroxística noturna, febre intermitente e lesoes maculopapulares violáceas em membros inferiores. Apresentava ainda anasarca, reduçao da diurese e injúria renal aguda com necessidade de hemodiálise. Investigaçao laboratorial demonstrou anemia hemolítica e plaquetopenia, PCR elevado, sedimento urinário com leucocitúria, hematúria e proteinúria, consumo de C3 e C4, FR, VDRL e FT-ABS positivos. Raio X de tórax com congestao pulmonar e aumento da área cardíaca. Tomografia de abdome com ascite, derrames pleural e pericárdico, hepatoesplenomegalia e rins de tamanho normal. Ecocardiograma transesofágico com hipertensao pulmonar importante (PSAP 110mmHg), comunicaçao interventricular e massa móvel em valva tricúspide (15x8mm). Na internaçao a paciente permaneceu afebril e as hemoculturas foram negativas. Aventada hipótese diagnóstica de lúpus eritematoso sistêmico com endocardite de Libman Sacks, sífilis secundária com GN e endocardite bacteriana subaguda. Realizada biópsia renal cuja microscopia ótica demonstrou lesoes de glomeruloesclerose segmentar e focal (GESF) e imunofluorescência com padrao Full House. Optado por tratamento de sífilis secundária com penicilina benzatina e endocardite subaguda com levofloxacino por 6 semanas. Evoluiu com regressao da massa valvar, recuperaçao parcial da funçao renal e suspensao da hemodiálise após 6 semanas.
DISCUSSAO: O presente caso relata uma mulher jovem com endocardite bacteriana subaguda e GN secundária, cuja real incidência é difícil de ser determinada, sendo a maioria dos casos relatados provenientes de estudos retrospectivos com biópsia renais no postmortem. A apresentaçao clínica é caracterizada por hematúria macro e/ou microscópica, proteinúria leve, consumo de complemento em até 90% dos casos e elevaçao das escórias nitrogenadas. GESF é relatada em até 84% das biópsias renais, podendo se associar a GN crescêntica e necrotizante (53%) ou GN proliferativa endocapilar (37%). O envolvimento renal pode estar presente mesmo antes da apresentaçao clínica especialmente em pacientes com culturas negativas e, nos quais, o diagnóstico de endocardite nao é considerado.

 


 

PO: 50431

Glomerulonefrite Membranoproliferativa associada a HIV/SIDA, nao relacionada à hepatite B ou C

Autores: Mario Sales Neves do Carmo Filho*; Ariane Arruda de Moura; Suzana Greffin; José Carlos Carraro Eduardo; Amanda Vanessa Demarchi;Tayná Gontijo de Carvalho; Márcia Michelle Souza da Silva

mf1003@hotmail.com

Universidade Federal Fluminense – UFF

INTRODUÇAO: A Glomerulonefrite Membranoproliferativa (GNMP) tipo 1 associada ao HIV é uma das complicaçoes tardias da SIDA e se caracteriza por proteinúria (> 3,5g/dia), hematúria, anemia (Hb < 11), hipoalbuminemia (albumina < 2,5mg/dl), dislipidemia e alta prevalência em hipertensos. Mais comumente a GNMP tipo 1 é relacionada a hepatite B ou C, sendo menos comum a associaçao isolada ao HIV. Os imunodepósitos responsáveis pelo espessamento da membrana basal glomerular e a interposiçao de células mesangiais conferem o aspecto de duplo contorno observado na microscopia. O diagnóstico histopatológico se dá pela Biópsia renal percutânea que define a etiologia, o planejamento terapêutico e prognóstico do paciente.
MÉTODO: Descriçao de caso clínico a partir de consulta à prontuário e exames laboratoriais. Relato: OSN, 61 anos, feminino, parda, empregada doméstica, hipertensa em uso de Losartana, Anlodipino, Furosemida e Atorvastatina; HIV/SIDA em uso de TARV (Lamivudina, Efavirenz e Abacavir), encaminhada ao Serviço de Nefrologia do Hospital Universitário Antonio Pedro para esclarecimento de quadro de emagrecimento, edema periorbitário e anemia (Hb de 9,0g/dL e Hto de 27,1%). Paciente foi internada para colocaçao de catéter venoso de longa permanência e hemodiálise. Os exames sorológicos para hepatite B e hepatite C foram negativos (HBsAg, Anti-Hbs, Anti-HBc IgM e IgG e Anti-HCV nao reativos). Biópsia renal foi realizada diagnosticando GMNP tipo1 por HIV. Recebeu alta para acompanhamento ambulatorial em uso de Alopurinol, Carbonato de Cálcio, Calcitriol, Bicarbonato de sódio e Hemax. Exames laboratoriais à época: Ureia de 26mg/dL e Creatinina de 2,52mg/dL. Cerca de dois meses depois, retornou à Emergência do mesmo hospital com astenia, letargia, perda ponderal, inapetência e febre, internada na enfermaria da Clínica médica, evoluiu com pneumonia, anasarca e rebaixamento de consciência. Admitida em Unidade de Terapia intensiva intubada em quadro de sepse de foco pulmonar e mau estado geral (Hb de 3,8 g/dL e Ht de 10,7%, Ureia de 97mg/dL, Albumina de 0,8g/dL e Creatinina de 3,30mg/dL). Paciente foi a óbito dias depois em falência orgânica múltipla com choque refratário.
CONCLUSAO: A associaçao entre HIV e GNMP tipo I é conhecida, geralmente relacionada a Hepatite B ou C. Os autores descrevem um caso de GNMP tipo I associada ao HIV, porém soronegativa para hepatite B e C.

 


 

PO: 52001

Glomerulonefrite Pós Infecciosa (GNPI) em paciente com Nefropatia Diabética(ND)

Autores: Samuel Shiraishi Rollemberg Albuquerque; Diêgo Fernando Figueiredo Santos; Krissia Kamile Singer Wallbach; Anderson Simambuco Kohatsu; Monique Vercia Rocha e Silva*; Iria Visona; Gianna Mastroianni Kirsztajan; Marcelino Souza Durao

monique_v@hotmail.com

UNIFESP

INTRODUÇAO: A doença renal crônica(DRC) pelo Diabetes mellitus(DM) é muito prevalente no mundo; no Brasil corresponde a segunda maior causa de DRC terminal. No entanto, em algumas ocasioes, quando a evoluçao clínica da DRC em paciente diabético é atípica, outras etiologias para o declínio da funçao renal sao aventadas, sendo necessária a biópsia renal. A GNPI é uma das etiologias de piora de funçao renal em pacientes com DM, encontrada isoladamente ou associada a ND em biópsias renais e o seu tratamento é muito discutível.
CASO CLINICO: MAL, masculino, 51 anos, DRC estágio 3A(TFG 53min/1.73m2), DM tipo 2 há 13 anos, HAS há 13 anos, dislipidêmico, ex- tabagista 20 anos/maço, cardiopata. Internado por quadro de edema de MMII há 15 dias, com piora há 1 semana, evoluindo para anasarca, associado a urina espumosa. Internaçao em outro serviço há 30 dias para tratamento de erisipela em perna direita com oxacilina por 7 dias. Fundo de olho: retinopatia proliferativa bilateral. Exames: Creatinina(Cr)5,54mg/dl, Uréia 261mg/dl, LDL 192 mg/dl, albumina 2.3 g/dl, Hemoglobina (hb)8.7g/dl e hb glicada 6,3%, sorologias para HIV, hepatites negativas e FAN 1: 160 nuclear pontilhado fino, C3 e C4 normais. Urina I: 80000 leucócitos, 30000 eritrócitos com dismorfismo eritrocitário e 6,4 g de proteína, urina de 24 horas: 11g de proteína em 2200ml, ultrassonografia: rins de tamanhos normais. Compensado da anasarca com diureticoterapia, porém com manutençao de Cr em 5.44mg/dl. Biópsia renal com glomerulonefrite proliferativa exsudativa difusa, glomeruloesclerose intercapilar nodular, crescentes fibrocelulares em 3 de 5 glomérulos, fibrose intersticial, atrofia tubular moderada, hialinose arteriolar grave e IF com C3 predominante em glomérulos. Realizada pulsoterapia com solumedrol por 3 dias e prednisona 1mg/kg.
DISCUSSAO: O caso clínico demonstra evoluçao atípica de DRC associada ao DM, fato que constitui indicaçao de biópsia, pois achados de outras patologias associadas poderiam gerar tratamentos que modificariam a evoluçao da doença. A GNPI em pacientes com nefropatia diabética associa-se a um péssimo prognóstico, com persistência de DRC ou evoluçao para estágio terminal na maioria dos casos, sendo a imunossupressao discutível. Em casos de formas crescênticas da GNPI, um curso de pulsoterapia com corticoides associados ou nao a ciclofosfamida pode ser empregado na ausência de infecçao ativa.

 


 

PO: 50449

Glomerulonefrite rapidamente progressiva pauci-imune ANCA positivo; relato de caso

Autores: Morgana Barbosa Duarte*; Ravidson Carlos Correia Graça; Katienne Góes Mendonça; Joanny de Lima e Silva Barbosa; Fernando Antônio Melro Ressurreiçao

morganabduarte@gmail.com.br

Universidade Federal De Alagoas.

INTRODUÇAO: A glomerulonefrite rapidamente progressiva (GNRP) é caracterizada por declínio rápido da funçao renal (reduçao > 50% da TFG), ao longo de dias ou semanas. Pode ser classificada em três tipos, de acordo com os achados da imunofluorescência: presença de depósitos lineares, depósitos granulares de imuno-complexos e pauci-imune.
OBJETIVO: Relatar um caso de GNRP pauci-imune ANCA +, secundária a vasculite sistêmica.
METODOLOGIA: Relato de caso.
RELATO DE CASO: NNS, 56 anos, feminino, branca, procedente do Rio Grande do Sul. Paciente com parestesias e dor em membros inferiores iniciados há 2 meses, associados a febre diária, poliartrite, mialgia, astenia e perda ponderal de 6kg. A admissao, encontrava-se em BEG, afebril, hipocorada + /4 +, sem alteraçoes à ausculta cardiopulmonar e ao abdome. Observava-se livedo em antebraços, edema + + /4 + e hipoestesia bilateral em membros inferiores e paresia em pé direito. Nos exames admissionais: anemia normocítica/normocrômica; VHS aumentado (130 mm/h na 1ah e 140 mm/h na 2ah); cr = 5,12 mg/dL (basal = 0,72mg/dL) e ur = 122 mg/dL; EAS com + /4 + de proteínas, 20 hemácias p/c; proteinúria de 24h = 817 mg/24h; sorologias negativas, complemento normal, FAN negativo e c-ANCA positivo. USG de vias urinarias sem alteraçoes da ecogenicidade renal e ENMG de membros inferiores com padrao de polineuropatia mista crônica desmielinizante e axonal. TC do tórax com derrame pleural bilateral. A biópsia renal confirmou GNRP pauci-imune. Iniciou-se corticoterapia em dose imunossupressora e pulsoterapia com metilprednisolona seguido de ciclofosfamida, com melhora clinica do quadro neurológico e funçao renal (cr = 2,55 mg/dL), recebendo alta com diagnóstico de GNRP pauci-imune ANCA +.
DISCUSSAO: No caso descrito a biópsia renal confirmou GNRP pauci-imune, que corresponde a cerca de 45% dos casos de GNRP e tem como causas as vasculites ANCA + (poliangeíte microscópica- PAM-e Granulomatose com poliangeite). A presença do ANCA +, associado ao quadro clínico, torna a PAM como principal hipótese. A terapia de induçao inclui combinaçao de metilprednisolona, ciclofosfamida e plasmaférese.
CONCLUSAO: A causa da GNRP deve ser investigada, sendo para isso a biópsia renal de fundamental importância. Neste caso a etiologia mais provável é PAM, uma vasculite sistêmica de pequenos vasos que se caracteriza pela ausência ou escassez de depósitos imunes vasculares e é associada com ANCA em aproximadamente 90% dos casos.

 


 

PO: 51661

Glomerulopatia induzida por exposiçao ocupacional ao tolueno como solvente orgânico: seguimento de paciente após terapia renal substitutiva com transplante renal pré-emptivo

Autores: Lucas Pereira Abrao Eid*; Rafael Vicente Sanches Gonçalves; Raphael Del Duca Ottuzal; Alexandro Luis Losano Curti; Daniel Yvamoto Fujihara; Ronaldo Roberto Bérgamo; Daniel Rinaldi dos Santos; Thiago Gomes Romano

lucaseid@uol.com.br

Faculdade de Medicina do Abc.

INTRODUÇAO: A literatura médica afirma que a exposiçao crônica a solventes orgânicos pode induzir glomerulopatia (GP) ou agudizar uma doença renal pré-existente. O tolueno, hidrocarboneto aromático absorvido por via cutânea e pulmonar, de odor desagradável, é utilizado na indústria como solvente para pinturas, agentes de limpeza e vernizes. Os mecanismos imunológicos pelos quais a exposiçao aos hidrocarbonetos leva à GP foram observados por Ravnskov et al, que demonstrou em experimentos com animais que tais substâncias se combinam com proteínas renais e depositam-se nos glomérulos, induzindo a produçao de auto-anticorpos contra células renais e formaçao de imunocomplexos glomerulares, com múltiplos graus e padroes microscópicos diferentes de lesao glomerular e tubular. Contudo, nao há na literatura relatos consistentes sobre o efeito da descontinuaçao da exposiçao ocupacional e do transplante renal (Tx) nesses indivíduos.
RELATO DO CASO: RCM, masculino, 31 anos, eletricista de manutençao de empresa química produtora de tintas e vernizes; encaminhado ao ambulatório de Nefrologia da FMABC com quadro de hipertensao arterial e edema de membros inferiores, com macroalbuminúria (MAlb) de 600mg/24h e creatinina sérica (Cr) de 3,9 mg/dL. Relata que tolueno era amplamente utilizado nos processos industriais e na limpeza das máquinas; seu ambiente de trabalho era mal ventilado, havia muita poeira e cheiro forte de produtos químicos, nao utilizava equipamentos de proteçao individual e 2 colegas de trabalho faleceram de intoxicaçao e mais 2 realizam hemodiálise. A etiologia da doença renal foi dada como ocupacional e caracterizada como GP crônica com proteinúria. Como tratamento, optou-se por afastamento do trabalho e planejamento para terapia de substituiçao renal. O paciente conseguiu recolocaçao para uma empresa alimentícia, em que trabalha desde entao. Sua irma ofereceu-se como doadora para um Tx, sendo HLA-ll haploidêntico. Um ano após o Tx, apresentava Cr de 1,4 mg/dL, sem MAlb, assintomático. Atualmente, 7 anos após o Tx, se mantem com Cr de 1,25 mg/dL, sem MAlb e assintomático.
DISCUSSAO: O seguimento ambulatorial do caso após descontinuaçao da exposiçao ocupacional e Tx demonstrou que a progressao da insuficiência renal foi revertida, altamente sugestivo de que a exposiçao ao tolueno foi a causa da GP e representando uma conduta eficaz para casos similares.

 


 

PO: 51812

Inflamaçao, doença óssea, vitamina D e nefrite lúpica de início recente

Autores: Ana Paula Calheiros de Lima; Aline Lazara Resende; Cristiane Bitencourt Dias; Luciene Machado; Vanda Jorgetti; Viktoria Woronik*

viktoriaw@usp.br

Nefrologia – FMUSP

INTRODUÇAO: A patogênese da nefrite lúpica (NL) inclui deposiçao de complexos imunes, e desregulaçao do complemento, apresentaçao de antígenos, linfócitos T e B e células T regulatórias (Treg). Pacientes com NL apresentam alteraçoes na remodelaçao óssea, de caráter multifatorial, envolvendo fatores de risco tradicionais e relacionados à doença. Porém, sabe-se que pacientes com NL já apresentam diminuiçao do turnover ósseo ao diagnóstico. A vitamina D (vitD) é um hormônio com açao sobre o sistema imune em investigaçao. Ela age redirecionando a resposta Th1 para Th2, controlando os linfócitos Th17 e estimulando a açao imunossupressora das células Treg. Frente à fisiopatologia da NL e às propriedades da vitD, nós hipotetizamos que a perda óssea precoce na populaçao do estudo possa ser revertida através do tratamento da doença de base e da suplementaçao de vitD.
OBJETIVO: O objetivo foi estudar a reposiçao de vitD desde o diagnóstico, em pacientes com NL associada ao tratamento da doença, segundo KDIGO.
MÉTODOS: Coletamos dados de seguimento de 15 pacientes, com NL ativa, com diagnóstico recente, com funçao renal preservada (MDRD > = 30) e baixa ou nenhuma exposiçao a corticoides. Avaliamos ao longo do tempo atividade de doença e níveis de vitD. Todas as pacientes receberam imunossupressao (IS) de acordo com o KDIGO, e vitD.
RESULTADOS: As pacientes NL apresentaram uma média de 29,5anos, uma proteinúria 4,7g/dia e uma TFG 37ml/min/1,73m2 ao diagnóstico. Quanto às classes de NL: 10 IV, 3 III, 1 V pura e 1 II. Todas apresentaram níveis insuficientes de vitD (9,9ng/ml) e aumentados de marcadores de atividade lúpica (MCP1, IL-6 e TNF). A biópsia óssea, a espessura osteoide e a superfície de reabsorçao das pacientes NL foram maiores, comparadas com um grupo semelhante com glomerulopatias primárias (0.th 2.74 x 7.1, p = 0,04; ES/BS 8.27 x 2,55, p = 0,002), predominando reabsorçao sobre formaçao ósseas. Aos 6 meses: 1 paciente em TRS, proteinúria 1,43, TFG 86,7, Hb 12,1, C3 110,5, 25(OH)D 24,33. Aos 12 meses: 1 paciente em TRS, proteinúria 1,33g, TFG 73,7, Hb 11,8, C3 108,0, 25(OH)D 24,88. Ao final do seguimento médio de 4,27 anos: 2 pacientes em TRS, proteinúria 0,71, TFG 97,2, Hb 13,3, C3 113,81, 25(OH)D 22,4. Todas pacientes voltaram a receber vitD.
CONCLUSAO: A reposiçao de vitD e a IS, apesar de alcançar resposta completa da doença na maioria dos indivíduos, nao foram capazes de manter um estado de suficiência de vitD permanente, mesmo quando em remissao de NL.

 


 

PO: 50585

Lesao renal aguda na gestaçao

Autores: Sarah Tucci de Blaso*; Vitor Moura Júnior; Francisco Roberto Lello Santos; Thaynara Vilela Pere; Thais de Carvalho da Silva; Pedro Figueiredo Macedo

sarahtuccibiaso@gmail.com

Universidade Josè Rosário Vellano.

D.M.P., trinta anos, admitida com edema de membros inferiores há duas semanas. Refere urina espumosa e aumento de peso progressivo. Em uso de Losartana e Hidroclorotiazida há uma semana, além de AINE para enxaqueca. Devido atraso menstrual foi solicititado Beta- HCG que mostrou positividade. Exame físico: corada, hidratada, afebril. PA: 150 x 100 mmHg, anasarca. Peso: 110 kg (anterior: 98Kg). Débito urinário: 600ml/dia; Abdome em avental, difícil palpaçao. Exames complementares: USG obstétrico: Embriao único de aproximadamente 7 semanas; USG renal: normal. Exames laboratoriais: Creatinina: 2,05 mg/dL; ureia: 127 mg/dL; Hemograma normal. TSH: 18,1 microIU/ml; ácido úrico: 8,4 mg/dL; Urina I: pH: 6.0; proteínas: 500mg/dL; nitrito negativo; leuc.: 6/campo e hemáceas: 5/campo. Albumina sérica: 2.0g/dL; proteinúria 24 horas: 2618,0mg; dupuraçao de creatinina 31,4 mL/min. FAN: 1: 80; Anti RO: reagente; Ausência de proteína monoclonal; C4: 19; C3: 92; CH50: 88; p-ANCA – reagente título: 1: 160. Diagnostico diferencial: Patologia renal intrínseca ou uma glomerulopatia secundária num contexto da gestaçao. Dentre as glomerulopatias primárias destacamos nefropatia por IgA e a glomeruloesclerose segmentar e focal (GESF). Na gestaçao poderia ocorrer agudizaçao de Lupus Eritematoso Sistêmico devido a presença de anticorpos antinucleares ou uma necrose tubular aguda inespecífica. A nefrite intersticial por fármacos também deve ser aventada. Hipótese diagnóstica: doença glomerular primária (GESF ou IgA).
DISCUSSAO: Para a conduçao clínica e terapêutica adequadas foi imprescindível a biópsia renal, pois a introduçao de imunossupressores acarretariam efeitos colaterais. É descrita uma contra indicaçao relativa de tal procedimento na gestaçao. Porém, a utilizaçao de ultrassonografia guiando a biópsia minimiza este risco. Foi confirmada GESF pela microscopia optica e instituída terapia adequada. A paciente teve evoluçao clínica/laboratorial satisfatórias.

 


 

PO: 51440

Leucemia linfocítica crônica e infecçao crônica por hepatite B em um paciente com GNMP

Autores: Paulo Miranda; Vajgel; Luis Henrique Sette; Daiane Barros; Maria Alina Cavalcante; Lucila Valente; Marcela de Melo Cavalcanti e Leitao

giselevajgel@hotmail.com

UFPE.

INTRODUÇAO: Glomerulonefrite membranoproliferativa (GNMP) é um tipo de glomerulonefrite mediada por imunocomplexo que pode ser causada por doenças auto-imunes ou linfoproliferativas, além de infecçoes crônicas, tais como a hepatite. É difícil de distinguir a causa, quando mais do que um possível fator está presente. Caso: Um homem de 44 anos apresentou-se com síndrome nefrótica e aparecimento recente de hipertensao. Ele era assintomático e tinha passado de trabalho com pesticidas à base de benzeno por 6 anos. Os testes de laboratório mostraram Rel A/Cr 10,3 e hematúria, consumo de C3 e C4, crioglobulinas no soro estavam presentes e o FAN foi fracamente positivo (1/80, padrao pontilhado fino). Os testes sorológicos para HIV, HCV, sífilis, p-ANCA, c-ANCA, anti-DNA e anti-Sm foram negativos, com exceçao de antiHBc IgG positiva com HbsAg e antiHBs negativos, mas uma carga viral baixa (36U). Devido a leucocitose (30.000), linfocitose (61%) com a presença de sombras de Gumprecht nos esfregaços de sangue, um teste de imunofenotipagem apontou leucemia linficítica crônica (LLC)/linfoma linfocítico de pequenas células B, apesar do mielograma normocelular. Por piora de funçao renal com necessidade de HD, ele recebeu metilprednisolona em pulsos e prednisona 1 mg/kg /dia. Dois meses depois, já sem precisar de HD, foi realizada biópsia renal que mostrou 17 glomérulos volumosos com acentuada lobulaçao, hipercelularidade mesangial e proliferaçao endocapillar com padrao nodular e áreas de duplicaçao da membrana basal; fibrose intersticial leve em torno de túbulos atróficas e infiltrado linfomononuclear e artérias com fibrose da íntima. A IF mostrou depósitos de IgM nas alças glomerulares. A microscopia eletrônica confirmou hipercelularidade endocapilar e descartou depósitos eletrondensos ou fibrilas. O paciente apresentou remissao parcial 6 meses após (proteinúria 2 g/d; Alb 3,4mg/dL; Cr 1,3 mg /dL), mas o corticóide precisou ser suspenso por causa da tuberculose pulmonar. Um ano após o diagnóstico o mesmo encontra-se com funçao renal estável e proteinúria em torno de 1g/dia.
CONCLUSAO: Em casos de mais de um fator possivelmente implicado na gênese da glomerulopatia, é difícil determinar o foco do tratamento. No caso apresentado, apesar da presença de infecçao crônica pelo HBV, a resposta clínica ao corticóide reforça o diagnóstico de GNMP e crioglobulinemia devido a LLC.

 


 

PO: 51925

Nefropatia membranosa com crescentes e infecçao por Zika Vírus, relato de caso.

Autores: Isis Magalhaes; Pedro Lorenzo; Nathanael Pinheiro; Silvia Sardi; Gubio Campos; Oriana Mattos Brandao; Stenio Cerqueira de Ataide*

ataide@ufba.br

Universidade Federal da Bahia.

Nefropatia membranosa (NM) é uma causa frequente de síndrome nefrótica em adultos, pode ser primária ou secundária. A associaçao entre NM primária e crescentes é rara, sugere uma outra doença superposta como Lúpus, Anti-MBG, ou vasculites ANCA positivo. Apresentamos o caso de um paciente de 36 anos, com diagnóstico prévio de NM primária, admitido por quadro febril, rush cutâneo, e rápida perda de funçao renal. O paciente foi previamente tratado com ciclosporina A (CsA) por dois anos, com resposta parcial, mantendo funçao renal estável, creatinina em torno de 2,0 mg/dl e proteinúria nao nefrótica. Elevou proteinúrio em uso CsA, foi optado por mudança de esquema imunosupressor. Após retirada de CsA, desenvolveu quadro febril, rush cutâneo, artralgia e mialgia. Procurou pronto atendimento, identificado creatinina 4,4 mg/dl. Foi internado, elevou creatinina a 9,0 mg/dl, proteinúria a 34 g/24h, passando a requerer tratamento dialitico. Submetido a biópsia renal, que evidenciou NM com crescentes celulares e fibrocelulares em 18% dos amostrados e crescentes fibrosas em 6%, a imunofluorescência foi inespecífica, a microscopia eletrônica nao acrescentou informaçoes adicionais. Foi submetido a pulsoterapia com metilprednisolona e ciclofosfamida IV (CFV), seguido de prednisona oral, 01 mg/Kg/dia O PCR para Zika Virus (ZIKV) foi positivo (+), IgG para Dengue (+), sorologia para Chikungunya, AgHBs, Anti-HCV, Anti-HIV, VDRL, FAN, Anti-DNA, Anti-MBG e ANCA negativos, C3, C4, CH50 na faixa normal. O paciente recuperou funçao renal a níveis basais, recebeu alta com programaçao para manter pulsos mensais de CFV. Em março 2015, na Bahia, foram diagnosticados os primeiros casos da epidemia por ZIKV no Brasil, foi reconhecida a sua associaçao com microcefalia. O espectro desta doença ainda nao é totalmente conhecida. O ZIKV é detectado na urina por até 02 semanas após infecçao aguda, mas nao há relato de envolvimento renal conhecido. Chamamos a atençao para uma evoluçao incomum na nefropatia membranosa primária, em vigência de infecçao aguda por ZIKV. Deve-se atentar para alteraçoes do sedimento urinário e funçao renal nos casos de infeçao por ZIKV, até maior conhecimento sobre esta virose.

 


 

PO: 50556

Nefropatia membranosa primária em paciente diabético – relato de caso

Autores: André Falcao Pedrosa Costa; Raíssa Ruperto Souza da Chagas*; Vanessa Késsia Teixeira de Moura

raissa.ruperto@gmail.com

Universidade Federal de Alagoas.

A nefropatia diabética é uma complicaçao crônica comum em diabetes tipo I e II. A lesao histológica típica é a glomerulosesclerose nodular tendo como base fisiopatológica a hiperfiltraçao glomerular. Sua apresentaçao clássica é traduzida pela microalbuminúria nos estágios iniciais, a qual pode evoluir até insuficiência renal terminal. Em algumas situaçoes o curso da doença nao é compatível com a evoluçao habitual, que é indicativo de uma possível lesao glomerular nao diabética. Descreve-se um caso de uma glomerulopatia nao diabética em um paciente portador de DM tipo II. JSC, 58 anos, pardo, masculino, nao fumante, DM há 8 anos, HAS há 3 anos, em regular controle clínico com BCC, diurético tiazídico, AAS e insulina. Foi avaliado pela nefrologia devido a presença de proteinúria. Inicialmente, paciente com IMC 28, PA 160×90 mmHg, ACV sem alteraçoes, edema de MMIIs. O fundo de olho mostrava retinopatia diabética apenas incipiente. Os exames neste momento indicavam: hemograma normal, Hb1Ac 8,1%, creatinina 2 mg/dl, proteinúria 2,8 g/24h. Foi introduzido IECA, intensificado controle glicêmico e mudança de hábitos. Manteve-se clinicamente estável. Depois, no entanto, houve piora progressiva da proteinúria de 24 hs, chegando ao máximo de 11,4 g/24h, sem alteraçoes do controle glicêmico nem da PA. Foram solicitados: anti-HIV, anti-HCV, FAN, complemento C3, C4 e CH50, ASLO, FTA-ABS, anticorpos contra esquistossomose, e todos esses foram negativos. Assim, realizou-se a biópsia renal diante da dissociaçao entre o curso clínico e a piora acentuada da proteinúria. A biópsia mostrou: MO – presença de 15 glomérulos, todos com aumento discreto da celularidade, espessamento difuso da membrana basal, que à prata, evidenciou a presença de espículas. O interstício mostrava grau moderado de fibrose e discreta atrofia tubular e presença de alguns vasos com hialinizaçao. A imunofluorescência mostrou presença de IgG + + e C3 + + em alças capilares. Estabelecendo-se o diagnóstico de nefropatia membranosa. O rastreio para neoplasias foi negativo. O paciente foi submetido a aumento da dose de IECA, dieta hipocalórica e com 1g/Kg de peso de proteínas. Seis meses depois, mostrava-se clinicamente bem, funçao renal estável, proteinúria reduziu para 6 g/24h. Permanece em acompanhamento ambulatorial. Relatou-se uma caso de nefropatia membranosa primária em diabético, com alta complexidade na conduçao clínica tendo em vista ao nao vantagem (risco x benefício) do uso de imunossupressores.

 


 

PO: 50435

Nefropatia por IgM com excelente resposta ao tacrolimus: relato de caso

Autores: Jacqueline da Fonseca Santos; Tayná Gontijo de Carvalho*; José Carlos Carraro Eduardo; Amanda Vanessa Demarchi; Mário Sales Neves do Carmo Filho; Márcia Michelle Souza da Silva; Ariane Arruda de Moura; Valentine de Almeida Costa de Castro Lima

taynag.carvalho@gmail.com

Universidade Federal Fluminense.

INTRODUÇAO: A nefropatia por IgM é uma glomerulopatia idiopática mediada pelo complexo imune. Metodologia Revisao de prontuário e de exames complementares.
RELATO DE CASO: JLC, mulher, 37 anos, branca. Em junho de 2014, paciente iniciou quadro de edema nos tornozelos. Angiologista solicitou Doppler arterial e venoso de MMII e prescreveu diosmim e higroton. Com piora do edema e foi acrescentado clexane, benzetacil e daflon. Em agosto de 2014, devido à urina espumosa e progressao do edema foi constatada hipertensao. Referiu ganho de 12 Kg em 3 meses. Apresentava edema em face, dorso e MMII até a raíz das coxas, depressível, com cacifo. Trocado clortalidona por furosemida e iniciado espironolactona. Nos exames complementares, apresentava: (24/09/15) Alb/glob 1,4/3,7, proteinúria 5750mg/24h; (09/10/15)-proteinúria de 6126 mg/gCr, albuminúria 4737 mg/gCr (77%); (18/11/15)- Alb/glob 1,6/3,2, proteinúria 1033 mg/gCr, albuminúria 919 mg/gCr (88%). EAS: ptns + +; hem 2-3 e leuco 4-6. Eletroforese de proteínas com hipergamapoliclonal. Biópsia renal mostrou à microscopia óptica fragmentos de cortical e medular renal contendo 27 glomérulos. Discreta fibroplasia intimal em segmento de artéria arcada. A imunofluorescência fragmentos de cortical e medular renal contendo 9 glomérulos com positividade nas incubaçoes para anti-pool e anti-IgM (intensidade superior a 2 + /4 +), em eixo mesangial. Incubaçoes para anti-IgA, IgG, C1q,C3, fibrinogênio, kappa e anti-lambda sem especificidade. A microscopia eletrônica apresentava fusao segmentar de pedicelos podocitários com alteraçoes degenerativas leves e irregularidades da membrana basal glomerular. Iniciado tratamento com prednisona e piora em doses abaixo de 30 mg. Optado por ciclofosfamida, sem resposta adequada (foi suspensa). Em novembro de 2015, iniciado tacrolimus 4mg/dia, com melhora clínica e laboratorial após um mês de uso. Atualmente, paciente encontra-se assintomática, sem edema e com funçao renal normal.
CONCLUSAO: A nefropatia por IgM pode apresentar pouca resposta ao corticosteróides e a evoluçao para DRC terminal é observada em até ¼ dos casos. Ciclofosfamida e os inibidores da calcineurina têm sido recomendados nos pacientes corticorresistentes ou cortico dependentes. No caso aqui relatado, embora a funçao renal tenha se mantido normal em toda a evoluçao, a proteinúria nefrótica e o edema generalizado persistiram com o uso de corticosteroides e ciclofosfamida, e desapareceram totalmente com o uso do tacrolimus.

 


 

PO: 51632

Paciente do sexo feminino com glomerulonefrite membranosa e Doença de Alport: relato de caso

Autores: Mariana Pigozzi Veloso; Precil Diego Miranda de Menezes Neves; Lectícia Barbosa Jorge; Cristiane Bitencourt Dias; Luis Yu; Rafaela Brito Bezerra Pinheiro; Leonardo de Abreu Testagrossa; Viktoria Woronik

marianapigozzi@hotmail.com

HCFMUSP

INTRODUÇAO: A Doença de Alport (DA) é definida como uma doença genética ligada ao X, causada por mutaçoes nos genes COL4A3, COL4A4 e/ou COL4A5, responsáveis pela síntese do colágeno tipo IV, constituinte da Membrana Basal Glomerular (MBG). Apresenta expressao fenotípica variável, desde hematúria glomerular a manifestaçoes raras, como síndrome nefrótica.
RELATO DE CASO: Paciente de 37 anos, gênero feminino, parda, apresentou-se em hospital universitário com quadro de anasarca, urina espumosa e ganho de 10 quilos em dois meses. Ausência de sinais de doença sistêmica, hipertensao, lesoes cutâneas, artrite ou uso de drogas nefrotóxicas. Ex-tabagista. Negava etilismo ou uso de drogas ilícitas. Antecedente obstétrico: sete gestaçoes, uma de gêmeos, oito filhos (seis homens e duas mulheres), sem abortos. Pré-eclâmpsia na última gestaçao e trabalho de parto prematuro (36 semanas) há 02 anos. Realiza tratamento medicamentoso para Hipertensao Arterial Sistêmica desde entao, com bom controle pressórico. Possui quatro filhos com manifestaçoes clínicas de DA, sendo que o primeiro realiza hemodiálise, assim como duas tias e três primos de primeiro grau. As duas filhas sao assintomáticas. Sem história de co-sanguinidade na família. Exames complementares: creatinina 0,62mg/dL, CKD-EPI 134ml/min/1.73m2, Albumina: 1,3g/dL, Proteinúria de 24h 5,5g, Urina I: sem hematúria ou leucocitúria. FAN, anti-DNA, FR e ANCA negativos. VDRL positivo 1: 1 e FTAbs fracamente positivo 2,73 (cutoff 0,216). Ultrassonografia de rins e vias urinárias: rins de tamanho e aspecto normal. Biópsia renal: 14 glomérulos, celularidade e cápsula de bowman preservados. Presença de espículas ocasionais em MBG. Fibrose intersticial focal, infiltrado linfocitario. Imunofluorescência: Depósitos granulares de IgG 3 + /3 +, kappa 2 + /3 +, lambda 1 + /3 + em capilares glomerulares, padrao global e difuso. Microscopia eletrônica: MBG irregular, alternando áreas de espessamento e afilamento com delaminaçao da lâmina densa. Depósitos eletrondensos subepiteliais em capilares glomerulares com espículas. Compatível com Glomerulonefrite Membranosa (GNM) tipo I + DA. Anticorpo contra receptor de fosfolipase A2 sérico negativo e anti IgG4 sérico normal.
CONCLUSAO: A associaçao entre a Doença de Alport e glomerulopatias relacionadas a imunocomplexos é rara. Ao nosso conhecimento, esse é o primeiro caso descrito da associaçao entre DA e GNM.

 


 

PO: 51618

Perfil clínico-epidemiológico de pacientes com glomerulopatias em um Hospital Escola de Itajubá – Minas Gerais

Autores: Izabela Cristina Silva Morales*; Thalita Torres Sales; Luciene Azevedo Morais; Leonardo Lucas Ribeiro Renó; Roberta Daiana Bueno de Souza; Daniel Fonseca Pereira; Pablo Girardelli Mendonça Mesquita

bela_morales@hotmail.com

Faculdade de Medicina de Itajubá.

INTRODUÇAO: As glomerulopatias possuem apresentaçoes variadas, podendo ser primárias ou secundárias. Elas ocupam o terceiro lugar como causa de doença renal crônica. Assim, a realizaçao da biópsia renal torna-se fundamental no diagnóstico histopatológico e prognóstico desses casos. Muitas vezes apresentam curso insidioso, fato que retarda o diagnóstico e contribui para uma pior sobrevida do paciente. Os estudos epidemiológicos das doenças glomerulares, mesmo quando realizados em âmbito regional, contribuem para melhor compreensao dessas patologias e permitem a adoçao de estratégias para prevençao e tratamento das mesmas.
OBETIVO: O objetivo deste trabalho foi traçar o perfil clínico-epidemiológico de pacientes com glomerulopatias no Hospital Escola de Itajubá-MG (HE-FMIt).
MÉTODOS: Através de análise retrospectiva dos prontuários de pacientes submetidos à biópsia renal em um período de 4 anos, desde a criaçao do serviço em 2012 até 2015. Foram realizadas 27 biópsias pelo serviço de Nefrologia do HE/FMIt. Os dados analisados foram: idade, sexo, indicaçao de biópsia renal, exames laboratorias, diagnóstico histopatológico, complicaçao pelo procedimento e informaçoes sobre o tratamento e desfecho clínico.
RESULTADOS: A média de idade foi 39,48 ± 15,56, com maioria do sexo feminino (66,66%). As principais indicaçoes de biópsia renal foram síndrome nefrótica (37,03%) e alteraçao de funçao renal (22,22%). Como resultado histopatológico houve predomínio discreto das glomerulopatias secundárias, sendo a nefrite lúpica com maior representatividade (58,33%). Dentre as primárias, prevaleceu a glomeruloesclerose segmentar e focal (63,63%). A maioria dos pacientes (92,59%) nao apresentou complicaçoes pelo procedimento. Grande parte dos pacientes fizeram uso de imunossupressor (77,77%) e a maioria permaneceu em tratamento ambulatorial (59,25%). Evoluíram para terapia dialítica 18,51%, e 11,11% foram a óbito. Dados estatísticos variados foram utilizados para análise dos resultados laboratoriais.
CONCLUSAO: Embora tenha sido encontrado um predomínio discreto das glomerulopatias secundárias, os achados sobre os diagnósticos clínico e histopatológico dialogam com estudos nacionais. Este estudo poderá contribuir para melhor compreensao sobre a incidência e comportamento das glomerulopatias no sul de Minas Gerais, e permitir a adoçao de estratégias visando novas formas de prevençao e manejo clínico das mesmas.

 


 

PO: 50561

Perfil dos pacientes com GNRP submetidos a biopsia renal HRAN; 2005 a 2015

Autores: Fábio Humberto Ribeiro Paes Ferraz*; Cristiane Daniele Von Borstel da Silva; Sergio Raimundini Cavechia

fabionefro@gmail.com

Hospital Regional da Asa Norte – HRAN.

INTRODUÇAO: A doença renal crônica terminal (DRCT) atualmente é considerada um problema de saúde devido a sua crescente prevalência e ao alto impacto econômico. As glomerulopatias (GN) sao uma etiologia frequente de DRCT, sendo uma das apresentaçoes mais dramáticas as glomerulonefrites rapidamente progressivas (GNRP).
OBJETIVO: Determinar o perfil dos pacientes com GNRP submetidos à biopsia renal no Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), de 2005 a 2015.
MÉTODOS: Avaliados os prontuários dos pacientes com GNRP submetidos a biópsia renal no período de janeiro de 2005 a fevereiro de 2015. Dados analisados: gerais (sexo, idade, etiologia), anátomo-patológicos (crescentes, fibrose intersticial) e clínicos (pulsoterapia, diálise, complicaçoes clínicas e desfecho).
RESULTADOS: Das 264 biópsias realizadas, 65 (24,6%) tiveram como indicaçao clínica GNRP. A idade média foi de 29,85 anos (± 12,9), 40% de homens e 60% de mulheres.
DIAGNOSTICOS: desconhecido 3,1%; lúpus eritematoso sistêmico (LES) 50,8%; glomerulonefrite pós-infecciosa (GNPI) 13,9%; glomerulonefrite pauci-imune 3,1%; glomerulonefrite crônica 16,9%; nefrite túbulo-intersticial 3,1%, glomerulonefrite por IgA 4,6% e glomerulonefrite por HIV 4,6%. Dados anátomo-patológicos: crescentes em 81,5% das biópsias (30,8% celulares, 35,4% fibrocelulares e 15,4% fibróticas). Dados clínicos: todos submetidos a pulsoterapia. 52,3% necessitaram diálise, 66,2% tiveram complicaçoes (40% infecciosas; 1,5% cardiovasculares; 24,6% de ambas).
DESFECHO CLINICO: 26,2% óbito; 23,1% diálise crônica e 29,2% conservador, 21,5% com desfecho desconhecido. Comparando lúpicos (n = 33) com os nao-lúpicos (n = 32), houve diferenças quanto à idade (26.03 ± 7.99 vs. 33.78 ± 15.73, p = 0.016), sexo feminino (81.8% vs. 37.5%, p = 0.0004), crescentes fibróticos (6,1% vs. 25%, p = 0.044); necessidade de diálise (36,4% vs. 68,8%, p = 0.013); fibrose intersticial grave (6,1% vs. 34,4%, p = 0.0053); e complicaçoes clínicas (36,4% vs. 12,5%, p = 0.042), nao sendo observadas diferenças quanto a desfecho clínico.
CONCLUSAO: O estudo evidenciou importantes informaçoes sobre o perfil dos pacientes com GNRP que dao entrada neste hospital em um período de 10 anos, havendo um predomínio de pacientes jovens, predominando o LES e a GNPI como principais etiologias de GNRP.

 


 

PO: 51965

Perfil epidemiológico das glomerulopatias no Distrito Federal

Autores: Ana Paula Pereira Santana Lemes Canuto; Tânia Maria de Souza Fontes; Fabiana Oliveira Gonçalves; Rubia Bethania Biela Boaretto; Tiago Furtado Ferreira; Odimary Araújo Costa Reis Silva; Maira de Faria Polcheira*

mairavilha@gmail.com

Secretaria de Saúde.

INTRODUÇAO: A doença glomerular é uma importante causa de doença renal crônica terminal, principalmente em adultos jovens. No Brasil, aproximadamente 20% dos pacientes apresentam diagnóstico de glomerulopatia à admissao para diálise. A indicaçao da biópsia renal é praticamente a regra nessas doenças, já que pleomorfismo de sinais e sintomas, dificulta a correlaçao anátomo-clínica. A falta de dados epidemiológicos consistentes no Distrito Federal, ressalta a importância desse trabalho.
OBJETIVO: Traçar um perfil epidemiológico dos pacientes com suspeita de glomerulopatia, ou com diagnóstico confirmado, encaminhados para seguimento no ambulatório de nefrologia de um hospital terciário do Distrito Federal.
MÉTODO: estudo transversal, descritivo, retrospectivo, realizado através da análise de prontuários físicos e eletrônicos dos pacientes atendidos no ambulatório de glomerulopatia, no período de 31 de janeiro de 2013 a 01 de maio de 2016.
RESULTADOS: Foram analisados 273 prontuários nesse período. A idade média dos pacientes atendidos foi de 42 anos, destes, 60 % eram do sexo feminino e 40% do sexo masculino. Com relaçao a raça, 47% eram brancos, 30% pardos, 13% negros e 10% nao-informaram. Glomerulopatia primária esteve presente em 37% dos casos, secundária em 30%, familiar 4% e 29% nao tiveram diagnóstico confirmado de glomerulopatia. A apresentaçao clínica mais comum foi de síndrome nefrótica tanto nas glomerulopatias primárias, quanto nas secundárias (74% e 25% respectivamente) e de proteinúria nefrótica isolada nas familiares. Das glomerulopatias primárias, as mais comuns foram Doença de lesoes mínimas (DLM) (33%) e Glomeruloesclerose segmentar e focal (GESF) em 25% dos casos. Das glomerulopatias secundárias, o lúpus eritematoso sistêmico (LES) foi a mais comum, com 64%. Dentre as glomerulopatias familiares, 55% eram Doença de Alport e 9% Doença de Fabry. Com relaçao aos desfechos, 2% receberam alta da nefrologia, 13% perderam seguimento (considerado como falta às consultas por mais de 1 ano), 4% evoluíram para doença renal estágio terminal, 1% transplantaram e 3% foram a óbito.
CONCLUSAO: As glomerulopatias primárias mais comuns encontradas em nosso trabalho foram DLM e GESF, e dentre as secundárias, grande destaque para o LES, dados estes, que estao de acordo com outros trabalhos já publicados na literatura.

 


 

PO: 51825

Perfil epidemiológico de biópsias renais realizadas em um hospital quaternário de Recife-PE; estudo restropectivo

Autores: Camila Barbosa Lyra de Oliveira; Carolina de Andrade Jordao de Vasconcelos; Denise Maria do Nascimento Costa; Ana Paula Santana Gueiros; Emídio Cavalcanti de Albuquerque; Leonardo Lopes da Cruz*

leonardolopescruz@hotmail.com

Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira.

INTRODUÇAO: A biópsia renal constitui um instrumento fundamental para o diagnóstico e prognóstico das glomerulopatias. O registro de biópsia renal, por sua vez, pode fornecer dados epidemiológicos sobre incidência e prevalência destas doenças. O conhecimento da epidemiologia da doença renal, juntamente com associaçoes clínico-patológicas, fornecem informaçoes importantes na prática clínica.
OBJETIVO: Descrever a epidemiologia das glomerulopatias em um hospital quaternário de Recife.
MÉTODO: Estudo descritivo, retrospectivo, em que foram avaliadas biópsias renais em rim nativo de pacientes acompanhados em um ambulatório de glomerulopatias da cidade de Recife, durante o período de Junho de 2011 a Abril de 2016. Foram obtidos os seguintes dados, no momento da biópsia, através de registros de prontuários: idade, sexo, apresentaçao clínica, história familiar de glomerulopatia, doenças associadas, creatinina sérica, presença de hipertensao, hematúria, leucocitúria e proteinúria de 24 horas. Foram incluídas apenas biópsias com microscopia óptica e imunofluorescência.
RESULTADO: Foram avaliadas 190 biópsias renais. A média de idade dos pacientes foi 31 anos e 65,3% eram do sexo feminino. As glomerulopatias primárias representaram 45,3% do total. Dentre as causas secundárias, houve predomínio da etiologia autoimune. Nefrite Lúpica foi o principal diagnóstico histopatológico (33,0%), seguido de Glomeruloesclerose Segmentar e Focal (24,0%) e Doença de Lesoes Mínimas (7,9%). Glomerulonefrite Membranoproliferativa mediada por imunocomplexos foi diagnosticada em 5,3% das biópsias, e mediada por complemento em 0,5%. A principal indicaçao de biópsia renal foi síndrome nefrótica, em 66% dos casos, seguida de hematúria e/ou proteinúria nao nefrótica, em 15%.
CONCLUSAO: A síndrome nefrótica continua sendo a principal indicaçao de biópsia renal. Estudos demonstram que a GESF é a causa mais frequente de síndrome nefrótica primária em adultos jovens. Diante de uma populaçao predominantemente do sexo feminino, a nefrite lúpica foi a glomerulopatia mais frequente desse estudo.

 


 

PO: 50514

Perfil histopatólogico e terapêutico de cinco casos de vasculites e relaçao com os desfechos renais

Autores: Juliana Liberatti Candeias*; Priscilla Teixeira de Souza; Fernanda Cristina Camelo Sanchez; Maria Alice Sper-to Ferreira Baptista

juju_liberatti@hotmail.com

Hospital de Base – FAMERP

INTRODUÇAO: As vasculites ANCA – relacionadas predominam em homens brancos entre 50-70 anos. Os rins sao frequentemente acometidos, sob a forma de glomerulonefrite rapidamente progressiva (GNRP), com insuficiência renal aguda (IRA) e necessidade de hemodiálise (HD). Desses, 80-90% sao p ou c-ANCA reagente (R). O quadro inclui: febre, mialgia, perda de peso, artralgia, tosse, hemoptise; assim como: consolidaçoes, nódulos, cavitaçoes, derrame pleural, entre outros. Sao altas as taxas de mortalidade e evoluçao para doença renal crônica terminal.
OBJETIVO: Analisar o perfil histopatológico, a terapêutica de cinco vasculites com GNRP e sua relaçao com dependência ou nao de HD.
MÉTODO: Análise retrospectiva dos casos diagnosticados entre 2012-2015.
RESULTADO: Cinco casos: três p-ANCA R, um c-ANCA R e um ANCA NR. Idade 54-69 anos. Apesar de frequente em homens, predominou em mulheres (4: 1). Os sinais e sintomas foram: febre, astenia, emagrecimento, tosse, hemoptise, dispnéia; com nódulos, massas, consolidaçoes e derrame pleural. 100% com hematúria, proteinúria e IRA; 60% em HD na admissao. Todos biopsiados: 8-18 glomérulos. Baseado na classificaçao histopatológica de Berden et al (2010), identificados: três formas mistas (< 50% glomérulos normais, < 50% com crescente, < 50% escleróticos), uma focal (> 49% normais), uma crescêntica (> 49% com crescentes). Segundo os autores, há melhor evoluçao nas formas focal e crescêntica (celular). Durante induçao, dois casos com a forma mista e um com a focal saíram de HD; um com a mista faleceu e a crescêntica (fibrocelular), permaneceu em HD. Três dos cinco que receberam corticóide e ciclofosfamida, mantiveram pulsos com a última droga por 6 m. Segundo estudo de Taewoo Lee et al (2014) os melhores desfechos foram vistos nos c-ANCA R, nas biópsias com mais de 10% de glomérulos normais e resposta com ciclofosfamida nos primeiros 4 m. No estudo de Wijangaarden et al (2006), continuaram em HD aqueles com: glomérulos normais menor que 18%; HD na admissao e presença de crescentes fibróticas.
CONCLUSAO: As manifestaçoes clínicas, radiográficas e laboratoriais sao compatíveis com as da literatura. Dos três que recuperaram funçao renal, apenas um realizou HD na admissao, todos tinham mais de 18% de glomérulos normais, sem crescentes fibróticas e resposta a induçao com ciclofosfamida. Os piores desfechos (óbito e dependência de HD) foram encontrados nos casos: p-ANCA R, HD na admissao e presença de crescentes fibrocelulares.

 


 

PO: 51966

Poliarterite nodosa e glomerulopatia membranosa relacionada a hepatite B: relato de caso

Autores: Marisa Petrucelli Doher; Ana Karoline Nobrega Cavalcanti*; Alexandre Wagner Silva de Souza; Gianna Mastroianni Kirsztajn

karolnobrega19@hotmail.com

Sociedade Beneficente Israelita Albert Einstein.

Existe em todo o Mundo uma alta incidência de infecçao pelo vírus da hepatite B(HBV). Este vírus leva, além das complicaçoes hepáticas já conhecidas, a numerosas manifestaçoes extra-hepáticas. Essas manifestaçoes, presentes em até 20% dos pacientes com hepatite B, sao geralmente imunomediadas. As mais comuns sao rash cutâneo, artrite, poliarterite nodosa(PAN) e glomerulonefrite. O objetivo deste trabalho é relatar o caso de paciente com diagnóstico de Hepatite B durante investigaçao de polineuropatia que apresentou nova manifestaçao extra-hepática relacionada a esta infecçao em vigência de terapia antiviral. Foi feito análise de prontuário e revisao de literatura. Paciente sexo masculino, 71 anos, apresentou quadro de neuropatia periférica, emagrecimento, astenia e dor abdominal pós-prandial com diagnóstico de hepatite B durante investigaçao. Após exclusao de outras etiologias para o quadro atual, feito diagnóstico de PAN pelos critérios do Colégio Americano de Reumatologia. Realizado tratamento com medicaçao imunossupressora pela gravidade do caso, com estabilizaçao clínica, e iniciado terapia antiviral com lamivudina. Paciente manteve carga viral elevada após 4 meses de tratamento sendo trocado medicaçao para entecavir apesar da possibilidade de resistência cruzada. Após 02 anos, em vigência de tratamento, porém ainda sem negativar carga viral, paciente evoluiu com proteinúria e piora de funçao renal. Indicado biópsia renal que demonstrou espessamento de membrana basal com Depósitos granulosos de IgG compatível com Glomerulopatia membranosa. Feito hipótese de provável resistência ao entecavir porém a carga viral era baixa o que impossibilitou a pesquisa de tal resistência. Foi optado pela troca de medicaçao para tenofovir, alcançando a negativaçao da carga viral após 03 meses de tratamento. Paciente evoluiu com conversao sorológica e mantém estabilizaçao do quadro renal. PAN e Glomerulopatia membranosa podem estar presentes em pacientes HBV positivos e estao relacionadas a lesao direta pelo vírus ou deposiçao de Imunocomplexos. O tratamento destas duas manifestaçoes extra-hepáticas é através do tratamento da doença de base com terapia antiviral, além de medicaçoes imunossupressoras nos casos graves.Este caso reforça a importância do tratamento da hepatite B com negativaçao da carga viral para evitar e tratar as complicaçoes associadas a esta infecçao.

 


 

PO: 52018

Relato de caso; glomerulonefrite membrano-proliferativa como apresentaçao de doença por cadeia leve secundária à mieloma múltiplo em paciente transplantado renal

Autores: Krissia Kamile Singer Wallbach; Laurisson Albuquerque Da Costa*; Maria Amelia Aguiar Hazin; Henrique Machado De Sousa Proença; Juliana Mansur Siliano; Gianna Mastroianni Kirsztajn; Jose Osmar Medina-Pestana; Samuel Shiraishi Rollemberg Albuquerque

laurisson7@hotmail.com

Universidade Federal de Sao Paulo.

INTRODUÇAO: O acometimento renal é comum entre os pacientes portadores de mieloma múltiplo (MM). A patogenia envolve diversos mecanismos,o que acarreta apresentaçoes histopatológicas heterogêneas.
OBJETIVO: Relatar caso de paciente transplantado com síndrome nefrótica cerca de 2 anos após o transplante renal.
RELATO: N Vs, 57 anos, DRC por doença de depósito denso(DDD), submetido a transplante(Tx) renal com doador falecido em 2012. Evoluiu com funçao tardia do enxerto (DGF), biópsia renal precoce com presença de RAC IA. Optado por pulsoterapia com metilprednisolona,alta no 12°PO. Mantido com tacrolimus, prednisona e azatioprina. Apresentou queda lenta da creatinina (Cr), porém sem outras complicaçoes no pós-Tx. Após 2 anos,apresentou hematúria dismórfica, proteinúria nefrótica (15g) e elevaçao de Cr. Optado por realizaçao de nova biópsia renal: 3 glomérulos, 1 esclerosado, 2 com hipercelularidade mesangial, expansao nodular da matriz e membrana basal irregularmente espessada-IF/TA moderada: Banff II. A imunofluorescência identificou depósitos de C3 e C1q em cápsula e membrana basal tubular. Como havia gamopatia monoclonal, foi realizada biópsia de medula óssea: plasmócitos (10-20%) isolados e em pequenos agregados, fechando o diagnóstico de MM. Realizada microscopia eletrônica, compatível com depósitos de cadeia leve, apesar da glomerulonefrite membrano-proliferativa(GNMP) presente na microscopia óptica. Evoluiu com perda do enxerto, retorno para diálise e suspensao da imunossupressao.
DISCUSSAO E CONCLUSAO: O acometimento renal no MM difere conforme o local de lesao primária. Sao as GNs mais frequentemente associadas: amiloidose(por cadeias leve e/ou pesada) e deposiçao de imunoglobulinas monoclonais(doença por cadeia leve e/ou doença por depósito denso). Há também casos de crioglobulinemia monoclonal e GN proliferativa por deposiçao de IgG monoclonal descritos. Pode haver também acometimento tubular(nefropatia por cilindros/rim do mieloma, disfunçao tubular distal, síndrome de Fanconi adquirido) e intersticial(nefrite intersticial, infiltraçao por células plasmáticas). Já a DDD é uma patologia de alto índice de recorrência no Tx. O caso descrito torna-se inusitado por nao apresentar recorrência da doença renal de base e nem GNMP com deposiçao de IgG secundária ao MM, mas sim nefropatia por cadeia leve expressando-se como uma GNMP, que só teve seu diagnóstico final após realizaçao de microscopia eletrônica. Portanto, a investigaçao aprofundada é necessária para casos de nefropatia por MM.

 


 

PO: 51941

Relato de caso; nefropatia por IgA com crescentes pós transplante renal

Autores: Krissia Kamile Singer Wallbach; Igor Gouveia Pietrobom*; Maria Amelia Aguiar Hazin; Henrique Machado de Sousa Proença; Juliano Mansur Siliano; Gianna Mastroianni Kirsztajn; Jose Osmar Medina-Pestana

igorpietrobom@gmail.com

Universidade Federal de Sao Paulo.

A nefropatia por IgA é a doença glomerular de maior prevalência mundial. A apresentaçao clínica, que pode variar de hematuria microscópica assintomática a quadros de glomerulonefrite rapidamente progressiva, refletem a grande variadade histopatológica da doença. A recidiva no enxerto é descrita, tendo como preditor o tempo de transplante. O objetivo desse trabalho é relatar um caso de recidiva de glomerulopatia por IgA com crescentes no pós transplante e revisar os fatores relacionados a recorrência da glomerulopatia no pós transplante.
RESULTADOS: paciente arbs, 39 anos, sexo masculino, doença renal crônica por nefropatia por IgA e submetido a transplante renal com doador vivo relacionado haploidentico (irma) há 12 anos. Durante o seguimento evoluiu com hematúria dismórfica, proteinúria subnefrótica e disfunçao aguda do enxerto (creatinina basal 1,2 mg/dl e evoluçao para 1,6 mg/dl). Submetido a biópsia renal que evidenciou recidiva de nefropatia por IgA com crescentes (21 glomérulos, 3 com esclerose segmentar e 2 com crescentes celulares e imunofluorescência com IgA, fibrose intersticial e atrofia tubular leves). Optado por tratamento proposto por pozzi (pulsoterapia com corticosteróides por 3 dias com 1 grama de metilprednisolona e manutençao de prednisona 0,5 mg/kg/dia) além dos demais imunosssupressores (azatioprina 2,5 mg/kg/dia e ciclosporina).
CONCLUSAO: a recorrência da nefropatia por IgA no pós transplante é relatada em 20-40% dos casos na literatura e até o décimo ano após transplante nao exerce impacto significativo na sobrevida do enxerto em séries de casos. Fatores que reduzem o risco de recorrência relatados na literatura sao a induçao com thymoglobulina além da manutençao de corticoterapia durante o período de manutençao.

 


 

PO: 51760

Rituximab; uma opçao de tratamento na glomerulopatia de lesoes mínimas córtico-resistente

Autores: Wyara Gomes de Aniceto*; Caroline Maia Nogueira da Silva; Juliana Maciel de Assis; Leticia de Oliveira; Emiliane Montoro Rosado; Osvaldo Merege Vieira Neto

wyaraga@gmail.com

SENERP

INTRODUÇAO: Glomerulopatia de lesoes mínimas (GLM) refere-se à presença de anormalidades morfológicas glomerulares (podocitopatias) associada a um quadro de proteinúria > 3,5g/24h, hipoalbuminemia e edema generalizado. Geralmente respondem bem à corticoterapia, porém em casos de córtico-resistência ainda mostram-se como um desafio.
DESCRIÇAO DO CASO: Paciente de 15 anos, masculino e procedente de Ribeirao Preto-SP procurou atendimento em dezembro de 2007 devido anasarca há 1 mês. Exames: Creatinina (Cr): 0,8mg/dL; Urina 1 (proteinas: 4 + /leucócitos: 3/hemácias: 1); Proteinúria: 7540mg/24h e Albumina(Alb): 1,8 g/L. Submetido a biópsia renal (42 glomérulos sem alteraçoes e imunofluorescência negativa) e diagnosticado como GLM. Iniciado tratamento com prednisona por 16 semanas sem resposta. Suspendeu-se a prednisona e iniciou-se ciclosporina. Sem melhora após 2 meses, dois episódios de pneumonia e azotemia foi suspensa a medicaçao, persistindo ainda com piora das escórias. (Dez/2008): Cr: 3,63; Uréia: 91; Alb: 1,8. Em janeiro/2009, iniciou-se Rituximab: 2 aplicaçoes de 375mg/m2 (700mg) EV, com intervalo de 15 dias entre as doses com boa resposta terapêutica: (Jan/2016): Alb: 3,8; Colesterol total: 149; HDL: 35; LDL: 85; Triglicerpideos: 142; Ur: 42; Cr: 1,17; Proteinúria: 1150mg/24h; Urina 1(prot: 0,35g/L/leuc: 1/hem: 4).
DISCUSSAO: A GLM é uma podocitopatia associada à síndrome nefrótica. O diagnóstico é presuntivo em crianças de 1 a 10 anos com síndrome nefrótica. Porém, nos demais casos optase pela biópsia renal, que apresenta-se com microscopia óptica e imunofluorescência sem alteraçoes e fusao dos processos podais à microscopia eletrônica. A terapia com esteróides continua sendo a primeira opçao. Entretanto, casos de córtico-resistência podem necessitar de drogas nefrotóxicas. O Rituximab apresenta-se como uma alternativa nos casos refratários de GLM. Anticorpo monoclonal quimérico anti-CD-20 que inibe a proliferaçao e a diferenciaçao de células B. Dose única de Rituximab de 375mg/m2 de superfície corporal foi suficiente para suprimir a presença circulante de células B CD19/20 positivas. Alguns casos com efeito colateral se mostraram como reaçao aguda. Em geral, observou-se a reduçao significativa no número de recidivas e diminuiçao na dose total de corticoide necessário e até mesmo a remissao completa. Entretanto, a evidencia disponível dessa terapêutica é baseada em pequenas séries de casos e requer confirmaçao em estudos prospectivos, randomizados e controlados.

 


 

PO: 52003

Sarcoidose com acometimento renal; relato de caso e revisao de literatura

Autores: Igor Gouveia Pietrobom*; Krissia Kamile Singer Wallbach;TamiresTeixeira Piraciaba; Américo de Sá Lima; Samuel Shiraishi Rollemberg Albuquerque; Diêgo Fernando Figueiredo Santos; Luiz Antonio Ribeiro de Moura; Anderson Simabuco Kohatsu; Carlos Alberto Balda

igorpietrobom@gmail.com

Universidade Federal de Sao Paulo.

INTRODUÇAO: A sarcoidose é uma doença caracterizada por granulomas epitelióides nao caseosos e de etiologia desconhecida, que acomete principalmente tórax, pele e olhos. O envolvimento renal é verificado em 20 a 30% das necropsias.
RELATO DO CASO: J.M.K., masculino, 65 anos, pardo, portador de gota e dislipidemia, ex-tabagista 40PY. Quadro de parotidite bilateral há 1 mês. Procurou PS com queixa de mal estar e confusao mental há 15 dias, dificuldade para deambular e parestesias em membros inferiores, com 5 quedas da própria altura na última semana. A admissao estava desidratado e com aumento importante das parótidas. Creatinina (Cr) 8,65mg/dl, uréia 118mg/dl, hemoglobina 9,8g/dl, cálcio total 12mg/dl, PTH 7,7pg/ml, 25-OH-vitamina D 4ng/ml. Urina 1, ultrassom de rins e tomografia (TC) crânio sem alteraçoes. USG de parótidas: múltiplas pequenas lesoes císticas e linfonodos intraparotídeos proeminentes-quadro inflamatório/infeccioso. TC tórax: áreas de vidro fosco,sem linfonodomegalias. Houve melhora progressiva da funçao renal,hipercalcemia e do quadro clínico com hidrataçao endovenosa, atingindo Cr 3,49mg/dl. Biópsia renal: 22 glomérulos,3 esclerosados, sem alteraçoes; túbulos com alteraçoes epiteliais degenerativas e regenerativas, interstício com edema, infiltrado inflamatório com células linfoides, agregados de histiócitos de permeio com células gigantes multinucleadas, além de fibrose moderada. Pesquisa para BAAR e fungos negativa. Foi dosada enzima conversora de angiotensina-I: 87,72nmol/ml/min(VR: 25-30). Firmou-se o diagnóstico de sarcoidose com acometimento renal: iniciada prednisona 1mg/kg,com melhora da funçao renal.
DISCUSSAO: A sarcoidose é uma doença rara, de etiologia desconhecida. Estima-se que em cada 100.000 indivíduos, até 10 brasileiros sejam portadores. O comprometimento renal da doença manifesta-se geralmente por proteinúria, aumento da Cr, hipostenúria, hipercalcemia, hipercalciúria e alteraçoes no sedimento urinário em 10-40% dos casos. A hipercalcemia é um achado comum (10 a 20%), e decorre do aumento da absorçao intestinal e reabsorçao óssea de cálcio, secundárias à elevaçao dos níveis de calcitriol produzido por macrófagos ativados nos granulomas. Os corticosteróides sao a base do tratamento, recomendando-se inicialmente prednisona 0,5 a 1 mg/kg/dia.
CONCLUSAO: A sarcoidose é uma doença rara e multissistêmica,diante da qual deve-se considerar múltiplos diagnósticos diferenciais. Porém seu reconhecimento e tratamento precoces melhoram a morbimortalidade dos acometidos.

 


 

PO: 51905

Síndrome de Goodpasture – relato de glomerulonefrite rapidamente progressiva em jovem oligossintomático pulmonar; um desafio diagnóstico

Autores: Victor de Carvalho Brito Pontes*; Bruno Palhares Ferreira de Miranda; Arthur Frederico de Albuquerque Maranhao Filho; Henrique Ataíde Mariz; Fabio de Lima Queiroga

victorcbpontes@gmail.com

Hospital Miguel Arraes.

INTRODUÇAO: A Síndrome de Goodpasture é uma rara condiçao que se manifesta por hemorragia pulmonar e glomerulonefrite rapidamente progresiva (GNRP), com distribuiçao etária bimodal (30-60 anos) e mortalidade elevada (30%). É resultado de uma resposta imune contra peptídeos localizados no domínio nao-colágeno 1 da cadeia 3 do colágeno tipo IV da membrana basal glomerular (MBG) e da alveolar. É responsável por 5% dos casos de glomerulonefrite e é a causa em 10 a 20% das GNRP com crescentes em biópsias renais. A principal causa de morte é a hemorragia pulmonar, porém, a glomerulonefrite, se nao tratada, evolui rapidamente para doença renal crônica.
OBJETIVO: Descrever caso de GNRP e hemorragia pulmonar secundário à doença do anticorpo anti-MBG em jovem oligossintomático, a despeito de elevada azotemia e anemia grave refratária.
RELATO DE CASO: Paciente de 19 anos, sexo masculino, admitido na emergência com edema progressivo de face e membros inferiores há um mês, evoluindo com anúria, dispnéia, ortopnéia e episódio único de hemoptise há uma semana. Relato de amigdalite com antibioticoterapia um mês antes do início das queixas. Exames revelaram Uréia: 345mg/dl e Creatinina: 40,51mg/dl. Iniciado hemodiálise por anúria, hipervolemia e azotemia. Sumário de urina revelou proteinúria, hematúria e leucocitúria, suspeitando-se de GNRP. Tomografia de tórax: opacidades em vidro fosco difusas e simétricas bilaterais, indicando possível edema ou hemorragia alveolar. Levantada hipótese de Síndrome Pulmao-Rim devido à anemia grave persistente sem causa aparente, realizando pulsoterapia com metilprednisolona por três dias. Apresentou Complemento sérico normal, P-ANCA, C-ANCA, Anti-DNA dupla hélice, Anti-Sm, Anti-Ro e Anti-La nao reagentes, além de FAN com padrao nuclear pontilhado fino (1/80). Biópsia renal: microscopia óptica revelou glomeruloesclerose global e difusa e Imunofluorescência com depósitos lineares difusos de IgG em alças capilares e depósitos granulares de C3.
CONCLUSAO: A apresentaçao clínica da síndrome de Goodpasture no relato exposto foi composta de poucos sinais urêmicos e, sobretudo, pulmonares, apesar da importante azotemia e da anemia refratária. Dessa forma, o relato ratifica a necessidade de manter uma elevada suspeiçao clínica em pacientes oligossintomáticos pulmonares que evoluem com glomerulonefrite rapidamente progressiva, uma vez que o diagnóstico precoce da síndrome diminui a evoluçao para doença renal terminal e, sobretudo, a mortalidade.

 


 

PO: 50486

Síndrome nefrótica com anti-PLA2R secundária a Nefropatia membranosa; estudo de caso

Autores: Gisele Calado da Silva Barros*; Natalyne Clemente de Almeida Lima; Maria Eduarda Braga Souza; Natália Lemos Leite; Patrícia Jaqueline Xavier da Silva

caladogisele@gmail.com

Instituto de Medicina Integral Prof Fernando Figueira.

A Nefropatia membranosa (NM) é uma das principais causas de Síndrome Nefrótica em adultos e se caracteriza pela presença de lesao da membrana basal glomerular, o diagnóstico é realizado por biópsia renal. Anticorpos anti-PLA2R sao considerados biomarcadores da NM primária, a primeira associaçao de NM com auto-imunidade foi demonstrada pela presença de auto-anticorpos contra o Receptor do tipo M de Fosfolipase A2 (PLA2R) na superfície dos podócitos. Objetivou-se relatar a implementaçao da sistematizaçao da assistência de enfermagem (SAE), em uma paciente com Síndrome Nefrótica com Anti-PLA2R secundária à Nefropatia membranosa, com base na Taxonomia NNN (NANDA-I, NIC e NOC) 2012-2014.Trata-se de um estudo qualitativo, exploratório, do tipo caso clínico, realizado em uma enfermaria de Nefrologia, de um hospital público da cidade do Recife-PE, no período de 01/04-25/04/16. Para a implementaçao da SAE, foi realizado coleta de dados por meio de entrevista clínica com o paciente, exames físicos, análise de achados laboratoriais e clínicos. Esta pesquisa foi submetida ao comitê de ética em pesquisa do IMIP. A coleta de dados consiste: Paciente L.L.S.A, sexo feminino, casada, 55 anos, 82kg, diabética há 16 anos. Internada para investigaçao de Síndrome nefrótica com Anti-PLA2R + secundária à nefropatia membranosa. Apresentou piora da funçao renal, disglicemias de difícil controle, fatores que adiaram início de terapia imunossupressora. Ao exame físico: EGbom, eupnéica, afebril, hidratada, hipocorada. Ritmo cardíaco regular em 2T, com sopro sistólico audível, FC 95bpm, PA 130x80mmHg. Ausculta pulmonar normal. Abdômen: flácido, depressível e indolor. Edema em MMII com lesoes ulceradas. Em uso de: Sinvastatina, Amitripilina, Fluoxetina, Omeprazol, Insulina NPH + regular, Metilprednisolon (esquema Ponticelli). Os principais diagnósticos de enfermagem foram: Ansiedade; Risco para infecçao; Volume de líquidos excessivo; Perda da integridade da pele; Risco de glicemia instável. Diante dos diagnósticos identificados, foram selecionados as seguintes intervençoes: Apoio psicológico; Avaliar SSVV; Controle de eletrólitos e monitorizaçao de líquidos; Identificar lesoes; Orientaçao quanto à dieta hipossódica e para o diabético; Controle glicêmico.
RESULTADOS: Aceitaçao de apoio psicológico; SSVV estáveis; Equilíbrio hídrico; Diminuiçao do edema; Pele íntegra; Estabilidade glicêmica. Os resultados obtidos diante das implementaçoes foram satisfatórios na evoluçao clínica da paciente.

 


 

PO: 51741

Síndrome nefrótica córtico-sensível familiar em gêmeas univitelinas

Autores: Lenina Ludimila Sampaio de Almeida*; Leila Silveira Vieira da Silva; Ronaldo Roberto Bérgamo; Claudio Couto Lóssio Neto; Élida Camila Nunes Valoes; Alecia Cândido Monteiro da Silva; Cassius Ramiro Fernandes Landim; Isabelly de Oliveira Pinheiro

lenina.ludmila@hotmail.com

UFCA.

INTRODUÇAO: A síndrome nefrótica córtico-sensivel (SNCS) na infância tem como principal etiologia a Doença de Lesoes Mínimas (DLM) esporádica. A DLM familiar é rara, com poucos casos descritos na literatura. Consequentemente, o padrao de herança genética e as bases moleculares da doença sao pouco conhecidas, ao contrário do que ocorre na Glomeruloesclerose Segmentar e Focal familiar, onde vários genes com seu modelo de herança já foram descritos.Nos poucos casos relatados, o curso clínico é semelhante à forma esporádica. É necessário um maior número de relatos para possibilitar avanços no entendimento desta patologia.
RELATO DE CASO: Paciente A: Menor de 2a4m admitida com quadro de anasarca e normotensa, posteriormente a uma infecçao viral. Exames laboratorias: proteinúria de 24 horas: 760mg; albumina 1,9; colesterol total 918; LDL 302, Sumário de urina: Prot: + +, Hem: 3/campo; Creatinina: 0.4.Havia sido internada há 7 meses em outro hospital por pneumonia, seguida de anasarca com exames laboratoriais também compatíveis com síndrome nefrótica e complemento normal. Na ocasiao, foi tratada com prednisolona(60mg/m2), evoluindo com boa resposta. Feito diagnóstico de SNCS (provável DLM), com primeira recidiva, sendo novamente iniciada a prednisolona com boa resposta. Apresentou mais duas recidivas 15 e 20 meses após o primeiro episódio, sempre precedidas de infecçao de via aérea superior e com remissao após corticoterapia, sendo o desmame realizado em cerca e dois meses.. Encontra-se atualmente (32 meses após o primeiro episódio), com nova recidiva, sendo iniciado novamente corticóide. Paciente B: Menor de 2a7m, gêmea idêntica da paciente anterior, admitida com quadro de anasarca após quadro gripal há 6 dias. Normotensa. Exames laboratoriais: Hb 15,4; creatinina 0,42; albumina 1,1; colesterol total 250. EAS: proteínas + + + 19 hemácias/campo e proteinúria de 24 horas: 2,43g. Foi tratada com prednisolona na dose de 60mg/m2. Retorna para nova consulta após um mês com doença em remissao, sendo iniciado desmame de corticóide. Apresentou recidivas após 12 e 18 meses após o episódio inicial, com rápida resposta à corticoterapia. Atualmente assintomática.
CONCLUSAO: Tratam-se de Gêmeas univitelinas portadoras de SNCS (provável lesoes mínimas) familiar com evoluçao clínica semelhante à forma esporádica. Mais relatos de casos sao necessários para possibiitar futuros estudos que busquem a compreensao da base genética e molecular dessa patologia.

 


 

PO: 51734

Síndrome nefrótica secundária à sífilis; relato de dois casos

Autores: Paulo Miranda Cavalcante Neto*; Maiara Llarena Silva Salvador; Liliane de Andrade Carvalho; Lívia Feitosa Rodrigues; Valkercyo Araújo Feitosa; Marcela de Melo Cavalcanti e Leitao; Guilherme Gouveia Danzi; Pedro Alves da Cruz Gouveia

pmcn86@gmail.com

Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco.

INTRODUÇAO: A sífilis, doença infecciosa sexualmente transmissível, é causada pela bactéria espiroqueta Treponema pallidum. O envolvimento renal tem prevalência menor que 10% e o espectro clínico vai da albuminúria assintomática até a síndrome nefrótica (SN). O diagnóstico é feito por testes sorológicos como o VDRL e o FTA-Abs. Patologicamente, se caracteriza por uma glomerulonefrite membranosa acompanhada por leve proliferaçao mesangial, com depósitos subepitelais contendo IgG e complemento. A resposta, frequentemente, é dramática com Penicilina Benzatina na dose de 2.400.000U intramuscular por 3 semanas, apresentando remissao de 4 a 18 meses.
MATERIAL E MÉTODOS: Relato de dois casos através de revisao de prontuário e revisao da literatura.
RELATO DO CASO 1: Paciente, sexo masculino, 20 anos, com história de anasarca, associado a pele descamativa e tosse seca há 15 dias. Os exames complementares revelaram proteinúria de 7,15g em 24h, hipoalbuminemia, hiperlipidemia, sendo diagnosticado SN. Realizada biopsia renal com achados compatíveis com Glomerulopatia Membranosa em fase inicial. Pesquisa de causas secundárias para HIV, VHB, VHC, colagenoses foi negativa, com exceçao do VDRL e FTA-Abs positivos, sendo realizado tratamento com Penicilina Benzatina por 3 semanas com melhora clínica evidenciada ambulatorialmente.
RELATO DE CASO 2: Paciente, sexo feminino, 18 anos, parda, sem comorbidades, apresentou-se com máculas eritematosas em palmas das maos e plantas dos pés, febre, mialgia e faringite, com melhora espontânea em duas semanas, e persistência das máculas, que se tornaram hipercrômicas. Evoluiu com edema generalizado associado a urina espumosa, sendo confirmado SN por apresentar hipoalbuminemia, hipercolesterolemia e albuminúria 4 + no sumário de urina. A suspeita clínica de sífilis foi confirmada pela positividade do FTA-Abs e VDRL em altos títulos. Foi realizado tratamento com Penicilina Benzatina por 3 semanas, com regressao total dos sintomas ao fim deste período com proteinúria de 363mg/24h.
CONCLUSAO: Estes dois casos reforçam a importância da solicitaçao do VDRL e FTA-Abs na investigaçao de secundarismo da SN. Sífilis secundária é uma causa reversível de SN em pacientes com vida sexual ativa, mesmo que nao apresentem lesoes cutâneas características. Com o recrudescimento da incidência da sífilis no Brasil, essa entidade deve ser lembrada principalmente em pacientes jovens como dos casos aqui relatados.

 


 

PO: 51835

Uso de Rituximab em Nefrite Lúpica

Autores: Bernardo Vergara Reichert; Lectícia Barbosa Jorge; Beatriz Seves de Holanda; Cristiane Bitencourt Dias; Hugo Abensur*; Luis Yu; Viktoria Woronik

sabensur@usp.br

Faculdade de Medicina da Universidade de Sao Paulo.

INTRODUÇAO: Ainda é motivo de controvérsia na literatura o uso de Rituximab (RTX) no tratamento de Nefrite Lúpica (NL). Estudo controlado randomizado (LUNAR) mostrou resultado negativo, porém pequenos estudos observacionais relatam eficácia em pacientes multitratados.
OBJETIVO: Avaliar a açao terapêutica do RTX em pacientes com NL multitratados e resistentes.
MÉTODOS: Foram incluídos 5 pacientes, mulheres com NL classe IV, idade média de 35 (19-50) anos, resistentes a tratamentos prévios com corticoides em dose alta, ciclofosfamida, micofenolato mofetila (MMF) ou azatioprina. Duas pacientes apresentavam ainda Crioglobulinemia e uma apresentava SAAF renal. Protocolo para uso do RTX desenvolvido para uso neste serviço: -Medicaçoes pré-infusao: metilpredinisolona, ondansentrona, dipirona e difenidramina. -Administraçao do RTX: 375mg/m2 (500-1000mg) diluído em SF 0,9% em concentraçao final de 1-4mg/mL. Infusao contínua através de bomba, com velocidade inicial de 50mL/h e aumentando-se para 100mL/h após 3h caso nao haja efeito adverso. -Contagem mensal de células CD20 nos 6 primeiros meses.
RESULTADOS: Após a infusao de RTX a populaçao de células CD20 ficou indetectável em todos os pacientes, repletando-se em media após 252 (60-570) dias. Durante o tempo de seguimento de 462 (360-720) dias, três pacientes receberam duas infusoes de RTX enquanto duas pacientes apenas uma infusao. Com relaçao à resposta da NL, considerando-se os valores iniciais antes da infusao de RTX e os finais os do final do seguimento, constatamos: -creatinina nao diferiu no período avaliado (2.3 x 2.4) e uma paciente desenvolveu DRC dialitica. -queda da proteinúria media (2.3 x 0.9) -manutençao dos níveis séricos de complemento C3 (90 x 82) -aumento dos níveis de hemoglobina em medias (10.3 x 12.1) -nao observamos efeitos adversos importantes. Ao final do seguimento, excluindo-se a paciente que desenvolveu DRC dialítica, o tratamento imunossupressor prescrito foi MMF 2g/dia associado à Prednisona 10mg/dia para três pacientes e Prednisona 5 mg/dia para uma paciente.
CONCLUSOES: Em pacientes com NL classe IV multitratadas resistentes constatamos uma falência terapêutica do RTX em 20% (uma em cinco). Nas demais, foi possível poupar a carga de imunossupressao convencional, baixando-se a dose de corticoide sem prejuízo da remissao da doença.

 


 

PO: 51593

Vasculite sistêmica induzida por cocaína adulterada com levamisole

Autores: Francisco Veríssimo Veronese; Verônica Verleine Horbe Antunes; Joao Batista de Castro Filho; Caroline Reck; Velton Manzoni; Gustavo Gomes Thomé; Dirceu Reis da Silva; Viviane Sebben; Alberto Nicolella; Elvino José Guardao Barros

dirceucx@terra.com.br

Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA).

INTRODUÇAO: O consumo de cocaína adulterada com levamisole pode induzir vasculite sistêmica com lesoes de pele, trombose intravascular, neutropenia e nefrite crescêntica. Anticorpos anti-citoplasma de neutrófilos (ANCA), anti-mieloperoxidase (anti-MPO) e antiproteinase 3 (anti-PR3) estao presentes na maioria dos pacientes.
OBJETIVO: Descrever dois casos de usuários crônicos de cocaína/levamisole, que se apresentaram com injúria renal aguda e lesoes cutâneas.
MÉTODO: Dois pacientes se apresentaram na admissao hospitalar com perda severa de funçao renal e/ou púrpura retiforme com necrose cutânea, admitindo uso crônico de cocaína. Levantou-se a suspeita de exposiçao à cocaína adulterada com levamisole, quando foram coletadas amostras seriadas de urina para análise toxicológica de cocaína e levamisole por imunocromatografia (Abon®, Biopharm, Hangzhou, China), com teste confirmatório por espectrometria de gás com cromatografia de massa (GM/MS) pelo sistema Agilent® 7890A/5975C system (Wilmington, DE, USA).
RESULTADOS: Um dos pacientes apresentava púrpura retiforme e necrose de pele nos lobos das orelhas e nos membros inferiores. Os dois casos descritos cursaram com creatinina sérica elevada, proteinúria nao-nefrótica, anemia, consumo de complemento (C3) e positividade para ANCA, com anti-MPO e anti-PR3. A biópsia renal demonstrou glomerulonefrite crescêntica (GNC) pauci-imune com necrose e inflamaçao glomerular. Confirmou-se a presença de levamisole em proporçao de 30% da amostra de cocaína. Medidas seriadas na urina foram positivas as duas drogas na internaçao e no seguimento ambulatorial. Os pacientes foram orientados a interromper o uso de cocaína e iniciaram imunossupressao com pulso de metilprednisolona seguido de prednisona oral, e pulsos intravenosos mensais de ciclofosfamida devido a severidade da nefrite crescêntica. Durante o seguimento ambos os pacientes apresentaram resoluçao das lesoes de pele e melhora progressiva da funçao renal, principalmente quando em abstinência de cocaína.
CONCLUSAO: De nosso conhecimento, estes sao os primeiros casos relatados de glomerulonefrite crescêntica associada a envolvimento cutâneo no Brasil. Os achados clínicos, em conjunto com positividade para anti-MPO e anti-PR3, sao compatíveis com exposiçao ao levamisole, substância identificada na urina dos pacientes. Este quadro clínico deve elevar a suspeiçao para vasculite induzida por cocaína adulterada com levamisole, drogas cujo consumo é crescente em todo o mundo.

 

HIPERTENSAO ARTERIAL

PO: 50512

Avaliaçao de proteína em sedimento urinário e pressao arterial em feira de saúde

Autores: Carla Herrmann Monteiro*; Mayara Ramos Buccolo; Marcela Vieira Camillo; Luiza Morais Oliveira; Erika Alves de Araújo; Lucas José de Antonio; Suemy Matos Hirokawa; Javé Oliveira Valdevino

carlaherrmann@yahoo.com.br

Centro Universitário Sao Camilo.

INTRODUÇAO: As doenças cardiovasculares representaram as causas de morte mais relevantes no mundo, entre elas, a Hipertensao Arterial Sistêmica (HAS). O controle da pressao arterial é imprescindível na prevençao da insuficiência renal crônica (IRC). A IRC é uma doença lenta e progressiva, que mantêm o paciente sem sintomas até que tenham perdido cerca de 50% de sua funçao renal.
OBJETIVO: Este trabalho tem o objetivo analisar os dados coletados na Feira da Saúde, evento realizado pelo Centro Acadêmico do curso de Medicina do Centro Universitário Sao Camilo.
METODOLOGIA: Foi realizado um estudo transversal sobre o perfil clínico e laboratorial de voluntários de demanda. Foram atendidos 79 voluntários, que foram submetidos a aferiçao de pressao arterial e exame laboratorial quantitativo de urina. Por fim, foi realizada a tabulaçao e uma análise estatística destes dados.
RESULTADOS: Dos 79 voluntários atendidos, 50% dos voluntários já apresentavam uma das doenças de base: HAS (20%), doença pulmonar (15%) e diabetes (10%). 65% dos voluntários apresentavam história familiar de doenças cardiovascular, incluindo HAS. Dentre todos os voluntários, 31% apresentavam ao menos uma pressao (sistólica ou diastólica) alterada. Considerando o exame quantitativo da urina, realizado através de destipik, 35% nao apresentaram proteínas na urina, 59% apresentaram traço e 5% apresentaram 2 cruzes de proteínas na urina.
DISCUSSAO: Dos participantes desse estudo, 62% que apresentaram proteinúria tinham hipertensao como doença de base, traço que corrobora com a associaçao de proteinúria com a lesao glomerular. É de conhecimento que 6% dos pacientes desse estudo englobam, concomitantemente, dois grupos de riscos para possível doença renal crônica, sendo ela a Diabetes mellitus (DM), visto seu potencial para ocorrência de lesao renal e a proteinúria em taxa acima do normal.
CONCLUSAO: Ressalta-se a idéia de que a proteinúria detectada por fita de emersao como fator isolado na avaliaçao de doenças renais nao é critério diagnóstico padrao-ouro, porém é de extrema importância para indicar grupos de risco para a investigaçao de possíveis lesoes renais.

 


 

PO: 51619

Hipertensao arterial e investigaçao de etiologia secundária; relato de caso de Feocromocitoma

Autores: Klinger Ricardo Dantas Pinto*; Carolina Monteguti Feckinghaus; William Augusto Casteleins Cecilio; Leonardo Hassegawa; Marlene Atsuko Ishida; Vicente Cordeiro Netto; José Moacir Fonseca da Silva

klingerp@yahoo.com

CINDACTA2.

Feocromocitomas sao tumores raros das células cromafins da medula adrenal, sendo a causa de hipertensao arterial sistêmica em menos de 0,2% dos pacientes hipertensos. Podem ocorrer em qualquer idade, mas a incidência é maior em torno da quarta e quinta década de vida. Os sintomas clássicos incluem cefaléia, sudorese e taquicardia. Cerca de metade dos pacientes tem hipertensao paroxística e o restante, hipertensao essencial. Apresentamos o caso do paciente JCJ, 51 anos, hipertenso há 15 anos. Nos últimos 04 anos apresentando pressao arterial de difícil controle, apesar do uso de 04 medicaçoes anti-hipertensivas(olmesartana, anlodipino, espironolactona e metoprolol). Em 2012, realizou investigaçao de hipertensao secundária que observou doppler de artérias renais sem sinais de estenose, mas a tomografia de abdome revelou formaçao nodular hipodensa medindo 32 x 31 x 28 mm, localizada na topografia da adrenal direita, com características tomográficas sugerindo benignidade(adenoma). Nesta época, os exames laboratoriais afastaram Hiperaldosteronismo primário e Feocromocitoma. Em 2016, persistia com hipertensao sem controle, estudo de MAPA evidenciando cargas pressóricas acima de 90% da meta em todas as medidas, sendo optado por repetir a investigaçao diagnóstica. Tomografia de abdome: lesao nodular de 42 x 36 mm na topografia da adrenal direita, com densidade próxima de zero, sugerindo adenoma. Nos exames laboratoriais apresentou metanefrinas urinárias de 24 h elevadas: 1237 µg/24 horas (referência 104-718 µg/24h) e catecolaminas urinárias elevadas, à custa de noradrenalina 1316 pg/24h (referência até 420 pg/24h), epinefrina e dopamina na urina de 24h normais. O paciente foi submetido ao preparo com alfa bloqueador e posteriormente beta bloqueador antes da cirurgia para a retirada do feocromocitoma. Durante a cirurgia o controle da pressao arterial foi satisfatório e a adrenal direita foi retirada sem intercorrências. Nos dias imediatamente seguintes ao procedimento, a pressao média já estava dentro do alvo, com expectativa de retirada progressiva dos anti-hipertensivos. A peculiaridade do caso em questao reside no fato de ser um paciente hipertenso de longa data com investigaçao inicial negativa para feocromocitoma, mas ressaltando-se que a sensibilidade diagnóstica das dosagens das catecolaminas pode atingir níveis de somente 85%, torna-se imperioso prosseguir na investigaçao da etiologia, apesar dos reveses iniciais.

 


 

PO: 51820

Hipertensao resistente e disfunçao renal; relato de caso de estenose de artéria renal bilateral com abordagem segura em tempo único

Autores: Carlos Tadeu Bichini Guardia; Bento Fortunato Cardoso Dos Santos; Marisa Petrucelli Doher*; Sônia Perez Cendon Filha; Jose Renato Martines Martins; Felipe Nasser; Luis Felipe Cintra Pereira; Virgilio Goncalves Pereira Junior

maridoher@gmail.com

UNIFESP.

A estenose da artéria renal (EAR) é definida como um estreitamento do lúmen arterial renal.A aterosclerose, que geralmente envolve o óstio e o terço proximal da artéria renal, é responsável por 90% dos casos de EAR, sendo mais prevalente em indivíduos de idade avançada, particularmente naqueles com diabetes, dislipidemia, doença arterial coronária ou hipertensao arterial sistêmica (HAS). Essa entidade pode acompanhar-se de doença renal crônica e HAS. Seu tratamento consiste no uso de medicaçao isoladamente ou revascularizaçao das artérias estenosadas que quando realizada deve ser preferencialmente pelo método percutâneo com colocaçao de stent. O melhor método a ser utilizado continua controverso baseado em dados de literatura. O objetivo deste relato é descrever o caso de uma paciente com EAR grave bilateral na qual foi realizada tratamento com revascularizaçao através de angioplastia primária em ambas artérias renais em um único procedimento. Paciente M.C.L., 66 anos, branca, sexo feminino, ex-tabagista, coronoriopata, dislipidêmica e hipertensa há 30 anos com controle eficaz da pressao arterial, em uso de bloqueador do receptor de angiotensina, evoluiu no ano de 2015 com descontrole pressórico necessitando de ajuste de dose e aumento no número de anti-hipertensivos (03 classes incluindo diurético). No mesmo ano apresentou lesao renal aguda KDIGO 3 após episódio de diarreia permanecendo com creatinina alterada após evento (CKD-EPI 20 ml/min/1.73m2).Realizado ultrassonografia dos rins e artérias renais com doppler que evidenciou rins de tamanhos normais e ateromatose difusa, com sinais de estenoses na emergência das artérias renais com repercussao hemodinâmica. Optado por realizaçao de arteriografia que confirma a estenose grave de artérias renais bilaterais (60 % artéria renal direita e 95% artéria renal esquerda). Foi realizada angioplastia com stent farmacológico bilateral, com realizaçao de parenquimograma completo após o término de cada procedimento demonstrando adequado fluxo renal e retorno venoso. Paciente evolui sem intercorrências após o exame, com controle pressórico adequado com diminuiçao do número e dose de anti-hipertensivos e melhora de funçao renal (CKD-EPI > 60ml/min/1.73m2).O melhor benefício para o tratamento com revascularizaçao ocorre naqueles pacientes com EAR com repercussao hemodinâmica no contexto de insuficiência renal progressiva e/ou deteriorizaçao da HAS. A intervençao endovascular bilateral se mostrou eficaz e segura neste caso.

 


 

PO: 51991

Implicaçoes da orientaçao de restriçao de sódio em pacientes renais crônicos em hemodiálise; ensaio clínico randomizado

Autores: Geórgia Alcântara Alencar Melo*; Maia Francisca Costa da Silva; Manuela Gomes Melo; Lidiane Marcolino Mangueira; Diogo Gomes de Melo; Renan Alves Silva; Wellingston Lins Alencar Filho; Joselany Afio Caetano

georgiaenf@hotmail.com

Universidade Federal do Ceará.

INTRODUÇAO: O tratamento do paciente renal crônico dialítico demanda o envolvimento aprofundado do paciente a um regime complexo de necessidades que inclui desde adesao ao uso das medicaçoes prescritas às orientaçoes nutricionais. Dentre elas estao as que envolvem o consumo de sódio. Neste sentido, reduzir a ingestao de sódio em pacientes com doença renal crônica é importante para maximizar os benefícios da terapia e está associada a um melhor controle da pressao arterial. Aproximadamente 40 a 53% dos portadores de doença renal crônica nao controlam adequadamente a pressao arterial, sendo a hipertensao sistólica a responsável pela maior parte desse controle inadequado. Tendo em vista as diversas complicaçoes que o excesso de consumo de sal pode causar, se faz necessária a sua restriçao. Assim, buscou-se avaliar as implicaçoes da orientaçao nutricional da restriçao de sódio em pacientes em tratamento hemodialítico, comparando a consulta tradicional vs. a consulta com tecnologias interativas.
MÉTODO: trata-se de um ensaio clínico randomizado controlado, realizado entre os meses de agosto de 2015 a fevereiro de 2016 em uma unidade de diálise do interior da Paraíba. O estudo abrangeu 86 pacientes, sendo 43 no grupo intervençao e 43 no grupo controle. A amostra foi randomizada por sorteio computadorizado. Para o grupo experimental, a orientaçao foi realizada de forma individualizada durante as sessoes de hemodiálise, com duraçao de aproximadamente 30 minutos, fazendo uso de tecnologias educativas auxiliares, como cartilhas e vídeos. Cada paciente teve duas orientaçoes mensais, ou seja, uma por semana. O grupo controle continuou tendo as consultas da nutriçao mensais sem uso de tecnologias auxiliares.
RESULTADO: A orientaçao nutricional teve efeitos na reduçao do consumo de alguns alimentos rico em sódio, como a salsicha e os temperos prontos entre os grupos experimental e controle (p = 0,047). A orientaçao nutricional teve efeito benéfico, que pode ser observado através das mensuraçoes da pressao pré-diálise, pela diminuiçao no consumo total de sal, bem como pela diminuiçao do consumo de alimentos com alto teor de sódio.
CONCLUSAO: A orientaçao alimentar acompanhada de materiais interativos, visuais e lúdicos tiveram um efeito positivo na reduçao do consumo de sal, bem como houve uma reduçao nos parâmetros antropométricos e clínicos, sendo capaz de sugerir mudanças de hábitos alimentares relacionados a alimentos ricos em sódio.

 


 

PO: 51726

Quando revascularizar meu paciente com doença renovascular?

Autores: Shirley Gonçalves Menezes*; Renata Collioni Mazar; Ana Maria dos Anjos Pinto Gola Baiao; Thiago Gomes Romano; Daniel Rinaldi dos Santos; Raphael Ottuzal; Ronaldo Roberto Bergamo

shirley.gmenezes@gmail.com

Faculdade de Medicina do ABC.

INTRODUÇAO: Estenose de artéria renal (EAR), definida como um estreitamento de uma ou das duas artérias ou de seus ramos. A prevalência de EAR na populaçao idosa pode ser maior do que 7%. O ultrassom (USG) com doppler de artérias renais (AR) tem o potencial de identificar os pacientes hipertensos com EAR que se beneficiarao da revascularizaçao, através de medidas do Indice de Resistência Intrarrenal (IRI) e do tamanho do rim. Valores de IRI < 80 sao associados com uma melhora tanto da funçao renal, quanto da pressao arterial após a correçao da EAR. Quando associado ao IRI, o tamanho do rim mostra-se como bom preditor de resposta. Outros fatores, como proteinúria > 1g, hiperuricemia, clearance de creatinina < 40ml/min, idade > 65 anos, pressao de pulso > 70mmHg, ausência de queda noturna da pressao arterial e doenças vasculares sao úteis em identificar pacientes com pouca probabilidade de benefício com a revascularizaçao.
RELATO DE CASO: Paciente do sexo masculino, 66 anos, procura atendimento por hipertensao arterial refratária ao tratamento com 5 classes de medicaçoes anti-hipertensivas após nefrectomia esquerda por tumor de células claras há 6 anos. Portador de diabetes tipo 2 e doença renal crônica há 4 anos. Na primeira consulta, apresentava-se hipertenso e exames com proteinúria de 2,1g em 24h, sem hiperuricemia, MAPA demonstrando queda significativa da PA durante o sono e Clearance de Creatinina estimado de 45,65ml/min. Ao USG doppler de AR, rim direito com 127mm e com aumento da velocidade do pico sistólico da artéria renal direita. Angiorressonância demonstrava rim direito irrigado por 2 vasos: artéria renal principal, com estenose moderada em sua porçao inicial; e artéria renal acessória hilar inferior com estenose significativa em sua porçao inicial. Diante dos resultados, optou-se por angioplastia das duas artérias com colocaçao de stent. Após o procedimento, paciente evolui com bom controle pressórico e melhora progressiva da funçao renal.
DISCUSSAO: O controle pressórico sustentado e a melhora da funçao renal após a revascularizaçao ainda nao foram uniformemente relatados. Uma seleçao refinada de pacientes pode potencialmente melhorar os resultados e reduzir a taxa de intervençoes desnecessárias. Neste caso, é importante ressaltar o fato de o paciente ter rim único, rins de tamanhos favoráveis e queda noturna da pressao arterial, fatores que foram importantes para a decisao final do tratamento.

 

INSUFICIENCIA RENAL AGUDA

PO: 50601

A importância da prevençao de Síndrome da Lise Tumoral (SLT) em neoplasias hematológicas

Autores: Amanda Carvalho Almeida de Medeiros*; Camila Carvalho Almeida de Medeiros; Joao Victor Almeida de Medeiros; Pablo Luís da Silva; Danielle Carolline Alves Silva; Maria Eduarda Barbosa de Souza; Maria Isabel Domigos da Cruz; Marttina Carolline de Moura Ferreira Gomes

amandamedeiros22@hotmail.com

Universidade de Pernambuco.

INTRODUÇAO: SLT consiste na destruiçao de células neoplásicas, liberando tóxicos para a circulaçao sanguínea, ocasionando Necrose Tubular Aguda (NTA) ao se precipitar em cristais de urato no sistema tubular renal. Nesse relato, tem-se uma paciente com Linfoma de Burkitt que desenvolveu SLT antes mesmo de iniciar o tratamento. A agressividade dessa neoplasia explicaria todo o quadro renal e suas consequências de forma tao precoce.
OBJETIVO: Relatar um caso clínico e discutir sobre a importância do diagnóstico precoce de uma doença hematológica agressiva e a prevençao de SLT nesses pacientes.
MÉTODO: Realizado com base no acompanhamento médico direto do paciente, bem como relato cedido pela família e prontuário.
RESULTADOS: SMC, feminino, 8 anos, mae relatava surgimento de nodulaçoes em regiao do pescoço com posterior disseminaçao para tórax, abdome e virilha e aumento progressivo de volume há 20 dias. Relatava febre, sudorese noturna e perda de 5kg nesse mesmo período. Ao exame físico, apresentava-se em REG, hipocorada(+ 2 + 4), sinais vitais estáveis e peso = 28kg. Possuía massas palpáveis em cadeia linfonodal retroauricular, supraclavicular, cervical, inguinal e por toda regiao abdominal, todas com consistência rígida, fixa e nao dolorosas. Aos exames laboratoriais observamos: Hb = 12; Leuco = 5100; Plaq = 200.000; Cr = 1,1; Ur = 35; Acido úrico = 9; K + = 5,6; Ca = 8,2; LDH > 500. O diagnóstico de Linfoma de Burkitt foi confirmado por excisao linfonodal com biópsia. Foi realizada uma tomografia com contraste, mesmo com a TFG = 39%, evidenciando inúmeras massas abdominais e em mediastino. O hemograma nao sugeria infiltraçao medular. No entanto, a hiperuricemia, hipercalemia e hipocalcemia aventavam a hipótese de SLT, tendo sido iniciado alopurinol e hidrataçao vigorosa. Em 2 dias a paciente apresentou oligúria, iniciando-se furosemida, sem sucesso. Logo foi internada taquipneica em UTI, com EAP e persistente oligúria, refratários a diurético, tendo sido realizada diálise peritoneal, com evoluçao para óbito em 2 horas.
CONCLUSAO: Linfoma de Burkitt é uma neoplasia hematológica altamente agressiva que pode evoluir com SLT, sendo primordial realizar prevençao de NTA através da prescriçao de alopurinol ou rasburicase e hidrataçao venosa vigorosa. Os distúrbios metabólicos ocasionados por essa injúria renal podem levar até mesmo ao óbito, o que foi observado na paciente do caso. O diagnóstico e tratamento precoce sao de extrema importância para reduzir o risco de complicaçoes fatais.

 


 

PO: 51943

A relaçao da vazao de citrato e a permeabilidade do filtro na CVVHDF

Autores: Lucas Sampaio Mata; Ana Amélia de Assis Freitas Mata; Tassia Rejane Nascimento Santos; Rosélia Lobao; Antonio Raimundo Pinto de Almeida; Luiz Jose Cardoso Pereira; Carolina Lara Neves*

nevesc200@gmail.comcl.neves@uol.com.br

Universidade Federal da Bahia.

INTRODUÇAO: A anticoagulaçao regional com citrato (ARC) é o método mais seguro e eficaz de anticoagulaçao na terapia renal substitutiva (TRS) contínua. O protocolo do Alabama é um modelo de ARC, inicia-se com infusao do citrato 0,5% pré bomba a 1000mLh ou mais, a depender do peso do paciente, servindo como dose de diálise e como anticoagulante regional na TRS contínua.
OBJETIVO: Obter maior taxa de permeabilidade do capilar e a menor taxa de coagulaçao do filtro, iniciando a CVVHDF com uma vazao de citrato 0,5% como reposiçao e anticoagulaçao na bomba pré-filtro, maior que a recomendada pelo protocolo do Alabama.
MÉTODO: Estudo descritivo dos seis primeiros meses de implantaçao de ARC em um hospital privado onde a vazao inicial do citrato 0,5% a 1000mL/h resultou em taxa de coagulaçao do filtro acima do objetivo inicial. Assim, foi optado por aumentar a vazao inicial do citrato para 1200mLh com a finalidade de obter maior permeabilidade do filtro.
RESULTADOS: Nos primeiros 14 pacientes (Grupo 1) iniciamos com o citrato 0,5% a 1000ml/h e até o momento realizamos 4 pacientes com citrato 0,5% a 1200ml/h (Grupo 2). O grupo 1 apresentou pacientes mais idosos (72,4 ±13,4×55,2 ±21,3anos)(p0.07).ü grupo 2 mostrou tendência a ter menor média do Cai pós-filtro durante CVVHDF(0,35 ±0,02×0,39 ±0,05mmol/l)(p0.07). Cerca de 57% dos filtros no grupo 1 evoluíram com coagulaçao do sistema, contra nenhum no grupo 2. Nao encontramos diferença entre os grupos quanto a Apache no início da HDF,tempo efetivo de HDF, número de filtros utilizados,duraçao média do filtro e média do Cai sérico durante HDF.
CONCLUSAO: O protocolo do Alabama é um método de ARC prático e simples, reduzindo complexidade de protocolos e viabilizando a implantaçao. A vazao inicial do citrato sugerida é menor quando comparada a outros protocolos que utilizam o citrato a 4%. Uma citratemia pré filtro adequada desde o início da TRS, pode implicar em menor taxa de coagulaçao do filtro e aumento do tempo de viabilidade do mesmo. Obtivemos considerável reduçao da taxa de coagulaçao do capilar, entretanto o tempo de viabilidade do filtro permaneceu similar. É possível que, com o aumento do número de pacientes no grupo de maior vazao inicial do citrato, resulte em maior no tempo de viabilidade do filtro. Acreditamos que a vazao do citrato inical, nao deve levar em conta o peso, pois a vazao de 1200mLh, mostra uma tendência a maior tempo de duraçao do filtro da CVVHDF e menor perda por coagulaçao.

 


 

PO: 50550

AKIN e KDGO como preditores de morbimortalidade em pacientes críticos

Autores: Renan Gomes Mendes Diniz*; Debora de Almeida Silva; Thayanne Barreto de Lima; Livia Maria Barbosa Lima; Antônio Mendes Ponte de Oliveira Filho; Tiago Tomaz Teles Peixoto; Tacyano Tavares Leite; Elizabeth de Francesco Daher

renangomesdiniz@gmail.com

Universidade Federal do Ceará, University Of Illinois At Chicago.

INTRODUÇAO: Uma nova classificao de injúria renal aguda (IRA) KDIGO foi proposta com base nos critérios de RIFLE e AKIN, mas estudos sobre influência dos diferentes estágios na morbimortalidade de pacientes críticos sao escassos. O objetivo do estudo foi analisar e comparar classificaçoes de KDGO e AKIN, associando-os a parâmetros de morbimortalidade. Metódos: O estudo, epidemiológico e prospectivo, foi realizado com pacientes de uma UTI de um hospital geral terciário acompanhados por 3 meses, classificando-os nos critérios AKIN(A1, A2 e A3) e KDGO (K1, K2 e K3), a partir da creatinina. Análise estatística uni e multivariadas foram realizadas em seguida.
RESULTADOS: Dos 75 pacientes, 68% eram do sexo feminino, com idade média de 49,23 ± 16,21 anos. A prevalência de IRA foi 56,9% para AKIN e 58,4% para KDGO, sem diferença estatística. Houve concordância de 93% na classificaçao entre os métodos. A taxa de mortalidade foi a mesma nas duas classificaçoes, com 12,5% para estágio 1, 37,5% para 2 e 50% para 3. Tempo de hospitalizaçao (TH), elevada frequência cardíaca (FC), elevado RDW, baixo hematócrito (HT) e suporte dialitico e ventilatório também correlacionaram com estágios avançados de AKIN e KDGO. Para A3, as medias de TH foi de 22,13 ± 18,79 dias (vs. 8,15 ± 5,83d em A1, p = 0), FC de 111,75 ± 23,96bpm (vs. 89,69 ± 12,62bpm em A1, p = 0,01), RDW de 16,44 ± 2,46 (vs. 12,56 ± 1,63 em A1, p = 0) e HT de 24,94 ± 7.49% (vs. 35 ± 8,47% em A1 p = 0). Para K3, as médias de TH foram de 22,44 ± 17,60 dias (vs. 4,7d em K1, p = 0), FC de 110,22 ± 22,88bpm (vs. 89,14 ± 13,07bpm em K1, p = 0,014), RDW de 16,05 ± 2,54 (vs. 12,69 ± 1,72 para K1, p = 0,001) e HT de 24,94 ± 7,49% (vs. 35,80% ± 9,55 em K1, p = 0). Sessenta por cento dos grupo 2 e 3 somados de ambas as classificaçoes necessitaram de suporte dialítico (vs. 30,8% para A1 + K1, p = 0). Suporte Ventilatório foi realizado em 60% de K2 + 3 e 40% de A2 + 3 necessitaram desse suporte (p = 0). A2 + A3 associaram-se a elevados níveis de sódio (147,53 ± 8,51 mEq/l vs. 140,88 ± 14,07 mEq/l em A1) (p = 0,011), sem relaçao de K3 + 2 com hipernatremia. A3 isolado tambem evidenciou maior mortalidade (50%, p = 0,037), sem resultado significativo para KDGO.
CONCLUSAO: Ambos os métodos foram sensíveis para definir e classificar IRA, diante da forte associaçao dos estágios maiores com piores resultados clinico-laboratoriais, apesar de análise multivariada nao evidenciar um melhor preditor. AKIN avançado isolado foi associado a níveis elevados de sódio e alta mortalidade.

