J. Bras. Nefrol. 2017;39(2):135-40.

Dosagem pós-operatória precoce de paratormônio e prognóstico, após paratireoidectoma total por hiperparatireoidismo secundário

Climério Pereira do Nascimento Júnior, Marília D'Elboux Guimarães Brescia, Melani Ribeiro Custódio, Ledo Mazzei Massoni Neto, André Albuquerque Silveira, Patrícia Taschner Goldenstein, Sérgio Samir Arap, Vanda Jorgetti, Rosa Maria Affonso Moyses, Fábio Luiz de Menezes Montenegro

DOI: 10.5935/0101-2800.20170021

Introdução:

Em pacientes renais crônicos dialíticos submetidos à paratireoidectomia total com autoenxerto, existe a possibilidade de uma glândula paratireoide hiperplásica residual.

Objetivo:

Verificar se a medida pós-operatória precoce do hormônio da paratireoide (PTH) após paratireoidectomia total com autoenxerto é útil para indicar uma glândula paratireoide residual ou supranumerária hiperplásica em pacientes dialíticos.

Método:

Em uma coorte prospectiva de pacientes em diálise submetidos a paratireoidectomia foi medido o PTH até uma semana após à operação. O valor absoluto e o decréscimo relativo foram analisados de acordo como desfecho clínico de controle satisfatório do hiperparatireoidismo ou persistência.

Resultados:

Em 51 casos, o PTH preoperatório variou entre 425 e 6.964pg/mL (mediana 2.103pg/mL). No pós-operatório, o PTH foi indetectável em 28 casos (54,9%). Em 8 indivíduos (15,7%), o PTH foi menor que 16pg/mL, em 10 (19,6%) os valores de PTH values estiveram entre 16 e 87pg/mL e em 5 (9.8%), o PTH foi superior a 87pg/mL. O PTH indetectável foi mais comum em pacientes com valor de PTH pré-operatório abaixo da mediana do PTH dos casos (p = 0,0002). Houve correlação significativa entre o PTH pré-operatório e o PTH pós-operatório precoce (Spearman R = 0,42, p = 0,002). Um decréscimo relativo superior a 95% associou-se a desfecho clínico satisfatório. O decréscimo relativo inferior a 80% associou-se à doença persistente, apesar de hipocalcemia inicial.

Conclusões:

A dosagem do PTH nos primeiros dias após à paratireoidectomia em pacientes dialíticos pode sugerir bom desfecho clínico quando há um decréscimo de pelo menos 95% em relação ao valor pré-operatório. O decréscimo inferior a 80% é indicativo de tecido paratireóideo residual com persistência do hiperparatireoidismo e uma reintervenção precoce pode ser considerada.

Dosagem pós-operatória precoce de paratormônio e prognóstico, após paratireoidectoma total por hiperparatireoidismo secundário

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