J. Bras. Nefrol. 2016;38(2):215-24.

Escolha do método dialítico – variáveis clínicas e psicossociais relacionadas ao tratamento

Ester Pereira, Janaína Chemin, Claudia L. Menegatti, Miguel Carlos Riella

DOI: 10.5935/0101-2800.20160031

Introdução:

Entre as modalidades dialíticas, é nítida a prevalência da hemodiálise (HD).

Objetivos:

Verificar quem escolhe modalidade dialítica, e quais variáveis refletem a percepção dos pacientes e equipe de saúde sobre o tratamento.

Métodos:

O estudo foi realizado em três clínicas de HD e uma de diálise peritoneal (DP). Participaram 220 pacientes, 69,5% em HD e 30,5% em DP. Incluídos pacientes voluntários em tratamento de 90 dias a 2 anos. Dos 54 profissionais de saúde, 18,5% eram médicos, 20,4% enfermeiros e 61,1% técnicos de enfermagem. Foram aplicados dois questionários: um aos profissionais e outro aos pacientes.

Resultados:

A maioria dos pacientes teve sua modalidade dialítica escolhida pelos médicos: 76,3%. A maioria recusa uma mudança de tratamento tanto na HD (83%) quanto na DP (92,5%). Os pacientes em DP associaram a sua modalidade a maior segurança no tratamento (p = 0,041), bem-estar (p = 0,002), manutenção de uma vida normal (p = 0,002), liberdade (p < 0,001), ânimo (p = 0,021). HD percebe a DP como proporcionando maior liberdade (p = 0,003), autonomia (p < 0,001) e ânimo (p = 0,019). Na avaliação da equipe médica e de enfermagem das variáveis clínicas e psicossociais, os profissionais indicaram em maior frequência os fatores referentes à qualidade de vida (p = 0,007), bem-estar psicossocial (p = 0,007) e bem-estar clínico (p = 0,004) quando associaram a terapia com a DP.

Conclusões:

A escolha da modalidade dialítica foi decisão exclusivamente dos médicos em 76,3% dos casos. A DP foi considerada pelos profissionais como melhor terapia dialítica no que diz respeito à qualidade de vida, bem-estar clínico e psicossocial.

Escolha do método dialítico – variáveis clínicas e psicossociais relacionadas ao tratamento

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