 


 

PO: 50571

Análise da lesao renal aguda em pacientes com Histoplasmose sob cuidados intensivos

Autores: Gilberto Loiola de Alencar Dantas*; Victor de Matos Rolim; Sérgio Luiz Arruda Parente Filho; Isadora Sales Nogueira; Livia Maria Barbosa Lima; Raimundo Cardoso da Silva Filho; Rodrigo da Nóbrega de Alencar; Elizabeth De Francesco Daher

gibael@hotmail.com

Universidade Federal do Ceará – Faculdade de Medicina.

INTRODUÇAO: A Histoplasmose, doença oportunista fúngica, afeta principalmente pacientes imunossuprimidos, como portadores de SIDA e transplantados. Pouco se conhece sobre o perfil dos pacientes críticos com histoplasmose que desenvolvem Lesao Renal Aguda (LRA).
OBJETIVO: Avaliar e descrever a LRA em pacientes críticos com histoplasmose.
MÉTODOS: Estudo retrospectivo realizado em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em hospital terciário de doenças infecciosas em Fortaleza, Ceará, Brasil. Foram incluídos 26 pacientes diagnosticados com histoplasmose entre janeiro de 2012 e dezembro de 2015. LRA foi definida e classificada pelos critérios do KDIGO (2012).
RESULTADOS: Foram incluídos 24 pacientes, todos HIV positivos, com média de idade 37.88 ± 11.16 anos, dos quais 20 (83.3%) desenvolveram LRA. Três pacientes (15%) tiveram LRA KDIGO1, 3 (15%) KDIGO2 e 14 (70%) KDIGO3 e 11 (55%) realizaram diálise. Administrou-se anfotericina B em 100% dos casos. Morreram 19 pacientes (79.2%), e a mortalidade foi significativamente maior no grupo que apresentou LRA (90% vs. 25%, p = 0.018). O uso regular de terapia antirretroviral (TARV) nao se associou a menor incidência de LRA (p = 0.53) ou óbito (p = 0.87). Dentro do grupo que teve LRA (G-LRA), o subgrupo que dialisou desenvolveu LRA mais cedo (2.55 ± 1.97 vs. 9.75 ± 8.03 dias após admissao hospitalar, p = 0.039) e o subgrupo que nao dialisou teve níveis de Na + sérico menores na admissao (131.13 ± 4.58 vs. 142 ± 8.52mmol/L, p = 0.009). Na admissao hospitalar do G-LRA, hiponatremia (Na + sérico < 135mmol/L) foi associada a menor incidência de LRA grave (KDIGO2 ou 3), com p = 0.015, e menor necessidade de diálise (p = 0.009), enquanto hipernatremia (Na + sérico > 145mmol/L) associou-se a maior necessidade de diálise (p = 0.028). Na análise multivariada, hiponatremia na admissao foi fator protetor contra diálise (OR = 0.048; 95%IC = 0.003-0.665; p = 0.024) no GLRA.
CONCLUSAO: Dentre estes pacientes críticos, o uso regular de TARV nao teve impacto no prognóstico. A LRA é associada a mortalidade muito elevada em pacientes críticos com histoplasmose. Em pacientes que desenvolvem LRA, níveis elevados de Na + sérico e o desenvolvimento precoce de LRA podem ser indicadores de mau prognóstico (LRA grave e diálise). Hiponatremia na admissao hospitalar, por outro lado, reduziu o risco para diálise.

 


 

PO: 51852

Apresentaçao atípica de lesao renal aguda associada à dengue – relato de caso

Autores: Marcus Vinícius Pádua Netto*; José Ricardo Bento Silva; Guilherme De Queiroz Silva; Alexandre Neri Rocha Rezende; Marcelo Bernardes Da Silva; Fábio Marcos Freire; Aloísio Daher de Melo

marcus-netto@uol.com.br

Universidade Federal de Uberlândia.

Com mais de um terço da populaçao no mundo vivendo em áreas de risco para transmissao, a dengue tem se tornado uma importante causa de morbidade e mortalidade em muitos países. Várias formas de acometimento renal tem sido identificados, incluindo lesao renal aguda, síndrome hemolítico urêmica, açao direta do vírus e glomerulonefrite. A lesao renal aguda é uma causa potencialmente fatal da dengue, frequentemente associado à presença de dengue hemorrágica, hipotensao ou rabdomiólise. Nós descrevemos aqui um caso de lesao renal aguda de evoluçao prolongada nao relacionada a nenhum dos fatores acima descritos.
RELATO DO CASO: Paciente sexo feminino, 25 anos, com história de 9 dias de evoluçao com febre, anorexia, dor em membros inferiores, tendo procurado serviço médico onde foi realizado teste para dengue (NS1) com resultado positivo e demais exames normais. Prescritos sintomáticos e após 3 dias sem melhora dos sintomas e agora edema de face, membros inferiores e diminuiçao do volume urinário, procurou novamente serviço médico onde novos exames foram solicitados e prontamente encaminhada para avaliaçao e conduta do nosso serviço. No momento da internaçao a paciente com edema generalizado, PA = 130x80mmHg; FC = 88bpm; plaquetas = 130.000/mm3; Hg = 13,5g/dl; ALT = 6820mg/dl; AST = 1660mg/dl; CPK = 33mg/dl; creatinina de 9,41 mg/dL, ureia de 161 mg/dL e potássio de 8,1 mg/dL. Sedimento urinário sem grandes alteraçoes. Ultrassom de abdome: rins de tamanho normal, boa diferenciaçao córtico-medular, sem obstruçao. Sorologias para hepatite B e C, HIV negativas, assim como ANCA, FAN e complemento normais. Em nenhum momento apresentou hemorragia ou hipotensao nem tampouco utilizou medicamento com potencial nefrotóxico. Iniciou hemodiálise que foi mantida durante 29 dias. No 20° dia de internaçao devido persistência de oligúria (100-200ml/dia), foi optado pela biópsia renal que evidenciou: túbulos com infiltrado neutrofílico acentuado, por vezes agredindo a cápsula de Bowman e túbulos com alteraçoes epiteliais regenerativas com perda da borda em escova em alguns deles, compatível com nefrite túbulo-intersticial e necrose tubular aguda. Paciente progressivamente foi recuperando a funçao renal, após 40 dias recebeu alta com creatinina = 1,08mg/dl e uréia de 33mg/dl. Lesao renal aguda é relatada principalmente em pacientes afetados com a dengue hemorrágica, nao presente no caso descrito, e nao foi encontrada na literatura o achado de nefrite intersticial aguda associado à dengue

 


 

PO: 50544

Avaliaçao de injúria renal aguda em pacientes com diagnóstico de Leishmaniose visceral

Autores: Paulo Victor Vicentin Mata*; Ana Lívia Santos Barros; Nathalie Macêdo Cruz de Oliveira; Anderson Mascarenhas Nicacio; Monique de França Dantas; Celia Maria Silva Pedrosa

paulovictor.vm@gmail.com

Universidade Federal de Alagoas.

INTRODUÇAO: A Leishmaniose visceral (LV), é uma doença prevalente ao redor do mundo e apresenta elevado percentual de mortalidade quando nao tratada. Pacientes tratados precocemente quase sempre evoluem para a cura. Durante seu ciclo de infecçao no hospedeiro, o comprometimento renal pode se manifestar por glomerulonefrite, pois sendo o rim um órgao com intensa vascularizaçao, os parasitas ali presentes geram um processo inflamatório. Em casos raros, ocorre à fibrose e os principais mecanismos descritos que justificam esta alteraçao de funçao renal sao nefrite intersticial, deposiçao de imunocomplexos, especialmente Imunoglobulina M (IgM) e C3 na parede capilar e mesângio, além de complicaçoes decorrentes de hipovolemia. Há expansao do mesângio, presença de depósitos imunes nessa localizaçao, e aumento das células endoteliais.
OBJETIVO: Análise de diagnóstico de Injúria Renal Aguda prévio ou posterior ao tratamento para LV.
METODOLOGIA: Relatos de caso através de estudo retrospectivo de análise de prontuários entre 2011 e 2012 em Hospital referência para doenças infecciosas e parasitárias.
RESULTADOS: Foram avaliados 76 pacientes diagnosticados com LV e viu-se que 4 pacientes que faleceram tinha o diagnóstico concomitante de Injúria Renal Aguda. Destes, 3 eram do sexo masculino de 1 do feminino. 2 tiveram como desfecho o óbito já no segundo dia, impossibilitando análises laboratoriais comparativas com a entrada. O tempo médio de internaçao desses pacientes foi de 48,75 dias. Um paciente de 49 anos deu entrada com 60 dias de doença, Ureia de 94 mg/dl, creatinina 2.14 mg/dl, ausência de proteinúria ou hematúria; fez uso de Anfotericina B desoxicolato, 175mg dose total; faleceu no 10° dia de internamento com últimos exames mostrando Ureia de 152mg/dl e creatinina de 3.28 mg/dl. O outro paciente com 20 anos de idade deu entrada com 60 dias de doença, Ureia de 31 mg/dl, creatinina de 0.71 mg/dl, proteinúria;, utilizou Glucantime por 9 dias, e faleceu + no décimo dia de internamento; realizou hemodiálise no dia anterior, estando no mesmo dia com ureia de 109 mg/dl e creatinina de 5.54 mg/dl.
CONCLUSAO: Nao se pode afirmar que o tratamento com Glucantime foi o causador do aumento de escórias nitrogenadas nos pacientes internados, pois os mesmos já podiam apresentar injúrias prévias à internaçao.

 


 

PO: 51863

Avaliaçao do conhecimento dos critérios diagnósticos de Lesao Renal Aguda em UTIs de Maceió

Autores: Mayle Gomes Ferreira de Araújo*; Flávio Teles; André Falcao Pedrosa Costa; Maysa Gomes Ferreira de Araújo; Renata Oliveira Santos; Maria Carolina Santos Malafaia Ferreira; Andréa Vanessa da Cunha Lima; Amanda de Azevedo Freires

maylegomes@hotmail.com

UFAL.

INTRODUÇAO: A incidência da LRA em pacientes hospitalizados é de 5%, porém na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) a sua incidência varia de 17% a 35%.A taxa de mortalidade varia de 50% a 90% e está associada a diversos fatores, como a terapia utilizada e a intervençao precoce, sendo o uso dos escores fundamentais para facilitar este diagnostico. O escores RIFLE, AKIN e KDIGO surgiram de um estudo entre nefrologistas e intensivistas e possuem comprovado valor preditivo no diagnostico precoce da LRA.
OBJETIVO: Avaliar o conhecimento por parte dos intensivistas das UTIs visitadas sobre os escores diagnósticos de LRA.
MÉTODOS: Estudo descritivo, observacional e transversal com coleta de 43 questionários aplicados aos plantonistas das 8 UTIS de Maceió com variáveis socioprofissionais (tempo e tipo de formaçao médica, atuaçao no serviço público ou privado, idade),de conhecimento dos escores e da utilizaçao na prática diária.
RESULTADOS: Em relaçao ao conhecimento sobre o diagnóstico da IRA, 24 (55,8%) médicos responderam nao conhecer nenhum escore para a avaliaçao da doença, e 19 (44,1%) responderam conhecer algum escore. Destes últimos,7(36,8%) nao recordaram o nome do escore; 4(21,0%) usaram termos como diurese, escórias nitrogenadas e clearance de creatinina; 1 (5,2%) respondeu APACHE e SOFA; 3 (15,7%) responderam RIFLE; 1 (5,2%) respondeu RIFLE e AKIN; e 3 (15,7%) nao nomearam nenhum escore, embora afirmassem conhecer algum. No quesito que analisava o conhecimento sobre o escore de RIFLE, 19 (44,1%) consideraram IRA apenas o estágio R do escore RIFLE; 5 (11,6%) apenas o estágio I; 8(18,6%) apenas o estágio F e somente 4(9,3%) consideraram os estágios R, I e F como critérios para IRA. Quando perguntados sobre a utilizaçao do escore na prática diária (consideradas apenas as respostas RIFLE e/ou AKIN à primeira pergunta), apenas 1(25%) disse utilizar o escore no dia-a-dia, e 3(75%) disseram nao utilizar. A principal justificativa para a nao utilizaçao dos escores foi a nao padronizaçao nos serviços onde trabalhavam.
CONCLUSAO: Constatou-se que há um desconhecimento importante dos critérios diagnósticos de LRA e, na pequena porcentagem que declarou conhecer o escore RIFLE ou AKIN, apenas 1 plantonista informou utiliza-lo em sua prática diária. Tal fato espelha os dados literários e a constante atualizaçao dos escores na tentativa de uniformizar o diag nóstico da LRA, objetivando a reduçao das taxas de mortalidade a fim de melhorar o prognóstico dos pacientes.

 


 

PO: 51935

Características da síndrome cardiorrenal tipo 1 conforme os critérios AKIN e KDIGO

Autores: Heitor Carlos Domingues de Brito; Isadora Macedo Lins Parentes Fortes; Ludmila Silva Athayde; Patricia Borges da Fonseca Neto; Ginivaldo Victor Ribeiro do Nascimento*

gvictor-rn@bol.com.br

Centro de Terapia Renal Piauí.

INTRODUÇAO: A síndrome cardiorrenal é caracterizada como uma condiçao clínica em que a disfunçao primária de um órgao, seja o rim ou o coraçao, desencadeia também o comprometimento funcional do outro órgao, sendo subdividida em 5 tipos. Na síndrome cardiorrenal tipo 1 ocorre uma deterioraçao aguda da funçao renal provocada pela insuficiência cardíaca (IC).
OBJETIVO: Analisar as características clínicas, laboratoriais e ecocardiográficos dos pacientes com síndrome cardiorrenal tipo 1 e comparar a LRA entre os critérios AKIN e KDIGO.
MÉTODO: Trata-se de um estudo retrospectivo, com pacientes admitidos com o diagnóstico de IC e/ou infarto agudo do miocárdio (IAM) no período de janeiro a dezembro de 2014. Foram avaliados critérios clínicos, laboratoriais e ecocardigráficos, obtidos a partir de prontuários médicos, e a análise da LRA foi realizada de acordo com as classificaçoes AKIN e KDIGO.
RESULTADOS: Dos 81 pacientes, um total de 61,73% evoluíram com LRA. Em relaçao às comorbidades encontradas, a hipertensao arterial (66%) e a doença renal crônica (38%) foram as mais prevalentes nesse grupo. Na admissao dos pacientes a média dos valores das escórias nitrogenadas foi superior no grupo com LRA, sendo a creatinina 1,79 ± 0,97 mg/dL e ureia 81,52 ± 46,04 mg/dL. A IC foi a principal condiçao clínica de admissao dos pacientes que apresentavam funçao renal alterada. A partir da análise ecocardiográfica, a média de fraçao de ejeçao entre os grupos avaliados foi maior no grupo com LRA (34,05 ± 13,17). A taxa de mortalidade dos pacientes que desenvolveram injúria renal foi superior ao grupo sem LRA, 32,00% contra 9,68%. Comparando-se os critérios diagnósticos, o KDIGO foi capaz de detectar a injúria renal em 61,73% dos pacientes contra 53,08% pelo AKIN, observou-se uma incidência aumentada dos três estágios de classificaçao do KDIGO em relaçao ao AKIN, sendo o estágio 1 predominante em ambos.
CONCLUSAO: Os pacientes que apresentam descompensaçao da funçao renal em detrimento da IC apresentam uma maior prevalência de comorbidades e os valores laboratoriais indicam que esses já sao admitidos apresentando alteraçoes na funçao renal. Os parâmetros ecocardiográficos nao apresentaram relaçao com a evoluçao da síndrome cardiorrenal. O critério AKIN foi incapaz de detectar a LRA em 14% dos pacientes, a partir disso conclui-se que, mesmo sem significância estatística, o critério KDIGO apresenta uma maior capacidade de detecçao precoce da LRA.

 


 

PO: 51763

Classificaçao modificada para lesao renal aguda nao é preditor de mortalidade após Transplante Hepático Ortotópico (THO)

Autores: Thais Nemoto Matsui*; Maria Claudia Cruz Andreoli; Adriano Luiz Ammirati; Nadia Karina Guimaraes de Souza; Fabiana Carneiro Lins Sobral; Marisa Petrucelli Doher; Bento Fortunato Cardoso dos Santos

thais.matsui@einstein.br

Hospital Israelita Albert Einstein.

INTRODUÇAO: Lesao renal aguda (LRA) é definida pela classificaçao AKIN (Acute Kidney Injury Network) considerando aumentos absolutos na creatinina sérica (Cr) basal dos pacientes e/ou na reduçao no débito urinário, mais do que em valores limite específicos. Recentemente, o critério AKIN modificado (ModAKI) incorporando a definiçao tradicional de disfunçao renal (Cr > 1,5 mg/dL) tem sido associado com menor taxa de sobrevivência em pacientes cirróticos internados.
OBJETIVOS: O objetivo deste estudo foi determinar o impacto pré-cirúrgico da LRA avaliada através da classificaçao ModAKI, na mortalidade em 28 dias e em 1 ano após a THO.
CASUISTICA E MÉTODO: Este estudo retrospectivo incluiu 283 pacientes com insuficiência hepática crônica admitidos no Hospital Israelita Albert Einstein entre junho/2005 e dezembro/2009, em internaçao em que foram submetidos à THO. A classificaçao AKIN foi determinada no momento da admissao e no dia do THO. A classificaçao ModAKI foi definida como: A = AKIN 1 e Cr < 1,5mg/dL; B = AKIN 1 e Cr > 1,5mg/dL; e C = AKIN 2 e 3.
RESULTADOS: Dos 283 pacientes incluídos, (52,4 + 11,7 anos, 73% do sexo masculino), 54% tinham hepatopatia de etiologia viral, com MELD de 19,4 + 9,7, e 22 tinham Diabetes mellitus (DM) pré-THO. LRA à admissao e no dia da THO foi observada em 83 (29%) e 73 (26%) dos pacientes, respectivamente, com os seguintes classificaçoes: A = 19%, B = 29%, C = 52% na admissao; e A = 19%, B = 29%, C = 52% no dia do transplante. Durante a internaçao, terapia renal de substituiçao (TRS) – convencional ou contínua, – foi necessária em 79 casos (28%). A taxa de mortalidade em 28 dias foi 6%, com taxas semelhantes entre a classificaçao ModiAKI (0 = 7%, A = 13%, B = 4%, C = 5% na admissao, p = 0.627; e 0 = 6%, A = 14%, B = 0%, C = 8% no dia da THO, p = 0.967). Da mesma forma, a mortalidade em 1 ano nao foi influenciada pela classificaçao ModAKI no dia do THO (0 = 13%, A = 21%, B = 5%, C = 18%, p = 0.685). ModAKI B e C na admissao tenderam a se associar a maior mortalidade 1 ano após THO (0 = 12%, A = 13%, B = 21%, C = 21%, p = 0.061). Após ajustes para MELD e presença de DM pré-THO, TRS (OR 4.036, CI95% 1.793 9.084, p = 0.001) e idade (OR 1.039, CI95% 1.002 1.078, p = 0.039) foram independentemente associados a maior mortalidade no primeiro anos pós-THO.
CONCLUSAO: O critério AKIN modificado proposto para pacientes cirróticos nao pôde predizer de forma acurada a mortalidade em 28 dias e 1 ano após após THO. O fator prognóstico de maior importância foi a necessidade de TRS peritransplante.

 


 

PO: 50620

Comparaçao entre doentes com e sem lesao renal em Unidades de Terapia Intensiva do sudoeste goiano

Autores: Andréa Cruvinel Rocha Silva*; Jamile Cristine Ferreira; Jair Pereira de Melo Júnior; Milton Pinto de Almeida Castro Neto; Fernandes Rodrigues de Souza Filho; Vicente Guerra Filho; Odilon José de Oliveira Neto

andreacruvinelrochasilva@gmail.com

Universidade de Rio Verde.

INTRODUÇAO: A lesao renal é definida por declínio da funçao renal, dividida em insuficiência renal aguda (IRA) e insuficiência renal crônica (IRC), conforme o tempo de desenvolvimento. A maioria assintomática leva ao diagnóstico tardio, sendo uma das complicaçoes mais comuns em pacientes hospitalizados, principalmente em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), seguida de alta mortalidade.
OBJETIVO: Comparar os pacientes críticos com e sem lesao renal, em UTIs.
MÉTODOS: Estudo retrospectivo, aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade de Rio Verde-GO, com análise de prontuários de internados entre dezembro de 2013 e julho de 2015 em UTIs do Sudoeste Goiano 1. Foram colhidos os dados: gênero, dias de permanência e motivo admissao na UTI, óbitos e suas causas e tipo de disfunçao renal e avaliados por estatísticas descritivas e Correlaçao de Spearman. Considerada significância estatística p < 0,05.
RESULTADOS: Dos 1897 casos, foram identificados 821 (43,3%) com lesao renal, sendo 647 (34,1%) que desenvolveram IRA e 174 (9,2%) com IRC. Dos 821 indivíduos, 57,3% eram homens e destes 44,6% com IRA e 12,8% com IRC. O tempo médio de permanência na UTI foi de 6 dias, porém, maior naqueles com lesao renal (7,4 dias -IRC e 8,6 dias IRA). Houve associaçao significativa entre a maior permanência em UTI e a causa de admissao, óbito e disfunçao renal. No conjunto de UTIs, as causas mais frequentes de admissao foram trauma (25,4%) e Insuficiência Respiratória Aguda (22%). Sendo sepse a maior causa para IRC (19,5%) e trauma para IRA (20,9%). Dos 1897 casos, 559 (29,5%) evoluíram para óbito. E dos 647 pacientes que desenvolveram IRA, 346 (53,4%) morreram, 61,9% do total de óbitos. Dos 174 com IRC, 44% morreram, 13,8% do total. Dos 1076 pacientes que nao apresentaram lesao renal, 12,8% morreram, 7,2% do total, mostrando que a maioria daqueles que faleceram, apresentou lesao renal. A principal causa de óbito dos pacientes com doença renal foi choque séptico (38%).
CONCLUSAO: A lesao renal foi frequente nas UTIs, principalmente IRA, maioria homens, principal causa de admissao foi trauma e de óbito, choque séptico. O tempo médio de permanência na UTI foi significativamente maior para os pacientes com lesao renal, associado à causa de admissao e à mortalidade, que foi maior nos que desenvolveram IRA. Choque séptico foi a principal causa de morte nos pacientes críticos com lesao renal.

 


 

PO: 52007

Crise renal esclerodérmica sem esclerose sobreposta ao LES

Autores: Monique Vercia Rocha e Silva*; Anderson Simambuco Kohatsu; Diego Fernando Figueiredo Santos; Samuel Shiraishi Rollemberg Albuquerque; Krissia Kamile Singer Wallbach;

André Luiz da Fonseca Portatz; GabrielTeixeira Montezuma Sales; Luiz Antônio Ribeiro de Moura; Marcelino Souza Durao

monique_v@hotmail.com

UNIFESP

INTRODUÇAO: A crise renal esclerodérmica sem esclerose, num contexto de outros achados sistêmicos comuns a outras doenças reumatológicas, é um desafio diagnóstico determinante para conduta e prognóstico renal.
OBJETIVO: Relatar um caso de crise renal esclerodérmica sem esclerose num contexto de lúpus eritematoso sistêmico.
CASO CLINICO: Paciente M.S, 41 anos, recebeu diagnóstico de LES, caracterizado por pleurite, artrite, FAN 1: 1280, C3 consumido, além de astenia, mialgia, fenômeno de Raynaud e VHS elevado. Iniciado terapia com corticosteroide, anti-inflamatório e analgésico, porém evolui com piora clínica dando entrada no pronto socorro com mialgia, dores articulares, dispneia e anasarca há 48 horas. Na admissao, apresentava PA 230 x 130, FC 110, FR 40, em edema agudo pulmonar. Exames complementares evidenciando Hb 9,2 Ht 27,6 DHL 1527 BI 1,8 Plaquetas 57.000 e lesao renal aguda, KDIGO III, nao oligúrica, padrao de GNRP, com urina I normal (Cr 1,49 – > Cr 4,56 /UI com L 10.000 H 20.000 Pt ausente). Baseado no contexto clínico prévio de LES e marcadores reumatológicos da internaçao (FAN 1: 160 NPF /anti-DNA negativo /CH50 consumido apesar de C3 e C4 normais /VHS 63), optado por pulsoterapia com solumedrol 1g por 3dias seguida de prednisona 1mg/kg/dia. Paciente inicia terapia renal substitutiva por escórias e é submetido à biópsia renal após compensaçao clínica. Laudo compatível com nefrite lúpica classe II. Recebe alta evoluindo com estigmas de esclerose sistêmica, ainda dependente de hemodiálise, sendo encaminhado para enfermaria da nefrologia. Recebe diagnóstico de Esclerodermia, definido por fenômeno de Raynaud, espessamento cutâneo (escore de Rodnan = 34), esclerodactilia, microcicatrizes em polpas digitais, pneumopatia intersticial e nova biópsia renal evidenciando retraçao glomerular isquêmica, IF/TA moderada, hiperplasia fibrosa acentuada da íntima arterial. Solicitado revisao de lâmina anterior com os mesmos achados de retraçao glomerular isquêmica, IF/também discreta, hiperplasia fibrosa da íntima arterial compatível com Crise Renal Esclerodérmica.
CONCLUSAO: Numa crise renal esclerodérmica sem esclerose, deve-se buscar insistentemente outros achados característicos da doença e lembrar que a urina I se apresenta normal ou proteinúria leve num contexto de GNRP.

 


 

PO: 50482

Cuidados paliativos em paciente com insuficiência renal crônica em hemodiálise- relato de caso

Autores: Gustavo Tascheck*; Lorayne Cristina Matiusso de Souza; Guilherme Cordellini da Silva; juliana Cukier dos Santos; Maria Elisa Brum do Nascimento; Edisom Paula Brum

gustavo_tascheck@live.com

Universidade Positivo.

INTRODUÇAO: O estudo aborda a atençao multidisplinar do paciente com insuficiencia renal crônica(IRC) em tratamento dialítico. Na fase terminal da IRC há casos onde o paciente se recusa realizar o tratamento ou ele nao é mais eficaz, os cuidados paliativos devem ser discutidos. Os cuidados paliativos conformam a base da assistência a esses pacientes, de maneira multidisciplinar.
OBJETIVO: Iniciar cuidados paliativos em paciente com IRC em estágio terminal.
RELATO: Trata-se de uma paciente em hemodiálise, em que se decidiu iniciar cuidados paliativos, durante internaçao na enfermaria de clínica médica. Sexo feminino, 35 anos, com IRC, em diálise há 23 anos. Interna por intensa dispneia e dor torácica após realizar hemodiálise, sendo diagnosticada com tromboembolismo pulmonar. Ao exame físico apresentava-se taquidispneica, hipoxêmica, confusa, com desnutriçao severa, hipertensa. No internamento apresentou melhora do quadro pulmonar, porém manteve a gravidade do quadro geral apesar do tratamento clinico intenso e diálise. Discutido com equipe multidisciplinar hospitalar, com familiares e paciente sobre a limitaçao do quadro, foi optado em conjunto por medidas paliativas. Manteve-se em HD, em dieta enteral e aumentado suporte para dor e sedaçao. Após 20 dias evoluiu a óbito.
DISCUSSAO: A paciente relatado se encontrava em HD, e por nao obter melhora em seu quadro no internamento, foi optado por cuidados paliativos. Os avanços tecnológicos trouxeram consigo um aumento da expectativa de vida de pacientes graves. Entretanto, medicos nao devem oferecer tratamentos que eles acreditam que vao ser danosos ou ineficazes,, sendo o desafio atualmente equilibrar a esperança dos pacientes na TRS com as realidades de prognostico e morbi-mortalidade. Os cuidados paliativos tem como pilares o controle dos sintomas, apoio psicológico, social e espiritual, envolvendo o paciente e seus familiares na tomada de decisoes a fim de se obter uma boa morte.
CONCLUSAO: A IRC é uma patologia crônica progressiva, sendo a diálise apenas uma alternativa de tratamento a fim de aliviar os sinais e sintomas, nao sendo curativa. Em casos em que a diálise deixa de ser efetiva, e nao há possibilidade de nenhuma outra terapêutica, os cuidados paliativos devem ser instituídos, de modo que a morte ocorra de forma natural e minimize sofrimento para o paciente e seus familiares.

 


 

PO: 51730

Diagnóstico tardio de leptospirose e evoluçao a diabetes insipidus nefrogênico: relato de caso

Autores: Bruno Eduardo de Menezes Pequeno*; Paulla Petrizzo; Débora Machado; Cláudia Correia Gorini; Lígia Magalgaes Novaes

bruno.eduardo@mail.com

Faculdade de Medicina de Petrópolis.

A Leptospirose faz parte das doenças febris hemorrágicas mais comuns no Brasil, juntamente com dengue e febre amarela. Essa enfermidade que se bem conduzida apresenta evoluçao benigna, pode progredir para formas severas como a Síndrome de Weil. Os fatores envolvidos na IRA da leptospirose, incluem açao nefrotóxica direta da leptospira, hiperbilirrubinemia, rabdomiólise e hipovolemia. Os principais achados histológicos sao necrose tubular aguda e nefrite intersticial aguda, que podem desencadear complicaçoes ainda pouco relatadas como o Diabetes Insipidus Nefrogênico. Descrevemos um caso de síndrome hemorrágica febril, inicialmente diagnosticado com Dengue hemorrágica, que evoluiu com piora progressiva da funçao renal e necessidade de suporte dialítico. Paciente com 52 anos, masculino, previamente hígido, iniciou quadro de febre, calafrios, mialgia e plaquetopenia sendo suspeitada Dengue hemorrágica. Evoluiu com icterícia, artralgia, dispneia e sangramento retal. Houve piora da plaquetopenia, disfunçao renal e aumento das bilirrubinas. Evoluiu com rebaixamento do nível de consciência e hipotensao após dois do início do quadro. Realizou transfusao plaquetária e posteriormente foi conduzido para um Centro de Terapia Intensiva, onde deu entrada em insuficiência respiratória aguda, necessitando de assistência ventilatória. Foram solicitadas sorologias, que após uma semana confirmaram o diagnóstico de Leptospirose. No CTI, houve piora da funçao renal, sendo necessário suporte dialítico e hemotransfusao. Após melhora dos quadros renal e respiratório, apresentou hiponatremia e progressiva poliúria, quantificada em até 10.000ml/dia. Nao havendo mais indicaçao de tratamento intensivo foi transferido para a enfermaria da clínica médica com persistência da poliúria. É sabida a dificuldade no diagnóstico da Leptospirose, tanto devido à homologia com outras patologias infecciosas que apresentam quadros febris agudos com sintomatologia muito similar, como pelo pouco contato com esta doença por parte do pessoal médico. Este relato de caso vem chamar a atençao dos profissionais da saúde quanto à possibilidade de um diagnóstico equivocado quando o pensamento clínico tangencia o enfoque midiático que prioriza enfermidades em maior evidência. E, à partir do diagnóstico precoce e tratamento adequado, evitar as evoluçoes como o Diabetes Insipidus Nefrogênico.

 


 

PO: 51544

Efeito do (-)-α-Bisabolol na lesao renal aguda por Isquemia-Reperfusao e o biomarcador KIM-1

Autores: Gdayllon Cavalcante Meneses*; Tiago Lima Sampaio; Ramon Róseo Paula Pessoa Bezerra de Menezes; Marcus Felipe Bezerra da Costa; Isabella Evelyn Prado de Azevedo; Alexandre Braga Libório; Alice Maria Costa Martins

gdayllon@yahoo.com.br

Universidade Federal do Ceará.

INTRODUÇAO: A Isquemia/Reperfusao (I/R) é um fator predisponente para o estabelecimento da Lesao Renal Aguda (LRA). Estratégias para diagnóstico precoce utilizando biomarcadores sensíveis e específicos, como a KIM-1 (Molécula de Injúria Renal 1), auxiliam na detecçao da injúria e acompanhamento de melhora e cura.
OBJETIVO: Estudar os efeitos do (-)-α-Bisabolol na LRA em um modelo de I/R e o biomarcador KIM-1 como preditor precoce da injúria renal.
MÉTODOS: O trabalho foi aprovado no comitê de ética animal da UFC (142/2015). Ratos Wistar machos foram submetidos ao procedimento cirúrgico de nefrectomia direita e clampeamento da artéria renal esquerda por 60 min, seguida por 48 h de reperfusao. Após as primeiras 24 h de reperfusao, o (-)-α-Bisabol foi administrado via oral. Amostras de urina, sangue e tecido renal foram coletadas.
RESULTADOS: A I/R elevou a creatinina plasmática (2,49 ± 0,18 vs. 0,64 ± 0,01 mg/dL) e diminuiu o clearance de creatinina (0,14 ± 0,015 vs. 1,33 ± 0,12 mL/min), o tratamento reverteu parcialmente os parâmetros. A albuminúria apresentou-se em níveis basais no grupo controle, a I/R aumentou significativamente sua detecçao urinária e o tratamento diminui os valores da albumina urinária (127 ± 4,49 vs. 57,62 ± 3,8 mg/24h). A I/R mostrou capacidade de aumentar as fraçoes de excreçao de sódio, potássio e cloreto, o tratamento diminuiu parcialmente essas fraçoes. Já a proteinúria tubular esteve aumentada na I/R, mas nao diminuiu significativamente após o tratamento. Por outro lado, a detecçao de KIM-1 foi aumentada no grupo submetido à I/R (663 ± 61,25 vs. 120,8 ± 26,5 pg/mg de creatinina) e esse aumento foi revertido significativamente no grupo tratado (298 ± 78,92 pg/mg de creatinina). Foram realizadas análises histológicas, nas quais as principais alteraçoes observadas no grupo I/R foi a congestao glomerular e o depósito intratubular de proteínas, as quais foram atenuadas após o tratamento.
CONCLUSAO: O (-)-α-Bisabolol destaca-se como uma molécula de origem natural com atividade promissora no contexto da dinâmica renal. KIM-1 mostrou-se útil no diagnóstico e no acompanhamento da lesao tubular e dos efeitos do tratamento.

 


 

PO: 50499

Efeito protetor da castanha-do-brasil na lesao renal causada por isquemia e reperfusao

Autores: Natassia Alberici Anselmo*; Letícia Colombo Paskakulis; Fernanda Fortuci Resende Botelho; Giovana Queda Toledo; Thaís Santana Gastardelo Bizotto; Patrícia Maluf Cury; Carla Patrícia Carlos

natassiaanselmo@terra.com.br

Faculdade Faceres.

INTRODUÇAO: a isquemia e reperfusao (IR), envolvida nos procedimentos de transplante renal, é um processo que causa lesoes mediadas por células imunes e estresse oxidativo.
OBJETIVO: analisar in vivo a açao anti-inflamatória e antioxidante da castanha-do-brasil em ratos com lesao renal causada por IR.
MÉTODO: ratos machos Wistar (200-220g), recebendo dieta normoproteica, foram distribuídos em 6 grupos (6 ratos/grupo): SHAM (cirurgia de IR sem clampeamento arterial); SHAM + CP (75 ou 150 mg de castanha por 7 dias antes da cirurgia); IR (cirurgia de IR com clampeamento da artéria renal por 30 min.); IR + CP (75 ou 150 mg de castanha por 7 dias antes da cirurgia IR). A castanha foi administrada individualmente com a raçao e mantida até o momento do sacrifício. Após 48 horas, a urina 24 horas foi coletada para análise de proteinúria e os animais sacrificados. O rim esquerdo foi retirado e submetido à coloraçao HE para análise histopatológica e contagem de neutrófilos, e reaçao imuno-histoquímica para iNOS, nitrotirosina e macrófago.
RESULTADOS: os animais IR apresentaram aumento da proteinúria, do número de macrófagos na regiao cortical, e da expressao renal de iNOS e nitrotirosina (p < 0,05). Nao houve diferença significante nestes parâmetros avaliados entre os grupos SHAM e IR tratados com castanha, com exceçao do grupo IR + CP150, que apresentou reduçao dos macrófagos, comparado a todos os grupos (p < 0,01). As alteraçoes histopatológicas com presença de necrose tubular aguda, degeneraçao hidrópica, inflamaçao e neutrófilos foram similares em todos os grupos (p > 0,05).
CONCLUSAO: a castanha-do-brasil protege parcialmente da lesao renal causada por IR, com reduçao do número de macrófagos infiltrantes, da proteinúria e do estresse oxidativo. (Processos FAPESP 2015/08232-3 e 18313-0)

 


 

PO: 51579

Estadiamento e mortalidade de pacientes críticos com lesao renal aguda

Autores: Breno Guilherme Cardoso; Tatiane Aguiar Carneiro; Tayse Tâmara da Paixao Duarte*; Marcia Cristina da Silva Magro

taysepaixao@hotmail.com

Faculdade de Ceilândia – Universidade de Brasília.

INTRODUÇAO: A utilizaçao de novas técnicas de diálise e de avançados recursos atualmente disponíveis na terapia intensiva, assim como o prolongamento da vida do paciente com lesao renal aguda (LRA) nao significou reduçao da mortalidade.
OBJETIVO: Identificar os pacientes de uma UTI geral que evoluem com LRA, o grau de comprometimento da funçao renal e a mortalidade.
MÉTODO: Estudo observacional, longitudinal, quantitativo. Realizado em uma UTI geral e adulta de um hospital público e terciário do Distrito Federal. A amostra foi constituída de 109 pacientes. Foram incluídos os pacientes sem história prévia de LRA pela classificaçao AKIN, com idade > 18 anos. Os dados foram coletados a partir dos registros em prontuário e da coleta de exames laboratoriais (gasometria arterial e creatinina sérica). Foi considerado com LRA o paciente com aumento da Crs > 0,3mg/dl ou maior ou igual a 50% (1,5 vezes) do valor basal. Todos os dados foram expressos em média e desvio padrao. Foi considerado significativo resultados com p < 0,05.
RESULTADOS: Do total de 109 pacientes, 19 eram dialíticos e 90 nao dialíticos. A idade e o índice de massa corporal foram similares no grupo dialítico e nao dialítico (54 ± 19 vs. 55 ± 21 anos; 25,7 ± 7,3 vs. 25,3 ± 5,3kg/m2), a maioria (58,7 %) de cor parda. A hipertensao e a sepse predominaram nos dois grupos (36,8% vs. 38,9%; 52,6% vs. 44,4%). Todos do grupo dialítico usaram droga vasoativa (noradrenalina) e mais da metade dos nao dialíticos. Essa relaçao foi semelhante quanto ao uso da furosemida (94,7 % vs. 70%). A pressao arterial média esteve alterada em ambos os grupos. 94,7% dos dialíticos evoluíram com acidose e mais da metade (68,9%) dos nao dialíticos (p = 0,02). O SAPS esteve mais alterado nos dialíticos (83,0 ± 10,2 vs. 68,3 ± 12,2; p = 0,0001). A média do uso da ventilaçao mecânica foi de 30,5 dias nos dois grupos e a PEEP foi praticamente a mesma entre eles (12,3 ± 1,6 vs. 12,6 ± 11,7). 73,7% dos dialíticos evoluíram ao óbito e 36,7% dos nao dialíticos. A disfunçao renal foi muito comum entre os grupos (100% vs. 95,6%). A gravidade dessa complicaçao foi maior no grupo dialítico, com 63,2% em falência renal pela classificaçao AKIN.
CONCLUSAO: Praticamente todos os pacientes evoluíram com disfunçao renal e gravidade clínica, caracterizado pela necessidade de ventilaçao mecânica, droga vasoativa, instabilidade hemodinâmica. O grupo dialítico apresentou pior grau de comprometimento renal e consequentemente maior mortalidade.

 


 

PO: 51832

Estudo do perfil de injúria renal aguda no paciente idoso hospitalizado

Autores: Domingos Candiota Chula*; Cássia Gomes da Silveira Santos; Rafael Fernandes Romani; Miguel Carlos Riella; Marcelo Mazza do Nascimento

domingoschula@gmail.com

Fundaçao Pró-Renal e Hospital de Clínicas da UFPR.

INTRODUÇAO: Apesar da Injúria Renal Aguda (IRA) ser conhecidamente mais prevalente na populaçao idosa, os fatores de risco, o impacto das características e da terapêutica nesse perfil de pacientes ainda sao pouco avaliados.
OBJETIVOS: Estudar o caráter epidemiológico da IRA no paciente idoso hospitalizado, analisando: principais causas, indicaçao de terapia substitutiva renal (TSR), evoluçao da funçao renal, morbimortalidade e cuidado paliativo.
MÉTODOS: Estudo retrospectivo com 286 pacientes idosos (idade > ou = 60 anos) internados no Hospital do Idoso Zilda Arns no período de 18 meses, que apresentaram IRA ou doença renal crônica (DRC) agudizada.
RESULTADOS: A mortalidade hospitalar dos pacientes foi de 56,3%. A gravidade da IRA na admissao foi altamente associada ao risco de diálise. A etiologia da IRA de caráter intrínseco, AKIN 3, diálise, acidose, tempo de Unidade Pronto-Atendimento foram associados a mortalidade hospitalar. Porém, na presença de todas as variáveis analisadas, apenas a etiologia renal exibiu associaçao fortemente significativa, com odds de óbito de 181,5% (p < 0,009). Quando analisados os pacientes que receberam alta (n = 125), 85,6% apresentaram-se livres de diálise. Destes, 36,4% eram portadores de DRC prévia, sendo que quase 1/3 dessa populaçao piorou o estadio da doença renal após disfunçao aguda. Menor idade, maior gravidade da IRA, diálise, presença de DRC prévia, diabetes e número de sessoes de hemodiálise sao fatores de risco para DRC dialítica. Após 30 dias da alta, a mortalidade geral foi de apenas 1,6% e em 6 meses, 17,3% para os pacientes com DRC dialítica. Dos 166 pacientes com indicaçao dialítica, 13,8% foram inseridos em cuidados paliativos no momento da indicaçao dialítica. Idade, acidose e gravidade da IRA foram relacionados com tal decisao.
CONCLUSAO: A gravidade da IRA e diálise foram fatores de risco tanto para mortalidade quanto para dependência de diálise após evento de IRA. Presença de DRC prévia está associada com pior desfecho da funçao renal a longo-prazo. A evoluçao de IRA com necessidade dialítica apresenta impacto para inserçao de cuidados paliativos em idosos hospitalizados.

 


 

PO: 51577

Fatores de risco para lesao renal aguda em pacientes críticos

Autores: Priscilla Barbosa da Silva; Wellington Luiz de Lima; Marcia Cristina da Silva Magro*

ppmmagro@uol.com.br

Universidade de Brasília.

INTRODUÇAO: Sobreviventes de lesao renal aguda (LRA) estao em risco de agravos a longo prazo, incluindo o desenvolvimento e acelerada progressao para a doença renal crônica (DRC), doença renal terminal.
OBJETIVO: Verificar os fatores de risco para LRA em pacientes internados em unidade de terapia intensiva (UTI).
MÉTODO: Estudo observacional caso-controle e quantitativo. Desenvolvido na UTI geral adulto de um hospital terciário localizado no Distrito Federal. Foram incluídos 105 pacientes sob regime de internaçao com idade superior ou igual a 18 anos, com funçao renal normal ou no estágio 1 da classificaçao KDIGO e excluídos aqueles com história de insuficiência renal crônica (taxa de filtraçao glomerular < 30mL/min/1,73m2), funçao renal nos estágios 4 e 5 da classificaçao KDIGO. Os dados foram coletados retrospectivamente por meio dos registros em prontuários eletrônicos referente ao ano de 2015 e analisados no Epi-info versao 7. Os resultados foram expressos em média e desvio padrao e considerado significante aquele com p < 0,05.
RESULTADOS: Dos 105 pacientes, 74 evoluíram com LRA (grupo caso) durante o período de internaçao. De modo geral, a maioria dos pacientes eram clínicos. O sexo masculino predominou no grupo caso, diferente do grupo controle (sem lesao renal aguda) (54,1 % vs. 48,4 %). A média de idade, do índice de massa corpórea (IMC), do APACHE entre os grupos caso e controle foram similares (53 vs. 52 anos; 25,6 vs. 23,5kg/m2; 20,4 vs. 19,3). Todos os pacientes usaram antibióticos e as drogas vasoativas foram adotadas como terapêutica mais frequente tanto no grupo caso como no controle (67,6% vs. 32,3%; p = 0,002), assim como o uso de diuréticos (35,1% vs. 32,3%) e de ventilaçao mecânica (80,6 % vs. 85,1 %). A pressao positiva expiratória final (PEEP) média no grupo caso foi superior (10,1 vs. 8,9; p = 0,01). A maioria dos pacientes do grupo caso evoluíram ao óbito (51,4 %; p = 0,002). Do grupo controle, 22,6% evoluíram com risco para LRA e do caso, 63,5% com falência renal e 33,8% com LRA propriamente dita.
CONCLUSAO: Constatou-se que a LRA teve associaçao com maior mortalidade. O uso de droga vasoativa e de ventilaçao mecânica foram fatores de risco para LRA. Mesmo pacientes sem LRA na admissao evoluíram com risco e aqueles com LRA apresentaram pior comprometimento da funçao renal.

 


 

PO: 51556

Fatores de risco para lesao renal aguda em pacientes internados na unidade de terapia intensiva do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes da UFAL

Autores: Thatiane Silva de Lucena*; Joao Paulo Bezerra Leao; Maria Eliete Pinheiro; Maria Zenaide Dias Ribeiro; Daniella Bezerra Duarte

thatinha_lucena@msn.com

UFAL.

INTRODUÇAO: A lesao renal aguda (LRA) é uma condiçao comum em pacientes críticos internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e apesar dos avanços nos cuidados desses pacientes, continua sendo uma causa importante de mortalidade, podendo chegar a 80% dos casos.
OBJETIVO: Avaliar os fatores de risco para lesao renal aguda e a incidência deste transtorno em pacientes internados na UTI do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes da Universidade Federal de Alagoas.
MÉTODO: Estudo retrospectivo que analisou 135 pacientes admitidos na UTI do HUPAA no período de janeiro de 2014 a dezembro de 2015. Os pacientes foram divididos em dois grupos: com e sem LRA e comparados quanto às suas caraterísticas demográficas, clínicas e laboratoriais.
RESULTADOS: A idade média foi de 54,8 ± 19,2 anos e 44,4% eram do sexo masculino. LRA ocorreu em 64 pacientes (47,4%). A mortalidade global foi de 25,9%. No grupo de pacientes sem LRA a mortalidade foi 16,9% e 35,9% no grupo com LRA (p = 0,01). Dos pacientes que desenvolveram LRA, 17% necessitaram de terapia dialítica, elevando-se a mortalidade nesta situaçao para 75%. O tempo de internamento na UTI foi maior no grupo com LRA que no grupo sem LRA (10,8 ± 8,4 vs. 7,8 ± 8,3 dias; p = 0,03), assim como o valor da creatinina na admissao (1,96 ± 1,8 vs. 0,88 ± 0,4; p < 0,001) e o índice de comorbidade de Charlson.(2,4 ± 1,0 vs. 1,7 ± 1,2; p = 0,01). Presença de leucocitose, hipoalbuminemia e hipernatremia, uso de drogas nefrotóxicas, necessidade de droga vasoativa e de ventilaçao mecânica também foram associados ao desenvolvimento de LRA.
CONCLUSAO: LRA é uma complicaçao comum nos pacientes internados na UTI do HUPAA, com elevada taxa de mortalidade, principalmente naqueles que necessitam de terapia dialítica.

 


 

PO: 51914

Fatores relacionados a permanência em diálise crônica após terapia renal substitutiva em pacientes críticos

Autores: Fernando Saldanha Thomé*; Verônica Horbe Antunes; Antônio Balbinotto; Cássia Morsch; Pâmela Dalla Vecchia;Taís Hochegger

fernandosthome@uol.com.br

HCPA/UFRGS.

INTRODUÇAO: A evoluçao da injúria renal aguda (IRA) para doença renal crônica(DRC) tem sido demonstrada em até 20%dos casos.
OBJETIVO: Identificar fatores prognósticos de longo prazo que determinem a permanência em diálise crônica após um episódio de IRA necessitando TRS em pacientes críticos.
MÉTODOS: Uma coorte de pacientes críticos necessitando TRS por IRA estágio 3 foi seguida de 2007 a 2015. Doença renal crônica estágio 5 e transplantados renais foram excluídos. TRS foi hemodiálise intermitente-HDI (Fresenius) para pacientes hemodinamicamente estáveis ou TRS contínua -TRSC (Prisma or Diapact) para pacientes instáveis. Variáveis independentes foram: dados demográficos, creatinina basal, tipo de IRA, comorbidades, escore APACHE II, e aspectos do tratamento. Os desfechos foram mortalidade e dependência de diálise após a hospitalizaçao. Análises univariadas (teste t deStudent ou qui-quadrado) e multivariadas (regressao de Poisson com análise de variância robusta) foram realizadas, usando SPSS versao 19. O nível de significância foi 0,05.
RESULTADOS: Seguimos 2639 pacientes de 2007 a 2015 (12% dos internados no centro de terapia intensiva -CTI), com idade 58,9 ± 16,4 anos, 57% homens, 86%brancos, 22% com filtraçao glomerular estimada (FGe) < 45 ml/min, 69% com IRA clínica, 77% sépticos, 91% em ventilaçao mecânica, 86% usando vasopressores, e com APACHE II médio de 27,1 ± 8,5. TRSC (por 5,9 ± 5,3 dias) foi usada em 86% dos pacientes, sendo 72 % deles com citrato como anticoagulante. Permanência no CTI foi de 14,7 ± 16,7 dias. A taxa de letalidade foi de 65% no CTI e 72% no hospital. Trinta por cento dos pacientes nao precisaram mais de diálise no hospital. Informaçoes sobre 85% dos sobreviventes hospitalares (n = 628) foram obtidas após a alta, e 14% estavam em diálise crônica, 69% vivos. Fatores independentes associados com mortalidade após a alta foram diabetes e cancer. Após ajustar para idade, FGe < 45ml/min, diabete e doença renal intrínseca se associaram a dependência de diálise, mas uso de vasopressores e sepse urinária foram protetores.
CONCLUSOES: A permanência em diálise crônica após episódio de IRA estágio 3 grave com necessidade de TRS aguda nao esteve relacionada a intensidade ou duraçao da falência renal aguda, mas a fatores do paciente.

 


 

PO: 51994

Heterogeneidade e subrepresentaçao dos pacientes críticos com disfunçao renal nos ensaios clínicos

Autores: Zilma Regia de Sousa Barreto; Ana Carolina Cattony; Fabiana Gois Silveira Sousa; Gerlane Luz Araújo; Camila Magalhaes Brandao; Laryssa Passos Santos; Roseane Ferreira de Freitas Euzébio; Rogério da Hora Passos; Paulo Benigno Pena Batista; Luis Filipe Miranda Rebelo da Conceiçao*

luisfilipe_con@hotmail.com

HCFMUSP

INTRODUÇAO: A disfunçao renal é uma condiçao prevalente em pacientes críticos e está associada ao aumento de mortalidade por todas as causas nesta populaçao. A análise direcionada para este subgrupo nos ensaios clínicos randomizados é fundamental para nortear condutas precisas.
OBJETIVOS: Avaliar a representaçao e os critérios utilizados para definiçao de disfunçao renal em ensaios clínicos randomizados envolvendo pacientes críticos publicados no período de 2006 a 2016 que tiveram mortalidade como desfecho primário.
METODOLOGIA: Realizada busca de ensaios clínicos randomizados nas bases de dados do PubMed utilizando os descritores sepsis, mechanical ventilation, ARDS e critically ill patients. Nosso grupo revisou 60 estudos de forma independente, extraindo dados como número de pacientes, número de centros envolvidos, critérios de definiçao e classificaçao da doença renal e análise de subgrupo dessa populaçao específica.
RESULTADOS: Um total de 379 trabalhos foram encontrados após a busca inicial. Destes, 319 foram excluídos por terem pacientes com doença renal como objeto de estudo, apresentarem populaçao de pacientes nao críticos, por nao se tratar de ensaio clínico randomizado ou por nao ter mortalidade como desfecho primário. Dos 60 ensaios clínicos restantes, 41 (68%) eram multicêntricos, 51 (85%) incluíram pacientes com disfunçao renal e apenas 14 (23%) realizaram análise de subgrupo da populaçao com lesao renal. Sete trabalhos nao descrevem o método de classificaçao da disfunçao renal. APACHE II, SOFA e SAPS II foram utilizados em 44 (73%) dos estudos, RIFLE em (6%) e o Brussels score em 2 (3%). Apesar da maioria dos estudos nao excluir pacientes com disfunçao renal, apenas 22 (37%) descreveram o valor basal de creatinina ou a taxa de filtraçao glomerular da populaçao.
CONCLUSAO: A maioria dos estudos avaliados incluíam pacientes com disfunçao renal, entretanto nao descreviam dados claros e uniformes a respeito do método utilizado para estimar a funçao renal, além de nao analisarem os desfechos neste subgrupo. Desta forma, a aplicabilidade das intervençoes estudadas em pacientes com disfunçao renal é imprecisa na maioria dos trabalhos.

 


 

PO: 51897

Hiponatremia em pacientes com leishmaniose visceral e lesao renal aguda

Autores: Mateus Henrique Mendes*; Geraldo Bezerra da Silva Júnior; Rosa Maria Salani Mota; Alexandre Braga Libório; Elizabeth de Francesco Daher

mateushm01@gmail.com

Universidade Federal do Ceará.

INTRODUÇAO: A hiponatremia é raramente descrita na leishmaniose visceral (LV) e parece estar ligada à secreçao inapropriada do hormônio antidiurético. O objetivo desse estudo é investigar a ocorrência de hiponatremia em pacientes com LV e lesao renal aguda (LRA).
MÉTODOS: Foi realizado um estudo retrospectivo com 286 pacientes com diagnóstico confirmado de LV admitidos em um hospital terciário de Fortaleza, Ceará, de janeiro de 2002 a dezembro de 2009. Hiponatremia foi definida como concentraçao sérica de sódio < 135mEq/L, e hiponatremia grave como concentraçao < 130mEq/L. Para a classificaçao da LRA foi usado o critério RIFLE. Foi realizada uma comparaçao entre pacientes com e sem hiponatremia.
RESULTADOS: A idade média dos pacientes foi de 37 ± 15 anos, sendo 77,6% do sexo masculino. Hiponatremia foi encontrada em 133 pacientes na admissao (46,5%), e em 14 pacientes (4,8%) durante a internaçao hospitalar. Hiponatremia grave foi encontrada em 42 pacientes na admissao (14,6%) e em 65 casos (22,7%) durante a internaçao. Pacientes com hiponatremia tinham idade mais avançada (42 ± 16 vs. 35 ± 14 anos, p = 0.001), tiveram maior tempo de internaçao hospitalar (23 ± 13 vs. 19 ± 18 dias, p = 0.002), maiores níveis de uréia máxima (68 ± 50 vs. 47 ± 32mg/dL, p = 0.0007), creatinina na admissao (1.4 ± 1.6 vs. 1.0 ± 0.8mg/dL, p = 0.03), creatinina máxima (2.0 ± 2.0 vs. 1.3 ± 1.1mg/dL, p = 0.001), LDH na admissao (1504 ± 1314 vs. 1016 ± 1019UI/L, p = 0.03), e menores níveis de potássio (3.1 ± 0.6 vs. 3.6 ± 0.7mg/dL, p < 0.0001) e hemoglobina (7.0 ± 1.7 vs. 7.5 ± 1.5g/dL, p = 0.03). LRA foi observada em 93 pacientes (32,5%), sendo classificada como Risk (17,2%), Injury (44,1%) e Failure (38,7%). Oligúria ocorreu em 19 casos (6,7%). A LRA foi mais frequente em pacientes com hiponatremia (53,8% vs. 26,2%, p < 0.0001). A mortalidade foi maior entre pacientes com hiponatremia (20% vs. 9,5%, p = 0.02). Hiponatremia grave na admissao também foi associada com maior mortalidade (23,8% vs. 8,4%, p = 0.004).
CONCLUSAO: Hiponatremia esteve presente em uma parcela significativa dos pacientes com LV (> 50%) e foi associada com LRA e maior mortalidade. A hiponatremia pode representar um marcador acessível e confiável para um risco aumentado de LRA e de morte na LV.

 


 

PO: 51578

Identificaçao de pacientes diabéticos e hipertensos com risco para lesao renal aguda na atençao primária

Autores: Maria Célia Laranjeira Rigonatto; Marcia Cristina da Silva Magro*

ppmmagro@uol.com.br

Universidade de Brasília.

INTRODUÇAO: A lesao renal aguda (LRA) é determinada pelo declínio abrupto da funçao renal sinalizado pelo aumento da creatinina sérica e reduçao do fluxo urinário. Os indivíduos com predisposiçao para a disfunçao renal devem ser identificados e os riscos minimizados.
OBJETIVO: Identificar indivíduos hipertensos e diabéticos com risco para LRA e os seus fatores de risco na atençao primária.
MÉTODO: Estudo observacional, longitudinal, prospectivo e quantitativo. Desenvolvido em Unidade Básica de Saúde do Distrito Federal. A casuística final foi constituída de 56 pacientes. Foram incluídos os usuários com idade igual ou superior a 18 anos; cadastrados no programa de assistência ao Diabetes mellitus e hipertensao e sem história de lesao renal prévia de acordo com o estágio 1 da classificaçao RIFLE. Foi definido como LRA o paciente que apresentou aumento de 50% na creatinina sérica ou diminuiçao da taxa de filtraçao glomerular de 25% em tempo menor ou igual a uma semana de acordo com a Classificaçao RIFLE. Os resultados foram expressos em média e desvio padrao. Resultados com valores de p < 0,05 foram considerados significativos.
RESULTADOS: Houve predominância do sexo feminino (67,9%). A média de idade dos pacientes foi de 63 anos e do índice de massa corpórea de 31 kg/m2. 41,1% apresentaram sobrepeso e 44,6%, obesidade. Do total de indivíduos, 94,6% reconheceram que a diabetes nao controlada e a hipertensao arterial (92,9%), poderiam causar prejuízos ao rim. Identificou-se em 23,2% da casuística a disfunçao renal. Desses, 20% evoluíram com risco para LRA e em 3,6% identificou-se LRA propriamente dita. O acometimento incidiu principalmente (61,5%) sobre o sexo feminino. A média do menor clearence de creatinina variou de 74 ± 27 mL/min/1,73m2. A maior parte dos pacientes com IMC entre 25 e 30 kg/m2 possuíam o clearance de creatinina entre 40 e 60 ml/min (p = 0,003).
CONCLUSAO: Verificou-se que aproximadamente 1/5 da amostra de indivíduos hipertensos e diabéticos apresentaram risco para disfunçao renal. O índice de massa corporal foi um fator de risco para a disfunçao renal.

 


 

PO: 51513

Impacto da diálise na injúria renal aguda em idosos internados em terapia intensiva

Autores: Renata Oliveira Santos*; Hélder Marx Almeida de Moura Lima; Clarissa Menezes Monteiro; Mayra Holanda Veríssimo; Jorge Artur Peçanha de Miranda Coelho; Rodrigo Peixoto Campos; André Falcao Pedrosa Costa; Flávio Teles

renataoliveira216@gmail.com

Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas.

INTRODUÇAO: Pacientes idosos sao mais suscetíveis a Injúria Renal Aguda (IRA). Além disso, a idade é um reconhecido fator de risco para mortalidade na IRA. O aumento da expectativa de vida vem gerando dúvidas na conduta diante de situaçoes de IRA em pacientes críticos idosos, visto que nao se sabe ao certo se a diálise tem um papel benéfico ou mesmo poderia acelerar o óbito nesta populaçao.
OBJETIVOS: Avaliar o perfil clínico e o impacto da diálise em pacientes críticos idosos que desenvolveram IRA.
MÉTODOS: Estudo de coorte retrospectivo realizado através de dados coletados em quatro unidades de terapia intensiva de um hospital de referência numa capital brasileira. IRA foi definida pelo critério do Kidney Disease: Improve Global Outcomes (KDIGO). Variáveis foram comparadas através de análise univariada. O impacto da diálise sobre a mortalidade foi avaliado após o pareamento de variáveis como: uso de drogas vasoativas, ventilaçao mecânica, oligúria, kdigo, entre pacientes que realizaram ou nao o tratamento (Propensity Score Matching).
RESULTADOS: Foram avaliados 329 pacientes acima de 60 anos de idade e que desenvolveram IRA, sendo 31,9% entre 60 e 70 anos, 36,8% entre 70 e 80 e 31,3% com mais de 80 anos. A mortalidade global da amostra foi de 61,7%. A maioria dos pacientes estava em KDIGO 3 (48%), nao havendo diferença nesta variável entre as faixas etárias. A despeito deste achado houve uma menor indicaçao de diálise nos indivíduos acima de 80 anos (19% vs. 31% e 36%; p = 0,01). Houve uma maior frequência de comorbidades e de indivíduos em ventilaçao mecânica nos pacientes acima de 70 anos, mas nao houve diferença na mortalidade entre as três faixas etárias analisadas. A mortalidade dos indivíduos acima de 70 anos e que dialisaram foi semelhante a dos que nao dialisaram (82,5% vs. 80,7% sem diálise; p = 0,8), após ajuste de variáveis correlacionadas com óbito. O mesmo perfil se manteve nos três estágios de KDIGO.
CONCLUSAO: Observamos uma baixa taxa de indicaçao dialítica em pacientes acima da oitava década, talvez mediada por fatores externos como a vontade do próprio paciente e de sua família. Independente do estágio de KDIGO a diálise nao exerceu uma influência significativa sobre a mortalidade de indivíduos acima de 70 anos.

 


 

PO: 51626

Incidência de lesao renal aguda e classificaçao de akin em Unidades de Terapia Intensiva de Joao Pessoa – PB

Autores: Juliana Navarro Ribeiro Henriques; Lana Muriely Borges de Assis; Daniel Henriques Tenorio de Souza; Paulo Cesar Gottardo; Line Mercia Paulino de Santana; Ana Carolina de Almeida Silveira; Nathalia Maria de Medeiros Camelo*; Debora Gonçalves de Galiza

medeiros.na@gmail.com

Faculdade de Medicina Nova Esperança – FAMENE.

INTRODUÇAO: A lesao renal aguda (LRA) é uma das complicaçoes comumente encontradas nos pacientes graves, sendo o critério AKIN um dos utilizados para sua classificaçao. O AKIN baseia-se nas alteraçoes dos critérios de fluxo urinário e/ou de creatinina sérica para identificaçao da disfunçao renal.
OBJETIVO: Classificar e analisar estatisticamente o AKIN dos pacientes internados em unidades de terapia intensiva (UTI), e observar a se condiz com a prevalência da LRA.
MÉTODOS: Estudo prospectivo observacional realizado por coleta de dados de prontuários de 8 UTIs de Joao Pessoa-PB. No dia 22 de abril de 2016, 51 pacientes internados tiveram seus dados coletados.
RESULTADOS: Por ser um acometimento muito encontrado e ser um fator de mortalidade nas UTIs, coletaram-se dados sobre 51 pacientes de UTIs da Grande Joao Pessoa, encontrando-se uma incidência de LRA de 25,4%. A pesquisa consta com 22 mulheres e 29 homens, com média de idade de 67 anos. Foram encontrados que 74,5% tinham alguma alteraçao na diurese ou na creatinina. O AKIN mais prevalente foi AKIN III, com 45%, seguido AKIN I com 18% e AKIN II com 12%. Cerca de 49% dos 51 pacientes, portanto, tinham alteraçoes mas nao tinha o diagnóstico no prontuário. 25% dos pacientes tinham valores normais de diurese e Creatinina Sérica, e nao eram dialíticos.
CONCLUSAO: Foi observado que grande parte dos pacientes tinha alguma alteraçao (muitos com a forma mais grave) mas nao tinha o diagnóstico. A constante investigaçao é fundamental para evitar um agravamento do quadro desses pacientes.

 


 

PO: 51650

Incidência, fatores de risco e mortalidade da insuficiência renal aguda em Unidades de Terapia Intensiva no sudoeste goiano, Goiás, Brasil.

Autores: Jamile Cristine Ferreira*; Andréa Cruvinel Rocha Silva; Jair Pereira de Melo Junior; Milton Pinto de Almeida Castro Neto; Fernandes Rodrigues de Souza Filho

jamilecristine95@gmail.com

Universidade de Rio Verde.

INTRODUÇAO: A Insuficiência Renal Aguda (IRA) é uma disfunçao reversível, prevenível e uma das complicaçoes observadas em pacientes hospitalizados. Representa uma síndrome que afeta grande quantidade de pacientes críticos, associada ao alto consumo de recursos de saúde pública.
OBJETIVO: determinar a incidência, fatores de risco e mortalidade da IRA nas quatro UTIs do Sudoeste Goiano 1.
MÉTODO: Estudo retrospectivo, com busca em prontuários médicos de pacientes internados entre dezembro de 2013 à julho de 2015 nas UTIs do Sudoeste Goiano 1. Foram selecionados, de acordo com Acute Kidney Injury Network (AKIN), pacientes que desenvolveram IRA após 24 horas de admissao, sendo coletados dados clínicos, laboratoriais, de condutas e diagnósticos médicos, além de parâmetros para cálculo do escore de gravidade Acute Physiologic Chronic Health Evaluation (APACHE) II. Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa.
RESULTADOS: De 1897 casos, 216 (13,5%) desenvolveram IRA após 24 horas com uma frequência maior no estágio AKIN 1 (63,6%), 53% eram homens e idade média foi de 58,73%. O tempo médio de permanência na UTI foi 12,35 dias, causa de admissao mais prevalente foi trauma (25,4%), e a de óbito, choque séptico (45,4%). Apresentaram várias comorbidades associadas, principalmente hipertensao arterial, insuficiência cardíaca e Diabetes mellitus. Ao aplicar a regressao linear sobre os parâmetros do APACHE II, dentre todos os preditores da mortalidade, apenas três: escore de Glasgow (p = 0,0001), FiO2 Fraçao Inspirada de Oxigênio (p = 0,0001) e Frequência Respiratória (p = 0,013) foram significativos, explicando a Mortalidade estimada pelo APACHE II (R quadrado = 0,594).Comparou-se os grupos de pacientes com e sem IRA: a sobrevida do primeiro é menor e o tempo de permanência, maior, em relaçao ao segundo. A taxa de mortalidade real dos pacientes com IRA após 24 horas foi de 60,6%, com desvio positivo de 20,2% em relaçao a estimada pelo APACHE II (50,4%).
CONCLUSAO: Portanto, pacientes com IRA foram frequentes nas UTIs, com idade média de 58,73 anos, principal causa de admissao, trauma e a de óbito, choque séptico. Estavam associados ao maior tempo de internaçao em UTIs e maior mortalidade, sendo esta superior quando comparada a estimada pelo APACHE II.

 


 

PO: 47320

Injuria renal aguda na granulomatose com poliagiite

Autores: Thomaz Canedo de Magalhaes Filho*

thomazcm@centroin.com.br

Universidade Federal Fluminense.

INTRODUÇAO: Paciente internado para investigaçao de nódulos pulmonares sub-agudos, interpretados como infecciosos, que evoluiu com injuria renal aguda (IRA) e necessidade de terapia renal substitutiva (TRS), sendo submetido a biopsia renal (BX) que revelou doença granulomatosa com poliagiinte e após tratamento apresentou melhora clinica e recuperaçao da funçao renal.
DESCRIÇAO DO CASO: Homem, 72 anos, negro; sem comorbidades,em investigaçao de nódulos pulmonares,associados a perda ponderal, febre e tosse iniciados em dez/2013; No posto de saúde,prescrito antibioticoterapia para infecçao respiratória,sem melhora clínica,sendo encaminhado para internaçao em 03/03/14. Exame físico: Lúcido,orientado,estado geral regular,emagrecido; hipocorado,apresentando picos febris. Eupneico, com episódios de hemoptíse. Normotenso. Auscuta respiratórias com roncos discretos;membros inferiores com edema bilateral (+ + /4 +), diurese sem alteraçoes. 72kg; altura: 1,8m.Exames laboratoriais, prévios (janeiro de 2014): Hg 14,4;Hto 44,1;Uréia 34;Creat 0,9; Na admissao(03/março/2014): Hb 6,3;Hto 19,2;Leucócitos 22.400;Plaquetas: 797.000;Ur 84;Creat 4,2;K 5,0;Na134;Anca C 1/320;Anca p negativo. Proteinúria e creatinúria em amostra de urina isolada: 20,10mg/dl e 18,90mg/dl. Sedimento urinário normal e negativo (neg.) para hemácias dismórficas.Sorologias para Hepatites B, C e HIV neg. Ultrassonografia de rins e vias urinárias sem alteraçoes. Tomografia de Tórax com opacidades nodulares em bases e superfície pleural e aerobroncograma de permeio. Análise de sangue periférico: Ausência de esquizócitos, sugestivo de processo inflamatório/infeccioso. Evoluiu com necessidade de TRS em 13/03.BX em 18/03: Anatomopatologia: Glomérulos dentro dos limites da normalidade(esclerose glomerular global: 1/8); Inflamaçao granulomatosa periglomerular focal(2/8); Atrofia tubular multifocal com fibrose intersticial moderada; Nefrite túbulo intersticial difusa,padrao granulomatoso ativo, com eusinofilía moderada. Evoluçao clínica: Internaçao em 03/03/2014; tazocin de 03/03 a 10/03; Hemoculturas neg.; Iniciado tratamento em 22/03 com metilprednisolona + prednisona 1mg/kg + ciclofosfamida 02mg/kg; Ultima HD em 28/03/14;Alta hospitalar em 11/04/14.
DISCUSSAO: Temos um caso de granulomatose com poliangiite(de Wegener),que teve diagnóstico após inicio de IRA. Respondeu bem ao tratamento instituído,nao mais em atividade de doença,iniciado fase de manutençao.

 


 

PO: 50461

Ira secundária a rabdomiólise em atleta após esforço físico exacerbado; relato de caso

Autores: Tárcio Luis Azevedo de Oliveira*; Maria Ana Salviano de Sousa

tarcioluisazevedo@gmail.com

FAHESA/ITPAC.

INTRODUÇAO: A rabdomiólise é uma síndrome clínico-laboratorial que decorre da destruiçao de células musculares esqueléticas com liberaçao de substâncias intracelulares para a circulaçao sanguínea. Este evento pode provocar danos em alguns órgaos do corpo, principalmente nos rins, levando a insuficiência renal aguda (IRA). Pode ser causada por diferentes fatores, como consumo excessivo de álcool, traumas, acidente ofídico, dentre outros, porém é indispensável citar a atividade física intensa em condiçoes e cuidados desfavoráveis como causa preponderante desta complicaçao.
OBJETIVO: Relatar caso clínico incomum de homem de 36 anos que apresentou quadro de desorientaçao, vômitos e epigastralgia seguido de mioglobinúria e síncope após participar de minimaratona com percurso de 8.000 m. Quadro clínico e laboratorial compatível com Insuficiência Renal Aguda secundária a rabdomiólise por esforço físico exacerbado.
MATERIAL E MÉTODOS: Abordagem retrospectiva de dados secundários extraídos de prontuário médico.
RESULTADOS: Após 48h do início dos sintomas, paciente evoluiu sem melhora, com necessidade de internaçao hospitalar e tratamento especializado. Apresentou alteraçao progressiva de funçao renal e oligo-anúria (IRA). Exames Laboratoriais iniciais: Ureia: 138 mg/dl; Creatinina 8,94 mg/dl; Potássio: 5,7 mEq/l; Sódio: 128 mEq/dl; CK Total: 198.518 U/l, e; discreto derrame pleural bilateral à radiografia de tórax. No quarto dia após o evento inicial, sem resposta a tratamento clínico conservador, instituiu-se terapia renal substitutiva (TRS) por hemodiálise (HD) convencional, com via de acesso um cateter venoso central. Foram realizadas 7 sessoes de hemodiálise convencional, até melhora clínica e laboratorial. Após 20 dias de internaçao, paciente recebe alta hospitalar com recuperaçao parcial da funçao renal em fase poliúrica da IRA e suspensao de HD com orientaçao para acompanhamento ambulatorial nefrológico por manter creatinina de 8,5 mg/dl.
CONCLUSAO: Tratase de caso incomum de IRA grave secundária a rabdomiólise por esforço físico exacerbado, a qual nao deve ser negligenciada em praticantes de esportes convencionais.

 


 

PO: 50848

Lesao renal aguda associada a complicaçoes obstétricas

Autores: Geraldo Bezerra da Silva Junior; Suzanne Vieira Saintrain; Gabriel de Castro Castelo; Vanessa Ribeiro de Vasconcelos; Juliana Gomes Ramalho de Oliveira*; Amanda Maria Timbó Rocha; Maria Vieira de Lima Saintrain

julianagrdo@gmail.com

Universidade de Fortaleza.

INTRODUÇAO: A lesao renal aguda (LRA) associada a complicaçoes obstétricas ainda é pouco estudada em nosso meio, estando associada com importante aumento da mortalidade materna.
OBJETIVO: Investigar a frequência e os fatores associados à LRA decorrente de complicaçoes obstétricas.
MÉTODO: Foi realizado estudo transversal com as pacientes internadas na unidade de terapia intensiva (UTI) da Maternidade-Escola Assis Chateaubriand da Universidade Federal do Ceará, em Fortaleza, Ceará, no período de janeiro de 2012 a dezembro de 2014. Foram incluídas todas as pacientes internadas devido a complicaçoes obstétricas. LRA foi definida de acordo com a classificaçao AKIN (Acute Kidney Injury Network). Foram comparados os dados clínicos e laboratoriais das pacientes com e sem LRA. A análise estatística foi feita pelo programa SPSS versao 20.0, com nível de significância de 5% (p < 0,05), sendo realizada análise uni- e multivariada.
RESULTADOS: Foram incluídas 389 pacientes, com idade entre 13 e 45 anos. As principais causas de admissao na UTI foram: síndromes hipertensivas da gestaçao (54,5%), complicaçoes hemorrágicas da gestaçao/parto/puerpério (12,3%), cardiopatias (9,0%), insuficiência respiratória (8,2%) e sepse (5.4%). LRA foi encontrada em 92 casos (24%), sendo a complicaçao mais frequente. A mortalidade geral foi de 7,5%, sendo maior entre as pacientes com LRA, cuja mortalidade foi de 21% (p = 0,0007). Na análise multivariada, os fatores associados à LRA foram: parto cesariano (IC 95% = 0,23-0,85, p = 0,01) e plaquetopenia (IC 95% = 1,50-4,36, p = 0,001). A LRA foi um fator de risco independente para o óbito (OR = 6,64, IC 95% = 3,11-14,15, p < 0,001).
CONCLUSAO: LRA foi a principal complicaçao das pacientes internadas em uma UTI devido a complicaçoes obstétricas. A maioria dos casos foi devido às síndromes hipertensivas da gestaçao, que sao complicaçoes passíveis de prevençao no pré-natal. Parto cesariano e plaquetopenia estiveram associados à LRA, ambos fatores que podem estar associados a fenômenos hemorrágicos, causadores de lesao renal. A mortalidade foi maior nas pacientes com LRA, e este foi um fator de risco independente para o óbito.

 


 

PO: 50716

Lesao renal aguda associada à polimixina e vancomicina em pacientes gravemente enfermos

Autores: Douglas de Sousa Soares; Tacyano Tavares Leite; Amanda Maria Timbó Rocha*; Gabriel de Castro Castelo; Daniel de Sousa Sobral; André da Fonte Reis; Geraldo Bezerra da Silva Junior; Elizabeth De Francesco Daher

amandatimborocha@gmail.com

UNIFOR.

INTRODUÇAO: Lesao renal aguda (LRA) é frequente entre pacientes gravemente enfermos, muitas vezes associada à sepse e ao uso de antibióticos nefrotóxicos. A polimixina B e a vancomicina sao frequentemente administradas a estes pacientes, sendo a LRA associada à polimixina ainda pouco estudads.
OBJETIVO: Investigar a ocorrência de LRA em pacientes em uso de polimixina e vancomicina, comparando a nefrotoxicidade destes dois antibióticos.
MÉTODO: Foi realizado estudo retrospectivo com os pacientes admitidos em unidades de terapia intensiva (UTI) de um hospital terciário em Fortaleza, Ceará, e que fizeram uso de polimixina B ou vancomicina por pelo menos 3 dias. Foram comparados os dados dos pacientes que usaram polimixina B isolada ou em associaçao com a vancomicina. Os fatores preditores de LRA foram investigados. LRA foi definida de acordo com a classificaçao RIFLE. A análise estatística foi feita pelo programa SPSS versao 20.0, com nível de significância de 5% (p < 0,05).
RESULTADOS: Foram incluídos 115 pacientes, com média de idade de 59 ± 16 anos, sendo 52% do sexo masculino. Associaçao de polimixina B + vancomicina foi utilizada por 59 pacientes (grupo I), enquanto que polimixina B isolada foi utilizada por 56 pacientes (grupo II). Os pacientes no grupo I apresentavam idade menor (56 ± 15 vs. 63 ± 16 anos, p = 0,03) e menor prevalência de doença pulmonar (6,7% vs. 19,6%; p = 0,05) e acidente vascular encefálico (15,2 vs. 32,1%, p = 0,047). O grupo I também apresentou maiores níveis de taxa de filtraçao glomerular na admissao (117 ± 70,5 vs. 91,5 ± 50mL/min/1,73m2p = 0,02) e menores níveis de creatinina (0,9 ± 0,82 vs. 1,0 ± 0,59mg/dL, p = 0,014) e ureia (51,8 ± 23,7 vs. 94,5 ± 4,9mg/dL, p = 0,006). Apesar de terem menos comorbidades que o grupo II e apresentarem funçao renal melhor, os pacientes do grupo I apresentaram maior frequência de LRA que o grupo II (62,7% vs. 28,5%, p = 0,005), mesmo quando estratificados nos estágios da classificaçao RIFLE (Risk 33,9% vs. 10,7%; Injury 10,2% vs. 8,9%; Failure 18,6% vs. 8,9%; p = 0,03). A dose acumulada de polimixina B > 10 milhoes de UI foi um fator preditor independente de LRA (OR = 2,72; IC 95% = 1,13-6,51; p = 0,024).
CONCLUSAO: Os pacientes que receberam polimixina B + vancomicina apresentaram maior frequência de LRA, apesar de apresentarem um perfil clínico mais favorável na admissao, incluindo melhor funçao renal. A dose cumulativa de polimixina B esteve associada a um maior risco de LRA.

 


 

PO: 51616

Lesao Renal Aguda associada ou nao à sepse em pacientes idosos admitidos em Unidade de Terapia Intensiva

Autores: Lais Gabriela Yokota; Beatriz Motta Sampaio; Welder Zamoner*; Erica Pires da Rocha; André Luis Balbi; Daniela Ponce

welderzamoner@gmail.com

UNESP – Faculdade de Medicina de Botucatu.

OBJETIVOS: Considerando que a Lesao Renal Aguda (LRA) é frequente em pacientes críticos e que a idade avançada e a sepse sao fatores predisponentes, esse estudo teve como objetivos comparar a evoluçao de pacientes idosos que desenvolveram LRA associada ou nao à sepse e identificar os fatores associados ao óbito nestes pacientes.
MÉTODOS: Coorte prospectiva observacional de pacientes com idade > 60 anos, acompanhados por 12 meses consecutivos. Excluídos pacientes com LRA no momento da admissao na UTI e os portadores de doença renal crônica avançada ou transplantado renal. A avaliaçao de funçao renal foi realizada por meio da dosagem da creatinina sérica e verificaçao de débito urinário e o diagnóstico de LRA foi realizado pelos critérios do KDIGO 2012.
RESULTADOS: Avaliados 213 pacientes idosos, dos quais 63 desenvolveram LRA, sendo 48 (76,2%) associadas à sepse e 15 (23,8%) nao-associadas a ela. Ao se analisar os dois grupos por meio da regressao logística, observou-se que APACHE II (OR = 1,38, p < 0,0001), disfunçao de órgaos (OR = 1,23, p < 0,0001), LRA AKIN 3 (OR = 2,3, p < 0,0001), tempo de internaçao (OR = 1,78, p = 0,004) e óbito (OR = 2,4, p < 0,001) foram maiores nos pacientes com LRA associada à sepse do que naqueles com LRA nao séptica. A mortalidade geral foi 47% e foram identificados como preditores de óbito creatinina basal (OR = 1,97, p = 0,01), APACHE II (OR = 1,3 p < 0,0001), sepse (OR = 1,95, p < 0,0001) e LRA (OR = 1,23, p < 0,0001).
CONCLUSAO: A incidência de LRA e sepse encontradas na populaçao idosa admitida em UTI foi elevada, sendo de 29,6% e 38%, respectivamente. A LRA associada à sepse ocorreu em pacientes mais graves, cursou com mais disfunçao de órgaos e com maior mortalidade do que a LRA de outras etiologias. Ressalta-se a importância da sepse como fator de risco tanto para LRA como mortalidade na populaçao idosa, o que merece mais e maior estudo.

 


 

PO: 51641

Lesao Renal Aguda e rabdomiólise por picadas de abelhas – relato de caso

Autores: Joao de Barros Neto; Lucas Ramiro Fonseca Sampaio*;Tuane Queiroz Frota; Adolfo Gomes Vasconcelos Junior; Julye Sampaio Fujishima; Nathália Barros Ferreira; Geraldo Bezerra da Silva Junior; Elizabeth De Francesco Daher

lucasramirof@gmail.com

Universidade de Fortaleza.

INTRODUÇAO: A incidência de acidentes por picadas de abelhas aumentou notavelmente no Brasil. Em 2000, eram 0,8 casos/100 mil habitantes, enquanto em 2015 foram notificados 7 casos/100 mil habitantes. Nestes casos, a Lesao Renal Aguda (LRA) ocorre devido à açao tóxica direta do veneno ou secundária à rabdomiólise.
OBJETIVO: Descrever caso de acidente por picadas de abelhas em paciente que evoluiu com LRA dialítica associada à rabdomiólise.
RELATO DO CASO: Paciente masculino, 26 anos, foi admitido inconsciente, em anasarca e com inúmeras lesoes cutâneas em unidade de emergência de Macapá, Amapá, em março de 2016, horas após acidente por picadas de abelhas. Foram administrados inicialmente adrenalina, hidrocortisona, prometazina, dexclorfeniramina, ranitidina, sintomáticos, furosemida e iniciada antibioticoterapia com oxacilina. Foi referenciado para um hospital de Macapá em regular estado geral, consciente, orientado, eupneico, normocárdico, pressao arterial 140x90mmHg, ainda com edema importante, sobretudo em porçoes distais dos membros (2 + /4 +), lesoes eritemato-crostosas difusas, astenia, dores intensas em membros, náuseas, vômitos, soluços incoercíveis e diurese de volume normal, acastanhada e com odor forte. Exames na admissao: Cr = 1,50mg/dL, Ur = 41mg/dL, K = 3,7mEq/L. Valores máximos observados na internaçao: Cr = 5,1mg/dL, Ur = 156mg/dL, CK = 7433UI/L. Observou-se ainda K = 2,1mEq/L, Na = 134mEq/L, Hb = 8,8g/dL, AST = 521UI/L e ALT = 235UI/L. Foi mantida oxacilina e iniciado metronidazol. Quanto a antialérgicos, foram mantidas hidrocortisona e ranitidina, e iniciada loratadina. Após 4° dia de internaçao, apresentou icterícia (+ /4 +), regredida posteriormente, e hipocalemia assintomática seguidamente corrigida. Paciente foi submetido a três sessoes de hemodiálise, evoluindo com volume urinário superior a 4000ml/dia, recuperaçao completa da funçao renal, remissao do edema e de demais sintomas. Recebeu alta hospitalar após 14 dias de internaçao, uma semana após última hemodiálise.
CONCLUSAO: Acidentes com abelhas apresentam alta morbimortalidade, principalmente devido a manifestaçoes tardias, em especial LRA secundária à rabdomiólise, que cursa com série de complicaçoes sistêmicas. Melhor prognóstico obtém-se com intervençao precoce e suporte adequado, apresentando grande chance de cura completa, dependendo de fatores individuais, como idade, comorbidades, quantidade de picadas, tempo decorrido entre acidente e procura de serviço de saúde.

 


 

PO: 51731

Lesao renal aguda em pacientes submetidos a cirurgia cardíaca em um hospital de Recife-PE

Autores: Priscila Monteiro Medeiros; Saulo Barbosa Vasconcelos de Alencar*; Ivailda Barbosa da Fonseca; Frederico Castelo Branco Cavalcanti

saulobva@gmail.com

Universidade de Pernambuco.

INTRODUÇAO: Lesao renal aguda (LRA) se caracteriza por uma deterioraçao abrupta da funçao renal, com impacto no controle volêmico e metabólico, em período e horas a dias. É descrito como fator de risco independente de mortalidade, assim como de tempo de hospitalizaçao daqueles que a desenvolvem. Ocorre com frequência no pós-operatório de cirurgia cardíaca, sendo mais frequente naqueles doentes que usam cirurgia extra-corpórea (CEC) e nos procedimentos combinados (valvar e revascularizaçao). Faltam estudos que descrevam o perfil da LRA nessa populaçao no nosso meio.
OBJETIVO: Avaliar a incidência e fatores associados ao desenvolvimento de LRA em pacientes submetidos a cirurgia cardíaca, além dos desfechos (necessidade de diálise, tempo de hospitalizaçao e mortalidade) de acordo com a evoluçao ou nao para LRA.
MÉTODOS: Coorte retrospectivo que analisou a funçao renal por meio da creatinina até o sétimo dia do pós-operatório dos pacientes que realizaram cirurgia cardíaca no período de janeiro a junho de 2014. Dados obtidos por revisao de prontuário eletrônico para definir fatores de risco pré-operatórios (idade, sexo, presença de hipertensao arterial sistêmica, diabetes, insuficiência cardíaca, doença renal crônica), pós-operatórios (uso de balao intra aórtico, droga vasoativa ou inotrópica) e relacionados ao procedimento cirúrgico (uso de CEC, tipo de cirurgia). Os pacientes foram classificados de acordo com os critérios do KDIGO.
RESULTADOS: Foram incluídos no estudo 518 pacientes, dos quais 150 (29%) desenvolveram LRA (KDIGO 1 66%, 2 16% e 3 18%). Dentre os pacientes que desenvolveram LRA, quinze (10%) necessitaram de hemodiálise. Como fatores de risco para LRA, observou-se que idade > 60 anos, história de cirurgia prévia, uso de balao intra-aórtico, uso de drogas vasoativas, inotrópicas e revascularizaçao do miocárdio com procedimento valvar aumentaram de forma significativa risco de LRA. Dos 20 óbitos registrados, 19 foram em pacientes com LRA (RR 42,3, p < 0,001). O tempo de internaçao na UTI e hospitalar foram maiores nos pacientes com LRA comparados aos que nao desenvolveram (mediana de 4 x 2 dias, e 9 x 7 dias, respectivamente, p < 0,001).
CONCLUSAO: O desenvolvimento de LRA no pós-operatório de cirurgia cardíaca é condiçao frequente, com impacto nos desfechos dos doentes, assim como um aumento no tempo de permanência hospitalar. Importante atentar a fatores de risco para detecçao e tratamento adequados da condiçao nesse grupo de pacientes.

 


 

PO: 50534

Lesao renal aguda oligúrica como apresentaçao inicial de linfoma nao-Hodgkin

Autores: Tacyano Tavares Leite; Victor de Matos Rolim*; Isadora Sales Nogueira; André Costa Teixeira; Dulce Maria Sousa Barreto Barreto; Alexandre Braga Libório; Geraldo Bezerra da Silva Junior; Elizabeth De Francesco Daher

victorroliim@gmail.com

Universidade Federal do Ceará.

INTRODUÇAO: Infiltraçao renal por linfoma de Hodgkin é rara, ocorrendo em torno de 0,7% dos casos.
OBJETIVO: Descrever um caso de lesao renal aguda (LRA) como apresentaçao inicial de linfoma nao-Hodgkin.
RELATO DE CASO: Paciente de 20 anos, masculino, deu entrada na emergência com quadro de febre vespertina, tosse seca, dor torácica, náuseas, vômitos, colúria e oligúria. Nao apresentava alteraçoes importantes ao exame físico, exceto hipertensao (PA 180/120mmHg). Os exames da admissao evidenciaram: Cr 20,8mg/dL, Ur 161mg/dL, sendo iniciado tratamento hemodialítico. Realizou ultrassom abdominal, que evidenciou rins de tamanho aumentado e parênquima renal heterogêneo (rim direito de 18,1×10,3cm, esquerdo de 17,8×10,1cm). Apresentava antecedente de ressecçao de massa abdominal há 5 meses em outro hospital, com análise histológica evidenciando lesao linfoproliferativa. Após a cirurgia estava assintomático até ser admitido com os sintomas supra-citados. A biopsia renal evidenciou infiltrado de células linfoides, atípicas, pleomórficas, com núcleo evidente, circundado por linfócitos sem atipias, organizados como infiltrado nodular no parênquima renal. A imunohistoquímica foi positiva em 70% para o anticorpo Ki-67, bcl-6 e CD20, sendo o diagnóstico de linfoma nao-Hodgkin. Foi entao iniciada quimioterapia com rituximab, ciclofosfamida, doxorrubicina, vincristina e prednisona (esquema CHOP), com evoluçao favorável, porém sem recuperaçao completa da funçao renal.
CONCLUSAO: O envolvimento renal nao é comum no linfoma, sendo rara a apresentaçao inicial como LRA. As manifestaçoes mais comuns do linfoma renal sao dor em flancos, hematúria, perda de peso e massa abdominal palpável. O caso relatado ilustra LRA decorrente de infiltraçao renal por linfoma, com boa resposta à quimioterapia. Deve-se suspeitar de linfoma em todo caso de massa abdominal, inclusive quando esta acomete o parênquima renal.

 


 

PO: 50542

Lesao renal aguda por loxoscelismo em um centro de referência no Nordeste Do Brasil

Autores: Polianna Lemos Moura Moreira Albuquerque; Lucas Ramiro Fonseca Sampaio*; Vanessa Ribeiro de Vasconcelos; Fernanda Holanda Menezes; Thayanne Barreto de Lima; Louise Donadello; Geraldo Bezerra da Silva Junior; Elizabeth de Francesco Daher

*lucasramirof@gmail.com

Universidade de Fortaleza.

INTRODUÇAO: Loxoscelismo é o termo utilizado para descrever acidentes envolvendo aranhas do gênero Loxosceles, representando a forma mais grave de picada de aranha, sendo bastante frequente no Brasil. A lesao renal aguda (LRA) decorrente de loxoscelismo é ainda pouco estudada em nosso meio.
OBJETIVO: Descrever as manifestaçoes sistêmicas, incluindo a LRA, associadas ao loxoscelismo.
MÉTODO: Foi realizado estudo retrospectivo incluindo os pacientes atendidos em um centro de assistência toxicológica de uma unidade hospitalar de referência em Fortaleza, Ceará, no período de janeiro de 2010 a junho de 2015. Foram incluídos os pacientes sem manifestaçoes clínicas típicas de loxoscelismo. As aranhas foram identificadas como sendo do gênero Loxosceles (aranha marrom). LRA foi definida de acordo com os critérios da KDIGO (Kidney Disease Improving Global Outcomes). Foram comparados os pacientes com e sem LRA.
RESULTADOS: Um total de 42 casos foi identificado no período do estudo, com média de idade de 32,7 anos e predomínio do sexo feminino (64,3%). A maioria dos casos ocorreu em áreas urbanas (81%), sendo 38,1% na cidade de Fortaleza. Os locais mais frequentes da picada foram os membros inferiores (40,4%). A lesao cutânea necrótica típica do loxoscelismo foi identificada em 95,2% dos casos. O tempo médio entre o acidente e o atendimento médico foi de 125 horas. O soro específico foi administrado em 88% dos casos, com um tempo médio entre o acidente e a administraçao do soro de 94 horas. Infecçoes secundárias foram observadas em 54% dos casos. LRA foi observada em 5 casos (11,9%), com 1 caso necessitando de diálise. Os níveis médios de ureia e creatinina foram de 38,5mg/dL e 1,0mg/dL, respectivamente. Houve 1 óbito, entre os pacientes com LRA, decorrente de sepse.
CONCLUSAO: LRA é uma complicaçao pouco frequente do loxoscelismo, porém potencialmente fatal. A fisiopatologia da LRA envolve efeitos diretos do veneno, podendo também ser decorrente de complicaçoes infecciosas (sepse) com foco inicial na lesao cutânea decorrente da picada de aranha. O tempo para atendimento médico e administraçao do soro específico foi bastante longo, o que também pode ter contribuído para o desenvolvimento das complicaçoes sistêmicas observadas, inclusive a LRA. Mais estudos sao necessários para melhor compreender a fisiopatologia da LRA associada ao loxoscelismo.

 


 

PO: 50548

Lesao renal aguda por uso de composto veterinário parenteral contendo vitaminas A, D, E: estudo de caso

Autores: Angélica de Godoy Torres Lima*; Juliana César de Albuquerque Brito; Vanessa Laís Leao Raposo Marques

angelicagodoytl@gmail.com

IMIP.

INTRODUÇAO: O uso de suplementos veterinários tem se difundido entre adeptos da musculaçao por diversos fatores: hipertrofia localizada, rápido resultado, facilidade de compra e baixo custo. O polivitamínico de uso veterinário exclusivo, por ser oleoso, quando aplicado no músculo humano provoca grave inflamaçao que aumenta o volume na regiao da aplicaçao devido à retençao de água.
OBJETIVO: relatar caso clínico de jovem que evoluiu com lesao renal aguda pelo uso de polivitamínico veterinário.
MÉTODO: Relato de caso realizado com paciente internado em hospital da cidade do Recife, com diagnóstico de hipercalcemia e lesao renal aguda causadas por abuso de polivitamínico veterinário parenteral contendo vitaminas A, D e E. Os dados foram coletados entre abril e maio de 2015 a partir de registros no prontuário, anamnese e exame clínico do paciente.
RESULTADOS: Hipervitaminose D causa hipercalcemia, que se relaciona tanto ao aumento na reabsorçao óssea quanto intestinal, podendo causar lesao renal devido vasoconstriçao renal, depleçao do espaço extracelular, depósitos parenquimatosos de cálcio e obstruçao tubular. R.M.A., 24 anos, sexo masculino, solteiro, taxista, ensino médio completo, foi admitido em hospital escola na cidade do Recife com queixas de episódios curtos de dispneia, náuseas e perda de peso importante. Consciente, orientado, eupneico, normocárdico, hipertenso, abdome plano, indolor à palpaçao, eliminaçoes fisiológicas presentes, sem alteraçoes. O mesmo admitiu utilizar formulaçao parenteral veterinária contendo elevada quantidade de vitaminas A, D e E. O jovem se interessava no efeito local do veículo oleoso; o edema provocado pela injeçao simulava aumento de massa muscular. O produto, no entanto, foi absorvido e causou hipervitaminose. Exames laboratoriais revelaram hipercalcemia (13,9 mg/dL), lesao renal aguda (creatinina de 6,56 mg/dL, ureia de 124 mg/dl) e nível sérico de 25(OH) vitamina D em valores maiores que 160 ng/mL. Outras causas de hipercalcemia foram excluídas. O paciente foi tratado com hidrataçao, diuréticos e pamedronato e evoluiu com normalizaçao dos níveis séricos de cálcio e da funçao renal. O uso de anabolizantes e polivitaminicos está mais frequente entre os jovens e a equipe multiprofissional deve se atentar ao possível acometimento da funçao renal. Diante disso, estudos sobre tal prática perigosa é imprescindível para o conhecimento do profissional sobre as condutas a serem tomadas para a assistência eficiente.

 


 

PO: 51562

Lesao renal aguda; principal complicaçao em pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva

Autores: Raquel Almeida Gomes Aguiar; Luana Dayanne Ferreira da Silva; Marcia Cristina da Silva Magro; Tayse Tâmara da Paixao Duarte*

taysepaixao@hotmail.com

Faculdade de Ceilândia – Universidade de Brasília.

INTRODUÇAO: Uma das principais complicaçoes dos paciente em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e é lesao renal aguda (LRA), quando este paciente é submetido a um procedimento cirúrgico este índice pode chegar a 30%.
OBJETIVO: Identificar as principais complicaçoes dos pacientes internados em uma UTI de um hospital público do Distrito Federal.
METODOLOGIA: Estudo longitudinal, retrospectivo, quantitativo. A amostra foi constituída por 62 pacientes sob regime de internaçao na UTI, acompanhados desde o momento da internaçao até 7 dias após a internaçao. Obedecendo a Resoluçao 466/2012, este projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Fundaçao de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde da SES FEPECS/SES, CAAE: 16649113.3.0000.5553. A análise de variáveis contínuas foi realizada por meio dos testes nao-paramétricos: Qui-quadrado e Exato de Fisher. Valores de p < 0,05 foram considerados significativos.
RESULTADOS: A maioria dos pacientes foi do sexo masculino 54,8%, com idade média de 58 anos e índice de massa corpórea (IMC) médio de 25,9 kg/m2. O quadro clínico de infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (IAMCSST) representou a maioria das internaçoes (30,6%), seguido de angina instável (17,7%). Em relaçao ao panorama cirúrgico, a revascularizaçao do miocárdio representou a maioria dos casos apresentados (25,8%), seguida de troca valvar (8,1%) e plastia valvar (4,8%). Da populaçao total, 69,4% dos pacientes evoluíram com alta da UTI e 9,7% fora a óbito. As principais complicaçoes que os pacientes apresentaram na UTI foram LRA (19,4%), onde em 17,7% dos casos foi necessário uso de hemodiálise, e infecçao (8,1%). Chama atençao ainda que 71% dos pacientes apresentaram alguma disfunçao renal. Apresentou-se como fator independente para o desenvolvimento de lesao renal nesta populaçao, quando comparado com indivíduos que nao apresentaram esta complicaçao, o uso de noradrenalina (59,1% vs. 11,1%, p = 0,002), dobutamina (50% vs. 11,1%, p = 0,01) e o uso de ventilaçao mecânica (59,1 vs. 22,2%, p = 0,02).
CONCLUSAO: A lesao renal foi a principal complicaçao apresentada por esta populaçao, apresentando-se como fatores independentes para esta complicaçao: uso de noradrenalina, dobutamina e necessidade de ventilaçao mecânica.

 


 

PO: 50440

Nefrite lúpica em paciente do sexo masculino; diagnóstico e tratamento.

Autores: Verônica Reche Rodrigues Gaudino*; Angelo Chelotti Duarte; Luis Claudio Rodrigues Marrochi; Rogério Castro Reis; Giselle Burlamaqui Klautau; Joaquim Antonio da Fonseca Almeida; Ricardo Bertozzi Avila; Raimundo Raffaelli Filho

vero_reche@hotmail.com

Santa Casa de Misericórdia de Sao Paulo.

Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença autoimune que acomete comumente mulheres jovens. Tem incidência entre 1-25casos/1000 habitantes, com prevalência de 1 homem: 12 mulheres. As manifestaçoes sao divididas em cutâneas (80% dos pacientes) e sistêmicas (vasculite, nefrite, entre outras). Estudos avaliando manifestaçao entre sexos sao contraditórios. Objetiva-se descrever o diagnóstico e manejo de LES e insuficiência renal aguda (IRA). Homem, 38 anos. Relatava febre vespertina, sudorese noturna, tosse seca, urina espumosa e lesoes em face há 30 dias. Antecedentes de pneumonia necrosante e empiema há 10 meses. Pai e irmaos com tuberculose tratada. Regular estado, descorado 2 + /4 +, sopro sistólico 3 + /6 + em foco mitral, FC = 96bpm, PA = 110x70mmHg. Estertores crepitantes em base esquerda, FR = 22ipm. Ulceras em lábios. Lesoes eritemato-violácias em regiao malar e membros. Exames prévios: FAN 1/640 (pontilhado pleomórfico); HIV, Hepatite B/C e sífilis nao reagentes e hemácias dismórficas na urina. A entrada observou-se pancitopenia, aumento de VHS, ureia e creatinina; hipoalbuminemia. TSH = 23,54 e Proteinúria = 2,7g/dia. Exames na internaçao: ANTI-DNA 1/10240; C3 diminuído; FAN: nuclear 1/640 (homogêneo e pontilhado pleomórfico) e citoplasmático 1/160(pontilhado fino). Coombs direto positivo. Nefrite Lúpica, Hipotireoidismo e Tuberculose latente foram os diagnósticos finais. Apresentou aumento da púrpura e flebite infecciosa. Após 48h dos antibióticos, prescrito pulsoterapia com metilprednisolona. Houve diminuiçao da creatinina, aumento plaquetário e diminuiçao do VHS. Biópsia renal: Glomerulonefrite Proliferativa Difusa do LES(CLASSE IV). Recebeu alta após ciclofosfamida. Trata-se de pancitopenia febril e IRA AKIN1; somaram-se ao caso glomerulonefrite e autoanticorpos positivos, direcionado o desfecho. A biópsia renal é indicada para definiçao diagnóstica e da classe da nefrite, sendo a última importante no prognóstico e tratamento. Metade desenvolvem nefrite, estando o anticorpo anti-C1q relacionado à mesma. Febre, sudorese e familiares tuberculosos nortearam a investigaçao da Tuberculose, que foi afastada. Introduzida isoniazida profilática pela imunossupressao. Nos primeiros anos a mortalidade aumenta devido à atividade da doença e infecçoes. O diagnóstico precoce melhora o prognóstico. Ressalta-se a importância da investigaçao de casos de IRA e pancitopenia febril visto que podem relacionar-se a doenças autoimunes e/ou infecciosas.

 


 

PO: 51841

Perfil dos pacientes com lesao renal aguda avaliados pelo nefrologista em um Hospital Municipal secundário

Autores: Marisa Petrucelli Doher*; Thais Nemoto Matsui; Carlos Heidi Koga; Paula Migliori Rodrigues da Rocha; Katia Vitoria da Silva de Carvalho; Augusto Cunha Haddad; Bento Fortunato Cardoso dos Santos

maridoher@gmail.com

UNIFESP.

A lesao renal aguda (LRA) é uma complicaçao frequente em pacientes internados e está associada a um aumento considerável de custos e de morbimortalidade, em especial em pacientes que necessitam de terapia renal substitutiva (TRS) durante a internaçao, com taxas de mortalidade que excedem 50%, segundo muitos estudos. O objetivo deste trabalho foi analisar o perfil dos pacientes com LRA avaliados pela equipe de interconsulta nefrológica de um Hospital Municipal quanto a comorbidades, motivo da internaçao, necessidade de TRS e desfecho. Foi realizada análise retrospectiva dos pacientes avaliados no ano de 2015 a partir de informaçoes coletadas em folha de avaliaçao. Dos 323 pacientes avaliados 66% tiveram diagnóstico de LRA. Destes, 58% eram do sexo masculino e tinham idade média de 60 anos. 56% eram hipertensos, 30% diabéticos, 21% tinham doença cardiovascular(DCV) e 26 % doença renal crônica(DRC). Tempo médio entre a internaçao e avaliaçao do nefrologista foi 5 dias com tempo de seguimento médio pela equipe de 11 dias. A principal causa de internaçao foi infecciosa(51%) seguida de DCV (17%). Na primeira avaliçao 60% tiveram classificaçao de LRA KDIGO 3, 17% KDIGO 2 e apenas 3% KDIGO 1. 20% nao tinham esta informaçao na primeira avaliaçao.A principal etiologia foi LRA relacionada a sepse (58%) seguida de LRA pré renal (12%), pós renal (8%) e cardiorrenal(6%). Metade destes pacientes iniciaram Hemodiálise (HD) durante a internaçao, 85% deles em Unidade de Terapia intensiva sendo que 70% estavam em uso de droga vasoativa e/ou ventilaçao mecânica. Quando avaliado os pacientes com LRA KDIGO 3, 70% realizaram HD. Como desfecho dos pacientes com LRA, 61% recuperaram funçao renal e a taxa de mortalidade foi de 28%. Analisando somente o grupo que realizou HD, a taxa de recuperaçao foi menor (40%) e e mortalidade maior (42%).15% deles receberam alta hospitalar em TRS. Os demais pacientes foram avaliados por diagnóstico que nao LRA: 20% do total de avaliaçoes eram previamente dialíticos e 7 % apresentavam DRC terminal, e ambos dialisaram durante a internaçao. A mortalidade deste grupo foi mais baixa(7%). Nossos dados epidemiológicos sao condizentes com a literatura e reforçam a associaçao de LRA a um pior desfecho, principalmente nos pacientes que necessitam de TRS durante a internaçao. Também encontramos que a maioria dos pacientes avaliados com LRA sao KDIGO 3 e/ou realizaram HD, o que é compatível com a realidade de países com baixo investimento em saúde como o Brasil.

 


 

PO: 50568

Perfil epidemiológico e preditores de gravidade em pacientes dialíticos com doenças infecciosas

Autores: Sérgio Luiz Arruda Parente Filho*; Davi Farias de Araújo; Rafael de Oliveira Cavalcante; Guilherme de Alencar Salazar Primo; Renan Gomes Mendes Diniz; Elizabeth de Francesco Daher

sergioparente_@hotmail.com

Universidade Federal do Ceará.

INTRODUÇAO: Diversas doenças infecciosas cursam com lesao renal aguda (LRA) em pacientes internados. Nestes casos, a rápida identificaçao de preditores de gravidade, e a intervençao precoce, principalmente com diálise, sao medidas que melhoram o prognóstico do doente e reduzem o impacto desses agravos aos sistemas de saúde.
OBJETIVO: Analisar o perfil epidemiológico de pacientes internados em um hospital terciário, referência em doenças infecciosas, que necessitaram de diálise durante o internamento, além de identificar preditores de gravidade e mortalidade nesse grupo.
MÉTODO: Estudo retrospectivo que incluiu pacientes dialíticos admitidos em um hospital de referência em doenças infecciosas em Fortaleza, Ceará entre 2012 e 2014.
RESULTADOS: Foram incluídos 87 pacientes, com média de idade de 43,02 ± 15,09 anos, sem diferença significativa entre os sexos; dos quais 55 foram internados em UTI. Pacientes internados em enfermaria realizaram diálise mais precocemente que pacientes em UTI (p < 0,04). Infecçoes oportunistas relacionadas a SIDA, tuberculose pulmonar, histoplasmose e leptospirose foram as doenças mais comuns, das quais apenas leptospirose foi associada a maior mortalidade (p = 0,002). SIDA foi associada a maior necessidade de UTI (p < 0,001). Apesar de apenas um terço dos pacientes apresentarem funçao renal normal no momento da alta, elevaçao de creatinina e/ou ureia nao foi preditor de internamento em UTI ou mortalidade. Paciente que foram internados em UTI apresentaram níveis mais elevados de hematócrito (29,78 ± 6,45 vs. 26,1 ± 5.7; p = 0,01) e mais reduzidos de leucócitos (8,82×103 ± 6,76×103 vs. 14,98×103 ± 10,34×103; p = 0,003. Dentre os exames laboratoriais realizados, apenas a elevaçao do LDH (1474,37 ± 1445,04 vs. 567,74 ± 259,68; p = 0,004) isoladamente associou-se a mortalidade.
CONCLUSOES: Deve-se considerar a necessidade de diálise precoce em pacientes com doenças infecciosas, mesmo que internados em enfermaria. A funçao renal nao deve ser utilizada isoladamente como preditor de gravidade nesses casos. O acompanhamento de pacientes com doenças infecciosas em diálise deve incluir a avaliaçao de hematócrito, leucograma e LDH, a fim de se identificar precocemente casos potencialmente graves. Pacientes com SIDA e leptospirose requerem maior atençao, devido à associaçao com necessidade de UTI e mortalidade, respectivamente.

 


 

PO: 50526

Preditores de mau prognóstico da lesao renal aguda em pacientes críticos com meningite

Autores: Livia Maria Barbosa Lima*; Iame Tavares Vale e Melo; Gilberto Loiola de Alencar Dantas; Thayanne Barreto de Lima; Rodrigo da Nobrega de Alencar; Sergio Luiz Arruda Parente Filho; Debora de Almeida Silva; Elizabeth de Francesco Daher

livia.barbosa7@hotmail.com

Universidade Federal do Ceará.

