J. Bras. Nefrol. 2016;38(4):455-61.

A leucemia mielóide aguda após transplante renal: um relato de caso e revisão da literatura

Francesca Cardarelli, Vanesa Bijol, Anil Chandraker, Cindy Varga, Leonardo V. Riella

DOI: 10.5935/0101-2800.20160072

A incidência de cancer é maior em receptores de transplante renal em comparação com a população em geral, entretanto, o maior risco não é igualmente distribuído em todos os tipos de canceres. Em face do aumento da longevidade de pacientes transplantados renais, certos canceres, tais como leucemias agudas, são cada vez mais prevalentes. Leucemia mielóide aguda (LMA) normalmente se apresenta com citopenias e infecções, quadro comum após o transplante renal. Portanto, o diagnóstico da LMA pode ser inicialmente negligenciado nestes pacientes. Relatamos o caso de um homem de 33 anos de idade que se apresentou com febre, pancitopenia e agravamento agudo da função do enxerto renal de 9 anos após transplante de rim de doador vivo. Após inicial testes negativos para infecção, uma biópsia renal revelou rejeição por anticorpos com C4d positivo e dispersas células inflamatórias atípicas. A subsequente biópsia de medula óssea confirmou LMA. A quimioterapia de indução foi bem-sucedida com daunorubucin e citarabina e, finalmente, obtida uma complete remissão. No entanto, ele desenvolveu uma “Page kidney” com piora da função renal e dor abdominal, três semanas após a biópsia no contexto da trombocitopenia induzida pela quimioterapia. Aqui, discutimos a prevalência, fatores de risco, apresentação e manejo da leucemia pós-transplant renal.

A leucemia mielóide aguda após transplante renal: um relato de caso e revisão da literatura

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