INTRODUÇAO: As meningites infecciosas estao associadas a elevada morbimortalidade, complicaçoes e sequelas. Pouco se conhece a respeito da lesao renal aguda (LRA) na meningite e de seus fatores prognósticos.
OBJETIVO: Investigar e descrever os principais aspectos da LRA em pacientes com meningite e avaliar preditores de mau prognóstico a serem detectados no momento da admissao hospitalar e do diagnóstico (dx) da LRA.
METODOLOGIA: Estudo retrospectivo em pacientes com dx de meningite admitidos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital terciário, em Fortaleza, Ceará, entre 2012 e 2015. O dx de meningite foi feito a partir da avaliaçao clínica e do exame do líquor. LRA foi definida e classificada pelos critérios do KDIGO (2012).
RESULTADOS: Foram incluídos 20 pacientes com média de idade de 38.75 ± 14.9 anos, 14 eram mulheres (70%) e nenhum era HIV positivo. A mortalidade foi de 50%. Dez pacientes (50%) apresentaram LRA estágio I (KDIGO1), 8 KDIGO2 (40%) e 2 KDIGO3 (10%). Apenas um paciente chegou a realizar diálise. Hipocalemia (< 3,5 mmol/L) ao dx da LRA foi associada a menor incidência de LRA grave (KDIGO2 ou 3) com p = 0.01, enquanto plaquetopenia (< 150.000/mm3) na admissao associou-se a LRA grave (p = 0.044). Hipernatremia (> 145 mEq/L) na admissao (p = 0,018) e ao dx da LRA (p = 0.026); ureia > 60mg/dL na admissao (p = 0.047) e ao dx da LRA (p = 0.047) foram associadas com necessidade de ventilaçao invasiva (VI) até 48h após o dx de LRA. Os pacientes que necessitaram de VI até 48h após dx da LRA tiveram níveis mais elevados de ureia (62.85 ± 31.57 vs. 27 ± 15.35 mg/dL, p = 0.006) no momento do dx da LRA. Na análise multivariada, hipocalemia ao dx da LRA foi fator protetor para LRA grave (OR = 0.061; 95%IC = 0.005-0.741; p = 0.028), enquanto plaquetopenia na admissao teve uma tendência a aumentar o risco para KDIGO2 ou 3 (OR = 9; 95%CI = 0.8-100.14; p = 0.074).
CONCLUSAO: Ureia, sódio e potássio séricos e a contagem de plaquetas possuem provável valor prognóstico em pacientes de UTI com meningite e LRA. Ao dx da LRA, pacientes com hipernatremia e ureia > 60mg/dL apresentaram maior necessidade de VI em 48h. Hipocalemia ao dx da LRA foi fator protetor para o desenvolvimento de LRA grave, enquanto pacientes admitidos com plaquetopenia apresentaram tendência a LRA grave. A alta mortalidade justifica a pouca indicaçao da diálise.

 


 

PO: 51887

Recuperaçao tardia da funçao renal após acidente crotálico; um relato de caso

Autores: Samuel Sampaio Alcântara*; Joao Laerte Alves de Freitas Filho; Catarine Cavalcante Ary; Ticianne Pinto Ferreira; Ana Raquel Ferreira de Azevedo; Lucas Tadeu Rocha Santos; Everton Alencar Moura; Luiz Derwal Salles Junior

samuel.asampaio@gmail.com

UFC.

INTRODUÇAO: Os acidentes crotálicos possuem como principal complicaçao a Lesao Renal Aguda(LRA) por Necrose Tubular Aguda(NTA) que pode chegar à 31% dos casos. Caracteristicamente, LRA instalase de maneira precoce, nas primeiras 24 à 48h, é oligúrica e reversível com tratamento dialítico em 3 a 4 semanas.
RELATO DE CASO: F. A. V., masculino, 40 anos, pardo, casado, natural e procedente de Ipueiras-CE. Paciente dá entrada no dia 05/03/16 no serviço de emergência de um hospital terciário do interior do Ceará relatando ter sido picado por uma cobra cascavel em pé direito há 4 horas. Ao exame, regular estado geral, sonolento, prostrado, hidratado, ptose palpebral bilateral discreta, midríase bilateral pouco reativa e oftalmoplegia. Lesao puntiforme no local da picada sem sinais flogísticos. Exames admissionais: Cr 1,3mg/dL, Ur 43mg/dL, Na 144mEq/L, K 4,9mEq/L, Ca 8mg/dL, TGO 41U/L, TGP 70U/L, LDH 3.976U/L, CPK 10.700U/L, TP 20 e INR 1,82. Foi internado para observaçao. Foram instituídas medidas gerais, hidrataçao e administraçao de 10 ampolas de soro anticrotálico. Paciente evolui com melhora clínica discreta. Em 10/03/16, paciente evolui com piora do estado geral, aumento da sonolência, mialgia intensa, anasarca, desconforto respiratório e oligúria. Exames do dia: Cr 9,8mg/dL, Ur 218mg/dL, K 6,1mEq/L, LDH 8.696U/L, CPK 35.980U/L. Paciente dialisou em 11/03/16 e foi transferido para Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Paciente evoluiu com melhora transitória do quadro clínico e piora gradativa nos dias seguintes. Sessoes de diálise periódicas passaram a ser realizadas e os níveis séricos de Cr, Ur e eletrólitos continuaram oscilando antes e após as sessoes. Em 18/03/16 os exames mostraram: Cr 8,6mg/dL, Ur 207mg/dL, Na 130 mEq/L, K 3,7mEq/L, CPK 351U/L. Quadro clínico-laboratorial oscilatório e sessoes de diálise periódicas estenderam-se até o mês de maio. Em 19/05/2016, passados 75 dias do acidente crotálico, os achados laboratoriais indicam pela primeira vez funçao renal normal: Cr 1,1mg/dL, Ur 38mg/dL e K 3,8mEq/L.
DISCUSSAO: Observa-se no caso o aparecimento de uma LRA oligúrica relativamente tardia ao acidente crotálico, ocorrendo após 6 dias. Além disso, o maior destaque encontra-se na recuperaçao tardia da funçao renal, mesmo com suporte terapêutico adequado, passadas mais de 10 semanas de evoluçao. Caracteriza-se, portanto, um padrao evolutivo raro de injúria renal pós-acidente ofídico do tipo crotálico.

 


 

PO: 51669

Síndrome cardiorrenal tipo 1; relato de caso

Autores: Lorena Ventura Picanço e Silva*; Renata Oliveira Santos; Nathalie Macêdo Cruz de Oliveira; Juliana cordeiro Acioli; Deise Azevedo Pereira; Rógenes Martins Padilha; Marianna Pugliesi Soares Noveis; André Falcao Pedrosa Costa

lorena1-13@hotmail.com

Universidade Federal de Alagoas.

INTRODUÇAO: Alteraçoes abruptas da funçao cardíaca, como infarto agudo do miocárdio (IAM), podem cursar com quadro de injúria renal aguda (IRA), devido à reduçao da perfusao sanguínea tecidual. A associaçao do dano cardíaco com o sistema renal é categorizada como síndrome cardiorrenal. Esta pode ser subdividida em cinco tipos de acordo com a etiologia, evoluçao do quadro clínico e sítio acometido.
RELATO DO CASO: Paciente masculino, 64 anos, sem antecedentes patológicos, deu entrada na unidade de dor torácica (UDT) de um hospital geral, com quadro de forte dor precordial com irradiaçao para membro superior esquerdo, tontura e sudorese há 1h. Ao exame, pressao arterial 128 x 64 mmHg, ausculta cardíaca e pulmonar sem alteraçoes. O ECG mostrava padrao de IAM com supradesnivelamento de ST em parede inferior. Enzimas (CPK = 3934 e CKMB = 164). Devido a agravamento súbito do estado de consciência, foi submetido a ventilaçao mecânica invasiva, introduzido sedaçao com cloridrato de dexmedetomidina, permanecendo taquicárdico e com sinais de hipoperfusao capilar periférica mas com diurese espontânea. No 2° dia de internaçao foi reanimado após parada cardiorrespiratória, evoluindo com IRA e leucograma infeccioso (10.710mm3, 3% metamielócitos e 23% bastoes). Foi tratado inicialmente com cefepime e depois substituído por meropenem e vancomicina. Posteriormente, apresentou elevaçao de escórias nitrogenadas: creatinina 3,2mgdL, ureia 132mgdL e oligúria nas 24 horas subsequentes. O ecocardiograma revelou ventrículo direito com disfunçao sistólica severa, além de disfunçao diastólica moderada e alteraçao segmentar da contratilidade; ventrículo esquerdo com funçao global preservada. Foi instituída reposiçao volêmica (Salina 0,9% 1000 ml) e furosemida (20mg 1212h). Após expansao, evoluiu com melhora na diurese, ureia e creatinina.
DISCUSSAO: As relaçoes entre os sistemas cardiovascular e renal sao muito óbvias. Sabe-se que IRA, na maioria dos pacientes críticos tem etiologia múltipla. O caso em questao, as alteraçoes da sepse, a nefrotoxicidade pela vancomicina, poderiam estar envolvidos na patogenia. Porém, a evoluçao satisfatória com a reposiçao volêmica (útil, sobretudo nos infartos de ventrículo direito) infere a hipoperfusao renal como o principal mecanismo envolvido.
CONCLUSAO: A disfunçao renal é comum em pacientes com insuficiência cardíaca aguda, com impacto claramente negativo no prognóstico, devendo a prevençao da lesao renal ser um objetivo primário.

 


 

PO: 51908

Terapia de substituiçao renal contínua; experiência em hospital terciário

Autores: Marcelo Augusto Duarte Silveira*; Ester Martins; Ianna Assunçao Coelho; Douglas Vieira Gemente; Auro Buffani Claudino; Vladimir Antunes S Nascimento; Eva Helena Leandrini Ricupero; Ciro Gatti Cirillo; Marcella Soares Laferreira; Núbia Conceiçao Lisboa Fernandes

marceloadsilveira@gmail.com

Hospital das Clínicas FMUSP-SP

INTRODUÇAO: A Injúria Renal Aguda (IRA) ocorre em cerca de 25% dos pacientes críticos, usualmente faz parte de um contexto de falência múltipla orgânica e está associada à alta morbi-mortalidade, principalmente nos pacientes que sao submetidos à terapia renal substitutiva (TRS)1,2,3. A escolha da modalidade entre terapia de reposiçao intermitente (TRI) e continua (TRC) nao vem mostrando diferenças em desfecho renal, porém há uma maior tendência à escolha de TRC em pacientes tidos como mais graves e instáveis 4.
OBJETIVO: Avaliar a experiência de um Hospital Terciário com o uso de TRC em pacientes críticos com IRA.
MÉTODOS: Foram avaliados 39 pacientes internados em uma Unidade de Terapia Intensiva Geral (UTI) entre julho de 2014 e março de 2016, que realizaram TRC. Foram levantadas retrospectivamente características demográficas, clínicas e dados da diálise.
RESULTADOS: Foram avaliados 39 pacientes, com média de idade de 64,3 ± 17,8 anos, 49% do sexo feminino, 69% de raça branca, com tempo médio de internaçao de 30 dias. Dois pacientes eram renais crônicos em diálise. AKIN foi o score utilizado para classificaçao da IRA. A média de APACHE 2 calculada entre os pacientes foi de 21,69 ± 5,05, com IRA oligúrica em 29 (74%) desses. A sepse foi a causa da IRA em 28 (72%). Comorbidades prévias observadas foram HAS em 22 (56%), ICC em 11 (28%), DM em 10 (26%) e ICO em 9 (23)%. A creatinina (Cr) basal média foi de 1,24 ± 0,63 mg/dl, enquanto que a média na indicaçao da TRC foi 4,63 ± 1,71 mg/dl, com 56% dos pacientes com instabilidade hemodinâmica antes do início da TRC e 77% em ventilaçao mecânica. A dose média prescrita de diálise foi de 40,59 ± 10,99 (ml/Kg/hora). Em relaçao ao estágio da IRA nessa populaçao, 0% estavam em AKIN 1, 5% em AKIN 2 e 95% em AKIN 3. A mortalidade foi de 82%. Houve uma maior porcentagem de sepse, maior AKIN e maior média de APACHE 2 entre os nao sobreviventes.
CONCLUSAO: A IRA secundária à sepse, com necessidade de diálise e com maior pontuaçao em APACHE 2 está associada à alta mortalidade intra-hospitalar a despeito do uso da mais recomendada terapia dialítica.

 


 

PO: 51829

Terapia renal substitutiva em pacientes com câncer e lesao renal aguda – experiência de Centro Especializado em Oncologia

Autores: Leonardo Gomes de Araujo*; Jéssica Machado de Souza

leogaraujo@gmail.com

Hospital do Câncer de Muriaé.

INTRODUÇAO: Câncer é a segunda causa de morte no mundo. Historicamente, pacientes com câncer e lesao renal aguda que necessitam de terapia renal substitutiva têm alta mortalidade. Estudos recentes tem mostrado reduçao dessa mortalidade a níveis comparáveis a pacientes sem câncer.
OBJETIVO: Análise prospectiva dos pacientes com câncer em hospital especializado, internado em unidade de terapia intensiva com lesao renal aguda com necessidade de terapia renal substitutiva.
MÉTODOS: Entre janeiro de 2013 e dezembro de 2015, foram avaliados todos os pacientes com câncer internados na unidade de terapia intensiva de hospital especializado em oncologia que necessitaram de terapia renal substitutiva. Todos foram submetidos a hemodiálise convencional ou SLED (susteined low-efficiency hemodialysis). Foram analisados dados epidemiológicos, aspectos clínicos e diagnósticos neefrológicos e os seus desfechos.
RESULTADOS: Ao total, 196 pacientes necessitaram de hemodiálise. A média de idade foi de 65 anos, 56,9% foram do sexo masculino, 71,9% foram internados por razoes clínicas, 46,9% desenvolveram a lesao renal durante a internaçao hospitalar e 34% apresentavam algum grau de insuficiência renal prévia. As neoplasias mais prevalentes nestes pacientes foram: próstata (12,8%), colo de útero (9%), mieloma múltiplo (7,5%), reto (7,5%) e leucemia (7,5%). 19% tiveram como causa pós-renal e 71,8% como causa renal intrínseca, sendo destes a maioria secundária a sepse ou necrose tubular aguda. AS principais indicaçoes para hemodiálise de urgência foram uremia e acidose metabólica. A mortalidade em UTI foi de 47,4% e a mortalidade hospitalar foi de 60%. Conclusao Em centro especializado em oncologia, pacientes que desenvolveram lesao renal aguda que necessitaram de hemodiálise tiveram mortalidade hospitalar elevada. No entanto, esses dados sao comparáveis com estudos recentes realizados no Brasil e se mostram próximos aos de pacientes nao oncológicos.

 


 

PO: 51869

Visao do intensivista quanto à chamada precoce do nefrologista à UTI: uma avaliaçao em Maceió

Autores: Mayle Gomes Ferreira de Araújo*; André Falcao Pedrosa Costa; Flávio Teles; Maria Carolina Santos Malafaia Ferreira; Maysa Gomes Ferreira de Araújo; Amanda de Azevedo Freires; Eline CalumbyTeixeira

maylegomes@hotmail.com

UFAL.

INTRODUÇAO: O conceito de diálise precoce é antigo, Kleinknecht et al, 1970, descreveu que pacientes submetidos a esta possuíam menor índice de mortalidade que os que recebiam diálise tardiamente. Diversos estudos demonstram que a chamada do nefrologista à UTI ocorre na maior parte das vezes de forma tardia, quando nao existe outra alternativa a nao ser o tratamento dialítico. Tendo em vista a taxa de mortalidade por LRA (Lesao renal aguda) em UTI variar de 50 a 90% e que um dos fatores dependentes é o tempo de tomada da conduta, a chamada precoce do nefrologista faz-se importante.
OBJETIVOS: Avaliar a visao do intensivista quanto à importância da chamada precoce da nefrologia à UTI e quais sao os parâmetros utilizados para tal.
MÉTODOS: Estudo descritivo, observacional e transversal com coleta de 43 questionários aplicados aos plantonistas das 8 UTIS de Maceió com variáveis socioprofissionais(tempo e tipo de formaçao médica, atuaçao no serviço publico ou privado, idade), de critérios usados para chamada da nefrologia à UTI e sobre a importância da chamada precoce no prognóstico do paciente com LRA.
RESULTADOS: 53,4% dos plantonistas tinham mais de 11 anos de exercício da medicina e 44,1% trabalhavam há mais de 11 anos em UTIs. Quanto a inter consulta à Nefrologia, 6 (13,9%) responderam que o fazem apenas em condiçoes de urgência dialítica; 13 (30,2%) chamam a qualquer momento em que observar o primeiro aumento de creatinina; 8 (18,6%) chamam quando a creatinina plasmática está acima do valor de referência (> 1,4mg/dL) e 28 (65,1%) ao primeiro sinal de oligúria persistente (> 6h). Quando perguntados se, diante de casos de IRA, a chamada precoce do nefrologista à UTI exercia influência na sobrevida do paciente crítico, 40 (93%) responderam que sim, e 3 (7%) responderam que nao.
CONCLUSAO: Apesar do amplo tempo de atuaçao da medicina nas UTIS, a maioria dos médicos julgou necessária a avaliaçao da nefrologia apenas em condiçoes de oligúria presente. Tendo em vista que a instituiçao precoce do método dialítico em casos de LRA reduz a mortalidade, a implementaçao de uma padronizaçao para diagnóstico precoce da LRA nas unidades de terapia intensiva melhoraria a interface de atuaçao nefrologista-intensivista, possibilitando um melhor prognóstico dos pacientes em tais casos.

 

NEFROLITIASE

PO: 51710

Tratamento endourológico da litíase renal em rim em ferradura – relato de caso

Autores: Carlos Eugênio Lira Tenório; Adriana Melo Barbosa Costa*; Jéssica da Silva Alves; Maria Isabel Ciríaco Lima; Marianne Danielle de Araújo; Roberto Gonçalves de Lucena-Fábio de Oliveira Vilar; Salvador Vilar Correia Lima

adrianamelo.costa@gmail.com

Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas(UNCISAL).

INTRODUÇAO: O rim em ferradura é a anomalia congênita renal de fusao mais comum, apresenta uma pelve renal anteriorizada e a vascularizaçao bastante variável, o que torna o tratamento cirúrgico do rim em ferradura desafiador. É comum a presença de litiase urinária em pacientes com rim em ferradura. Sua incidência varia de 21% a 60%, com a possibilidade de formaçao de todos os tipos de cálculo. A etiologia pode ser explicada pela estase urinária secundária à localizaçao anterior da pelve renal, pela compressao por vasos anômalos e pelo istmo ou ainda pela inserçao ureteral alta.
OBJETIVO: Relatar tratamento por Nefrolitotripsia percutânea (NLP) de 1 cálculo pélvico em rim em ferradura.
MÉTODO: J.G.A, 51 anos, casado, gênero masculino, natural e procedente de Recife/PE, apresentou dor lombar direita há 1 ano sendo investigado com tomografia de abdômen que evidenciou rim em ferradura com cálculo de 4,9 x 2,2 cm e densidade de 950 unidade de Hounsfield (UH) em pelve renal direita determinando discreta dilataçao pielocalicinal. O mesmo foi submetido a NLP em decúbito ventral sem intercorrências. Foram realizadas 2 punçoes no cálice superior, a dilataçao foi realizada com dilatadores faciais e a litotripsia com litotridor balístico. Ao final do procedimento foi deixada uma sonda de nefrostomia de 18 french(fr).
RESULTADOS: O paciente recebeu alta no 3° dia pós-operatório(DPO). O tempo cirúrgico total foi de 2hs e 30 minutos, a nefrostomia foi retirada no 2° DPO. Atualmente o mesmo encontra-se no décimo primeiro mês de seguimento, assintomático e sem evidências de litíase residual à tomografia.
CONCLUSAO: A Nefrolitotripsia Percutânea para litíase em rim em ferradura é um procedimento factível e seguro, quando realizada em centros com experiência em Endourologia.

 

NEFROLOGIA CLINICA

PO: 51695

A associaçao entre terapia de reposiçao enzimática (agalsidase-β) e IECA possui um potencial efeito renoprotetor na doença de Fabry.

Autores: Gilson Biagini; Tammy V.R. Almeida; Ana M. Martins; Mariza F.G. Rosa; Roberto Pecoits-Filho; Lidio Rossi; Fellype C Barreto; Nathalia Pereira Paschoalin Carvalho*

nathalia@csb.med.br

Clínica Senhor do Bonfim.

INTRODUÇAO: A doença de Fabry (DF), uma doença lisossomal de depósito, secundária à deficiência da enzima β-galactosidase, caracteriza-se pelo acúmulo de glicoesfingolipídeo, resultando na disfunçao de diferentes órgaos, como os rins. A terapia de reposiçao enzimática (TRE) é o tratamento para a DF, disponível há pouco mais de 10 anos.
OBJETIVO: Avaliar a evoluçao clínica da nefropatia por Fabry em pacientes sob TRE (agalsidaseβ) em condiçoes de prática clínica diária.
MÉTODOS: Estudo retrospectivo no qual foram incluídos pacientes acompanhados no Centro Clínico para DF de Tapejara-RS, que possuíssem dosagem de creatinina sérica e/ou proteinúria anterior ao início da TRE. A taxa de filtraçao glomerular (TFG) foi calculada pela fórmula CKD-EPI. Reduçao de funçao renal foi definida como aumento na creatinina sérica > 25%. Dados clínicos e laboratoriais foram coletados dos prontuários.
RESULTADOS: Foram incluídos 18 pacientes [mulheres: 17/18; idade: 33,7 ± 15,3 (16-57) anos] dos 72 em acompanhamento. As mutaçoes detectadas, todas misense, foram: p.y365x (n = 14;78%), w47x (n = 4;17%) e p.w204x (n = 1;5%). No início do acompanhamento, os pacientes apresentavam creatinina 0,84 ± 0,2mg/dl; TFG 92,5 ± 26,7 ml/min e proteinúria 354 ± 633mg/24h. 4 pacientes eram portadores de DRC. Hipertrofia ventricular esquerda e/ou septal foi detectada por ressonância nuclear magnética em 14 pacientes. O tempo entre o diagnóstico e o início da TRE foi de 4.4 ± 5.5 (0-14) anos. A indicaçao mais frequente para início da TRE foi o acometimento renal. O tempo de seguimento foi 24(12-36) meses. Todos os pacientes estavam em uso de IECA. A TFG e a proteinúria permaneceram estáveis ou melhoraram em 8 (44%) pacientes. Nenhum paciente apresentou piora da funçao renal durante o seguimento.
CONCLUSOES: Nossos resultados preliminares dao suporte ao conceito que a TRE, em conjunto com o bloqueio do sistema renina angiotensina, é uma estratégia eficiente para prevenir a progressao da nefropatia por Fabry. O desenho do estudo nao permite demonstrar o benefício individual de cada uma dessas terapêuticas. Estudos clínicos baseados na prática clínica diária podem ser alternativas interessantes. e mais viáveis economicamente que os estudos clínicos randomizados, particularmente no caso de doenças raras para as quais o recrutamento e inclusao de pacientes é extremamente difícil.

 


 

PO: 51697

A atuaçao do terapeuta ocupacional no ambulatório de hemodiálise de um Hospital Público em Sao Luís do Maranhao; relato de experiência

Autores: Aline De Nazaré Costa Dos Santos*; Wellington Augusto Dos Santos Conceiçao Júnior; Layana Thays De Souza Alves; Juliana Lima Mapurunga E Silva

alinedenazare@gmail.com

Universidade Federal do Maranhao.

INTRODUÇAO: A Terapia Ocupacional considera as atividades humanas como o produto e o meio de construçao do próprio homem, vinculando a isto a compreensao acerca das relaçoes que este homem em atividade estabelece em sua condiçao de vida e saúde. No contexto da hemodiálise os principais objetivos da atuaçao do Terapeuta Ocupacional sao promover a habilidade de desempenho em atividades diárias; incentivar funçoes práxicas; resgatar atividades sociais, de modo que o indivíduo possa continuar com sua vida produtiva e reestruturar o cotidiano caracterizado por rupturas advindas da doença renal crônica.
OBJETIVO: Relatar a experiência do terapeuta ocupacional no ambulatório de hemodiálise de um hospital público em Sao Luís do Maranhao.
MÉTODO: Os pacientes com doença renal crônica inicialmente sao avaliados através de protocolo validado denominado medida canadense do desempenho ocupacional (COPM) para verificar a estruturaçao da rotina e identificar restriçoes nas áreas de autocuidado, produtividade e lazer, organizando desta maneira o perfil ocupacional do cliente. O acompanhamento terapêutico ocupacional é feito através de atendimento individual e/ou grupal com atividades previamente analisadas. Sao realizadas atividades expressivas, lúdicas, produtivas e socioterápicas para trabalhar demandas identificadas referentes ao desempenho ocupacional dos mesmos. Os atendimentos durante a sessao de hemodiálise tem duraçao média de 60 minutos.
RESULTADO: Durante o acompanhamento promove-se o engajamento ativo em atividades significativas do repertório individual de ocupaçoes de cada cliente, potencializando assim seu desempenho. O resgate da autonomia e independência também sao aspectos advindos do processo de participaçao ativa nas atividades terapêuticas ocupacionais, desenvolvidas durante a hemodiálise. Também sao fornecidas orientaçoes acerca da importância de manter técnicas de conservaçao de energia e simplificaçao de tarefa na rotina diária para manter a qualidade vida.
CONCLUSAO: As atividades terapêuticas ocupacionais proporcionam reestruturaçao da rotina, resgate da autonomia, ampliaçao as possibilidades de organizaçao, interaçao social, minimizaçao do estresse, engajamento ativo em momentos de lazer, caracterizando atuaçao relevante no contexto de reabilitaçao psicossocial do indivíduo com doença renal crônica.

 


 

PO: 51729

A atuaçao do terapeuta ocupacional no pós-transplante renal em um Hospital Público de Sao Luís do Maranhao; relato de experiência

Autores: Aline De Nazaré Costa Dos Santos*; Wellington Augusto Dos Santos Conceiçao Júnior; LayanaThays De Souza Alves; Juliana Lima Mapurunga E Silva

alinedenazare@gmail.com

Universidade Federal do Maranhao.

INTRODUÇAO: O transplante renal possibilita a restauraçao da capacidade funcional dos pacientes com doença renal crônica minimizando as limitaçoes que a terapia dialítica causa à vida. Neste contexto os principais objetivos da atuaçao do Terapeuta Ocupacional sao promover a habilidade de desempenho em atividades diárias; incentivar funçoes práxicas; resgatar atividades sociais, reestruturar o cotidiano. Ressalta-se a atuaçao no contexto de inclusao e reinserçao profissional do paciente.
OBJETIVO: Relatar a experiência do terapeuta ocupacional no pós-transplante renal em um hospital público em Sao Luís do Maranhao.
MÉTODO: Após realizaçao de transplante renal os pacientes iniciam acompanhamento regular no ambulatório multiprofissional de prevençao da doença renal crônica no referido hospital, com equipe multidisciplinar. No serviço de terapia ocupacional sao avaliados através de protocolo validado denominado medida canadense do desempenho ocupacional (COPM) para verificar a estruturaçao da rotina e identificar restriçoes nas áreas de autocuidado, produtividade e lazer. O acompanhamento terapêutico ocupacional é feito através de atendimento individual. Após identificadas as restriçoes no desempenho ocupacional sao fornecidas orientaçoes de técnicas de conservaçao de energia, simplificaçao de tarefas e estratégias mnemônicas para desenvolvimento de tarefas do cotidiano. Também sao realizados encaminhamentos para cursos profissionalizantes, básicos e técnicos de acordo com a área de interesse levantada pelo cliente e disponibilidade de vagas ofertadas entre as instituiçoes com vínculo institucional com o referido hospital.
RESULTADO: Durante o acompanhamento os pacientes sao sensibilizados quanto a importância de ampliaçao do repertório ocupacional e engajamento ativo em atividades significativas do repertório individual de ocupaçoes de cada cliente, potencializando assim seu desempenho. O resgate da autonomia e independência também sao aspectos advindos do acompanhamento terapêutico ocupacional. A reinserçao profissional e o resgate e/ou (re) estruturaçao de novo projetos de vidas sao aspectos relevantes a serem destacados como resultados da intervençao do terapeuta ocupacional no contexto do pós-transplante renal.

 


 

PO: 50763

A baixa aderência de crianças em campanha de prevençao a doença renal crônica na cidade de Maceió

Autores: Andréa Vanessa da Cunha Lima*; Eline Calumby Teixeira; Renata Oliveira Santos; Mayle Gomes Ferreira de Araújo; Clarissa Menezes Monteiro; André Falcao Pedrosa Costa; Flávio Teles; Rose Mary da Cruz Vascocelos

andrealima392@gmail.com

Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas.

INTRODUÇAO: A campanha do Dia Mundial do Rim (DMR) deste ano visou alertar a populaçao para a importância de se prevenir a Doença Renal Crônica (DRC) desde a infância e, assim, evitá-la na fase adulta. Apesar da principal causa de DRC nessa etapa da vida ser as anomalias congênitas e as doenças hereditárias, em detrimento das glomerulopatias e da nefropatia diabética, nos últimos anos vem ocorrendo mudanças nos hábitos de vida da populaçao em geral e estudos evidenciam aumento no número de diabetes tipo 2 em crianças, tendo a obesidade como principal causador.
OBJETIVO: Avaliar o índice de participaçao do público alvo do DMR em 2016: as crianças e o conhecimento dos entrevistados sobre o nefropediatra e a nao existência desse profissional no Sistema Unico de Saúde (SUS) de todo o estado da capital em questao.
MÉTODOS: Estudo retrospectivo e transversal de caráter observacional por meio da análise dos questionários propostos pela Liga Acadêmica de Nefrologia da Uncisal (LANU) durante o DMR deste ano.
RESULTADOS: Dos 121 entrevistados, durante as açoes promovidas para o DMR em uma capital brasileira, aproximadamente 16% eram crianças de 1 ano e meio até 13 anos de idade, 8,5% eram adultos jovens de 18 a 30 anos e os demais eram de faixa etária mais alta e que comumente participam dessas açoes. A baixa aderência pela faixa etária alvo da campanha pode estar associada características como: dependência, nao incentivo dos pais, descrédito pelo tema, perda de tempo, dentre outras Observou-se, ainda, que do total de entrevistados cerca de 7% conhecia algum nefropediatra e apenas 3,5% sabia que nao há nefropediatra pelo SUS no estado.
CONCLUSAO: Por meio dessa experiência percebemos que a falta de conhecimento sobre a gravidade da DRC na infância – apesar de relativamente rara, traz grandes prejuízos para o crescimento, desenvolvimento e expectativa de vida das crianças e jovens acometidos – é um agravante para a detecçao precoce e para cuidados básicos de saúde que evitam o desenvolvimento de fatores de risco, como diabetes e hipertensao. Somado a isso, a falta de pediatras especialistas no SUS torna o diagnóstico precoce e o tratamento ainda mais difícil. Com isso concluímos que há carência de esclarecimentos da populaçao sobre essa temática.

 


 

PO: 51585

A espessura do musculo abdutor do polegar (EMAP) como instrumento de avaliaçao nutricional em pacientes em hemodiálise

Autores: Cynthia Paes Pereira*; Beatriz Adriele Rocha Teixeira; Paulo Pereira Nascimento; José Dagmar Fereira Vaz; Arnon Farias Campos; Maria Carolina Santa Rita Lacerda; Rodrigo Peixoto Campos; Daniella Bezerra Duarte

cynthia.paes@hotmail.com

Santa Casa de Misericórdia de Maceió Alagoas.

INTRODUÇAO: A desnutriçao energético proteica já é bem estudada na populaçao de renais crônicos. A massa corporal magra é um importante marcador do estado nutricional. A espessura do músculo abdutor do polegar (EMAP) tem sido utilizada como mais um marcador promissor para avaliaçao nutricional em diversas populaçoes por ser um músculo que permite uma avaliaçao direta de sua espessura e por apresentar forma anatômica bem definida.
OBJETIVOS: Investigar o uso da EMAP como instrumento de avaliaçao nutricional em pacientes em hemodiálise e comparar com outros métodos já difundidos nessa populaçao.
MÉTODO: Foram avaliados 145 pacientes com idade superior a 18 anos, de ambos os sexos, em programa regular de hemodiálise por mais de três meses. Para avaliaçao nutricional, foram coletados além da EMAP, dados antropométricos como peso seco, altura, índice de massa corporal (IMC), circunferência do braço (CB), circunferência da panturrilha (CP) para os idosos, circunferência da cintura (CC), circunferência do quadril (CQ) e realizada avaliaçao subjetiva global de sete pontos (ASG).
RESULTADOS: A média de idade dos pacientes foi de 49,5 ± 14 anos, sendo a maioria do sexo masculino (60%). Adequaçao nutricional pela EMAP foi vista em 76% dos pacientes. Pelo IMC, 49% dos pacientes eram eutróficos, 14% tinham desnutriçao leve/moderada, 2,1% eram desnutridos graves e 35% tinham sobrepeso/obesidade. Utilizando-se a CB como instrumento de avaliaçao nutricional, identificamos que 46,5% dos pacientes eram eutróficos, 46,5% tinham desnutriçao leve/moderada, 6,3% desnutriçao grave e 0,7% tinham sobrepeso. Pela ASG identificamos que 79% dos pacientes eram bem nutridos e 21% tinham desnutriçao leve. A circunferência da panturrilha foi medida em 37 pacientes idosos, revelando uma frequência de 29,7% de depleçao de massa muscular. Através do coeficiente de correlaçao de Pearson, verificamos uma correlaçao positiva da EMAP com todos os parâmetros antropométricos avaliados.
CONCLUSAO: A EMAP desponta como uma ferramenta bastante útil para avaliaçao do estado nutricional de pacientes em hemodiálise, por ser um método de execuçao simples, além de se correlacionar com outros instrumentos já utilizados nesses pacientes.

 


 

PO: 51234

A importância de registros validados de doença renal crônica pré-dialítica; uma descriçao de 1997 CA

Autores: Rosália Maria Nunes Henriques Huaira; Luciana Senra de Souza Sodré*; Rogério Baumgratz de Paula; Marcus Gomes Bastos; Natália Maria da Silva Fernandes

lucianasensouza@gmail.com

Universidade Federal de Juiz de Fora.

INTRODUÇAO: As doenças crônicas sao responsáveis pela maioria dos óbitos no Brasil, destas se destacam a hipertensao arterial (HAS) e Diabetes mellitus (DM) que sao as principais causas de doença renal crônica (DRC). Há no ambulatório do Hiperdia Juiz de Fora desde agosto de 2010 um registro eletrônico onde estes atendimentos sao arquivados.
OBJETIVOS: Primeira etapa: extraçao dos dados dos registros e posterior conversao, consistência e validaçao. Segunda etapa: caracterizaçao clínica da coorte.
MÉTODOS: Coorte retrospectiva, agosto de 2010 a dezembro de 2014. Foram incluídos os usuários com mais de 18 anos, com pelo menos 2 consultas no ambulatório de DRC. Variáveis analisadas: sócio demográficos, doença de base, principais medicaçoes, principais indicadores clínicos de controle da DRC, HAS e DM. Foi realizada uma análise descritiva dos dados e avaliado o percentual de pacientes nas metas à admissao e ao final do estudo.
RESULTADOS: Recebemos as planilhas exportadas do sistema e foi realizada a conversao e encontramos 1977 usuários com 2 consultas ou mais no ambulatório de DRC, sendo que o tempo de acompanhamento médio foi de 21 meses. Destes 51,4% eram homens, 40,3% eram brancos, 58% tinham idade superior a 64 anos e 81,6% estavam acima do peso ou com sobrepeso. Setenta e cinco e meio por cento (75,5%) eram de Juiz de Fora, 61,5% tem Fundamental Incompleto e a renda média individual foi de 1,35 salários mínimos. As principais medicaçoes em uso foram diuréticos (82,9%), BRAT (62%), Estatina (60,7%) e IECA (49,9%). O percentual de pacientes com declínio da taxa de filtraçao glomerular foi de 33,7%. Em relaçao à hemoglobina glicada 77,2% dos pacientes estavam dentro da meta inicial e 77% da final. O mesmo nao aconteceu com os pacientes em relaçao à meta de pressao arterial, 34,3% destes estavam na meta à admissao e 49,8% ao final do acompanhamento.
CONCLUSAO: Em funçao dos problemas que encontramos há algumas alteraçoes que precisam ser realizadas no sistema para que possa ser mais bem utilizado para as pesquisas futuras. O programa atende a um percentual relevante da microrregiao de Juiz de Fora, Santos Dumont e Sao Joao Nepomuceno com resultados que revelam controle clínico adequado.

 


 

PO: 51988

A importância do acolhimento psicossocial às famílias das crianças em terapia renal substitutiva

Autores: Helena Vasconcelos Malaguth Mendonça; Celina de Faria Rezende; Maria Goretti Moreira Guimaraes Penido; Bernardo Rojas Antonini*

beantonini14@gmail.com

Santa Casa de Belo Horizonte.

INTRODUÇAO: A doença renal crônica e a necessidade de terapia de substituiçao renal podem gerar grande pressao sobre a criança e a família. Cada criança e a família exigem prescriçao psicossocial específica e treinamento da equipe multiprofissional.
OBJETIVO: Avaliar o apoio psicossocial às famílias de pacientes pediátricos em terapia de substituiçao renal em uma unidade renal pediátrico terciário.
MÉTODOS: Foram feitas reunioes semanais, com duraçao média de 60 minutos e participaçao dos familiares acompanhantes dos pacientes. As reunioes eram facultativas e possuiam temática livre, sugerida pelos participantes, de acordo com a demanda. Os temas eram acolhidos e discutidos pelo grupo com mediaçao de profissionais da Psicologia e do Serviço Social.
RESULTADOS: O adoecimento renal afeta intensamente o paciente e sua família, resultando num processo de reconfiguraçao familiar, compreendido como uma tentativa de adaptaçao da família à nova realidade imposta pela doença. Observou-se que nem sempre as famílias conseguem elaborar e vivenciar essas mudanças de forma saudável, necessitando de ajuda para enfrentar seus conflitos. A partir do relato dos participantes, observou-se que ao longo dessa reconfiguraçao, muitas questoes e conflitos pessoais vividos pelos familiares acabam suprimidos ou negligenciados diante da prioridade dada ao cuidado com o paciente.
CONCLUSAO: As reunioes configuram um espaço de acolhimento, escuta e troca de experiências entre os presentes, promovendo a compreensao dos conflitos e contribuindo para um atendimento mais humanizado. O acolhimento permite a criaçao de novas possibilidades terapêuticas que considerem a necessidade do paciente e do familiar, a partir da compreensao do contexto familiar e das suas peculiaridades. Associaçoes nacionais e internacionais necessitam desenvolver e promover padroes apropriados de formaçao de profissionais para a prescriçao psicossocial adequada para esses pacientes.

 


 

PO: 51809

A importância do rastreamento da doença de Fabry num serviço de diálise

Autores: Gustavo Dias Prutchansky*; Cynara Karolina Rodrigues Da Cruz; Sarah Camelo Lima; Maria Eduarda Barbosa De Souza; Jean Santana De Souza; Rafael Inácio Lopes; Erica Lira Soares; Patricia Cecilia Dias Prutchansky

gugaprutchansky@ig.com.br

Universidade de Pernambuco-Garanhuns.

INTRODUÇAO: A doença de Fabry (DF) é caracterizada pela deficiência parcial ou completa da enzima a galactosidase A (a-GAL) devido a um erro inato do metabolismo ligado ao cromossomo X, o que promove depósito de lipídeos no endotélio vascular e tecidos viscerais, sendo a pele, coraçao, rins e sistema nervoso central os mais afetados. Com a progressao, pode resultar em doença renal crônica terminal (DRCt) e, com isso, gerar necessidade de terapia renal substitutiva (TRS). Devido ao elevado número de pacientes em programas de hemodiálise (HD) que nao possuem doença de base diagnosticada aliado à possibilidade dos mesmos serem portadores da DF, torna-se necessário o rastreamento dos pacientes e dos familiares dos casos índices objetivando diagnóstico e tratamento precoce na tentativa de modificar a história natural deste quadro multissistêmico grave.
OBJETIVO: Incentivar o rastreamento da DF em homens portadores de DRCt de etiologia desconhecida nos serviços de HD, obtendo casos índices e, a partir dos mesmos, construir heredogramas e rastrear seus familiares.
MÉTODO: O presente trabalho foi realizado a partir de uma revisao da literatura a respeito da prevalência da DF em programas de HD e através de um rastreamento da doença em unidade de HD na cidade de Garanhuns. Como método diagnóstico foi utilizado a medida da atividade da enzima α-GAL através do método DBS em papel de filtro.
DISCUSSAO/RESULTADOS: Após rastreamento dos pacientes masculinos no serviço de HD, foram encontrados 2 casos índices. A partir dos quais, entrou-se em contato com os familiares, e foram diagnosticados 14 e 5 portadores assintomáticos, dos respectivos casos índices. Através da eficacia do rastreamento familiar foi possível comprovar a grande importância da realizaçao desse. Dessa, o diagnóstico precoce possibilita a instituiçao de tratamento específico com alto potencial de melhora de prognóstico do paciente, além de viabilizar a procura de casos pré-sintomáticos e aconselhamento genético nos familiares.
CONCLUSAO: Torna-se evidente, dessa forma, que médicos nefrologistas devem considerar o diagnóstico da DF entre os pacientes com DRCt, tanto para os que já estao em terapia renal substitutiva, como para aqueles ainda em tratamento conservador.

 


 

PO: 50538

Ablaçao simpática renal por cateter de radiofrequência para controle de hipertensao refratária.

Autores: Edvaldo Ferreira Xavier Junior; Alfredo Aurélio Marinho Rosa Filho; Alfredo Aurélio Marinho Rosa*; Maria Thereza Patury Galvao Castro; Antônio de Biase Cabral Wyszomirski; Alexandre Pego Xavier; Carine Vilarins de Souza; Carlos Emídio Mota

aamrosaf@gmail.com

Centro Universitário Tiradentes.

A hipertensao arterial sistêmica (HAS), importante fator de risco para doenças cardiovasculares, é responsável por cerca de 25 e 40% da etiologia multifatorial da cardiopatia isquêmica e dos acidentes vasculares cerebrais respectivamente. Vários procedimentos invasivos para realizar denervaçao simpática já foram realizados com resultados satisfatórios no controle da pressao arterial, mas, algumas intervençoes causam elevada morbi-mortalidade pós-operatória ou complicaçoes tardias. A denervaçao simpática renal por cateter de radiofrequência surge como alternativa a HAS refratária com menor índice de complicaçoes.
RELATO DE CASO: Paciente masculino, 44 anos, pardo, procedente e residente em Igaci (AL) em acompanhamento ambulatorial em um hospital de referência de Maceió. Histórico de doença arterial coronariana e HAS refratária ao tratamento clínico com mais de 3 anti-hipertensivos em dose plena. Mediçoes ambulatoriais revelavam níveis tensionais elevados com pressao sistólica maior que 210mmHg e pressao diastólica maior que 120mmHg. MAPA pré-procedimento mostrou uma pressao arterial média de 180/120mmHg. Paciente submetido a sedaçao venosa através de midazolam, fentanil e propofol, realizado punçao da artéria femoral direita com introduçao de bainha 7Fr de 12 cm. Introduzido catéter RDC (cordis) 55cm para realizaçao de arteriografia renal direita e esquerda. Nesse momento, realizou-se construçao eletroanatomica da artéria aorta abdominal e das artérias renais através do sistema de mapeamento em terceira dimensao (3D-Ensite-St.Jude medical). Em seguida, foi introduzido um cateter de ablaçao com ponta de 4mm 5 F (meditronic), que foi colocado inicialmente na artéria renal direita e iniciada a ablaçao por radiofrequência no segmento distal da artéria renal direita com 8 watts de potência durante 2 minutos. O cateter foi tracionado e rotado levemente, sendo aplicada a radiofrequência em 4 pontos distintos do vaso com a última aplicaçao ao nível do óstio das artérias renais na regiao mais superior, com o objetivo de alcançar o gânglio simpático aórto-renal. O mesmo processo foi realizado na artéria renal esquerda e a aortografia pós-ablaçao demonstrou ausência de complicaçoes imediatas. A ablaçao por cateter é uma intervençao percutânea baseada na aplicaçao de radiofrequência na camada adventícia da artéria renal, sendo demonstrado em estudos recentes eficácia e segurança na denervaçao renal, assim como diminuiçao da atividade simpática e liberaçao de renina.

 


 

PO: 51922

Abordagem e complicaçoes da encefalopatia hipertensiva em paciente renal crônico no pronto socorro; relato de caso

Autores: Lucas Messias Silva Oliveira; Nikyallan Soares Rodrigues; Natasha Fernandes Spinelli*; Humberto Ladeira Costa; Albino Vieira Brum; Victor Lopes Brum

nathy_fs@hotmail.com

Hospital Sao José do Avaí.

INTRODUÇAO: A encefalopatia hipertensiva (EH) é uma entidade clínica conhecida como aumento súbito da pressao arterial que pode se manifestar após quadro de crise hipertensiva. Os pacientes podem apresentar sintomas como: náuseas, agitaçao psicomotora, cefaléia, hemorragia retiniana, papiledema, crise convulsiva e letargia. Iniciar o tratamento com o controle da pressao arterial imediatamente é fundamental assim como o diagnóstico de sua etiologia.
OBJETIVO: Relatar o caso de um paciente renal crônico com EH, sendo necessário associaçao de drogas de uso parenteral, evoluindo com choque relacionado ao tratamento e necessidade de monitorizaçao hemodinâmica em unidade de terapia intensiva (UTI).
MÉTODO: Relato de caso de um paciente de 71 anos, sexo masculino, portador de insuficiência renal crônica dialítica, hipertensao arterial, com queixa principal de cefaléia que evoluiu com crise hipertensiva refratária e EH.
RESULTADOS: C.V., masculino, 71 anos, natural de Itaperuna-RJ, aposentado, negro, relatou aos seus familiares cefaleia frontal, de início súbito, no período da manha do dia 23/05/16. Nesta mesma data aferiu sua pressao arterial o qual observou estar 190x130mmHg. Neste momento, o mesmo foi orientado por seus familiares a procurar imediatamente o pronto socorro. Na admissao hospitalar, sua primeira aferiçao estava em 224x146mmHg, já apresentando agitaçao psicomotora e desorientaçao. Realizou exames complementares dentre eles: eletrocardiograma, tomografia computadorizada de crânio e tórax sem alteraçoes agudas que justificassem o quadro. Foi realizado a infusao de nitroprussiato de sódio havendo controle do quadro hipertensivo porém com rebaixamento do nível de consciência, insuficiência respiratória sendo necessário intubaçao orotraqueal, uso de amina vasoativa e internaçao em UTI para monitorizaçao hemodinâmica e sedaçao. Segue em acompanhamento, com estabilizaçao do quadro e mantendo sessoes de hemodiálise.
CONCLUSAO: O tratamento da encefalopatia hipertensiva consiste em utilizar drogas endovenosas de efeito imediato, dentre elas a mais utilizada é o nitroprussiato de sódio. Entretanto, o paciente pode evoluir com complicaçoes importantes relacionadas à essas medidas. Saber manejar tal quadro em um paciente renal crônico com controle pressórico difícil, demanda atençao especial da equipe médica na emergência, atentando para as complicaçoes do uso da referida droga.

 


 

PO: 50636

Acadêmicos de medicina no dia mundial do rim; aprendizado e prevençao da doença renal

Autores: Luca Ramiro Fonseca Sampaio; Clara Beatriz Furtado Soares; Adolfo Gomes Vasconcelos Junior; Ligia de Moraes Oliveira; Wanderson de Almeida Pereira; Daniel de Sousa Sobral; Gabriel de Castro Castelo; Geraldo Bezerra da Silva Junior*

geraldobezerrajr@yahoo.com.br

Universidade de Fortaleza.

INTRODUÇAO: Devido ao aumento da prevalência de hipertensao arterial e diabetes na sociedade, a incidência de Doença Renal Crônica (DRC) tem tido um aumento também significativo. Isso repercute bastante no percentual de pacientes em tratamento dialítico no país. Para evitar que o número de pacientes com necessidade de diálise aumente, campanhas de promoçao e prevençao à saúde devem começar a abordar os pacientes desde a infância.
OBJETIVO: Relatar a participaçao de estudantes de Medicina membros de uma liga acadêmica, que tem como um dos temas a Nefrologia, em uma açao social promovida pela SBN, no Dia Mundial do Rim.
MÉTODO: Os alunos de 8 ligas acadêmicas e seus docentes, realizaram no dia 12 de março de 2016, atividades em prol do Dia Mundial do Rim. Essas açoes concentraram-se na Praça dos Estressados e na Praça do Ferreira, em Fortaleza-Ceará, no período da manha e da tarde. Nos locais, foram realizados aferiçao de pressao arterial, glicemia capilar, urinálise, índices antropométricos, fundoscopia, esclarecimento de dúvidas e conscientizaçao sobre a saúde renal. A atividade iniciou-se com o acolhimento do paciente e coleta de uma breve anamnese, seguindo para a realizaçao dos exames disponíveis e concluindo com a interpretaçao dos resultados e orientaçoes para cada caso.
RESULTADOS: A realizaçao de atividades de açao social a partir da uniao de docentes e discentes de escolas médicas traz à tona a importância da conscientizaçao e promoçao de saúde na comunidade. Na açao social, foi possível identificar pacientes com sinais de alerta para o desenvolvimento de complicaçoes renais, como glicemia capilar ou pressao arterial elevadas, tornando necessária a orientaçao de mudanças de estilo de vida e de busca de auxílio médico. No entanto, como a atividade foi realizada durante um único dia, a realizaçao de uma avaliaçao longitudinal desses pacientes torna-se difícil, sobretudo no contexto da rede pública de serviços de saúde, nao tendo sido possível mensurar o grau de efetividade desta açao.
CONCLUSAO: A participaçao nessa açao de saúde coletiva proporcionou um maior envolvimento com a prática médica e o trabalho em equipe, aprimorando conhecimentos teóricos através da abordagem de temas fundamentais para a saúde, dentre eles, a doença renal, e refinando habilidades de comunicaçao a partir de orientaçoes para promoçao e prevençao da saúde.

 


 

PO: 51940

Acesso de longa permanência para hemodiálise (HD) via transepática guiado exclusivamente por ultrassonografia; um relato de caso.

Autores: Johnathan Bueno Santos*; Ana Carolina Yonamine Rodrigues Dias; Thiago Paiva e Silva; Bruna Pasolini; Lilian Coelho Pereira; Flavio Senefonte

johnathan_009@yahoo.com.br

RENALE.

INTRODUÇAO: O aumento do número de pacientes com Doença Renal Crônica (DRC), levou a exponenciais elevaçoes das sessoes HD. Há 50.961 (censo SBN,2013) pacientes em HD, logo a necessidade de acessos vasculares para instituir uma das formas de terapia renal substitutiva é igualmente crescente. A exaustao de acessos vasculares e a falência de membrana peritoneal sao as principais condiçoes que indicam a utilizaçao da técnica transepática para implante de cateter de longa permanência (CLP).
OBJETIVO: Relatar uso do cateter transepático de longa duraçao para hemodiálise com implante guiado exclusivamente por ultrassonografia sendo uma alternativa segura, eficaz e realizável em centros sem fluoroscopia.
RELATO DE CASO: Paciente portadora de DRC de etiologia diabética e hipertensiva em HD intermitente em nosso serviço há 2 anos. Iniciou em HD há 5 anos, transferida para diálise peritoneal por falência de acesso vascular havia 2 anos, porém desenvolveu peritonite com fibrose de peritônio e consequente falência de membrana peritoneal, tornando inviável continuaçao da terapia. A flebografia demonstrou impossibilidade de confecçao e obtençao de acessos vasculares em membros superiores e inferiores, sendo única alternativa viável disponível a veia cava inferior. Assim, optou-se por realizar o procedimento para implante de CLP via transepática (o qual nunca havia sido realizado em nosso Estado), em centro cirúrgico, sob anestesia geral, com a punçao guiada por ultrassonografia (linha axilar média no décimo espaço intercostal), acessando a veia hepática média. A confirmaçao do posicionamento em veia cava inferior, o correto direcionamento da ponta do cateter e a exclusao de possíveis intercorrências decorrentes do procedimento foram todas obtidas exclusivamente pelo uso da ecografia, o que demonstra a segurança, eficácia e independência à fluoroscopia. Atualmente, o acesso já possui mais de 350 dias de uso, fluxo sanguíneo 250ml/h e eficiência dialítica com KT/V de 1,2 apresentando até o presente momento duas infecçoes tratadas sem a necessidade de retirada do dispositivo.
CONCLUSAO: a técnica de implante do CLP com o uso da ultrassonografia mostrou-se efetiva na punçao venosa, confirmaçao do posicionamento do cateter e segurança para o paciente.

 


 

PO: 51933

Achado incidental de tumor renal em paciente jovem com síndrome nefrótica, disfunçao renal e infecçoes pelos vírus HIV e da hepatite C

Autores: Priscilla Freitas Sampaio; Gabriela Guedes de Almeida; Isabela Ferreira Romualdo; Patricia Vasconcelos Lima; Heloisa Reniers Vianna*; Luiz Flavio Couto Giordano; Saulo Rangel de Souza Brito; Euler Pace Lasmar

hrvianna@hotmail.com

Hospital Universitário Ciências Médicas.

INTRODUÇAO: Massas renais podem ser incidentalmente encontradas em exames de imagem, sendo o carcinoma de células claras o tipo mais comum. A glomeruloesclerose focal e segmentar (GEFS) colapsante é comumente vista em pacientes com HIV que intercorrem com síndrome nefrótica (SN) e rapidamente evoluem para insuficiência renal terminal. No entanto, a conduçao concomitante das duas patologias é pouco descrita na literatura e pode gerar dúvidas.
OBJETIVO: Apresentar as conduçoes propedêutica e de tratamento em um paciente com SN, disfunçao renal e tumor renal unilateral associado às infecçoes pelos vírus HIV e da hepatite C.
RELATO DO CASO: Paciente JCS, 37 anos, homem, branco, ex-usuário de drogas, procurou atendimento médico devido a vômitos, adinamia e edema periférico de quinze dias de evoluçao. Internou-se em anasarca, com sintomas urêmicos e diurese satisfatória. Sem sintomas prévios ou histórico familiar de doença renal. Devido rápida deteriorizaçao da funçao renal foi submetido à pulsoterapia com metilprednisolona e à terapia dialítica. Exames mostraram síndrome nefrótica, complementos normais e sorologia para HIV e hepatite C reagentes. Ultrassom com rins normais e massa renal direita vascularizada ao doppler, em terço médio, de 4,7×4,0x4,2 cm. Tomografia contrastada sugeriu tratar-se de hipernefroma. O paciente recuperou a funçao renal após pulsoterapia e foi submetido à nefrectomia total direita. A peça foi enviada para patologia e fragmentos foram recolhidos para histologia renal com diagnóstico de carcinoma renal de células claras e GEFS colapsante associada à nefrite túbulo-intersticial com discreta fibrose e atrofia tubular. Recebeu alta hospitalar com funçao renal estável, medidas antiproteinúricas, prednisona e terapia anti-retroviral.
CONCLUSAO: Este caso reporta a conduçao de duas patologias renais distintas, concomitantes, de evoluçoes desfavoráveis e indicativas de rápida abordagem. A indicaçao imperiosa de imunossupressao pela disfunçao renal rapidamente progressiva suplantou o achado de um tumor que posteriormente se mostrou maligno, bem como a realizaçao de exame contrastado em vigência da disfunçao. E posteriormente a indicaçao formal de nefrectomia total em paciente com doença renal em franca evoluçao também foi mandatória. É sabido que GEFS colapsante associa-se ao HIV e exige tratamento agressivo e dados da literatura associam carcinoma renal de células claras à infecçao pelo HCV o que justifica a abordagem empregada.

 


 

PO: 51997

Acometimento renal em pacientes com Síndrome DE Berardinelli-Seip – relato de caso

Autores: Cassius Ramiro Fernandes Landim; Alecia Candido Monteiro da Silva; Lenina Ludmila Almeida de Carvalho;

Leila Silveira Vieira da Silva*; Ronaldo Roberto Bergamo; Claudio Couto Lossio Neto; Pedro Rafael Reis Coelho

leila.silveira@terra.com.br

UNIRIM.

A Síndrome de Berardinelli-Seip é definida como uma lipodistrofia congênita generalizada, ocasionada a partir de uma transmissao autossômica recessiva, havendo uma prevalência baixa, em torno de 1: 10.000.000 nascidos vivos. Essa entidade possui grande heterogenicidade e diferentes estágios de evoluçao, podendo cursar com disfunçoes anabólicas variadas, diabetes e hiperlipidemia, aspectos que acarretam diversas formas de nefropatias. Ilustrando esse aspecto variável, observou-se esta característica de variaçao do acometimento renal nos dois casos em foco. Os dois pacientes relatados sao irmaos que encontram-se com graus diferentes de comprometimento renal: o primeiro com insuficiência renal dialítica; o segundo, conduçao ambulatorial. Eles fazem parte de uma família com expressiva incidência de casamentos consanguíneos, interferindo na incidência da síndrome, totalizando 38 casos até entao. LES, 44 anos, manifestando os primeiros sintomas metabólicos da síndrome por volta dos 25 anos de idade, de modo que hoje cursa com Hipertensao Arterial Sistêmica, Hipotireoidismo, Diabetes melitus tipo 2, miocardiopatia hipertrofica com aumento das câmara, tendo apresentado infarto miocárdico e sido submetido a cirurgia de revascularizaçao cardíaca. É acompanhado desde os 37 anos por quadro de insuficiência renal dialítica. Foi submetido a transplante renal de doador falecido com tempo de isquemia fria de 16 horas, evoluindo com rejeiçao do órgao. Encontra-se em diálise 3 vezes por semana. FAFS, 46 anos, iniciou a manifestar sintomas também aos 25 anos; sendo conduzido hoje por Hipertireoidismo, diabetes melitus tipo 2, infarto de miocárdio com cirurgia de revascularizaçao miocardica e insuficiência renal crônica nao dialítica (apresentando clearence de creatinina de 35,5). Encontra-se em uso de ramipril 5mg/dia, alopurinol 100mg/dia, AAS 100 mg/dia, clopidogrel 75 mg/dia, insulinoterapia, sinvastatina 40 mg/dia, pentoxifilina, pantoprazol 40 mg/dia. A insuficiência renal é provavelmente relacionada à presença da nefropatia diabetica, sendo também descritas associaçoes com esclerose focal glomerular e glomerulonefrite membranoproliferativa, como em outras lipodistrofias. Trata-se portanto de uma síndrome rara de acometimento multisistêmico com complicaçoes graves e que merecem atençao em grupos familiares como o apresentado em que a prevalência é bastante superior ao restante da populaçao.

 


 

PO: 52013

Alta prevalência de fatores de risco para a doença renal crônica a nível populacional; achados do estudo Epicurean

Autores: Ana Cavalcanti; Simone T Moyses; Jose Fortes; Alexei Volaco; Roberto Pecoits-Filho*; William Dumke de Lima

r.pecoits@pucpr.br

PUCPR.

INTRODUÇAO: Estudos epidemiológicos de base populacional sao fundamentais para conhecer a prevalência de fatores de risco e a dinamica da DRC. No Brasil estas abordagens populacionais ainda sao raras.
OBJETIVO: Esta pesquisa tem como objetivo analisar fatores de risco para doença renal crônica na populaçao da cidade de Curitiba, utilizando dados da Pesquisa de base populacional sobre doenças crônicas nao transmissíveis em Curitiba (Epicurean), a partir do calculador simplificado de risco de doença renal crônica: Screening For Occult Renal Disease (SCORED).
MÉTODO: O Epicurean éum estudo epidemiológico de base populacional, de delineamento transversal, com representatividade para a cidade de Curitiba. O estudo é composto da amostra de 1.103 indivíduos residentes na regiao urbana de Curitiba, nos quais foram aplicados exames físicos e questionários para avaliar a prevalência e gravidade de doenças crônicas, associados a variáveis sócias demográficas assim como fatores de risco questionados no calculador de doença renal. O SCORED é um questionário validado para calculo de Doença Renal. Composto por um questionário de nove questoes com pesos diferentes que incluem idade, sexo, anemia, HAS, diabetes, infarto, AVC AVE, insuficiência cardíaca, doença vascular periférica, antecedente de doença renal/urinária, e prevê uma chance de 20% para DRC em caso de pontuaçao > 4 pontos. A partir da amostra coletada e correlacionado os dados com o calculador de doença renal crônica se estimou um risco populacional geral na populaçao da amostra.
RESULTADO: Dentre os 1.103 indivíduos participantes do Epicurean, 275 (24,93%) apresentaram alto risco de DRC (classificaçao scored > 4). O perfil populacional de maior prevalência apresenta as características: branca (81%), casados (55%), usuários dos SUS (54,5%), faixa de anos de estudo de 0 a 7 anos (54%), aposentados (40%), e com uma faixa de renda entre 1-3 salários mínimos (41%).
CONCLUSAO: Os achados epidemiológicos demonstram um significativo risco da DRC na populaçao, sendo 1 em cada 4 pacientes classificados como alto risco. O perfil demonstra que a maioria sao indivíduos de classes sociais com menor recursos financeiros e dependentes do SUS, corroborando para necessidade de desenvolver programas de rastreamento ativo e controle dos fatores de risco em políticas públicas de saúde para reduzir o impacto da DRC na sociedade.

 


 

PO: 51680

Alta prevalência de hipertensao em Recife-PE e sua associaçao com hiperfibrinogemia e dislipidemias

Autores: Layse Ciane Silveira Cirino de Britto Galvao*; Abdias Pereira Diniz Neto; Rosana Silva Batista; Matheus Ribeiro Barros Correia; Tiago Ferreira da Silva Araújo; Janaina Karin de Lima Campos; Rodrigo Alves de Oliveira; Bianka Santana dos Santos

layse_ciane@hotmail.com

Universidade Federal de Pernambuco.

O estado hipertensivo das artérias pode provocar alteraçoes dos níveis de fibrinogênio, os quais em associaçao com níveis elevados de lipoproteínas aterotrombogênicas podem contribuir para o agravamento de dano endotelial, aumentando a probabilidade de os indivíduos hipertensos desenvolverem Diabetes mellitus, doença renal crônica, síndrome metabólica X e doenças cardiovasculares. Além dos riscos ocasionados pelas lipoproteínas aterotrombogênicas, a hiperfibrinogenemia pode agravar e potencializar o risco de desenvolvimento de outras doenças crônicas, por o fibrinogênio ativar a agregaçao plaquetária, aumentar a viscosidade sanguínea e estimular a formaçao de fibrina, o que causaria danos em diversos sistemas do organismo. Assim, hipertensos com hiperfibrinogenemia podem ter um maior risco nao apenas cardiovascular. Desse modo, o presente estudo objetivou avaliar os níveis plasmáticos de fibrinogênio e de lipoproteínas em hipertensos da populaçao de Recife, em comparaçao com voluntários normotensos. Para tanto, um estudo transversal foi conduzido com a obtençao de amostras sanguíneas de 2480 voluntários, após aprovaçao por Comitê de Ética em Pesquisa. Os sujeitos foram divididos em dois grupos: hipertensos e normotensos, conforme o VIII Comitê Nacional sobre Hipertensao. Níveis de Colesterol Total e Triglicerídios foram determinados enzimaticamente, enquanto LDL-colesterol e VLDL-colesterol foram através da Equaçao de Friedewald. Níveis plasmáticos de fibrinogênio foram identificados através do Método de Clauss modificado. Teste t de Student desemparelhado (p < 0,05) foi realizado. Hipertensao foi encontrada em aproximadamente 50% dos voluntários, os quais tiveram valores de fibrinogênio maiores do que os normotensos (476,3mg/dL vs. 267,5mg/dL; p < 0,0001), bem como tiveram maiores níveis de LDL-colesterol, VLDL-colesterol, Triglicerídeos e Colesterol Total. Os grupos apenas nao diferiram quanto aos níveis de HDL-colesterol. Assim, os resultados demonstram que hipertensos de Recife podem ter um risco pró-aterotrombótico significativo, com hiperfibrinogenemia e alteraçoes lipídicas, sugerindo que os mesmos possam vir a apresentar um mau prognóstico, haja vista a implicaçao dessas alteraçoes no aumento da propensao para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, doenças renais, Diabetes mellitus, dentre outras, que só potencializariam em muito o risco de morte desses indivíduos.
APOIO FINANCEIRO: CNPq, CAPES e FACEPE.

 


 

PO: 52000

Amiloidose al diagnosticada a partir de biópsia renal

Autores: Valentine de Almeida Costa de Castro Lima; Milena Correa do Espírtoi Santo; Suzana Greffin*; Jorge Paulo Strogoff de Matos; Jorge Reis Almeida; Gerson Lopes; Ana Luisa Figueira Gouvêa; Jocemir Ronaldo Lugon

suzanagreffin@gmail.com

Universidade Federal Fluminense.

INTRODUÇAO: A amiloidose é uma doença que ocorre devido a formaçao de proteínas que têm uma estrutura terciária instável. Estas se depositam no tecido extracelular, levando a manifestaçoes em órgaos-alvo. As manifestaçoes renais ocorrem em 2/3 dos pacientes e, entre elas, estao proteinúria maciça com predomínio de albumina e síndrome nefrótica, com piora da funçao renal em 20-45% dos casos.
OBJETIVO: Relatar um caso de Amiloidose AL, diagnosticada a partir de manifestaçao renal.
RELATO DE CASO: Paciente feminino, 50 anos, branca, natural do RJ, com história de edema de MMIIs intermitente de set/2014 a jan/2015. A partir de jan/2015, houve piora progressiva do edema e aumento de escórias nitrogenadas, proteinúria nefrótica (10g/24h) e hipercolesterolemia (colesterol total 299 mg/dl), sendo encaminhada ao Nefrologista. Além disso, exames laboratoriais apresentavam: albumina sérica 1,1 g/dl; globulina 2,8 g/dl; VHS 71 mm; FAN, ANCA, anti Sm, fator reumatóide, VDRL, sorologias para Hepatite e HIV negativas e investigaçao para Mieloma Múltiplo e outras neoplasias, negativa. Foi realizada biópsia renal, que apresentou diagnóstico de amiloidose, com acometimento glomerular difuso e global, interstício e regiao perivascular, confirmado por vermelho Congo e por microscópio de fluorescência. O exame mostrou também presença de restriçao para cadeia leve de Ig lambda, consistente com Amiloidose AL. Após o diagnóstico, a paciente foi encaminhada para a hematologia para tratamento adequado. Durante o tratamento, apresentou hemorragia digestiva baixa volumosa evoluindo para óbito.
CONCLUSAO: O acometimento renal com perda de funçao é frequente na amiloidose primária, principalmente como manifestaçao inicial. A biópsia renal é uma importante ferramenta diagnóstica e o microscópio de fluorescência pode ser utilizado para confirmaçao das alteraçoes mostradas à coloraçao com vermelho Congo. As manifestaçoes em sistema digestivo estao presentes em 80% dos casos e, dentre elas, a hemorragia digestiva consiste em importante causa de óbito.

 


 

PO: 51744

Amiloidose e os desafios na identificaçao do precursor amilóide – relato de caso

Autores: Liliana de Meira Lins Kassar*; Michelle Jacintha Cavalcante Oliveira; Evandro Guilherme Luz Souza; Fábio Távora; Nídia Messias; Nilcyeli Aragao

lilianamlkassar@gmail.com

UFAL.

INTRODUÇAO: A amiloidose é uma doença caracterizada pela deposiçao extracelular de proteína autóloga de maneira localizada ou sistêmica. Estes depósitos sao originários de alteraçoes no metabolismo de proteínas séricas. O diagnóstico definitivo é estabelecido por biópsia do órgao acometido. Na amiloidose primária, a fibrila amilóide, denominada AL, é derivada de imunoglobulinas de cadeias leves kappa ou lambda, ou seus fragmentos. O acometimento renal na amiloidose geralmente manifesta-se com proteinúria. Técnicas de imunofluorescência têm sido utilizadas como ferramenta essencial na avaliaçao diagnóstica do tipo de amiloidose.
OBJETIVO: Descrever um caso de apresentaçao de amiloidose primária, que pode corresponder a um tipo de proteína nao identificada por métodos convencionais de pesquisa ou tratarse de um raro tipo de amilóide.
MÉTODOS: Análise retrospectiva dos dados obtidos do prontuário de 1 paciente acompanhando em um serviço de Clínica Médica no período de março de 2011 a maio de 2012 com diagnóstico de síndrome nefrótica secundária a amiloidose primária.
RESULTADOS: As imunoeletroforeses de proteínas séricas e urinárias nao evidenciaram um pico monoclonal, porém, a última sugeriu a presença de cadeias leves na urina. Mielograma e biopsia óssea afastaram o diagnostico de Mieloma Múltiplo. A biopsia renal revelou achados histológicos compatíveis com amiloidose. O tecido biopsiado foi submetido a imunofluorescência direta. Nao houve marcaçoes para as fraçoes de C3 e C1q do sistema complemento, IgA, IgM e IgG humanas e cadeias leves de imunoglobulina kappa e lambda. Um novo painel de imunofluorescência direta com fluoresceina, além de imunoperoxidase foi ampliado para as proteínas kappa, lambda, fibrinogênio, amilóide AA, ATTR, LECT2, sendo igualmente negativos. O paciente foi conduzido como amiloidose primária, realizando o protocolo quimioterápico com ciclo mensais de melfalan e dexametasona. Após estabilizaçao do quadro, passou a ser acompanhado ambulatoriamente vindo a óbito um ano e meio após diagnóstico.
CONCLUSAO: Pacientes com amiloidose primária representam um desafio para o clínico, uma vez que o tratamento pode ser melhor conduzido com a identificaçao da proteína amilóide. Este caso pode corresponder a um tipo de proteína nao identificada por métodos convencionais de pesquisa ou tratar-se de um raro tipo de amilóide.

 


 

PO: 51924

Amiloidose primária, um diagnóstico a ser considerado

Autores: Joanny de Lima e Silva Barbosa*; Juliana Rocha Jatobá Leite; Katienne Goes Mendonça; Michelle Jacintha Cavalcante Oliveira; Morgana Barbosa Duarte; Ravidson Carlos Correia da Graça; Luiza Soares Vieira da Silva; Fernando Antônio Melro Silva da Resurreiçao

joannyjo@hotmail.com

Universidade Federal de Alagoas.

INTRODUÇAO: Amiloidose é uma doença caracterizada por se referir a deposiçao extracelular de fibrilas compostas de proteínas de baixo peso molecular. Diversas manifestaçoes clínicas podem surgir a depender do tipo, localizaçao e quantidade de depósito. Essa condiçao pode ser primária, hereditária, ou secundária a várias situaçoes clínicas como doenças inflamatórias crônicas e neoplasias. O rim é acometido em quase todas as formas podendo evoluir com insuficiência.
RELATO DE CASO: Paciente, feminina, 42 anos, hipertensa há 8 anos, evoluindo com edema em membros inferiores há 3 anos, sem comorbidades ou histórico familiar de quadro semelhante, com proteinúria 9,032 g/24h com clearance de creatinina estimado por MDRD 10 ml/min. Submetida a biópsia renal para investigaçao com coloraçao vermelho congo positiva no depósito glomerular compatível com amiloidose renal. Na imunofluorescência, foi destacado positividade para IgM, C1q, C3, lambda em mesângio, alça e capilar glomerulares. A investigaçao progrediu sendo negativa para mieloma, com biópsia de medula óssea evidenciando a presença de material com refrigência verde garrafa ao vermelho congo, consistente com depósito de substância amilóide, além de demonstraçao de acometimento cardíaco através do ecocardiograma com aumento importante da espessura parietal e da ecogenicidade miocárdica sugerindo amiloidose cardíaca. Ainda durante a internaçao hospitalar necessitou iniciar terapia renal substitutiva (hemodiálise) por sintomas urêmicos e oligúria, estando atualmente sob acompanhamento conjunto da nefrologia, cardiologia e hematologia em uso de bortezomibe e dexametasona.
DISCUSSAO: A amiloidose primária pode afetar órgaos específicos como rins, coraçao e medula óssea. No primeiro, com síndrome nefrótica, podendo resultar em rim terminal; já no segundo, a espessura miocárdica da parede livre do VE ao ECO nao só é alteraçao diagnóstica, como quanto mais espessa pior a evoluçao e no terceiro, a presença de cadeia leve lambda pode ser mais nefrotóxica, como no caso exposto. O diagnóstico é clínico e confirmado com a biópsia tecidual que exibe birrefringência, com tom esverdeado, sob microscopia polarizada após coloraçao com vermelho congo. O caso relatado nao é viável para transplante de medula óssea, pelo acometimento maior que 2 órgaos e a evoluçao para hemodiálise determina um prognóstico ruim. É importante a suspeita clínica da patologia em questao pela repercussao sistêmica que a mesma pode causar.

 


 

PO: 51757

Amiloidose renal hereditária – relato de caso

Autores: Alessandra Correa Pereira*; Denise Maria Avancini Costa Malheiros; Carlos Tadeu Bichini Guardia; Luis Felipe Cintra Pereira; Marisa Petrucelli Doher; Bento Fortunato Cardoso dos Santos; Ana Karoline Nobrega Cavalcanti; Virgílio Gonçalves Pereira Junior

alessandracorreap@gmail.com

Hospital Israelita Albert Einstein.

Amiloidose é um grupo heterogêneo de doenças que partilham a deposiçao de fibrilas amiloides nos órgaos e tecidos. Mutaçoes na cadeia leve Aa do fibrinogênio levam ao depósito amiloide nos rins, sendo a principal causa de amiloidose renal hereditária na Europa. A evoluçao clínica desta doença é pouco caracterizada, porém doença aterosclerótica coronariana parece estar associada. O diagnóstico é feito através de biópsia renal, análise do componente amilóide e testes genéticos. Atualmente nao há tratamento que possibilite à resoluçao dos depósitos amilóides. O transplante hepato-renal é uma alternativa em pacientes com doença avançada. O objetivo é descrever um caso de amiloidose renal associada à cadeia leve Aa do fibrinogênio diagnosticado em um paciente brasileiro. Foi realizado análise do prontuário e revisao de literatura. Paciente MDPR, masculino, 55 anos, procedente de Sao Paulo, portador de dislipidemia, apresentando proteinúria leve persistente nos exames laboratoriais sem manifestaçoes clínicas. Em 2012 houve aumento da proteinúria (2,58g/24h) sem disfunçao renal, sendo realizada biópsia renal que evidenciou depósito com características de amiloide. Iniciou-se entao extensa investigaçao e o paciente nao apresentava nenhuma discrasia de células plasmáticas ou doença inflamatória que sugerisse amiloidose primária ou secundária, respectivamente, ou evidência de depósito amiloide em outros órgaos. Durante seu acompanhamento foi diagnosticado hipertensao arterial sistêmica e insuficiência coronariana. Em 2015 iniciou quadro de edema e proteinúria nefrótica (9,26g/24h) com disfunçao renal progressiva (Clearance de creatinina 50ml/min/1,73m2), sendo realizada nova biópsia renal que demonstrou depósitos glomerulares com características de amiloide na microscopia óptica e eletrônica. Solicitado microdissecçao do material amiloide seguida de cromatografia líquida por espectrometria que detectou uma sequencia anormal de aminoácidos na cadeia leve Aa do fibrinogênio (Glu545Val) confirmando o diagnóstico de amiloidose renal hereditária. Paciente mantém proteinúria e funçao renal estáveis. Amiloidose associada à mutaçao da cadeia leve Aa do fibrinogênio é uma doença predominantemente renal, caracterizada por penetrância variável, aparência histológica distinta, proteinúria e insuficiência renal progressiva. Na presença de depósito amiloide glomerular com ausência de amiloidose sistêmica significante deve ser investigado amiloidose renal hereditária.

 


 

PO: 50547

Análise comparativa entre prevalência de hipertensao e distribuiçao dos centros de diálise no Brasil

Autores: Ariely de Queiroz Castelo Branco*; Bruno Tolino Maran; Celeste de Santana Oliveira; Ellen Tieko Tsugami Dalla Costa; Ludimila de Macedo Dalla Corte; Samanta Mendes Barreto; Alisson Juliani; Fábio Humberto Ribeiro Paes Ferraz

aricastelobranco@gmail.com

UNICEUB.

INTRODUÇAO: A doença renal cônica terminal (DRCT) é reconhecida como um problema de saúde pública devido à sua elevada prevalência e aos altos custos ao sistema de saúde pública. Segundo os dados do Censo Brasileiro de Diálise (CBD), realizados anualmente desde 1999 pela Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), uma das principais etiologias de DRCT em nosso país é a nefroesclerose hipertensiva.
OBJETIVO: Avaliar a prevalência de hipertensao ao longo de diversas capitais brasileiras e correlacionar com a distribuiçao dos centros de diálise no Brasil.
MÉTODO: Com base no CBD dos anos de 2013 foi obtido o número de centros de diálise em cada capital dos diversos Estados da Federaçao e do Distrito Federal. A prevalência de populaçao hipertensa em cada Unidade da Federaçao foi obtida através da pesquisa VIGITEL (Vigilância de fatores de risco e proteçao para doenças crônicas por inquérito telefônico) tendo como ano-base 2013. A populaçao de cada estado foi obtida com base nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referentes a 2013. Com base no número de centros de diálise e na populaçao de cada UF, foi obtida a proporçao de centros de diálise/pmp.
RESULTADOS: A capital com menor prevalência de hipertensao foi Palmas (15,2%) e a maior prevalência foi verificada na cidade do Rio de Janeiro (28,7%). A média de prevalência de hipertensao foi de 22,6 ± 3,1%. A despeito de nao haver sido verificado uma diferença importante entre a prevalência de hipertensao entre as diversas capitais do Brasil, houve diferenças significativas diferenças na distribuiçao dos centros de diálise ao longo destas capitais.
CONCLUSAO: A despeito da hipertensao ter uma prevalência relativamente homogênea ao longo das capitais da UF ao longo do território nacional, o mesmo nao ocorre com a distribuiçao dos centros de diálise, mostrando que outros fatores influenciam nesta distribuiçao.
PALAVRAS-CHAVE: diálise renal, epidemiologia, disparidades na assistência à saúde

 


 

PO: 51896

Análise da percepçao da alteraçao do cotidiano dos cuidadores de pacientes com doença renal crônica em hemodiálise no Hospital de Referência da regiao Norte do Ceará.

Autores: Catarine Cavalcante Ary*; Tallys de Souza Furtado; Dina Andressa Martins Monteiro; Ana Raquel Ferreira de Azevedo; Ticianne Pinto Ferreira; Joao Laerte Alves de Freitas Filho; Filipe Herson Carneiro Rios; Paulo Roberto Santos

catarineary@gmail.com

Universidade Federal do Ceará – Campus Sobral.

INTRODUÇAO: Cuidadores de pacientes em hemodiálise sofrem mudanças e adaptaçoes em sua vida juntamente com o paciente, sao expostos à estressores cotidianos, podendo interferir em seu dia-a-dia e atividades laborais.
OBJETIVO: Analisar a percepçao quanto à alteraçao do cotidiano dos cuidadores de pacientes com doença renal crônica (DRC) submetidos a hemodiálise (HD).
MÉTODO: Amostra foi formada por 106 pacientes com DRC em HD em centro de referência de Sobral, que identificaram um cuidador principal responsável pelos cuidados diários. Foi realizado questionário de identificaçao e socioeconômico contendo: sexo, idade, procedência, grau de parentesco com o paciente, ocupaçao, renda aproximada e se houve mudança significativa com o adoecimento do paciente aos seus cuidados, idade do paciente, sexo e tempo em HD.
RESULTADOS: A amostra era formada por 26 (24,5%) homens, com idade média 43,85 anos (45 ± 27 anos), e 80 (75,5%) mulheres, com idade média de 41,74 anos (44 ± 26 anos), apenas 19 (17,9%) sao residentes em Sobral-CE, os demais se deslocam de cidades vizinhas. Dentre os desempregados há 24 (53,8%) dos homens, e 61 (76,3%) das mulheres. Em relaçao às mudanças pós adoecimento 18 (69,2%) dos homens e 60 (75%) das mulheres, relataram mudanças e adaptaçoes significativas no cotidiano consequente ao adoecimento do paciente sob seus cuidados. Dentre estes, 35 (74,5%) dos cuidadores de pacientes com mais de um ano em HD e 43 (72,8%) dos cuidadores de pacientes com menos de um ano em HD relataram mudanças e adaptaçoes no cotidiano. Em relaçao à idade do paciente: 42 (73,7%) dos cuidadores de pacientes maiores de 60 anos e 37 (75,5%) dos cuidadores de pacientes menores de 60 anos relataram mudanças e adaptaçoes significativas no cotidiano.
CONCLUSAO: Nao houve diferença significativa na percepçao de mudanças do cotidiano entre cuidadores de paciente com menos de um ano em HD comparado aos que estao há mais de um ano em HD e nem em relaçao à idade do paciente. Porém, a maioria dos cuidadores relataram que o adoecimento provocou uma mudança persistente em sua vida. Assim, devido à alta possibilidade de mudanças no cotidiano e na estrutura familiar consequente ao adoecimento e à necessidade de deslocamento para o centro de referência, é importante oferecer apoio psicológico, ocupacional e social também para os cuidadores nos serviços de saúde onde o paciente sob seus cuidados é atendido.

 


 

PO: 50507

Análise da prevalência de queixas urinárias obtidas no Projeto Céu na Cidade

Autores: Carla Herrmann Monteiro*; Mayara Ramos Buccolo; Marcela Vieira Camillo; Luiza Morais Oliveira; Alexandre Augusto Mannis

carlaherrmann@yahoo.com.br

Centro Universitário Sao Camilo.

INTRODUÇAO: O projeto céu na cidade, ocorrido no dia doze de outubro de 2015, em Guarulhos – SP teve como objetivos unir os indivíduos de uma comunidade carente, proporcionando-os além de um dia agradável, uma oportunidade para checar a saúde.
OBJETIVO: Identificar as principais queixas urinárias da populaçao e orientá-las o seguimento.
MÉTODOS: Foram coletados dados gerais e a partir destes dados, foi realizada uma estratificaçao baseada em critérios pré-definidos, para os pacientes serem encaminhados ao setor de nefrologia. Estes critérios eram: Queixas urinárias, pacientes diabéticos descontrolados, pacientes hipertensos há mais de 20 anos e pacientes com histórico de doença renal. No setor de nefrologia, foi realizado um novo questionário direcionado as doenças renais, e exame de urina tipo I. Os dados obtidos foram tabulados e analisados.
RESULTADOS: Foram atendidos 355 indivíduos no total, sendo que 62 preenchiam os critérios para encaminhamento ao setor de nefrologia. Entre estes, 87% nao realizavam acompanhamento com nenhum serviço médico, e 13% realizavam acompanhamento médico. Em relaçao as queixas, 44% apresentavam queixa de disúria, 10% eram hipertensos diagnosticados há mais de 20 anos, 8% eram diabéticos e apresentavam hiperglicemia no momento, 6% apresentavam dor em flanco, 6% apresentavam queixa de poliúria, 5% apresentavam incontinência urinária, 5% apresentavam nefrolitíase prévia, 3% queixavam-se de colúria, 3% queixavam-se de polaciúria, 3% apresentavam espuma na urina, 2% queixavam-se de hematúria, 2% tinham ITU recorrentes, 2% apresentavam queixa de prurido ao urinar, e 2% tinham síndrome nefrítica prévia.
CONCLUSAO: Analisando os dados obtidos, vimos que uma grande parte desta populaçao nao realiza acompanhamento médico, mesmo apresentando queixas. Dentre todas as queixas, a disúria representa a maior queixa, sendo que esta, na maioria das vezes, está relacionada com infecçoes do trato urinário, podendo levar a complicaçoes, principalmente quando há queixa de hematúria concomitante. Em relaçao a doenças crônicas, hipertensos e diabéticos necessitam de um acompanhamento médico regular, visto que estas doenças podem acometer os rins e com diagnóstico precoce é possível retardar a progressao da doença renal. Por fim, este trabalho reforça a necessidade de trabalhos voluntários afim de rastrear doenças em populaçoes carentes, pela falta recursos que estas possuem ao acesso a saúde primária.

 


 

PO: 51609

Análise da taxa de filtraçao glomerular em pacientes com diagnóstico inicial de acidente vascular encefálico

Autores: Filipe Herson Carneiro Rios*; Ana Raquel Ferreira de Azevedo; Catarine Cavalcante Ary; Esther Carneiro Vasconcelos; Tallys de Souza Furtado; Everton Alencar Moura; Joao Laerte Alves de Freitas Filho; Paulo Roberto Santos

filipi_rios@hotmail.com

Universidade Federal do Ceará.

INTRODUÇAO: A Taxa de Filtraçao Glomerular (TFG) consiste em um marcador fisiológico que avalia a funçao renal, apresentando queda em condiçoes patológicas como Doença Renal Crônica (DRC) e Lesao Renal Aguda, ambas associadas ao Acidente Vascular Encefálico (AVE). Investigar a TFG em pacientes vítimas de AVE torna-se relevante para detecçao de lesao renal e, portanto, é alvo do presente estudo.
OBJETIVO: Estimar e analisar a T GF em pacientes internados com diagnóstico inicial de Acidente Vascular Encefálico em enfermaria de neurologia clínica de um hospital de referência em AVE da regiao Norte do Ceará.
MÉTODO: Estudo retrospectivo, analítico e transversal. Foram analisados 124 prontuários de pacientes, com diagnóstico inicial de AVE em um período de 6 meses, e coletado os dados referentes a sexo, cor da pele, idade e o primeiro valor de creatinina sérica após admissao hospitalar. Aplicou-se The CKD-EPI Creatinine Equation (2009) para estimar a TFG (mL/min/1.73m2) que utiliza as variáveis coletadas. Os valores da TFG foram divididos em 5 grupos, assumindo como referência os estágios de DRC (National Kidney Foundation).
RESULTADOS: Todos os prontuários forneceram dados referente a sexo, cor da pele e idade. Quanto ao sexo, houve predomínio masculino (60%) sobre o feminino (40%). Quanto à idade, a maioria correspondia a idosos com idade entre 61-80 anos (38%), seguida pela faixa etária entre 41-60 anos (28%); maior ou igual a 81 anos (22%), entre 21-40 anos (10%) e menor ou igual a 20 anos (2%). Quanto à cor da pele, houve forte predomínio da cor parda (95%) perante a cor branca (4%) e negra (1%). Noventa e cinco prontuários (77%) possuíam os dados necessários para estimar a TFG. Nos demais (23%), apenas o valor de creatinina sérica nao foi fornecido dentre os parâmetros exigidos. Na divisao da TFG (mL/min/1.73m2) dos 95 prontuários, apenas 2% apresentaram valores menores que 15, e 6% valores entre 15-29. Porém, obteve-se predomínio de valores entre 60-89 (46%), e cerca de 28% encontrava-se em valores entre 30-59. A TFG acima ou igual a 90 foi obtida em 18% desses prontuários.
CONCLUSAO: O presente estudo revela que um número significativo de pacientes vítimas de AVE apresenta alteraçao da TGF logo na admissao hospitalar. Investigar a funçao renal em pacientes vítimas de AVE consiste, portanto, em uma importante conduta para articular medidas de cuidados nefrológicos.

 


 

PO: 51794

Análise da velocidade de progressao da doença renal crônica no Hospital Electro Bonini – Ribeirao Preto-SP

Autores: Tufik José Magalhaes Geleilete*; Maria Camila Miranda Cardoso; Rosemary Aparecida Furlan Danie; Carolina Baraldi Araujo Restini; Douglas Vieira Mourao; Mariana Silva Assunçao; Cybele Cunha Faria

tufikg@yahoo.com.br

UNAERP.

INTRODUÇAO: A DRC pode ser definida como uma lesao renal progressiva, com perda contínua e irreversível da funçao dos rins. Entre os diversos fatores que interferem na progressao da DRC estao a hipertensao arterial sistêmica (HAS) e o Diabetes mellitus (DM). O objetivo do atendimento ambulatorial deve ser retardar a progressao da doença, controlar comorbidades e preparar o indivíduo para terapia renal substitutiva.
OBJETIVOS: Este estudo tem como objetivo determinar a velocidade de progressao da doença renal crônica nos pacientes com seguimento no ambulatório de nefrologia do Hospital Electro Bonini (HEB), em Ribeirao Preto – SP.
MÉTODOS: Estudo retrospectivo dos 182 pacientes em seguimento de DRC (estágios de I a V) no HEB, entre o período de 2004 á 2016. A coleta de dados foi obtida através de prontuários, em que foram avaliados os fatores de risco e seu impacto no prognóstico da DRC. Avaliamos a velocidade de progressao da DRC através da variaçao da creatinina obtida na primeira e última consultas dividida tempo de seguimento. A estatistiva foi feita plo método Kruskal-Wallis. Os pacientes que apresentaram melhora da TFG foram excluídos dos cálculos de progressao.
RESULTADOS: Dentre os 182 pacientes avaliados, 6% eram negros e 60,4% masculinos. A mediana de idade 67 anos (p 25: 59,5; p 75: 75) com mínima de 29 e máxima de 86 anos. Na amostra, 89% dos pacientes tinham HAS e 63,1% DM. A admissao verificamos a seguinte distribuiçao de pacientes por estágios: I: 8; II: 21; IIIa: 20; IIIb: 44; IV: 31 e V: 7. Além destes pacientes verificamos outros que apresentaram melhora da TFG assim distribuídos: I: 1; II: 2; IIIa: 8; IIIb: 14; IV: 23; V: 3 A mediana da velocidade de deterioraçao da TFG (ml/min/mês) para cada estágio foi: I 0,07 (p 25: 0,06; p 75: 0,12); II: 0,1 (p 25: 0,06; p 75: 0,35); IIIa: 0,15 (p 25: 0,04; p 75: 0,26); IIIb: 0,25(p 25: 0,08; p 75: 0,57) ; IV: 0,26 (p 25: 0,08; p 75: 1,2); V: 1,8 (p 25: 0,08; p 75: 5,16).(p < 0,05).
CONCLUSAO: Verificamos que a velocidade de progressao da doença renal observada nesta amostra é pior quanto mais avançada a doença. Entre os pacientes encaminhados com DRC, 28% apresentavam descompensaçao aguda da TFG com recuperaçao parcial da funçao no seguimento, sendo este fato mais frequente quanto pior a TFG.

 


 

PO: 50395

Análise descritiva do perfil clínico e antropométrico de pacientes renais em tratamento conservador

Autores: Rayne Gomes Amorim; Alexandra Rodrigues Bezerra; Joao Eudes dos Santos Neto; Erminia Luzia da Silva Marinho; Kamylla Bezerra de Góis; Raquel dos Santos Coruripe; Michelle Jacintha Cavalcante Oliveira; Juliana Célia de Farias Santos*

jcfsnut@hotmail.com

Universidade Federal de Alagoas.

INTRODUÇAO: A Doença Renal Crônica (DRC) é uma síndrome decorrente da perda progressiva, lenta e irreversível da funçao renal. A DRC compreende estágios de 1 a 5, com alteraçoes metabólico-nutricionais mais evidentes em fases avançadas da doença. A depleçao nutricional é significante na DRC, no entanto é crescente o número de pacientes que apresentam excesso de peso, o que pode acelerar a perda da funçao renal mesmo na ausência de outros fatores de risco, como Diabetes mellitus (DM) e Hipertensao Arterial Sistêmica (HAS), pois leva a mudanças estruturais nos rins e perda de funçao dos néfrons através da inflamaçao, proteinúria, hipertensao e hiperfiltraçao e acúmulo de produtos de glicaçao avançada, associadas com o desenvolvimento e progressao da DRC.
OBJETIVO: Descrever o perfil clínico e antropométrico de portadores de DRC em tratamento conservador acompanhados em um Hospital Universitário.
MÉTODOS: Realizou-se uma análise descritiva a partir dos dados coletados de indivíduos com diagnóstico de DRC acompanhados pelo ambulatório nutriçao em nefrologia de um Hospital Universitário, no período de outubro/2014 a outubro/2015.
RESULTADOS: Na caracterizaçao clínica, os pacientes, apresentaram como doença de base a HAS (84,9%), (51,9%) DM, e 38,8% apresentava doença cardiovascular preexistente. Quanto aos estágios da DRC, o estágio 1 foi visto na menor parte dos pacientes (7,4%) enquanto o estágio 3 e 4 acometeram a maior parcela destes (27,8%) e (33,3%), respectivamente. Ainda 86,1% apresentavam volume urinário diminuído e 62,2% urina espumosa, parâmetros relacionados ao avanço da disfunçao. Em relaçao à antropometria 51,8% dos pacientes apresentaram sobrepeso ou obesidade (14,8% vs. 37%). Já a desnutriçao esteve presente na menor parcela da populaçao estudada (14,8%). Para circunferência do braço (CB), 49% apresentaram inadequaçao.
CONCLUSAO: A maior parte dos pacientes estudados apresentaram DRC em seu estágio avançado com causa etiológica relacionada a HAS ou ao DM, agregado a doenças cardiovasculares; piorando o prognóstico da doença. O elevado percentual de excesso de peso encontrado nessa populaçao representa importante fator de risco para a progressao da DRC, independente da associaçao com seus fatores causais. Ainda, o baixo percentual de desnutriçao, indica que o paciente renal crônico vem modificando seu perfil nutricional pré-diálitico.

 


 

PO: 50473

Análise descritiva do perfil socioeconómico de pacientes renais em tratamento conservador

Autores: Erminia Luzia da Silva Marinho; Kamylla Bezerra de Góis; Rayne Gomes Amorim; Alexandra Rodrigues Bezerra; Joao Eudes dos Santos Neto; Raquel dos Santos Coruripe*; Michelle Jacintha Cavalcante Oliveira; Juliana Célia de Farias Santos

raquelcoruripe@hotmail.com

Universidade Federal de Alagoas.

INTRODUÇAO: A doença renal crônica (DRC) é considerada um problema de saúde pública mundial, ela atinge cerca de 10 a 16% da populaçao adulta no mundo e 22,3 a 44% da populaçao urbana brasileira, sendo o sexo masculino o mais atingido. Evidências indicam que as comunidades compostas por indivíduos com poucos recursos, pertencentes a minorias étnicas ou raciais ou em situaçao de risco social, sofrem com elevadas taxas de DRC nao diagnosticada e nao tratada. Estudos observaram alta prevalência de DRC nos estágio iniciais na Estratégia Saúde da Família, sendo os fatores associados à doença idade > 60 anos, sexo masculino, Diabetes mellitus e consumo de álcool.
OBJETIVO: Descrever o perfil socioeconômico de pacientes em tratamento conservador para DRC em um Hospital Universitário da cidade de Maceió-Alagoas.
MÉTODO: A populaçao foi composta por indivíduos com diagnóstico de DRC acompanhados pelo setor de nefrologia de um Hospital Universitário. Os pacientes foram triados pela equipe médica no período de outubro/2014 a outubro/2015 e encaminhados ao ambulatório de nutriçao, onde foram realizadas as entrevistas para a coleta dos dados através de formulário próprio sobre o perfil socioeconômico dos pacientes para análise descritiva.
RESULTADOS: A populaçao foi constituída por 54 pacientes, destes 98,1% eram usuários exclusivos do SUS, 57,7% possuíam ensino fundamental incompleto e 66,7% nao possuíam vínculo empregatício, contudo 100% estavam acima da linha de pobreza. As mulheres compunham 51,9% da populaçao, 58,5% eram casados e houve alta porcentagem de indivíduos adultos portadores de DRC 51,9% em relaçao aos idosos 48,1%. No que se referia à naturalidade e procedência, 64,7% eram naturais do interior, mas somente 27,7% eram procedentes do mesmo.
CONCLUSAO: A baixa escolaridade, baixo poder aquisitivo, pacientes procedentes do interior associada à precariedade do SUS, dificultam o acesso ao tratamento e o conhecimento necessário sobre a DRC, acelerando o processo de disfunçao e a necessidade de diálise. A populaçao era constituída em sua maior parte por mulheres, reforçando a idéia que essas procuram mais os serviços de saúde do que os homens. Os adultos foram mais acometidos do que os idosos, isso pode ser resultado da presença de excesso de peso entre os adultos, visto que esse é fator independente para DRC.

 


 

PO: 51751

Análise do consumo de sal e hipertensao arterial sistêmica em funcionários de uma Universidade

Autores: Amanda Aparecida Monteiro; Fernando Henrique Sapatero; Berenice Pelizza Vier; Idalina Diair Regla Carolino; Sergio Seiji Yamada*

sergioyamada62@gmail.com

Universidade Estadual de Maringá.

INTRODUÇAO: A fisiopatologia da hipertensao arterial (HAS) é multifatorial. Além dos fatores fisiológicos predisponentes, fatores ambientais determinam a gênese da HAS. Dentre esses sabe se que o consumo de sal para alguns indivíduos se correlaciona diretamente com os níveis pressóricos. O brasileiro consome em média 12 gramas/dia (g/d) de sal, mas a recomendaçao do Ministério da Saúde é 5g/d, isso pode explicar em parte o aumento progressivo da prevalência da HAS no Brasil.
OBJETIVO: Avaliar os dados relativos ao consumo diário de sal de funcionários de uma Universidade Pública e correlacionar esse consumo com a prevalência de HAS.
METODOLOGIA: Foram utilizados os dados de 2015 de um projeto de extensao de busca ativa de funcionários hipertensos, conduzido por alunos do curso de medicina. Foram levantados os dados epidemiológicos, níveis pressóricos e outros fatores de risco cardiovascular. Os dados referentes ao consumo de sal foram obtidos a partir de um questionário que determinou a quantidade consumida por mês na residência do funcionário. O consumo individual (g/d) foi assumido como sendo o total do mês dividido por 30 (dias) e pelo número de pessoas que residem na casa. Todos os dados foram analisados a partir de estatística descritiva.
RESULTADOS: Foram analisadas 34 pessoas, sendo 27 mulheres (79%), com média de idade 45 anos. Desses, 15(44%) consomem sal acima do recomendado e 3 consumiam menos que 2g/d. O maior consumo foi de 33g/d em 2 deles. Porém 9(26%) nao responderam ou nao souberam quantificar. Entre os 15 de maior consumo, 8(53%) possuíam familiares de 1° grau com HAS. Dentre os 34 pesquisados, 9(26%) sabiam ser hipertensos em uso de medicamentos, um deles praticava exercício físico e três seguiam recomendaçoes dietéticas, mesmo assim dois deles consumiam sal acima do recomendado, contudo eles apresentaram níveis pressóricos normais. Entre os 6 hipertensos sem acompanhamento dietético, 3 apresentaram consumo de sal elevado e 3 nao souberam informar. A aferiçao da pressao detectou em 3 dos 9 pacientes hipertensos (33%) com níveis acima de 139/89mmHg, desses 2 deles consomem muito sal e 1 nao soube informar.
CONCLUSAO: Apesar de a amostra analisada ser pequena, o consumo de sal nessa populaçao é elevado e muitos desconhecem a quantidade consumida. Tanto o tratamento medicamentoso quanto o dietético mostraram resultado no controle da HAS.

 


 

PO: 51716

Análise do custo assistencial da hemodiálise para o Fundo de Saúde da Aeronáutica no estado do Paraná

Autores: Klinger Ricardo Dantas Pinto*; Silmara de Fátima França Marques; Renata Tabosa Ferrari; Cláudia Schiavo dos Santos; Rossana Ribeiro Meneghel; Ronaldo Ruaro; Vicente Cordeiro Netto; José Moacir Fonseca da Silva;

klingerp@yahoo.com

CINDACTA2.

A hemodiálise é uma das principais modalidades de terapia de substituiçao renal utilizadas em nosso meio e, por sua característica de utilizar insumos e equipamentos de alta tecnologia, tem um custo elevado para os sistemas de saúde. O Fundo de Saúde da Aeronáutica (FUNSA) tem a característica de autogestao de seus recursos financeiros e utilizaçao de uma rede de prestadores credenciados para a assistência especializada aos seus beneficiários. Esta análise tem o objetivo de avaliar o impacto financeiro das modalidades de terapia em hemodiálise para o FUNSA no Estado do Paraná descrevendo os principais componentes envolvidos com o custo assistencial. Realizada uma pesquisa de caráter retrospectivo dos dados existentes no sistema de auditoria e gerenciamento da saúde complementar do Comando da Aeronáutica, delineando o período alvo de 01 de março de 2015 a 01 de março de 2016, no Estado do Paraná, com busca pela codificaçao relacionada à hemodiálise, prevista no subgrupo específico desta terapia da classificaçao brasileira hierarquizada de procedimentos médicos. Os dados revelaram que os custos assistenciais com as modalidades de hemodiálise aguda e crônica totalizaram R$ 91.606,75 neste período, representando 1,4% do gasto do sistema complementar no Estado, sendo que de 91 sessoes autorizadas pela auditoria, 85,7% relacionavam-se à hemodiálise crônica. Considerando um total de 2974 beneficiários atendidos no Paraná pelo FUNSA, apenas 05 pacientes (0,16%) necessitaram de hemodiálise, mas geraram um custo por usuário 8,5 vezes maior que a média dos demais, demonstrando a importância desse gerenciamento. Os honorários dos médicos nefrologistas representavam apenas 13,4% dos valores pagos, sendo o restante composto por gastos com material, medicamentos e outros insumos inerentes às hemodiálises realizadas em 05 diferentes prestadores credenciados. Diante do exposto e após entender o potencial impacto financeiro para a saúde complementar da terapia dialítica, a análise contínua do custo assistencial permitirá manter o atendimento de qualidade ao beneficiário do FUNSA com a devida sustentabilidade do sistema.

 


 

PO: 51687

Análise do posicionamento de idosos quanto à prevençao do câncer de próstata na regiao Norte do Ceará

Autores: Everton Alencar Moura; Carlos Danilo da Penha Souza; Tallys de Souza Furtado; Dina Andressa Martins Monteiro; Filipe Herson Carneiro Rios; Samuel Sampaio Alcântara; Catarine Cavalcante Ary; Luiz Derwal Salles Júnior

evertonmour@hotmail.com

Universidade Federal do Ceará.

INTRODUÇAO: O Câncer de Próstata representa um sério problema de saúde pública no país, devido às suas altas taxas de incidência e mortalidade. Segundo o Instituto Nacional do Câncer – INCA, o número de novos casos estimados para o Brasil em 2016 é de 61.200. Mais do que qualquer outro tipo, é considerado um câncer (CA) da terceira idade, pois 75% dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos.
OBJETIVO: Analisar o posicionamento de uma populaçao idosa quanto à realizaçao de exames diagnósticos para o CA de próstata em uma campanha de promoçao à saúde.
MÉTODO: Foi realizado um estudo epidemiológico, do tipo transversal, com 84 indivíduos do sexo masculino, idade maior ou igual a 65 anos, que constituía o público alvo da campanha Rins Saudáveis, realizada em uma praça de Sobral, em Outubro de 2015. Foi aplicado um questionário, no qual foram abordados: aspectos socioeconômicos, a realizaçao de exames diagnóstico do CA de próstata e a presença de sintomatologia associada à disfunçao do trato geniturinário.
RESULTADOS: Do total de entrevistados, a maioria se autodeclarou negro ou mestiço (64,3%), casado (71,4%), possuir pelo menos um filho (75%) e ter ensino fundamental incompleto (50%). Quando questionados sobre a realizaçao do exame de próstata, 42,9% afirmaram tê-lo realizado; destes, 58,3% apontaram a prevençao como o principal motivo de sua solicitaçao e em 75% dos casos, tendo sido realizado há menos de 1 ano. Em relaçao ao exame do Antígeno Prostático Específico (PSA), 50% dos entrevistados confirmaram sua realizaçao; 60% asseguram tê-lo realizado há menos de 1 ano, porém, em apenas 30,8% dos casos, algum médico o sugeriu que deveria fazê-lo. Quanto aos questionamentos sintomatológicos, apenas 8,3% dos entrevistados afirmou apresentar disúria; enquanto que os sintomas de polaciúria, retençao urinária e hesitaçao apresentaram 11,5% de prevalência. Já a presença de nictúria foi o sintoma mais prevalente dos relatados, alcançando 23% dos pesquisados.
CONCLUSAO: Os dados revelam que, em uma idade na qual a prevalência do CA de próstata é das mais altas, ainda há baixa procura pelos exames diagnósticos (menos de 50% da amostra realizou o exame de próstata). A falta de transmissao de informaçao quanto os benefícios de se realizar tais exames, aliados ao diagnóstico tardio da doença sao fatores que contribuem para os altos índices de morbimortalidade nesta faixa etária, tornando-se necessárias intervençoes educativas nesse contexto.

 


 

PO: 51673

Análise do risco, segundo índice de Kahn, dos pacientes renais crônicos admitidos no ano de 2015 em centro de referência da regiao Norte do Ceará.

Autores: Catarine Cavalcante Ary*; Tallys de Souza Furtado; Everton Alencar Moura; Samuel Sampaio Alcântara; Esther Carneiro Vasconcelos; Carlos Danilo da Penha Souza; Dina Andressa Martins Monteiro; Paulo Roberto Santos

catarineary@gmail.com

Universidade Federal do Ceará – Campus Sobral.

INTRODUÇAO: A prevalência da doença renal crônica vem aumentando, principalmente pelo aumento da expectativa de vida e da presença de doenças crônicas associadas ao envelhecimento. A detecçao precoce pode ser dificultada pela ausência de sinais e sintomas específicos de doença renal em sua fase precoce, sendo diagnosticada tardiamente, muitas vezes quando já há a necessidade de hemodiálise. O índice de Khan estratifica em grupos de baixo (BR), médio (MR) e alto risco (AR) de mortalidade, considerando idade e comorbidades nao relacionadas ao estado urêmico do paciente.
OBJETIVO: Analisar o perfil de risco dos pacientes com doença renal crônica (DRC) admitidos para tratamento no ano de 2015.
METODOLOGIA: Foram analisados 63 pacientes renais crônicos admitidos no hospital de referência no ano de 2015 com pelo menos 3 meses de tratamento dialítico no momento do estudo. Foi preenchida ficha de dados com idade, sexo, tempo em diálise, presença de comorbidades e tipo de cateter. Foi feita estratificaçao de risco em baixo, médio ou alto de acordo com o índice de Khan. Foram analisados índice de Kt/V nao equilibrado, calculado pela fórmula de Daugirdas II, obtendo-se a média de 3 valores, para avaliar a adequaçao do tratamento.
RESULTADOS: A amostra conta com 34 (53,97%) homens com média de idade de 56,3 anos e, 29 (46,03%) mulheres com média de idade de 53 anos. Em relaçao ao acesso: 35 (55,6%) possuem fístula e 28 (44,4%) catéter central. Na estratificaçao de risco: 30 (47,6%) apresentam BR, 30 (47,6%) MR e 3 (4,8%) AR. Para avaliaçao da qualidade da diálise foi utilizado o Kt/V > 1,4, portanto, 4 (13,3%) dos pacientes de BR, 4 (13,3%) dos pacientes de MR e 1 (33,3%) dos pacientes de AR, necessitam de adaptaçao no tratamento.
CONCLUSAO: A grande quantidade de pacientes renais crônicos em hemodiálise com cateter central reflete o diagnóstico tardio, portanto, a nao preparaçao para o início da terapia dialítica. A análise do risco demonstra que 95,2% dos pacientes preenchem os quesitos de baixo e médio risco. O risco e o uso de cateter central nao influenciam significantemente na adequaçao ao tratamento.

 


 

PO: 51917

Análise do uso de esteróides associado à história pessoal e familiar de comorbidades crônicas como importantes predisponentes para doença renal crônica em atletas e praticantes de musculaçao

Autores: Mateus Henrique Mendes*; Carina Vieira de Oliveira Rocha; Levi Oliveira de Albuquerque; Isadora Rodrigues da Costa; Bianca Porto Aguiar de Oliveira; Alyne Santana do Nascimento Castro; Laio Ladislau Lopes Lima; Elizabeth de Francesco Daher

mateushm01@gmail.com

Universidade Federal do Ceará.

INTRODUÇAO: O alto uso de anabolizantes e suplementos dietéticos por atletas e praticantes de musculaçao tem suscitado uma maior atençao à prevençao da doença renal nesse grupo, já que sabidamente o incremento dietético de grandes quantidades de proteínas causa aumento da filtraçao glomerular, induzindo uma glomeruloesclerose segmentar focal e o uso de esteróides causa apoptose de podócitos e esclerose glomerular.
OBJETIVO: Mostrar perfil clínico e social de atletas e praticantes de musculaçao.
MÉTODOS: Realizaçao de campanhas no Ceará, de 2015 a 2016, por meio da aplicaçao de questionário contendo perguntas sobre histórico pessoal e familiar de comorbidades, seguindo as diretrizes da Sociedade Brasileira de Nefrologia, além de aplicaçao de questionário sigiloso sobre o uso de anabolizantes. Ademais, foi realizada aferiçao de pressao arterial, glicemia capilar e antropometria.
RESULTADOS: Foram analisados 51 praticantes e atletas de musculaçao, sendo 53% (27) mulheres e 47% (24) homens. A média de idade foi de 31,6 ± 9,44 anos. A média da pressao sistólica foi de 120,68 ± 13,42 e da pressao diastólica foi de 78,1 ± 12,12. A média da glicemia capilar ao acaso foi de 92,43 ± 16,09 e da circunferência abdominal foi de 85,06 ± 10,86, sendo 11,11% (3) das mulheres maior que 88cm e 8,3% (2) dos homens maior que 102cm. A média do índice de massa corporal (IMC) foi de 25,79 ± 3,83, sendo 47% (24) pessoas com IMC normal e 37% (19) com sobrepeso. Dos entrevistados, 5,9% (3) apresentavam doença renal e 17,6 % (9) apresentavam histórico familiar de doença renal. Nenhum dos entrevistados era hipertenso, diabético ou tinha doença cardiovascular. No entanto, 54,9% (28) apresentavam histórico familiar de hipertensao arterial sistêmica (HAS), 43,1% (22) tinha histórico familiar de Diabetes mellitus (DM) e 31,4% (16) apresentava histórico familiar de doenças cardiovasculares. Em relaçao ao uso de esteróides, 42 pessoas responderam ao questionário sigiloso e 26,2% (20) afirmaram fazer uso de anabolizantes.
CONCLUSAO: A alta incidência de história familiar de HAS, DM e doença renal associados ao alto índice do uso de esteróides por esse público e à já existente doença renal em muitos deles, demonstra uma demanda de maior atençao à prevençao da doença renal nesse grupo, ressaltando a importância da monitoraçao da funçao renal nesse grupo e de campanhas que orientem quanto às doses máximas permitidas dos suplementos, ao uso de esteróides e à importância da hidrataçao.

 


 

PO: 51628

Anemia aplásica de séries vermelhas induzida por eritropoetina em paciente renal crónico; um estudo de caso

Autores: Candice Lima Cruz*; Ivângela Raphaela Gouveia Prudente; Lindaura da Silva Prado; Adriana Gibara Guimaraes

candiceclc@gmail.com

Nefroclinica.

INTRODUÇAO: A insuficiência renal crônica (IRC) consiste na perda lenta, progressiva e irreversível das funçoes renais. Dentre elas está a síntese de eritropoietina (EPO), um importante regulador da eritropoiese. Por esta razao, pacientes com IRC apresentam uma diminuiçao da EPO, levando ao desenvolvimento da anemia, a qual possui como tratamento padrao a eritropoietina humana recombinante (EHR). Em contrapartida, o emprego deste medicamento pode levar ao desenvolvimento da anemia aplásica pura dos glóbulos vermelhos (PRCA), patologia rara mediada por anticorpos, os quais destroem precursores eritróides ainda na medula óssea.
OBJETIVO: Apresentar relato de caso de PRCA desenvolvida a partir do uso de EPO em paciente com DRC submetido à hemodiálise.
MÉTODOS: Este estudo foi realizado através da revisao do prontuário sendo previamente aprovado pela Comissao de Ética da instituiçao e consentimento do paciente.
RESULTADOS: Paciente do sexo masculino, 34 anos, hipertenso, em tratamento hemodialítico desde 03/2014 sem histórico familiar de DRC. Em 05/2014 iniciou terapia com EHR(4.000 UI/ml)3x/semana durante 7 meses. Neste período evoluiu com perda de peso acentuada desde 11/2014, anemia sintomática pesistente (Hb = 5,6 g/dl, Ht = 16,7%; Hemácias 2 milhoes/mm3), sangue de coloraçao rosada percebida no sistema do capilar, hipocorado,cansaço ao pequeno esforço e tosse produtiva. Após 13 transfusoes sanguíneas houve manutençao do quadro, acompanhado por queda dos valores de série vermelha. Exames laboratoriais descartaram a possibilidade de infecçoes virais (HCV, HBV, HIV) e pelo bacilo de Kock, além de outras modalidades de anemia (12/2014: vitB12 = 627,0 pg/mL e ácido fólico = 23ng/mL). Em 01/2015 apresentou reduçao na contagem de reticulócitos 2.678/mm3 e eritropoetina 0,6 mUI/ml. Em 03/2015, o mielograma revelou hipoplasia de série eritroide, sendo confirmada a PRCA por hematologista em 04/2015. Após fechado o diagnóstico, foi iniciado tratamento com prednisona, carbonato de cálcio, suspensao imediata da EPO.
CONCLUSAO: Em virtude da raridade desta patologia, sobretudo em pacientes renais,percebemos a importância da divulgaçao do conhecimento para realizaçao do diagnóstico precoce e descontinuaçao do uso da EPO.

 


 

PO: 47332

Anormalidades de linfócitos t; consequência ou fator desencadeador da glomerulopatia por lesao mínima

Autores: Thomaz Canedo de Magalhaes Filho*; Flávia Anisio de Carvalho; Raquel Scofano; Luiz Marcelo Borsato

thomazcm@centroin.com.br

Universidade Federal Fluminense.

Anormalidades de linfócitos T: Consequência ou fator desencadeador da Glomerulopatia de Lesoes Mínimas.
INTRODUÇAO: Paciente 19 anos, sexo masculino, em acompanhamento regular no setor de pediatria por sinusites de repetiçao e asma nao alérgica (IgE normal e teste cutâneo alérgico para ácaros e aspergillus negativo) de difícil controle mesmo com altas doses de corticoide inalatório e oral. Os exames de investigaçao imunológica revelaram IgG de 559(< p 3), IgA, IgM e IgG normais; Anti HIV negativo, Linfócitos T e B quantitativamente alterados porém com funçao normal.
RESULTADOS: Linfócitos TCD3: 627 < p 10; TCD4: 386 < p 10; TCD8: 205 < p 10; Relaçao CD4/CD8: 1,88; CD19: 230 < p 10; CD20: 15. EAS de 11/09/13, sem alteraçoes. Este paciente já foi internado durante sua infância algumas vezes por infecçoes do trato respiratório e reinterna em 2015 por síndrome nefrótica, com proteinúria de 8 gramas. Realizado biópsia renal e a microscopia óptica revelou glomérulos dentro dos limites da normalidade, atrofia tubular focal com discreta fibrose intersticial e hiperplasia fibrosa discreta da intima arterial; Microscopia eletrônica revelando ausência de depósitos eletrodensos e retraçao de pedicelos podocitários; Após o diagnostico de glomerulopatia por lesao mínima (GLM), foi iniciado tratamento com pulso e manutençao de corticoterapia, com melhora total do quadro clínico e normalizaçao quantitativa dos linfócitos T e B. A literatura atual têm permitido especular que a GLM seja consequência da disfunçao de células T, porém persiste a discussao se as anormalidades relacionadas as células T, sao consequência ou o fator desencadeador da GLM. Este trabalho reforça a dificuldade de estabelecer a real ordem cronológica dos fatores, porém nos leva a acreditar na hipótese de que a disfunçao das células T seja fator desencadeador da GLM e nao uma consequência dela.

 


 

PO: 51591

Aplicaçao para a avaliaçao de risco da doença renal crônica (DRC); estudo piloto

Autores: Maria Eliete Pinheiro*; Alvaro Alvares de Carvalho César Sobrinho; Caroline Carvalho Ferro; Lais Elizabeth Canabarro Martins; Daniella Bezerra Duarte; Claudia Maria Pereira Alves; Michelle Cavalcante Oliveira; Jarbas Segundo

elietepinheiro@uol.com.br

UFAL.

INTRODUÇAO: Doença Renal Crônica e fatores de risco tais como diabetes e hipertensao arterial sao doenças crônicas. Pacientes com DRC geralmente começam seu tratamento em estágios avançados, quando já é necessário diálise e transplante renal, o que aumenta as taxas de morbidade e mortalidade. O diagnóstico precoce da DRC permite reduçao desses problemas e, consequentemente, melhora a qualidade de vida dos pacientes. Um aplicativo móvel centrado no paciente pode ser usado para monitorar os fatores de risco da DRC e registrar os resultados de biomarcadores para sua detecçao precoce. Com essas informaçoes, é possível analisar uma anormalidade na situaçao clínica de pacientes.
OBJETIVO: Desenvolvimento e avaliaçao de uma aplicaçao móvel centrada no paciente denominada MultCare que visa auxiliar a avaliaçao de risco da DRC em estágios iniciais de desenvolvimento. O objetivo principal da aplicaçao é o encaminhamento de pacientes em estágios inicias da doença ao nefrologista.
MÉTODO: Foi realizado um estudo de campo piloto para analisar dados de prontuários de 30 pacientes com diabetes e/ou hipertensao arterial. Foram selecionados resultados de testes de creatinina, potássio, uréia, albuminúria, e TFG a partir dos 30 registros médicos. Estes resultados foram utilizados na aplicaçao MultCare e enviados para 3 nefrologistas para estratificar o risco de desenvolvimento da DRC baseados no ranking composto para riscos relativos a TFG e albuminúria disponibilizado no relatório Kidney Disease Improving Global Outcomes (KDIGO). Os resultados obtidos pela aplicaçao MultCare e pelos nefrologistas foram comparados qualitativamente para verificar a compatibilidade das avaliaçoes.
RESULTADOS: Os resultados obtidos pela aplicaçao MultCare e pelos nefrologistas utilizando os registros médicos de 30 pacientes foram comparados qualitativamente levando em consideraçao as variáveis TFG e albuminúria. A aplicaçao e os nefrologistas concordaram ao realizar a classificaçao do estágio da DRC e a definiçao de grau de risco de desenvolvimento.
CONCLUSAO: Um software para auxiliar o diagnóstico precoce da DRC foi desenvolvido e avaliado. A utilizaçao de uma aplicaçao móvel para monitorar biomarcadores específicos é uma abordagem útil para o diagnóstico e o encaminhamento de pacientes para nefrologistas. Esta abordagem pode acelerar e simplificar o diagnóstico médico.

 


 

PO: 51379

Aprendizagem baseada em equipes para ensinar os distúrbios hidroeletrolíticos e acido básicos

Autores: Fernando Antonio de Almeida*; Carlos Alberto Oliveira; Maria Helena Senger

faalmeida@pucsp.br

Pontifícia Universidade Católica de Sao Paulo, Campus Sorocaba.

INTRODUÇAO: A fisiologia e os distúrbios do equilíbrio hidroeletrolítico e acidobásico sao considerados conteúdos nefrológicos e seu ensino é um verdadeiro desafio. A complexidade do tema e o grande número de informaçoes para poder entender os diferentes tópicos é, geralmente, um fantasma para os alunos. Habitualmente, as aulas tradicionais sobre estes temas sao insuficientes para a prática médica. Por estas razoes, decidimos introduzir a estratégia Team Based Learning ou Aprendizagem Baseada em Equipes (ABE) para ensinar a fisiologia e os distúrbios hidroeletrolíticos e acidobásicos.
MÉTODOS: A classe do quarto ano do curso de medicina com cem estudantes (84 participantes presentes) foi distribuída em pequenos grupos de 6 a 8 alunos, que foram instruídos a ter uma preparaçao prévia à atividade. Para isso, os alunos deveriam estudar dois capítulos de um livro texto sobre o tema que receberam com uma semana de antecedência. Todos os objetivos de aprendizagem foram distribuídos em 10 questoes de múltipla escolha respondidas primeiro individualmente e, em seguida, em conjunto em cada grupo. No final da discussao em grupo muitas questoes/dúvidas foram levantadas pelos grupos. Estas dúvidas foram discutidas entre os grupos e, neste processo, o professor teve um papel de facilitador para ajudar a esclarecê-las e conduzir na direçao correta. Em seguida, 2 questoes complexas e integrativas foram respondidas e debatidas pelos grupos. Fechando a atividade, o professor proferiu uma mini-palestra destacando os pontos em que os alunos tiveram dificuldades. Duas atividades de 2 horas cada foram suficientes para discutir o tema.
RESULTADOS: Nas questoes de múltipla escolha, para um máximo de 50 pontos, a média dos resultados individuais foi de 16,3 pontos (intervalo 3-45) e a média dos resultados em grupo foi 41,6 pontos (intervalo 34-50); p < 0,001. A avaliaçao do método por perguntas abertas mostrou que os estudantes consideram a estratégia ABE atraente e adequada para aprender o tema e consideram que o baixo desempenho individual se deve ao preparo insuficiente para a atividade. Poucos estudantes disseram preferir a aula tradicional para temas complexos como este.
CONCLUSAO: O método ABE é muito útil para ensinar temas médicos complexos como os distúrbios hidroeletrolíticos e acidobásicos, atingido melhor conhecimento/desempenho quando discutidos em pequenos grupos do que individualmente

 


 

PO: 51592

Apresentaçao clínica e desfechos das variantes histológicas da Glomeruloesclerose Segmentar e Focal

Autores: William Cardoso da Silva;Thiago Itaquy; Rafael Nazário Bringhenti; Pedro Guilherme Schaefer; Gustavo Gomes Thomé; Dirceu Reis da Silva*; Elvino José Guardao Barros; Francisco Veríssimo Veronese

dirceucx@terra.com.br

Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA).

INTRODUÇAO: A Glomeruloesclerose Segmentar e Focal (GESF) é classificada em variantes morfológicas distintas, associadas com diferentes manifestaçoes clínicas, resposta ao tratamento e desfechos renais.
OBJETIVO: Avaliar as diferenças entre as cinco variantes histológicas da GESF: sem outra especificaçao (NOS), tip lesion (TIP), peri-hilar (PHI), celular (CEL) e colapsante (COL).
MÉTODO: Foram estudados 58 pacientes com diagnóstico de GESF. Dois nefropatologistas re-classificaram os casos da rotina assistencial, estabelecendo o tipo da variante. Foram avaliados dados demográficos, funçao renal e proteinúria iniciais e no último seguimento, e os desfechos clínicos: em seguimento sem diálise, evoluçao para doença renal crônica terminal (diálise/transplante), ou óbito. A curva de sobrevida renal foi determinada por Kaplan Meier (Log Rank, Mantel Cox) comparando as cinco variantes.
RESULTADOS: A prevalência das variantes nesta coorte foi: NOS: n = 38, 65,5%; TIP: n = 6, 10,3%; PHI: n = 5, 8,6%; CEL: n = 2, 3,4% e COL: n = 7, 12,1%. A mediana do tempo de seguimento foi 52 meses. Características clínicas, laboratoriais, resposta ao tratamento e desfechos (na ordem NOS, TIP, PHI, CEL e COL): idade: 45 ± 15; 38 ± 19; 41 ± 9; 50 ± 4; 20 ± 4 (p = 0,010); TFG-i: 62(43-94); 83(60-113); 63(31-95); 35(30-)*; 27(19-49) (p = 0,027); TFG-f: 40(27-54); 78(68-95); 58(26-103); 17(8-)*; 10(4-34) (p = 0,003); Prot-i: 3,2(1,6-6,2); 5,0(3,4-7,3); 3,2(1,4-4,1); 4,7(2,60-)*; 8,3(6,6-10) (p = 0,053); Prot-f: 1,1(0,28-2,4); 0,09(0,04-0,31) 1,60(0,61-2,50); 3,7(1,5-)*; 2,4(1,3-4,2) (p = 0,005) RT/RP/SR: 9/17/9; 5/1/0; 0/4/1; 0/0/2; 0/2/5; Diálise 4(11%); 0; 1(20%); 1(50%); 5(71%); Obito: 2(5%) 0; 0; 0; 0. TFG-i/TFG-f: taxa de filtraçao glomerular estimada inicial e final; Prot-i/Prot-f: proteinúria inicial e final; RT/RP/SR: resposta total/parcial/sem resposta; *P75 nao calculável pois sao 2 casos; NOS: 3 pacientes com perda de seguimento. Nas formas NOS e PHI, RT ou RP ao tratamento ocorreu em 68% e 80% dos casos e 11% e 20% dos pacientes iniciaram diálise, respectivamente. Houve diferença estatística na sobrevida renal entre NOS (83%) e CEL (50%) (Log Rank: 6,106; p = 0,013), e entre NOS (83%) e COL (19%) (Log Rank: 4,390; p = 0,036).
CONCLUSAO: Ao final do seguimento, as variantes COL e CEL tiveram o pior desfecho renal. A resposta ao tratamento foi plena na TIP, e nos casos de NOS e PHI foi muito satisfatória. Esses resultados nao diferem da literatura.

 


 

PO: 51780

Apresentaçao súbita de acometimento do oculomotor em paciente com nefropatia diabética – relato de caso

Autores: Clarita Machado de Melo Santos; Juliana Rocha Jatobá Leite; Joanny de Lima e Silva Barbosa*; Michelle Jacintha Cavalcante Oliveira; Fernando Antônio Melro Silva da Resurreiçao;

Nathana de Oliveira Tojal;Taciana Nunes Martins Dantas; Morgana Barbosa Duarte

joannyjo@hotmail.com

Universidade Fedral de Alagoas.

INTRODUÇAO: O diabetes tipo 2 é uma das comorbidades mais prevalentes nos dias atuais, podendo evoluir com complicaçoes macro e microvasculares. Dentre as últimas, pode-se destacar a retinopatia, nefropatia e neuropatia diabéticas. A nefropatia diabética é uma condiçao progressiva, inicialmente assintomática ou oligoassintomática, caracterizada por síndrome nefrótica e glomeruloesclerose difusa, podendo evoluir para uma doença renal crônica terminal. Já a neuropatia diabética pode se apresentar de duas maneiras: perifericamente, determinando alteraçoes motoras, sensitivas e dos reflexos profundos; e através do acometimento de um ou mais pares cranianos, dando-se destaque ao III (oculomotor), IV (troclear), VI (abducente) e VII (facial) pares, sendo esta uma apresentaçao pouco comum.
OBJETIVO: Descrever caso clínico de paciente diabética apresentando complicaçoes renais, neurológicas e gastrointestinais pouco convencionais, mostrando-se uma doença renal crônica associada ao acometimento do oculomotor e gastroparesia diabética.
MÉTODO: Análise retrospectiva através de dados obtidos em prontuário de paciente acompanhada no serviço de Clínica Médica no período de março a abril de 2016 com diagnóstico inicial de diabetes mellito tipo II, nefropatia diabética e hipertensao.
RESULTADOS: Paciente apresentava quadro de diabetes descompensada com doença renal crônica evoluindo subitamente com ptose palpebral, diplopia, impossibilidade de aduçao, elevaçao e rotaçao ocular à direita. Foram excluídas hipóteses como Acidente Vascular Encefálico diantede avaliaçao conjunta com oftalmologia e neurologia e a partir de exames comoressonância, angiorressonância de crânio, além de exame ocular à direita demonstrando midríase fixa e fundo de olho com microaneurismas e exsudatos algodonososdismorfos em polo posterior, principalmente peripupilares,fornecendo o diagnóstico de acometimento de oculomotor.
CONCLUSAO: O diagnóstico de neuropatia de pares cranianos deve ser considerado em casos de pacientes diabéticos, especialmente descompensados e com comorbidades associadas, como a nefropatia diabética. Evoluçao tende a ser estável quando quadro de descompensaçao é corrigido, inclusive a neuropatia de pares cranianos a depender da extensao da lesao.

 


 

PO: 51667

Arritmia por hipopotassemia induzida pelo uso de corticosteroides num paciente portador de Síndrome de Gitelman

Autores: Rafael Vicente Sanches Gonçaves*; Victor Gabriel da Silva Negrini; Thais Cristina Chiandotti de Souza; Paula Saes Ferrari; Giulianna Nasi Domingues de Oliveira; Ronaldo Roberto Bérgamo; Thiago Gomes Romano; Daniel Rinaldi dos Santos

rafael.rvs.g@gmail.com

Faculdade de Medicina do ABC.

INTRODUÇAO: Os distúrbios hidroeletrolíticos sao uma das grandes causas de atendimentos em hospitais por seus efeitos, dentre eles destacamos a hipopotassemia que tem como um de seus efeitos graves a alteraçao na repolarizaçao ventricular. A Síndrome de Gitelman: uma síndrome genética recessiva de incidência 1: 40.000 (aproximadamente 1% da populaçao caucasiana) que causa mutaçoes no gene SLC12A3 (solute carrier family 12, member 3), que codifica para o cotransportador de NaCl (NCC) sensível aos tiazídicos. Essa síndrome cursa com hipopotassemia (com alcalose metabólica) e hipomagnesemia de caráter familiar. Geralmente seus portadores permanecem assintomáticos e nao tem grandes necessidades de cuidados especiais, tendo apenas alteraçoes em exames de base como eletrocardiografia (ECG) com alteraçoes da repolarizaçao, podendo ter mesmo onda U e intervalo QT alargado de base. Até quando ocorre um fator desencadeante que o retire de seu estado basal.
RELATO DE CASO: Paciente masculino de 38 anos busca pronto atendimento com um quadro de faringite, sao perscritos 3 comprimidos de prednisolona 20mg VO uma vez ao dia. Na terceira dose o paciente apresenta síncope e retorna ao pronto atendimento do serviço com alteraçoes no eletrocardiograma: QRS alargado com intervalo QT aumentado, bloqueio completo de ramo direito, alteraçoes da repolarizaçao ventricular e presença de onda U, e potássio sérico de 2,1 mEq/L onde procede-se a reposiçao EV, o paciente teve melhora do quadro clínico porém apresenta ECG com discreta mudança apenas reduzindo o intervalo QT.
DISCUSSAO: o uso de corticosteroides no tratamento de inflamaçoes é corriqueiro, porém em portadores de síndrome de Gitelman pode induzir ao agravamento da hipopotassemia, pois alia as baixas concentraçoes séricas de potássio naturais desses pacientes ao efeito mineralocorticoide (açao do corticosteroide no túbulo renal que leva a retençao de sódio e maior secreçao de potássio para a urina) e consequentes arritmias. Sendo assim o uso desses medicamentos nesses pacientes é contraindicado.

 


 

PO: 50530

Assistência de enfermagem a um paciente com síndrome nefrótica associado a edema agudo de pulmao

Autores: Maria Eduarda Braga Souza; Gisele Calado da Silva Barros; Natália Lemos Leite; Natalyne Clemente de Almeida Lima*; Patrícia Jaqueline Xavier da Silva

natalynealmeida@hotmail.com

Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira.

INTRODUÇAO: A síndrome nefrótica é um conjunto de sinais e sintomas que cursa com proteinúria de 24h > 3,5g/dia no adulto, levando a hipoproteinemia, hipoalbuminemia, edema e hiperlipidemia. O edema agudo de pulmao é uma síndrome clínica que ocorre acúmulo de fluido nos pulmoes, podendo ser decorrente de hipervolemia. O resultado do processo é caracterizado por hipoxemia e aumento no esforço respiratório.
OBJETIVO: Relatar a implementaçao da sistematizaçao da assistência de enfermagem (SAE), em um paciente com Síndrome Nefrótica associada a Edema Agudo Pulmonar com base na Taxonomia NNN (NANDA-I, NIC e NOC-2012/2014).
METODOLOGIA: Estudo qualitativo, exploratório, do tipo caso clínico, realizado em um hospital público da cidade do Recife-PE, no período de 5 a 20 de abril 2016. Para a implementaçao da SAE, foi realizado coleta de dados por meio de entrevista clínica, exames físicos, análise de achados laboratoriais e clínicos. O presente trabalho foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa do IMIP-PE.
COLETA DE DADOS: J.B.S., sexo masculino, 59 anos, solteiro, portador de Síndrome Nefrótica em tratamento conservador, hipertenso, diabético, cardiopata com implante de marcapasso em 2013. Admitido dia 05/04/2016 apresentando dispneia aos pequenos esforços, hipervolemia, edema generalizado e piora da funçao da renal. Ao exame físico: Estado Geral Regular, taquipneico, hidratado, hipocorado, anasarca. Ritmo Cardíaco Regular, bulhas normofonéticas em 2 tempos. Ausculta pulmonar com murmúrios vesiculares presentes em ambos hemitórax, com presença de estertores em base. Exames laboratoriais: Ur: 114, Cr: 3,35, Hb: 8,5, Ht: 26,4. Necessitou de tratamento hemodialítico onde apresentou hipotensao e saturaçao de O2 70%. Foi submetido à intubaçao endotraqueal, hemotransfusao e transferido para UTI. Após 2 dias obteve melhora do quadro clínico geral e foi readmitido na enfermaria. SAE: Diagnósticos de enfermagem: Volume de líquido excessivo; Padrao Respiratório Ineficaz; Manutençao Ineficaz da Saúde. Intervençoes de enfermagem: Controle de líquidos, Administraçao de medicamentos, Monitorizaçao respiratória, Educaçao para a saúde. Resultados encontrados: Equilíbrio de líquidos, Padrao respiratório eficaz, Bem-estar, Conhecimento do processo-doença.
CONCLUSAO: A enfermagem é fundamental na participaçao do processo do cuidado, intervindo desde a educaçao em saúde até os cuidados intensivos, sendo essencial para melhoria das condiçoes clínicas do paciente.

 


 

PO: 50500

Assistência de enfermagem à uma paciente com nefrite lúpica e perda rápida da funçao renal

Autores: Natalyne Clemente de Almeida Lima; Natália Lemos Leite; Maria Eduarda Braga Souza; Gisele Calado da Silva Barros*; Patrícia Jaqueline Xavier da Silva

caladogisele@gmail.com

Instituto de Medicina Integral Prof Fernando Figueira.

O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), é uma doença inflamatória Crônica do sistema imunológico, e acomete múltiplos órgaos e sistemas. Cerca de 50% dos casos, em terapia inadequada, evoluem para nefrite lúpica, que consiste numa inflamaçao do rim decorrente do LES. Este trabalho tem por objetivo relatar a sistematizaçao da assistência de enfermagem (SAE), a uma paciente com LES/Nefrite lúpica classe III/V, e perda rápida da funçao renal com base na Taxonomia NNN (NANDA-I, NIC e NOC). É um estudo qualitativo, exploratório, do tipo caso clínico, realizado com paciente da enfermaria de Nefrologia, de um hospital público em Recife-PE, acompanhado no período de 14/03/2016 a presente data. Para a implementaçao da SAE, realizou-se, coleta de dados por meio de entrevista, exames físicos e achados laboratoriais e clínicos. Os diagnósticos de enfermagem foram formulados a partir da NANDA-I. O planejamento foi desenvolvido com base nas prioridades das intervençoes, baseados na NIC. Realizada a implementaçao da prescriçao de enfermagem, seguida da avaliaçao para verificaçao dos resultados esperados segundo a NOC. A coleta de dados consiste: Paciente J.I.S., sexo feminino, 20 anos, solteira, diagnosticada com LES/Nefrite lúpica classe III/V em 2012. Internada para investigaçao da funçao renal, apresentando proteinúria persistente. Paciente submetida a hemodiálise, procedimento realizado através de cateter duplo lúmen. Eupnéica (18 irpm), ausculta pulmonar normal. Atividade cardíaca regular, normosfígmica (86 bpm), hipertensa (160 x 120 mmhg). Oligúria, edema em MMII (+ + + /4 +). Fazendo uso das seguintes medicaçoes: Prednisona, hidroxicloroquina, Fenitoína, clonidina, ondasertrona, Sinvastantina, anlodipino, furosemida, lactulona. Os diagnósticos de enfermagem prioritários foram: Volume de líquido excessivo; Nutriçao desequilibrada: menos que as necessidades corporais; Risco de infecçao. Diante dos diagnósticos identificados, foram selecionadas as seguintes intervençoes: Manutençao de dispositivo para acesso venoso, monitorizaçao ácido-básica, controle de eletrólitos, monitorizaçao de líquido. A partir das intervençoes realizadas, os resultados esperados foram: Bem-estar, equilíbrio eletrolítico e ácido-básico, equilíbrio de líquido, integridade do acesso à diálise. A enfermagem tem um papel importante no acompanhamento e recuperaçao do paciente, com uma assistência integral, proporcionando ao mesmo, uma melhor condiçao de vida.

 


 

PO: 50590

Associaçao da força de preensao manual com marcadores nutricionais de pacientes em hemodiálise

Autores: Heulenmacya Rodrigues de Matos*; Elane Viana Hortegal; Nayrana Soares do Carmo Reis; Antônia Caroline Diniz Brito; Gilvan Campos Sampaio; Natalino Salgado Filho; Joyce Santos Lages; Raimunda Sheyla Carneiro Dias

heulenmacya@yahoo.com.br

Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhao.

INTRODUÇAO: A avaliaçao nutricional é parte fundamental do cuidado de pacientes em hemodiálise. A força de preensao manual (FPM) é um método de baixo custo e vem sendo usada como um marcador de massa muscular muito valorizado nesses pacientes.
OBJETIVOS: Avaliar a associaçao da força de preensao manual com marcadores nutricionais em pacientes renais crônicos em hemodiálise.
MÉTODOS: Estudo transversal que avaliou 72 pacientes em tratamento hemodialítico, no período de julho a agosto de 2015. Foram incluídos pacientes com doença renal crônica em hemodiálise há no mínimo três meses, com idade igual ou superior a 18 anos. A avaliaçao do estado nutricional foi realizada por meio de indicadores antropométricos e bioquímicos. Os dados antropométricos foram: peso seco, altura, pregas cutâneas, circunferência muscular do braço, espessura do músculo adutor do polegar e força de preensao manual. Como indicadores bioquímicos, utilizou-se: vitamina D, creatinina, albumina e ferritina. As variáveis quantitativas foram apresentadas por meio de média e desvio padrao e as qualitativas por frequências e porcentagens. Para comparar os indicadores nutricionais segundo o sexo foi aplicado o teste qui-quadrado. A análise de variância foi utilizada para comparar as médias dos indicadores antropométricos segundo a FPM. Os dados foram analisados no programa STATA 12.0.
RESULTADOS: Dos 72 pacientes estudados, 41,7% eram homens, 40,0% eram casados ou viviam em uniao estável, 83,3% eram pardos, 70,4% tinham menos que nove anos de estudo. A média de idade foi de 44,5 ± 15,4 anos e 47,3% tinham cinco anos ou mais de diálise. A adequaçao da circunferência muscular do braço e espessura do músculo adutor do polegar demonstraram que 51,4% e 36,1% dos pacientes investigados estavam desnutridos, respectivamente. Quanto a força de preensao manual, 97,2% apresentaram perda de força muscular. Os pacientes com adequaçao para circunferência muscular do braço e espessura do músculo adutor do polegar apresentaram maior valor médio da força de preensao manual (p < 0,05). Os pacientes com alteraçao nos valores da FPM apresentaram menores médias dos indicadores bioquímicos (p < 0,05).
CONCLUSAO: A FPM demonstrou associaçao com a circunferência muscular do braço e espessura do músculo adutor do polegar, podendo ser utilizada para predizer perda de massa muscular.

 


 

PO: 51629

Associaçao do fenótipo cintura hipertrigliceridêmica com fatores demográficos, clínicos e comportamentais relacionados ao risco cardiovascular em pacientes com doença renal crônica em tratamento conservador

Autores: Marina de Queiroz Sampaio*; Maria Helena Lima Gusmao-Sena; Jairza Maria Barreto-Medeiros; Carla Hilário da Cunha Daltro

nutri_marinasampaio@hotmail.com

Universidade Federal da Bahia.

INTRODUÇAO: A prevalência de doenças cardiovasculares em pacientes com doença renal crônica (DRC) é mais elevada que na populaçao em geral. Neste sentido, o aumento na circunferência da cintura (CC) associado ao aumento nos níveis de triglicerídeos (TGL) plasmáticos, denominado fenótipo cintura hipertrigliceridêmica (FCH), é preditivo da presença de marcadores metabólicos de risco cardiovascular (RCV).
OBJETIVO: Avaliar a prevalência e a associaçao do FCH com fatores demográficos, clínicos e comportamentais relacionados ao RCV em pacientes com DRC em tratamento conservador atendidos em um ambulatório de referência na Bahia.
MÉTODO: Estudo transversal composto por 83 pacientes, adultos (idade entre 20 e 59 anos) e idosos (idade > 60 anos). Foi preenchido protocolo de atendimento para obtençao dos dados clínicos e nutricionais. Para caracterizar a populaçao estudada e identificar os fatores associados ao FCH, foram utilizados dados demográficos (idade, sexo, escolaridade e renda), clínicos (IMC) e comportamentais (etilismo, tabagismo e prática de atividade física) dos pacientes. O FCH foi avaliado de acordo com os critérios do IDF (2006), considerando presença simultânea de CC > 80cm para mulheres e > 90cm para homens com nível plasmático de TGL > 150mg/dL para ambos os sexos. As análises estatísticas foram realizadas utilizando o software Statistical Packcage for Social Science (SPSS) versao 21.0r e foi utilizado o nível de significância de 5% (p < 0,05).
RESULTADOS: A média de idade da populaçao foi 59,59 anos (DP 11,208), sendo 44 (53%) pacientes do sexo masculino. A maioria dos pacientes (44,6%) tinha apenas o ensino fundamental (5-8 anos de estudo) e renda menor que 3 salários mínimos (66,3%). A média do IMC, da CC e do TGL foi 25,22Kg/m2 (DP 4,913), 91,76cm (DP 13,371) e 154,25mg/dL (DP 100,093), respectivamente. A maioria dos pacientes nao tinha o hábito de consumir bebida alcoólica (80,7%), nao fumava (94%) e nao praticava atividade física (77,1%). O FCH esteve presente em 34,9% dos pacientes e associou-se a maior IMC (p < 0,001) e etilismo (p = 0,047).
CONCLUSAO: Observou-se elevada prevalência do FCH e sua associaçao com excesso de peso corporal e etilismo. Estudos futuros sao necessários para validaçao deste indicador como marcador de RCV nesta populaçao.

 


 

PO: 51888

Associaçao entre antropometría e marcadores laboratoriais de pacientes submetidos a hemodiálise em um Hospital Universitário de Recife

Autores: Renata Pereira da Silva*; Edilene Maria de Oliveira; Amanda Moreira de Andrade Silva; Gina Araújo Martins Feitosa; Mellina Neyla de Lima Albuquerque; Cláudia Porto Sabino Pinho

renata.ufpe.hc@gmail.com

Universidade Feredal de Pernambuco.

INTRODUÇAO: O pacientes portadores de doença renal crônica (DRC) e hemodiálise (HD) podem apresentar disfunçoes orgânicas que comprometem a homeostase, evidenciadas por alteraçoes nos parâmetros bioquímicos e pelo comprometimento do estado nutricional.
OBJETIVO: Associar a antropometria com marcadores laboratoriais de pacientes submetidos a hemodiálise em um hospital universitário de Recife.
METODOLOGIA: Trata-se de um estudo transversal realizado no segundo semestre de 2015 com pacientes do programa de hemodiálise do hospital universitário de Recife. Foram coletados peso seco, altura, circunferência braquial (CB), uréia sérica após HD, albumina e creatinina sérica. Os dados foram tabulados no Excel e avaliados através do software Statistical Package for the Social Sciences versao 13.
RESULTADOS: A amostra foi composta por 69 indivíduos, destes, 49,3% eram homens (p = 0,904, Teste do Qui quadrado de Pearson). A idade média foi de 51,8 anos (+ 15,52), havendo predomínio significante de indivíduos adultos (66,7%) (IC95%:) (p = 0,006). Quanto ao tempo de tratamento dialítico, a maioria dos pacientes (84,8%) (IC95%:) iniciou a hemodiálise nos últimos cinco anos. Com relaçao a avaliaçao antropométrica através do Indice de Massa Corporal, foi identificado que 7,2% (n = 5), possuíam desnutriçao leve e moderada, 63,8% (n = 44) eutrofia e 29% (n = 20) foram diagnosticados com sobrepeso/obesidade (p: 0,000). A circunferência braquial evidenciou desnutriçao em 31,3% (n = 21), eutrofia em 34,3% (n = 23) e sobrepeso/obesidade em 34,4% (= 23) (p 0,073). A avaliaçao bioquímica mostrou ureia reduzida em 27,3% (n = 18), normal em 53,3% (n = 35) e elevada em 18,8% (n = 13) (p: 0,002). A creatinina normal foi encontrada em 49,3% (n = 35), reduzida em 27,5% (n = 19) e elevada em 23,2%(n = 16) (p: 0,018), Com relaçao a albumina, 76,9% (n = 30) possuíam hipoalbuminemia.
CONCLUSAO: a presente pesquisa conclui que houve predomínio da eutrofia através do índice de massa corporal, entretanto os dados como a circunferência braquial e a hipoalbuminemia merecem atençao durante a avaliaçao nutricional.

 


 

PO: 51865

Associaçao entre Glomerulonefrite membranosa e Doença de Fabry; relato de caso.

Autores: Daniel Santos Rocha Sobral Filho*; JoséTibúrcio do Monte Neto; Roosevelt Valente Chaves; Maria Luzilene dos Santos; Nayze Lucena Sangreman Aldeman; Marlene Antônia dos Reis; Ester Miranda Pereira; Semiramis Jamil Hadad do Monte

danielsobralfilho@hotmail.com

UFPI.

INTRODUÇAO: A Glomerulonefrite membranosa (GNM) é causa importante de Síndrome Nefrótica (SN) no adulto, morfologicamente caracterizada por espículas, espessamento da membrana basal glomerular (MBG) e deposiçao subepitelial de imunocomplexos. A Doença de Fabry (DF) é uma desordem hereditária rara ligada ao cromossomo X, causada pela deficiência da enzima alfagalactosidase A (a-GAL) com acúmulo progressivo de globotriaosilceramida (GB3), levando a disfunçao dos órgaos acometidos. O envolvimento renal, frequente na DF, produz morbidade significativa, proteinúria de graus variados e falência renal progressiva. A associaçao entre as duas enfermidades é desconhecida em nosso meio.
RELATO DO CASO: ABM, 61 anos, maranhense, foi encaminhado ao ambulatório de nefrologia para investigaçao de quadro edemigênico. Antecedentes de cardiopatia hipertrófica. Exame físico evidenciou edema generalizado (3 +/4), PA: 110x70mmHg. Exames complementares: Clearance de Creatinina: 72,6ml/min/1,73m2; proteinúria: 7,0g/24hr/1,73m2, hipoalbuminemia (2.2g/dL) e dislipidemia. A biópsia renal pela ótica e imunofluorescência diagnosticou GNM, enquanto a microscopia eletrônica (ME) revelou depósitos lipídicos em podócitos (corpos zebroides) sugerindo DF. A avaliaçao complementar revelou outras manifestaçoes sistêmicas da DF: córnea verticillata, cardiopatia hipertrófica e microangiopatia supratentorial. Investigaçao para DF: atividade da a-GAL: 0,2 µmol/L/hr, normal > 1,9 µmol/l/hora, lyso-Gb3: 14,6 ng/ml (ref < 1,8ng/ml) e a análise molecular: nova mutaçao hemizigótica (c.1046G > C p.W349S) éxon 7 do gene GLA. O paciente apresentou estabilizaçao clínica, reduçao do edema e da proteinúria após instituiçao da terapia de reposiçao enzimática com alfagalsidase. Screening familiar confirmou DF em seis parentes próximos oligossintomáticos.
CONCLUSAO: Descrevemos o caso de um paciente com SN cuja investigaçao revelou a inesperada associaçao entre GNM e DF, além de uma nova mutaçao patogênica no gene GLA, ressaltando o papel do nefrologista na identificaçao de enfermidades hereditárias e a importância da microscopia eletrônica no diagnóstico etiológico das glomerulopatias.

 


 

PO: 51953

Associaçao entre ingestao de energia, de proteína e de fósforo entre pacientes hiperfosfatêmicos em hemodiálise.

Autores: Margareth Lage Leite de Fornasari*; Yvoty Alves dos Santos Sens; Margareth Lage Leite de Fornasari; Yvoty Alves dos Santos Sens

margareth.lage@ig.com.br

Universidade Sao Judas Tadeu.

INTRODUÇAO: A orientaçao nutricional adequada para o doente renal crônico em hemodiálise segundo o Kidney Disease Outcomes Quality Initiative (K/DOQI), deve ser fundamentada de forma individualizada, baseada nas informaçoes obtidas pelo registro alimentar. É importante verificar sistematicamente a ingestao de energia, proteínas e fósforo na dieta para correçao da orientaçao nutricional e evitar complicaçoes associadas à hiperfosfatemia.
OBJETIVO: Determinar as associaçoes entre a ingestao de energia, de proteínas e de fósforo em pacientes em hemodiálise (HD).
PACIENTES E MÉTODO: Estudo observacional com 134 pacientes em HD, idade média de 56,3 ± 13,8 anos, sendo 82 (61,2%) do sexo masculino e 52 (38,8%) do sexo feminino, tempo médio em HD de 43,8 meses em um único centro. Foram coletados dados referentes ao perfil antropométrico (peso seco, estatura, cálculo do índice de massa corporal), e do perfil nutricional através do registro alimentar de três dias, uma coleta em dia de diálise, uma coleta em dia sem diálise e uma coleta de domingo. O cálculo dos dados da dieta foi realizado com base na Tabela Brasileira de Composiçao de Alimentos. O PNA ou equivalente proteico do aparecimento de nitrogênio foi realizado e avaliado de acordo com as recomendaçoes do K/DOQI. Foi normalizado para o peso seco ou para o peso desejável quando o paciente encontrava-se abaixo de 90% ou superior a 110% do peso desejável. O teste de correlaçao de Spearman foi utilizado para avaliar as associaçoes entre as variáveis do registro alimentar (ingestao de energia, proteína e de fósforo).
RESULTADOS: O I.M.C. médio foi de 25,9 ± 5,2 kg/alt2, enquanto os níveis séricos de fósforo foram de 10 ± 3,4 mg/dL. A ingestao média de energia/kg, proteína/kg e fósforo foi respectivamente de, 27,7 ± 8,55 kcal/dia, 1,01 ± 0,43 g/kd/dia e 861,9 ± 322,2 mg/dia e o nPNA 1,2 ± 0,23 g/kg. Houve correlaçao positiva entre a ingestao de energia e proteína em gramas (r = 0,51); entre energia/kg e proteína/kg (r = 0,64); entre o consumo de proteína/kg e fósforo (r = 0,69); correlaçao positiva fraca entre ingestao proteica/kg e nPNA (r = 0,14) e fósforo sérico e fósforo consumido (r = 0,21)
CONCLUSAO: Neste estudo houve associaçao positiva entre a ingestao de energia, proteína e fósforo na alimentaçao de pacientes em HD, ingestao abaixo das recomendaçoes em energia e proteínas e acima para o fósforo, sendo o controle desses nutrientes na dieta um dos fatores para evitar a desnutriçao e complicaçoes associadas à doença renal.

 


 

PO: 51803

Associaçao entre novos parâmetros antropométricos e risco de doença cardiovascular de pacientes em hemodiálise em um Hospital Universitário de Sao Luís, MA.

Autores: Elane Viana Hortegal*; Raimunda Sheyla Carneiro Dias; Janete Daniel de Alencar Alves; Ana Karina Teixeira da Cunha França; Joyce Santos Lages; Antonia Caroline Brito Diniz; Alcione Miranda dos Santos; Natalino Salgado Filho

ehortegal@gmail.com

Universidade Federal do Maranhao.

A doença renal crônica (DRC) impoe desafios clínicos, contribuindo para a ocorrência de importantes distúrbios nutricionais, entre eles a obesidade. A doença cardiovascular (DCV) é hoje uma das maiores causas de morte de pacientes com DRC, que têm até 20 vezes mais chances de desenvolvê-las comparados aos demais grupos populacionais. A forte correlaçao entre aumento da gordura visceral e aumento risco cardiovascular aponta os parâmetros antropométricos de extensao da obesidade abdominal como possíveis indicadores de DCV. O perímetro da cintura (CC), e mais recentemente o diâmetro abdominal sagital (DAS), têm sido estudados nesse sentido, principalmente devido à correlaçao elevada destes com a gordura visceral, aliada à facilidade de aplicaçao e ao baixo custo. O DAS, embora menos conhecido entre os profissionais e menos difundido na literatura, vem ganhando espaço no meio científico, principalmente a partir dos trabalhos de Henry Kahn, um dos pioneiros em estabelecê-lo como medida antropométrica preditora do risco de morbidade e mortalidade cardiovascular na populaçao geral. Este estudo objetivou avaliar a associaçao entre o estado nutricional (EN), por novos parâmetros antropométricos e o risco de DCV em pacientes portadores de DRC submetidos à hemodiálise (HD). Em 2015 foram avaliados os indicadores nutricionais CC, razao cintura-quadril (RCQ), percentual de gordura corporal pelo somatório de pregas cutâneas (%GC/PC) e pela bioimpedância elétrica (%GC/BIA) e o DAS de indivíduos com idade acima de 18 anos. A amostra foi composta por 73 pacientes submetidos à HD no Serviço de Nefrologia do HUUFMA, com prevalência do sexo masculino (54,17%). A média de idade foi de 44,5 ± 15,4 anos, com predominância de indivíduos menores de 60 anos (81,95%), negros e pardos (95,83%) e com menos de 9 anos de estudo(70,40%). A correlaçao entre os índices nutricionais novos (%GC e DAS) com os índices de risco cardiovascular tradicionalmente utilizados (CC e RCQ) mostrou que o %GC, apresentou correlaçao positiva com a CC, apenas quando estimado pelo somatório das pregas cutâneas (%GC/PC) (p < 0,001), enquanto que o DAS apresentou correlaçao com a CC (p < 0,001), RCQ (p = 0,002) e com os %GC/PC (p < 0,001). A %GC estimado pela BIA nao apresentou correlaçao com os indicadores utilizados. Os resultados deste estudo, no qual diferentes parâmetros antropométricos foram analisados, demonstram o uso do DAS como medida antropométrica preditora do risco cardiovascular nesta populaçao.

 


 

PO: 51594

Atividades de prevençao da doença renal no interior de Alagoas

Autores: Maria Eliete Pinheiro*; Maria do Carmo da Silva Maia; Ana Katarina Cerqueira de D. Lopes; Maria Maroli Rocha Carvalho Fernandes; Alyne Gomes dos Santos; Dercite Lessa; Anny Karoline Marques de Souza Santos; Maria José Costa

elietepinheiro@uol.com.br

UFAL.

INTRODUÇAO: A doença renal crônica (DRC) é uma patologia silenciosa e está associada a doenças crônicas que podem ser evitáveis, tais como: hipertensao arterial (HAS), diabete mellito (DM), nefrolitíase, infecçao do trato urinário e obesidade. Estas patologias podem levar o indivíduo a complicaçoes severas e evoluçao para doença renal terminal.
OBJETIVO: Avaliar e orientar uma amostragem da populaçao de Sao Miguel dos Campos-Al, informando os principais fatores de risco (FR) para o desenvolvimento da DRC.
CASUISTICA E METODOLOGIA: Realizamos atividades de avaliaçao e orientaçao sobre DRC, com aplicaçao de questionário sobre DRC, medida da glicemia capilar, cálculo do índice de massa corpórea (IMC), aferiçao da pressao arterial e entrevista com equipe multiprofissional, com devida orientaçao individualizada. O questionário sobre FR avaliou: HAS, DM, sobrepeso e obesidade e outros fatores de risco para DRC.
RESULTADOS: 203 indivíduos foram avaliados, dos quais 29 foram crianças e adolescentes e 174 adultos/idosos. Do total, 10,8% eram diabéticos, 31% hipertensos e 5,9% tinham os dois fatores associados. Em relaçao ao IMC, 48,3% das crianças e 81% dos adultos apresentaram sobrepeso ou obesidade. Na faixa etária até 18 anos, 17,2% estavam com sobrepeso, e 31% com obesidade. Já nos adultos, essas variáveis foram de 46% e 35%, respectivamente, dos quais, 23% estavam com obesidade grau I, 10,9% com obesidade II e 1,2% com obesidade grau III. Observou-se que 12,8% dos entrevistados apresentaram fatores de risco para DRC.
CONCLUSAO: Em pacientes com estágios iniciais de DRC, há uma relaçao direta entre os níveis de pressao arterial e a mortalidade cardiovascular independentemente de outros fatores de risco. A prevençao, o diagnóstico e o encaminhamento precoce para o nefrologista sao etapas essenciais para diminuiçao da incidência e progressao da DRC, assim como diminuem morbidade e mortalidade, sendo importante a orientaçao e triagem dos pacientes com potenciais riscos para desenvolvimento da mesma. O foco da campanha foi atingido que era chamar a atençao para adoçao de hábitos saudáveis, mudança de estilo de vida, informando os principais fatores de risco (FR) para o desenvolvimento da doença renal crônica (DRC) e encaminhamento dos que necessitavam para atendimento especializado.

 


 

PO: 51806

Atuaçao da enfermagem na avaliaçao dos indicadores de resultado de um serviço de nefrologia

Autores: Neyuska Menezes Amaral*; Regiane Aparecida dos Santos Soares Barreto; Frederico Antonio E Silva; Loany Queiroz Rodrigues Carvalho; Júlio César Soares Barreto; Antônio Eustáquio Vieira Júnior; Ricardo Araújo Mothé; Ciro Bruno Siqueira Costa

neyuskabc@hotmail.com

Terapia Renal Substitutiva.

INTRODUÇAO: A enfermagem utiliza indicadores para a avaliaçao dos resultados assistenciais, pois, sao ferramentas para a avaliaçao do cuidado, contribuindo para a melhoria e mudanças positivas em relaçao à qualidade. Em importância ao tema, um serviço de nefrologia em Goiânia-GO, atende pacientes renais crônicos em tratamento em Hemodiálise (HD), torna pública sua experiência na implantaçao do Núcleo de Segurança do Paciente-NSP e na avaliaçao de indicadores de resultado. A atividade desenvolvida pelo NSP, nas taxas de indicadores de resultado, propoe mecanismos de açao e reduçao de complicaçoes e eventos adversos.
OBJETIVO: Descrever a experiência do cuidar em enfermagem com base na implantaçao e atuaçao do NSP nos indicadores de resultado em um serviço de nefrologia.
MÉTODO: Relato de experiência das atividades desenvolvidas pelo NSP e atuaçao da enfermagem na avaliaçao dos indicadores de resultado. A pesquisa baseou em dados secundários e abrangeu o período de janeiro a dezembro de 2015.
RESULTADOS: Com o credenciamento do Sistema Unico de Saúde, houve um aumento nas admissoes de pacientes, 44 em julho de 2014, para 124 em dezembro de 2015. Com isso, a instituiçao passou por mudanças na estrutura organizacional. A maioria dos pacientes admitidos possuía Cateter de Duplo Lúmen (CDL), pois é a opçao de acesso vascular imediato para início do tratamento em HD. O uso desse tipo de acesso vascular é indicado devido à demora no diagnóstico da doença e da referência tardia aos centros de tratamento. O percentual anual de pacientes com CDL na instituiçao é de 19%. O uso de CDL traz complicaçoes como as infecçoes de corrente sanguínea e as estenoses em veias centrais. As disfunçoes dos CDLs sao responsáveis por 17 a 33% de remoçao precoce do cateter e a trombose ocasiona a perda total do acesso em 30 a 40% dos usuários. Após a avaliaçao desses indicadores, a instituiçao implantou medidas, por meio do NSP, para a melhoria dos serviços prestados e a garantia da qualidade e segurança do paciente. As açoes foram voltadas para a necessidade do serviço e as principais dela foram à criaçao de um protocolo para inserçao segura de CDL, educaçao continuada, mudança na sala de procedimento e de um Bunble.
CONCLUSAO: A avaliaçao de indicadores auxilia na identificaçao de fatores inerentes à assistência à saúde e contribuem para a melhoria e segurança do paciente e do profissional. O NSP tem o papel de avalia-los e de propor mudanças com foco na qualidade do serviço.

 


 

PO: 50505

Atuaçao da liga de nefrologia-ufc na prevençao de doença renal crónica na populaçao de Fortaleza-CE

Autores: Rodrigo da Nóbrega de Alencar*; Renan Gomes Mendes Diniz; Fernanda Holanda Menezes; Gilberto Loiola de Alencar Dantas; Raimundo Cardoso da Silva Filho; Victor de Matos Rolim; Gabriel Bezerra Pinheiro Falcao; Elizabeth De Francesco Daher

digo1993br@hotmail.com

Universidade Federal do Ceará.

INTRODUÇAO: Hoje, cerca de 100 mil brasileiros fazem diálise e 5,5 mil realizam transplante renal anualmente, segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia. Nesse contexto, a Liga de Nefrologia UFC atua há 13 anos na prevençao à Doença Renal Crônica (DRC), por meio da coleta de dados para o reconhecimento epidemiológico da populaçao local e por aconselhamento de medidas de prevençao, focando nas principais causas de perda de funçao renal, a Hipertensao Arterial Sistêmica (HAS) e o Diabetes mellitus (DM).
METODOLOGIA: Trata-se de um Relato de Experiência da Liga de Nefrologia UFC na identificaçao de fatores de risco para DRC e na educaçao em saúde da populaçao. Campanhas mensais foram realizadas sob a tutoria da Orientadora do Projeto, abordando 459 pessoas da populaçao geral de Fortaleza. Nessas, foram coletados dados mediante questionários compostos por: Identificaçao, Comorbidades (DM, HAS, Cardiopatias (CP) e Nefropatias (NP)), Histórico Familiar (HF), Prática de exercícios físicos (PEF), Antropometria, P.A e Glicemia.
RESULTADOS E DISCUSSAO: Dos entrevistados, 51,4% eram do sexo masculino. A prevalência de DM foi de 10,9%, enquanto a de HAS foi de 24,9%, mostrando o alto índice dessas doenças na populaçao. Além disso, 5,3% possuíam NP e 6,7% apresentavam CP. Em relaçao ao HF, 55,7% a tinha para o DM, 67% para HAS, 13,6% para NP e 48,2% para CP, mostrando a forte predisposiçao da populaçao estudada. No quesito PEF, 57,7% os praticam, percentual ainda baixo, tendo em vista os reais benefícios desses para a saúde. Sobre a avaliaçao objetiva, observou-se que 74,5% apresentaram glicemia ao acaso inferior á 126mg/dl e que 7% a tinha em níveis superiores à 200mg/dl. Ademais, 72,6% estavam acima do peso, mostrando alta prevalência desse fator de risco modificável de várias doenças. Quanto à classificaçao da HAS, 55,6% apresentaram P.A normal, 15% apresentaram HAS grau I, 18,7% apresentaram HAS grau II, 10,7% apresentaram HAS grau III, mostrando elevado número de pessoas com potencial para HAS.
CONCLUSAO: Seguindo o conceito de Hierarquizaçao do SUS, a Liga de Nefrologia UFC atua na prevençao primária das principais doenças crônicas que acomete a populaçao brasileira. Nesse contexto, percebe-se a necessidade de atuaçao dos profissionais da saúde na comunidade, objetivando o estímulo à PEF, à dieta equilibrada e ao acompanhamento médico regular, com o intuito de impedir o desenvolvimento de doenças como a HAS e o DM principais causas de DRC no nosso país.

 


 

PO: 50439

Aula expositiva dialogada vs. aula expositiva de nefrologia na graduaçao – estudo randomizado.

Autores: Laura Severo da Cunha; Bartira Pinheiro da Costa; Carlos Eduardo Poli de Figueiredo; Ivan Carlos Ferreira Antonello*

ivanantonello@pucrs.br

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

Pensar sobre o processo de educaçao médica é parte de um movimento mundial de revisao da saúde, motivando iniciativas importantes, representadas no Brasil pelas Diretrizes Curriculares Nacionais dos cursos da área de saúde No entanto, as mudanças nao se resumem ao assunto, mas às ferramentas para sua exposiçao, como ensinar é tao importante como o que ensinar. Com o objetivo de comparar aula expositiva dialogada (fator em estudo) e aula expositiva tradicional (controle) para a aprendizagem/retençao de conteúdo em curto prazo, foi desenhado estudo controlado randomizado por grupos, cegado para os sujeitos de pesquisa. O estudo foi conduzido na Faculdade de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), com alunos matriculados no 7° e 8° semestre do Curso, cursando o Módulo de Nefro-urologia. A aula escolhida e com duraçao de 30 minutos, sempre com o mesmo professor, teve como motivo a filtraçao glomerular normal e sua disfunçao. Foram avaliados 150 alunos, no período de 16 meses, média de idade de 24,7 anos e predomínio do sexo feminino (62,7%); 69 alunos (46%) foram alocados para o grupo intervençao e 81 (64%) para o controle. No pré-teste, o aproveitamento geral dos alunos, sem distinçao por grupo, foi de 50% de acertos, sendo maior a pontuaçao média do grupo intervençao (p = 0,003) e daqueles alunos testados no 7° semestre. Quando avaliados pelo mesmo teste teórico de conhecimento aplicado, antes e após a aula, os alunos do grupo controle obtiveram maior progressao entre o rendimento inicial do primeiro teste e o do segundo teste (p = 0,0001). Muitas questoes estao envolvidas no processo de ensino-aprendizagem, a começar pelo propósito da Universidade na formaçao médica, passando pela própria metodologia de avaliar resultados em saúde até o alinhamento entre método pedagógico e o seu egresso. Neste estudo, com a metodologia empregada, houve superioridade da aula expositiva tradicional sobre a aula expositiva dialogada na progressao de conhecimento em curto prazo dos alunos. Talvez isto tenha ocorrido pela habilitaçao técnica do professor para fazer o que sempre fez, e pela necessidade de que mudanças da lógica pedagógica necessitem treinamento, mesmo para professores experientes interessados em novas ferramentas de ensino.

 


 

PO: 51942

Avaliaçao global subjetiva antes e após orientaçao nutricional de pacientes renais crônicos em acompanhamento conservador

Autores: Eduardo de Paiva Luciano*; Roberta Rodrigues B. Silva Andrade; Letícia Yumi Sakamoto; Maria de Fátima Pedrosa dos Santos; Flavia Cristina de Oliveira E Silva; Priscila de Matos Romero; Elaine do Couto Binotto; Rejane Maria Spindola Furtado; Gilson Fernandes Ruivo; Sandra F S Reis; Nathalia Rhampini

eduardo.luciano@me.com

Hospital Regional deTaubaté.

INTRODUÇAO: A avaliaçao global subjetiva (AGS) é uma importante ferramenta de acompanhamento dos pacientes renais cronicos no tratamento conservador.
OBJETIVO: este estudo demonstrou as alteraçoes na AGS antes e após orientaçao nutricional especializada no Centro Estadual de Tratamento de Doenças Renais do vale do Paraíba – SP (CETDRVP).
RESULTADOS: A amostra selecionada nesta pesquisa foi composta por 830 pacientes, sendo 421 (50,7%) mulheres e 409 (49,3%) homens. A idade média desses pacientes foi de 65,0 anos, variando de 13 a 102 anos, com desvio-padrao de 13,2 anos. A maioria dos pacientes era da raça branca, cerca de 680 (81,9%). A doença de base mais comum observada foi a Diabetes mellitus tipo II em 426 (51,3%) pacientes seguido da hipertensao arterial sistêmica em 203 (24,5%) pacientes. A hipertensao arterial sistêmica e Diabetes mellitus foram frequentes respectivamente em 757 (91,2%) e 547 (65,9%) pacientes. A avaliaçao global subjetiva (AGS) dos pacientes relacionada à mudança de peso, ingestao e exame físico foram valiosas informaçoes investigadas nesta pesquisa Como se pode notar, em toda avaliaçao global subjetiva, a maioria dos pacientes apresentavam-se “bem nutrido/desnutriçao leve” em ambos os momentos de tempo. Os resultados inferenciais confirmaram a diminuiçao da frequencia de “bem nutrido/desnutriçao leve” na AGS ingestao ao longo do tempo (p = 0,011). Para os demais aspectos, AGS (p = 0,285), AGS mudança de peso (p = 0,453) e AGS exame físico (p = 0,527), nao foi possível evidenciar diferença estatisticamente significante entre os momentos antes e depois da orientaçao.
CONCLUSAO: a AGS deve fazer parte da avaliaçao rotineira de pacientes em tratamento conservador da doença renal crônica.

 


 

PO: 51698

Avaliaçao comparativa de duas metodologias de ensino de ultrassonografia point of care em nefrologia na graduaçao médica.

Autores: Ana Karine Brandao Novaes; José Ricardo Barroso Vitoi; Aline Mendes Santos Pereira; Tamara Caroline Silva Ribeiro; Raquel Dias Duarte de Castro; Rogerio Baumgratz de Paula; Flavio Ronzani; Wander Barros do Carmo; Marcus Gomes Bastos*

marcusbastos7@gmail.com

Universidade Federal de Juiz de Fora.

INTRODUÇAO: O ensino da ultrassonografia (US) na graduaçao médica nas escolas médicas americanas já é uma realidade e, hoje, mais de 100 delas já o adotou. No Brasil, uma iniciativa de ensino da US na ótica do point of care inserido de maneira horizontal no currículo de graduaçao foi iniciada em nossa Instituiçao em meados de 2013. Um dos tópicos abordados no currículo é a US no diagnostico de hidronefrose.
OBJETIVO: Avaliar, comparativamente, duas metodologias de ensino da US em nefrologia na graduaçao médica.
MÉTODO: Alunos do segundo e terceiro períodos do curso de medicina, sem conhecimento prévio de US e anatomia do trato urinário, após randomizaçao, receberam treinamento teórico e prático sobre: 1. Princípios físicos e knobology” de ultrassom e 2. US no diagnóstico de hidronefrose, com a aula prática ministrada após a aula expositiva tradicional” (AT) ou vídeo aula (VA) sobre os mesmos temas. A avaliaçao do conhecimento foi realizada através de testes cognitivos (expresso em pontos de 0 a 100) aplicados antes e após o treinamento e do Exame Estruturado de Habilidades Clínicas (OSCE).
RESULTADOS: Participaram do estudo 51 estudantes. Tanto o grupo AT quanto o VA apresentaram melhora significante quando se compara a pontuaçao pré-teste com o pós-teste (40,23 ± 1,68 vs. 90,15 ± 0,73 e 40,92 ± 1,55 vs. 90,08 ± 0,70; p < 0,05). Nao se observou diferença estatística na comparaçao pós-curso das avaliaçoes cognitivas entre AT e VA (90,15 ± 0,73 vs. 90,08 ± 0,70; p > 0,05), assim como no OSCE (86,86 ± 12,04 vs. 87,80 ± 12,42; p > 0,05).
CONCLUSAO: A contextualizaçao teórica baseada no modelo vídeo aula é tao eficaz quanto o modelo baseado em aulas presenciais no ensino prático de ultrassonografia para graduandos em medicina novatos.

 


 

PO: 50593

Avaliaçao da desnutriçao na doença renal crônica dialítica/qual o melhor método?

Autores: Heulenmacya Rodrigues de Matos*; Elane Viana Hortegal; Janete Daniel Alencar; Rayanna Cadilhe de Oliveira Costa; Andreia de Jesus Ferreira Barros; Natalino Salgado Filho; Joyce Santos Lages; Raimunda Sheyla Carneiro Dias

heulenmacya@yahoo.com.br

Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhao.

INTRODUÇAO: A desnutriçao é um dos principais fatores que afetam adversamente o prognóstico do paciente renal crônico dialítico e tem sido associada ao aumento da morbidade e mortalidade.
OBJETIVO: Avaliar o estado nutricional de pacientes com doença renal crônica dialítica utilizando diferentes métodos diagnósticos.
MÉTODOS: Estudo transversal que avaliou 72 pacientes em tratamento hemodialítico, no período de julho a agosto de 2015. Foram incluídos pacientes com doença renal crônica em hemodiálise há no mínimo três meses, com idade igual ou superior a 18 anos. Os dados utilizados para avaliaçao antropométrica foram: peso seco, altura, pregas cutâneas e circunferência muscular do braço. A espessura do músculo adutor do polegar foi aferida com o paciente sentado, no braço sem acesso vascular. A força da preensao manual foi avaliada utilizando-se um dinamômetro. As variáveis quantitativas foram apresentadas por meio de média e desvio padrao e as qualitativas por frequências e porcentagens. Para comparar os indicadores nutricionais segundo o sexo foi aplicado o teste qui-quadrado. Os dados foram analisados no programa estatístico STATA 12.0.
RESULTADOS: Dos 72 pacientes estudados, 41,7% eram homens, 40,0% eram casados ou viviam em uniao estável, 83,3% eram pardos, 70,4% tinham menos que nove anos de estudo. A média de idade foi de 44,5 ± 15,4 anos e 47,3% tinham cinco anos ou mais de diálise. A hipertensao arterial sistêmica (32,9%) foi a principal causa da doença renal crônica, seguida do Diabetes mellitus (24,3%) e da glomerulonefrite (18,6%). A prevalência de desnutriçao segundo os diferentes métodos variou entre 11,1% a 97,8%. A avaliaçao do estado nutricional revelou por meio do índice de massa corporal que 11,1% dos pacientes estavam desnutridos e 33,3% com excesso de peso. Os valores de adequaçao da circunferência muscular do braço e da prega cutânea do tríceps apontaram que 51,4% e 66,6% dos pacientes estavam desnutridos, respectivamente. Foi observada uma prevalência de 36,1% de desnutriçao, segundo a espessura do músculo adutor do polegar. Em relaçao a força de preensao manual, 97,8% possuíam perda de força muscular.
CONCLUSAO: Foi observada grande variaçao da frequência de desnutridos, dependendo do método de avaliaçao nutricional utilizado. Em razao dessa alta prevalência, fica clara a importância da combinaçao de métodos.

 


 

PO: 51620

Avaliaçao da disfunçao diastólica do ventrículo esquerdo de pacientes com doença renal crônica em fase pré-dialítica

Autores: Maria Eugenia Fernandes Canziani; Samara Da Silva Fedatto*

samarafedatto@yahoo.com.br

UNIFESP

INTRODUÇAO: Pacientes com doença renal crônica (DRC) apresentam elevada taxa de morbi-mortalidade. As doenças cardiovasculares (DCV) constituem a principal causa de morte nessa populaçao. A disfunçao diastólica do ventrículo esquerdo (DD) tem sido apontada como um fator preditivo de mortalidade e um marcador precoce de lesoes cardíacas na populaçao geral. Existem poucas informaçoes sobre DD na populaçao com DRC.
OBJETIVO: Avaliar a prevalência e os fatores associados à DD em pacientes com DRC em tratamento conservador.
METODOLOGIA: Foram avaliados registros de pacientes nos estadios 2 a 4 da DRC de estudo prévio. Os ecocardiogramas foram reavaliados por um observador experiente, cego para as condiçoes clinicas dos pacientes. O índice de massa de ventrículo esquerdo foi avaliado pela relaçao entre a massa ventricular e altura do paciente. A DD foi considerada presente quando o laudo evidenciava alteraçao de relaxamento, padrao pseudonormal ou restritivo.
RESULTADOS: Foram analisados 78 pacientes (73% homens, 56% nao brancos, 59% com história prévia ou atual de tabagismo, 92% hipertensos). A DD foi observada em 49 (63%) pacientes. Quando comparados a aqueles que nao possuem DD, os pacientes com DD eram mais velhos [58 (52 61) vs. 45 (37 58) anos; p = 0,001], apresentaram maior prevalência de caucasianos (55 vs. 24%; p = 0,008), hipertensos (98 vs. 2%; p = 0,02), maior concentraçao de proteína C reativa [5,05 (1,8 12) vs. 1,97 (0,8 4,4)mg/l; p = 0,006] e maior índice de massa de ventrículo esquerdo [54,6 (48,8 67,6) vs. 38,2 (32,7 43)g/m2,41]. A presença de DD nao se relacionou a funçao renal, proteinúria, parâmetros do metabolismo mineral e ósseo, anemia ou perfil de ferro.
COMENTARIOS: A DD é prevalente dentre os pacientes com DRC e se relaciona com a idade mais avançada, hipertensao arterial sistêmica, inflamaçao e hipertrofia de ventrículo esquerdo.

 


 

PO: 51828

Avaliaçao da dor em pacientes submetidos ao tratamento de hemodiálise no interior do Goiás

Autores: Raquel Almeida Gomes Aguiar*; Bruno Côrte Santana; Renato Ribeiro Chaves; Silvana Schwerz Funghetto; Michelle Zampieri Ipolito; Mani Indiana Funez; Marina Morato Stival; Luciano Ramos de Lima; Raquel Almeida Gomes Aguiar; Bruno Côrte Santana; Renato Ribeiro Chaves; Silvana Schwerz Funghetto; Michelle Zampieri Ipolito; Mani Indiana Funez; Marina Morato Stival; Luciano Ramos de Lima

raquelalmeida_12@hotmail.com

Universidade de Brasília.

A dor é definida pela International Association for the Study of Pain como uma experiência sensorial e emocional desagradável que primariamente associamos a lesao tecidual ou descrita em termos de tal lesao (IASP, 1986, p.214). Objetivou-se avaliar a dor crônica recorrentes em pacientes submetidos a tratamento hemodialítico de unidade de hemodiálise do interior de Goiás. Trata-se de um estudo descritivo, transversal de abordagem quantitativa. A amostra foi composta por 30 pacientes em tratamento hemodialítico. Prevaleceu o sexo masculino, com idade superior que 60 anos e nao ativos. A intensidade de dor se mostrou como moderada (M = 4,5, MD = 4,5, DP = 1,52, MAX = 7,0 e MIN 2,0). Os locais mais referidos com dor crônica: cabeça seguido de MMII, tronco, MMSS, ossos e corpo geral. As seleçoes dos descritores de McGill foram: – sensitivos – pontada (70,0%), dolorida (63,3%), fina (60,0%), latejante (56,7%), puxao (56,7%), ardor (43,3%), pulsante (33,3%), agulhada (33,3%) e calor (30,0%); – afetivo – enjoada 18 (60,0%) e cansativa 16 (53,3%); – cognitivo-avaliativo – incomoda (86,7%); – miscelânea – penetra (40,0%), da náusea (40,0%) e repuxa (36,7%). Conclui-se que a dor crônica afeta a maioria dos pacientes em tratamento de hemodiálise e pode causar grandes prejuízos que interferem no cotidiano de quem a sente.

 


 

PO: 45180

Avaliaçao da dor torácica, sono e qualidade de vida em pacientes renais crónicos hipertensos

Autores: Clara Kimie Miyahira*; Marielza Regina Ismael Martins

clara_kimie@hotmail.com

FAMERP

INTRODUÇAO: A doença renal crônica (DRC) é um problema de saúde pública em todo o mundo, por ter alto índice de mortalidade, principalmente por complicaçoes cardiovasculares. Esses pacientes com doença renal crônica e hipertensos já tem alteraçao na qualidade de vida e decréscimo da condiçao física decorrente da doença e da própria terapêutica renal substitutiva. Tem consciência de que distúrbios no ciclo circadiano da pressao arterial possivelmente alteram o sono; bem como reduzem a volemia, levando ao baixo débito cardíaco e, consequentemente à recorrência de dor torácica.
OBJETIVO: avaliar o impacto na qualidade de vida e no sono em pacientes renais crônicos hipertensos em tratamento hemodialítico e que referiam dor torácica.
MÉTODOS: Trata-se de um estudo descritivo, exploratório de corte transversal realizado com 46 pacientes com doença renal crônica e doença cardiovascular, que referiam dor torácica em tratamento de hemodiálise. Foram aplicados o Questionário Genérico de Qualidade de Vida (Whoqol-bref) e o Indice de qualidade de sono de Pittsburg. Para avaliar a dor foi usado o questionário de dor McGill e o Inventário breve de dor. Os dados foram submetidos à análise estatística, com nível de significância de 5%.
RESULTADOS: Dentre os pacientes havia mais homens (67,4%), média de 61,9 ± 15,8 anos e o tipo de dor mais prevalente foi a sensitiva (24,5). Houve comprometimento na qualidade do sono. Evidenciou-se prejuízo na qualidade de vida, demonstrando menores escores nos domínios físico e psicológico e intensidade de dor moderada.
CONCLUSAO: Fatores como dor, sono e qualidade de vida sao aspectos importantes de pessoas com doenças graves e limitantes, que se submetem a tratamentos prolongados e dolorosos. Portanto, devem ser sistematicamente avaliados.

 


 

PO: 51868

Avaliaçao da ingestao habitual de frutas com alto teor de potássio de pacientes em hemodiálise em um serviço de nefrologia de Maceió-AL

Autores: Monica Maria Querino Costa*; Rafael Fernandes Vanderlei Vasco; Aline Araujo Padilha Lajes; Janaína Dantas Soares; Djane Araújo Lessa; Ebeveraldo Amorim Gouveia; Joao Paulo Lopes Da Silva; Carlos Alexandre Ferreira De Oliveira

monicanutri@hotmail.com

Hospital do Açúcar.

INTRODUÇAO: O potássio (k) é um mineral que está presente em muitos alimentos e em nosso organismo, e é fundamental para o funcionamento dos músculos do nosso corpo, principalmente os do coraçao. A quantidade de k sérico depende de alguns fatores: ingestao de alimentos, uso de medicamentos, massa muscular, e eliminaçao renal e intestinal. O excesso de k pode trazer complicaçoes graves nos pacientes renais crônicos terminais. Sendo a diálise o principal meio de eliminaçao, portanto torna-se importante a restriçao na ingestao de alimentos ricos em k.
OBJETIVO: Quantificar o consumo de frutas com alto teor de k de pacientes em hemodiálise, correlacionando com o valor do k sérico no período.
MÉTODO: A pesquisa foi realizada com 112 pacientes em hemodiálise do Hospital do Açúcar de Maceió-AL, entre o período de novembro e dezembro de 2015. A coleta de dados foi realizada através do questionário da Sociedade Brasileira de Nefrologia Censo 2015, aplicado somente uma vez, onde foi utilizada uma das perguntas do questionário a qual se refere ao consumo de frutas com alto teor de k, correlacionando com o k sérico neste período.
RESULTADO: Foram 69 pacientes do sexo masculino(61,6%), idade media 51,8 ± 14 anos, divididos em 5 grupos (A, B, C, D, E) conforme a quantidade de porçoes consumidas. Grupo A: 8 pacientes 9.12%, uma porçao dia, média de k = 5,52 ± 1.07, grupo B: 01 paciente 1.14%, duas porçoes ao dia, k = 5.6, grupo C: 8 pacientes 9.12%, 4 a 6 porçoes por semana, média de k = 5.57 ± 0,66, grupo D: 58 pacientes 67.26% com 1 a 3 porçoes por semana, média de k = 5.57 ± 1.08 e grupo E: 38 pacientes 14.44% que nao consomem, média 5,55 ± 1,06. Proporçao de pacientes com k > 5.5, por gruPO: A(3 pacientes: 37.5%), C(2 pacientes: 25%), D(31 pacientes: 54,3%) e E(20 pacientes: 52,6%).
CONCLUSAO: Nao houve diferença estatística entre as médias dos valores de potássio sérico neste período comparando os grupos de pacientes. Porém, analisando-se os grupos que relatam menor quantidade de consumo (grupos D e E), foi observado uma maior proporçao de resultados de k sérico acima de 5.5.

 


 

PO: 51898

Avaliaçao da mortalidade em pacientes internados em unidade de terapia intensiva em hospital na regiao do Cariri, CE

Autores: George Nilton Nunes Mendes*; Jully Graziela Coelho Campos Couto; Arthur Cartaxo Sobral; Alysson Soares Macedo; Tales de Oliveira Garcia; Francisco Mozart Rolim de Souza; Maria Mirelle Ferreira Leite Barbosa; Ana Cristina Gomes Duarte; George Nilton Nunes Mendes; Jully Graziela Coelho Campos Couto; Arthur Cartaxo Sobral; Alysson Soares Macedo; Tales de Oliveira Garcia; Francisco Mozart Rolim de Souza; Maria Mirelle Ferreira Leite Barbosa; Ana Cristina Gomes Duarte

georgenunesmendes@globo.com

ESTACIO – FMJ.

INTRODUÇAO: Pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva sao, sabidamente, aqueles em que o risco de morte é o mais alto dentre todos os setores de uma unidade hospitalar. As afecçoes graves, por si só, já sao importante fator de risco isolado para a vida do paciente, entretanto, a alteraçao nos níveis de escórias nitrogenadas constitui um outro fator agravante. As alteraçoes de metabólitos nitrogenados têm importante papel na deterioraçao do estado clínico dos pacientes, seja no aumento da morbidade ou da mortalidade, piorando, inexoravelmente, o prognóstico dos doentes em regime de internamento hospitalar, independente do setor em que se encontrem.
OBJETIVOS: Determinar a porcentagem de mortalidade dos pacientes com alteraçoes de escórias nitrogenadas no período de Janeiro de 2016 a Março de 2016, promover açoes no sentido aprimorar esses índices.
MÉTODOS: O presente estudo é retrospectivo e observacional, com base em dados coletados no setor de Unidade de Terapia Intensiva do Hospital e Maternidade Sao Francisco de Assis. Os critérios para Alteraçao de escórias nitrogenadas foram: Creatinina sérica > 1.3 mg/dL, Uréia sérica > 50 mg/dL.
RESULTADOS: Foram inclusos nos critérios anteriormente citados 30 pacientes, dentre os quais, 80% (24 pacientes) foram a óbito. 20% receberam alta da Unidade de Terapia Intensiva. O que percebemos através desses dados é que, de fato, o aumento de metabólitos nitrogenados está intimamente ligado à piora do prognóstico e consequente aumento da mortalidade, uma vez que a taxa de mortalidade média em UTI no Brasil varia de 24% a 33%. Sabemos que esses aumentos nas taxas de escórias nitrogenadas refletem a diminuiçao da funçao renal, o que pode levar a várias consequências negativas do ponto de vista hemodinâmico, hidroeletrolítico e ácido-básico.
CONCLUSAO: Ressaltamos a importância de se identificar precocemente os aumentos de escórias nitrogenados a fim de prevenir os importantes danos trazidos por ele na morbi-mortalidade e prognóstico dos pacientes.

 


 

PO: 51961

Avaliaçao da mortalidade em pacientes portadores de afecçao cirúrgica que evoluíram com alteraçoes de escórias nitrogenadas no Hospital e Maternidade Sao Francisco de Assis

Autores: Jully Graziela Coelho Campos Couto*; George Nilton Nunes Mendes; Arthur Cartaxo Sobral; Tales de Oliveira Garcia; Alysson Soares Macedo; Marcus Andretti Nascimento Alencar; Maria Mirelle Ferreira Leite Barbosa; Ana Cristina Gomes Duarte

juullycoelho@gmail.com

Faculdade de Medicina Estácio de Juazeiro do Norte.

INTRODUÇAO: As alteraçoes de escórias nitrogenadas têm importante papel na deterioraçao do estado clínico dos pacientes, no aumento da morbimortalidade, piorando, inexoravelmente, o prognóstico dos doentes no internamento hospitalar. Pacientes cujas afecçoes sao de natureza cirúrgica, muitas vezes, sofrem este tipo de complicaçao devido aos processos inerentes ao ato cirúrgico em si, no qual há perda de volume, resposta endócrino-metabólica e inflamatória, que podem culminar com hipoperfusao renal, gerando aumento de escórias nitrogenadas no sangue.
OBJETIVOS: Avaliar a mortalidade em pacientes com doenças cirúrgicas que cursem com aumento dos metabólitos nitrogenados.
MATERIAIS E MÉTODOS: O estudo é retrospectivo e observacional, com base em dados coletados no setor de enfermaria de clínica cirúrgica e Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital e Maternidade Sao Francisco de Assis. Os critérios para Alteraçao de escórias nitrogenadas foram: Creatinina sérico > 1.3 mg/dL, Uréia sérica > 50 mg/dL.
RESULTADOS: Foram incluídos nos critérios 22 pacientes, dos quais, 14 (63,63%) obtiveram alta hospitalar, 5 (22,72%) foram transferidos para a UTI do referido hospital, 2 (9,09%) foram a óbito e 1 (4,56%) foi transferido para outro serviço. O prognóstico de um paciente submetido a um procedimento cirúrgico, seja ele invasivo ou minimamente invasivo, depende de fatores como adequada técnica cirúrgico-anestésica, compensaçao clínica peri-operatória e, fundamentalmente, da condiçao prévia do doente, se era portador de doenças crônicas ou alergias, se já se submeteu a procedimentos cirúrgicos prévios, por exemplo. Dessa forma, determinar a taxa de mortalidade geral de determinado serviço é tarefa complexa. Com isso, determinamos a mortalidade em pacientes com indícios de alteraçoes renais, sejam elas prévias ou adquiridas. Percebemos que, de acordo com os índices da Agência Nacional de Saúde que considera índices normais de mortalidade entre 2,4% e 5% dos pacientes, as alteraçoes de escórias nitrogenadas sao deletérias e pioram o prognóstico dos pacientes com afecçao de natureza cirúrgica.
CONCLUSAO: Entendemos que é crucial a vigilância clínica desses doentes, já que, ao identificar ao aumento de escórias nitrogenadas, seja este pré ou pós-operatório, medidas devem ser tomadas para compensaçao desse distúrbio, possivelmente melhorando o prognóstico daqueles doentes submetidos a cirúrgicos e que venham ou a desenvolvam ou a piorem condiçao clínica.

 


 

PO: 50537

Avaliaçao da progressao da doença renal crônica em pacientes do Ambulatório de Nefrologia

Autores: Raquel Ximenes Feijao Hanrejszkow; Juliana Kugeratski Von Stein; Dais Ravanelo Pires; Amanda Chotti

enfermagem@pro-renal.org.br

Fundaçao Pró-Renal.

INTRODUÇAO: O declínio da filtraçao glomerular (FG) deve ser estimada para avaliar o efeito de intervençoes para retardar a progressao da doença e predizer o intervalo até a necessidade de se iniciar a terapia renal substitutiva. A diminuiçao da FG nao deve ser maior que 4ml/min/ano (BARROS,2007) ou 5ml/min/ano (KDOQI). Adicionalmente sabe-se que a taxa de declínio da FG se relaciona com a doença de base (BREGMAN,2004). Pacientes com doença renal crônica devem ser encaminhados a uma equipe renal, constituída por uma equipe multidisciplinar (PACHECO, 2007). O tratamento conservador consta de recomendaçoes dietéticas, uso de medicamentos, adequaçao dos hábitos de vida e condutas especializadas para que os fatores de risco sejam controlados e a progressao da doença seja estabilizada ou lentificada (BREGMAN,2004).
OBJETIVO: Avaliar a progressao da doença renal crônica de acordo com a taxa de filtraçao glomerular dos pacientes de um ambulatório de nefrologia.
METODOLOGIA: Estudo quantitativo utilizando prontuário eletrônico de pacientes atendidos no ambulatório de nefrologia. Teve como critérios de inclusao consulta de acompanhamento com nefrologista e enfermeiro por 5 anos consecutivos e apresentaçao dos exames de creatinina. Foram, selecionados 421 pacientes entre os períodos de janeiro de 2010 a janeiro de 2015 procedentes do Estado do Paraná.
RESULTADOS: Dos 421 pacientes que foram analisados os dados, 173 (45%) pacientes obtiveram melhora da funçao renal, 148 (38%) pacientes mantiveram ou tiveram uma piora inferior a 4ml/min/ano, 48 (13%) pacientes tiveram piora superior a 4ml/min/ano e 17 (4%) nao tinham informaçoes de marcadores da doença.
CONCLUSAO: Os dados obtidos sao o reflexo da prevençao da progressao da doença renal que se dá por cuidados que envolvem uma equipe multidisciplinar em um ambulatório de tratamento conservador que assista o paciente de forma holística, orientando quanto os cuidados de fatores de risco e das co-morbidades. Cuidado esse que vai desde o diagnóstico inicial, com adoçao de medidas para retardar tal progressao até a preparaçao para as terapias renais substitutivas.

 


 

PO: 50478

Avaliaçao da qualidade de vida do renal crónico dialítico diabético e nao diabético do alto tietê

Autores: Beatriz Jardim de Siqueira Branco; Bianca Tiemy Kretchetoff; José Artur Coelho; José Guilherme Contrucci; Rafael Guarnieri DiFabio; Vinícius Blasi Maldonado; Murilo Golin; Rui Alberto Gomes*

ragomes@uol.com.br

Universidade de Mogi das Cruzes.

INTRODUÇAO: Pacientes portadores de doença renal crônica sofrem impacto negativo em sua qualidade de vida, tanto pelas consequências clínicas extensas de seu estado patológico, quanto pelas restriçoes impostas ao seu cotidiano, provocadas pelas exigências e peculiaridades de seu tratamento dialítico, que lhes causam limitaçoes e mudanças biopsicossociais. Renais crônicos diabéticos podem ter exacerbaçao deste impacto, provocada por esta importante comorbidade.
OBJETIVO: Avaliar a qualidade de vida (QV) de pacientes renais crônicos diabéticos e nao diabéticos em tratamento hemodialítico.
MÉTODO: Foram avaliados pacientes com doença renal crônica (DRC), em programa de tratamento hemodialítico ambulatorial numa clínica de hemodiálise satélite. Realizado estudo transversal, através da aplicaçao do instrumento validado de avaliaçao de qualidade Kidney Disease Quality of Life Short Form (KDQOL-SF), composto de 80 itens, divididos em 8 dimensoes gerais e 11 específicas para a DRC, onde maiores escores se relacionam a melhor percepçao de qualidade de vida. A análise dos dados foi feita através de estatística descritiva. Os resultados foram expressos em média ± desvio padrao e porcentagens.
RESULTADOS: Avaliados 85 pacientes, 59% masculinos, idade média de 59,6 ± 12,9 anos, sendo raça branca 62,3%, negra 35,3%, amarela 2,3%, diabéticos 42% (36), com tempo médio em hemodiálise de 44,44 ± 33,91 meses. Dentre as dimensoes do instrumento de QV analisadas, as de satisfaçao do paciente, funcionamento físico, funçao física e lista de sintomas/problemas apresentaram escores significativamente maiores no grupo de nao diabéticos, comparado ao grupo dos diabéticos. O mesmo aconteceu com o escore total.
CONCLUSAO: A percepçao da qualidade de vida de nossos pacientes dialíticos, avaliada pelo instrumento KDQOL-SF, mostrou-se mais elevada no grupo de nao diabéticos. Os piores escores das dimensoes analisadas foram observados no grupo de portadores de Diabetes mellitus, uma importante doença crônica que impacta fortemente nas comorbidades desses pacientes e, por conseguinte, nas suas percepçoes de qualidade de vida.

 


 

PO: 51769

Avaliaçao da razao frutosamina/hemoglobina glicada em pacientes com Diabetes mellitus e doença renal crónica

Autores: Luanne Fortes Monte Soares; Lucas Braga Mota; Hady Signara Capabelo Miguel; Marcelo Henrique Alves de Andrade; Rosilene Motta Elias Coelho; Bruno Caldin Silva*; Hugo Abensur

brunocaldin@hotmail.com

Hospital das Clínicas/FMUSP

INTRODUÇAO: Em pacientes com doença renal crônica (DRC) e Diabetes mellitus (DM) tipo I ou II, o nível de hemoglobina glicada (HbA1C) pode nao refletir adequadamente as flutuaçoes glicêmicas. Conforme ocorre a progressao de DRC, há diminuiçao dos níveis de HbA1C em parte por uma menor meia vida das hemácias mas também por variaçoes ocasionadas pelo sexo, idade, nível de hemoglobina, uso de eritropoietina, realizaçao de terapia renal substitutiva e método dialítico.
OBJETIVO: Nesse sentido, buscando avaliar a existência de marcadores que possam estabelecer correlaçao representativa do controle do diabetes nos pacientes renais crônicos, o objetivo desse estudo foi avaliar o comportamento da Razao Frutosamina/Hemoglobina Glicada de acordo com o estágio da doença renal.
MÉTODOS: Nesse sentido, foi realizado um estudo transversal, sendo selecionados 65 pacientes acompanhados em ambulatório de Nefrologia de hospital de nível terciário com diagnóstico de DM e DRC. Em seguida, foram obtidos dados dos prontuários referentes aos valores de MDRD, glicemia de jejum, frutosamina e hemoglobina glicada, considerando como válido o valor mais atualizado destes exames, já que refletiam a situaçao atual desses pacientes. Os valores da Razao Frutosamina/Hemoglobina Glicada foram correlacionados com a estimativa de funçao renal e em seguida analisados pelos programas PRISMA 7 e SPSS.
RESULTADOS: A razao Frutosamina /HbA1C correlacionada com a estimativa de funçao renal pelo MDRD Study Equation foi -0,12 (p = 0,08).
DISCUSSAO: O resultado encontrado demonstra uma correlaçao negativa, traduzindo que os pacientes com estimativa de funçao renal mais baixa pelo MDRD tem uma Razao Frutosamina/Hemoglobina Glicada maior, indicando diminuiçao dos níveis de HbA1C por motivos ligados à DRC.
CONCLUSAO: Neste trabalho, a Razao Frutosamina/HbA1C mostrou uma correlaçao inversa com a estimativa de funçao renal. Essa tendência, embora sem significância estatística, indica a necessidade de novos trabalhos a fim de confirmar esses resultados.

 


 

PO: 50592

Avaliaçao das interaçoes medicamentosas em pacientes hipertensos hemodialisados

Autores: Wellington Augusto os Santos Conceiçao Junior*; Layana Thays de Sousa Alves; Elton Jonh Freitas Santos; Aline de Nazaré Costa dos Santos; Alcione Miranda dos Santos; Natalino Salgado Filho

wellington.wa9569@gmail.com

Universidade Federal do Maranhao.

INTRODUÇAO: A hipertensao arterial sistêmica é uma das patologias de maior prevalência no Brasil. Está entre as principais causas de morte no país. Acometendo um maior número de pessoas do sexo masculino, por volta dos 36% e em mulheres por volta dos 25%. Observa-se uma íntima relaçao entre hipertensao e doença renal crônica. Pacientes com hipertensao fazem uso de medicaçoes de diferentes classes e para a obtençao de bons resultados no contexto clínico, se faz necessária o uso de mais de um medicamento para o controle dos níveis pressóricos. No paciente renal soma-se o uso de uma série de outras classes farmacológicas para controle das comorbidades inerentes a condiçao clínica. O uso da polifarmácia pode levar ao aparecimento de problemas relacionados a medicamentos e entre eles a interaçao medicamentosa. As interaçoes medicamentosas constituem uma alteraçao dos efeitos dos medicamentos por outro medicamento podendo ser benéficas ou maléficas.
OBJETIVO: Detectar interaçoes medicamentosas em planos terapêuticos de pacientes hipertensos em hemodiálise. Metodologia Estudo transversal analítico com pacientes hipertensos em hemodiálise do serviço de nefrologia de um hospital universitário. Os planos terapêuticos foram avaliadas e a existência de Interaçoes medicamentosas foram pesquisadas na base de dados do Micromedexr e classificadas como graves, moderadas e leves.
RESULTADOS: Avaliamos 26 pacientes hipertensos, com uma frequência de 50% do sexo masculino e média de idade de 48,02 ± 13,75 anos. Com relaçao a prescriçao de cada paciente, estes em média usavam 6,46 ± 1,72 medicamentos. Observou-se nove interaçoes medicamentosas (34,60%), entre as quais, duas foram classificadas como graves (22,22%), cinco moderadas (55,55%) e duas leves (22,22%). Entre as de maior gravidade evidenciamos a interaçao da predinisona com nifedipino e do omeprazol com cilostazol. Já as de gravidade moderada foram principalmente entre medicamentos anti-hipertensivos de classes diferentes e as de gravidade menor entre polivitamínicos e o omeprazol.
CONCLUSAO: Os medicamentos com interaçoes identificados sao usados frequentemente na clínica de pacientes hipertensos em hemodiálise. O conhecimento destas interaçoes pode direcionar o uso racional destes medicamentos e a prevençao de eventos.

 


 

PO: 51701

Avaliaçao das medidas antropométricas na populaçao presente em campanha de prevençao a doença renal crônica na capital alagoana e o risco de diabetes tipo 2

Autores: Andréa Vanessa da Cunha Lima; Clarissa Menezes Monteiro; Marianne Danielle de Araújo; Maria Clara de Araújo Cavalcante; Rayssa Kethlyn Alves de Campos; Carine Vilarins de Souza*; Flávio Teles; André Falcao Pedrosa Costa

carinevilarins7@gmail.com

Centro Universitário Tiradentes – UNIT

INTRODUÇAO: O Diabetes Melitus (DM) é a principal causa de insuficiência renal no mundo. Estudos recentes mostram que a prevalência de DM tipo 2 está aumentando, revelando 415 milhoes de diabéticos no mundo em 2015, o que corresponde a 1 em cada 11 adultos. Projeçoes desse mesmo estudo estimam que em 2040 haverá cerca de 642 milhoes de diabéticos no mundo, equivalente a 1 em cada 10 adultos. Com isso, acredita-se que a nefropatia diabética tende a acompanhar o crescimento de sua patologia de base e obesidade é o principal fator contribuinte para tal patologia. Sabemos que a hiperglicemia crônica leva ao aumento no espessamento da membrana basal de capilares e arteríolas glomerulares, dificultando assim a filtraçao glomerular e levando a falência renal irreversível. Pesquisas demonstram que tal falência atinge 30% das pessoas com DM e mais da metade dos dialíticos no mundo possui DM.
OBJETIVO: Analisar o risco de desenvolver DM2, por meio da prevalência de obesidade e sobrepeso, em uma populaçao participante de campanha de prevençao a doença renal na capital de Alagoas.
MÉTODO: Estudo retrospectivo e transversal de caráter descritivo-observacional por meio da análise de questionário, proposto pela Liga Acadêmica de Nefrologia da UNCISAL (LANU) durante o dia mundial do rim do corrente ano.
RESULTADO: Foram entrevistadas 100 pessoas, 30 homens e 70 mulheres, cuja faixa etária variou de 18 aos 90 anos. Do total de entrevistados, 26% possuía IMC maior ou igual a 30, o que equivale a obesidade. A porcentagem de sobrepeso também foi relevante, igual a 32%, 1% tinha baixo peso e os 41% restantes classificou-se como peso normal. Em relaçao ao comprimento da cintura cerca de 33% dos homens tiverem valor maior que 102 cm (tal medida é relacionada ao aumento da gordura visceral, do risco cardiovascular e do desenvolvimento de DM tipo 2). O valor para o sexo feminino é maior que 88 cm, e na populaçao em questao aproximadamente 49% das mulheres se enquadraram além dessa medida.
CONCLUSAO: Os resultados mostraram que grande parte da populaçao entrevistada possuía risco aumentado de desenvolver DM2 devido a presença de obesidade ou de sobrepeso, além de valores elevados de circunferência abdominal. Com isso, verificase a importância da prevençao e a necessidade de estimular bons hábitos de vida para que nao vigore as projeçoes estatísticas de diabéticos no futuro e, consequentemente, a de doentes renais por nefropatia diabética.

 


 

PO: 51674

Avaliaçao de sarcopenia em pacientes com doença renal crônica pré-dialítica

Autores: Viviane Angelina de Souza*; Dílmerson Oliveira; Sérgio Ribeiro Barbosa; José Otávio do Amaral Corrêa; Fernando Antonio Basile Colugnati; Henrique Novais Mansur; Natália Maria da Silva Fernandes; Marcus Gomes Bastos

vivi.reumato@gmail.com

Universidade Federal de Juiz de Fora.

INTRODUÇAO: A sarcopenia é uma condiçao crônica associada ao envelhecimento, e é definida pela reduçao da massa, força e funçao musculares. Na Doença Renal Crônica (DRC), a sarcopenia é prevalente, podendo acometer cerca de 50% dos pacientes em diálise, sendo que na pré-diálise, a prevalência varia de 5 a 9%. A perda de massa muscular nesta populaçao aumenta a morbimortalidade, além de estar associada à ocorrência de complicaçoes cardiovasculares.
OBJETIVOS: Avaliar a prevalência de sarcopenia e suas associaçoes clínicas e laboratoriais em pacientes com DRC pré-dialítica.
MÉTODOS: Foram avaliados 100 pacientes, de ambos os sexos e com mais de 18 anos. A DRC foi definida e categorizada segundo os critérios do KDIGO (2013). A sarcopenia foi definida através dos critérios do grupo europeu para estudo da sarcopenia em idosos (EWGSOP), e pelos critérios primário e alternativo da Fundaçao do Instituto Nacional de Saúde (FNIH). Os dados sócio-demográficos, clínicos e laboratoriais foram obtidos quando da avaliçao dos pacientes. A inflamaçao foi avaliada por meio dos níveis de proteina C reativa ultrassensível (PCRus).
RESULTADOS: A prevalência de sarcopenia foi de 10,5% pelos critérios do EWGSOP e 29,5% e 28,4% de acordo com os critérios primário e alternativo do FNIH, respectivamente. Os pacientes com sarcopenia apresentaram menor velocidade de caminhada (p = 0,013), pior desempenho das atividades da vida diária (p = 0,048), níveis inferiores de massa magra em membros superiores (p = 0,048) e de massa magra corporal total (p = 0,015), menor taxa de filtraçao glomerular (p = 0,012) e maiores níveis de PCRus (p = 0,078). A sarcopenia foi mais prevalente nas categorias mais avançadas da DRC: categorias 1 e 2, 3,44%; 3, 34,48% e 4-5, 62,06%. Adicionalmente, a taxa de filtraçao glomerular estimada (TFGe) associou-se significativamente com velocidade de caminhada (r = 0,296, p = 0,012), massa magra total (r = 0,294; p = 0,013) e conteúdo ósseo total (r = 0,344; p = 0,013).
CONCLUSAO: A sarcopenia foi prevalente nos pacientes com DRC estudados, particularmente nas categorias mais avançadas. A associaçao desfavorável da sarcopenia com a TFGe, performance física, massa magra corporal e marcadores inflamatórios alerta para a importância do seu diagnóstico precoce objetivando minimizar desfechos desfavoráveis em pacientes com DRC.

 


 

PO: 50564

Avaliaçao do conhecimento acerca da nefrologia em uma campanha de prevençao ao diabetes

Autores: Renata Oliveira Santos; Andréa Vanessa da Cunha Lima; Rayssa Kethlyn Alves de Campos*; Amanda de Azevedo Freires; Mayle Gomes Ferreira de Araújo; Maria Clara de Araújo Cavalcante; André Falcao Pedrosa Costa; Flávio Teles

rayssakethlyn@hotmail.com

Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas.

INTRODUÇAO: Por ser uma das mais recentes especialidades médicas implantadas no Brasil, a Nefrologia ainda desperta a curiosidade de muitos e uma boa parcela da populaçao ainda nao sabe da sua importância e nem o que de fato ela desempenha no contexto da assistência à saúde.
OBJETIVO: Correlacionar o nível de conhecimento entre os sujeitos que alegaram e nao alegaram saber do que se trata a nefrologia de acordo com os seus níveis socioeconômicos e culturais a despeito de situaçoes que fazem parte do contexto diário do Nefrologista.
MÉTODO: Estudo transversal e retrospectivo, realizado com 128 sujeitos que responderam ao questionário proposto pela Liga Acadêmica de Nefrologia da Uncisal (LANU) durante a III Semana de Atençao ao Diabético (SAD), em uma capital brasileira.
RESULTADOS: Menos da metade (48%) da populaçao estudada informou conhecer a nefrologia e desses 74% referiu saber o que fazia o Nefrologista e apenas 26% alegou já ter ouvido falar, mas nao sabia o que faz o profissional da área. Dos que alegaram conhecimento a maior parte (66%) recebem acima de 4 salários mínimos/mês, enquanto que 63% dos que nao a conhecem recebem na faixa de 1 a 10 salários mínimos/mês. Os anos de estudos nao obedeceram uma proporcionalidade entre o entendimento e desconhecimento do assunto. Ao serem indagados a respeito da doaçao de rim a maioria dos que doariam (51%) negaram discernimento sobre a nefrologia. A percepçao do que é a nefrologia se faz presente na maior parcela dos indivíduos que conhecem pelo menos um transplantado renal (64%) e também nos que diferenciam com competência ao menos uma Terapia Renal Substitutiva (TRS) (67%). Daqueles que nao compreendem a atividade da Nefrologia (52%), boa parte (58%) dos que nao conhecem nenhum transplantado renal e 69% dos que nao sabem distinguir nenhuma TRS encontram-se nesse grupo.
CONCLUSAO: O conhecimento acerca da nefrologia ainda nao é predominante em nosso meio e este é diretamente associado a compreensao das TRS e também está atrelado as pessoas que conhecem pelo menos um transplantado renal, tendo em vista que elas buscam conhecer a área por já experimentarem uma vivência com um paciente do meio. Porém, a doaçao renal por ser vista como uma atitude solidária nao está associada ao discernimento do setor, uma vez que a maioria dos que se declararam doadores nao sabem o que é a Nefrologia.

 


 

PO: 50552

Avaliaçao do estado nutricional antropométrico de pacientes com doença renal crónica em tratamento

Autores: Ana Carla Novaes Sobral Bentes; Isadora Sales Nogueira*; Viviane Sahade Souza; Sérgio Luiz Arruda Parente Filho; Tiago Tomaz Teles Peixoto; Lucas Lobo Mesquita; Elizabeth De Francesco Daher; Geraldo Bezerra da Silva Junior

isadora_sales@hotmail.com

Universidade Federal do Ceará.

INTRODUÇAO: Transtornos metabólicos e nutricionais sao comuns em pacientes com doença renal crônica (DRC). A promoçao da saúde, por meio de modificaçoes no estilo de vida e de planejamento dietoterápico podem ser medidas efetivas e eficazes na progressao desta doença.
OBJETIVO: O objetivo desse estudo foi avaliar o estado nutricional antropométrico e o consumo alimentar de pacientes portadores de DRC em tratamento conservador.
MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal, descritivo e exploratório, com amostra de conveniência. Foram incluídos pacientes que aceitaram participar da pesquisa, maiores de 18 anos, com diagnóstico confirmado de DRC, atendidos no ambulatório de nefrologia em Fortaleza, Ceará, Brasil. No período de maio a dezembro de 2015. Foram coletadas variáveis sociais, clínicas e nutricionais. Para avaliaçao antropométrica utilizou-se o Indice de massa corporal (IMC). A circunferência da cintura (CC) foi avaliada como marcador de risco para doenças cardiometabólicas. Para estimar o consumo alimentar foi utilizado o Recordatório Alimentar de 24 horas.
RESULTADOS: Foram avaliados 82 pacientes, sendo a maioria do sexo feminino (53,7%), com idade média de 67,8 ± 14,7 anos. No que diz respeito ao estadiamento da DRC, os mais prevalentes foram os estágios III (47,3%) e II (37,5%). Com relaçao às comorbidades, 89,0% eram hipertensos e 52,4% diabéticos. Segundo o IMC, a maioria dos pacientes (51,9%) encontrava-se acima do peso, 40,7% eram eutróficos e 7,4% desnutridos. Ao avaliarmos a CC, observou-se que 81,5% apresentavam risco alto para doenças cardiometabólicas (DCM). A ingestao calórica diária média foi de 1.347,9 ± 499,3 kcal (19,82 kcal/Kg/P). De acordo com a distribuiçao percentual dos macronutrientes, foi identificado consumo médio de 54,0 ± 9,3% de carboidratos, 29,6 ± 9,1 % de lipídio e 0,8 ± 0,5 g/Kg/peso de proteína. A ingestao media de fibra foi de 13,2 ± 8,53g/dia.
CONCLUSAO: Os PCTS com DRC estudados encontram-se em risco nutricional, uma vez que sao indivíduos acima do peso, com alto para DCM e apresentam dieta hipocalórica, hiperlipidica, e pobre em fibras. Estas alteraçoes representam importantes fatores de risco cardiovasculares, necessitando assim de intervençoes nutricionais efetivas nesta populaçao.

 


 

PO: 51816

Avaliaçao do estado nutricional e a relaçao com os níveis de auto estima em pacientes renais crónicos.

Autores: Scheila Karam*; Jessica Caroline dos Santos; Araie Prado Berger de Oliveira; Melissa Nihi Sato; Thais Malucelli Amantneeks

scheilakaram@hotmail.com

Fundaçao Pro-Renal.

INTRODUÇAO: A Doença Renal devido ao seu caráter crônico leva o indivíduo a uma pluralidade de cuidados e complexidade emocional. Para dar suporte a este tratamento é necessária à atençao de uma equipe multiprofissional com conhecimentos específicos. Um dos aspectos mais importantes deste tratamento está relacionado aos hábitos nutricionais e alteraçoes físicas e da imagem corporal que impacta nos processos de autoestima.
OBJETIVOS: Avaliar e descrever a autoestima e estado nutricional de pacientes em hemodiálise.
MÉTODO: Estudo descritivo e transversal.Foram avaliados 32 pacientes com doença renal crônica em uma clínica de hemodiálise.Para coleta dos dados foi aplicado a Escala de Autoestima de Rosemberg e a avaliaçao antropométrica/IMC(OMS).
RESULTADOS: Foram estudados 32 pacientes com média de idade de 54,81 ± 13,51 com prevalência de 77% do sexo masculino. Em relaçao ao diagnóstico nutricional pelo IMC 36,3% apresentaram se eutróficos e 39,3% sobrepeso. Segundo a relaçao cintura e quadril (RCQ) e o risco para comorbidades 48,48% apresentaram risco muito alto.Neste estudo verificou-se que apenas 6% dos pacientes apresentaram sobrepeso e 9% obesidade.Em relaçao à autoestima 84,8% apresentaram um escore que classifica como baixa e 9% alta e satisfatória. Cruzando os dados sobre diagnóstico nutricional e autoestima, observou-se que o maior índice de baixa autoestima está contida na amostra com algum nível de desnutriçao 65,63%.Em relaçao à classificaçao do IMC, a prevalência de baixa autoestima está na classificaçao que considera o sujeito com excesso de peso (34,4%).
CONCLUSAO: A estima é primordial para a reorganizaçao da vida pessoal e social, ou seja, implica reconhecer e aceitar características positivas e negativas.O sentimento de aceitaçao, adaptaçao e adequaçao a doença, gera no paciente o aumento da estima, confiança e segurança em si e nos outros(Luiz, 2010).Esta aceitaçao também permeia os aspectos de adesao das orientaçoes nutricionais e medicamentosa. Neste contexto, a interdisciplinaridade das açoes entre a Psicologia e Nutriçao justifica-se pelo olhar a integralidade dos cuidados observados por esta populaçao em risco, destacando-se os indivíduos do sexo masculino, diagnóstico nutricional de sobrepeso e apresentando risco muito alto para o desenvolvimento de comorbidades como as doenças cardiovasculares.As intervençoes poderiam promover a melhora na qualidade de vida e no impacto positivo da autoestima, ao bem-estar

 


 

PO: 50584

Avaliaçao do estado nutricional por meio da análise vetorial da bioimpedância elétrica

Autores: Angela Teodósio da Silva*; Monique Ferreira Garcia; Letícia Maria Führ; Elisabeth Wazlawik; Angela Teodósio da Silva; Monique Ferreira Garcia; Letícia Maria Führ; Elisabeth Wazlawik

nutri.angela@hotmail.com

Universidade Federal de Santa Catarina.

INTRODUÇAO: A análise vetorial da bioimpedância elétrica (BIVA) é baseada na análise dos valores de resistência e reatância, fornecidos pela bioimpedância elétrica (BIA), normalizados para altura. É um procedimento autônomo que independe de equaçoes preditivas.
OBJETIVO: Avaliar o estado nutricional de pacientes submetidos à hemodiálise (HD) por meio da BIVA, tendo como referência as categorias da Avaliaçao Subjetiva Global (ASG).
MÉTODO: Estudo transversal, realizado de abril de 2011 a outubro de 2012 em duas clínicas de Nefrologia da regiao de Florianópolis. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos e os pacientes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A ASG e a BIA foram realizadas após a HD. De acordo com a ASG os pacientes foram classificados como nutridos (A) ou desnutridos (B + C). Para as análises estatísticas foram utilizados os softwares BIVA 2002 e Stata versao 11.0, e os vetores foram analisados pelo teste T2 de Hotelling.
RESULTADOS: Cento e sessenta e três pacientes, idade média 53,4 ± 15,3 anos, 58,3 % (n = 95) do sexo masculino. A prevalência de desnutriçao pela ASG foi de 31,9% (n = 52), sendo 27,4% (n = 26) nas mulheres e 38,2% (n = 26) nos homens. Os pacientes classificados como nutridos pela ASG tiveram o vetor médio localizado dentro da elipse de tolerância de 50% da BIVA e os classificados como desnutridos dentro da elipse de 75%. As mulheres classificadas como nutridas pela ASG apresentaram valores médios de resistência/altura (R/H) de 416,9 ± 54,6 ohms/m e reatância/altura (Xc/H) de 48,1 ± 12,0 ohms/m, enquanto as desnutridas apresentaram valores de R/H e Xc/H de 439,7 ± 81,0 ohms/m e 43,4 ± 12,1 ohms/m respectivamente. Os homens classificados como nutridos pela ASG apresentaram R/H de 322,9 ± 45,7 ohms/m e Xc/H de 37,5 ± 8,42 ohms/m, enquanto os desnutridos apresentaram valores de R/H e Xc/H de 357,5 ± 50,8 ohms/m e 38,8 ± 10,5 ohms/m. Foi encontrada diferença quando comparadas as elipses de confiança entre os dois grupos de mulheres (P = 0,005) e de homens (P = 0,003), indicando diferença na composiçao corporal entre os nutridos e desnutridos.
CONCLUSAO: A BIVA demonstrou diferença significativa na composiçao corporal entre os pacientes desnutridos e nutridos. Além disso, a distribuiçao dos vetores foi associada com o estado nutricional classificado pela ASG, indicando ser uma alternativa viável para a avaliaçao e monitoramento nutricional de pacientes submetidos à HD.

 


 

PO: 51855

Avaliaçao do impacto da doença renal crônica (drc) na qualidade de vida e do sono dos pacientes em tratamento conservador

Autores: Liliana de Meira Lins Kassar; Michelle Jacintha Cavalcante Oliveira*; Evandro Guilherme Luz Souza; Alana Francisca Machado Melo; Isabela Torquato de Melo; Igor Medeiros Sena; Arthur de Oliveira Veras; Valfrido Leao de Melo Neto

mi_cavalcante@hotmail.commichellejcoliveira@gmail.com

Universidade Federal de Alagoas.

INTRODUÇAO: A DRC é definida como as anormalidades presentes na estrutura ou funçao do rim, presentes por mais de 3 meses, ou com a taxa de filtraçao glomerular menor que 60 ml/min/1.73m2, constituindo hoje um problema de saúde pública. A literatura foca na qualidade de vida em pacientes com DRC em processo dialítico. Contudo, é importante também conhecer o impacto da DRC em pacientes pré-dialíticos para que possa se compreender melhor a forma como eles enfrentam a doença e assim, melhorar o serviço na abordagem desses pacientes.
OBJETIVO: Avaliar o impacto da DRC na saúde mental dos pacientes conservador.
MÉTODOS: Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo transversal, realizado com 20 pacientes, portadores de DRC, maiores de 18 anos, de ambos os sexos. Os pacientes foram orientados a ler o TCLE e em caso de concordância, assinaram o termo. Após isso foi realizado o Teste de Qualidade de Vida SF-36, o Indice de Depressao de Beck (IDB) e o Indice de Qualidade de Sono de Pittsburg (IQSP). Os dados foram armazenados no Microsoft Excel (2016).
RESULTADOS: A análise descritiva da amostra identificou que a idade média dos pacientes foi de 55,85 anos (± 17,9), sendo 80% do sexo feminino. As doenças de base mais prevalentes foram a nefropatia diabética com 30%, seguida das outras glomerulopatias com 25% e a nefropatia hipertensiva com 20%. Na análise descritiva do IDB, verificou-se que 65% dos pacientes possuíam depressao mínima, 10% leve, 20% moderado e 5% grave. Já na avaliaçao do IQSP, 60% da amostra tinham um sono de má qualidade. No estudo do SF-36, os pacientes fizeram um score médio de 48 (± 32,4) da capacidade funcional, 41,25 (± 41,6) dos aspectos físicos, 53,5 (± 7,57) da dor, 55,25(± 23,1) da vitalidade, 55,95 (± 5,36) do estado geral de saúde, 61,25 (± 27,47) dos aspectos sociais, 70 (± 41,7) dos aspectos emocionais, 65,8 (± 21) da saúde mental.
CONCLUSAO: A média das categorias do SF-36 indica que existem limitaçoes físicas significativas, mas que nao trazem prejuízo relevante na esfera psicossocial dos pacientes. Todavia, temos desvios padroes expressivos sugerindo que nossa amostra possui perfis extremos quanto ao grau de impacto da DRC na qualidade de vida e sono, porém ambos convergem para uma percepçao regular do seu estado geral de saúde conforme análise desta categoria pelo SF-36. Frente tal conjectura, é mandatório um atendimento multidisciplinar e individualizado, visando o melhor atendimento e qualidade de vida dos mesmos.

 


 

PO: 47446

Avaliaçao do Risco Cardiovascular (RC) em pacientes com doença renal crônica

Autores: Leticia Tenorio Miranda*; Nathanielly de Lima Santos; Chiara Rachel Maciel Marinho; Amanda Feitosa de Barros; Jéssica Thaisa de Santos Lopes; Raphael de Souza Pinto

leticia_tmiranda@outlook.com

Centro Universitário CESMAC.

INTRODUÇAO: As doenças cardiovasculares sao as principais causas de morte em pacientes submetidos à hemodiálise. Apesar dos novos tratamentos e do avanço nos processos dialíticos, pacientes com doença renal crônica(DRC) apresentam uma taxa 10 a 20 vezes maior de mortalidade por doença cardiovascular em comparaçao com a populaçao geral.A maioria dos fatores associados à aterosclerose em pacientes com DRC sao, além da elevada prevalência de diabete melito (DM) e hipertensao arterial, o tabagismo e a dislipidemia, considerando estes os fatores de risco mais tradicionais na DRC.
OBJETIVOS: O estudo avaliou o risco cardiovascular (RC), utilizando o escore de Framingham, em pacientes com DRC submetidos à hemodiálise.
MÉTODO: Foram realizadas dosagens bioquímicas específicas relacionadas ao risco cardiovascular e o comprometimento da DRC, tais como: Creatinina, Ureia, Albumina, Colesterol total (CT), Colesterol da lipoproteína de baixa densidade (c-LDL), Colesterol da lipoproteína de alta densidade (c-HDL),colesterol da lipoproteína de densidade muito baixo (VLDL), Triglicérides e Proteína C Reativa.
RESULTADO: Foram selecionados 89 pacientes com DRC submetidos à hemodiálise, a faixa etária desses pacientes variou entre 25 e 76 anos, destes 60,68% eram do sexo masculino e 39,32% do sexo feminino, foi observado que nesses pacientes 10,11% eram diabéticos e 76,40% hipertensos. Utilizando os cálculos de Framinghampara avaliar o risco de desenvolvimento para doenças cardiovasculares, observamos que 41,57% eram de baixo risco, 14,60%de risco intermediário e 30,33% de alto risco. Nos pacientes com DRC há uma correlaçao entre o RC e as taxas de CT, nao c-HDL, HDL e PAD (pressao arterial diastólica) e também observamos uma diferença estatística entre os valores de Ureia, Creatinina, CT, LDL e nao c-HDL, quando os pacientes foram distribuídos nos grupos de baixo, intermediário e alto risco.Quando distribuídos para uma nova análise estatística, observamos que o grupo de pacientes hipertensos apresentou diferenças estatísticas para os níveis de CT, LDL, nao c-HDL quando comparados entre os pacientes que apresentavam baixo, intermediário e alto RC, semelhantemente aos dados de toda a populaçao em análise.
CONCLUSAO: O presente estudo demonstrou que há um elevado risco de doenças cardiovasculares em pacientes com DRC por apresentar alteraçoes no metabolismo de lípides e de suas lipoproteínas.

 


 

PO: 51541

Avaliaçao do scored no rastreamento da drc em uma populaçao de hipertensos e/ou diabéticos

Autores: Gustavo Dias Prutchansky*; Leoncio Bem Sidrim; Wagner Azevedo Herculano; Felipe Augusto Chaves Machado; Marttina Carolline de Moura Ferreira; Cynara Karolina Rodrigues da Cruz; Igor Guedes de Freitas Almeida; Silvia Cecília Brandao Bezerra

gugaprutchansky@ig.com.br

Universidade de Pernambuco-Garanhuns.

INTRODUÇAO: O questionário SCORED (Score for occult renal disease) foi desenvolvido recentemente para predizer o risco de Doença Renal Crônica (DRC) através de um rastreamento precoce. Por ser facilmente aplicável, sua utilizaçao tem sido cada vez mais defendida. Estudos referentes à aplicaçao do SCORED sao limitados, e nao há indícios de trabalhos na populaçao selecionada por esse estudo.
OBJETIVO: Avaliar o SCORED no rastreamento de DRC em indivíduos portadores de HAS e/ou DM, determinando sua sensibilidade e especificidade, e estimando a incidência de DRC nessa populaçao.
MÉTODO: Trata-se de um estudo observacional transversal descritivo. A pesquisa foi aprovada pelo CEP sob o registro CAAE: 42119215.7.0000.5207. A amostra foi de 296 hipertensos e/ou diabéticos do município de Garanhuns-PE cadastrados no programa HIPERDIA. O rastreamento foi realizado em cinco USF’s, escolhidas pela maior prevalência de hipertensos e diabéticos cadastrados. Constituiu o rastreamento: a aplicaçao do questionário SCORED, aferiçao da PA e glicemia capilar, dosagem da creatinina sérica e estimativa da TFG, análise simples de urina através de tira reagente.
RESULTADOS: Foram detectados 71 indivíduos com DRC (24,8%), desses, 71,8% eram do sexo feminino e 28,1 % do sexo masculino. Considerando o sexo, as proporçoes dos que nao apresentaram DRC foram muito similares, 3,0 e 2,85 para o sexo feminino e masculino, respectivamente (p > 0,001). Houve uma relaçao estatisticamente significativa entre a idade dos entrevistados e a prevalência de DRC pelo teste de linearidade (p < 0,001). Dos que apresentaram DRC, a média da idade foi de 71,6 ± 7,3 anos contra 58,8 ± 9,6 anos daqueles que nao tinham a doença renal (p < 0,001). Quando analisado o SCORED, 253 (88,5%) entrevistados foram positivos e 33 (11,5%) foram negativos. Para o primeiro grupo, 69 (27,3%) apresentaram a DRC, enquanto que para o segundo grupo, dois (6,1%) apresentaram DRC. Usando a equaçao de Cockcroft-Gault, a sensibilidade do teste foi de 97,1% e sua especificidade de 14,4%. O valor preditivo positivo (VPP) foi de 27,3% e o valor preditivo negativo (VPN) de 93,9%.
CONCLUSAO: Levando em conta os altos valores de sensibilidade e VPN, o SCORED se mostrou uma ótima ferramenta para desacreditar o diagnóstico de DRC nos pacientes com baixa pontuaçao, demonstrando ser útil no grupo estudado.

 


 

PO: 50402

Avaliaçao ecocardiográfica em ratos wistar: determinaçao de parâmetros de normalidade.

Autores: Paulo Giovanni de Albuquerque Suassuna*; Paula Maroco Cherem; Júlio Cesar Moraes Lovisi; Bárbara Bruna A de Castro; Hélady Sanders Pinheiro; Rogério Baumgratz de Paula

psuassuna@terra.com.br

Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF

INTRODUÇAO: A doença cardiovascular continua como principal causa de mortalidade na doença renal crônica (DRC), sobretudo a morte súbita cardíaca secundária a miocardiopatia urêmica. O ecocardiograma é útil para avaliar a morfologia e funçao cardíaca, porém, em modelos experimentais, é necessário a determinaçao de parâmetros de normalidade para a colônia local, uma vez que os dados da literatura variam enormemente.
OBJETIVO: Determinar os valores de normalidade dos parâmetros ecocardiográficos para a colônia de ratos Wistar do Biotério-UFJF.
MÉTODOS: Foram avaliados 30 animais, machos, de 12 semanas. O exame foi realizado sob sedaçao com o aparelho Logiq-e (GE) com transdutor de 18MHz. Foram realizadas medidas de diâmetro do átrio esquerdo  DAE), espessura da parede posterior (PPVE) e septo interventricular (SVE), diâmetro diastólico e sistólico do VE (DDVE e DSVE), avaliada a funçao sistólica através da fraçao de encurtamento sistólico do VE (D%) e fraçao de ejeçao do VE (FE%) e a funçao diastólica através da avaliaçao da relaçao E/A, da relaçao E/A e relaçao E/E. Foi determinado o intervalo confiança (IC) correspondente a 95% dos valores como parâmetros de normalidade.
RESULTADOS: Todos os parâmetros avaliados tiveram distribuiçao normal. O peso médio foi 281,5 ± 24,38g com IC: 273,75-292,68g, a FC média foi 256 ± 24,0bpm com IC: 248-266bpm. Quanto aos parâmetros anatômicos o DAE médio foi 4,73 ± 0,64mm com IC: 4,54-5,03mm, a PPVE média foi 1,34 ± 0,12mm com IC: 1,29-1,39mm, a SVE média foi 1,32 ± 0,12mm com IC: 1,28-1,38mm, o DDVE médio foi 7,45 ± 0,60mm com IC: 7,32-7,73mm e o DSVE médio foi de 4,49 ± 0,55mm com IC de 4,35-4,75mm. Na avaliaçao da funçao sistólica o D médio foi de 39,92 ± 3,54% com IC: 38,33-41,10% e a FE média foi de 75,87 ± 4,12% com IC: 73,9977,21%. Além disso, à análise da funçao diastólica, observou-se relaçao E/A média igual a 2,09 ± 0,47, com IC de 1,90-2,27, a relaçao E/A média foi de 2,08 ± 0,46 com IC: 1,9-2,26 e a relaçao E/E média foi de 2,79 ± 0,86 com IC: 2,46-3,15.
CONCLUSAO: Os dados obtidos mostram que é factível a avaliaçao da funçao sistólica e diastólica do ventrículo esquerdo com a metodologia utilizada. Os valores encontrados diferem dos relatados com outras linhagens e colônias, mostrando a importância de se obter valores de normalidade locais.

 


 

PO: 50452

Avaliar o impacto do diabetes na progressao da doença renal crônica em idosos

Autores: CláudiaTótoli; Adriano Luiz Ammirati*; Sérgio Draibe; Maria Eugenia Canziani

ctotoli@yahoo.com.br

Universidade Federal de Sao Paulo.

INTRODUÇAO: A doença renal crônica (DRC) é uma patologia progressiva, com alta taxa de morbimortalidade. O diabetes é uma das principais etiologias da DRC, e se caracteriza por perda da funçao renal mais acelerada. O aumento da idade é fator de risco para o desenvolvimento de doença renal crônica e a progressao da DRC nessa faixa etária é pouco conhecida.
OBJETIVO: Avaliar o impacto do diabetes na progressao da doença renal crônica em idosos.
MÉTODOS: Estudo retrospectivo observacional de pacientes renais crônicos idosos (> 65 anos) incidentes no ambulatório de tratamento conservador no período de abril de 2011 a abril de 2015. O declínio de funçao renal foi avaliado em ml/mim/ano sendo progressores rápidos (> 5 ml/min/ano); progressores lentos (> 1 ml/min/ano até 5 ml/min/ano), estáveis (> 0 e < 1 ml/min/ano) e melhora da funçao (0 ml/min/ano). A proteinuria foi avaliada em amostra de urina isolada, sendo classificada em ausente, leve de 0,01g/l a < 1 g/l, moderada > 1 g/l a < 3g/l e grave > 3 g/l.
RESULTADOS: Avaliados 160 pacientes [73 (69-79) anos, 57% homens, 57% brancos, 40% diabéticos]. Quando comparados aos nao diabéticos, os pacientes diabéticos apresentaram pior funçao renal e maior proteinúria na avaliaçao inicial. Os pacientes diabéticos apresentaram maior progressao da doença renal [2,21 (-1,18 -4,57) vs. 0,48 (-3,46 – 3,49) ml/min/ano; p = 0,03], e maior número de progressores rápidos (18 vs. 12 %, p = 0,03).
CONCLUSAO: A presença de diabetes esteve associada a maior progressao da DRC em pacientes idosos.

 


 

PO: 51457

Campanha do dia mundial do rim; um modo de aproximar o acadêmico de medicina à realidade brasileira

Autores: Thaís dos Santos Couto*; Guilherme Antônio Baptista; Paula Miranda Esteves Orsi; Ana Carolina Ribeiro de Paiva; Francisco Roberto Lello Santos; Carolina de Oliveira Bernardes; Thaiana Mansur Botelho de Carvalho Mendonça

thatascouto95@hotmail.com

Universidade José do Rosário Vellano- Unifenas Alfenas.

INTRODUÇAO: A doença renal crônica (DRC) na infância assume peculiaridades distintas da doença na fase adulta. As principais causas de lesao renal em crianças estao associadas a fatores genéticos ou dificuldade na drenagem da urina, nefrites, cistos renais (multicísticos), rins malformados e a doenças renais hereditárias (rins policísticos). Muitas crianças com lesao renal poderao desenvolver sequelas e estas levar à hipertensao e doença renal crônica na vida adulta. Existem evidências científicas de que a progressao da doença renal pode ser retardada, desde que o diagnóstico seja feito a tempo de permitir a adoçao de medidas clínicas/terapêuticas apropriadas.
OBJETIVO: Desenvolver açoes de prevençao e promoçao de saúde e inserir o acadêmico de medicina no contexto da DRC.
METODOLOGIA: Foi realizado um evento direcionado ao público pediátrico, aberto, próximo a um hospital universitário no município de Alfenas, Sul de Minas Gerais. Os estudantes atenderam a populaçao infantil e seus familiares que responderam um breve questionário com intuito de obter informaçoes sobre conhecimento da DRC, fatores de riscos e aspectos familiares. Foram realizadas aferiçoes de pressao arterial, glicemia capilar em jejum e pós prandial. Os pais foram alertados quanto à importância de se realizar o diagnostico precoce, identificar sinais e sintomas de lesao renal e orientados a conduzir a criança ao pediatra nestas circunstâncias.
DISCUSSAO: Constitui uma responsabilidade acadêmica a prestaçao de açoes de assistência à comunidade com qualidade, de maneira humanizada, para alcance de melhoria dos indicadores de saúde na populaçao. Informaçoes quanto à prevençao da DRC de fácil entendimento e através de diálogos bem estruturados pelos alunos fazem parte do processo de conscientizaçao.
CONCLUSAO: A realizaçao de eventos de promoçao de saúde junto à sociedade é fundamental no esclarecimento de patologias preveníveis. A DRC é uma patologia que pode iniciar na infância, com grave morbidade, e sua detecçao precoce possibilita medidas educativas importantes relacionadas à diálise e ao transplante.

 


 

PO: 50404

Capacidade diagnóstica da creatinina sérica e cistatina c em detectar doença renal crônica

Autores: Líliam Barbosa Silva; Patrícia Aparecida Barbosa Silva; Sônia Maria Soares; Joseph Fabiano Guimaraes Santos; Francielle Carolina Santos; Raquel Melgaço Santos; Camila Isis de Deus do Carmo; Lariza Emanuele Alcantara Ferreira

ligemeasbh@yahoo.com.br

Escola de Enfermagem UFMG.

INTRODUÇAO: Evidências científicas indicam que creatinina sérica é um marcador endógeno relativamente tardio para detecçao precoce da doença renal crônica (DRC). Cistatina C tem sido proposto como uma alternativa de marcador de filtraçao glomerular.
OBJETIVO: Avaliar a capacidade diagnóstica da creatinina sérica e cistatina C em detectar DRC.
MÉTODO: Estudo transversal de base populacional, envolvendo 208 idosos, residentes em um Distrito Sanitário de Belo Horizonte, MG. Realizaram-se visitas domiciliares em 152 setores censitários sorteados aleatoriamente. A funçao renal foi estimada por oito equaçoes preditivas, sem correçao para o fator raça. Definiu-se DRC como taxa de filtraçao glomerular (TFG) < 60 mL/min/1,73m2 e/ou relaçao albumina/creatinina > 30 mg/g. Os valores de referência da creatinina sérica foi < 1,2 mg/dL (mulheres) e < 1,3 mg/dL (homens); cistatina C < 1,1 mg/L. Curva Receiver-Operating Characteristic (ROC) foi construída para avaliar capacidade diagnóstica dos valores de referência da creatinina sérica e cistatina C em identificar estágios 3-5 DRC.
RESULTADOS: Dos 208 idosos, 66,3% eram mulheres, idade mediana 70,5 anos (IQ 65,0-79,0), 86,1% hipertensos e 30,8% diabéticos. A prevalência da DRC variou de 35,1% (CKD-EPI_creatinina) a 74,4% (BIS2), conforme equaçao utilizada. Creatinina alcançou sensibilidade de 17,3% (BIS-2) a 37,3% (CKD-EPI_creatinina), especificidade > 95% e valor preditivo positivo (VPP) > 85% para todas as equaçoes, valor preditivo negativo (VPN) de 34,9% (BIS-2) a 80,1% (CKD-EPI_creatinina). Cistatina C obteve sensibilidade de 71,3% (C-G) a 100% (Larsson), especificidade de 65,1% (MDRD) a 88,9% (BIS-2), VPP de 51,4% (MDRD) a 94,7% (BIS-2) e VPN de 67,7% (C-G) a 100% (Larsson). A análise da curva ROC indicou capacidade discriminatória dos testes satisfatória (área sob a curva > 0,7), entretanto, creatinina é menos precisa em relaçao à cistatina C para detecçao de DRC.
CONCLUSAO: Creatinina obteve baixa sensibilidade, consequentemente, elevado número de falsos negativos, e VPN moderado a baixo em detectar corretamente DRC na amostra. Por outro lado, obteve excelente especificidade, sendo capaz de rastrear corretamente os idosos sadios e ótimo VPP, indicando número reduzido a nulo de falsos positivos. Já cistatina C obteve ganho considerável na sensibilidade e perda na especificidade em relaçao à creatinina. A taxa de falso negativo reduziu drasticamente e a taxa de falso positivo elevou acima de 10%.
APOIO: FAPEMIG e CAPES.

 


 

PO: 51676

Caracterizaçao da populaçao em primeira consulta no ambulatório específico de doença renal crônica

Autores: Marina Aline Occhiena de Oliveira Neiva*; Marília Rodovalho Guimaraes; Valéria Soares Pigozzi Veloso; Edna Regina Silva Pereira; Flaubert Ribeiro da Silva Santos; Thalita de Oliveira Matos; Lucas Vianna de Assis

marinaocchiena@hotmail.com

Hospital das Clínicas de Goiás.

INTRODUÇAO: A doença renal crônica (DRC), definida como taxa de filtraçao glomerular (TFG) < 90ml/min por 1,73m2 ou evidência de injúria renal, é uma moléstia crescente em todo o mundo com impactos nos indicadores de saúde e economia. A epidemiologia e os efeitos sócioeconômicos da DRC sao maiores nos países de baixa ou média renda, os quais compreendem cerca de 85% da populaçao mundial. No Brasil, os dados sao escassos e conhecer nossa própria populaçao nos forneceria subsídios para políticas em saúde específicas.
OBJETIVO: O presente trabalho tem por objetivo caracterizar a populaçao de doentes renais crônicos em sua primeira consulta no ambulatório de DRC.
MÉTODO: O principal critério de inclusao para o estudo é a presença de DRC estágios 3-5 nao dialíticos, definida por uma TFG < 60ml/min por 1,73m2, segundo a fórmula CKD-EPI.
RESULTADOS: No presente estudo foram avaliados, de setembro de 2015 a janeiro de 2016, 70 pacientes em primeira consulta, dos quais 5 foram excluídos por falta de exames. Do total, 56,9% eram mulheres com média de idade de 59,62 anos. A principal causa de DRC foi hipertensao arterial sistêmica (HAS) com prevalência de 72,3%. HAS e Diabetes mellitus estiveram presentes em 36,9%, e 23,1% tinham outras causas de DRC, sendo litíase a mais observada com 16,9% de prevalência. Da populaçao estudada, 49% estavam com pressao arterial (PA) fora da meta no momento da consulta. Sessenta e um por cento dos pacientes usavam estatinas, porém, 12,3% manteve-se com alvos de colesterol fora da meta. Quarenta e um por cento dos pacientes eram diabéticos, dos quais 52% apresentavam proteinúria e somente 50% tinham PA na meta. A prevalência de anemia foi de 58,5%, com ferropenia em 35%. Os níveis de paratormônio estiveram fora da faixa de normalidade em 65%.
CONCLUSAO: Os pacientes avaliados neste estudo apresentam inúmeros fatores de risco para progressao da doença, e um programa de avaliaçao contínua é de suma importância para diminuir a chance de evento desfavorável e melhorar a qualidade de vida dessa populaçao.

 


 

PO: 51902

Características clínicas das nefropatias diagnosticadas por biópsia em pacientes com infecçao pelo HIV com proteinúria ou elevaçao da creatinina

Autores: Bárbara Pavanin; Roberto Silva Costa; Osvaldo Merege Vieira Neto; Valdes Roberto Bollela; Gyl Eanes Barros Silva; Rodrigo C Santana; Márcio Dantas

53chomol@uol.com.br

Faculdade de Medicina de Ribeirao Preto.

Pacientes com infecçao pelo HIV podem desenvolver nefropatias proteinúricas ou elevaçao da creatinina sérica com indicaçao de biópsia renal. Glomerulopatia colapsante é a nefropatia mais típicamente associada ao HIV, mas várias outras podem ocorrer.
OBJETIVOS: Avaliar a distribuiçao e características clínicas das nefropatias diagnosticadas por biópsia em pacientes com infecçao pelo HIV.
MÉTODOS: Pacientes com idade > 15 anos, com infecçao pelo HIV e submetidos à biópsia renal foram avaliados por microscopia óptica e de imunofluorescência, creatinina sérica, proteinúria e outras alteraçoes laboratoriais.
RESULTADOS: Dentre 28 pacientes incluídos, dois foram excluídos e 26 foram estudados (idade: 41 ± 9,8 anos; 15 do sexo masculino e 11 do feminino). Exames: proteinúria: 3627 ± 2750 mg/24h; creatinina sérica: 2,33 ± 1,77 mg/dL; albumina sérica: 3,19 ± 0,83 g/dL. Nenhum paciente apresentou reduçao da concentraçao sérica de C4 e 4 pacientes apresentaram C3 pouco reduzido mas sem predomínio em qualquer nefropatia. Os diagnósticos das nefropatias foram: nefropatia diabética e glomeruloesclerose segmentar e focal com 4 casos cada; glomerulonefrite por imunocomplexo lúpus-like com 3 casos; glomerulopatia colapsante, nefropatia membranosa, nefropatia mesangial por IgA, necrose tubular aguda e glomerulonefrite mesangial inespecífica com dois casos cada; microangiopatia trombótica, glomerulonefrite pós-infecciosa, doença de cadeia leve, nefrite intersticial crônica inespecífica e rim com aspecto normal com 1 caso cada. Coinfecçao pelo HCV ocorreu em 4 casos, pelo HBV em 3 casos e ambos HCV e HBV em 1 caso. Nao houve associaçao estatisticamente significante (teste exato de Fischer) da carga viral e da concentraçao de Cd4 sanguíneos com creatinina > 1,3 mg/dL e proteinúria > 3000 mg/24h. O número pequeno de casos em cada nefropatia nao permitiu identificar padroes clínicos, com exceçao da nefropatia diabética que apresentou lesao intersticial e vascular grave em todas as biópsias.
CONCLUSAO: Pacientes com infecçao pelo HIV biopsiados por proteinúria ou elevaçao da creatinina apresentam nefropatias heterogêneas sem predomínio de alguma delas e sem associaçao com carga viral e com concentraçao de Cd4 sanguíneos.
AGRADECIMENTO: FAPESP e FAEPA.

 


 

PO: 51817

Características clínicas de pacientes nefropatas crónicos submetidos a cirurgia cardíaca

Autores: Giovana Manfro Rorato; Tiago Antônio Pelegrino; Wilder Araujo Barbosa; Gilson Fernandes Ruivo; Maiara Uchôa Fonseca*; Mariana Carneiro da Silva; Juliana Claro Peloso

maiarauchoa@hotmail.com

Hospital Universitário de Taubaté.

INTRODUÇAO: A doença renal crônica (DRC) é um problema de saúde pública mundial e sua prevalência vem aumentando nas últimas décadas. O paciente portador de DRC pode apresentar comprometimento de todos os sistemas, destacando-se a doença cardiovascular (DCV). A DRC é considerada fator de risco independente para o desenvolvimento de doença arterial coronariana e está associada a desfechos adversos como maior mortalidade em síndromes coronarianas agudas e piores desfechos quando os pacientes sao submetidos a cirurgia de revascularizaçao do miocárdio (RM).
OBJETIVOS: Verificar o desfecho clínico apresentado pelos pacientes portadores de doença renal crônica submetidos à cirurgia cardíaca, em especial, a revascularizaçao do miocárdio, considerando tempo de internaçao, complicaçoes clínicas e cirúrgicas além de mortalidade.
MÉTODOS: Estudo transversal, realizada auditoria de 53 prontuários médicos de pacientes portadores de DRC internados para cirurgia cardíaca. Foram coletados dados clínicos, do procedimento cirúrgico, laboratoriais e a evoluçao clínica destes pacientes. Considerou-se significativo quando p < 0,05.
RESULTADOS: Foram abordados 53 pacientes, sendo que 46 (86,7%) submetidos a RM e 7 (13,3%) a troca valvar, todos com circulaçao extracorpórea. Destes, 42 (79,2%) eram nao dialíticos e 11 (20,8%) dialíticos. As principais intercorrências observadas no período de pós-operatório na UTI foram hipo/hipertensao (n = 41, 77,3%), alteraçao evolutiva da funçao renal (n = 21, 39,6%), arritmia cardíaca (n = 6, 11,3%), infecçoes (n = 10, 18,9%). Também foi observada alteraçao do perfil glicídico sendo constatada resistência a insulina, com uso de insulina em infusao contínua em 26 (49,0%) pacientes, sendo que destes, 12 (22,6%) eram diabéticos. O tempo de internaçao na UTI foi de 5 ± 3 dias e internaçao hospitalar de 7 ± 4 dias. Observou-se diferença (p < 0,01) dos valores de exames laboratoriais: Hemoglobina/Hematócrito, Leucócitos, Plaquetas, Potássio, Fibrinogênio, Glicemia, Creatinina e Uréia, comparando-se os valores dos exames laboratoriais no momento da admissao e alta da UTI. Dos 21 pacientes DRC nao dialíticos que apresentaram piora da funçao renal foi necessária a realizaçao de hemodiálise em 10 pacientes (47,6%). Houve 4 (7,5%) óbitos, sendo decorrentes de complicaçoes cardiovasculares e infecciosas.
CONCLUSAO: Pacientes nefropatas submetidos a RM apresentaram complicaçoes clínicas no pós-operatório com mortalidade associada, incluindo piora da funçao renal.

 


 

PO: 50629

Características epidemiológicas e de saúde de doentes renal crônico em hemodiálise no Acre, Brasil

Autores: Thatiana Lameira Maciel Amaral*; Cledir de Araújo Amaral; Antônia da Silva Souza Rocha; Luciano Laurentino de Araújo; Nathália Silva de Lima; Patrícia Vasconcelos Herculano; Gina Torres Rego Monteiro

thatianalameira27@gmail.com

Universidade Federal do Acre.

INTRODUÇAO: A Doença Renal Crônica (DRC) é um grave problema de saúde pública mundial devido a alta prevalência e a perspectiva de mais aumento devido o envelhecimento da populaçao. No Brasil, a prevalência de pacientes em TRS aumenta a cada ano o que torna importante o conhecimento do perfil desses portadores nos diferentes lugares do país.
OBJETIVO: Verificar as características epidemiológicas e de saúde dos portadores de DRC em hemodiálise no estado do Acre, Amazônia brasileira. Para tanto foi realizado um estudo transversal com os pacientes com idade maior ou igual a 18 anos e em tratamento de hemodiálise no Acre. Foram excluídos os pacientes internados no momento da pesquisa e os com comprometimento cognitivo. Os dados foram analisados de forma descritiva, sendo os dados contínuos apresentados pela média e desvio padrao e os dados categóricos por meio das frequências absoluta e relativa, e a diferença de proporçao, entre adultos e idosos em terapia, foi obtida pelo qui-quadrado de Pearson. O nível de significância adotado foi α = 0,05.
RESULTADOS: A média de idade dos portadores de DRC foi de 52 anos (± 16,9), a maioria se autodeclararam pardos, casados, tinham o ensino fundamental, estavam aposentados ou em licença saúde, sao sedentários, ex-tabagistas e pertencentes a classe socioeconômica C (ABEP). Destas variáveis apresentaram diferença significativa entre adultos e idosos a situaçao conjugal, a escolaridade e ser ex-tabagista. A hipertensao e o diabetes foram as principais causas da DRC, assim como das comorbidades acrescido a insônia. A maioria dos pacientes eram portadores de 4 ou mais morbidades, tomavam 3 ou mais medicamentos por dia, referiam como principal queixa o cansaço, fraqueza ou fadiga, 57,2% tinham sido internados nos últimos 12 meses, 33,2% consideravam sua saúde ruim, e as menores médias no escore da qualidade de vida foram observadas nos domínios físico e ambiental. Com relaçao às características de saúde houve diferença significativa entre adultos e idosos quanto ao autorrelato da presença de insônia e diabetes e para os domínios físico, psicológico e social da qualidade de vida.
CONCLUSAO: Portanto, que o conhecimento das características epidemiológicas e de saúde facilitará a proposiçao de estratégias voltadas a melhorar, nos diferentes grupos, as queixas e a qualidade de vida dos portadores de DRC em hemodiálise no estado do Acre.

 


 

PO: 50581

Caráter nefroprotetor de pacientes hipertensos de uma cidade de médio porte do Sul de Minas Gerais

Autores: Paula Miranda Esteves Orsi*;Thainá Bruna Ordones Pires; Thais de Carvalho da Silva; Morena de Souza Maia; Thaynara Vilela Peres; Luiz Fernando Miranda Almeida; Sarah Tucci de Biaso; Robson Eugênio da Silva

paulameorsi@hotmail.com

UNIFENAS – ALFENAS.

INTRODUÇAO: A hipertensao (HA) é um dos principais fatores de risco modificáveis e um dos mais importantes problemas de saúde pública. Quando nao tratada adequadamente, efeitos deletérios podem ocorrer como a deterioraçao da funçao renal. A baixa adesao ou nao adesao ao tratamento anti-hipertensivo prejudica o alcance dos resultados terapêuticos no retardo da progressao da doença renal crônica (DRC). Acredita-se ser de extrema relevância a análise do conceito Adesao ao tratamento anti-hipertensivo, vez que permitirá uma compreensao mais abrangente do fenômeno.
OBJETIVO: Aplicar um instrumento para avaliaçao global de adesao ao tratamento em pacientes hipertensos e relacionar o grau de adesao com o caráter nefroprotetor dos mesmos.
METODOLOGIA: Estudo de abordagem quantitativa, transversal e descritivo desenvolvido no município de Alfenas, Sul de Minas Gerais. A amostra contêm 150 participantes acima de 18 anos de ambos os sexos em tratamento para HAS. Aplicou-se um instrumento de avaliaçao com 6 perguntas, cujas alternativas sao avaliadas de 1 a 7 pontos e por meio da soma total os participantes foram classificados em 5 níveis: Grau I (aderente medicamentoso/nutricional/físico/psicossocial); Grau II (aderente medicamentoso/nutricional/físico); Grau III (aderente medicamentoso e nutricional); Grau IV (aderente medicamentoso); Grau V (nao aderente).
RESULTADOS: Os resultados mostram que a 13(7%) se enquadra no Grau I, 87(58%) no Grau II, 41(28%) no Grau III, 6(4%) no Grau IV e 3(2%) no Grau V.
DISCUSSAO: Os resultados mostram que apenas uma minoria se enquadra no grau I, o que os coloca no grupo de pacientes nefroprotetores. Já o restante se mostratam dispiscentes em algum ponto do tratamento (graus II,III, IV) ou nao aderente (grau V), o que demonstra que a maioria está dentro do grupo de risco para desenvolvimento de lesao renal. É importante ressaltar que o predomínio desta condiçao clínica e as comorbidades atribuídas ao nao controle da HAS incluem, além das doenças cardiovasculares e renais, a ocorrência de morte prematura.
CONCLUSAO: Atualmente,apesar de existir medidas terapêuticas, farmacológicas e nao farmacológicas eficazes para o tratamento da hipertensao, verifica-se taxas insatisfatórias no controle da doença, expondo os hipertensos aos malefícios advindos das complicaçoes da doença, como a falência renal.

 


 

PO: 51939

Carcinoma de células renais com metástase pulmonar, esplênica e pancreática associado a hérnia diafragmática e TVP em MMII/relato de caso

Autores: Everton Alencar Moura*; Eder Alencar Moura; Bleno Silva Ribeiro; Samuel Sampaio Alcântara; Christian Henrique Leite Rentroia; Vinícius dos Santos Giordani; Ingo Guedes Lundgren Maia; Waldeth Esequiel de Morais Júnior

evertonmour@hotmail.com

Universidade Federal do Ceará.

INTRODUÇAO: O adenocarcinoma do rim, ou hipernefroma, é a 3a neoplasia mais comum do TGU,sendo o de células claras o tipo principal(60% dos casos), com pico de incidência entre 50 e 70 anos. A presença de metástase ao diagnóstico acomete cerca de 30% dos pacientes.
OBJETIVO: Apresentar o carcinoma de células renais por meio de relato de caso de um paciente atendido em um hospital do estado do Ceará, destacando os principais achados clínicos, evoluçao e tratamentos realizados.
MÉTODO: Estudo observacional descritivo associado à revisao de artigos científicos.
DESCRIÇAO DO CASO: J.E.V., 65 anos, masculino, residente em Itapipoca-CE. Iniciou quadro de dor abdominal, hematúria e abaulamento abdominal à esquerda, sendo diagnosticado hipernefroma(tumor de células claras do rim), realizando-se nefrectomia à esquerda em 2009. Em 2011, detectou-se metástase pulmonar à direita, feita lobulectomia à direita no mesmo ano. Paciente evoluiu em seguimento com metástase local do tumor primário, em 2016, onde foi abordado, feita esplenectomia e pancreatectomia caudal. Houve formaçao de fístula pancreática com coleçao purulenta local, hérnia diafragmática, com drenagem de empiema para hemitórax esquerdo. Paciente foi internado em UTI, onde foi traqueostomizado por 40 dias e fez uso de vasto esquema de antibióticos. A coleçao pancreática foi drenada e a hérnia diafragmática corrigida (15/04). J.E.V. seguiu em enfermaria,onde desenvolveu TVP em MMII em 26/04. Começou a fazer uso de clexane em dose terapêutica. Seguiu em uso de tigeciclina, ciprofloxacino e anidulafungina.Devido a persistência de febre, foi submetido a TC que evidenciou nova coleçao toracoabdominal,sendo colocado dreno de Blake. Paciente seguiu com febre,foi reabordado, feita necrosectomia pancreática,com lesao iatrogênica de colón esquerdo e colocaçao de dreno improvisado de gaze. J.E.V. seguiu afebril, porém teve nova TVP em MMII em locais distintos.Atualmente foi evidenciada klebsiella multirresistente em urina,onde esquema antimicrobiano foi trocado para polimixina J.E.V. seguiu com saída de fezes pelo local do dreno, sendo entao colocada bolsa de colostomia.
CONCLUSAO: Quando nao existem metástases,a remoçao cirúrgica do rim afetado e dos linfonodos provê uma boa probabilidade de cura. Contudo, o câncer renal apresenta uma tendência a disseminar-se precocemente, especialmente para os pulmoes e outros órgaos. Esse foi o caso do paciente relatado, que segue em enfermaria, em discussao para heparinizaçao nao fracionada ou inserçao de filtro de veia cava.

 


 

PO: 50441

Carcinoma renal de células claras com metástase

Autores: Luiz Henrique Paranhos Tourinho*; Thaís Alves Severo; Carolina Negrao Baldoni

luizhtourinho@hotmail.com

Fundaçao Universidade Federal de Rondônia.

INTRODUÇAO: o carcinoma de células claras (CCRcc), uma neoplasia maligna, é o subtipo histológico mais comum dentre os carcinomas de células renais (CCRs). Tal patologia se origina do córtex renal e apresenta, principalmente, crescimento expansivo. Um achado relativamente comum é a extensao para o interior das veias renal e cava inferior. Metástases hematogênicas ocorrem com frequência e comprometem, principalmente, pulmao, fígado e ossos. Dentre os sintomas que os paciente com CCRcc podem manifestar, têm-se: dor abdominal e hematúria.
OBJETIVO: descriçao de um caso de carcinoma renal de células claras, diagnosticado no ano de 2012, através de análises e revisoes de prontuários.
MÉTODO: relato de caso. E. L. S., masculino, 43 anos, tabagista, sem perda ponderal significativa e com queixa de hematúria maciça e dor lombar. Feita ressonância magnética, identificou-se lesao sólida em rim direito com metástase hepática em segmentos VII e I, trombo tumoral na veia renal direita e na veia cava inferior. Via exame histopatológico, diagnosticou-se carcinoma de células claras (7,5 x 6,0 x 5,2 cm), de grau histológico 3 (Fuhrman), em rim direito. Transcorridos 3 meses da RM supracitada, identificaram-se nódulos pulmonares bilaterais sugestivos de metástase. Após 1 mês, o paciente foi submetido à nefrectomia radical direita e à cavotomia com trombectomia de veia cava inferior. Via exames posteriores, identificaram-se surgimento de lesao hepática nos segmentos II, III e IV do fígado; novas nodulaçoes no parênquima pulmonar; implantes secundários pleurais e pequenos cisto renais simples à esquerda. Paciente fez uso, por cerca de 2 anos, de Sustentr (malato de sunitinibe). Recentemente, manifestou icterícia (2-3 + /4 +) por aumento de bilirrubina direta e, por isso, solicitou-se ultrassonografia de vias biliares e identificou-se dilataçao das vias intra e extra-hepáticas. A partir de uma CPRE, colocou-se um dreno na via biliar esquerda. O paciente segue em tratamento, porém com baixa adesao ao mesmo.
RESULTADOS: em concordância com a literatura oncológica existente, pode-se observar que tal patologia apresenta altos índices de metástase hematogênica para fígado e pulmao.
CONCLUSAO: os carcinomas de células renais sao mais comuns no sexo masculino e o tratamento varia de acordo com o subtipo histológico, destacando-se que o carcinoma de células claras apresenta um prognóstico pior quando comparado aos outros dois subtipos mais comuns de CCRs, o papilífero e cromófobo.

 


 

PO: 51879

Case report: retro-aortic left renal-vein

Autores: Carlos Ruben Salinas Ramos*; Juan Daniel Diaz Garcia; Karla Valeria Diaz Garcia; Maria Vanessa Diaz Garcia

carlos_pifi_esm@hotmail.com

Instituto Politecnico Nacional.

INTRODUCTION: The left renal vein drains into the inferior vena cava, on their way usually passes in front of the aorta below the origin of the superior mesenteric artery. The left adrenal vein and left gonadal vein converge at their upper and lower faces respectively. However they may have exceptional variations, such as alterations in the path of the left renal vein. Which they are rooted in failures in the normal development of periaortic subsupracardinales anastomosis. This anomaly is a relatively rare disease. Since usually it overlooked. It is most commonly associated with tetralogy of Fallot. The incidence of this anomaly is of 0.2-1%.
CLINICAL CASE: Male 39-year-old admission to the emergency room because of abdominal pain dull and fuzzy with 4 days of evolution progressive type. Pain increases with movement giving partially with analgesics. Refers not altered bowel habit, but if slight asthenia and anorexia. So it was decided to perform laboratory studies and cabinet (CT scan) to rule out abdominal pathology likely trigger acute abdomen. A tomographic interpretation appendiceal pathology type was reported, however as an extra finding the presence of a rare anatomical variant (Renal Vena retroaortic left) was observed.
DISCUSSION AND CONCLUSIONS: Renal vein retroaortic product of embryological variant is presented by failures in the normal development of subsupracardinales anastomosis, anomalies is usually asymptomatic, however, can occur to develop secondary renal venous hypertension in retrograde due to the difficulty drain. With respect to the variation we found and according to their disposal and drainage path presented in the imaging study TAC, we could say that is a retro-aortic variation type I, in which our patient concerns have some similar symptoms to described above except the aforementioned prior admission. You are anomalies of the inferior vena cava and its tributaries have become very frequently found in asymptomatic patients the best diagnostic methods for detection documented in previous reports were autopsy study, renal venography, the doopler ultrasound, magnetic resonance imaging and of course computed tomography.

 


 

PO: 50413

Censo de um ambulatório de nefrologia referência do sus na regiao Oeste do Paraná

Autores: Marta Vaz Dias de Souza Boger*; Bibiana de Souza Boger; Antônio Augusto Gurgel do Amaral; Dâmaris Mikaela Balin Dorsdt; Marcela Menuci Guimaraes; Samuel Carel Land

martaboger@gmail.com

Metta Saúde Centro de Nefrologia.

O ambulatório de nefrologia é referência da 9a R.S. do Paraná. Atende à populaçao de nove municípios. Foz do Iguaçu é o município sede. Abrange as doenças da especialidade, menos pacientes dialíticos e transplantados renais. Este trabalho traz os dados dos atendimentos nos anos de 2014 e 2015.
OBJETIVOS: Conhecer os dados demográficos da populaçao; as doenças mais frequentes; as taxas de primeiras consultas/retornos/faltas; as transferências à Terapia Renal Substitutiva (TRS); as altas ambulatoriais.
MÉTODO: Estudo descritivo de uma série de casos provenientes de dados dos prontuários dos pacientes atendidos, no período de janeiro a outubro de 2014 e de novembro de 2014 a dezembro de 2015, com características retrospectiva e prospectiva, respectivamente.
RESULTADOS: Em 2014, foram 2785 consultas em 1346 pacientes (2 consultas/ano/paciente). Revisados 1310 prontuários (97%). 56% do sexo feminino e 44% do sexo masculino nos 2 anos. A faixa etária acima dos 60 anos predominou nos 2 anos. Nao houve variaçao na procedência em 2014/2015: 75% vieram de Foz do Iguaçu, 3%vieram do Paraguai e 22% dos outros municípios da 9a R.S. 26% dos pacientes foram primeiras consultas e 74% de retornos, nos 2 anos. Em 2014, 520 faltas (16%), média de 43 faltas/mês ou 3 dias de trabalho/mês. O diagnóstico da Doença Renal Crônica (DRC) foi 43%/2014 e 50%/2015, e o Diabete Mellito tipo2 (DM2) foi a causa da DRC em 28%/2014 e 35%/2015. Em 2014, 26 pacientes foram transferidos à TRS (1,93%) e 148 tiveram alta do ambulatório -11% dos pacientes. Em 2015, o número de consultas foi de 2364 em 1230 pacientes (1,87 consulta/ano/paciente). O total de faltas foi de 393, equivalente a 14% de consultas e houve uma queda para 33 faltas/mês, i.e., 2 dias de trabalho/mês. Em 2015, 17 pacientes foram transferidos para a TRS (1,38%) e 214 pacientes tiveram alta, o que correspondeu à 17%.
CONCLUSAO: O ambulatório atende na maioria pacientes > 60 anos e nao há diferença entre os sexos. A maioria dos pacientes provém de F. do Iguaçu. A DRC é o principal diagnóstico, e entre a causa desta, o DM2 é a maioria. Os índices de retorno alto e alta ambulatorial baixo sao justificados pela natureza da DRC. O índice da falta à consulta, embora decrescente, se manteve alto nos dois anos. Agendados 14 pacientes/dia, perderam-se em 2014 e 2015, 65 dias de trabalho. Melhorias tem que ocorrer. O número de pacientes transferidos à TRS teve queda em dois anos de estudo, mas o percentual ainda é alto.

 


 

PO: 50533

Disúria e infecçao de trato urinário (ITU) no Projeto “Céu Na Cidade”

Autores: Mayara Ramos Buccolo*; Carla Herrmann Monteiro; Luiza Morais Oliveira; Marcela Vieira Camillo; Alexandre Augusto Mannis

mahhramos@gmail.com

Centro Universitário Sao Camilo.

INTRODUÇAO: O projeto céu na cidade, ocorrido no dia 12 de outubro de 2015, em Guarulhos – SP teve como objetivo unir indivíduos de uma comunidade carente, proporcionando um dia agradável e uma oportunidade para avaliar sua saúde.
OBJETIVO: Identificar portadores de doenças renais e orientá-los adequadamente.
MÉTODOS: Na triagem inicial, foram colhidos dados pessoais, história médica pregressa, antecedentes familiares, queixas atuais, além de medidas antropométricas, aferiçao de pressao arterial e glicemia capilar. Os pacientes considerados de risco foram encaminhados para a nefrologia e os critérios usados foram: Queixas urinárias (disúria, colúria, hematúria, “espuma” na urina), diabéticos hiperglicêmicos, portadores de HAS há mais de 20 anos e pacientes com histórico de Doença Renal (síndrome nefrítica, nefrótica, nefrolitíase, ITU recorrente). Na nefrologia, os pacientes responderam a um novo questionário e foi realizado exame de Urina tipo I. indivíduos com exames alterados foram instruídos para acompanhamento na UBS, os mais graves (alteraçoes importantes de glicemia capilar, pressao arterial e disúria) foram encaminhados ao Pronto Atendimento (PA). Foi orientado a importância da prevençao da doença renal. Os dados obtidos foram tabulados e analisados.
RESULTADOS: Dos 355 indivíduos atendidos no total, 62 foram encaminhados para a nefrologia. Destes 62, 74% eram do sexo feminino, e 26% eram do sexo masculino. Entre estes, 87% nao realizavam acompanhamento com nenhum serviço médico, e 13% realizavam. Dos 62 indivíduos, 43,5% apresentaram disúria e, destes, 71% apresentou algum nível de leucócitos na urina, 8% apresentaram hemoglobina na urina e 64% apresentou algum grau de proteinúria; além de que 11% dos indivíduos com disúria apresentaram hematúria concomitante com leucocitúria. Do total de pacientes na nefrologia, apenas 2% tinham história de ITU de repetiçao, 3% colúria, 5% nefrolitíase prévia, 3% polaciúria e 6% dor em flanco.
CONCLUSAO: Analisando os dados obtidos observamos que a maior queixa foi de disúria (44%) e mais da metade desses pacientes já apresentava alguma alteraçao renal importante e/ou tinha algum fator de risco para ITU. Sabendo das complicaçoes que a infecçao pode trazer, este trabalho reforça a necessidade de açoes voluntárias afim de rastrear e orientar pessoas com fatores de risco e encaminhar para PA aquelas com forte suspeita clínica e com alteraçoes em Urina I.

 


 

PO: 51715

Envolvimento renal na deficiência de LCAT: relato de caso

Autores: Brenno de sousa Andrade*; Iara Patrícia Moura Rocha; Francisco José de Almeida Cruz Júnior; Ester Miranda Pereira; Rafael MS Brandao; Semiramis Jamil Hadad do Monte; Jose Tiburcio do Monte Neto

brennoandrade1@hotmail.com

Universidade Federal do Piauí.

INTRODUÇAO: A Deficiência de LCAT resulta da inadequada atividade da enzima lecitina-colesterol aciltransferase (LCAT) responsável pela esterificaçao colesterol e formaçao de HDL promovendo deposiçao lipídica tecidual. É uma afecçao genética autossômica recessiva rara decorrente de mutaçoes no gene localizado na regiao q21-22 do cromossomo 16. As manifestaçoes clínicas incluem dislipidemia severa, opacificaçao da córnea, anemia e proteinúria. O envolvimento renal cursa com proteinúria glomerular e disfunçao renal progressiva, agravando o prognóstico. Morfologicamente predominam alteraçoes glomerulares com vacuolizaçao e deposiçao lipídica na membrana basal e matriz mesangial. A terapia de reposiçao enzimática específica encontra-se em desenvolvimento.
RELATO DO CASO: LSR, 35a, feminina, parda, referenciada ao Hospital Universitário para investigaçao de síndrome nefrótica. História familiar positiva para nefropatia e dislipidemia. O exame físico revelou palidez, edemas, PA: 170x110mmHg e opacidades corneanas. Exames Complemantares: Hb = 5,7g/dl; Ht = 17,7%; EAS: proteinúria e microhematúria; Proteinúria 4,3g/24h/1,73m2; Clearance de Creatinina = 32ml/min/1,73m2; Pesquisa de autoanticorpos, SAF, Hepatite B, C e HIV negativas; Lipidograma: HDL = 5,0 mg/dl; Ultrassonografia rins aumentados e hiperecogênicos; Biópsia Renal: glomerulopatia com acúmulo xantomatosos em capilares glomerulares e vacuolizaçao da membrana basal. Análise genética molecular identificou a mutaçao homozigótica no exon 6 do gene LCAT.
CONSIDERAÇOES FINAIS: Descrevemos o caso de uma paciente com síndrome nefrótica cuja investigaçao identificou uma enfermidade genética produzida por alteraçoes do metabolismo das lipoproteínas pela deficiência de LCAT, expressando ainda alteraçoes oculares e anemia. O diagnóstico clínico pode ser geneticamente confirmado pela detecçao da mutaçao patogênica no gene LCAT. Este caso é inusitado por tratar-se de uma nefropatia hereditária rara, causa incomum de síndrome nefrótica e ressalta o importante papel do diagnóstico nefrológico na identificaçao de enfermidades genéticas e metabólicas.

 


 

PO: 51653

Estado de mal convulsivo em paciente com doença renal crónica em hemodiálise após ingesta do fruto biri-biri. A neurotoxicidade é similar à carambola?

Autores: Camille Pereira Caetano*; Cinara Barros de Sá; Marcelo Fonseca Coutinho Fernandes Gomes; Bruno Antônio Paixao Faleiros; Valéria Vieira da Silva Gomes; Rafaela Nascimento Ferro

mille.caetano@gmail.com

Hospital de Urgências de Goiânia.

Sao bem descritos os efeitos tóxicos da ingestao de carambola (Averrhoa Carambola) em pacientes com doença renal crônica (DRC). Recentemente a caramboxina, uma molécula com açao inotrópica glutaminérgica, foi isolada, explicando os mecanismos da neurotoxicidade, associada à ingesta desta fruta. O fruto biri-biri também conhecido por “bilimbi” ou “limao de caiena” pertence à família das Oxalidaceae, espécie Averrhoa bilimbi com características bioquímicas semelhantes à carambola. Já é descrita a lesao renal aguda causada pelo depósito de oxalato de forma semelhante à que ocorre com ingestao de grande quantidade de carambola. Porém, nao foram encontrados relatos de neutoxicidade do fruto biri-biri semelhante ao descrito com a carambola
OBJETIVO: Relatar o caso de um paciente em estado de mal convulsivo iniciado após ingestao do fruto biri-biri.
RELATO DE CASO: Homem, 69 anos, com DRC em tratamento regular de hemodiálise há 4 anos, após ingestao de grande quantidade de biri-biri iniciou quadro de soluços incoercíveis, dor abdominal, vômitos, evoluindo com mioclonias, rebaixamento do nível de consciência e posteriormente, crises convulsivas tônico-clônicas generalizadas e foi admitido em um serviço de emergência em Goiânia-GO. O eletroencefalograma apresentou padrao sugestivo de estado de mal convulsivo e foi necessário o uso de quatro diferentes classes de anticonvulsivantes em doses plenas para controle. As hipóteses diagnósticas de meningo-encefalite, acidente vascular encefálico e vasculite de sistema nervoso central foram excluídas através de exames laboratoriais e de imagem. Durante a internaçao em unidade de terapia intensiva o paciente evoluiu com choque séptico de foco pulmonar, além de difícil desmame de sedaçao e de anticonvulsivantes. A terapia de substituiçao renal, hemodiálise diária, foi realizada durante todo o período. O paciente evoluiu com resoluçao clínica do quadro de mal convulsivo e reduçao progressiva das medicaçoes anticonvulsivantes bem como, com controle do quadro infeccioso.
CONCLUSOES: O quadro neurológico nao justificado por outras causas e com evidente associaçao temporal com a ingestao da fruta sugere o diagnóstico de neurotoxicidade. Acreditamos que o biri-biri possa ter efeitos neurotóxicos semelhantes aos da carambola. É necessária melhor caracterizaçao do risco de neurotoxicidade pela ingestao desta fruta no paciente com DRC através do estudo do perfil bioquímico desta fruta, buscando o isolamento da molécula responsável.

 


 

PO: 50521

Estimativa da taxa de filtraçao glomerular que utiliza apenas altura, peso e idade dos pacientes

Autores: Cassiano Junior Saatkamp; Lohana Frota Nogueira Costa*; Régis Piloni Maestri; Jamille Gomes dos Santos Saatkamp; Bruno Campello de Souza; Tiago Fragoso; Francisco Louzada; Landulfo Silveira Jr

lohanafrota0@gmail.com

Instituto Esperaça de Ensino Superior Iespes.

Devido à importância da regulaçao dos metabólitos corporais, os rins necessitam ter um acompanhamento contínuo para seu funcionamento correto. A avaliaçao da funçao renal é um desafio antigo na área das ciências médicas em nível laboratorial. Tradicionalmente utilizam-se técnicas espectroscópicas convencionais para análise da funçao renal, porém, nao possuem resultados rápidos. O desenvolvimento de aplicativos na área renal torna-se fundamental pela escassez dos mesmos, tanto no Brasil quanto no exterior. O presente estudo teve como objetivo realizar a estimativa da taxa de filtraçao glomerular (TFG) que utiliza apenas os parâmetros altura, peso e idade dos pacientes. Foi realizada a análise estatística da TFG de 537 indivíduos, avaliada pela equaçao de Cockcroft-Gault (CG -), comparada com a estimativa da TFG através da equaçao Saatkamp-Maestri (SM -). Foi realizada a análise de regressao entre as duas equaçoes e a comparaçao entre as equaçoes pela curva receptor-operador (ROI). Na análise de regressao entre as duas equaçoes, um teste de hipóteses nao rejeita a hipótese de equivalência das equaçoes a 5% de significância estatística. A curva ROI a área sob a curva ROC de 0,92, a equaçao SM é capaz de prever os resultados da TFG estimados pela equaçao de Cockcroft-Gault. A partir da equaçao SM foi desenvolvido um aplicativo para smartphone a fim de prever a TFG. Conclui-se que a equaçao SM é capaz de prever adequadamente o diagnóstico de comprometimento da funçao renal, com resultados comparáveis aos obtidos pela equaçao de Cockcroft-Gault.

 


 

PO: 51838

Evoluçao clínica dos idosos atendidos nas unidades de internaçao de um Hospital Escola

Autores: Rita de Cássia Helú Mendonça Ribeiro; Camilla Christina Rodrigues; Samaris Cristina Jorge; Daniela Comelis Bertolin; Claudia Bernardi Cesarino; Daniele Favaro Ribeiro; Renato Mendonça Ribeiro

ricardo.rita@terra.com.br

Faculdade de Medicina de Sao José do Rio Preto.

INTRODUÇAO: O Brasil teve um rápido aumento da populaçao idosa nas últimas décadas e os dados indicam que em 2050, estará entre os seis países com maior proporçao de idosos. Esse aumento é devido ao significativo declínio na mortalidade e na taxa de fecundidade.
OBJETIVO: Conhecer os idosos hospitalizados nas unidades de internaçao de um hospital de ensino quanto ao seu perfil clinico, demográfico e sua evoluçao clinica.
METODOLOGIA: Foi realizada uma pesquisa retrospectiva de análise de prontuário eletrônico, tipo transversal, com a finalidade de verificar as causas de admissao pacientes idosos atendidos unidades de internaçao de um hospital de ensino, no período de janeiro /2014 a dezembro/2014. A análise estatística foi realizada por meio da analise descritiva das variáveis de caracterizaçao amostral, aplicaçao do teste associativo pela estatística qui-quadrado, teste Análise de Variância (ANOVA), teste de comparaçao múltipla de Tukey a p < 0,05.
RESULTADOS: Do total de 14892 de idosos os resultados mostraram a média de 72,15 anos, a média do tempo de permanência dos pacientes foi de 5,89 dias; que a maioria dos pacientes avaliados é do sexo masculino (53,81%), com grau de instruçao fundamental (68,02%), com companheiro (62,38%), do lar (33,07%), de etnia branca (93,55%), católicos (80,25%), o tipo de internaçao foi clinica (53,38%), com alta como destino dos pacientes (88,38%). Os idosos apresentaram doenças cardiovasculares (24,77%), seguido de neoplasias (13,11%) e doenças gastrointestinais (11,64%). Em quarto lugar com 1473 idosos tiveram as doenças nefro urológicas (9,89%), sendo que as infecçoes do trato urinário (29,87%) e a insuficiência renal crônica (21%) sao as mais prevalentes. Dos 14892 idosos os testes indicam a existência de associaçao significativa entre as doenças diagnosticadas e o sexo dos pacientes (P < 0,001), a maioria das doenças diagnosticadas ocorreu em pacientes do sexo masculino; as infecçoes apresentaram maior tempo de permanência (9,00 dias); a associaçao entre as doenças e o destino promoveu um resultado interessante do ponto de vista estatístico, a maior incidência de óbito em pacientes acometidos por infecçoes (60,03%).
CONCLUSAO: Com o aumento da taxa de sobrevida há também um aumento no número de doenças crônicas, levando cada vez mais a hospitalizaçao do idoso. Açoes voltadas para prevençao destas doenças no âmbito da Atençao Básica é de grande importância para que ocorra uma mudança neste panorama no país.

 


 

PO: 50833

Fatores que modificam a reposta do tratamento da anemia com alfaepoetina em hemodialisados

Autores: Elton Jonh Freitas Santos*; Joyce Santos Lages; Natalino Salgado Filho; Alcione Mirando Dos Santos

eltonfreitas86@yahoo.com.br

Universidade Federal do Maranhao.

INTRODUÇAO: A anemia é uma complicaçao inevitável de pacientes em hemodiálise, tendo como principal causa, a deficiência de eritropoietina. Confirmado esse diagnóstico, é iniciado o tratamento com um estimulador da eritropoiese. No entanto, mesmo usando o medicamento, uma proporçao de pacientes ainda continua anêmico.
OBJETIVO: O estudo teve como objetivo determinar fatores associados a níveis de hemoglobina < 10 g/dL de pacientes em hemodiálise tratados com alfaepoetina humana recombinante.
MÉTODO: Realizou-se estudo analítico longitudinal prospectivo, por um período de seis meses. Avaliaram-se as características clínicas e laboratoriais. Caracterizou-se anemia como uma hemoglobina inferior a 10 g/dL. Um modelo de regressao logística longitudinal com efeito aleatório verificou a associaçao dos parâmetros avaliados e a anemia.
RESULTADOS: Foram estudados 143 pacientes, com idade média de 48,02 ± 13,75 anos, a maioria masculino, com até 8 anos de instruçao educacional e hipertensos. A prevalência de anemia no período do estudo variou de 23,91% a 43,80%, na análise ajustada, o aumento da chance de anemia foi associado negativamente com a idade (-0.016; p = 0.039) e o Indice de massa corpórea (-0.057; p = 0.032). Positivamente com: a presença de hipertensao (1.040; p = 0.019), Os níveis séricos da Ferritina (0.318; p = 0.005), o Indice de Resistência a Eritropoietina (0.184; p < 0,001 e a Proteína C Reativa (0.270; p = 0.002).
CONCLUSAO: Observou-se uma prevalência de anemia variável e elevada no seguimento de seis meses, que esteve associada a idade, o estado nutricional, a hipertensao arterial sistêmica, a inflamaçao e a resistência do agente estimulador da eritropoiese.

 


 

PO: 51801

Glomerulopatia relacionada a doença enxerto contra hospedeiro em paciente submetido a transplante de celulas tronco hematopoieticas

Autores: Murilo Cassiano Morelli; Kamilla Linhares Silva*; Joaquim Nelito da Silveira Neto; Fernanda Cristina Gomes Camelo; Horácio José Ramalho; Mário Abbud Filho; Maria Alice Sperto Ferreira Baptista; Bruno Guardia de Barros

kamilla.linhares@yahoo.com.br

FAMERP

INTRODUÇAO: Pacientes submetidos a transplante de células tronco hematopoieticas (TCTH) que apresentem doença enxerto contra hospedeiro (DECH) podem desenvolver doenças glomerulares, como nefropatia membranosa, doença de lesao mínima e glomeruloesclerose segmentar e focal (GESF).
OBJETIVO: Descrever um caso de nefropatia membranosa após doença enxerto contra hospedeiro em paciente submetido a transplante de células tronco hematopoieticas.
RELATO DO CASO: Paciente masculino, branco, 24 anos, submetido a um segundo TCTH, doador aparentado (irma) em outubro/2014, para tratamento de leucemia mieloide aguda. Após três meses, desenvolveu DECH crônica grave multissistêmica, poupando rins. Em janeiro/2016, apresentou síndrome nefrotica, com proteinúria de 18.5g/24 horas, albumina de 2.0mg/dl e creatinina de 0.9mg/dl. A biópsia renal mostrou nefropatia membranosa. Foi iniciada corticoterapia oral e houve excelente resposta terapêutica, com proteinúria de 0.864g/24 horas após 2 meses.
DISCUSSAO: Síndrome nefrotica é uma complicaçao rara após TCTH, ocorrendo principalmente em associaçao com DECH, após término ou diminuiçao da terapia imunossupressora. A nefropatia membranosa emerge como principal causa de glomerulopatia, embora de patogênese ainda indefinida. A estreita associaçao temporal entre a DECH e o dano glomerular sugere o que TCTH e envolvimento renal também ocorrem.
CONCLUSAO: A DECH com acometimento renal, embora rara, deve ser lembrada em pacientes que apresentem quadro de edema, proteinúria e hipoalbuminemia, sendo a biopsia renal essencial para estabelecer a causa e direcionar a terapia adequada.

 


 

PO: 51931

Hipercalcemia e PTH suprimido: hanseníase virchowiana como diagnóstico diferencial

Autores: Michele Andraus*; Talita de Andrade Santos Molina; Paula Cristina Ramalho Anffe; Helen Santos Antunes de Souza; Alethéia Carpiné Favini; Mirelle Barbosa Rocha; Pedro Henrique Meireles Vieira; Clariana Ferreira da Costa Martins

miandraus@yahoo.com

Universidade Federal do Mato Grosso.

INTRODUÇAO: Algumas doenças granulomatosas cursam com hipercalcemia e paratormônio (PTH) baixo, como tuberculose, sarcoidose e hanseníase, sendo esta causa rara. Geralmente associa-se a 1,25-diidroxivitamina D (calcitriol) elevado, PTHrP baixo e 25-hidroxivitamina D normal ou baixa. Neste caso, relatamos um paciente que desenvolveu hipercalcemia secundária a hanseníase virchowiana.
RELATO DE CASO: Homem, 63 anos, de Juara-MT, hipertenso e ex-tabagista. Referiu dor/parestesia em membros e urgência miccional há 8 meses. Em uso contínuo de captopril, AAS, furosemida e ibuprofeno. Ao exame: Fácies leonina, madarose, espessamento de nervos e pé E caído. Laboratório: Uréia 78, creatinina 2,8; hipercalcemia (CaT 13,2 e Cai 6,8); 25-hidroxivitamina D insuficiente; calcitriol normal; PTH suprimido; baciloscopia para hanseníase positiva (6 +) ; hipercalciúria com proteinúria; USG: rins normais e bexiga de contornos irregulares; citologia oncótica urinária: proliferaçao papilar e discretas atipias. Eletroforese de proteínas séricas, sorologias e Raio-X tórax normais. Foi aventada entao a hipótese de hipercalcemia secundária à neoplasia de bexiga. No entanto, a cistoscopia com biópsia veio negativa para neoplasia e o PTHrp suprimido. Desse modo, excluindo-se demais hipóteses, firmou-se o diagnóstico de hipercalcemia secundária à hanseníase virchowiana. Iniciado terapia com hidrataçao e furosemida na admissao e esquema multibacilar para hanseníase com melhora pertinente da hipercalcemia.
DISCUSSAO: A hipercalcemia é comumente causada por hiperparatireoidismo primário ou associada a malignidade. No 1°,o PTH está elevado e no 2°, suprimido. Nos casos de PTH diminuído, as principais causas sao: neoplasias, que levam a aumento do PTHrp; doenças granulomatosas, que produzem calcitriol extra renal pelos granulomas e o aumento da reabsorçao óssea como no mieloma múltiplo. O mecanismo exato da hipercalcemia na hanseníase nao está totalmente estabelecido. Dos casos relatados na literatura, a maioria apresenta creatinina aumentada, calcitriol sérico elevado (com escassos relatos de níveis normais), PTH diminuído, PTHrp negativo, fósforo normal e hipercalciúria. Neste relato de caso, o PTH e o PTHrP estavam suprimidos, excluindo outras causas. Paradoxalmente, o calcitriol estava normal, apesar da insuficiência renal.
CONCLUSAO: A hanseníase deve ser sempre aventada como diagnóstico diferencial nos casos que cursam com hipercalcemia, PTH suprimido e níveis elevados ou normais de calcitriol.

 


 

PO: 50831

Impacto do uso concomitante de inibidores da enzima conversora de angiotensina e estimuladores da eritropoiese em pacientes hemodialisados

Autores: Elton Jonh Freitas Santos*; Joyce Santos Lages; Natalino Salgado Filho; Alcione Miranda Dos Santos

eltonfreitas86@yahoo.com.br

Universidade Federal do Maranhao.

INTRODUÇAO: A principal doença de base de pacientes em hemodiálise no Brasil é a hipertensao arterial. A maioria dos pacientes renais desenvolvem anemia devido a diminuiçao da produçao de eritropoietina. Além do mais, é comum um paciente renal usar um medicamento estimulador da eritropoiese e anti-hipertensivos, visto que a anemia e a pressao arterial descontrolada sao condiçoes clínicas que aumentam o número de intercorrências e pioram a sobrevida. Existe na literatura dados conflitantes sobre a existência de interaçoes de anti-hipertensivos da classe dos inibidores da ECA e o uso de medicamentos estimuladores da eritropoiese.
OBJETIVO: Verificar os níveis de hemoglobina e o uso de Inibidores da enzima conversora de angiotensina em pacientes hipertensos hemodialisados tratados com alfaepoetina humana recombinante.
MÉTODO: Realizou-se estudo transversal analítico. Avaliaram-se os níveis de hemoglobina e o uso de anti-hipertensivos de 123 pacientes hipertensos em diálise maiores de 18 anos em uso regular de alfaepoetina humana recombinante nos últimos 6 meses.
RESULTADOS: A média idade foi de 47,89 anos (± 13,41 anos), maioria masculina. Sendo que 51,94% utilizavam os inibidores da ECA e a dose média de alfaepoetina foi de 169,10 Ui/Kg/Sem. Observamos uma prevalência maior de hemoglobina abaixo de 10 g/dL quando o uso de inibidores da ECA (51,35% vs. 32,65%; p = 0,04), assim como a média de hemoglobina foi menor no grupo de pacientes em uso de inibidores da ECA (9,86 g/dL vs. 10,45; p = 0,02). Evidenciamos ainda que a dose média da alfaepoetina foi maior nos pacientes que usam os inibidores da ECA.
CONCLUSAO: Os resultados sugerem que há uma interaçao no uso concomitante dos inibidores da ECA e a alfaepoetina, visto que, pacientes em uso desta classe de anti-hipertensivo demostram piores resultados no tratamento com alfaepoetina, ou seja, níveis baixos de hemoglobina.

 


 

PO: 51971

Incidência de infecçao do trato urinário em pacientes internados em enfermaria clínica de neurologia por acidente vascular encefálico

Autores: Ana Raquel Ferreira de Azevedo*; Paulo Roberto Santos; Ticianne Pinto Ferreira; Lucas Tadeu Rocha Santos; Carlos Danilo da Penha Souza; Catarine Cavalcante Ary; Samuel Sampaio Alcântara; Everton Alencar Moura

anaraquel.azevedo@yahoo.com.br

Universidade Federal do Ceará.

INTRODUÇAO: A infecçao do trato urinário(ITU) é considerada complicada em algumas circunstâncias como, na presença de disfunçao vesical ou de corpos estranhos (sondas e cateteres urinários), quando adquirida em ambiente hospitalar, quando em idosos dentre outras. Os pacientes que sofrem acidente vascular encefálico(AVE) apresentam-se frequentemente com disfunçao vesical necessitando de algaliaçao e internaçao hospitalar. Além disso, a maioria desses pacientes é idosa.
OBJETIVO: Identificar a incidência de ITU em pacientes internados em enfermaria de neurologia clínica por AVE.
METODOLOGIA: Trata-se de um estudo transversal, quantitativo, descritivo e retrospectivo. Foram coletados dados como idade, sexo, evoluçao clínica, procedimentos e terapêuticas realizados, resultado de exame de sedimentos e elementos anormais da urina(EAS) e valores séricos de ureia e creatinina em uma ficha de coleta de dados por meio da análise de 124 prontuários de pacientes internados por AVE em enfermaria de neurologia clínica de um hospital de referência do interior do Ceará, no período de março à agosto de 2015. O diagnóstico de ITU e a terapêutica instituída nos pacientes analisados foram feitos de maneira empírica com base na sintomatologia e nas alteraçoes do EAS.
RESULTADOS: Dos 124 pacientes, a maioria era do sexo masculino(60,5%) predominantemente acima de 36 anos(95,2%), sobretudo acima de 60 anos(58,9%). 26 pacientes(21%) apresentaram sintomatologia e/ou EAS com alteraçoes compatíveis com ITU durante o período de internaçao hospitalar. Todos esses pacientes estavam em uso de sonda vesical de demora(SVD). Para todos foi instituída terapia empírica com ciprofloxacino. Dos 26 pacientes com ITU, 20(77%) apresentaram elevaçao da ureia sérica e 14(53,8%) da creatinina sérica.
CONCLUSAO: A incidência de ITU em pacientes em recuperaçao intra-hospitalar pós-AVE foi importante. A injúria renal nesses pacientes também foi muito relevante, evidenciada pela elevaçao sérica de ureia e creatinina. Portanto, conclui-se que atençao especial deve ser despendida aos pacientes internados por AVE no tocante ao diagnóstico precoce de ITU. Esta precisa ser tratada com toda a seriedade e de maneira eficaz, pois pode tornar-se fonte de deterioraçao da funçao renal.

 


 

PO: 51952

Infecçao do trato urinário nos pacientes internados em pronto-socorro de Hospital Universitário em Sao Paulo

Autores: Paulo Ricardo Gessolo Lins*; Klaus Nunes Ficher; Daniel Ribeiro da Rocha; Sarah Pontes de Barros Leal; Raphael Costa Bandeira de Melo; Moacyr Silva Junior; Aecio Flávio Teixeira de Gois

pr.lins@uol.com.br

UNIFESP

INTRODUÇAO: Infecçao do trato urinário é uma afecçao muito comum na populaçao em geral, particularmente no sexo feminino. É incomum entre homens jovens, abaixo de 60 anos, com incidência mais elevada acima desta faixa etária, em especial acima dos 85 anos. A incidência de infecçao do trato urinário em homens idosos é aproximadamente metade da incidência em mulheres idosas, mas as taxas se aproximam entre os dois sexos acima dos 80 anos. Com a idade, os homens começam a apresentar anormalidades funcionais e estruturais do trato urinário que favorecem infecçao, tais como hiperplasia prostática benigna e incontinência urinária. Bactérias gram-negativas sao isoladas em 60 a 80% das infecçoes do trato urinário da comunidade em homens idosos. Escherichia coli é o microorganismo mais comum, seguido de Klebsiella pneumoniae e Proteus mirabilis.
OBJETIVO: Analisar o perfil microbiológico, a incidência e a mortalidade intrahospitalar de infecçao do trato urinário em um Pronto Socorro de hospital universitário na cidade de Sao Paulo/SP.
MÉTODO: Análise retrospectiva dos dados das internaçoes em centro único de urgências e emergências durante doze meses, de março de 2015 a fevereiro de 2016.
RESULTADOS: Observamos que dentre os 1707 pacientes internados no período, 1024 internaçoes foram por sepse (60,2%), sendo 186 com suspeita de foco urinário. A mediana da idade dos pacientes foi de 69 anos, sendo 60,4% do sexo feminino. A mortalidade intrahospitalar observava foi de 12,8%, sendo que metade dos óbitos ocorreu em pacientes acima de 80 anos. A urocultura foi positiva em cerca de metade dos casos e um terço do total cursou com hemoculturas positivas. E. coli foi o germe mais comumente isolado nas uroculturas do total da amostra e K. pneumoniae resistente a carbapenemicos o germe mais comum entre os pacientes que faleceram.
CONCLUSAO: Os dados analisados nos permitem apontar que o perfil epidemiológico e microbiológico das internaçoes por sepse de foco urinário em um centro brasileiro é semelhante à literatura mundial, cursando com mortalidade equivalente. Chamamos a atençao para a incidência de infecçao por germes multirresistentes em centro de referencia e sua potencial maior mortalidade.

 


 

PO: 49259

Infecçoes de cateter central de hemodiálise; estudo de hemoculturas e culturas de ponta de cateteres

Autores: Débora Dias de Lucena*; Alex Heringer de Oliveira; Rafael Mendonça Luz; Paula Gabriella Costa da Penha; Wellington Teixeira Viana Junior; Márcio Felipe do Nascimento Ramos; Larissa Cristina de Sousa Cunha; Carlos André de Araújo Santos

deblucena@yahoo.com.br

Hospital de Clínicas Gaspar Viana.

INTRODUÇAO: A hemodiálise é um procedimento invasivo no qual se realiza a filtraçao do sangue. É recurso amplamente utilizado no tratamento da insuficiência renal crônica o que envolve vários aspectos os quais devem ser criteriosamente avaliados, dentre eles, o acesso vascular, como fístulas arteriovenosas, fístulas arteriovenosas artificiais (prótese), cateteres percutâneos tunelizáveis e nao-tunelizáveis. A trombose e as infecçoes sao as principais complicaçoes do acesso vascular para hemodiálise, sendo os microrganismos gram-positivos os responsáveis pela maioria das infecçoes relacionadas ao cateter.
OBJETIVO: avaliar o perfil microbiológico das infecçoes relacionadas ao cateter venoso central para hemodiálise nos portadores de doença renal crônica ou aguda no setor de terapia renal substitutiva de um hospital de referência em nefrologia na regiao amazônica, bem como identificar o sítio de maior frequência de infecçao.
METODOLOGIA: Após aprovaçao do comitê de ética foi realizado um estudo observacional, transversal e retrospectivo, no serviço de terapia renal substitutiva, através da revisao de prontuário dos portadores de doença renal crônica e aguda que foram submetidos a implante de acesso venoso central para hemodiálise e evoluíram com infecçao local ou sistêmica no período de janeiro a dezembro de 2014.
RESULTADOS: Dos 126 incluídos no estudo, 34% evoluíram com infecçao relacionada ao cateter duplo lúmen. 44,44% dos implantados em veias femorais evoluíram com infecçao, comparados a 23,81% dos que estavam em veias jugulares. Dos que evoluíram com infecçao, 44% apresentaram culturas positivas, a maioria por Pseudomonas aeruginosa. Das 25 hemoculturas solicitadas apenas quatro foram positivas e para microorganismos diferentes.
CONCLUSAO: Medidas de prevençao de infecçoes relacionadas ao cateter de hemodiálise sao fundamentais, bem como considerar o perfil microbiológico ao introduzir terapia antimicrobiana para infecçoes de acesso. Dar preferência a implantes em veias jugulares, minimizando a incidência de casos de infecçao. Confecçao de fístula arteriovenosa ainda é a conduta que mais previne complicaçoes.

 


 

PO: 50731

Intercorrências intradialíticas em pacientes renais crônicos em hemodiálise

Autores: Layana Thays de Souza Alves*; Janielle Ferreira de Brito Lima; Wellington Augusto dos Santos Conceiçao Junior; Elton Jonh Freitas Santos; Aline de Nazaré Costa dos Santos; Roseli Pereira Silva

thaysalves.enf@gmail.com

Universidade Estadual do Maranhao.

INTRODUÇAO: A doença renal crônica (DRC) é considerada atualmente um problema de saúde pública mundialmente, caracteriza-se por lesao renal ou um declínio da filtraçao glomerular mantidas por pelo menos 3 meses. Quando ocorre perda continuada da funçao renal, muitos pacientes acabam acometidos com a doença renal crônica terminal (DRCT). Pacientes com DRCT necessitam serem tratados com alguma terapia renal substitutiva (TRS). A hemodiálise se constitui o método de TRS mais comumente empregado, sendo intermitente e intenso, o paciente pode apresentar complicaçoes durante a terapêutica, as quais podem ser hipotensao arterial, câimbras musculares, náuseas e vômitos, dor torácica e lombar, prurido, febre e calafrios, edema agudo de pulmao, arritmias cardíacas, anemia e fadiga, infecçao recorrente, sangramento, síndrome do desequilíbrio, cefaleia, entre outras.
OBJETIVO: Identificar as complicaçoes frequentes nos pacientes submetidos ao tratamento de terapia renal substitutiva (hemodiálise) em um serviço de nefrologia de Sao Luís, do estado do Maranhao.
MÉTODO: Foi desenvolvido um estudo longitudinal. Realizado no período entre novembro de 2015 e abril de 2016, com 105 pacientes com faixa etária maior que 18 anos, em hemodiálise, sendo avaliado as características sociodemográficas e as intercorrências durante as sessoes da terapia.
RESULTADOS: Dos pacientes avaliados a maioria era do sexo feminino (53,2%), em média faziam hemodiálise a 49,75 (± 41,67) meses. A hipotensao foi a complicaçao com maior evidência com 21,5% dos eventos ocorridos, em seguida a hipoglicemia com 19%. Também teve destaque para a hipertensao com 18,5%, cefaleia (14,1%), febre e calafrios (11,2%), câimbras (5,8%), dor torácica e lombalgia (3,9%), prurido (2,9%) e edema agudo de pulmao (0,5%). Ao longo dos seis meses 63 (57,8%) sofreram alguma intercorrência, a ocorrência destas nao foi associada, a faixa etária, ao tempo de hemodiálise ou ao sexo.
CONCLUSAO: Verificou-se que a hemodiálise é uma terapia que causa muitos efeitos colaterais. É necessário que os profissionais sejam qualificados para acompanhar o paciente nessa terapia, conhecendo e identificando as complicaçoes. Observamos a ocorrência frequente de hipoglicemia, sendo essa pouco citada nas literaturas existentes, um problema que necessita de novos estudos.

 


 

PO: 51617

Itu por Mycobacterium abscessus – Relato de caso

Autores: André Falcao Pedrosa; Alexandre Rimuardo de Barros Padilha*; Mirella Kalyne Cavalcante Magalhaes

alexandre.rimuardo@hotmail.com

UFAL.

INTRODUÇAO: A infecçao do trato uinário (ITU) em homens é infrequente, sobretudo nos pacientes nao idosos. As micobacterioses sao importante causa de morbimortalidade, dentre as quais, o Mycobacterium abscessus figura como um raro patógeno. Os sintomas sao insidiosos e incluem disúria, hematúria e piúria estéril. Para o correto diagnóstico se faz necessária a cultura em meio específico. Sua contaminaçao se dá por surtos, por contiguidade, destacando-se os relacionados a materiais cirúrgicos submetidos a reesterilizaçao. O tratamento preconizado, baseado em antibiograma, é a claritromicina associada por vezes a aminoglicosídeo. Porém sao descritos casos de intratabilidade clínica.
RELATO DO CASO: Homem, 50 anos, casado, branco, contador, católico, queixava-se de dor em fossa ilíaca direita, náusea, vômitos esporádicos e disúria importante, negando hematúria. Em acompanhamento com urologia, recebeu tratamento com ciprofloxacino e tonsilosina para possível disfunçao vesical, sem, contudo, apresentar quaisquer melhoras dos sintomas. Os exames iniciais revelaram: funçao renal normal, USG de próstata normal; PSA normal, 2 toques retais normais; EAS com cristais de urato amorfo e leucoitúria. Estudo Urodinâmico normal. TC = litíase em polo renal D. Submeteu-se a ciprofloxacino por 14 dias, todavia passou a apresentar discreta reduçao da força do jato urinário e piora da disúria. Em nova avaliaçao: VHS = 75; PSA livre = 0,2; PSA total = 6,38; EAS densidade = 1015, pH = 7 e campo coberto por piócitos; 2 uroculturas negativas. Realizou nova tomografia que mostrou leve ectasia em pelve renal E e calcificaçoes prostáticas. Persistiu com disúria, urgência miccional e desconforto vesical; novo EAS mostrava leucocitúria estéril. A urocultura semeada em meio específico revelou crescimento do Mycobacterium abscessus. Iniciado tratamento com claritromicina 500 mg 2x/dia e amicacina 1x/dia, por 6 meses. Paciente no 4° mês de seguimento ainda com mesmos sintomas urinários.
DISCUSSAO: Relatase um caso de ITU por agente que raramente produz infecçao no trato urinário. A via de contaminaçao nao foi esclarecida, havendo a realizaçao de procedimento invasivo (estudo urodinâmico), mas já na vigência dos sintomas urinários. No seguimento, há persistência destes, o que aponta para a intratabilidade clínica.
CONCLUSAO: Diante de leucocitúria estéril persistente, deve-se pensar na possibilidade de infecçao urinária por mycobactérias e os testes diagnósticos específicos devem ser providenciados.

 


 

PO: 51846

Lesao renal aguda em paciente jovem hígida por tratamento de fertilizaçao artifical

Autores: Ebeveraldo Amorim Gouveia*; Katienne Goes Mendonça; Mariana Nogueira Coutinho; Carlos Alexandre Ferreira de Oliveira; Agenor Antônio Barros da Silva; Rafael Fernandes Vanderlei Vasco; Aline Araújo Padilha Lajes; Fernando Antônio Melro Silva da Resurreiçao

ebeveraldo@uol.com.br

UNIRIM.

INTRODUÇAO: A síndrome de hiperestimulaçao ovariana (SHEO) é uma complicaçao da induçao da ovulaçao nos tratamentos de fertilizaçao, ocorrendo em cerca de 0,6 a 14% dos casos. Na maioria dos casos, os sintomas sao autolimitados e regridem espontaneamente, no entanto pode levar a quadros graves e, em casos extremos, até à morte. Suas manifestaçoes clínicas refletem a extensao de extravasamento de líquido para terceiro espaço e consequente hemoconcentraçao. É classificada em leve (distensao, desconforto abdominal, náuseas, ovários aumentados, sem alteraçao laboratorial), moderada (forma leve mais: ascite, hematócrito > 31%, leucócitos > 15.000/uL, hipoproteinemia), grave (forma moderada mais: oligúria ou anúria, hidrotórax, dor abdominal severa, trombose venosa profunda [TVP], ganho rápido de peso) e severa (grave mais: tromboembolismo pulmonar, síndrome do desconforto respiratório agudo). O objetivo é relatar um caso clínico ocorrido no nosso serviço de uma paciente jovem em tratamento para infertilidade que complicou com lesao renal aguda secundária a SHEO.
DESENVOLVIMENTO: Paciente do sexo feminino, 36 anos, nulípara, hígida, em tratamento para fertilizaçao artificial, é admitida no serviço de emergência após 05 dias da captaçao folicular, sem transferência ovariana, com quadro de desconforto respiratório, dor e aumento do volume abdominal, náuseas e plenitude gástrica. O ultrasom abdominal revelou aumento importante dos ovários e ascite moderada. Realizado manejo clínico com hidrataçao com cristaloide e colóide, profilaxia para TVP e repouso absoluto. Evoluiu com derrame pleural, piora da ascite, ganho rápido de peso, oligúria (400ml/24h), piora da funçao renal (creatinina 1,7mg/dL; uréia 56mg/dL), leucocitose sem desvio (L 23.400 /uL), hematócrito 41%, albumina 3,3g/dL. Foi encaminhada para UTI por piora do padrao respiratório e aumento acentuado do volume abdominal. Tentado paracentese de alívio sem sucesso. Optado por reduçao da hidrataçao e início de diurético endovenoso. Houve melhora clínica progressiva, com reduçao de peso diário e melhora da funçao renal.
CONCLUSAO: O caso mostra a importância do conhecimento desta complicaçao relacionada ao tratamento de fertilidade, pois tratava-se de paciente jovem e hígida com critérios para SHEO grave. Outro aspecto relevante é que o tratamento da LRA de forma conservadora e com manejo do diurético foi eficaz e resultou em boa evoluçao neste caso.

 


 

PO: 51564

Linfoma nao Hodgkin de células B com infiltraçao renal bilateral

Autores: Maíra T Knust*; Lucia A. Villanueva; Monique de França; José Hermógenes R. Suassuna; Nordeval C. Araújo

mairak@globo.com

Hospital Universitário Pedro Ernesto.

Paciente do sexo feminino, de 37 anos, transferida de hospital municipal com quadro de anúria, síndrome nefrótica e síndrome urêmica com necessidade de terapia renal substitutiva, associada a anemia e hipercalcemia (Ca15). USG mostrando rins aumentados, com preservaçao da relaçao cortico medular. Tomografia com contraste evidenciou rins de dimensoes aumentadas, medindo 21 cm o direito e 18 cm o esquerdo, de contornos irregulares exibindo impregnaçao heterogênea pelo meio de contraste. Ausência de dilataçao do sistema pielocalicial, alteraçao difusa da densidade óssea. Presença de lesoes liticas em coluna e bacia e derrame pleural bilateral. Sem linfonodomegalias. Antecedentes de anemia crônica e osteomielite em fêmur direito há 14 anos. Durante a internaçao evoluiu com pancreatite provavelmente relacionada a hipercalcemia com posterior resoluçao do quadro. Apesar de melhora parcial da funçao renal com corticoterapia, foi necessário manter HD intermitente. Para investigaçao foram realizados os seguintes exames: sorologias negativas, HTLV negativo, eletroforese de proteínas negativa para doença monoclonal, dosagem baixas de PTH (19,9 pg/dl) e vitamina D (5,6 ng/dl) e Ferritina > 2000 ng/ml, Bióspia renal apresentando infiltraçao por linfoma de grandes células fenótipo B, com positividade difusa de CD20 em células atípicas. Posteriormente realizada biópsia de medula óssea com evidência de linfoma nao-Hodgkin de células B difusa CD20 +. Paciente foi submetida a quimioterapia com esquema R-CHOP. Após o segundo esquema de QT evoluiu com complicaçoes infecciosas e foi a óbito. O acometimento renal é uma condiçao rara nos pacientes com diagnóstico de linfoma nao-Hodgkin de células B. A principal manifestaçao é a rápida perda da funçao renal e hipercalcemia. A presença de proteinúria é frequente mimetizando uma glomerulonefrite primária. Os exames de imagens evidenciam aumento dos rins por infiltraçao tumoral sem hidronefrose. Para o diagnóstico é essencial a biópsia renal. A recuperaçao da funçao renal depende da resposta ao esquema quimioterápico. O caso relatado enfatiza a importância da biópsia renal nos diagnósticos diferenciais de injúria renal aguda associada a hipercalcemia e lesao infiltrativa dos rins.

 


 

PO: 50587

Nefrocalc 2.0 – Calculadora de filtraçao glomerular e ajuste de fármacos em insuficiência renal.

Autores: E. Barsanulfo Pereira; Elizete Oshiro; Maria Ap. A. Arroyo; Yuri C. Luzio; Oreste Ferra Neto; Heloísa Fujinaka; Bruno Martins Tokuda; Carmen Sandra Mequi

barsaper1@gmail.com

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

OBJETIVOS: Visando facilitar a estimativa do ritmo de filtraçao glomerular e a adaptaçao de doses de fármacos em insuficiência renal desenvolvemos a calculadora Nefrocalc 2.0 para smartphones – www.nefrocalc.net – em sua nova versao, disponibilizada online na Internet, também em Inglês.
MÉTODOS: Para o cálculo do clearance da creatinina estimado, a Nefrocalc 2.0 dispoe das fórmulas: Cockcroft-Gault, para adultos; Brater, para funçao renal instável; Sanaka, para idosos; Schwartz, para neonatos, crianças e adolescentes; todas elas concebidas a partir de creatininas determinadas por métodos convencionais (cr-conv); e, Schwartz à beira do leito, com dosagens de creatinina padronizadas por espectrometria de massa com diluiçao isotópica (cr-IDMS). O ritmo de filtraçao glomerular (RFG) é obtido pelas fórmulas: MDRD simplificada, nas versoes cr-conv e cr-IDMS; CKD-EPI, com cr-IDMS; Larsson, pela cistatina-C; CKD-EPI cistatina-C; CKD-EPI creatinina-cistatina-C, que utiliza cr-IDMS; e para idosos, BIS-creatinina e BIS-creatinina-cistatina-C. Para a prescriçao de medicamentos em insuficiência renal (métodos D, I, e D/I) aplica a fórmula de Giusti-Hayton-Tozer, derivada da equaçao original de L. Dettli, utilizando a fraçao ativa dos fármacos ou metabólitos excretados pelos rins em condiçoes normais (fe). Estruturada em HTML, Css e JavaScript, online na Internet, nas versoes em Português e em Inglês.
RESULTADOS: Foram cadastrados 800 fármacos, dos quais, cerca de 70% dispensam correçao de posologia em quaisquer níveis de funçao renal. Para substâncias ausentes na caixa de seleçao do programa há campos especiais de adaptaçao, bastando que se digite o clearance da creatinina (ou RFG) nao corrigido e a fe do fármaco, obtendo-se assim o fator de ajuste, que permitirá a reduçao de doses, o prolongamento de intervalos de administraçao, ou a associaçao de ambos. A Nefrocalc 2.0 para smartphones é de fácil manejo e ágil na resposta à introduçao dos dados, nao havendo grandes discrepâncias em seu desempenho, como aplicativo via Internet, frente a similares instalados.
CONCLUSOES: Estes atributos fazem da Nefrocalc 2.0 um instrumento útil na tarefa de avaliar a funçao renal e estabelecer a posologia dos fármacos aos portadores de insuficiência renal segundo a técnica de Giusti-Hayton-Tozer; nao dispensando, entretanto, a sensatez e a expertise do profissional no contexto da farmacologia clínica, para maior segurança dos pacientes.

 


 

PO: 51813

O ajuste de dose do cefepime é suficiente para evitar sua neurotoxicidade em pacientes com insuficiência renal?

Autores: Kamilla Linhares Silva; Murilo Cassiano Morelli*; Horácio José Ramalho; Fernanda Cristina Gomes Camelo; Mário Abbud Filho; Nabila Darido Abdalla; Joaquim Nelito da Silveira Neto

murilocmorelli@gmail.com

Hospital de Base de Sao Jose do Rio Preto.

INTRODUÇAO: Cefepime é uma droga largamente utilizada no ambiente intra-hospitalar. Cerca de 85% da droga é excretada de forma inalterada pelos rins. Um efeito adverso raramente reconhecido é sua neurotoxicidade, particularmente em pacientes com insuficiência renal.
MÉTODOS: Avaliaçao retrospectiva dos pacientes adultos portadores de insuficiência renal crônica ou aguda que realizaram eletroencefalograma (EEG) e que estavam em uso de cefepime entre julho/2015 e março/2016. Os dados de história, exame físico e os achados do EEG foram analisados ao início do quadro e após suspensao da droga.
RESULTADOS: 12 pacientes, 7 do sexo masculino, com idade média de 72 ± 14 anos, fizeram uso de cefepime e apresentaram alteraçoes neurológicas atribuídas ao uso da droga. Destes, 3 eram pacientes renais crônicos em diálise e 9 apresentavam insuficiência renal aguda. Os sintomas apresentados incluíram mioclonia (1 paciente), agitaçao psicomotora (2 pacientes), confusao mental (3 pacientes) e sonolência (10 pacientes). Os achados do EEG inicial mostraram padrao de ponta-onda aguda seguida de onda lenta difusa (6 pacientes), ondas agudas trifásicas em descargas epileptiformes periódicas lateralizadas (5 pacientes) ou generalizadas (1 paciente). O tempo para início dos sintomas após a prescriçao da droga foi de 4,5 ± 2,2 dias e o ajuste recomendado para funçao renal foi encontrado em 8 pacientes (67%). Após suspensao da droga, ocorreu normalizaçao do traçado do EEG em 10 pacientes (2 pacientes nao realizaram EEG de controle) e 7 (58%) pacientes apresentaram resoluçao do quadro neurológico.
CONCLUSAO: Pacientes com insuficiência renal apresentam maior susceptibilidade a neurotoxicidade por cefepime, apesar do ajuste da dose conforme a taxa de filtraçao glomerular. A neurotoxicidade por cefepime é potencialmente reversível e o medicamento deve ser descontinuado precocemente em pacientes que apresentem alteraçoes neurológicas após início do tratamento, sem outras causas identificáveis.

 


 

PO: 51918

p.Kl68Q nova mutaçao identificada para Doença de Fabry

Autores: Fernanda P F Rios*; Luiz Fernando Christiani; Alícia Imada; Maria Celia C Pereira; Maria Izabel de Holanda

fferesrios@gmail.com

Residente do Hospital Federal de Bonsucesso.

A Doença de Fabry é uma patologia rara, que acomete cerca de 1/40 000 nascidos vivos ligada ao cromossomo X, causada pela deficiência parcial ou completa da enzima alfa galactosidase A (alfa GAL A). A ausência desta enzima leva ao acúmulo progressivo de glicoesfingolipídeos neutros com resíduos terminais a-galactosil no plasma e nos lisossomos das células endoteliais de variados orgaos, principalmente em pele, rins, sistema cardiovascular, olhos e cérebro, que acarreta em perdas funcionais. Em doentes do sexo masculino, hemozigotos, o gene do Fabry tem alta penetrância, e a maioria apresenta o chamado fenótipo clássico da doença. As manifestaçoes clínicas incluem angioqueratomas, acroparestesia, anidrose, opacificaçao de córnea e/ou lente, doença cardiovascular, cerebrovascular e com a evoluçao da doença, insuficiência renal como principal causa de complicaçoes a partir da segunda e terceira décadas de vida. Há também risco de morte por acidente vascular cerebral e doença cardiovascular sendo esta uma patologia grave muitas vezes relacionada a morte súbita. Devido a alta morbimortalidade desta patologia é importante o reconhecimento e tratamento desta patologia já que na ausência destes a expectativa de vida é de 20 anos no sexo masculino e 15anos no feminino. O caso citado evidencia uma alteraçao nao antes descrita na literatura para esta enfermidade. M.M.C, 36 anos, apresentando acroparestesia que pioravam como calor e o frio desde os 8 anos de idade, em 2013 apresentou síndrome dispéptica e desmaios proucurando atendimento em Pronto Socorro onde foi diagnosticado com insuficiência renal crônica iniciando tratamento com hemodiálise. Apresentava também artralgias, cefaleia, zumbidos, edemas de extremidades e compreensao cognitiva reduzida. Durante investigaçao foi realizado a dosagem da atividade enzimática alfa GAL A com resultado de 0,00 umol/L e genotipagem do gene alfa GAL A que evidenciou mutaçao patológica no Exon 3 p.K168Q, mutaçao nao descrita na literatura mas potencialmente patogênica para enfermidade iniciando entao reposiçao enzimática com melhora dos sintomas. O tratamento reduz a velocidade de progressao da doença, diminuindo assim o risco de complicaçoes graves e incapacitantes, reduzindo em ate 60% estes eventos. O diagnóstico desta patologia e de suas possíveis mutaçoes permite diagnóstico e tratamento precoces, evitando assim a progressao de doença e complicaçoes.

 


 

PO: 51974

Peculiaridades da hipovitaminose D em pacientes diabéticos com Doença Renal Crônica (DRC)

Autores: Ester Martins Ribeiro*; Auro Buffani Claudino; Maria Marcia de Oliveira Santos Lima; Fabiana Rodrigues Hernandes

estermartins1@yahoo.com.br

Hospital Santa Marcelina de Itaquera.

INTRODUÇAO: A vitamina D tem conhecida importância no metabolismo ósseo e na regulaçao do cálcio e fósforo. Por outro lado, existem evidências da importância desse na prevençao do desenvolvimento e gravidade de várias doenças crônicas, ratificados pela descoberta de receptores de vitamina D em várias células, regulando mais de 200 genes. Na populaçao diabética, estudos demonstraram que a deficiência de vitamina D pode levar à evoluçao da doença e das complicaçoes micro e macrovasculares e, essas, piorarem a disponibilidade da produçao de vitamina D do indivíduo, gerando um patológico ciclo vicioso.
OBJETIVO: Estudar as características de uma populaçao diabética e com DRC no que se refere a hipovitaminose D e seus fatores associados.
MÉTODO: Estudo retrospectivo, realizado no ambulatório de nefrologia de um hospital terciário. Colhidos dados epidemiológicos e laboratoriais de 645 pacientes com DRC em tratamento conservador no período de 01 de julho 2012 a 30 de junho 2014. Todos os pacientes com dosagem sérica de Calcidiol (25(OH)D) foram incluídos no estudo e posteriormente divididos em pacientes com DRC com diabetes e sem diabetes. Foi considerado hipovitaminose D valores de 25(OH)D menores que 30ng/ml e deficiência valores menores de 15ng/ml.
RESULTADOS: Foram estudados um total de 312 pacientes; 171 nao diabéticos e 141 diabéticos. Quando comparados, os grupos nao foram diferentes em relaçao à idade, sexo, raça e funçao renal (MDRD), mas foi observado que diabéticos tem dosagem sérica de (25(OH)D) mais baixa [grupo DM = 19.5 (13.65 24.75) e grupo nao DM = 22,50 (16,9-27,7) ng/ml; p = 0,034] e níveis de proteinúria de 24h (PTU24) mais elevados [grupo DM = 0,68 (0,19 2,59) e grupo nao DM = 0,20 (0,12 0,57) ng/ml; p < 0,001]. Quando os pacientes foram classificados como insuficientes ou deficientes houve uma tendência de maior prevalência desses com deficiência de vitamina D no grupo de diabéticos [grupo DM26,5% (37/141); grupo nao DM = 16% (28/171); p: 0,056]. Numa análise de correlaçao dos níveis séricos de 25(OH)D com todas as variáveis presentes no grupo de pacientes diabéticos encontramos uma correlaçao negativa com a PTU24 (- 0,227; p = 0,034) e positiva com o nível sérico de albumina (0,414; p = 0,001).
CONCLUSAO: Pacientes diabéticos com DRC sao mais susceptíveis à hipovitaminose D em comparaçao a DRC por outras etiologias e, possivelmente, a proteinúria é um dos principais fatores relacionados à hipovitaminose D nesta populaçao.

 


 

PO: 51547

Prevalência intra-hospitalar de diabete mellitus em pacientes submetidos à internaçao clínica

Autores: Juliana Lobato Moreira; Ricardo Kunde Minuzzi; Angela Leite; Gabriela Sobral Vieira; Cláudio Stadnik; Cinthia Kruger Sobral Vieira*

cvieira@clinefrologia.com.br

Hospital Ernesto Dornelles.

INTRODUÇAO: o Diabetes mellitus (DM) possui prevalência elevada e é a quarta causa mais comum para procura de assistência médica. Além disso, está associado a uma série de comorbidades graves incluindo insuficiência renal crônica. A associaçao entre o DM e doenças cardiovasculares tem sido demonstrada nao somente nos pacientes que apresentam a forma clínica da doença, mas também em fases mais precoces e assintomáticas, cujas glicemias de jejum estao entre 100 mg/dL e 126 mg/dL
OBJETIVO: identificar diabéticos ou pré-diabéticos sem diagnóstico prévio submetidos à internaçao clínica.
MÉTODOS: foram alocados, entre junho e julho de 2015, 140 pacientes submetidos à internaçao clínica e que desconheciam o seu perfil glicêmico. A hemoglobina glicosilada foi utilizada como marcador para classificar os pacientes em nao diabéticos, pré-diabéticos e diabéticos. Foram analisadas características clínicas e demográficas e os dados foram submetidos à análise estatística inferencial univariada por meio dos testes qui-quadrado, exato de Fisher, ANOVA e Teste T.
RESULTADOS: 57 (40,7%) pacientes pré-diabéticos e 8 (5,7%) diabéticos. A maior parte dos pacientes com distúrbio glicêmico eram mulheres (73,8%) e a média de idade foi significativamente menor em pacientes nao diabéticos (70,3 anos vs. 77,7 anos). As prevalências de cardiopatia isquêmica, insuficiência renal, acidente vascular cerebral e uso de corticoides foram similares quando comparados os grupos diagnósticos.
CONCLUSAO: a prevalência observada de pré-diabetes e de diabetes em pacientes sem diagnóstico prévio foi bastante elevada, especialmente em mulheres com idade avançada. Os achados reforçam a necessidade de grandes estudos epidemiológicos que forneçam um melhor conhecimento sobre o perfil glicêmico da populaçao e com isto o manejo precoce preventivo de complicaçoes cardiovasculares e renais.

 


 

PO: 51460

Queixas urinárias na populaçao presente em campanha de prevençao da doença renal crônica em Maceió

Autores: Andréa Vanessa da Cunha Lima*; Marianne Daniele de Araújo; Attie Dalboni França; Priscila Cândido dos Santos; Ana Katharina de C D Lopes; Renata Oliveira Santos; Flávio Teles; André Falcao Pedrosa Costa

andrealima392@gmail.com

Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas.

INTRODUÇAO: A infecçao do trato urinário (ITU) é uma queixa bastante comum nas consultas de urgência ou nos ambulatórios de clínica médica e pediátrica, sendo uma das doenças bacterianas mais comuns no ser humano, principalmente no sexo feminino. Estima-se que 60 a 70% das mulheres terao pelo menos um episódio de infecçao urinária durante a sua vida. Além disso, ITU nao devidamente tratada e de repetiçao leva a comprometimento renal a partir de uma pielonefrite. A incontinência urinária é outra queixa comum, sendo mais comum em idosos e pode acompanhar a sintomatologia da ITU. A campanha do Dia Mundial do Rim (DMR) procura alertar a populaçao para a importância de se prevenir a doença renal crônica, ter bons hábitos de vida e os rins saudáveis, assim, durante a semana do DMR há atividades de conscientizaçao e esclarecimentos sobre o tema.
OBJETIVO: Avaliar a ocorrência de queixas urinárias (ITU e/ou incontinência) em populaçao entrevistada no DMR 2016 na capital de Alagoas.
MÉTODOS: Estudo retrospectivo e transversal de caráter observacional por meio da análise dos questionários propostos pela Liga Acadêmica de Nefrologia da Uncisal (LANU) durante o DMR do corrente ano.
RESULTADOS: Dos 121 entrevistados, durante as açoes promovidas para o DMR em Maceió, aproximadamente 32% afirmou que já teve ITU uma ou mais vezes na vida, cerca de 7,5% disse que já teve incontinência e 3,5% já teve ambos. Dos participantes, 62% eram do sexo feminino e 38% do sexo masculino. Quanto a prevalência de acordo com o sexo, verificamos que aproximadamente 42% do total de mulheres tiveram ITU ao menos uma vez na vida contra cerca de 15% dos homens. A faixa etária do estudo variou de 2 anos de idade a 90 anos. Quanto a idade, aproximadamente 54% da presença de ITU correpondeu a pessoas com 60 anos ou mais e cerca de 67% das queixas de incontinência também verificou-se nessa faixa etária.Quando questionados sobre a ingesta de água aproximadamente 18% ratificou que bebia pouca.
CONCLUSAO: A partir da análise dos questionários podemos perceber que a ITU é uma patologia comum, como relata a literatura, sendo mais prevalente no sexo feminino do que no masculino, assim como consta nas estatísticas. A incontinência urinária também mostrou-se acentuada na porcentagem de idosos. Ademais verificamos que campanhas como essa sao importantes para prevençao e promoçao de saúde.

 


 

PO: 50465

Relato de caso – eritrocitose secundária a um rim policístico unilateral

Autores: Guilherme Henrique Pento dos Santos*; Amanda Rangel Macedo Sarzedas; Alessandra Vieira Vargas; Cristiane Silveira Cunha

g.pentosantos@gmail.com

Centro Universitário de Volta Redonda – UNIFOA.

INTRODUÇAO: A doença renal policística é caracterizada pelo crescimento progressivo e desenvolvimento de cistos renais interferindo no funcionamento do órgao. A nefrectomia pode ser uma das indicaçoes terapêuticas dependendo das complicaçoes ocorridas. A eritropoetina é um fator de crescimento liberado pelos rins que influencia a maturaçao dos eritrócitos. Algumas lesoes renais podem ocasionar alteraçoes na liberaçao desse fator. O presente estudo trata-se de relato de caso de paciente que apresentou eritrocitose secundária a doença renal policística unilateral.
RELATO: Paciente masculino, 43 anos, procurou ambulatório por apresentar eritrocitose em exame de rotina. Relatou uso de Enalapril 5mg/dia para tratamento de HAS recente, negava tabagismo e etilismo. Ao exame físico massa palpável em hipocôndrio e flanco direito, sem adenomegalias. Hemograma apresentava HB 22,8g/dl HT 66% LEUC 7,9 e Plaquetas de 260.000. Solicitado tomografia de abdome que mostrou rim direito aumentado com 28×19 cm, afilamento cortical difuso e aspecto multicistico, rim esquerdo normal. Encaminhado ao Nefrologista que solicitou cintilografia renal na qual apresentou exclusao funcional do rim direito. Devido a HAS, eritrocitose importante, já submetido há duas flebotomias e nao funcionalidade renal direita encaminhado para realizaçao de nefrectomia unilateral direita via laparoscópica. Após um mês da cirurgia o paciente retornou apresentando hemograma com melhora da eritrocitose e funçao renal normal, o que mantém há 1 ano.
DISCUSSAO: O aumento do volume renal unilateral desencadeou estimulo para a produçao de eritropoietina, além de ocluir parcialmente o fluxo da arterial renal, ocasionando como forma de defesa do órgao a liberaçao de mais eritropoetina. Com o aumento de eritrócitos, o sangue se tornou mais espesso e acarretou complicaçoes como o aumento pressórico. Com o resultado da cintilografia, e a necessidade frequente de flabotomia foi indicada nefrectomia direita. Os resultados após a cirurgia comprovaram que a eritrocitose e a HAS desse paciente era realmente secundária ao rim policístico unilateral.
CONCLUSAO: O presente trabalho mostra que a doença renal policística, ainda que unilateral, pode causar alteraçoes sistêmicas graves enfatizando que o rastreamento de doenças renais nao deve ser descartado mesmo que a clínica direcione para outros diagnósticos.

 


 

PO: 50488

Relato de caso: cistite enfisematosa em paciente renal crônico sob hemodiálise de manutençao

Autores: Márcia Tereza Silva Martins; Emanuela Sancho; Joseneide Santos Queiroz; Cintia Santos Almeida; Paulo Benigno Pena Baptista; Carol Teixeira; José Genival Santos Cruz; Lia Bárbara Oliveira Costa

marjulia2000@uol.com.br

Hospital Sao Rafael.

INTRODUÇAO: A cistite enfisematosa (CE) é entidade clínica rara caracterizada por infecçao bacteriana ou fúngica criando bolsoes de gás no interior ou no entorno da parede vesical e consequente inflamaçao, cuja gravidade pode ir desde uma condiçao assintomática até doença ameaçadora à vida.O agente mais frequentemente envolvido é Escherichia coli, mas também há descriçoes de infecçao por Enterobacter aerogenes, Klebsiella pneumoniae, Proteus mirabilis e cândida. Pouco se sabe sobre a patogenia da doença, porém a hiperglicemia, comum em portadores de Diabetes Mellitus (DM) pode explicar o aparecimento de ambiente mais favorável para o crescimento de microbiota produtora de gás.Sao fatores de risco conhecidos, além do DM: sexo feminino, idade avançada, imunodepressao, infecçoes de trato urinário de repetiçao, obstruçao de suas vias, bexiga neurogênica e pacientes transplantados.
OBJETIVO: Descriçao de um caso de CE, condiçao caracterizada por presença de ar dentro da parede da bexiga, atipicamente em paciente portadora de Doença Renal Crônica em hemodiálise de manutençao ambulatorial de um centro satélite de Salvador-Bahia. Tem por objetivo, tornar mais conhecido o comportamento desta entidade clínica, por se tratar de manifestaçao rara, especialmente neste grupo de pacientes, possibilitando assim melhorias nas abordagens diagnóstica e terapêutica.
MÉTODO: apresentaçao de relato de caso após autorizaçao da paciente: LCS, sexo feminino, 28 anos, portadora de Diabetes Mellitus tipo1 e doença renal crônica estágio 5, em Hemodiálise há cerca de 3 anos, apresentou-se ao setor emergencial com dor abdominal intensa e vômitos. Na admissao, nao apresentava sinais de Infecçao urinária alta, manifestando apenas leve desconforto suprapúbico sem sinais de irritaçao peritoneal e com dados vitais normais. Klebsiella Pneumoniae foi isolada em urocultura e iniciado tratamento antibiótico endovenoso. Evoluiu porém com hematúria macroscópica com tomografia computadorizada, obtida subsequentemente, revelando presença de múltiplos gases na bexiga urinária.
RESULTADO: A paciente foi tratada com antibiótico específico para tal microorganismo e os achados clínicos foram resolvidos satisfatoriamente.
CONCLUSAO: Cistite Enfisematosa requer alto grau de suspeiçao para seu diagnóstico, especialmente em pacientes já sob HDM. Precoce detecçao e tratamento da CE é importante para evitar complicaçoes severas como a ascensao para trato urinário alto ou infecçoes necrotizantes de alta mortalidade.

 


 

PO: 51719

Síndrome de Budd-Chiari funcional em paciente com fenótipo hepático policístico grave secundário à DRPAD

Autores: Precil Diego Miranda de Menezes Neves*; Bruno Eduardo Pedroso Balbo; Eliezer Hitoshi Watanabe; Fernando Sales; Luiz Fernando Onuchic

precilmed61@yahoo.com.br

USP-SP.

INTRODUÇAO: Cistos hepáticos sao comuns na doença renal policística autossômica dominante (DRPAD). Contudo, doença hepática policística grave com aumento maciço do fígado e compressao de estruturas adjacentes constitui complicaçao incomum na DRPAD. Relatamos um caso de Síndrome de Budd-Chiari funcional em uma paciente com DRPAD.
RELATO DE CASO: Paciente do sexo feminino, 50 anos, com diagnóstico de DRPAD há 14 anos, procura serviço por aumento de volume abdominal e ascite, com repetidas punçoes de alívio. História familiar positiva para DRPAD. Ao exame físico, paciente desnutrida, sem edema de membros inferiores, com ascite tensa e circulaçao colateral. Exames: ureia: 103 mg/dL, creatinina: 3,77 mg/dL (CKD-EPI: 13 mL/min/1,73m2), sedimento urinário normal e proteinúria de 120 mg/24h. Marcadores hepatocelulares normais, com leve aumento de fosfatase alcalina, além de proteínas totais de 7,7g/L, albumina: 3,6g/L, sorologias para Hepatites B, C e HIV negativas. Líquido ascítico compatível com transudato, com culturas para bactérias e fungos negativa, e pesquisa negativa para células neoplásicas. Ecocardiograma revelou disfunçao diastólica discreta com fraçao de ejeçao normal. Tomografia de abdome evidenciou rins de tamanho aumentado com cistos renais bilaterais e grave hepatomegalia, com volume hepático estimado em 8 L e cistos hepáticos de vários tamanhos, nao poupando nenhum segmento hepático. A fase contrastada do exame evidenciou vários cistos hepáticos exercendo efeito compressivo sobre veias hepáticas, caracterizando Síndrome de Budd-Chiari, além de hipertensao portal por compressao portal extrínseca. Embora factível, intervençao por punçao dos cistos hepáticos com efeito compressivo nao seria resolutiva e foi considerada de elevado risco pelo potencial de sangramento. Neste cenário, optamos por transplante duplo, fígado-rim, ao qual a paciente foi submetida sem intercorrências clínicas ou cirúrgicas significativas. Atualmente a paciente encontra-se em uso de imunossupressores, com funçao renal e hepática preservadas, além de apresentar melhora substancial da qualidade de vida em virtude da diminuiçao do volume abdominal.
CONCLUSAO: Cistos hepáticos constituem a manifestaçao cística extra-renal mais frequente na DRPAD. Contudo, casos graves com aumento maciço do volume hepático e compressao de estruturas adjacentes constituem manifestaçao incomum, exigindo manejo em centros de referência.

 


 

PO: 50468

Síndrome Hemolítico Urêmica (SHU): relato de caso e revisao de literatura

Autores: Flávia Moreno Ferreira de Souza*; Ana Carolina yonamine Rodrigues Dias

flavia_moreno@hotmail.com

Hospital Regional de Mato Grosso do Sul.

INTRODUÇAO: A SHU é uma doença caracterizada por anemia hemolítica microangiopática, trombocitopenia e lesao renal aguda, relacionada à infecçao por Escherichia coli produtora de toxina Shiga, observada mais frequentemente em crianças. Apresenta taxa relativamente alta de remissao espontânea, porém em adultos há menor potencial para reversao da lesao renal.
OBJETIVO: Relatar um caso de SHU em adulto jovem e fazer revisao de literatura.
RELATO DO CASO: Paciente masculino, 34 anos, com quadro de febre, diarreia, náuseas, vômitos e hiporexia 7 dias antes da admissao, sem melhora com uso de sintomáticos. Admitido em hospital terciário com aumento de escórias nitrogenadas (ureia 408 mg/dl e creatinina 9,9 mg/dl), plaquetopenia e anemia hemolítica. Submetido à hemodiálise por 3 dias com melhora progressiva da disfunçao renal. Sob a suspeita de SHU, foi indicada realizaçao de plasmaférese, e a despeito da recuperaçao da funçao renal, houve persistência da hemólise, o que prolongou a terapia com plasmaférese até negativaçao de esquizócitos e normalizaçao do LDH. Paciente segue em acompanhamento ambulatorial, com funçao renal preservada, hemograma normal e marcadores de hemólise negativos.
DISCUSSAO: O quadro clínico clássico na SHU é caracterizado pelo pródromo de diarreia, dor abdominal, seguido da fase de lesao renal aguda com anemia hemolítica e plaquetopenia. Alguns fatores de risco em adultos incluem: puerpério, contraceptivos orais, complicaçoes da gestaçao (ex. pré-eclâmpsia), adenocarcinomas (ex. próstata), lúpus, síndrome do anticorpo antifosfolipídio, HIV, drogas (ex. ciclosporina, aciclovir). Os principais diagnósticos diferenciais sao a Púrpura Trombocitopênica Trombótica (pêntade de trombocitopenia, anemia hemolítica microangiopática, sinais e sintomas neurológicos, manifestaçoes renais diversas e febre) e a Síndrome Hemolítico Urêmica Atípica (nao associada a E. coli produtora de toxina Shiga, sendo vista em 5 a 10% dos casos de SHU, com alta taxa de morbimortalidade na fase aguda e em 50% dos casos pode evoluir para doença renal crônica terminal).
CONCLUSAO: Deve-se atentar para a incidência de SHU e diagnósticos diferenciais, instituindo tratamento precoce para minimizar os impactos da doença na vida do paciente, como a cronificaçao da doença renal.

 


 

PO: 51962

Síndrome Hemolítico Urêmica atípica pós parto e os benefícios do Eculizumab: série de casos no Norte do Brasil

Autores: Jarinne Camilo Landim Nasserala*; Hellen Caroline de Oliveira Pereira; Ricardo da Silva Sena; Monicely Rodrigues Sales; Gabriela do Santos Lazzare; Crenilda S. Oliveira Albuquerque

jclnasserala@gmail.com

Fundaçao Hospital Estadual do Acre.

INTRODUÇAO: Síndrome Hemolítico Urêmica atípica (SHUa), caracterizada por anemia hemolítica, trombocitopenia e insuficiência renal.
OBJETIVOS: Relatar três casos de SHUa pós-parto em um hospital do norte do Brasil.
RELATO DE CASOS: CASO 1: MVs, feminino, 38 anos, 2a gestaçao, apresentou óbito fetal, evoluiu no pós-parto com infecçao uterina, plaquetas: 24.000/mm3, anemia hemolítica com transfusao (6 concentrados), esquizócitos presentes, DHL (desidrogenase lática) 2.494U/L. Coombs direto negativo e ADMST13 normal. Creatinina sérica (Cr) 7mg/dL, iniciando hemodiálise. Ecocardiograma (ECO) com derrame pericárdico moderado. Provas negativas para Lúpus. Biópsia renal: microangiopática trombótica (mesangiólise), imunofluorescência negativa. Terapia com Eculizumab. Após um ano, recupera parcialmente a funçao renal, sem diálise há 5 meses, clearance de creatinina (Clcr) CKD-EPI 38,5ml/min.
CASO 2: JMT, feminino, 26 anos, 2 abortos, última gestaçao a termo, parto normal. Evoluiu com sepse foco uterino. Apresentou anemia hemolítica com transfusao (4 concentrados), coombs direto negativo, esquizócitos presentes, DHL 959U/L, plaquetas 116.000/mm3, Fator Anti-Nuclear e Anti-DNA nao reagentes, Cr 6,3mg/dL, iniciando hemodiálise. Biópsia renal: microangiopátia trombótica (mesangiólise, endoteliose), imunofluorescência negativa. No 3° mês em hemodiálise, iniciou eculizumab, evoluindo com melhora da funçao renal (Clcr 33,6ml/min), suspendendo a mesma. Também tem ECO com Fraçao de ejeçao (FE) de 28% e miocardiopatia dilatada. Após início do eculizumab e medidas clínicas, melhorou FE.
CASO 3: ELSO, 37 anos, 2 partos normais, 3 abortos. Após 2 meses do último aborto, apresentou insuficiência renal, iniciando hemodiálise, anemia hemolítica com esquizócitos, coombs direto negativo e plaquetas 65.400/mm3. Na admissao, diagnosticado Lúpus, iniciado corticóide e ciclofosfamida (2 pulsos), porém sem melhora do quadro. Feito eculizumab há 3 semanas pela Microangiopátia trombótica associada ao Lúpus. Ainda em diálise. Realizou Biópsia renal: Nefrite Lúpica classe IV, padrao de glomerulonefrite rapidamente progressiva, índice de atividade 15 em 24. O ECO mostrou miocardiopatia dilatada e FE 29%.
CONCLUSAO: SHUa, afecçao grave, leva a deterioraçao e perda renal irreversível, caso nao seja tratada adequadamente. O eculizumab, único tratamento disponível, melhora o prognóstico e desfecho da doença, como no caso relatado com recuperaçao da funçao renal mesmo após um ano em hemodiálise.

 


 

PO: 50655

Task Force para diagnóstico de microangiopatias trombóticas

Autores: Renata Oliveira Santos*; Andréa Vanessa da Cunha Lima; Attie Dalboni França; Júlia Matida de Melo Silvestre; Lorena Ventura Picanço e Silva; Luiz Guilherme Finotti Camargo de Almeida; Flávio Teles; André Falcao Pedrosa Costa

renataoliveira216@gmail.com

Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas.

INTRODUÇAO: As Microangiopatias Trombóticas (MATs) sao síndromes hereditárias ou adquiridas, de início súbito ou gradual, cujas manifestaçoes fenotípicas mais comuns sao: Púrpura Trombocitopênica Trombótica (PTT), Síndrome Hemolíttica Urêmica Típica (STECSHU) e Síndrome Hemolítica Urêmica Atípica (SHUa). As MATs levam a espessamento do endotélio, edema da célula endotelial, destacamento da membrana basal e formaçao de microtrombos, culminando em lesao de diversos órgaos. Compartilham em comum, apesar de serem entidades específicas, a raridade em suas prevalências.
OBJETIVO: Avaliar a prevalência de MATs em uma populaçao de pacientes criticamente enfermos internados nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) destinadas a adultos da cidade de Maceió-AL.
MÉTODO: Após análise e aprovaçao do CEP, desenhou-se estudo clínico de prevalência, nos moldes de uma Task Force durante 90 dias ininterruptos com aplicaçao de um fluxograma padrao, cujo dado primário era plaquetopenia, para implementar suspeiçao diagnóstica. Para o diagnóstico diferencial foi usada dosagem de DHL, haptoglobina, ADAMST13 e pesquisa de esquizócitos, sempre que o fluxograma apontasse para uma MAT inquestionável.
RESULTADOS: No período foram estudados 490 pacientes: predomínio de homens (55,92%); idade de 59,5 anos ± 21,13 (13 97). Desses, 206 (42%) apresentaram plaquetopenia em algum momento de sua internaçao. Houve 8 (3,88%) de MAT, os quais 3 (0,61%) tiveram diagnóstico presuntivo de SHUa, ambos necessitaram de Ventilaçao Mecânica (VM) e Terapia Renal Substitutiva (TRS), porém foram a óbito antes do completo esclarecimento diagnóstico. Cinco indivíduos (1,02%) tiveram PTT, apenas um teve alta, os demais evoluíram a óbito por outra causa, todos necessitaram de VM, três precisaram de TRS. Nao encontramos pacientes com diagnóstico presuntivo de SHU por Shiga toxina. Os casos de PTT, foram tratados com plasmaférese efetiva: aspecto positivo da pesquisa.
CONCLUSAO: A prevalência de MAT é baixa, mas diante da importância do diagnóstico e principalmente de seu diagnóstico diferencial, a aplicaçao de modelos de Task Force podem contribuir para maior precocidade na suspeiçao, correta confirmaçao e, assim, alterar os sombrios prognósticos típicos dessas entidades.

 


 

PO: 51750

Tuberculose renal em paciente portador de diabetes mellitus e doença renal crônica; relato de caso

Autores: Luiza Pego da Silva; Monique Vércia Rocha e Silva; Miguel Angelo Goes; Gianna Mastroianni Kirsztajn; André Luiz Fonseca Potratz; Samuel Shiraishi Rollemberg*; Marcelino de Souza Durao Junior; Mauricio Higasiaraguti

samuelsra18@gmail.com

UNIFESP.

INTRODUÇAO: A incidência de Tuberculose (Tb) está aumentando, principalmente em países desenvolvidos. Cerca de nove milhoes de novos casos ocorrem a cada ano no mundo segundo a OMS. Casos de Tb extrapulmonar tornaram-se mais comuns com o advento de infecçao por HIV e o aumento de transplante de órgaos. O subdiagnóstico da Tb contribui para a progressao da doença renal crônica (DRC).
OBJETIVO: Relatar e destacar a importância de Tb renal em pacientes com piúria estéril e DRC.
RELATO DE CASO: Feminino, 47 anos, com edema de membros inferiores, desde Novembro/2015, associado à dispneia progressiva, ganho ponderal de 25kg em 15 dias, oligúria e urina espumosa. Antecedentes de HAS, DM, DRC nao dialítica e tabagismo (50 anos/maço). Exames complementares: creatinina 3,29 mg/dL, ureia 93 mg/dL, colesterol total 264 mg/dL, HDL 17 mg/dL, triglicerídeos 413 mg/dL, albumina 1,1 g/dL, Hb 8,6 g/dL; proteinúria 24h de 2,91 g, urocultura e hemocultura negativas; urina I: leucócitos > 1.000.000/mL e eritrócitos 225.000/mL, DE negativo. USG evidenciou acentuada dilataçao pielocalicinal bilateral, sem fator obstrutivo caracterizado, parênquima renal com espessura preservada e ecogenicidade difusamente aumentada (RD: 11,7 cm e RE: 12,3 cm). FAN, ANCA, anti-DNA nativo, fator reumatoide, anti-ENA e crioglobulinas resultaram negativos, assim como as sorologias para hepatites B e C, HIV e Sífilis. Iniciado tratamento para ITU, inicialmente com Ceftriaxone, escalonado para Meronem, sem apresentar melhora. Realizada pesquisa de BAAR na urina e urocultura com resultados positivos. Iniciado tratamento com esquema RIPE, doses corrigidas para funçao renal, apresentando melhora clínica e laboratorial.
DISCUSSAO: Tb renal é um local frequente de lesao por M. tuberculosis extrapulmonar e pode se apresentar inicialmente com proteinúria, piúria e perda de funçao renal. O caso em questao mostrou-se com disfunçao renal progressiva, apresentando resposta após introduçao de tuberculostáticos, introduzidos após cultura positiva para BAAR. Em pacientes imunossuprimidos e provenientes de áreas endêmicas, com sedimentos urinários inexplicáveis, deve-se aumentar o grau de suspeita para Tb renal.

 


 

PO: 48995

Tumor de Wilms em adulto com metástase à distância

Autores: Luiz Henrique Paranhos Tourinho*; Francisco Tiago Gomes de Lucena; Amanda Júlia Gualter Nunes; Gabrieli Marques de Souza Silva; Carolina Negrao Baldoni

luizhtourinho@hotmail.com

Fundaçao Universidade Federal de Rondônia.

INTRODUÇAO: o nefroblastoma, conhecido como Tumor de Wilms, corresponde a um tipo de neoplasia maligna que, raramente, acomete a populaçao adulta, tendo maior incidência na primeira infância. O desenvolvimento da doença pode ser assintomática ou produzir uma massa abdominal. Geralmente, há acometimento de apenas um dos rins, porém, há relatos de bilateralidade, além de um número considerável de casos com presença de metástases.
OBJETIVO: descriçao de um caso de Tumor de Wilms em adulto, diagnosticado no ano de 2011, através de análises e revisoes de prontuários, exames laboratoriais e imagens.
MÉTODO: RELATO DE CASO. S.B.M., feminino, 33 anos, perda ponderal de 14,3 Kg em 1 ano e 2 meses e presença de massa abdominal à esquerda. A paciente foi diagnosticada com Tumor de Wilms à esquerda (18cm) com metástase à distância (nefroblastoma tipo misto sem anaplasia e com necrose). Dois meses após o diagnóstico, foi submetida à nefrectomia radical esquerda, esplenectomia, pancreatectomia caudal com margem positiva e gastrectomia parcial. Vale ressaltar que, nos exames pré-cirúrgicos, verificou-se a presença de invasao neoplásica da glândula suprarrenal e metástase linfonodal. Transcorrido um semestre após a cirurgia, com quadro clínico de volumosa ascite, foram detectados: implantaçao neoplásica peritoneal, metástase hepática e recidiva em loja esplênica. Ademais, com o decorrer do tempo, verificou-se, via exames de imagem, a reduçao da lesao residual na topografia do leito cirúrgico renal esquerdo e a presença de nódulos pulmonares e ovarianos. A paciente foi exposta à quimioterapia a partir dos seguintes fármacos: vincristina, dactinomicina, carboplatina, irinotecano, ciclofosfamida e topotecano. Recentemente, foi submetida à paracentese em funçao de ascite. Atualmente, porém, manifesta boa tolerância ao tratamento quimioterápico.
RESULTADOS: via comparaçao com outros relatos de caso de Tumor de Wilms em adultos – publicados em meios científicos – verifica-se que tal patologia apresenta prognóstico pior quando comparado ao nefroblastoma na criança.
CONCLUSAO: devido ao diagnóstico de Tumor de Wilms em adultos ser feito, mais comumente, em estágios avançados, os pacientes tendem a apresentar mau prognóstico. O seguimento da quimioterapia varia com o estadiamento do tumor e está relacionada à estabilizaçao das lesoes à distância. Por isso, deve ser administrada em todos os pacientes.

 


 

PO: 51885

Uso de Eculizumab em nefrite lupica e microangiopatia trombótica: seguimento de 1 ano

Autores: Maria Izabel de Holanda*; Lilian Monteiro de Palma; Fernanda Feres; Teresa Wagner; Alicia imada; Luis Fernando Christiani

izabeldeholanda@gmail.com

Hospital Federal de Bonsucesso.

A microangipatia trombótica está associada com lúpus em 0,5% a 10% dos casos. A apresentaçao e evoluçao desses pacientes sao piores comparando-se a pacientes com nefrite lúpica. A fisiopatologia ainda é incerta. Este é um relato de caso de uma paciente do sexo feminino, 18 anos, sem doenças prévias. Iniciou quadro de febre, dor abdominal e disúria tratada inicialmente como ITUI. Evoluiu com erupçao cutânea, oligoanúria, náuseas e vómitos. Foi internada e iniciou hemodiálise no mesmo dia. Os exames iniciais mostraram trombocitopenia, anemia, LDH elevado, haptoglobina diminuída, esquizócitos, teste de Coombs direto e sorologias virais negativas, exame de urina com hematúria e proteinúria. FAN e anti DNAds positivos, anti anticorpo fosfolipídios e anti cardiolipina foram negativos, VDRL negativo, ADAMST13 96%, C3 e C4 baixo. Foi feito o diagnóstico de LES e iniciado o tratamento com pulso de metilprednisolona 1g por 3 dias e ciclofosfamida 1 g IV mensal/6meses. Após 55 dias de tratamento, ela ainda apresentava-se em hemólise evidente e anúria. Iniciou-se eculizumab e depois de uma semana a contagem de plaquetas aumentou, permitindo uma biópsia renal que mostrou nefrite lúpica classe IV e microangiopatia trombótica. Após a terceira dose de eculizumab houve melhora da anemia e ela apresentou diurese. A paciente recebeu alta hospitalar um mês depois do início da medicaçao sem necessidade de hemodiálise. Após um ano, ela mantém-se com eculizumab a cada duas semana. Sua creatinina atual é de 2,1 mg/dL, hemoglobina 11 g /dL, contagem de plaquetas 215.000 /mm3 e LDH normal. FAN e anti dnads negativos, Ac anti fosfolipídios negativo, Ac anti cardiolipina negativo, C3 e C4, com valores normais. Apresentava 2g de proteinúria. A biópsia renal após um ano nao mostrou sinais de microangiopatia trombótica e, também nao demonstrou atividade de doença. Este é um caso de sucesso do uso de eculizumab em lupus associado a microangiopatia trombótica. Autores sugerem que o desenvolvimento do LES, especialmente a nefrite lúpica está intimamente associada com a ativaçao do complemento induzida por imunocomplexo através da via clássicas,porém a ativaçao da via alternativa do complemento poderia refletir a atividade da doença e também pode desempenhar um papel na ativaçao do complemento a ativaçao induzida por lesoes de autoAc e resposta inflamatória no LES. O bloqueio do complemento nestes casos têm demonstrado ser uma opçao terapêutica com boa resposta.

 


 

PO: 50502

Uso do eculizumab na Síndrome Hemolítica Urêmica Atípica no puerpério superposta a Síndrome HELLP

Autores: Stael Moura da Silva*; Victor Moura da Silva Guércio; Rafael Moura da Silva Guércio; Rayssa Piazzi Rocha; Miriam Helena Piazzi Rocha; Taciana Gabriele Silva Holzapfel; Breno Machado Neves; Luiza Corrêa Rodrigues

staelmourasilva@gmail.com

UFJF.

A Síndrome Hemolítica Urêmica Atípica (SHUa) é uma patologia sistêmica, ocasionada por um distúrbio de ativaçao da via alternativa do sistema complemento, que induz à ativaçao descontrolada e aparecimento de microangiopatia trombótica, com altas taxas de morbimortalidade. Esta condiçao pode ser efetivamente tratada com um bloqueador específico do C5, que impede a formaçao da C5-convertase e formaçao do complexo de ataque à membrana, impedindo a perpetuaçao da lesao do endotélio pelo sistema. Nosso objetivo é o de relatar o caso de uma puérpera, 22 anos, sem histórico patológico pregresso relevante, que evoluiu no pós-parto imediato com um quadro clínico-laboratorial de síndrome HELLP, porém sem resposta adequada às medidas terapêuticas, como controle rigoroso dos níveis pressóricos, administraçao de sulfato de magnésio e hidrataçao com manutençao de bom fluxo urinário. A paciente evoluiu com paresia e posterior plegia de dimídio direito, alteraçoes visuais, insuficiência renal aguda, plaquetopenia persistente e hematúria macroscópica. Foi submetida a 3 sessoes de infusao de plasma, associadas a hemodiálise e um grama de metilprednisolona. O quadro neurológico apresentou melhora da força muscular em dimídio direito, manifestando, porém, com a piora da funçao renal, quadro de insuficiência respiratória, hipertensao arterial de difícil controle e tornando-se anúrica após a terceira infusao de plasma. Diante deste quadro foi iniciado Eculizumabe, com retorno da diurese clara após as primeiras 6 horas de administraçao da droga, melhor controle dos níveis pressóricos e controle volemia. No D0 Eculizumabe o nível de creatinina era 2mg%(HD no dia anterior), D1: Creatinina: 2,4mg%, nao sendo necessário mais terapia de infusao de plasma e hemodiálise. Creatinina sérica retornando ao normal no D5: 1,0mg%. Houve a reduçao progressiva dos anti-hipertensivos, sem sequela neural e estando atualmente somente em uso do Eculizumabe. Como já descrito na literatura, esta condiçao pode ser tratada efetivamente com Eculizumabe, permanecendo ainda um desafio o diagnóstico rápido e principalmente quando associado a gravidez. Quanto à descontinuaçao do tratamento após remissao completa e resoluçao da causa precipitante, é um desafio e deverá ser realizada criteriosa avaliaçao dos riscos individuais, perfil genético, e histórias pregressa e familiar.

 


 

PO: 51877

Vitamin D and proteinuria: critical review of molecular basis and clinical experience

Autores: Carlos Ruben Salinas Ramos*; Juan Daniel Diaz Garcia*; Maria Vanessa Diaz Garcia; Karla Valeria Diaz Garcia

carlos_pifi_esm@hotmail.com

Instituto Politecnico Nacional.

INTRODUCTION: Proteinuria is the main predictor of progression of chronic kidney disease. Drugs that block the renin-angiotensin-aldosterone system (RAA) reduce proteinuria and slow the progression of the disease. However, its effect is suboptimal, and residual proteinuria persists as a significant predictor of renal impairment. Vitamin D has pleiotropic effects that could impact on these parameters and, although it is a surrogate biochemical parameter, it is now recognized as the first therapeutic target in the management of CKD. In the clinical field, many drugs have been tried to reduce residual proteinuria and others are being tested. In this regard, vitamin D and its derivatives have shown a broad range of effects multisystemic, affecting kidneys, cardiovascular tree and the immune response.
OBJECTIVE: It is to analyze the biological bases and the degree of evidence in the clinical setting of the use of vitamin D receptor agonists and vitamin D (VDR) as potential antiproteinuria drugs.
MATERIAL AND METHOD: molecular and experimental bases that suggest a antiproteinuric effect of activating the vitamin D receptor (VDR) and the available evidence on their anti-proteinuric effect in clinical practice are critically reviewed. RESULTS In animal models it has seen a antiproteinuric effect of VDR activation, which could be due to a direct protective action on the podocyte or other pleiotropic effects that slow the activation of the RAA system, inflammation and fibrosis. Clinical trials have been conducted in patients generally deficient or insufficient vitamin D and most of them (VITAL) demonstrate that paricalcitol improve the primary objective of the study (decrease urinary albumin creatinine ratio).
CONCLUSIONS: In this sense, the information available is insufficient to advise the use of native vitamin D or VDR activators as anti-proteinuria drugs renoprotective beyond the experimental field. Two Spaniards and an Italian clinical trials try to clarify the effect of paricalcitol and vitamin D on the residual proteinuria in various clinical circumstances (PALIFE, NEFROVID and PROCEED).

 

NEFROLOGIA PEDIATRICA

PO: 51978

Avaliaçao da funçao renal e do metabolismo mineral ósseo em pacientes com distrofia muscular de Duchenne

Autores: Maria Goretti Moreira Guimaraes Penido; Anna Carolina Dias Munaier Lages; Juliana Gurgel Gianetti; Marcelo de SousaTavares; Mônica Araújo; Ana Elisa ResendeTavares; Ana Clara Rezende dos Santos; Bernardo Rojas Antonini*

beantonini14@gmail.com

Santa Casa de Belo Horizonte.

INTRODUÇAO: A distrofia muscular de Duchenne (DMD) está associada à complicaçoes em múltiplos orgaos. Até a presente data pouco se sabe sobre a funçao renal nesses pacientes e se estes poderiam apresentar reduçao da densidade mineral óssea (DMO) independente da corticoterapia.
OBJETIVO: Avaliar a funçao renal e o metabolismo mineral ósseo em pacientes pediátricos com DMD, comparando-os com controles normais.
MÉTODOS: Estudo transversal com 29 crianças e adolescentes (P) e 13 controles masculinos sadios pareados (C). A análise incluiu: cálcio, fósforo, fosfatase alcalina, ureia, creatinina, 25 OH vitamina D e hormônio paratireoide (PTH) séricos; cálcio, citrato, fosfato e creatinina em urina de 24 horas. A densidade mineral óssea (DMO) foi medida por DXA, na coluna lombar (L1-L4) e calculado o escore z. Os pacientes foram divididos em 2 subgrupos: cadeirantes e nao cadeirantes, e usuários e nao usuários de corticoides. Análise estatística: Shapiro-Wilk, média ± DP ou mediana, teste T ou Mann Whitney, Pearson ou Spearman. Estudo aprovado pelo comitê de ética local.
RESULTADOS: Nao houve diferença para idade, peso, escore z IMC, cálcio sérico, e PTH entre pacientes e controles. História de fratura de diáfise estava presente em 27,6% dos pacientes e 87,5% deles usavam corticoide. A 25OH vitamina D estava abaixo dos valores de referencia em 93,1% dos casos. Creatinina (p = 0,0001) e fosfatase alcalina séricas, creatinina (p = 0,0001), cálcio (p = 0,005) e citrato urinários foram menores nos pacientes quando comparado aos controles. Por outro lado, o fósforo sérico e a reabsorçao tubular de fosfato foram maiores nos pacientes. O escore z da DMO da coluna lombar foi significativamente menor nos pacientes (p = 0,0001), sem diferenças entre os subgrupos. Os cadeirantes eram mais velhos, mais pesados, mais altos e tinham mais escoliose que os nao cadeirantes. Entretanto, tinham creatinina urinária, reabsorçao tubular de fosfato e PTH menores que os nao cadeirantes. Os nao usuários de corticoide tinham PTH menores que os usuários.
CONCLUSOES: Detectou-se hiperfiltraçao nos pacientes, entretanto, creatinina sérica e urinária nao têm valor para avaliar funçao renal na DMD. Houve significativa reduçao da DMO, provavelmente devido à açao conjunta da corticoterapia, reduzida massa muscular, reduzida carga mecânica sobre os ossos e citocinas inflamatórias.

 


 

PO: 50513

Dia mundial do rim 2016; prevençao da DRC na infância – relato de experiência

Autores: Nathália Campello Guedes dos Anjos*; Marcela Maria Pimentel de Oliveira; Marília Cristina de Oliveira Gonzaga; Izaura Gomes Correia; Luciana Pimentel de Andrade; Mayara Fontes Leite de Sá; Luís Henrique Bezerra Cavalcanti Sette

campello.nga@gmail.com

Universidade Federal de Pernambuco.

INTRODUÇAO: A hipertensao arterial sistêmica (HAS) é a doença crônica de maior prevalência mundial. Apesar de ser mais frequente na idade adulta, ela pode ocorrer na infância; no Brasil, estima-se em 6% a taxa de prevalência nesta faixa etária, sendo 8 vezes maior a chance de desenvolver hipertensao na infância quando estabelecida a obesidade. Outros fatores de risco determinantes para a elevaçao da pressao arterial (PA) na infância sao: dislipidemia, Diabetes mellitus tipo 2, sedentarismo, fatores genéticos, ambientais e dietéticos. Quando associados, esses fatores potencialmente gerarao crianças hipertensas, com risco aumentado de comorbidades como a doença renal crônica no futuro.
OBJETIVO: Baseado na importância da prevençao da HAS na faixa pediátrica, foi realizada uma açao pela Liga Acadêmica de Nefrologia de Pernambuco-LANEPE no Dia Mundial do Rim 2016 com o objetivo de orientar as crianças sobre bons hábitos de saúde e identificar crianças com fatores de risco ou que já tivessem valores pressóricos e de IMC alterados.
MÉTODO: A intervençao, baseada no programa de saúde na escola, foi realizada em uma escola municipal do Recife-PE, contando com estudantes do 1° ao 4° ano, com faixa etária entre 6 e 13 anos. A açao iniciou-se com uma breve explanaçao sobre o conceito de hipertensao e orientaçoes sobre bons hábitos, seguidos de uma avaliaçao de altura, peso e PA dos alunos, baseado no protocolo adotado pela Sociedade Brasileira de Pediatria. Ao fim, as crianças receberam uma garrafa para estimular a maior ingestao de água, além de um informativo sobre a hipertensao.
RESULTADOS: Foram avaliadas 35 crianças, entre as quais 60% tiveram valores de PA normal, 8,57% valores limítrofes, 20% hipertensao tipo 1 e 11,43% hipertensao tipo 2; 42% estava fora do peso ideal, sendo a maior parte com sobrepeso e obesidade. Dentre as crianças com PA alterada, 57% também apresentaram valores elevados de IMC.
CONCLUSAO: A avaliaçao da PA deve integrar a rotina do atendimento às crianças e adolescentes. As consultas na atençao básica constituem a melhor oportunidade de flagrar uma alteraçao ainda inicial e de possível controle, de modo a tratar o paciente precocemente e estimular a prevençao da doença renal crônica ainda na infância.

 


 

PO: 51967

Diabetes insipidus nefrogênico familiar; aspectos evolutivos

Autores: Ludmila Elaine Luders*; Mariana Rodrigues Lima; Lucas Zambusi Naufel; Olberes Vitor Braga de Andrade

ludmila_luders@hotmail.com

Santa Casa de Sao Paulo.

INTRODUÇAO: O diabetes insipidus nefrogênico primário (DINP) caracteriza-se pela insensibilidade do néfron distal ao efeito antidiurético do hormônio vasopressina (ADH). Na maioria dos casos ocorre uma mutaçao no gene do receptor de vasopressina 2 (AVPR2), correspondendo a herança recessiva ligada ao X e menos comumente, pode ser de herança autossômica dominante ou recessiva através de mutaçoes nos canais de aquaporina 2 (AQP2). A consequência clínica primária deste distúrbio genético é a poliúria, cursando com desidrataçao e distúrbios eletrolíticos, tais como a hipernatremia. Como complicaçoes, os pacientes estao sob o risco de apresentarem déficit pondero-estatural, retardo mental, distúrbios cognitivos e calcificaçoes cerebrais devido aos episódios de hipernatremia recorrente.
OBJETIVO: avaliar aspectos evolutivos de 4 casos familiares de DINP, sendo irmaos pertencentes a 2 famílias distintas, acompanhados ambulatorialmente.
RESULTADOS: Quatro pacientes do sexo masculino com idade atual media de (7,20 + 6,63) encontram-se sob seguimento variando de 6 meses a 17 anos (8,75 + 9,12). As manifestaçoes clínicas iniciais começaram entre 2 meses e 3 anos (1,58 + 1,44), consistindo de poliúria e polidipsia (100%), crises convulsivas (25%), nictúria (25%), hipernatremia (100%), hipostenúria (100%) e déficit pondero-estatural inicial (100%). Teste de restriçao hídrica e ausência de resposta ao acetato de desmopressina foi realizado em 75% dos casos, excetuando-se um irmao de paciente índice, o qual apresentava evidência clínico-laboratorial compatível com o diagnóstico. Além de oferta hídrica generosa e restriçao salina, amilorida e tiazídicos foram utilizados em todos os pacientes. Espironolactona foi utilizado em 50% pacientes, devido hipocalemia associada. Indometacina foi administrado em 75% dos casos, excetuando-se um paciente o qual apresenta boa evoluçao, sem necessidade desta medicaçao. Desses pacientes que fizeram uso de indometacina 33% apresentaram nefrotoxicidade sendo necessária suspensao da medicaçao mantendo-se estável clinicamente. Todos os pacientes apresentaram tomografia de crânio dentro da normalidade, sem indícios de calcificaçoes ou comprometimento neurológico. O ganho pondero-estatural foi satisfatório em todos os pacientes.
CONCLUSAO: Sao fundamentais o diagnóstico e tratamento precoce da DINP com objetivo de evitar déficit pondero-estatural e complicaçoes clínico-neurológicas.

 


 

PO: 51415

Diálise peritoneal crônica em crianças menores de 2 anos – desfechos em longo prazo

Autores: Maykel Philipe Bueno; Lucimary de Castro Sylvestre; Renato Sabah Soares; Patrícia Muchau*; EveliseTissori Vargas; Karen Previdi Olandoski; José Eduardo Claros Mercado; Elisane Izabela Wladika

pati.muchau91@icloud.com

Pontifícia Universidade Católica do Paraná.

INTRODUÇAO: A Diálise Peritoneal (DP) é o método dialítico mais utilizado em crianças, sobretudo nas crianças menores. A faixa etária que compreende as crianças abaixo de 2 anos é um desafio para qualquer tipo de Tratamento Renal de Substituiçao (TRS) e há grande carência de Centros Especializados que atendam essa populaçao. As complicaçoes sao frequentes e a evoluçao para óbito é uma constante ameaça. Conhecer essa populaçao e como evoluem esses pacientes é muito importante no âmbito da pediatria.
OBJETIVOS: Avaliar os desfechos em longo prazo de crianças menores de 2 anos que iniciaram DP crônica.
MÉTODOS: Foi realizada uma análise retrospectiva dos prontuários de crianças em DP por mais de 3 meses em um hospital pediátrico, de janeiro 2000 a dezembro de 2015. Analisamos dados demográficos, doença de base, tempo em DP, necessidade de mudar a modalidade de diálise e tempo para transplante, considerando 2 períodos: 2000 a 2007 (1°) e 2008 a 2015 (2°). Excluímos crianças que iniciaram diálise com idade superior a 2 anos, aquelas que vieram de outro hospital e crianças que tiveram a hemodiálise (HD) como TRS.
RESULTADOS: 31 pacientes foram selecionados, sendo a maioria meninos (87%). A idade média ao iniciar DP foi 8,2 meses. 22 pacientes começaram DP com menos de 1 ano de idade. A maioria dos pacientes tinha doença renal crônica secundária à malformaçao congênita do trato urinário. Dez pacientes (32%) tiveram que mudar para HD, 7 (70%) por peritonite. O tempo médio em DP foi 18,2 meses. Treze pacientes foram transplantados; a idade média ao primeiro transplante foi 4 anos, após uma média de tempo total em diálise de 37 meses. Ao considerar o 1° e 2° períodos, as crianças eram mais jovens (p = 0,030) e transplantadas mais rapidamente no 2° período (p = 0,009). A funçao renal de 4 pacientes melhorou, 10 (32%) faleceram, sendo que 4 desses estavam em DP, 3 em HD e 1 era transplantado. Ao final desse estudo, em dezembro de 2015, 21 ainda estavam vivos 4 em tratamento conservador, 12 transplantados e 5 continuavam em DP.
CONCLUSAO: Nossa coorte apresentou predomínio do sexo masculino, DRC associada à malformaçao congênita do trato urinário, semelhante a outros estudos. A necessidade de mudar o método por peritonite é frequente nessa populaçao. Houve um longo período de espera para o transplante, índice que melhorou nos últimos anos. Apesar das 10 mortes, a maioria dos pacientes ainda estava viva no final do estudo, com metade deles com enxerto renal funcionante.

 


 

PO: 50427

Fenótipo Pallister-Killian e suas repercussoes renais: um relato de caso

Autores: Tayná Gontijo de Carvalho*; Cléo Bragança Cardoso Tammela; Bárbara Neffá Lapa; Ariane Arruda de Moura; Amanda Vanessa Demarchi; Márcia Michelle Souza da Silva; Mário Sales do Carmo Filho; Jovarci Motta

taynag.carvalho@gmail.com

Universidade Federal Fluminense.

INTRODUÇAO: A síndrome de Pallister-Killian (SPK) é uma condiçao clinicamente heterogênea e citogeneticamente caracterizada pela tetrassomia 12p em mosaico, geralmente observada em células de outro tecido que nao o sangue. Há pouca informaçao sobre o acometimento renal dessa síndrome na literatura.
MÉTODOS: Descriçao do caso clínico a partir de revisao de prontuário e exames complementares.
RELATO DE CASO: L.P.T, 7 meses, nascido à termo, parto vaginal, GIG, mae GII PII A0. USG do 2° trimestre evidenciou estenose de junçao pielocalicial à esquerda. Apresenta encefalopatia crônica nao progressiva com hipotonia, atraso do desenvolvimento e uma grande massa em abdome esquerdo. Além disso, apresenta facies sindrômica compatível com SPK bem como vários episódios de picos febris e convulsoes. Diagnosticado com epilepsia grave, padrao surto-supressao em eletroencefalograma refratária ao uso das medicaçoes (fenobarbital 6mg/kg/dia, ácido valpróico 64mg/kg/dia e piridoxina 200mg/dia) desencadeante de desnutriçao energética por baixa ingestao calórica (alimentaçao oral prejudicada) e broncoaspiraçoes recorrentes. A USG do aparelho urinário evidenciou na loja renal esquerda volumosa formaçao cística, medindo cerca de 12,5 x 7,3 cm, sugestiva de pelve renal muito dilatada. Ecocardiograma mostrou forame oval patente. A cintilografia renal com DMSA evidenciou uma funçao tubular reduzida de grau moderado de rim esquerdo e importante dilataçao do sistema pielocalicial, sendo indicado nefroplastia e gastrostomia com fundoplicatura. RNM evidenciou digenesia do corpo caloso. Ao exame, apresenta extensa massa abdominal à esquerda de origem retroperitoneal, hipotonia axial, fácies grosseira com cabelos esparsos e alopecia bitemporal, hipertricose, fronte proeminente, hipertelorismo, base nasal achatada, narinas antevertidas, filtro convexo e longo, macroglossia palato alto, lábio superior fino, implantaçao baixa das orelhas e macrostomia com comissuras labiais voltadas para baixo.
CONCLUSAO: Dissonante da literatura, na qual as manifestaçoes do trato geniturinário mais comuns sao criptorquidia, hipospadia, hidrocele e genitália pequena, nosso paciente nao apresentava as alteraçoes supracitadas, mas sim hidronefrose e estenose de JUP. Por se tratar de uma síndrome rara, com pouco mais de 200 casos descritos desde os relatos originais, o objetivo deste relato é enriquecer esta discussao e ampliar o conhecimento, sobretudo, das repercussoes nefrológicas da SPK.

 


 

PO: 50740

Hidroureteronefrose bilateral em paciente com diabetes insípidus nefrogênico congênito

Autores: Thiago Gabriel Simor; Wagner Barcelos Lopres; Viviane Patrícia Oliveira Barros; Rafaela Salenzze Calmon; Daniel Patrocínio Zen; Everlayny Fiorot Costalonga; Weverton Machado Luchi*

wmluchi@hotmail.com

UFES.

INTRODUÇAO: O diabetes insípidus nefrogênico (DIN) congênito é uma doença rara, responsável por 10% de todos os casos de diabetes insípidus (DI). Caracteriza-se pela incapacidade das células principais do ducto coletor em responder à arginina-vasopressina (AVP), e manifesta-se por poliúria hipotônica e polidipsia. A maioria dos casos estao relacionados a mutaçoes no gene do receptor V2 da AVP, localizado no cromossomo X. A dilataçao do sistema ureteropielocalicial (DPC), sem evidências obstrutivas, é uma complicaçao infrequente do DIN congênito, porém passível de comprometer a funçao renal.
RELATO DE CASO: Paciente masculino, com diagnóstico de DIN congênito desde os 2 anos, abandonou tratamento aos 16 anos. Em seguida, devido a intensa poliúria, iniciou comportamento voluntário de retençao vesical para reduzir a frequência urinária. Retornou para seguimento aos 26 com exames indicando doença renal crônica (DRC) estádio IV. Tomografia de abdome: acentuada hidroureteronefrose bilateral e significativa perda do parênquima renal. Urodinâmica: ausência de obstruçao infra-vesical, sensibilidade vesical reduzida e complacência aumentada, capacidade vesical de 2730 mL, resistência ureteral elevada e resíduo pós miccional elevado (72% do volume total). Biópsia vesical: parede espessada e trabeculada. No seguimento, evoluiu com piora de funçao renal e foi admitido em síndrome urêmica. Exames: creatinina 7,5 mg/dL, ureia 102 mg/dL, Hb 7,9 g/L, bicarbonato 11 mEq/L. Indicado inicio de terapia renal substitutiva.
DISCUSSAO: A DPC sem evidências de causas obstrutivas, ilustrado nesse caso, tem sido relatada em pacientes com DI, porém a sua etiologia é incerta. O aumento da pressao do trato urinário secundário ao acentuado fluxo urinário é considerado o principal fator causal (lei de Poiseuille). Em adiçao, é sugerido que a disfunçao, hipertrofia e dilataçao vesical estejam associados a: um mecanismo adaptativo ao excessivo fluxo urinário; a tendência de obstruçao do colo vesical devido a hipertrofia do músculo detrusor; e as constantes contraçoes voluntarias do esfíncter externo ureteral em vista do quase contínuo desejo de urinar.
CONCLUSAO: A potencial evoluçao para severa DPC e DRC terminal, enfatiza a necessidade de um rigoroso seguimento radiológico em pacientes com DIN, pois o diagnóstico precoce e tratamento com medidas para reduçao do fluxo urinário podem impedir essa grave complicaçao.

 


 

PO: 51416

Injúria renal aguda em crianças e adolescentes internados em um hospital terciário de referência

Autores: Patrícia Muchau*; Lucimary de Castro Sylvestre; Mara Rosa Ribeiro do Valle; Caio Pellizzari; Renato Sabah Soares; Maykel Philipe Bueno; Mariana Faucz Munhoz da Cunha; Donizetti Dimer Giamberardino Filho

pati.muchau91@icloud.com

Pontifícia Universidade Católica do Paraná.

INTRODUÇAO: A Injúria Renal Aguda (IRA) é uma complicaçao comum em pacientes pediátricos em situaçao crítica. As crianças e adolescentes podem ser submetidas a todos os tipos de Terapia Renal Substitutiva (TRS). A escolha do método dependerá da situaçao clínica, idade, peso do paciente e da disponibilidade dos métodos no Hospital. O nosso Hospital é terciário, de referência para o estado e regiao, já contava com Diálise Peritoneal (DP) e Hemodiálise (HD) e, desde janeiro de 2014, também tornou-se possível a realizaçao de Hemodiafiltraçao Venovenosa Contínua.
OBJETIVOS: Descrever dados clínicos, dados demográficos e desfechos em crianças e adolescentes que desenvolveram injúria renal aguda e foram submetidas à alguma forma de TRS em um hospital terciário de referência.
MÉTODOS: Foi realizada análise retrospectiva dos prontuários de todas as crianças e adolescentes (de 0 a 17 anos e 11 meses de idade) submetidos à TRS por IRA em nossa instituiçao, de Janeiro de 2014 a Junho de 2015. Nós excluímos pacientes com doença renal crônica, aquelas que faleceram nas primeiras 24 horas de internaçao e aquelas com dados incompletos.
RESULTADOS: Nossa coorte incluiu 81 pacientes, 50 (62%) meninos e 31 (38%) meninas, 49% tinham menos de 1 ano de idade. Os pacientes vieram transferidos de outra cidade em 65% dos casos. A principal causa de IRA foi pré-renal e a maioria delas era associada à cirurgia cardíaca. Os pacientes estavam em 1 das 4 unidades de terapia intensiva de nosso hospital em 91% dos casos. 69 pacientes demoraram para iniciar a diálise principalmente por falta de reconhecimento precoce da IRA. A DP foi a modalidade de escolha em 53% dos casos, hemodiálise intermitente em 20% e hemodiafiltraçao venovenosa contínua em 6%. Em 21% dos casos, os pacientes foram submetidos a mais de uma modalidade. 63% dos pacientes morreram, sendo 27% associado a choque cardiogênico e 27% com sepse ou choque séptico.
CONCLUSAO: A DP permanece a modalidade de TRS mais usada em nosso centro. Pacientes menores submetidos à cirurgia cardíaca representam a maioria dos casos de IRA. A taxa de mortalidade é alta, especialmente se associada às complicaçoes cardíacas e infecciosas. É preciso que haja reconhecimento rápido da IRA e início precoce da TRS.

 


 

PO: 51728

Pielonefrite xantogranulomatosa na infância

Autores: Rafael Barboza Trancoso*; Maria Isabel Lima dos Santos; Lauro Monteiro Vasconcellos Filho

trancosorafael@gmail.com

Universidade Federal do Espírito Santo.

INTRODUÇAO: Pielonefrite xantogranulomatosa é uma rara complicaçao de infecçao urinária crônica, grave, conhecida como A grande imitadora por mimetizar outros processos inflamatórios ou neoplasias. É tipicamente unilateral e pode ser focal, segmentar ou difuso. Acomete predominantemente adultos entre 5a e 7a década de vida e é mais comum no sexo feminino, raramente ocorrendo em crianças. O primeiro caso descrito na literatura de acometimento em criança foi em 1963.
MÉTODOS: Descriçao de caso clínico de paciente 7 anos de idade com pielonefrite xantogranulomatosa, sem histórico de infecçao urinaria de repetiçao ou obstruçao do trato urinário.
RESULTADOS: Paciente sexo feminino, 7 anos, previamente hígida, encontrava-se internada para investigaçao de febre alta diária, lombalgia à direita e queda do estado geral com 1 mês de evoluçao. Recebeu 7 dias de Amicacina para infecçao do trato urinário e em seguida 11 dias de Ceftriaxone devido ausência de melhora clínica. Urocultura da admissao positiva para Eschechiria coli (15000 UFC). Demais uroculturas foram repetidas durante internaçao, todas negativas. Modificado esquema antimicrobiano para ciprofloxacina devido piora clínica. Ultrassonografia mostrando rim direito com aumento do volume e coleçoes líquidas com debris. Tomografia mostrou pionefrose de rim direito relacionado a cálculo em junçao pieloureuteral. Realizada Cintilografia renal mostrando exclusao funcional do rim direito e submetida a nefrectomia total à direita. Histopatológico confirmou o diagnóstico de Pielonefrite Xantolgranulomatosa.
CONCLUSAO: A pielonefrite xantogranulomatosa é uma condiçao rara em crianças. Apesar do maior conhecimento clínico e radiológico da doença, infelizmente o diagnóstico de certeza só será dado pela anatomia patológica. O tratamento é cirúrgico, realizando-se nefrectomia.

 


 

PO: 51602

Programa de cooperaçao interinstitucional de transplante renal pediátrico e impacto no número de transplantes

Autores: Maria Goretti Moreira Guimaraes Penido*; Marcelo de Sousa Tavares; Carolina Moura Diniz Ferreira Leite; Mariana Guimaraes Penido de Paula; Felipe Beccatini de Caux; Martha Latif de Salles Gonçalves

mariagorettipenido@gmail.com

Unidade de Nefrologia Pediátrica da Santa Casa de Belo Horizonte – Unidade de Nefrologia Pediátrica do Hospital das Clínicas da UFMG.

INTRODUÇAO: O transplante renal é o método preferido para o tratamento da doença renal crônica terminal em crianças e adolescentes.
OBJETIVOS: Avaliar o impacto de um programa interinstitucional entre um grande e experiente centro transplantador pediátrico em outro estado (600 km de distância) e outro centro em formaçao, no número de transplantes realizados, durante um período de 3 anos.
MÉTODOS: Foram avaliados os transplantes renais pediátricos feitos ao longo dos 3 anos de programa, comparados às taxas brasileiras e àquelas referentes ao Estado de Minas Gerais. Discussoes de casos foram conduzidos semanalmente por teleconferência e foram registrados. A cooperaçao consistiu em curtos períodos de estágios (máximo um mês) de residentes de nefrologia pediátrica, enfermeira e 2 médicos (um nefrologista pediátrico e um cirurgiao pediátrico). A contagem anual de transplantes renais pediátricos no centro em desenvolvimento ao longo do período foi comparado com a média nacional, bem como com a média do Estado.
RESULTADOS: Desde 2011, trinta pacientes pediátricos foram transplantadas, 1 em 2011, 1 em 2012, 8 em 2013, 8 em 2014 e 12 em 2015. O programa interinstitucional foi realizado entre 2012 e 2014. Em comparaçao com a contagem nacional de transplantes renais pediátricos, o centro em desenvolvimento foi responsável por 0,34% (2011), 0,26% (2012), 2,59% (2013), 2,29% (2014) e 3,79% (2015) de todos os transplantes renais pediátricos. A análise dos transplantes renais pediátricos realizados dentro do Estado mostraram que o centro em desenvolvimento teve uma participaçao progressiva neste procedimento: a 5% (2011), 3,2% (2012), 34,7% (2013), 36,3% (2014) e 46,15% (2015). No entanto, houve uma queda na contagem total dos transplantes renais pediátricos durante o período até 2014, mas aumentou em 2015: 20 (2011), 31 (2012), 23 (2013), 22 (2014) e 26 (2015).
CONCLUSOES: Os resultados refletem sucesso do programa de cooperaçao interinstitucional, válido para o desenvolvimento de um centro de transplantes renais pediátricos com resultados progressivos. Os investimentos em campanhas educativas, visando especificamente a comunidade médica, bem como o público em geral, pode permitir um aumento ainda maior da contagem de transplantes renais pediátricos nos próximos anos. O modelo pode ser válido para localidades com o mesmo objetivo de aumentar o número de transplantes renais pediátricos.

 


 

PO: 51958

Relato de um caso: Síndrome de Denys-Drash

Autores: Camila Xavier Ruver*; Daniella Carolina Vargas Luzia Campos; Silvânia Franca Soares; Emmanuela Bortoletto Santos dos Reis

camilaruver@hotmail.com

Centro Universitário de Varzea Grande.

INTRODUÇAO: A Síndrome de Denys-Drash (SDD) é uma doença rara, caracterizada por mutaçao autossômica dominante no gene WT1, majoritariamente nos exons 8 e 9. Manifesta-se por esclerose mesangial difusa, associada ou nao a nefroblastoma e/ou pseudo-hermafroditismo masculino.
OBJETIVO: Relatar a mutaçao genética identificada em uma criança diagnosticada com SDD.
MÉTODO: AHSS, previamente hígida, foi diagnosticada com tumor de Wilms (rim esquerdo) aos 22 meses de vida e tratada com quimioterapia e nefrectomia. Durante a fase de manutençao terapêutica, evoluiu com proteinúria nefrótica, anasarca e hipertensao arterial de difícil controle. A ectoscopia, genitália feminina confirmada pelo cariótipo 46 XX. Na ocasiao, foi internada em unidade de terapia intensiva pediátrica (UTIP) para controle de crise hipertensiva, e mesmo recebendo associaçoes de antihipertensivos, infusoes diárias de albumina e pulsoterapia com metilprednisolona manteve perda progressiva da funçao renal. Após um mês em UTIP, foi evidenciada endocardite bacteriana por Stafilococcus aureus, iniciado antibioticoterapia guiada por antibiograma e ao final de 49 dias, evoluiu para óbito. Durante os primeiros dias de internaçao, procedeu-se o estudo genético.
RESULTADOS: Estudo genético demonstrou mutaçao no éxon 9, fragmento 347 pb, com substituiçao do aminoácido cisteína na posiçao 453 por uma tirosina, denominada p.Cis453Arg. De acordo com o The Human Gene Mutation Database, a mutaçao p.Cis453Arg (CM982049) está descrita como causadora da Síndrome de Denys-Drash.

 


 

PO: 50467

Tratamento hemodiálitico e qualidade de vida de crianças de 5 a 11 anos: percepçao dos cuidadores

Autores: Carolina Emanuele Oliveira Berlink; Tayana Trindade Guimaraes; Cíntia Carolina Silva Gonçalves

grande_loly@hotmail.com

Israelita Albert Einstein.

INTRODUÇAO: A criança em tratamento renal substitutivo tem sua vida escolar prejudicada devido ao seu afastamento, como consequência tem as suas relaçoes interpessoais significativamente reduzidas. Quando o paciente ainda é uma criança há uma necessidade que alguém da família se torne responsável, com a funçao de educar, orientar e estimular. Com a mudança no estilo de vida da criança, os cuidadores se veem diante de uma grande alteraçao na sua rotina diária tendo na maioria das vezes que sair de seus empregos e abdicar de seus sonhos. A criança em terapia dialítica tem alteraçoes em sua vida social, escolar, financeira familiar e emocional.
OBJETIVO: determinar as repercussoes da hemodiálise na qualidade de vida dos escolares a partir da percepçao dos cuidadores.
METODOLOGIA: Pesquisa qualitativa e descritiva, a partir de uma entrevista semi-estruturada realizada com os cuidadores de crianças entre 5 e11 anos que realizam hemodiálise em um hospital público de Salvador/Ba.
RESULTADOS E DISCUSSAO: A pesquisa foi realizada com cuidadores de idades entre 34 e 40 anos de um total de 8 crianças que dialisavam neste setor. A totalidade da amostra estudada relatou que houve mudanças expressivas na qualidade de vida, sobretudo no âmbito financeiro. 80% dos entrevistados moram no interior, o que só intensifica as mudanças na rotina familiar. Maior parte dos cuidadores relataram impacto também no âmbito escolar, muitos deixaram de frequentar a escola, associando aos eventos adversos pós sessoes.
CONCLUSAO: A criança em terapia renal dialítica sofre com a dolorosa adaptaçao, restriçoes alimentares, remédios e prejuízo em seu crescimento e sua vida escolar, todos esses fatores implicam em sua qualidade de vida. Os cuidadores vivenciam todos os sentimentos de tristeza e desânimo junto à eles. Sendo assim, as alteraçoes na qualidade de vida abrangem toda a família. É relevante a criaçao e implantaçao de medidas mitigadoras, como, intervençoes que melhorem o desenvolvimento escolar, pois diminuiriam os sentimentos de tristeza e os efeitos adversos pós tratamento e possibilitariam um grande aumento no nível de qualidade de vida nao só das crianças em tratamento como de toda a família envolvida.

 

NUTRIÇAO

PO: 51910

Correlaçao entre estado nutricional e Forca De Pensao Palmar (FPP) em pacientes submetidos a tratamento hemodialítico de uma instituiçao particular de Maceió-AL

Autores: Edilene Maria de Oliveira*; Renta Pereira da Silva; Ana Adélia Cavalcante Hordonho; Monique Maria Lucena Suruagy do Amaral; Jean Marcos da Silva; Amanda Kelly de Medeiros Sena

dilene_oliveiratj@hotmail.com.br

Hospital das Clinicas da Universidade Federal de Pernambuco.

INTRODUÇAO: O tratamento hemodialítico pode provocar várias alteraçoes orgânicas que afetam o estado nutricional dos indivíduos portadores de doença renal crônica (DRC), condiçao que pode levar a desnutriçao, aumentando a morbi-mortalidade.
OBJETIVO: Avaliar o estado nutricional e sua correlaçao com a FPP de pacientes submetidos a tratamento dialítico em uma instituiçao particular de Maceió AL.
METODOLOGIA: Tratase de um estudo transversal e prospectivo, realizado na clínica de doenças renais do hospital Vida, de Macéio-Al. A avaliaçao antropométrica ocorreu após as sessoes de hemodiálise, onde foram obtidos dados como: altura, peso seco, IMC, circunferência braquial, circunferência muscular do braço (CMB) e prega cutânea do tríceps (PCT). A FPP foi medida após as sessoes de hemodiálise através do dinamômetro hidráulico da marca Saehan (Saehan Corporation SH5001). Todas as avaliaçoes foram feitas no braço oposto ao da fistula arteriovenosa. Os dados foram analisados através do teste t de Student. Foi utilizado o teste de Pearson para verificar a associaçao das variáveis.
RESULTADOS: A amostra foi composta por 67 indivíduos, 54% (n = 36) sao do sexo masculino, com idade média de 48,31 ± 14,10, tempo médio de tratamento em hemodiálise de 36,84 ± 38,19 meses. O IMC médio foi de 22,64 ± 4,24 kg/m2, com 55% de eutrofia, 24% com baixo peso e 21% apresentando sobrepeso ou obesidade. A PCT evidenciou que 54% possui desnutriçao grave; 18% apresentavam sobrepesoobesidade. A CMB diagnosticou que 60% apresentaram desnutriçao leve e moderada. Com relaçao a força de preensao palmar (FPP), a frequência de distribuiçao mostrou que 55% das mulheres tem FPP menor que 20 kgf e 44% dos homens apresentam valores menores de 30 kgf o que caracteriza reduçao da força muscular. Houve correlaçao moderada direta entre CMB e FPP (r = 0,489; p0,002), constatando que quanto menor a CMB, menor o valor da FPP. Houve correlaçao fraca e positiva entre IMC e FPP (r = 0,226; p0,186), indicando que quando o IMC aumenta o valor de FPP também aumenta.
CONCLUSAO: Houve um predomínio de inadequaçao para os parâmetros antropométricos, indicando uma desnutriçao energético-proteica associada com a reduçao da força muscular verificada pela FPP. A FPP se correlacionou diretamente a IMC e CMB.

 


 

PO: 50602

Efeitos do consumo agudo de suco de maça nos marcadores do estresse oxidativo em hemodialisados

Autores: Andréia Gonçalves Giaretta*; Mayara Schulz; Taís Thomsen Silveira; Marina Vieira de Oliveira; Luciano Valdemiro Gonzaga; Roseane Fett; Edson Luiz da Silva; Elisabeth Wazlawik

deiagiaretta@yahoo.com

Universidade Federal de Santa Catarina.

INTRODUÇAO: Os pacientes submetidos à hemodiálise (HD) apresentam elevada morbidade e mortalidade que podem estar relacionadas ao aumento do estresse oxidativo (EO). Os mecanismos desse aumento incluem: inflamaçao, síndrome urêmica, incompatibilidade das membranas de diálise, desnutriçao, perda de antioxidantes durante a HD e diminuiçao do sistema antioxidante. A maça e seus derivados sao fonte de compostos bioativos, como os polifenóis e destaca-se que, estes pacientes sao submetidos a restriçoes dietéticas que podem limitar a ingestao desses antioxidantes. O consumo do suco de maça foi demonstrado em intervençoes com indivíduos saudáveis, resultando na diminuiçao dos marcadores do EO e no aumento na atividade antioxidante plasmática.
OBJETIVO: Investigar os efeitos do consumo agudo de suco de maça nos marcadores do EO em pacientes submetidos à HD.
MÉTODO: Estudo de intervençao, do tipo antes e depois, no qual foram avaliados pacientes em HD (n = 6, 49,3 ± 11,4 anos, 38,8 ± 51,1 meses em HD, 5 homens) que consumiram imediatamente após a sessao de diálise, 300 e 150 mL de suco de maça. Entre cada dia experimental, houve washout de 3 semanas. Os sucos foram preparados com maças da cultivar Fuji, colhidas na safra de 2015, que após serem higienizadas e retiradas suas sementes, foram processadas em centrífuga, sem acréscimo de água. O sangue foi coletado no período basal, 30 e 60 minutos após a ingestao das duas quantidades de suco. O estado antioxidante total (TAS) e o estado oxidante total (TOS) foram mensurados no plasma e determinados por espectrofotometria. As concentraçoes séricas de ácido úrico, fósforo, potássio e glicose foram analisadas seguindo as recomendaçoes dos fabricantes dos kits utilizados.
RESULTADOS: O consumo do suco, nao alterou as concentraçoes de TAS e TOS. Após a ingestao de 300 mL de suco, as concentraçoes de ácido úrico, fósforo, potássio e glicose aumentaram (p < 0,001, p = 0,03, p = 0,004 e p = 0,43, respectivamente). Após a ingestao de 150 mL de suco, somente os níveis de ácido úrico e fósforo aumentaram (p < 0,001).
CONCLUSAO: Nao houve diferença significativa nos marcadores do EO. No entanto, o fato do consumo do suco nao ter extrapolado os valores referentes às concentraçoes séricas de fósforo, potássio e glicose recomendadas, é bastante promissor, sugerindo-se futuras investigaçoes com o consumo do suco e da maça in natura.

 


 

PO: 51912

Perfil clínico-nutricional, características demográficas e atividade de vida diária em pacientes em pacientes submetidos a tratamento hemodialítico em um hospital de nefrologia em Maceió-Alagoas

Autores: Edilene Maria de Oliveira*; Renata Pereira da Silva; Maria Lucena Suruagy do Amaral; Ana Adélia Cavalcante Hordonho; Jean Marcos da Silva

edilene_oliveiratj@hotmail.com.br

Hospital das Clinicas da Universidade Federal de Pernambuco.

INTRODUÇAO: A doença Renal Crônica (DRC) é um problema de saúde pública mundial, caracterizada por perda lenta e progressiva da funçao renal, necessitando de terapia renal substitutiva, entre elas a hemodiálise (HD) que provoca várias alteraçoes no estado nutricional, comprometendo a atividade de vida diária dessa populaçao.
OBJETIVO: Avaliar o perfil clínico-nutricional, características demográficas e atividade de vida diária em pacientes em pacientes submetidos a tratamento hemodialítico em um hospital de nefrologia em Maceió-AL.
METODOLOGIA: Estudo transversal realizado em 2014, em uma clínica de hemodiálise. A avaliaçao do estado nutricional ocorreu através da altura, peso seco, circunferência muscular do braço (CMB) e prega cutânea do tríceps (PCT). Todas as medidas foram realizadas no braço oposto ao da fistula. Com relaçao aos dados demográficos, esses foram obtidos através de entrevistas, e acesso aos prontuários dos pacientes e posteriormente foram transcritos para fichas da pesquisa. A avaliaçao da atividade de vida diária (AVDS) ocorreu através do Indice de Katz (IK). Todos os dados foram analisados através do teste t de Student e do teste de Mann-Whitney.
RESULTADOS: Participaram da pesquisa 67 indivíduos, destes 46% (n = 31) eram do sexo feminino, com idade média 45,32 12 ± 89, tempo médio de tratamento em hemodiálise de 34,97 ± 38,38 meses. Com relaçao a escolaridade 73% possuíam o ensino fundamental incompleto ou eram analfabetos. As comorbidades presentes foram hipertensao arterial sistêmica (73%; n = 37), 27% (n = 30) eram diabéticos ou diabéticos e hipertensos. Em relaçao a atividade de vida diária, constatou-se que 97% nao apresentava limitaçao para realizá-las. A avaliaçao antropométrica através do IMC evidenciou que 52% eram eutóficos, 24% possuíam baixo peso e 21% apresentaram sobrepeso ou obesidade. Ao comparar as médias de IMC entre os gêneros, os resultados mostram que nao há diferença significativa para este parâmetro (p:0,091). A PCT, mostrou que 13% estavam eutróficos e 15% possuíam desnutriçao leve ou moderada 55% desnutriçao grave, 17% sobrepesoObesidade. A CMB mostra 40% de eutrofia.
CONCLUSAO: O presente estudo permite concluir que hipertensao arterial sistêmica estava prevalente, que a populaçao nao possui comprometimento nas suas atividade de vida diária, que o estado nutricional estar comprometido nessa populaçao.

 


 

PO: 52079

Prevalência de fatores de risco cardiovasculares em pacientes portadores de doença renal crônica (DRC) em um ambulatório de nutriçao de um hospital publico de cardiologia de Sao Paulo

Autores: Fernanda Casullo Amparo; Cristiane Kovacs; Karina Gama; Aline Santos Monteiro; Priscila Moreira; Catharina Paiva; Renata Alves; Leda Lotaif*

leda@allplanet.com.br

Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia de Sao Paulo.

INTRODUÇAO: Portadores de DRC possuem fatores de risco aterogênicos clássicos para doenças cardiovasculares (DCV) como: idade, hipertensao arterial, Diabetes mellitus, obesidade, dislipidemia, que contribuem para a patogênese da perda progressiva da funçao renal. O objetivo deste trabalho foi investigar em nossa populaçao, a associaçao dos fatores de risco cardiovasculares com a DRC em pacientes de um ambulatório de nutriçao em hospital especializado em cardiologia.
MÉTODOS: Estudo de corte transversal, foram avaliados 42 pacientes nos estágios 3 a 5 da DRC, [66 (38-90) anos, 76,2% homens]. Foram considerados os seguintes fatores de risco: obesidade, perfil lipídico, diabetes, microalbuminúria e pressao arterial. Foi utilizado o cálculo CKD-EPI para cálculo da taxa de filtraçao glomerular (TFG). Para a análise estatística, foi aplicado o teste Qui-quadrado, para associaçao entre as variáveis quantitativas foi aplicado o cálculo de coeficiente de correlaçao linear de Pearson, com nível de significância de 5% (p < 0,05).
RESULTADOS: A TFG correlacionou-se negativamente com uréia (r = -0,56; < 0,01) e com HDL colesterol (r = -0,28; p = 0,07). A uréia correlacionou-se positivamente com a creatinina sérica (r = 0,50; p = 0,002) e com potássio sérico (r = 0,40; p = 0,02). A microalbuminúria correlacionou-se positivamente com triglicérides (r = 0,56; p = 0,05). A glicemia correlacionou-se positivamente com uréia (r = 0,33; p = 0,06), com HDL (r = 0,34; p = 0,04) e VLDL (r = 0,39; p = 0,03). O IMC correlacionou-se positivamente com a circunferência abdominal (r = 0,77; p = < 0,001), HDL (r = 0,29; p = 0,06), LDL (r = 0,31; p = 0,05) e ácido úrico (r = 0,50; p = 0,03). O colesterol teve correlaçao positiva com triglicérides (r = 0,48; p = 0,02). Observamos que alguns parâmetros apresentaram tendência à significância, isso ocorre pelo número da amostra. Os pacientes avaliados estavam em uso de medicamentos como estatinas, hipoglicemiantes orais e anti-hipertensivos. Por isso, as correlaçoes nao foram estatisticamente significantes, já que esses pacientes já estavam tratados.
CONCLUSAO: Concluímos que nos pacientes com DRC em tratamento conservador e fatores de risco aterogênicos clássicos, tratados com medicamentos, o acompanhamento nutricional é importante para evitar a progressao da doença e desfechos cardiovasculares.

 

OUTRAS AREAS

PO: 51970

Characterization and phosphoproteomic analysis of a human+a447:j469 podocyte model of fabry disease generated using the CRISPR/Cas9 genome editing system

Autores: Ester Miranda Pereira*; Semiramis Jamil Hadad do Monte

estermpereira@gmail.com

Universidade Federal do Piauí

BACKGROUND: Fabry Nephropathy is a major cause of morbidity and premature death in patients with Fabry disease (FD) a rare X-linked lysosomal storage disorder. Gb3, the main substrate of α-gal A, progressively accumulates within cells in a variety of tissues. Establishment of cell models have been useful as a tool for testing hypotheses of disease pathogenesis.
METHODS: We applied CRISPR/Cas9 genome editing technology to develop human kidney cell models of FD in human immortalized podocytes, which are the main affected renal cell type.
RESULTS: Our podocytes lack detectable α-gal A activity and have increased levels of Gb3. To explore different pathways that could have distinct patterns of activation under conditions of α-gal A deficiency, we used a high-throughput antibody array to perform phosphorylation profiling of CRISPR/Cas9-edited and control podocytes. Changes in both total protein levels and in phosphorylation status per site were observed.
CONCLUSION: Analysis of our candidate proteins suggests that multiple signaling pathways are impaired in FD.

 


 

PO: 51834

Complicaçoes relacionadas à punçao de fístula arteriovenosa no método Buttonhole

Autores: Regiane Aparecida dos Santos Soares Barreto*; Neyuska Menezes Amaral; Jéssica Guimaraes Rodrigues; Frederico Antônio e Silva; Júlio César Soares Barreto; Ricardo Araújo Mothé; Ciro Bruno Siqueira Costa; Loany Queiroz Rodrigues Carvalho

remajuau@yahoo.com.br

Terapia renal substitutiva.

INTRODUÇAO: O tratamento em Hemodiálise (HD) depende diretamente da presença de um acesso vascular eficiente, sendo a fístula arteriovenosa (FAV) considerada o acesso ideal. Apesar de constituir o melhor acesso, a FAV está suscetível a complicaçoes. As complicaçoes sao qualquer tipo de alteraçao na FAV que interferem seu funcionamento e diminui seu tempo de utilizaçao. O método de punçao Buttonhole BH – (casa de botao) é uma técnica alternativa empregada para diminuir intercorrências com FAV. Este novo método nao tende a danificar o endotélio, pois utiliza agulhas com bordas rombas, as quais sao introduzidas com um túnel previamente construído. A importância do estudo das complicaçoes dos métodos de punçao de FAV se deve à necessidade de aprimoramento e padronizaçao de condutas para avaliar o acesso, prevenir complicaçoes, intervir precocemente, contribuindo para a qualidade da assistência e segurança do paciente, e longevidade do acesso vascular.
OBJETIVO: Descrever as complicaçoes relacionadas às punçoes de FAV pelo método BH.
MÉTODO: Estudo retrospectivo, analítico, descritivo, quantitativo, onde foram analisados 73 prontuários de pacientes renais crônicos que dialisaram num serviço de hemodiálise, no período de 2012 a 2014.
RESULTADOS: No período estudado, houve 10746 punçoes no ponto arterial e 10106 no venoso. Percebemos que houve maior perda de túnel no ponto de punçao venosa. Houve 321 intercorrências, contabilizando média de 30,7 em 1000 dias. As intercorrências mais prevalentes foram: infiltraçao 22,1%; baixo fluxo 19,2%; obstruçao de túnel 14,3%; sangramento peri-punçao 10,5%; e dermatite de contato 8,0%. A infecçao no local da punçao foi de 2,1% e pirogenia em 0,9%. Dos eventos de pirogenia, foram encontradas três hemoculturas positivas para os microrganismos Staphylococcus aureus e Escherichia coli, infecçao de corrente sanguínea pelo acesso vascular. Essas complicaçoes também podem ser observadas utilizando os outros métodos de punçao, porém o BH é indicado para FAV espaciais, principalmente os curtos, tortuosos e profundos. Muitos estudos trazem a dificuldade da formaçao do túnel, pois necessita de profissional treinado e exclusivo para tal açao.
CONCLUSAO: O estudo contribui para o conhecimento das complicaçoes pelo método BH, pois o acesso vascular necessita de vigilância para detecçao precoce de complicaçoes.

 


 

PO: 51913

Criptococose pulmonar após imunossupressao para tratamento de nefrite lúpica em paciente do sexo masculino

Autores: Alexandre Lopes Freitas; Laura Inez de Oliveira Santos; Ana Luiza Almeida Antunes; Maria Inez Ferreira de Oliveira Santos*; Cynthia Koeppel Berenstein; Sônia Boechat e Oliveira

drainez@hotmail.com

Fundaçao Hospitalar Ouro Branco.

INTRODUÇAO: Este é um caso de LES em paciente do sexo masculino, 33 anos, que apresentou nefrite lúpica com síndrome nefrótica como primeira manifestaçao da doença.
RELATO: Paciente negava processo infeccioso prévio, febre, artralgia, sensibilidade ao sol, uso de fármacos ou drogas ilícitas. Apresentou proteinúria de 13.301g/24 horas, FAN 1:640 padrao nuclear pontilhado e hipocomplementemia (C3 = 51; C4=18; CH 100 = 59). Realizada biopsia renal, sendo evidenciada nefrite lúpica classe V, sem comprometimento significativo da funçao renal (ClCr = 89 ml/minuto/1,73m2) Respondeu bem ao tratamento com pulsoterapia de Metilprednisolona e a seguir Predinisona + Micofenolato mofetil e Cloroquina. Após 1 ano houve remissao da atividade lúpica. Com 8 meses de reduçao das doses imunossupressoras, queixou-se somente de dor torácica intensa, ventilatório-dependente no hemitórax direito. RX de tórax mostrou imagem nodular a esclarecer no terço superior do pulmao direito. TC de Tórax/Mediastino mostrou Lesoes sólidas, justa-parietais internas e justa-mediastinais, na metade superior do pulmao, de natureza indeterminada e biópsia pulmonar revelando Infiltrado inflamatório de mononucleares e reaçao gigantocelular com formaçao de granulomas, em meio a tecido necrótico. A PAS revelou estruturas arredondadas com espessa cápsula, morfologia compatível com Cryptococos sp. Reaçao de aglutinaçao direta foi reagente 1:1024 para Cryptococcus neoformans. Líquor negativo para fungos. TC de Crânio normal. Assim, confirmou-se o diagnóstico de criptococose pulmonar sem acometimento do SNC, que pode ocorrer em 25 a 75% dos pacientes. Atualmente está em uso de ciclosporina A 100 mg/dia com níveis terapêuticos séricos de 80mg, Hidroxicloroquina, Enalapril e Fluconazol, sendo acompanhado pela neurologia e infectologia. Devido ao risco de interaçoes entre a ciclosporina e fluconazol com consequente nefrotoxicidade, reduziu-se a dose da ciclosporina para 100 mg/dia e suspendeu-se a prednisona para diminuir a imunossupressao.
CONCLUSAO: O caso destaca para uma apresentaçao inicial atípica do LES em indivíduos que nao preenchem os critérios clínicos e laboratoriais da American Rheumatism Association, alem de atentar para o risco de infecçoes oportunistas devido a imunossupressao conforme a literatura.

 


 

PO: 50421

Distribuiçao das ligas de nefrologia ao longo do território nacional

Autores: Samanta Mendes Barreto*; Ellen Tieko Tsugami Dalla Costa; Ludimila de Macedo Dalla Corte; Alisson Juliani; Bruno Tolino Maran; Ariely de Queiroz Castelo Branco; Celeste de Santana Oliveira; Fábio Humberto Ribeiro Paes Ferraz

samantamb10@gmail.com

UNICEUB.

INTRODUÇAO: A Liga de Apoio à Nefrologia (LAN) consiste em uma entidade composta por estudantes de medicina, cujo objetivo é promover atividades em busca de conhecimento sobre temas relacionados à nefrologia sob a orientaçao de um tutor. Nestas Ligas devem haver práticas em que envolvam ensino, pesquisa e extensao. As LAN sao uma importante ferramenta com o intuito de disseminar a necessidade de um melhor conhecimento sobre os aspectos relacionados ao diagnóstico, tratamento e prevençao das nefropatias.
OBJETIVO: Avaliar a distribuiçao das ligas de nefrologia brasileiras regularmente cadastradas na Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) ao longo do território nacional e avaliar a proporçao de tais ligas comparada com a quantidade de escolas médicas.
METODOLOGIA: Foi obtida a listagem das ligas de nefrologia regularmente cadastradas na SBN referentes a 2015 pelo site da www.sbn.org.br. Foram levantados o número de escolas médicas em cada unidade da federaçao através do site Escolas Médicas do Brasil acessado através do endereço http://www.escolasmedicas.com.br/index.php. Os dados obtidos referentes a cada Estado foram posteriormente agrupados de acordo com as regioes do Brasil: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste, Sul.
RESULTADOS: Foram contabilizadas 66 ligas presentes em 20 estados e no Distrito Federal. Nao foi verificada a presença de ligas nos seguintes Estados: Acre, Amapá, Rio Grande do Norte, Roraima, Sergipe e em Mato Grosso. O estado que apresentou o maior número de ligas foi Minas Gerais com o total de 10 ligas. A regiao do Brasil com o maior número de ligas foi a regiao Sudeste com 24 ligas, seguida, respectivamente, das regioes Nordeste (19 ligas), da regiao Sul (11 ligas), da regiao Norte (7 ligas) e do Centro-Oeste (5 ligas). Com relaçao às escolas de medicina, verificou-se um total de 268 escolas de medicina em todo o Brasil. Cruzando-se os dados, constatou-se que a maior proporçao de ligas de nefrologia por escolas de medicina foi a regiao Norte (0,32), seguida pelas regioes Nordeste (0,28), regiao Sul (0,26), regiao Sudeste (0,22) e regiao Centro-Oeste (0,20).
CONCLUSAO: A despeito de um maior número de ligas na regiao Sudeste, houve uma maior proporçao de ligas de nefrologia por escolas médicas nas regioes Norte, Nordeste e Sul, evidenciando que outros fatores devem estar relacionados para o surgimento das ligas de nefrologia ao longo do território nacional.

 


 

PO: 50653

Experiência da plasmaferese realizada na Prismaflex no estado do Rio de Janeiro

Autores: Débora Miguel Soares*; Lilian Fátima Miguel Acha; Mara Nunes Macedo; Thiago Lopes do Nascimento; Thiago de Sousa Farias

debora@utnnefrologia.com.br

UTN – Unidade de Tratamento Nefrológico.

INTRODUÇAO: A plasmaferese pode ser realizada em máquinas de terapia de substituiçao renal contínua (CRRT), como a Prismaflex, com particular segurança do método e reduzidos riscos de complicaçoes.
OBJETIVO: Expor a experiência de uma unidade móvel de diálise do Estado do Rio de Janeiro que dispoe do equipamento e realiza a troca de plasma terapêutica, tanto no adulto, quanto na criança, na Prismaflex, em instituiçoes públicas ou privadas, com segurança, eficácia e mínimas complicaçoes.
MÉTODO: Análise retrospectiva do banco de dados da empresa de Maio de 2014 à Fevereiro de 2016, de todos os pacientes em que foi empregada a terapia de troca de plasma através de Prismaflex. O perfil dos pacientes, etiologias que determinaram o início da terapia, e prescriçoes foram avaliados. Foram analisados os sinais vitais horários e a evoluçao de intercorrências eventuais durante a terapia. Os desfechos analisados foram: as intercorrências relacionadas à terapia (reaçoes adversas ao fluido de reposiçao, tetania, arritmia, hipotensao, sangramento, ruptura de filtro, sobrecarga de volume), e a efetividade da mesma.
RESULTADOS: No período analisado foram tratados 14 pacientes, dos quais 9 eram adultos e 5 crianças, todos internados em ambiente de terapia intensiva, em instituiçoes privadas e públicas do Rio de Janeiro. No total foram realizadas 74 sessoes de plasmaférese na Prismaflex, executadas sob a supervisao de enfermeiro nefrologista. A taxa de complicaçoes observada foi zero, e em nenhum dos casos o tratamento precisou ser descontinuado. O desfecho dos pacientes foi favorável, com boa resposta à terapia em 10 dos 14 pacientes (71%). Os outros 4 pacientes foram à óbito decorrente de complicaçoes da internaçao, nao relacionadas diretamente à terapia aplicada.
CONCLUSAO: A nossa experiência revela que a plasmaférese na Prismaflex, é um procedimento simples, seguro, sem ou com mínimos riscos ao paciente e eficaz. Consideramos um tratamento diferenciado para o doente crítico, simples e de fácil manuseio pela equipe treinada.

 


 

PO: 50532

Gamificaçao no ensino em nefrologia: Uma proposta de recurso educacional na EAD

Autores: Patricia Maria Abreu Machado*; Christiana Leal Salgado; Maiara Monteiro Marques Castelo Branco; Dyego José de Araújo Brito; Dimitrius Vidal de Oliveira Garbis; Bernardete Jorge Leal Salgado; Natalino Salgado Filho

natalinosalgadofilho@uol.com.br

Hospital Universitario – UFMA.

INTRODUÇAO: Trata-se de um jogo eletrônico educativo criado como estratégia facilitadora no ensino da prevençao à doença renal crônica DRC. A possibilidade da construçao de conhecimento a partir das novas tecnologias de informaçao e comunicaçao em saúde para a atualizaçao profissional tornou-se de grande importância no processo educacional contemporâneo. Desta forma, o Curso de Especializaçao em Nefrologia Multidisciplinar utilizou a gamificaçao para a construçao de um dos seus recursos educacionais o Nefro Game. Este tipo de ferramenta consiste na utilizaçao de elementos contidos nos jogos eletrônicos que servem para implementar obj etos de aprendizagem com a finalidade de motivar os indivíduos à açao, auxiliar na soluçao de problemas e promover a aprendizagem.
OBJETIVO: Avaliar o uso da gamificaçao como estratégia educacional para a transmissao do conhecimento em nefrologia a partir da criaçao de um jogo eletrônico disponível no ambiente virtual de aprendizagem do curso.
METODOLOGIA: Estudo quantitativo em que foi disponibilizado um questionário online composto por quatro perguntas objetivas que abordavam sobre as dificuldades de acesso e as contribuiçoes do jogo para o processo de ensino-aprendizagem dos alunos inscritos no curso. A amostra foi constituída por 191 alunos de diferentes formaçoes na área de saúde.
RESULTADOS: Sobre o acesso ao jogo (Nefro Game), 66 (31%) alunos responderam que tiveram dificuldade enquanto 149 (69%) nao tiveram nenhuma dificuldade. No item sobre a finalizaçao do jogo, 42 (19,6%) dos alunos responderam que tiveram dificuldade em finalizá-lo e 173 (80,4%) responderam que nao tiveram nenhuma dificuldade. Sobre a avaliçao, 107 (49,7%) alunos avaliaram como excelente, 73 (33,9%) avaliaram como bom, 14 (6,5%) como regular, 7 (3,2%) como insuficiente e 14 (6,5%) como ruim. Em relaçao a contribuiçao do jogo para aprendizagem, 191 (88,8%) alunos responderam que este tipo de recurso educacional favoreceu a aprendizagem, 13 (6%) responderam que nao e 11 (5,1%) responderam que foi indiferente.
CONCLUSAO: A partir dos resultados apresentados, o Nefro Game transmitiu de forma dinâmica o conteúdo sobre prevençao da DRC sendo reconhecida como uma estratégia educacional relevante para a motivaçao e participaçao dos alunos no processo de aprendizado, desta forma, favorecendo um melhor aproveitamento no ensino em nefrologia.

 


 

PO: 51639

Gerenciamento de riscos clínicos assistenciais em uma unidade de hemodiálise: Relato de experiência

Autores: Fabiana Araújo Moreira*; Isis Gonsalves Barreto; Cintia Santos Almeida; Fabiana Regina Dória de Lira; Halanna Carneiro Guimaraes Bastos; Mariana Oliveira Silva; Daniela de Santana Silva; Márcia Tereza Silva Martins

fabymory@hotmail.com

Hospital Sao Rafael.

INTRODUÇAO: Em unidades de hemodiálise, existem fatores de riscos clínicos que aumentam a probabilidade de ocorrência de eventos adversos. Visando uma assistência segura e reduçao significativa destes eventos, enfrentam-se constantes desafios em várias esferas interdisciplinares. Isto leva à necessidade de normatizaçao de condutas, monitorizaçao constante e gerenciamento permanente.
OBJETIVOS: Relatar a atuaçao da equipe multiprofissional no gerenciamento de riscos clínicos assistenciais relacionados ao tratamento hemodialítico em um hospital na cidade de Salvador-Ba.
MÉTODO: Trata-se de um relato de experiência vivenciado durante a realizaçao de encontros mensais da equipe multidisciplinar (enfermeiros, médicos, psicóloga, nutricionista e assistente social) com enfoque na classificaçao de riscos clínicos dos pacientes renais crônicos que realizam seu tratamento dialítico em uma unidade intrahospitalar de hemodiálise de manutençao (HDM). As atividades foram desenvolvidas em um hospital filantrópico localizado na cidade de Salvador-BA, no período de 2014 até os dias atuais.
RESULTADOS: Através da observaçao e monitorizaçao feitas pela equipe multidisciplinar, foram avaliados os pacientes de acordo com riscos individualizados na dependência de suas patologias e comorbidades associadas, e, a partir de entao, elaboradas açoes específicas. Os riscos considerados foram: 1.QUEDA: pacientes com idade maior que 65 anos; presença de distúrbios neurológicos(motor/sensitivo/cogniçao); uso de sedativos/neurolépticos. 2. FLEBITE: portadores de fístula arteriovenosa nativa. 3. Infecçao: portadores de shunts provisórios e/ou tunelizados com monitorizaçao do status dos curativos e reaçoes febris intradialíticas. 4. NUTRICIONAL: controle da reduçao do peso seco e IMC, alteraçoes dos dados de antropometria e dados laboratoriais. 5. PISCOLOGICO: avaliaçao subjetiva e pela aplicaçao de questionários específicos e validados, com observaçao mensal estreita de mudanças comportamentais, na adesao ao tratamento, na interaçao com equipe e vínculo familiar. 6. SOCIAL: acompanhamento de pacientes com dificuldades sociais e com necessidades de benefícios garantidos pelo governo, assim como o gerenciamento dos percentuais individuais de absenteísmo ás sessoes de HDM.
CONCLUSAO: O gerenciamento de riscos promoveu a monitorizaçao e normatizaçao mais segura da assistência da equipe multiprofissional aos pacientes sob HDM, com reduçao de eventos adversos ligados á terapia dialítica crônica.

 


 

PO: 51638

Implantaçao de uma atividade lúdica no setor de hemodiálise de manutençao na cidade de Salvador- BA: Ciranda literária

Autores: Isis Gonsalves Barreto*; Halanna Carneiro Guimaraes Bastos; Cintia Santos Almeida; Fabiana Araújo Moreira; Fabiana Regina Dória de Lira; Josineide Santos Queiroz; Mariana Oliveira Silva; Márcia Tereza Silva Martins

isisbarreto88@hotmail.com

Hospital Sao Rafael.

INTRODUÇAO: A cronicidade e a dependência da máquina de hemodiálise podem se tornar um processo repetitivo para os pacientes portadores de Doença Renal Crônica estágio final, interrompendo suas atividades laborais e da vida cotidiana. Dessa forma, a implantaçao de uma atividade lúdica como a Ciranda Literária (CL) durante a sessao dialítica, pode suavizar o peso do tratamento crônico, entreter e distanciar o usuário da sua realidade patológica.
OBJETIVO: Relatar a experiência da equipe multiprofissional do setor de Hemodiálise de Manutençao (HDM) na implantaçao da Ciranda Literária como instrumento lúdico.
MÉTODO: Tratase de um relato de experiência vivenciada pela equipe multiprofissional de saúde durante a implantaçao da CL no setor de HDM de um hospital filantrópico em Salvador-BA, no segundo semestre de 2015.
RESULTADOS: A percepçao da necessidade de criaçao de uma atividade lúdica intra-diálise foi identificada pela equipe multidisciplinar da HDM, durante reunioes sobre os pacientes incluídos no programa, através de relatos feitos e descriçoes espontâneas de tempo ocioso e maior ansiedade durantes as sessoes de HDM. A instituiçao possui uma biblioteca própria, sendo identificado como ponto positivo, no entanto, existiam apenas livros científicos. Sendo assim, fora divulgada a idéia para colaboradores e usuários de todo o ambiente hospitalar, com a finalidade de doaçoes de livros para o acervo e iniciar a ciranda. Todas as unidades doadas passaram por um crivo de limpeza, bom estado e conteúdo apropriados, sendo depois cadastrados e catalogados no sistema da biblioteca. Foram confeccionadas fichas de empréstimo de cada livro e um catálogo impresso com sinopses ilustradas, para que os usuários pudessem escolher. Após feita a opçao, esta era conduzida e disponibilizada pelo funcionário da biblioteca durante toda a sessao de hemodiálise, sendo devolvido ao final desta e recolhido ao mesmo setor responsável pelo armazenamento. O empréstimo poderia ser solicitado para uso no momento do tratamento ou pré-agendado para a data desejada criando um círculo de leitura.
CONCLUSAO: A ciranda literária é uma ferramenta de entretenimento e lazer em ambiente intradialitico e pode ser executada nestes serviços de forma simples e com a participaçao de todos, apesar de ser algo ainda incomum nos centros. Com este estudo, entende-se a necessidade futura de avaliaçao do projeto pelos pacientes através de um opinário para aprimoramento e ampliaçao dessa atividade.

 


 

PO: 51604

Injúria renal aguda por rabdomiólise em paciente com crises convulsivas: Um relato de caso

Autores: Raísa Furfuro e Sá; Joseane Grando*; Ana Paula Nunes Fonseca; Caroline Medonça Arruda; Cesar Augusto Rabelo Gontijo; Alice Fernandes Anselmo; Giovanna Luiza Medina Ferreira; Stefany Henriques Pereira Silva

josynhagrando@gmail.com

Universidade de Itaúna.

INTRODUÇAO: A injúria renal aguda (IRA) é um dos grandes problemas da clínica médica, presente em 1-5% dos pacientes hospitalares, sendo descrita como uma deterioraçao aguda da funçao renal, com aumento da creatinina sérica. A rabdomiólise representa cerca de 7-10% de todos os casos de IRA e é caracterizada por lise de miócitos dos músculos esqueléticos (com liberaçao de toxinas), devido a trauma e substâncias químicas.
OBJETIVOS: Elucidar a relaçao da IRA e da rabdomiólise e relatar caso clínico.
MÉTODOS: Relato de caso pela análise de prontuários e de exames complementares de paciente do Hospital Sao Joao de Deus (HSJD), em Divinópolis-MG, além de estudo do tema em literatura especializada (Scielo, PUBMED) para embasamento teórico.
RESULTADOS: L.A.N., 28 anos, masculino, com história de TCE em 2010 abordado cirurgicamente na época, evoluindo com crises convulsivas. Etilista crônico, com uso de substância ilícita e de antipsicótico. Em 27/03/16, deu entrada na UPA24h com história de libaçao alcoólica seguida de desmaios e crises convulsivas, apresentando creatinina (Cr) de 1,58 e provas hepáticas normais. Foi sedado, entubado e colocado em ventilaçao mecânica. Em seguida, foi transferido para o CTI do HSJD, no dia 29/03. Desde entao, permaneceu entubado e sedado com midazolam, sem novos episódios convulsivos. Entretanto, evoluiu com piora da funçao renal e hepática (Cr 10,2); aumento das transaminases, da ureia e da (CPK 18825), plaquetopenia e anúria, sendo diagnosticado com IRA por rabdomiólise. No dia 30/03, com diurese de 160 ml/24h, foi iniciado hemodiálise para tratamento da patologia e um suporte intensivo. Foi extubado no dia 01/04, com diurese de 230 ml/24h. No dia 03/04, diurese de 1470 ml/24h, teve alta do CTI aos cuidados da nefrologia. Evoluiu com de 4500 ml/24h no dia 13/04, sem queixas urêmicas e clinicamente estável. Teve alta hospitalar no dia 14/04.
CONCLUSAO: As alteraçoes nos exames do paciente concluíram o diagnóstico de rabdomiólise, que causa a liberaçao de mioglobina para a circulaçao sanguínea. Após a filtraçao, há vasoconstriçao renal, formaçao de cilindros intraluminais e citotoxicidade direta da mioglobina, gerando a IRA. Apesar da etiopatologia da IRA no paciente ser conhecida, o fator desencadeante da rabdomiólise é idiopático, pois ele possui vários fatores de risco para rabdomiólise: trauma, crises convulsivas e uso de substâncias lícitas e ilícitas.

 


 

PO: 51774

Insuficiência renal crônica: Avaliaçao da qualidade de vida de pacientes em tratamento por hemodiálise no interior de Goiás

Autores: Bruno Côrte Santana*; Joana Darc de Souza Morais Santana; Stefane Alves Peixoto Santos; Flávia Ferreira de Almeida; Michelle Zampieri Ipolito; Mani Indiana Funez; Marina Morato Stival; Luciano Ramos de Lima

bruno.cortesantana@gmail.com

Universidade de Brasília.

INTRODUÇAO: A qualidade de vida é extremamente importante na vida dos pacientes com IRC, especialmente aqueles que estao sobre Terapia Substitutiva Renal (TSR). Eles têm sua própria percepçao a respeito de expectativas, padroes e preocupaçao, sabem que as limitaçoes impostas pela doença e tentam se adequar a elas da melhor forma possível.
OBJETIVO: Avaliar a qualidade de vida de portadores de Insuficiência Renal Crônica (IRC) em tratamento em unidades de hemodiálise na cidade de Anápolis-GO.
METODOLOGIA: Estudo descritivo, exploratório com abordagem quantitativa, realizado em duas unidades nefrológicas com pacientes que se se submetem a sessoes regulares (3 vezes por semana). O instrumento utilizado foi Kidney Disease Qualit of Life Short Form (KDQOL-SFTM).
RESULTADOS: Foram avaliados 71 pacientes, sendo que 36 (50,70%) do sexo masculino, predominantemente na faixa etária > 60 anos (31,0%), 70,83% casados residentes na cidade de Anápolis-GO. Em 45,1% a doença de base foi hipertensao e 59,2% já estavam em tratamento entre 1-5 anos. Os menores escores de qualidade de vida para homens e mulheres foram as dimensoes funçao física (M = 22,9; Dp = 14,8 e M = 10,7; Dp = 10,9, respectivamente) e situaçao de trabalho (M = 25,0; Dp = 73,6 e M = 10,0; Dp = 47,2, respectivamente). Os maiores escores de ambos os sexos foi pela dimensao por parte do estimulo da equipe de diálise (M=100,0) e satisfaçao do cliente (M = 100,0).
CONCLUSAO: A IRC esta ligado aos prejuízos de qualidade de vida, desta forma a enfermagem deve refletir sobre promoçao de saúde referente nas dimensoes funçao física e situaçao de trabalho para contribuir para uma melhor qualidade de vida.

 


 

PO: 50605

Internaçoes por insuficiência renal no Brasil, 2015

Autores: Priscila Barbosa de Oliveira Cavalcante*; Vanessa Késsia Silva Teixeira de Moura

priscila_bdoliveira@hotmail.com

Instituiçao de Ensino Sociedade Israelita Albert Ainstein.

INTRODUÇAO: Os rins em seu estado fisiológico têm a finalidade de excretar e filtrar todo o sangue presente no organismo humano, quando este nao consegue exercer suas funçoes excretoras, endócrinas e regulatórias é identificada a Insuficiência Renal (IR) que possui como critério para diagnóstico a diminuiçao da Taxa de Filtraçao Glomerular e/ou débito urinário por horas/dias, se tratando em sua forma aguda; progressiva e irreversível na forma crônica. A IR vem destacando-se e assumindo importância global devido ao aumento significativo de casos, ressaltando-se que isto tende a aumentar devido a fatores de risco como hipertensao, diabetes e o aumento da expectativa de vida.
OBJETIVO: Objetivou-se identificar o padrao clínico-epidemiológico das internaçoes por insuficiência renal no Brasil no período de janeiro a dezembro de 2015, utilizando-se dados do Sistema de Informaçao Hospitalar (SIH/SUS).
RESULTADOS: No Brasil no ano de 2015 foram realizadas 102.010 internaçoes por IR, destas 45,9% foram na regiao sudeste, 21,2% no nordeste, 19,9% no sul, 7,3% no centro-oeste e 5,8% no norte. O maior número de internaçoes por IR no Brasil foi de pacientes com faixa etária de 60 a 69 anos (21,7%), 50 a 59 anos (19,4%) e 70 a 79 anos (16,6%). Quanto ao gênero, o masculino apresentou maior prevalência, totalizando 56,3%. Em relaçao ao regime de internaçao, o regime privado representou 61,4% das internaçoes, enquanto o regime público representou 38,6%. Quanto ao caráter de atendimento, os atendimentos de urgência corresponderam a 91,1%, e o eletivo 8,9%. A média de permanência no serviço urgência foi de 9,4 dias, e no serviço eletivo foi de 10,1 dias. A ocorrência de óbito no serviço foi de 13,2%.
CONCLUSAO: A IR é um grave problema de saúde pública e apresenta um elevado índice de morbimortalidade, ocasionando altos custos financeiros ao Sistema Unico de Saúde (SUS). No Brasil, indivíduos do gênero masculino e faixa etária de 50 anos ou mais representaram maior prevalência nas internaçoes no último ano. Em relaçao ao atendimento, o serviço de urgência representou quase a totalidade da busca. Enfatizando a importância do diagnóstico da IR na atençao básica, assim como seus preditores, fazendo-se necessário o conhecimento de números relevantes a mesma para realizaçao de estratégias específicas para prevençao e tratamento no estágio inicial, consequentemente numa futura perspectiva de diminuiçao de pacientes em estágio terminal da doença.

 


 

PO: 51454

Linfoma hepatoeslênico gama delta de células T em transplantado renal: Relato de caso

Autores: Esther Salerno Lopes*; Igor Pietrobom; José Osmar Medina de Abreu Pestana; Helio Tedesco Silva Junior; Laila Almeida Viana; Fabio Franchi Quagliato

esther_slopes@hotmail.com

Centro Universitário Barao de Mauá.

INTRODUÇAO: O HSTL (Hepatosplenic T cell lymphoma gama delta) é um raro subtipo de PTLD (Post-transplant lymphoprolifative disorder).
OBJETIVO: O objetivo deste trabalho é relatar o caso de um paciente transplantado renal (terceiro transplante) com linfoma hepatoesplênico (gama delta) de células T, pouco descrito na literatura o que justifica a relevância deste relato.
MÉTODO: As informaçoes contidas neste relato foram obtidas por meio de revisao de prontuário, entrevista com o paciente, registro fotográfico dos métodos diagnósticos, aos quais o paciente foi submetido e revisao da literatura.
RESULTADOS: Descrevemos o caso de um paciente de 50 anos, sexo masculino, em seguimento ambulatorial para investigaçao de esplenomegalia, hipertensao portal e pancitopenia, desde 2013. Referia diagnóstico de doença renal crônica aos 26 anos, (provável glomerulonefrite crônica). Submeteu-se a HD por 2 anos e transplante renal por 2 vezes com perda do enxerto, seguido de novo (terceiro) transplante renal de doador falecido padrao em 2009 no Hospital do Rim, aos 44 anos. Clinicamente o paciente apresentava importante pancitopenia e hepatoesplenomegalia, sem adenomegalias e ausência de sintomas B. Investigaçao complementar evidenciou: Esfregaço de sangue periférico com linfócitos cabeludos e dacriócitos. Biópsia de medula óssea mostrou linfocitose intersticial com predomino de linfócitos T. Imunofenotipagem demonstrou 20% de células de linhagem T CD3/CD8/TCR gama-delta. Realizou ainda PCR de clonalidade para células T em sangue periférico que mostrou presença de rearranjo gênico predominante em TCR compatível com doença linfoproliferativa T. Com diagnóstico de Linfoma hepatoesplênico de linfócitos T gama/delta e proposta inicial de quimioterapia (QT) com esquema CHOP (ciclofosfamida, vincristina, doxorrubicina e prednisona). Recebeu alta hospitalar para seguimento ambulatorial e continuidade da quimioterapia.
CONCLUSAO: O linfoma hepatoesplênico (gama delta) de células T é um tipo subtipo raro dos PTLD monomórficos. Neste relato que descrevemos, o paciente foi submetido a outros dois transplantes renais que necessitaram de terapia imunossupressora por pelo menos 15 anos, o que poderia ter favorecido o desenvolvimento do PTLD. O prognóstico é desfavorável. As terapias tradicionais (e.x esquema CHOP) em longo prazo nao apresentam bons desfechos clínicos. Atualmente, após 4 ciclos CHOP,e sem resposta clínica a equipe médica considera o início de cuidados paliativos.

 


 

PO: 52020

Melhora no numero de reuso dos dialisadores em pacientes renais cronicos submetidos a hemodiálise através de medida muito simples

Autores: Marcos Antonio Ramos*; Miguel Moyses Neto; Daniel Santos; Osvaldo Merege Vieira Neto; Aline dos Santos Souza; Wilson Eduardo Gonçalves; Fernanda de Oliveira Damasceno Silva; Renan de Souza Santos

mramos@hcrp.usp.br

Serviço de Nefrologia de Ribeirao Preto – SENERP

INTRODUÇAO: a terapia renal cronica mais utilizada é a hemodiálise (HD) que necessita de um dialisador, podendo ser reutilizado até 20 vezes, conforme normativa do Ministério da Saúde. A causa do descarte dos capilares antes do vigésimo reuso é multifatorial. O sistema extracorpóreo da HD leva a agregaçao de proteinas e plaquetas nas fibras e quanto menor o fluxo do sangue e maior demora na lavagem maior a perda do capilar.
OBJETIVO: Avaliar o numero de reusos dos capilares em um centro satélite de hemodiálise; identificar os pacientes com média de reuso acima de 18 e menor que 5 nos últimos 7 capilares utilizados no período de janeiro a setembro de 2015. Uma vez constatada a diferença, localizar a genese das disparidades entre os melhores e piores reusos.
MÉTODO: Foram avaliados 248 pacientes, excluidos os em trânsito, com sorologia para hepatites e HIV. Uma grande parte dos pacientes utilizava capilares Elisio (Nipro) durante o periodo de estudo, que foram escolhidos para efeitos de comparaçao posterior. Os capilares que apresentavam reuso abaixo de 5 e reuso acima de 18 foram avaliados; observados alguns parametros com relaçao ao melhor e pior desempenho: peso seco, ganho de peso interdiálise, dose do anticoagulante, turno de HD, setor (box), acesso venoso, fluxo de sangue, uso de medicamentos relacionados a coagulaçao, hematócrito e Ktv. Foi alterada a logística de lavagem nos capilares e mensurado o desempenho nos 7 meses prospectivos.
RESULTADOS: Da populaçao de 264 pacientes, 248 que utilizaram capilares Elisio (Nipro) foram avaliados. A média de reuso dos capilares foi de 10,9. Nesse período, encontramos 25 pacientes com capilares cujo desempenho foi maior ou igual a 18 reusos e 17 com média inferior a 5. O terceiro turno tinha 17 pacientes com desempenho maior igual a 18 e nenhum com reuso menor que 5. Nao houve diferença nos parametros investigados, exceto pela rapidez entre a retirada do capilar e o encaminhamento para a sala de reuso. Esse procedimento, aplicado aos outros turnos elevou a media de reuso para 18,2 (p < 0,0001).
CONCLUSAO: O reuso tem um peso importante no custo de uma sessao de HD e está ligado a qualidade da assistência dos profissionais de saúde. O melhor desempenho do terceiro turno demonstrou que o tempo de espera foi fundamental para o melhor resultado.

 


 

PO: 51899

Metástase rara em sítio de biodistribuiçao do iodo 131 no tratamento complementar de carcinoma papilífero da tireoide

Autores: Jully Graziela Coelho Campos Couto*; George Nilton Nunes Mendes;Tales de Oliveira Garcia; Arthur Cartaxo Sobral; Lucas Benevides Maia; Karola Ferdinanda Dias Boito; Ana Cristina Gomes Duarte; Eveline Nicodemos Santana

juullycoelho@gmail.com

Faculdade de Medicina Estácio de Juazeiro do Norte.

INTRODUÇAO: Apesar dos carcinomas bem diferenciados serem, na maioria das vezes, pouco agressivos, cerca de 10% podem cursar com metástases ao diagnóstico, sendo as metástases à distância, fora da regiao cervical, as de pior prognóstico. A maioria dos acometimentos à distância envolvem os pulmoes, cérebro, fígado e ossos. Os demais sítios sao de ocorrência rara e requerem maior prudência na análise da imagem, principalmente se forem sítios de biodistribuiçao do iodo 131, podendo levar a um falso-negativo nas imagens de pesquisa de corpo inteiro (PCI).
OBJETIVO: Relatar um caso raro de metástase de carcinoma papilífero da tireoide para os rins.
MÉTODOS: Relato de caso e revisao de literatura.
RELATO: Paciente feminino, 35 anos, com biópsia excisional pós tireoidectomia total apresentando carcinoma papilífero de tireoide, tipo clássico, bem diferenciado, envolvendo todo o lobo direito, istmo e múltiplos microcarcinomas no lobo esquerdo, invasao angiolinfática presente, margens comprometidas e 6 linfonodos cervicais com envolvimento metastático. Realizou PCI pré dose revelando duas áreas focais de tecido iodocaptante na projeçao cervical anterior. Após 7 dias da iodoterapia foi realizada PCI pós dose revelando uma grande captaçao renal bilateral, reconvocada para nova imagem de PCI associada a imagem anatômica (SPECT/CT) após 3 dias, que confirmou a localizaçao da captaçao no parênquima renal bilateral. Foi sugerida a realizaçao de tomografia de tórax e abdome com contraste, as quais revelaram numerosos pequenos nódulos pulmonares sólidos de até 4 mm e nódulos renais bilaterais sugestivos de implantes secundários, submeteu-se a biópsia renal confirmando envolvimento secundário de carcinoma papilífero da tireoide.
CONCLUSAO: É importante nao negligenciarmos a existência de metástases à distância no exame de pesquisa de corpo inteiro com iodo radioativo e atentar para acometimentos metástaticos, que podem passar despercebidos nos sítios de biodistribuiçao do iodo 131.

 


 

PO: 50569

Parâmetros clinicoepidemiológicos e funçao renal em pacientes sob tratamento da doença de chagas

Autores: Raimundo Cardoso da Silva Filho*; Renan Gomes Mendes Diniz; River de Alencar Bandeira Coêlho; Débora de Almeida Silva; Victor de Matos Rolim; Natália Morais de Andrade; Maria de Fatima Oliveira; Elizabeth de Francesco Daher

cardosofilho191@gmail.com

Universidade Federal do Ceará.

INTRODUÇAO: A doença de chagas (DC) é uma doença tropical causada pelo protozooário Trypanosoma cruzi, endêmico na América do Sul. O objetivo do estudo foi descrever aspectos epidemiológicos, laboratoriais e da funçao renal na DC, bem como avaliar o efeito de seu tratamento.
MÉTODOS: Este é um estudo retrospectivo com dados de 174 pacientes coletados em um periodo de dois anos confirmados para DG, em tratamento com Benzonidazol. Dados clínicos, epidemiológicos e laboratoriais foram avaliados antes, durante e após o tratamento.
RESULTADOS: A idade media dos pacientes foi de 45,7 ± 12,05 anos, e 57,5% eram do sexo masculino. Poucos pacientes relataram história de DC (9,3%), e 40% eram procedentes de áreas rurais. Número reduzido de leucócitos foi observado antes, durante e após o tratamento(6500 ± 1700 vs. 5850 ± 1700 vs. 6200 ± 1500, p = 0,002), bem como elevaçao de TGP (27,4 ± 19,71 vs. 29,7 ± 26,1 vs. 31,37 ± 19,5, p = 0,02) e queda da funçao renal (0,87 ± 0,7 vs. 0,93 ± 0,67 vs. 0,87 ± 0,3, p = 0,003). Os principais efeitos colaterais relatados foram prurido (29,3%), nauseas/vômitos (25,9%) e cefaleia (24,7%), com abandono de tratamento em 26 casos (14,9%).
CONCLUSAO: Doença de Chagas foi mais prevalente em adultos procedentes de áreas rurais. Tratamento específico foi associado com queda dos níveis de leucócitos e da funçao renal bem como aumento de TGP. Sugere-se dano renal decorrente do tratamento, apesar da escassez de estudos sobre tal mecanismo.

 


 

PO: 51600

Passagem de acessos tunelizados para hemodiálise por nefrologistas: A experiência de 12 anos do hospital das CLINICAS/FMUSP

Autores: Bruno Caldin da Silva*; Camila Eleuterio Rodrigues; Regina Célia Rodrigues de Moraes Abdulkader; Rosilene Motta Elias

brunocaldin@hotmail.com

Hospital das Clínicas/FMUSP

INTRODUÇAO: Nefrologistas tem crescentemente participado da passagem de cateteres tunelizados para hemodiálise (CTH), especialmente em centros fora do Brasil, através de programas de nefrologia intervencionista. Dados acerca da experiência nacional neste assunto sao escassos.
OBJETIVO: Análise prospectiva dos desfechos associados à conversao de cateteres provisórios para hemodiálise (CPH) para CTH por nefrologistas com experiência nessa técnica, auxiliados por um médico residente em nefrologia. Coorte atual foi comparada com coorte histórica, em um mesmo centro. O impacto do uso de diferentes antibióticos profiláticos (Vancomicina ou Cefazolina) em infecçao relacionada ao CTH também foi avaliado.
MÉTODOS: Pacientes em hemodiálise submetidos à passagem de CTH em nosso centro foram divididos em duas coortes: A (2004 a 2008) e B (2013 a 2015). Tempo para conversao de CPH para CTH, tipo de antibiótico profilático utilizado e motivos para remoçao do CTH (infecçao, fluxo inadequado) foram avaliados.
RESULTADOS: 130 pacientes foram incluídos na coorte A e 228 na coorte B. Sexo, idade, e tempo de seguimento foram similares em ambas as coortes. A mediana de tempo para conversao do acesso provisório para tunelizado foi maior na coorte A em relaçao à coorte B 14 (3; 30) vs. 4 (1; 8) dias, respectivamente (p < 0,0001). Infecçao com necessidade de remoçao do CTH ocorreu em 26,4% vs. 18,9% dos procedimentos nas coortes A e B, respectivamente, com uma taxa de infecçao de 0,93 vs. 0,73 infecçoes por1000 cateteres-dia, respectivamente (p = 0,092). Infecçao dentro de 30 dias após passagem do CTH ocorreu em somente 1,4% dos procedimentos, quando levadas em consideraçao ambas as coortes. Nao houve diferenças quanto ao uso de Vancomicina ou Celazolina como antibióticos profiláticos com relaçao à taxa livre de infecçao em 90 dias da passagem dos acessos tunelizados (log-rank = 0,188). Remoçao dos cateteres por fluxo inadequado ocorreu em 8,9% de todos os procedimentos. Somente um evento adverso nao-fatal ocorreu em ambas as coortes (embolizaçao de CPH cortado), perfazendo 0,8% dos procedimentos.
CONCLUSOES: Conversao de acessos provisórios para tunelizados por nefrologistas apresentam taxas infecçao, patência do acesso e complicaçoes similares às reportadas na literatura. Vancomicina nao foi superior à Cefazolina como antibiótico profilático neste tipo de procedimento. Tais resultados reforçam a importância da incorporaçao dessa técnica na formaçao de nefrologistas no Brasil.

 


 

PO: 50686

Perfil e avaliaçao da atuaçao dos egressos de um programa de pós-graduaçao em nefrologia

Autores: Pablo Ferraz*; Nestor Schor

pablo.ferraz@unifesp.br

Universidade Federal de Sao Paulo.

INTRODUÇAO: A pós-graduaçao no Brasil (PGB) foi regulamentada em 1965 diante da necessidade do aprimoramento na formaçao de pesquisadores e docentes para cursos superiores. Nos últimos 20 anos, a PGB passou por relevante incremento, destacando-se a formaçao de recursos humanos qualificados. Este programa de pós-graduaçao em nefrologia formou ao longo de 40 anos 245 doutores e 394 mestres.
OBJETIVOS: Traçar o perfil e analisar a atuaçao dos egressos no meio acadêmico e no mercado de trabalho. Avaliar a nucleaçao proporcionada pela migraçao em diferentes regioes do país.
MATERIAL E MÉTODOS: Primeira etapa: retrospectiva- análise do perfil dos alunos que concluíram 639 teses no período de 1973 a 2014. Os dados sao do banco de dados do programa confrontados com os do Setor Cientometria da IES. Segunda etapa: prospectiva- questionário para avaliar a atuaçao profissional e acadêmica após a conclusao da pós-graduaçao. O questionário utilizará como base duas experiências: uma da Fiocruz na avaliaçao de egressos e outra da OECD/Unesco para mapeamento da titulaçao e mobilidade de doutores no mundo. Os egressos foram divididos em três coortes com o intuito de captarmos as alteraçoes socioeconómicas do período: G1: 19731993 (N = 187); G2: 1994-2003 (N = 206); G3: 2004-2013 (N = 246). Resultados parciais: 61,7% das teses concluídas sao de mestrado. Em relaçao ao gênero, as mulheres sao maioria, com 58,5%. No G1, as mulheres representavam 39,6% passando a 69,5% no G3. Formados em medicina eram 95% no G1 e na média geral sao 56,3%, dada a entrada de formados em outras áreas a partir de 91. No G3, estes somaram 68,3%. No período analisado, a IES de origem privada correspondeu a 50,7%; no G1 somente a 33,7%. O sudeste é a regiao de origem predominante em todos os períodos, com média de 76,9%, seguida pela Nordeste, com 11%. A média de idade dos médicos ao iniciar o mestrado é de 31 anos e no doutorado, 34. Dos formados em outras áreas, a idade média de ingresso no mestrado é de 28 anos e no doutorado, 29.
CONCLUSAO: Para cada dois mestres, formamos um doutor, tendência ascendente no G3. O número de mulheres na pós-graduaçao aumenta constantemente há mais de 20 anos, enquanto o de homens é estável desde o início. A proporçao de médicos na pós-graduaçao caiu consideravelmente. IES privadas sao atualmente responsáveis pela formaçao de 2/3 dos alunos. Por conta da residência médica, graduados em medicina ingressam na pós-graduaçao dois anos, em média, após os formados em outras áreas.

 


 

PO: 50529

Pós-graduçao adistânciaem nefrologiamultidisciplinar: Avaliaçao de objeto de aprendizagem

Autores: Christiana Leal Salgado; Patricia Maria Abreu Machado; Soraya Froes; Raissa Bezerra Palhano; Dimitrius Vidal de Oliveira Garbis; Natalino Salgado Filho*; Bernardete Jorge Leal Salgado

natalinosalgadofilho@uol.com.br

Hospital Universitario – UFMA.

INTRODUÇAO: O desenvolvimento das novas tecnologias em parceria com a atuaçao dos profissionais de nível superior no Brasil abre caminhos para o alcance da educaçao à distância. No âmbito da saúde, a partir da adaptaçao dos materiais interativos utilizados no Curso de Especializaçao em Nefrologia Multidisciplinar tornou-se possível a disponibilizaçao dos mesmos de forma simples e efetiva, nos variados aparelhos com acesso à internet. O recurso avaliado é o livro multimídia utilizado no curso, disponibilizado na plataforma virtual e de modo off-line, facilitando o acesso ao conteúdo pelos profissionais que se encontram em áreas remotas e com acesso limitado à web.
OBJETIVO: Avaliar o objeto de aprendizagem, livro multimídia, desenvolvido e aplicado no Curso de Especializaçao em Nefrologia Multidisciplinar que confere aos alunos a possibilidade de consulta e armazenamento de conteúdos através de plataformas digitais e de dispositivos móveis.
MÉTODO: Foi realizada uma avaliaçao quantitativa do item livro multimídia a partir de um questionário estruturado disponibilizado ao final de cada módulo do curso. O questionário em escala Linkert categorizou o livro multimídia enquanto recurso didático-pedagógico e ferramenta para apreensao de conteúdos, assim como avaliaçao da adequaçao deste às atividades realizadas. Foram avaliados 11 livros multimídia, de acordo com os critérios de avaliaçao ótimo, bom, ruim, insuficiente e nao li. A análise dos dados foi realizada a partir do Sistema Integrado de Gerenciamento da UNA-SUS (SigU) e os dados foram resumidos em medidas de frequência.
RESULTADOS: Do total de alunos matriculados no curso, média de 35% respondeu o questionário em cada módulo, correspondendo a uma margem de erro de 6,3%, em nível de confiança de 95%. Na avaliaçao dos aspectos didático-pedagógicos do livro multimídia, 61,94% avaliaram como ótimo, 35,84% como bom, 1,71% como ruim e 0,32% nao fizeram a leitura do material. Ao serem questionados se o livro estava adequado às atividades realizadas 60,61% avaliaram a adequaçao do material como ótima, 37,78% como boa, 1,41% como ruim e 0,10% como insuficiente.
CONCLUSAO: Conclui-se que o livro multimídia enquanto recurso educacional minimiza dificuldades da EaD e auxilia na formaçao continuada de profissionais da saúde no Brasil.

 


 

PO: 51739

Relato de caso – Síndrome de Nutcracker

Autores: Pamella Senna; Eduardo Antônio Bicalho Scalzer; Roger Assis Alexandre; Vismaquis Paulino de Jesus; Laiz Teixeira Pontes*; Alice Pignaton Naseri; Michell Roncete de Bortoli; Douglas Toledo Camilo

laiz_pontes@yahoo.com.br

Universidade Federal do Espirito Santo.

INTRODUÇAO: Apesar de queixa comum em unidades de saúde, a dor pélvica crônica é subdiagnosticada. Há muitas etiologias possíveis, sendo difícil determinar a causa base. Dentre estas, está a síndrome de quebra-nozes, nem sempre rica em sintomatologia. Síndrome do quebra-nozes é a alteraçao anatômica em que há compressao da veia renal esquerda pela aorta e artéria mesentérica superior. Nesses casos, hematúria é o quadro mais frequente: micro ou macroscópica. O diagnóstico é difícil. Características clínicas, quando presentes, como varizes pélvicas superficiais e profundas, dores crônicas em flanco esquerdo e abdome e hematúria apontam para diagnóstico precoce.
RELATO DE CASO: Paciente, 35 anos, casada, primípara, técnica de enfermagem, portadora de traço falcêmico, sobrepeso, encaminhada ao ambulatório para investigar hematúria macroscópica com coágulos, persistente há 4 anos. Relata piora progressiva ao longo do dia e aos esforços; nega dor lombar, disúria ou febre. Ao exame físico, sem alteraçoes. Em posterior consulta ambulatorial, houve piora do quadro, com distensao abdominal e dor em lado esquerdo do abdome. Aos exames laboratoriais iniciais, ausência de anemia e presença de hematúria com dismorfismo eritrocitário negativo. TC abdominal nao demonstrou alteraçoes; cistoscopia evidenciou trigonite e biópsia com edema e leve infiltrado inflamatório crônico e inespecífico. A AngioTC venosa abdominal, evidenciado ângulo reduzido (< 30°) entre aorta e origem da artéria renal mesentérica, estenose da veia renal e espaço aorto- mesentérico, aumento do calibre da veia renal esquerda no segmento proximal, sem aumento do calibre de vasos colaterais. Os achados clínicos citados indicaram diagnóstico de síndrome de Nutcraker.
DISCUSSAO: A síndrome do quebra-nozes apresenta prevalência muito superior ao seu diagnóstico, sendo maioria dos casos relatados no sexo feminino. Hematúria, sinal típico, teria como causa a ruptura do fino septo que separa as veias do sistema coletor urinário. Vários exames de imagem podem auxiliar no diagnóstico. O tipo de tratamento que deve ser adotado ainda é controverso, existindo diversas opçoes cirúrgicas, como o uso de stent intravascular e a conduta conservadora por meio do uso de estrogênios e antiinflamatórios, mas com má resposta terapêutica. Há necessidade de maior divulgaçao dessa síndrome, devendo ser incluída na investigaçao de pacientes com quadro de hematúria a esclarecer.

 


 

PO: 51930

Relato de caso: Desativaçao de fístula arteriovensa por via endovascular em caso de estenose venosa central sintomática intratável

Autores: Ricardo Portiolli Franco; Domingos Candiota Chula; Marcia Tokunaga de Alcântara; Miguel Carlos Riella; Eduardo Camargo Rebolho; Flavia Ramos Tristao; Barbara Dagnoluzzo Moreira; Marcelo Mazza do Nascimento

ricardoportiolli@gmail.com

Fundaçao Pró Renal Brasil.

INTRODUÇAO: As estenoses venosas centrais sao uma complicaçao comum dos cateteres para hemodiálise (HD). Estas lesoes podem ser assintomáticas, porém presença de uma FAV no membro agrava os sintomas devido ao aumento do fluxo venoso. A hipertensao venosa leva a edema, comprometimento funcional e estético do membro e limitaçao da opçoes de acessos vasculares por impossibilidade de punçao e confecçao de fístulas arteriovenosas (FAV). Nos casos sintomáticos, com falha ou impossibilidade de angioplastia pode ser necessária ligadura da FAV. A ligadura cirúrgica pode ser complicada por sangramento e dificuldade de acesso à anastomose se a hipertensao venosa for grave.
OBJETIVO: Descrever a trombose intencional de FAV com balao de angioplastia após falha de tentativa de angioplastia da oclusao venosa central e de ligadura cirúrgica.
APRESENTAÇAO: Recebemos um paciente masculino, de 47 anos, em HD a 4 anos por glomerulonefrite crônica, com história de múltiplos cateteres e infecçoes relacionadas, na ocasiao com cateter tunelizado em femoral esquerda por falência dos acessos superiores. Em 2014 evoluiu com edema após confecçao de FAV braquiobasilica superficializada em braço direito. A angiografia evidenciou suboclusao da veia inominada resistente à angioplastia. Evoluiu com piora do edema, comprometimento funcional e dor. Em fevereiro de 2015 tentativa de ligadura cirúrgica da FAV sem sucesso por sangramento volumoso durante incisao da pele levando a instabilidade hemodinâmica. Em março de 2016 foi submetido ao seguinte procedimento: punçao venosa proximal da FAV e passagem de guia hidrofílica através da anastomose arteriovenosa. Um balao de angioplastia de 6X40mm foi posicionado na regiao justaanastomótica, com o auxílio de ultrassonografia e entao insulflado, levando a oclusao endovascular do influxo. O balao foi mantido na posiçao por 3 horas. O fluxo arterial nao foi afetado, como confirmado por Doppler e angiografia. Após confirmaçao da formaçao de extenso trombo oclusivo em veia basílica, com ausência de fluxo ao Doppler, o balao foi desinsuflado e retirado. O paciente recebeu alta no mesmo dia e foi reavaliado 30 dias após, com melhora importante do edema e recuperaçao funcional plena do membro. Nao houveram complicaçoes imediatas ou tardias.
CONCLUSAO: nas estenoses centrais intratáveis, com hipertensao venosa grave, o uso de baloes de angioplastia para trombose intraluminal da FAV é uma alternativa viável ao manejo cirúrgico em casos selecionados.

 


 

PO: 51688

Relato de experiência do dia mundial do rim 2016 no Norte do Tocantins

Autores: Rachel Lyne Sussuarana de Sousa; Deborah Macêdo Rigoni Prandini; Kariny Rodrigues de Oliveira; Andressa Sousa Aguiar; Josué Moura Telles; Stephanie Carvalho Simpson; Tárcio Luis Azevedo de Oliveira*; Marco Antonio Corrêa Galvao

tarcioluisazevedo@gmail.com

FAHESA/ITPAC.

INTRODUÇAO: O Dia Mundial do Rim de 2016 esteve centrado na Doença Renal Crônica (DRC) na Infância e nos antecedentes da DRC do adulto que podem começar na infância, como maus hábitos nutricionais, sedentarismo e dislipidemias. A progressao da DRC pode ser retardada, desde que o diagnóstico seja feito a tempo para a adoçao de medidas apropriadas. Foram realizadas açoes em todo o mundo com o objetivo de divulgar as informaçoes relacionadas a prevençao da DRC.
OBJETIVO: Relatar experiência de discentes da área da saúde no Dia Mundial do Rim – 2016 em Araguaína-TO.
MÉTODOS: Projeto de extensao realizado pela Liga Acadêmica Pró-Rim, pelo Serviço de Nefrologia da cidade e por discentes do módulo do Internato de Saúde Pública. Foram realizadas palestras relacionadas ao tema Prevençao da doença renal para indivíduos cadastrados no programa de hipertensos e diabéticos (HIPERDIA) de Unidades Básicas de Saúde (UBS) da cidade.
RESULTADOS: O projeto foi executado abrangendo 8 UBS em áreas estratégicas da cidade, totalizando 119 ouvintes do programa HIPERDIA que receberam orientaçoes sob forma de palestras com foco no retardo e prevençao da doença renal, açoes estas que se iniciaram durante a infância.
CONCLUSOES: A DRC é uma patologia diária na vivência e formaçao do profissional da área da saúde. A ediçao 2016 do dia mundial do rim no norte do Tocantins caracterizou-se pela descentralizaçao das palestras, levando informaçao à periferia e à populaçao de maior risco de evoluçao para DRC que se encontram, em sua maioria, na atençao básica: os hipertensos e diabéticos. O projeto também contribuiu para a vivência dos discentes e corroboraçao que a prevençao da DRC encontra-se nas UBS com o tratamento efetivo de comorbidades que mais comumente evoluem para Terapia Renal Substitutiva.

 


 

PO: 50492

Síndrome edemigênica e proteinúria associado ao uso de Adalimumabe em paciente com doença de Crohn

Autores: Luiz Paulo José Marques; Carlos Perez Gomes; Caroline de Azevedo Martins; Davi Barcelos de Almeida*; Claudia Fortes de Mello; Thalita Magalhaes Uchoa; Cristine Ferreira Martins; Flavia Lande Rosa

davi-barcelos@hotmail.com

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro.

INTRODUÇAO: As complicaçoes renais podem ocorrer na Doença de Crohn, em espectro bastante variado, como nefrolitíase, amiloidose, glomerulonefrites e anormalidades tubulointersticiais. A utilizaçao de agentes biológicos como anti fatores de necrose tumoral, incluindo o Adalimumabe, vem sendo cada vez mais usados no tratamento de doenças autoimunes. Relatos esporádicos de anasarca associado ao Adalimumabe na Doença de Crohn.
MATERIAL E MÉTODOS: Relatamos o caso de um paciente de 47 anos com Doença de Crohn diagnosticado há 9 anos em uso de Mesalazina, Azatioprina e Adalimumabe com quadro de anasarca de inicio gradual, iniciado há 03 meses da internaçao no Hospital Universitário Gaffreé e Guinle. Referia episódios anteriores de edema em MMII de resoluçao espontânea. Ao exame físico paciente encontrava-se em regular estado geral, com quadro de edema de instalaçao gradual generalizada, sem sinais clínicos de insuficiência cardíaca, hepática, hipertensao porta ou trombose venosa profunda. Exames laboratoriais evidenciavam discreta anemia sem leucocitose, funçao renal e hepatograma normais, albumina sérica de 3,5g/%, e exame de urina (EAS) normal. Ecocardiograma e Radiografia de tórax sem alteraçoes. A urina de 24 horas revelou clearance de creatinina normal, sem alteraçoes de natriúria e presença de proteinúria de 517,27mg em 24 horas. Iniciado diurético de alça por via parenteral, em dosagens crescentes, por 05 dias sem melhora clínica. O paciente evoluiu com hipotensao e hipocalemia, sendo necessária a suspensao do diurético. Optou-se por mantê-lo sem diurético e pela retirada do Adalimumabe, mantendo as demais medicaçoes. Observou-se reversao total da síndrome edemigênica e da proteinúria após 03 semanas da retirada da medicaçao, em consonância com a literatura.
CONCLUSAO: É provável que o Adalimumabe tenha sido o único fator responsável pela proteinúria e edema generalizado.

 


 

PO: 51216

Triagem para doença de Fabry: Um estudo transversal usando uma nova abordagem clínica

Autores: Luciana Senra de Souza Sodré*; Rosália Maria Nunes Henriques Huaira; Fernando Antônio Basile Colugnati; Marcelo Paula Coutinho; Natália Maria Silva Fernandes

lucianasensouza@gmail.com

Universidade Federal de Juiz de Fora.

INTRODUÇAO: A doença de Fabry (DF) é uma doença hereditária ligada ao cromossoma X, considerada um erro inato no metabolismo dos glicoesfingolípideos. Devido à deficiência da Alfagalactosidase A, ocorre acúmulo da globotriasilceramida (Gb3) no tecido dos órgaos, levando a considerável morbimortalidade. A maioria dos estudos tria somente homens em hemodiálise. O objetivo deste estudo foi: 1 – avaliar a prevalência da DF realizando uma triagem ampla, feita inicialmente com um questionário e, a seguir um algoritmo computadorizado que seleciona os casos suspeitos para coleta de sangue, independente do gênero. 2 – Avaliar a prevalência dos sinais e sintomas em pacientes com DF com e sem doença renal (DR).
MÉTODOS: Incluídos 854 centros e pacientes com >18 anos que assinaram o TCLE. Quando detectado pacientes suspeitos através do algoritmo, estes foram encaminhados para coleta de sangue para dosagem enzimática e teste genético. Realizado uma análise descritiva dos dados, a razao de verossimilhança e o odds ratio entre os sintomas de pacientes com DF e DR vs. DF sem DR.
RESULTADOS: Foram triados 37656 pacientes, sendo 29361 descartados e 8295 encaminhados para análise, encontrados 186 positivos. A prevalência de DF na populaçao total do estudo foi de 0,49% e, naqueles triados pelo algoritmo 2,24%. Houve maior prevalência de mulheres (65,1%), apesar de ter sido triado mais homens (59,3%). Foram separados 2 grupos: Fabry com DR (86), Fabry sem DR (115). Comparamos quais comorbidades, sinais e sintomas mais prevaleciam entre DF com DR vs sem DR. Observamos maior prevalência de Hipertensao 35,2% vs 1,7%, Doença Cardíaca 60,6% vs 0,9%, Doença Reumatológica 71,8% vs. 1,7%, Febre recorrente 16,9% vs. 0,9%, Intolerância ao calor e ao frio 28,2% vs. 0,9%, Sensaçao de queimaçao nas maos e nos pés 23,9% vs. 0,9%, Crises de dor que espalham pelo corpo 26,8% vs. 0,9%, Sensaçao de dormência nas maos e pés 22,5% vs. 0,9%, Diminuiçao ou ausência de transpiraçao 42,3% vs. 0,9%, Depressao 28,2% vs. 0,9%, Doenças neurológicas 25,4% vs. 0,9%.
CONCLUSAO: Percebemos que o grupo com DR apresenta mais sinais e sintomas. Encontramos uma prevalência próxima ao descrito na literatura quando nao considerado o questionário e o algoritmo. Acreditamos que o uso do algoritmo aumenta a sensibilidade do questionário possibilitando o diagnóstico de um maior número de casos, além de diminuir custos por restringir a análise laboratorial a casos de maior risco.

 

TRANSPLANTE

PO: 51743

A possibilidade do transplante de rim: Caracterizaçao das pessoas em hemodiálise cadastrados na lista de transplante renal na regiao Sul do Brasil

Autores: Soraia Geraldo Rozza Lopes*; Denise Maria Guerreiro Vieira da Silva; Juliana Graciela Vestena Zillmer; Julia Estela Willrich Boell; Francieli Lohn da Rocha; Sibele Anton

soraia.gr.lopes@gmail.com

Universidade Federal de Santa Catarina.

INTRODUÇAO: A Insuficiência Renal se caracteriza pela perda da capacidade dos rins de realizar sua funçao. Quando tal perda supera 90% da funçao renal é diagnosticada a Doença Renal Crônica Terminal (DRCT), patologia progressiva, de alta incidência e prevalência, sendo uma importante causa de morbimortalidade no mundo. Os tratamentos substitutivos para DRCT sao: diálise peritoneal, transplante de rim e hemodiálise.
OBJETIVOS: Descrever as características sociodemográficas das pessoas com doença renal crônica terminal em hemodiálise que sao cadastrados em lista de espera de transplante de rim e identificar as comorbidades associadas a sua condiçao de saúde.
MÉTODO: Trata-se de um estudo transversal, realizado nos serviços de nefrologia da Grande Florianópolis/Santa Catarina. A populaçao era de 228 pessoas, sendo os dados coletados de agosto a dezembro de 2011, por meio de um questionário pré-codificado e realizado análise estatística descritiva.
RESULTADOS: As características sociodemográficas identificadas da maioria dos sujeitos eram: homens, adultos jovens, casados e que residiam em zona urbana. A hipertensao sistêmica arterial, as cardiopatias e o diabetes mellitus foram à comorbidades associadas, prevalecendo à hipertensao arterial sistêmica. O tempo de cadastramento em lista de espera para o transplante variou de 1 a 96 meses. Destaca-se a necessidade de fortalecer o acesso ao transplante renal das pessoas com DRCT em tratamento hemodialítico, pois apesar dos avanços na política nacional de transplantes, pois, as pessoas permanecem por longos períodos na lista de espera do transplante de rim. Diante disto, pode afetar a qualidade de vida dessas pessoas além de impactar no financiamento da saúde do Brasil.
CONCLUSOES: Esta pesquisa evidencia achados relevantes que podem auxiliar a equipe de enfermagem no planejamento e na implementaçao de intervençoes para melhoria da assistência prestada às pessoas com doença renal crônica em hemodiálise com acesso ou nao ao transplante renal. Nesse sentido, diante das pessoas com possíveis descontroles e complicaçoes ocasionados pelas comorbidades destacadas nesse estudo, ressalta-se a relevância da educaçao permanente dos profissionais da saúde fortalecendo a assistência do enfermeiro no âmbito do acesso desses pacientes ao transplante de rim. Isto implica inserçao e manutençao dos pacientes na lista de transplante.

 


 

PO: 50727

A ultrassonografia contrastada na avaliaçao da perfusao do enxerto renal: Experiência piloto

Autores: Nordeval Cavalcante Araújo*; José Hermógenes Rocco Suassuna

nordeval@oi.com.br

Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

A utilidade diagnóstica da ultrassonografia com contraste para a avaliaçao da perfusao de órgaos e caracterizaçao de lesoes focais é considerada excelente. A análise da curva de tempo-intensidade do sinal do contraste em diferentes territórios do rim, geram variáveis que podem ser úteis na abordagem do paciente transplantado. O objetivo deste trabalho foi avaliar a exequibilidade desta técnica, em uma unidade de transplante renal e determinar as correlaçoes dos parâmetros de perfusao com as variáveis de interesse relacionadas ao transplante renal, incluindo biópsia de sala. Participaram 42 pacientes, 24 nos primeiros 30 dias de pós-operatório do transplante e 18 com média de 4247 dias de transplante (1044 a 6864 dias). Todos os exames foram realizados pelo mesmo médico com o mesmo sonógrafo (Aplio 400, Toshiba). O contraste (Sonovue, Bracco) foi administrado, por via venosa (2,5 ml) imediatamente após a reconstituiçao. Foi gravado um vídeo de cerca de 90 segundos do exame e analisado, posteriormente, com um software do próprio equipamento. A perfusao foi avaliada em três áreas nas artérias interlobares (AIL), córtex (Cor) e medula renal (Med) e utilizada a média das três mensuraçoes. Os parâmetros considerados relevantes para o estudo foram o tempo total (TT) e a fase rápida (FR) da captaçao (cerca de 94% da intensidade do TT). Com base nestes tempos, foram calculados o retardo do início (i) e pico (p) de captaçao da Cor e Med em relaçao à AIL (Cor/AIL e Med/AIL) e da Med em relaçao ao Cor (Med/Cor). A significância estatística foi p < 0,05. O TT da AIL e Med e a FR da AIL e Cor foram mais rápidos nos casos precoces. O retardo do pMed/pCor com base no TT e do iMed/iAIL e iMed/iCor com base na FR foram mais curtos nos casos precoces. Nos casos precoces, o tempo de transplante alonga a FR da AIL, Cor e Med, o retardo do iMed/iAIL e iMed/iCor na FR é mais longo se o doador faleceu por AVC e mais curto na lesao túbulo-intersticial crônica, e o iMed/iCor na FR mais curto no infiltrado/edema intersticial. A obsolescência glomerular encurta o iMed/iCor no TT e o pMed/pAIL e pMed/pCor no TT e FR. A creatinina elevada do doador alonga a FR da AIL e Cor e a do receptor retarda o iMed/iAIL, no TT, e encurta o iMed/iCor, na FR. O efeito das variáveis relacionadas ao transplante sobre a perfusao podem ser avaliados pela ultrassonografia com contraste confirmando o valor do método como ferramenta diagnóstica e de pesquisa clínica em unidade de transplante renal.

 


 

PO: 50429

Achados na biópsia renal da infecçao pelo Citomegalovirus em paciente transplantado renal

Autores: Maria Isabel Barreto de FariasTorres*; Marcela Maria Maia Souto; Thaiza Melo Torres; Marina de Castro Peixoto; Roberto Silva Costa; Miguel Moyses Neto; Maria Estela Papini Nardin; Elen Almeida Romao

bel_ft@yahoo.com.br

USP RP

INTRODUÇAO: A infecçao pelo citomegalovírus(CMV) é uma das principais complicaçoes após o transplante renal. Pode ser classificada em primo-infecçao(transmissao ocorre por meio do enxerto), ou em reativaçao(o receptor é soropositivo). Clinicamente se apresenta como infecçao(na ausência de sintomas), ou como doença(a síndrome viral típica ou a doença invasiva). A replicaçao do CMV no rim transplantado pode levar a deterioraçao da funçao renal, mas fatores como a diminuiçao da perfusao renal, necrose tubular aguda(NTA) e rejeiçao do transplante parecem ser mais importantes do que o efeito viral direto sobre o rim.
OBJETIVO: Apresentar os aspectos clínicos encontrados na infecçao pelo CMV do paciente transplantado e os achados na biópsia renal.
RELATO DE CASO: Homem, 47 anos, transplantado renal doador falecido em 15/05/2015 (induzido com timoglobulina; match sorológico para CMV doador positivo, receptor positivo), admitido com queixa de diarreia há 3 dias e reduçao da diurese. Paciente portador de hepatite B crônica em tratamento com entecavir e doença renal policística. Em uso de tacrolimo, micofenolato e prednisona. A admissao apresentava lesao renal aguda(creatinina 3,47 mg/dL) e antigenemia para CMV com 180 células. Iniciado ganciclovir. Paciente persistiu com escórias nitrogenadas elevadas, achado de hematúria e leucocitúria na urina e proteinúria de 2,1g/24 horas. Submetido à biópsia renal que evidenciou glomerulonefrite proliferativa aguda associada à infecçao por CMV(presença de inclusoes nucleares Cowdry A e B), NTA difusa discreta e C4d negativo (BANFF 6). Imunofluorescência com C3 positivo muito forte, granular, geralmente global, às vezes segmentar, focal acometendo metade dos glomérulos, em alças capilares e mesângio. Paciente evoluiu com melhora das escórias nitrogenadas e resoluçao da infecçao por CMV após uso do ganciclovir.
DISCUSSAO: Os efeitos da infecçao pelo CMV podem ser diretos (desenvolvimento da doença), ou indiretos (aumento no risco de rejeiçao aguda, co-infecçao com outros agentes infecciosos e disfunçao crônica do enxerto). O diagnóstico é feito por pesquisa de viremia(antigenemia ou PCR), ou pela demonstraçao do vírus(ou de sua repercussao) em tecidos obtidos por biópsia. O status sorológico é considerado o mais importante preditor da doença por CMV pós transplante.
CONCLUSAO: A infecçao pelo CMV no transplante renal é importante pela alta prevalência, morbimortalidade e pela variedade de síndromes clínicas associadas a essa condiçao.

 


 

PO: 51446

Acompanhamento de pacientes transplantados renais em jovem Centro de Transplantes de Rondônia

Autores: Cafiterine dos Santos Cavalcante*; Júlia Bruna Souza Caron; Claudino Sérgio de Alencar Ribeiro Filho; Clara Yasmin Aires Moura Franco; Gabriel da Silva Cury; Jaqueline Polon Abboud; Alessandro Corrêa Prudente dos Santos; Andresa Tumelero

cafiterine@hotmail.com

Faculdade Sao Lucas.

INTRODUÇAO: Rondônia é um estado novo e possui uma populaçao de aproximadamente 1,7 milhoes de habitantes. Os transplantes renais iniciaram no estado em 29 de Maio de 2014. Até esta data, os pacientes eram encaminhados para outros centros transplantadores através de um programa estadual de Tratamento Fora do Domicílio (TFD).
OBJETIVO: Demonstrar como estes pacientes sao acompanhados pelo serviço de transplantes renais de Porto Velho-RO.
MÉTODO: Estudo observacional, retrospectivo e descritivo baseado em prontuários do centro transplantador de Rondônia.
RESULTADOS: Este serviço ambulatorial iniciou no final de 2011, oferecendo atendimento multidisciplinar a todos os pacientes transplantados renais residentes no estado de Rondônia. De Janeiro de 2012 a abril de 2016, 95 pacientes transplantados renais em outros centros receberam atendimento ambulatorial em Porto Velho. Aproximadamente 45% dos pacientes residem na capital Porto Velho, um paciente reside no estado do Amazonas numa cidade próxima a capital. A maioria dos pacientes (90%) realizaram terapia dialítica em clínicas rondonienses. Em torno de 47 pacientes (50%) foram transplantados no estado de Sao Paulo e os demais em diversos estados (RS, SC, PR, CE, MA, RJ, MG, AC, GO, MA, MS, ES). Um total de 35 pacientes (36%), solicitaram transferência e acompanham somente em Porto Velho 32 transplantados (34 pacientes) procuram o ambulatório apenas para receitas e intercorrências clínicas e 22 pacientes realizam acompanhamento conjunto, reduzindo suas idas ao TFD. Estao registrados 2 óbitos e 4 perdas da funçao do enxerto com retorno a terapia dialítica.
CONCLUSAO: Por ser um serviço novo, a procura dos pacientes é progressiva, mas já evidencia benefícios ao paciente renal crônico, oferecendo maior segurança e conforto, além da reduçao dos processos de TFD com grande economia para o estado. No entanto, é notório a necessidade de ampliaçao deste serviço.

 


 

PO: 51565

Análise do perfil imunológico de pacientes na lista de espera para transplante renal em Sao Joao Del Rei – Minas Gerais

Autores: Andreia Rodrigues Campos*; Raissa Valente Costa; Maísa Ferreira Miranda

andreiarcampos073@gmail.com

Instituto de Ensino Superior.

INTRODUÇAO: O Transplante Renal é a terapia mais moderna para o tratamento de insuficiência renal crônica. Entretanto as maiores dificuldades para a realizaçao do transplante sao os anticorpos anti-HLA (Antígeno Leucocitário Humano), e a variedade na frequência dos alelos HLA.
OBJETIVO: Descrever as características de 29 pacientes em hemodiálise na cidade de Sao Joao Del Rei que estao na lista de espera para transplante renal de doador falecido. A análise é importante visto que os anticorpos anti-HLA, a frequência HLA e a doença de base podem influenciar no sucesso do enxerto e na perspectiva do paciente.
MÉTODOS: Foi realizada a análise do PRA (Painel de Reatividade de Anticorpos), a frequência HLA e a doença de base. Tanto a frequência HLA quanto o PRA serao, ainda, classificados em grupos distintos, que serao: frequência HLA frequente e pouco frequente e o PRA nao sensibilizado 0%, sensibilizado 1% a 80% e hipersensibilizado acima de 80%. A frequência é referente ao estado de Minas Gerais e os dados obtidos para comparaçao foram retirados na base de dados Allele Frequencies. Todos os pacientes participantes da pesquisa assinaram o Termo de Livre Esclarecimento.
RESULTADOS: Foram encontrados 58,62% nao sensibilizados, 27,58% sensibilizados e 13,80% hipersensibilizados. A frequência HLA obteve os seguintes resultados: HLA-A 79,3% tiveram pelo menos um alelo frequente e 6,9% possuem apenas alelos pouco frequentes; HLA-B 79,4% tiveram pelo menos um alelo frequente e 27,58% possuem apenas alelos pouco frequentes; HLA-DR 86,2% tiveram pelo menos um alelo frequente e 6,9% possuem apenas alelos pouco frequentes. As doenças de base mais encontradas foram insuficiência renal crônica e diabetes.
CONCLUSAO: O estudo demonstrou que 27,58% dos pacientes quando transplantados precisam de um acompanhamento imunológico intensificado por serem sensibilizados, sendo que, 13,80% necessitam de terapias que reduzam os níveis de anticorpos anti- HLA. Como o esperado os alelos HLA tem a frequência similar a da populaçao de Minas Gerais, desse modo, demonstra-se a necessidade de intensificar as campanhas regionais de doaçoes de órgaos para que os receptores recebam os enxertos com maior compatibilidade HLA. A análise das doenças de base ressaltam a importância de conscientizar a populaçao acerca de determinadas doenças e hábitos de vida que podem levar a falência renal.

 


 

PO: 50466

Avaliaçao da funçao renal de doadores vivos de transplante renal

Autores: Ana Letícia Amorim de Albuquerque*; Fillipe Agra de Oliveira Cosme; André Falcao Pedrosa;Thalyta de Souza Rodrigues; José Ayrton Macedo Guimaraes de Oliveira; Indalécio Magalhaes

leticia_albuquerque94@hotmail.com

Universidade Federal de Alagoas/Faculdade de Medicina.

INTRODUÇAO: O aumento de candidatos a potenciais receptores de transplante tem levado à ampliaçao no transplante de doadores vivos. Assim, é imperativa a realizaçao de estudos que avaliem adequadamente as possíveis consequências a longo prazo da nefrectomia eletiva visando doaçao.
OBJETIVO: Avaliar a prevalência de alteraçoes renais em doadores renais vivos. Analisando os seguintes aspectos: tempo pós-procedimento cirúrgico, funçao renal atual, prevalência de proteinúria, HAS, obesidade, fatores de risco cardiovascular e DRC.
MÉTODO: Estudo clínico prospectivo, transversal, descritivo, sem técnicas de mascaramento, no qual foram incluídos 33 indivíduos doadores renais vivos cadastrados ao programa de transplante. Foram avaliados: dados demográficos (sexo, idade, raça), dados antropométricos (peso, altura, IMC), dados clínicos (PA, edema, sintomas urinários, tempo pós-transplante) e dados bioquímicos (creatinina sérica, clearance de creatinina calculado, microalbuminúria, colesterol total e fraçoes, triglicerídeos e glicemia de jejum). O clearance de creatinina foi calculado por meio das fórmulas de Cockcroft-Gault e MDRD. A doença renal crônica foi estadiada, segundo proposto pelo KDOQI.
RESULTADOS: Dos 33 indivíduos estudados, 21 (63.63%) eram do sexo feminino, a mediana de idade do grupo foi de 45 anos (28-71) e tempo pós procedimento cirúrgico de 64 (6-249) meses. Observou-se que a prevalência de disfunçao deste órgao foi de 42.42% e 66.67% com o uso das fórmulas CG e MDRD, respectivamente. Evidenciou-se a superioridade do estágio 2 (disfunçao leve) sobre os demais e nenhum dos indivíduos apresentava-se no estágio 5 ou terminal da doença. A prevalência de microalbuminúria alterada foi de 12.12%. Quanto aos fatores de risco cardiovascular: 24.24% dos indivíduos apresentaram alteraçoes nas PAS e PAD, 39.39% com circunferência abdominal na faixa de obesidade visceral, 36.36% com padrao de obesidade (IMC>30) e 33.33% com níveis de triglicerídeos elevados.
CONCLUSAO: A necessidade de órgaos para doaçao tem expandido os critérios de elegibilidade de doadores renais vivos. A participaçao de idosos como doadores renais requer cautela, pois essa populaçao encontrase em um estágio de disfunçao renal leve, tendo níveis pressóricos elevados e representando uma populaçao de risco para desenvolvimento de DRC. A positividade do marcador de lesao renal precoce reforça a proposta de acompanhamento regular a longo prazo dos doadores renais vivos.

 


 

PO: 51870

Avaliaçao das concentraçoes séricas de Vitamina D em pacientes no pós-transplante renal imediato

Autores: Mabelle Alves Ferreira de Lima; Karla Simone Costa de Souza*; César Endrigo Silva de Andrade; Marcela Abbott Galvao Ururahy; José Bruno de Almeida; Maurício Galvao Pereira; Karine Cavalcanti Maurício de Sena Evangelista; Adriana Augusto de Rezende

karlacostasouza@gmail.com

Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

INTRODUÇAO: A vitamina D desempenha importantes papeis fisiológicos, e a sua deficiência está sendo evidenciada em doentes renais. Além de provocar rápida perda óssea no pós-transplante, a deficiência de vitamina D pode causar a progressao da albuminúria, e consequentemente a perda do enxerto renal.
OBJETIVO: Avaliar as concentraçoes séricas de vitamina D em pacientes no pós-transplante imediato do Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), centro de referência em transplantes renais do Rio Grande do Norte (RN).
MÉTODOS: Tratase de um estudo transversal, conduzido no período de setembro 2015 a fevereiro 2016, com pacientes no pós-transplante imediato, os quais foram submetidos a dosagem sérica de 25-hidroxivitamina D pelo método de quimioluminescência. A classificaçao do status de vitamina D foi realizada com base nas definiçoes da Endocrine Society (2011), considerando “adequado” valores > 30 ng/mL, “insuficiência” valores entre 21-29 ng/mL e “deficiência” valores < 20 ng/mL.
RESULTADOS: Foram incluídos 14 pacientes com a idade de 41,6 ± 11,1 anos, sendo a maioria do sexo masculino (57,1%), de etnia pardo/mulato (85,7%) e que receberam rins de doadores cadavéricos (85,7%). A etiologia mais frequente da doença renal foi hipertensao (64,3%), seguido por glomerulonefrite (28,6%) e pielonefrite (7,1%). Em relaçao a avaliaçao da 25-hidroxivitamina D, 71,5% dos pacientes apresentaram concentraçoes séricas abaixo dos valores de referência, sendo 42,9% classificados como “insuficiência” e 28,9% como “deficiência”.
CONCLUSOES: Uma vez que concentraçoes adequadas de vitamina D podem estar relacionadas a um prognóstico favorável da funçao renal no pós-transplante, os resultados deste estudo sugerem mais atençao dos profissionais quanto ao status de vitamina D nesses pacientes, a fim de reduzir gastos com outros medicamentos, melhorar a resposta ao tratamento, evitar complicaçoes como a albuminúria, e, consequentemente, perda do enxerto renal. Os dados também servirao como o ponto de partida para novas pesquisas sobre a vitamina D e albuminúria no pós-transplante renal, pois ainda sao necessários mais estudos em seres humanos sobre esse tema.

 


 

PO: 51875

Biópsia pós-transplante: Indicaçoes, diagnósticos e condutas

Autores: Flora Braga Vaz*; Denise Teresinha Beeze Guterres; Daniele Cardoso; Luciane Mônica Deboni; Jean Cristovao Guterres; Marcos Alexandre Vieira; Rodrigo Paludo; Andreas Nogueira Sales

floravaz@gmail.com

Fundacao pro Rim.

INTRODUÇAO: A Biópsia Renal (BxR) é utilizada como padrao ouro no diagnóstico das disfunçoes do enxerto após o transplante renal.
OBJETIVO: O objetivo do estudo é analisar as indicaçoes e resultados das BxR realizadas após o transplante renal, bem como a conduta adotada após o diagnóstico.
CASUISTA E MÉTODOS: Foram revisados os prontuários dos pacientes que realizaram BxR no período de janeiro de 2015 a dezembro de 2015, em um centro transplantador. As seguintes variáveis foram analisadas: gênero, tipo de transplante renal DF/DV, indicaçoes, resultados, tratamentos e tipo de imunossupressao utilizada no momento da BxR. Todas as biópsias foram lidas pelo mesmo patologista, conforme a classificaçao de Banff 2013, sendo realizadas imunofluorecência e imunohistoquímica (C4D e SV40) em todos os casos.
RESULTADOS: No período analisado foram realizadas 77 BxR em 60 pacientes (7,6%), de um total de 789 pacientes em acompanhamento no ambulatório de pós-transplante. Dos pacientes biopsiados, 39(65%) eram do sexo masculino. O tipo de doador foi falecido em 44(73%) pacientes. Quanto a indicaçao para BxR as mais prevalentes foram a piora da funçao renal em 30(39%), o aumento de PRA com DSA em 22(28,5%), a piora da funçao renal e PRA com DSA em 08(10,5%) e outras causas em 17(22%) pacientes. Quanto à imunossupressao, 67(87%) usavam: inibidor da calcineurina + MMS + Prednisona e outros 10(13%) utilizavam inibidor da mTOR + MMS + Prednisona. Na imunohistoquímica 08(10,8%) casos foram C4D positivos, 02(2,7%) SV40 positivos e CMV todos negativos. No diagnóstico histológico 08(10,4%) com rejeiçao celular aguda e 07(9%) com alteraçoes borderline (suspeito para rejeiçao aguda mediada por células T), todas sendo tratadas com pulso de corticoide; 09(11,7%) com rejeiçao humoral, todas tratadas com plasmaferese + imunoglobulina; 08(10,4%) com alteraçoes citotóxicas com ajuste da dose dos imunossupressores; 28(36,4%) com alteraçoes crônicas do enxerto, 05(6,5%) com nefrite intersticial, sendo um realizado tratamento com ATB e dois apenas reduçao da imunossupressao, 12(15,6%) outros nao sendo necessário tratamento específico.
CONCLUSAO: A causa mais comum para a disfunçao do enxerto nos achados de biópsia foi a rejeiçao, sendo a rejeiçao humoral a mais prevalente.

 


 

PO: 51759

Caracterizaçao do perfil clínico e laboratorial dos pacientes transplantados renais atendidos no Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL/UFRN)

Autores: Karla Simone Costa de Souza*; Vinicius Xavier da Silva; César Endrigo Silva de Andrade; Mabelle Alves Ferreira de Lima; Maurício Galvao Pereira; José Bruno de Almeida; Marcela Abbott Galvao Ururahy; Adriana Augusto de Rezende

karlacostasouza@gmail.com

Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

INTRODUÇAO: A avaliaçao clínica e laboratorial de pacientes que receberam um rim em um centro de referência em transplante renal é importante para que se possa caracterizar esses pacientes e suas necessidades, permitindo a adoçao de medidas que garantam a sobrevida e o bom funcionamento do enxerto.
OBJETIVO: Avaliar retrospectivamente os dados clínicos e laboratoriais dos pacientes transplantados renais no Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), centro de referência em transplantes renais do Rio Grande do Norte (RN).
MÉTODOS: Estudo retrospectivo descritivo, realizado de janeiro de 2013 a dezembro de 2014 com pacientes submetidos a transplante renal no HUOL/UFRN.
RESULTADOS: Foram incluídos 84 pacientes, a maioria do sexo masculino (52,5% em 2013 e 59,1% em 2014), pardos (55,6% em 2013 e 52,6% em 2014), que receberam o enxerto de doador falecido e utilizaram como imunossupressores o micofenolato de mofetila, a prednisona e o tacrolimus. A etiologia da doença renal de base mais frequente foi hipertensao arterial sistêmica (HAS), seguida de glomerulonefrite e Diabetes mellitus (DM). Dois pacientes mudaram o esquema de imunossupressao, um por infecçao por citomegalovírus e o outro por nefrotoxicidade. Nao foram observadas diferenças estatisticamente significativas entre os grupos de pacientes transplantados nos anos de 2013 e 2014.
CONCLUSOES: A caracterizaçao dos pacientes atendidos no centro de referência em transplantes do RN, permitirá definir suas necessidades, para que posteriormente sejam adotadas medidas para a melhoria de sua qualidade de vida. Foi evidenciado, ainda, que as causas que conduzem ao transplante renal podem estar associadas a uma falha na atençao básica, reiterando-se a necessidade de aprimoramento dos cuidados aos pacientes que apresentam HAS, glomerulonefrite e DM.

 


 

PO: 51672

Criptococose oriunda do doador falecido: É possível recuperar o enxerto renal

Autores: André Barreto Pereira*; Frank Silveira de Sousa; Stanley de Almeida Araujo; Rafaelle Cristine Batista de Oliveira; Alexandre dos Santos Souza

andrebarper@gmail.com

Hospital Santa Júlia.

O transplante renal (TR) é a melhor forma de tratamento para o paciente portador de doença renal crônica (DRC) estágio 5. Entretanto as infecçoes oportunistas sao um grande desafio na sua evoluçao. Geralmente estas infecçoes acontecem após o primeiro mês do TR. Neste relato apresentaremos um caso atípico de transmissao pelo doador falecido. Trata se de paciente RBB, 32 anos, portador de DRC de causa obstrutiva, em diálise peritoneal (DP) há 18 meses. Recebeu rim de doador de 53 anos, falecido de acidente vascular cerebral. Com tempo de isquemia fria de 9 horas, foi imunossuprimido com timoglobulina, prednisona, tacrolimus e everolimus. Em DP, foi pulsado com solumedrol por 3 dias após 10 dias de transplante. A biópsia do enxerto foi realizada 15 dias após o TR e evidenciou necrose tubular aguda (NTA) e criptococose renal (CR). As centrais de transplante confirmaram CR em outro rim do mesmo doador. Foi iniciado tratamento com anfotericina B lipossomal (ABL), suspenso no D5 na possibilidade de nefrotoxicidade, e continuado com fluconazol por duas semanas. Nas avaliaçoes oftalmológica, neurológica e do líquido cefalorraquidiano nao houve alteraçoes. Paciente seguiu com decremento de escórias nitrogenadas e sem necessidade dialítica na quarta semana após TR. Após 6 semanas do TR, apresentou afecçao respiratória com taquipnéia e dispnéia, nova piora de funçao renal e retorno à diálise. Em decorrência da piora clínica reiniciamos ABL e continuado por 3 semanas. Em nova biópsia renal mostrou NTA e aumento de cryptococcus em relaçao à anterior. Após estas 3 semanas de ABL, houve melhora clínica e de funçao renal. Recebeu alta hospitalar sem diálise, em imunossupressao com sirolimus, azatioprina e prednisona, profilaxia para pneumocistose, e continuidade do tratamento com antifúngico oral (fluconazol 450mg/dia). Na décima semana pós TR, a biópsia nao apresentou sinais de rejeiçao celular ou NTA, porém com persistência de cryptococcus. No sexto mês, em seguimento ambulatorial, apresenta-se em bom estado geral e com enxerto funcionante (Cr:1,9mg/dL). Raros sao os casos de transmissao de criptococose por doador falecido, como neste caso. E a decisao entre o tratamento ou enxertectomia pode ser de difícil decisao. Tal evoluçao sugere que, no caso desta afecçao, existe a possibilidade de recuperaçao de funçao renal com adequado tratamento, sem necessidade portanto de pronta transplantectomia.

 


 

PO: 51979

Doença renal policística autossômica dominante do adulto como fator de risco para trombofilia há relaçao com trombose venosa do enxerto renal?

Autores: Heloisa Reniers Vianna*; André Namen Pimenta; Luis Gustavo Freitas Trindade; Priscilla Freitas Sampaio; Flávia Carvalho Leao Reis; Luiz Flávio Couto Giordano; Marcus Faria Lasmar; Euler Pace Lasmar

hrvianna@hotmail.com

Hospital Universitário Ciências Médicas.

INTRODUÇAO: O transplante renal é o melhor tratamento da doença renal em estágio final. A complicaçao vascular mais comum no pós-operatório imediato é a trombose da artéria e veia renal que normalmente é associada à técnica operatória. A trombose tardia é rara e associa-se a estados de hipercoagulabilidade. Estas complicaçoes geralmente levam à perda do rim transplantado. Acredita-se no componente multifatorial para a ativaçao da coagulaçao como proteinúria, eritrocitose, a própria imunossupressao, mas ainda nao foi aventada a relaçao causal da trombose com alteraçoes genéticas comuns à doença renal de base. A literatura nao descreve a relaçao da DRPA com trombofilia, mas as poucas publicaçoes que relacionam trombofilia e complicaçoes do transplante por trombose sao em pacientes portadores de DRPA.
OBJETIVO: Questionar se há fator causal entre DRPA e trombofilia e discorrer sobre método para se agrupar um maior número de pacientes com trombose do enxerto renal afim de se obter informaçoes com rigor científico e nao apenas com a observaçao clínica.
MÉTODO: Analisou-se o número de perdas por trombose vascular ocorridas entre 410 pacientes transplantados no serviço de novembro de 2009 a novembro de 2014 e a doença renal de base dos pacientes.
RESULTADOS: Dos 410 pacientes transplantados no período, 9% eram portadores de DRPA. Destes, oito pacientes intercorreram com trombose vascular precoce e perda do enxerto. Quatro pacientes (50%) eram portadores de DRPA. As doenças de base das outras quatro perdas foram duas glomerulopatias crônicas, uma nefroesclerose hipertensiva e uma nefropatia diabética. A incidência de perda por complicaçao vascular de 1,9% vai de encontro à literatura. No entanto, a amostragem reduzida nos impediu análise estatística significativa e robusta correlaçao.
CONCLUSAO: Para nós é evidente a possível relaçao causal entre DRPA e trombofilia. Nao só pela perda precoce aumentada do enxerto renal por trombose, mas também pela insustentabilidade de acesso vascular para hemodiálise em dois desses pacientes e em outros vinculados ao ambulatório pré-transplante renal com a mesma doença de base. Apesar de nao ser uniforme na literatura, acreditamos ser justificável o rastreio de rotina para trombofilia em perfis específicos e os pacientes com DRPA podem se enquadrar, no entanto, estudos prospectivos e multicêntricos, considerando a baixa incidência da complicaçao, devem ser realizados para se estabelecer esta associaçao.

 


 

PO: 49922

Educaçao em saude: O emprego da sala de espera como instrumento de informaçao e conscientizaçao aos pacientes transplantados renais

Autores: Ariel Victor Duarte e Cruz*; Henrique Cunha Moreira de Abreu; Breno Rodrigues Viana; Natália Cristina Simao da Silva; Victor Moura da Silva Guércio; Andresa Nascimento da Silva; Elisa de Oliveira Marsicano; Hélady Sanders-Pinheiro

arielvictordc@gmail.com

Universidade Federal de Juiz de Fora.

INTRODUÇAO: O transplante renal é a melhor alternativa terapêutica para doentes renais em estágio de falência funcional, levando ao aumento da expectativa de vida e reintegraçao em atividades cotidianas. Os resultados do transplante dependem de vários fatores, dentre eles a aderência à terapia imunossupressora, acompanhamento médico e orientaçoes efetivas e adequadas.
OBJETIVO: Informar e conscientizar o transplantado renal sobre aspectos importantes para sobrevida do enxerto renal e melhora da qualidade de vida através da promoçao de atividades educativas.
MÉTODO: Utilizamos a atividade de sala de espera, em pacientes transplantados renais acompanhados em um serviço de transplante renal de Hospital Universitário, nos dias de consultas de rotina, a partir de outubro de 2014.
RESULTADOS: As atividades consistiram de dinâmicas, com uso de cartazes, conversas, vídeos educativos e perguntas para o paciente, num total de 3 sessoes por semana, cada uma abrangendo, em média, 5 transplantados, além de seus acompanhantes. A equipe era formada por um acadêmico sob supervisao da enfermeira/psicóloga. Os temas abordados foram: Aderência ao tratamento, Dispensaçao de medicaçao especial, Rejeiçao do transplante renal, Dengue, Zika e Chikungunya e Benefícios Sociais. Houve grande interesse e participaçao, proporcionando uma oportunidade de esclarecimento de dúvidas e partilha de experiências.
CONCLUSAO: As salas de espera sao locais propícios para veiculaçao de informaçao. A relevância da atividade foi sua abordagem específica do paciente transplantado, cuja participaçao ativa no tratamento é essencial e indispensável.

 


 

PO: 51886

Efeito agudo do treinamento aeróbio na modulaçao autonómica de transplantados renais

Autores: Luana Anaisse Azoubel; Carlos Jose Dias; Cristiano Teixeira Mostarda; Erika Cristina Ribeiro Carneiro*; Carlos Alberto Alves Dias Filho; Nivaldo de Jesus Silva Soares Junior

erika30082005@yahoo.com.br

Universidade Federal do Maranhao.

Na doença renal crônica, mesmo após o transplante renal as doenças cardiovasculares ainda constituem as principais causas de mortalidade, ocasionadas também por déficit no mecanismo barorreflexo do sistema nervoso autonômico (SNA). Esse comprometimento pode resultar em disfunçoes de controle hemodinâmico, na pressao arterial e na frequência cardíaca.
OBJETIVO: Verificar o efeito agudo do treinamento aeróbio na modulaçao autonômica de pacientes transplantados renais.
MATERIAIS E MÉTODOS: Foram analisados 10 (dez) indivíduos transplantados renais que realizavam acompanhamento médico no Centro de Prevençao de Doenças Renais (CPDR) no Hospital Universitário Presidente Dutra (HUPD) da Universidade Federal do Maranhao. Os participantes foram submetidos à uma Avaliaçao física dividida em anamnese (dados pessoais, patologias, tempo de hemodiálise e transplante, histórico clínico e medicamentos), análise antropométrica, exames laboratoriais, aplicaçao do questionário IPAQ, Finapress, com registro da pressao arterial por dez minutos consecutivos, pré e pós protocolo de exercício aeróbio.
RESULTADOS: Apresentaram comportamentos semelhantes no basal e pós aeróbio, respectivamente, Média R-R: 814,66 ± 103,67; 834,10 ±106,33; PAS (mmHg): 119,79 ± 13,63; 114,84 ± 14,4, a variável LF (PA-mmHg2), da mesma forma nao demonstrou diferença significativa entre basal e pós-aeróbio.
CONCLUSAO: O comportamento do sistema autonômico reestabeleceu-se após o treinamento aeróbio.

 


 

PO: 51805

Efeito da exenatida na proteçao renal de ratos submetidos à morte encefálica

Autores: Andrea Carla Bauer*; Natália Emerim Lemos; Cristine Dieter; Rodrigo Carlessi; Jakeline Rheinheimer; Cristiane Bauermann Leitao; Daisy Crispim

andreacarlabauer@gmail.com

Hospital de Clínicas de Porto Alegre.

A morte encefálica (ME) causa um intenso estresse inflamatório no doador de múltiplos órgaos, resultando no dano de diversos tecidos. Estratégias que minimizem o dano tecidual dos orgaos para transplante, incluindo o rim, poderao melhorar o resultado dos transplantes. A exenatida (EXE), um análogo do GLP-1, possui propriedades anti-inflamatórias e anti-apoptóticas em diferentes tipos celulares. Nosso grupo demonstrou que a EXE possui um papel cito-protetor no pâncreas e no tecido hepático de um modelo murino de ME. Entretanto, seu papel no rim é ainda pouco conhecido.
OBJETIVO: Avaliar se a EXE possui um papel protetor contra os danos renais causados pela ME em ratos.
METODOLOGIA: Ratos Wistar machos foram divididos em três grupos: grupo controle (sem lesao do sistema nervoso central), grupo ME (morte encefálica induzida) e grupo ME + EXE (ME induzida, seguido por administraçao intraperitoneal imediata de EXE). A partir das amostras de rins coletadas, realizou-se a extraçao de RNA total e proteínas. A apoptose foi avaliada através da quantificaçao da proteína Caspase-3 clivada por western Blot (WB). As expressoes dos genes Il-1b, Tnf, Ucp2, MnSode Bcl-2 foram avaliadas por quantificaçao relativa por PCR em tempo real. O gene Cyclofina A foi usado como gene de referência. Níveis plasmáticos de ureia e creatinina foram avaliados por dosagens bioquímicas.
RESULTADOS: Os níveis proteicos da caspase-3 clivada nao diferiram entre os grupos (p > 0,05). Resultados preliminares demonstram que a expressao daIl-1b também nao diferiu entre os grupos (p > 0,05). Já, a do Tnffoi maior no grupo ME comparado ao grupo controle (p = 0,014), mas a EXE nao protegeu contra este aumento causado pela ME (p > 0,05). Interessantemente, a ME causou um aumento na expressao renal de Ucp2 e MnSod comparado ao grupo controle (p = 0,026) e a EXE foi capaz de diminuir este aumento (p = 0,05). Além disso, a expressao do Bcl2 foi maior no grupo ME + EXE quando comparado ao grupo ME (p = 0,041). Em relaçao às análises bioquímicas, o grupo ME + EXE apresentou menores níveis de creatinina e ureia (p = 0,014 e p = 0,003 vs. grupo controle, respectivamente).
CONCLUSAO: Nossos resultados preliminares indicam que a EXE protege os rins dos danos causados pela ME, visto que esta droga afetou a expressao de genes relacionados ao estresse oxidativo e proteçao contra apoptose.

 


 

PO: 51771

Efeito do peso corporal do doador no transplante renal pediatrico

Autores: Ana Paula Carvalho; Izadora Pires; Alvaro Mozo; Vandrea Souza; Roberta Rohd; Viviane Bittencourt; Clotilde Druck Garcia*; Mário Bernardes Wagner

cdruckgarcia@gmail.com

Santa Casa Porto Alegre – UFCSPA.

INTRODUÇAO: O transplante renal (TR) com doadores muito pequenos ou com peso corporal inferior a 15 Kg ainda é um procedimento desafiador pelas dificuldades técnicas que o método exige, porém é uma opçao a ser considerada haja vista a reduçao do tempo de espera em fila para transplante, bem como os benefícios que TR realizado em idade pediátrica possibilita.
OBJETIVO: Avaliar o impacto de doadores com peso corporal inferior a 15 Kg no transplante renal pediátrico.
METODOLOGIA: Análise de banco de dados longitudinal de transplantados renais pediátricos no período de janeiro de 2014 a fevereiro de 2016. Análise estatística: Teste t de student, Teste Mann Whitney, Log-rank. Nível de significância: p < 0,05.
RESULTADOS: Foram realizados 77 transplantes renais pediátricos neste período. De acordo com o peso corporal dos doadores: 14 estavam com peso corporal menor ou igual a 10 kg (grupo 1), 14 estavam com peso entre 10 e 20 kg (grupo 2), e 49 apresentavam peso maior do que 20 kg (grupo 3). A idade média no momento do transplante foi de 12,4 anos, e a maioria dos receptores eram do sexo masculino (52%). Sete transplantados perderam o enxerto neste período, sendo 2 no grupo 1, 2 no grupo 2, e 3 no grupo 3, sem diferença significativa entre os grupos. De acordo com o peso corporal do doador, a sobrevida do enxerto em seis meses foi de 83%, 73%, e 93% nos grupos de 1, 2 e 3, respectivamente (log-rank p-valor = 0,5). A relaçao de peso doador/peso do receptor foi dividida em 3 grupos: O grupo que apresentou relaçao menor que 0,5 foi definido como grupo A e continham 18 indivíduos, no grupo B foram alocados os transplantados que apresentaram relaçao de 0,5 a 1,5 e continham 21 pacientes e o grupo C foi composto por transplantados que apresentaram relaçao maior que 1,5 e continham 35 indivíduos, nao houve diferença no número de enxerto perdido ou sobrevida do enxerto em seis meses nestes grupos (log-rank, p = 0,4).
CONCLUSAO: No presente estudo, nao encontramos resultados piores no transplante renal com doadores pequenos.

 


 

PO: 51873

Encefalite por dengue em paciente transplantado renal

Autores: Murilo Cassiano Morelli*; Kamilla Linhares Silva; Cássia Fernandes Estofolete; Maurício Lacerda Nogueira; Francisco Inaldo Mendes da Silva Junior; Ida Maria Maximina Fernandes Charpiot; Maria Alice Sperto Ferreira Baptista; Mario Abbud Filho

murilocmorelli@gmail.com

Hospital de Base de Sao José do Rio Preto.

INTRODUÇAO: A dengue é a arbovirose mais comum no mundo e apresenta um amplo espectro de manifestaçoes clínicas, desde casos assintomáticos até graves e fatais. Somente 1,5% dos casos de dengue apresentam-se com encefalite, sendo uma entidade clínica distinta, apesar de rara.
RELATO DO CASO: Paciente feminino, branca, 58 anos, transplantada renal em 12/02/2008, doador vivo (irmao), em uso de ciclosporina, micofenolato de sódio e prednisona. Interna com queixa de febre, astenia, dificuldade de deambulaçao, lentificaçao do raciocínio e momentos de afasia, iniciados há 7 dias. Exame neurológico apresentava disbasia e Romberg positivo. Ressonância nuclear magnética encefálica e eletroencefalogramas sem alteraçoes, líquor com pressao inicial 220 mmH2O, proteinorraquia e padrao linfomonocitário. IgM sérico anti-dengue reagente e RT-PCR para dengue (sorotipo 1) positivo no líquor. Evoluiu com resoluçao dos sintomas após tratamento com sintomáticos, recebendo alta no 19° dia de internaçao.
DISCUSSAO: A dengue é uma arbovirose causada por quatro diferentes sorotipos e transmitida pelo mosquito do gênero Aedes. Nos últimos anos, têm sido descritas manifestaçoes incomuns associadas à infecçao, incluindo síndromes neurológicas, como encefalite, mielite, comprometimento de pares cranianos e fraqueza motora aguda. Geralmente, pacientes com dengue e manifestaçoes clínicas atípicas tendem a ser mais jovens, com maior taxa de mortalidade e sequelas a longo prazo que aqueles com sintomas comuns da doença. Estudos recentes mostraram que transplantados renais com dengue podem ter maior risco de manifestaçoes graves e óbito, enquanto outros estudos, contrariamente, nao observaram diferença no desfecho da dengue entre transplantados renais e populaçao geral. Sugere-se que a resposta imune inata intacta é necessária para ocorrência de formas graves, através do mecanismo de realce imunológico dependente de anticorpos e/ou tempestade de citocinas.
CONCLUSAO: Apesar do crescente número de descriçoes de acometimento neurológico na dengue, estudos em populaçoes imunocomprometidas como transplantados ainda sao escassos. Reconhecimento precoce e entendimento de manifestaçoes clínicas atípicas em diferentes fases da infecçao conduzem a uma abordagem clínica racional para manejo do caso e desfecho clínico satisfatório.

 


 

PO: 50567

Esplenose em paciente pós transplante renal: Relato de caso

Autores: Saulo José da Costa Feitosa; Ivailda Barbosa Fonseca; Frederico Castelo Branco Cavalcanti; Pedro Andrade Feitosa*; Bruno Kosminsky

feitosas@gmail.com

Real Hospital Português de Beneficência em Pernambuco.

INTRODUÇAO: A esplenose resulta de implantes de tecido esplênico relacionados a lesao no baço após trauma abdominal, lesoes acidentais durante cirurgias ou esplenectomia eletiva. A frequência na literatura varia bastante, sendo de 16-20% após esplenectomia eletiva. Os implantes esplênicos, na maioria das vezes sao múltiplos, mais frequentemente localizados no quadrante superior esquerdo do abdômen, podendo ser confundidos com neoplasias. Raramente causam obstruçao intestinal ou hemorragias.
DESCRIÇAO DO CASO: Paciente masculino, 33 anos, portador de doença renal crônica (DRC) de etiologia indeterminada, com passado de esplenectomia há 15 anos, tendo sido submetido a transplante renal (tx renal) com doador cadáver em 03 de dezembro de 2014. Evoluiu no pós transplante com funçao retardada do enxerto, necessitando de hemodiálise até o décimo nono dia pós operatório (DPO), quando iniciou recuperaçao da funçao do enxerto, recebendo alta com creatinina: 2,9 mg/dl em uso de tacrolimus, sirolimus e prednisona, tendo sido convertido ao uso de micofenolato de sódio devido a proteinúria. Durante acompanhamento ambulatorial apresentou tuberculose pulmonar, tendo sido tratado com esquema RIPE por 6 meses e infecçao por citomegalovírus tratada com Ganciclovir. Em outubro de 2015 evoluiu com aparecimento de massa palpável em mesogástrio, sendo descrita na ultrassonografia de abdômen como conglomerados de linfonodos com fluxo interno ao estudo com doppler. Realizou tomografia de abdômen que sugeriu as possibilidades de esplenose, tumor estromal do trato gastrointestinal (GIST) ou tumor neuroendócrino como diagnósticos diferencias. Submeteu-se a biópsia da lesao guiada por tomografia em 21 de outubro de 2015, sendo o material enviado para anatomopatológico que confirmou diagnóstico de esplenose.
DISCUSSAO: Relato de um caso de esplenose ocorrendo após transplante renal, distando 15 anos de cirurgia de esplenectomia secundária a hiperesplenismo por esquistossomose hepato-esplênica, manifestando-se com o aparecimento de massa abdominal indolor. Anatomopatológico confirmou o achado de esplenose sugerido como diagnóstico diferencial na tomografia de abdômen. A conduta foi expectante encontrando-se o paciente sem intercorrências relacionadas ao diagnóstico no momento.

 


 

PO: 50664

Fasciíte necrotizante em transplantado renal

Autores: Andreas Nogueira Sales*; Barbara Ferrari; Flora Braga; Luciane Monica Deboni; Marcos Alexandre Vieira; Rodrigo Paludo de Oliveira; Murilo Pilatti

andreasnsales@gmail.com

Fundaçao Pró-Rim.

INTRODUÇAO: Fasciíte necrotizante é infecçao bacteriana destrutiva e rapidamente progressiva do tecido subcutâneo e fáscia superficial, associada a altos índices de morbimortalidade. É caracterizada por uma necrose extensa dos tecidos moles, com possível formaçao de gases nos tecidos subcutâneos, seguida por progressao rápida e potencialmente fatal.
OBJETIVO: Descrever um caso de fasciíte necrotizante em paciente transplantado renal.
RELATO DE CASO: M.A.S., 67 anos, masc., 69kg, IRC – rins policísticos, realizou transplante renal com DF em 17/11/2013, TIF 19h, induçao com basiliximab (PRA 0%) e imunossupressao inicial com micofenolato de sódio 1440mg/dia, prednisona 60mg/dia e tacrolimo 11mg/dia. Apresentou boa evoluçao e recebeu alta hospitalar no 20° PO com CR de 1,5mg/dl. Em 30/01/2014, internou com quadro de diarréia aquosa, sem produtos patológicos, mantendo funçao renal estável, com diagnóstico de doença citomegálica, iniciou tratamento com ganciclovir EV. Em 10/02/2014 iniciou quadro de lesao de pele em MID inicialmente com hiperemia, e calor local, evoluindo com áreas de necrose e lesoes bolhosas. Iniciado clindamicina e imipenem. US doppler de sem achados significativos. Em 1 dia, evoluiu para choque séptico e necessidade de suporte ventilatório. Realizado desbridamento da lesao de MID com AP confirmando fasciíte necrotizante e cultura de fragmento com Pseudomonas aeruginosa multiresistente. Neste momento já fazia uso de imipenem, vanco, clinda e polimixina B. Evoluiu com piora das lesoes com acometimento de MIE, dorso, genitália, com áreas de necrose extensas. Realizado desarticulaçao de MID, e pela piora da instabilidade, optado apenas por novo desbridamento de lesoes de MIE e dorso. Paciente seguiu em choque séptico refratário a todas as medidas, e óbito em 24/02/14.
DISCUSSAO: Fatores predisponentes para fasciíte sao doenças crônicas e malignas, imunossupressao, abuso de álcool, uso de drogas endovenosas, lesoes da pele como varicela e úlceras crônicas. Clinicamente destaca-se a dor intensa, o edema grave, lesoes bolhosas, a rápida progressao e a resposta pobre à antibioticoterapia. É necessário um alto índice de suspeiçao para o diagnóstico que é confirmado à intervençao cirúrgica, com a evidência de necrose da fáscia superficial. O tratamento deve ser precoce, feito com antibióticos de amplo espectro, desbridamento cirúrgico agressivo e medidas de suporte clínico e nutricional.

 


 

PO: 51690

Fatores associados a pior funçao renal ao final do primeiro ano em transplantados renais no Real Hospital Português PE

Autores: Estevam Miguel da Silva Neto*; Larissa Guedes da Fonte Andrade; Ivailda Barbosa Fonseca; Frederico Castelo Branco; Alexandre de Holanda Cavalcanti Pinto; Joaquim de Oliveira Borba Júnior;Tatiana Cristina Manzi Sena dos Santos; Ubiracé Elihimas Júnior

estevam.sn@gmail.com

Real Hospital Português.

INTRODUÇAO: O transplante renal é a terapia renal substitutiva de escolha, proporcionando ao paciente uma melhor qualidade de vida e sobrevida. Vários fatores podem influenciar a funçao renal do enxerto e consequentemente sua sobrevida.
OBJETIVO: Detectar os fatores associados à creatinina > 1,5mg/dL ao final do primeiro ano em transplantados renais.
MÉTODO: Foram estudados os pacientes transplantados renais no RHP no período de 01/01/2013 à 31/09/2014. As informaçoes necessárias foram extraídas de prontuário eletrônico. Foram avaliadas intercorrências apresentadas e mensurada a creatinina ao final do primeiro ano, estimando funçao renal pelo MDRD. Os pacientes foram divididos em 2 grupos: creatinina < 1,5mg/dL e creatinina > 1,5mg/dL para avaliaçao dos fatores de risco que poderiam está relacionados a pior funçao renal.
RESULTADOS: Foram realizados 143 transplantes no período, sendo 27(18,8%) que perderam o enxerto antes de completar 1 ano e 10(6,8%) que evoluíram à óbito. Dos 106 pacientes que completaram 1 ano de seguimento, 74 (69,8%) eram do sexo masculino e a idade média foi de 45,24 anos (± 10,9). Em relaçao aos doadores, 89 (84%) eram de critério padrao e a idade média foi de 37,81 anos (± 18,88). Ao final do primeiro ano, 73,6% possuíam taxa de filtraçao glomerular > 60ml/min/1,73m2. Nao houve associaçao estatisticamente significativa entre idade, sexo, doença renal de base do receptor, terapia de induçao ou imunossupressao com a creatinina final. Diferenças estatisticamente significativas foram observadas nas variáveis idade do doador (p < 0.001), doador critério expandido (p = 0,029), rejeiçao aguda (p < 0,001) e infecçao por citomegalovírus (p = 0,005) para pior funçao renal.
CONCLUSAO: Estudos mostram que a funçao renal ao final do primeiro ano tem impacto na sobrevida do enxerto renal. Este trabalho mostrou associaçao de pior funçao renal naqueles pacientes que apresentaram rejeiçao aguda, infecçao por citomegalovírus e receberam rins de doadores critério expandido e mais velhos.

 


 

PO: 51995

Fatores de risco para funçao tardia do enxerto em transplante renal

Autores: Maria Amélia Aguiar Hazin; Krissia Kamile Singer Wallbach*; Marcos Almeida Meniconi; Vitória Carvalho Vilela; Julia Martins Carneiro; José Osmar Medina-Pestana; Miguel Cendoroglo; Miguel Angelo Góes

krissia.wallbach@gmail.com

Universidade Federal de Sao Paulo.

INTRODUÇAO: A disfunçao renal com necessidade de diálise que persiste na primeira semana pós-transplante é chamada funçao tardia do enxerto (DGF).
OBJETIVOS: Avaliar o impacto do uso de eritropoetina na DGF. Desenho, participantes e métodos: Realizada análise prospectiva pré e pós-cirurgica de 196 pacientes em diálise submetidos a transplante renal em um centro único em Sao Paulo – SP. Dados demográficos e referente à etiologia da doença renal crônica (DRC) terminal, tempo em hemodiálise pré-transplante, uso de eritropoetina recombinante humana (r-HuEPO), tipo de doador e esquema de imunossupressao foram descritos. Foram utilizados os testes de t de Student para duas amostras para comparar as diferenças entre os dois grupos (FTE versus nao-FTE) e o teste de qui-quadrado para análise das variáveis categóricas. Já a regressao logística binária determinou o impacto dos fatores no desfecho (FTE).
RESULTADOS: O período médio de duraçao da hemodiálise pré-transplante foi de 18 ± 6 meses. As principais causas da DRC terminal foram diabetes (37%) e hipertensao (15%) seguidas de glomerulonefrite crônica (9%). Foram realizados transplantes com doador falecido (47%), doador vivo nao-relacionado (10%) e doador vivo relacionado (43%). 41 pacientes necessitaram de diálise na primeira semana pós-transplante (grupo FTE). Observou-se que 131 pacientes (67%) utilizaram r-HuEPO até 1 semana antes do transplante renal. Os pacientes do grupo da FTE eram mais velhos (39 ± 15 anos; p = 0.07), apresentavam maior tempo de isquemia fria (23 ± 10h, 12 ± 10h; p = 0.001), maior tempo em diálise pré-transplante (4 ± 4, 2 ± 1 ano; p = 0.001) e maior dose cumulativa de r-HuEPO (4930 ± 447, 1658 ± 884 UI; p = 0.001). O grupo da FTE também fez uso mais frequente de r-HUEPO (p = 0.001). O tempo de isquemia fria (p = 0.001) foi um preditor independente de FTE.
CONCLUSAO: O presente trabalho evidencia que a r-HuEPO nao se associou à proteçao contra FTE nos pacientes transplantados renais. Como já relatado na literatura, o tempo de isquemia fria foi um preditor independente de FTE.

 


 

PO: 51972

Glomerulopatia do C3 como causa de DRC e SHUa no pós transplante: Manifestaçoes diferentes no mesmo paciente

Autores: Leandro Vinicius de Souza; Vanessa dos Santos Silva*; Luis Gustavo Modelli Andrade

Vanessasilva@fmb.unesp.br

Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP

INTRODUÇAO: O sistema completo vem destacando-se na compreensao da patogênese de diferentes causas de doença renal, como Glomerulopatia do C3 e Síndrome Hemolítico Urêmica atípica (SHUa), especialmente após a terapêutica específica.
OBJETIVO: Reforçar a relaçao entre a Glomerulopatia do C3 e a SHU através da apresentaçao de um caso clínico.
MÉTODOS: Descrever caso clínico com diagnóstico prévio de glomerulonefrite membranoproliferativa, provável Doença de Depósitos Densos que evoluiu rapidamente para doença renal terminal e, após o transplante renal apresentou quadro de SHUa e respondeu bem ao Eculizumab.
RESULTADO: Paciente masculino, 32 anos, com edema, proteinúria nefrótica (12g/24h) e alteraçao de funçao renal (creatinina sérica 3,7mg/dL). Submetido a biópsia renal, esta compatível com Glomerulonefrite Membranoproliferativa, provável DDD. Fez uso de corticoide, sem resposta e evoluiu com necessidade de terapia renal substitutiva após 10 meses. Ficou em hemodiálise por 8 meses e foi transplantado com doador falecido. Induçao com dose única de timoglobulina (3mg/kg) e manutençao com tacrolimus, everolimus e prednisona. Paciente com painel zero (classe I e classe II), sem anticorpos antidoador e com 3 incompatibilidades HLA. Evoluiu com retardo de funçao do enxerto com posterior recuperaçao da funçao renal (creatinina de 1,4mg/dL). Após 30 dias teve dois episódios de infecçao do trato urinário por germe ESBL+ tratados com meropenem e piora progressiva da funçao renal creatinina máxima de 4,9mg/dl. No seguimento foi observado aumento de DHL, anemia hemolítica com esquizócitos (Coombs direto negativo) e plaquetopenia (91.000), submetido a biópsia renal com quadro compatível de rejeiçao mediada por células T e microangiopatia trombótica (C4d negativo). Tratado inicialmente com pulsoterapia com metilprednisolona e troca de everolimus por micofenolato, sem resposta. Iniciado eculizumab, na dose de 1200mg, com posterior recuperaçao da funçao renal até creatinina de 2,1mg/dL.
CONCLUSAO: Este mostrou o mesmo paciente (perfil genético) apresentando diferentes manifestaçoes renais, relacionadas a alteraçao da regulaçao do sistema complemento. Cogita-se que no quadro inicial predominava uma alteraçao da via do complemento em sua fase fluida com manifestaçoes glomerulares e, com o transplante renal, o uso de drogas e a infecçao bacteriana, houve disfunçao endotelial, cursando com microangiopatia trombótica.

 


 

PO: 51770

Glomerulopatia por C3 pós-transplante renal

Autores: Nayane Piauilino Benvindo Ferreira*; Juliana Mansur Siliano; Gianna Mastroiani Kirsztajn; Laila Almeida Viana; Marina Pontello Cristelli; HélioTedesco Silva; José Medina Pestana

nayanepiauilino@hotmail.com

Hospital da Restauraçao.

Após o transplante renal (Tx) a gomerulonefrite membrano-proliferativa relaciona-se à infecçoes, doenças auto-imunes, gamopatia monoclonal ou alteraçoes do complemento. A apresentaçao clínica compreende quadros de hematúria e proteinúria até glomerulonefrite rapidamente progressiva. O objetivo é relatar um caso de glomerulopatia por C3 pós-Tx. Paciente masculino, 14 anos com síndrome nefrótica e insuficiência renal com biópsia (bx) do rim nativo demonstrando esclerose glomerular, graves alteraçoes túbulo-intersticiais de cronicidade e padrao nao-imune na imunofluorescência (IF). Após 1 ano e 4 meses de hemodiálise (HD) foi submetido ao Tx renal com doador falecido (6 anos, morte por TCE e creatinina 0,4mg/dl), recebeu basiliximab (induçao) e tacrolimus, prednisona e azatioprina (manutençao). Evoluiu com funçao imediata do enxerto. Alta hospitalar no 11° dia pós-operatório com creatinina de 1,2mg/dl e após 5 meses apresentou hematúria dismórfica. Desde entao as alteraçoes urinárias mantiveram-se com creatinina estável em 0,8. Aos 2 anos de Tx apresentou proteinúria subnefrótica (P/C 2g/g) e hematúria dismórfica. Nova bx demonstrou glomerulite difusa e global e depósitos glomerulares granulosos, difusos de C3, kappa, lambda e C1q (2-3+). Procedeu-se a investigaçao com dosagem de C3: 90, C4: < 8, albumina: 4,0, P/C 3,6 e FAN, anti-RO, anti-LA, anticoagulante lúpico e sorologias para hepatite B e C, HIV e VDRL negativas. Optou-se por iniciar prednisona 20 mg/dia, pulsos de solumedrol (SMD) e conversao da azatioprina para micofenolato de sódio. Após 2 meses houve remissao parcial da proteinúria. Permanecia com C4 consumido e C3 normal. Aos 3 anos e 11 meses de Tx nova bx demonstrou esclerose global de 2 dos 11 glomérulos e demais lobulados, com hipercelularidade mesangial e endocapilar, expansao mesangial e fibrose intersticial em 15% da extensao cortical, depósitos glomerulares de C3 (3+), IgG (1+) e traços de kappa. Aos 4 anos de Tx evoluiu com internaçoes repetidas devido a edema generalizado. Evoluiu com necessidade de HD. Submetido a plasmaférese (PF) e pulsoterapia com SMD, recebendo alta com Cr 2,4 e P/C 3,9. Realizada a dosagem do fator nefrítico C3 – 0,49 (VR: 0,0 a 0,3). Após 11 sessoes de PF o paciente reinterna com quadro de dispneia e derrame pleural bilateral. Instituída HD e a perda do enxerto renal.


 

PO: 51775

Granuloma de Majocchi em paciente transplantado renal

Autores: Gessika Marcelo Gomes*; Juliana Mansur Siliano; Laila Almeida Viana; Marina Pontello Cristelli; HélioTedesco Silva; José Medina Pestana

gessikamarcelogomes@icloud.com

Faculdade de Medicina de Valença.

WSS, masculino, pardo, 66 anos. Apresenta como comorbidades diabetes mellitus tipo II, hipertensao, doença renal crônica (DRC) por nefropatia diabética e retinopatia diabética. Após 4 anos e 6 meses em hemodiálise foi submetido a transplante renal com doador falecido padrao (05/05/2012). Recebeu como terapia de induçao, inibidor da IL-2 e de manutençao tacrolimus, prednisona e azatioprina. No 27° pós-operatório observou-se onicomicose de pododáctilos e foi realizado tratamento tópico com cloridrato de amorolfina por 6 meses. Em 17/10/12 apresentou lesoes hipocrômica/hipercrômicas de aspecto descamativo em membro superior direito, sobre a fístula arteriovenosa, as quais foram tratadas com itraconazol tópico com remissao das lesoes. Após 6 meses observou-se lesao exofítica de aproximadamente 4,5cm em membro superior direito e optou-se por consulta com a dermatologia. Realizou biópsia de lesao que demonstrou tratar-se de micose em tecido subcutâneo associada a processo inflamatório crônico e granulomatoso com supuraçao sendo isolado microsporum canis. Iniciou tratamento com terbinafina 250mg por dia e nesse momento a lesao havia aumentado 6 cm. Foi necessário o desligamento da FAV pela proximidade da lesao e exérese da mesma em 29/02/16. Desde entao paciente vem em tratamento com terbinafina. As complicaçoes infecciosas determinam significativa morbidade e mortalidade após o transplante renal. As infecçoes fúngicas invasivas sao atualmente uma preocupaçao, devido ao aumento da incidência no mundial. O granuloma de Majocchi caracteriza-se pela invasao da derme e subcutâneo por fungos/dermatófitos, gerando uma reaçao de corpo estranho, onde as hifas ficam envoltas por células inflamatórias. A apresentaçao clínica é bastante variável, sendo mais grave nos imunocomprometidos. O fungo mais isolado nas lesoes é Trichophyton rubrum, tanto em imunocopetentes quanto em imunocomprometidos, porém pode também estar associado a várias espécies de dermatófitos. Esteróides tem efeito inibidor da proliferaçao de linfócitos T, sendo um fator de risco conhecido. Nao há consenso quanto ao tratamento. A utilizaçao de terapias combinadas com medicamentos sistêmicos, tópicos e tratamento cirúrgico, demonstraram bons resultados. O índice de recorrência é baixo. A terbinafina tem sido preferida no tratamento dos pacientes transplantados por apresentar açao fungicida sem interferir com as concentraçoes dos imunossupressores.

 


 

PO: 51606

Granulomatose linfomatóide pós transplante renal: Relato de caso

Autores: Florência Ferreira Barreiro*; Fernanda Correa Silva Alves; Leonardo Viliano Kroth; Moacir AlexandreTraesel; David Saitovitch; Carlos Eduardo Poli-de-Figueiredo

f_barreiro@hotmail.com

Hospital Sao Lucas PUCRS.

INTRODUÇAO: Doença linfoproliferativapós transplante (DLPT) associada ao vírus Ebstein-BARR (EBV) acomete de 1 a 2% dos transplantados renais, em geral no contexto de infecçao primária pelo EBV dentro do primeiro ano após transplante. A DLPT inclui síndromes clínicas, desde quadro febril agudo até neoplasias malignas de alto grau. Apesar de incomum, a DLPT apresenta mortalidade superior a 50%, com alto risco de morte em pacientes com envolvimento de múltiplos órgaos e presença de sintomas constitucionais. A profilaxia pode ser considerada em alguns casos, mas em geral nao é recomendada. O tratamento inclui a reduçao de medicaçao imunossupressora, agente anti CD20, podendo ser associado a outras terapias citotóxicas.
OBJETIVO: Relatar um caso de DLPT em paciente transplantado renal, em um centro transplantador. Casuística e Métodos Revisao de prontuário Relato do Caso Paciente masculino de 13 anos, transplantando renal em 2007 e 2011, tendo recebido como terapia imunossupressora com thymoglobulina,tacrolimo, micofenolato e prednisona,foi internado em 2015 para investigaçao de sintomas respiratórios e constitucionais e perda de funçao renal. Realizado exames laboratoriais evidenciando nível de tacrolimoelevado, LDH normal, sorologia para EBV IgM negativo e IgG positivo; exames de imagem mostrando lesoes nodulares em pulmao de etiologia nao definida. Submetido a biopsia de nódulos pulmonares com análise anatomopatólica e imunoistoquímicacompatíveis com granulomatoselinfomatóide. Realizado reduçao da terapia imunossupressora como tratamento inicial. Após 2 dias, paciente iniciou quadro de cefaleia acompanhando de náuseas, vômitos e tontura. Realizado exames de imagem e punçao lombar. TC de crânio evidenciou lesoes hipodensas mal definidas, sinais edema cerebral difuso, dilataçao do sistema ventricular supratentorial;líquor mostrou PCR positivo para EBV. Administradotratamento com Rituximabe realizado conversaode micofenolato para everolimo. Paciente recebeu alta com melhora dos sintomas nerulógicos, manteve o tratamento ambulatorial e acompanhamento com pneumologia e neurocirurgia.
CONCLUSAO: Neste caso o paciente apresentou granulomatose linfomatoide, uma doença linfoproliferatica associada ao EBV,que apesar de ter pior prognóstico em pacientes com acometimento de múltiplos órgaos e com sintomas constitucionais, o paciente apresentou evoluçao favorável com tratamento com agente antiCD20 e reduçao de imunossupressao.

 


 

PO: 51664

Hepatite colestática fibrosante relacionada ao HCV em transplantado renal

Autores: Milena Corrêa do Espirito Santo*; Valentine Almeida Costa de Castro Lima; Suzana Greffin; Eliane Bordalo Cathala Esberard; Livia Silvia Hall; Angela Cristina Gouvêa Carvalho; Paulo Menezes; Jocemir Ronaldo Lugon

milenasanto@hotmail.com

Hospital Universitário Antônio Pedro.

INTRODUÇAO: Devido à imunossupressao a que sao submetidos, os pacientes transplantados renais estao sujeitos a diversas complicaçoes sendo a infecçao causa importante de mortalidade. A infecçao pelo vírus da hepatite C (HCV) predispoe a complicaçoes hepáticas como cirrose e carcinoma hepatocelular além de importantes manifestaçoes extrarrenais como glomerulopatias autoimunes, progressao acelerada da doença renal crônica (DRC), aumento do risco de eventos cardiovasculares e desordens linfoproliferativas. A hepatite colestática fibrosante é uma forma agressiva de manifestaçao do HCV após transplante de órgaos sólidos.
OBJETIVO: Relatar um caso de hepatite colestática fibrosante após transplante renal.
RELATO DE CASO: Mulher de 37 anos, branca, moradora do município do Rio de Janeiro, com falência funcional renal decorrente de hipertensao arterial sistêmica. Foi submetida a transplante renal (doador falecido) em 06/12/13, com sorologias virais negativas anteriores ao transplante, porém com algumas elevaçoes transitórias de transaminases. O pós-operatório de transplante transcorreu sem anormalidades com rápida recuperaçao da funçao renal. A primeira sorologia pós-transplante, em 30/12/13, era anti-HCV reativa. Apresentou aumento progressivo de transaminases, α-GT e fosfatase alcalina. Foi acompanhada no ambulatório de hepatologia e diagnosticada com hepatite C genótipo 2 e Metavir F2 ao Fibroscan e julgada sem indicaçao de tratamento específico. Em nov/2015, procurou emergência com queixa de astenia, aumento do volume abdominal, icterícia, poliúria e polidipsia. Ressonância de abdome com sinais sugestivos de hemocromatose no fígado e no baço. Biópsia hepática da época revelou hepatite colestática fibrosante associada a cirrose incipiente e siderose acentuada. Iniciou tratamento com Sofosbuvir 400mg/dia e Daclatasvir 60mg/dia com programaçao de duraçao de 12 semanas iniciado em dez/2015. Realizada pesquisa de RNA do HCV por PCR qualitativo ao fim do tratamento, que foi negativa. Apresentou melhora completa da icterícia e normalizaçao das enzimas hepáticas.
CONCLUSAO: O tratamento com Sofosbuvir e Daclatasvir resultou em boa resposta, com melhora dos achados clínicos e laboratoriais dessa importante complicaçao associada à infecçao pelo HCV.

 


 

PO: 51814

Hipovitaminose D e proteinuria em receptores de transplante renal

Autores: José Ferraz de Souza*; Willian da Cunha Gripp; Diogo Cesar dos Santos; Patricia Malafronte; Ana Claudia Belarmino Argentino;Yvoty Alves dos Santos Sens

ferraztx@gmail.com

Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de Misericórdia de Sao Paulo.

INTRODUÇAO: Tem sido observada alta prevalência de hipovitaminose D em receptores de transplante renal (RTR). A proteinúria é um dos principais preditores de progressao da doença renal, e alguns estudos sugerem a associaçao entre hipovitaminose D e a presença de proteinúria.
OBJETIVO: Verificar se os níveis séricos da vitamina D influenciam na presença de proteinúria em receptores de transplante renal.
MÉTODO: O estudo incluiu 83 RTR adultos, de ambos os sexos. Foram analisados retrospectivamente os dados demográficos, clínicos e bioquímicos: vitamina D sérica, cálcio, fosforo, depuraçao de creatinina, PTH e proteinúria de 24h (maior que 300 mg em 24h).
RESULTADOS: Hipovitaminose D esteve presente em 60,2% (50/83) dos RTR. A comparaçao dos dados demográficos e clínicos entre o grupo de pacientes com valores normais de Vitamina D (n = 33) com o grupo de pacientes com hipovitaminose D (n = 50) nao mostrou diferença significante. Também nao houve diferença significante nos valores de cálcio, fosforo, PTH ou depuraçao de creatinina entre os grupos. Entretanto, RTR com hipovitaminose D mostraram maior prevalência de proteinúria que pacientes com valores normais de Vitamina D (72% versus 33,3%, p = 0,001).
CONCLUSOES: Na populaçao estudada de receptores de transplante renal, a prevalência de hipovitaminose D foi alta e observou-se associaçao entre hipovitaminose D e a presença de proteinúria.

 


 

PO: 50665

Histoplasmose disseminada após transplante renal

Autores: Andreas Nogueira Sales*; Barbara Ferrari; Flora Braga Vaz; Luciane Monica Deboni; Marcos Alexandre Vieira; Rodrigo Paludo de Oliveira; Paulo Eduardo da Silveira Cicogna

andreasnsales@gmail.com

Fundaçao Pró-Rim.

INTRODUÇAO: A histoplasmose é causada por um fungo, Histoplasma capsulatum, tem incidência mundial, sendo endêmica no Brasil. A maioria das infecçoes sao assintomáticas ou auto-limitadas. Alguns indivíduos podem desenvolver infecçoes pulmonares agudas ou a forma disseminada, especialmente em imunossuprimidos.
OBJETIVO: Relatar caso de histoplasmose disseminada em paciente transplantado renal.
RELATO DE CASO: R.L.M., masc, 57 anos, IRC – rins contraídos. Realizou transplante renal em 25/04/2011 com DVNR (esposa), HLA distinto, PRA 98%. Induçao com timoglobulina (5,7mg/kg dose total), micofenolato de sódio 1440mg/dia, prednisona 60mg/dia e a partir do 10° PO associado tacrolimo 14mg/dia, com boa evoluçao e alta hospitalar no 13° PO (CR 1,4 mg/dl). Desenvolveu DM pós-tx, tratado com metformina, com bom controle (Hb glicada 7,1%). Ambulatoriamente, a imunossupressao foi ajustada para micofenolato de sódio 1080mg/dia, prednisona 10mg/dia e FK 5mg/dia. Com 2 meses de transplante foi internado por CMV tratado com ganciclovir. Em outubro de 2011 realizou uretrotomia por estenose de uretra com necessidade de uso prolongado de SVD e evoluindo com ITU, tratada com imipenem. Internado diversas vezes por ITU de repetiçao em 2012 e 2013, mesmo com uso de profilaxia. Em abril/2013 internou por quadro de astenia generalizada, febre diária noturna (39,7°C), inapetência, náuseas e diarréia associada a cólicas abdominais. Iniciado imipenem e realizado EDA que mostrou pólipos gástricos hiperplásicos e colonoscopia com múltiplas lesoes ulceradas dos cólons. Biópsia mostrou inflamaçao glanulomatosa exsudativa, e achados compatíveis com Histoplasma sp. Reduzida pela metade a imunossupressao com posterior suspensao e iniciado anfoterecina B. Evoluiu com piora clínica e piora da funçao renal, com necessidade dialítica, com sepse de foco urinário por germe multirresistente, evoluindo com choque e óbito.
DISCUSSAO: A forma disseminada da histoplasmose é mais comum nos pacientes imunocomprometidos. A histoplasmose é uma complicaçao pós-transplante importante a ser lembrada no nosso meio, posto ser o Brasil uma área endêmica e também por se tratar de uma doença com curso clínico potencialmente trágico para pacientes imunossuprimidos, devido ao risco de desenvolvimento da forma disseminada e a alta taxa de letalidade dessa forma da doença, bem como perda do enxerto secundária à própria patologia ou mesmo à toxicidade do tratamento.

 


 

PO: 51036

Histoplasmose em período tardio de transplante renal

Autores: Raquel Alves Arruda*; Felipe Aparecido Pereira Veloso; Fabiano Fernandes Silva; Fernando das Mercês Lucas Júnior; Rafaela Cabral Gonçalves Fabiano; Luísa Bastos Frade; Jenaine Oliveira Paixao; Leandro Santos da Silva

raquelaarruda@gmail.com

Hospital das Clínicas UFMG.

INTRODUÇAO: A histoplasmose é uma infecçao fúngica sistêmica, normalmente, assintomática no indivíduo imunocompetente. Sua ocorrência no transplante renal, principalmente após o primeiro ano, é rara.
CASO: Trata-se da paciente MLC, 50 anos, sexo feminino, hipertensa, portadora de nefrite lúpica e transplantada renal, doador falecido, em 2011. Evoluiu com diabetes pós-transplante. Em uso de imunossupressao com prednisona, micofenolato mofetil e tacrolimus. Internada em fevereiro de 2016 com dor em cavidade oral, febre e tosse seca de início recente. Apresentava lesoes esbranquiçadas em orofaringe compatíveis com candidíase. Realizou endoscopia digestiva alta que evidenciou úlcera única em esôfago, sugerindo herpes como etiologia. Iniciado tratamento com fluconazol e aciclovir com melhora parcial. Apresentou recorrência da febre durante o tratamento associada a dispnéia com dependência de oxigênio suplementar. Propedêutica complementar realizada com tomografia de tórax evidenciou consolidaçao nodular única com áreas de vidro fosco de permeio em lobo inferior do pulmao direito. Submetida a propedêutica invasiva com broncoscopia e coleta de lavado broncoalveolar, sem diagnóstico etiológico. Tendo em vista a indefiniçao diagnóstica, optado por realizaçao de exérese do segmento pulmonar acometido. A análise da amostra foi compatível com histoplasmose. Instituído tratamento com anfotericina B complexo lipídico por duas semanas com melhora. Recebeu alta hospitalar com terapia de manutençao com itraconazol.
CONCLUSAO: No período pós-transplante renal, a incidência de infecçoes oportunistas encontra-se aumentada, inclusive após o período de maior imunossupressao. Deve-se sempre buscar pela definiçao etiológica para o correto manejo do quadro.

 


 

PO: 51572

Incidência de Diabetes Mellitus associado ao pós-transplante renal

Autores: Thais de Almeida Fonseca*;Thamyres de Carvalho Rufato; Henrique Costa Moreira de Abreu; Gustavo Fernandes Ferreira;Thais Heidenreich Bucci; Giuliano Reder de Carvalho

thaisfons1@gmail.com

Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora -Suprema.

INTRODUÇAO: O Diabetes Mellitus Pós-Transplante Renal (DMPTR) está associado com elevada morbidade e mortalidade sendo a principal causa nao-imunológica para a disfunçao do enxerto renal.
OBJETIVO: Verificar a incidência de DMPTR nos primeiros 6 meses do pós-operatório e investigar quais fatores de risco contribuem para o seu desenvolvimento.
MÉTODO: Foi realizado um estudo de caso controle com a análise de 129 prontuários de pacientes atendidos em um centro especializado em transplante renal. O período no qual foram submetidos ao transplante foi de 1° de janeiro de 2013 a 1° de setembro de 2014 com a coleta de dados como índice de massa corpórea (IMC), etnia, glicose de jejum no pré-transplante, glicose de jejum do pós-transplante, tipo do doador e imunossupressores utilizados. Foram excluídos do estudo 23 pacientes por óbito e perda do enxerto e 16 por diabetes prévia. Para a verificaçao dos possíveis fatores de risco associados ao desenvolvimento de DMPTR utilizamos uma regressao sendo o risco expressado pelo o Odds Ratio (OR).
RESULTADO: Dos 90 prontuários analisados, 7 pacientes apresentaram aumento transitório da glicose e 13 apresentaram DMPTR. O modelo preditivo para DMPTR foi composto das variáveis: IMC < 25 (OR = 0,325 e p = 0,414), raça branca (OR = 0,00 e p < 0,05), raça parda (OR = 0,000 e p < 0,05), doador morto (OR = 1,332 e p = 0,68), nao houveram associaçoes entre o uso de medicaçoes e o desenvolvimento de DMPTR (p > 0,05).
CONCLUSAO: O estudo evidenciou que 13 dos 90 pacientes desenvolveram DMPTR, porém nao pudemos correlacionar os fatores de risco estudados com a incidência desta patologia no serviço analisado.

 


 

PO: 51645

Infecçao por Cryptococcus pós transplante renal: Relato de caso

Autores: Hanna Karla Andrade Guapyassú Machado*;Thauany Moreira Freitas; Gustavo Amadei; Nathally Baston; Sheila Patricia Lopes Rocha; Giovana Wanssa; Eurita Neta; Luiz Antonio Miorin

guapyassu@gmail.com

Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Sao Paulo.

INTRODUÇAO: Com a introduçao de novos imunossupressores para a manutençao do enxerto houve uma maior incidência de infecçoes oportunistas nesta populaçao, inclusive o acometimento fúngico.
OBJETIVO: Relatar um caso de criptococose com acometimento cutâneo e pulmonar em transplantado renal.
RELATO DE CASO: Paciente masculino,45 anos, HAS,submetido a tx renal doador vivo em 08/12/2010 com alta hospitalar 16 dias após em uso de MMF, Tacrolimus e prednisona com creatinina basal de 1,9mg/dl. Após o Tx evoluiu com complicaçoes como DM,Varicela,piodermite e foliculite em bolsa escrotal..Em Junho de 2016 internou para investigaçao de dor lombar intensa,tumoraçoes de partes moles em regiao dorsal, febre e piora da funçao renal. Apresentava em exames laboratoriais: Hb 10,0 ; Ht 32 ; Leucócitos 10.000 sem desvio ; PCR 10,2 ; Creatinina 2,4mg/dl ; ureia 56. Foi submetido à exames de imagem como USG partes de moles em regiao lombar que evidenciou 2 coleçoes hipoecogenicas com conteúdo espesso, uma localizada no subcutâneo e a outra se estendia desde a regiao lombar até o limite inferior da regiao torácica localizada no nível do plano muscular. TC de abdome e tórax e RNM evidenciaram lesoes líticas em arcos costais de aspecto permeativo e agressivo e nódulo pulmonar à direita, podendo considerar a possibilidade de lesoes secundárias com envolvimento de T11 e T2 e disco correspondente. Na investigaçao foram realizadas biópsias de pele, osso e do nódulo pulmonar sendo diagnosticado criptococose cutânea, muscular e óssea, além de um criptococoma pulmonar. O tratamento foi Anfotericina B lipossomal por 21 dias e manutençao com fluconazol, em acompanhamento ambulatorial.
DISCUSSAO: A criptococose é uma infecçao considerada tardia pois se apresenta cerca de um ano após transplante podendo ser causada tanto por ativaçao de foco latente quanto uma infecçao primária.Frequentemente casos de criptococose cutânea sao marcadores de doença disseminada. Mundialmente, cerca de 50-75% dos receptores de transplantes de órgaos sólidos com criptococose possuem envolvimento cerebral. A incidência de infecçoes fungicas oportunistas em transplantados renais é determinada pela interaçao entre fatores epidemiológicos e a imunossupressao funçao renal já prejudicada, a dose do imunossupressor, infecçoes virais (CMV),hepatites e hiperglicemia.
CONCLUSAO: Pacientes transplantados geralmente apresentam acometimento do SNC, nosso paciente apresentou manifestaçao cutanea e pulmonar.

 


 

PO: 51605

Infecçao por Klebsiella resistente à carbapenêmicos em transplantados renais: Um olhar por 365 dias

Autores: Florência Ferreira Barreiro*; Leonardo Viliano Kroth; Moacir AlexandreTraesel; David Saitovitch; Fernanda Correa Silva Alves; Paola Hoff Alves; Carlos Eduardo Poli-de-Figueiredo

f_barreiro@hotmail.com

Hospital Sao Lucas PUCRS.

INTRODUÇAO: A infecçao por enterobactérias resistentes à carbapenemicos vem aumentando nos últimos anos, sobretudo pela Klebsiella resistente à carbapenêmicos (KPC). Como consequência há maior dificuldade para o tratamento dos pacientes, bem como aumento de mortalidade. É visto que subgrupos da populaçao tem maior risco de desenvolver infecçao por essas bactérias, dentre eles os transplantados de órgao solido, onde se identifica até 70 % de mortalidade hospitalar em 30 dias.
OBJETIVO: Analisar o perfil dos pacientes infectados ou colonizados por KPC no ano de 2015 em um centro transplantador.
MÉTODOS: Revisao de prontuário médico no período de 1 de janeiro a 31 de dezembro de 2015.
RESULTADOS: Em 2015 foram realizados 92 transplantes renais, 87 com doadores falecidos, 60 homens e 32 mulheres, com idade média de 47,3 anos. O tempo médio para colonizaçao dos pacientes foi de 13 dias de internaçao hospitalar. Vinte e quatro pacientes foram colonizados por KPC, 12 (50% dos colonizados) deles apresentaram sepse de foco urinário ou pulmonar por essa bactéria e 7 (29% dos colonizados) evoluíram a óbito. Dos sete pacientes que evoluíram para óbito, 2 nunca tiveram alta hospitalar, os demais tiveram 3 a 4 internaçoes até o desfecho final, todos receberam imunoglobulina anti timocítica nos primeiros dias pós transplante, 3 deles receberam rim de doador de critério expandido e 3 apresentavam reatividade contra painel maior que 50%. Como rotina em nosso serviço todos pacientes utilizaram cateter ureteral, porém 3 deles tiveram complicaçoes no momento de implante ou retirada. A sobrevida de enxerto de pacientes colonizados por KPC comparado aos pacientes nao colonizados foi de 58% e 71 %, e a sobrevida de pacientes foi de 82,3% e 96% respectivamente.
CONCLUSAO: No Brasil a principal causa de perda de enxerto renal é infecçao. O pior desfecho clínico nos pacientes que desenvolvem infeçao por bactérias multirresistentes salienta que novas estratégias terapêuticas devem ser tomadas. A infecçao por KPC no nosso centro mostrou um pior desfecho para sobrevida de rim e de enxerto, sendo que o risco de morte em 30 dias foi 7 vezes maior nos paciente infectados por essa bactéria. Em funçao do pior desfecho clínico, novas estratégias foram tomadas para tentar minimizar os danos causados por essa bactéria em nosso centro.

 


 

PO: 51689

Kidney donor profile index (KDPI) e prediçao do desfecho renal em transplante com doador falecido em centro brasileiro

Autores: Carlos Rafael de Almeida Felipe; André de Sousa Alvarenga; Gerson Marques Pereira Junior; Pedro Augusto Macedo de Souza*; Claudia Ribeiro; Silvana Maria Carvalho Miranda; Marcelo de Sousa Tavares

pmacedosouza@gmail.com

Santa Casa de Belo Horizonte.

O KPDI (Kidney Donor Profile Index) é um índice desenvolvido pelo Sistema de Transplante de órgaos norte americano (UNOS-OPN) e é calculado a partir de dez variáveis do doador falecido. Tem correlaçao com o desfecho do transplante renal e desde 2014 tem sido utilizado no sistema de alocaçao de órgaos nos Estados Unidos. No Brasil o critério de aceitaçao de órgaos é clinico e tem peso a categorizaçao do doador em critério expandido ou padrao. Nenhum estudo, até o momento, avaliou a aplicabilidade do KDPI na populaçao brasileira.
OBJETIVO: Avaliar a correlaçao entre o KDPI e os desfechos clínicos do transplante renal em um centro de transplantador brasileiro.
MATERIAIS E MÉTODOS: Foi realizada coorte retrospectiva com os pacientes transplantados renais com doador falecido (TxDF) de Novembro de 2014 até Março de 2016.
RESULTADOS: Foram realizados 45 TxDF, sendo 64,5% dos receptores do sexo masculino, com idade média de 50,5 anos. O tempo médio de isquemia fria (TIF) foi de 13,9 horas, 60% dos pacientes receberam induçao com timoglobulina, 62% apresentaram Funçao Tardia do Enxerto (DGF) e a mediana do KDPI foi de 53%. A incidência de rejeiçao aguda comprovada por biópsia (RAC) foi de 24%. Houve associaçao estatisticamente significativa entre o KDPI e a mortalidade pós transplante (p 0,0186) e a falência do enxerto renal (p 0,0212), com área sob a curva ROC de 0,80 para perda do enxerto ou óbito (p 0,0027). A sobrevida do enxerto em 1 ano foi de apenas 40% para receptores de rins de KDPI > 70% versus 84,5% para os receptores de KDPI < 70% (p 0,002), com risco relativo para perda ou óbito de 4,81 (p 0,0035). Nao houve associaçao entre KPDI > 70% e infecçao por Citomegalovírus (CMV) ou RAC. Relacionaram-se também com pior desfecho a idade do doador (p 0,0373), creatinina final do doador (p 0,002), o status de critério expandido (p 0,0033) e a ocorrência de DGF (p 0,02). Nao houve diferença de desfecho em relaçao ao TIF, idade do receptor, episódio de RAC e infecçao por CMV.
CONCLUSAO: O KDPI se relacionou com perda de enxerto ou óbito de receptores de TxDF em nosso centro. Nao foi verificada associaçao entre perda/óbito para TIF, RAC e episódio de CMV nesta coorte. O KDPI pode ser uma ferramenta importante para se estimar o risco de falência do enxerto e óbito do receptor e, deste modo, pode auxiliar no aconselhamento e seleçao de órgaos na populaçao brasileira.

 


 

PO: 50463

Leiomioma de cápsula de rim nativo em transplantada renal: A imagem na ultrassonografia contrastada

Autores: José Andrade Moura Neto; Ana Flávia Perpétuo de Souza*; José Hermógenes Rocco Suassuna; Luiz Carlos Aguiar Vaz; Nordeval Cavalcante Araújo

anaflaviapsouza@gmail.com

Hospital Universitario Pedro Ernesto.

Paciente do sexo feminino, 61 anos, com doença renal crônica secundária a pielonefrite crônica e hipertensao arterial, foi submetida a transplante renal de doador vivo relacionado (irmao), haploidêntico, em 03/12/1987, após três anos em hemodiálise. No histórico imunogênico nao há registro de gestaçoes, transfusoes ou transplante prévio. A cirurgia transcorreu sem anormalidades, e a imunossupressao foi feita com ciclosporina, azatioprina e prednisona. A paciente evoluiu com funçao imediata do enxerto e recebeu alta seis dias após a cirurgia com creatinina sérica de 1,1mg/dl. Em acompanhamento ambulatorial manteve creatinina estável (0,8 -1,2mg/dl). Durante ultrassonografia de rotina, em julho de 2015, foi detectado nódulo sólido de cerca de 4 cm em polo superior de rim nativo direito. A TC revelou tumoraçao com captaçao heterogênea de contraste. O exame de ultrassonografia com microbolhas (Sonovuer) revelou captaçao homogênea do contraste com excelente plano de clivagem em relaçao ao parênquima renal. Para excluir a possibilidade de carcinoma renal a paciente foi submetida a nefrectomia radical direita em 3/8/2015. Pela macroscopia, o rim media 5 x 3 cm nos maiores eixos, de consistência firme e com borramento do limite córtico-medular aos cortes. Foi evidenciado nódulo encapsulado, de consistência firme, circunscrito à cápsula renal, medindo 3 cm de diâmetro, de aspecto fasciculado e sem necrose aos cortes. O exame microscópico, do nódulo, revelou células fusiformes proliferadas formando feixes, sem atipias ou mitoses, atestando a benignidade do tumor. O laudo histopatológico concluiu pelo diagnóstico de leiomioma da cápsula renal. Oito meses depois, até a elaboraçao deste relato a paciente estava assintomática. Apesar do risco aumentado de neoplasia malignas em pacientes transplantados, a ocorrência de casos benignos também deve ser considerada. Até onde sabemos, trata-se do primeiro caso de leiomioma de cápsula renal visto com ultrassonografia contrastada na literatura médica. O padrao de captaçao do contraste ecográfico nao apresentou peculiaridades que apontassem para o diagnóstico histopatológico

 


 

PO: 50670

Leishmaniose cutanea após transplante renal

Autores: Barbara Ferrari*; Flora Braga Vaz; Andreas Nogueira Sales; Luciane Monica Deboni; Paulo Eduardo da Silveira Cicogna; Marcos Alexandre Vieira; Rodrigo Paludo de Oliveira

ba.ferrarim@gmail.com

Fundaçao Prorim.

INTRODUÇAO: A leishmaniose é uma doença causada por protozoário do gênero Leishmania, transmitida por vetores, pode apresentar as formas: cutânea, mucocutânea, cutânea difusa, e visceral. A lesao cutânea costuma apresentar úlcera com bordas elevadas. Os imunossuprimidos apresentam risco aumentado paraas formas mais graves.
OBJETIVO: Relatar caso de leishmaniose cutânea de apresentaçao atípica em paciente transplantado renal.
RELATO DE CASO: H.G.P., 42 anos, masc, IRC por rins policísticos, PRA 52%. Realizou transplante renal em 27/02/2014 com DF, HLA distinto. Induçao com timoglobulina (4,5mg/kgdose total), micofenolato de sódio 1440mg/dia, prednisona 60mg/dia e a partir do 7° PO associado FK 6mg/dia. Evoluiu com funçao retardada do enxerto com necessidade dialítica por cerca de 2 semanas. Neste período apresentou pancitopenia sendo associada ao uso de micofenolato. Reduzido para 720mg/dia, e posterior suspensao por apenas 2 dias, com melhora da pancitopenia. No 25° dia pós-operatório apesar de nao necessitar mais de hemodiálise, ainda mantinha CR 4,0mg/dl, sendo optado por realizaçao de biópsia renal que diagnosticou rejeiçao humoral (C4D+, capilariteperitubular) tratada com timoglobulina (7,5mg/kg dose total). Apresentou melhora da funçao renal recebendo alta hospitalar no 49° dia pós-operatório com CR de 2,4mg/dl. Oito dias após a alta reinternou com diagnóstico de infecçao por CMV (carga viral 4.442 cópias gEq/ml). Iniciado tratamento com valcyte. Durante a internaçao evoluiu com quadro febril, leucopenia e lesoes de pele, uma em cada membro inferior e uma em abdome, de coloraçao púrpura, sem relevo, sem ulceraçoes, sem bordas definidas, sem prurido, de tamanho médio de cerca de 8cm no maior eixo. Realizado biópsia da lesao de MID e feito diagnóstico de leishmaniose cutânea. Tratado com anfoterecina B por 21 dias com resoluçao das lesoes. Porém, nesta mesma internaçao paciente sofreu com outras complicaçoes como ITU por KPC tratado com polimixina B e TVP de MIE. Recebeu alta já com 4 meses de transplante e com CR 3,0mg/dl.
DISCUSSAO: Embora raro, é importante considerar o diagnóstico da leishmaniose neste perfil de paciente já que o diagnóstico e tratamento precoces podem diminuir a morbidade e mortalidade. O presente caso mostrou uma lesao cutanea de leshmaniose incomum, sem ulceraçao e sem bordos elevados, mostrando que pacientes transplantados renais podem apresentar formas atipicas das lesoes.

 


 

PO: 49918

Ligas acadêmicas de transplantes no estímulo à doaçao de órgaos por intermédio de campanhas educativas

Autores: Ariel Victor Duarte e Cruz*; Henrique Cunha Moreira de Abreu;Tomás Costa Bignoto; Natália Cristina Simao da Silva; Marcio Luiz de Sousa; Gláucio Silva de Souza; Gustavo Fernandes Ferreira; Hélady Sanders-Pinheiro

arielvictordc@gmail.com

Universidade Federal de Juiz de Fora.

INTRODUÇAO: O Brasil possui o maior programa público de transplantes do mundo. O número de transplantes realizados é, contudo, muito aquém da demanda. A taxa de recusa familiar, que atinge, segundo o Registro Brasileiro de Transplantes de 2015, 44%, é um fator que é motivado por desinformaçao a cerca do processo e pode ser trabalhado em campanhas educativas.
OBJETIVO: Informar e conscientizar a populaçao sobre a importância da doaçao de órgaos por meio de campanha na Semana Nacional de Doaçao de Orgaos de 2014 e de 2015.
METODOLOGIA: Os membros da ligas acadêmicas unificadas de transplante promoveram, nos dias 27 e 28 de setembro de 2014, duas açoes de conscientizaçao sobre doaçao de órgaos. No dia 27 de setembro de 2015 foi realizada outra açao. Serao descritos os detalhes das três açoes.
RESULTADOS: Foram montadas tendas em pontos de alta movimentaçao da cidade, nos quais os acadêmicos conversaram individualmente com os presentes e sanaram as dúvidas existentes, distribuíram laço verde, símbolo da doaçao de órgaos, e folhetos informativos. Além disso aferiram a pressao arterial e dados antropométricos. Em 2015, com apoio da prefeitura e CNCDO locais, um monumento da cidade também foi iluminado com a cor verde. Houve grande interesse por parte da populaçao em obter mais informaçoes a cerca do tema, sendo atendidas cerca de 550 pessoas por dia em cada local. Além disso, o evento foi divulgado em vários veículos de informaçao, divulgaçao esta que incluiu explicaçoes sobre o processo de doaçao de órgaos, o que aumentou a visibilidade da açao.
CONCLUSAO: Eventos como esse sao fundamentais para a veiculaçao de informaçoes relevantes para a saúde pública e podem contribuir em longo prazo para a reduçao da recusa familiar.

 


 

PO: 51989

Linfoma de SNC associado ao vírus Epstein-Barr (EBV): Duas experiências em nosso serviço

Autores: Ester Martins Ribeiro*; Ianna Assunçao Coelho; Antônio José Duboc De Almeida Filho; Gisleine Cristina Fontes; Auro Buffani Claudino; Juliana Aparecida Zanocco

estermartins1@yahoo.com.br

Hospital Santa Marcelina de Itaquera.

INTRODUÇAO: A Doença Proliferativa pós Transplante (PTLD) é uma complicaçao pouco frequente após transplante de órgaos, com incidência entre 1-4%. O envolvimento extranodal, de sistema nervoso central e infiltraçao em enxerto sao os locais mais comuns de aparecimento. A sobrevida é baixa, mas tem aumentado após inicio de terapia com Rituximabe. Relato de Caso 1: MMC, 39 anos, transplantada em junho de 2009 (doador falecido). Recebeu basiliximabe e introduçao de ciclosporina, prednisona e micofenolato de sódio (MFS). Apresentou diurese no 11° dia pós operatório (PO) do TX renal, recebendo alta no 29° PO. Em 5 anos e 8 meses (abril de 2015), apresentou cefaleia recorrente, com lesao expansiva observada em Ressonância Magnética (RM). Em biópsia cerebral, diagnóstico histológico de Linfoma nao Hodgkin difuso de grandes células B, associado ao EBV com CD3, CD20, CD30, CD138, KAPPA, Ki-67 e LAMBDA positivos. Realizada mudança de MFS para Sirolimus e iniciado tratamento com Rituximabe e radioterapia. Atualmente paciente evoluindo com nefropatia crônica do enxerto em biópsia renal. Em uso de rituximabe e sem sinais de recorrência da PTLD. Relato de Caso 1: GSCG, 31 anos, TX renal doador vivo haplo idêntica em janeiro de 2009, recebeu pulsoterapia com metilprednisolona, iniciou tacrolimus e micofenolato sódico. Apresentou diurese no PO imediato, recebeu alta médica no 20° PO, com Cr: 1,1 com troca de corticóide para prednisona. Em 6 anos e 10 meses pós TX renal (dezembro de 2015), apresentou abaulamento de pilar amigdaliano com internaçao por suspeita de infecçao. Observada lesao expansiva sólida localizada na projeçao de tonsila palatina esquerda e palato mole em RM com biópsia apresentando diagnóstico de linfoma difuso nao Hodgkin de grandes células; CD3, CD5, CD20 e Ki-67 positivos. Realizada ressecçao de tumor em fevereiro de 2016, atualmente em acompanhamento com hematologia com realizaçao de imunoterapia com rituximabe mantendo funçao renal estável.
CONCLUSAO: O tratamento com rituximabe tem mostrado melhora na sobrevida dos paciente acometidos com PTLD, mas ainda se discute a melhor terapia associada ao menor risco de perda de enxerto renal. Sendo assim, é necessária atençao para diagnóstico precoce, já que número de sítios acometidos está associado inversamente ao grau de cura nesses pacientes; o tratamento adequado pode diminuir risco de recidiva e prolongar sobrevida tanto dos pacientes quanto do transplante renal.

 


 

PO: 50493

Malária em transplantado? Relato de caso e revisao da literatura

Autores: Fabiana Oliveira de Souza*;Talita Mayumi Alexandre Kayano; Daniela Iwakiri Matias; Moisés Samuel Gonçalves Oliveira; Alessandro Prudente

souza.fabioliveira@gmail.com

Universidade Federal de Rondônia (UNIR).

INTRODUÇAO: A malária é infecçao causada por protozoários do gênero Plasmodium. A maioria dos casos brasileiros ocorrem na regiao amazônica. Trata-se de uma doença mais comum em países em desenvolvimento, por isso existem poucos casos relatados na literatura de malária após transplantes de rins, fígado, coraçao e medula óssea.
OBJETIVO: Relatar caso de disfunçao aguda do enxerto por P. vivax.
MÉTODO: Estudo qualitativo de caso a partir de dados do prontuário e revisao do tema.
RESULTADOS: Masculino, 42 anos, residente em Humaíta/AM e transplantado renal há 4 anos. Imunossupressao: Tacrolimus, Azatioprina e Prednisona. Quadro: febre, calafrios e astenia. Pesquisa de Plasmodium (PP) positiva para P. vivax e creatinina = 2,0. Recebeu esquema padrao curto (Cloroquina 3 dias + Primaquina 7 dias), com negativaçao da PP. Após negativaçao da parasitemia, esse paciente recrudeceu e evoluiu em 15 dias com disfunçao aguda do enxerto e pancitopenia. Nessa ocasiao, apresentava creatinina: 4,6 mg/dL e PP positiva. Transferido para hospital transplantador onde iniciou-se tratamento para malária grave. Nesses casos, preconizam-se dois esquemas: Artesunato (ataque+manutençao por 6 dias) + clindamicina (7 dias) + primaquina ou Arthemehter (5 dias) + clindamicina e primaquina. Melhorou, após uma semana, com negativaçao da PP, creatinina: 2,1, leucócitos: 3142/mm3 e plaquetas: 130.000/mm3.
CONCLUSAO: O risco de pacientes transplantados contraírem malária está relacionado ao local onde vivem ou que tenham visitado recentemente, sendo áreas endêmicas ou nao. Há trabalhos que mostram que se o doador for de origem de área endêmica, a infecçao pós-transplante pode ser comum. Para o diagnóstico, a visualizaçao do parasita em gota espessa é o padrao-ouro, por isso utilizou-se a hematoscopia para seguimento. Para terapêutica desses casos, o Ministério da Saúde recomenda a hospitalizaçao devido ao risco de doença grave. Porém, os esquemas terapêuticos usados em pacientes transplantados nao sao diferentes dos usados nos pacientes nao transplantados, variando de acordo com a espécie do Plasmodium infectante. É fundamental ainda o monitoramento dos níveis de imunossupressores, pois sua farmacodinâmica pode sofrer interferência de alguns anti-maláricos. Devido à importância em áreas endêmicas, no diagnóstico diferencial de síndromes febris em transplantados dessas regioes deve-se incluir a malária para evitar recrudescências e complicaçoes e instituir o tratamento precoce e adequado.

 


 

PO: 51461

Monitorizaçao do uso de globulina anti-timocitária no transplante renal

Autores: Fabiani Palagi Machado*; Roberto Ceratti Manfro; Fabio Spuldaro; Alessandra Rosa Vicari

f_palagimachado@yahoo.com.br

Hospital de Clinicas de Porto Alegre.

INTRODUÇAO: A globulina anti-timocitária (ATG) é utilizada na profilaxia e no tratamento das rejeiçoes celulares agudas. A monitorizaçao da depleçao dos linfócitos, auxilia na eficácia e segurança do regime terapêutico. Esse controle é realizado pela contagem de linfócitos totais e/ou linfócitos CD3+ no sangue periférico.
OBJETIVO: Avaliar a correlaçao das estratégias de monitorizaçao do uso de ATG em transplantados renais.
MÉTODOS: Estudo de coorte retrospectiva, em centro único, no qual foram incluídos todos os transplantados renais que fizeram uso de ATG profilático ou terapêutico, no período de 01/2009 a 12/2013. As indicaçoes para o uso de ATG foram o risco imunológico aumentado, insuficiência renal aguda do doador, tempo de isquemia fria > 24 horas (uso profilático) ou a ocorrência de rejeiçao celular aguda grave (terapêutico). A contagem dos linfócitos totais foi feita pela avaliaçao do hemograma e a de células CD3+ por citometria de fluxo [anticorpos anti-CD3 (CD45 FITC e CD3 PE, BD Bioscience, Beckman Coulter, Exbio)]. Após a dose inicial as subsequentes foram administradas de acordo com o número de células CD3 (> 20 células/mm3) e/ou contagem de linfócitos totais (> 200 células/mm3). Foram utilizados dados pareados, contabilizando um total de 664 amostras em 226 pacientes transplantados renais. O nível de significância foi estabelecido em p < 0,05.
RESULTADOS: Os resultados obtidos com a contagem de linfócitos totais e células CD3+ foram comparados e sua correlaçao avaliada. No total 201 pacientes utilizaram ATG profilaticamente e 25 no tratamento de rejeiçao celular aguda. A dose média cumulativa de ATG foi de 5,77 mg/kg/paciente. Doadores falecidos corresponderam a 85% (192 pacientes). Em um ano de seguimento a sobrevida dos pacientes foi de 98,7% e dos enxertos de 96,0%. A correlaçao entre o número de células CD3+ (> 20/mm3) e linfócitos totais (> 200/mm3) foi de 0,42 (coeficiente de Spearman). Utilizando-se a contagem de linfócitos CD3+ como padrao-ouro, os parâmetros diagnósticos resultantes da contagem dos linfócitos no sangue periférico foram: sensibilidade: 80%, especificidade: 53%, valor preditivo positivo: 42%, valor preditivo negativo 85% e a área sob a curva 0,711 (IC 95% 0,671 0,751).
CONCLUSAO: Foi observada uma correlaçao fraca entre os testes. Ao considerar-se que os linfócitos T CD3+ periféricos representam uma avaliaçao mais segura da eficácia do ATG sugere-se o uso dessa técnica para a monitorizaçao da terapia

 


 

PO: 51703

Narrativas das pessoas sobre as diferentes etapas pós transplante renal

Autores: Soraia Geraldo Rozza Lopes*; Denise Maria Guerreira Vieira da Silva; Francieli Lohn da Rocha; Julia Estela Willrich Boell; Carine Ferreira; Maria Elena Echevarría Guanilo; Juliana Graciela Vestena Zillmer

soraia.gr.lopes@gmail.com

Universidade Federal de Santa Catarina.

INTRODUÇAO: O transplante de rim no Brasil é reconhecido pelos seus avanços, pouco se sabe sobre como as pessoas vivenciam os momentos iniciais após o transplante.
OBJETIVO: Compreender a experiência inicial de pessoas que realizaram transplante renal em uma cidade do Sul do Brasil.
MÉTODO: Estudo longitudinal com abordagem qualitativa. O período de coleta foi de junho de 2014 a dezembro de 2015. Foram realizadas entrevistas em profundidade em três momentos distintos: três meses após a realizaçao do transplante renal, seis meses e após um ano de transplante renal. As entrevistas foram gravadas e transcritas e utilizado o software Etnografh 6.0. A análise foi orientada pelas premissas da análise de conteúdo convencional.
RESULTADO: A fase inicial após o transplante de rim é marcada por diferentes momentos, com necessidade de adaptaçoes para a preservaçao do transplante e construçao de uma nova vida cotidiana. O primeiro momento, que inclui os seis meses iniciais, é de controles intensivos e restritivos, como na convivência social e na alimentaçao. Há, porém, a descoberta da liberdade da ingesta de líquidos. O foco principal está no uso de medicaçoes e realizaçao semanal de consultas médicas. O segundo momento, após seis meses de transplante, as pessoas conseguem perceber que estao recuperando suas vidas, retomando algumas atividades cotidianas, o convívio social e têm maior liberdade na ingesta alimentar. Neste momento estao adaptadas ao uso de medicaçoes imunossupressoras e começam a experimentar alguns vôos. Após um ano de transplante as pessoas já voltaram ao mercado de trabalho, aos estudos ou vislumbram a possibilidade de retorno. Neste momento conseguem realizar suas atividades cotidianas com independência, compreendendo o transplante como uma reconquista da vida. No processo de retorno à vida cotidiana, as pessoas com transplante necessitam de apoio para sentirem-se mais seguras na passagem pelos momentos, nos quais têm diferentes necessidades de cuidados. Os profissionais da saúde precisam identificar essas necessidades para orientar sobre os cuidados adequados visando um percurso sem intercorrências e de mais fácil enfrentamento pelas pessoas.
CONCLUSAO: Após o transplante de rim, as pessoas vao reconquistando um viver com maior liberdade e autonomia. Nesse percurso percebem que persistirao alguns cuidados, mas reconhecem que conseguem retomar atividades e prazeres que tinham perdido com a doença renal e os tratamentos substitutivos.

 


 

PO: 51973

Nefrite intersticial aguda por adenovírus em paciente transplantado renal: Relato de caso

Autores: Precil Diego Miranda de Menezes Neves; Marcella Martins Frediani; Rafael Gusson Ramos; Marcelo Valério Alabarce Silva; Nzuzi Érica Mfinda; Flávio Jota de Paula; Daísa Silva Ribeiro David; Elias David-Neto; Mariana Pigozzi Veloso*

marianapigozzi@hotmail.com

HCFMUSP.

INTRODUÇAO: O Adenovírus é um vírus com tropismo para células epiteliais. A transmissao se dá por via fecal-oral. Em transplantados previamente nao expostos, a infecçao em geral ocorre nos primeiros 6 meses após o transplante. Relatamos um caso de Nefrite Intersticial Aguda (NIA) por adenovírus em paciente transplantado renal.
RELATO DE CASO: Homem, 32 anos, 39° pós-operatório de transplante renal com doador falecido, doença de base: nefropatia membranosa. Induçao de imunossupressao com Basiliximab e manutençao com Tacrolimus, Everolimus e Prednisona. Queixa de febre alta, disúria e prostraçao há 3 dias. Contato recente com criança com quadro gripal. Negava perda de peso, massas palpáveis, cefaleia, lesoes de pele, tosse ou diarréia. Exame físico normal. Exames laboratoriais: Creatinina: 3–>5,9 mg/dl, Uréia: 122mg/dL, sem distúrbios hidroeletrolíticos ou ácido-base, PCR: 200mg/dl, Hemoglobina: 10,5g/dL, Leucócitos: 2850/mm3, Linfócitos: 600/mm3, Plaquetas: 153000/mm3. Avaliaçao urinária: leucocitúria (83/campo), hematúria (>100/campo), proteína/creatinina: 2g/g. Urocultura e Hemocultura negativas. Mantinha-se febril a despeito de antibióticos de largo espectro. Ecocardiograma sem sinais de endocardite. Tomografia de tórax normal. Tomografia de Abdome evidenciava rim transplantando em fossa ilíaca direita de tamanho aumentado. Mielograma normal. Sorologias para HIV, Hepatites B e C negativas. Imune a Citomegalovírus, Toxoplasmose e Epstein-Baar Vírus. Antigenemia e PCR para Citomegalovírus negativos. Para investigaçao da piora de funçao renal sem causa identificada, foi realizada uma biópsia renal. A microscopia de luz, compartimentos glomerular e vascular de aspecto normal, interstício com infiltrado linfocitário e histiocítário difuso, associado a edema importante, além de túbulos com presença de reaçao giganto-celular em um esboço granulomatoso, associado a tubulorrexis e inclusoes virais. Imunofluorescência, pesquisa de C4d, Imunohistoquímica para fungos e tuberculose negativas. Realizado PCR para adenovírus em urina e sangue, cujo resultado foi positivo. Paciente iniciou tratamento com Imunoglobulina Humana e Ganciclovir, evoluindo com recuperaçao clínica e melhora da funçao renal.
CONCLUSAO: Apesar de quadros raros, infecçoes por microorganismos atípicos como o adenovírus devem ser investigados em transplantados renais onde há quadro de febre persistente e nao responsiva a antibióticos, sem identificaçao de germes usuais às culturas.

 


 

PO: 51980

O impacto dos níveis de hemoglobina na mortalidade pós-transplante renal

Autores: Krissia Kamile Singer Wallbach*; Maria Amélia Aguiar Hazin; Vitória Carvalho Vilela; Marcos Almeida Meniconi; Bruna Raphaeli Silva; José Osmar Medina-Pestana; Miguel Cendoroglo; Miguel Angelo Góes

krissia.wallbach@gmail.com

Universidade Federal de Sao Paulo.

INTRODUÇAO: Anemia é uma complicaçao comum após o transplante renal, chegando a atingir até 40% dos pacientes ao fim do primeiro ano após o procedimento. Baixos níveis de hemoglobina se correlacionam a aumento de mortalidade e número de hospitalizaçoes. Portanto, sua identificaçao e tratamento reduz morbimortalidade dos pacientes transplantados.
OBJETIVO: Avaliar o impacto dos níveis de hemoglobina na mortalidade pós-transplante renal. Desenho, participantes e métodos: Foi realizada uma análise prospectiva de 233 pacientes submetidos a transplante renal em um único centro na cidade de Sao Paulo – SP. O tempo de seguimento foi de 6 anos, de janeiro de 2008 a dezembro de 2014. Coletados dados demográficos e relacionados a etiologia da doença renal crônica (DRC) terminal, diálise pré-transplante, características do transplante e esquema de imunossupressao. Foram utilizados os teste de t de Student para 2 amostras a fim de comparar as diferenças entre os grupos (mortalidade versus nao mortalidade) e teste de qui-quadrado para analisar as variáveis categóricas. Já a regressao logística binária foi utilizada a fim de determinar o impacto dos fatores no desfecho (mortalidade).
RESULTADOS: As principais etiologias de DRC terminal foram diabetes (35%) e hipertensao (20%). Transplantes com doadores vivos ocorreram em 59% dos casos. Durante todo o tempo de seguimento, houve 24 (10%) mortes em 3 ± 1 ano após o transplante renal. Destas, 7 (29%) ocorreram por doença cardiovascular e 17 (71%) por infecçao. Observou-se que os pacientes que foram a óbito eram mais velhos (p < 0.001) e apresentavam maior tempo em diálise (4 ± 2.5, 2.5 ± 2 anos; p = 0.006). Os níveis de hemoglobina (Hb) foram menores nos pacientes falecidos (10.7 ± 2.3) quando comparado ao outro grupo (12 ± 2.42; p = 0.01). Pacientes que utilizaram micofenolato apresentaram menor mortalidade (p = 0.04). Nao houve correlaçao entre idade e Hb (r = -0.02; p = 0.8). Idade (p = 0.01) e níveis de Hb (p = 0.02) foram preditores independents de mortalidade.
CONCLUSAO: O presente estudo demonstra que um menor nível de Hb é preditor independente de mortalidade nos pacientes transplantados renais.

 


 

PO: 51589

Paciente transplantado renal com rabdomiólise intensa após uso de estatina

Autores: Rafael BarbozaTrancoso*; Rodrigo Klein; Lauro Monteiro Vasconcellos Filho

trancosorafael@gmail.com

Universidade Federal do Espírito Santo.

INTRODUÇAO: Apesar dos avanços na terapia imunossupressora e o aumento na sobrevida do enxerto nos últimos anos, a mortalidade por doença cardiovascular permanece elevada nos pacientes transplantados renais. Um dos fatores de risco para doença cardiovascular é a hiperlipidemia, a qual pode ser agravada pelo uso de imunossupressores. O tratamento da hiperlipidemia com inibidores de HMG-CoA redutase reduz o risco cardiovascular, porém o uso concomitante de estatina e ciclosporina aumenta o risco de rabdomiólise.
MÉTODOS: Descriçao de caso clínico de paciente transplantado renal com doador falecido que apresentou rabdomiólise grave como efeito adverso da associaçao entre ciclosporina e sinvastatina.
RESULTADOS: Paciente sexo masculino, 66 anos, transplantado renal doador cadáver em 18/10/03, hipertenso, diabético pré-transplante, em uso de imunossupressao contendo Ciclosporina, Prednisona e Micofenolato de sódio. Após início de sinvastatina para tratamento de hiperlipidemia, evoluiu com mialgia e edema membros inferiores, sem alteraçao do débito urinário. Seus exames mostravam CPK: 74.511UI/L e Creatinina sérica: 0,80mg/dL. Recebeu hidrataçao e bicarbonato de sódio endovenosos. A sinvastatina foi suspensa. Houve melhora dos sintomas e reduçao da CPK: 526UI/L.
CONCLUSAO: O uso concomitante de ciclosporina e estatina em paciente transplantado renal pode resultar em rabdomiólise e esta condiçao deve ser tratada com hidrataçao venosa, alcalinizaçao urinária e se possível suspensao da estatina.

 


 

PO: 50425

Pancitopenia associada a Histoplasmose em paciente transplantado renal: Relato de caso

Autores: Maria Isabel Barreto de FariasTorres*; Nayla Karine de Castro Coimbra Orpinelli Ishiyama; Nelson Soares de Sousa Dantas; Hugo Tadeu Amaral; Fabiano Pinto Saggioro; Leandro Felipe Figueirdeo Dalmazzo; Miguel Moyses Neto; Elen Almeida Romao

bel_ft@yahoo.com.br

USP RP

INTRODUÇAO: Pancitopenia ocorre em transplantados de órgaos sólidos (TOS) associada à toxicidade medular por drogas imunossupressoras, às malignidades e às infecçoes. Histoplasmose é rara, com incidência estimada <1% nos TOS.
RELATO DE CASO: Homem, 41 anos, branco, diabético, hipertenso e ex-etilista. Evoluiu com doença renal crônica (DRC) após o transplante renal (tx) (creatinina (Cr) 2,9 mg%). Imunossupressao em uso: prednisona, tacrolimo e micofenolato. Foi internado por pancitopenia (hemoglobina 10,6 g/dL; Glóbulos brancos 1800/pL; neutrófilos 700/pL; plaquelas 80.000 /pL) e piora das escórias nitrogenadas (Cr 5,6 mg%) 7 meses após o transplante (tx). Apresentava-se assintomático à admissao mas durante internaçao, evoluiu com febre. Foi evidenciada coleçao peri-enxerto renal, drenada e tratada com cefepime e vancomicina, sem melhora clínica ou laboratorial. Ao exame físico apresentava adenomegalia de cadeia axilares sendo levantada a hipótese de pancitopenia secundária à infiltraçao medular por processo infeccioso. O esfregaço de amostra de medula óssea corado com Wright-Giemsa identificou macrófagos contendo inclusoes citoplasmáticas pequenas e arredondadas, sugestivo de microrganismos. A coloraçao específica com PAS demonstrou tratar-se de fungo (histoplasma). Apresentava sorologias para VDRL, HIV, HTLV, Hepatite B e C, Chagas negativas, assim como PCR para citomegalovírus, poliomavirus e parvovírus. Contra imunoeletroforese para fungos e culturas de medula óssea para micobactéria e fungo negativas. Foi suspensa imunossupressao por 40 dias (mantido prednisona); paciente foi tratado com anfotericina B lipossomal (dose acumulado 2,2g) e programado uso de itraconazol por 1 ano. Houve resoluçao da pancitopenia, porém piora progressiva da funçao renal com perda do enxerto após 13 meses do tx.
CONCLUSAO: pancitopenia no paciente transplantado pode ser a primeira manifestaçao clínica de uma infecçao sistêmica. Apresentamos um caso de histoplasmose com comprometimento de medula óssea associada à pancitopenia. Quando nao tratada, a mortalidade relacionada à histoplasmose é de 100% e a taxa de sobrevida excede 80% quando tratada. Ainda há risco de perda do enxerto secundária à própria doença ou à nefrotoxicidade pelo tratamento, como no caso descrito. Por este motivo é importante considerar esta hipótese em pacientes transplantados renais pancitopênicos, especialmente em áreas endêmicas.

 


 

PO: 50484

Paracoccidioidomicose em transplantado renal tardio: Uma rara ocorrência

Autores: Dárley Ferreira Procópio*; Kátia de Paula Farah; Fernando das Mercês de Lucas Júnior; Rafaela Cabral Gonçalves Fabiano; Marcelo Grossi de Araújo; Manuela Panteliades; Luciana Consoli Fernandes Pimentel; Stanley de Almeida Araújo

darleyfp@yahoo.com.br

Hospital das Clínicas UFMG.

INTRODUÇAO: Paracoccidioidomicose é uma doença micótica sistêmica, causada pelo fungo dismórfico Paracoccidioides brasiliensis, endêmica no Brasil, com mais de 90% dos casos se apresentando na forma crônica. É uma infecçao rara em pacientes transplantados, com poucos casos descritos na literatura.
OBJETIVO: Relatar um caso de paciente submetido a transplante renal há mais de 40 anos com diagnóstico recente de paracoccidioidomicose
MÉTODO: LGO, 63 anos, masculino, submetido a transplante renal em 27/01/1976, doador vivo relacionado, evoluindo com piora do estado geral, hiporexia, perda ponderal superior a 20Kg em 1 ano e diarreia intermitente, com aproximadamente 06 meses de evoluçao, sem sintomatologia respiratória inicialmente. Hospitalizado em Janeiro/2016 para avaliaçao clínica, sendo realizado os seguintes exames: propedêutica para diarreia infecciosa negativa, USG de abdome sem alteraçoes ecográficas significativas, EDA com esofagite erosiva leve e colonoscopia com colite crônica moderada inespecífica associada a úlcera colônica em atividade, sem sinais de malignidade. Após alta hospitalar, iniciou com tosse seca persistente, febre noturna diária, sem dispneia ou dor torácica ventilatório dependente. Em avaliaçao ambulatorial, evidenciou-se na TC de tórax lesao expansiva no lobo médio de pulmao direito, nódulos pulmonares bilaterais e extensa linfonodomegalia mediastinal. Posteriormente, realizou biópsia pulmonar através de broncofibroscopia e biópsia de lesao cutânea cujos achados foram compatíveis com paracoccidioidomicose. Pesquisa de BARR em lavado bronquioalveolar foi negativa. Ao exame clínico, detacava-se as lesoes cutâneas típicas em dorso do nariz e regiao posterior do tórax.
RESULTADOS: Iniciado tratamento com Itraconazol em Março/2016. Funçao renal estável, porém foi reduzida dose de Tacrolimus, considerando interaçao medicamentosa conhecida deste último com antifúngicos azólicos. Evoluiu com melhora da sintomatologia respiratória e das lesoes cutâneas, porém persistiu com hiporexia e emagrecimento. Segue em acompanhamento ambulatorial e em tratamento da Paracoccidioidomicose sistêmica.
CONCLUSAO: Paracoccidioidomicose é incomum em transplantados de órgaos sólidos. Manifestaçoes clinicas e radiológicas inusitadas, com predomínio da forma disseminada, de evoluçao crônica e diagnóstico tardio podem ocorrer em pacientes imunossuprimidos, como os transplantados renais.

 


 

PO: 51724

Perfil clínico de crianças e adolescentes submetidos ao transplante de rim

Autores: Bruna Coelho Albuquerque*; Ana Larisse Teles Cabral; Lorena Falcao Lima; Rosirene Barroso Jacobsen; Rita Mônica Borges Studart; Geraldo Bezerra da Silva Junior

brunacoelhoa@hotmail.com

Universidade de Fortaleza.

INTRODUÇAO: O transplante é atualmente o melhor tratamento para a Doença Renal Crônica (DRC), tando em adultos quanto em crianças.
OBJETIVO: Descrever o perfil clínico de crianças e adolescentes submetidos ao transplante renal em uma unidade hospitalar de alta complexidade.
MÉTODO: Trata-se de um estudo retrospectivo em uma unidade de transplante renal de um hospital terciário na cidade de Fortaleza, Ceará. A amostra foi constituída por todos os pacientes transplantados renais pediátricos do hospital no período de junho de 2012 a dezembro de 2014, o que totalizou 52 casos. Como critérios de inclusao definiram-se a idade < 18 anos na época do transplante.
RESULTADOS: Houve predominância do sexo masculino (53,8%), na faixa etária entre 11 e 14 anos (30,8%). Todos os transplantes foram oriundos de doadores falecidos. As causas da DRC eram: 36,5% problemas urológicos, 26,9% indeterminada, 7,7% glomerulosclerose segmentar e focal e 38,5% corresponde a outras causas menos frequentes, incluindo rim policístico, atrofia renal, síndrome de Prune Belly, lupus eritematoso sistêmico, alport e glomerulonefrite crônica. Uma minoria (13,5%) dos pacientes nao havia sido submetida à diálise, havendo uma predominância de 43,3 % dos pacientes que dialisaram por no máximo 12 meses. O tempo de internaçao hospitalar, de modo geral, foi de até 10 dias para 44,2% dos pacientes submetidos ao transplante. No momento da alta a maioria dos pacientes (70,4%) apresentava níveis séricos de creatinina dentro dos parâmetros de normalidade. Apenas 3,8% dos pacientes evoluíram com disfunçao do enxerto. A perda do enxerto foi verificada em 3,8% dos pacientes transplantados. Em relaçao ao desenvolvimento do quadro clínico do paciente, nenhum transplantado evoluiu a óbito.
CONCLUSAO: A maioria dos pacientes pediátricos submetidos ao transplante foram do sexo masculino com a faixa etária entre 11 e 14 anos. O tipo de doador foi predominante falecido e o tempo médio de diálise pré-transplante foi inferior a 12 meses. Foi observado resultado satisfatório, tanto na sobrevida do enxerto como na sobrevida do paciente, com a maioria mantendo boa funçao do enxerto renal e dos componentes hematológicos e bioquímicos.

 


 

PO: 50566

Perfil de potenciais doadores renais em vida participantes de campanha preventiva ao diabetes

Autores: Rayssa Kethlyn Alves de Campos*; Renata Oliveira Santos; Lorena Ventura Picanço e Silva; Janine Cabral Machado; Juliane Azevedo de Albuquerque; Jose Edmilson Lacerda Júnior; Luiz Guilherme Finotti Camargo de Almeida; Flávio Teles; André Falcao Pedrosa Costa

rayssakethlyn@hotmail.com

Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas.

INTRODUÇAO: Atualmente a Doença Renal Crônica (DRC) é uma das doenças mais prevalentes em nosso meio. O transplante renal já demonstrou ser a melhor forma de substituiçao de funçao renal, tanto em qualidade de vida quanto no controle das complicaçoes associadas à DRC. No entanto, a doaçao renal ainda é um tema muito desconhecido da populaçao em geral, o que limita o número de transplantes intervivos.
OBJETIVO: Avaliar o perfil das pessoas que afirmam ser doadoras de rim em vida.
MÉTODO: Estudo transversal e retrospectivo, realizado com 128 voluntários que responderam ao questionário proposto pela Liga Acadêmica de Nefrologia da Uncisal (LANU) durante a III Semana de Atençao ao Diabético (SAD), em uma capital brasileira.
RESULTADO: Dos voluntários participantes, a maioria (87%) afirmou que doaria seu rim em vida, com proporçao semelhante entre homens (86%) e mulheres (87%). Quanto ao destino da doaçao, percebe-se que quanto maior o grau de parentesco (pais, filhos e familiares) maior o desejo de doar (relatado em 62,6% da amostra) se comparado com grupos de menor correlaçao sanguínea (cônjuge, amigos e desconhecidos), que teve menos da metade de disponibilizaçao pelos voluntários da campanha (47,3%). A intençao de doaçao foi diretamente proporcional aos anos de estudo (66% tinham ensino superior, 28% ensino médio e 5% apenas o fundamental). Indivíduos que recebiam de 4 a 10 salários mínimos afirmaram que seriam doadores com maior frequência do que aqueles que nao possuíam renda (30% versus 2%), porém os que recebiam renda superior a 10 salários mínimos manifestaram menor desejo com relaçao aos primeiros (27%). Das pessoas que afirmaram serem doadores em vida, 69% nao conheciam nenhum transplantado renal e 51% nao conheciam a especialidade nefrologia.
CONCLUSAO: Na populaçao estudada houve uma elevada porcentagem de indivíduos que afirmaram serem doadores renais em vida e esta frequência foi diretamente proporcional aos anos de estudo e nao obteve correlaçao diretamente proporcional em relaçao ao nível de renda familiar. A coleta das informaçoes durante uma campanha educativa pode ter influenciado alguns indivíduos a se mostrarem doadores.

 


 

PO: 51447

Perfil dos atendimentos ambulatoriais no centro de transplante renal de Porto Velho-RO

Autores: AndresaTumelero; Cafiterine dos Santos Cavalcante*; Júlia Bruna Souza Caron; Claudino Sérgio de Alencar Ribeiro Filho; Clara Yasmin Aires Moura Franco; Gabriel da Silva Cury; Jaqueline Polon Abboud; Themis Borche da Silva

cafiterine@hotmail.com

Faculdade Sao Lucas.

INTRODUÇAO: A partir de 2011, foi constituído um serviço de transplante renal em Rondônia que acompanhava pacientes transplantados em outros centros. Somente em 2014 os transplantes começaram a ser realizados na capital Porto Velho. O objetivo deste estudo é demonstrar características dos pacientes atendidos neste serviço.
MÉTODO: Estudo observacional, retrospectivo e descritivo baseado em prontuários do centro transplantador de Rondônia.
RESULTADOS: O ambulatório atendeu até abril de 2016, 95 pacientes transplantados renais em outros centros e 28 pacientes transplantados renais em Porto Velho, num total de 123 pacientes. Aproximadamente 68% sao do sexo masculino. 92% dos pacientes realizaram a terapia dialítica em clínicas do próprio estado, sendo que 40% dos pacientes permaneceram mais de 3 anos em terapia dialítica. Dos pacientes transplantados em outros centros 85% tiveram doadores vivos relacionados (DVR), enquanto nos transplantados em Rondônia, apenas 32% tiveram DVR. Chama a atençao que 44% dos transplantados renais tem como desconhecida a causa da insuficiência renal crônica. Destes 123 pacientes, apenas 2 óbitos estao registrados, ambos por causa infecciosa (hepatite C e pneumonia). Nos cinco anos de serviço, quatro pacientes tiveram perda da funçao do enxerto e retornaram para terapia dialítica.
CONCLUSOES: Trata-se de um jovem serviço que precisa expandir seu serviços. Nota-se a necessidade de melhorar a investigaçao das causas de insuficiência renal crônica. Mas, já evidencia benefícios ao paciente renal crônico, oferecendo maior segurança e conforto, além da reduçao dos processos de TFD com grande economia para o estado.

 


 

PO: 51624

Perfil dos pacientes transplantados renais no período de 2011 a 2016 em um serviço de referência no estado do Paraná

Autores: Leandro Cardoso Cancelli Vieira*; Fabíola Pedron Peres da Costa; Adriana de Fátima Menegat Schuinski

leandrocancelli@hotmail.com

Santa Casa de Ponta Grossa.

O transplante renal constitui uma das terapias de substituiçao renal para paciente diagnosticados com Insuficiência Renal Crônica Estadio 5, assim como a Hemodiálise e a Diálise Peritoneal, porém, com resultados superiores no que diz respeito à qualidade de vida dos pacientes. O objetivo deste trabalho é traçar um perfil dos pacientes submetidos ao transplante renal em um serviço paranaense de referência. Foram coletados os dados dos pacientes transplantados renais no período de maio de 2011 até março de 2016, tais como, idade, sexo, raça, tipo de transplante, tempo de espera, status do enxerto e diagnóstico da insuficiência renal. Os dados foram obtidos através dos registros no cadastro no sistema nacional de transplantes e por revisao de prontuário.
RESULTADOS: amostra de 182 pacientes com idade média de 42,14 anos e predomínio do sexo masculino (61,54%); em relaçao à cor da pele, temos: branca (76,37%), parda (17,03%), preta (5,49%) e amarela (1,10%); os transplantes com doador vivo representam 57,14% do total. O tempo de espera médio dos pacientes que aguardam um transplante com doador falecido ficou em 15,88 meses. De todos os pacientes transplantados 68,68% estao em seguimento, 23,08% foram a óbito e 7,69% perderam o enxerto renal; apenas um paciente (0,55%) perdeu o acompanhamento. Temos que 32,97% dos pacientes nao têm registrado no prontuário a causa da insuficiência renal; com causa indeterminada sao 10,44% do total; as principais causas sao hipertensao e diabetes, que juntas totalizam 33,51% dos pacientes. Com os dados obtidos é possível traçar um perfil dos pacientes transplantados renais no estado do Paraná, bem como os desfechos pós-transplante.

 


 

PO: 51880

Perfil dos transplantados renais no primeiro ano do procedimento em um Hospital Universitário

Autores: Simone Aparecida Machado do Nascimento Ferreira*; Maria Luiza de OliveiraTeixeira; Elen Martins da Silva Castelo Branco; Flávia Silva de Souza; Harlon França de Menezes; Eliane Machado Alves de Andrade; Alexandra de Oliveira Matias Ferreira

simone.m.ferreira@gmail.com

Hospital Universitário Clementino Fraga Filho.

INTRODUÇAO: O transplante renal é um método de terapia substitutiva, reconhecido como um grande avanço na Medicina para pacientes com insuficiência renal em estágio 5.O que era uma opçao de tratamento experimental e arriscado há 50 anos, atualmente é uma prática em vários países.
OBJETIVO: Caracterizar os pacientes transplantados no período de janeiro a dezembro de 2004, em um hospital universitário no município do Rio de Janeiro.
MÉTODO: estudo, transversal, retrospectivo, quantitativo. Foi utilizada a frequência absoluta, relativa e desvio padrao para análise descritiva dos dados utilizando o Excelr para Windowsr 2010.
RESULTADO: Amostra composta de 106 pacientes transplantados no período de 1 de janeiro a 31 de dezembro de 2004. A idade dos receptores era em média de 53 anos (± 13%), enquanto os doadores foi de 43(± 13,4%), ou seja, dez anos em média de diferença. Cabe ressaltar que no grupo de doadores havia uma criança de 5 anos de idade e no grupo de receptor um idoso com 69 anos. Em relaçao aos doadores, a idade média foi 40,5anos (± 12,2%), isso se deve aos dados disponíveis ser de doadores vivos. Os receptores eram na sua maioria do sexo masculino 58pacientes (54,72%).70pacientes (66,04%) receberam enxerto de doador falecido e 36 (33,96%) de doador vivo. Sendo (91%) parentes de primeiro grau e os demais 9% eram cônjuges. O grupo sanguíneo prevalente dos receptores O+ seguido do A+ com 50%, 54%, e doadores O+ e A+ com 36% e 21%, respectivamente e em 100% dos casos o transplante ocorreu no mesmo grupo sanguíneo. A mortalidade no primeiro ano de transplante foi de 11% e estava relacionada ao enxerto doador falecido em 76% dos casos. A mortalidade geral até o primeiro trimestre de 2004 é de 15%, ou seja, sobrevida maior de 10 anos com sucesso de 85% dos transplantes.
CONCLUSAO: Há escassa literatura a respeito do perfil dos pacientes transplantados no Brasil o que impossibilita comparaçoes mais atualizadas dessa clientela. Trata-se do primeiro levantamento do perfil dos pacientes transplantados em um hospital universitário do Rio de Janeiro, através do estudo observou que os transplantes realizados nessa Instituiçao, apresenta uma taxa de sucesso elevada. A exemplo no grupo de receptor tem um idoso de 81 anos com sobrevida do enxerto ativa. Isso demonstra a competência do grupo de profissionais responsáveis pelo transplante em toda a dinâmica desde o processo de identificaçao do receptor e doador compatível até os cuidados no pós- transplante.

 


 

PO: 51727

Perfil epidemiológico dos pacientes com doença renal crônica com pendências no protocolo de preparo para transplante renal

Autores: Bruna Coelho Albuquerque*; Rosirene Barroso Jacobsen; Ana LarisseTeles Cabral; Marina Frota Lopes; Rita Mônica Borges Studart; Geraldo Bezerra da Silva Junior

brunacoelhoa@hotmail.com

Universidade de Fortaleza.

INTRODUÇAO: A doença renal crônica (DRC) é um importante problema de saúde pública mundial por apresentar uma alta incidência e prevalência entre a populaçao.
OBJETIVO: Avaliar o perfil clínico e epidemiológico dos pacientes com DRC em acompanhamento ambulatorial que se encontram com pendências para realizar o transplante renal com doador falecido.
MÉTODO: Trata-se de um estudo retrospectivo em um ambulatório de transplante renal na cidade de Fortaleza, Ceará. A amostra foi constituída de forma aleatória, segundo cálculo amostral para populaçao finita, composta por 80 pacientes que iniciaram o preparo para transplante renal em 2013 e que nao estavam ativos na lista de espera.
RESULTADOS: Houve predominância de pacientes do sexo masculino (60%), na faixa etária de 54 a 63 anos (25%). Quanto à procedência dos pacientes, 56,2% eram da capital e apenas 5% eram de outros Estados. Quanto ao estado civil, 52,5% eram casados. Houve uma predominância de trabalhadores autônomos (63,8%), enquanto que 11,2% eram aposentados. No que diz respeito ao nível de escolaridade, observou-se que 35% nao possuíam nenhum grau de escolaridade e 27,5% apresentavam ensino fundamental incompleto. Foi verificado um total de 43,7% de pacientes que nao apresentavam os exames laboratoriais completos. A maioria dos pacientes (55%) dialisava há mais de um ano. Quanto ao tempo em preparaçao para o transplante, 50% dos pacientes passavam cerca de um ano para concluir todos os exames necessários ao transplante por meio do SUS. As pendências mais significativas para a inclusao em fila de transplantes foram: parecer da Odontologia (n = 33), seguido do parecer da Ginecologa (n = 25). Alguns pacientes apresentaram mais de uma dessas pendências para concluir o preparo do transplante. Chamou atençao neste estudo um elevado índice de desistência dos candidatos ao transplante renal (40%).
CONCLUSAO: Avaliando o perfil clínico e epidemiológico dos pacientes renais que nao estao ativos na lista para transplante, foi constatado que a maioria dos candidatos ao transplante era do sexo masculino, com idade avançada. Observou-se predominância de pacientes residentes na capital, com baixa escolaridade, ocupados com atividades autônomas. A maioria dos pacientes apresentou um período médio de até um ano em preparo para o transplante. As principais dificuldades para um paciente ser inscrito em lista para transplante, foram os pareceres favoráveis à cirurgia.

 


 

PO: 51691

Perfil epidemiológico dos pacientes transplantados renais no real hospital português (RHP) PE

Autores: Estevam Miguel da Silva Neto*; Larissa Guedes da Fonte Andrade; Ivailda Barbosa Fonseca; Frederico Castelo Branco; Alexandre de Holanda Cavalcanti Pinto; Joaquim de Oliveira Borba Júnior; Tatiana Cristina manzi Sena dos Santos; Ubiracé Elihimas Júnior

estevam.sn@gmail.com

Real Hospital Português.

INTRODUÇAO: O transplante renal é a terapia renal substitutiva de escolha para os pacientes portadores de doença renal crônica. Os números de transplantes renais realizados vem crescendo progressivamente nos últimos anos. Houve aumento da sobrevida do enxerto e do paciente, mudança nos esquemas de imunossupressao ao longo dos anos, além da mudança no perfil de doadores e receptores.
OBJETIVO: Estudar as características clínco-epidemiológicas dos pacientes transplantados renais no RHP.
MÉTODO: Foram estudados os pacientes transplantados renais no RHP no período de 01/01/2013 à 31/09/2014. As informaçoes foram extraídas de prontuário eletrônico. Foram estudadas as características do doador, receptor, a imunossupressao utilizada e as complicaçoes mais comuns dos transplantados.
RESULTADOS: Foram analisados 106 transplantes no período, destes 97 (91,5%) de doadores falecidos com idade média de 37,8 anos, sendo 89 (84%) doador padrao. A idade média foi de 45 anos e o sexo masculino correspondeu a 69,8% da amostra. A etiologia da doença renal foi indeterminada em 51,9% dos pacientes. Nefroesclerose hipertensiva correspondeu a 14,2% e nefropatia diabética 11,3%. O Tempo de isquemia fria foi < 24 horas em 89 (84%) e funçao retardada do enxerto presente em 82 (77,4%) dos pacientes. 91,5% receberam terapia de induçao sendo 24,5% com timoglobulina e 67% com basiliximab. O esquema imunossupressor mais usado foi tacrolimo + azatioprina: 47,1%, seguido por micofenolato + tacrolimo: 41,5% e everolimo + tacrolimo: 8,49%. Entre os pacientes do estudo, 27 (25,5%) apresentaram infecçao por citomegalovírus (CMV), 55 (52,4%) infecçao urinária e 30 (28,3%) rejeiçao aguda.
CONCLUSAO: Este centro realiza predominantemente tranplantes com doadores falecidos, critério padrao, com baixas taxas de isquemia fria, porém alta incidência de retardo de funçao do enxerto. Os pacientes transplantados sao na maioria homens jovens e sem diagnóstico da doença de base. Os índices de rejeiçao aguda, infecçao por CMV e infecçao urinária estao dentro do esperado na literatura.

 


 

PO: 51625

Perfil HLA e ABO de pacientes transplantados renais no período de 2011 a 2016 em um serviço de referência no estado do Paraná

Autores: Leandro Cardoso Cancelli Vieira*; Fabíola Pedron Peres da Costa; Adriana de Fátima Menegat Schuinski

leandrocancelli@hotmail.com

Santa Casa de Ponta Grossa.

O transplante renal constitui uma das terapias de substituiçao renal para paciente diagnosticados com Insuficiência Renal Crônica Estadio 5, assim como a Hemodiálise e a Diálise Peritoneal, porém, com resultados superiores no que diz respeito à qualidade de vida dos pacientes. O objetivo deste trabalho é traçar um perfil HLA e ABO dos pacientes submetidos ao transplante renal em um serviço paranaense de referência. Foram coletados os dados dos pacientes transplantados renais no período de maio de 2011 até março de 2016, tais como HLA e ABO. Os dados foram obtidos através dos registros no cadastro no sistema nacional de transplantes e por revisao de prontuário. Os resultados mostram 16 tipos de variedades HLA A, sendo mais prevalentes os subtipos HLA A1 (13,46%) e HLA A2 (29,40%); 36 variedades HLA B, com maior prevalência dos subtipos HLA B35 (14,29%) e HLA B44 (9,62%); e 16 variedades HLA DR, sendo HLA DR4 (18,13%) e HLA DR13 (15,38%) os mais prevalentes. Em relaçao aos grupos ABO, temos: A (33,52%), B (17,03%), AB (4,40%) e O (45,05%). Com esses resultados é possível traçar um perfil dos pacientes em lista de espera com maior chance de receber um rim, visto que o órgao disponível para transplante é direcionado ao receptor com sistema ABO compatível e maior semelhança genética (HLA).

 


 

PO: 51677

Perspectivas dos indivíduos com doença renal crônica em tratamento hemodialítico em relaçao ao transplante renal

Autores: Welber Bruno Dias Ribas*; Pâmela Malheiro Oliveira

welberbreno@hotmail.com

Universidade Federal de Sao Paulo.

INTRODUÇAO: Diálise e transplante renal sao as alternativas atuais para o tratamento dos indivíduos com doença renal crônica em estágio V (DRC). Entre as terapias renais substitutivas, o transplante renal, gera expectativas aos pacientes em lista de espera almejando nao mais necessitar da hemodiálise e ter melhor qualidade de vida, com maior liberdade. Além disso, permite ao indivíduo levar uma vida quase normal, mantendo o acompanhamento imunossupressor contínuo.
OBJETIVO: Conhecer as perspectivas dos indivíduos com DRC em relaçao à espera do transplante renal em uma unidade de hemodiálise do interior da Bahia.
MÉTODO: Estudo descritivo-exploratório, tipo estudo de campo, com abordagem qualitativa, desenvolvido em uma clínica de hemodiálise localizada em Vitória da Conquista BA, em janeiro de 2012. Os sujeitos da pesquisa foram indivíduos com DRC que faziam tratamento hemodialítico no cenário do estudo. Os dados foram coletados através de entrevista semi-estruturada e os resultados foram organizados seguindo a Análise de Conteúdo na modalidade categorial temática de Minayo.
RESULTADOS: Foram entrevistados 19 indivíduos e após a leitura dos depoimentos emergiram três categorias gerais conceituais de análise: dependência do tratamento hemodialítico e suas implicaçoes na qualidade de vida, perspectivas quanto à espera do transplante renal e esperança e fé quanto ao transplante renal. Os resultados revelaram que a dependência da diálise para sobreviver remete o paciente ao confronto com a morte e a descrença, ao mesmo tempo em que busca força e fé para lutar e manter-se na espera por um doador. A reconquista da saúde e da liberdade foram pontos relevantes nos depoimentos. A possibilidade de desempenhar atividades que antes eram restritas, trouxe a sensaçao de satisfaçao e autonomia, mesmo considerando os cuidados em relaçao ao corpo, à alimentaçao e com o tratamento imunossupressor, percebeu-se, dessa forma, através dos depoimentos que suas condiçoes de vida e saúde melhorariam após o transplante renal.
CONCLUSOES: As perspectivas dos participantes acerca do transplante renal trouxeram relatos das mudanças positivas que poderiam ocorrer após a realizaçao do mesmo fazendo com que a vida se aproximasse de uma vida normal, sem tantas restriçoes e limitaçoes que o tratamento dialítico pode proporcionar.

 


 

PO: 51685

Pneumonite por Sirolimus em transplantado renal

Autores: Carolina Manzoni Sanchez*;Talita Mourao;Tamara da Silva Cunha; Renata G. de Santa Rosa; Juliana A. Cavalcanti; Juliana M. Moura; Marcos André Alves Rosa Santos; Eduardo Rocha

carolzinhasanchez@hotmail.com

Hospital Clementino Fraga Filho – UFRJ Residente Nefrologia.

INTRODUÇAO: Os inibidores da mTOR agem inibindo os linfócitos Tea proliferaçao de linfócitos B. Em contrapartida, possuem propriedades pró-inflamatórias, estimulando a proliferaçao de monócitos, macrófagos e células T de memória. Dentre as consequências desse fenômeno, está a pneumonite, cuja a incidência é estimada em 4-11% e a mortalidade em 5%. As manifestaçoes descritas sao febre, tosse, dispnéia e hipoxemia. A TC de tórax pode revelar opacidades em vidro fosco, infiltrado reticular e em padrao de BOOP. O diagnóstico é de exclusao, apresentando melhora clínica após a descontinuaçao da droga.
OBJETIVO: Descrever um caso de pneumonite por sirolimus em transplantado renal. Com biópsia pulmonar.
METODOLOGIA: Paciente masculino, 47 anos, branco, retransplantado renal desde 2007 doador falecido, internado por quadro de febre baixa, piora da funçao renal e acidemia metabólica. Estava em uso de sirolimus 3 mg/dia, micofenolato sódico 1080 mg/dia, e prednisona 10mg/dia. Foram coletadas culturas e iniciado ceftriaxone empiricamente. Contudo, manteve febre, e foi observado surgimento de dispnéia, tosse e estertores crepitantes. O quadro respiratório piorou ao longo da internaçao a despeito de aumento do espectro dos antimicrobianos, inclusive com início de antifúngicos. A TC de tórax mostrou infiltrado inflamatório em vidro fosco difuso. O LBA e as culturas afastaram causas infecciosas e neoplásicas.Na ausência de melhora, foi suspenso o sirolimus e indicada biópsia pulmonar.
RESULTADO: Biópsia pulmonar revelou discreta fibrose e infiltrado inflamatório mono e polimorfonuclear, além de focos de displasia pneumocitária e células gigantes isoladas. Pesquisa de BAAR e fungos negativa. Histopatológico sugestivo de pneumonite medicamentosa. O diagnóstico foi estabelecido com base na histopatologia e na expressiva melhora clínica do paciente, 8 dias após a retirada da droga.
CONCLUSAO: Descrevemos um caso de pneumonite induzida pelo sirolimus, em que o paciente apresentou sintomas respiratórios, infiltrado à TC de tórax, painel infeccioso negativo, ausência de reposta à terapia antimicrobiana de largo espectro instituída e melhora contundente com a retirada do imunossupressor. O resultado da biópsia corrobora esses achados.

 


 

PO: 49915

Potencialidades educativa e social das ligas acadêmicas unificadas de transplante na formaçao de futuros médicos

Autores: Henrique Cunha Moreira de Abreu*; Ariel Victor Duarte e Cruz; Flávia Silva de Moraes; Natália Cristina Simao da Silva; Marcio Luiz de Sousa; Gláucio Silva de Souza; Gustavo Fernandes Ferreira; Hélady Sanders-Pinheiro

hcmabreu@icloud.com

Universidade Federal de Juiz De Fora.

INTRODUÇAO: Ligas Acadêmicas propiciam a oportunidade de complementar, atualizar e difundir conhecimentos de áreas da saúde, bem como de estender à sociedade serviços advindos das atividades de ensino e pesquisa. Ademais de sua contribuiçao social e assistencialista, sao dotadas de ampla capacidade de difusao de conhecimentos. Essa capacidade pode ser ampliada com a criaçao de uma que englobe diversas instituiçoes, o que justifica a criaçao de ligas unificadas.
OBJETIVO: descrever a criaçao da liga unificada de transplante, as estratégias de unificaçao utilizadas e o perfil das atividades implementadas.
METODOLOGIA: Acadêmicos de três instituiçoes de ensino superior sao selecionados por concurso sobre tópicos gerais de transplantes. As áreas de atuaçao divididas em três módulos captaçao, cirurgia do transplante e ambulatório, com atividades teórico-práticas nos serviços dos hospitais conveniados. Atividades de extensao e pesquisa também sao realizadas.
RESULTADOS: Em 2 anos e meio de funcionamento, os acadêmicos organizaram dois eventos técnico-científicos, 5 campanhas de doaçao de órgaos e acompanharam os serviços de captaçao, cirurgia do transplante e ambulatórios pré e pós transplante nos dois serviços da cidade. Desenvolveram atividades específicas com pacientes (salas de espera) e concepçao de projeto de pesquisa.
CONCLUSAO: A liga unificada em questao foi capaz de promover importantes discussoes a respeito de transplante no meio acadêmico e no meio social, ampliando o conhecimento dos acadêmicos envolvidos com o projeto, tornando-os potenciais disseminadores de informaçao. O processo de unificaçao, apesar de complexo, permite uma estreita aproximaçao entre as instituiçoes de ensino, os acadêmicos envolvidos e as equipes de transplante. Isso incentiva, assim, que ligas mais fortes sejam criadas, capazes de maior impacto social e científico.

 


 

PO: 49912

Potencialidades no uso da tecnologia de informaçao pelas ligas acadêmicas de medicina

Autores: Henrique Cunha Moreira de Abreu*; Laura da Cunha Moreira de Abreu; Ariel Victor Duarte e Cruz; Guilherme Barbosa Carlos; Natália Cristina Simao da Silva; Gustavo Fernandes Ferreira; Hélady Sanders-Pinheiro

hcmabreu@icloud.com

Universidade Federal de Juiz de Fora.

INTRODUÇAO: Ligas Acadêmicas propiciam a oportunidade de complementar, atualizar e difundir conhecimentos de áreas da medicina, bem como de estender à sociedade serviços advindos das atividades de ensino e pesquisa. Além de seu papel de contribuiçao social e de assistência, têm elevado potencial de difusao de conhecimentos, aplicável a assuntos de grande interesse social como o transplante renal. Seu perfil de atividades varia de acordo com a instituiçao de ensino a qual é vinculada. Atualmente, a gestao das mesmas ocorre quase que invariavelmente de forma manual, sem valer-se dos avanços tecnológicos já alcançados. Tal fato tende apenas a comprometer o funcionamento das mesmas, justificando a criaçao e divulgaçao de ferramentas que possam otimizar suas atividades.
OBJETIVO: descrever a criaçao e implementaçao de software de gestao de ligas acadêmicas desenvolvido por um liga unificada de transplante.
METODOLOGIA: Foi desenvolvida uma ferramenta de gestao de liga acadêmica valendo-se de tecnologia open source, tendo PHP como linguagem principal e MySQL como banco de dados.
RESULTADOS: Em 1 ano de desenvolvimento, os membros da instituiçao contam com ferramenta própria para desempenhar atividades de gestao da liga, tais como cadastro de membros, elaboraçao e controle de escala, cronograma de atividades teóricas, controle de frequência, emissao de documentos para cadastro dos estagiários nos hospitais conveniados, inscriçoes online para eventos acadêmicos, emissao de certificados, dentre outras. A plataforma está em contínuo desenvolvimento para atender as demais necessidades que possam existir, sendo previstos outros recursos, dentre eles uma ferramenta para coleta de dados.
CONCLUSAO: O projeto em questao, apesar de complexo no que tange o quesito técnico, permitiu aos membros e diretores ampliar contato e relaçao com as atividades da liga e reduziu o tempo despendido a atividades burocráticas repetitivas. O mesmo pode ainda ser aproveitado em outras situaçoes, tais como o internato médico. A liga pretende em um futuro próximo disponibilizar o acesso à plataforma a outras organizaçoes.

 


 

PO: 51785

Prevalência de infecçao por CMV após transplante renal adulto no Hospital Santa Casa de Sao Paulo no período de Janeiro de 2012 a Dezembro de 2015

Autores: Sheila Patricia Lopes Rocha*; Bianca Cristina Cassao; Giovana Wanssa; Daniela Priscila Demetrio; Natally Baston; Hanna Karla Andrade Guapyassu Machado; Patricia Malafronte; Luiz Antônio Miorin

*sheilaplrocha@gmail.com

Santa Casa de Misericórdia de Sao Paulo.

INTRODUÇAO: O citomegalovírus (CMV), está entre os principais agentes infecciosos que acometem pacientes transplantados renais. A infecçao por CMV está relacionada ao status sorológico do doador e receptor, bem como o tipo e intensidade da imunossupressao utilizada.
OBJETIVO: Comparar a incidência de infecçao por CMV em pacientes induzidos com basilixmabe e timoglobulina.
METODOLOGIA: Estudo retrospectivo através da análise de banco de dados de pacientes transplantados renais adulto, no período de janeiro de 2012 a dezembro de 2015, levando-se em consideraçao sexo, tipo de induçao, de imunossupressao e tempo de infecçao após transplante.
RESULTADOS: No período de inclusao do estudo foram realizados 59 transplantes,com 24 (40%) receptores do sexo masculino e 35 (59%) do sexo feminino. Destes, 32 (51,6%) foram induzidos com Basilixmabe dos quais 41% apresentaram infecçao por CMV e outros 27(43,5%) induzidos com timoglobulina dos quais 22% apresentaram infecçao por CMV (p = 0,202). Quanto a imunossupressao 14 casos usaram a associaçao Tacrolimus, Azatioprina e Prednisona dos quais 28% desenvolveram CMV, enquanto que 19 casos usaram Tacrolimus, Micofenolato e Prednisona dos quais 26% desenvolveram CMV (p = 0,788). Em relaçao ao uso de Basilixmabe e micofenolato houveram 26 casos, dos quais 50% foram infectados por CMV e outros 6 casos fizeram uso de Basilixmabe e Azatioprina dos quais 33% desenvolveram a doença (p = 0,765). Enquanto aqueles que foram induzidos com timoglobulina 8 fizeram associaçao com Tacrolimus, azatioprina e prednisona dos quais 25% apresentaram CMV, e 12 casos fizeram associaçao com micofenolato,azatrioprina e prednisona dos quais 33% foram infectados (p = 0,908). Desenvolveram infecçao por CMV em até 2 meses do transplante 11 (55%) dos pacientes,de 2 a 6 meses após transplante 8 (40%) foram infectados e com mais de 6 meses 1 paciente (5%) manifestou CMV.
CONCLUSAO: Na populaçao em estudo nao houve alteraçao significativa do risco de infecçao por CMV quando realizado induçao por Basilixmabe ou timoglobulina, assim como nao houve diferença significativa de indivíduos doentes entre os grupos que usaram micofenolato ou azatioprina.

 


 

PO: 51796

Provavel Ascite refrataria causada por Sirolimo

Autores: Priscilla Freitas Sampaio; Luis Gustavo de Freitas Trindade*; Marcus Faria Lasmar; Flávia Carvalho Leao Reis; Gabriela Guedes de Almeida; Isabela Ferreira Romualdo; Heloisa Reniers Vianna; Euler Pace Lasmar

luisgft@yahoo.com.br

Hospital Ciencias Medicas de Minas Gerais.

INTRODUÇAO: O sirolimo é um imunossupressor utilizado no transplante renal (Tx) e que inibe a proliferaçao celular e a produçao de anticorpos. Dentre eles, a ascite é relatada em 1 a 10% dos pacientes.
OBJETIVO: Descrever o sucesso na resoluçao de ascite grau 3 em paciente transplantado renal após suspensao do sirolimo.
MÉTODO: As informaçoes foram obtidas por meio de revisao do prontuário, entrevista com o paciente e registro dos métodos diagnósticos.
RELATO DE CASO: Paciente SMS, maratonista e do sexo masculino, negro, 55 anos, portador de doença renal crônica terminal de etiologia nefroesclerose hipertensiva, em hemodialise há 6 anos. Submetido a Tx doador cadáver em 25/01/2013 evoluindo com funçao retardada do enxerto em uso de prednisona, tacrolimo e micofenolato sódico. Realizado US renal sem alteraçoes e biopsia renal sugestiva de nefrotoxicidade a inibidor de calcineurina, sendo convertido para Sirolimo com boa resposta. Após 2 meses, é internado com elevaçao de escorias renais, sendo realizado US renal com rim transplantado de aspecto normal e ascite leve. Após um ano e 10 meses interna novamente com quadro de tosse, emagrecimento acentuado, ascite volumosa e anemia. Exames de imagem com presença de derrame pericárdico, pleural e ascite. TC de tórax sugerindo tuberculose pulmonar, sendo iniciado tratamento empírico com esquema RIPE. Permaneceu em acompanhamento ambulatorial mantendo ascite volumosa e refrataria a diuréticos mesmo após o termino do tratamento da TBC, sendo novamente internado para investigaçao. Foi submetido a paracenteses e biópsia de peritônio sem alteraçoes. Após excluída causas neoplásicas, vasculares, hepáticas e infecciosas, foi suspenso o sirolimo e trocado para cislosporina. Após 6 meses, houve resoluçao espontânea e completa da ascite, ganho de peso e melhora do estado geral.
RESULTADO E CONCLUSAO: A ascite refratária em paciente transplantado renal é um desafio diagnóstico para o médico transplantador e o sirolimo deve ser pensado como uma de suas possíveis causas.

 


 

PO: 50407

Qualidade de vida de pacientes submetidos a transplante renal no nordeste brasileiro

Autores: Angélica de Godoy Torres Lima*; Candice Heimann; Kátia Maria de Oliveira Nicácio; Bruna Elane Barbosa de Lima; Juliana César de Albuquerque Brito

angelicagodoytl@gmail.com

IMIP.

INTRODUÇAO: A qualidade de vida de pacientes renais crônicos é influenciada pela própria doença e pelo tipo de terapia de substituiçao da funçao renal. A vida social e familiar de pacientes transplantados passa por uma adaptaçao considerada complexa onde um novo equilíbrio precisa ser estabelecido no seio familiar, adquirindo um aspecto fundamental de bem-estar.
OBJETIVO: Avaliar a qualidade de vida dos pacientes submetidos a transplante renal.
MÉTODOS: Estudo descritivo e exploratório com abordagem quantitativa sobre a qualidade de vida dos pacientes que se submeteram ao transplante renal em um hospital da rede privada em Pernambuco. A amostra conteve 63 pacientes submetidos a transplante renal no ano de 2015 e com no mínimo 4 semanas de pós-operatório. Utilizou-se o WHOQOL-bref como instrumento para avaliar a qualidade de vida desses pacientes, em seguida os dados foram tabulados em duas entradas e depois analisados os dados através do programa estatístico R, de licença livre. Foi respeitada a Resoluçao 466/12 que trata das pesquisas em seres humanos.
RESULTADOS: A maioria dos participantes sao homens com idade entre 46 a 60 anos, casados, com renda menor que 2 salários mínimos e procedentes do interior. Os mesmos expressam que após o transplante houve melhora da sua condiçao de saúde, afetando de forma positiva sua qualidade de vida. O conceito de saúde para os sujeitos da pesquisa se traduziu na possibilidade de acesso ao lazer, prática de atividades físicas, liberdade de comer e beber, participar da vida social com a família e amigos, além de sentir-se bem, fisicamente. Evidenciou-se nesta pesquisa que as relaçoes familiares sao fundamentais para o adequado enfrentamento da doença, isto é, em virtude do tratamento prolongado faz-se necessário o apoio da família e da rede social que envolve o indivíduo doente, auxiliando em sua qualidade de vida (QV).
CONCLUSAO: O processo da doença crônica traz mudanças nas relaçoes interpessoais, sendo o âmbito familiar, o local mais frequente para as adaptaçoes, tornando importante a administraçao dos cuidados destinados ao transplantado para promover o domínio da situaçao de doença e, por meio das vivências enfrentadas, diminuir o sofrimento, ocasionado pelas incertezas do tratamento, que acontece ao longo do curso da doença.

 


 

PO: 51545

Readmissao hospitalar em 30 dias após o transplante renal: Sazonalidade, causas e prognóstico

Autores: Melissa GasparTavares; Marina Pontello Cristelli; Hélio Tedesco Silva Junior; José Medina Pestana*

medinapestana@hrim.com.brmedina@hrim.com.br

Jose Osmar Medina Pestana.

INTRODUÇAO: Na populaçao em geral, a taxa de readmissao hospitalar (RH) em 30 dias é uma métrica de qualidade bem aceita e um preditor de mortalidade. Estudos recentes indicam que isto também é verdadeiro entre os receptores de transplante renal.
OBJETIVO: O objetivo deste estudo é investigar a prevalência e influência de readmissao precoce (RH) no prazo de 30 dias após a alta hospitalar da hospitalizaçao inicial do transplante renal e se é um fator de risco para a mortalidade.
MÉTODOS: Foram analisados todos os pacientes transplantados renais entre janeiro e dezembro de 2011 e 2012 com seguimento em 1 ano, em um único centro e determinada taxa de RH, características, fatores de risco e impacto sobre a mortalidade durante os primeiros 12 meses pós-transplante. Foram incluidos todos os pacientes maiores de 18 anos e foram excluidos os retransplantes, transplantes de multiplos orgaos, pacientes que perderam o enxerto ou que faleceram na internaçao do transplante renal.
RESULTADOS: Dentre os 1899 transplantes renais realizados no período, 1175 foram incluídos nesta análise. Desses pacientes, cerca de 313 reinternaram em até 30 dias da alta do transplante o que resultou em uma incidência de 26,6 %. Esses pacientes eram mais velhos permaneceram mais tempo em diálise, tinham painel Classe II > 50 %, receberam rins de doadores também mais velhos, tiveram mais funçao tardia do enxerto e ficaram mais tempo inetrnados na internaçao do transplante quando comparados com aqueles pacientes que nao internaram em 30 dias. As principais razoes para RH foram infecçao (67%), distúrbios metabólicos (11%), complicaçoes cirúrgicas (14%), rejeiçao aguda (5%) e eventos cardiovasculares (2%) e estenose de artéria renal (1%). Houve uma sazonalidade na readmissao hospitalar variando de 30 % em abril a 21 % em agosto. Na análise multivariada para óbito, idade do doador, tempo de internaçao do transplante e a readmissao em 30 dias, foram fatores de risco independente para óbito no primeiro ano do transplante.
CONCLUSAO: A média de RH foi de 26%, mostrou uma distribuiçao sazonal, e foi um fator de risco independente para a mortalidade no primeiro ano de transplante de rim. A melhor identificaçao de pacientes em risco pode orientar o planejamento de alta hospitalar e acompanhamento ambulatorial pós-transplante imediato.

 


 

PO: 51907

Relato de caso de transplante renal de doador com infecçao nasocomial

Autores: Bruno Guardia de Barros*; Murilo Cassiano Morelli; Ida Maria Maximina Fernandes Charpiot; Maria Alice Sperto Ferreira Baptista; Jorge Patrick Oliveira Feliciano; Kamilla Linhares Silva; PriscillaTeixeira de Souza; Mario Abbud Filho

brunocrb@hotmail.com

Faculdade de Medicina de Sao Jose do Rio Preto.

INTRODUÇAO: Diante da escassez de órgaos proveniente de doadores ideais, muitos centros alteraram sua política, passando a utilizar órgaos de doador nao ideal.
OBJETIVO: Demonstrar a viabilidade de transplante com órgao de doador infectado.
MÉTODO: Análise retrospectiva de prontuário.
RELATO DO CASO: Doador masculino, 45 anos, vítima de trauma crânio encefálico com hemorragia intra parenquimatosa, evolui com infecçao bacteremia do sítio cirúrgico (calota craniana), por infecçao nosocomial Acinetobacter Baumani e Enterobacter Faecalis. Após 15 dias de internaçao evoluiu com morte encefálica. Realizada troca de antibiótico guiada por cultura (de Meropenem e Vancomina para Amicacina, Polimixina e Linezolida). Após 36 horas do inicio do novo esquema de antibióticos, os órgaos foram captados. Os transplantes renais foram realizados em nosso centro e os receptores (RTx) receberam Linezolida e Polimixina no pré-transplante. A cultura dos líquidos de perfusao foram positivas para Enterobacter, porém as hemoculturas dos RTx foram negativas. O primeiro RTx evoluiu com diurese imediata, recebendo alta no 7° pós-operatório e o segundo RTx no 11° pós-operatório. Ambos receberam Basiliximab como terapia de induçao e imunossupressao baseada em tacrolimo, micofenolato e prednisona. Ambos encontram se em acompanhamento ambulatorial.
DISCUSSAO: A contaminaçao bacteriana de órgaos e colonizaçao do doador ocorre frequentemente, mas raramente resulta em transmissao. Revisao cuidadosa das culturas e individualizar o potencial receptor sao estratégicas sugeridas pelos guidelines. Como os doadores podem ser infectados por organismos nosocomiais resistentes a profilaxia antimicrobiana cirúrgica de rotina e transmiti-los aos destinatários recomenda-se o tratamento do doador com antibiótico especifico por 24-48horas, seguido do tratamento do RTx por 7 a 14 dias.

 


 

PO: 50479

Relato de caso: Manejo da GESF recorrente pós transplante renal com plasmaférese

Autores: Dárley Ferreira Procópio*; Kátia de Paula Farah; Fernando das Mercês de Lucas Júnior; Rafaela Cabral Gonçalves Fabiano

darleyfp@yahoo.com.br

Hospital das Clínicas UFMG.

INTRODUÇAO: Todas as glomerulopatias primárias podem recorrer após transplante renal e, potencialmente, colocar em risco a sobrevida do enxerto. Dentre elas, destaca-se a Glomerulosclerose Segmentar Focal (GESF) primária, que recorre em 30-50% dos pacientes e, se existir histórico de perda do 1° enxerto pela mesma, o risco de recorrência da doença no 2° enxerto chega a 80100%. O mecanismo fisiopatológico é desconhecido. Evidências apontam para a existência de um fator de permeabilidade circulante, capaz de produzir mudanças na estrutura e funçao podocitária, explicando a recorrência de proteinúria no pós-transplante. Com o racional teórico de remoçao do fator circulante, a plasmaférese precoce e intensiva pós-transplante surge como uma opçao terapêutica, com possibilidade de remissao parcial ou completa da proteinúria. Alguns necessitam de terapia crônica com plasmaférese.
OBJETIVO: Relatar um caso de manejo de GESF recorrente pós-transplante com plasmaférese.
MÉTODO: JWA, sexo masculino, 50 anos, portador de doença renal crônica de etiologia inicialmente desconhecida foi submetido a um 1° transplante renal em Novembro/2000, com perda do enxerto em menos de 30 dias. Na ocasiao, intercorreu com proteinúria nefrótica no pós-transplante imediato, com biópsia inconclusiva feita à época. Devido a suspeita de recorrência de GESF como causa da perda do enxerto em 2000, o paciente foi submetido a tratamento preventivo com plasmaférese, logo após o segundo transplante renal, em 05/12/2014. Todavia, JWA apresentou proteinúria subnefrótica precoce, demandando esquema crônico de plasmaférese. Inicialmente, recebeu tratamento intensivo, com progressiva reduçao da frequência ao longo de 9 meses. Cada recrudescência da proteinúria foi abordada com nova intensificaçao das sessoes. Atualmente, JWA requer sessoes mensais para manter remissao do quadro.
RESULTADOS: Nas biópsias realizadas após o 2° transplante (31/12/14 e 14/01/15), nao foram detectados esclerose ou sinéquia. Apenas em biópsia realizada em 07/04/15, foi evidenciada fusao podocitária à microscopia eletrônica. Atualmente, JWA sustenta proteinúria <1g e creatinina 1,0mg/dL.
CONCLUSAO: Apesar de ainda pouco estabelecida, a intervençao precoce e crônica com plasmaférese apresenta-se como uma opçao terapêutica capaz de aumentar a sobrevida do enxerto nos pacientes com GESF recorrente

 


 

PO: 51670

Transplantando com Everolimus de novo: Açoes em doença por Citomegalovírus e Tuberculose

Autores: André Barreto Pereira*; Rafaelle Cristine Batista de Oliveira

andrebarper@gmail.com

Hospital Santa Júlia.

Um dos pontos fundamentais do sucesso do transplante renal é a escolha da imunossupressao. O uso de everolimus associado a tacrolimus tem sido demonstrado eficaz na prevençao de doença por citomegalovírus (CMV) e na imunossupressao em alguns trabalhos, mas ainda nao sedimentado na literatura. Na populaçao da Amazônia Legal, ambiente único no Brasil, tal imunossupressao ainda nao foi testada. Neste trabalho retrospectivo em uma populaçao amazonense, fizemos avaliaçao de incidência de rejeiçao aguda, infecçao por CMV e tuberculose (TBC), além de sobrevida de enxerto de pacientes em uso de everolimus (G1) ou myfortic (G2), associado a tacrolimus e prednisona. Os pacientes em uso de everolimus utilizaram tacrolimus em dose mais reduzida. Transplantados renais de 04/04/2015 a 21/04/2016 foram incluídos neste estudo. Em G1 e G2 foram avaliados 36 e 23 pacientes, com mediana de 247 [173-309] e 203 [136-240] dias de seguimento, 39 [29-46] e 37 [25-48] anos de idade, sendo 69% e 22% induzidos com timoglobulina e 25% e 61% com basiliximab. Nao houve diferença estatística de rejeiçao aguda (11% x 13% p = 0,40), infecçao por CMV (2,7% X 17% p:0,08), infecçao por TBC (5,5% X 0%), sobrevida de enxerto (p:0,80) e do paciente (p:0,60), entre os grupos. Ao avaliar os pacientes transplantados com doador falecido em uso de everolimus (30) ou myfortic (16), nao houve diferença significativa em tempo de isquemia fria (12[9-17]h x 18[13-21]h p = 0.10), funçao tardia de enxerto (76% x 100% p = 0,09). Em uso de tacrolimus em baixa dose com everolimus neste trabalho obtemos eficácia e segurança em relaçao a rejeiçao aguda, uma tendência a prevençao de CMV, e a maior incidência de TBC. Esta associaçao reafirmou dados da literatura em relaçao a citomegalvírus, mas com um novo dado em relaçao a tuberculose. Entretanto tais achados precisam de mais tempo para confirmaçao nesta populaçao.

 


 

PO: 51772

Transplante renal intervivos com seis mismatches: Diferenças entre doadores relacionados e nao relacionados

Autores: Luís Gustavo de FreitasTrindade*; Marcus Faria Lasmar; Luiz Flávio Couto Giordano; Flávia Carvalho Leao Reis; Heloisa Reniers Vianna; Priscilla Freitas Sampaio; Andreia Ferreira Torres; Euler Pace Lasmar

luisgft@yahoo.com.br

Hospital Ciencias Medicas de Minas Gerais.

INTRODUÇAO: A sobrevida do enxerto renal em transplante (Tx) intervivos está diretamente relacionada à compatibilidade dos antígenos HLA entre receptor e doador. No entanto, nao se sabe se doadores nao relacionados exercem algum impacto negativo nos resultados do transplante renal em comparaçao com doadores relacionados com o mesmo número de mismatches.
OBJETIVO: Avaliar o impacto da consanguinidade nos resultados do transplante renal intervivos com o mesmo número de mismatches.
MÉTODO: Estudo retrospectivo que comparou, ao final de 12 meses, características e resultados de Tx intervivos relacionados ou nao ao receptor com 6 mismatches.
RESULTADOS: Foram realizados 35 Tx intervivos com 6 mismatches de um total de 510 transplantes renais entre novembro de 2008 e abril de 2016 em centro único. Foram excluídos da amostra 2 pacientes que evoluíram para óbito imediatamente após a cirurgia, 1 por perda de seguimento e 4 por nao completarem 12 meses de seguimento. Dos 29 pacientes selecionados, 15 receberam Tx de doador relacionado e 13 de doador nao relacionado. Todos os paciente receberam tacrolimo, prednisona e micofenolato de sódio como esquema imunossupressor. Os pacientes com doador relacionado eram mais jovens (41,4 vs. 47,3 anos) e também receberam de doadores mais jovens (36,7 vs. 44 anos). O tempo de terapia renal substitutiva antes do Tx era ligeiramente inferior no grupo de doadores relacionados (21 vs. 25,6 meses) assim como a presença de receptores do sexo masculino (60% vs. 69,2%). O grupo de receptores nao relacionados apresentava 15,4% dos pacientes com anticorpo anti-doador (DSA) e PRA > 50% (classe I) além do que 23,1% receberam thymoglobulina como induçao. Nenhum paciente do grupo doador relacionado possuía DSA ou PRA > 50% ao passo que 6,7% receberam thymoglobulina. A incidência de funçao retardada do enxerto foi maior no grupo doador relacionado (26,7% vs. 7,7%) assim como dias internados (14,8 vs. 10,6 dias) e infecçao de ferida operatória (20% vs. 0%). A incidência de rejeiçao aguda (20% doador relacionado vs. 18,8% nao relacionado), sobrevida do enxerto e paciente (100% ambos os grupos) e funçao renal aos final de 12 meses (ClCr = 62,9 ml/min) foi semelhante entre os grupos.
CONCLUSAO: De acordo com o presente estudo, o grau de parentesco do doador, por si só, parece nao influir na sobrevida tanto do enxerto quanto do paciente, assim com na funçao renal ao final de 12 meses. É preciso estudos mais aprofundados para confirmar essa hipótese.

 


 

PO: 51642

Tratamento endovascular da estenose de artéria renal em rim transplantado: Uma abordagem eficaz e segura

Autores: Ana Karoline Nóbrega Cavalcanti*; Marisa Petrucelli Doher; Bento Fortunato Cardoso dos Santos; Marcelino de Souza Durao Junior; Leonardo Guedes Moreira Valle; Gabriela Clarizia; Felipe Nasser; Alvaro Pacheco e Silva Filho

karolnobrega19@hotmail.com

Sociedade Beneficente Israelita Albert Einstein.

A estenose de artéria renal em rim transplantado (TRAS) é uma complicaçao de baixa incidência, mas com desfecho grave caso nao tratada podendo levar à falência do enxerto, hipertensao refratária e reduzir expectativa de vida do paciente que foi submetido ao transplante de rim. A maioria dos casos ocorre nos primeiros três anos após o transplante. A ultrassonografia com doppler é o primeiro exame de imagem na investigaçao, entretanto a confirmaçao diagnóstica é dada pela angiografia. A angioplastia com stent é uma técnica bem tolerada no tratamento de TRAS. Nosso estudo teve por objetivo avaliar o tratamento (angioplastia com stent) dos casos de TRAS em um único centro no período compreendido entre Janeiro de 2011 a Abril de 2016. De um total de 519 transplantes de rim, 26 procedimentos percutâneos foram realizados em 24 pacientes. O tempo médio de TRAS foi de 169 dias. Realizamos uma análise retrospectiva dos casos considerando tipo de abordagem, fatores de risco, creatinina pré e pós-procedimento (30/60/90 dias e creatinina atual), uso de medicaçoes anti-hipertensivas, tempo de duraçao do enxerto e desfecho. Os pacientes que realizaram o procedimento tinham idade média de 50 anos, 68% eram do sexo masculino e 88% dos casos apresentavam hipertensao arterial sistêmica(HAS). As principais indicaçoes para angioplastia foram disfunçao aguda do enxerto (54%) e funçao insatisfatória do mesmo(25%); além de 2 casos de indicaçao por HAS e 3 casos por funçao retardada do enxerto (FRE). A creatinina sérica média apresentou melhora em relaçao aos níveis pré-procedimento com 30 e 90 dias (3,05mg/dL x 1,73mg/dL x1,62mg/dL p < 0.001) mantendo-se ao final do estudo, sendo a funçao renal a curto prazo preditora de longo prazo. Os três pacientes com FRE saíram do programa de hemodiálise após o procedimento. Os pacientes com indicaçao por HAS apresentaram melhora dos parâmetros pressóricos e reduçao no número de anti-hipertensivos, o que também foi observado nos demais pacientes. (Número médio de drogas: 2,09 x 1,50 p = 0,008). O tempo de duraçao média do enxerto após procedimento foi 689 dias, sendo que 92% dos pacientes mantinham enxerto funcionante até o final do estudo. 02 pacientes evoluíram a óbito por causas nao relacionadas ao procedimento. Diante do exposto e baseado na nossa experiência, concluímos que a angioplastia com stent parece segura e efetiva no tratamento da estenose da artéria renal em rim transplantado, sendo eficaz para restaurar e manter a funçao do enxerto.

 


 

PO: 50822

Tuberculose após transplante renal e simultâneo pâncreas-rim em um hospital de Belo Horizonte.

Autores: Rafael Lage Madeira; Marilia de Souza Vilela Cançado*; Márcia Cecília Oliveira Santos; Michelly Keesen Batista Resende

lilavilela@gmail.com

Hospital Felicio Rocho.

INTRODUÇAO: Estima-se que 1/3 da populaçao mundial seja infectada pelo Micobacterium tubeculosis durante a vida e 10% destes indivíduos desenvolvem a doença ativa (TBC). Receptores de transplante renal constituem grupo de risco para TBC e nao há consenso sobre a forma de avaliaçao e tratamento da forma latente nestes pacientes.
OBJETIVO: Conhecer a incidência de TBC em receptores de transplantes renal (Tx R) e simultâneo pâncreas-rim (Tx SPR) em nossa instituiçao. Propor protocolo para avaliaçao pré transplante para prevençao de TBC no pós- transplante.
MÉTODO: Realizado análise retrospectiva através de dados em prontuário eletrônico de todos os Tx R e TX SPR realizados no período de janeiro de 2011 a dezembro de 2013, com o tempo de seguimento de pelo menos 12 meses (até dezembro de 2014), sobre o diagnóstico e tratamento de TBC no período de pós-transplante.
RESULTADOS: Realizamos 407 transplantes no período avaliado (367 Tx R e 40 Tx SPR). Foram incluídos 337 Tx R e 33 Tx SPR na análise. Identificamos 3 casos de TBC no grupo Tx R e 1 caso no grupo Tx SPR (890 casos/100.000 pacientes e 3030 casos/100.00 pacientes, respectivamente).
CONCLUSAO: a prevalência de TBC em nossa populaçao (4 casos que correspondem a 1081 casos/100.000 pacientes) está muito acima daquela registrada para a populaçao brasileira no ano de 2013 (57 casos/100.000 habitantes). Dados da literatura sugerem a possibilidade de reduçao da incidência com a realizaçao do tratamento da forma latente da tuberculose (TBIL). Nao existem dados conclusivos sobre a melhor maneira de avaliaçao da TBIL no período pré transplante para receptores de Tx R e Tx SPR. O uso da Isoniazida para pacientes sem contra indicaçoes a droga, de maneira universal, pode ser uma alternativa viável para a reduçao de TBC no pós Tx R e TX SPR.

 


 

PO: 50673

Tuberculose cutânea em paciente pós-transplante renal

Autores: Nathalia Fernanda da Silva Azevedo*; Taís Sepúlveda da Cruz; Renata Britto dos Santos; Maria Irene Rocha Bastos Tinoco; Danilo Pinto Bastos; Daniel de Castro Crespo

nathaliafsazevedo@gmail.com

Hospital Sao Jose do Avai.

INTRODUÇAO: A tuberculose cutânea (TBC) é uma forma rara de manifestaçao da tuberculose pulmonar ou sistêmica ocorrida em aproximadamente 1 a 2 % dos casos. Na maioria dos casos, a tuberculose é transmitida por via aérea e manifestaçoes cutâneas resultam de disseminaçao hematogênica ou sao uma extensao direta de um foco de infecçao. A inoculaçao exógena ocorre após a inoculaçao direta de M. tuberculosis na pele de uma pessoa suscetível a infecçao. A infecçao endógena ocorre em pacientes previamente infectados. A TBC se apresenta com quadros dermatológicos que, na dependência de imunidade individual, fatores ambientais e tipo de inóculo, podem apresentar aspectos clínicos-evolutivos variados. O risco aumenta na presença de imunodepressao.
OBJETIVO: Demonstrar a incidência de tuberculose extrapulmonar em paciente imunodeprimido.
MÉTODOS: Trata-se de um estudo de natureza qualitativa com paciente da Nefrologia, transplantado renal no serviço, com rejeiçao crônica do enxerto evoluindo para diálise. Os métodos de pesquisa envolvem revisao bibliográfica, entrevista com acompanhantes do doente, coleta de materiais para análise histopatológica e laboratório, acompanhamento e constante registro das lesoes após o tratamento proposto ao paciente. Estas ferramentas permitiram a conclusao do diagnóstico e a escolha da conduta para resoluçao do caso.
RESULTADOS: A incidência da tuberculose em doentes imunocomprometidos tem apresentado aumento, incluindo a forma cutânea. O paciente apresentava quadro arrastado de anorexia, perda ponderal, astenia, febre e múltiplos abscessos em membros, com história patológica pregressa de tuberculose pulmonar, tendo sido realizado transplante renal há 14 anos. Feita a investigaçao associada à história clínica, através de exames laboratoriais e cultura de coleçao oriunda dos abscessos, foi comprovada, através de coloraçao de Ziehl, posivitividade para bacilos álcool-ácido-resistente. O estudo histopatológico das lesoes revelou micobacteriose e numerosos bacilos intracelulares. Após o diagnóstico foi iniciado tratamento com o esquema de rifampicina, isoniazida, pirimetamina e etambutol por 2 meses, até a presente data, sendo observada notável melhora clínica.
CONCLUSAO: Demonstrou-se que a TBC é pouco incidente, no entanto pode se apresentar mais em pacientes imunossuprimidos, havendo a necessidade de ser feito diagnóstico e tratamento, objetivando maior sobrevida ao paciente.

 


 

PO: 51563

Tumor de rim nativo em paciente transplantado: A imagem na ultrassonografia com contraste

Autores: MaíraTrindade Knust; Lucia A Villanueva; Leonardo Pereira Quintella; José Hermógenes R Suassuna; Nordeval C Araújo

mairak@globo.com

Hospital Universitário Pedro Ernesto.

Paciente do sexo masculino, 56 anos, com doença renal crônica secundária a hipertensao arterial desde os 20 anos de idade. Após 5 anos em hemodiálise foi submetido a transplante renal, em 2012, de doador falecido (2 mismatches e tempo de isquemia fria de 17h). No histórico imunogênico nao há registro de transfusoes ou transplante prévio. Feito induçao com Basiliximab e mantido sob imunossupressao com tacrolimus, micofenolato de mofetil e prednisona. Evoluiu com funçao retardada do enxerto que requereu suporte dialítico. Após recuperar a funçao renal o paciente recebeu alta com creatinina sérica de 1,4 mg/dl. Após 40 meses de acompanhamento ambulatorial, com creatinina estável (1,8 e 2,0 mg/dl), o paciente desenvolveu hematúria nao glomerular (15 a 20 hemácias/campo). Pela ultrassonografia foi detectado nódulo sólido medindo 32,7 x 29,4 mm no rim nativo esquerdo. A TC revelou nódulo hipodenso no polo superior, parcialmente exofílico, apresentando impregnaçao heterogênea pelo meio de contraste e medindo 3,3 x 3,0 cm e o exame de ultrassonografia com microbolhas (Sonovuer) mostrou tumor hipervascularizado com captaçao heterogênea e sinal de pseudocapsula na fase de wash-out. O paciente foi submetido a nefrectomia radical esquerda via laparoscópica. Pela macroscopia, foi evidenciado nódulo encapsulado, de consistência firme, pardacento com áreas castanhas, brilhantes, medindo 2,5 x 2,2cm de diâmetro. O exame microscópico revelou nódulos de 2,5cm, 0,7cm e 0,5cm com diagnóstico de oncocitoma multicêntrico. A evoluçao pós-operatória transcorreu sem intercorrências e o paciente teve alta hospitalar assintomático. Após 15 dias, novo EAS sem hematúria. Sabe-se que a populaçao transplantada apresenta um risco de quatro a cinco vezes maior de desenvolver neoplasia nos rins nativos, portanto diante de sinais clínico-laboratoriais, tais como hematúria, deve-se proceder a ampla investigaçao com métodos de imagem. Trata-se do primeiro caso de tumor de rim nativo em paciente transplantado em que utilizamos o recurso da ultrassonografia contrastada no auxílio diagnóstico. O padrao de captaçao do contraste ecográfico observado, apesar de inespecífico para o tipo histológico, afasta a possibilidade de cisto hemorrágico e de pseudotumor.

 


 

PO: 51584

Uso de imunoglobulinas em um caso de linfohistiocitose hemofagocítica com possível gatilho pela coinfecçao por Citomegalovírus/Poliomavírus/E. Coli no transplante renal

Autores: Valentine Lima*; Milena do Espírito Santo; Suzana Greffin; Jacqueline da Fonseca; Paulo Menezes; Ana Luisa F Gouvêa; Jorge Reis Almeida; Jocemir Ronaldo Lugon

valentine.clima@gmail.com

Universidade Federal Fluminense.

INTRODUÇAO: A linfohistiocitose hemofagocítica (LHH) se desenvolve a partir da falha das células NK e linfócitos citotóxicos em eliminar macrófagos ativados, levando a uma tempestade de citocinas e hemofagocitose por macrófagos.
OBJETIVO: Relatar um caso de LHH em paciente transplantado renal com coinfecçao por CMV, BKV e E. coli, e seu manejo com terapia antiviral, antibióticos e doses maciças de imunoglobulinas IV.
RELATO: SVSA, feminina, 50 anos, negra, doença renal policística, submetida a transplante renal, induzida com timoglobulina e em uso de prednisona, micofenolato, tacrolimo. No segundo mês pós-transplante, apresentou Decoy cell e BKV (DNA) em urina, além de viremia para CMV identificada por antigenemia pp65. Iniciou ganciclovir, porém, no terceiro mês pós-transplante, foi admitida com febre, mialgia, piora da funçao renal, anemia, leucocitose, hipertrigliceridemia e hiperuricemia. Durante internaçao, foi identificada E. coli em urina e hemoculturas, além de ferritina elevada. Biópsia renal revelou a presença de CMV, confirmada por imuno-histoquímica e ausência de sinais morfológicos e imuno-histoquímicos indicativos de rejeiçao. Diante da hipótese de LHH foi realizada biópsia de medula óssea que evidenciou hemofagocitose. Optou-se, entao, por suspender a imunossupressao e iniciar IgIV, dexametasona e ganciclovir, além de antibioticoterapia. Evoluiu com melhora uma semana após o tratamento, mantendo-se afebril, com queda nos níveis de triglicerídeos e ferritina, além de melhora da funçao renal.
DISCUSSAO E CONCLUSAO: O início precoce do tratamento é imprescindível para a reduçao da mortalidade na LHH. Os alarmes foram: triglicerídeos > 600 e Ferritina > 2.000. Deve-se atentar para gatilhos virais e bacterianos. Este trabalho coloca em evidência condiçao incomum na populaçao de transplantados renais e ilustra a opçao de tratamento com IgIV em doses altas sem a necessidade do uso de medicaçoes citotóxicas, visando também o controle das infecçoes virais.

 


 

PO: 51893

Visita domiciliar como instrumento de identificaçao dos fatores de risco para nao adesao pós transplante renal

Autores: Neusa Gomes de Campos*; Alessandra Rosa Vicari; Carla Elisabete Da Silva Oliveira; Nicia Maria Romano De Medeiros Bastos; Adriana Magalhaes Da Fe

ncampos@hcpa.edu.br

Hospital de Clínicas de Porto Alegre.

INTRODUÇAO: o transplante renal (TR) é considerado a melhor terapia renal substitutiva para pacientes com doença renal crônica (DRC) em estágio terminal. É um tratamento complexo que exige acompanhamento multidisciplinar e adesao a um plano de cuidados. A sobrevida do enxerto renal depende de uma série de fatores, entre eles estao a vulnerabilidade social, aspectos relacionados ao paciente e acesso ao serviço de saúde. A visita domiciliar (VD) é um instrumento importante para a avaliaçao desses fatores em candidatos a TR.
OBJETIVO: descrever a estratégia da VD na avaliaçao pré-transplante do paciente candidato a TR.
MÉTODO: estudo descritivo, tipo relato de experiência realizada em um centro transplantador de Porto Alegre-RS em 2015.
RESULTADOS: paciente masculino, 14 anos, previamente hígido, DRC de etiologia indefinida, em programa de hemodiálise(HD) há quatro meses. Na avaliaçao pré-transplante, pelo relato da mae, foi identificada situaçao de vulnerabilidade social, o que poderia comprometer o tratamento pós-transplante. A VD foi realizada pelo serviço social do centro transplantador e pela clínica a qual o paciente estava vinculado para realizar HD. Identificou-se precariedade financeira da família, condiçoes inadequadas de moradia, fragilidade do suporte familiar e dificuldade de acesso ao serviço de saúde. A partir desta avaliaçao a equipe construiu junto com a família estratégias para reduçao de fatores que poderiam contribuir para nao adesao ao tratamento. Foram realizadas açoes com a rede de serviço sócio assistencial e encaminhamento de benefícios que propiciaram condiçoes de ingresso em lista de espera (LE) para TR. O paciente transplantou após 12 dias de ingresso em LE, permaneceu internado por 17 dias e segue em acompanhamento com equipe multidisciplinar. No período de cinco meses de seguimento nao apresentou reinternaçoes. Nas consultas ambulatoriais, identificou-se que o paciente segue as orientaçoes da equipe multidisciplinar e faz uso adequado dos medicamentos imunossupressores. A mae demonstra comprometimento, ligando tanto para orientaçoes quanto para reagendamento de consultas e situaçoes que coloquem em risco a continuidade do tratamento.
CONCLUSAO: a VD demonstra ser um importante instrumento que contribui para identificaçao de fatores de risco da nao adesao ao tratamento pós-transplante, possibilitando aos profissionais envolvidos traçar um plano de tratamento de acordo com a realidade concreta de seus pacientes.

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